SRG_RevProdRural ed 77

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ISSN 1984-0004 Publicação bimestral do Sindicato Rural de Guarapuava Ano XIII - Nº 77 - Fev-Mar/2020 Distribuição gratuita

IMPLEMENTO AGRÍCOLA DA IDEIA À CRIAÇÃO: SUCESSO NO CAMPO | p. 20

SICREDI E FIPE DIVULGAM PESQUISA INÉDITA SOBRE IMPACTO DO COOPERATIVISMO DE CRÉDITO NA ECONOMIA DO BRASIL | p.54


Na foto, a associada Adriana do Rocio Passos de Lacerda Martins


ÍNDICE

BOVINOCULTURA DE LEITE Representante da Faep assume presidência da câmara setorial do leite no MAPA

IMPLEMENTO AGRÍCOLA Da ideia à criação: sucesso no campo

MANCHETE Guarapuava na rota das visitas técnicas nacionais e internacionais

LICENCIAMENTO AMBIENTAL Programa Descomplica Rural promete agilizar processos de licenciamento ambiental

FEIJÃO Dia de campo destaca cuidados na cultura do feijão e silagem de milho

PECUÁRIA DE CORTE Fazenda Cristal: eficiência no sistema de produção

16 20 36 46 50 58 26 30 32 34 52

RANKING DA ACNB 2019 Nelore: Márcio Mendes Araújo é o melhor do PR

TRIGO Introdução da tecnologia Clearfield em cultivares de trigo no Brasil

FEBRE AMARELA Vacinação e monitoramento não devem ser esquecidos

SANIDADE AGROPECUÁRIA Conselho realiza primeira reunião do ano

FUNRURAL STF reconhece a inconstitucionalidade da cobrança do Funrural sobre receitas decorrentes de exportação indireta


EXPEDIENTE DIRETORIA:

Rodolpho Luiz Werneck Botelho

Josef Pfann Filho

Gibran Thives Araújo

PRESIDENTE

1º VICE PRESIDENTE

2º VICE PRESIDENTE

Cícero Passos de Lacerda

Anton Gora

1º SECRETÁRIO

2º SECRETÁRIO E DELEGADO REPRESENTANTE DA FAEP

Jairo Luiz Ramos Neto

Carlos Eduardo dos Santos Luhm

1º TESOUREIRO

2º TESOUREIRO

REDAÇÃO/FOTOGRAFIA:

Luciana de Queiroga Bren

Manoel Godoy

Geyssica Reis

Diretora de Redação e Editora-Chefe - Reg. Prof. 4333

Jornalista

Jornalista

PRÉ DISTRIBUIÇÃO:

DISTRIBUIÇÃO: Guarapuava, Candói e Cantagalo: Adilson Penteado Mundial Exprex

Distrito de Entre Rios: André Zentner

NOSSA CAPA

CONSELHO FISCAL:

TITULARES:

Anton Gottfried Egles

Lincoln Campello

Roberto Eduardo Nascimento da Cunha

SUPLENTES:

Endereço: Rua Afonso Botelho, 58 - Trianon - CEP 85070-165 - Guarapuava - PR Fone/Fax: (42) 3623-1115 Email: comunicacao@srgpuava.com.br Site: www.portaldoprodutor.agr.br Extensão de Base Candói Rua XV de Novembro, 2687 - Fone: (42) 3638-1721 - Candói - PR Projeto gráfico e diagramação: Mynd's Design Editorial Impressão: Midiograf Gráfica e Editora - Maringá/PR Tiragem: 2.500 exemplares

Sueli Karling

Gabriel Gerster

Hildegard Abt

Os artigos assinados não expressam, necessariamente, a opinião da REVISTA DO PRODUTOR RURAL ou da diretoria do Sindicato Rural de Guarapuava. É permitida a reprodução de matérias, desde que citada a fonte.


EDITORIAL

RODOLPHO LUIZ WERNECK BOTELHO Presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, da Comissão Técnica de Bovinocultura da FAEP e do Comitê Gestor do Plano Pecuária Moderna

POR UM 2020 MAIS ATUANTE!

U

m novo ano, novas metas, novos projetos! Queremos, junto com os sócios, fazer um Sindicato ainda mais atuante, mais atrativo e mais forte. Não vamos deixar a chama da inovação, da criatividade e da proatividade se apagar. Iniciamos com boas notícias para os associados. Nossa entidade entrou com ação coletiva relativa ao Funrural e GIILRAT, tributos que têm como base de cálculo a receita bruta mensal com a venda de nossas produções. Como a Constituição Federal proíbe que contribuições sociais sejam cobradas sobre as receitas de exportações obtidas pelos contribuintes, o mandado de segurança coletivo impetrado pelo Sindicato Rural de Guarapuava visa o reconhecimento da inconstitucionalidade dos atos infralegais nos casos em que o contribuinte obtém receitas decorrentes de saídas de mercadorias com destino ao exterior, em operação intermediada por tradings companies, cooperativas ou empresas multinacionais exportadoras. Essa ação pede não apenas a liberação da cobrança sobre a receita de exportação futura dos associados ao Sindicato Rural de Guarapuava, mas também a devolução (restituição e/ou compensação) dos tributos por eles pagos a maior nos últimos cinco anos. Pelo mandado de segurança, serão beneficiados todos os associados que optarem ser representados pela entidade no caso. A vantagem em fazer parte da demanda coletiva é que o associado tem menor risco de limitação do seu direito. Interessados devem solicitar à entidade os termos de adesão e procurações. Outra ação que tem dado retorno bastante positivo aos associados é a do salário educação, um assunto que o Sindicato Rural de Guarapuava divulgou para os sócios há mais de dois anos, por meio de orientação jurídica, e agora os produtores rurais estão colhendo frutos. Por meio de ações individuais, produtores rurais – pessoa física estão recebendo valores pagos indevidamente de contribuição social do salário educação, com desoneração da folha salarial. Nessa ação, o objetivo é afastar o recolhimento da contribuição denominada salário-educação, paga pelo produtor rural pessoa física no percentual de 2,5% sobre a folha de salário. Através da ação judicial, estamos interrompendo o recolhimento, obtendo a devolução dos valores pagos nos últimos cinco anos. Interessados nesse assunto, podem procurar o Sindicato Rural para maiores esclarecimentos. Na área ambiental também temos novidades. Convidamos todos os sócios para o evento“Descomplica Rural”, que acontece no dia 20 de março, às 8 horas, no Spazzio Vecchia. O programa visa promover o desenvolvimento sustentável por meio de ações que garantam agilidade na concessão de licenciamentos ambientais. A FAEP teve uma contribuição direta na construção da iniciativa, que visa proporcionar segurança jurídica, bem como processos qualificados e consistentes e que estejam de acordo com as necessidades dos setores econômicos produtivos e da preservação ambiental. As inscrições são limitadas e devem ser feitas pelo site https://www.eventbrite.com.br/e/descomplica-rural-guarapuava-registration-94630585629 ou na recepção do Sindicato Rural de Guarapuava. E tem muito mais! Acompanhem, nessa edição, o resumo das nossas mais recentes ações, além de matérias técnicas em diversas áreas da agricultura e pecuária. Boa leitura!

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SINDICATO RURAL DE GUARAPUAVA


ESPAÇO DO(A) DIRETOR(A)

ANTON GORA Produtor rural, diretor da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP), diretor do Sindicato Rural de Guarapuava e presidente do Núcleo Regional dos Sindicatos Rurais do Centro-Sul do Paraná

ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA DO SINDICATO RURAL DE GUARAPUAVA

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o mês de março teremos a Assembleia Geral Ordinária do Sindicato Rural de Guarapuava. Na assembleia, o presidente e os diretores, junto com o Conselho Fiscal, fazem uma prestação de contas das atividades do Sindicato, do ano de 2019, apresentam o seu balanço e uma previsão orçamentária para o ano de 2020. Historicamente, a participação dos associados é baixa nessas assembleias, com o argumento de que confiam na diretoria e ela resolve os problemas dos associados. Na verdade, a realidade é totalmente diferente. Para o presidente, que representa os seus associados, poder dizer que tinham 200, 300, 500 associados na assembleia tem uma força totalmente diferente do que 30, 50 sócios. E essa não é a única consequência da baixa participação. O associado tem que estar informado do que ocorre de fato dentro do sindicato, na federação e confederação. Também precisa participar para levar os seus problemas e anseios para o sindicato. Podemos até pensar que todos os nossos problemas estão resolvidos, mas estamos longe disso, pois quando se resolve um problema, criam-se outros. Basta ver na mídia, diariamente se fala em taxar com impostos as exportações dos produtos agrícolas, tem-se um

conceito no parlamento e governo que na agropecuária está sobrando dinheiro, o que não é verdade. Continuamos com os nossos problemas ambientais, ONGs pressionando o governo para restringir a agropecuária, nos acusando de poluição, países querendo deixar de importar produtos brasileiros com o argumento de que não preservamos. Se não nos defendermos, corremos um sério risco com as nossas exportações. Nesse caso, até o governo precisa do nosso apoio, para se defender perante o mundo e as ONGs. Para que o governo possa falar em nosso nome precisa saber do que está acontecendo, precisa saber e sentir que tem o apoio dos produtores em suas políticas. Isso também dá muita força ao governo mundo afora. Poderia falar aqui muito mais, mas cada produtor tem que ter a responsabilidade de participar do seu sindicato, como ele participa de qualquer outra entidade. Hoje, para a diretoria do sindicato, a administração ficou muito mais difícil, pois não se pode mais contar com os recursos da contribuição sindical obrigatória. Os recursos têm que vir da contribuição voluntária dos seus associados e para isso o produtor tem que ter consciência da importância do sindicato e da sua representatividade. Por isso, conclamo a todos os produtores, sócios ou não, para parti-

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ciparem efetivamente e em grande número dessa nossa assembleia. Se nós não nos defendermos, ninguém fará isso por nós e depois de perdidas conquistas já alcançadas, será muito difícil recuperá-las. Fazemos um imenso esforço para aumentarmos a nossa produtividade e rentabilidade no campo, mas esse ganho poderá ser perdido com um simples canetaço em Brasília ou em Curitiba. Também teremos em março um evento muito importante no sindicato, que vai se chamar Descomplica Rural, evento já lançado em Curitiba por ocasião da Assembleia Geral da FAEP, e que visa simplificar todos os trabalhos ambientais do Estado do Paraná, com relação a atividades agropecuárias, obtenção de licenças ambientais, entre outros. São conquistas da FAEP e dos sindicatos, são demandas de produtores atendidas pelo Estado do Paraná. Também nesse evento a importância da presença dos produtores será fundamental, pois será um reconhecimento ao governo do Estado pelo atendimento às nossas reivindicações, e também será uma oportunidade única para saber as mudanças que ocorreram e os benefícios para os produtores. Por isso, produtor, participe do seu sindicato com a sua presença e com a colaboração financeira necessária para manter a entidade funcionando e nos defendendo.

SINDICATO RURAL DE GUARAPUAVA


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50% para crianças atÊ 8 anos, 40% para adolescentes e adultos

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5% de desconto em serviços

20% de desconto em todos os produtos

Descontos em exames

Descontos em serviços para o agronegócio

10% de Desconto

10% de descontos para seguro de mĂĄquinas agrĂ­colas

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*Se ainda nĂŁo possui a CARTEIRINHA DE SĂ“CIO, compareça ao Sindicato Rural de Guarapuava ou na ExtensĂŁo de Base CandĂłi. REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANĂ

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SINDICATO RURAL DE GUARAPUAVA


MEIO AMBIENTE

DESCOMPLICA RURAL: entidades privadas e governo promovem eventos pelo PR Palestras irão mostrar que o programa facilita a vida do produtor na hora de investir e ampliar seus negócios seguindo todos os parâmetros técnicos, jurídicos e ambientais.

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Sistema FAEP/SENAR-PR, o governo do Paraná e outras entidades representativas do agronegócio estadual vão promover uma rodada de eventos em nove municípios sobre o Programa Descomplica Rural. Os eventos acontecem em Cornélio Procópio, Londrina, Umuarama, Campo Mourão, Ponta Grossa, Guarapuava, Toledo, Maringá e Pato Branco nos meses de março e abril. Confira as datas, endereços e como se inscrever no site da FAEP. O Descomplica Rural foi construído em uma parceria entre entidades do poder público e da iniciativa privada ao longo dos últimos meses, desburocratiza a vida de agropecuaristas que querem investir em novos negócios ou então ampliar seus empreendimentos. O objetivo dos eventos é ensinar, na prática, como os produtores devem proceder em relação aos processos de licenciamento ambiental. E mostrar ainda que a facilitação da obtenção dessas autorizações, nesse novo modelo, segue todas as exigências técnicas, jurídicas e ambientais. “Será uma oportunidade para esclarecer todos os pontos dessa nova forma de se obter licenciamentos ambientais aos produtores rurais, que querem seguir investindo, contratando mais pessoas, fazendo a economia girar”, antecipa o presidente do Sistema FAEP/SENAR-PR, Ágide Meneguette. Os eventos vão mostrar como o Programa Descomplica Rural irá facilitar os processos, com zero de papel e muita agilidade. A proposta é também mostrar que todas as instituições que prestam assistência técnica aos produtores vão estar preparadas para ajudar a cumprir as exigências dentro desse novo modelo. O Instituto Água e Terra (IAT), Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar-Emater e entidades privadas, como o Sistema FAEP/SENAR-PR, estão promovendo, por exemplo, ações para apoiar agropecuaristas nesse momento

de transição, como a elaboração de cartilhas, realização de videoconferências e a própria rodada de eventos pelo Paraná. O secretário do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, Márcio Nunes, considera que o Descomplica Rural irá inaugurar uma nova era no licenciamento ambiental do Paraná.“A comunicação

entre o produtor e o órgão ambiental vai ter zero de papel. Tudo será digital, por meio de um sistema ágil e sem perder o nosso rigor com os aspectos técnicos, jurídicos e ambientais. É um marco histórico para o nosso Estado, e que vai resultar na geração de novos negócios e mais empregos”, pontua.

Programação

Os eventos terão uma abertura feita por representantes do Sistema FAEP/SENAR-PR, da Secretaria do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo (Sedest) e da Secretaria da Agricultura e Abastecimento (Seab). Em seguida, um técnico do governo irá fazer uma demonstração aos produtores de como pedir a Dispensa de Licenciamento Ambiental (DLAE) por meio do Sistema de Gestão Ambiental (SGA), de forma digital. A simulação tratará de um caso real, de um dos participantes do evento. Haverá ainda uma fala de um técnico que tratará do Sistema de Manutenção e Recuperação e Proteção da Reserva Legal e Áreas de APP (Sisleg). No fim, será aberto um espaço para interação do público para o esclarecimento de dúvidas. EM GUARAPUAVA, O EVENTO SERÁ NO DIA 20 DE MARÇO, 9 HORAS, SPAZIO VECCHIA.

Como participar

Para participar é preciso fazer a inscrição. Cada cidade tem um link diferente, que pode ser acessado no site da Faep: https://sistemafaep.org.br/servico/ Texto : Coordenação de Comunicação Social Sistema FAEP/SENAR-PR

EDITAL DE CONVOCAÇÃO Assembleia Geral Ordinária

O Presidente do SINDICATO RURAL DE GUARAPUAVA, no uso das atribuições que lhe são conferidas pelo estatuto e pela legislação sindical vigente, convoca os associados quites com os pagamentos e em condições de votar, para a ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA a ser realizada no dia 25 de março de 2020, na sede social sito à Rua Afonso Botelho, 58- Trianon, nesta cidade, em primeira convocação às 8h, e em segunda convocação às 8h30, com a presença mínima estabelecida pelo artigo 19 do Estatuto Social do Sindicato, para deliberarem sobre a seguinte ordem do dia: - Leitura e Aprovação da Ata da Assembleia anterior. - Aprovação das contas da Gestão Financeira de 2019. - Aprovação da Proposta Orçamentária para 2020. - Assuntos Gerais. Guarapuava, 20 de fevereiro de 2020.

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Rodolpho Luiz Werneck Botelho Presidente do Sindicato Rural de Guarapuava

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SINDICATO RURAL DE GUARAPUAVA



CÓDIGO FLORESTAL

Multas do IBAMA

DE ACORDO COM O NOVO PARECER, MULTAS DO IBAMA BASEADAS NA LEI DA MATA ATLÂNTICA NÃO TÊM MAIS APLICABILIDADE OU NÃO SÃO VÁLIDAS

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Governo Federal resolveu a favor dos produtores rurais pendência relativa a multas que o Ibama estava atribuindo a proprietários rurais que não cumpriram determinações da Lei da Mata Atlântica. O antigo ministro do Meio Ambiente, Zequinha Sarney havia determinado que, nas áreas abrangidas pelo Bioma da Mata Atlântica não valia o conceito de“áreas consolidadas”, previstas no novo Código Florestal. Com base nesse entendimento, o Ibama estava autuando produtores rurais, alguns com multas milionárias. Vale ressaltar que as multas tinham linha de aplicabilidade, ou seja, baseavam-se no parecer. No entanto, foram consideradas injustas pelos produtores rurais e órgãos competentes do setor agropecuário, por isso houve o pedido de revisão. Sendo assim, a Federação da

Agricultura do Estado do Paraná (FAEP) organizou documentos e fez encaminhamentos, destacando o erro conceitual do antigo ministro do Meio Ambiente. A CNA solicitou que o Ministério da Agricultura emitisse parecer reconhecendo a aplicabilidade do novo Código Florestal para todo o território nacional, incluindo o Bioma da Mata Atlântica, que abrange o Paraná. Em razão dessa decisão do Governo Federal, não resta mais dúvida sobre a validade do Código Florestal em áreas do Bioma da Mata Atlântica. Desta forma, os produtores rurais não poderão mais ser multados com base no antigo Código Florestal e os que foram multados em razão da aplicação da Lei da Mata Atlântica em áreas consolidadas devem pedir a anulação das atuações junto ao Ibama utilizando os fundamentos do Parecer nº 0115/2019/DECOR/CGU/AGU de 6 de dezembro de 2019.

Texto: Com informações do Departamento de Comunicação Sistema FAEP/SENAR

Sindicato Rural de Guarapuava atuou junto às entidades representantes

O presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, informou que, localmente, a entidade atuou levando o assunto à FAEP, para que fossem tomadas as providências necessárias. Produtores rurais que foram multados recorreram à entidade e manifestaram-se sobre o assunto. “Recolhemos documentos e encaminhamos à Federação. Agradecemos a FAEP e a CNA por terem ouvido mais essa demanda da classe produtora rural de nossa região”, declarou Botelho.

Instituto completa 31 anos

O presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, participou nos dias 17 e 18 de fevereiro de um evento alusivo em comemoração aos 31 anos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (IBAMA): Agenda Ambiental Federal para o Estado do Paraná – uma construção continuada, na Universidade Federal do Paraná (UFPR). A programação do evento envolveu diversas palestras com objetivo de disseminar informações para enfrentar os desafios ambientais do Estado do Paraná. Temas como legislação, flora, fauna e estrutra do Ibama foram discutidos. Participaram autoridades, formadores de opinião, lideranças empresariais, políticas, profissionais, comunitárias e estudantis que atuam nos diversos segmentos da sociedade paranaense. REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ

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AGROINDUSTRIALIZAÇÃO

Com frigorífico próprio, no distrito de Entre Rios (Guarapuava-PR), Cooperaliança espera expandir o abate de bovinos e ovinos

COOPERALIANÇA PREVÊ INAUGURAR FRIGORÍFICO NO SEGUNDO SEMESTRE

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undada há 12 anos em Guarapuava, com cooperados em todas as regiões do Paraná e já tendo alcançado espaço no mercado de carne nobres no estado, a Cooperaliança se prepara para mais uma etapa decisiva em sua trajetória: conforme disse o presidente da cooperativa, Edio Sander, a diretoria prevê para o primeiro semestre de 2020 o término das obras e o início das operações da unidade industrial no distrito de Entre Rios já no segundo semestre. Com investimentos em torno de R$ 63 milhões, as instalações, de cerca de 75 mil metros quadrados, abrigarão um frigorífico, os escritórios dos projetos Bovinos e Ovinos e o departamento administrativo, que assim como todos os outros serão transferidos para o novo local.“Tivemos um

projeto inicial, elaborado lá em 2014, e que passou por uma revisão bastante significativa em 2016. Isso fez com que tivéssemos de mudar o nosso cronograma. Mas a obra realmente começou a acelerar a sua execução em 2019 e esperamos que agora, em meados de 2020, ela esteja concluída. Todos os prédios estão em fase final”, observou Sander. O empreendimento, acrescentou, representará um avanço nas atividades desenvolvidas até agora:“É uma nova fase da cooperativa. Trabalhamos muito para chegar neste patamar e isso graças ao empenho de todos que estão diretamente envolvidos aqui, diariamente. Mas também devido ao empenho e à confiança dos cooperados”. Porém, comentou o presidente da cooperativa, não é só o tamanho em si do frigorífico que chama a atenção: a tecnologia utilizada, segundo

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Edio Sander, presidente da Cooperaliança

ele, contém o que existe hoje de mais atual, desde o conceito do fluxo do trabalho até os materiais utilizados na construção.“O que existe de mais moderno hoje na indústria frigorífica em nível de Brasil está aqui dentro”, disse, mencionando ainda que a indústria possui área de convivência para colaboradores e local para reuniões e eventos. Com isso, antecipou, a Cooperaliança espera não só verticalizar ela mesma a produção dos cooperados, mas também uma expansão no volume de abates:“Vamos partir de mais ou menos 40 mil cabeças de bovinos e 8 mil cabeças de cordeiro neste primeiro período, que seria o segundo semestre de 2020 e o primeiro semestre de 2021. Nossa meta é, em 2025, dobrar esta produção e alcançar a capacidade máxima da indústria”, concluiu.

