Revista Em Evidência - Edição 89

Page 1

SE EU SOU FEMINISTA? NÃO, SOU FEMININA!

Presidente do Comaja e prefeita de Fortaleza dos Valos
EDITORIAL

Começo este texto com essa in terrogação (ou negação) para dizer que acredito que a parti cipação da mulher na política não passa, necessariamente, pelo viés simplista da discussão de gênero. É muito mais que isso: penso que sim, a mulher pode e deve atuar de forma ati va na política, nos lugares de liderança, pelo fato de sermos tão capazes quan to os homens (nem mais, nem menos), mas diferentes. E isso não quer dizer que é preciso levantar uma bandeira de guerra, de oposição aos homens – po rém, podemos e devemos nos sentir ca pazes de ações e posturas propositivas.

Sim, o feminismo teve grande impor tância na história, pois houve o tempo em que era preciso usar de movimentos de repúdio e de pressão para uma maior participação da mulher na política, mas, se observarmos que a maioria dos polí ticos eram homens, então renderam-se, aceitaram (e votaram) a favor da inclu são da mulher nesse contexto.

Minha manifestação aqui se dá, no sentido de trazer à baila o empode ramento natural da mulher – quando ela se percebe e vê em outras mulhe res que é possível sim, ser mulher, mãe, trabalhadora, amiga, desempe nhar o papel que quiser e, sim, exer cer e participar da política, candida tando-se, concorrendo e vencendo, principalmente o auto preconceito, que vem disfarçado de baixa autoes tima, de sofrimento e até mesmo de autocrítica severa, pois a maior bar reira sempre é a própria.

É fato que há dificuldades, obstáculos a serem superados, mas isso também o é para os jovens, para os idosos, para quem tem orientação sexual diferente do gênero masculino e fe minino, propriamente ditos. A tími da participação da mulher acontece, na minha avaliação, porque o papel da maternidade está culturalmente muito arraigado com a mulher, e a cobrança demasiada (pela possível ausência ser confundida com aban dono), e também por muitos homens não aceitarem que sua namorada,

esposa, companheira entre nesse “mundo”.

Imperioso relatar que a cada nova eleição há dificuldade em preencher o percentual de mulheres para con correr às vagas destinadas aos parti dos, porque entre outros fatores, as mulheres sentem receio da crítica, da disputa, da exposição, e também, muito provavelmente porque muitas vezes, o ambiente político é agressivo e até mesmo constrangedor. Todavia, é preciso encarar os desafios, e por vezes presenciar situações desagradáveis, pas sando por experiên cias nada positivas. Com certeza, isso inibe a muitas.

A natureza femini na é mais frágil, do ponto de vista de força física, porém, no sentido diame tralmente oposto é mais forte, pois pode gerar a vida e dar à luz, pode nutrir e es tabelecer relação tão profunda com outro ser humano, que é motivo de incontá veis estudos.

Por isso, a observa ção, a sensibilidade e o olhar mais terno para o mundo e para a vida são carac terísticas distintas do homem, que tem em sua natureza o teor de provedor, protetor e desbravador. E é nesse equi líbrio de “forças” que a sociedade pode evoluir, e definitivamente precisamos que a política evolua, e só vai evoluir –com a maior participação feminina.

Então, como atuar na política? E como encorajar outras mulheres?

Atuar de maneira respeitosa, respei tando e fazendo-se respeitar, lembrar que sim, somos diferentes (e aí a be leza da convivência), que pode e deve haver um equilíbrio nessa completu

de, onde homens e mulheres podem e devem conviver em harmonia, mesmo quando pensam e atuam de formas di vergentes.

Envolver-se na política não por vaida de, mas por vontade de “fazer aconte cer”; trazendo a primeira pessoa essa responsabilidade, deixando de terceiri zar os nossos sonhos tão genuínos e até utópicos de mudar o mundo através da nossa ação, da nossa palavra, da nossa voz, da nossa representatividade.

Precisamos de mais mulheres na po lítica, que defendam a economia, o agronegócio, a educação, o meio am biente, as minorias, qualquer que seja a causa que escolher defender.

Ser firme, mas não irredutível; ser forte, sem ser arrogante; ser corajosa, sem deixar de ser prudente. Acredito que cada uma do seu jeito e exercen do a sororidade, poderemos alcançar o equilíbrio na política e em todos os outros segmentos da sociedade, pois se há crença de que toda mu lher na política precisa ser feminista para ocupar o seu espaço, ainda não entendeu que estamos prontas para muito mais.

A tímida participação da mulher acontece, na minha avaliação, porque o papel da maternidade está culturalmente muito arraigado com a mulher, e a cobrança demasiada (pela possível ausência ser confundida com abandono), e também por muitos homens não aceitarem que sua namorada, esposa, companheira entre nesse “mundo"

9 FLASH

49RANOLFO VIEIRA JÚNIOR

Governador do Rio Grande do Sul

Quem faz, está Em Evidência!

15 EM EVIDÊNCIA NA TV - Kalil Sehbe "Não se faz desenvolvimento sem ciência, tecnologia e inovação"

20 OPINIÃO - Milton Mattana Valentia ou coragem com confiança: a diferença no mundo dos negócios

22 OPINIÃO - Gerson Junqueira Jr. Brasil 200 anos: 200 médicos gaúchos que fizeram história 26 Saúde da voz deve ter atenção em todas as idades

28 Novidade no Banri

31 EM EVIDÊNCIA NA TV - Marcelo Maranata “Estou me preparando para esse momento, para ser presidente da Famurs, mas é uma escolha partidária”

36 OPINIÃO - Maicon Bock Visão sistêmica, habilidade primordial na comunicação política

38 OPINIÃO - Fátima Daudt O MDB sempre me inspirou

40 OPINIÃO - Carolina Paaz

LGPD: como a lei de proteção de dados pode afetar as empresas?

42 Gravataí incentiva regularização dos chamados contratos de gaveta 44 Recurso de mais de R$ 700 mil beneficiará 100 pessoas com deficiência

45 FLASH Sebastião Melo, Cidadão de Porto Alegre

55 FLASH Quem faz, está Em Evidência!

59 EM EVIDÊNCIA NA TV - Milena Ghisolfi “Dentro da cooperativa, você é o dono”

63 EM EVIDÊNCIA NA TV - Jorge Pozzobom “Eu ajo tecnicamente e tenho orgulho disso, porque isso é a nova política”

DIREÇÃO EXECUTIVA:

Lucio Vaz revistaemevidencia@gmail.com

SUPERVISÃO GERAL: Jennifer Nunes revistaemevidencia@gmail.com

EDIÇÃO: Jennifer Nunes, Gabriela Santos, Patrícia Poitevin revistaemevidencia@gmail.com

70 Parkshopping Canoas inaugura 13 novas operações

72 OPINIÃO - Andréia Fioravante

Competências socioemocionais

74 Fórum de educação da Granpal

75 EM EVIDÊNCIA NA TV - Mano Paganotto

82 Segmentos de "móveis e eletrodomésticos" e "materiais de escritório" registram queda das vendas em julho de 2022 no RS

83 EM EVIDÊNCIA NA TV - Antônio Carlos Côrtes "Nos casos de corrupção no país, dos últimos 20 anos, não encontramos nenhum negro envolvido"

87 FLASH

Quem faz, está em evidência!

91 EM EVIDÊNCIA NA TV - Rui Pires

Engenharia de tráfego é o caminho

95 EM EVIDÊNCIA NA TV - Jair Machado “A Barra do Ribeiro está mais alegre e com mais qualidade de vida”

REVISÃO:

Gabriela Santos, Patrícia Poitevin

LOGÍSTICA E DISTRIBUIÇÃO:

Carlos Henrique Prates

DESIGN: Neo WS - neows.com.br

JORNALISTA RESPONSÁVEL: Paulo Batimanza - MTB 15085

Desde 2009 - No 89 - 2022
ÍNDICE E EXPEDIENTE
ANUNCIE: 51 98444-4616 revistaemevidencia revistaemevidencia.com.br

QUEM FAZ, ESTÁ EM EVIDÊNCIA!

ENTRE AMIGOS Prefeita de Novo Hamburgo, Fátima Daudt e o presidente do Sistema Fecomércio que foi capa da edição 88 da Revista Em Evidência, Luiz Carlos Bohn
EM EVIDÊNCIA | Desde 2009 - No 89 - 2022 9
FOTOS: CHICO PINHEYRO/REVISTA EM EVIDÊNCIA
@revistaemevidenciaINSCRE VA-S E FLASH
Confira quem são as pessoas que estão fazendo o Rio Grande acontecer, através das lentes do fotógrafo da Revista Em Evidência, Chico Pinheyro Jennifer Nunes

PROGRESSISTAS

FAMURS

FLASH
FAMÍLIA GADRET O diretor-executivo da Rede Pampa de Comunicação, Alexandre Gadret e a esposa Elisa Duarte Gadret, com o exemplar 85 da Revista Em Evidência O diretor de Comunicação da entidade, Voltaire Santos; presidente da Famurs, Paulinho Salerno e coordenador-geral da entidade, Ademir Baretta VERA ARMANDO A bela apresentadora do programa Atualidades Pampa, assinante da Revista Em Evidência Senador da República, Luis Carlos Heinze; Comandante Nádia; e o deputado estadual, Frederico Antunes FOTOS: CHICO PINHEYRO/REVISTA EM EVIDÊNCIA
@revistaemevidenciaINSCRE VA-S E
ESSE CARA SOU EU, PARTE 1 E 2 Paulo Sérgio Pinto mostra para o amigo Caio Rocha que está na capa da Revista Em Evidência, que também aponta para a sua foto ao lado do apresentador do programa Pampa Debates

ASSINANTE DE PRESTÍGIO

SAPUCAIA DO SUL EM EVIDÊNCIA

FLASH
O
deputado federal, campeão de emendas e assinante da Revista Em Evidência, Giovani Cherini AMIGOS Ministro do Tribunal de Contas da União, Augusto Nardes e o deputado estadual, Ernani Polo DUPLA DE SUCESSO Simone Leite e Rodrigo Sousa Costa
O prefeito
do município, Volmir Rodrigues e a primeira-dama, Maria da Glória Dalberto Rodrigues FOTOS: CHICO PINHEYRO/REVISTA EM EVIDÊNCIA

GRAVATAÍ EM EVIDÊNCIA

JEFFERSON FÜRSTENAU

O diretor-executivo da Revista Em Evidência, Lucio Vaz mostra para o prefeito de Gravataí, Luiz Zaffalon, a matéria em que o município é destaque na edição Diretor-executivo da Kia Sun Motors e Lucio Vaz, prestigiando matéria do amigo Paulo Sérgio Pinto, na edição 85 da Revista Em Evidência

AUTORIDADES II

FLASH
Presidente da Federasul, Anderson Trautman; presidente do TJ/RS, Desembargadora Iris Helena Medeiros Nogueira; diretor-executivo da Rede Pampa, Alexandre Gadret e o procurador-geral do RS, Marcelo Lemos Dornelles AUTORIDADES I Alexandre Postal, Augusto Nardes, Paulinho Salerno e Sebastião Melo FOTOS: CHICO PINHEYRO/REVISTA EM EVIDÊNCIA

INOVAÇÃO"

Kalil Sehbe, diretor de Operações e Inovação do Badesul

Entrevista: Lucio Vaz e Voltaire Santos

Patrícia Poitevin

Como foi seu começo na vida pública?

Eu venho de uma família, onde meu pai tinha o DNA do empreendedor, um homem que nasceu nos Estados Unidos e depois foi para o Líbano. Com dez anos de idade imigraram

para o Brasil, toda a família. A mi nha mãe é de ascendência italiana do Vêneto, eu sou Casagrande Lunar di, por parte de mãe. A veia política veio do meu avô materno, que foi o primeiro juiz de Comarca na região e também deputado. O Fórum de Ben

to Gonçalves, inclusive, tem o nome dele, Antônio Casagrande. Eu tive muito envolvimento na participação em clubes, fui vice-presidente do Ju ventude e fomos campeões da Copa do Brasil. Na Federação Gaúcha de Handebol, eu me tornei presidente,

EM EVIDÊNCIA NA TV CHICO PINHEYRO/REVISTA EM EVIDÊNCIA "NÃO SE FAZ DESENVOLVIMENTO SEM CIÊNCIA, TECNOLOGIA E
Edição:

mas antes fui atleta da seleção gaú cha e da brasileira. Eu tinha muito envolvimento esportivo e nas enti dades de classes. Eu tive a honra de me tornar o vereador mais votado do MDB, em 1988, fiz 2.115 votos. Então, eu iniciei na vida pública como verea dor, em Caxias do Sul, e cheguei até a presidência da Câmara de Vereadores deste município. Como presidente, eu tive a maior honradez de assumir a prefeitura, como prefeito em exer cício, pois o Mário Vanin estava com problemas de saúde. O grande feito foi quando a Câmara de Vereadores criou uma TV. Tivemos também a constru ção do prédio da Câmara em 11 meses. Eu acho que tudo é um aprendizado, me reelegi vereador no PDT. Eu tive a honra do Collares e o Brizola assi narem a minha ficha no PDT. Na As sembleia, sempre procurei trabalhar

na Comissão de Economia e Finanças, relatei uma meia dúzia de orçamen tos do Estado, trabalhava muito nas questões sociais. Eu acho que quem mais precisa da política são os menos privilegiados. Quando temos empre go, diminuímos o problema social de Saúde, Educação e Transporte. Nós temos que ter qualidade, igualdade e oportunidade para todos.

No Rio Grande do Sul, vivemos um pouco menos a paixão ideológica na política?

A política gaúcha é um pouco dife rente da nacional. Nós temos nomes que honram a política gaúcha, como os candidatos ao governo do Estado e Senado. O voto é um sonho e espero que quem for realizar alguma trans formação para melhorar a qualidade

de vida pessoal e da minha família, me dê segurança e amor ao país que vivo. Aqui no estado, felizmente nos debates está havendo mais vontade e proposição, têm candidatos que se di ferenciam por conhecer mais o RS. A sociedade tem que ter o discernimen to de interpretar as propostas, mas saber de onde vem o recurso para fa zer o que o candidato está propondo. Propor é uma coisa muito fácil, mas se tu vives com um "cobertor curto", fica tudo muito difícil. Pela primeira vez tivemos um superávit primário, o Rio Grande do Sul conseguiu ter re ceita para pagar todas as despesas e ainda sobrou um pouquinho. Houve o superávit, porque teve controle de gestão, uma política austera e recur sos vindo de privatizações. Tudo é uma engrenagem e para termos Edu cação, Saúde e Segurança Pública, é

EXPERIÊNCIA NA VIDA PÚBLICA

16 EM EVIDÊNCIA | Desde 2009 - No 89 - 2022 @revistaemevidenciaINSCRE VA-S E
EM EVIDÊNCIA NA TV
CHICO PINHEYRO/REVISTA
EM
EVIDÊNCIA Kalil Sehbe tem 33 anos de vida pública: foi vereador, presidente de clube e de uma Câmara de Vereadores, prefeito em exercício, deputado estadual por quatro mandatos e secretário de Estado por sete anos. Todo este trabalho foi reconhecido com a mais alta honraria do Parlamento Gaúcho, a Medalha do Mérito Farroupilha

necessário estar com as contas equi libradas, porque assim será um inves timento e não uma despesa.

A quantidade de partidos enfraquece o debate das ideias e das propostas?

O país chegou a ter 33 partidos po líticos e só criou isso, porque tem o Fundo Partidário. Infelizmente não é por convicções ideológicas ou por linhas doutrinárias políticas que te mos tantos partidos políticos, é um interesse financeiro. Se nós termi nássemos com os Fundos Eleitorais e os Fundos Partidários, cairia para seis a oito partidos políticos. É como naquela época, que todo mundo que ria constituir um sindicato, porque vinham verbas governamentais do suor do trabalhador e do empresá rio. Com isso, o presidente nacional do partido fica praticamente vitalí cio. Como dono do partido, ele faz a gestão financeira e começa uma dis cussão sobre quais os deputados que devem ganhar mais Fundo Eleitoral, os que ganham menos e os que não ganham nada. Agora, temos a política de incentivarmos as mulheres, onde usamos 30% dos recursos para a sua participação. Nós temos mais de 50% da população brasileira de mulheres, é importante que elas estejam no Parlamento. Nós tínhamos que fazer uma discussão sobre a quantidade de partidos, porque nós vivemos uma colcha de retalhos, que a vontade é o poder.

Até que ponto as privatizações do go verno foram fundamentais para ter esse superávit?

Elas têm um grau de importância, mas não podemos ser "oito ou 80", totalmente a favor de privatizações, ou totalmente contra. Temos que ter o equilíbrio, porque quando há uma privatização, não deixa de ter o con trole público. Tem situações em que é dada uma concessão pública e depois recebe uma fiscalização, porque é de interesse de todos. É como uma emis sora de TV, que possui uma concessão pública para funcionar. Devemos ter

órgãos de auditagem e fiscalização para que o serviço, mesmo não sendo público, vá ao interesse social. Como dizia Tony Blair, é preciso conciliar o desenvolvimento econômico integra do ao social. Na Inglaterra, conside rada capitalista, se alguém precisar algo na área da Saúde, não paga nada e recebe o melhor atendimento. A sociedade quer serviço e qualidade. A sociedade quando está no muni cípio, não quer saber se é obrigação do governo federal ou do governo do Estado, tudo cai na mão do coita do do prefeito que é o grande gestor que está do lado dos cidadãos, ou até mesmo daquele vereador. Nós temos que inverter a pirâmide, o maior re curso tem que ficar no estado, nós vi vemos no município, portanto, todo o dinheiro não deve ir para o gover

no federal, para depois voltar para o Fundo de Desenvolvimento da Edu cação. Sai muito mais caro uma obra licitada pelo governo federal ou do Estado, do que no município, que é mais econômico, onde o dinheiro pú blico é mais bem gasto.

O senhor sente saudade do clima da campanha eleitoral, da proximidade com o público e da troca de ideias?

Sim, me dá saudade. Eu concorri oito vezes e quando nós concorremos, apre sentamos as propostas, criando um so nho para o eleitor, mas temos que fazer a política de resultado. Se eu cheguei a primeira vez na Assembleia Legislativa com 16 mil votos, me reelegi com 32 mil, depois fiz 42 mil e 49 mil votos, na última eleição em que fui depu

EM EVIDÊNCIA | Desde 2009 - No 89 - 2022 17@revistaemevidenciaINSCRE VA-S E
O Badesul tem dois bilhões de reais no mercado e o menor índice de inadimplência da história do banco
CHICO PINHEYRO/REVISTA EM EVIDÊNCIA

Eu acho que quem mais precisa da política são os menos privilegiados. Quando temos emprego, diminuímos o problema social de Saúde, Educação e Transporte. Nós temos que ter qualidade, igualdade e oportunidade para todos

18 EM EVIDÊNCIA | Desde 2009 - No 89 - 2022 @revistaemevidenciaINSCRE VA-S E EM EVIDÊNCIA NA TV
CHICO PINHEYRO/REVISTA EM EVIDÊNCIA

tado estadual. Esse crescimento é reflexo do retorno e da prestação de contas para a sociedade. Eu sou o au tor, na ALRS, do voto aberto, o eleitor pode votar secretamente, mas o elei to tem que dar satisfação para a so ciedade toda a sua postura dentro do Parlamento gaúcho. Depois de eleito, a sociedade tem que saber todos os meus atos, a minha postura e a minha maneira de ser. Eu posso até divergir, às vezes, de um colega, mas posso construir, através da minha opinião, a maioria dos votos daquilo que nós acreditamos. Sinto saudade, pois agora tu fica mais próximo do eleitor. Antes era humanamente impossível, nós fazíamos de seis a oito mil qui lômetros por mês. Hoje em dia, com as Redes Sociais, tu consegue fazer cinco a seis eventos, no mesmo dia. Antigamente, dava no máximo dois eventos. O papel do legislador, pri meiro, é fiscalizar o Executivo, se gundo é legislar, para que possam melhorar a vida do cidadão, e tercei ro é ser um homem propositivo que leva sugestões ao governo do Estado. Oposição burra não constrói nada e o Estado fica quatro anos perdendo. Tu tem que ter uma oposição cons trutiva, que diga por que vota contra e dá uma solução do que poderia ser melhor.

A medalha do Mérito Farroupilha é a maior honraria que se pode ter dentro do nosso Parlamento gaúcho. Qual foi a emoção e a importância de ganhar esse prêmio?

Eu quero agradecer ao Parlamento, ao Gerson Burmann e todos os depu tados, porque foi acolhido por una nimidade. A maior honraria da ALRS é um orgulho para quem faz a vida pública e para um cidadão que tem compromisso com a sociedade. Rece ber uma honraria desse tamanho tem uma dimensão muito grande, porque dentro do Parlamento gaúcho está 100% da população gaúcha. Ali é fei ta a representatividade da sociedade na íntegra, com todas as convicções político-partidárias. Com 33 anos de vida pública, tive a oportunidade de

ser vereador, presidente de clube e de uma Câmara de Vereadores. Fui pre feito em exercício, deputado por qua tro mandatos e secretário de Estado por sete anos.

Qual a diferença entre o Badesul, Ban risul e o BRDE?

Primeiro, o Banrisul é um banco de comércio, ou seja, o seu dinheiro vem da sociedade e ele trabalha com esse dinheiro. Todo cidadão pode ter uma conta corrente no Banrisul. Ele tem a sua fidelização, como qualquer outro banco, como o Santander, ou o Itaú. O cliente que tem uma conta corrente, faz operações, às vezes, só de giro, ou operações pessoais de movimentação da sua conta pessoal. O BRDE traba lha com grandes players, geralmente com empresas maiores, 40% são do Estado do RS, 30% do governo do Pa raná e 30% do governo de SC. Então, ele é um banco que é dos três estados e atende, também, o Mato Grosso. Ele é igual ao Badesul, somente trabalha com grandes clientes. Ele possui um patrimônio líquido maior. O Badesul é 99,99% do Tesouro do Estado, então a população é dona dele. Quando houve as privatizações, foram criadas nos 23 estados, as agências de fomento, para dar uma equilibrada na economia, por que tu tens dinheiro subsidiado com menos custos, junto com uma política desenvolvimentista do fomento. São financiamentos diferentes de um ban co comercial, porque são a longo prazo. A política de crescimento do Estado tem muito a ver com o Badesul e com o BRDE, que são bancos de desenvolvi mento. Hoje, o Badesul tem um patri mônio líquido de R$ 800 milhões e três diretores, que é a presidente Jeanette Halmenschlager Lontra, o vice, Flavio Luiz o Lammel e o diretor financeiro, Kalil Sehbe Neto. Temos só 122 funcio nários, com uma equipe extremamente competente. O Badesul tem dois bi lhões de reais no mercado e o menor índice de inadimplência da história do banco. Há oito anos, o Badesul tinha 80 milhões de reais em prejuízo. Hoje, ele está a seis balanços fechando em superávit. No primeiro semestre deste

ano, tivemos 30 milhões de reais em resultado, que será revertido para a sociedade. Quando a Secretaria de De senvolvimento Econômico traça uma linha de política de desenvolvimento do Estado, o braço de apoio, que forne ce o recurso geralmente é o Badesul ou o BRDE. Na Expointer, nós prospecta mos 877 milhões de reais no agrone gócio, desde a irrigação até a compra de equipamento. Hoje o Badesul é um banco extremamente importante para desenvolver o nosso estado. Nós tra balhamos com muita transparência e muita competência e queremos estar sempre ao lado do cidadão. No Juro Zero, nós fizemos mais de 20 mil ne gócios, colocamos quase 500 milhões de reais no mercado. Não se faz desen volvimento sem Ciência, Tecnologia e Inovação, portanto nós temos que trabalhar muito essa tríplice hélice. Ela indo bem, nós temos um estado saudá vel. Devemos prezar pelos princípios e valores, respeitando o dinheiro público e as diferenças. O Badesul cuida muito bem do dinheiro público.

