Nesse momento, guiada pelos acúmulos e reflexões em torno das experiências apresentadas no capítulo anterior e das vivências no TRAMA, elenco 3 (três) práticas/experimentos/aprendizados metodológicos que se mostraram relevantes para se prospectar um incremento de ferramental, tendo em vista o objetivo de reimaginar as possibilidades de atuação em arquitetura e urbanismo. Reconheço, nessas práticas, denominadores comuns de muitos dos processos que me envolvi ao longo da minha trajetória como aluna, e também as pontes que este percurso me permitiu construir, o “nós” nas linhas que se emaranham na trama.
I. Colagens Mais do que uma técnica artística, a colagem é − e tem sido para o TRAMA − uma orientação estética e um lugar de pensamento. Com exceção da Campanha Xô Corona, todas as outras 4 (quatro) experiências que analisei mais detidamente (mas também tantas outras anteriormente apresentadas) mobilizaram colagens como recurso na comunicação dos projetos. Frequentemente nos deparamos com o desafio de fabular visualmente a(s) cidade(s). E as cidades, para nós aqui entendidas, são lugares plurais, heterogêneos, com uma vida urbana diversa na qual interagem múltiplas identidades e culturas. Há uma sobreposição de tempos, de práticas de espaço e de disputas. Cidades são ruidosas, fragmentadas, descontínuas. Como as colagens podem ser. Para dar conta de abarcar a complexidade dos territórios, optamos por não recorrer a uma imagem única, mas sim, buscamos compor um mosaico de visualidades, cenas, texturas. As colagens da Plataforma Pipoco e do Simpósio Fazeres da Cidade (Figuras 8 e 9) são exemplares nesse sentido.
4. Experimentos metodológicos insurgentes | 183