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APRENDIZAGEM RURAL

DÉBORA GRIMM ASSUME SUPERINTENDÊNCIA DO SENAR-PR ENGENHEIRA AGRÍCOLA DE FORMAÇÃO, A NOVA SUPERINTENDENTE PRETENDE QUE TECNOLOGIA E INOVAÇÃO SEJAM PALAVRAS-CHAVE DESTA NOVA FASE

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SENAR-PR tem uma nova superintendente. A engenheira agrícola Débora Grimm assumiu o posto no dia 3 de fevereiro, com a missão de conduzir a entidade que, no ano passado, promoveu mais de 1,5 mil cursos em todo o Estado. Ela é funcionária pública de carreira, com três décadas de experiência no governo do Paraná e com participação em projetos importantes para o setor rural. Débora foi apresentada oficialmente à equipe pelo presidente do Sistema FAEP/SENAR-PR, Ágide Meneguette, no dia 4 de fevereiro. Em um pronunciamento rápido, ele apontou que a nova superintendente do SENAR-PR deve ter como principal desafio as rápidas mudanças tecnológicas que ocorrem no campo.“Temos certeza de que vamos continuar cumprindo nossa missão, de levar conhecimento ao homem do campo”, disse Meneguette. A superintendente do SENAR-PR disse que, a partir de agora, pretende conhecer a estrutura da entidade e estabelecer um planejamento de tra-

balho. A intenção é dar“uma cara nova”à casa, mas sem optar por mudanças muito agudas e aproveitando a capilaridade e a força que o SENAR-PR já tem em todo o Paraná. “O que a gente vai fazer é, no decorrer do tempo, acrescentar atividades, atualizar algumas coisas. Mas não pretendemos fazer nada drástico, afinal de contas o SENAR-PR já tem essa cara, essa presença no Estado. O que a gente quer é melhorar, apresentar um trabalho que chegue melhor ao produtor com maior qualidade”, apontou. Para Débora, tecnologia e inovação serão as grandes palavras-chave desta nova fase, mas sem deixar de levar a realidade de cada região e do perfil e da vocação dos grupos de produtores rurais. “Sem dúvida, precisamos levar ao produtor a tecnologia e a inovação, que dão ao produtor alternativas para fazer

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o que precisa ser feito de maneira mais fácil e eficiente. Mas não podemos nos esquecer de que temos um nicho de produtores que precisam do treinamento mais tradicional que o SENAR vem fazendo até agora”, avaliou. Débora Grimm é engenheira agrícola formada na Unioeste, em Cascavel, Oeste do Paraná. Há 33 anos, ingressou no governo do Estado, por meio do Café do Paraná – que, posteriormente, foi incorporado pela Companhia de Desenvolvimento Agropecuário do Paraná (Codapar). Na Codapar, conduziu projetos importantes para a agropecuária do Estado, como o Programa Integrado de Conservação de Solo e Água do Paraná (Prosolo), desenvolvido em parceria com o Sistema FAEP/SENAR-PR. Ao longo de 2019, Débora ocupou a presidência da Companhia.

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Texto e foto: Comunicação Social/ Sistema FAEP/SENAR-PR


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PECÃ

Atividade reuniu, em dezembro de 2019, produtores e interessados de Guarapuava e região

CURSO DO SENAR-PR ABORDOU PODA DE VERÃO DAS NOGUEIRAS

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ogueiras-pecã bem desenvolvidas e produtivas são o objetivo dos produtores que se dedicam àquela cultura. Mas para que as árvores alcancem o porte e o perfil necessários a uma produção comercial, o manejo baseado em conhecimento, desde a implantação da atividade, é considerado por especialistas como fundamental. E, no manejo, a poda é um dos procedimentos importantes, conforme disse à REVISTA DO PRODUTOR RURAL Jonas Janner Hamann, que possui doutorado em Agronomia. Ele foi o instrutor de dois cursos de poda que o Sindicato Rural de Guarapuava e o SENAR-PR promoveram em parceria em 2019. Enquanto no primeiro, realizado em agosto, o foco foi a poda de inverno, o segundo, dias 12 e 13 de dezembro, destacou a chamada “poda verde” ou de verão. Ao longo de 16 horas, a parte teórica se desenvolveu na sede da entidade sindical e a prática numa propriedade situada no distrito do Jordão (Guarapuava) voltada à pecã.

Participaram produtores de pecã e outros interessados. Naquela ocasião, nossa reportagem acompanhou a aula no campo e conversou com Hamann.“Na pecanicultura, realizamos no inverno a poda seca, de frutificação. E, na poda verde, o objetivo é complementar a que foi feita no inverno”, observou. O agrônomo mencionou os detalhes a serem levados em conta no procedimento:“o principal ponto é justamente a limpeza de ramos quebrados, doentes. Depois o produtor tem que fazer a correção: eliminar forquilhas, ‘pés-de-galinha’ – são ramos mal localizados na planta. A terceira etapa da poda verde é a condução, que é deixar a planta em forma de líder central, assim como é a cultura da maçã”. Perguntado se este manejo ainda gera dúvidas entre os pecanicultores, o agrônomo respondeu afirmativamente, apontando um detalhe importante:“Na nogueira-pecã, a poda define a produção. Então, em pomares comerciais com 10, 15 plantas, ou mil plantas, ela é indispensável”.

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Hamann: importância de conduzir o formato das nogueiras

Durante a prática, os produtores puderam realizar eles mesmos a poda verde, sob a orientação do instrutor. O momento também deu oportunidade para uma troca de ideias e experiências entre os participantes. O Sindicato Rural e o SENAR-PR lembram que promovem cursos durante todo o ano, tanto sobre a pecã quanto os mais diversos segmentos da agricultura e da pecuária. Gratuitas, as capacitações são voltadas a produtores e trabalhadores do meio rural. Os interessados podem consultar o sindicato pelos fones 42 3623 1115 ou 9 8804 4655. O Sindicato Rural está localizado na Rua Afonso Botelho, nº 58, no Bairro Trianon, em Guarapuava.

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NOTAS

DE GUARAPUAVA PARA O MUNDO

Cesar Silvestri Filho e Sandro Abdanur (secretário de desenvolvimento econômico e inovação de Guarapuava)

AEROPORTO DE GUARAPUAVA TEVE SEU VOO INAUGURAL NO DIA 7 DE DEZEMBRO DE 2019 O Aeroporto Tancredo Thomas de Faria inaugurou no dia 7 de dezembro de 2019 e teve seu primeiro voo inaugural em Guarapuava. Setenta passageiros partiram de um dos principais aeroportos do país, o Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas que permite conexões para todo o mundo e voaram diretamente para Guarapuava. “Lutamos muito para viver tudo isso. A partir de hoje, nós rompemos as barreiras que nos isolavam. Estamos voando, concretizando um sonho de toda a região, dos guarapuavanos, de tantas pessoas que torciam por Guarapuava. Para mim, particularmente, é a concretização também de um sonho pessoal que vivo como prefeito da cidade onde nasci, cresci, construí minha família e amo viver”, afirmou o prefeito de

Cesar Silvestri Filho (prefeito), Cristina Silvestri (deputada estadual), Sandro Abdanur e Itacir Vezzaro (vice-prefeito)

Guarapuava, Cesar Silvestri Filho, durante a cerimônia de inauguração. Segundo o assessor da presidência para relações institucionais da Azul Linhas Aéreas, Ronaldo Veras, Guarapuava é o nono município do Paraná com operações da Companhia. Inicialmente, os voos serão ofertados aos sábados, com preços a partir de R$ 170. A ampliação da oferta de voos deve ocorrer de forma rápida, dentro dos próximos três meses. “Nossa previsão é colocar o voo cinco vezes por semana, dentro de um prazo de 90 dias. Mas desde já, estamos colocando o que há de melhor no mercado, ligando Guarapuava ao

Cícero Lacerda e Roberto Cunha, diretores do Sindicato Rural

maior ramo de conexões da América Latina. De Guarapuava, o passageiro vai para mais de 100 localidades do Brasil e para o exterior”, comemorou. Os diretores do Sindicato Rural de Guarapuava, Cícero Lacerda e Roberto Cunha, participaram da inauguração do aeroporto. A entidade foi uma das apoiadoras da revitalização do local.

REVISTA DO PRODUTOR RURAL É PREMIADA NO FRANZ JASTER DE COMUNICAÇÃO A Revista do Produtor Rural, publicada pelo Sindicato Rural de Guarapuava, foi um dos meios de comunicação que teve profissionais de imprensa premiados no Concurso Franz Jaster de Comunicação 2019. Promovido pela Cooperativa Agrária e pela Unicentro, o concurso visa destacar matérias jornalísticas que têm como tema o evento técnico WinterShow, realizado anualmente pela Agrária e a FAPA, no distrito de Entre Rios. No resultado final anunciado no dia 06 de dezembro, na Academia Ireks, a jornalista Geyssica Reis obteve o 2º lugar na categoria Jornalismo Impresso ou On-line, com a reportagem sobre o WinterShow. O 3º lugar da categoria Fotografia também foi para a revista do Sindicato Rural, com uma imagem produzida pelo jornalista Manoel Godoy durante a cobertura que a publicação realizou sobre o evento. A revista é editada pela jornalista Luciana de Queiroga Bren há 12 anos. Segundo os organizadores, o Prêmio Franz Jaster 2019 teve 61 inscritos. As categorias foram: Assessoria de Imprensa, novidade desse ano; Fotografia; Jornalismo Impresso ou Online; Material Televisivo; Reportagem Radiofônica; e Universitários.

REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ

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SINDICATO RURAL DE GUARAPUAVA

Com informações da Prefeitura de Guarapuava


BOVINOCULTURA DE LEITE

REPRESENTANTE DA FAEP ASSUME PRESIDÊNCIA DA CÂMARA SETORIAL DO LEITE DO MAPA

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Câmara Setorial do Leite e Derivados, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), tem um novo presidente. No dia 20 de janeiro, o presidente da Comissão Técnica de Bovinocultura de Leite da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP), Ronei Volpi, assumiu o posto, referendado pela ministra da Agricultura, Tereza Cristina. Volpi é o primeiro representante da região Sul a presidir a câmara. A nomeação rompeu uma dupla tradição. Primeiro, porque o colegiado tinha por praxe estabelecer uma lista tríplice, a partir da qual o Mapa escolhia o presidente. Volpi foi indicado de forma unânime pelo setor. Ainda, a escolha do representante da FAEP colocou a região Sul no cargo mais importante da Câmara, até então ocupado por Rodrigo Alvin, de Minas Gerais. “Agradeço o apoio de todos os que se empenham para fazer a cadeia de lácteos mais forte. Eu só me encorajo a encarar esse novo desafio na Câmara Setorial porque tenho todo esse apoio do setor produtivo como um todo. Me proponho a fazer o melhor trabalho possível e dedicar todo o meu empenho dentro da Câmara setorial, que se trata de uma instituição com caráter consultivo com canal direto com o Ministério. Temos ainda a vantagem de ter, além da presidência da Câmara, um representante da Aliança Láctea junto conosco”, destaca Volpi. REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ

Atuação Ao longo da sua atuação, o colegiado desenvolve ações e ajuda o Mapa na formulação de políticas públicas que fortaleçam a atividade. Diante disso, o novo presidente tem, entre outros desafios, a implementação das Instruções Normativas (INs) 76 e 77 do Mapa, que estabelecem critérios para produção e captação de leite cru, pasteurizado e tipo A. Na avaliação do líder do setor, essas normativas vão exigir uma grande organização do segmento, mas podem implicar em avanços a partir do momento em que produtores e indústrias se estruturarem para cumpri-las.

Perfil Volpi é formado em medicina veterinária pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no Rio Grande do Sul. Hoje é diretor executivo do Fundo de Desenvolvimento da Agropecuária da Agropecuária do Paraná (Fundepec). Três décadas atrás, Volpi começou na atividade leiteira, tornando-se gerente de lácteos da Cooperativa Agroindustrial Witmarsum e iniciando sua própria produção de leite – com gado holandês puro. Como líder do setor, ele foi um dos idealizadores do Conselho Paritário de Produtores/Indústrias de Leite do Paraná (Conseleite-PR) – primeiro colegiado deste tipo no país e que trouxe mais transparência à cadeia produtiva do Estado. O líder também esteve à frente da criação da Aliança Láctea Sul-Brasileira, que congrega representantes dos três Estados da região. Além disso, Volpi foi superintendente do SENAR-PR por 18 anos.

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PERFIL PROFISSIONAL

Prof. Roni Garcia:

ORGULHO DE COMEÇAR COMO TÉCNICO AGRÍCOLA

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m professor que iniciou a vida como técnico agrícola chega aos 50 anos de formação naquela profissão rural atribuindo suas vitórias a uma visão empreendedora aplicada à carreira – a disposição de ampliar conhecimentos e partir de sua terra natal para diferentes regiões brasileiras. Gaúcho de Guaíba, com mestrado pela Universidade Federal de Pelotas-RS (na área de tecnologia de sementes) e aposentado, Roni Antônio Garcia da Silva rememorou sua caminhada ao conversar com a REVISTA DO PRODUTOR RURAL. Conforme relatou, o curso de técnico agrícola, na Escola de Agricultura Luiz Alves de Carvalho, em Viamão-RS, foi concluído em 1969. Depois de estágio no Instituto Gaúcho de Reforma Agrária, o jovem viu um anúncio no jornal e se interessou em atuar na Associação de Crédito e Extensão Rural de Santa Catarina, que estava contratando. Partiu em 1970, sem hesitar, para Florianópolis.“Fui escalado para trabalhar na cidade de Palmitos, no oeste de Santa Catarina”, relembrou. Lá, ele também encontraria sua futura esposa, Lenira, companheira de toda uma vida. Em 1972, o técnico agrícola foi aprovado em concurso nacional para fiscal rural do Banco da Amazônia. “Passei em 8º lugar”, orgulha-se com um sorriso. E seguiu de novo, agora para Belém, para treinamento naquela instituição financeira. Com bom humor, ele diz que, apesar da distância, reafirmou o compromisso com a namorada, mencionando trecho do telegrama que enviou antes de retornar ao Sul por uns dias:“Na terça, vou a Porto Alegre me despedir da minha mãe. Na quarta, estou via-

jando para Palmitos. Casamos no sábado”. Após um período trabalhando para o banco em Barra do Garça, um ex-colega, que possuía escritório de planejamento em Pato Branco, o convidou para a filial que estava abrindo em Guarapuava. “Eles estavam expandindo”, lembrou. Naquela época, observou Garcia da Silva, abriu concurso para preparar professores para o ensino médio na antiga FAFIG.“E lá foi o Roni”, completou. Em 1977, fez vestibular e passou para Geografia. Em 1981, prestou e passou em novo vestibular, para Administração, começando sua segunda graduação. Em 1984, foi convidado a trabalhar como técnico de vendas numa indústria química britânica no Paraná. Mas seria como professor que ele afirmaria seu desejo de ampliar conhecimentos e compartilhá-los, dedicando-se àquela carreira no ensino superior, durante 35 anos, até se apo-

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sentar em novembro de 2019. Nesse meio tempo, seu espírito de busca de novos desafios o levou a participar ainda de um importante momento da capacitação rural no Paraná:“Em agosto de 2003, a FAEP encarregou o SENAR-PR de organizar o primeiro curso de Empreendedor Rural para futuros profissionais que iriam capacitar os jovens rurais. Me candidatei. Foi o melhor curso de capacitação que eu já tive”, avaliou. Tendo chegado longe em sua formação, o professor prossegue valorizando seu caminho inicial. “Me realizei profissionalmente como técnico, como administrador. O técnico é que faz esta intermediação entre o que alguém planejou e alguém que vai executar, ele é o funcionário”, analisa. E mantendo seu espírito jovem e empreendedor, ele cogita novos planos:“Estou querendo criar uma empresa de tratamento de sementes”, conclui.

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ARMAZENAMENTO

CAPACIDADE MÉDIA DE ARMAZENAGEM

MILHO

SOJA

20mil 30mil toneladas toneladas

GUARÁCAMPO OFERECE SERVIÇO DIFERENCIADO NA ARMAZENAGEM DE GRÃOS

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esde 1991, atuando em diversos ramos do agronegócio, em Guarapuava e região, a Guarácampo é reconhecida pela qualidade na prestação de serviços e venda de produtos. A armazenagem de grãos é um dos serviços ofertados aos produtores rurais. Com o período de colheita de grãos de verão, especificamente soja e milho na região, muitos produtores se preocupam com a armazenagem do produto. E por não possuírem espaço adequado, muitas vezes fazem a venda imediata do grão por um preço insatisfatório. É neste momento que o produtor rural pode contar com a Guarácampo. “Nós oferecemos uma estrutura com

padrão de qualidade para armazenamento de cereais. Contamos com um armazém exclusivo para milho e outro para soja. Então, o produtor pode armazenar os dois cereais simultaneamente. A capacidade da estrutura para armazenamento para o milho é de, em média, 20 mil toneladas e para soja, 30 mil toneladas”, observa o gerente de armazenagem, Edson Omar Carollo. O diferencial da Guarácampo está na forma em que presta o serviço, oferecendo muito mais liberdade para o produtor rural.“O modelo de recebimento diferencia-se de outras empresas, porque mesmo o produto estando armazenado na nossa empresa, ele continua sendo do produtor rural, o produto fica disponível. A Guarácam-

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po pode ir em busca de um corretor para o produtor e sugerir a venda, mas a escolha é do produtor, vender quando ele quiser, para quem ele quiser e pelo preço que desejar. Ou seja, é como se fosse um espaço locado e o produto pode ser retirado a qualquer momento”, explica Carollo. Na cobrança da taxa de serviço, está considerado a armazenagem do produto até o final de julho, onde, após esta data, será cobrado quinzenalmente uma nova tarifa sobre a quantidade em depósito. E se o produto for vendido para Guarácampo, as taxas podem ser renegociadas. Para mais informações sobre a contratação deste serviço, basta comparecer na empresa e conversar com a equipe de armazenagem.

