Paper:Tendências - Alimentação Saudável 2023

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Tendências Alimentação Saudável 2023

Conteúdo produzido por: Realização

Mensagem Inicial

Primeira palavra

Essa terceira edição é para nós, da equipe NC, uma conquista fantástica e, portanto, registramos um sincero “muito obrigado”! Na primeira edição, em 2021, em plena pandemia, todos vivíamos um mundo inusitado. Tudo incerto e inseguro, mas sabíamos que ia passar. Quando? Já percebemos que o híbrido da ciência genética se presta a novas interpretações derivadas de formas de trabalho, cursos, cuidados com a saúde e muito mais. Estamos mais reflexivos e aceitamos, com coragem, mudanças de conceitos até então considerados “leis supremas”. Como projetaremos o futuro com as alterações?

Antes de olhar para o futuro

Olhar para a frente não nos isenta de procurar conhecer as origens e a evolução. Para ilustrar essa colocação, vamos lembrar o que afirmou o historiador israelense, Yuval N. Harari1, em sua teoria sobre a relação entre alimentos e sociedade. Harari observou que a maior facilidade de produzir alimentos reforçou a interação pessoal e a vida em sociedade. Destacou que o domínio das técnicas agrícolas primitivas permitiu mais tempo livre para o convívio entre os agricultores daquele tempo e, consequentemente, o aumento populacional, gerando mais demanda por alimentos. Do relatório, abstraímos os elementos de Harari e unimos a questões do mundo corporativo para entender as necessidades dos consumidores.

Garantir a segurança alimentar

A Organização das Nações Unidas (ONU), criou, em 2015, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis (ODS). O 2º item dos ODS se refere à segurança alimentar e prevê, além de alimentos saudáveis, que sejam em quantidade suficiente e acessíveis. Todas as tendências detectadas para 2023 relacionam-se a essa meta, atendendo expectativas de consumidores que, conscientemente ou não, buscam alimentos mais saudáveis e saborosos.

O meu compromisso com você

Quando fundei a NutriConnection, tinha um único ideal, no qual continuo acreditando: nutrição e alimentação saudáveis, sustentadas pela oferta de alimentos que, além de bem nutrir, proporcionem uma vida equilibrada, com prazer, e o indispensável bem-estar. Vamos trabalhar juntos?

Ary Bucione

Idealizador e CEO da NutriConnection

1 Citação do historiador Yuval N. Harari durante o evento EXPERT ESG 2021 Digital Summit. Março, 2021.

Índice

Proposta NC para 2023 04 Principais tendências 2023 06 Par te 1 Indústria de Alimentos 07 Suplementos 08 Alimentos funcionais 13 Proteínas 18 Bióticos e a saúde gas trointestinal 23 Food Ser vice 27 Regulatório 30 Par te 2 Mundo Corporativo 37 Star tups 38 Sus tentabilidade 41 Par te 3 Sociedade 45 Pós- covid ou long covid 46 Bônus 50 Metaverso: como contribui para o mercado de alimentação? 50 Palavra Final 52 Ref erências bibliográficas 55

Proposta NC para 2023

No relatório para o ano de 2023, seguimos a metodologia da proprietária da NutriConnect®, com perspectiva e opinião exclusivas da consultoria. Os nossos objetivos continuam os mesmos dos anos anteriores:

• Descrever os cenários operados pelas indústrias de alimentos, bebidas e suplementos.

• Ter um olhar aprofundado sobre grandes tendências da alimentação saudável, com um consumidor exigente, que vive o “pós-pandemia”.

• Tangibilizar as tendências com exemplos e cases multimercados aplicáveis a diferentes categorias e vistas sobre diferentes óticas sequenciais.

• Trazer a opinião da NC e continuar avançando nas perspectivas projetadas para os próximos anos.

A NutriConnection valoriza muito os consumidores, que são a face mais importante da nossa proposta de tendências. Assim, neste ano continuamos a observar que o consumidor está mais exigente na busca por alimentos mais saudáveis, sustentáveis, veganos/vegetarianos e que atendam às suas necessidades. 2022 foi o ano em que a covid-19 se estabilizou um pouco; agora, nos questionamos como será o pós-pandemia.

Bônus da edição 2023

No ano de 2022, pudemos observar um grande movimento em todos as categorias pesquisadas, o que começou com a sociedade e incluiu o mundo corporativo e a indústria de alimentos. O bônus deste ano será sobre o metaverso. Explicaremos um pouco a respeito e abordaremos como pode estar relacionado à pesquisa e ao desenvolvimento da sua empresa.

Entendendo a construção do relatório

O relatório segue uma determinada sequência de abordagem, que começa com a indústria de alimentos inserida no mundo corporativo para atender os anseios da sociedade. O consumidor engloba as três esferas. Na figura seguinte você conseguirá compreender de forma mais clara o processo de construção do relatório. Cada tendência é precedida de uma contextualização, sua descrição e a independente opinião da NutriConnection.

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Colocamos a Indústria de Alimentos dentro do Mundo Corporativo servindo a Sociedade.

Inovar com realismo com os pés no chão e visualizando o novo futuro.

Invertemos o “farmer to fork”.

O Consumidor acima de tudo e a busca pelos seus conceitos.

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Principais tendências 2023

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Parte 1 Indústria de Alimentos

Suplementos

Contextualização

Sabe-se que os suplementos estão na sociedade desde meados do século XX. Um dos registros vivos é a Antiga Ervanária, fundada em 1793, em Lisboa/Portugal. Porém, a suplementação propriamente dita começou após o isolamento e a sintetização de vitaminas, quando médicos começaram a procurar resolver os problemas de saúde por meio de suplementos vitamínicos. Porém, o que são os suplementos? Eles têm como objetivo fornecer nutrientes que não são necessariamente consumidos em quantidades suficientes pela dieta. Podem ser vitaminas, minerais, aminoácidos, ácidos graxos, dentre outras substâncias essenciais ao nosso organismo. Entretanto, deve-se tomar muito cuidado com a quantidade de suplementação ingerida e se ela está de acordo com os níveis adequados de consumo, que devem ser avaliados por médicos ou nutricionistas.

Tendo em vista que, em 2022, o Governo Federal zerou impostos de importação de suplementos alimentares, como o whey protein, BCAA, creatina, proteínas lácteas, albumina etc., o mercado de suplementos deve melhorar. Mas, como está atualmente essa busca por consumo de suplementos? Como está esse mercado? Quais os produtos mais procurados? São essas e outras perguntas que procuraremos responder a seguir.

Quem são os consumidores de suplementos?

O mercado de suplementos possui uma grande segmentação de categorias, que incluem o fortalecimento da imunidade, com o uso de ervas, proteínas, vitaminas, dentre outros. Portanto, os consumidores de suplementos pertencem a uma ampla faixa etária, desde crianças de colo até idosos.

Em 2022, um dos principais fatores de crescimento do mercado de suplementos foi a forte tendência de uso por pessoas que seguem padrões mais saudáveis e frequentadores de academias. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos para Fins Especiais e Congêneres (Abiad), em 2021 houve um crescimento de 28% nos concentrados de proteínas. A pesquisa da Future Marketing Insights relata que isso ocorre devido ao aumento do consumo de suplementos em pó por campeões de musculação e atletas profissionais. O movimento começou com eles, mas passou para os frequentadores de academias e outros setores. Até mesmo idosos com recomendações médicas têm consumido esses produtos. Podemos observar esse aumento do consumo de suplementos em pós pela maior variedade de sabores de whey. Aproximadamente três anos atrás, era encontrado somente whey protein nos sabores baunilha, morango e chocolate. Atualmente, contudo, há grande diversidade.

Um exemplo disso é empresa Athletica Nutrition, que desenvolveu a whey protein nos sabores tradicionais e em arroz doce, cookies, pé de moleque, chocolate branco, banana caramelizada e caramelo. Além de já possuírem a opção best vegan protein, um suplemento de proteínas vegetais com 7 diferentes sabores.

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Até que ponto o sabor importa quando se trata do sucesso de um produto?

O sabor é primordial. Muita atenção é dada aos consumidores no que se refere à aquisição de alimentos e bebidas vinculados a uma boa saúde e à sustentabilidade. Embora isso seja positivo, é preciso lembrar que o sabor continua sendo prioridade na escolha desses produtos. Sabor é sinônimo de experiência e ajuda os produtos a se destacarem uns dos outros. Criado corretamente, o perfil de sabor inovador pode ajudar a revigorar um produto, a marca e a categoria. No entanto, é crucial que esses sabores inovadores sejam considerados mais do que novidade e ofereçam uma experiência genuína. Estamos vivendo num mundo pós-pandemia. Isso

tem trazido algumas tendências. Hoje, e cada vez mais, esse consumidor é consciente e quer, progressivamente, viver com menos estresse. Isso pode gerar um conflito na escolha dos sabores. Ao mesmo tempo em que ele quer sabores que lhe proporcionem sensações de conforto e nostalgia (sabores mais básicos e simples remetem à memória de tempos menos estressantes), também deseja estar aberto à experimentação e à ousadia. Vale tentar unir essas duas características!

No aspecto da ousadia, não basta mais ao consumidor degustar um sabor típico de outro país ou região, por exemplo; é preciso proporcionar uma vivência mais profunda oriunda de culturas específicas, por meio de seus sabores. Isso significa que não adianta apresentar um produto dado como típico brasileiro, mas, sim, trazer a experiência de uma determinada região, que carrega origem e história.

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De uma forma abrangente, dentro desse universo de experimentações, sabores quentes, picantes e com características “ sour” aparecem como grandes estrelas. Um exemplo são as frutas secas saborizadas, que possuem o sabor mixtus spicy, da empresa Frutos Secos Medina.

Suplementos em shots de imunidade

Segundo o Google Trends, há um crescimento de 350% nas pesquisas de “ shots para a imunidade”. A previsão é que esse tipo de busca aumente ainda mais.

A empresa brasileira Shot Me possui diversas opções de shots. Existe a opção de você mesmo criar o seu kit ou então escolher entre os kits Energia (voltado à cognição) e Imunidade (com compostos antioxidantes).

Outra empresa que investiu nos shots é a MOJU, que aliou a alta demanda por suplementos a alimentos funcionais. O kit mais comprado é o que possui shots de prebióticos e vitamínicos.

A cor do alimento importa?

Segundo a revista Food Chemistry Advances, a cor é um componente-chave para aumentar o apetite final e a aceitação do consumidor. Nesse sentido, a EXBERRY® traz uma solução perfeita para o desenvolvimento de seus produtos, pois possuem cores para alimentos e bebidas 100% naturais e à base de plantas. Isso pode ser utilizado em diversas categorias, como doces, alimentos lácteos, coberturas, recheios, sorvetes, preparações com frutas, salgados e até em suplementos. Os suplementos dietéticos se beneficiam por ter soluções de coloração natural incorporadas às suas formulações, para que os consumidores tenham melhor aceitação. A Exberry se apresenta em pó e em líquido, tornando-se um ótimo ingrediente para comprimidos e gomas prensados, já que dá a eles um efeito de cor homogênea e uma distribuição uniforme de cor em comprimidos.

Bebidas dietéticas

As bebidas dietéticas são hipocalóricas e não alcoólicas. Nelas, o açúcar é substituído por edulcorantes hipocalóricos naturais ou artificiais. Segundo os dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a comercialização dessas bebidas no primeiro semestre de 2022, teve um aumento de 12,6%. Portanto, os shots podem ser uma boa alternativa de investimento para as empresas do grupo das foodtechs

Mas os suplementos de imunidade continuam em alta? Segundo a Fatpos Global, observouse um crescimento médio anual de 6,5% para atingir US$129,6 bilhões, em 2021, no segmento imunológico, um salto de 8,3% em relação a 2020.

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Suplementos Vitamínicos

Os suplementos vitamínicos foram um dos setores que mais cresceram durante a pandemia. Como está agora?

Segundo a Abiad, as vendas desses suplementos devem chegar a quase R$ 3 bilhões neste ano, representando um crescimento de 12% quando comparado a 2021. Há de se considerar, ainda, que, em 2021, o setor apresentou um crescimento de 21% no segmento de vitaminas. Além disso, a Euromonitor International estima um crescimento de cerca de 10%/ano nos próximos anos, atingindo R$4,18 bi, em 2026, no Brasil.

Nutrição personalizada

Segundo pesquisa de 2021-2022, da Liga Insights, os consumidores estão procurando mais por alimentos saudáveis e que visem suas necessidades pessoais. Segundo outro estudo, de 2021, da Mintel, eles tendem a querer personalizar os seus suplementos, reforçando as tendências observadas por nutrição mais personalizada, responsável por uma revolução na saúde.

A empresa australiana Activated Nurients, por exemplo, criou o suplemento “ Grow Up” para crianças. Ele é feito somente com ingredientes orgânicos, que fornecem vitaminas, fitonutrientes e antioxidantes derivados de plantas, com fibras prebióticas e probióticos. No Brasil, podemos citar a Be.cap.s, que prioriza a nutrição personalizada. A empresa criou um questionário direcionado a cada consumidor, que permite indicar ou criar um kit que condiga com a sua necessidade. Veja o exemplo abaixo, em que um kit energia possui foco cognitivo e personalizado. Incrível né?

Suplementos para as mulheres

As diferentes necessidades e estilo de vida fazem com que os suplementos alimentares apresentem especificidades. Um exemplo é a saúde feminina, em especial do trato urinário. Problemas podem ocorrer devido à curta distância entre a uretra e a bexiga, tornando mais fácil o acesso de micro-organismos causadores de infecção urinária. Segundo um estudo da Famivita, 72% das brasileiras já tiveram esse tipo de doença, principalmente mulheres entre 25 e 29 anos (76% das entrevistadas).

Em um estudo da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP) mostrou que os produtos de cranberry têm bons resultados para ajudar na prevenção e na melhora da infecção urinária. A Nexira possui o extrato natural de cranberry, o Exocyan. Além da comprovação de que ajuda na saúde do trato urinário, também ajuda a melhorar qualidade de vida, ajudando no conforto, na diminuição de episódios de infecção e abreviando a duração de problemas relacionados a ela.

Há alimentos que ajudam nas cólicas menstruais?

Segundo o livro Women’s Health in Complementary and Integrative Medicine, mais de 50% das mulheres que menstruam possuem cólica menstrual. Muitas procuram formas de eliminar esse desconforto e uma delas pode ser por meio do consumo de alimentos, como os ricos em ômega-3 (peixes, frutos do mar, óleo de peixe etc.), os que são fonte de vitamina B1 (legumes verdes, castanhas, peixes etc.) e de vitamina E (óleo de milho e girassol, amêndoas, tomate, azeite, castanhas, mamão etc.). Esses exemplos podem estar na composição do seu produto, mas é importante fazer uma avaliação prévia do status regulatório.

Alta demanda pelos suplementos de ervas

Segundo a Future Marketing Insights, o aumento dos gastos com saúde em todo o mundo mudou o mercado, principalmente após a pandemia do

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covid-19, quando os consumidores passaram a buscar mais alimentos orgânicos e suplementos naturais, que visam a saudabilidade.

O Immunity Shot with Wellmune, da empresa BailOut, por exemplo, é feito com ingredientes orgânicos, como suco de limão, gengibre, suco de maçã, tangerina, pimenta preta e outros componentes, e contam com uma tecnologia que permite manter a maior parte da composição da fruta no produto.

Tornando-se limpo e transparente

Chama a atenção que 85% dos consumidores globais entrevistados pela Innova Nutrition & Health Survey tenham declarado que as informações sobre os produtos são de grande importância e que querem saber os ingredientes que consomem. Esses consumidores também buscam produtos com ingredientes mais naturais e priorizam os que são à base de plantas. Assim, as marcas estão se movimentando e criando produtos mais “limpos”, naturais, orgânicos e livres de aditivos artificiais e conservantes.