Quais são as suas considerações fi nais?

Nós estamos num momento impor tante, perto das eleições, não desper dice o seu voto, escolha o melhor, não vote em branco e procure conhecer as propostas. Nós temos excelentes candidatos ao governo do Estado. A política tem que ser igual a todos e é para o bem comum, dinheiro público tem que ser mais bem cuidado. Quero cumprimentar a todos pelo programa, é um carinho muito grande estar com o Voltaire, que admiro como profis sional pela seriedade e competência. Quero agradecer a toda equipe da Em Evidência e ao seu proprietário, o dire tor-executivo, Lucio Vaz, porque fazer jornalismo e levar as coisas boas para a sociedade tem um papel enorme. Eu jamais vou esquecer a cobertura da re vista quando recebi aquela honraria na Assembleia Legislativa, do Mérito Far roupilha. Tenho acompanhado o pro grama de vocês, as pautas são fantás ticas e quando a coisa é séria sempre podem contar comigo.

EM EVIDÊNCIA | Desde 2009 - No 89 - 2022 19@revistaemevidenciaINSCRE VA-S E

VALENTIA OU CORAGEM COM CONFIANÇA:A DIFERENÇA NO MUNDO DOS NEGÓCIOS

20 EM EVIDÊNCIA | Desde 2009 - No 89 - 2022 @revistaemevidenciaINSCRE VA-S E
MILTON MATTANA CEO da Masper Assessoria
OPINIÃO CAPA

Coragem, Valentia e Confian ça, embora sejam sinônimos, entendo que existe uma di ferença grande no emprego prático pelo sujeito. Ter coragem de agir, ser valente ao agir e ter confiança.

A valentia traz na nossa cultura o peso do valentão, sujeito que enfren tava animais bravos, encarava qual quer briga e por vezes se terminava pelas mãos de um covarde.

Talvez por isso, eu prefira a coragem e sempre acompanhada de outros Cs, o do Conhecimento e o da Confiança.

Agir sem conhecimento é ser valentão. Agir com conhecimento e planejamento e ser corajoso e gera confiança. No mun do dos negócios só existe crescimento e lugar para o empreendedor corajoso.

Qualquer pessoa pode ter valentia para montar um negócio, mas sem co nhecimento de campo logo se quebra. Mas quem planeja, conhece e tem co ragem para investir possui grandes chances de prosperar.

Pense, analise, idealize os cenários bons e ruins, decida o que você quer fazer e onde quer chegar. Pense se existe público alvo, ou seja, quem pa garia pelo seu produto. Você mesmo compraria teu produto?

Quando estiver convencido que é excelente pra você, ele parecerá bom para algumas pessoas, que poderão comprar e se estas pessoas que com prarem acharem realmente bom, en tão terás atingido a primeira meta de confiança, porque estas pessoas tem amigos e indicarão a eles, eles a outros e assim se faz um negócio prosperar.

Não tente vender aos outros algo que você mesmo não compraria. Não en gane, porque a imagem positiva ou negativa fazem toda diferença no mundo dos negócios. Se disser que vai fazer, faça, mesmo se não ganhar nada com isso, porque isso gera con fiança em você e credibilidade para seu negócio.

Lembre-se que você é a imagem da sua em presa. O funcionário tem que ver no em presário um líder, um exemplo, de pai/mãe, de conduta, de serie dade e saber que ali, sob essa Liderança, a empresa vai crescer e ele poderá crescer junto e deve ter or gulho de onde e com quem trabalha.

O cliente vê no empresário o símbo lo da confiança, deve ter a certeza que este vai carregar a empresa nas costas nos momentos difíceis, mas jamais vai abandonar seus princípios, porque se a pessoa quebrou várias empresas e foi abrindo outras no mesmo segmen to, especialmente, alguma coisa não está certo na sua forma de administrar e a confiança do mercado fica abalada.

Ms grandes marcas, nem sabemos quem são os donos. Este é o estágio que todo empresário deve sonhar, que é a marca se sustentando sozinha no mercado, só que isso não acontece tão rápido, isso leva al guns anos e algumas marcas nunca che gam a se descolar de seus donos.

Se formos, especialmente no interior, veremos lá o bar do João, a padaria da Maria, a loja da Têre, o açougue do

José, todos eles têm no registro um nome fantasia e na maioria das vezes não é o nome do dono. Então, por que não emplaca o nome fantasia? Jus tamente, porque existe a relação de confiança na pessoa, por exemplo, eu compro no açougue do José, que me atende bem e sempre me dá a melhor carne, também na padaria Dona Ma ria que faz um pão especial.

Essa relação de confiança humana, faz o negócio crescer de boca em boca e ninguém lá se lembra o nome que está na placa em frente ao estabelecimento, o importante é saber que lá eu posso confiar. A quebra de confiança, funcio na numa velocidade 100 vezes maior que o tempo que se leva pra ganhá-la.

Então, seja qual for o teu negócio, lembre-se:

• Se prestar serviço, que ele seja o melhor que podes dar;

• Se vender algo, venda somente aquilo que você mesmo compraria;

• Se produzir alimentos, forneça aqui lo que você teria prazer em comer;

• Se der o seu melhor, com certeza, terás grandes chances de prosperar.

EM EVIDÊNCIA | Desde 2009 - No 89 - 2022 21@revistaemevidenciaINSCRE VA-S E
O funcionário tem que ver no empresário um líder, um exemplo, de pai/mãe, de conduta, de seriedade e saber que ali, sob essa Liderança, a empresa vai crescer e ele poderá crescer junto

BRASIL 200 ANOS: 200 MÉDICOS GAÚCHOS QUE FIZERAM HISTÓRIA

22 EM EVIDÊNCIA | Desde 2009 - No 89 - 2022 @revistaemevidenciaINSCRE VA-S E
GERSON JUNQUEIRA JR. Presidente da AMRIGS
OPINIÃO CAPA ACERVO/AMRIGS

São 200 anos de Independência. De um Brasil autônomo e so berano, que construiu história, cresceu e se desenvolveu. O protagonismo do povo gaúcho também se reflete na Saúde e na Medicina, des de o tempo do Brasil Colônia até os dias atuais. Ao longo dessa caminhada, os profissionais médicos de nosso estado têm mostrado a sua resiliência, protago nismo e capacidade de empreender em prol da Saúde e da so ciedade gaúcha.

Por tudo isso, a As sociação Médica do Rio Grande do Sul reuniu dados da his tória da Medicina do estado por meio de pesquisas nos livros Panteão Médico Rio grandense, Ruas de Porto Alegre: médi cos homenageados com seus nomes e 30 anos: Academia Sul -rio-grandense de Medicina, para home nagear, de forma sim bólica, 200 médicos que fizeram a diferen ça. A todos eles, fica o reconhecimento das novas gerações que fazem a Medici na do Brasil.

mente. Pouco a pouco, o século XX foi moldando todo o ambiente e, ao mes mo tempo em que mais médicos eram formados, outros desafios surgiam no horizonte. A revolta da vacina, a epide mia de febre amarela, a gripe espanho la foram males que assombraram todos brasileiros e que trouxeram grandes aprendizados para enfrentarmos a pandemia de Covid-19.

O protagonismo do povo gaúcho também se reflete na Saúde e na Medicina, desde o tempo do Brasil Colônia até os dias atuais. Ao longo dessa caminhada, os profissionais médicos de nosso estado têm mostrado a sua resiliência, protagonismo e capacidade de empreender em prol da Saúde e da sociedade gaúcha

O momento é de realizar uma retros pecção. Entre os fatos marcantes, destacam-se a criação da Faculdade de Medicina de Porto Alegre, em julho de 1898, acontecimento mais importante para o cenário médico no Rio Grande do Sul. A partir dele, os gaúchos não precisariam mais da mudança para o Rio de Janeiro para seguir a carreira médica. Desta forma, a trajetória da profissão no RS iniciou verdadeira

Para nós, gaúchos, a grandeza desta data é completa pela felicidade de tan tos médicos que escreveram seus no mes na história. Seja pelo pioneirismo, pela coragem, pela liderança, pelo en volvimento na política, na educação e na criação de estruturas de saúde pelo interior do estado.

A lista completa dos 200 nomes pode ser conferia neste QR CODE

EM EVIDÊNCIA | Desde 2009 - No 89 - 2022 23@revistaemevidenciaINSCRE VA-S E
A revolta da vacina, a epidemia de febre amarela, a gripe espanhola foram males que assombraram todos brasileiros e que trouxeram grandes aprendizados para enfrentarmos a pandemia de Covid-19

SAÚDE DA VOZ DEVE TER ATENÇÃO EM TODAS AS IDADES

Numa busca na web sobre cui dados com a voz, sugestões como evitar gritar ou gar galhar surgem juntamente com o aumento do consumo de maçã. No entanto, quais são verdadeira mente as práticas indicadas por espe cialistas para manter em dia a nossa voz, que é uma potente ferramenta de comunicação? O fonoaudiólogo Guilherme Silva, integrante do corpo clínico do Instituto Gaúcho de Otor rinolaringologia (IGO), destaca que todas as pessoas precisam ter hábitos que visem manter a saúde vocal.

As pregas vocais são responsáveis por produzir os sons. As duas estruturas se localizam na laringe e vibram com a pressão do ar emitida do pulmão. Esses sons, por sua vez, são traba lhados e modulados de acordo com os movimentos da boca e se tornam altos por meio do conjunto do siste ma, que abrange a laringe, a faringe, a boca e o nariz. Conforme o especialis ta, enquanto estamos em silêncio, es sas pregas ficam separadas, forman do uma abertura. “Quando falamos, no entanto, elas se tornam bastante próximas e vibram, para produzir o som”, explica. “Precisamos cuidar da voz em todas as idades, tendo hábitos que causem o menor impacto possí vel nas pregas vocais, para evitar da nos que podem ser irreparáveis”.

De acordo com Guilherme, a falta de hidratação, o tabagismo e a falar em voz alta são inimigos da saúde da voz. O especialista lista três formas de manter a fala em dia:

HIDRATAÇÃO

Assim como a voz todos os órgãos do corpo precisam de água para manter o indivíduo sadio. A orientação é a ingestão de goles de água durante o dia, já que as pregas vocais funcio nam muito bem quando estão lubri ficadas.

EVITE FUMAR

O hábito pode provocar tumores nas pregas vocais, ocasionados pela fumaça que circula diretamente no órgão.

EVITE FORÇAR A GARGANTA COM GRITOS E SUSSURROS

Tanto gritos, como sussurros são prejudiciais à saúde da voz, ambos provocam atrito que podem acabar provocando lesões, o ideal é manter o tom natural de fala na maior parte do tempo.

As bebidas muito geladas, café muito quente e em excesso, muita exposi ção ao ar-condicionado e mudanças de temperatura também são fatores que prejudicam a voz.

26 EM EVIDÊNCIA | Desde 2009 - No 89 - 2022 @revistaemevidenciaINSCRE VA-S E
O fonoaudiólogo Guilherme Silva destaca que todas as pessoas precisam ter hábitos que visem manter a saúde vocal
SUA SAÚDE
Tatiana Roesler DR. GUILHERME SILVA Fonoaudiólogo, especialista em voz, pós-graduado em Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço aplicada à prática
28 EM EVIDÊNCIA | Desde 2009 - No 89 - 2022 @revistaemevidenciaINSCRE VA-S E
EM EVIDÊNCIA | Desde 2009 - No 89 - 2022 29@revistaemevidenciaINSCRE VA-S E

NOVIDADE NO BANRI

VERSATILIDADE

Comunicar tantas vantagens foi o desafio entregue à Agência Moove. Para isso, a agência apostou na versatilidade da apresentadora Cris Silva, que protagonizou diversos papéis

AVero está com uma novidade que vai ajudar quem trabalha de forma autônoma a vender mais. Agora, a maquininha também pode ser solicitada por pessoas físicas, por meio do APP Banrisul. O pro cesso dura apenas três minutos e a pes soa recebe a maquininha em casa com frete grátis. A partir daí, é só começar a vender com cartão, parcelar as vendas para os clientes e ainda poder receber o dinheiro na conta em até um dia. Comunicar tantas vantagens foi o de

safio entregue à Agência Moove. Para isso, a agência apostou na versatili dade da apresentadora Cris Silva, que protagonizou diversos papéis, repre sentando quatro das principais profis sões com potencial para adquirir uma maquininha Vero: manicure, personal trainer, confeiteira e vendedora. Com seu estilo carismático e informal, Cris ressalta a facilidade de acessar o APP Banrisul para pedir a Vero e logo rece ber para começar a usar nas vendas.

Essa abordagem faz parte do conceito

que está presente em toda a campanha publicitária. Para tangibilizar a simpli cidade do processo de aquisição e os benefícios para quem é autônomo, a Moove destacou a mensagem “Tá com Vero na mão, tá vendendo mais” nas peças da campanha.

A campanha entrou no ar em agosto e utiliza os meios TV, mídia externa e digital, além da internet com uma estratégia diferenciada de alcance do público-alvo em várias plataformas digitais.

30 EM EVIDÊNCIA | Desde 2009 - No 89 - 2022 @revistaemevidenciaINSCRE VA-S E
Moove mostra como Vero pode ser adquirida no APP Banrisul por pessoas físicas Imprensa Moove
BANRISUL
AGÊNCIA MOOVE
EM EVIDÊNCIA NA TV CHICO PINHEYRO/REVISTA EM EVIDÊNCIA “ESTOU ME PREPARANDO PARA ESSE MOMENTO, PARA SER PRESIDENTE DA FAMURS, MAS É UMA ESCOLHA PARTIDÁRIA” Marcelo Maranata, prefeito de Guaíba e vice-presidente da Famurs Entrevista: Lucio Vaz e Voltaire Santos Edição: Patrícia Poitevin CAPA

O empreendedorismo e a geração de empregos sempre fizeram parte da car reira e da vida do Marcelo Maranata, isso se reflete em Guaíba. Quais são as novas oportunidades para o município e como se faz para ter uma cidade des burocratizada?

Nós temos que agradecer muito a toda equipe que trabalha para isso. Quando cheguei na prefeitura, recebi um carrinho de supermercado, cheio de documentos para assinar e, a par tir dali, nós entramos num processo de desburocratização. Hoje não se as sina nada que não seja digital dentro da prefeitura. Isso não só gera eco

nomia, mas também celeridade em todos os processos. Eu introduzi esse olhar de gestor, pois fui presidente da CDL, do Sindilojas e diretor na Fe comércio. Comecei com o presidente Flávio Sabbadini, que foi uma grande escola, me amadurecendo e oportu nizando experiências. Iniciei engra xando sapatos na barbearia do meu pai, quando nós viemos para Guaíba, abrimos uma loja. Formei-me em Di reito e trouxe toda essa experiência para dentro da gestão pública. Não existe uma escola que ensine como ser prefeito, é o dia a dia. Eu concorri duas vezes e com isso conheci mais o município e suas fragilidades. Fui

vice-prefeito e Deus me oportunizou esse momento de ser prefeito, gerar empregos e renda. Nós assinamos o programa Cidade Empreendedora do Sebrae, para capacitar os empreen dedores da nossa cidade e agilizar as compras do setor público. A entidade também levará a educação empreen dedora para dentro das nossas esco las. Queremos ensinar, também, lin guagem de programação, junto com a educação financeira, mas para isso a criança precisa saber ler e escrever com qualidade. Nós temos um grande desafio pós-pandemia, pois tirou as nossas crianças da escola, por mais de dois anos. Precisamos recuperar

UNIDOS PELA COSTA DOCE

Após dirigir a poderosa Acostadoce e assumir a vice-presidência, pela segunda vez, da Famurs, Marcelo agora foca na conquista da presidência da maior entidade municipalista do RS. Na foto, com o amigo Voltaire Santos, Marcelo exibe exemplar que traz na capa o colega e presidente da Famurs, Paulinho Salerno

32 EM EVIDÊNCIA | Desde 2009 - No 89 - 2022 @revistaemevidenciaINSCRE VA-S E
EM
EVIDÊNCIA
NA TV CAPA CHICO PINHEYRO/REVISTA EM EVIDÊNCIA

o tempo perdido. Eu conversei com o secretário de Educação de Salvador, Marcelo Oliveira, e com a Ana Paula Matos, que é vice-prefeita de Salva dor. É a primeira cidade do Brasil que está colocando linguagem de pro gramação nas escolas do município. Nós podemos trazer essa experiência não só para Guaíba, mas dividir tam bém com os outros prefeitos do Rio Grande do Sul. A Famurs, onde eu sou vice-presidente, junto com o nosso querido prefeito de Restinga Sêca, Paulinho Salerno, está trazendo a inovação para dentro das prefeituras.

Durante a missão na Europa da Fa murs, nós conhecemos a Academia do Código, que é uma startup que forma crianças e adolescentes. O senhor de seja colocar esse sistema educacional em Guaíba?

Sim. Hoje, no Brasil, quem está intro duzindo essa tecnologia e todo esse sistema é a Tech for Kids. Segundo o

prefeito, Paulinho Salerno, eles estão vindo ao Rio Grande do Sul. Eu tive a oportunidade de conversar com o gestor que está implantando e já fez todos os testes pedagógicos, para ver como que o projeto se adapta ao sistema brasileiro. Fiquei encantado realmente, com o que se está oportu nizando. Queremos colocar lingua gem de programação para as nossas crianças e, também, para quem está entrando no mercado de trabalho, que é o caso dos adolescentes. Quem está no mercado de trabalho, precisa se requalificar como profissional. O programa faz uma triagem e identi fica quem são as pessoas que têm o perfil de ser um programador e em 14 semanas ininterruptas, o indivíduo sai formado para ingressar no merca do de trabalho.

O senhor faz um grande trabalho em Guaíba, com um estilo mais próximo do cidadão. Como funciona e qual o efeito que isso tem para os cidadãos, ao ver

um líder que não está acima e sim ao lado da sua população?

Quando eu almoço num restaurante popular, sento-me ao lado da pes soa para conversar, tento entender o problema e quero ajudar a encontrar trabalho. Houve uma ocasião, em que eu levantei cedo e peguei o ôni bus na frente da prefeitura. Fui até Pedras Brancas, que é o bairro mais distante que nós temos. No ôni bus, uma senhora me disse: “O se nhor tinha que estar aqui ontem, às 17h45min, quando o ônibus estava lotado”. Eu percebi a dificuldade que ela estava enfrentando como usuária do sistema. Naquele mesmo dia, li guei para a empresa e corrigi aquele problema. Então, é importante estar perto da comunidade e conversar com as pessoas. Quando alguém me para na rua, eu escuto e vejo onde precisa melhorar. Na política, às ve zes, nós ficamos cercados dentro de uma bolha, onde uma grande quanti

EM EVIDÊNCIA | Desde 2009 - No 89 - 2022 33@revistaemevidenciaINSCRE VA-S E
Nós assinamos o programa Cidade Empreendedora do Sebrae, para capacitar os empreendedores da nossa cidade e agilizar as compras do setor público
CHICO PINHEYRO/REVISTA EM EVIDÊNCIA

dade de pessoas querem que dê cer to e não te falam, justamente aquilo que o prefeito precisa ouvir. Nós, prefeitos, somos contratados todos os dias pela população para resol ver problemas, essa é a nossa mis são. Como você vai fazer isso se está longe, encastelado, sentado numa cadeira e não caminha por onde tem que fazer o asfalto, o lugar em que a água tem que chegar e onde ainda precisa ter qualidade no transporte

público. Eu queria ver qual o posto de saúde que tinha o pessoal mais humano, para colocarmos toda a nossa força e energia. A nossa uni dade da Estratégia de Saúde da Fa mília (ESF), em Nova Guaíba, virou o nosso "posto modelo". Nós vamos replicar isso em todo o nosso muni cípio. Andar com a comunidade e es tar presente no dia a dia, nos opor tuniza refazer alguns planejamentos para atender a necessidade de cada

comunidade, que é diferente uma da outra. Nós estamos oportunizando, também, uma regularização fundi ária, são mais de 1.500 famílias que receberão a escritura do seu imóvel.

Para entender o que as pessoas pre cisam, você tem que estar perto da comunidade, precisa sair da cadeira, andar na rua, colocar tênis, pegar a bicicleta e ir para dentro do bairro.

Por que a Metade Sul e a Costa Doce,

34 EM EVIDÊNCIA | Desde 2009 - No 89 - 2022 @revistaemevidenciaINSCRE VA-S E EM EVIDÊNCIA NA TV CAPA
CHICO PINHEYRO/REVISTA EM EVIDÊNCIA
Na política, às vezes, nós ficamos cercados dentro de uma bolha, onde uma grande quantidade de pessoas querem que dê certo e não te falam, justamente aquilo que o prefeito precisa ouvir. Nós, prefeitos, somos contratados todos os dias pela população para resolver problemas, essa é a nossa missão

ainda sofrem com a geração de empre gos? O que precisa ser feito?

