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Perspectiva e opinião

NutriConnection

• No Brasil, ainda há poucos produtos voltados para a área de desempenho cognitivo e encontram-se muitos nootrópicos em forma de suplementos. Entretanto, foi um assunto bastante pesquisado e procurado em 2022. Assim, a tendência é de potencial oportunidade para as indústrias de suplementos e alimentos.

• Em 2022, os componentes naturais chamados adaptógenos foram muito procurados. Prova disso é o aumento de 550% nas pesquisas, relatado pelo Google Trends.

• O mercado de hair care no Brasil deverá crescer a um CAGR de mais de 3,5% até 2025, o que representa um consumo 4 vezes superior à média mundial e 3 vezes superior ao mercado norte-americano. Porém, pode haver maior incremento na área de suplementação e alimentação para a queda de cabelos.

• A Euromonitor estima que a categoria de snacks movimentou R$80 bilhões em 2021, além de ter uma estimativa de R$89,3 bilhões até 2026, um aumento de 11,6%. Assim, é um mercado a ser explorado. Um exemplo é a empresa Yoki, que aumentou 47,3% na participação de pipocas prontas no mercado.

• Há empresas que consideram manter o formato híbrido devido a melhores resultados. Há de se considerar a saudabilidade de seus funcionários, já que a escolha por um modelo deve levar em conta o impacto sobre a saúde mental e física deles.

• O mercado de snacks saudáveis precisa ser mais explorado, principalmente os snacks salgados de proteínas, para oferecer mais opções de alimentação saudável.

Bônus

Metaverso: como contribui para o mercado de alimentação?

Contextualização

Metaverso é um dos termos que mais atraiu a curiosidade das pessoas nos últimos tempos, principalmente após o anúncio do Facebook, que surpreendeu a todos ao comunicar a alteração do nome da corporação para “Meta”, em 2021. A medida, segundo o líder da empresa, Mark Zuckerberg, teve o objetivo de reorientar sua empresa do Vale do Silício quanto ao que ele vê como a próxima fronteira digital: a unificação de mundos digitais díspares em algo chamado metaverso.

Não foi só a controladora do Facebook; no universo tecnológico, outra grande empresa une esforços no sentido do metaverso. A Microsoft citou o chamado metaverso como uma razão para adquirir a desenvolvedora de jogos Activision Blizzard por US$ 68,7 bilhões, afirmando que o acordo forneceria “blocos de construção para o metaverso”.

Definição

A definição de metaverso não é tão clara, apesar de estar em tanta evidência. Basicamente, o conceito se refere à ideia de um universo paralelo ou de um conjunto de universos paralelos. A palavra é uma junção das palavras “meta” e “universo”, que curiosamente foi popularizada pelo escritor de ficção científica Neal Stephenson em seu livro Snow Crash, em 1992.

Em uma definição mais moderna, o metaverso seria a convergência de duas ideias que existem há muitos anos: realidade virtual e uma segunda vida digital. Portanto, estaríamos caminhando para uma era em que nossas vidas virtuais desempenham um papel tão importante quanto as nossas realidades físicas. Nesse sentido, em teoria, passaríamos muito tempo interagindo com nossos amigos e colegas no espaço virtual. Como resultado, gastaríamos dinheiro lá também em roupas e objetos para nossos avatares digitais. Mas será que cabe espaço para as marcas venderem por lá também?

Mercado no Brasil

A empresa de pesquisas Ipsos mediu a percepção de consumidores do Brasil e de outros 28 países sobre o metaverso e os conceitos de “realidade aumentada” e “realidade virtual”. Segundo a análise, 60% dos brasileiros, divididos em três grupos etários (abaixo de 35; de 35 a 49; e de 50 a 74 anos), indicam que o envolvimento com a realidade virtual no cotidiano é algo positivo. Considerando as respostas de todos os países, a média global sobre o tema ficou em 50%. Além disso, a pesquisa apontou que 73% dos brasileiros acreditam que, nos próximos 10 anos, a maneira como consumimos serviços de entretenimento digital sofrerá mudanças significativas.

A gigante de bebidas

A indústria de bebidas alcóolicas está se voltando para o metaverso para criar ativos de marca digital, criando NFTs (arte em formato digital tokenização), junto com o produto físico, para construir uma presença no espaço virtual e desenvolver uma interseção entre o mundo tangível e o digital. A Coca-Cola, por exemplo, subverteu a ideia de que montar uma loja no metaverso pode ser complicado, especialmente para marcas que estabeleceram sua presença em bens de consumo.

A empresa de bebidas lançou uma coleção de NFTs com a plataforma OpenSea. Celebrando a parceria, a ação criou uma caixa de Itens denominada Amizade da Coca-Cola que contém ativos da marca que podem ser usados em todo o universo para os avatares se exibirem.

O Mercado de alimentos e o metaverso

Os restaurantes enxergam cada vez mais possibilidades de aproximação com os seus clientes, graças ao crescente domínio de plataformas e os serviços de entrega. Aqui vemos como a tecnologia foi capaz de criar uma cadeia tecnológica elaborada que une a demanda de refeições do consumidor com os serviços de estabelecimentos e empresas que vendem alimentos.

Enquanto isso, quem comprar a coleção e vencer um sorteio, também ganharia uma geladeira da Coca-Cola da vida real, abastecida com a bebida.

Experiência 360º

Para aprimorar a experiência online do consumidor de forma inovadora, a Lacta lançou seu e-commerce na Páscoa, que contava também uma versão virtual 360° no metaverso para promover imersão aos consumidores. Na ação, as pessoas ingressavam no universo da marca entrando em contato com todo o seu portfólio e os lançamentos para a Páscoa dentro de um espaço online, totalmente interativo, como se estivessem, de fato, em uma loja física.

Games e alimentação saudável

O Carrefour realizou parceria com o jogo Fortnite e estudou o mercado de realidade virtual. Essa parceria resultou no healthy map, em que os jogadores precisam comer de forma saudável em um supermercado virtual do Carrefour para avançar de nível. A criação do mapa originou o movimento Act for food, um conjunto de iniciativas do grupo Carrefour que estimula a transição para uma alimentação mais saudável, sustentável e consciente, tentando abolir a ideia de que produtos saudáveis e orgânicos são caros ou inacessíveis.

Mas, e a comida no Metaverso? Isso é possível? É fato que atividades como comer, que estão tão firmemente ancoradas no mundo real e o consumo digital, tem seus limites. Porém, à medida que vivemos cada vez mais nossas vidas na esfera digital, a indústria de alimentos invariavelmente se moverá com os tempos. Segundo o portal Cointelegraph, a resposta para esse movimento será a preparação das marcas para uma experiência culinária mais rica. Um exemplo disso é a cadeia de restaurantes dos EUA, Chipotle, que abriu um restaurante virtual para jogadores do Roblox.

Novas oportunidades

O serviço de alimentação vira, então, uma jornada digital. Por meio de seus smartphones ou computadores, os consumidores podem visitar o site de um restaurante para ver o cardápio, fotos ou vídeos das refeições e do local. No metaverso podem levar seus avatares para um mercado virtual de comida de rua e conferir os menus, representados por pratos virtuais. Quando estiverem prontos para fazer o pedido, efetuam o pagamento instantaneamente e a refeição chega à porta na vida real na próxima hora.

O supermercado americano Kroger foi ainda mais longe. Ele lançou o chef bot, uma ferramenta de receita do Twitter com Inteligência artificial, que ajuda os usuários a juntar os mantimentos em sua geladeira e a reduzir o desperdício de alimentos, fornecendo inspiração para as refeições e fazendo recomendações personalizadas.

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