Um exemplo disso é a Garden of Life, que desenvolveu uma linha de suplementos orgânicos, a Mykind. A empresa possui certificado de orgânicos do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (United States Department of Agriculture – USDA) e os produtos são verificados como não contendo Organismos Geneticamente Modificado (OGM). Além disso, possuem o certificado de vegano e de zero glúten. Um exemplo é o multivitamínico formulado para homens e mulheres, feitos de alimentos inteiros, limpos e orgânicos, com a quantidade adequada a cada consumidor; para as mulheres, são 20 vitaminas e minerais que prometem promover bem-estar, principalmente para as de mais de 40 anos. Já para os homens, não há a adição de ferro e possui 20 vitaminas e minerais orgânicos.

Perspectiva e opinião NutriConnection

• Na edição de 2022, destacamos o crescimento dos suplementos em categorias estratégicas: imunidade e cognição. Nesses segmentos, os suplementos continuam em alta e o investimento neles ainda se mostra de baixo risco.

• Os suplementos esportivos continuam e vão seguir por mais tempo como líderes da categoria. O share de mercado é de mais de 80%. Porém, trata-se de um segmento extremamente competitivo.

• Os suplementos sempre focaram na reposição de proteínas para dar suporte ao processo fisiológico e muscular na prática esportiva. A realidade continua assim, com o whey protein e o colágeno predominando na preferência dos consumidores, sem falar das proteínas plant-based para o mercado vegano.

• Em paralelo, os multivitamínicos também têm destaque. Os diversos produtos comprovam que estão aí e vão continuar, principalmente quando o tema é melhorar a resposta imunológica. Um outro exemplo de potencial são os multivitamínicos ofertados em forma de gummies, nos quais há uma combinação de conveniência e multiplicidade de sabores.

• Existem outras constatações, que não vêm do consumidor. Uma delas é o avanço científico, que permite a validação de benefícios bioativos, como o ashwagandha, o ginseng indiano, que reduzem o estresse e a ansiedade. Também é imprescindível reconhecer a contribuição da nanotecnologia para melhor absorção e redução da densidade necessária.

• O interesse do consumidor em saudabilidade, a abertura regulatória, o desenvolvimento de boas plataformas digitais e a conveniência na aquisição e no consumo vão ajudar no lançamento de seus produtos.

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Alimentos funcionais

Contextualização

A força de uma alimentação funcional e a criação de produtos com esse viés acompanham o desenvolvimento de pesquisas científicas, que, ano após ano, descobrem meticulosamente o que cada ingrediente pode trazer em termos de benefícios à saúde. Nesse sentido, os alimentos funcionais são componentes fundamentais quando o tema é saudabilidade, principalmente quando os produtos começam a se valer de substâncias bioativas e outros elementos de matriz biológica dos alimentos.

Os produtos agregam valor quando comprovadamente podem apresentar efeitos benéficos à saúde e/ou quando essenciais à manutenção e ao bom funcionamento do organismo. Outro aspecto a ser considerado é que os alimentos funcionais são importantes para o controle de doenças crônicas, como obesidade, diabetes, hipertensão etc.

Também surgem outras demandas dos consumidores frente às mudanças sociais ocorridas durante e após a pandemia. Nesse aspecto, as marcas de alimentos, bebidas e serviços de alimentação precisam informar melhor, para ajudar os consumidores a se sentirem capazes de tomar decisões assertivas que protejam sua saúde. As marcas de alimentos, bebidas e food service que mais se destacam são as atendem consumidores que buscam produtos que conseguem aliar sabores, cores, texturas e aromas à saudabilidade, o que traz uma boa experiência de consumo.

Os ingredientes naturais continuam no gosto dos consumidores

Os ingredientes naturais são importantes para os produtos alimentícios, pois são tidos como mais saudáveis e permitem prologar o frescor natural dos alimentos por mais tempo. Além disso, os ingredientes naturais podem ajudar em outro fator preponderante e que leva um consumidor decidir ou não por um produto: o melhor sabor.

De acordo com a Innova Market Insights, o uso de ingredientes orgânicos em lançamentos de alimentos e bebidas está aumentando globalmente, apresentando um crescimento de mais de 5% ano a ano, se comparados os lançamentos de 2020 e 2021. Os principais posicionamentos dos lançamentos mundiais de produtos rastreados com ingredientes orgânicos em 2021 estão na própria categoria dos orgânicos (86%), nos claims de sem glúten (31%) e na expansão de alternativas veganas (29%).

Orgânicos

A procura por produtos orgânicos aqui no Brasil cresceu 63%, em 2021. O dado consta da pesquisa Panorama do Consumo de Orgânicos no Brasil, realizada com consumidores de todas as regiões do país. Veja a seguir alguns lançamentos.

Sabor árabe

A Ecobras trouxe ao mercado o homus orgânico. O prato típico de países do Oriente Médio, à base de grão de bico e gergelim, ganhou a versão orgânica em 3 sabores: tradicional com gergelim, com pimentão vermelho e mostarda com ervas finas.

Refrigerante Orgânico

Parece mentira, mas existe. A Wewi, empresa pioneira, lançou uma bebida orgânica e 100% natural, um refrigerante livre de conservantes, sódio e de qualquer ingrediente artificial.

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De olho nessa linha

A Mãe Terra investe pesado em claims orgânicos. As opções incluem produtos para preparações (como farinhas) e opções mais saudáveis para o café da manhã ou para um lanche rápido, como aveias ou biscoitos.

significativo. Nesse sentido, a inflamação crônica pode surgir de fatores ambientais, como toxinas encontradas no ambiente ou falta de atividade física, e de fatores dietéticos, como altos níveis de açúcar ou toxinas encontradas em certos tipos de alimentos.

O grande pilar que ajuda a reforçar a imunidade são os componentes saudáveis da nossa alimentação. Para tal, não faltam materiais e ingredientes que possam fortalecer o sistema imunológico humano. A NutriConnection encontrou vários alimentos com essa característica.

• Mirtilo, cranberry, framboesa, açaí, goji berry

• Alimentos fermentados (iogur te, kombucha, kefir, chucrute).

Realfooding : conceito que ganha espaço

O realfooding é um movimento que promove o consumo de alimentos saudáveis, em que não há lugar para alimentos muito processados, visando a melhoria da saúde populacional pela alimentação. Os alimentos podem, sim, passar por um certo processamento, desde que mais benéficos e seguros. Exemplos disso são aqueles embalados a vácuo, o azeite extravirgem, os pães 100% integrais, o chocolate amargo ou o cacau em pó acima de 70% e as bebidas vegetais sem adição de açúcar.

Uma boa maneira de entender esse conceito é pensar nos rótulos. Em geral, esses produtos não levam mais que cinco ingredientes. Na Europa, a Danone já se movimentou e lançou um produto com viés realfooding e conta com a parceria de influenciadores.

Alimentos que aumentam a imunidade

Como dissemos, um sistema imunológico forte é a base de uma boa saúde geral. Como a imunidade continuou sendo uma das principais preocupações em 2022, as marcas podem adotar uma abordagem holística para ajudar a fortalecê-la.

Embora as causas dos problemas imunológicos sejam variadas, há algum consenso de que a inflamação crônica e os fatores relacionados ao estresse podem desempenhar um papel muito

• Especiarias (gengibre, açafrão, canela).

• Vegetais crucíferos (brócolis, couve de Bruxelas, repolho).

• Nozes e sementes (amêndoas, nozes, sementes de girassol).

• Frutas cítricas (laranjas, limões, limas, kiwis, toranjas).

Quem aproveitou a onda de proteção à saúde imunológica foi a Activia, da Danone, com a linha Immune System. O produto segue a tendência da saudabilidade e tem probióticos ativos, que contribuem para uma flora intestinal saudável, além de vitamina A, que ajuda a normalizar o funcionamento do sistema imunológico.

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O iogurte parece ser uma opção poderosa no cardápio para manter uma alimentação saudável e melhorar a imunidade. Veja a linha da Frimesa, por exemplo, com três sabores diferentes e que coloca a imunidade em primeiro plano, com o Imune C. Já a Ginger Rescue trabalha com diversos produtos feitos de gengibre. Um deles é o ginger shots, composto por gengibre, limão e pimenta caiena. Além de ser uma bebida refrescante, tem propriedades que contribuem para a boa imunidade. Trata-se de uma bebida que favorece a sua energia, com seus 30% de sumo de gengibre, sem possuir cafeína.

A Puroverde, por sua vez, investe seus esforços no Kombucha, rica em vitamina C, polifenóis antioxidantes e probióticos que fazem bem ao nosso organismo. A bebida é gaseificada e feita com base na fermentação de chás, frutas e especiarias; é uma alternativa mais sustentável e saudável às bebidas convencionais.

que exigem boa disponibilidade de energia e concentração. Mas há espaço para inovação?

Quer um brigadeiro? Que tal um funcional que te dê um boost ?

A Pronutrition possui brigadeiros funcionais, cada um com uma funcionalidade. O boost tem o objetivo de proporcionar mais concentração, performance mental e produtividade. Já o good nighzzz tem foco no sono, e o anti-TPM reduz todos os sintomas da tensão pré-menstrual com ingredientes naturais, regulando o humor e os hormônios.

A funcionalidade com o propósito de aumentar a energia não para por aí. A marca Rockstar Recovery, da Pepsico, é um energético com adição de colágeno. Isso oferece um suporte aos consumidores que procuram descansar e se hidratar após o treino ou em preparação para qualquer tipo de atividade.

Produtos amigáveis para quem tem alergia alimentar

As alergias alimentares são extremamente comuns. Elas afetam cerca de 6% dos adultos e 8% das crianças – e as pesquisas indicam que essas porcentagens estão aumentando. Trata-se de um desafio!

Boost diário de energia

O fitness e funcional andam lado a lado. As bebidas energéticas estão em alta e trazem cada vez mais inovação. Nesse cenário, ganham muita atenção as bebidas alternativas que ajudam a conferir maior disposição no dia a dia. Para isso, são utilizados estimulantes, como a cafeína, aumentando o nível de energia e, claro, promovendo melhor atividade cerebral. Esses estimulantes são comumente consumidos por pessoas que precisam ficar acordadas por longos períodos ou que precisam de um boost de energia para se sentirem dispostas. E aí que podem também entrar as atividades físicas,

No Brasil, segundo a Associação Brasileira de Alergia Alimentar, não há estatísticas oficiais, mas a prevalência parece se assemelhar à literatura internacional (cerca de 8% das crianças com até dois anos de idade e 2% dos adultos sofrendo algum tipo de alergia alimentar). Nesse cenário, as marcas têm um potencial incrível para desenvolver produtos que auxiliem essas pessoas, seja informando essa função nos rótulos ou criando alternativas com sabores semelhantes aos produtos que não têm essa característica.

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Um case interessante é o da The Greater Knead, que produz bagels, pretzels e farinhas sem glúten e sem alérgenos. Esses bagels são feitos com ingredientes como farinhas de sorgo e de arroz e casca de psyllium.

Conforto mental com alimentos saudáveis

Uma boa alimentação pode aumentar a saúde e o bem-estar mental do consumidor da seguinte forma:

• fornecendo nutrientes suficientes para regular o humor;

• reduzindo o estresse oxidativo e a inflamação;

• equilibrando os níveis de bactérias intestinais benéficas;

• aumentando os efeitos de medicamentos.

É fato que os consumidores passaram a se preocupar ainda mais com a saúde mental após a pandemia. Uma pesquisa da Vittude, plataforma de terapia online, em parceria com a Opinion Box, mostrou que, entre 2 mil pessoas de todas as regiões do Brasil, 57% dos entrevistados afirmam que passaram a cuidar mais da saúde mental após a pandemia.

Cada vez mais as marcas que lançam produtos de alimentação devem se preocupar em trazer esse aspecto. Assim, refeições e lanches saudáveis precisam apoiar a saúde mental dos consumidores, seguindo uma abordagem mais holística de saúde, na qual a nutrição pode auxiliar no bem-estar físico e mental. Por isso, alimentos funcionais que combatem a ansiedade foram populares durante a pandemia. Esse continua, porém, sendo um tema quente. Veja a seguir como o cuidado com a mente está na pauta das marcas.

Chocolate saudável

O chocolate é um ingrediente importante que ajuda no equilíbrio mental, contando com ingredientes como magnésio e GABA, que são calmantes e relaxantes. A empresa Pronutrition, com uma inovadora forma de consumir chocolate, transformou algo delicioso em um alimento melhor ainda, adicionando nele melatonina e

extrato de uva. Com esses compostos, ele se torna um chocolate antiestresse, relaxante e que pode ser muito bem-vindo depois de um trabalho cansativo e estressante.

Sorvetes e boas noites de sono

Até mesmo um sorvete pode ter foco na funcionalidade. Com uma inovação bem interessante, a proposta da Nightfood é trazer uma sobremesa que ajudaria a dormir melhor. Os sabores variam desde descafeinado e menta a picles - contendo ingredientes amigáveis ao sono, como triptofano, magnésio e B6, mas também fibras prebióticas e enzimas digestivas. Pura inovação!

Alimentos com mais fibras crescem cada vez mais

Fibra é um termo geral que se aplica a qualquer tipo de carboidrato que seu corpo não consegue digerir. Mas o fato de seu corpo não usar fibra como combustível, não a torna menos valiosa para sua saúde geral. A fibra dietética pode oferecer os seguintes benefícios quando você a consome:

• redução do colesterol;

• promoção de peso saudável;

• Adição de volume ao trato digestivo;

• controle do açúcar no sangue;

• redução do risco de câncer gastrointestinal.

A Nestlé possui sua linha de fibras, FiberMais.

Em 2021, foi lançado o sabor de suco verde, com ingredientes naturais de chá verde, couve, hortelã e limão. Além desses ingredientes, possui, na fórmula, goma guar e insulina, que são fibras

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insolúveis que também promovem benefícios ao intestino.

lançou o TikTok Kitchen em cerca de 300 locais nos Estados Unidos da América (EUA), com a pretensão de transformar as refeições de seus vídeos em pratos reais que os usuários podem pedir.

Já o Duncan Hinez Perfect Size for 1 Cake, é uma mistura de bolo de porção única, considerada um deleite rápido e delicioso, que pode ser feito a qualquer momento. Atendendo à conveniência, o produto pode ir ao micro-ondas e conta com 18 sabores.

Já a empresa Happy TOT possui diversos produtos para o público infantil, ricos em proteínas e fibras. Um deles é a barra de cereais de banana e cenoura, que possui 4g de fibras e 2g de proteínas.

Coquetéis mais leves

A tendência sem álcool cresceu em popularidade e em disponibilidade em 2022. Conhecidos como mocktails, essas alternativas refrescantes têm um sabor tão delicioso quanto o real, sem os negativos efeitos negativos das bebidas alcoólicas. Há marcas que se aproveitaram do sabor das bebidas clássicas para apresentarem alternativas ousadas sem álcool. É o que fez a norte-americana Ritual Zero Proof, que lançou recentemente coquetéis sem álcool conversões de whisky, rum, gin e tequila.

Humor e alimentação

A empresa The Mood Food Company desenvolveu uma gama de produtos naturais que promovem o bem-estar, nutrem e conectam humor à boa alimentação. Um produto que se pode destacar é a barra de bem-estar 100% natural para crianças, feita com uma mistura de frutas, sementes e feijão, com aminoácidos naturais (como triptofano e tirosina), fibra prebiótica e ômega 3-DHA.

Home-cooking

Nos últimos anos, com todas as mudanças ocorridas pós-pandemia, as pessoas acabaram ficando mais íntimas da cozinha. Os motivos são diversos: mais tempo em casa, busca por uma alimentação mais saudável, ausência da ajudante para serviços domésticos, redução da renda, fechamento temporário dos restaurantes e até uma forma de lazer e momentos de distrações. De kits de refeição a receitas de tendências, sabores favoritos e muito mais, a inovação aqui tem muito espaço. A TikTok, rede social de vídeos,

Já a Kiro, marca brasileira, se inspirou na ideia de cerveja para recriar uma alternativa sem álcool, criando uma bebida com água, gengibre, vinagre de maçã.

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Perspectiva e opinião

NutriConnection

• O uso de ingredientes orgânicos em lançamentos de alimentos e bebidas continua em total ascensão. O aumento global tem mostrado um crescimento de mais de 5% ano a ano, quando comparados os lançamentos de 2020 e 2021.

