Catarina Lucrécia
estratégia
MODELO JK fez de Brasília símbolo do seu Governo que previa 50 anos de crescimento em cinco
Quando a alma do negócio
é a estratégia J uscelino Kubitschek era um sujeito ousado. Ousou mandar construir Brasília no meio do nada. Ousou implementar um plano que tinha como objetivo fazer o Brasil crescer 50 anos em apenas cinco. O Plano de Metas de JK – com 31 objetivos – trouxe excelentes resultados, como a modernização da indústria. Mas houve efeitos colaterais desagradáveis: o aumento da dívida externa e a inflação foram dois deles. Ousadias presidenciais à parte, Juscelino mostrou como a estratégia funciona na administração pública. E que ela é bem diferente daquela que os ad-
ministradores aprendem nos bancos das universidades. “Michael Porter (maior especialista mundial em competitividade, autor do modelo das ‘cinco forças’) afirma que a estratégia serve para abordar o mercado, para uma empresa ganhar mercado em cima da concorrência. Só que o estado não tem concorrente”, lembra Maurício Cruz, secretário executivo de Desenvolvimento do Modelo de Gestão de Pernambuco. Na administração pública, a estratégia deve ser usada para alcançar os objetivos estabelecidos pelos governos. E esses objetivos, naturalmente, precisam
oferecer uma prestação de serviço com melhor qualidade à população. Ou pelo menos deveriam. Ao adotar uma administração estratégica, os governos fazem levantamentos, estabelecem “missões”. Mas precisam ter um acompanhamento de perto para que o que é proposto seja efetivamente cumprido. Eficácia, eficiência e efetividade formam um verdadeiro mantra na moderna administração pública. A operacionalização dos conceitos fez surgir uma série de experiências Brasil afora. Talvez o mais famoso deles seja o Choque de Gestão, adotado pelo governo de Minas Gerais a 41