Desburocratizar, apresentar, abrir as portas e fazer a renovação na políti ca, são caminhos que nós precisamos perseguir incessantemente. Existem entidades com muita expertise, que podem nos ajudar muito. Os sistemas, como da Fecomércio e da FIERGS, po dem participar deste processo. Nós precisamos de política empresarial, conseguir o apoio dessas instituições, ter na Assembleia Legislativa e na Câmara de Deputados representantes que olhem para a nossa região. Nosso objetivo, em Guaíba, é possibilitar a abertura de empresas em apenas dez minutos. O empreendedor chega na prefeitura e em pouco tempo leva o seu alvará, que é um QR Code. Só na CMPC, já são 7.500 empregos em 26 dias. Nós temos agora a Aeromot, que está precisando das licenças no Bra sil. Eles já têm 36 aeronaves vendidas e entregam a primeira 100% fabrica da no município de Guaíba, em 2025. A Aeromot possui uma parceria com a Diamond, que é de um grupo chi nês, uma das 250 maiores empresas mais ricas da China, pois fatura 107 bilhões de dólares por ano. Eles de têm 25% do setor da aviação mundial e querem entrar no Brasil como a primeira empresa privada fabricando aeronaves aqui. Hoje, só quem fabri ca no país é a Embraer. O projeto da Diamond vai gerar em torno de 1.500 empregos diretos. É uma empresa que inclusive fabrica aeronaves de alta performance, para as Forças Ar madas. Querem iniciar no país fabri cando a aeronave DA62, um bimotor, que funciona com querosene. Eles escolheram o estado não só pela lo gística, mas também pela qualidade dos nossos profissionais. Nós vamos ter uma pista de pouso, que atende rá também a aviação comercial, com 1,8 quilômetro, dentro da antiga área que tinha sido destinada para a mon tadora da Ford. Ao lado, nós temos o Centro de Distribuição da Toyota e outros empreendimentos. Perto des sa área, vamos ter também uma gran de loja, que levará o seu Centro de

Distribuição, Centro Administrativo e um outlet. Ela ficará logo na entra da de Guaíba. Nós conseguimos fa zer todas as licenças para que a Stok Center montasse um grande empre endimento, ao lado da loja da Havan. A cidade toma uma nova proporção, com mais de 24 empreendimentos aprovados, são mais de 30 mil novas moradias em Guaíba. Queremos que os empreendimentos que já acumu laram no Leste do estado, possam enxergar agora a Metade Sul como a “bola da vez”. É uma região extre mamente empreendedora, com uma comunidade muito trabalhadora. O agronegócio é forte, plantamos arroz, soja, milho e batata-doce. Também teremos um empreendimento que produzirá, a partir da batata-doce, o etanol. Nossa região é uma pérola que precisa ser aproveitada no Rio Grande do Sul.

Na última edição da Revista Em Evi dência saiu uma matéria com a sua esposa, Deise Maranata. Como ela te ajuda na missão de gerir uma cidade como Guaíba?

Ela é extremamente envolvida e tra balha muito, assumiu a Coordenado ria das Primeiras-damas da Região Metropolitana, levando para dentro da Granpal. Deise abriu o gabine te da primeira-dama, em Guaíba, e atende a comunidade ao meu lado. A primeira-dama criou a Coordena doria da Mulher e uma loja, que é a Casa Solidária, onde as pessoas po dem levar roupas e alimentos. É essa experiência que ela está conseguindo trocar com as primeiras-damas da Região Metropolitana, estimulando a todas a terem o seu próprio gabinete também, envolvendo-se com o traba lho social, ajudando as pessoas a re solverem os seus problemas, gerando emprego e renda. Ela sempre esteve ao meu lado na gestão da loja, não só cuidando da família, pois é mãe e advogada, mas também do escritório em Camaquã e Guaíba. Eu sou apai xonado por ela. Os prefeitos e vere adores sabem como é importante ter do nosso lado alguém que saiba das

nossas dificuldades e enfrentamen tos, lutando junto conosco diaria mente. Um beijo enorme para a Deise Maranata, a minha esposa.

No ano que vem, o PDT terá direito à indicação da presidência na Famurs. O senhor está preparado para esse tra balho de conduzir os 497 prefeitos na luta municipalista?

Sem dúvida, o PDT tem dentro do seu quadro excelentes prefeitos, gente muito experiente. Antes de me colo car à disposição do meu partido, eu fui conversar com a nossa presidên cia, o presidente Ciro Simoni, tive a oportunidade de falar também com o nosso prefeito João Luiz Vargas, que foi presidente do Tribunal de Contas. Se ele decidisse que ia concorrer teria o meu apoio, a mesma coisa fiz com o prefeito Ernani Gonçalves, de El dorado do Sul. Já fui vice-presidente do Bonotto, agora do Paulinho. Estou me preparando para esse momento, para ser presidente da Famurs, mas é uma escolha partidária. Precisa mos seguir com as bandeiras, que o PDT defende, que é uma educação de qualidade nas nossas escolas e a ge ração de empregos. Nós devemos ter a união entre todos os prefeitos e a Famurs faz isso muito bem. No ano que vem, vou me sentir muito hon rado com essa missão e quero contri buir estando perto de cada prefeito, indo no interior, visitando a todos, de diferentes partidos.

Quais são as suas considerações finais?

Agradeço e peço que Deus abençoe cada família, de cada gaúcho e gaú cha. Que Ele abençoe a sua casa. Cada um é prefeito ou prefeita den tro de seu lar. Nós precisamos cuidar dele, fazer a gestão financeira e amar onde nós vivemos. Não tem sucesso no mundo, que recompense o fracas so na família, portanto se envolvam, digam que amam, abracem os filhos, cuidem da família, amem a sua es posa, a sua casa, a sua família, o seu bairro. Nós precisamos viver bem, em comunidade, amando as pessoas.

EM EVIDÊNCIA | Desde 2009 - No 89 - 2022 35@revistaemevidenciaINSCRE VA-S E

VISÃO SISTÊMICA, HABILIDADE PRIMORDIAL NA COMUNICAÇÃO POLÍTICA

36 EM EVIDÊNCIA | Desde 2009 - No 89 - 2022 @revistaemevidenciaINSCRE
VA-S E MAICON BOCK Jornalista, assessor especial de gabinete da prefeita de Novo Hamburgo, Fátima Daudt
OPINIÃO

No caso de um político que está em exercício de mandato, é preciso avaliar como determinado movimento vai repercutir junto à população – aqui inclui-se eleitores ou comunidade em geral. A consequência imediata ou futura no meio político também precisa estar no horizonte da avaliação, considerando aliados e opositores

visão sistêmica é a capaci dade de enxergar o contexto geral de determinada situ ação e vislumbrar possíveis cenários, variáveis e repercussões. Sem dúvida, essa é uma das habili dades mais relevantes para os jor nalistas que atuam na comunicação política – e em todas as áreas profis sionais, é verdade.

Após 15 anos de atuação em jornais impressos e sites de notícias, além da participação even tual em programas de entrevistas em TV e rádio, migrei para a comunicação política há quase três anos. E, nesse novo contexto profissional, a visão sistêmica é um pré-requisito para quase todas as tarefas do dia a dia.

Não há como divulgar qualquer ini ciativa, decisão ou opinião do asses sorado sem levar em conta possíveis desdobramentos. Todos buscamos espaços espontâneos nas mídias tra dicionais, além de conquistar visibi lidade e engajamento nas redes so ciais, mas o possível impacto precisa ser antevisto.

No caso de um político que está em exercício de mandato, é preciso ava liar como determinado movimento vai repercutir junto à população – aqui inclui-se eleitores ou comunidade em geral. A consequência imediata ou fu tura no meio político também precisa estar no horizonte da avaliação, con

A “siderando aliados e opositores.

Além do impacto imediato, é preci so vislumbrar possível repercussão futura. E aí está um ponto extrema mente relevante: analisar essa vari ável dentro de um planejamento. Lá na frente, qual é a meta? No caso do político, onde ele pretende estar da qui a alguns anos?

Ter um planejamento de possíveis caminhos ajuda, hoje, a tomar deci sões e a agir de forma mais estratégi ca e objetiva.

No caso do jornalista, dominar as técnicas da profissão e ser bem re lacionado com fontes e formadores de opinião serão sempre habilidades indispensáveis. Mas quando falamos em comunicação política, não tenho dúvidas de que a visão sistêmica é um diferencial no mercado. Essa habili dade é central no trabalho de cuidar da imagem e da reputação de gesto res públicos, políticos e instituições. Anos de experiência, bom relacio namento interpessoal e muita leitu ra de fontes variadas de informação ajudam a construir essa competência.

EM EVIDÊNCIA | Desde 2009 - No 89 - 2022 37@revistaemevidenciaINSCRE VA-S E
A visão sistêmica é a capacidade de enxergar o contexto geral de determinada situação e vislumbrar possíveis cenários, variáveis e repercussões maiconbock2@gmail.com

O MDB SEMPRE ME INSPIROU

38 EM EVIDÊNCIA | Desde 2009 - No 89 - 2022 @revistaemevidenciaINSCRE VA-S E
FÁTIMA DAUDT Prefeita de Novo Hamburgo
OPINIÃO
MAICON BOCK

Enorme e diversificado, o MDB é do tamanho do Brasil. Todas as origens, posições e características do nosso povo estão representadas em suas fileiras. Se há um partido neste país que pode falar com propriedade para todos os brasileiros, este é o MDB

Vivi um dos dias mais marcan tes da minha vida, quando, na sede do Diretório Estadual do MDB, em Porto Alegre, ao lado de várias lideranças importantes da nossa política, como o ex-senador Pedro Simon, assinei ficha para ingres sar no histórico Movimento Democráti co Brasileiro.

O MDB sempre me inspirou como par tido político, pelos seus ideais de justi ça e liberdade, pela defesa permanente da democracia e pelo protagonismo nas grandes lutas nacionais, como a redemocratização, a Lei da Anistia e as Diretas Já, que culminou com a possi bilidade de os brasileiros escolherem livremente seus governantes.

Atualmente, vivemos um momento mui to conturbado do país, de muita polariza ção na política nacional. Como partido, precisamos contribuir ativamente para a união da sociedade brasileira depois das eleições deste ano. Não podemos manter esse clima de discórdia, agressões e pola rização permanentemente, como se fôs semos de um grupo ou de outro.

O que vemos hoje nas ruas é o resultado de uma desorganização político-par tidária e, por consequência, um anseio imenso do cidadão em acreditar em algo ou alguém. Assim, vemos o que vemos nas votações do Congresso Nacional porque os partidos estão enfraquecidos. O cidadão está votando em pessoas sem se importar com o partido político delas, porque para ele a sigla passou a ser in significante. E, enquanto a legenda for insignificante, o agente político votará da forma que lhe convier. Muitas vezes, votará a favor ou contra projetos de uma forma totalmente desconectada do seu partido, navegando entre um eleitorado e outro de acordo com as conveniências do momento.

Partido tem ideário, sim! E é com base no seu ideário que seus representantes políticos devem construir suas plata formas eleitorais e se apresentarem aos cidadãos.

Enorme e diversificado, o MDB é

do tamanho do Brasil. Todas as origens, posições e características do nosso povo estão representadas em suas fileiras. Se há um partido neste país que pode falar com propriedade para todos os brasilei ros, este é o MDB. Entendo, porém, que nenhum partido é perfeito porque eles são feitos de pessoas, que não são per feitas. O mais importante é a disposição de acertar, reconhecer erros, corrigi-los e seguir em frente.

Chego ao MDB com a força da mulher gaúcha para participar das boas lutas. Na política, entendo que, quando a mulher não ocupa seu lugar, ninguém o ocupa. Para ilustrar isso, eu gosto de repetir uma frase da ex-presidente chilena Michelle Bachelet: "Quando uma mulher entra para a política, muda a mulher. Quando muitas entram, muda a política." Nada mais preciso. Nós, mulheres, não somos melhores nem piores do que os homens. Somos apenas diferentes. Temos nos sa própria visão de mundo. Com nossas vivências, experiências e qualificação, temos todo o potencial para contribuir com nossas famílias, empresas, municí pios, Estado e país.

Na política, sei do meu papel de in centivadora e inspiradora de outras mulheres, seja pelo trabalho como prefeita quanto pelo exemplo da mi nha conduta pessoal. Entre inúmeros reconhecimentos nacionais e inter nacionais que recebi, posso destacar que fui incluída, em 2021, na lista das 50 líderes globais em governança ágil e disruptiva, do Fórum Econômico Mundial e Apolitical. Distinções como essa ampliam minha responsabilida de, mas também me motivam a traba lhar ainda mais.

Eu ingresso no MDB com muita dispo sição, coragem, lealdade e vontade de contribuir e trabalhar para melhorar o partido e a vida das pessoas. Fazer po lítica é isso: melhorar a vida das pesso as, transformando realidades. Entendo que o MDB tem passado e uma história marcante, mas, principalmente, um lin do futuro.

EM EVIDÊNCIA | Desde 2009 - No 89 - 2022 39@revistaemevidenciaINSCRE VA-S E
gabineteprefeita@novohamburgo.rs.gov.br

LGPD: COMO A LEI DE PROTEÇÃO DE DADOS PODE AFETAR AS EMPRESAS?

40 EM EVIDÊNCIA | Desde 2009 - No 89 - 2022 @revistaemevidenciaINSCRE VA-S E
CAROLINA PAAZ
Mestre em Direito pela UCS, sócia fundadora da
Irion Advogados Associados
OPINIÃO
CHICO PINHEYRO/REVISTA
EM
EVIDÊNCIA
SEU DIREITO

OCentro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação, do NIC.br (Cetic.br|NIC.br), res ponsável pela produção de indicadores e estatísticas sobre a disponibilidade e o uso da Internet no Brasil, divulgou uma pesquisa na qual se constatou que no Brasil, 42% dos usuários de Internet de 16 anos ou mais, relataram ficar “mui to preocupados” e outros 25% afirma ram ficar “preocupados” com a captura e o tratamento de seus dados pessoais durante compras em websites e com aplicativos. Essa informação integra a publicação “Privacidade e proteção de dados pessoais: perspectivas de indiví duos, empresas e organizações públicas no Brasil”, lançada durante o 13º Semi nário de Proteção à Privacidade e aos Dados Pessoais. (https://bit.ly/3RJp8sB)

Os resultados indicam que os usuários de Internet têm percepção de risco no ambiente digital e preocupações com o tratamento de seus dados em outras atividades online e que a preocupação dos usuários quanto ao fornecimento de dados considerados sensíveis pela Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), é muito elevada.

A preocupação tem razão de ser, haja vista que embora a Lei Geral de Pro teção de Dados Pessoais (LGPD), ( n° 13.709/2018), tenha entrado em vigor em 18 de setembro de 2020, percebe-se que muitas empresas ain da não estão ajustadas às novas exi gências, mesmo cientes de possíveis punições, que variam de aplicação de multa simples de até 2% do fa turamento da empresa, limitada ao teto de R$ 50 milhões por infração; ou multa diária, também limitada ao teto de R$ 50 milhões.

Um caso de bastante repercussão en volve o vazamento de dados de uma empresa financeira brasileira, onde por meio de uma ação civil pública, propos ta pelo Ministério Público do Estado em que a empresa está estabelecida, a mes ma foi condenada a pagar R$ 500 mil re ais, por dano moral coletivo, e R$ 1 mil reais por danos materiais e morais aos consumidores, individualmente consi derados, devido a um vazamento de dados que deixou expostos, por pelo menos três meses, as informa ções dos clientes da Financeira.

No entanto, não são apenas os dados de clientes e terceiros que são protegidos pela LGPD, também os dados dos cola boradores têm pro teção da lei. A LGPD estabelece um tipo de dado pessoal que requer um cuidado maior no seu trata mento devido ao risco de ser utilizado de forma discriminatória: dado pes soal sensível. A lei define como dado pessoal sensível uma informação re lacionada a uma pessoa física, identi ficada ou identificável, que trate sobre sua origem racial ou étnica, convicção religiosa, opinião política, filiação a sindicato ou a organização de caráter religioso, filosófico ou político. Além disso, incluem-se também dados que sejam referentes à saúde ou à vida se xual e dados genéticos ou biométricos. (https://bit.ly/3T9eGfb)

Como sabemos, no Brasil a maioria das empresas não atuam preventiva

mente, e certamente irão acabar se adequando a LGPD, muito provavel mente depois de receberem as pesa das multas previstas na lei. É neces sário frisar que a lei veio para ficar e tem como objetivo fortalecer os direi tos fundamentais dos cidadãos e mo dernizar o mercado de acordo com os mais altos padrões internacionais de segurança de dados.

A LGPD, é uma necessidade, suas obri gações e implicações podem compro meter os resultados das empresas, mas há um outro fator de importante rele vância que irá posicionar as empresas ou o poder público em um patamar de grande diferencial competitivo, de qua lidade e segurança na prestação do ser viço ao cidadão.

Implementar o LGPD é uma tarefa complexa, é necessário aliar tecnolo gia, diagnóstico e ferramentas de TI, em uma ação conjunta e supervisio nada por uma assessoria jurídica ex periente na análise multidisciplinar dos impactos e riscos a que as empre sas e entes públicos estão expostos.

EM EVIDÊNCIA | Desde 2009 - No 89 - 2022 41@revistaemevidenciaINSCRE VA-S E
É necessário frisar que a lei veio para ficar e tem como objetivo fortalecer os direitos fundamentais dos cidadãos e modernizar o mercado de acordo com os mais altos padrões internacionais de segurança de dados

GRAVATAÍ INCENTIVA REGULARIZAÇÃO DOS CHAMADOS CONTRATOS DE GAVETA

Negociações fechadas até dezembro de 2016 têm desconto de 50% no ITBI, até o limite de R$ 450 mil Luiz Fernando Aquino

Com o objetivo de oferecer oportunidade de regulariza ção de transações imobiliá rias antigas (até dezembro de 2016) – os chamados contratos de gaveta –, a Prefeitura de Gravataí, por meio da Secretaria Municipal da Fazenda, Planejamento e Orçamento (SMFPO), está oferecendo desconto de 50% na alíquota do Imposto de Trans missão de Bens Imóveis (ITBI), dentro do limite de R$ 450 mil, até 31 de de zembro deste ano. Em vez de 3%, será cobrado 1,5% sobre o valor do imóvel.

Conforme a Secretaria da Fazenda, o imóvel com estimativa fiscal superior ao previsto será tributado até esse li mite com a alíquota reduzida (1,5%) e, sobre a faixa de valor excedente, aplicam-se as alíquotas previstas em lei, ou seja, 3%. O ITBI é um tributo que deve ser pago pelo comprador na aquisição de um imóvel, de compe tência do município onde o imóvel se localiza. Em Gravataí, o imposto deve ser pago antes da transmissão no car tório competente (transmissão por escritura pública ou da transcrição no Cartório de Registro de Imóveis).

“Ao oportunizar o pagamento do ITBI com desconto de até 50% para tran sações até R$ 450 mil, o município oferece ao contribuinte uma chance dupla de ao tempo em que regulariza seus ‘contratos de gaveta’, ganha um desconto importante no custo do tri buto”, observa o secretário da Fazen da Davi Severgnini.

42 EM EVIDÊNCIA | Desde 2009 - No 89 - 2022 @revistaemevidenciaINSCRE VA-S E
GRAVATAÍ

OPORTUNIDADE

“Ao oportunizar o pagamento do ITBI com desconto de até 50% para transações até R$ 450 mil, o município oferece ao contribuinte uma chance dupla de ao tempo em que regulariza seus ‘contratos de gaveta’, ganha um desconto importante no custo do tributo”, observa o secretário da Fazenda Davi Severgnini

SAIBA MAIS:

• O contribuinte deverá apresentar os documentos comprobatórios especificados na Lei Complementar no 06/2022;

• Após a solicitação da guia de ITBI, deverá ser aberto pelo contribuinte ou seu representante legal, o expediente administrativo, instruído com a seguinte documentação:

– Preencher o questionário de abertura, informando, obrigatoriamente, o no da guia de ITBI;

– Matrícula atualizada do imóvel, com no máximo 90 (noventa) dias de emissão;

– Contrato de promessa de compra e venda, instrumento público ou particular;

– Demais documentos previstos na Lei;

– O processo administrativo deve ser aberto por meio do QR Code.

A medida prevê a promoção da regu larização das transações de imóveis em Gravataí, visando a garantir a for malização do direito à propriedade; reduzir a desatualização do registro dos imóveis no município e fazer a regularização cadastral dos imóveis para lançamento e cobrança admi nistrativa e judicial do IPTU, além de incrementar a arrecadação sem renúncia de receita. “Ganha o muni cípio, com a regularização e a correta identificação do proprietário, e ganha o contribuinte, pois, além do descon to no valor, passa a ser dono no papel, afinal, como diz o adágio: "quem não registra, não é dono".

EM EVIDÊNCIA | Desde 2009 - No 89 - 2022 43@revistaemevidenciaINSCRE VA-S E
CHICO PINHEYRO/REVISTA EM EVIDÊNCIA

RECURSO DE MAIS DE R$ 700 MIL BENEFICIARÁ

100 PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

Parceria entre a prefeitura de Gravataí e o Conselho Municipal dos Direitos das Pessoas com Deficiência de Gravataí promove cursos profissionalizantes

OConselho Municipal dos Direitos das Pessoas com Deficiência de Gravataí, com o apoio da Prefeitura de Gravataí, por meio da Assessoria de Políticas Públicas para Pessoas com Deficiência (APPPD), promo verá qualificações profissionais para pessoas com deficiência de Gravataí. Para inscrever-se, o candidato deve ter mais de 14 anos e preencher o formulário que está disponível no QR Code, no final desta matéria. Após a inscrição, todos serão contatados para análise. Além do cadastro on -line, os interessados também podem fazer a inscrição nos Centros de Refe rência e Assistência Social (CRAS), na APPPD e nas instituições participan tes, como Associação de Pais e Ami gos dos Excepcionais (Apae), Centro Ocupacional dos Familiares, Amigos e Deficientes Mentais de Gravataí/RS (Cofameg), Associação das Pessoas com Deficiência Visual e Amigos de Gravataí (ADVA), Associação Down Chute no Preconceito e Associação Camaleão Azul.

Com o recurso de mais de R$ 700 mil, capitaneado pela APPPD junto ao Ministério Público, cem pessoas com deficiência serão bene ficiadas com as profissiona lizações nas áreas de auxiliar de produção e auxiliar admi nistrativo. Além da capaci tação, os participantes re ceberão uma bolsa, por mês,

PARCERIA DE SUCESSO

Com o recurso de mais de R$ 700 mil, capitaneado pela APPPD junto ao Ministério Público, 100 pessoas com deficiência serão beneficiadas com as profissionalizações nas áreas de auxiliar de produção e auxiliar administrativo

durante o período de aulas.

O projeto, que é uma iniciativa do CMDPD, conta com a parceria das insti tuições membros do colegiado. De acor do com a APPPD, para os surdos e para as pessoas com deficiência física e visual os cursos serão lecionados pelo Serviço Na cional de Aprendizagem Co mercial (Senac), sendo divi didas as turmas em 30 alunos com deficiência visual e física.

Já para os 40 alunos com deficiência intelectual, as aulas serão na Apae, com coordenação e gerenciamento da instituição. “O nosso município tem um compromisso com a inclusão e a oferta deste curso é mais uma for ma de incluir as pessoas com defici ência, desta vez no mercado de traba lho”, destacou a secretária municipal de Governança e Comunicação Social substituta, Patricia Lisboa.

