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EM EVIDÊNCIA NA TV - Mano Paganotto
MANO PAGANOTTO
Prefeito de Pantano Grande
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Entrevista: Claudio Andrade e Lucio Vaz Edição: Patrícia Poitevin
Mano Paganotto têm se destacado na região por sua agilidade e articulação política que tem resultados em conquistas inéditas na Educação, Saúde e Infraestrutura do município de Pantano Grande. Confira a seguir quais são estas conquistas e conheça um pouco mais sobre o político que não descarta uma possível candidatura à presidência da Famurs
Como iniciou a participação da família Paganotto na política?
Com muito orgulho sou oriundo de uma família, onde a política é feita para o uso da coletividade e para as pessoas que mais precisam. Eu nasci no dia 4 de julho de 1973, em Pantano Grande, a 120 quilômetros de Por-
to Alegre, um antigo distrito de Rio Pardo. Meu pai tinha uma empresa que reformava implementos agrícolas, fazendo tornearia e ferraria. O nosso município tem uma tradição muito grande em minerais e minérios. Quem lida com correção de solo, já ouviu falar em Unifertil, Fida, Inducal, Colorminas, entre outras. Essas empresas são as potencialidades de Pantano Grande, que levam para todo o agro do estado, o calcário para a correção do solo. Meu pai foi candidato a vereador, pela primeira vez, em 1982, no tempo em que o mandato durava seis anos. Em 1989, foi eleito o primeiro prefeito da cidade. A minha mãe foi a primeira secretária de Assistência Social e da Saúde, junto com o título de primeira-dama. Naquele tempo não havia reeleição, portanto ele voltou a ser prefeito de novo só em 2000. A minha mãe foi vereadora três vezes na minha cidade, sendo a segunda vereadora mulher de Pantano. Então, quem falar em Paganotto, na Região do Vale do Rio Pardo, saberá que é uma boa referência.
Como o senhor entrou na vida pública?
O saudoso Ivo Mainardi, um dos deputados federais mais conhecidos da nossa região, me conheceu e disse que tinha futuro na política. Ele queria que eu fosse trabalhar na Assembleia Legislativa, mas infelizmente uns dez dias depois, veio a falecer. Posterior a isso, apareceu o Mário Bernd, da Fundação Nacional de Saúde, e disse que eu tinha que vir para Porto Alegre. Eu vim e quando cheguei aqui estava acontecendo o desfile de Nossa Senhora dos Navegantes. Desci com a minha mala na Rodoviária, com um papel na mão escrito e peguei a Rua Vigário José Inácio, na contramão da romaria. Lembro que estava agarrado naquela mala como se fosse a minha vida, com medo que fosse levada, porque tudo o que eu tinha estava ali dentro. No fim, deu tudo certo, 90 dias depois virei coordenador do Saneamento Básico do Rio Grande do Sul, onde instalamos em muitos municípios as Unidades de Saúde Básica, que levava os moldes de saneamento para os municípios. Os funcionários da prefeitura recebiam treinamento para fazer vaso, pia e modos sanitários, levando banheiro e dignidade para as pessoas.
Qual a importância da participação da sua mãe na política, no início da sua carreira?