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IMPLEMENTO AGRÍCOLA

Implemento idealizado por produtores rurais guarapuavanos resolve o problema de plantio de soja sob palhada de inverno

DA IDEIA À CRIAÇÃO: SUCESSO NO CAMPO

MAXIMILAN KARL E RUDOLFO KELLER DESENVOLVEM IMPLEMENTO PARA PLANTIO DE SOJA SOB PALHADA DE CEREAIS DE INVERNO

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Sistema de Plantio Direto é bastante difundido na região de Guarapuava. O clima propício ao cultivo de cereais de inverno, como trigo, cevada e aveia, faz com que os produtores rurais adotem uma rotação geralmente destes cereais, antecedendo a soja. Os benefícios desse sistema são amplamente conhecidos, sendo o principal, a conservação do solo. Com os resíduos vegetais, a chamada palhada, o solo não fica tão exposto e deixa de criar crostas de terra que impediriam a absorção da água e também o

assoreamento, evitando a erosão. Mas um problema enfrentado no momento do plantio da soja em cima da palhada é a deposição das sementes na terra.“O plantio da soja sempre foi um problema grande para nós, principalmente para os produtores de cevada e trigo, devido à dificuldade de colocar a semente na terra para ela germinar. Com muita palha, há muito encestamento de semente”, explica o produtor rural da região de Guarapuava, Maxmillian Karl. Diante deste problema, Karl iniciou, há algum tempo, pesquisas sobre o assunto, buscando uma solução. Foi assim que surgiu a ideia

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de desenvolver um implemento que retirasse um pouco da palha na linha do plantio, para que houvesse uma melhor adequação das sementes no solo.“Eu vi alguns vídeos na Internet que nos Estados Unidos existe um equipamento que faz isso, então pensei em desenvolver algo para a nossa região”, conta. Foi então que Karl procurou Rudolfo Keller, que faz balanceamento de picadores e produz fenos. Ele abraçou a ideia e logo os trabalhos foram iniciados. “Eu já vinha aperfeiçoando os picadores para cortar a palha da cevada, mas não era suficiente. Com a ideia do Max, planeja-

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mos este implemento e fomos aperfeiçoando. Depois de vários testes, colocamos a campo”. O implemento é adaptado na plantadeira e vai retirando a palha da linha do plantio.“Basicamente a ideia surgiu porque nossa principal cultura estava sendo plantada em condições ruins. Com o equipamento você tem um stand mais uniforme, uma condição de plantio melhor, não tem encestamento de semente. E a função dele não é tirar toda a palha da linha, é apenas retirar o excesso para a plantadeira conseguir fazer um plantio de qualidade. Até porque não queremos um sulco bem limpo, porque a palha é o principio do plantio direto”, observa Karl. Outro ponto importante é que o implemento é fabricado para todas as marcas e séries de plantadeiras. “Nós vamos até a máquina e adaptamos o implemento para cada modelo de plantadeira”, ressalta Keller. Os testes e aperfeiçoamentos do

implemento nas plantadeiras estão sendo feitos desde 2015. O registro de patente foi publicada na Revista de Propriedade Industrial em março de 2018. Sendo assim, alguns produtores acreditaram na ideia e já adquiriram o implemento. Guilherme Illich, produtor rural na região de Guarapuava foi o primeiro produtor a colocar implemento em suas plantadeiras. Já no primeiro ano ele adaptou em cinco máquinas. O produtor rural Josef Stutz também foi um dos primeiros a adquirir o implemento.“Já são duas safras que utilizo no plantio. Visivelmente, a cultura se instala melhor. Você vê o desenvolvimento da soja e que não há encestamento de semente. Isso para nós produto-

res é ótimo, porque representa uma melhor produtividade”, comenta. Outro produtor satisfeito, Gabriel Gerster utilizou pela primeira vez o implemento no plantio da safra

Max Karl e Rudolfo Keller: idealizadores do implemento REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ

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ALBERTO STOCK: “Pelo que ele pode representar em ganho de produtividade, é um equipamento extremamente barato”

JOSEF STUTZ: “Visivelmente, a cultura se instala melhor”

2019/2020.“Eu tinha muita dificuldade de plantar a soja em cima da palha de cevada. O disco de corte não era suficiente. Com o implemento, o disco de corte consegue trabalhar mais livre, conseguindo colocar os grãos de forma mais homogênea. O stand fica melhor. Praticamente todos os grãos que são colocados nascem. Antes, de 16 grãos que plantava, metade não nascia. Com o implemento, quase todos emergiram na última safra”, comemora. Para o produtor rural Alberto Stock, o implemento também funcionou de maneira eficiente.“Já usei por dois anos e posso afirmar que ele traz um alento para o problema das palhas de cultura de inverno. Aqui na região de Guarapuava, temos produtividade no inverno que chegam a seis toneladas de cevada. Isso passa pela colhedeira, é picado e origina uma massa de cin-

co a oito centímetros de palha. Tradicionalmente, pós-cevada ou trigo, planta-se soja ou feijão. O grande problema é você estabelecer um plantio eficiente com esse volume de palha. O disco em formato de‘v’não consegue romper essa camada de palha e depositar realmente no solo a semente. Então ocorrem muitos problemas de envelopamento, onde a semente fica na palha e não tem contato solo/ semente”, explica. Stock estima que o implemento, nas áreas em que ele utilizou, conseguiu tirar até 80% da palha de fronte a linha do plantio, fazendo assim um corte eficiente e uma deposição correta no solo.“Nós utilizamos o implemento primeiro somente em uma máquina para ver como seria o funcionamento. Notamos que melhora bastante, então implementamos nas

GABRIEL GERSTER: “Praticamente todos os grãos que são colocados nascem”

três plantadeiras da propriedade. Este ano praticamente em toda área de inverno, as três máquinas estavam com esse implemento e com certeza a deposição da semente e a qualidade do nosso plantio melhorou bastante. Pelo que ele pode representar em ganho de produtividade, é um equipamento extremamente barato, ao contrário de muita tecnologia por aí que é cara e não é eficiente”, comenta. Outra vantagem que o implemento trouxe, segundo Stock, foi a agilidade no plantio.“Não foi preciso esperar dias para a palha baixar. Conseguimos entrar com a plantadeira logo após a colheita da safra de inverno”. Outras informações sobre o implemento agrícola podem ser obtidas pelo telefone Rudolfo Keller – (��) �����-���� ou Maximilian Karl – (��) �����-����.

NÓS VAMOS ATÉ A MÁQUINA E ADAPTAMOS O IMPLEMENTO PARA CADA MODELO DE PLANTADEIRA”

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COOPERATIVISMO

C.VALE DUPLICA SOBRAS AOS ASSOCIADOS

O

s associados da C.Vale começaram a retirar, dia 3 de fevereiro, o maior valor em sobras da história da cooperativa. Serão R$ 89 milhões do exercício de 2019 contra R$ 42 milhões de 2018. O pagamento do retorno foi aprovado em assembleia que reuniu 1.300 pessoas, no dia 31 de janeiro, na Asfuca de Palotina. O valor total das sobras saltou de R$ 100 milhões para R$ 245 milhões, puxado pelas exportações de carne de frango. O presidente da C.Vale, Alfredo Lang, explicou que a peste suína africana na China e o dólar alto favoreceram as exportações do produto e melhoraram a rentabilidade da cooperativa. Segundo ele, a avicultura ajudou a compensar os efeitos das estiagens que reduziram o recebimento de soja em mais de 10 milhões de sacas no ano passado. A agroindustrialização foi decisiva para que a coopera-

Distribuição das sobras foi aprovada pelos associados e começou dia 3 de fevereiro

tiva crescesse 4,91%. O faturamento alcançou R$ 8,92 bilhões contra R$ 8,5 bilhões de 2018. Para 2020, uma das metas da coope-

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rativa é elevar a produção de frangos de 600 mil para 620 mil frangos/dia e de peixes dos atuais 90 mil para 100 mil tilápias/dia.

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Paralelamente, a C.Vale vai colocar em operação um frigorífico com capacidade para processar até 200 mil frangos/dia em Umuarama (PR), onde vai gerar dois mil empregos. No segundo semestre de 2020, a cooperativa vai inaugurar um hipermercado em Assis Chateaubriand (PR).

C.VALE EM 2019

Faturamento | R$ 8,92 bilhões Sobras aos associados | R$ 89 milhões Funcionários | 10.634 Associados | 21.920 Impostos | R$ 327 milhões

Associados reconduziram Lang à presidência e elegeram novos conselheiros

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RANKING DA ACNB 2019

NELORE: MÁRCIO MENDES ARAÚJO É O MELHOR DO PR

Márcio Araújo recebeu troféus da Associação de Criadores de Nelore do Brasil ao lado de seus familiares repetindo a vitória de 2018

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m tradicional pecuarista do município de Foz do Jordão encerrou 2019 com motivos para sorrir: criador de Nelore, Márcio Mendes de Araújo, do Rancho 1M, viu seu trabalho de aprimoramento do plantel ser mais uma vez reconhecido pela Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB) ao receber, dia 16 de dezembro, na Nelore Fest, em São Paulo, os troféus de melhor criador e melhor expositor da raça no Paraná, evento em que a entidade organizadora divulga destaques de seu Ranking Nacional. Ao conversar com a REVISTA DO PRODUTOR RURAL no último dia 29 de janeiro Araújo atribuiu o êxito de seu criatório a uma dedicação de cerca de 40 anos.“É um trabalho de longo prazo. Genética não se faz do dia para a noite. Você tem que acertar, investir em genética e ter um touro com qualidade”. O pecuarista ressaltou também um detalhe que a seu ver valoriza ainda mais o resultado: as duas vitórias consecutivas vieram de animais obtidos de linhagens próprias, ambos descendentes de Malbec – o touro já havia angariado posições de destaque no circuito de exposições oficiais da ACNB.“Com os filhos do Malbec consegui ser bi-campeão. Ganhei com os filhos dele. Isso é que foi importante”, comemorou. Para ele, as vitórias seguidas indicam ainda que o trabalho realizado tem consistência: “Quando você ganha o prêmio dois anos consecutivos percebe que está no caminho certo. Não por ganhar o prêmio em si, mas por chegar à produtividade de carcaça que desejava”. E se a lida exige conhecimento e paciência, no lado da

Malbec linhagem trouxe prêmios para o Rancho 1M.

genética, o manejo do dia a dia é simples. Tudo isso, no entanto, completou, não é tarefa de apenas uma pessoa ou somente da família:“Tem que ter equipe, bons funcionários”. No dia seguinte à premiação da ACNB em São Paulo, outra entidade, a Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ), em cerimônia de posse de seu novo presidente, Rivaldo Machado Borges Jr., em Uberaba (MG), diplomou o pecuarista

de Foz do Jordão como Conselheiro para o Paraná no triênio 2020-2022. Mesmo não podendo haver comparecido à ocasião, Araújo se disse honrado e reafirmou seu apreço ao segmento em que atua:“É uma carne muito saborosa, com grande aceitação no mercado. Se forem oferecidas as mesmas condições das demais raças bovinas não há quem ganhe do nelore em produtividade, produção de carne de qualidade”.

ACNB: Exposições oficiais definem Ranking Nacional da Raça Nelore O segmento da raça Nelore possui um Ranking Nacional, estabelecido em 1993 pela Associação de Criadores de Nelore do Brasil (ACNB), com sede em São Paulo (SP). Segundo informa a entidade em seu site, o ranking é realizado na forma de um campeonato, em exposições agropecuárias oficiais em todo o Brasil. Ao participar, os animais recebem pontos. Ao final, a pontuação define os vencedores. O calendário dos eventos ocorre de outubro do ano corrente a setembro do ano seguinte. A iniciativa tem por objetivo fomentar a raça, avaliar e evidenciar seu desenvolvimento, premiar criadores que se destacam no melhoramento, divulgar as características produtivas dos animais e incentivar seleção e melhoramento genético de forma contínua.

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REGISTRO

Reunião de diretoria

No dia 13 de fevereiro, foi realizada a primeira reunião do ano da diretoria do Sindicato Rural de Guarapuava. Na pauta, entre diversos assuntos, estava o planejamento de ações da entidade em prol do produtor rural para 2020.

AGO FAEP

Vídeoconferência Programa Descomplica Rural

No dia 27 de janeiro, a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP) realizou sua Assembleia Geral Ordinária, com a presença do 89 presidente de sindicatos rurais do Estado, entre eles, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, de Guarapuava. Durante Assembleia da FAEP, o Governador do Paraná, Ratinho Júnior, lançou o Programa Descomplica Rural.

No dia 13 de fevereiro, foi organizada pela Federação de Agricultura do Estado do Paraná (Faep), uma videoconferência sobre o Programa Descomplica Rural. Diretores e colaboradores do Sindicato participaram da iniciativa. O programa envolve a Secretaria de Desenvolvimento Sustentável e do Turismo (Sedest) e o governo estadual, visando promover o desenvolvimento sustentável por meio de ações que garantam agilidade na concessão de licenciamentos ambientais. A FAEP teve uma contribuição direta na construção do Programa Descomplica Rural.

Diretores e colaboradores do Sindicato Rural de Guarapuava

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Comemoração

GRUPO PITANGUEIRAS COMPLETA 30 ANOS

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ano de 2020 é um ano de comemoração para o Grupo Pitangueiras. Fundada em 01 de abril de 1990, na cidade de Curitiba, ainda como uma redistribuição, o Grupo Pitangueiras completa em abril 30 anos e tem muita história boa para contar. Em números, ao longo destes anos a empresa conta com 19 filiais no Paraná e 1 filial no sul de São Paulo, além das 4 novas lojas que serão inauguradas no segundo semestre deste ano. Atualmente, são mais de 350 funcionários e após a associação com o Pátria Investimentos, através da Holding Terra Verde, nos tornamos parte de um dos maiores distribuidores de insumos agrícolas do Brasil. Nosso compromisso vai muito além da distribuição de insumos agrícolas, trabalhamos também com armazenamento e comercialização de grãos e assistência técnica personalizada, levando ao produtor rural um maior retorno sobre seu investimento.

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CTP acontece de 9 a 13 de março

Na região de Guarapuava, são mais de 40 colaboradores altamente capacitados para atender as demandas da região. E para comemorar esta data, dos dias 9 a 13 de março, acontecerá o tradicional evento de campo, o CTP Guarapuava, que em parceria com a Bayer levará muita novidade e conhecimento técnico a todos os participantes. O evento contará também com o pesquisador Aroldo Marochi, levando muito conhecimento sobre doenças da soja e fungicidas e com o consultor José Luiz Buss, que comunicará sobre plantas daninhas, além de nossos parceiros comerciais, como MIM, TIMAC Agro, Agrichem, Caltim, SuperBac, Dekalb, HO Sementes, entre outros. Mais informações com os consultores do Grupo Pitangueiras.

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TRIGO

INTRODUÇÃO DA TECNOLOGIA CLEARFIELD EM CULTIVARES DE TRIGO NO BRASIL GILIARDI DALAZEN

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Dr. em fitotecnia e professor na Universidade Estadual de Londrina (UEL)

trigo é um importante cereal, cultivado em praticamente todas as regiões brasileiras. Um dos principais entraves para o seu cultivo é a ocorrência de plantas daninhas, que competem com a cultura por elementos essenciais para que se atinjam grandes produtividades, como água, luz, nutrientes, CO2 e espaço físico. Na região sul, onde o trigo é amplamente cultivado, as espécies de plantas daninhas que se destacam são o azevém (Lolium multiflorum), aveia preta (Avena strigosa), aveia branca (Avena sativa), nabiça (Raphanus raphanistrum) e nabo

(Raphanus sativus). O controle químico dessas plantas daninhas é realizado, na grande maioria das vezes, com herbicidas ariloxifenoxipropanoatos (FOPs), que inibem a enzima ACCase, no caso das espécies poáceas (folhas estreitas). Nesse grupo estão os herbicidas diclofop-methyl e clodinafop-propargyl. Também são amplamente utilizadas as sulfonilureias (SU), que inibem a enzima ALS. Nesse caso, incluem-se o metsulfuron-methyl, para o controle de folhas largas, e o iodosulfuron-methyl, que apresenta controle sobre espécies de folhas largas e de folhas estreitas (Rodrigues; Almeida, 2011).

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No entanto, em algumas regiões já foram constatados casos de resistência de algumas espécies de plantas daninhas citadas anteriormente aos herbicidas inibidores da ACCase ou da ALS. São exemplos a resistência de azevém aos inibidores da ACCase, e às SU (ALS), com casos de resistência múltipla ao glyphosate (EPSPS), além da resistência cruzada de nabo e nabiça aos inibidores da ALS (sulfunilureias e imidazolinonas) (Heap, 2019; Cechin et al., 2017). Para contribuir no controle dessas espécies de plantas daninhas, a partir de 2020 estará disponível aos produtores a tecnologia Clearfield (CL) em cultivares de trigo, resultan-

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resistência de azevém ocorre para o herbicida iodosulfuron-methyl, que pertence ao grupo químico das SU. Contudo, a mutação no gene ALS que resulta em resistência ao iodosulfuron-methyl, nem sempre resulta em resistência às IMI, como é o caso do imazamoxi. Em azevém e em nabiça, as populações com o mecanismo de resistência conhecido mostram que a mutação ocorre na posição Prolina 197 do gene ALS. Esse aminoácido é importante para a ligação das SU na enzima ALS, e menos importante para a ligação dos herbicidas IMI (Powles; Yu, 2010; Heap, 2019). Dessa forma, em plantas em que a resistência às SU é em decorrência dessa mutação, os herbicidas IMI funcionam de forma eficiente e podem ser utilizados no controle e manejo da resistência. O mesmo não pode ser dito para o nabo, em que a mutação identificada nos biótipos resistentes (Triptofano 574) confere resistência tanto às SU quanto às IMI (Cechin et al., 2017). Essa mesma mutação já foi identificada em nabiça em outros países (Yu et al., 2012) e, portanto, o conhecimento do mecanismo de resistência é essencial para se saber se o imazamoxi será ou não eficiente no controle dos biótipos presentes em cada área ou região. Portanto, a tecnologia Clearfield em cultivares de trigo no Brasil será mais uma aliada no controle de

Foto: Divulgação Biotrigo

te de uma parceria entre Biotrigo e Basf. A tecnologia Clearfield, presente na cultivar TBIO Capricho CL, confere tolerância dessa cultivar de trigo aos herbicidas imizadolinonas (IMI), mais precisamente ao ingrediente ativo imazamoxi. Não se trata de um evento de transgenia, mas sim de uma mutação induzida no gene ALS, que proporciona seletividade do herbicida imazamoxi nessas cultivares. Essa tecnologia já é utilizada em países produtores de trigo, como Canadá e Austrália. Essa tecnologia auxiliará o produtor no manejo de algumas plantas daninhas importantes no trigo, como azevém, aveia e nabiça. No caso do azevém, a qual pode ser considerada a principal planta daninha da cultura do trigo, essa tecnologia poderá trazer grandes benefícios ao agricultor, uma vez que será possível realizar o controle de biótipos de azevém resistentes ao glifosato, aos inibidores da ACCase (graminicidas) e inibidores da ALS. Mas se o azevém é resistente aos inibidores da ALS, como que o herbicida imazamoxi, um inibidor da ALS, poderá contribuir para o controle dessa espécie? A resposta para essa pergunta está no padrão de resistência dessa espécie aos inibidores da ALS. Os inibidores da ALS são divididos em cinco grupos químicos, e entre eles estão as sulfonilureias (SU) e as imidazolinonas (IMI). A

Cultivar seja introduzida num cronograma de rotação de cultivares, utilizando-a em 25 ou 33% da área cultivada com trigo a cada ano, sem repeti-la na mesma área nos anos seguintes.

plantas daninhas na cultura do trigo, incluindo plantas daninhas resistentes. No entanto, cabe ressaltar que essa tecnologia deve ser adotada com cautela, e ser considerada mais uma ferramenta, e não a solução de todos os problemas. É importante que essa cultivar seja introduzida num cronograma de rotação de cultivares, utilizando-a em 25 ou 33% da área cultivada com trigo a cada ano, sem repeti-la na mesma área nos anos seguintes. Assim, se dificultará a seleção de biótipos de plantas daninhas resistentes ao herbicida utilizado, prolongando a vida útil da tecnologia.

Foto: Rafael Oppelt/Coagril

Referências: Yu, Q., Han, H., Li, M., Purba, E., Walsh, M. J., & Powles, S. B. (2012). Resistance evaluation for herbicide resistance-endowing acetolactate synthase (ALS) gene mutations using Raphanus raphanistrum populations homozygous for specific ALS mutations. Weed Research, 52(2), 178-186. Cechin, J., Vargas, L., Agostinetto, D., Lamego, F. P., Mariani, F., Magro, T. D. (2017). Mutation of Trp-574-Leu ALS gene confers resistance of radish biotypes to iodosulfuron and imazethapyr herbicides. Acta Scientiarum. Agronomy, 39(3), 299-306. Heap I.M. 2019. International Survey of Herbicide Resistant Weeds. Weed Science Society of America; [assessed on: sep 20 2019]. Available on: <http://www.weedscience.org/>. Powles, S. B., Yu, Q. (2010). Evolution in action: Plants resistant to herbicides. Annual Review of Plant Biology, 61(4), 317-347.

Cultivar auxiliará o produtor no manejo de algumas plantas daninhas importantes no trigo, como azevém e aveia. REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ

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Rodrigues, b. N.; almeida, f. S. de. Guia de herbicidas. 6. ed. Londrina: Ed. dos Autores, 2011. 697 p.