Mais informações pelo 51 3600-7059

44 EM EVIDÊNCIA | Desde 2009 - No 89 - 2022 @revistaemevidenciaINSCRE VA-S E
GRAVATAÍ
CAROLINE BARCELOS | EDIÇÃO: TIEMI SÁ

SEBASTIÃO MELO, CIDADÃO DE PORTO ALEGRE

Confira algumas imagens da cerimônia que homenageou o prefeito da Capital na Câmara de Vereadores

Jennifer Nunes

PREFEITO
SEBASTIÃO MELO RECEBE O
TÍTULO
DE
CIDADÃO
DE
PORTO ALEGRE
Em solenidade emocionante na Câmara Municipal de Vereadores, prefeito nos 250 anos de Porto Alegre, posa com a edição 85 da Revista Em Evidência
FOTOS: CHICO PINHEYRO/REVISTA EM EVIDÊNCIA
FLASH

JOÃO ARTHUR

O filho mais jovem do prefeito de Porto Alegre não escondia o orgulho do pai durante a cerimônia em que Sebastião Melo recebeu o título de Cidadão de Porto Alegre

GIL SOARES DE ALMEIDA

O advogado, ex-presidente da Famurs e da CNM, presente ao evento. Atualmente Gil trabalha como coordenador do Gabinete do Prefeito de Porto Alegre

KALIL SEHBE

O amigo pessoal e diretor financeiro do Badesul, presente no evento

ARMANDO DOMINGUES

Presidente da APMPA também foi prestigiar o prefeito Sebastião Melo. Em tempo: Domingues assinou o editorial 85 da Revista Em Evidência

FLASH
FOTOS: CHICO PINHEYRO/REVISTA EM EVIDÊNCIA

VEREADOR NOS 250 ANOS DE PORTO ALEGRE

Melo, filho do prefeito Sebastião Melo, durante a homenagem ao prefeito nos 250 anos de Porto Alegre

GOVERNADOR SARTORI O ex-governador do estado, abrilhantando a homenagem a Sebastião Melo
Pablo

ENTRE AMIGOS I

ENTRE AMIGOS II

DUPLA DINÂMICA

FLASH
FOTOS: CHICO PINHEYRO/REVISTA EM EVIDÊNCIA PATRICIA MOURA A empresária prestigia a homenagem ao amigo e prefeito da capital A coordenadora do projeto Despertando Mulheres, Andreia Fioravante, com o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo e a primeira-dama da capital, Valéria Leopoldino A primeira-dama Valéria Leopoldino e o proprietário do 360 Poa Gastrobar, Edemir Simonetti Andreia Fioravante e o procurador do município de Porto Alegre, Dr. Roberto Rocha

RANOLFO VIEIRA JR.

CAPA GUERREIRO
Governador do Rio Grande do Sul
Lucio
Vaz

Desde 1989, acompanho aten tamente a vida política no nosso estado. De lá para cá, não conheci um vice-gover nador que fosse mais atuante e im prescindível para um governo do que Ranolfo Vieira Jr. Porém o que mais se destaca em sua participação extre mamente ativa é a forma com que ele faz isso. Ranolfo é um “gentleman” que está aniquilando o crime organi zado, no Rio Grande do Sul. Sem dis cutir com adversários publicamente, sem querer ofuscar ninguém dentro da própria sigla, sem sublinhar as pa lavras de efeito com gestos teatrais, como fazem muitos dos atuais políti cos, Ranolfo chega ao mais alto pos to da política rio-grandense de uma

forma “quase sem querer” e, mesmo assim, desempenhando um trabalho extremamente atuante, prestigiando prefeitos e lideranças independente da sigla, e tudo isso, em pleno ano eleitoral.

Quando da renúncia do governador Eduardo Leite, Ranolfo Vieira Jú nior tornou-se o 40º governador, no dia 31 de março de 2022, função esta que exercerá até o final deste ano. Na ocasião, os principais líderes políticos apressaram-se para dar testemunho a respeito da competência e da ca pacidade do atual governador: o ex -governador Eduardo Leite, que nunca escondeu a enorme gratidão que tem pelo colega afirmou "Ranolfo Vieira Jr. conhece o governo, conhece o estado".

INAUGURAÇÃO DA PRIMEIRA DELEGACIA CONTRA INTOLERÂNCIA

50 EM EVIDÊNCIA | Desde 2009 - No 89 - 2022 @revistaemevidenciaINSCRE VA-S E
CAPA
Combater o crime e a violência de forma técnica e irrestrita foram as premissas que nortearam a gestão de Ranolfo, na SSP/RS. Tal postura se demonstrou assertiva com a redução de todos os índices de criminalidade no RS RICARDO MANSUR

RANOLFO VIEIRA JR. TOMA POSSE COMO GOVERNADOR NA ALRS

Com pouquíssimas palavras e muitas ações, esse cidadão de Esteio foi muito além do que se esperava dele, superando todas as expectativas, por onde tenha passado. Foi seu exemplo de conduta irrepreensível e sentido de justiça que proporcionaram tamanhas conquistas e que ficarão gravadas nas mentes daqueles que o conheceram de perto

Está por dentro dos projetos, parti cipou de cada passo. É um grande nome para dar continuidade a este projeto e é o nome que eu defendo", já o presidente da Assembleia Legis lativa, Valdeci Oliveira, também não poupou elogios: "Tenho uma relação de respeito, de diálogo fraterno e de parceria com ele, desde os tempos em que comandou a Polícia Civil gaúcha. Conhecendo o Ranolfo como eu co nheço, tenho certeza que não faltará

empenho e dedicação nessa tarefa", disse Valdeci.

UM ESPÍRITO ALTRUÍSTA

Assim como na vida, a política está baseada firmemente em relações bi laterais. Para que haja sucesso nesta equação, se faz necessário a identi ficação de um projeto que priorize o bem público e a construção coletiva e sincronizada na execução deste, de forma que o produto final beneficie o

povo e os idealizadores colham os re sultados em forma de reconhecimen to que virá, naturalmente, nas urnas.

Porém, se o agente público estiver pondo na balança mais peso eleito reiro do que técnico, o desastre será iminente. Infelizmente, por mais ób vio que isso pareça, tal pecado capital tem sido cada vez mais recorrente em nossa fragilizada democracia.

O que faz de nosso atual governador uma peça distinta neste jogo, são suas escolhas de vida. Há 36 anos dedica-se à vida pública: advogado, delegado, professor e, por fim, polí tico. Como todos que escolheram a segurança como forma de sobrevi vência, Ranolfo traz em seu âmago o caráter altruísta e heróico de alguém que está disposto a dar a vida em prol da segurança de um desconhecido.

SEGURANÇA É VIDA

Não se engane, segurança é vida! Cada vez mais, esta área está no topo das preocupações de uma so ciedade que colhe injustamente os frutos da desigualdade social. Sem o desenvolvimento de um estado apa relhado apropriado para o combate ao crime e à violência não haverá como progredirmos como nação em qualquer uma das outras áreas de governo. Existe uma guerra real nas ruas do Rio Grande do Sul, um crime extremamente organizado, recru tando, homens, mulheres, jovens e crianças. Esta guerra vai muito além de manchetes de jornais e estatísti cas policiais, infelizmente, a maio ria de nós só percebe tal realidade, quando cruelmente ela bate à nossa porta.

A CARREIRA NA POLÍCIA CIVIL

Em 1998, Ranolfo iniciou a sua car reira de delegado em Rio Grande, que na época tinha o maior índice de criminalidade entre as delegacias disponíveis no estado do Rio Gran de do Sul. Posteriormente, de forma brilhante e incisiva, dirigiu o Depar tamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), durante seis anos.

EM EVIDÊNCIA | Desde 2009 - No 89 - 2022 51@revistaemevidenciaINSCRE VA-S E
GUERREIRO

EXEMPLO

A redução em todos os índices na criminalidade do estado, bem como atingir reduções inéditas em diversos destes, são os resultados mensuráveis daquilo que Ranolfo proporcionou à sociedade gaúcha. O que não entra diretamente nas estatísticas são as milhares de vidas que foram salvas, as famílias que não perderam entes queridos e até o sentimento de justiça proporcionado àqueles que sofreram algum tipo de agressão, porém não tardaram em ser compensados pela eficiência de nossa Polícia Civil

52 EM EVIDÊNCIA | Desde 2009 - No 89 - 2022 @revistaemevidenciaINSCRE VA-S E CAPA
RICARDO MANSUR

Entre 2011 e 2014, foi chefe da Po lícia Civil do Rio Grande do Sul. No período em que liderou a entidade, criou mais uma ferramenta para o enfrentamento do crime no estado. Ele implementou o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que tem como objetivo prin cipal: orientar, coordenar, supervi sionar e operacionalizar as atividades referentes à polícia judiciária e às in vestigações dos crimes dolosos con tra a vida e pessoas desaparecidas, especialmente na apuração daque les que demandem investigação de maior complexidade, praticados em vários municípios ou relacionados com outros estados, além da apura ção dos delitos de trânsito e infrações correlatas. O Departamento foi insti tuído pelo Decreto nº 51.037, no dia 17 de dezembro de 2013, que definiu e estabeleceu a estrutura e a organi zação do DHPP, no âmbito da Polícia Civil. Ele foi concebido, alguns meses antes, com a Lei nº 14.273, de 22 de julho de 2013. Tais feitos fazem com que sua imagem transcenda o setor para começar a disputa por seu nome nas fileiras da política.

REFERÊNCIA NACIONAL , INEDITISMO EM CANOAS E A CHEGADA AO PIRATINI

Ao mesmo tempo em que desempe nhava a chefia de Polícia, Ranolfo pre sidiu o Conselho Nacional de Chefes de Polícia Civil (CONCPC), uma en tidade que é composta por chefes de Polícia e delegados-gerais das Policia Civis de todos os estados brasileiros e o Distrito Federal. O CONCPC tra ta de temas referentes à atuação das Polícias Civis, visando o intercâmbio de práticas e experiências para qua lificar a investigação criminal. Além disso, o CONCPC coordena operações nacionais para combater os mais di versos crimes em que a atribuição para investigação é das Polícias Civis dos estados e do Distrito Federal.

Entre 2017 e 2018, esteve à frente da Secretaria da Segurança Pública e Ci dadania de Canoas. Quando ocupou a pasta, implementou a Guarda Mu

EM EVIDÊNCIA | Desde 2009 - No 89 - 2022 53@revistaemevidenciaINSCRE VA-S E

A TÉCNICA ACIMA DA POLÍTICA

Ranolfo Vieira JR. com a delegada Nadine, a primeira mulher a chefiar a Polícia no RS, com êxito igualmente inédito. A indicação de seu nome foi feita pelo então secretário. O maior legado de Ranolfo Vieira Jr. talvez seja simplesmente o seu modo de agir em todos os setores de sua vida, priorizando a inteligência no combate ao crime, priorizando o conhecimento técnico na hora de escolher sua equipe e principalmente, mantendo uma postura justa e digna em suas ações políticas

nicipal armada, reduziu a criminali dade e, consequentemente, nenhum caso de latrocínio foi registrado no município, que é o crime relacionado com roubo seguido de morte. Essas conquistas históricas e inéditas se converteram em diversas benesses ao aparelhamento da Polícia Civil e da Brigada Militar no município.

Na época, já filiado ao PTB, Ranolfo articula conquistas importantes à ca tegoria, sua influência na gestão do então prefeito Luiz Carlos Busato fez com que o restante do estado tornas se os olhos para o estilo preciso e efi ciente em seu modus operandi.

Após concorrer a deputado estadual, foi convidado a ser vice na chapa de Eduardo Leite, quando, após eleito, obteve carta branca para dirigir a se cretaria de Segurança, o que, de mui tas formas, beneficiou imensamente a comunidade rio-grandense e, con sequentemente, o então governador do RS.

O LEGADO DE RANOLFO VIEIRA JR. PARA O RIO GRANDE DO SUL

A redução em todos os índices na criminalidade do estado, bem como atingir reduções inéditas em diversos destes, são os resultados mensuráveis daquilo que Ranolfo proporcionou à sociedade gaúcha. O que não entra diretamente nas estatísticas são as milhares de vidas que foram salvas, as famílias que não perderam entes queridos e até o sentimento de justi ça proporcionado àqueles que sofre ram algum tipo de agressão, porém não tardaram em ser compensados pela eficiência de nossa Polícia Civil.

A segurança pública lida com “proble mas que não são seus”, pois a maioria dos casos em que tem de atuar são, na realidade, defasagens de outros setores da administração pública.

Tais falhas são consequências diretas de um conceito de estado totalmente equivocado e desprovido de qualquer noção de humanidade, igualdade ou justiça .

Neste sentido, o maior legado de Ra nolfo Vieira Jr. talvez seja simples mente o seu modo de agir em todos os setores de sua vida, priorizando a inteligência no combate ao crime, priorizando o conhecimento técnico na hora de escolher sua equipe e prin cipalmente, mantendo uma postura justa e digna em suas ações políticas. Com pouquíssimas palavras e mui tas ações, esse cidadão de Esteio foi muito além do que se esperava dele, superando todas as expectativas, por onde tenha passado. Foi seu exemplo de conduta irrepreensível e sentido de justiça que proporcionaram tamanhas conquistas e que ficarão gravadas nas mentes daqueles que o conheceram de perto. Uma pena que o Rio Grande te nha um governador tão eficiente com tão pouco tempo pra governar, uma pena que, muito breve, a maioria terá se esquecido de tudo que ele fez por nossas vidas, de qualquer forma, nós da Revista Em Evidência deixamos re gistrado aqui o nosso “muito obrigado governador Ranolfo”.

54 EM EVIDÊNCIA | Desde 2009 - No 89 - 2022 @revistaemevidenciaINSCRE VA-S E
CAPA
RICARDO MANSUR

QUEM FAZ, ESTÁ EM EVIDÊNCIA!

TRINCA DE ASES Coordenador-geral da Famurs, Ademir Baretta; governador do RS, Ranolfo Vieira Jr.; e o presidente da Famurs, Paulinho Salerno FOTOS: CHICO PINHEYRO/REVISTA EM EVIDÊNCIA
FLASH
Confira quem são as pessoas que estão fazendo o Rio Grande acontecer, através das lentes do fotógrafo da Revista Em Evidência, Chico Pinheyro Jennifer Nunes

PROGRESSISTAS

FLASH
FOTOS: CHICO PINHEYRO/REVISTA EM EVIDÊNCIA PAULA MASCARENHAS
A
prefeita reeleita de Pelotas, durante evento promovido pela Famurs
EM FOCO O mestre da Inovação e presidente da Famurs, Paulinho Salerno
que
também é assinante da Revista Em Evidência AMIGOS
O deputado
estadual, Ernani Polo,
e o
prefeito de Gramado, Nestor Tissot VICE-PRESIDENTE DA FAMURS
Joãozinho
Sehnem, prefeito de Boa Vista do Buricá, posa para as lentes do fotógrafo Chico Pinheyro
SÓ A DIRETORIA
O vice-presidente e diretor de Operações e Inovação, Flavio Lammel; Jeanette Halmenschlager Lontra, diretora-presidente; e o diretor comercial do Badesul, Kalil Sehbe

VALDIR FABRIS

FLASH
FOTOS: CHICO PINHEYRO/REVISTA EM EVIDÊNCIA ALCIONE GRAZZIOTIN O prefeito de Nova Prata e presidente da poderosa Amesne ESTEIO EM EVIDÊNCIA
Leonardo
Pascoal, o prefeito reeleito com mais de 86% dos votos, juntamente com Lucio Vaz, diretor-executivo da revista Em Evidência e do Programa Em Evidência na TV O prefeito reeleito de Guaporé, Valdir Fabris, assinante da Revista Em Evidência

“DENTRO DA COOPERATIVA, VOCÊ É O DONO”

Milena Ghisolfi, especialista em Gestão em Cooperativas de Crédito e gerente no Sicoob Credicapital

Entrevista: Andréia Fioravante | Edição: Patrícia Poitevin

Conte-nos um pouco da sua história?

Quero agradecer o convite da Andréia Fioravante, do Lucio Vaz e do Em Evidência na TV, pela oportunida de de estar aqui. Eu não sou gaúcha, venho de Belém do Pará, sou casada, meu esposo é gaúcho, estamos casa dos já há dez anos, tenho duas filhas, sou administradora, especialista em

Gestão em Cooperativas de Crédito e hoje sou gerente no Sicoob Credica pital.

Como funciona o Sicoob e em especial o Credicapital?

O Sicoob é uma instituição financeira cooperativista e no Brasil temos mais de seis milhões de associados. Hoje,

nós somos a segunda maior rede de atendimento, atendendo quase 400 municípios. A minha trajetória no Sicoob começou em 2015, onde eu já trabalhava no Sicoob, em Belém do Pará. Com a pandemia mudou a vida de muita gente, mudou a minha também e me trouxe para a terra do meu marido. Viemos aqui e eu tive a oportunidade de ser a primeira mu

EM EVIDÊNCIA NA TV CHICO PINHEYRO/REVISTA EM EVIDÊNCIA

lher gerente-geral no Sicoob Credi capital, em Porto Alegre. Eu falo isso com muito orgulho, porque nós vive mos num mundo corporativo, onde a maioria dos gestores são homens, então, nós, mulheres, estamos ocu pando o nosso espaço. Nós temos um espaço exclusivo para atender elas, na nossa agência de Porto Alegre.

Os benefícios neste espaço são diferen tes para os demais cooperados? Nós atendemos todo tipo de público, tanto pessoa física, quanto pessoa jurídica e o principal objetivo é levar soluções financeiras adequadas para cada pessoa. Quando nós atendemos um cooperado, que chamamos assim e não de cliente, procuramos enten

der as suas necessidades, oferecendo produtos e soluções que atendam a todos. A mulher não é tratada dife rente do homem, só que as empreen dedoras precisam desse carinho dife renciado, por isso temos um cantinho especial para elas. Os produtos e os serviços são diferenciados de acordo com o público e a sua necessidade.

De que forma é feito esse atendimento? Qual a agência que possui esse espaço para a mulher?

O endereço fica no Largo Visconde do Cairú, número 17, é um prédio histórico do Palácio do Comércio, no quinto andar, nós temos a agência do Sicoob e o espaço exclusivo para as mulheres. Eu sou a gerente do lo

60 EM EVIDÊNCIA | Desde 2009 - No 89 - 2022 @revistaemevidenciaINSCRE VA-S E
EM EVIDÊNCIA NA TV CHICO
EM EVIDÊNCIA
Nós vamos até o cooperado, enquanto as instituições financeiras tradicionais estão fechando as portas, as cooperativas, como o Sicoob Credicapital estão em fase de expansão

mercado e com esse retorno financei ro, tanto em aplicações financeiras e no próprio crédito, quanto em produ tos de adquirente e de cobrança ban cária, sempre teremos uma solução completa.

Qual a diferença entre lucro e sobras para o cooperado?

Dentro da cooperativa, você é o dono, então quando você abre uma conta, se associa e faz um depósito do capi

tal, torna-se sócio, portanto, tem voz na Assembleia. Cada um tem direito a voto independente da cota que tem, cada pessoa é um voto, esse é o prin cipal diferencial.

Como o Sicoob realiza o seu atendi mento?

O Sicoob preza pelo atendimento humanizado, essa é a palavra-chave. Nós vamos até o cooperado, enquan to as instituições financeiras tradi

cionais estão fechando as portas, as cooperativas, como o Sicoob Credi capital estão em fase de expansão. Nós já temos dez agências abertas, em Porto Alegre, e estamos cada vez mais procurando estar próximo da comunidade.

A instituição investe muito em projetos sociais, existe também o Expresso Si coob. Como eles funcionam?

Ele é um braço social do Sicoob, em

EM EVIDÊNCIA | Desde 2009 - No 89 - 2022 61@revistaemevidenciaINSCRE VA-S E
As nossas Clínicas Financeiras são como os médicos, nós analisaremos a sua vida financeira, onde você está errando, onde pode melhorar... “

EM EVIDÊNCIA NA TV

Porto Alegre, nós tivemos duas ex periências recentes com essa par ceria de projetos sociais. Uma delas aconteceu no Parque Germânia, com o Banco de Sangue Virtual, onde nós conseguimos voluntários para fazer doação de sangue, junto com o Sicoob Credicapital e a Confraria Feminina do bairro. Nós temos essa parceria para realizar palestras de educação financeira e cooperativista. Nós te mos um projeto chamado Clínicas Financeiras, pois quando ficamos doentes procuramos um médico. Ele vai te fazer uma anamnese, para te dar um diagnóstico. As nossas Clíni cas Financeiras são como os médicos, nós analisaremos a sua vida financei ra, onde você está errando, onde pode melhorar e depois vamos planilhar os números para tentar achar um diag nóstico e uma solução. É um projeto inovador, que você só vai encontrar no Sicoob. O nosso ônibus, chamado de Expresso Sicoob, é uma platafor ma itinerante, equipada com 21 no tebooks, mesas, cadeiras e fones de ouvido. Dentro da plataforma, mais de 100 cursos profissionalizantes são realizados, com uma duração média de quatro horas. Nós levamos capaci tação para a comunidade e nessa vin da do Expresso a Porto Alegre, conse guimos impactar centenas de pessoas com os cursos. Isso é muito bom, nós termos essa veia social e conseguir le var não apenas soluções financeiras, mas também elevar o nosso sétimo princípio do cooperativismo, que é o interesse pela comunidade. É estar perto, olhando, cuidando e plantando a sementinha para colher no futuro, porque as crianças que atendemos hoje, nós falamos sobre cooperativis mo. Desde pequenos, eles aprendem que para um ganhar o outro tem que perder, mas no cooperativismo não é assim, todos ganham.

Como tem sido o retorno das pessoas que são beneficiadas pelos projetos, parcerias e ações?

Em uma das escolas onde nós leva mos os cursos, as professoras pude ram fazer um debate sobre autismo,

onde elas ainda não tinham essa oportu nidade no estado, en tendendo um pouco mais sobre as parti cularidades de de terminados alunos, com esse curso que fizeram dentro do Expresso, eu recebi vários depoimentos delas agradecendo pela oportunidade.

Vocês também têm pro jetos para crianças de educação financeira?

Nós temos a Coleção Financinhas, que são várias historinhas para as crianças, en sinando a guardar a moedinha e usar o cofrinho. É uma dinâmica muito legal que também conseguimos levar para as escolas.

Quais são as metas para sua agência, no encerramento de 2022 e para o pró ximo ano?

Nós esperamos alcançar o maior nú mero de pessoas e conscientizar da diferença de vir para uma cooperati va, para trazer os seus investimentos e os seus produtos bancários. A maio ria das pessoas ou quase 100% tem uma conta em banco, nem que seja digital. Nós possuímos o Sicoob Digi tal, inclusive estamos com uma cam panha maravilhosa, você pode abrir a sua conta digital, pelo aplicativo, e a cada pessoa que indicar, com um có digo de indicação, ganhará R$ 50. É o Indique e Ganhe, que já está nas pla taformas e nas nossas Redes Sociais. Então, acesse o aplicativo e quando for abrir a conta coloque o número da nossa cooperativa que é 4370 e já pode começar a indicar e ganhar.

Quais as suas considerações finais?