Minha mãe era vereadora, meu pai não pode ser candidato por alguns problemas burocráticos da administração. Todo mundo disse que eu deveria ser o próximo candidato, por ser o seu herdeiro político. Nunca me esqueço, eu estava na minha sala, escorado na lareira, quando perguntei como poderia ser candidato a prefeito, se não entendia muito sobre o cargo. Eles me disseram que eu sabia como funcionava a política, pois conhecia as lideranças do nosso município, dos bairros e das vilas do interior. Na mesma hora, eu aceitei o desafio, sabendo da dimensão que era, porque tinha dentro de casa um exemplo de solidariedade. Com isso, fui candidato a prefeito, contra todas as forças políticas e grandes “chaminés”, como tem em qualquer município. Eu e a minha mãe perdemos por 119 votos. Aquilo foi uma comoção total, porque fizemos uma campanha muito bonita. Na época, a RBS fez uma matéria, pois era inédito, mãe e filho serem candidatos a prefeito e a vice simultaneamente. Segui a vida e fui para a Assembleia Legislativa, depois trabalhei com o senador Zambiasi, em Brasília, durante quatro anos. Posterior a isso, também trabalhei na Secretaria do Trabalho e no Diretório Estadual do PTB. Na Assembleia Legislativa, tive a honra de ser o coordenador do Salão Nobre e depois fui para a bancada trabalhar com todos os deputados, sempre subindo dentro da política e nunca esquecendo do meu município, ajudando com emendas parlamentares e recursos. Eu era o elo de ligação da minha cidade, com a capital e as lideranças políticas. Depois fui candidato a prefeito de novo, com um outro vereador, mas perdemos de novo, por 39 votos. Fui candidato outra vez junto com o vereador mais votado da minha cidade, mas perdemos por 19 votos. Na última eleição, fomos candidatos novamente e eu jurei que seria a última vez, porque já estava com mais de 40 anos. Nessa vez, ganhamos as eleições por 381 votos.Hoje sou um prefeito que já tem 42 projetos cadastrados em Brasília, viramos referência para toda a nossa região, porque temos uma bela relação com todas as pessoas de todos os partidos.
A pandemia foi um período muito difícil, mas Pantano Grande foi um exemplo na vacinação e com uma resposta rápida. Como o seu município passou por essa crise sanitária?
Falar de pandemia é muito triste, porque vários de nós perdemos pessoas da nossa família, das nossas relações, que representavam alguma coisa para nós, alguns ídolos nossos se foram. Para nós foi muito desafiador, porque iniciamos a prefeitura sem conhecermos muito, só naquele período de 40 dias da transição, para saber como funcionava e logo em seguida, em março, estourou a pandemia. Eu perdi meu sogro, uma pessoa muito próxima a mim, e também fiquei 20 dias no hospital, sendo quatro deles na UTI. O triste para quem passou por isso é que a família fica esperando um telefonema por dia, para saber se foi entubado, se faleceu ou não. Nós fizemos uma grande mobilização, conscientizamos a comunidade, fazendo lives e espalhando informações com o carro de som na rua. Pantano faz parte da Amvarp, são no total 15 municípios. Nós combinamos o lockdown e por algum motivo, grande parte não quis fazer, eu honrei a minha palavra e só Pantano e mais três municípios ficaram fechados. Então, a pandemia, na gestão pública, teve altos e baixos, mas nunca fugimos do compromisso e da honradez, sempre cuidando das pessoas, dando a elas a informação e a vacina. Pantano Grande foi o primeiro município do
Vale do Rio Pardo no ranking de vacina no braço. Nós íamos até as casas das pessoas para vacinar. Aqui ficam os meus parabéns e minha gratidão eterna, de todo o pessoal da Saúde que mesmo arriscando as suas vidas foram nas casas das pessoas, vacinar e cuidar. Eu, também, tenho um parceiro muito grande, que é o meu vice-prefeito, o Juninho Pires, um jovem funcionário público, que era gerente da CEEE. Junto comigo é um corpo com duas cabeças, só no olhar já conversamos, porque pensar no coletivo é fazer o bem. Nós fizemos uma triagem rigorosa, dos funcionários da Prefeitura que tinham alguma comorbidade de saúde. Eu perdi o secretário de Turismo, com Covid-19. Nós tivemos 31 óbitos. Graças a Deus, conseguimos colocar na normalidade de novo, a vida do nosso município. Atualmente, como está a Saúde do seu município?