• O uso de ingredientes orgânicos em lançamentos de alimentos e bebidas também continua em total ascensão, aumentando globalmente e apresentando um crescimento de mais de 5% ano a ano, comparados os lançamentos de 2020 e 2021.

• A imunidade é uma tendência que permanecerá e a diversificação de produtos com esse propósito para além dos suplementos deverá ser a chave em 2023.

• Energia, disposição e o movimento fitness continuarão, em 2023, abrindo as portas para lançamentos de produtos inovadores.

• As alergias alimentares são um problema de saúde pública. Por isso, é importante que as marcas lancem produtos seguros para quem sofre com o problema e que sejam parecidos, em sabor e textura, com os convencionais.

• Os consumidores estão cada vez mais entendendo a importância de uma abordagem equilibrada para o bem-estar físico e mental e compreendem que é difícil ter um sem o outro.

• A tendência home-cooking mostra para a indústrias de alimentos que produtos com características de receitas caseiras são apreciados.

• Os mocktails acompanham a ideia do consumidor de drinks mais leves e sem efeitos posteriores desagradáveis. São uma ótima opção para quem deseja evitar o consumo de álcool e quer se manter hidratado.

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Proteínas

Contextualização

Inovações em proteínas são importantes, pois elas podem melhorar a qualidade e a eficiência dos alimentos. Além disso, são muito estudadas e já possuem evidências sobre seu desempenho vital em diversas funções do corpo. Destacamos aqui que produtos fortificados com proteínas voltados para a saúde se tornam cada vez mais populares entre os consumidores. Elas estão associadas ao aumento da massa magra e da saciedade e à melhora das funções do corpo no idoso, dentre muitos outros benefícios. Aqui entra em cena o poder dos lácteos, já que as proteínas lácteas são usadas cada vez mais para a funcionalidade e para melhorar a nutrição. Por outro lado, vemos também um forte movimento em direção às proteínas de origem vegetal, também conhecidas como plant-based; elas agridem menos a camada de ozônio ( carbon footprint), auxiliando no quesito sustentabilidade e, por isso, caminham para ser a “bola da vez”. Além dos lácteos e suplementos proteicos, produtos mais comumente encontrados no mercado amplificam sua funcionalidade para permitir claims mais voltados ao ideal de saudabilidade, tão apreciados pelos consumidores.

O poder dos lácteos

Uma pesquisa do US Dairy Export Council (Usdec), feita pela Innova Market Insights, constatou que, em 2020, foram rastreados, ao redor do mundo, mais de 9.400 novos produtos com proteína do leite – o dobro de 2015 –, e mais de 7.400 novos produtos com proteína de soro de leite. A indústria láctea está em constante evolução e as tendências para 2023 estão relacionadas a seguir.

Produtos lácteos funcionais

Os produtos lácteos estão se tornando cada vez mais funcionais, com nutrientes adicionados para atender às necessidades específicas do consumidor. A Arla Foods trouxe ao mercado o

Nutrilac® FO-7875 whey protein. Trata-se de uma sobremesa que apresenta uma maneira inovadora de atender à demanda dos consumidores por opções lácteas com alto teor de proteína, prontas para consumo e que permitem controlar a porção. Ela contém o ingrediente Nutrilac® FO-7875, que oferece uma textura mais cremosa e suave para receitas, inclusive aquelas com baixo teor de gordura. A sobremesa clean label é rica em whey protein e, portanto, tem níveis altos de glutamina, cisteína e BCAAs. Sendo a proteína uma fonte de energia para o corpo, que, além dos já citados benefícios, mantém o metabolismo saudável, o Yorgus Ultra conta com 18 g de proteína por unidade.

Se tem uma empresa qualificada para adicionar os ingredientes para laticínios no seu produto, é a Fermetech. Ela está no mercado há mais de 15 anos, com todo o suporte técnico no desenvolvimento de seus processos.

Já a marca catarinense Lac Lélo (que integra a plataforma UltraCheese) tem, em seu portfólio, quatro variedades na categoria de queijo: o quark tradicional, o light, o zero lactose e o quark com whey protein

Todos eles são queijos brancos, magros, perfeitos para quem quer saúde. Rico em proteínas, fonte de vitaminas e minerais (por exemplo, cálcio e zinco), tem também alto valor favorável probiótico.

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Produtos lácteos orgânicos

A demanda por produtos lácteos orgânicos cresceu significativamente nos últimos anos e espera-se que continue a crescer. O leite e seus derivados da Fazenda Guaraci, sob a marca No Carbon, têm certificação orgânica e carbon free. Esse certificado garante a neutralização da emissão de gases de efeito estufa (GEE), gerados, direta ou indiretamente, na produção do leite. Todo ano são plantadas 6.000 árvores nativas para fazer essa compensação.

Lácteos para diabéticos

Com o aumento da incidência de diabetes, estão surgindo produtos lácteos específicos para as pessoas que sofrem com a doença, prezando por níveis reduzidos de açúcar e carboidratos. A marca Glucerna, que já destinava seus produtos a esse público, agora lança o Glucerna FIT, um produto pronto para beber, que ajuda na perda e no controle de peso e é cientificamente desenvolvido com tripla ação: controle do peso, energia e nutrição balanceada.

Lácteos para idosos

A população idosa está crescendo. Nesse cenário, a demanda por produtos lácteos adaptados às suas necessidades específicas acompanha esse crescimento. Bebidas com redução de lactose, de sabor suave, reforçadas e, claro, com bom aporte proteico, têm sido desenvolvidas.

Produtos lácteos para crianças

A indústria está cada vez mais se concentrando em produtos lácteos específicos para crianças, com nutrientes e sabores especialmente selecionados para elas. A Yorgus desenvolveu a linha Yorgus Kids, especialmente para as crianças, em embalagem superprática, com 8g de proteína. Já para bebês intolerantes à lactose, situação que traz muito desconforto, é importante escolher um produto seguro para evitar problemas. A fórmula infantil Nan S.L não possui lactose e é feita especialmente para crianças nessa condição. Trata-se de um produto sem glúten que oferece nucleotídeos e ácidos graxos importantes para o desenvolvimento do lactente, além de diversos tipos de vitaminas, como A, E, D, K, dentre outras.

A Arla Food lançou um estudo científico para desvendar os efeitos da suplementação com a proteína hidrolisada Lacprodan® HYDRO.Rebuild. Os três ensaios clínicos separados em humanos mostram que a proteína hidrolisada do soro de leite Lacprodan® HYDRO.Rebuild pode ajudar a combater a sarcopenia em mulheres idosas. Os ensaios documentaram melhorias significativas na saúde das mulheres que consumiram whey protein, incluindo:

• maior massa muscular;

• melhor força muscular;

• melhor mobilidade;

• cintura mais fina;

• gordura corporal reduzida.

Universo plant-based

A popularidade dos produtos plant-based continua a crescer, acompanhando o aumento da conscientização sobre os benefícios para a saúde de uma dieta baseada em ingredientes advindos de plantas. Até 2030, estima-se que a venda global de alimentos à base de plantas possa crescer mais de cinco vezes, alcançando US$ 162 bilhões; até o fim desta década, o mercado global de alimentos à base de plantas pode crescer cinco

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vezes, segundo relatório recente da Bloomberg Intelligence.

No Brasil, a realidade não é diferente. Segundo apuração da revista Exame, os brasileiros também estão substituindo o consumo de proteína animal e optando por versões vegetais com mais frequência ou alternando entre uma e outra. Por aqui, os flexitarianos passaram de 29%, em 2018, para 50%, em 2020, conforme pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope), coordenada pelo Good Food Institute (GFI), e apoiada por 11 empresas do setor de alimentos. Nesse nicho, 39% já buscam fazer a troca pelo menos três vezes por semana.

Queijos vegetais

A Novah é uma marca que produz uma linha completa de queijos veganos à base de castanhas. Além disso, a marca também produz sobremesas e seus produtos são ideais para o food service

dar ao produto o sabor e o aroma da carne, a Motif possui um hambúrguer análogo ao de carne, denominado Hemami.

Bebida proteica

Outra grande inovação no setor de proteínas acessíveis para todos os tipos de consumidores são as bebidas proteicas gaseificadas (como um refrigerante). No Brasil, temos o exemplo da empresa Pronutrition, que desenvolveu uma bebida com maior índice de proteína por ml do mercado. Ela é fácil de ser ingerida, saudável e saborosa. Essa é, portanto, uma ótima alternativa para os vegetarianos aumentarem os seus índices de proteínas.

Análogos à carne de porco

A Impossible Foods trouxe ao mercado o Impossible Pork, produto feito com proteína de soja, óleo de girassol e óleo de coco. Além disso, tem vitaminas, aminoácidos, açúcares e o heme (ferro encontrado em todos os organismos vivos). A empresa afirma que essa “carne de porco” tem 18 gramas de proteína, 37% menos de calorias e 59% menos gordura total em comparação à de origem animal.

Em seu portfólio, oferece a linha dia a dia: mozzaveg (inspirada na clássica mozzarella italiana); frescal veg (versão vegetal do queijo minas); e spread (tipo requeijão). Ainda tem a linha gourmet, com queijo cheddar veg e provolone veg. Todos os produtos são livres de lactose, caseína e glúten.

Fermentação

A fermentação é importante para o universo plant-based, pois ela ajuda a quebrar os nutrientes das plantas e torná-los mais biodisponíveis para o corpo. Acredita-se que as alternativas fermentadas estão muito próximas da versão animal.

A Motif FoodWork utiliza fermentação para oferecer alternativas veganas com melhor valor nutricional. Com a fermentação de precisão para

Até mesmo os ovos

Uma pesquisa da Future Market Insights apontou que o mercado global de ingredientes que substituem os ovos atingirão cerca de US$ 1,5 milhões até o final de 2026, crescendo a um CAGR de 5,8% durante o período de previsão (2019-2026).

A Crafty Counters foi a empresa que criou o WunderEgg, feito de amêndoas e castanha de caju. Outra marca que também desenvolveu um produto similar foi a OsomeFood, cujo “ovo” utiliza uma micoproteína à base de fungos.

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Carne à base de jaca

A projeção é que o mercado que utiliza a jaca como ingrediente atinja US$ 359,1 milhões até 2026. A utilização do produto em carnes alternativas é o que impulsiona essa demanda.

Uma boa alternativa para a indústria de plantbased são as cores naturais da EXBERRY®, produzida com base em frutas e vegetais. O produto se apresenta como natural, vegano e com rotulagem limpa e clara. Pode ser usado em carnes, peixes, lacticínios ou queijos. Dessa forma, o produto deixa de ter um aspecto de cru para mais cozido, atraindo mais o consumidor.

Manteiga plant-based

O Future Market Insights (FMI) apontou que o mercado global de manteiga à base de plantas tinha ultrapassado US$ 2,4 bilhões em 2020. A previsão é atingir US$ 5,1 bilhões até o ano de 2030. A Vutter, uma marca de manteiga vegetal nascida na Nova Zelândia, já está disponível no Brasil. Com os sabores original, alho e porcini (tipo de cogumelo comestível), a manteiga é feita de óleos de coco e de girassol, cúrcuma (cor) e vinagre de maçã, ou seja, totalmente plant-based, sem lactose, alergênicos, conservantes e aromatizantes.

Plantas marinhas

Carne cultivada em laboratório

Segundo a Vegan Business, existem mais de 100 empresas de carnes, frutos do mar e laticínios cultivados trabalhando no desenvolvimento de carne cultivada com tecnologias baseadas em células. Já para a GFI Brasil, o desafio de produzir carne cultivada consiste na necessidade de replicar o ambiente de crescimento muscular fisiológico animal em condições controladas (em escala de bancada) ou em uma fábrica (em escala industrial). A carne cultivada tem cada vez mais investimentos; segundo o The Good Food Institute, a produção recebeu US$ 1,4 bilhões, em 2021.

Chama a atenção também um estudo científico, publicado na revista Foods, que identificou a abertura dos consumidores dos Estados Unidos e do Reino Unido para experimentarem a carne cultivada: 40% da população considerou altamente provável experimentar o alimento, sendo que mais 40% poderiam considerar provála. Na geração Z, esse número aumenta para 49% e 39%, respectivamente.

Algas marinhas foram aclamadas como fontes alimentares sustentáveis e ricas em nutrientes, em 2022. É possível encontrá-las em saladas e lanches, como condimentos e em cubos, para adicionar a smoothies, sopas e molhos. A Umaro Foods, com sede em Berkeley, Califórnia, está usando extrato de proteína purificado e óleos vegetais de algas marinhas vermelhas cultivadas no oceano para fazer sua versão snack de bacon crocante. Uma série de viagens à Tailândia, à Coréia, ao Japão e à China, inspirou a marca de salgadinhos Nora a elaborar opções de lanches com algas marinhas.

Hidrocoloides

Hidrocoloides são a chave para que os produtos plant-based sejam desenvolvidos com sucesso. A Nexira proporciona a Ibg (locusta, jataí ou alfarroba). Combinações de hidrocoloides com a goma acácia são capazes de proporcionar sabor e textura atraentes.

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Perspectiva e opinião

NutriConnection

• O crescimento do mercado de laticínios deve-se em grande parte ao aumento da demanda por produtos lácteos funcionais.

• Os laticínios funcionais estão disponíveis em uma variedade de formas, como bebidas orgânicas, favoráveis a quem tem diabetes, por exemplo, e com nutrientes específicos e requeridos pela população idosa.

• A proteína feita com base em ingredientes vegetais também está em alta. A indústria de alimentos e bebidas plant-based está crescendo rapidamente, derivada do aumento da consciência sobre os benefícios para a saúde dos produtos à base de plantas. Vale lembrar que, em 2050, a população pode até chegar a 10 bilhões de pessoas e a produção e o consumo de proteínas são um grande desafio. Afinal, a segurança alimentar do ingrediente ainda não está garantida, mesmo contando com as fontes alternativas.

• É importante ressaltar que sempre haverá espaço para que produtos lácteos e cárneos coexistam, já que provavelmente boa parte dos consumidores, os chamados flexitarianos, escolherão as duas categorias alternativamente.

• Alguns drivers de consumo seguirão importantes, como veremos a seguir.

Produtos análogos: queijos vegetais, carne cultivada em laboratório, ovos veganos e manteiga feita com ingredientes vegetais. Ingredientes com funcionalidade técnica: carne de jaca, aqueles obtidos de métodos de fermentação e opções de plantas marinhas. Busca por saudabilidade e diversificação. Preocupação com a sustentabilidade e com o meio ambiente.

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Bióticos e a saúde gastrointestinal

Contextualização

Os bióticos fazem parte do microbioma, um complexo ecossistema, que envolve microrganismos e substâncias dos metabolismos que habitam o sistema gastrointestinal. Além dos benefícios para a saúde digestiva, os bióticos exercem forte influência no reforço do sistema imune e das funções cognitivas, além de outras interações fisiológicas. O Google Pesquisas reporta para as buscas do termo microbioma, microrganismos e as substâncias metabolizadas, aproximadamente 3.580.000 resultados (0,44 segundos na consulta de 04/09/2022).

Como definir o termo biótico?

Um entendimento generalizado descreve que é “A ciência preocupada com as funções da vida, ou atividade e força vital. [G. biotikos, relativo à vida]. Se convertemos para o universo da fisiologia do corpo humano, os bióticos são todas as substâncias bioativas vivas ou inanimadas, os metabólitos, que afetam o microbioma. Vai além, permitindo incluir todos os microrganismos, genes ou filos presentes na flora intestinal de um indivíduo. Os bióticos mais conhecidos atualmente são: prebióticos e as fibras solúveis, probióticos, sinbióticos, posbióticos. Esta tendência é registrada desde a primeira edição do Relatório de Tendências em Alimentação Saudável, de 2021. Muitos lançamentos ainda não são rotulados como biótico, como é o caso dos prebióticos. Isso porque a Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) ainda não definiu a maioria deles, com exceção dos probióticos. Um exemplo da lacuna regulatória são os produtos com fibras solúveis, que, em sua maioria, apresentam efeito prebiótico, que funcionam como estimuladores dos probióticos da microbiota humana. Cabe registrar que nem todos os prebióticos são fibras solúveis.

E a regulação?