O Sicoob Credicapital existe há 21 anos e em Porto Alegre há três anos, então ainda estamos em fase de ex

pansão. O brasileiro, nós sabemos que não costuma poupar ou guardar. Então, eu faço esse convite, que ve nham conhecer a nossa instituição financeira cooperativista, o nosso diferencial e o nosso cuidado com as pessoas, sempre com um atendimen to humanizado. Você vai falar com pessoas e não com máquinas. Venha nos conhecer, nós gostamos de tomar um cafezinho, conversar e entender a necessidade de cada um. Eu acho que é isso que as pessoas estão precisan do, muitas vezes chegam aos bancos e não passam nem na porta giratória, então o nosso modelo de atendimen to são escritórios de negócios, onde você vai ter produtos e serviços ex clusivos, desenhados de acordo com a sua necessidade. Nós temos o Sicoob Credicapital na Avenida Carlos Go mes, que fica no Bairro Três Figuei ras, que foi a nossa primeira agência a ser inaugurada aqui. Temos uma agência na Avenida Assis Brasil, uma na Avenida Protásio Alves, a minha que fica no Centro Histórico, também na Avenida Wenceslau Escobar, no Shopping Paseo, no Bairro Sarandi, na Avenida Sertório, e no Bairro Jar dim Botânico, na Avenida Barão do Amazonas. Essas são as agências que já estão abertas, prontas para receber todos os nossos cooperados.

62 EM EVIDÊNCIA | Desde 2009 - No 89 - 2022 @revistaemevidenciaINSCRE VA-S E
Viemos aqui e eu tive a oportunidade de ser a primeira mulher gerentegeral no Sicoob Credicapital, em Porto Alegre. Eu falo isso com muito orgulho, porque nós vivemos num mundo corporativo, onde a maioria dos gestores são homens, então, nós, mulheres, estamos ocupando o nosso espaço

Os prefeitos sempre falam nesses pi lares: Saúde, Educação, Segurança e Infraestrutura. Como está a Saúde em Santa Maria?

Eu conversei com a minha equipe de Saúde sobre o índice de mortalidade,

Jorge Pozzobom, Prefeito de Santa Maria

Entrevista: Claudio Andrade e Lucio Vaz Edição: Patrícia Poitevin

por conta do Covid-19, na proporção de 100 mil habitantes. Santa Maria é o segundo menor índice de mortali dade do estado do Rio Grande do Sul. Se pegar as dez maiores cidades, San ta Maria é o segundo menor índice, quem está em primeiro lugar é Caxias

do Sul. Nós tínhamos zero leitos SUS, para o Covid-19. Eu me lembro, em 18 de março, no Palácio Piratini, com o governador Eduardo Leite, onde nós conseguimos os primeiros 20 leitos, dez no Hospital Universitário e dez no Hospital Regional. Nós tive

EM EVIDÊNCIA NA TV CHICO PINHEYRO/REVISTA EM EVIDÊNCIA “EU AJO TECNICAMENTE E TENHO ORGULHO DISSO, PORQUE ISSO É A NOVA POLÍTICA”

EM EVIDÊNCIA NA TV

mos que mudar todo o planejamento para atender a pandemia, ficou um hospital 100% Covid-19. Em torno de 900 pessoas morreram no município, evidentemente, que não queríamos que ninguém morresse, mas sem o Hospital Regional, passaria de quatro mil mortos. Durante a crise gigantes ca em Manaus, com a falta de oxigê nio e do anestésico para entubar, nós recebemos 20 pacientes de lá. Eu fui amplamente criticado, me xingaram e falaram horrores. Não deu 30 dias, saíram todos vivos e voltaram para casa. O próprio governador Eduardo Leite quando me ligou, perguntou se eu conseguiria suportar, respondi que daria um jeito e mandei vir, esse é o espírito da solidariedade. A pan demia tornou pessoas boas, muito melhores, mas também transformou pessoas ruins, piores ainda. Eu lem bro que me xingavam de manhã, de tarde, de noite e quando dormia so nhava que estava sendo xingado tam bém. Aquilo que nós preparamos du rante a pandemia permanece agora. É claro, dos 38 leitos de UTI do Hospi tal Regional, ficam só 20 agora, por que os outros 18 foram desativados, pois não tem mais a demanda. Teve um personagem muito importante nessa história, que foi o empresário Samir Frazzon Samara, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil de Santa Maria. A iniciativa pri vada nos ajudou muito. Tinha que fa zer umas alterações no hospital, com parede de gesso e outras questões que nós não sabíamos como fazer, não tinha tempo de licitar, não tinha como fazer nada. A iniciativa priva da veio e ajudou todos nós. Eu con segui recuperar um dinheiro de dez anos atrás, que por questões políticas abandonaram, para fazer uma Uni dade de Saúde. Estou com ela pron ta, licitada, mas seis meses depois a empresa diz que não tem condições de fazer, porque a pandemia afetou o valor do material da construção ci vil em 60%. Uma conta bem a grosso modo, se uma Unidade de Saúde cus tava um milhão, ela passou a custar um milhão e seiscentos mil. Hoje, nós não temos um regramento absoluto

do equilíbrio financeiro dos contatos, por isso já conversei com o presiden te do Tribunal de Contas (TCE-RS), Alexandre Postal; o procurador-geral de Justiça, Marcelo Dornelles; o pró prio General Mourão, vice-presidente da República; e o Ministério Público de Santa Maria. Nós temos que ter um regramento específico para bus

car o equilíbrio financeiro. O Hospi tal Universitário é do estado inteiro, nós temos um fluxo muito grande, mas o que importa é que nós não ti vemos problemas, não ficamos com o sistema hospitalar saturado duran te a pandemia. O próprio Instituto Masper, que administra o SAMU lá, nos ajudou muito. Nós temos uma

64 EM EVIDÊNCIA | Desde 2009 - No 89 - 2022 @revistaemevidenciaINSCRE VA-S E

ambulância da SAMU exclusiva para o Covid-19, para transportar pesso as que estão infectadas. Funcionou bem, porque não tínhamos o risco de deixar as outras ambulâncias conta minadas. Quero mandar um abraço muito especial para o Milton Mat tana, do Instituto Masper, porque Santa Maria tem algo extremamen

te importante e diferenciado, com a regulação do SAMU, que é atendida pelo médico das sete horas da manhã até uma da madrugada. Antes quan do a regulação era por Porto Alegre, nós levávamos até 30 minutos para fazer o serviço. Nós baixamos de 30 para três minutos, me perguntaram, porque não são 24 horas e apenas 18.

A equipe do Masper orientou que en tre uma da madrugada e sete da ma nhã é o menor índice de ocorrência, então não é necessário gastar dinhei ro público nesse período, se algum momento aumentar, faremos esse investimento. Tudo é planejamento, eu tenho uma expressão, que adoro: ninguém planeja fracassar, mas fra cassa por não planejar. Então, a nos sa SAMU continua salvando vidas em Santa Maria. Eu me lembro claramen te, quando a primeira pessoa mor reu em Santa Maria. Confesso, que desabei. Eu sabia que nós tínhamos um problema, em janeiro não existia Covid-19, no Brasil. Eu sabia que ia chegar em Santa Maria também. Teve uma situação, talvez uma das mais tristes para mim, quando inaugurei uma creche na Vila Brenner, uma co munidade muito carente. Eu inaugu rei às oito horas da manhã, com 180 crianças, e às dez horas mandei fe char tudo. Não foi fácil essa decisão, mas não me arrependo de nada que fiz. A pandemia trouxe muitas lições. Nós contratamos na sexta-feira, dia 13 de março, 80 merendeiras, era a primeira vez na história de Santa Ma ria que cada escola e creche da cidade teriam uma merendeira, porque an tes era a professora, a diretora, ou a responsável pelos serviços gerais que faziam a alimentação para as crian ças. Nós sabemos que muitas vezes, a única alimentação completa de uma criança é dentro da escola. Não de miti nenhuma. Nós pegamos as 80 merendeiras, concentramos elas num local, preparamos as cestas básicas e levamos a comida para casa dos alunos. Os estagiários foram levados para outros locais e o pessoal da lim peza foi para as Unidades de Saúde. Nós não demitimos ninguém, nesse trabalho que nós fizemos, salvamos 500 empregos durante a pandemia.

A educação é fundamental para o de senvolvimento de uma cidade, estado ou país. Qual a importância que ela tem para o seu governo?

Eu sempre falei, durante a pande mia, que a vacina era o único cami

EM EVIDÊNCIA | Desde 2009 - No 89 - 2022 65@revistaemevidenciaINSCRE VA-S E
Hoje, nós temos 1.200 câmeras de vigilância dentro da cidade de Santa Maria, qualquer carro roubado, furtado, ou clonado que adentrar na cidade, imediatamente dispara o dispositivo e nós conseguimos pegar o veículo imediatamente
CHICO PINHEYRO/REVISTA EM EVIDÊNCIA

nho, como a educação. Cada criança dentro de uma creche é um pai e uma mãe podendo trabalhar. Nós tínha mos umas dez creches para o mu nicípio, por questões políticas per deram o dinheiro. Nós conseguimos entregar duas creches e temos mais cinco para fazer. Duas que foram rescindidos os contratos, por conta da pandemia, também serão feitas e até março estarão prontas. Uma está com mais de 70% da obra concluída, o engenheiro disse que em até 60 dias entrega ela pronta. No dia 11 de agosto, saiu a licitação de mais uma creche, no bairro Medianeira. Até o final do ano, teremos outra creche, no bairro Residencial Lopes. São áre as bem vulneráveis que tem em toda cidade. Eu chamei a minha equipe da Educação e a Lúcia Madruga, a nossa secretária da pasta, para saber onde tinha a maior demanda e qual lugar

daria para abrir mão de três creches. Eu ajo tecnicamente e tenho orgulho disso, porque isso é a nova política. Nós contratamos entre o primeiro mandato, em 2017, até agora, mais de mil professores. Quando eu falo em Educação, não falo só em professor, mas também de merendeira, moni tor, estagiário e do pessoal que faz a limpeza. Eu trato a Educação como um todo e sabendo da importância que ela tem, uma vez por mês, nós fazemos uma capacitação com todos. Eu percorro esses locais e nos reuni mos. É o projeto: cuidando de quem cuida. Eles cuidam dos meus alunos e eu cuido deles. Eu assinei uma ordem de serviço para aumentar uma sala de aula no interior do município e para fazer mais uma quadra coberta, custando um milhão e 500 mil reais. Entre as creches que estou fazendo e uma escola nova que eu construirei,

o investimento será de quase quatro milhões. Hoje, nós temos 20 milhões de reais só em obras da Educação. Eu tenho uma equipe na Secretaria de Finanças, que 99,99% é composta por servidores. Eles me ajudam a ter uma responsabilidade financeira e têm um comprometimento comigo. Nós pagamos à vista, a recomposição de 21,05% no salário de todos professo res. O nosso salário, que é uma média de quatro mil e quinhentos reais, é quase o dobro do salário do governo do Estado. Tudo isso, fruto da res ponsabilidade financeira que a minha equipe técnica trabalha.

A Prefeitura de Santa Maria diminuiu a burocracia para os empreendedores?

Nós temos o efeito da Boate Kiss, que foi um problema gigantesco. Eu era deputado estadual e contribuí muito

66 EM EVIDÊNCIA | Desde 2009 - No 89 - 2022 @revistaemevidenciaINSCRE VA-S E EM EVIDÊNCIA NA TV
Tudo é planejamento, eu tenho uma expressão, que eu adoro: ninguém planeja fracassar, mas fracassa por não planejar
CHICO
PINHEYRO/REVISTA EM EVIDÊNCIA

com uma lei, que criei junto com o deputado Adão Villaverde, um gran de amigo e parceiro. Nós montamos a lei, busquei orientação no próprio Ministério Público (MP). Hoje nós conseguimos, efetivamente, ter uma fiscalização melhor, porque diminu ímos o número de estabelecimentos que tínhamos que fiscalizar e, por consequência, é possível dar mais agilidade para os empreendimentos. Nós sabemos que quanto mais inves timento, mais trabalho. Somos 5.570 prefeitos no Brasil, duvido que tenha um prefeito mais feliz do que eu e que trabalhe com tanto amor.

O caso da Boate Kiss é uma ferida para todo o estado. O julgamento caminha va para o final, fechando esse capítulo, mas foi anulado. Como é que o senhor vê essa situação?

Eu sou advogado criminalista, traba lho muito no júri, agora como prefeito não posso trabalhar em razão de uma determinação da OAB. Eu não tenho dúvida, o júri tinha que ser anulado, houve várias nulidades absolutas no processo, não foram relativas, o que é muito ruim. Eu entendo que boa parte daquilo que ocorreu poderia ter sido revisto, inclusive na hora do pró prio julgamento, mas não vou ques tionar o trabalho de ninguém. É ruim, porque no momento que o julgamen to é anulado, para as pessoas leigas passa um sentimento de impunida de. Eu não faço juízo de valor, nem de mérito. A Boate Kiss deixou uma marca muito forte. Nós criamos uma comissão e recebemos a Associação dos Familiares das Vítimas e Sobre viventes da Tragédia de Santa Maria. Desapropriamos o prédio da boate e depois de demolir, será feito um me morial no local, mas isso é para o fu turo. O que nós nunca podemos fazer é se omitir, pode até errar, mas não se omitir. Como eu sempre digo: só não erra, quem não faz.

O que o senhor acha da atual gestão da Famurs, realizada pelo prefeito Pauli nho Salerno?

O Paulinho Salerno é meu gran

de amigo. Ele é prefeito de Restin ga Sêca, uma cidade que eu tenho o maior carinho. Em 2010, quando eu fui candidato a deputado estadual, fiz mais de 900 votos lá. Fui o deputado mais votado na história de Restinga Sêca. Na minha reeleição, eu fiz 2.387 votos. Eu tenho um carinho muito especial, quando chego em Restinga Sêca, ninguém me chama de prefeito, ou de deputado, me chamam de Jor ge, acho que é para demonstrar esse carinho. O Paulinho Salerno, não foi indicado, ele conquistou, passou por uma disputa, teve a ampla maioria de votos. Dá muito orgulho desse repre sentante da nossa região.

Conte-nos como funciona o Centro In tegrado de Operações de Segurança Pública (CIOSP) de Santa Maria.

Quando eu disse em 2016, que faria o cercamento eletrônico de Santa Maria, fui motivo de deboche, per guntaram se cercaria a cidade de ta quara, arame farpado ou corda. Hoje, nós temos 1.200 câmeras de vigilân cia dentro da cidade de Santa Ma ria, qualquer carro roubado, furtado, ou clonado que adentrar na cidade, imediatamente dispara o dispositivo e nós conseguimos pegar o veículo imediatamente. Eu estive aqui com a delegada Rosane no nosso CIOSP de Porto Alegre, eles têm 350 câmeras. No nosso Centro Integrado, está a Brigada Militar, a Polícia Civil, a De fesa Civil e todos os órgãos militares. No mesmo prédio, tem a Delegacia de Pronto Atendimento, então é tudo interligado. Se o Ministério Público precisa de uma imagem, antes tinha que fazer um ofício, hoje vai direto. Essas imagens são tão importantes, tanto para o MP, como para o advoga do. O nosso sistema é um dos melho res, em qualidade, que têm no Brasil. Antes, o calçadão era objeto de van dalismo quase todos os dias, agora acabou.

A Escola de Sargentos (ESA) não foi para Santa Maria, mas ainda existe a possibilidade disso se tornar possível?

É uma luz no fim do túnel, quem me

conhece sabe que não me acomodo só com luz, eu quero um holofote in teiro. A possível vinda da Escola de Sargentos para Santa Maria, mobili zou o estado inteiro, era gremista e colorado torcendo. O pessoal da ban cada do PT foi no meu gabinete, com o deputado Paulo Pimenta que é de Santa Maria. Teve um amigo meu lá de Santa Maria, que disse: “prefeito, eu nem sei o que é a ESA, mas eu que ro a ESA”. Eu acolhi a decisão do Alto Comando, mas não me conformei, até porque Recife tinha o menor contin gente militar e aqui na Região Sul é maior. De acordo com o documento assinado pelo general Paulo Sérgio de Oliveira, que era o Comandante do Exército brasileiro e agora é o minis tro da Defesa, a Escola de Sargentos fica em Recife, mas os compromissos feitos pelas autoridades municipais e estaduais, se não forem honrados, as cidades concorrentes não estão des cartadas. Eu não perdi a esperança ainda, pois a infraestrutura temos e estamos prontos para isso. Não foi Santa Maria ou o Rio Grande do Sul que perdeu a ESA, foi a ESA que per deu o RS e Santa Maria.

Quais são as suas considerações fi nais?

Eu quero reiterar como nós estamos governando, pois respeitamos as questões técnicas durante a pande mia. Na educação, ouvimos os pro fessores e o conjunto do complexo de profissionais. Na Segurança Pública, temos o nosso CIOSP, com 1.200 câ meras de vigilância. Eu não coloco a mão, não me meto no esquema e no trabalho da Segurança Pública, pois ela tem uma equipe completa. San dro Nunes, que é um tenente apo sentado do setor de Inteligência da Brigada Militar, coordena o CIOSP. Nós estamos atacando a base tam bém. Sempre me disseram: “quem bota dinheiro embaixo da terra, não ganha voto”. Nós temos hoje mais de 38 milhões de reais embaixo da terra, para resolvermos problemas crônicos definitivamente.

EM EVIDÊNCIA | Desde 2009 - No 89 - 2022 67@revistaemevidenciaINSCRE VA-S E

2022 Aqui nÃo tem fake,tem news.

Os próximos quatro anos começam por aqui. Na RDC TV, você acompanha a cobertura completa das eleições, com debates, notícias e muita informação de verdade para você.

rdctv.com.br
eleIções

PARKSHOPPING CANOAS INAUGURA 13 NOVAS OPERAÇÕES

Life by Vivara chega com mais de duas mil peças em suas coleções de joias

Para reforçar o mix de lojas e sua consolidação na região metropolitana, o ParkShop ping Canoas passa a contar com seis novas operações neste segun do semestre. Eles contemplarão áreas de estética, moda, games, gastrono

mia e mercado financeiro. A princi pal atração é a loja Life by Vivara, que ocupa um belíssimo espaço no piso L3, apresentando uma seleção exclusiva de joias. A coleção conta com mais de 2.400 opções diferentes, garantindo a melhor escolha na hora da compra.

Para enriquecer ainda mais a área de moda e beleza, a Zinzane (Piso L2) abre sua primeira loja no Rio Gran de do Sul. A marca, com origem no Rio de Janeiro, tem mais de 150 lo jas espalhadas pelo Brasil, com peças únicas e atemporais. Já a Natura (Piso

CRESCIMENTO

No segundo trimestre de 2022, o ParkShopping Canoas apresentou um rendimento acima de R$ 170 milhões em vendas. Esse número representa um aumento de 62,5% em relação ao mesmo período do ano anterior. Com as novas lojas e empreendimentos, a expectativa é que o próximo semestre seja ainda mais satisfatório

70 EM EVIDÊNCIA | Desde 2009 - No 89 - 2022 @revistaemevidenciaINSCRE VA-S E
CANOAS

VIVARA

A principal atração é a loja Life by Vivara, que ocupa um belíssimo espaço no piso L3, apresentando uma seleção exclusiva de joias. A coleção conta com mais de 2.400 opções diferentes, garantindo a melhor escolha na hora da compra

L3) chegará com variedade em perfu mes, cremes e maquiagens.

Além disso, a B&B Games (Piso L2) virá oferecer maior variedade em acessórios, jogos e tecnologia. Ela se une ao univer so gamer do shopping, que já conta com a recém inaugurada Gametronics (Piso L3). O Park também contará com Wes tern Union (Piso L2), empresa de tran sações e serviços financeiros, e Bendita Boutique (Piso L2), de moda feminina. A área de alimentação terá uma nova atra ção: a franquia Menu Poke (Piso L3) abre sua primeira unidade na região metro politana do estado, oferecendo um vasto cardápio de pokes saudáveis e nutritivos.

Os novos estabelecimentos que abri rão em breve se unem com as recém -inauguradas Audithorium (Piso L2), moda masculina, infantil e adulto, In ter Store (Piso L3), Face Doctor (Piso L2), Bred Capas (Piso L2) e a nova Ar ranjos Express + Sapatop (Piso L1).

No segundo trimestre de 2022, o Pa rkShopping Canoas apresentou um rendimento acima de R$ 170 milhões em vendas. Esse número representa um aumento de 62,5% em relação ao mesmo período do ano anterior. Com as novas lojas e empreendimentos, a expectativa é que o próximo semes tre seja ainda mais satisfatório.

EM EVIDÊNCIA | Desde 2009 - No 89 - 2022 71@revistaemevidenciaINSCRE VA-S E

COMPETÊNCIAS SOCIOEMOCIONAIS

72 EM EVIDÊNCIA | Desde 2009 - No 89 - 2022 @revistaemevidenciaINSCRE VA-S E
v Advogada, Diretora do Centro Despertar e apresentadora do programa Despertando Mulheres
OPINIÃO CAPA

Todo ser humano tem sen timentos e limitações, e quando não busca pelo au toconhecimento acaba tendo mais dificuldade em relacionar-se e em resolver situações conflituosas.

Com a rotina dinâmica e as inúmeras cobranças e responsabilidades do dia a dia, é comum as pessoas perderem o equilíbrio emocional em alguns mo mentos.

A Pandemia de Covid-19 trouxe o iso lamento social que acelerou a virtua lização das relações. Muitos profissio nais tiveram que trocar seus escritórios pelo home office, mas as exigências e responsabilidades permaneceram e a expectativa de uma maior produtivi dade aumentou, trazendo uma maior pressão sobre eles.

Nesse período, já pós-pandemia, mui tos profissionais permaneceram traba lhando home office e negócios on-line surgiram como opção de trabalho, em preendedores de negócios presenciais se reinventaram e tudo isso gerou no vas formas de relacionamento profis sional trazendo diversos desafios.

No mercado de trabalho, se percebe que pessoas têm sido contratadas por suas habilidades técnicas, contudo, têm sido demitidas por falta de habili dades emocionais.

Com o novo cenário, buscar pelo auto conhecimento e saber administrar as próprias emoções e conseguir identifi car as emoções dos outros é vital para avançar na vida, seja nas relações pre senciais ou virtuais, familiares, sociais ou profissionais.

Hoje não basta avaliar o currículo pro

fissional, se faz necessário avaliar a forma como os candidatos lidam com as pessoas e comas situações em que precisa ter resiliência, empatia, flexi bilidade, autocontrole e resolução de conflitos, atributos que estão direta mente ligados às competências sociais, e que são essenciais para um bom rela cionamento.

É por meio da inteligência emocional que todos podem desenvolver as suas competências e ca pacidades sociais, buscando pelo au toconhecimento e pelo controle emo cional. Saber usar as emoções certas, na ocasião certa e na in tensidade certa é es sencial para enfren tar os obstáculos do meio corporativo e na vida pessoal com equilíbrio e produti vidade. Os profissio nais podem ser inteligentes em várias áreas do conhecimento, mas ter domí nio sobre as próprias emoções e sobre as emoções provocadas pelos outros é um grande diferencial.