O nosso Hospital Regional, em Rio Pardo, ficou totalmente superlotado na pandemia. Em Santa Cruz não foi diferente e em Porto Alegre nem se fala. Nós tivemos que usar as próprias mãos, ampliamos o nosso plantão 24 horas. Construímos, também, a tenda do Covid-19. Fizemos tudo

dentro do possível, recebemos pouco dinheiro do governo federal. Respondemos bem a esse teste, que fizeram ao mundo. Hoje existe pouca sequela disso e estamos caminhando. Agora temos condições de tornar o nosso município conhecido na região somente por coisas boas e bem feitas, melhorando a vida e dando qualidade para as pessoas. No gabinete, eu sempre digo que o seu filho esperando por uma consulta é como se fosse o meu filho na fila de espera. Nós conseguimos em três dias zerar qualquer pedido de exame de imagem e hoje temos um plantão médico, que conta com dois médicos atendendo. Na Rede Pública Municipal dos Postos de Saúde, colocamos de três a cinco especialidades, para que as pessoas não esperem a regulação. Nós conseguimos comprar uma ambulância, UTI móvel, de 300 mil reais, oriunda de uma emenda parlamentar, fizemos um convênio com o SAMU, que vem direto para Porto Alegre, em algum caso grave. Isso é inédito na nossa cidade, nunca tivemos em 35 anos, o que fizemos aqui. A princípio, no ano que vem, serei o presidente do maior Consórcio de Saúde do nosso Vale, o Cisvale.
Qual é o papel da Educação para o senhor?
Eu tenho um carinho muito especial pela Educação, porque é com ela que nós vamos recuperar o tempo perdido. Minha esposa é professora e faz parte de uma classe bem esclarecida e que cobra muito. Nós temos que dar condições para os professores fazerem o seu serviço. Em Pantano Grande, depois do piso salarial em dia, eu estou em lua de mel com meus professores. Possuímos uma Rede Municipal com quase 1.500 alunos, quatro escolas e duas EMEI, para crianças de zero a quatro anos. Já entregamos 550 Chromebooks para todos os alunos do quinto ao nono ano. Um investimento de mais de Um Milhão de reais. Todos os professores da Rede Municipal receberam um Notebook Dell de última geração. Também inserimos quase 20 mil peças de uniforme e Kit completo de material escolar para todos os alunos. Isso ajuda o bolso dos pais, porque nós sabemos que quando vêm, vivemos para eles. O que mais me comoveu é que entregamos o último item do uniforme, que foi o tênis. Havia crianças de pés no chão e eu tive a maior honra do mundo de colocar essa criança no colo, tirar o chinelo, vestir a meia e o tênis. Em fevereiro, eu comecei um namoro com uma das maiores empresas desta área na nossa região, já assinei o Termo de Cooperação e estou reformando as salas de acordo com o exigido. Pantano Grande ganhará um polo da UNISC, vamos ter os cursos de Técnico em Enfermagem, Técnico em Agropecuária, Vendas e todos os outros em EAD.
Neste ano a estiagem afetou diversos municípios do estado, como foi na sua cidade?
Em Pantano Grande não foi diferente das outras cidades do estado, grande parte da atividade econômica do nosso município é agropastoril, com lavoura e gado. Tivemos sequelas graves, o comércio sente com isso e o próprio agricultor também. Infelizmente, nós tivemos uma safra de soja baixa, como a do arroz, a pecuária sofreu com o pasto, mas o poder público fez a sua parte. Fui a Brasília na Defesa Civil, onde nós conseguimos caminhão-pipa e 1.200 cestas básicas, sendo três para cada família. Nós víamos na cara das pessoas a alegria, porque a comida não está faltando só para quem não tem trabalho. O custo de vida está muito caro, hoje quem trabalha não está conseguindo manter a alimentação sua e dos seus familiares. Conseguimos alguns poços artesianos e, via governo do Estado, já fomos contemplados com 12 açudes, para fazermos em algumas propriedades. No dia 20 de setembro, Pantano Grande completou 35 anos de vida pública. Desde então, nunca teve uma escavadeira hidráulica, eu fui a Brasília e consegui uma máquina dessas, que custa um milhão de reais, através de uma emenda parlamentar, onde até o final do ano será licitada.
A pavimentação é muito necessária no interior do estado. O que a prefeitura tem feito na infraestrutura da cidade?