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SAÚDE PÚBLICA

VACINAÇÃO E MONITORAMENTO DA FEBRE AMARELA NÃO DEVEM SER ESQUECIDOS

A

partir de dezembro de 2017 foi registrado o maior surto de febre amarela (FA) das últimas décadas. Em virtude desse surto, observou-se a expansão da área de circulação do vírus em municípios que não eram considerados áreas de risco, principalmente nas proximidades das grandes capitais metropolitanas das regiões Sudeste e Sul do Brasil. No Paraná, durante o período de 1º de julho de 2019 a 21 de janeiro de 2020, foram notificados 64 casos, sendo 49 descartados e 15 em investigação. A médica veterinária do Centro

de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS) da Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (SESA), Paula Linder explica que o ciclo urbano da febre amarela ocorre quando o mosquito Aedes aegypti transmite o vírus para as pessoas. Já o ciclo silvestre/rural, os mosquitos dos gêneros Sabethes e Haemagogus transmitem a doença aos macacos e aos humanos que adentram à mata por algum motivo. “O vírus é o mesmo, o que muda é o tipo de mosquito vetor da doença”, ressalta. Paula destaca ainda que os macacos (como por exemplo, o bugio) não são transmissores da doença,

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Paula Linder, médica veterinária do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS), da SESA

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mas vítimas, assim como os humanos.“Os macacos são os primeiros a adoecer, pois vivem nas matas e são a grande fonte de repasto sanguíneo dos mosquitos que transmitem a febre amarela. Ao morrer, eles nos mostram onde o vírus está circulando. Matar os macacos não evita a doença, além de confundir e atrasar o serviço da vigilância em saúde dos municípios, que precisa realizar os procedimentos de coleta de amostras em animais para identificar se morreram de febre amarela”. A médica veterinária repassa ainda as ações que devem ser tomadas se for avistado algum macaco morto de qualquer espécie, em regiões rurais ou silvestres.“Não se deve tocar na carcaça e ligar imediatamente para a Vigilância em Saúde municipal, mesmo nos finais de semana e feriados. Este ato é muito importante para o monitoramento da doença”. Os principais sintomas da Febre Amarela nos seres humanos são febre, dor de cabeça, dor no corpo, náusea e vômito, fraqueza e dor abdominal. Nos macacos, segundo Paula, a doença se comporta da mesma forma. “Mas o que observamos é que eles ficam letárgicos, prostrados, muitas vezes no solo (fora das copas das árvores que é o habitat normal deles) e sem fugir da presença humana”.

Vacinação é melhor forma de prevenção

Em janeiro, mais de 20 macacos mortos foram encontrados na região de Guarapuava. Só no município foram cinco animais no distrito de Guairacá e um no Jordão. Em Turvo, seis macacos foram encontrados e em Pitanga outros sete. Todos os animais foram recolhidos e levados para análise na UFPR (Universidade Federal do Paraná). Ainda aguardando o resultado das análises, a Secretaria Municipal de Saúde de Guarapuava reforçou o chamado para vacinação, com um adendo: neste ano há o reforço da vacina para crianças até cinco anos de idade. Para pessoas com mais de cinco anos, a dose da vacina é única. No meio rural, a diretora da Vigilância Epidemiológica, Chayane

A diretora da Vigilância Epidemiológica, Chayane Andrade e o secretário municipal de Saúde, Celso Goes

Andrade destaca que já foi realizada uma intervenção pela equipe da saúde em algumas comunidades, conscientizando a população da importância da vacinação contra a Febre Amarela. “Nossa equipe foi casa a casa fazendo este chamado. E pretendemos retornar novamente em algumas comunidades, como no Guará, por exemplo”. Segundo o secretário municipal de Saúde, Celso Goes, mais de 20% da população de Guarapuava ainda precisa ser vacinada.“Para o público rural, em especifico, é importante ressaltar que, por exemplo, se um produtor rural tiver um volume de funcionários e da família, basta fazer um agendamento na Vigilância Epidemiológica, que nós podemos mandar uma equipe até a propriedade rural para fazer a vacinação. Basta reunir todos no mesmo horário e entrar em contato”. O mesmo pode ser feito em associações rurais. Além da vacinação, outra medida preventiva pode ser tomada: a eliminação dos focos de criadores do mosquito Aedes aegypti, já que além de transmitir a dengue e outras doenças, ele também é transmissor da Febre Amarela.“Monitoramento da água parada nas casas ou propriedades rurais é muito importante, não só agora, mas sempre. Nós sabemos que tem muita captação de água e cisternas em propriedades rurais, então pedimos atenção para eliminar os focos de criadores do mosquito”, sinaliza Goes.

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Chayane finaliza fazendo uma observação importante: “a febre amarela é uma doença infecciosa grave, que pode levar à morte se não for tratada de imediato. E ela é imunoprevenível, basta se vacinar”. No município, todas as UBS (Unidades Básicas de Saúde) estão disponibilizando a vacina para a faixa etária entre nove meses e 59 anos, com exceção da unidade do Feroz. Para se imunizar, é necessário apresentar a carteira de vacinação, cartão do SUS e um documento com foto. As unidades de Pronto Atendimento do Batel, Primavera, e Trianon não realizam a vacina. Após a leitura da caderneta, será verificada a necessidade de aplicação da dose. Em caso de dúvida se tomou ou não a vacina, a equipe de saúde orienta se vacinar.

PARA MAIS INFORMAÇÕES: Vigilância Epidemiológica e Sanitária em Guarapuava

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(42) 3624-4819 Secretaria Municipal de Saúde

(42) 3621-3702


SANIDADE AGROPECUÁRIA

CONSELHO REALIZA PRIMEIRA REUNIÃO DO ANO

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Conselho de Sanidade Agropecuária (CSA) de Guarapuava realizou sua primeira reunião de 2020, dia 5 de fevereiro, no Sindicato Rural de Guarapuava, tendo por tema o status do Paraná como Área Livre de Aftosa sem Vacinação e definindo duas metas principais para preservar a sanidade dos rebanhos: a uniformização das informações entre os profissionais de assistência técnica no campo e a vigilância da sanidade dos rebanhos no trânsito de animais dentro do território paranaense e em suas fronteiras com outros estados ou países vizinhos. Membro do CSA, a supervisora regional da ADAPAR em Guarapuava, veterinária Márcia Zago, disse à REVISTA DO PRODUTOR RURAL que o encontro foi para definir ações:“O que foi discutido é a programação, o planejamento de trabalho do CSA para o ano”. Ainda de acordo com ela, após a retirada da vacinação no ano passado, é a partir de 2020 que as medidas se intensificam para consolidar a posição alcançada pelo Paraná. A vigilância sobre o trânsito de animais, exemplificou, se tornou ainda mais importante, com a entrada em vigor, em 6 de janeiro, de novas normativas.“Como não tem mais a vacinação, aumentam então os controles”, declarou, mencionando a atenção aos Corredores Sanitários (rotas para o deslocamento de rebanhos no estado). Para que aquela e outras medidas sejam implementadas e acompanhadas na prática, o CAS, segundo declarou a supervisora regional da ADAPAR, busca difundir a conscientização:“O conselho tem um papel muito importante nessa participação comunitária”. Para manter a prevenção à aftosa, o CSA, como informou outro de seus integrantes, vai equalizar as

CSA: principal assunto foram medidas para manter o status do Paraná como Área Livre de Aftosa sem Vacinação

informações da assistência técnica: “Essa reunião veio para mobilizar as lideranças da área, para fazer uma reunião com técnicos, veterinários, para uniformizar os procedimentos, para que a legislação fique clara para todos os profissionais”, disse o veterinário Celso Doliveira, do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná. Do lado do produtor, recordou, a tarefa é manter também algumas medidas já conhecidas: “Nos mesmos meses em que ocorria a vacinação (maio e novembro), o produtor rural tem que fazer a notificação do seu rebanho ( junto à ADAPAR), para poder continuar emitindo GTA, que é um documento que passa a ter uma importância ainda maior agora”. Também integrante do CSA, o presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, sublinhou que a saúde tanto de animais como de humanos tem hoje visibilidade internacional: “A gente

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está vendo toda essa questão do corona vírus na China. Cada vez mais o mundo está dependendo de sanidade. Para conquistar novos mercados, temos que ter produto de qualidade com sanidade”, afirmou. Botelho destacou ainda que outro tema da reunião foi a morte de macacos registrada recentemente em regiões do Paraná, como Guarapuava e Prudentópolis, que levaram as autoridades a analisar a circulação do vírus da febre amarela.“A gente pede que, por segurança, os produtores rurais, seus familiares e comunidades, procurem os postos de saúde verifiquem suas cadernetas de vacinação. Quem não tiver se vacinado, deve ser vacinar”, recomendou. Participaram também da reunião o chefe regional da SEAB em Guarapuava, Arthur Bittencourt Filho, o secretário municipal de Agricultura, Ademir Fabiane, além de veterinários e outros profissionais ligados ao setor rural.

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PREVENÇÃO DA RAIVA TRANSMITIDA POR MORCEGOS

CONTROLE OS MORCEGOS VAMPIROS EM SUA PROPRIEDADE. QUANDO DETECTAR MORDEDURA EM SEUS ANIMAIS, AP L I QU E A PASTA VAMPIRICIDA AO REDOR DA FERIDA, POR NO MÍNIMO TRÊS DIAS SEGUIDOS

NÃO TOQUE!

INFORME!

VACINE!

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MANCHETE

GUARAPUAVA E REGIÃO NA ROTA DAS VIAGENS TÉCNICAS DO AGRONEGÓCIO

Entre final de janeiro e fevereiro, centro-sul do PR recebeu visita técnica de pelo menos quatro grupos de produtores rurais – no roteiro, cooperativas e propriedades

N

o setor rural de Guarapuava e região, o ano de ���� começou reafirmando a posição do centro-sul do Paraná como um dos locais que vêm atraindo a atenção de produtores brasileiros e estrangeiros em busca de ampliar conhecimentos. Entre o final de janeiro e a primeira quinzena de fevereiro, vários grupos de agropecuaristas ou profissionais ligados ao agronegócio incluíram este ponto como escala de suas viagens técnicas. Partindo de lugares tão diversos como Nova Zelândia, Alemanha, Mato Grosso, Santa Catarina e Pará, eles vieram ver de perto segmentos que ao longo do tempo cresceram e se destacaram ‒ coope-

rativas da agricultura e da pecuária, que orientadas por uma gestão cada vez mais profissional seguiram investindo em indústrias de grande porte, verticalizando a produção dos cooperados e promovendo eventos técnicos para compartilhar a inovação; propriedades tecnificadas que muitas vezes registram produtividades em lavouras de verão ou inverno superiores às médias nacionais; famílias de produtores à frente de fazendas com cerca de um século de existência ou mais, que hoje realizam a sucessão para as novas gerações e demonstram ousadia, se aprofundando em opções de produção como a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF). Com isso, além de gerar informação técnica para

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agricultores e pecuaristas locais, o setor rural de Guarapuava e região se desenvolve também como um espaço para difusão de experiências entre visitantes e anfitriões. Neste ambiente de expansão das visões sobre modelos produtivos, as cooperativas e as entidades de representatividade do agro, como os sindicatos rurais, as federações estaduais da agricultura, ao lado de vários agricultores e pecuaristas, têm se destacado como organizadores das viagens técnicas ou apoiadores de etapas locais dos roteiros pelas regiões percorridas. A REVISTA DO PRODUTOR RURAL inicia o ano com uma reportagem que apresenta o significado de abrir as porteiras para novas idéias e novos tempos.

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Grupo da Europa e N. Zelândia em Entre Rios (Foto: Assessoria/Agrária)

Um grupo de produtores vindo de países como Alemanha, Suíça, Luxemburgo e Nova Zelândia, passou pelo centro-sul do Paraná, nos dias 29 e 30 de janeiro, com o objetivo de conhecer agricultura e agroindustrialização. No distrito de Entre Rios, o roteiro incluiu a Agrária. Fundada em 1951 por imigrantes suábios do Danúbio que se fixaram no município, a cooperativa se destacou por realizar pesquisas agrícolas para gerar informação regional sobre soja, milho, trigo, cevada e aveia (entre outras culturas), por verticalizar a produção dos cooperados com várias indústrias (moinho de trigo, maltaria, fábrica de rações, de óleo e farelo de soja, ao lado da industrialização de milho) e por promover dois dos prin-

cipais eventos técnicos do calendário agrícola regional: o Dia de Campo de Verão e o WinterShow. O grupo do exterior conversou com o coordenador de Assistência Técnica e diretor administrativo da Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária (FAPA), Márcio Mourão. Em entrevista à REVISTA DO PRODUTOR RURAL, ele reafirmou a importância do intercâmbio de experiências. “A gente acredita que este tipo de relacionamento, essas visitas técnicas, a formação de networking, a troca de experiências são fundamentais para a melhoria de qualquer processo. Isso tem se intensificado e tem sido muito produtivo, porque os interessados conseguem ver, in loco, o que muitas vezes hoje se coloca em sites, em matérias. Eles conseguem comprovar pelo visual, pelo maior contato, o que é discutido muitas vezes de uma maneira mais teórica”, comentou. Mourão analisa que as visitam divulgam e reconhecem o trabalho do setor rural regional.“Para a cooperativa Agrária também é de muita importância receber esses visitantes, pela divulgação do nome da cooperativa e da região como sendo de muita tecnologia aplicada na agricultura. A procura de grupos do exterior e de outras regiões do país comprova o elevado nível de tecnologia aplicado aqui”(a assessoria de comunicação da Agrária informou ainda que apenas do início do ano até o dia 12 de fevereiro, a cooperativa já havia recebido três outras visitas técnicas, entre parceiros, pessoas de outras cooperativas e de universidades). Também em Entre Rios, outra etapa do itinerário foi uma propriedade de suinocultura do Grupo Leh, que abrange, ao todo, a criação de bovinos, ovinos, agricultura com lavouras

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de verão e inverno e silvicultura. Dividindo com familiares a gestão das atividades, Wienfried Leh enalteceu a importância das viagens técnicas e considerou que o contato entre produtores locais e de outros lugares deveria ser até mais intenso.“Poderíamos estar melhor visitados e deveríamos estar visitando mais, pelo tanto que a tecnologia evolui”, pontuou. Ele recordou que tem recebido, há vários anos, produtores do Brasil e do exterior e que realiza com alegria a tarefa de explicar seu sistema produtivo, frisando que apenas a entrada nas granjas não é permitida devido a normas para manter a sanidade animal. Ele assinalou ainda que mais agropecuaristas locais também deveriam se encontrar com os grupos que visitam propriedades em Guarapuava e região, visando ampliar o intercâmbio de experiências:“Seja no sindicato, na cooperativa, numa fazenda, para ter uma interação maior”.

Sucessão familiar

Voltado à suinocultura, Leh detalhou que, desta vez, o foco dos visitantes foi a sustentabilidade econômica das propriedades ao longo das gerações:“O que interessa muito para eles é como funciona a questão da sucessão familiar, da permanência da juventude no campo. Falei sobre como a gente enfrentou a sucessão”, disse, referindo-se à sua família. E completou destacando uma característica dos produtores estrangeiros que tem recepcionado: “São grupos de pessoas, na média, de 50 a 70 anos. Ou seja: a geração nova é que não está vindo. Então, eles querem saber como a gente faz essa introdução dos filhos na atividade”.

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Suinocultor Wienfried Leh: sucessão familiar interessa aos europeus

O produtor rural de Entre Rios conclui que a troca de ideias é construtiva para visitantes e anfitriões, independente do lugar de origem: “São extremamente importantes essas vindas, seja do exterior ou daqui mesmo”.

Rentabilidade

Outra escala dos produtores do exterior ocorreu em uma propriedade do Grupo Reinhofer. Pertencente às gerações mais novas de sua família, Robert Reinhofer concorda que o diálogo com visitantes ajuda a ampliar a visão sobre o setor e citou os temas que despertaram interesse:“É válido, pela troca de experiência e situações vividas, em outras regiões ou países, as dificuldades atuais e o que o produtor está fazendo para as reverter. Na última semana, recebemos um grupo da Suíça. Há um grande interesse no manejo que utilizamos, rotação de culturas, plantio direto, sustentabilidade, rastreabilidade de grãos, mas principalmente produtividade e custos de produção, ou seja, rentabilidade. A grande preocupação da maioria é como sobreviver nesse setor cada

Visitantes estrangeiros no Grupo Reinhofer

vez mais competitivo, que remunera cada vez menos e recebe cada vez mais pressão dos setores políticos e ambientais”, declarou em entrevista.

Sistemas Integrado de Produção Agrossilvopastoril

No dia 30, antes de seguir viagem, o grupo se dirigiu a uma das propriedades que praticam a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) na região, a Fazenda Capão Redondo (Candói), do presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, para conhecer aquele tipo de produção. Embora o giro no local tenha sido cancelado de última hora, devido à chuva, a troca de idéias foi mantida durante uma parada nas proximidades da propriedade, à margem da BR 277. Médico veterinário da assistência técnica do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IAPAR/EMATER) em Guarapuava, Celso Doliveira apresentou ações locais do IDR ou das quais o instituto participa.“Foi explicado como é que funciona o Projeto Leite Competitivo Sul, na área de bovinocultura de leite, quais são os critérios de enquadramento dos produtores aos quais damos assistência técnica, e como a gente vai promovendo a inclusão produtiva e a evolução tecnológica desses produtores”, relatou. Na pecuária de corte, Doliveira citou que o IDR participa do Plano Pecuária Moderna, lançado no Paraná em 2015, orientando a implantação dos Sistemas Integrados de Produção Agrossilvopastoris.“Isso também despertou um grande interesse para eles, porque são áreas em que não está havendo desmate – está havendo fertilização, promovendo melhoria na produção da erva-mate, do pinheiro, das espécies nativas, au-

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Veterinário Celso Doliveira – IDR

mentando o número de cabeças por área, principalmente para a produção de bezerros”.

Forrageiras de inverno na ILPF

Lembrando que ILP se pratica em várias partes do Brasil, o veterinário ressalta que a seu ver, um dos temas que tem atraído visitas técnicas rurais é o modelo adotado em Guarapuava e região devido ao clima frio.“Tanto na ILP quanto na ILPF, o fato de a gente usar forrageiras de inverno é um diferencial. O que tem de novidade aqui em Guarapuava é um projeto ainda em situação embrionária, que é essa integração com espécies nativas. Com espécies exóticas, em diversas regiões isso já vem sendo feito. Isso, acredito que ainda vai ter muita pesquisa, muito o que se aprender nessa tecnologia”, considerou. O presidente do Sindicato Rural de Guarapuava também falou com os visitantes, detalhando o modelo de ILPF específico de sua propriedade. Da empresa que realizou o roteiro e guia do grupo no trajeto, Suzy Tietz contou que a programação total incluiu Argentina, Uruguai e, no Brasil, os estados do Paraná e São Paulo. Conforme comentou em entrevista, a seu ver, o centro-sul paranaense tem atraído visitas técnicas de produtores devido à diversificação das atividades

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Grupo de produtores da Europa e N. Zelândia conversou com pres. do Sindicato Rural, Rodolpho Botelho, sobre ILPF

rurais:“O interesse pelo Brasil e principalmente pela região do Paraná, que é o segundo maior produtor de grãos do país, é muito grande. Como (em Guarapuava) vocês têm o cultivo da cevada, criação de gado, suínos, é uma região que tem soja, milho, automaticamente é uma referência”.