Somente 13% dos profissionais fracas sam por falta da habilidade intelectual, técnica e cognitiva, e 87% fracassam por falta de liderança, relacionamen tos, segurança, empatia, autocontrole, superação, ousadia e otimismo.

A inteligência emocional é a base para uma comunicação clara e efeti va no ambiente de trabalho. Conflitos e divergências são inevitáveis, mas as competências emocionais fazem toda a diferença nessas horas. Profissionais com inteligência emocional desenvol

vida conseguem administrar conflitos, e a capacidade de reconhecer seus pró prios sentimentos e limites e contro lar o estresse e a ansiedade na rotina de trabalho também é essencial em um ambiente de trabalho que deseja ser saudável e produtivo. Dessa forma, pode-se evitar a síndrome de burnout, que atrapalha a produtividade, com promete os resultados da equipe e gera um problema sério de rotatividade nas empresas.

Um ambiente de trabalho disfuncio nal gera problemas que excedem o seu próprio espaço e provocam prejuízos também no ambiente familiar, estu dantil e social do trabalhador.

A realidade desperta e chama todos para a sua autorresponsabilidade, para o cuidado e amor-próprio por meio da busca do autoconhecimento. Também exige do contratante, seja ele da inicia tiva privada ou ente público, um olhar sem julgamento, mas com empatia so bre os seus colaboradores, parceiros e servidores, a fim de que possa criar um ambiente de trabalho harmônico, pro movendo o bem-estar e contribuindo com uma sociedade mais humana que se tornará mais saudável e produtiva economicamente.

EM EVIDÊNCIA | Desde 2009 - No 89 - 2022 73@revistaemevidenciaINSCRE VA-S E
No mercado de trabalho, se percebe que pessoas têm sido contratadas por suas habilidades técnicas, contudo, têm sido demitidas por falta de habilidades emocionais

FÓRUM DE EDUCAÇÃO DA GRANPAL

EDUCAÇÃO INCLUSIVA

A

Oalto número de judicializa ção que os municípios en frentam em relação à atua ção de monitores nos casos de educação inclusiva na sala de aula, foi debatido durante o Fórum de Edu cação da Associação dos Municípios da Região Metropolitana (Granpal).

De acordo com a coordenadora do Fó rum e secretária de Educação de Porto Alegre, Sônia Oliveira, o tema deve ser discutido e precisa avançar na perspec tiva de política de como se organizar o contexto escolar para a situação. “Te

mos salas multidisciplinares, salas de recursos, monitores, estagiários e temos que pensar que esse é um atendimento do coletivo, não individual”, avalia.

A reunião teve a participação de técni cos de educação inclusiva abordando as principais demandas. Para o pró ximo encontro, o grupo irá comparti lhar cases de municípios que possuem Centros de Referência com profissio nais multidisciplinares e manter o di álogo junto ao Fórum a fim de fazer um levantamento das principais difi culdades enfrentadas nas cidades.

“Esse fórum contribui de maneira significativa compartilhando experi ências que vêm sendo realizadas em alguns municípios e essas trocas são muito importantes. Como é uma de manda comum a todos, estamos em busca de soluções não só para as ci dades associadas à Granpal, mas cor roborando com todas as secretarias do Estado do RS”, pontuou a coorde nadora.

O encontro também discutiu o tema da formação de professores quanto ao uso de tecnologia em sala de aula.

74 EM EVIDÊNCIA | Desde 2009 - No 89 - 2022 @revistaemevidenciaINSCRE VA-S E
Educação inclusiva norteou a pauta do encontro Ascom Granpal
GRANPAL
reunião teve a participação
de técnicos de educação inclusiva abordando as principais demandas DIVULGAÇÃO

MANO PAGANOTTO

Prefeito de Pantano Grande

Entrevista: Claudio Andrade e Lucio Vaz Edição: Patrícia Poitevin

Mano Paganotto têm se destacado na re gião por sua agilida de e articulação política que tem resultados em conquis tas inéditas na Educação, Saúde e Infraestrutura do

município de Pantano Gran de. Confira a seguir quais são estas conquistas e conheça um pouco mais sobre o po lítico que não descarta uma possível candidatura à presi dência da Famurs

Como iniciou a participação da família Paganotto na política?

Com muito orgulho sou oriundo de uma família, onde a política é feita para o uso da coletividade e para as pessoas que mais precisam. Eu nasci no dia 4 de julho de 1973, em Panta no Grande, a 120 quilômetros de Por

EM EVIDÊNCIA NA TV CHICO PINHEYRO/REVISTA EM EVIDÊNCIA

EM EVIDÊNCIA NA TV

to Alegre, um antigo distrito de Rio Pardo. Meu pai tinha uma empresa que reformava implementos agríco las, fazendo tornearia e ferraria. O nosso município tem uma tradição muito grande em minerais e miné rios. Quem lida com correção de solo, já ouviu falar em Unifertil, Fida, In ducal, Colorminas, entre outras. Es sas empresas são as potencialidades de Pantano Grande, que levam para todo o agro do estado, o calcário para a correção do solo. Meu pai foi can didato a vereador, pela primeira vez, em 1982, no tempo em que o man dato durava seis anos. Em 1989, foi eleito o primeiro prefeito da cidade. A minha mãe foi a primeira secretá ria de Assistência Social e da Saúde, junto com o título de primeira-dama. Naquele tempo não havia reeleição, portanto ele voltou a ser prefeito de novo só em 2000. A minha mãe foi ve readora três vezes na minha cidade, sendo a segunda vereadora mulher de Pantano. Então, quem falar em Paganotto, na Região do Vale do Rio Pardo, saberá que é uma boa referên cia.

Como o senhor entrou na vida pública?

O saudoso Ivo Mainardi, um dos de putados federais mais conhecidos da nossa região, me conheceu e disse que tinha futuro na política. Ele queria que eu fosse trabalhar na Assembleia Legislativa, mas infelizmente uns dez dias depois, veio a falecer. Posterior a isso, apareceu o Mário Bernd, da Fun dação Nacional de Saúde, e disse que eu tinha que vir para Porto Alegre. Eu vim e quando cheguei aqui estava acontecendo o desfile de Nossa Se nhora dos Navegantes. Desci com a minha mala na Rodoviária, com um papel na mão escrito e peguei a Rua Vigário José Inácio, na contramão da romaria. Lembro que estava agarrado naquela mala como se fosse a minha vida, com medo que fosse levada, porque tudo o que eu tinha estava ali dentro. No fim, deu tudo certo, 90 dias depois virei coordenador do Sa neamento Básico do Rio Grande do Sul, onde instalamos em muitos mu

nicípios as Unidades de Saúde Básica, que levava os moldes de saneamento para os municípios. Os funcionários da prefeitura recebiam treinamento para fazer vaso, pia e modos sanitá rios, levando banheiro e dignidade para as pessoas.

Qual a importância da participação da sua mãe na política, no início da sua carreira?

Minha mãe era vereadora, meu pai não pode ser candidato por alguns problemas burocráticos da admi nistração. Todo mundo disse que eu deveria ser o próximo candidato, por ser o seu herdeiro político. Nun ca me esqueço, eu estava na minha sala, escorado na lareira, quando perguntei como poderia ser candida to a prefeito, se não entendia muito sobre o cargo. Eles me disseram que eu sabia como funcionava a política, pois conhecia as lideranças do nosso município, dos bairros e das vilas do interior. Na mesma hora, eu aceitei o desafio, sabendo da dimensão que era, porque tinha dentro de casa um exemplo de solidariedade. Com isso, fui candidato a prefeito, contra todas as forças políticas e grandes “chami nés”, como tem em qualquer municí pio. Eu e a minha mãe perdemos por 119 votos. Aquilo foi uma comoção total, porque fizemos uma campanha muito bonita. Na época, a RBS fez uma matéria, pois era inédito, mãe e filho serem candidatos a prefeito e a vice simultaneamente. Segui a vida e fui para a Assembleia Legisla tiva, depois trabalhei com o senador Zambiasi, em Brasília, durante qua tro anos. Posterior a isso, também trabalhei na Secretaria do Trabalho e no Diretório Estadual do PTB. Na Assembleia Legislativa, tive a honra de ser o coordenador do Salão Nobre e depois fui para a bancada traba lhar com todos os deputados, sempre subindo dentro da política e nunca esquecendo do meu município, aju dando com emendas parlamentares e recursos. Eu era o elo de ligação da minha cidade, com a capital e as li deranças políticas. Depois fui candi

dato a prefeito de novo, com um ou tro vereador, mas perdemos de novo, por 39 votos. Fui candidato outra vez junto com o vereador mais votado da minha cidade, mas perdemos por 19 votos. Na última eleição, fomos can didatos novamente e eu jurei que se ria a última vez, porque já estava com mais de 40 anos. Nessa vez, ganha mos as eleições por 381 votos.Hoje sou um prefeito que já tem 42 proje tos cadastrados em Brasília, viramos referência para toda a nossa região, porque temos uma bela relação com todas as pessoas de todos os partidos.

A pandemia foi um período muito difí cil, mas Pantano Grande foi um exem plo na vacinação e com uma resposta rápida. Como o seu município passou por essa crise sanitária?

Falar de pandemia é muito triste, por que vários de nós perdemos pessoas da nossa família, das nossas relações, que representavam alguma coisa para nós, alguns ídolos nossos se foram. Para nós foi muito desafiador, porque iniciamos a prefeitura sem conhe cermos muito, só naquele período de 40 dias da transição, para saber como funcionava e logo em seguida, em março, estourou a pandemia. Eu perdi meu sogro, uma pessoa muito próxima a mim, e também fiquei 20 dias no hospital, sendo quatro deles na UTI. O triste para quem passou por isso é que a família fica esperan do um telefonema por dia, para saber se foi entubado, se faleceu ou não. Nós fizemos uma grande mobiliza ção, conscientizamos a comunidade, fazendo lives e espalhando informa ções com o carro de som na rua. Pan tano faz parte da Amvarp, são no to tal 15 municípios. Nós combinamos o lockdown e por algum motivo, grande parte não quis fazer, eu honrei a mi nha palavra e só Pantano e mais três municípios ficaram fechados. Então, a pandemia, na gestão pública, teve altos e baixos, mas nunca fugimos do compromisso e da honradez, sempre cuidando das pessoas, dando a elas a informação e a vacina. Pantano Grande foi o primeiro município do

76 EM EVIDÊNCIA | Desde 2009 - No 89 - 2022 @revistaemevidenciaINSCRE VA-S E

Vale do Rio Pardo no ranking de va cina no braço. Nós íamos até as casas das pessoas para vacinar. Aqui ficam os meus parabéns e minha gratidão eterna, de todo o pessoal da Saúde que mesmo arriscando as suas vidas foram nas casas das pessoas, vaci nar e cuidar. Eu, também, tenho um parceiro muito grande, que é o meu vice-prefeito, o Juninho Pires, um jovem funcionário público, que era

gerente da CEEE. Junto comigo é um corpo com duas cabeças, só no olhar já conversamos, porque pensar no coletivo é fazer o bem. Nós fizemos uma triagem rigorosa, dos funcioná rios da Prefeitura que tinham alguma comorbidade de saúde. Eu perdi o se cretário de Turismo, com Covid-19. Nós tivemos 31 óbitos. Graças a Deus, conseguimos colocar na normalidade de novo, a vida do nosso município.

Atualmente, como está a Saúde do seu município?

O nosso Hospital Regional, em Rio Pardo, ficou totalmente superlota do na pandemia. Em Santa Cruz não foi diferente e em Porto Alegre nem se fala. Nós tivemos que usar as pró prias mãos, ampliamos o nosso plan tão 24 horas. Construímos, também, a tenda do Covid-19. Fizemos tudo

Todos os professores da Rede Municipal receberam um Notebook Dell de última geração. Também inserimos quase 20 mil peças de uniforme e Kit completo de material escolar para todos os alunos
CHICO PINHEYRO/REVISTA EM EVIDÊNCIA

EM EVIDÊNCIA NA

dentro do possível, recebemos pouco dinheiro do governo federal. Respon demos bem a esse teste, que fizeram ao mundo. Hoje existe pouca sequela disso e estamos caminhando. Agora temos condições de tornar o nosso município conhecido na região so mente por coisas boas e bem feitas, melhorando a vida e dando qualidade para as pessoas. No gabinete, eu sem pre digo que o seu filho esperando por uma consulta é como se fosse o meu filho na fila de espera. Nós con seguimos em três dias zerar qualquer pedido de exame de imagem e hoje temos um plantão médico, que con ta com dois médicos atendendo. Na Rede Pública Municipal dos Postos de Saúde, colocamos de três a cinco especialidades, para que as pessoas não esperem a regulação. Nós con seguimos comprar uma ambulância, UTI móvel, de 300 mil reais, oriunda de uma emenda parlamentar, fizemos um convênio com o SAMU, que vem direto para Porto Alegre, em algum caso grave. Isso é inédito na nossa cidade, nunca tivemos em 35 anos, o que fizemos aqui. A princípio, no ano que vem, serei o presidente do maior Consórcio de Saúde do nosso Vale, o Cisvale.

Qual é o papel da Educação para o se nhor?

Eu tenho um carinho muito especial pela Educação, porque é com ela que nós vamos recuperar o tempo perdi do. Minha esposa é professora e faz parte de uma classe bem esclarecida e que cobra muito. Nós temos que dar condições para os professores faze rem o seu serviço. Em Pantano Gran de, depois do piso salarial em dia, eu estou em lua de mel com meus pro fessores. Possuímos uma Rede Muni cipal com quase 1.500 alunos, quatro escolas e duas EMEI, para crianças de zero a quatro anos. Já entregamos 550 Chromebooks para todos os alu nos do quinto ao nono ano. Um in vestimento de mais de Um Milhão de reais. Todos os professores da Rede Municipal receberam um Notebook Dell de última geração. Também in

serimos quase 20 mil peças de unifor me e Kit completo de material esco lar para todos os alunos. Isso ajuda o bolso dos pais, porque nós sabemos que quando vêm, vivemos para eles. O que mais me comoveu é que en tregamos o último item do uniforme, que foi o tênis. Havia crianças de pés no chão e eu tive a maior honra do mundo de colocar essa criança no colo, tirar o chinelo, vestir a meia e o tênis. Em fevereiro, eu comecei um namoro com uma das maiores empre sas desta área na nossa região, já as sinei o Termo de Cooperação e estou reformando as salas de acordo com o exigido. Pantano Grande ganhará um polo da UNISC, vamos ter os cursos de Técnico em Enfermagem, Técnico em Agropecuária, Vendas e todos os outros em EAD.

Neste ano a estiagem afetou diversos municípios do estado, como foi na sua cidade?

Em Pantano Grande não foi diferente das outras cidades do estado, gran de parte da atividade econômica do nosso município é agropastoril, com lavoura e gado. Tivemos sequelas graves, o comércio sente com isso e o próprio agricultor também. Infeliz mente, nós tivemos uma safra de soja baixa, como a do arroz, a pecuária sofreu com o pasto, mas o poder pú blico fez a sua parte. Fui a Brasília na Defesa Civil, onde nós conseguimos caminhão-pipa e 1.200 cestas bási cas, sendo três para cada família. Nós víamos na cara das pessoas a alegria, porque a comida não está faltando só para quem não tem trabalho. O custo de vida está muito caro, hoje quem trabalha não está conseguindo manter a alimentação sua e dos seus familiares. Conseguimos alguns po ços artesianos e, via governo do Es tado, já fomos contemplados com 12 açudes, para fazermos em algumas propriedades. No dia 20 de setembro, Pantano Grande completou 35 anos de vida pública. Desde então, nunca teve uma escavadeira hidráulica, eu fui a Brasília e consegui uma máqui na dessas, que custa um milhão de

reais, através de uma emenda parla mentar, onde até o final do ano será licitada.

A pavimentação é muito necessária no interior do estado. O que a prefeitura tem feito na infraestrutura da cidade?

Nós tínhamos uma cultura em nosso município, em que a pavimentação só acontecia no ano da eleição, com financiamento da Caixa Econômica Federal. Eu fiz o Finisa, com quatro milhões e meio de reais, porque vou trocar os 1.900 pontos de luz, que tem na cidade, e vamos aumentar 200 pontos. Serão 2.100 pontos de lâmpa da de LED, totalmente blindadas com seis anos de garantia e 90% a mais de luminosidade, onde eu gasto R$ 85.000 em iluminação pública, gasta rei de R$ 25.000 a R$ 30.000. Eu gasto quase R$ 200 mil com a iluminação de todos os prédios públicos, com a Usina Fotovoltaica, sobrará mais de R$ 100.000 por mês. Em Pantano Grande, 90% da população na cidade não tem a casa registrada, portanto não possuem nenhum documento ou escritura pública. Eu me coloquei no lugar dessas pessoas e por isso, nós estamos fazendo um projeto de reca dastramento urbano, onde todo mo rador da cidade, terá facilidade de re gistrar junto ao Cartório de Registro de Imóveis, a escritura de sua casa. Como dizia meu avô: “não existe al moço grátis”. No próximo ano, dentro da caixinha de correio terá o IPTU, mas um imposto justo em tamanho e conformidade com o que a pessoa tem. Nós começamos esse ano com quase sete milhões de reais em pavi mentação e já recebemos um milhão de reais no Pavimenta I. No Avançar Turismo cadastramos R$ 1.350.000 e temos mais R$ 250.000 do senador Paulo Paim, para revitalizar a rua do Centro da cidade. Nós temos também um projeto de pavimentação com o secretário Rafael Mallmann, onde dois milhões e meio de reais poderão vir para dentro da cidade, ligando o CTG ao campo de futebol. O meu in terior vai ter asfalto na várzea, que é de onde sai todas as potencialidades

78 EM EVIDÊNCIA | Desde 2009 - No 89 - 2022 @revistaemevidenciaINSCRE VA-S E
TV

para Santa Catarina. No Monte Cas telo, terá a rua pavimentada na frente do Posto de Saúde. O governador Ra nolfo Vieira Júnior enviou quase R$ 500 mil reais para um bairro de 2.900 pessoas, garantindo a ampliação e reforma de um Posto de Saúde, onde as pessoas se sentarão numa cadeira macia, com ar-condicionado, água gelada, e banheiro limpo. Elas ficarão felizes em aguardar o atendimento pelas condições que encontrarão.

O senhor tem interesse em presidir a Famurs?

A Famurs é uma entidade que repre senta 497 municípios no nosso es tado, já tivemos um presidente que foi um dos maiores municipalistas da história desse país, que é o Paulo Ziulkoski. Claro que isso é uma cons trução muito grande, envolve muitos acertos políticos, mas pelo que eu sei é um acordo com o meu partido. Por

ventura, isso se torne realidade, con tinuaremos com tudo aquilo que está sendo feito e levaremos muito mais aos munícipes e a todos os prefeitos. Hoje não está fácil ser um gestor pú blico, infelizmente a cada mês que passa, os repasses diminuem, só o ICMS vai impactar no meu município no ano que vem, em quase três mi lhões de reais. O Fundeb, que é uma cesta de impostos, veio 250 mil reais a menos.

Quais as suas considerações finais?

Eu quero agradecer de coração e dizer que sou prefeito de Pantano Grande, com muito orgulho. Nós buscamos o dinheiro de fora para trazer para o nosso município: dignidade e opor tunidade de trabalho. Nós não temos problema nenhum em seguir o que estava certo, o que os outros fizeram. Pegamos os bons exemplos, continu amos e aprimoramos eles. Apareçam

na nossa Extracoop 2022 e Festa do Cavalo, que serão bem recebidos. No evento, teremos muitas atrações. Ele acontece do dia primeiro até seis de novembro, com shows nacionais e regionais. O governador Ranolfo Vieira Júnior também já confirmou a interiorização do governo do Esta do. Pantano Grande convida a todos para entrar nas nossas Redes Sociais, onde tem o telefone de contato, para quem quiser expor o seu trabalho. Vamos ter diversas raças de cavalo, que participarão de provas. Gostaria de dizer também, que é um prazer e uma honra, esse programa com tanta audiência olhar para municípios pe quenos, como o nosso, para nos dar uma oportunidade de mostrar como é a vida de um gestor municipal. Quero agradecer de coração, a sensibilidade e a grandiosidade do Em Evidência na TV, por dar um espaço para mostrar o que nós pensamos e fazemos no dia a dia para toda a comunidade.

EM EVIDÊNCIA | Desde 2009 - No 89 - 2022 79@revistaemevidenciaINSCRE VA-S E
Eu gasto quase R$ 200 mil com a iluminação de todos os prédios públicos, com a Usina Fotovoltaica, sobrará mais de R$ 100.000 por mês
CHICO PINHEYRO/REVISTA EM EVIDÊNCIA
80 EM EVIDÊNCIA | Desde 2009 - No 89 - 2022 @revistaemevidenciaINSCRE VA-S E O QUE SERÁ FEITO: • R$ 120 milhões serão destinados à mobilidade urbana: • 20 km de pavimentação; • 6 km de repavimentação; • 57 vias serão revitalizadas. Pavimentação das melhores cidades para empreender no estado. Até 2024 serão R$ 200 milhões em investimentos. GRAVATAÍ ESTÁ PASSANDO POR UMA GRANDE TRANSFORMAÇÃO NA MOBILIDADE URBANA E NA EDUCAÇÃO. Acesse gravatai.atende.net e saiba mais.

Educação

O QUE SERÁ FEITO:

• R$ 17 milhões serão destinados à educação:

• Um dos maiores investimentos em infraestrutura na Educação, o Complexo de Educação Especial Irmã Soledade deverá inaugurar até 2023.

• Quadra poliesportiva na Escola Olenca Valente, no Vila Rica, pra vôlei, futsal e basquete.

• Quatro novas escolas de educação infantil estão sendo construídas.

• + de 1.000 novas vagas até o fim do ano.

• Construção da primeira escola cívico-militar rural.

EM EVIDÊNCIA | Desde 2009 - No 89 - 2022 81@revistaemevidenciaINSCRE VA-S E

SEGMENTOS DE "MÓVEIS E ELETRODOMÉSTICOS" E "MATERIAIS DE ESCRITÓRIO" REGISTRAM QUEDA DAS VENDAS EM JULHO DE 2022 NO RS

Dados são do Panorama do Comércio, desenvolvido pela Federação Varejista do Estado do Rio Grande do Sul Marcelo Matusiak

CRESCIMENTO

O segmento de “Livros, jornais, revistas e papelaria”, que reúne lojas de departamento, óticas, entre outros estabelecimentos, registrou o maior crescimento, com avanço de 17,6%

Odesempenho das vendas do comércio observado no Rio Grande do Sul não tem sido homogêneo entre os segmen tos. Das oito atividades analisadas pelo IBGE, seis registraram cresci mento das vendas e duas registraram

queda na comparação entre 12 meses encerrados em julho de 2022 e os 12 meses anteriores. O segmento de “Li vros, jornais, revistas e papelaria”, que reúne lojas de departamento, óticas, entre outros estabelecimentos, regis trou o maior crescimento, com avan

ço de 17,6%. Em seguida, aparecem os segmentos de “Outros artigos pessoais e domésticos”, com alta de 17,2%. Na outra ponta, observaram recuo das vendas os segmentos de “Materiais para escritório” (-25,6%) e “Móveis e eletrodomésticos” (-11,3%).

