TFG_ MODOS DE FAZER-JUNTO NAS RELAÇÕES DA CIDADE

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II. Da Universidade para cidade

A arquiteta e professora Gabriela Leandro (2021) propõe pensar o projeto na arquitetura como “isca”, tratando-o enquanto um dispositivo, uma plataforma inserida no mundo com o qual constrói interlocuções para a sua existência. A arquitetura, enquanto campo disciplinar, dentro do aparato da modernidade ocidental, reproduz uma clara separação entre intelecto e corpo. Para Leandro, o projeto representa uma intenção que informa sobre um desejo de ação e intervenção no mundo. Ao mesmo tempo que nasce do um empenho de uma ação intelectual (mais valorizada, pois realizada por especialistas que dominam uma certa técnica), sua materialização remete a um fazer manual (subvalorizada, realizada por sujeitos supostamente “menos intelectualizados”). Tendo consciência dessa distinção hierárquica, a autora discute a natureza indissocialvemente política desse dispositivo: A quem, ao quê, e como o projeto interage com o mundo? Que ordem de mundo é essa a qual o projeto responde, constrói, intenciona, transforma? (LEANDRO, 2021)1

1 Fala transcrita da publicação online “Deslocar o projeto e Imaginar outros mundos” acessado em Tirante.Org no contexto da Ação Bate-Papo+Hipótese, exposição virtual no Museu de Arte do Espírito Santo (MAES), 2021. 1. Arquitetura e Urbanismo como prática política | 31


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