Do Mato Grosso para Guarapuava e região, com apoio do SENAR

Dias depois, Guarapuava permaneceria na rota das visitas técnicas. Num giro organizado pelo SENAR-MT e sindicatos rurais de alguns municípios do Mato Grosso com apoio da FAMATO (Federão da Agricultura daquele estado), um grupo de produtores, entre agricultores e pecuaristas de corte e de leite, ao lado de membros das entidades organizadoras, partiu de Cuiabá, em 2 de fevereiro, e percorreu mais de 1.500 quilômetros para conferir a agropecuária e o sistema de representatividade e capacitação rural do Paraná. Depois de visitar, no dia seguinte, o Centro de Treinamento Agropecuário (CTA) do SENAR-PR em Ibiporã (Norte do PR), os matogrossenses passaram por Guarapuava, dia 4, em direção também à propriedade do presidente do Sindicato Rural de Guarapuava para conhecer a ILPF no local. Na fazenda, palestra apresentada por Botelho e pelo professor doutor Sebatião Brasil (Unicentro), especialista em forrageiras que há anos desenvolve pesquisas no local, apresentou conceitos que vêm norteando a produção, como qualidade genética, bem-estar animal, respeito ao meio-ambiente e apoio à pesquisa agropecuária. De acordo com os dados, a integração ocorre com pecuária de corte (750 bovinos e 350 ovinos),

pastagens de verão e de inverno (tifton, aruana, papuã, aveia preta de cobertura, branca para pastagem e azevém tetraplóide), controle de piquetes (registro da área de cada um, do tipo de pastagem, datas de entrada e saída dos animais e unidade animal/ hectare), ao lado de eucalipto (entrelinhas de 30 metros) e agricultura (em 2018/2019, soja teve produtividade de 4,2 mil kg/ha; milho, perto de 12,9 mil kg/ha; e trigo, 3,6 mil kg/ha).“Um dos focos principais aqui é o melhoramento de pastagem, trabalhar com o maior tempo possível dos animais a pasto”, detalhou o presidente do Sindicato Rural de Guarapuava. Logo após a apresentação, os visi-

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tantes foram ver o trabalho no campo. Coordenador técnico do SENAR-MT, Wlademiro Silvano Pereira Neto destacou em entrevista que a visita proporcionava o contato com perspectivas diferentes:“Essa semana foi preparada para o grupo de produtores na intenção de levá-los a conhecer um pouco mais de tecnologias que já são de fato utilizadas e que têm um resultado positivo. Esta propriedade é um marco: é histórica, vive o trabalho de sucessão familiar e também utiliza lavoura-pecuária-floresta de uma forma integrada. A gente consegue vivenciar e perceber o empenho da tecnologia

Coordenador Téc. SENAR-MT, Wladomiro S. Pereira Neto: Centro de Excelência para ILP

Grupo do MT: viagem de mais de 1.500 km para conhecer ILPF em Candói – Palestra e giro de campo na Faz. Capão Redondo

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para que se tenha melhores resultados em cada uma das atividades”. Em sua avaliação, a compreensão da integração precisa ser ampliada: “No MT, existem propriedades que implementam esta tecnologia, mas entendemos que o sistema de fato precisa ser desenvolvido. O produtor precisa entender e valorizar esse trabalho de consórcio entre as cadeias produtivas, para que tenha uma maior rentabilidade”. Ele antecipou ainda uma novidade que promete impulsionar a ideia dos sistemas integrados em seu estado:“O Mato Grosso foi contemplado com um Centro de Excelência. É um projeto nacional do SENAR Brasil. A nossa unidade será em Tangará da Serra, focada no trabalho de integração lavoura-pecuária-floresta. A licitação aconteceu no final do ano passado e as obras se iniciam neste ano. A implantação deste centro será um marco na socialização do conhecimento específico. Acreditamos que os produtores terão mais acesso a essas tecnologias e que, com isso, a integração vai se tornar mais comum no MT”. Para outro participante do grupo, o presidente do Sindicato Rural de São José dos Quatro Marcos (MT), Alessandro Casado da Silva, o que chamou a atenção foi a sustentabilidade econômica da fazenda, que como outras na região surgiu no século 19 e desde então passa de geração a geração.“Isso é uma preocupação para nós. Os filhos estão saindo para estudar, muitas vezes deixando a zona rural, que é a nossa atividade principal. Hoje, já temos um programa, da FAMATO/SENAR-MT, a Sucessão Familiar, que é para trazer o interesse dos nossos filhos para ficarem ainda na propriedade”.

Supervisor do SENAR-PR em Guarapuava, Aparecido Grosse

do Grosse, afirmou que atualmente o conhecimento é o recurso mais importante também no setor agropecuário. Ele enalteceu a troca de experiências das viagens técnicas, tanto entre os produtores, quanto entre os colegas do SENAR de diferentes estados: “Acho que estamos num momento de comunicação entre ambas as partes. Essas visitas conseguem fazer com que a gente reflita sobre os nossos trabalhos e fale sobre os que estão dando resultado na região”. Grosse apontou ainda que a difusão e a uniformização de conhecimentos técnicos rurais, como nos cursos do SENAR, têm seu significado no Paraná e em outros estados, contribuindo para a tomada de decisões do produtor na lida diária:“Mesmo que as pessoas tenham muitos conhecimentos, se esses conhecimentos não têm a mesma linha de pensamento, isso acaba criando algumas divergências até mesmo dentro da família. Quando temos qualificação profissional, todos começam a ter a mesma linha”. Nestas capacitações, frisou, o

SENAR trabalha com base científica, sem direcionamento comercial:“Levamos informação que é resultado de pesquisa, daquilo que está dando resultado. Então, se consegue nivelar as pessoas para trabalhar no mesmo sentido. Você acaba tendo ganhos tanto do ponto de vista do melhoramento da mão de obra quanto da própria relação humana”. A etapa final da programação da comitiva matogrossense no centro-sul do Paraná aconteceu no Sindicato Rural de Guarapuava, na manhã de 5 de fevereiro. Recepcionados pela gerente, Luciana de Queiroga Bren, o grupo conheceu as instalações e atividades, seguindo viagem depois a Cascavel, para visitar o Show Rural 2020 da Coopavel. Na mesma semana, Guarapuava e região seriam destino de mais um grupo – desta vez, produtores vindos de Campos Novos, no vizinho estado de Santa Catarina, onde se dedicam à agricultura e pecuária e participam do Projeto de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG), do SENAR-SC (Segundo o site da entidade catarinense de capacitação rural, o projeto surgiu de convênio entre o SENAR Central e o MAPA, com Santa Catarina sendo um estado pioneiro em sua implementação, no ano de 2016, com foco na pecuária leiteira). Organizado pelo Sindicato Rural daquele município e o SENAR-SC, o roteiro também levou os visitantes a Candói, para ver a ILPF na fazenda visitada dias antes pelo grupo do Mato Grosso.

Pres. Sindicato Rural de Rural de S. José dos Quatro Marcos, Alessandro C. da Silva

Acompanhando o grupo na propriedade, o supervisor da regional do SENAR-PR em Guarapuava, Apareci-

Sindicato Rural de Guarapuava recebeu produtores do MT

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Sanidade animal e vegetal

Em sua saudação de boas-vindas, o presidente do Sindicato Rural de Guarapuava relembrou que o agro tem contribuído para o fortalecimento da economia do Brasil e mencionou que, na economia atual, a sanidade dos alimentos de origem animal ou vegetal passou a ser uma condição para que o produtor brasileiro possa ter um maior acesso aos mercados: “O Brasil é o único país que tem capacidade de produzir mais alimentos sem mexer em florestas. É o segundo maior exportador de aves, o maior de carne bovina, o maior de soja e tem mercado para crescer, principalmente no sudoeste asiático, onde a demanda é muito grande”. Mas para aquele avanço, sublinhou Botelho, qualidade passou a ser obrigatória: “Isso que Santa Catarina tem feito, e que o Paraná está trabalhando, é para ter uma melhor sanidade animal e vegetal. Cada vez mais a briga comercial entre países vai ser em cima de qualidade e sanidade. O produtor tem que estar preparado para fazer seu trabalho de casa. Acho que toda tecnologia é bem-vinda, desde que traga resultado financeiro e harmonia ao meio ambiente”. A tarde prosseguiu com uma palestra sobre os principais aspectos da produção na fazenda e um giro pelo campo. Em entrevista, o presidente do Sindicato Rural de Campos Novos, Luiz Sérgio Gris Filho, agradeceu a recepção:“Primeiro, não poderíamos deixar de agradecer ao Sindicato Rural de Guarapuava por ter esse des-

Pres. Sindicato Rural de Campos Novos, Luiz Sérgio Gris Filho

prendimento de fazer essa interação. O nosso objetivo sempre é fornecer informações e tecnificar cada vez mais o nosso associado e principalmente os produtores que participam da assistência técnica e gerencial do SENAR lá de Santa Catarina”. Gris Filho fez uma avaliação positiva da visita:“Saímos daqui muito satisfeitos com o que vimos. O agronegócio, nessa interação entre associações, entidades e produtores, cada vez mais vai alavancar não só o Paraná e Santa Catarina como todo o Brasil. Hoje temos o objetivo de mostrar novas tecnologias, o que está sendo implementado nas propriedades aqui, para que os nossos produtores, quando voltarem, possam avaliar o que melhor vai dar um aproveitamento na sua propriedade”. Agrômomo e técnico do Projeto ATeG, Ricardo Clair Basso também conversou com a REVISTA DO PRODUTOR RURAL: “A visita a outras propriedades é de extrema importância. Os produtores (do grupo) já trabalham num sistema ILP. Eles vêm buscar um aperfeiçoamento, melhorar o manejo produtivo”. Basso avaliou que algumas semelhanças de relevo e clima entre o centro-sul paranaense e a região de Campos Novos, além do uso de algumas mesmas espécies de pastagens, tornava a visitação ainda mais proveito-

Grupo de SC: palestra apresentou sistema integrado na Fazenda Capão Redondo

Ricardo Clair Basso, agrônomo e técnico do ATeG

sa do ponto de vista técnico:“Fomos muito felizes hoje em realizar esta visita, pelas questões climáticas e de altitude e pela base forrageira também ser parecida”. Também o pecuarista Luiz Ângelo Fornara participou da visita. Voltado à cria, para a produção de terneiros das raças charolês e angus, ele disse valorizar o intercâmbio de experiências.“É muito importante trocar essas informações, ter conhecimento de outras regiões, sair um pouco da nossa realidade e ver o que acontece em outros estados, técnicas novas. O que nós vimos hoje, aqui, veio, de fato, solidificar esse pensamento. Sempre se aproveita alguma coisa.”, comentou. No dia seguinte, os produtores catarinenses encerrariam sua agenda técnica no Show Rural em Cascavel, aproveitando o momento para visitar o espaço da Cooperaliança no evento.

Visita a campo: semelhanças de clima e forrageiras

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Pecuarista Luiz Ângelo Fornara: “É muito importante trocar informações”


Cooperativas de carnes chamaram atenção Pecuaristas do Pará e do Maranhão: visita ao Sindicato Rural

Pecuaristas do Pará

O mesmo interesse em tecnologias para a bovinocultura e em associativismo, faria outros bovinocultores de corte percorrer uma distância ainda maior, de cerca de 2.400 km, do sul do Pará e do Maranhão ao Paraná. Unidos em torno de uma associação que criaram e interessados em fundar uma cooperativa para obter melhor remuneração por seu produto, os paraenses vieram conhecer as experiências de empreendimentos paranaenses que em anos recentes se tornaram conhecidos no segmento de carnes, como as cooperativas Maria Macia (Campo Mourão) e Cooperaliança (Guarapuava). No dia 14 de fevereiro, no centro-sul paranaense, a programação teve início com visitação ao Sindicato Rural e ao mesmo sistema de ILPF visto também pelos visitantes anteriores em Candói. Nascido em São Paulo e há 30 anos em terras paraenses, onde na pecuária trabalha com nelore e aberdeen angus no cruzamento industrial, Geraldo Pereira de Freitas disse que a viagem técnica foi uma iniciativa dos próprios bovinocultores.“Temos uma associação de pecuaristas do sul do Pará, onde hoje somos 80. Estamos muito unidos. Vimos que as indústrias frigoríficas estão cada dia mais se conversando e é global esta

Geraldo Pereira de Freitas (PA)

fusão de multinacionais para continuar no mercado. Então, nós, pecuaristas, saímos da porteira, e estamos nos conversando mais, trocando mais ideias, e botando na mente de cada produtor que não somos concorrentes. Precisamos estar juntos, porque ninguém é melhor sozinho do que junto”, declarou.

Outro participante, Lázaro de Deus Vieira Neto, com experiência em várias raças bovinas de corte, detalhou o objetivo da viagem:“O motivo de nossa visita foi conhecer as cooperativas com viés pecuário. Na nossa região, produzimos uma carne de boa qualidade, mas não temos valor agregado. Então, formamos esse grupo, onde todos têm o mesmo ideal, de montar uma cooperativa para que a gente possa vender uma carne de qualidade, com valor agregado”.

Oportunidades no Pará

Segundo acrescentou, seu estado oferece oportunidades no setor rural também para quem vem de outros lugares:“No sul do Pará, hoje, temos terra com documento, não temos essa violência no campo igual falam. Não existe trabalho escravo. Têm muitos paranaenses muito bem sucedidos lá. Há mais de 20 anos temos lavoura na nossa região (Redenção). Nunca tivemos frustração de safra. As chuvas são de 1.900 a 2.100 mm bem distribuídos, entre outubro e maio. Então, no sul do Pará, vamos dizer que 80% das áreas dão safrinha de milho”.

Lázaro de Deus Vieira Neto

No final da tarde, o grupo conheceu a Cooperaliança. Estabelecida há 12 anos, a cooperativa conta hoje com cooperados em todas as regiões do Paraná; em seu Projeto Bovinos, dispõe de certificação Angus e produz o Novilho Precoce (animais de até 24 meses); no Projeto Ovinos, lançou o Cordeiro Guarapuava e promove o encontro técnico anual Ovinotec, para debater desafios e tecnologias

Interessados em fundar cooperativa de carne, visitantes conheceram a Cooperaliança

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para a ovinocultura; na industrialização, prevê a inauguração, ainda no primeiro semestre deste ano, de um frigorífico próprio em construção no distrito de Entre Rios. No local, os paraenses conversaram sobre manejo, mercado e rentabilidade com o presidente, Edio Sander, e com a gerente do Projeto Bovinos, veterinária Marina Azevedo, que os conduziram num giro pelo canteiro de obras. O produtor Carlos Henrique Pereira Pimenta disse ter visto no Paraná realidades que podem ajudar a balizar o projeto da associação.“Em cada uma (cooperativa) que passei, vi um diferencial, algo que pude agregar nos meus conhecimentos para a futura cooperativa que queremos abrir”, analisou. Entre os anfitriões dos grupos, o presidente do Sindicato Rural, Rodolpho L. W. Botelho disse ver que, com o tempo, agricultores, pecuaristas e

Carlos Henrique Pereira Pimenta

universidades no centro-sul do Paraná, tem produzido também informação e divulgado conhecimento – em sua análise, o fato, somado às condições específicas de produção, chama a atenção. “Já há um bom tempo, Guarapuava têm sido um difusor de informação, de tecnologia, do setor agropecuário. Tanto nas culturas de soja, milho, feijão, batata, cevada,

Rodolpho Botelho, presidente do Sindicato Rural de Guarapuava

trigo e aveia – e também na questão pecuária, com uma suinocultura também diferenciada. Isso tem despertado interesse de outras regiões, do setor produtivo, da assistência técnica e até da própria academia. Vários produtores estão trabalhando com sistemas extremamente interessantes, onde além de agregar valor, respeitam o meio ambiente”afirmou Botelho.

Região

Com ILP, fazendas elevam lotação de animais/ha A integração lavoura-pecuária (ILP), que foi um dos principais pontos debatidos por produtores de outros estados do Brasil em viagem técnica a fazendas do centro-sul do Paraná neste início de ano, tem sido adotada por algumas propriedades da região como alternativa para aumentar a utilização das áreas produtivas. Ao explicar aos visitantes a ILP aplicada na Fazenda Capão Redondo (Candói), o professor Sebastião Brasil Campos Lustosa (Unicentro), com pós-doutorado em Produção Vegetal em Sistemas Integrados de Produção Agropecuária, frisou no entanto que, para funcionar, aquela opção precisa ser implantada segundo critérios técnicos – manejar a pastagem como cultura, assinalou, cumprindo à risca as recomendações de momentos de entrada e sa-

ída dos animais nos piquetes, é um dos pontos mais importantes. Em entrevista à REVISTA DO PRODUTOR RURAL, no último dia 14 de fevereiro, ele comentou que, se praticada corretamente, a ILP possibilita intensificar o rebanho num mesmo espaço na comparação Prof. Sebastião Brasil - Unicentro com o pasto sem nenhum manejo: “Se eu aumento a área de lotação na pastagem, consequentemente aumento a receita da propriedade ção fria, como ocorria no passado: também como um todo. Estamos “Com a agricultura sobre essas acostumados aí, na média parana- áreas de campo, no inverno sobra ense, com 1,3 unidades animais por pasto”. Falando da lotação animal/ hectare – uma unidade seriam 450 hectare na ILP em nível local, o quilos. Nesse sistema (ILP), passa- professor assinala que os rebanhos mos de três até oito unidades ani- registram números elevados:“Hoje mais, dependendo da espécie forra- podemos dizer que a produção pegeira, da época do ano”. Na região, cuária em Guarapuava (em termos mencionou, a alternativa evita que de UA/ha) chega a ser 10 vezes supeos animais percam peso na esta- rior à média do estado”.

(Nota da Redação: a escolha do sistema produtivo a ser adotado na propriedade rural é uma decisão de cada produtor. Especialistas ouvidos em entrevista têm destacado que a ILP só traz os resultados esperados quando aplicada de acordo com conhecimentos técnicos sobre as forrageiras, as lavouras e as raças do rebanho. De acordo com eles, a decisão por um dos vários modelos de ILP depende também da situação do solo, relevo e clima específicos de cada propriedade, além de fatores como os pastos, as culturas e as raças de animais utilizadas, entre outros.)

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Visitantes de vários países, em diversas propriedades

Eles são produtores rurais, vêm de países como Alemanha, Estados Unidos, Canadá, Suíça, Holanda ou França, entre outros, e têm visitado Guarapuava e região para conhecer a agricultura e a pecuária que se faz por aqui. Com isso, estabelecem contato com vários produtores locais, que também ampliam seus conhecimentos ao recebê-los para uma troca de ideias sobre seus sistemas produtivos. A REVISTA DO PRODUTOR RURAL recorda algumas das viagens técnicas que em anos recentes têm feito escala no centro-sul do Paraná. Presenças que foram tema de matérias em nossas edições anteriores.

22 de janeiro de 2014: alemães no Sindicato Rural de Guarapuava, onde foram recebidos por diretores

1º de março de 2016: canadenses na fazenda de Helmuth Seitz

22 de janeiro de 2014: visitantes da Alemanha na propriedade de Manfred Majowski

16 de outubro de 2018: americanos no estande do Sindicato Rural no WinterShow, da Agrária

26 de fevereiro de 2016: americanos na propriedade do produtor Silvino Caus

14 de fevereiro de 2019: franceses em indústria de erva-mate na região

Milho: na região, produtividade ultrapassa as médias nacionais A cultura do milho de 1ª safra em Guarapuava e região tem chamado a atenção de produtores de outros estados do Brasil que realizam viagens técnicas ao Paraná. Em várias das lavouras tecnificadas do centro-sul do estado, as produtividades superam as médias nacionais. No país, o milho de 1ª safra, do período 2019/2020, tem estimativa de 6,13 mil kg/hectare, segundo Boletim de Safra da CONAB de fevereiro deste ano. No Paraná, de acordo com a regional da SEAB em Guarapuava (dados de 17 de fevereiro), o desempenho médio estimado é de 9,4 mil kg/hectare. Já nos agora 10 municípios abrangidos (antes eram 12) pela regional, a estimativa sobe para 10,6 mil kg/hectare. Vários produtores tecnificados de Guarapuava e região, no entanto, obtém 12 mil kg/ hectare ou mais, enquanto na Fazen-

da-Escola (Fazesc) da Unicentro, em Guarapuava, segundo o diretor, professor Marcelo Cruz Mendes, parcelas experimentais ultrapassam 18 mil kg/hectare, sinalizando o potencial da cultura. Em entrevista à REVISTA DO PRODUTOR RURAL, o diretor observa que os altos desempenhos do milho verificados hoje em dia são o resultado de vários fatores.“O primeiro é o elevado nível tecnológico dos produtores de milho na região, que vai desde a escolha do híbrido, bem como os tratos culturais. Um segundo ponto importante são as condições de clima de Guarapuava para a cultura, sendo a elevada altitude: a maioria das nossas regiões em torno da cidade estão acima de 900 m. A latitude: estamos a latitudes maiores sem ter temperatura extremamente baixa. A planta de

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Prof. Marcelo Mendes – Unicentro

milho gosta de dias quentes e noites amenas. A luminosidade: a planta de milho é muito eficiente em produzir fotossíntese, sendo a radiação solar incidente na cultura aqui na nossa região também muito boa. A pluvio-

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sidade ao longo do ciclo da cultura é bem distribuída”, explicou.“Estes fatores somados fazem de Guarapuava e região uma das melhores condições para produção de milho no mundo”, assinalou. Já na soja, para o professor Marcelo Mendes, a região busca consolidar as boas produtividades já alcançadas. “Em Guarapuava, uma particularidade muito forte em relação a ponto positivo da cultura, é que as restrições hídricas ao longo do ciclo da cultura são menores em comparação a outras regiões produtoras do Brasil. Outro ponto, que estamos melhorando substancialmente, é o surgimento de novas cultivares no mercado, recomendadas para altitudes elevadas. Não são todas as cultivares hoje disponíveis que são adaptadas para a nossa região. Isso se deve ao investimento em seleção de novos germoplasmas, por instituições públicas e privadas, melhorando a gama de cultivares alocadas para a nossa região”. Ele lembra, por outro lado, que também o centro-sul do Paraná não é homogêneo e pode haver variações no desempenho das lavouras. O diretor da Fazesc considera que uma boa

produtividade precisa ser construída: “De acordo com as escolhas e tomadas de decisões por parte dos produtores, agrônomos e responsáveis técnicos, as quais nem sempre são pensando somente na safra, mas sim no sistema de produção da propriedade (safra após safra). Estas escolhas agregadas ao sistema de plantio direto consolidado e à diminuição do potencial produtivo por perdas abióticas fazem a nossa diferença perante a outras regiões produtoras de grãos”. Ainda no levantamento da CONAB, na soja 2019/2020, a estimativa

de média nacional é de 3,34 kg/hectare, enquanto no Paraná, conforme a SEAB , este patamar é previsto em 3,7 mil kg/hectare, com 3,95 mil kg/hectare para Guarapuava e outros 9 municípios. Ao mesmo tempo, nesta cultura, vários são os produtores de alta tecnologia que vêm buscando elevar suas produtividades. O centro-sul do Paraná já teve, em 2017, um vencedor do Desafio de Máxima Produtividade do CESB (Comitê Estratégico Soja Brasil). Naquele ano, o primeiro lugar ficou com Marco Seitz, de Guarapuava, com 149,8 sacas por hectare.