82 EM EVIDÊNCIA | Desde 2009 - No 89 - 2022 @revistaemevidenciaINSCRE VA-S E
FEDERAÇÃO
VAREJISTA DO
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL DIVULGAÇÃO

Na sua opinião, o

Eu respondo da

um

maiores

dizia

país de mestiços. Um lugar que tem mais de 60% da população negra, não pode exercer segregação, racismo e preconceito. Imagina, eu chegar na RDC TV e dizer que eu não gosto do

EM EVIDÊNCIA NA TV CHICO PINHEYRO/REVISTA EM EVIDÊNCIA "NOS CASOS DE CORRUPÇÃONO PAÍS, DOS ÚLTIMOS 20 ANOS, NÃO ENCONTRAMOS NENHUM NEGRO ENVOLVIDO" Antônio Carlos Côrtes, escritor, advogado, comunicador e psicanalista Entrevista: Lucio Vaz e Voltaire Santos Edição: Patrícia Poitevin
Brasil é
país branco?
seguinte forma, o deputado Carlos Santos, uma das
lideranças do estado e do Brasil, que foi metalúrgico, deputado estadual e federal, também interina mente governador do Estado,
que não pode existir racismo num

Voltaire, sem conhecê-lo. Quando eu vou conhecê-lo e sua família de Ta pes, penso que ele não era tudo isso que pensava, portanto, estabeleci um pré-conceito, pois antecipei alguma coisa. Segregação é pegar a população da antiga Ilhota e jogar na Restinga, a 30 quilômetros da cidade, como fize ram com os negros que colocaram no Passo do Feijó, que hoje é Alvorada. O racismo é querer dizer que exista a su premacia de uma etnia, considerando a raça humana. Como psicanalista, eu vejo que as pessoas não querem olhar dentro de si, pois quando olham se chocam e tentam inverter isso.

Como estão as políticas públicas para o movimento negro nesse Governo Fe deral?

Eu vou ampliar um pouco a análise desses quatro anos, sou um grande admirador da Dona Ruth Cardoso, a esposa do ex-presidente Fernan do Henrique Cardoso, que foi quem começou o princípio das políticas afirmativas e depois desaguou na lei 10.639/2003. Ela estabeleceu o traba lho da professora Maria da Graça e da professora Petronilha Beatriz Gon çalves e Silva, sobre a importância de conhecermos a história da África, não como um país como as pessoas imaginam, mas como um continente. Propagar, também, a história do ne gro no Brasil, pois eles encharcaram esse chão com o seu sangue e seu suor. No início do país, ele esteve pre sente na agricultura da cana-de-açú car e do café, que era o que garantia as exportações brasileiras. Com a abolição da escravatura, em 1888, aquele excelente escravizado passou a ser um mal cidadão. Trouxeram os imigrantes brancos, deram terras e ferramentas. Os negros foram joga dos na rua da amargura, como vaga bundos. Posteriormente, veio a lei da vadiagem, que até hoje está em vigor como contravenção penal, ao lado de jogo do bicho e do porte ilegal de ar mas, que depois se modificou. Como não é possível indenizar a esses des cendentes de escravizados por esse trabalho que exerceram com muita

dignidade no país, as políticas afir mativas compensam isso. Tu podes até entrar por cota, mas não sairá por ela, como disse o nosso grande ami go, Osvaldo Ferreira dos Reis. O de sempenho desses cotistas é superior ao dos não-cotistas, portanto, tem que haver oportunidade para eles.

Como é que o senhor analisa o enfra quecimento das políticas voltadas para a Indústria Criativa, como o Carnaval e as festas populares?

Por dez anos fui do Conselho Esta dual de Cultura, onde tive a oportu nidade de ser presidente duas vezes, as Leis de Incentivo à Cultura deve riam receber o maior apoio dos mu nicípios, dos governos estaduais e, principalmente, do federal, por causa da cadeia produtiva. O carnaval é um

RACISMO NO BRASIL

“Um lugar que tem mais de 60% da população negra, não pode exercer segregação, racismo e preconceito”

espetáculo com fantasias riquíssi mas, carros alegóricos e sambas-en redo maravilhosos. Eu trato no meu livro, como o maior remédio para quem está com depressão ou ansie dade, pois quando a pessoa ouve um samba-enredo vai direto na alma. Eu observo que precisaria de muito mais apoio. Com certeza, teríamos menos pessoas com doenças mentais e me nos violência nas ruas. Eu levantei um dado importante, junto com o Cláudio José Silveira Brito. Nós con cluímos que no carnaval diminui o índice de violência no país. Se eu es barro numa pessoa, na Rua da Praia, em outra época do ano, nós podemos nos olhar atravessado e, dependendo da situação, sair no soco. Se é car naval, seguimos adiante, numa boa, porque ele desarma o espírito. Esta mos mais abertos ao aconchego e ao

84 EM EVIDÊNCIA | Desde 2009 - No 89 - 2022 @revistaemevidenciaINSCRE VA-S E
EM EVIDÊNCIA NA TV

DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA

acolhimento. As políticas públicas precisam incentivar o carnaval. Te mos que valorizar o empresário que investe na cultura, através da Lei Rouanet. A Lei de Incentivo à Cultura (LIC), aqui no governo do Estado tem funcionado muito bem. Eu vivenciei dentro do Conselho, vejo que a secre tária de Cultura, Beatriz Araujo, fez um ótimo trabalho e o ex-secretário Victor Hugo também. O empresário que investe reduzirá o ICMS, dando um retorno direto para aquela cadeia produtiva que mencionei anterior mente. No carnaval, trabalha a costu reira, o marceneiro, o ferreiro e uma série de pessoas, como o bilheteiro, o cuidador de carro e até a própria Polícia Militar do Estado, que la mentavelmente tem uma defasagem tão grande. Na época em que Alceu Collares era governador, os policiais militares somavam 35 mil no estado.

Hoje, temos só 18 mil.

O senhor escreveu A Alma do Carna val no Espelho. Sobre o que trata essa obra?

Ela fala que o desfile de carnaval, a con centração de uma escola de samba, ou o simples ouvir de um disco de samba -enredo vai ao encontro da ansiedade da alma e da depressão, porque existe a ocitocina, que eu chamo de hormô nio do amor. Ela desperta na mulher durante o parto, age como um tipo de anestesia para resistir à dor, mas o ho mem também pode provocar isso ao cutucar o seu timo que está atrás do coração. A palavra ritmo tem timo. Este componente é despertado num desfile de carnaval, que tem os seus quesitos e a empatia se dá com o público pre sente na avenida ou quando a pessoa simplesmente ouve um disco.

O carnaval de Porto Alegre acontece no Complexo Cultural do Porto Seco, lon ge do Centro da cidade, isso não pre judica as escolas de samba e o desfile?

Sem dúvida nenhuma, o carnaval de Porto Alegre é suis generis no país. Ele não tem comparação com o do Rio de Janeiro, que é a matriz, nem com o de São Paulo. Porto Alegre tem os seus próprios compositores, passistas, ritmistas, construtores de carros alegóricos e a nossa cara. Nós realizamos uma festa para nós mes mos e com isso há essa empatia com o público de cada bairro. Os Bambas da Orgia, com 82 anos de existência, quase enrolaram o estandarte, mas seguraram e estão aí até hoje, como campeões do carnaval. Se formos exa minar a Academia de Samba Praiana, ela tem a ver com o Giba Giba, as co munidades de Pelotas e Rio Grande, que fazem um carnaval espetáculo, com alas e luxo. Aquilo que o João sinho Trinta disse é a verdade, quem gosta de pobreza é rico, o pobre gosta do luxo na avenida. O Fernando Pam plona constatou que nós tiramos da cabeça o que não se tem no bolso. É o que se faz nas oficinas de arte.

Seguindo com os livros do Antônio Car los Côrtes, qual a temática de Rua da Praia 40°?

Na Rua da Praia existe a Galeria Cha ves, que é a mais charmosa do Bra sil, com os resquícios fundamentais da arquitetura Belle Époque. Ela é a passarela daqui, foi onde comecei a assistir ao carnaval, que era na es quina da Rua da Praia, com a Avenida Borges de Medeiros. Nós assistíamos às tribos, sendo que Porto Alegre chegou a ter 17 delas, que contavam a história dos verdadeiros donos des sa terra, os indígenas. Eu e os meus irmãos chorávamos, porque elas vi nham com alas de bandolins, violões e cavaquinhos. A harmonia era muito bela. As tribos não têm samba-enre do, elas possuem hino. Se Porto Ale gre tivesse a sua pista de eventos no Centro seria um colosso, porque eu sou da época em que o argentino, o

EM EVIDÊNCIA | Desde 2009 - No 89 - 2022 85@revistaemevidenciaINSCRE VA-S E
“O Dia da Consciência Negra começou em Porto Alegre e se espalhou por todo o país, sendo celebrado no dia 20 de novembro”
CHICO PINHEYRO/REVISTA EM EVIDÊNCIA

uruguaio, o paraguaio e até o perua no vinham assistir o carnaval daqui, lotando as arquibancadas. Então, fica um apelo ao nosso prefeito Sebas tião Melo, que se consagre na cidade, construindo as arquibancadas defi nitivas, dando conforto a esse povo. Para que ele possa ter um momento de lazer e de entretenimento, apren dendo a cultura. Na minha concep ção, o Paulo da Silva Dias (Jajá) é o maior puxador de samba do Brasil, de todos os tempos e olha que eu respeito muito o Jamelão, mas o Jajá cantando Festa de Batuque, conside ro o maior enredo que já assisti. Não existe essa questão de que o carnaval de Porto Alegre seja incipiente, ele é maravilhoso. Existe todo um ritual. Houve uma vez, que a chuva só parou quando os Bambas entraram na Ave nida. Eles terminaram o desfile, ela voltou. Isso é uma ligação com o alto, a palavra alma é a união da matéria com o alto. A ligação dos Orixás está presente em tudo, também.

Degraus da Vida é uma obra que na capa mostra o encontro de gerações, uma metáfora que diz muito sobre a nossa existência. Qual a mensagem que fica para os leitores?

Eu quero destacar que a capa deste livro e do Rua da Praia 40° é uma gra ça do artista plástico Vinicius Vieira. Quanto ao livro, nós precisamos dar dez aos graus da vida, eu estou dizen do ao meu neto que para se conseguir subir a escada de Jacó, tem que subir degrau por degrau, com ética, moral, seriedade e competência. Ele trata das crônicas que publico nos jornais Correio do Povo, do Comércio e ou tros tantos que têm textos inéditos. Não é um livro de autoajuda, ele é quase de psicanálise, porque leva a pensar e fazer uma reflexão. Isso me basta. O meu primeiro solo foi Baila rina do Sinal Fechado que está esgo tado. Todas as manhãs, eu passava na Avenida Ipiranga, esquina com a Ave nida Silva Só, onde tinha uma me nina que vendia jornal e ao mesmo tempo metia a mão no bolso, para dar bala aos pais que estavam levando os

filhos no colégio, dentro de seus car ros. Era uma menina negra muito bo nita e parecia que ela serpenteava no meio dos carros, me fazendo lembrar da Ana Maria Botafogo, a bailarina número um do Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

O período da escravidão gerou muitas histórias e mitos. O que de fato aconte ceu na fuga dos negros para os outros países da América Latina?

Quando propagamos uma mentira re petida muitas vezes, acaba sendo na visão de alguns verdade. O Brasil tem 60% de negros e tinha muito mais. No Cais do Valongo, no Rio de Janeiro, chegaram mais de cinco milhões de escravizados, a bordo de campos de concentração flutuantes, que eram os navios negreiros e que se espalharam pelo país todo. Atualmente, no Rio Grande do Sul, nós temos em torno de 20%, o mesmo percentual de ne gros que têm nos Estados Unidos. Lá, eles fazem tanto barulho que as pes soas pensam que é muito mais. O Dia da Consciência Negra começou em Porto Alegre e se espalhou por todo o país, sendo celebrado no dia 20 de novembro. Houve um fato que nun ca foi abordado, existia um grande número de suicídios de negros que não aguentavam mais aquele sofri mento, devido a crueldade com que eram tratados. Então, alguns fugiam para a fronteira do Uruguai, que hoje formam 5% da população, o mesmo acontecia na Argentina, que são 3%. É lógico que eles não pegariam es sas pessoas e colocariam todas num navio para mandar embora, pois não gastariam com isso. Além do que, para eles os negros eram uma mão -de-obra barata. Eu posso estar erra do, mas vejo como um mito.

Nas suas considerações finais, gostaria que o senhor falasse sobre a importân cia das cotas.

As cotas são uma ferramenta que o Brasil deveria se servir mais, não só para diminuir o fosso da desigual dade social. Elas vieram para ficar,

os Estados Unidos aplicaram esse método, no governo Kennedy. Se for examinar as Câmaras Municipais, no Brasil, praticamente não encontra mos negros. Isso acontece no Legis lativo e no Executivo, porque todos os partidos políticos são racistas. Eles têm medo de que um negro ao ser candidato, se eleja. Nos casos de corrupção no país, dos últimos 20 anos, não encontramos nenhum ne gro envolvido. É possível encontrar o Joaquim Barbosa, que como juiz pu niu a corrupção. Eu questiono, caso a política de cotas existisse no país a mais tempo, quantos “Joaquins Barbosa” não existiriam dentro do Judiciário brasileiro. Por mais que se diga que o país não tem racismo, basta examinar, por exemplo, as fi las de emprego, nas segundas-feiras, a maioria ali é de negros. Quantos são admitidos? Houve uma época em que o setor que recrutava, botava um pontinho que era o símbolo para quando encaminhava para a em presa, a pessoa já sabia que aquele candidato era negro e nem chama va. Eu cito um exemplo meu, fiz um concurso de locutor numa grande Rádio no RS, na década de 70, onde inscreveram-se 700 candidatos. Eu fiquei em terceiro lugar e fui chama do pelo gerente, quando cheguei ele que já era branco, ficou mais branco ainda, perguntou se eu era o Antô nio Carlos Côrtes. Conversou um pouquinho e pediu para eu aguardar, prometendo que me chamaria. Isso nunca aconteceu. Passou um tempo, eu fiz um concurso de apresentador de Televisão de um programa noti cioso. No teste, tinha menos gente, uns 150 participantes. A equipe dis se que fui o melhor. O gerente de programação pediu para aguardar a chamada e nunca chamou. Eu fui sa ber depois por um switch, meu ami go, que ele disse que o meu cabelo era muito grande. Eu usava um Bla ck Power e sequer fui chamado para perguntar se concordaria em cortar o cabelo ou baixar um pouco ele. Com quantos acontecem exatamen te isso? Esse é o racismo estrutural do nosso dia a dia.

86 EM EVIDÊNCIA | Desde 2009 - No 89 - 2022 @revistaemevidenciaINSCRE VA-S E
EM EVIDÊNCIA NA TV

QUEM FAZ, ESTÁ EM EVIDÊNCIA!

Confira quem são as

UM ANO DO PROGRAMA EM EVIDÊNCIA NA TV

EM EVIDÊNCIA NA TV

O

RICARDO BREIER

FLASH
pessoas
que
estão
fazendo o Rio Grande acontecer, através das lentes do fotógrafo da Revista Em Evidência, Chico Pinheyro Jennifer Nunes
Durante
a gravação do programa que comemorou um ano do programa Em Evidência na TV, o apresentador Claudio Andrade e o diretor Lucio Vaz prestigiam o livro do conselheiro federal da OAB, Ricardo Breier O casal Armando Domingues e Andréia Fioravante prestigiam o conselheiro federal da OAB, Ricardo Breier
diretor do programa Em
Evidência na TV, Lucio
Vaz e o
prefeito
de
Santa Maria, Jorge Pozzobom conversam após
a
gravação do programa na RDC TV

RESTINGA SÊCA EM EVIDÊNCIA

AMIGOS

O

SÓ ELAS

Apresentando

FLASH
FOTOS: CHICO PINHEYRO/REVISTA EM EVIDÊNCIA
proprietário da Rede Panorama de Restaurantes, Dalto Scheibel com a amiga Ana Amélia Lemos
Roberto Argenta e Paulinho Salerno, capas da Revista Em Evidência
o programa Em Evidência
na
TV, Andréia
Fioravante
recebe
Rita Cunha
do
Imama,
a
secretária de Educação de Canoas, Beth Colombo e Milena Ghisolfi do Sicoob

DOM PEDRITO, 150 ANOS

O prefeito reeleito do município, Mário Augusto de Freire Gonçalves aprontando os preparativos para as comemorações do sesquicentenário do município

MONTENEGRO, 150 ANOS (EM 2023)

O prefeito montenegrino, Gustavo Zanatta, antecipou a Revista Em Evidência que a cidade vai testemunhar a maior celebração já registrada no município

ANTÔNIO SILVIO HENDGES

FLASH
FOTOS: CHICO PINHEYRO/REVISTA EM EVIDÊNCIA
O
blogger,
autor e
escritor do livro (Quase) Todos os Segredos da Cachaça Gaúcha com a secretária de Cultura do Rio Grande do Sul, Beatriz Araujo

ENGENHARIA DE TRÁFEGO É O CAMINHO

Em Evidência entrevista Rui Pires, CEO da RVP Tecnologia Em Engenharia LTDA

Entrevista: Voltaire Santos | Edição: Patricia Poitevin

Um dos temas que mais tem chamado atenção dos gesto res municipais é a Engenharia de Tráfego. Conceito básico nas chamadas “cidades inteligentes”, um planejamento técnico na área pode influenciar diretamente na infraestru tura e o consequente desenvolvimen to de um município, além disso, um trânsito inteligente pode salvar vidas e

trazer mais qualidade de vida aos cida dãos, como pesquisas recentes têm de monstrado. O programa Em Evidência Na TV (RDC TV sábados e domingos às 19 horas) entrevistou com exclusivida de, o engenheiro Rui Pires, CEO da RVP Tecnologia Em Engenharia LTDA, que abordou este importante assunto. Con fira a seguir ou acesse o QR Code para assistir na íntegra a entrevista

Qual o panorama geral do trânsito no estado e no país? Como solucionar os principais problemas de tráfego?

É uma satisfação estar aqui no pro grama Em Evidência na TV, falando um pouco sobre a Engenharia de Trá fego, os seus objetivos e as contribui ções para a melhoria da qualidade de vida dos nossos municípios. Nós te

EM EVIDÊNCIA NA TV CHICO PINHEYRO/REVISTA EM EVIDÊNCIA

mos uma população de 215 milhões de habitantes, no Brasil, e uma frota com o crescimento extraordinário de, praticamente, 85 milhões de veículos circulando nas nossas vias. A maioria das nossas cidades do Rio Grande do Sul e do Brasil, não foram dimensio nadas para tanto, ou seja, carecemos muito de infraestrutura. Esse cres cimento desordenado acaba ocasio nando problemas de circulação. Nós temos um elevado número de veícu los circulando, um aumento de polui ção e congestionamento, principal mente nos horários de pico. O pior de todos os problemas é o sinistro, que são os acidentes de trânsito. No ano passado, pelas estatísticas ocorreram 60 mil mortes no trânsito, matando mais que qualquer guerra. Nós pre cisamos trabalhar com Engenharia de Tráfego, Esforço Legal e Educação para o Trânsito, que são os três “E” fundamentais do tripé do Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Várias al terações foram feitas durante todos esses anos de implantação do CTB, desde 1998, mas nós temos muito a crescer. Hoje nós estamos com 977 Resoluções do Conselho Nacional de Trânsito (Contran). Os municípios precisam estar sempre atualizados e esse é um trabalho diferenciado, que nós fazemos, no sentido de melhorar a qualidade de vida, proporcionando segurança, reduzindo a velocidade, que é o que mais mata no trânsito. A Engenharia de Tráfego ajuda mui to no ordenamento dos fluxos e na redução, dando mais segurança aos usuários das nossas vias.

Por que nós não conseguimos avançar no desenvolvimento de outros modais para ajudar a desafogar um pouco o trânsito?

Primeiramente, a questão do investi mento é muito importante. Dos três “E”, colocaria mais um quarto, no que se refere a trânsito, a mobilidade precisa de investimentos, portanto, o outro “E” seria das Estatísticas, ou seja, dos números. Nós precisamos avaliar o sinistro de trânsito pon tualmente para ter esses números e

depois elaborar um projeto de Enge nharia de Tráfego para tal. Hoje 80% da nossa frota, no Brasil, são de ve ículos leves. Nós precisamos inves tir em novas tecnologias, em outros modais, realmente falta a questão da exploração do ferroviário que nós tínhamos há uns anos atrás. Atual mente, pouco se utiliza esse meio de transporte, mesmo sendo um meio seguro. Na BR-163, do Mato Grosso, estava ocorrendo muitos acidentes, portanto, eles estão fazendo um pro jeto de ferrovias, que ajudará muito a diminuir esse número exorbitante de veículos circulando. O investimento

De cada R$ 1,00 investido em Educação no Trânsito, Engenharia de Tráfego e Esforço Legal, se economiza R$ 5,00 na Saúde

92 EM EVIDÊNCIA | Desde 2009 - No 89 - 2022 @revistaemevidenciaINSCRE VA-S E
EM EVIDÊNCIA NA TV

para fazer um quilômetro de asfalto é de um milhão e meio de reais, de pendendo da situação, dois milhões de reais. Muitos municípios depen dem desse transporte, então nós ain da temos que evoluir neste sentido, e começar essas discussões através dos planos de mobilidade, para implan tar novos sistemas, menos poluentes. Estamos um pouco defasados em re lação aos países mais desenvolvidos, na questão do veículo elétrico, que polui menos. Nós temos o problema do custo, que ainda é muito alto, mas obviamente que não queremos ficar para trás, temos que buscar novas tecnologias, que sejam não poluen tes, e investir no transporte público, que hoje é deficiente. Em Porto Ale gre, nós temos um modal de trans porte público, que é referência no estado, mas os municípios pequenos não têm um meio de transporte con

fiável, seguro e econômico. O próprio plano de mobilidade nos municípios é uma realidade que começa a repen sar a cidade daqui a 15 ou 20 anos. Em outros países estão mudando esse foco do veículo. Nós precisa mos mudar a nossa cultura. Hoje, não podemos pensar só em carro, temos que pensar em outros meios, onde o transporte é de massa, como o metrô, por exemplo.

O que o senhor acha do sistema de ci clovias, em sua opinião, demorou para ser valorizado no nosso estado?