Nós tínhamos uma cultura em nosso município, em que a pavimentação só acontecia no ano da eleição, com financiamento da Caixa Econômica Federal. Eu fiz o Finisa, com quatro milhões e meio de reais, porque vou trocar os 1.900 pontos de luz, que tem na cidade, e vamos aumentar 200 pontos. Serão 2.100 pontos de lâmpada de LED, totalmente blindadas com seis anos de garantia e 90% a mais de luminosidade, onde eu gasto R$ 85.000 em iluminação pública, gastarei de R$ 25.000 a R$ 30.000. Eu gasto quase R$ 200 mil com a iluminação de todos os prédios públicos, com a Usina Fotovoltaica, sobrará mais de R$ 100.000 por mês. Em Pantano Grande, 90% da população na cidade não tem a casa registrada, portanto não possuem nenhum documento ou escritura pública. Eu me coloquei no lugar dessas pessoas e por isso, nós estamos fazendo um projeto de recadastramento urbano, onde todo morador da cidade, terá facilidade de registrar junto ao Cartório de Registro de Imóveis, a escritura de sua casa. Como dizia meu avô: “não existe almoço grátis”. No próximo ano, dentro da caixinha de correio terá o IPTU, mas um imposto justo em tamanho e conformidade com o que a pessoa tem. Nós começamos esse ano com quase sete milhões de reais em pavimentação e já recebemos um milhão de reais no Pavimenta I. No Avançar Turismo cadastramos R$ 1.350.000 e temos mais R$ 250.000 do senador Paulo Paim, para revitalizar a rua do Centro da cidade. Nós temos também um projeto de pavimentação com o secretário Rafael Mallmann, onde dois milhões e meio de reais poderão vir para dentro da cidade, ligando o CTG ao campo de futebol. O meu interior vai ter asfalto na várzea, que é de onde sai todas as potencialidades

para Santa Catarina. No Monte Castelo, terá a rua pavimentada na frente do Posto de Saúde. O governador Ranolfo Vieira Júnior enviou quase R$ 500 mil reais para um bairro de 2.900 pessoas, garantindo a ampliação e reforma de um Posto de Saúde, onde as pessoas se sentarão numa cadeira macia, com ar-condicionado, água gelada, e banheiro limpo. Elas ficarão felizes em aguardar o atendimento pelas condições que encontrarão.
O senhor tem interesse em presidir a Famurs?
A Famurs é uma entidade que representa 497 municípios no nosso estado, já tivemos um presidente que foi um dos maiores municipalistas da história desse país, que é o Paulo Ziulkoski. Claro que isso é uma construção muito grande, envolve muitos acertos políticos, mas pelo que eu sei é um acordo com o meu partido. Porventura, isso se torne realidade, continuaremos com tudo aquilo que está sendo feito e levaremos muito mais aos munícipes e a todos os prefeitos. Hoje não está fácil ser um gestor público, infelizmente a cada mês que passa, os repasses diminuem, só o ICMS vai impactar no meu município no ano que vem, em quase três milhões de reais. O Fundeb, que é uma cesta de impostos, veio 250 mil reais a menos.
Quais as suas considerações finais?
Eu quero agradecer de coração e dizer que sou prefeito de Pantano Grande, com muito orgulho. Nós buscamos o dinheiro de fora para trazer para o nosso município: dignidade e oportunidade de trabalho. Nós não temos problema nenhum em seguir o que estava certo, o que os outros fizeram. Pegamos os bons exemplos, continuamos e aprimoramos eles. Apareçam na nossa Extracoop 2022 e Festa do Cavalo, que serão bem recebidos. No evento, teremos muitas atrações. Ele acontece do dia primeiro até seis de novembro, com shows nacionais e regionais. O governador Ranolfo Vieira Júnior também já confirmou a interiorização do governo do Estado. Pantano Grande convida a todos para entrar nas nossas Redes Sociais, onde tem o telefone de contato, para quem quiser expor o seu trabalho. Vamos ter diversas raças de cavalo, que participarão de provas. Gostaria de dizer também, que é um prazer e uma honra, esse programa com tanta audiência olhar para municípios pequenos, como o nosso, para nos dar uma oportunidade de mostrar como é a vida de um gestor municipal. Quero agradecer de coração, a sensibilidade e a grandiosidade do Em Evidência na TV, por dar um espaço para mostrar o que nós pensamos e fazemos no dia a dia para toda a comunidade.