Marco e Alexandre Seitz, 1º lugar no CESB 2017

Pegando a estrada

Também os produtores rurais de Guarapuava e região buscam mais conhecimentos em viagens técnicas. Várias destas iniciativas são organizadas, há anos, pelo Sindicato Rural e/ou por cooperativas. O destino são eventos de vários segmentos do agro, da erva-mate à produção de leite.

7 de julho de 2017: Produtores da região em Congresso de erva-mate – Bituruna/PR

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16 de agosto de 2019: caravana da Agrária e Sindicato Rural a Agroleite – Castro/PR

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LICENCIAMENTO AMBIENTAL

MENOS BUROCRACIA PROGRAMA DESCOMPLICA RURAL PROMETE AGILIZAR PROCESSOS DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL

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governador do Paraná, Carlos Massa Junior, assinou durante a Assembleia Geral da FAEP, no dia 27 de janeiro, um protocolo de intenções que lança o Programa Descomplica Rural. A iniciativa, que envolve a Secretaria de Desenvolvimento Sustentável e do Turismo (Sedest) e o governo estadual, visa promover o desenvolvimento sustentável por meio de ações que garantam agilidade na concessão de licenciamentos ambientais. A FAEP teve uma contribuição direta na construção da iniciativa, que visa proporcionar segurança jurídica, bem como processos qualificados e consistentes e que estejam de acordo com as

necessidades dos setores econômicos produtivos e da preservação ambiental. Para o presidente da FAEP, Ágide Meneguette, entre vários pontos, o principal mérito do Descomplica Rural é ter sido construído com a participação direta do setor produtivo, o que permite estar adequado com a realidade do campo. “O produtor vive com um emaranhado de burocracia, pois precisa bater em várias portas para conseguir tocar o seu negócio. O Descomplica Rural irá dar condição de trabalho. Ou seja, o governo irá fazer o favor de não atrapalhar os produtores”, ressalta. Na ocasião da assinatura do Protocolo de Intenções, o governador Carlos Massa Junior destacou o fato de que a nova metodologia criada irá permitir a

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abertura de empreendimentos rurais em poucos dias. “Processos que hoje levam três, seis meses, até um ano, serão feitos em poucos dias. E mais que isso, queremos tirar investimentos que estão na fila para que possam gerar empregos e riquezas e servir de exemplo para atrair novos investidores”, diz o governador. Márcio Nunes, secretário da Sedest, classificou o lançamento como um momento histórico. “Vivemos momento único, no qual conseguimos sentar todos na mesma mesa, nossos técnicos com os técnicos de sindicatos rurais, produtores e todos os nossos parceiros para unir esforço e escrever o Descomplica Rural”, enfatizou. “Esta é a primeira vez que surge um programa de go-

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verno com essa magnitude e que não é lançado em Palácio, mas junto com os produtores rurais, é um ato histórico, que reconhece o papel daqueles que querem investir no Estado do Paraná. O maior programa social que pode existir é a geração de empregos”, completou. De acordo com o presidente em exercício do Instituto Água e Terra (IAT), José Volnei Bisognin, o Descomplica Rural irá agilizar o processo de licenciamento ambiental no Paraná, inclusive tirando da fila cerca de 10 mil pedidos que estão em trâmite. “Irá facilitar muito a vida do homem do campo. Além de facilitar os pedidos de licenciamento ambiental, os prazos de operação foram dilatados, em alguns casos, em até dez anos, onde antes eram de dois”, destaca Bisognin. Em 2019, mais de 30 mil licenças ambientais foram emitidas no Paraná.

Texto e fotos: FAEP

O PROGRAMA

O Descomplica Rural pretende agilizar a liberação de licenças ambientais executando uma revisão criteriosa de normas e procedimentos da Sedest e entidades vinculadas. Uma das principais ações será a inserção do licenciamento dos empreendimentos que ainda são licenciados pelo Sistema Integrado Ambiental (SIA). Entre eles, estão: saneamento; cemitérios; fauna silvestre; geração, transmissão e subestação de energia; náuticos; minerários; rodoviários; aeroportos e aeródromos; atividades portuárias; transporte por dutos; além de obras diversas, como por exemplo dragagem, canais para drenagem, retificação de curso de água, entre outros. Outras frentes de trabalho abrangidas pelo programa serão a elaboração da resolução de pátio de caminhões; a revisão da Resolução CEMA nº 088/2013; a elaboração da resolução de piscicultura; a formulação da Portaria de regulamentação do Decreto nº 11.515/2018 – que dispõe sobre formas, prazos e procedimentos para a regularização ambiental das propriedades rurais no Estado do Paraná; entre outros.

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TRIO TRICAMPEÃO TRADICIONALISMO

FAMÍLIA TEIXEIRA CONQUISTA PREMIAÇÕES NO RODEIO INTERNACIONAL DE VACARIA

Alaor Teixeira, Geovani de Col Teixeira e Geovani Teixeira Filho: Laço Geração no Rodeio de Vacaria

Dario Araújo Chiott: 1º lugar na categoria Laço Duplas Quarto de Milha – amador e 2º lugar na categoria Laço Piá REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ

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Rodeio Crioulo Internacional de Vacaria, realizado de 1 a 9 de fevereiro, na cidade de Vacaria (RS), é o maior rodeio da América Latina, realizado desde 1958. Mais de 2000 inscritos passam pelas competições campeiras. Laçadores de Guarapuava e região marcaram presença no rodeio, com destaque para a família Teixeira (Candói-PR), que conquistou diversas premiações. O trio Alaor Sebastião Teixeira (avô), Geovani Teixeira (filho) e Geovani Teixeira Filho (neto) vem participando todos os anos do rodeio – sempre se destacando - e novamente conquistou o primeiro lugar na categoria Laço Geração. O trio é tricampeão nesta categoria. “Nós nascemos nesse meio, nosso pai nos criou dentro do tradicionalismo, passei para os filhos e os netos também já estão laçando. Estamos passando de geração a geração. Meu pai Alaor já participa do Rodeio de Vacaria desde 1976. Desde então, falhamos poucas edições”, conta Geovani Teixeira. Segundo ele, esta edição foi uma das que mais teve competidores. “Notamos um aumento expressivo de laçadores”. Além do Laço Geração, o neto de Geovani, Dario Araújo Chiott, filho de Priscila e Luciano Chiott e também neto de Iriberto Chiott, de apenas 11 anos, conquistou o primeiro lugar na categoria Laço Duplas Quarto de Milha – amador e primeiro lugar na categoria Laço Piá. “Mais do que a competição em si, é um momento de confraternização entre a nossa família, reencontro de velhos amigos e também uma oportunidade de fazer novas amizades. As vitórias são consequências”, reflete Teixeira. Geovani também fala sobre sua felicidade de ver o pai, Alaor Teixeira, de 82 anos, acompanhando os filhos, netos e ainda conseguindo competir. “Fizemos até uma pequena homenagem juntamente com o CTG Porteira do Rio Grande, que promove o Rodeio de Vacaria. Foi emocionante”. Ao todo, o Rodeio Crioulo Internacional de Vacaria apresentou 28 categorias de competições de laço nesta edição e contou com concurso de prendas, apresentações artísticas, shows e bailes.

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FEIJÃO

IAC 1849 POLACO

CULTIVAR CARIOCA DE FEIJOEIRO COM CICLO PRECOCE E TOLERANTE AO ESCURECIMENTO DO GRÃO ALISSON FERNANDO CHIORATO SÉRGIO AUGUSTO MORAIS CARBONELL

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Pesquisadores do Centro de Grãos e Fibras do Instituto Agronômico – IAC, Campinas – SP

os últimos anos, os programas de melhoramento genético de feijoeiro no Brasil têm trabalhado para o desenvolvimento de plantas que apresentem maior produtividade, porte ereto de planta visando colheita mecânica, tolerância ao escurecimento de grão, resistência aos principais patógenos que acometem a cultura como antracnose, mancha angular e murcha de Fusarium. Conseguir uma planta que apresente todas estas características simultaneamente é muito difícil, mas grande parte destas deve estar presentes para que uma cultivar se sobressaia frente ao mercado consumidor. Outra característica que vem ganhando muita importância nos últimos anos é a precocidade. Cultivares precoces são utilizadas principalmente quando o agricultor perde a janela de semeadura, onde neste caso a cultivar deverá ter um ciclo menor

para fechar corretamente dentro da safra de cultivo. Acontece que esta filosofia está mudando e atualmente os agricultores passaram a trabalhar com cultivares precoces de diferentes espécies como feijão, soja, milho e trigo, visando obter uma safra a mais durante o ano agrícola. Neste sentido, o programa de melhoramento genético de feijoeiro do IAC desenvolveu a cultivar de feijoeiro de tegumento carioca denominada IAC 1849 Polaco. Esta cultivar apresenta arquitetura semi ereta e hábito de crescimento determinado tipo I. O ciclo médio é de 75 dias da emergência à maturação fisiológica em função das condições ambientais de cultivo, sendo considerada de ciclo precoce. A cultivar IAC 1849 Polaco apresenta grãos de tegumento carioca. O peso médio de 1.000 sementes é de 250 gramas com tolerância ao escurecimento precoce do grão. A tolerância ao escurecimento do grão da cultivar IAC 1849 Polaco permite o armazenamento por um período de até 150 dias, flexibilizando ao agricultor escolher o melhor momento para a venda da sua

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produção frente aos preços praticados pelo mercado consumidor. Sob condições naturais de cultivo, a cultivar IAC 1849 Polaco é resistente à antracnose (Colletotrichum lindemuthianum) e moderadamente resistente a mancha angular (Phaeoisariopsis griseola), a murcha de fusarium (Fusarium oxysporum), ao crestamento bacteriano (Xanthomonas campestris) e a murcha de Curtobacterium (Curtobacterium flaccumfaciens pv. Flaccumfaciens). A cultivar IAC 1849 Polaco é recomendada para o cultivo na época das águas, da seca e de inverno nos estados de São Paulo, nas safras das águas e seca nos estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul. Recomenda-se o espaçamento entre linhas de 50 cm e 12 plantas por metro linear resultando em 240.000 plantas por hectare. A IAC 1849 Polaco foi registrada no MAPA/RNC em 2019 com o número 41704 e tem produção de sementes disponível no Núcleo de Produção de Sementes do Instituto Agronômico – IAC, localizado em Campinas – SP.

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CANDÓI

DIA DE CAMPO DESTACA CUIDADOS NA CULTURA DO FEIJÃO E SILAGEM DE MILHO

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Emater, por meio do Projeto Centro-Sul Feijão-Milho, organizou no dia 30 de janeiro, um dia de campo voltado à cultura do feijão e produção de silagem de milho, em uma propriedade rural na Comunidade Santa Marta, em Candói. O evento teve apoio da Prefeitura Municipal de Candói, Syngenta e Instituto de Desenvolvimento Rural (IDR).

“A Emater busca por meio desse projeto auxiliar o pequeno agricultor para ter uma boa renda, desde a implantação da cultura do feijão e do milho, principalmente, para uso de silagem para os animais. E auxilia também no manejo destas culturas, para que eles tenham boa produtividade”, detalhou o engenheiro agrônomo da Emater, Hilário Milanesi.

Hilário Milanesi

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CONFIRA O RESUMO DAS PALESTRAS: Manejo de pragas, doenças invasoras na cultura do feijoeiro

THIAGO R. CANTO

Eng. Agrônomo da Syngenta

“A Syngenta tem um portfólio completo para controlar inseto no pré-plantio, desenvolvimento da cultura e herbicidas para controle de daninha e dessecação de feijão, que é uma prática que não é abordada hoje com abrangência total no estado, mas a Syngenta tem produto e ferramenta para trabalhar. Aqui na região, nós temos um grave problema com a doença antracnose, que acomete o feijão e a Syngenta tem produtos de qualidade para controlá-la. Dentro do projeto Centro-Sul Feijão-Milho da Emater, os produtores recebem um kit da Syngenta para trabalhar dentro de um hectare. Por isso, é importante que esses produtores que participam do projeto saibam detalhes dos produtos, como aplicar a dose correta e o momento correto da aplicação e o que o produto pode agregar para a cultura e para o produtor. Procuramos trabalhar isso dentro da consciência sustentável, com o sentido de que esses produtos devem ser aplicados somente quando necessário”.

Cultivares de Feijão – IAPAR

ELOIR MYSZKA

Técnico Agrícola IDR-IAPAR

“Para o projeto Centro-Sul Feijão-Milho da Emater vieram três cultivares desenvolvidas pelo IAPAR, dois do grupo carioca e um do grupo preto. Do carioca veio o IPR Campos Gerais, que é de ciclo normal tipo 2, em média, 80 dias, ele produz. Veio para a região por ser altamente produtivo, com produtividade de quase 4 mil kg/hectare. E é um material que tem ampla adaptação, se adapta em diversas condições de clima. Hoje se formos fazer uma pesquisa a nível de mercado, se ele não é o mais plantado, é o segundo mais plantado do Brasil. Além disso, é moderadamente resistente as principais doenças, como antracnose e mancha angular. Outra característica importante é que se adapta bem a solos ácidos. O outro do grupo carioca é o IPR Curió, que é de ciclo precoce. Foi lançado em 2011, com ciclo de, em média, 70 dias. Feijões de ciclo precoce dependem de maior cuidado, como uma adubação melhor. Ele não é uma variedade de alta produtividade pelo ciclo curto, mas já é adaptado para colheita mecânica, pois é robusto e fica em pé. Uma das caraterísticas do manejo que a gente recomenda é que se coloque mais sementes por metro, pode ser até 15. O do grupo preto é o Uirapuru. Este feijão já está há quase 20 anos sendo plantado no Brasil. Ele tem uma adaptação enorme e é plantado desde o Rio Grande do Sul até Goiás. A vantagem dele é que é o melhor feijão em termos de panela, com uma qualidade culinária muito boa. As desvantagens são que não é muito resistente a doenças e não é o melhor em termos de produtividade. Inclusive, precisa receber atenção com a doença de murcha curto bactéria, que mata o pé todo da planta e se manifesta, principalmente, em períodos de estiagem. Mas tem porte muito bom para colheita mecânica”.

Como reduzir as perdas e melhorar a qualidade da silagem de milho

MATEUS POCZYNEK

Médico Veterinário Emater

“A boa silagem começa desde o plantio do milho, sendo que é importante a adubação no momento do plantio, adubação de cobertura focando o aspecto de nutrição de planta, de colocar no solo uma quantidade de nutrientes que vai ser suficiente para a planta produzir aquilo que a gente almeja nos teores de produtividade. Partindo disso, uma lavoura bem estabelecida, a ponto de colheita, a gente já vai para os passos para o momento de ensilagem. Começamos com 100% de potencial, mas a cada ação incorreta, vamos perdendo o potencial dessa silagem. Um dos pontos fortes que a gente bate com o produtor é a questão do momento ideal para a colheita. Então muitas vezes acaba-se adiantando o ponte de corte, o que vai fazer com o que o produtor perca e deixe de produzir o principal elemento de uma silagem, que é o grão. Hoje uma lavoura de milho em que o produtor adianta o corte em cinco dias, ele vai estar perdendo, no mínimo, 25 sacas de milho. Temos dados de pesquisas que a cada dia que adiantamos o corte para a silagem, a gente perde, no mínimo cinco sacas por hectare. Além de colher menos grãos, poderá se ter uma silagem muito úmida, onde vai ter um processo fermentativo que não é o ideal. Tendo uma lavoura no ponto de colheita, o próximo passo é a regulagem de máquina, afiação das facas e ajuste de contra faca. Os demais cuidados são a qualidade da compactação, usar o trator pesado para compactar, uma boa lona pra vedação, higiene no processo de vedação e enchimento do silo. Vedação do silo o quanto antes, se possível, no mesmo dia, no máximo em dois. E depois cuidados na retirada da silagem, para que não ocorram perdas em excesso. Muito dos problemas são provenientes de silos fundos e grandes. É importante também ter uma quantia de corte ajustada, para ter uma silagem boa e não perder esse material que já está pronto no silo”. REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ

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FUNRURAL

Supremo Tribunal Federal reconhece a inconstitucionalidade da cobrança do Funrural sobre receitas decorrentes de exportação indireta

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DR. FÁBIO FARÉS DECKER E DR. FRANCISCO BITTENCOURT DE CAMARGO Advogados da Aliança Legal entre os escritórios Decker Advogados Associados e Trajano Neto e Paciornik Advogados

Com fulcro no artigo 195, inciso I, alínea “b”, da Constituição da República e artigos 22-A e 25 da Lei nº 8.212/1991, tanto os produtores rurais pessoas físicas, quanto as agroindústrias, sujeitam-se ao pagamento/ retenção da Contribuição para o Funrural e da Contribuição para o grau de incidência de incapacidade para o trabalho decorrente dos riscos ambientais da atividade – GIILRAT, que são tributos de competência federal e cuja base de cálculo é a receita bruta mensal auferida por tais contribuintes. Conceitualmente, esses dois tributos são considerados pela jurisprudência firme dos tribunais do País como sendo espécies do gênero “contribuição social”, uma vez que têm sua cobrança vinculada a uma atuação estatal específica, a qual, em termos finalísticos, é o próprio custeio da Seguridade Social. O artigo 149, § 2º, inciso I, da Constituição da República, por sua vez, ao veicular uma das chamadas “imunidades tributárias” existentes em nosso ordenamento jurídico, contém

previsão que proíbe a União de cobrar contribuições sociais (e também de contribuições interventivas) sobre receitas de exportação obtidas pelos contribuintes. O objetivo do legislador constituinte sempre foi bem claro e pode ser resumido na velha máxima – e ainda bastante atual no cenário de competição global vivenciado nos dias de hoje – de que “não se deve exportar tributos”. E por se tratarem de contribuições sociais, a Contribuição para o Funrural e a GIILRAT encontram-se abrangidas pela desoneração aplicável às exportações, como expresso no Texto Constitucional. No entanto, ao interpretar restritivamente a imunidade tributária em comento, a Secretaria da Receita Federal do Brasil houve por bem baixar instrumento normativo secundário (Instrução Normativa RFB nº 971/2009) no qual expõe seu entendimento de que a regra imunizante somente teria validade para aqueles casos em que o contribuinte vende diretamente sua produção para o comprador sediado/ domiciliado no exterior; não valendo, portanto, para as receitas obtidas em