Se, por um lado, o marco regulatório limita a quantidade mais expressiva de produtos alimentícios com característica bióticas, a busca por mais imunidade e melhor cognição continua estimulando o lançamento de novos produtos. Na edição de 2021, o relatório mostrou o lançamento do primeiro psicobiótico brasileiro aprovado pela Anvisa com alegação de propriedade funcional para a saúde cognitiva. Até pouco tempo, isso seria impensável.

Prebióticos e fibras solúveis

Brasileiros consomem menos fibras

Segundo a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2017-2018: Análise do Consumo Alimentar Pessoal no Brasil, divulgada em 2020, a população brasileira, em geral, consome menos fibras. As mulheres, especialmente as com mais de 60 anos, apresentaram redução de consumo de 20,5 g/ dia entre 2008 e 2009, passando para 15,6 g/dia entre 2017 e 2018.

Este fato, por si só, mostra muitas oportunidades potenciais para a oferta de produtos com mais fibras. As empresas agem com lançamentos ou reformulações de seus produtos com fibras solúveis, como inulina, FOS, polidextrose, goma acácia e outras. A fibra acácia, produto da empresa Nexira, mencionada na edição de 2022, continua em alta. Sua funcionalidade, além dos benefícios do aporte de fibras, vai mais longe; ela é low FODMAP, ou seja, baixa em compostos fermentáveis, conferindo os efeitos prebióticos, mas sem os colaterais.

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A empresa Puravida faz sucesso com o seu produto Pura Fiber, um suplemento de fibra alimentar que contém goma de acácias sustentável. Em maio de 2022, a Puravida foi comprada pela Nestlé. Não tem apelo prebiótico, mas, na embalagem, consta a frase que é a própria definição: “As fibras são o alimento ideal para as bactérias benéficas do intestino, promovendo sua multiplicação e favorecendo o equilíbrio de todo o nosso ecossistema interior”.

Internacionalmente, quem já aprovou a categoria de prebióticos? Quais os lançamentos?

A Lil’ Goodness, empresa indiana, prebiotic break shake. Não há restrição etária e o produto vem pronto para servir, é nutritivo e tem proteínas naturais do leite, aveia e fibras prebióticas naturais. A ideia é garantir um início de dia saudável.

O Prebiotic Break Shake disponibiliza doses regulares de nutrientes essenciais para aumentar a imunidade. Não há restrição etária e é feito na medida para ser consumido no café da manhã ou à tarde.

O consumo regular deste prebiótico reforça a microbiota intestinal mantendo-a equilibrada e saudável. Apresenta-se nos sabores baunilha e chocolate.

Os tradicionais probióticos também crescem

Probióticos, microrganismos benéficos para a saúde, resultaram na incrível cifra global de 61 bilhões de dólares, em 2021 (em alimentos, bebidas e suplementos funcionais), segundo pesquisa da Market & Market de setembro de 2022. O montante mostra a tendência de avanço desse tipo de negócio e aponta que os consumidores continuam buscando cuidar da saúde imunológica e do bom equilíbrio cognitivo.

O relatório NutriConnection de probióticos 2021 reporta que o mercado total desses probióticos no Brasil ultrapassou a cifra de R$ 65 milhões, dos quais aproximadamente R$ 29 milhões - uma fatia de 45% - corresponderam a suplementos e alimentos. O interesse também se revela em pesquisas no Google; sem entrar em detalhes específicos, o termo probiótico mostrou aproximadamente 21.500.000 resultados (consulta feita em 12/09/22 - 0,55 segundos). São números inacreditáveis para um tema que ainda tem muito a se desenvolver.

O Brasil se movimenta para 2023

Embora ainda muito reservados, os planos para 2023 superam as expectativas propostas na edição de 2022. O consumidor mudou e adota a

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Fonte: PDF - Análise do Consumo Alimentar Pessoal no Brasil. IBGE - 20172018

prevenção mais fortemente. Um grande lançamento de 2022 foi o suplemento Floraliv, da Sanavita. Em seu site, consta que o “Floraliv® Probiótico é um suplemento composto por um mix de 4 probióticos (Lactobacillus acidophillus NCFM®, Lactobacillus paracasei Lpc-37TM, Bifidobacterium lactis Bi-07TM e Bifidobacterium lactis Bl-04®), combinados em alta concentração para te ajudar a manter uma flora intestinal saudável, contribuindo para a saúde gastrointestinal e outros benefícios para o seu corpo”.

A nutricionista Andrea Dario Frias, Ph.D. em nutrição e coordenadora do centro de pesquisas Sanavita, comenta que: “Essa composição possui benefícios e eficácia comprovados pela ciência, como a promoção do equilíbrio da flora intestinal, reduzindo as bactérias ruins que podem desencadear doenças, auxiliando na rotina de um corpo saudável e fazendo com que o intestino funcione como um ‘reloginho’”

A Activia, que já conta com uma linha específica somente com produtos que contêm probióticos, lançou, em 2021, o iogurte natural com probióticos. Como solução para o desenvolvimento do seu produto probiótico, a Fermentech, especializada em insumos e ingredientes para laticínios, tem ingredientes disponíveis para fabricação de iogurte e bebidas lácteas fermentadas. A empresa possui culturas probióticas, como a HOWARU™ Rhamnosus LYO. Além das bebidas lácteas, também desenvolve culturas probióticas para a fabricação de leite fermentado, como a HOLDBAC®YM-B LYO, LC LYO.

Além dos benefícios funcionais dessas culturas, a Fermentech oferece a cultura choozit fast, que proporciona sabor e textura atraentes ao consumidor, completando o binômio sabor&saúde.

E pelo mundo, como andam as coisas?

No final de 2021, uma pesquisa da Kerry Ingredientes declarou que 44% dos consumidores de bebidas consideravam comprar produtos com

probióticos. A produção não parou mais! Uma enormidade de sucos, bebidas e shots aparecem continuamente.

Pudemos ver nos suplementos que os shots estão em alta! Segundo a publicação internacional Beverage Industry, as bebidas funcionais com probióticos tendem a aumentar. A mais nova dose de suco da linha so good so you é um shot para promover o bem-estar; já o happy é para o “bom humor”, vem nos sabores goiaba e laranja e contam com adaptógenos e probióticos. O funcional, com 1 bilhão de Unidades Formadoras de Colônias (UFC) de probióticos, é clinicamente comprovado para apoiar a saúde digestiva, imunológica e cognitiva.

A chamada gut glory ou glória intestinal

Segundo a Innova Market Insights, a demanda por probióticos continua significativa e com alta associação entre saúde intestinal e imunidade. Quando a empresa questionou os consumidores que responderam à pesquisa a respeito da busca pelo incremento da imunidade, 17% deles disseram que aumentaram a ingestão de bactérias benéficas no ano de 2021.

A bebida mexicana tepache, probiótica e feita com abacaxi fermentado, está chamando atenção dos produtores americanos. Na mesma pesquisa, constatou-se um aumento do CAGR de 75% entre 2017 e 2021. A empresa americana Big Easy lançou a tepache em três sabores (abacaxi, figo da Índia e manga), ricas em probióticos e prebióticos. Muito popular no México, é um refrigerante de fruta fermentado.

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E a sinergia dos sinbióticos?

Sinbióticos, com o sin derivado de sinérgico, são bióticos que incluem as mesclas de pré e probióticos. A interação entre eles comprovadamente oferece efeito benéfico ampliado. Eles ainda são “estranhos no ninho” aqui no Brasil, pois não se beneficiam de nenhuma disposição regulatória, o que retarda a sua popularidade. Internacionalmente, o panorama é diferente e a adoção dos sinbióticos é muito mais frequente do que se possa imaginar. A GoLive, por exemplo, já tem um sinbiótico no mercado para adultos e crianças que conta com mais de 15 bilhões de UFC e 15 cepas clínicas. Outra marca, a Olly, criou uma goma de mascar similar a uma bala, com probióticos e fibras probióticas (ou seja, um sinbiótico). Ela possui 500 milhões de bacillus coagulans e tem como fibras prebióticas os frutooligossacarídeos

Já a empresa filipina Feel Well, possui diversos alimentos funcionais sinbióticos, que vão de iogurte a sopas e sucos. São dois os tipos de iogurtes: o mais sólido e o mais líquido; ambos utilizam yacon na composição, que possui o l.bulgaricus e o s.thermophilus e ajudam no incremento da imunidade, na saúde dos ossos e cognitiva.

E a água sinbiótica, já ouviu falar? Pois bem, a Biotica Water infunde uma água pura de nascente australiana com o bio-az, um ingrediente sinbiótico.

A esperança é que esses produtos finais do metabolismo bacteriano tenham um benefício terapêutico. Esse é o caso do iogurte butterfly pea lassi, da empresa da Malásia Chobe Master, que inclui posbióticos na formulação.

Dentre as alegações que a marca atribui ao produto, destacam-se:

• Regulação do movimento intestinal para evitar constipação e diarreia.

• Manutenção do equilíbrio entre boas e más bactérias em nossos intestinos.

• Melhora na imunidade do nosso corpo para combater infecções.

O probulin é outro produto com boa capacidade posbiótica. Em sua fórmula, conta com:

• mistura probiótica ideal de 15 cepas.

• 15 bilhões de UFC

• Inulina prebiótica – alimento para a sobrevivência do probiótico.

• Cápsulas probióticas com prebióticos e posbióticos.

A empresa R’s KOSO produziu uma bebida posbiótica japonesa. Ela é considerada um superalimento, fermentado por um ano com mais de 100 vegetais, frutas, probióticos, prebióticos e a limpeza posbiótica. A técnica Koso Cleanse é um método desenvolvido pela empresa, que promove a limpeza de suco tradicional japonês e provou manter o intestino saudável.

As empresas Bel Group e Superbrewed Food anunciaram parceria para desenvolver uma linha de queijos com proteína cultiva posbiótica da Superbrewed. O produto será lançado no primeiro trimestre de 2023.

Posbióticos já são realidade

A International Scientific Association for Probiotics and Prebiotics (Isapp) entende que posbióticos podem incluir metabólitos de bactérias probióticas, produtos fermentados com metabólitos e células microbianas ou mesmo os componentes dessas bactérias.

Perspectiva e opinião

NutriConnection

• A saúde intestinal é uma tendência cada vez mais considerada na indústria de alimentos e bebidas.

• Hoje temos um mercado amplo e em pleno crescimento com diversos produtos adicionados de probióticos (bactérias benéficas para a nossa saúde) e prebióticos (principalmente fibras alimentares), que estimulam o crescimento das bactérias benéficas.

• Os alimentos funcionais probióticos efetivamente agregam benefícios à saúde dos consumidores. Alimentos e bebidas probióticas podem ser mais frequentemente encontrados em matrizes lácteas (queijo, iogurtes e leite) e produtos não lácteos (sucos, fermentados/ kombucha, panificação, carne e alimentos infantis).

• Segundo a consultoria Markets and Markets, o mercado de probióticos está projetado para crescer de US$ 65,9 bilhões, em 2022, para 91,1 bilhões, em 2026, com uma CAGR de 8,3% entre 2022 e 2026.

• No campo dos bióticos, o avanço científico desvenda modalidades inovadoras. Começam a surgir variações que se encaixam em novas categorias e que se consolidam como: posbióticos, sinbióticos e psicobióticos, para citar alguns.

• Na questão regulatória, o Brasil precisa se movimentar em direção à ampliação das definições, permitindo adoção dos termos prebióticos e posbióticos, com características que vão ao encontro de consumidores que buscam mais imunidade e melhor cognição.

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Food Service

Contextualização

O Food Service é um setor de relevância dentro da área da indústria de alimentos. Ele engloba produção, distribuição e consumo de refeições prontas, por meio de operações de restaurantes, lanchonetes, bares, bistrôs, food trucks, dentre outras.

A alimentação fora de casa ou do lar caracterizam, no Brasil, o food service. A categoria apresentou aumento de quase 75% no comparativo anual, segundo dados do Instituto Foodservice Brasil. Nas vendas, considerando o comparativo de abril de 2021 e do mesmo mês de 2022, o aumento foi de 74,6% e 48,6% de expansão no acumulado do ano. É um setor em alta, razão pela qual escolhemos algumas tendências para compartilhar nesta edição do relatório NutriConnection. O food service oferece:

• menus com ofertas saudáveis;

• comfor t food (veremos adiante o que significa);

• mocktails: drinks não alcoólicos;

• robotização no food service

Dentro do setor, o consumidor e a sua experiência com os alimentos são prioridade. Na NutriConnection, buscamos sempre saber a sua opinião, para que possamos levá-la aos pesquisadores e desenvolvedores, a fim de que o alimento possa ser cada vez mais próximo ao desejo do consumidor.

Menus com ofertas saudáveis

Temos observado uma busca crescente da sociedade por alimentos mais saudáveis. A busca tem se refletido na criação de novos conceitos de restaurantes e categorias de menus 100% dedicados à saudabilidade e que atendam a todos os tipos de consumidores, como vegetarianos, veganos, flexitarianos, onívoros, alérgicos, intolerantes etc. Isso requer um processo de inovação na exploração de mais características funcionais e sensoriais nas ofertas. Trouxemos algumas evidências do food service brasileiro para ilustrar.

Homus sazonal de cenoura ou beterraba assada, com palitos de legumes da horta. O restaurante

Cajuí Brasil (Vila Madalena, São Paulo) oferece

refeições vegetarianas e veganas, com receitas 100% orgânicas e pratos inspirados no Brasil.

O Néctar (Pinheiros, São Paulo) desenvolveu um conceito de fast food cujo slogan é “fast but not trash”, com propostas bem democráticas em termos de variedade e preço.

Wrap na massa de beterraba, filé de frango grelhado, pasta de feijão preto, milho grelhado, salsa de avocado, creme de cheddar light caseiro, azeitona preta com o perfeito molho ranch com matcha: esses são exemplos do restaurante brasileiro Nattu (Cerqueira César, São Paulo), que apresenta culinária orgânica, funcional e com ingredientes regionais naturais. Além de todos os pratos saudáveis, o menu oferece uma variedade de bebidas funcionais, como o suco nice nos sabores água de coco, uva Itália, blueberry e amora. Alguns restaurantes têm, ainda, adicionado alternativas plant-based nos menus para ampliar a oferta de proteínas.

Outra forte vertente na área da saudabilidade são os restaurantes sustentáveis, que contribuem com ações favoráveis ao meio ambiente. Exemplo disso é a parceria com Organizações Não Governamentais (ONG) que fazem coleta de resíduos orgânicos e recicláveis, a preparação de receitas com ingredientes de carbono neutro, o cultivo de horta própria no restaurante, o controle

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de desperdício de água e upcycling. O restaurante Bloom (Juscelino Kubitschek, São Paulo) é um dos fast foods que unem saudabilidade à sustentabilidade. O cardápio não tem produtos de origem animal e aboliu o uso de plásticos.

em bares e restaurantes, devido aos malefícios que o álcool pode causar a longo prazo.

O restaurante e coquetelaria Quincho (Vila Madalena, São Paulo) possui o drink não alcoólico de suco de tomate, temperado com pimenta gochujang, limão e sal, acompanhado por uma base de pepino e bastante gelo. Também o Jazz Restrô e Burguer (Vila Mariana, São Paulo) aposta somente em drinks não alcoólicos, tornando-se o primeiro estabelecimento especializado. Um exemplo é o drink Jean Lafitte, preparado com limão siciliano, leite de coco, leite condensado, coco queimado e gelo.

Comfort food

É uma alimentação voltada às boas emoções. Um modo de adicionar alimentos comfort food nos menus pode ser pelo preparo de pães, bolos e doces caseiros. Além de trazer um sabor de infância, os alimentos carregam o aroma de daqueles preparados em casa. Esse tipo de alimento começou a ser mais procurado devido ao aumento de estresse nos últimos anos. Segundo a Organização PanAmericana da Saúde – Opa (Organização Mundial de Saúde – OMS - Revisão mundial sobre saúde mental, 2022), só no primeiro ano da pandemia de covid-19 houve um aumento na taxa de depressão de 25%. Assim, levar aos consumidores alimentos mais reconfortantes é uma forma de ajudar a minimizar tensões, por trazerem alguma lembrança tranquilizadora. O aumento de loja de bolos caseiro, como a franquia Casa de Bolos, é exemplo disso: em 20 anos, a empresa já inaugurou 423 lojas pelo Brasil, com cerca de 55.000 bolos por dia. Nessa mesma linha, a confeitaria DAMA, que oferece aos seus clientes pães (como pão de leite e brioche), bolos, doces, tortas, geleias caseiras e outros alimentos que trazem uma “sensação de casa”.