Quando eu estive em Amsterdã, pude constatar o respeito pela ciclovia. O interessante é que todo o trânsito é compartilhado, ou seja, um respei ta o outro. Nós caminhamos por lá e paramos para olhar uns prédios, em cima da faixa exclusiva para ciclis

tas. Imediatamente fomos alertados que ali é lugar para a circulação de bicicletas, exclusivo para isso. O lu gar do pedestre é na calçada, então cada um deve ocupar o seu espaço. O mais importante é que funciona e tem esse respeito. Ainda estamos en gatinhando nesta cultura, precisamos projetar esta cultura aqui, agora com o novo manual que foi instituído pela Resolução 973/2022, que começou a vigorar no dia primeiro de agosto. O próprio Contran, através da Secreta ria Nacional de Trânsito (Senatran), elaborou um manual específico para projetos cicloviários, com padroniza ção e normatização para justamente dar mais segurança, para quem gosta da bicicleta e utilizá-la como meio de transporte. A maioria da população de Amsterdã utiliza a bicicleta nos seus deslocamentos, até para ir para uma festa. Eles vão de bicicleta usando ter

EM EVIDÊNCIA | Desde 2009 - No 89 - 2022 93@revistaemevidenciaINSCRE VA-S E
No ano passado, pelas estatísticas, ocorreram 60 mil mortes no trânsito, matando mais que qualquer guerra “
CHICO PINHEYRO/REVISTA EM EVIDÊNCIA

EM EVIDÊNCIA NA TV

no e gravata e as mulheres bem ves tidas. Para eles, é uma coisa normal. Nós precisamos transformar, mas ain da falta muito espaço, muita ciclovia e ciclofaixa, para dar mais segurança.

Como a RVP – Tecnologia em Enge nharia, pode ajudar o município nos seus projetos de tráfego?

A nossa empresa atua há 18 anos no estado do Rio Grande do Sul e em todo o país. Recentemente, realizamos um projeto de sinalização turística para as cidades de Sinop, Querência e Lucas do Rio Verde, em Mato Grosso. Nós atua mos em diversos municípios, fazendo uma consultoria técnica, para melho rar a qualidade de vida no que se refere ao aspecto de sinalização, porque uma cidade bem sinalizada evita sinistro de trânsito. De cada um real investido em Educação no Trânsito, Engenharia de Tráfego e Esforço Legal, se economiza cinco reais na Saúde. Você terá menos sinistro de trânsito. O trabalho que nós fazemos é extremamente técnico, por exemplo, existe o estudo do sentido úni co. A maioria dos municípios no interior ainda têm vias com sentido duplo, num cruzamento onde você tem sentido du plo, chega até a ter 32 pontos de confli tos, propícios a ocorrer acidentes, sem falar na segurança do pedestre. Muitas vezes as faixas de segurança estão mal posicionadas, muito próximas às esqui nas, onde o veículo tem que adentrar para ter visibilidade em relação a outro veículo. No sentido duplo, o pedestre tem que fazer a travessia olhando para os dois lados, causando insegurança. Quando nós propomos sentido único do sistema binário, isso reduz pratica mente a pouquíssimos pontos de con flitos. Para eliminar os pontos de con flitos é preciso fazer uma rotatória. Nós usamos muito nos nossos projetos, em vários municípios, inclusive tivemos uma audiência pública em Tapejara, onde participaram o prefeito Evanir Wolff, o vice-prefeito Rodinei Bruel e a comunidade. Mais de 200 pessoas par ticiparam desse evento, onde nós que remos mudar o trânsito na área central, em duas vias, implantaremos o sentido único do sistema binário. Nos pontos de

conflitos, usaremos rotatórias. Muitos órgãos de trânsito não têm orçamento próprio, para implantar uma placa de sinalização que custa quase R$ 600. Na rotatória vai até 12 placas, tanto de ad vertência, quanto de regulamentação.

O investimento é alto, hoje a implanta ção de um tachão custa R$ 50. Então, é preciso investir, pois sem investimento, não é possível fazer a implantação de um projeto de Engenharia de Tráfego. Nós estamos sentindo o clamor da so ciedade, o envolvimento, a melhoria e a busca por um trânsito seguro. Está no Artigo 21 do CTB, que é obrigação do órgão ou do gestor de trânsito investir também no que se refere a melhoria e segurança no trânsito.

A educação de trânsito e mobilidade não deveriam ser assuntos mais recor rentes no cronograma das escolas?

O programa de educação para o trân sito está caminhando ainda, precisa mos que seja implantado nas escolas, desde as séries iniciais até a Univer sidade. Agora fomos surpreendidos com a consulta pública que a Sena tran colocou, sugerindo a opção para as pessoas fazerem as aulas teóricas fora de um Centro de Formação de Condutores. Veja, se com as aulas práticas e teóricas, ainda nós temos deficiência imagina sem ter essas au las, é um problema muito sério que vai causar também desemprego, pois são 111 mil instrutores de trânsito no Brasil. Isso vai causar um problema muito sério, nós precisamos melho rar e avançar na formação do nosso condutor. Eu vejo que principalmente a parte mais frágil do trânsito é a mo tocicleta, sempre digo para os meus alunos, que ela foi feita para cair, pois só tem duas rodas, ou seja, um equi líbrio dinâmico, diferente do veículo que o equilíbrio é estático. Ele possui toda uma área de proteção, enquanto a motocicleta não, o próprio condu tor é o para-choque. Hoje, de cada dez sinistrados no trânsito, sete são com motocicleta. A facilidade que você tem para comprar uma moto agora é impressionante, com R$ 100 já sai com uma moto, mas sem pensar

na preparação e nos equipamentos que têm que usar. A segurança não é vista como um investimento e para andar de moto tem que ter um equi pamento adequado. Nós temos essas questões, que precisam ser avaliadas para termos um trânsito mais seguro, cada um tem que fazer a sua parte, juntos salvamos vidas.

Para o gestor que deseja desenvolver um projeto de tráfego, qual a melhor maneira para entrar em contato com o senhor?

Nas Redes Sociais, tem o endereço da RVP e o WhatsApp, também é possí vel digitar o meu nome no Google: Rui Valdinei Pires, que vai mostrar toda a trajetória dos trabalhos que nós desenvolvemos ao longo desses 18 anos. Nós estamos com vários mu nicípios prestando esse trabalho de consultoria, melhorando as questões referentes à redução de velocidade, que está dentro do Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trân sito (Pnatrans), do governo federal. O programa quer reduzir até 2031, em 50% o número de óbitos e lesões cor porais. Nós estamos no caminho cer to, os pilares que trabalhamos estão contemplados dentro do Pnatrans, que é a segurança viária, a educação para o trânsito e também a capacita ção dos servidores, na implantação de melhorias na segurança do trân sito.

Quais são as suas considerações finais?

Agradecemos o espaço e nos colocamos à disposição da comunidade gaúcha, prefeitos e empresas privadas. Nós fa zemos consultoria há mais de três anos para a Tramontina, em Carlos Barbosa, e para o município também. Eu quero agradecer pela confiança no nosso tra balho e estamos sempre a disposição, no sentido de melhorar cada vez mais e qualificar os nossos usuários de trân sito, para termos um tráfego mais se guro e com fluidez, sempre levando em consideração o nosso respeito ao dom mais precioso que nós possuímos, que é a vida.

94 EM EVIDÊNCIA | Desde 2009 - No 89 - 2022 @revistaemevidenciaINSCRE VA-S E

DO RIBEIRO

MAIS ALEGRE

MAIS QUALIDADE

Como nasceu e como funciona a Fábri ca dos Gaiteiros?

Ela surgiu através do Instituto Re nato Borghetti, que é financiado por ele. Numa reunião da CMPC Celulose Rio-grandense, junto com o Rena to, surgiu o assunto através de uma

brincadeira da diretoria da empresa. Eles perguntaram se dava para fazer uma gaita ponto de eucalipto, se fos se possível, eles bancariam o projeto. O eucalipto é uma madeira dura, que racha e não é preparada para isso. O Renato começou a investigar os tipos de eucalipto existentes e achou uma

espécie na Bahia, que a matéria-pri ma deu certo, porque era macia e não rachava. Trouxeram para o Sul, fize ram um teste e foi aprovada a gaita de oito baixos de eucalipto. Na época, o Renato procurou o presidente da CMPC, Walter Lídio Nunes, e falou: “já temos a matéria-prima, o euca

EM EVIDÊNCIA NA TV CHICO PINHEYRO/REVISTA EM EVIDÊNCIA “A BARRA
ESTÁ
E COM
DE VIDA” Jair Machado, prefeito da Barra do Ribeiro Entrevista: Voltaire Santos Edição: Patrícia Poitevin
CAPA

lipto pronto para fazer a gaita de oito baixos”. Ele fez um modelo e a par tir daí começou o projeto. Ele mon tou uma fábrica na Barra do Ribeiro. Hoje são 16 cidades já possuem esse empreendimento. Aderiram ao pro jeto, até mesmo em Santa Catarina. Tem também o aspecto social para as nossas crianças, tirando elas da rua. É um projeto muito lindo, inclusive estamos preparando para dezembro, o Encontro Internacional de Gaita, em Barra do Ribeiro. Será um even to muito importante, com gaiteiros de todo estado, do país e do exterior, como Itália, Argentina e Uruguai.

Conte-nos sobre a confraternização, no final de ano, com o Encontro das Fábri cas dos Gaiteiros na Barra do Ribeiro?

É um encontro de todas as cidades que possuem uma Fábrica dos Gai teiros, reúnem-se no nosso municí pio e fazem uma apresentação muito linda. O evento nos traz uma alegria muito grande. Inclusive, o Renato, não está dando conta dos pedidos das cidades que querem aderir ao progra ma. A gaita é fabricada pelo aluno, para ficar pronta leva um tempo, pois é um trabalho refinado e complexo. É muito bom que todo mundo quei ra aderir, é importante para o mundo de hoje, para os jovens e as crianças terem esse incentivo. Hoje nós temos alunos premiados em vários concur sos de gaita ponto. Tem um menino que está se destacando na música e possui vários prêmios, isso incentiva a gurizada ter alguma ocupação além do colégio e do estudo, essa é a prin cipal função do projeto.

Quem quiser visitar a cidade e conhe cer esse projeto, pode ir ao Museu da Gaita?

O nosso projeto é aberto todos os dias da semana, o pessoal pode visi tar, conhecer a fábrica e ver uma gaita sendo fabricada desde o início até o final, quando instrumento é afinado. Têm turistas de todos os lugares, já veio gente de outros países para co nhecer a Fábrica dos Gaiteiros. É uma

coisa muito importante e inédita.

O senhor está no seu segundo mandato e está se destacando por valorizar as belezas naturais do município. Como está o andamento dos projetos turísti cos para melhor receber os visitantes?

A Barra do Ribeiro é uma cidade na Costa do Rio Guaíba, que vem ao en contro da Lagoa dos Patos, sempre com muito potencial, mas pouco ex

plorada. Nós começamos um traba lho de organização, há cinco anos, no meu primeiro mandato. Eu sempre defendi isso entre os municípios da Costa Doce, pois sabia que só a Bar ra do Ribeiro não conseguiria atrair pessoas de outros lugares para nos visitar. A nossa região é muito rica em turismo e outras atividades. Além da Costa Doce, nós temos uma parte da Serra. Começamos um trabalho junto com os municípios da Região Costa

96 EM EVIDÊNCIA | Desde 2009 - No 89 - 2022 @revistaemevidenciaINSCRE VA-S E
EM EVIDÊNCIA NA TV CAPA

Doce, fazendo uma organização na cidade, limpamos as ruas e deixamos a Orla revitalizada. Nós temos agora eventos com veleiros, já aconteceu o 2º Encontro com os Veleiros, da re gião de Porto Alegre, Belém, Itapuã e Tapes. Nós tivemos um trabalho tam bém muito sério, com a revitalização do Engenho Santo Antônio e de mui tos prédios antigos de Barra do Ri beiro, inclusive a prefeitura. A cidade começou a melhorar, renovamos o

calçamento da avenida. A Barra do Ribeiro está mais alegre e com mais qualidade de vida. Investimos muito também na área da Saúde, para po der oferecer um bom serviço aos ci dadãos. No 1º Velejaço Solidário, em Barra do Ribeiro, nós tivemos mais de 200 embarcações nos visitando. Com isso, o pessoal começou a se interes sar em conhecer o município, que é uma cidade hospitaleira, que atende bem os turistas. Temos muitas pou

sadas, hoje estamos com mais de 600 leitos para receber o turista, portanto estamos nos preparando junto com a Costa Doce, porque eu sempre digo: “uma andorinha só, não faz verão”. Só o nosso município não vai conse guir atrair visitantes, tem que haver uma união e cada um mostrar o seu potencial, para que as pessoas se in teressem a vir para essa região, ou seja, passar a Ponte do Rio Guaíba e ir do outro lado.

Como aconteceu a revitalização do engenho, foi com recurso próprio ou emenda?

O projeto foi financiado pela inicia tiva pública e privada. Um empresá rio de Porto Alegre tinha o sonho de realizar algo em Barra do Ribeiro. Eu me elegi, assumi a prefeitura no dia primeiro, já no dia cinco o arquiteto Eduardo Ribas estava em Barra do Ribeiro, com o projeto dele na mão. Nós saímos para caminhar e ele mos trou o que queria. Quando chegamos no engenho, ele afirmou que ali seria o projeto. O engenho era da família Garcia, uma família antiga de fazen deiros que plantavam arroz. Ele fez o projeto e eu disse que teríamos que conversar com os donos para ver se eles teriam interesse. Encontramos -nos com os Garcia e eles gostaram da ideia, porque era um prédio antigo que estava fechado. A prefeitura revi talizou a rua, fez o trapiche e a famí lia deu uma ajeitada nas construções do engenho. As obras não estão pron tas, porque teve que parar na época da pandemia. Infelizmente, o senhor Armando Garcia veio a falecer, eles ficaram envolvidos com o inventário, dando uma segurada no projeto.

Como está a negociação da Barra do Ribeiro com a CatSul, para trazer o Catamarã para o município?

Nós começamos a falar com o empre sário da CatSul, fomos visitá-lo e nos dando uma sinalização positiva. Dis seram que a Barra do Ribeiro tinha condições de receber esse projeto, a única dificuldade maior seria o volu

EM EVIDÊNCIA | Desde 2009 - No 89 - 2022 97@revistaemevidenciaINSCRE VA-S E
CHICO PINHEYRO/REVISTA EM EVIDÊNCIA
Nós estamos mudando toda a nossa frota, deve ter mais de 20 carros.
A Barra do Ribeiro está em outro patamar, muito diferente daquele em que nós encontramos quando iniciei o mandato

me de público, para ter condições de levar um Catamarã com duzentas pes soas, fazendo uma linha comercial. No momento não se vislumbrou essa ideia, mas houve a intenção de uma linha turística. Como por exemplo, uma pessoa quer fazer o casamento no trapiche da Barra do Ribeiro. Ela pode deslocar o Catamarã até o trapi che e fazer o evento. Se um grupo de turistas quiser conhecer a Orla, pode rá ir até um Catamarã à disposição, no final de semana. O início seria dessa forma, depois conforme o andamento. Com o interesse das cidades vizinhas de vir até a Barra do Ribeiro, pegar essa embarcação e ir a Porto Alegre, fica mais fácil que aconteça. Seria um Catamarã por dia, pela manhã bem cedo e no final da tarde. Nós temos que preparar o trapiche, aumentá-lo para o Catamarã encostar, por causa do calado. A nossa praia é de banho, por isso é baixa, então temos que fazer esse ajuste. Existe também um proje to para a pessoa que vem de Guaíba até Porto Alegre. O Catamarã faria um novo trajeto passando em Belém, Itapuã e Barra do Ribeiro. Temos esse projeto, que a CatSul está estudando. Nós torcemos por isso, porque ficarí amos com um pacote legal e as pes soas poderiam fazer um passeio na viagem para o trabalho. Agora temos a parte burocrática do projeto, com a licitação, pois existe um novo trajeto a ser percorrido. A CatSul venceu a li citação, mas até Guaíba, no caso, ela teria que fazer um aumento, teríamos que ver qual a possibilidade de conti nuarmos com a CatSul ou contratar mos outra empresa. No momento que o município da Barra do Ribeiro tiver com o trapiche pronto, nós vamos ter condições de receber outras embar cações turísticas. Pode haver outra empresa interessada em fazer esse turismo na Barra, porque nós temos uma Orla maravilhosa, muito pouco explorada pela população. Imagina sair da pressão do trabalho num dia de semana e em 20 minutos se encontrar com a mata virgem, uma Orla linda, não tem coisa melhor. A região está ali para ser explorada e eu tenho certeza que a CatSul vai abraçar esse projeto.

Quais são os principais elementos de desenvolvimento da economia do mu nicípio?

Hoje, além de nós termos a agricul tura, com o arroz e a soja, também desenvolvemos a silvicultura, que tem dado uma renda muito boa para o município. Nós trabalhamos em parceria com a Tecnoplanta, uma empresa de mudas de eucalipto, que funciona diretamente ligada à CMPC. Eles possuem em torno de 700 fun cionários no total, é uma empresa extremamente forte. O turismo mo vimenta muito o comércio. Na nossa avenida principal, felizmente, nós estamos com todos os locais lotados de lojas famosas, que vieram nesses últimos anos para Barra do Ribeiro, apostando no município.

Quais os seus planos para depois que concluir o mandato como prefeito?

Nós sempre dizemos que o futuro a Deus pertence, pois não sabemos o que pode vir ali na frente. Falar ago ra com toda a certeza, é difícil, mas eu torço muito por Barra do Ribeiro. Eu sou um apaixonado pela cidade, já tive dois mandatos como vereador, agora é o segundo consecutivo como prefeito. Sempre tive esse sonho, o que está acontecendo na nossa cida de é o que eu sempre imaginei des de guri. Eu pretendo ver alguém que me substitua, continuando com esse trabalho, com ideias novas. As brigas na política não trazem nada para nin guém, nem para a cidade, nem para o estado e ou até mesmo para o país. Quando eu assumi a prefeitura da Barra do Ribeiro, no primeiro man dato, infelizmente ela estava largada, completamente abandonada, estava no CADIN, com os tributos presos para receber nova captação. Tivemos que trabalhar muito, quase dois anos, em cima disso. Depois veio a pande mia. Aproveitamos para organizar a Saúde. Hoje, nós temos um Pronto Atendimento 24 horas, que só não faz cirurgia. A Barra era uma cidade que vinha doente, porque muitas das pes soas não tinham condição de ir a Porto

Alegre, não saíam e ficavam doentes em casa. Agora, nós temos radiogra fia, raios-X e laboratório. A quanti dade de consultas que têm na Barra do Ribeiro é inédita. A qualidade de vida das pessoas melhorou, isso, para mim, é uma satisfação muito grande. Eu fico muito contente quando vejo essas coisas acontecerem e eu torço para que a Barra continue assim. Não somos o dono da verdade, nem eter nos. As pessoas vêm, nós passamos e deixamos o nosso legado para o mu nicípio. Quando eu peguei a Barra do Ribeiro, não tinha nenhuma patrola, ou uma retroescavadeira. Hoje nós estamos com três retroescavadeiras, duas patrolas e uma escavadeira hi dráulica. Nós estamos mudando toda a nossa frota, deve ter mais de 20 car ros. A Barra do Ribeiro está em outro patamar, muito diferente daquele em que nós encontramos quando iniciei o mandato.

Quais são as suas considerações fi nais?

Primeiro, eu quero agradecer a RDC TV e a Revista Em Evidência, pela oportunidade e pelo convite por estar aqui. Isso é muito importante para mostrar as qualidades do município de Barra do Ribeiro. Eu deixo a cida de de portas abertas para toda a po pulação gaúcha e porque não de fora do RS, para conhecer essa pequena cidade do interior do estado, muito hospitaleira. Eu sempre digo, que nós nunca fazemos nada sozinhos, por tanto, agradeço também à equipe da Barra do Ribeiro, os funcionários pú blicos, desde o gari até o médico. São pessoas que pegaram comigo o muni cípio e mudaram o rumo dele. Quem conheceu a Barra há 20 anos, com certeza vai estranhar quando chegar agora, pois está mais bonita e lim pa. Peço que a população, agora nas eleições, que vote com consciência, preste atenção nos seus candidatos e analise bem as propostas. Vamos ver se o Brasil melhora e cresça cada vez mais. Nós temos tudo para fazer o país ser feliz, com todas as condições que temos.

98 EM EVIDÊNCIA | Desde 2009 - No 89 - 2022 @revistaemevidenciaINSCRE VA-S E
EM EVIDÊNCIA NA TV CAPA
A Assessoria Masp tem a resposta. Como fazer o seu município crescer? Rua Des. Esperidião, 170, Sala 205 Bairro Três Figueiras Porto Alegre/RS (51) 3095 0588 masperassessoria@hotmail com | www masper net Acesse o site (51) 9 9577.9516 Milton Mattana A Assessoria Masper tem a resposta. Conheça o Software de Gestão de ICMS e ISS, presente em mais de 80 municípios

Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook

Articles inside

EM EVIDÊNCIA NA TV - Rui Pires

9min
pages 91-94

EM EVIDÊNCIA NA TV - Jair Machado

10min
pages 95-100

FLASH

1min
pages 87-90

EM EVIDÊNCIA NA TV - Antônio Carlos Côrtes

11min
pages 83-86

Fórum de educação da Granpal

1min
page 74

EM EVIDÊNCIA NA TV - Mano Paganotto

13min
pages 75-81

OPINIÃO - Andréia Fioravante Competências socioemocionais

3min
pages 72-73

Parkshopping Canoas inaugura 13 novas operações

2min
pages 70-71

EM EVIDÊNCIA NA TV - Milena Ghisolfi

7min
pages 59-62

FLASH

1min
pages 55-58

FLASH

10min
pages 45-54

EM EVIDÊNCIA NA TV - Jorge Pozzobom

12min
pages 63-69

Recurso de mais de R$ 700 mil beneficiará 100 pessoas com deficiência

1min
page 44

Gravataí incentiva regularização dos chamados contratos de gaveta

2min
pages 42-43

OPINIÃO - Carolina Paaz LGPD: como a lei de proteção de dados pode afetar as empresas?

3min
pages 40-41

Saúde da voz deve ter atenção em todas as idades

2min
pages 26-27

Novidade no Banri

1min
pages 28-30

OPINIÃO - Fátima Daudt

3min
pages 38-39

EM EVIDÊNCIA NA TV - Marcelo Maranata

10min
pages 31-35

EM EVIDÊNCIA NA TV - Kalil Sehbe

10min
pages 15-19

OPINIÃO - Maicon Bock

2min
pages 36-37

OPINIÃO - Milton Mattana Valentia ou coragem com confiança: a diferença no mundo dos negócios

3min
pages 20-21

FLASH

2min
pages 9-14
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.