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decorrência de remessa prévia ocorrida no mercado interno, ainda que o fim específico da operação seja a exportação futura. A posição da esfera de governo, enfim, determina a incidência das contribuições naqueles casos em que o produtor rural e a agroindústria valem-se da intermediação de “trading companies” para que seu produto alcance o comprador no exterior. Também, na visão do Fisco, as operações de saídas destinadas para companhias multinacionais sediadas no Brasil, ou mesmo entregas feitas para cooperativas, igualmente estariam sujeitas à cobrança dos dois tributos, ainda que as mercadorias envolvidas tenham como destino final o exterior. Afigura-se claramente inconstitucional a posição da Secretaria da Receita Federal do Brasil, por dois motivos principais. Primeiro, porque o artigo 149, § 2º, inciso I, da Constituição da República não distingue o tipo de exportação passível de ser abrangida pela imunidade nele estabelecida. Vale então tanto para a exportação direta, quanto para a exportação indireta. E onde o legisla-

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dor constituinte não difere, não cabe à Administração Pública, por ato infralegal, distinguir. Segundo, porque há na interpretação adotada pela esfera de governo flagrante ofensa ao princípio da isonomia, haja vista a inconstitucional distinção feita entre exportadores diretos e indiretos. Ora, ao admitir a imunidade tributária apenas nas vendas diretas ao exterior, o Fisco acaba por beneficiar as grandes empresas que têm maior inserção no mercado internacional, tornando mais onerosas as operações daqueles contribuintes de menor porte que necessariamente dependem de intermediários (“trading companies”, companhias multinacionais e cooperativas) para realizar suas exportações. E foram justamente esses argumentos adotados pelo Supremo Tribunal Federal ao apreciar de maneira praticamente conjunta a Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 4.735 e o Recurso Extraordinário nº 759.224 em sede de repercussão geral, ocasião em que o Plenário da Corte, por

unanimidade de votos, reconheceu a inconstitucionalidade da interpretação infralegal restritiva da imunidade tributária, garantindo, assim, a vedação da cobrança da Contribuição para o Funrural e da GIILRAT sobre as receitas obtidas pelos produtores rurais pessoas físicas e pelas agroindústrias em decorrência de operações de exportação intermediadas por empresas exportadoras. A tese jurídica para efeito de fixação de repercussão geral ficou assim definida pelos eminentes ministros: “A norma imunizante contida no inciso I do § 2º do art. 149 da Constituição da República alcança as receitas decorrentes de operações indiretas de exportação caracterizadas por haver participação negocial de sociedade exportadora intermediária”. O principal ponto pendente relativo ao julgamento, no entanto, diz respeito a um possível pedido da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional para que sejam modulados os efeitos dessa decisão judicial. A referida “modulação dos efeitos” nada mais é do que um mecanismo excepcional criado pela legislação e que busca reduzir o impacto orçamentário

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de decisões judiciais com grande repercussão financeira. Caso seja adotada pelos ministros julgadores, há risco de que se limite a devolução dos tributos recolhidos/retidos a maior no passado apenas para aqueles contribuintes que ajuizaram suas demandas antes da decisão da Corte Suprema, a qual foi proferida na data de 12 de fevereiro de 2020. Por derradeiro, aproveita-se a oportunidade para mencionar que o Sindicato Rural de Guarapuava impetrou mandado de segurança coletivo para que seja reconhecido o direito de seus filiados a não se sujeitarem à cobrança dos tributos referidos sobre as receitas de exportação indireta, bem como para que seja reconhecido o direito de devolução (restituição e/ou compensação) dos montantes pagos a maior nos últimos cinco anos. Como foi ajuizada antes de 12 de fevereiro de 2020, a existência dessa demanda coletiva, em tese, diminui o risco de os filiados terem seu direito limitado em decorrência de eventual modulação futura dos efeitos da decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal.

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COOPERATIVA DE CRÉDITO

SICREDI E FIPE DIVULGAM PESQUISA INÉDITA SOBRE IMPACTO DO COOPERATIVISMO DE CRÉDITO NA ECONOMIA DO BRASIL ESTUDO AVALIOU DADOS ECONÔMICOS DE TODOS OS MUNICÍPIOS BRASILEIROS; NAS REGIÕES ONDE HÁ UMA OU MAIS COOPERATIVAS, O IMPACTO AGREGADO EM UM ANO FOI DE MAIS R$ 48 BILHÕES, 70 MIL NOVAS EMPRESAS E 278 MIL POSTOS DE TRABALHO.

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Sicredi, em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), anuncia uma pesquisa inédita sobre os “Benefícios Econômicos do Cooperativismo de Crédito na Economia Brasileira”. O estudo, que avaliou dados econômicos de todas as cidades brasileiras com e sem cooperativas de crédito entre 1994 e 2017 e cruzou informações do Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE), chegou à conclusão que o cooperativismo incrementa o Produto Interno Bruto (PIB) per capita dos municípios em 5,6%, cria 6,2% mais vagas de trabalho formal e aumenta o número de estabelecimentos comerciais em 15,7%, estimulando, portanto, o empreendedorismo local. A pesquisa encomendada à Fipe pelo Sicredi, instituição pioneira do cooperativismo de crédito no Brasil, utilizou a metodologia de Diferenças-em-Diferenças, principal método científico para avaliações de impacto de políticas públicas no mundo. Os resultados estimados pelo Sicredi a partir do estudo, consideraram o bom desempenho econômico de 1,4 mil municípios que passaram a contar com uma ou mais cooperativas durante o período de pesquisa. Os cálculos do Sicredi, com base no estudo da Fipe, mostram um impacto agregado nestas cidades de mais de R$ 48 bilhões em um ano. Ainda, as cooperativas de cré-

dito foram responsáveis pela criação de 79 mil novas empresas e pela geração de 278 mil empregos. Manfred Alfonso Dasenbrock, presidente da SicrediPar e coordenador do Conselho Especializado de Crédito (CECO) da OCB afirma que com base na pesquisa da Fipe, um dos principais fatores que permitem que a cooperativa de crédito alavanque o desenvolvimento econômico local é a possibilidade de oferecer crédito com taxas de juros mais baixas, adequadas à realida-

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de dos seus associados. Conforme dados do Banco Central do Brasil, a taxa de juros cobradas pelas cooperativas de crédito são sensivelmente menores. Por exemplo, em 2019 a diferença de taxa de juros para microempresas foi de 20 pontos percentuais se comparada aos bancos tradicionais. Mesmo oferecendo crédito a públicos menos assistidos pelo sistema financeiro tradicional, como micro e pequenas empresas, segundo o Banco Central, o índice de ativos problemá-

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ticos de uma cooperativa de crédito, que considera, por exemplo, a inadimplência, ainda é menor que o índice dos bancos tradicionais. No Relatório de Estabilidade Financeira de 2019, o Banco Central apontou uma diferença expressiva nos ativos problemáticos, que chegaram a 5,9% nas cooperativas de crédito do Brasil, enquanto as instituições financeiras tradicionais tiveram 7,4%. Para Dasenbrock, a participação dos associados nas decisões de uma cooperativa de crédito é o grande diferencial do modelo de negócio. “O associado é, de fato, o dono do negócio e, por isso, precisa estar presente nas discussões a respeito dos rumos da sua cooperativa. No Sicredi, o relacionamento mais próximo com os associados contribui para sermos muito mais eficientes em reconhecer a capacidade de pagamento no uso do crédito, por exemplo, e com isso consigamos apoiar o desenvolvimento das pessoas e comunidades”, explica.

Multiplicador do Crédito Cooperativo A pesquisa da Fipe também calculou o Multiplicador do Crédito Cooperativo, um coeficiente que indica o impacto do crédito concedido pelas cooperativas no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro – cada R$ 1,00 concedido em crédito gera R$ 2,45 no PIB da economia e a cada R$ 35,8 mil concedidos pelas cooperativas, uma nova vaga de emprego é criada no país. De acordo com a Fipe, a inclusão financeira de famílias, pequenos produtores e empresas forma um ciclo virtuoso que fomenta o empreendedorismo local, reduz desigualdades econômicas e aumenta a competitividade e a eficiência no sistema financeiro nacional. A Fipe concluiu ainda que os princípios e a disseminação das cooperativas de crédito se mostram convergentes com objetivos maiores no campo das políticas públicas, tendo em vista o seu potencial impacto na redução das desigualdades econômicas e inter-regionais, bem como no aumento da concorrência e da eficiência no âmbito do Sistema Financeiro Nacional. O cooperativismo de crédito é um modelo de negócio presente em 118 países, segundo relatório do Conselho Mundial de Cooperativas de Crédito (Woccu 2018), reunindo mais de 274 milhões de associados e ultrapassando a marca dos US$ 2,19 trilhões em ativos. No Brasil, de acordo com o Banco Central, o cooperativismo de crédito está presente em quase metade (47%) das cidades e representa 2,7% dos ativos totais do Sistema Financeiro Nacional (SFN). Já são mais de 9,9 milhões de associados a 925 cooperativas de crédito com uma carteira de R$ 123 bilhões em depósitos e R$ 137 bilhões em crédito – aproximadamente R$ 250 bilhões em ativos totais. SOBRE O SICREDI

O Sicredi é uma instituição financeira cooperativa comprometida com o crescimento dos seus associados e com o desenvolvimento das regiões onde atua. O modelo de gestão do Sicredi valoriza a participação dos mais de 4 milhões de associados, os quais exercem papel de donos do negócio. Com presença nacional, o Sicredi está em 22 estados* e no Distrito Federal, com mais de 1.800 agências, e oferece mais de 300 produtos e serviços financeiros (www.sicredi.com.br). *Acre, Alagoas, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins. Facebook | Twitter | LinkedIn | YouTube |Instagram

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VIAGEM TÉCNICA

SINDICATO RURAL LEVA CARAVANA AO

SHOW RURAL

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São 720m² de feira agropecuária

Sindicato Rural de Guarapuava, em parceria com o Sistema Faep/Senar, levou no dia 5 de fevereiro, 45 produtores, trabalhadores rurais e parceiros para o Show Rural Coopavel, em Cascavel. Os participantes tiveram a oportunidade de visitar os 650 expositores presentes no evento. Promovido pela Cooperativa Agroindustrial de Cascavel (Coopavel), o Show Rural oferece anualmente pesquisas, tecnologias e novidades nas áreas de agricultura, máquinas e equipamentos; pecuária de corte e leite; avicultura e suinocultura; ovinocultura; hortifrutigranjeiros; piscicultura; administração rural; integração lavoura-pecuária; meio ambiente, entre outros. Quase 300 mil pessoas estiveram presentes nesta 32ª edição. Durante os cinco dias de evento (3 a 7 de fevereiro), R$ 2,5 bilhões foram movimentados. A associada do Sindicato Rural, produtora rural Karin Milla Detlinger avaliou positivamente a visita ao Show REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ

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A produtora rural Karin Milla Detlinger e a filha Paloma Detlinger

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Caravana Guarapuava

Rural. “Gostamos muito do evento e como estamos há apenas dois anos na atividade, temos muito o que aprender. Acho o Show Rural ótimo para sairmos de conceitos pré-estabele-

cidos e conhecermos novas marcas e tecnologias, uma vez que essas se apresentam em um grande número de expositores e pessoas dispostas a apresentar seus produtos”.

Produtores, trabalhadores rurais e parceiros no Show Rural 2020

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PECUÁRIA DE CORTE

FAZENDA CRISTAL: EFICIÊNCIA NO SISTEMA DE PRODUÇÃO

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pecuarista João Arthur Barbosa Lima está na atividade de bovinos de corte há mais de 25 anos. Ao longo do tempo, na Fazenda Cristal que possui 220 hectares, com 32 hectares destinados à pecuária de corte, ele vem melhorando o sistema de produção, conseguindo bons índices de produtividade e qualidade de carne, se tornando uma das referências na região. O sistema de produção é o semi-confinamento. Sua média é de 15 animais/hectare, enquanto a média nacional é apenas de quase 1 animal/ hectare. Cooperado da Cooperaliança Carnes Nobres, ele conta que para 2020 sua escala de entrega será de 1.020 animais, o que dará praticamente uma carga por semana. Para ele, tudo começa no alimento do animal. Investir em pastagem e ali-

mentação de qualidade tem sido sua prioridade. Os 32 hectares destinados à pecuária são divididos em 12 talhões, com diferentes tipos de forrageiras e milho para produção de silagem. Buscando mostrar aos seus colegas de atividades que é possível sempre melhorar e que pequenas modificações podem fazer diferença no resultado final, Lima juntamente com o engenheiro agrônomo Celso Roloff, promoveram um dia de campo, em 12 de fevereiro. “A intenção foi mostrar os diferenciais que temos aqui e eles levarem para propriedade deles. É fácil melhorar. É só querer. E hoje com estas pastagens, na mesma área, dá para dobrar o rebanho para até mil animais. Se eu consigo, outros pecuaristas também conseguem”, afirma Lima. Um giro pela propriedade foi realizado pela manhã, com algumas paradas, mostrando as diferentes

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O agrônomo Celso Roloff: assistência técnica na Fazenda Cristal

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forragens implementadas na propriedade, o manejo e alguns detalhes dos confinamentos. “Aqui na propriedade, temos algumas variedades de pasto que outros pecuaristas ainda não utilizam, como o capim-elefante roxo (cameroon), Kurumi, a Missioneira Gigante. São 12 talhões e cada um tem uma cultivar de forragem e um manejo diferente. Tudo para dar uma melhor alimentação para o gado de corte”, comentou Roloff, que presta assistência técnica na propriedade.

João Arthur Barbosa Lima, pecuarista e proprietário da Fazenda Cristal, no distrito de Guairacá

Capim-elefante Cameroon e missioneira gigante

O professor da Unicentro, engenheiro agrônomo Dr. Sebastião Brasil, especialista em Forragicultura, esteve também presente e comentou brevemente sobre duas cultivares de forragem que não são usualmente implantadas pelos pecuaristas na região, mas que podem contribuir muito para uma melhor alimentação aos animais, tanto de leite, quanto de corte. “O capim-elefante é uma das forrageiras tops em termos de nutrição. A Cameroon é uma das variedades da forrageira cameroon é uma das va- Capim-elefante. Na propriedade ela é cortada riedades. Ela já existe na e dada no cocho para os animais. Seu teor de proteína pode chegar a 18%. região, mas todo mundo faz em escala pequena. São plantas exigentes em fertilidade. A qualidade varia muito em termos de ponto de corte ou pastejo. Quanto mais na ponta, mais proteína tem, chegando a 18% de proteína. Quanto mais passado, menos proteína, fica em torno de 10%. Para pastejo, não deve chegar a mais de que 1,20 metro. Como o João utiliza cortado no cocho, aí pode cortar um pouco mais alto. O segredo para capim-elefante, principalmente, para quem tem animal confinado, é jogar o esterco na área. Porque ele responde muito à adubação”. Já sobre a Missioneira Gigante, uma gramínea, produzida pela Epagri (SC), Brasil destacou que é uma variedade de forragem para áreas de sombra. “Ela pode ser plantada em áreas que não são aproveitadas, pois são áreas de reserva. Não é preciso fazer desmate para produzir, pois ela produz de forma consorciada e sustentável. Além de proporcionar uma área de bem-estar para os animais”. Durante o dia de campo, também foram mostradas as variedades de milho que são usadas para produção de silagem, sendo elas: P4285, P3754pwv, P3565pwu, P3016vyhr e P2719vyh, todas da marca Pioneer.

A Missioneira Gigante é uma gramínea produzida pela Epagri (SC) e adaptada em áreas de sombreamento.

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MILHO E SOJA

COLHEITA EM ANDAMENTO APONTA BONS RESULTADOS

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o levantamento da consultoria Safras & Mercado, no dia 10 de fevereiro, o Paraná havia colhido 7% da área de 5,5 milhões de hectares da safra de verão, contra 28% do ano passado e 15% da média para o período. No Brasil, naquela data, 15% da área estimada de 37 milhões de hectares já havia sido colhida. Na região de Guarapuava, os dados da Seab, no dia 12 de fevereiro eram de 97% da área de 16.120 hectares de feijão; 10% da área de 52.700 hectares da área de milho e 5% da área de 285.130 hectares de soja. Na Fazenda Rancho Alegre, em Candói, o proprietário Robson Lopes Araújo destinou 150 hectares para soja. Segundo ele, a cultura se estabeleceu normalmente, com

Produtor rural de Candói, Robson L. Araújo, acompanhado da esposa Alezane e do filho Davi

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pouca incidência de doenças. “Já tivemos problemas de mofo branco na propriedade, mas procuramos fazer a rotação de cultura com milho que utilizamos para silagem dos animais”. Quanto ao clima, Araújo afirma que ele se comportou de forma excelente e proporcionou um bom desenvolvimento para soja na região. “Houve uma pequena estiagem depois de 15 dias do meu plantio, mas não chegou a afetar o desenvolvimento da cultura”. A produtividade na propriedade foi de 90 sacas/ha nos primeiros talhões colhidos. Na safra passada, o número foi de 74 sacas/ha. Também na região, a colheita de soja na Fazenda Capão da Lagoa (Guarapuava e Candói) iniciou no dia 9 de janeiro, isso porque o proprietário Cícero Lacerda plantou 95 hectares da cultura de uma variedade de ciclo precoce, divididos em três talhões. Nestas áreas, logo em seguida foi plantado o milho safrinha. “A média de produtividade nestes três talhões foi de 4.040 kg/hectare”. Já a colheita de milho – primeira safra iniciou no dia 25 de janeiro. A área era de 115 hectares e a produtividade alcançou 13.200 kg/ha em alguns talhões e nos outros mais tardios, 14.500 kg/ha. Em ambas as culturas de ciclo

precoce, Lacerda conta que a incidência de doença foi muito baixa. “No milho eu fiz apenas uma aplicação de fungicida e na soja três”. Logo após a colheita de milho – primeira safra foi plantado feijão. Nestas áreas de ciclos precoces, Lacerda disse não notar aumento de custo. “Eu até optei por fazer aplicação de fungicida de helicóptero, porque em conversa com meu agrônomo achamos mais eficiente do que com avião. O custo aumentou somente R$ 30,00 por hectare”. A área de soja de ciclo normal foi de 940 hectares na Fazenda Capão da Lagoa e o início da colheita estava prevista para a primeira semana de março. “Nestas áreas tivemos pouca pressão de lagarta, praga, percevejo e doenças em geral. Porém, o custo foi mais alto, em média 15%, devido à aplicação preventiva de mofo branco, que foi identificado na propriedade. E também devido ao aumento do preço dos insumos e semente”. Nos municípios atendidos pela regional da Seab – Guarapuava a área destinada à soja nesta safra foi de pouco mais de 285 mil hectares. Esperava-se uma produção de 1.150.520 toneladas de grãos. Para o milho, na região de Guarapuava a área prevista pela Seab era de pouco mais que 58 mil hectares.

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Cícero Lacerda

Aplicação com helicóptero A aplicação de defensivos agrícolas com helicóptero começou a ser utilizada recentemente na região. A Fazenda Capão da Lagoa foi uma das propriedades a investir neste tipo de aplicação. Luiz Fernando Andrade, engenheiro agrônomo responsável técnico pela propriedade conta que o helicóptero proporciona algumas vantagens em relação à aplicação com avião. “Uma delas é o controle da velocidade da aplicação, o piloto consegue controlar melhor. Em certos momentos a velocidade pode ser de 30km/hora, quando que no avião é preciso manter a velocidade. Isso facilita a questão de bordadura, por exemplo, se tem uma área próxima à mata ou algum capão, ou se tem dois capões e no meio tem um bico de lavoura. Com a baixa velocidade do helicóptero a qualidade de aplicação é maior e consegue-se aplicar em pontos que talvez com avião você não conseguiria ou o piloto teria que fazer uma manobra arriscada”. Outra vantagem ainda é a praticidade, já que o helicóptero não precisa de pista de pouso e pode decolar até mesmo do lado do campo, evitando deslocamento. Quanto ao custo, Andrade afirma que é maior, cerca de R$ 30,00 a mais por hectare em relação à aplicação com avião. “Mas como temos uma qualidade da aplicação maior, isso se paga”.