Os drinks não alcoólicos estão aqui também

Conforme já explicamos, as pessoas vêm se conscientizando do que é saudável ou não. Há uma preocupação de buscar drinks não alcoólicos

Aos amantes de vinho, especificamente do vinho rosé, já pensou em tomar uma bebida com as mesmas funcionalidades do vinho rosé, porém sem álcool? A Pronutrition tornou isso realidade com o sparkling tea rosé, feito de chá branco com resveratol, que lhe confere um sabor inesquecível!

Robotização

Há um grande movimento de automatização da produção de alimentos e de serviço na área do food service. Destacamos alguns aspectos importantes, de acordo com a pesquisa Galunion com Consumidores, feita em fevereiro de 2022. Há um grande movimento de automatização da produção de alimentos e de serviço na área do food service. Destacamos alguns aspectos importantes, de acordo com a pesquisa Galunion com Consumidores, feita em fevereiro de 2022.

1. Cerca de 50% do tempo de trabalho dos atendentes é feito em atividades físicas previsíveis. Porém, 73% dessas atividades têm potencial para automação. Dessa forma, os atendentes podem ganhar mais tempo para se dedicar à criatividade, à atenção e à hospitalidade ao consumidor.

2. 58% dos consumidores entrevistados disseram que preferem o menu digital. O mesmo ocorre para realizar o pedido e pagar (48% e 54%, respectivamente).

3. Cerca de 71% dos donos de restaurantes estimam perda de $5000 por mês devido ao déficit de mão de obra.

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Quando falamos em restaurantes 100% robotizados, parece algo longínquo. Porém, o primeiro fast food robotizado do mundo já foi inaugurado: o Bionicook. E ele fica no Brasil, no aeroporto de Guarulhos! São 18 opções de lanches e 15 tipos de bebidas. Uma das previsões dos maiores participantes dos restaurantes do futuro serão os softwares, a automação, as ghost kitchens, os produtos plantbased e a electric cooking

Perspectiva e opinião NutriConnection

• Os laticínios funcionais estão disponíveis em uma variedade de formas, como bebidas orgânicas, favoráveis a quem tem diabetes e com nutrientes específicos e requeridos pela população idosa.

• Segundo a Abia, as vendas para o mercado interno aumentaram 1,8%, enquanto o food service teve 26,3% das vendas da indústria em 2021 (em 2020, foi 24,4%, representando, portanto, um aumento de 1,9%). Além disso, há previsão de que o setor de food service possa alcançar 29% de participação nas vendas da indústria em 2023.

• Espera-se que as opções de bebidas similares às alcoólicas, mas sem álcool, representem 23% do crescimento total de bebidas para adultos nos próximos três anos.

• A robotização do food service é algo que os consumidores esperam. Isso foi constatado pela pesquisa do Popmenu, que apontou que 75% dos consumidores esperam que os restaurantes tenham mais experiências digitais (online ou presencial). Além disso, 51% dos restaurantes planejam automatizar suas operações online em 2022 (Galunion com Consumidores, fevereiro de 2022).

• Uma recomendação que deixamos aos pesquisadores e times de P&D é investir em pesquisas relacionadas à busca por alternativas proteicas, usos e reuso de produtos e subprodutos, aplicação de ingredientes mais naturais nas formulações, mas que tragam biodisponibilidade e/ou benefícios reais e significativos para a saúde da população. Além disso, um fator importante para essa contribuição social é que os alimentos possam ser cada vez mais acessíveis, sem deixar de entregar aquela experiência sensorial “WOW”!

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Regulatório

A RDC 429, de 2020, impulsiona a Inovação!

Embora regulatório sempre caminhe para atender os avanços da inovação, em 2023 a NC registra uma inversão no fluxo regular. Nesse caso específico, será o ato regulatório que motivará a inovação.

A partir de outubro de 2022 todas as empresas, sem exceção, ficam submetidas a um novo marco regulatório, que levará alimentos, bebidas e suplementos a revisarem os perfis nutricionais oferecidos por seus produtos colocados em exposição aos consumidores. A nova RDC da Anvisa irá, inequivocamente, incrementar o sentido de inovar, mesmo que seja apenas pelo fato, não menos importante, de atender a legislação vigente. Trata-se de uma rara combinação e a ideia é aproveitar para proporcionar insights inspirados em novos conceitos e soluções para deixar o produto alinhado à nova legislação.

Por que uma nova rotulagem?

A rotulagem nutricional frontal já foi implementada em outros países da América Latina, como Chile, México, Colômbia, Peru, Paraguai e Uruguai. O objetivo é ajudar as pessoas a entenderem o que consomem para que façam escolhas capazes de auxiliar a controlar ou a evitar a incidência de doenças crônicas não transmissíveis, que tem como uma das causas a alimentação de baixa qualidade. Assim, a nova rotulagem informa, de forma mais clara, a composição dos produtos.

Principais mudanças

A RDC 429/2020 e a IN 75/2020 são normas complementares que entraram em vigor em 9 de outubro de 2022. As principais mudanças são relativas à tabela nutricional, às alegações nutricionais e à rotulagem frontal.

Tabela nutricional

A declaração da tabela de informação nutricional é obrigatória nos rótulos dos alimentos que são embalados na ausência dos consumidores. Ela inclui bebidas, ingredientes, aditivos alimentares e coadjuvantes de tecnologia, mesmo os destinados exclusivamente ao processamento industrial ou aos serviços de alimentação.

Principais mudanças na tabela

• Formatação: fundo branco, letras pretas, fontes e tamanhos definidos pela IN 75/2020 para melhorar a legibilidade das informações;

• localização da tabela: próxima à lista de ingredientes e em superfície contínua. Não deve ser apresentada em áreas encobertas, locais deformados ou regiões de difícil visualização. A exceção só se aplica aos produtos em embalagens pequenas (área de rotulagem inferior a 100 cm²), em que a tabela poderá ser apresentada em áreas encobertas, desde que acessíveis;

• o valor energético e os nutrientes devem ter uma coluna de 100 g ou 100 ml para ajudar na comparação de produtos;

• a porção deve estar de acordo com as regras padronizadas na IN 75/2020 e o número de porções por embalagem também precisa ser informado;

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• na tabela podem vir descritas as vitaminas, os minerais e outros nutrientes (ômega 3 por exemplo), desde que suas quantidades, por porção, sejam iguais ou superiores a 5% dos respectivos VDR definidos;

• regras de arredondamento, quantidades significativas e formas de expressão dos valores podem ser conferidos na IN 75/2020;

• a declaração de açúcares totais e adicionados passa a ser obrigatória.

Rotulagem frontal

Essa é a principal alteração na rotulagem e tem por objetivo informar ao consumidor quais alimentos contêm ingredientes críticos, que, em excesso, podem prejudicar a saúde. Os nutrientes escolhidos foram açúcares adicionados, gordura saturada e sódio. Em excesso, precisarão ser informados no painel frontal da embalagem com design de lupa padronizado pela Anvisa. Os limites máximos de nutrientes, que geram obrigatoriedade de declaração da rotulagem frontal nos produtos, podem ser conferidos a seguir.

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Relação de componentes no painel frontal da embalagem Nutriente Alimentos sólidos ou semissólidosAlimentos líquidos Açúcar adicionado15 g ou mais por 100 g de alimento 7,5 g ou mais por 100 ml de alimento Gordura saturada6 g ou mais por 100 g de alimento 3 g ou mais por 100 ml de alimento Sódio 600 mg ou mais por 100 g de alimento 300 mg ou mais por 100 ml de alimento

Alegações Nutricionais

É opcional colocar alegações nutricionais. Contudo, é desejável que se faça, pois a tendência de mercado é voltada ao consumo de alimentos com alegações que remetam à saudabilidade dos produtos. Há três tipos principais de alegações nutricionais, como veremos a seguir.

1. Alegações de conteúdo absoluto: descrevem o nível ou a quantidade do valor energético e os nutrientes contidos no alimento;

2. alegações de conteúdo comparativo: referemse a uma característica do produto em relação a um alimento de referência (versão convencional do mesmo tipo de alimento);

3. alegações de sem adição: declaram que um ingrediente não foi adicionado direta ou indiretamente.

Os termos autorizados para uso estão descritos na IN 75/2020, assim como os critérios para alegações nutricionais, específicos para cada nutriente e atributos nutricionais, foram alterados para “não contém”, “sem adição de sal”, “não contém lactose” e “sem adição de gorduras”.

Em relação ao Valor Diário Recomendado (VDR), houve diminuição de niacina e ácido fólico, e aumento das vitaminas A,D, C, E, K e riboflavina, e dos minerais magnésio, zinco, iodo, selênio e manganês. Para nutrientes que tiveram seu VDR aumentado, houve elevação dos níveis mínimos exigidos para alegação de alimento “fonte”, “alto conteúdo” e “aumentado”. Outra novidade é a adoção do VDR de cloreto e potássio, permitindo o uso de alegações relativas aos atributos “fonte”, “alto conteúdo” e “aumentado” desses nutrientes.

Rotulagem frontal e reformulação

Chile é o país com maior tempo de implementação da rotulagem frontal. É um referencial para estudos no Brasil. Pesquisas naquele país apontaram que houve redução na intenção de compra de cereais matinais com rotulagem frontal, principalmente os que continham alto teor de açúcares e que antes eram percebidos como saudáveis. Há uma tendência de reformulação desses produtos para não receberem o selo de rotulagem frontal.

De olho nos prazos de adequação

A partir de 9 de outubro de 2022, os novos produtos já deveriam estar adequados às novas normas. Os prazos para produtos que já estão no mercado variam de acordo com o setor:

• até 09 de outubro de 2023: para os alimentos em geral que já se encontram no mercado;

• até 09 de outubro de 2024: para os alimentos fabricados por agricultor familiar ou empreendedor familiar rural, empreendimento econômico solidário, microempreendedor individual, agroindústria de pequeno porte, agroindústria artesanal e alimentos produzidos de forma artesanal;

• até 09 de outubro de 2025: para as bebidas não alcoólicas em embalagens retornáveis, observando o processo gradual de substituição dos rótulos.

Como reduzir sem perder a indulgência?

Pensando em adequações ao novo momento do Brasil, a Vogler apresenta uma série de soluções para a indústria alimentícia e de bebidas. Além disso, tem um corpo técnico altamente capacitado para entender as particularidades dos produtos e encontrar, junto com o cliente, o melhor caminho.

Soluções com baixo teor de saturados

Trata-se de buscar alternativas a produtos saturados. As opções envolvem gorduras com baixo teor de saturação, mantendo a cremosidade, uma excelente cristalização e estabilidade térmica para diferentes aplicações, como em massas, bolos, biscoitos, recheios, snacks, temperos, molhos dressings e gelados comestíveis. As possibilidades incluem produtos sem gorduras trans e com boa curva de sólidos.

Soluções para a redução de gordura total

INNOFIBER ZT: gel composto de fibra insolúvel e água, produzido por tecnologia de incorporação com alto cisalhamento; tem alta estabilidade térmica e em meios ácidos. Tecnicamente atua como substituto de gordura e texturizante em produtos

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de panificação, lácteos e molhos dressing Clean label, por exemplo, é rotulado como fibra e reduz o conteúdo energético, ao substituir a gordura total.

Soluções para a redução de açúcar

O açúcar é um ingrediente versátil, confere sabor doce e palatabilidade e é um elemento que encorpa, que marca presença onde é colocado. Assim, seu substituto deve considerar, ao mesmo tempo, sabor e corpo similares ao alimento de referência. Por isso, diversos ingredientes de nosso portfólio são alternativas viáveis à substituição: polióis, fibras, edulcorantes e aromas naturais e moduladores. Com a expertise de nossos parceiros, podemos encontrar a solução mais adequada.

Soluções para a redução de sódio

A principal fonte de sódio na formulação de alimentos é o sal de cozinha ou cloreto de sódio, que contém aproximadamente 39% de sódio. Porém, outros ingredientes de uma formulação também podem contribuir para aumentar o conteúdo de sódio, como fosfatos e agentes levedantes utilizados em fermentos químicos em panificação, que podem contribuir com até 20% da quantidade total de sódio. Com a finalidade de reduzir o sódio, os fosfatos devem ser levados em consideração em formulações de bolos, biscoitos e cookies.

Como está a regulação na área de suplementos alimentares?

Quais são as legislações que regulam suplementos alimentares?

A RDC nº 243/2018 dispõe sobre os requisitos sanitários dos suplementos alimentares. Já a IN nº 28/2018 estabelece as listas de constituintes, limites de uso, alegações e rotulagem complementar dos suplementos alimentares. A IN nº 28/2018 já teve suas listas positivas atualizadas duas vezes e foi alterada pela IN nº 76/2020 e pela IN nº 102/2021.

Como descobrir quais constituintes já são autorizados para uso em suplementos?

Para simplificar os processos, em 2018 a Anvisa estabeleceu o marco regulatório para suplementos alimentares e fez constar da IN 28/2018 todos os constituintes já autorizados para uso. Qualquer novo constituinte a ser incluído na lista deve obrigatoriamente passar por avaliação da Agência. Uma vez incorporado ao regulamento, estará autorizado para uso por qualquer fabricante.

Todos os suplementos alimentares precisam ser registrados na Anvisa?

Pelas novas regras, nem todos os suplementos devem ser registrados na Anvisa. Somente aqueles que contêm enzimas ou probióticos têm registro obrigatório. Os demais suplementos alimentares, inclusive aqueles indicados para crianças, são dispensados dessa obrigatoriedade, o que facilita a colocação dos produtos no mercado. Eles devem seguir as disposições da RES nº 23/2000 para a sua regularização, declarando que atendem às regras e comunicando o início da fabricação ou importação do produto ao órgão local de vigilância sanitária (do estado ou município). Os produtos que passarão a ser classificados como suplementos alimentares deverão estar adequados de maneira integral às disposições da RDC nº 243/2018 e da IN nº 28/2018 e suas atualizações, observando o período de transição estabelecido.

Que alegações podem ser utilizadas em suplementos alimentares?

Todas as alegações autorizadas em suplementos alimentares constam de uma lista positiva, disponível na IN nº 28/2018, e em suas atualizações. Essa lista foi construída com base em avaliações realizadas pela Anvisa e em alegações bem estabelecidas, adotadas por autoridades regulatórias internacionais. O principal objetivo da medida é garantir que o consumidor tenha acesso a informações verídicas e com adequado amparo científico, reduzindo possíveis enganos quanto aos benefícios do produto.

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E a regulação na área de proteínas?

Proteínas plant-based

Quem determina as tendências são os consumidores. Entretanto, elas são influenciadas pela regulação e políticas públicas. Atualmente, no Brasil não há regulações específicas para produtos plant-based Sem um posicionamento claro do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e da própria Anvisa para regulação desses produtos, pode haver agravamento de riscos de práticas empresariais predatórias e concorrência desleal. Além disso, as demandas crescentes do consumidor podem não ser atendidas. Ao assumir uma regulação proibitiva, sempre haverá esforço do setor afetado para burlar as normas. Também no aspecto de investimentos, os impactos negativos se fariam sentir, o que levaria o país à contramão da tendência global de aumento de consumo de alimentos plant-based Se há demanda de consumo, não é adequado coibir e, por esse motivo, é improvável que haja ação regulatória proibitiva. Uma grande questão é que nas legislações atuais não há uma definição clara do conceito de plantbased. A definição proposta pelo Departamento de Produtos de Origem Vegetal (Dipov) e pelo Mapa para estabelecer um conceito de plantbased é: “Produto destinado ao uso alimentício que se utiliza de termos ou alusões a produtos de origem animal regulamentados e não possui em sua composição matéria prima de origem animal”. Em busca de uma melhor definição, propostas têm sido estudadas pelo Mapa, com o objetivo de transmitir informações claras e inequívocas ao consumidor, como frases de advertência e selo de identificação, dentre outras medidas. Em relação à concorrência leal entre produtos de origem animal e vegetal, estudam-se limites de uso para terminologias de produtos de origem animal e regras para não depreciá-los (inclusive com uso de imagens). Não há um consenso sobre se a terminologia “leite vegetal”, por exemplo, pode transmitir uma informação equivocada, que induziria o consumidor a erro. Nesse sentido, há indícios de que o consumidor consegue diferenciar produtos de origem animal e vegetal, mesmo com terminologias semelhantes.

