Revista Gestão Pública PE 04

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Foto: Danela Nader

cine

Por EDILBERTO XAVIER Edilberto Xavier é Auditor da Fazenda, Secretário executivo de Planejamento, Orçamento e Captação da Seplag / PE

Título Original Moneyball 2011, Estados Unidos Bennett Miller

N

esta quarta coluna, dando continuidade à análise de filmes sobre esportes e seu interesse para o mundo corporativo, examinamos o filme O Homem que Mudou o Jogo. Drama que romanceia para o cinema um livro de economia e estatística, chamado Moneyball: The Art of Winning an Unfair Game de Michael Lewis. O foco é na história real de Billy Beane, gerente geral do time de beisebol do Oakland Athletics nos Estados Unidos e suas tentativas de criar um time competitivo para a temporada de 2002 com baixíssimo orçamento, usando uma sofisticada análise estatística dos

jogadores, que passou a ser empregada por quase todos os times de Beisebol a partir de então. O filme começa na pós-temporada de 2001, com a derrota do Oakland Athletics para o New York Yankees. Durante uma frustrada tentativa de negociar trocas de atletas com o time Cleveland Indians, Beane conhece Peter Brand, um jovem recém-formado em economia na faculdade de Yale que possui ideias radicais de como avaliar cada jogador. Desafiando o senso comum, treinadores e técnicos do seu time, Billy Beane descarta o método tradicional e monta, com a ajuda das análises estatísticas de Brand, um time de desajustados, subestimados pelos especialistas, mas com alto potencial e baixíssimo custo. A mudança de tática a princípio não surte efeito, mas no meio da temporada a técnica começa a produzir resultados. O time vence 20 jogos em sequência, embora sem vencer o campeonato, batendo todos os recordes do Beisebol

americano. A premissa do livro que inspira o filme mostra que uma instituição de pequeno porte pode, com ferramentas analíticas, superar a performance de competidores com orçamentos muito mais robustos. É possível traçar paralelos entre o que se vê no filme e alguns movimentos gerenciais do mundo corporativo, em particular o conjunto de metodologias e tecnologias que se convencionou chamar de Business Intelligence (BI). Com o objetivo de transformar grandes quantidades de dados brutos em informação gerencial relevante e útil para a tomada de decisão, modelagens de BI são capazes de diagnosticar problemas operacionais desconhecidos pela percepção intuitiva e enviesada de gestores, revelar soluções e oportunidades inusitadas, permitindo simular cenários e testar hipóteses que lhes ofereçam melhores resultados a um baixo custo. Esta lição é muito relevante, sobretudo nos dias de hoje em que parte do setor público se adapta com dificuldade à crise econômica. 31


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