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Contextualização

O movimento de startups se fortaleceu em 2022 e as novas tendências são positivas. Esse universo ainda é predominado pelas fintechs, que são startups da área financeira. Portanto, o segmento alimentar surge com muitas oportunidades a explorar.

O movimento de FoodTechs já é uma realidade global, que atrai empreendedores e investidores. A expectativa foi fechar 2022 atingindo R$980 bilhões, conforme publicação do site da revista Forbes, baseada em uma declaração do Food Tech Matters, um evento virtual de conexão de startups e grupos interessados no movimento. Ainda segundo a Forbes, no Brasil, os movimentos das foodtechs não têm uma direção definida, mas claramente a derivação para alimentos saudáveis, frescos e nutritivos segue com grande potencial de crescimento. Além disso, segundo uma pesquisa da Liga Insights, de 2021 para 2022, mais de 8.400 cargos foram criados no setor; os investimentos nas foodtechs chegaram a R$4,66 bilhões. Até novembro de 2022, havia 495 foodtechs cadastradas no Startup Scanner no Brasil, representando um aumento de 32% comparado com o ano de 2021, com 337 foodtechs no país.

As FoodTechs estão de acordo com a Forbes?

Em 5 virtuais tendências, identificou-se que 74% dos entrevistados declararam suas opções por alimentação saudáveis e dietas funcionais. O elemento natural tende a agregar valor para 73% dos respondentes, aliando componentes naturais ao frescor dos alimentos. Ao mesmo tempo, 68% se afirmaram interessados na sustentabilidade. Já as pessoas inseguras com os ingredientes artificiais excederam em mais de 50% do grupo.

Hubs: portas para novas startups

Os hubs são polos onde as startups podem encontrar ambientes subsidiados para instalação de seus negócios. Representam boas oportunidades de network, ganham suporte operacional, acesso a investidores, pessoas com talento para o empreendedorismo e bons mentores.

O FoodTech Hub Latam

De acordo com o seu site: “Criado em 2019, o FoodTech HUB Latam ajuda as Empresas a identificar fontes relevantes de conhecimento, apoio, parcerias e conectar os atores da comunidade de sistema alimentares”. O FoodTech HUB Latam tem uma visão panorâmica dos desenvolvimentos da indústria de alimentos, graças à experiência de seus líderes na cadeia de alimentos e na montagem de comunidades de inovação. Sua ambição é formar um amálgama, unindo todos os atores do sistema para atender consumidores.

A iniciativa pioneira do engenheiro de alimentos Paulo Silveira é um caso de grande sucesso. Ela desponta como um dos principais polos de inovação baseado em “ecossistema”, sustentada por uma plataforma baseada em economia circular para servir ao desenvolvimento da indústria de alimentos.

O FoodTech Hub Latam, cresce e proporciona inúmeras oportunidades para a indústria de alimentos nacional por meio de um perfeito compartilhamento de todas as partes envolvidas no processo.

Reduzindo o desperdício

A startup Food to Save partiu da realidade de que o Brasil desperdiça 30% da comida produzida; o país está entre os 10 que mais desperdiçam no mundo. Seu objetivo é intermediar estabelecimentos com sobras de alimentos e consumidores interessados em reduzir as perdas. A Food to Save, por meio de sua plataforma, monitora essas sobras dos estabelecimentos que entram em contato, orienta a formação de kits e disponibiliza a oferta em seu aplicativo. Os interessados compram os kits conforme suas preferências. Os descontos em relação ao preço normal podem chegar até 75% do preço regular.

Alimentação Saudável

Segundo a Liga Insights, há 70 startups na área de alimentos e bebidas. A tendência de inovação em alimentação saudável é uma característica observada.

Lowko: o sorvete impossível

A Lowko sorvetes, faturou, só em 2020, R$5 milhões. Ela traz sorvetes de baixa caloria, feitos com ingredientes naturais, sem adição de açúcar e adoçantes artificiais. Também foi lançado os “ lowkos veganos”, que não possuem ingredientes de origem animal.

No ano de 2021, em parceria com a Companhia de Bebidas das Américas (Ambev), o Grupo Pão de Açúcar (GPA ) e a Cargill, foram lançados 6 sabores de picolé. Cada parceiro ajudou na produção de uma forma: com a pesquisa de consumo de picolés; com o desenvolvimento da combinação de sabores; e ações na área laboratorial (de estabilidade do produto).

A Tal da Castanha

Foi a primeira startup brasileira a lançar uma bebida vegetal à base de castanha de caju orgânica no Brasil. A empresa possui diversos produtos, como creme vegetal, bebidas vegetais, pastas e até suplementos. Além disso, conta com um sistema de produção sustentável.

Legurmê

É uma startup brasileira que desenvolve produtos de qualidade e saborosos, dando preferência a ingredientes naturais e orgânicos.

Carne cultivada em laboratório

No ano de 2022, observou-se um aumento na busca por carne cultivada em laboratório, uma tendência que já havia sido apontada pela NutriConnection Segundo a Good Food Institute, são mais de 70 empresas e startups no mundo todo com foco nessa área de pesquisa e desenvolvimento. Isso também está relacionado aos benefícios que esse tipo de tecnologia traz, como a redução da emissão de gases do efeito estufa, uso de terras e água, sem contar o abate de animais.

Upside Foods

No mês de novembro de 2022 a Food & Drug Administration dos EUA (FDA) anunciou que o frango ecológico de células cultivas em laboratório desenvolvido pela startup Upside Foods é seguro para comer. Porém, o produto ainda não está totalmente aprovado para venda. Esse é um grande passo para as outras startups de carne cultivada em laboratório!

Ambi Real Food

É a primeira startup brasileira de carne cultivada. Ela uniu a tecnologia de biologia celular e engenharia de tecidos para desenvolver a primeira carne cultivada com tecnologia brasileira. Com base em células bovinas isoladas, foram utilizados atributos para fazer essas células crescerem e produzirem carne sem abatimento animal.

Sustineri Piscis

A Sustineri Piscis é uma startup brasileira de peixe cultivado que recebeu investimentos da Frescatto. O seu objetivo é resolver os problemas da pesca selvagem, como o esgotamento do pescado selvagem, o risco do consumo inseguro (pela possibilidade de contaminação) e fraude. A carne é produzida com base em cultivo celular, dado pelo estoque celular de alta qualidade.

Aleph Farms

A startup Aleph Farms é israelense e foi criada pela empresa de alimentos Strauss Group. Em 2022, a BRF investiu US$2,5 milhões para produzir, em 2024, carne cultivada com base em células bovinas não geneticamente modificadas.

Perspectiva e opinião NutriConnection

• As startups são verdadeiros polos de inovação e se sustentam pelas permanentes reinvenções que fortalecem os seus propósitos. São ágeis, criativas e conseguem reduzir os ciclos de desenvolvimento de novos produtos ou conceitos.

• Grandes empresas investem em startups na busca de novos negócios. As formas de parcerias e de cocriação são variadas. Inúmeros casos de sucesso são reportados continuamente e as startups só se fortalecem.

• Os hubs têm benefícios muito grandes para ambos os lados, tanto para empreendedores, com suas startups, como para as empresas que querem participar como investidores ou cocriadores.

• A indústria de alimentos, embora com suas particularidades, não pode esquecer que está dentro do mundo corporativo. Como tal, não pode ficar isolada dos movimentos que afetam todos os negócios. Seguindo o Food Tech Hub Latam, trata-se de um “canal de inovação e futuros negócios para empresas e investidores possuírem as melhores iniciativas do mercado na cadeia de alimentos”.

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