Carnes cultivadas devem chegar ao consumidor brasileiro em 2024

Uma das carnes cultivadas que está aguardando aprovação da Anvisa é da BRF, desenvolvida em parceria com a startup israelense Aleph Farms. Outra opção é a carne criada com tecnologia nacional pela Ambi Real Food.

Como a Anvisa e o Mapa regulam carnes cultivadas?

A regulação brasileira de alimentos ainda não contempla regras específicas para a carne cultivada. Entretanto, o tema já vem sendo discutido pelo Mapa e pela Anvisa. A partir de 2023, haverá novo marco regulatório e produtos plant-based devem ser incluídos. A aprovação da carne cultivada deve seguir o mesmo modelo de aprovação de novos alimentos. Além dos produtos plant-based e carne celular, há também um grande um vácuo regulatório no que se refere a produtos híbridos, proteínas de insetos e advindas do processo de fermentação.

Você sabe como funciona a regulação da Anvisa

para probióticos?

Em 2019, a Anvisa publicou o “Guia para Instrução processual de petição para avaliação de probióticos em alimentos”; a segunda versão foi lançada em 2021 e conta com informações detalhadas sobre como aprovar um probiótico para uso em alimentos. É importante ressaltar que as orientações descritas no Guia não são mandatórias. Assim, caso o requerente adote caminhos alternativos, os motivos que levaram à adoção de metodologia distinta devem ser devidamente fundamentados, incluindo suas respectivas referências, que podem ou não ser aceitas.

O que a Anvisa leva em conta para aprovação do probiótico?

Os elementos essenciais são: prova inequívoca da identificação da linhagem de microrganismos, assim como comprovação da segurança e do benefício.

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O que não pode faltar na documentação para a petição?

O principal documento é o relatório técnicocientífico, que deve conter informações sobre a identificação da linhagem do microrganismo e a alegação pretendida. Também é necessário informar o produto em que será utilizado, o público-alvo, a dose recomendada, as condições e/ou restrições de uso, as advertências e os potenciais efeitos adversos.

Qual a análise mínima para comprovação da segurança?

O dossiê de segurança deverá ser composto, minimamente, por: identificação do grupo ou classe de risco do microrganismo; histórico de uso; revisão de literatura; ensaios in vitro, em animais e clínicos; e, quando disponível, vigilância pós-mercado.

Qual a documentação para comprovação da eficácia?

Para comprovação de um efeito benéfico ou, em outras palavras, da eficácia de uma alegação, é necessário apresentar resultados que comprovem causalidade entre o consumo da linhagem de um probiótico e o efeito alegado. O tipo e o desenho do estudo são fatores críticos para esse processo. De acordo com a RDC 241/2018, é requisito fundamental para a comprovação do efeito dispor de estudos realizados com humanos. Estudos em animais e in vitro podem ser utilizados de maneira complementar na sustentação de uma alegação, particularmente para o estabelecimento de mecanismos fisiológicos que justifiquem o efeito observado.

Perspectiva e opinião

NutriConnection

• Sobre a nova rotulagem: nem todos os produtos precisarão passar por uma reformulação. Os produtos indulgentes ( comfort food e os que não passam a imagem de saudabilidade, por exemplo) bem consolidados no mercado, tendem a continuar sendo consumidos, mesmo com selo de rotulagem frontal;

• recomendamos que busquem a reformulação, principalmente os produtos que desejam usar alegações funcionais e características que atraiam públicos que buscam saudabilidade, pois, nesse nicho, poderá haver redução na intenção de compra de produtos com lupa frontal;

• apesar de ser um desafio para indústria, existem diversas soluções excelentes que conferem a garantia de um produto palatável, sem excesso de nutrientes críticos para saúde (açúcares adicionados, sódio e gorduras saturadas);

• carnes cultivadas e outras inovações provavelmente serão incluídas no novo marco regulatório plant-based, que deve ser estabelecido a partir de 2023;

• para a indústria, surge uma tendência de inovação de produtos, mas ainda espera segurança jurídica para investir em plantbased;

• há uma correlação histórica entre inovação e resistência a tecnologias inovadoras. Isso aconteceu, por exemplo, com equipamentos de mecanização agrícola, produção de álcool, organismos geneticamente modificados (OGM), Uber, café etc. É questão de tempo para o setor regulado se adaptar às novas tendências de produtos alimentícios plantbased e bióticos.

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Parte 2 Mundo Corporativo

Startups

Contextualização

O movimento de startups se fortaleceu em 2022 e as novas tendências são positivas. Esse universo ainda é predominado pelas fintechs, que são startups da área financeira. Portanto, o segmento alimentar surge com muitas oportunidades a explorar.

O movimento de FoodTechs já é uma realidade global, que atrai empreendedores e investidores. A expectativa foi fechar 2022 atingindo R$980 bilhões, conforme publicação do site da revista Forbes, baseada em uma declaração do Food Tech Matters, um evento virtual de conexão de startups e grupos interessados no movimento. Ainda segundo a Forbes, no Brasil, os movimentos das foodtechs não têm uma direção definida, mas claramente a derivação para alimentos saudáveis, frescos e nutritivos segue com grande potencial de crescimento. Além disso, segundo uma pesquisa da Liga Insights, de 2021 para 2022, mais de 8.400 cargos foram criados no setor; os investimentos nas foodtechs chegaram a R$4,66 bilhões. Até novembro de 2022, havia 495 foodtechs cadastradas no Startup Scanner no Brasil, representando um aumento de 32% comparado com o ano de 2021, com 337 foodtechs no país.

As FoodTechs estão de acordo com a Forbes?

Em 5 virtuais tendências, identificou-se que 74% dos entrevistados declararam suas opções por alimentação saudáveis e dietas funcionais. O elemento natural tende a agregar valor para 73% dos respondentes, aliando componentes naturais ao frescor dos alimentos. Ao mesmo tempo, 68% se afirmaram interessados na sustentabilidade. Já as pessoas inseguras com os ingredientes artificiais excederam em mais de 50% do grupo.

Hubs: portas para novas startups

Os hubs são polos onde as startups podem encontrar ambientes subsidiados para instalação de seus negócios. Representam boas oportunidades de network, ganham suporte operacional, acesso a investidores, pessoas com talento para o empreendedorismo e bons mentores.

O FoodTech Hub Latam

De acordo com o seu site: “Criado em 2019, o FoodTech HUB Latam ajuda as Empresas a identificar fontes relevantes de conhecimento, apoio, parcerias e conectar os atores da comunidade de sistema alimentares”. O FoodTech HUB Latam tem uma visão panorâmica dos desenvolvimentos da indústria de alimentos, graças à experiência de seus líderes na cadeia de alimentos e na montagem de comunidades de inovação. Sua ambição é formar um amálgama, unindo todos os atores do sistema para atender consumidores.

A iniciativa pioneira do engenheiro de alimentos Paulo Silveira é um caso de grande sucesso. Ela desponta como um dos principais polos de inovação baseado em “ecossistema”, sustentada por uma plataforma baseada em economia circular para servir ao desenvolvimento da indústria de alimentos.

O FoodTech Hub Latam, cresce e proporciona inúmeras oportunidades para a indústria de alimentos nacional por meio de um perfeito compartilhamento de todas as partes envolvidas no processo.

Reduzindo o desperdício

A startup Food to Save partiu da realidade de que o Brasil desperdiça 30% da comida produzida; o país está entre os 10 que mais desperdiçam no mundo. Seu objetivo é intermediar estabelecimentos com sobras de alimentos e consumidores interessados

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em reduzir as perdas. A Food to Save, por meio de sua plataforma, monitora essas sobras dos estabelecimentos que entram em contato, orienta a formação de kits e disponibiliza a oferta em seu aplicativo. Os interessados compram os kits conforme suas preferências. Os descontos em relação ao preço normal podem chegar até 75% do preço regular.

Alimentação Saudável

Segundo a Liga Insights, há 70 startups na área de alimentos e bebidas. A tendência de inovação em alimentação saudável é uma característica observada.

Lowko: o sorvete impossível

A Lowko sorvetes, faturou, só em 2020, R$5 milhões. Ela traz sorvetes de baixa caloria, feitos com ingredientes naturais, sem adição de açúcar e adoçantes artificiais. Também foi lançado os “ lowkos veganos”, que não possuem ingredientes de origem animal.

No ano de 2021, em parceria com a Companhia de Bebidas das Américas (Ambev), o Grupo Pão de Açúcar (GPA ) e a Cargill, foram lançados 6 sabores de picolé. Cada parceiro ajudou na produção de uma forma: com a pesquisa de consumo de picolés; com o desenvolvimento da combinação de sabores; e ações na área laboratorial (de estabilidade do produto).

A Tal da Castanha

Foi a primeira startup brasileira a lançar uma bebida vegetal à base de castanha de caju orgânica no Brasil. A empresa possui diversos produtos, como creme vegetal, bebidas vegetais, pastas e até suplementos. Além disso, conta com um sistema de produção sustentável.

Legurmê

É uma startup brasileira que desenvolve produtos de qualidade e saborosos, dando preferência a ingredientes naturais e orgânicos.

Carne cultivada em laboratório

No ano de 2022, observou-se um aumento na busca por carne cultivada em laboratório, uma tendência que já havia sido apontada pela NutriConnection Segundo a Good Food Institute, são mais de 70 empresas e startups no mundo todo com foco nessa área de pesquisa e desenvolvimento. Isso também está relacionado aos benefícios que esse tipo de tecnologia traz, como a redução da emissão de gases do efeito estufa, uso de terras e água, sem contar o abate de animais.

Upside Foods

No mês de novembro de 2022 a Food & Drug Administration dos EUA (FDA) anunciou que o frango ecológico de células cultivas em laboratório desenvolvido pela startup Upside Foods é seguro para comer. Porém, o produto ainda não está totalmente aprovado para venda. Esse é um grande passo para as outras startups de carne cultivada em laboratório!

Ambi Real Food

É a primeira startup brasileira de carne cultivada. Ela uniu a tecnologia de biologia celular e engenharia de tecidos para desenvolver a primeira carne cultivada com tecnologia brasileira. Com base em células bovinas isoladas, foram utilizados atributos para fazer essas células crescerem e produzirem carne sem abatimento animal.

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Sustineri Piscis

A Sustineri Piscis é uma startup brasileira de peixe cultivado que recebeu investimentos da Frescatto. O seu objetivo é resolver os problemas da pesca selvagem, como o esgotamento do pescado selvagem, o risco do consumo inseguro (pela possibilidade de contaminação) e fraude. A carne é produzida com base em cultivo celular, dado pelo estoque celular de alta qualidade.

Aleph Farms

A startup Aleph Farms é israelense e foi criada pela empresa de alimentos Strauss Group. Em 2022, a BRF investiu US$2,5 milhões para produzir, em 2024, carne cultivada com base em células bovinas não geneticamente modificadas.

Perspectiva e opinião NutriConnection

• As startups são verdadeiros polos de inovação e se sustentam pelas permanentes reinvenções que fortalecem os seus propósitos. São ágeis, criativas e conseguem reduzir os ciclos de desenvolvimento de novos produtos ou conceitos.

• Grandes empresas investem em startups na busca de novos negócios. As formas de parcerias e de cocriação são variadas. Inúmeros casos de sucesso são reportados continuamente e as startups só se fortalecem.

• Os hubs têm benefícios muito grandes para ambos os lados, tanto para empreendedores, com suas startups, como para as empresas que querem participar como investidores ou cocriadores.

• A indústria de alimentos, embora com suas particularidades, não pode esquecer que está dentro do mundo corporativo. Como tal, não pode ficar isolada dos movimentos que afetam todos os negócios. Seguindo o Food Tech Hub Latam, trata-se de um “canal de inovação e futuros negócios para empresas e investidores possuírem as melhores iniciativas do mercado na cadeia de alimentos”.

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Sustentabilidade

Contextualização

Nesta terceira edição, o tema sustentabilidade continua sendo importante e é mantido como influenciador de tendência no desenvolvimento de novos negócios. O conceito de sustentabilidade pode ser entendido como ações da atualidade que, quando executadas, não comprometem as futuras gerações.

Em edições anteriores, citamos o programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável (sigla em inglês: SDG). Os 17 objetivos a serem atingidos até 2030 certamente podem colaborar para melhorar a imagem e a percepção dos consumidores sobre as empresas produtoras de alimentos. Os consumidores querem saber tudo sobre os produtos que estão comprando: onde foram produzidos; como se deu o tratamento ou o processamento; quais os tipos embalagens utilizam; como foram transportados; se há respeito aos trabalhadores; e a validade, por exemplo. Mas não é só isso: também é de interesse de quem consome saber sobre o compromisso do produtor com a sustentabilidade e, no caso do uso de produtos de origem animal, há uma preocupação crescente quanto à forma como os animais são tratados.

Embora sem saber corretamente a real definição do conceito, ESG (sigla em inglês para Meio ambiente, Social e Governança) é um movimento influencia e tende a se reforçar nos próximos anos. As mudanças climáticas são a principal preocupação de 66% dos consumidores que participaram de uma pesquisa global realizada pelo Euromonitor, em 2022. Ela é reforçada pela afirmação de que 66% desses consumidores tentam ter um impacto positivo no meio ambiente por meio de suas ações cotidianas, como a redução do uso de plásticos, do desperdício de alimentos e a reciclagem de materiais. Em relação ao Brasil, 56% dos participantes de pesquisa realizada pela Mintel, em 2021, mencionaram que “seu comportamento pode ter uma diferença positiva no meio ambiente”.

ESG

Como falado anteriormente, ESG vem de três palavras: ambiental (E), social (S) e governança (G). A International Business Report (IRB) ouviu 5.000 empresas em 29 países; o levantamento mostrou que 89% dos participantes enxergam o conceito como muito importante nos negócios. Analisando os pilares de ESG, vimos que os alimentos têm papel fundamental em todos os aspectos. A avaliação é de que todo o ciclo de vida do produto (a cadeia de produção e a distribuição dos alimentos) está conectado diretamente ao seu impacto ambiental (pilar E), aos aspectos de segurança alimentar, à disponibilidade dos alimentos e ao seu perfil nutricional. Esses aspectos guardam relação íntima com os pilares social e de governança. Assim, o impacto nos atores da cadeia de produção e nos stakeholders das empresas podem ser pontos importantes. Uma pesquisa feita pela PwC mostrou que 75% dos entrevistados afirmaram que as empresas deveriam adotar práticas ESG. Entre os 360 investidores entrevistados, 79% afirmaram que as práticas ESG de uma empresa têm impacto na decisão de investir ou não. Ademais, 82% afirmaram que o ESG deve estar ligado às estratégias de negócio das companhias. Porém, o dado mais impressionante da pesquisa da PwC, foi que 94% dos brasileiros entrevistados esperam que as empresas façam algo relacionado a ESG. Segundo o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), as empresas brasileiras que mais apresentaram valores ESG em 2022 foram:

• Unilever.

• Nestlé.

• P&G

Um exemplo de indicador (conectando as ações de inovação e renovação que as indústrias de alimentos e bebidas vêm realizando e como sua rastreabilidade pode gerar índices ligados aos pilares de ESG) é o Global Index, do projeto Access to Nutrition Initiative. Em 2021, a empresa lançou seu quarto reporte rankeando 25 empresas de alimentos e bebidas em relação aos seus

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compromissos, suas práticas e as informações sobre governança e gerenciamento, produção e distribuição de produtos saudáveis, acessíveis e disponíveis, particularmente para países em desenvolvimento.