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SUCESSÃO

COAMO TEM MUDANÇAS NA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DE SUA DIRETORIA

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unidade Coamo Guarapuava recebeu no dia 22 de janeiro, a tradicional Reunião de Campo. Participaram membros da diretoria, cooperados e colaboradores de Guarapuava, Candói, Cantagalo, Pinhão e Goioxim. Coordenada pelo presidente da Coamo, José Aroldo Gallassini, na ocasião, foi apresentado o balanço 2019 do agronegócio internacional e nacional, e em especial, da cooperativa e ainda as perspectivas para 2020. “Em 2019 tivemos um faturamento bastante significativo, foram R$ 13,9 bilhões, um bom resultado, uma grande distribuição de sobras para os cooperados. Para 2020, temos uma perspectiva boa de safra. A soja eu acho que terá uma produção maior e a tendência de preço está muito boa. O preço atual (final de janeiro) é de R$ 79 a saca. Mas muito cooperado já vendeu com contrato de R$ 80,00 a saca. Nossos cooperados já venderam 35% da produção que vão colher”. Gallassini também apresentou algumas mudanças na estrutura organizacional da cooperativa. Além da diretoria da cooperativa, será contratada uma diretoria executiva. Segundo o presidente, a mudança se deu devido à preocupação da sucessão da diretoria. No ano em que a cooperativa completa

Reunião de campo na unidade Coamo - Guarapuava

50 anos serão implantadas as mudanças. “Quando há simplesmente a troca de diretoria numa cooperativa, muitas vezes há frustração porque as pessoas não tem experiência e não sabem tocar uma empresa grande, como é o caso da Coamo. Então decidimos criar no estatuto, um conselho de administração de cooperados e contratar uma diretoria executiva, que vai seguir a política da cooperativa. São todos superintendentes experientes, que vão tocar a Coamo do mesmo jeito, mas com uma facilidade para sucessão”.

ORGANOGRAMA CREDICOAMO

A mudança ocorreu nos dias 9 de fevereiro na Credicoamo e 10 de fevereiro (dia da Assembleia Geral Ordinária e eleição da diretoria da cooperativa) na Coamo. Airton Galinari que já está na Coamo há mais de 30 anos e que anteriormente ocupava o cargo de superintendente operacional, assumiu a presidência executiva da Coamo. Já Alcir José Goldoni que possui 42 anos de Coamo e era o superintendente comercial da cooperativa, assumiu a presidência executiva da Credicoamo.

ORGANOGRAMA COAMO

(a partir de 2020)

(a partir de 2020)

ASSEMBLEIA GERAL DE COOPERADOS

ASSEMBLEIA GERAL DE COOPERADOS

CONSELHO FISCAL

CONSELHO FISCAL

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

PRESIDENTE:

PRESIDENTE: JOSÉ AROLDO GALLASSINI

JOSÉ AROLDO GALLASSINI

AUDITORIA INDEPENDENTE

AUDITORIA INDEPENDENTE

PRESIDENTE EXECUTIVO

PRESIDENTE EXECUTIVO

ALCIR JOSÉ GODONI

ALCIR JOSÉ GODONI

DIRETOR DE NEGÓCIOS

DIRETOR DE CONTROLADORIA

DILMAR ANTONIO PERI

JOSÉ LUIZ CONRADO

DIRETOR ADMINISTRATIVO FINANCEIRO

DIRETOR DE SUPRIMENTOS E ASSISTÊNCIA TÉCNICA

DIRETOR COMERCIAL

DIRETOR INDUSTRIAL

DIRETOR DE LOGÍSTICA E OPERAÇÕES

ANTONIO SERGIO GABRIEL

AQUILES DE OLIVEIRA DIAS

ROGÉRIO TRANNIN DE MELO

DIVALDO CORREA

EDENILSON CARLOS DE OLIVEIRA

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PISCICULTURA

MAIS PEIXES NAS PROPRIEDADES

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ais uma entrega de alevinos no Sindicato Rural de Guarapuava, em parceria com a Piscicultura Progresso, foi realizada no dia 14 de fevereiro. Desta vez foram entregues 20 mil alevinos. São mais de 20 espécies comercializadas pela piscicultura, entre elas, tilápia, carpa capim, carpa húngara, tambacu, lambari, pacu, dourado, jundiá, matrinxã, catfish e bagre africano. As próximas entregas serão realizadas nos dias 13 de março e 24 de abril. Os preços variam de acordo com as espécies, que são vendidas por milheiros. Encomendas, espécies e valores sob consulta, no Sindicato Rural, em Guarapuava, ou na extensão de base Candói. No ato do pedido, deverá ser pago 50% do valor da encomenda. Outras informações, pelo telefone (42) 3623-1115.

Osmar Selhorst e Ana Beatriz

Nilson R. Taques

Caio Kloster e Willian Sydor

Temos entrega de Patinga, que é um híbrido resultante da cruza de pacu com a pirapetinga. Por ser híbrido esta espécie é mais resistente no inverno.

DICA:

Karime Silvestri

Antes do período de inverno é importante fazer a adubação dos tanques com adubo orgânico (esterco de gado, porco, carneiro ou frango) ou químico, para que se mantenha uma água com nutrientes suficientes, evitando doenças ou mortalidade de peixes durante o inverno.

Alex Jungerdt

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Bruno Rossetto

Roberto Niczay

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Eder França

Davi Sander

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Vicente Chaia

Sandra Acordi e Doraci Menegusso Duarte


TURISMO RURAL

ENTRE RIOS

NA ROTA DO TURISMO

ASSOCIAÇÃO DO TURISMO RURAL DE ENTRE RIOS RECEBE CAPACITAÇÃO DO SENAR E SINDICATO RURAL DE GUARAPUAVA

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Sindicato Rural de Guarapuava em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) realizou duas turmas do curso de Trabalhador em Turismo Rural – Oportunidades de Negócios, do dia 10 a 15 de fevereiro, com os membros da Associação do Turismo Rural de Entre Rios (Aster), distrito de Guarapuava. O turismo rural tem sido desenvolvido fortemente nos últimos anos em Guarapuava e a capacitação já foi desenvolvida com outro grupo de produtores rurais da cidade. “O curso busca mostrar a estes produtores oportunidades dentro do turismo, como uma fonte de renda extra”, explica o instrutor do Senar, José Rivaldo dos Santos. Elke Marina Leh Basso, responsável pelo Mathias e Elisabeth Leh Memorial, um dos estabelecimentos

associados à Aster, participou do curso e disse que a experiência foi muito válida. “Foi muito produtivo. Apesar de termos uma ótima estrutura turisticamente falando - porque aqui em Entre Rios temos opções de lugares para visitação e gastronomia, ainda não sabemos como vender isso. E é nesse ponto que o curso nos abriu os olhos. Como atrair mais pessoas de fora daqui”, comentou. Para Elke, Entre Rios vive um momento especial e marcante no turismo rural. “Já é a terceira vez que tentam fazer uma associação de turismo aqui, mas esta é a primeira vez que realmente está dando certo. Eu acho que agora há um despertar que pode-se viver e ganhar renda com o turismo. É preciso haver diversificação de atividades no Distrito, não dá para viver só de agricultura”. Para ela, o engajamento que os estabelecimentos turísticos es-

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Turma do curso de Turismo Rural no Parque Recreativo Jordãozinho, no distrito de Entre Rios, em Guarapuava

José Rivaldo dos Santos, instrutor Senar

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Elke Marina Leh Basso, produtora rural e responsável por um dos pontos turísticos do distrito de Entre Rios

tão tendo está fazendo toda diferença. Além disso, fato importante para a produtora é o apoio que o grupo está recebendo da Prefeitura Municipal de Guarapuava, por meio da Secretaria Municipal de Turismo. Elke conta ainda que a Aster é a única associação de Guarapuava que possui CNPJ. “Achamos importante porque trabalhamos em prol da associação, cada um ganha seu dinheiro, mas para desenvolver o turismo tem algumas coisas que devem ser feitas de forma coletiva. São detalhes que fazem a diferença. Por exemplo, te-

mos que ter placa de bem-vindo, placas indicativas. A maioria das ideias que temos precisa de dinheiro e organização”. Atualmente, 30 estabelecimentos do distrito de Entre Rios fazem parte da associação. Como instrutor da área do turismo rural, Santos observa que todo lugar tem pontos a serem desenvolvidos que podem potencializar o turismo, mas Entre Rios tem um conjunto

de fatores que torna o lugar especial. “Aqui temos diferenciais como a cultura alemã, a gastronomia e o lugar em si. Os caminhos, a estrutura de cooperativismo e associativismo somam muito para que o turismo seja desenvolvido. Estou muito otimista. É um projeto que já deu certo. Tem potencial, recurso, estrutura, gastronomia, cultura e gente empenhada”, finalizou.

Um dos dias do curso foi destinado a visitas nos estabelecimentos para discussão prática de pontos a serem trabalhados para potencializar o turismo REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ

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SENAR

Capacitação profissional rural

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Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) oferece 250 cursos em todo o Paraná, com o objetivo de melhorar a produção e qualidade de vida da família rural paranaense.

TRATORISTA AGRÍCOLA - OPERAÇÃO DE TRATORES E IMPLEMENTOS - NR 31.12

Interessados nos cursos devem entrar em contato com o departamento de mobilização dos sindicatos rurais. Em Guarapuava, fale com Mery:

(42) 3623-1115 e em Candói, com Adrieli:

Data:

20 a 24 de janeiro

(42) 3638-1721

Instrutor:

Luiz Augusto Burei

TRABALHADOR NA BOVINOCULTURA DE LEITE MANEJO E ORDENHA - INSTITUIÇÕES DE ENSINO

Confira alguns dos cursos realizados pelo Senar e Sindicato Rural em Guarapuava e região durante os meses de janeiro e fevereiro de 2020:

Data:

21 a 23 de janeiro

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Local:

Agropecuária Tateiva

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Local:

Unicentro

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Instrutor:

Itamar Cousseau


PRODUTOR NA OLERICULTURA - PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO, DO PLANTIO À COMERCIALIZAÇÃO

Data:

22, 23, 24 e 30 e 31 de janeiro

TRABALHADOR NA SEGURANÇA NO TRABALHO NR 35 - TRABALHO EM ALTURA – AGROINDÚSTRIA

Local:

Sindicato Rural de Guarapuava –

Data:

Instrutor:

23 e 24 de janeiro

Christiano Boza

Extensão de Base Candói

Data:

Local:

Sindicato Rural de Guarapuava

Data:

Instrutor:

30 e 31 de janeiro

Rubens Gelinski

TRABALHADOR EM TURISMO RURAL - TURISMO RURAL E OPORTUNIDADES DE NEGÓCIOS

Data:

10 a 12 de fevereiro

Local:

Pousada Vollweiter

Local:

Sindicato Rural de Guarapuava

Instrutora:

Ednilza Godoy Vieira

TRATORISTA AGRÍCOLA - OPERAÇÃO DE TRATORES E IMPLEMENTOS - NR 31.12

Instrutor:

Data:

José Rivaldo dos Santos

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Instrutor:

Fernando Pizani

PRODUÇÃO ARTESANAL DE ALIMENTOS BENEFICIAMENTO E TRANSFORMAÇÃO CASEIRA DE CEREAIS - BÁSICO EM MILHO

TRABALHADOR VOLANTE DA AGRICULTURA APLICAÇÃO DE AGROTÓXICOS - NR 31.8

29 a 31 de janeiro

Local:

Sindicato Rural de Guarapuava

17 a 21 de janeiro

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Local:

Du Pont do Brasil - Divisão Pioneer Sementes

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Instrutor:

Rubens Gelinski


P R O F I S S I O N A I S E M D E S TA Q U E

Luciana Queiroga (Sindicato Rural Guarapuava), Leandro Alves (Adama) e Leandro Bren (Agro10)

Leandro Bren (Agro10), Marciano Bortolotto e Tárik Hanai Yoshida (Agrocete)

NUSEED ATLÂNTICA SEMENTES – Rafael Afonso Baumbach e Vitória Hübner

BIOTRIGO – Bruno Alves, Daniela W. Lopes e Luciana Queiroga (Sindicato Rural Guarapuava)

Equipe Paraná Silos com a Kepler Weber no Show Rural 2020

SOLFERTI - João Edilson Campos e Anderson Rochoctzki

Equipe Real H de Guatemala, Paraguai e Brasil no Show Rural 2020 BIOTRIGO – Tiago de Pauli, Leandro Bren (Agro10) e Fernando Wagner

Leandro Bren (Agro10) e Ladislau Paes (FORQUÍMICA)

TOTAL BIO – Joatan Clamer e Marco Pigatto

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Osvaldo Granemann (BANCO DO BRASIL) e Fernando Ruiz Dias Junior (AEAGRO)

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P R O D U T O R E S E M D E S TA Q U E

Sandro Abdanur, Renato Cruz, Rui Cruz, Leandro Bren e César Silvestri Filho

Giovanni Antonio Serpa Abreu e Maria Clara Serpa Tosetto, filhos de Peterson Tosetto e Antoniele Serpa Tosetto, na Fazenda Sant’Ana, em Reserva do Iguaçu.

Amarildo Parizotto

Gustavo Ritter, filho de Alexander Ritter e Priscila Egles Ritter, na plantação de cebola em Guarapuava.

Breno Schneider, filho de Rodrigo Schneider e Vanessa Zanin Schneider Boa Ventura de São Roque-PR

Valentina, visitando casa dos tios e Otávio, visitando lavoura em Candói. Eles são filhos de André Régis Adams (Sementes Aliança).

Miguel da Rosa Bombardelli de Melo, filho de Emanoeli da Rosa de Melo e Alexandre Bombardelli de Melo, desfilando em Laranjeiras do Sul.

Luiz Felipe, filho de Aparecido Ademir Grosse e Claudinéia Grosse, no Rodeio promovido pelo CTG Chaleira Preta.

l: para o e-mai Envie sua foto uava.com.br gp sr o@ ca comunica

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MARÇO 01/03 01/03 02/03 03/03 03/03 03/03 04/03 04/03 04/03 05/03 05/03 05/03 05/03 06/03 06/03 08/03 09/03 09/03

ADRIANA DO R. P. DE L. MARTINS JANETE APa HONÓRIO SPROTTE EDEGAR LEH ALESSANDRO ILLICH JOANA LOPES DE ARAÚJO VALDOMIRO KAVA ALBERT KORPASCH EUGÊNIA PACZKOWSKI MARIA DE JESUS R. CORDEIRO HUGO MARTINAZZO JOSÉ MASSAMITSU KOHATSU JOSEF KARL MARCOS FRANCISCO A. MARTINS HERMÍNIO MINORU KANEKO LUCIANO KLOSTER SERPA NEZIO TOLEDO FÁBIO ROBERTO LUSTOSA WIENFRIED MATTHIAS LEH

10/03 10/03 11/03 11/03 11/03 11/03 12/03 12/03 13/03 14/03 15/03 15/03 16/03 16/03 16/03 17/03 17/03 17/03

INES MARIA CLETO PACHECO WENDELIN HERING ARMANDO VIRMOND DE ABREU EMÍRIA NAKANO JOÃO SEBASTIÃO STORA NELSON MUGNOL GILBERTO MAACK KUROWSKI ROMAN KELLER RODOLPHO T. DE J. BOTELHO GABRIEL GERSTER CLAUDIO MARATH JOÃO LUIZ SCHIMIM CÉLIA REGINA C. SILVESTRI JOSÉ ACIR DOS SANTOS MATHIAS ZEHR CLÁUDIO VIRMOND KIRYLA DÁRIO CALDAS SERPA MAIL MARQUES DE AZEVEDO

18/03 19/03 19/03 19/03 19/03 20/03 20/03 20/03 21/03 22/03 22/03 23/03 23/03 23/03 23/03 24/03 24/03 24/03

FABRÍCIO GONÇALVES L. ARAÚJO DIRCEU FABRÍCIO HERMANN JOSEF SCHERER JOSÉ AMORITI TRINCO RIBEIRO WILIAM RICKLI SIQUEIRA JACKSON FASSBINDER LORIVAL HIRT NEIRI LOPES DE ALMEIDA ANA HERTZ HILDEGARD ABT HORST SCHWARZ ADOLF DUHATSCHEK RENATO A. T. DE MACEDO CRUZ SOLANGE RIBAS CLEVE VANDERLEI RAMIRES DIEGO LUIZ BEGNINI ERNEST MILLA HELGA REINHOFER ILLICH

24/03 24/03 25/03 25/03 25/03 26/03 27/03 27/03 27/03 27/03 27/03 28/03 28/03 28/03 29/03 30/03 30/03 30/03 31/03

LINCOLN CAMPELLO MARCOS M. ANTÔNIO THAMM ANTON KELLER I BRUNO REINHOFER JOSÉ EWALDO FAGUNDES SCHIER RAFAEL MARCONDES TROMBINI DAVID KLUBER ERIKA HILDEGARD DUCH ILLICH EVALD ZIMMERMANN SUELI KARLING SPIELER VATERLO HAEFFMER ADILSON KARAM JUNIOR CELSO MARCELO MACIEL PELLISSON KAMINSKI MILTON LUIZ DO PRADO ARISTEU VUICIK FRANCISCO ARMANDO M. LIMA LUIZ CARLOS COLFERAI JACIEL DO VALLE

06/04 06/04 07/04 07/04 07/04 08/04 08/04 09/04 10/04 10/04 11/04 12/04 12/04 12/04 13/04 13/04

ROBERTO KELLER ROBERTO KORPASCH ANA SAMPAIO DE ALMEIDA CARLOS EDUARDO M. RIBAS RAFAEL MAJOWSKI GUNTHER GUMPL ROBERTO CEZAR M. DE ARAÚJO NELSON BATISTA DE ALMEIDA HERBERT KELLER LUCIANA CAMPELLO DE SOUZA SIDNEI FERREIRA DA SILVA MARCELO FERREIRA RANSOLIN ROBSON SCHNEIDER ROZENDO NEVES ALBERTO TOKARSKI GUILHERME ILLICH

14/04 14/04 14/04 15/04 15/04 15/04 15/04 16/04 16/04 18/04 18/04 18/04 18/04 18/04 18/04 20/04

ADELCIO GRANEMANN FRITZ ONAIR RODRIGUES DE BAIRROS PETER SPIESS JUNIOR ANTON ANNAS ROLAND JUNG VALDIR ANTONINHO DEZINGRINI WOLFGANG MULLERLEILY HARALD KORPASCH HELMUTH JOSE SEITZ ANTON FASSBINDER JUNIOR EDIO SANDER FERNANDO RUIZ DIAS JUNIOR HEINRICH SIEGMUD STADER JOSE SZEMANSKI FILHO MOREL LUSTOSA RIBAS DALTON CESAR M. QUEIROZ

20/04 21/04 21/04 22/04 22/04 22/04 22/04 23/04 23/04 23/04 23/04 23/04 23/04 24/04 28/04 28/04 30/04

MANFRED STEFAN SPIELER CARLOS EDUARDO R. DE ABREU JOSE HENRIQUE C. LUSTOSA GARCIA DE MATOS CARDOSO HERMANN KARLY MARIA GORETI ALMEIDA DA SILVA VERA T. EIDAM / JOAO M. EIDAM JOSE MARTYN PAULO HENRIQUE C. KLOPFLEISCH RALF KARLY SERLEI ANTÔNIO DENARDI STEFAN GERSTER FILHO WILSON CARLOS HAAS GUNTER REICHHARDT HUBERTO JOSE LIMBERGER MOACIR KENJI AOYAGUI JAIRO LUIZ RAMOS NETO

ABRIL 01/04 02/04 03/04 03/04 03/04 03/04 03/04 03/04 04/04 04/04 05/04 05/04 05/04 05/04 06/04 06/04

JOSEF SIEGFRID WINKLER LILIAN MARIA B. DACOREGIO ALAOR SEBASTIÃO TEIXEIRA ALFREDO BERNARDINI ARNALDO STOCK JUNIOR JOAIR MENDES PEREIRA JUNIOR JOSEF PFANN FILHO STEFAN BUHALI FÁBIO DALDIN TEODORO HERMINE LEH ADELAIDE APa P. ZANONA CARLA RENATA ARAÚJO LUSTOSA FRANCISCO ANTÔNIO C. SERPA LUIZ CARLOS SCHVARZ ANA MARIA LOPES RIBEIRO PATRÍCIA OLIVEIRA M.TEIXEIRA

Confira a agenda de eventos:

MAR/ABR

Assembleia Geral Ordinária (AGO) Sindicato Rural de Guarapuava

Dia de Campo de Verão Agrária

2020

EXPOFRÍSIA 2020 – Exposição Agropecuária de Carambeí

4 E 5 DE MARÇO

25 DE MARÇO – 8h

Campos da FAPA – Colônia Vitória Entre Rios – Guarapuava

Sindicato Rural de Guarapuava (Direcionada a associados)

Parque Histórico de Carambeí

(42) 3623-1115

www.expofrisia.com.br

www.diadecampodeverao.com.br

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23 A 25 DE ABRIL


Foto: Eduardo Miranda:

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