Movimento plant-based

O cuidado com as fontes de alimentos é uma das maneiras pelas quais os consumidores expressam sua preocupação com a sustentabilidade, limitando o consumo de fontes animais de proteínas (carne bovina e de frango). A redução do consumo de carnes é mais factível do que sua completa substituição. Mundialmente, apenas 1% dos participantes de uma pesquisa da Mintel disseram que não consomem produtos de origem animal (veganos); 3% afirmam que não consomem nenhum tipo de carne (vegetarianos); 13% se declaram como “flexitarianos”, um crescimento de 3pp em comparação a 2021.

Apesar de não existirem dados oficiais sobre a quantidade de veganos no Brasil, em pesquisa realizada por Ingredion + Consultoria Opinaia, em 2020, 90% dos participantes citaram buscar uma alimentação mais saudável e nutritiva no consumo de produtos vegetais, e ainda outra pesquisa, realizada em 2018 pelo Ibope Inteligência, detectou que 14% da população se declarou vegetariana. Já segundo a Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), 55% dos consumidores declaram que consumiriam mais produtos que tivessem a indicação de veganos em sua embalagem.

Os flexitarianos (grupo que não é vegano e nem vegetariano, mas que tenta reduzir o consumo de carnes, aumentar o consumo de proteína vegetal e evita cosméticos testados em animais) puxam o consumo de produtos vegetarianos/veganos. De acordo com a Euromonitor, cerca de 42% do consumo de produtos à base de plantas é proveniente dos flexitarianos.

Embalagens sustentáveis

Segundo os últimos eventos da food tech na Europa e Ásia, da empresa The HMT, o que você faz com

seus resíduos pode ser tão importante quanto o que você faz com o seu produto. De acordo com a consultoria Bain, em seu artigo sobre A roadmap for sustainable packaging in consumer goods, existe uma trajetória em direção à circularidade das embalagens, que passa por fatores regulatórios, de infraestrutura da empresa, de consumidores e varejistas e, finalmente, da tecnologia. A análise desses fatores ajuda as empresas a priorizar e escolher entre os três principais catalisadores da mudança, conforme segue.

1. Reduzir. Por exemplo: produtos concentrados.

2. Reutilizar. Por exemplo: refis em casas e lojas.

3. Reciclar. Por exemplo: produtos projetados para serem reciclados

Orquídea ECO

Pensando dessa forma, a empresa Orquídea Alimentos lançou a embalagem Orquídea ECO, feita da parte não utilizada do trigo na farinha. A embalagem é sustentável e aproveita o que seria descartado.

Outro caso emblemático é o da marca de chás Leão. A empresa dispensou o uso de plástico envoltório nas caixas. Novas tecnologias foram utilizadas para reforçar a embalagem.

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Chá Leão

Tetra Pak

Em setembro de 2022, a Tetra Pak anunciou a criação da embalagem mais sustentável do mundo. A empresa adotou o plástico à base de cana-de-açúcar, tampas não removíveis e substituiu a camada de alumínio das caixas longa vida por fibra.

Reciclagem alimentar

A prática de reciclagem no Brasil ainda é baixa, quando comparada a outros países. Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), somente 4% do Brasil recicla. Entretanto, há uma forte tendência fora do país que está sendo importada: a reciclagem de alimentos.

Upcycle food

A organização Upcycled Food criou a primeira certificação de produtos e ingredientes reciclados (Upcycled Certified™), que cataloga as empresas que realizam novos alimentos com as sobras de outros processamentos. Um exemplo é a Rebon, empresa canadense, que recicla cereais do processo da fabricação de cerveja e produz petiscos com cereais 100% naturais, ricos em fibras e minerais.

Comida Invisível

No Brasil, em 2022, a Ambev se uniu à startup Comida Invisível para ajudar a minimizar o desperdício e contribuir com a alimentação de brasileiros que não têm o que comer. Essas pessoas podem ir aos restaurantes recolher alimentos doados prestes a vencer.

Foundation Earth

A Foundation Earth é uma rotulagem alimentar estabelecida em junho de 2021, no Reino Unido. Sua intenção é ajudar os consumidores a entenderem, por meio de rotulagem frontal, qual o impacto ambiental de suas escolhas alimentares.

Ingredientes sustentáveis

Para que os produtos venham a ter as rotulagens ambientais, é necessário que os ingredientes sejam sustentáveis. Isso significa que devem ter processos e sistemas não poluentes, conservar a energia e os recursos naturais não renováveis, serem economicamente eficientes, seguros para trabalhadores, comunidades e consumidores. Esses produtos não podem comprometer as necessidades das gerações vindouras.

Segundo a Trend Watching, em todo o mundo, 79% dos consumidores estão mudando suas preferências de compra com base em responsabilidade social, inclusão e impacto ambiental. Além disso, mais da metade dos consumidores em 16 países acreditam ter o poder coletivo de ajudar a deter as mudanças climáticas. Algumas indústrias de ingredientes têm consciência do seu papel na sustentabilidade do planeta e já oferecem ingredientes sustentáveis. Esse é o caso da fibra de acácia da empresa Nexira, que alcançou zero carbono, preserva os recursos naturais e apoia as comunidades carentes.

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Perspectiva e opinião

NutriConnection

• A sustentabilidade e o ESG, movimentos reportados na nossa primeira edição, continuam a crescer e a influenciar a sociedade. Em 2019, pesquisa da Opinion Box já informava que 55% dos entrevistados preferiam empresas comprometidas com o meio ambiente.

• Toda a cadeia de valor do produto deve ser considerada para elencar os pontos onde ações factíveis e simples possam ser implementadas. Para quem está interessado em iniciar esse processo, nossa sugestão é que comece do básico e veja os potenciais de evolução de maneira pertinente e constante.

• Consumidores se familiarizam com o conceito de ESG. Cabe ao mundo corporativo assumir a responsabilidade de protagonizar e liderar esse processo.

• A cada dia novas iniciativas surgem para o mundo corporativo melhor se integrar, gerar benefícios e conquistar o consumidor – e ainda há muito por fazer.

• Veganismo, vegetarianismo e flexitarianismo representam grupos bem definidos que crescem todos os dias em quantidade de novos adeptos. São categorias extremamente conectadas com o conceito de sustentabilidade e nutrição.

• Tecnologia e Inovação favorecem o desenvolvimento de produtos que atentem para essas categorias e que não frustram as expectativas sensoriais dos consumidores.

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Parte 3 Sociedade

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Pós-covid ou long covid

Contextualização

Segundo a OMS, a condição “pós-covid-19” pode ser definida como uma “doença” que ocorre em pessoas que já foram infectadas e que, geralmente após 3 meses do início da covid, ainda apresentam sintomas e efeitos que duram, pelo menos, dois meses após a cura. Esses efeitos podem ser de médio e longo prazos, como fadiga, disfunção cognitiva, queda de cabelo, dores musculares, depressão ou ansiedade, dentre outros que ainda estão sendo estudados.

Quando há um problema, existem oportunidades de solucioná-los. Assim, os produtos da sua empresa podem dar uma importante contribuição nesse cenário. Por isso, é preciso é preciso abordar os efeitos da pós-covid-19 e as alternativas que poderão ser incorporadas às fórmulas alimentares, tanto no desenvolvimento de novos produtos, como no incremento de produtos já criados. Além disso, é preciso analisar os comportamentos que a sociedade apresentou em 2022, tendo em vista a situação “pós-covid” e “long covid”, termos muito aplicados no momento atual. No ano de 2022, observou-se uma diminuição na quantidade de infectados e, principalmente, de mortes causadas pelo covid-19. Esse cenário nada mais é do que resultado das ações que a sociedade tem tomado.

Disfunção cognitiva

É tudo o que está relacionado à saúde cerebral, como problemas de confusão, esquecimento ou falta de foco mental e clareza.

Nootrópicos

Atualmente, há muitos estudos com os nootrópicos (conhecidos como smart drugs por atuarem no cérebro), que mostram serem capazes de aumentar o foco e melhorar a memória do indivíduo. Ademais, também estão relacionados à melhora de quadros de depressão e ansiedade, sendo mais naturais que muitos remédios.

A Pronutrition desenvolveu o produto head shot, no sabor de iced cola, que possui cafeína, fosfatidilserina e colina como principais ativos. O produto é indicado para pessoas com rotinas intensas. Oferece mais foco, performance mental e produtividade em um hydrogel fácil de ser consumido durante o dia a dia.

Você sabia que o ômega-3 ajuda na saúde cognitiva?

Foi pensando dessa forma que a Aqia criou a linha de ômegas Nutracell, feita com base em peixes e algas concentrados em ácidos docosaexaenoicos (DHA), que auxilia na preservação cognitiva, tem efeito anti-inflamatório, previne o Alzheimer, ajuda no desenvolvimento fetal e até traz proteção cardiovascular. Além disso, é um ingrediente isento de metais pesados e com produção sustentável. O Nutracell é uma ótima opção para o seu produto nutracêutico, oferecendo tudo e mais um pouco para ajudar as funções cognitivas de seu consumidor, com maior qualidade.

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Adaptógenos

Estão principalmente relacionados ao estresse. Porém, há pesquisas que alegam que podem ser uma nova categoria farmacológica de drogas antifadiga e que ajudam a combater a sensação de fraqueza.

Exemplo disso é o mocha cold brew, da Pop & Bottle. O produto é feito com café orgânico, leite de aveia puro, tâmaras e uma mistura adaptogênica de ashwagandha e maca, que ajuda na defesa contra o estresse.

Café com liberação gradual de cafeína

Que o brasileiro ama café não é novidade. Porém, muitos consumidores estão buscando fontes alternativas para desfrutar de um dia mais tranquilo e relaxante. Atenta a essa demanda, a Aqia criou o slim green coffee, que é o grão integral do café verde. Ele é uma fonte de compostos bioativos, contendo ácido clorogênico (que ajuda na perda de peso e no controle de diabetes), cafestol e caveol (ação antioxidante e anti-inflamatória) e a própria cafeína, que é liberada gradualmente no organismo. O ingrediente é aprovado pela Anvisa para uso em suplementos. Uma pesquisa, descobriu que a alga vermelha chondrus crispus invernal, que passa por um estresse climático e acumula nutrientes, sendo o mais importante, a l-citrulinilarginina, e ajuda a combater o estresse físico, auxiliando na recuperação pós-exercícios físicos, além de aumentar oxigenação celular. Essas propriedades podem estar na formulação do seu produto adaptógeno. A Aqia possui a única fonte de l-citrulinilarginina aprovada pela Anvisa em suplementos, o Citarg.

Mercado no Brasil

No Brasil há uma grande defasagem de produtos nootrópicos e adaptógenos, devido à falta de pesquisa e desenvolvimento na área. Entre 2019 e 2022, é crescente o interesse pelo tema no país. A planta rhodiola rosea, com propriedades adaptógenas, por exemplo, apresentou, de

setembro de 2021 ao mesmo mês em 2022, um aumento de 250% nas pesquisas online. Segundo a Research and Markets, o mercado global de produtos com adaptógenos está projetado para crescer a uma taxa anual composta de 8,55% até 2025.

Queda de cabelo

Em agosto de 2021, o estudo COVID-19 infection is a major cause of acute telogen effluvium realizado com 39 pacientes com covid, mostrou que todos sofreram com perda de cabelo. Isso permitiu estabelecer uma relação entre a infecção por covid-19 e a queda de cabelo.

Desde o começo de 2022, tem-se observado um aumento na frequência de pesquisas relacionadas à queda de cabelo no Brasil todo. Segundo a International Society of Hair Restoration Surgery houve um aumento de 14% no número de pacientes que procuraram tratamentos clínicos devido ao aumento da queda dos fios.

Quem se dedica aos cuidados com o cabelo é a química que desenvolve produtos inovadores, Aqia. A empresa possui diversos ingredientes de uso tópico (cosmético) e oral (suplemento), que podem ajudar no desenvolvimento do seu projeto. Eles vão desde agentes de consistência, emolientes, vegetais ativos e tensoativos até ativos para uso em suplementos. A empresa fornece ativos obtidos por sínteses químicas e tecnologia, que podem proteger, preservar, modificar e reparar os fios, numa completa linha que resulta em compostos sinérgicos de alta atividade. Um exemplo de ativo para evitar a queda de cabelo é o COLLASIL MS HC, fonte de silício que auxilia no fortalecimento capilar. Além disso, o silício é orgânico biodisponível e estabilizado em colágeno marinho aprovado pela Anvisa com maior porcentagem de silício elementar e maior biodisponibilidade.

Já o haircêutico é um suplemento alimentar para cabelos, unhas e pele. Sua nova fórmula é composta por silício, cobre e vitamina D, além de diversas outras vitaminas que também ajudam na fortificação do cabelo. O produto estimula o crescimento, aumenta a espessura e diminui a queda.

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Probióticos e queda de cabelo

O artigo científico Is there a ‘gut-brain-skin-axis’? mostrou que as modificações da flora intestinal podem colaborar no desenvolvimento de estresse, ansiedade, doenças cutâneas e até no ciclo do cabelo. No estudo japonês com ratos, Intestinal dysbiosis and biotin deprivation induce alopecia through overgrowth of ‘lactobacillus murinus’ in mice, após matar parte das bactérias e ter uma disbiose intestinal, constatou-se que eles tiveram alopecia e que seria possível utilizar probióticos para diminuir a queda de cabelo.

Híbrido? Totalmente remoto? Ou retorno ao presencial?

Com a pandemia, vieram 2 anos em que muitas pessoas tiveram que se adequar ao meio virtual para continuar com seu trabalho, seus estudos e sua vida social. Agora, tentando superar esse momento, surgem diversas discussões a respeito de como será daqui para frente.

Segundo a Forbes Brasil, em pesquisa realizada com as 65 pessoas mais ricas do mundo, 52% acreditam que modelos híbridos de trabalho serão o caminho do futuro, ao contrário de 45%, que preferem que os funcionários retornem fisicamente aos escritórios.

Como está no Brasil?

No Brasil, pesquisa da Sodexo feita com 600 entrevistados mostrou que, de um lado, 52% já estão de volta aos seus locais de trabalho. Por outro lado, 32% se mantiveram em sistema home office e não sabem se ou quando retornarão.

A mesma pesquisa aponta que 45% dos entrevistados disseram que um dos benefícios de trabalhar em casa é ter mais hábitos saudáveis. Das pessoas que trabalham presencialmente, 71% querem levar comida de casa por questões de saúde e segurança. Além disso, 85% das pessoas que trabalham em casa preparam suas refeições. Isso faz com que muitos consumidores procurem alimentos cada vez mais práticos e rápidos para o seu dia a dia, principalmente no modelo híbrido, em que um dia poderão estar em suas casas e no outro, não.

Pensando nisso, a marca GreenPeople possui chips de couve desidratada. Trata-se de uma boa opção de snack salgado, por ser prático, rápido e saudável. O produto não contém açúcar, químicos e conservantes, características muito procuradas atualmente.

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Perspectiva e opinião

NutriConnection

• No Brasil, ainda há poucos produtos voltados para a área de desempenho cognitivo e encontram-se muitos nootrópicos em forma de suplementos. Entretanto, foi um assunto bastante pesquisado e procurado em 2022. Assim, a tendência é de potencial oportunidade para as indústrias de suplementos e alimentos.

• Em 2022, os componentes naturais chamados adaptógenos foram muito procurados. Prova disso é o aumento de 550% nas pesquisas, relatado pelo Google Trends.

• O mercado de hair care no Brasil deverá crescer a um CAGR de mais de 3,5% até 2025, o que representa um consumo 4 vezes superior à média mundial e 3 vezes superior ao mercado norte-americano. Porém, pode haver maior incremento na área de suplementação e alimentação para a queda de cabelos.

• A Euromonitor estima que a categoria de snacks movimentou R$80 bilhões em 2021, além de ter uma estimativa de R$89,3 bilhões até 2026, um aumento de 11,6%. Assim, é um mercado a ser explorado. Um exemplo é a empresa Yoki, que aumentou 47,3% na participação de pipocas prontas no mercado.

• Há empresas que consideram manter o formato híbrido devido a melhores resultados. Há de se considerar a saudabilidade de seus funcionários, já que a escolha por um modelo deve levar em conta o impacto sobre a saúde mental e física deles.

• O mercado de snacks saudáveis precisa ser mais explorado, principalmente os snacks salgados de proteínas, para oferecer mais opções de alimentação saudável.

Bônus

Metaverso: como contribui para o mercado de alimentação?

Contextualização

Metaverso é um dos termos que mais atraiu a curiosidade das pessoas nos últimos tempos, principalmente após o anúncio do Facebook, que surpreendeu a todos ao comunicar a alteração do nome da corporação para “Meta”, em 2021. A medida, segundo o líder da empresa, Mark Zuckerberg, teve o objetivo de reorientar sua empresa do Vale do Silício quanto ao que ele vê como a próxima fronteira digital: a unificação de mundos digitais díspares em algo chamado metaverso.

Não foi só a controladora do Facebook; no universo tecnológico, outra grande empresa une esforços no sentido do metaverso. A Microsoft citou o chamado metaverso como uma razão para adquirir a desenvolvedora de jogos Activision Blizzard por US$ 68,7 bilhões, afirmando que o acordo forneceria “blocos de construção para o metaverso”.

Definição

A definição de metaverso não é tão clara, apesar de estar em tanta evidência. Basicamente, o conceito se refere à ideia de um universo paralelo ou de um conjunto de universos paralelos. A palavra é uma junção das palavras “meta” e “universo”, que curiosamente foi popularizada pelo escritor de ficção científica Neal Stephenson em seu livro Snow Crash, em 1992.

Em uma definição mais moderna, o metaverso seria a convergência de duas ideias que existem há muitos anos: realidade virtual e uma segunda vida digital. Portanto, estaríamos caminhando para uma era em que nossas vidas virtuais desempenham um papel tão importante quanto

as nossas realidades físicas. Nesse sentido, em teoria, passaríamos muito tempo interagindo com nossos amigos e colegas no espaço virtual. Como resultado, gastaríamos dinheiro lá também em roupas e objetos para nossos avatares digitais. Mas será que cabe espaço para as marcas venderem por lá também?

Mercado no Brasil

A empresa de pesquisas Ipsos mediu a percepção de consumidores do Brasil e de outros 28 países sobre o metaverso e os conceitos de “realidade aumentada” e “realidade virtual”. Segundo a análise, 60% dos brasileiros, divididos em três grupos etários (abaixo de 35; de 35 a 49; e de 50 a 74 anos), indicam que o envolvimento com a realidade virtual no cotidiano é algo positivo. Considerando as respostas de todos os países, a média global sobre o tema ficou em 50%. Além disso, a pesquisa apontou que 73% dos brasileiros acreditam que, nos próximos 10 anos, a maneira como consumimos serviços de entretenimento digital sofrerá mudanças significativas.

A gigante de bebidas

A indústria de bebidas alcóolicas está se voltando para o metaverso para criar ativos de marca digital, criando NFTs (arte em formato digital tokenização), junto com o produto físico, para construir uma presença no espaço virtual e desenvolver uma interseção entre o mundo tangível e o digital. A Coca-Cola, por exemplo, subverteu a ideia de que montar uma loja no metaverso pode ser complicado, especialmente

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para marcas que estabeleceram sua presença em bens de consumo.

A empresa de bebidas lançou uma coleção de NFTs com a plataforma OpenSea. Celebrando a parceria, a ação criou uma caixa de Itens denominada Amizade da Coca-Cola que contém ativos da marca que podem ser usados em todo o universo para os avatares se exibirem.

O Mercado de alimentos e o metaverso

Os restaurantes enxergam cada vez mais possibilidades de aproximação com os seus clientes, graças ao crescente domínio de plataformas e os serviços de entrega. Aqui vemos como a tecnologia foi capaz de criar uma cadeia tecnológica elaborada que une a demanda de refeições do consumidor com os serviços de estabelecimentos e empresas que vendem alimentos.

Enquanto isso, quem comprar a coleção e vencer um sorteio, também ganharia uma geladeira da Coca-Cola da vida real, abastecida com a bebida.

Experiência 360º

Para aprimorar a experiência online do consumidor de forma inovadora, a Lacta lançou seu e-commerce na Páscoa, que contava também uma versão virtual 360° no metaverso para promover imersão aos consumidores. Na ação, as pessoas ingressavam no universo da marca entrando em contato com todo o seu portfólio e os lançamentos para a Páscoa dentro de um espaço online, totalmente interativo, como se estivessem, de fato, em uma loja física.

Games e alimentação saudável

O Carrefour realizou parceria com o jogo Fortnite e estudou o mercado de realidade virtual. Essa parceria resultou no healthy map, em que os jogadores precisam comer de forma saudável em um supermercado virtual do Carrefour para avançar de nível. A criação do mapa originou o movimento Act for food, um conjunto de iniciativas do grupo Carrefour que estimula a transição para uma alimentação mais saudável, sustentável e consciente, tentando abolir a ideia de que produtos saudáveis e orgânicos são caros ou inacessíveis.

Mas, e a comida no Metaverso? Isso é possível? É fato que atividades como comer, que estão tão firmemente ancoradas no mundo real e o consumo digital, tem seus limites. Porém, à medida que vivemos cada vez mais nossas vidas na esfera digital, a indústria de alimentos invariavelmente se moverá com os tempos. Segundo o portal Cointelegraph, a resposta para esse movimento será a preparação das marcas para uma experiência culinária mais rica. Um exemplo disso é a cadeia de restaurantes dos EUA, Chipotle, que abriu um restaurante virtual para jogadores do Roblox.

Novas oportunidades

O serviço de alimentação vira, então, uma jornada digital. Por meio de seus smartphones ou computadores, os consumidores podem visitar o site de um restaurante para ver o cardápio, fotos ou vídeos das refeições e do local. No metaverso podem levar seus avatares para um mercado virtual de comida de rua e conferir os menus, representados por pratos virtuais. Quando estiverem prontos para fazer o pedido, efetuam o pagamento instantaneamente e a refeição chega à porta na vida real na próxima hora.

O supermercado americano Kroger foi ainda mais longe. Ele lançou o chef bot, uma ferramenta de receita do Twitter com Inteligência artificial, que ajuda os usuários a juntar os mantimentos em sua geladeira e a reduzir o desperdício de alimentos, fornecendo inspiração para as refeições e fazendo recomendações personalizadas.

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Palavra Final

O momento de pandemia passou? A verdade é que podemos ver que a tendência é a superação dos piores momentos. Sim, a normalidade vai se restabelecendo, mas o mundo, bastante afetado por tudo que passou, ainda se ressente. Há uma vontade enorme de voltar aos antigos costumes: viver com a família e socializar, sair de casa para ir ao shopping, ter refeições fora do lar, trabalhar e desfrutar do lazer, de festas, férias e passeios.

O consumidor quer voltar ao normal

Em contrapartida, o cenário que encontramos é de instabilidade social, política e econômica. Esse panorama, sem dúvidas, afeta nossas decisões.

Imunidade, energia e cognição continuam na prioridade

Os cuidados com a saúde vão continuar. Cognição, controle do humor, cuidados gastrointestinais, busca por sono reparador e equilíbrio geral estarão nas prioridades do consumidor. Isso continuará influenciado o consumo de suplementos alimentares, suas inúmeras plataformas de saúde e variadas opções. Um mercado mais competitivo, que busca novos princípios ativos com boa biodisponibilidade e absorção, influencia o desenvolvimento de novos produtos. Nunca esqueça que o consumidor busca sentir os benefícios de forma clara e prontamente reparadora. Nootrópicos e adaptogênicos são conceitos que podem ser bem trabalhados e proporcionar boas oportunidades de mostrar suas contribuições para a saúde.

O sabor conta...

Consumidores buscam produtos com benefícios de saúde, mas não abrem mão do bom sabor, um aspecto sempre importante. Visual atrativo, sensorial e reológicos, como a textura, continuarão predominando. Notas cítricas e achocolatadas seguem em alta.

Ainda há muitas oportunidades. Para melhor entendimento, não deixe de conectar à sessão “Palavra Final” com a opinião NC emitida ao final de cada tendência. As partes são complementares e ajudarão a entender melhor os conceitos aqui apresentados.

Proteínas, um mundo de oportunidades...

O mundo ainda caminha na busca da segurança alimentar. Quantidade suficiente de alimentos, em condições apropriadas de consumo e acessíveis continuarão merecendo atenção, com destaque para as proteínas, sem importar a fonte (de origem animal, vegetal e análogos, oriunda de multiplicação celular ou de fermentação de biomassa). O importante é garantir equilíbrio. Há muito espaço para todas as proteínas, o que inclui suas formas metabolizadas secundárias, como aminoácidos e hidrolisados (colágenos e outros peptídeos biodisponíveis).

E food service com cardápios mais saudáveis e sustentáveis.

O aspecto saudável continuará a impulsionar o food service em 2023 e ganha espaço na preferência dos consumidores que se alimentam fora de casa ou por escolhas em aplicativos. O conceito de comida caseira se amplia com a categoria comfort foods, em que a experiência de consumo tenta reproduzir fielmente a receita feita em casa. Também cresce a oferta dos mocktails, bebidas originalmente alcoólicas oferecidas em miméticos sem álcool. Sem falar da onda de robotização, que permitirá um atendimento muito mais personalizado.

A regulação de alimentos impulsiona a inovação

Há total mudança de posição, com um novo marco regulatório que obriga a se fazer uma revisão da

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comunicação nutricional dos rótulos, gerando uma excepcional oportunidade para inovar. Espera-se que rapidamente as empresas de ingredientes e aditivos ofertem soluções para abrir muitas oportunidades.

No mundo corporativo: startups e sustentabilidade continuaram a crescer

FoodTechs e startups do mundo dos alimentos revisam seus posicionamentos estratégicos, adaptando-se às novas realidades globais de mercado. As FoodTechs continuam a criar oportunidades únicas, potencializadas por avanços da biotecnologia, pela necessidade de redução de perdas de alimentos, aproveitamento de partes do processamento ( upcycling) e sustentabilidade. Ainda vem muito mais, na medida em que o conceito de ESG avança com uma prática mais responsável da sustentabilidade aliada à nutrição, gerando novas oportunidades.

E a sociedade: pós-covid ou long covid

Surge uma miríade de oportunidades conectadas à vida pós-pandêmica. Nessa última seção de tendências, procuramos mostrar mais alternativas, além já das apresentadas nas seções anteriores e trazer oportunidades, ainda influenciadas pelo período pandêmico. Aparentemente, são tendências que vieram para ficar, adaptadas aos novos estilos de vida de um consumidor muito mais atento à sua saúde, mais espiritualista e assolado por um marketing holístico.

O incrível metaverso está aqui também...

Embora sem ser uma tendência ainda, o textobônus traz uma clara explicação do metaverso, a realidade virtual, e suas interações com o consumidor. É a nova vida digital.

Autores

Ary Bucione

Engenheiro de Alimentos – Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

MBA - Fundação Getúlio Vargas.

IBGC - Governança Corporativa.

25 anos de trabalho nas empresas DuPont, Danisco e Pfizer. Vivência em desenvolvimento de negócios.

Regulatório

Ocupou as presidências da ILSI Brasil, Associação Brasileira da Indústria e Comércio de Ingredientes e Aditivos para Alimentos (Abiam) e Associação Brasileira da Indústria de Alimentos para Fins Especiais e Congêneres (Abiad).

Matheus Lisboa

Jornalista (Faculdade Cásper Libero).

Estudante de Nutrição (USP). Redator da revista Super Varejo. Marketing (Faculdade Anhembi Morumbi).

Valkiria Assis

Nutricionista (Universidade

Federal de São Paulo - Unifesp). Consultora de Assuntos Regulatórios e Científicos da NutriConnection.

Pós-graduanda de Nutrição Materno-Infantil (Instituto de Pesquisas Ensino e Gestão em Saúde - IPGS).

Pesquisadora bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq na Unifesp). Técnica em Administração.

Carla Bartels

Nutricionista (USP).

Mestranda em Proteção

Ambiental (Universität Hohenheim).

Desenvolvedora de estratégias, inovação e regulatório para a sprim.

Marina Lopes

Estudante de Nutrição (USP). Participante da Liga de Complexidades Alimentares (USP).

Membro da Extensão Médica Acadêmica (USP). Contadora de Histórias (MadAlegria). Fábio Ferrolho

Engenheiro de alimentos (Universidade Estadual PaulistaUnesp).

25 anos de trabalho na indústria de aromas.

Vivência em desenvolvimento de negócios.

Gerenciador de vendas da Diverembal Lda. em Portugal.

Mestranda em Ciência Sensorial (UNICAMP)

Fundadora da Memo Eating - P&D para food service.

Vivência em Inovação, P&D e qualidade para food service.

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Renata Shimizu

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ALERGIA alimentar é o tema central da Semana Mundial. Asbai, 27 mar. 2019. Disponível em: https:// asbai.org.br/alergia-alimentar-e-o-tema-central-da-semana-mundial/#:~:text=O%20tema%20central%20 deste%20ano,algum%20tipo%20de%20alergia%20alimentar. Acesso em: 26 jan. 2023.

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Access to Nutrition - https://accesstonutrition.org/.

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Indicações de sites

Activia probiotic yogurt drink - https://www.activia.us.com/probiotic-drinks/activia-probiotic-drinks/6-pack/ dailies-probiotic-strawberry/.

Casa de Bolos - https://www.casadebolos.com.br/.

Danone Realfooding Natural. - https://www.danone.es/producto/danone-realfooding-natural-525g/.

Duncan Hines - https://www.duncanhines.com/.

Ecobras - https://ecobras.eco.br/produtos/.

Euromonitor International - https://www.euromonitor.com/.

Fatpos Global - Immune health supplements - https://fatposglobal.com/press-release/immune-healthsupplements-market.

Fiber mais - https://www.fibermais.com.br/produtos/fibermais-suco-verde.

Fortune Business Insights - https://www.fortunebusinessinsights.com.

Frimesa Imune - https://www.frimesa.com.br/pt/produto/iogurte-imune-c.

Future Market Insights - https://www.futuremarketinsights.com/reports/dietary-supplements-market.

Ginger people - https://gingerpeople.com/ginger-rescue-ginger-shots/.

Happy Family Organics - https://www.happyfamilyorganics.com/tot/.

Kiro Bebidas -https://bebakiro.com/?gclid=Cj0KCQiAm5ycBhCXARIsAPldzoUJLybSGMrpBX4gkR6fhIVwqBCpG 7Rqwuv3N8pC5Yu07Jtv5KNf-3saAumXEALw_wcB.

Mãe Terra - https://www.maeterra.com.br/produtos/listagem-de-produtos.html.

Mood Food Company - https://www.moodfoodcompany.com.au/.

Night Food - https://nightfood.com.

Outcast Ventures - https://theoutcast.ventures/#news.

Pronutrition produtos - https://pronutrition.com.br/.

Puroverde Kombuchas Immunity - https://www.puroverde.com.br/collections/kombuchas/products/kit-6kombuchas-immunity.

Ritual zero proof - https://www.ritualzeroproof.com.

Rockstar energy drink - https://www.rockstarenergy.com/.

Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB) - https://www.svb.org.br.

The Greater Knead - https://www.thegreaterknead.com/.

Websetorial Consultoria Econômica - https://www.websetorial.com.br.

Wewi - http://wewi.com.br/.

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Soluções híbridas e digitais

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Conectando as indústrias de ingredientes, alimentos e bebidas durante os 365 dias do ano. Jornada de eventos Fi South America 2023 FEVEREIRO 27/02 Lançamento agenda de eventos EVENTO DIGITAL ABRIL 27/04 EVENTO DIGITAL JUNHO 29/06 EVENTO DIGITAL 06/06 EVENTO DIGITAL AGOSTO 31/08 EVENTO DIGITAL 08-10/08 DIGITAL+PRESENCIAL OUTUBRO 31/10 EVENTO DIGITAL 26/10 EVENTO PRESENCIAL DEZEMBRO 07/12 EVENTO DIGITAL @fisouthamerica Fi South America fi-events.com.br Canal de Conteúdo Parceiro Estratégico Filiado à União Brasileira de Feiras e Eventos de Negócios Produção e Organização
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