Revista Produtor Rural - ed 74

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ISSN 1984-0004 Publicação bimestral do Sindicato Rural de Guarapuava Ano XII - Nº 74 - Ago/Set 2019 Distribuição gratuita

PLANO SAFRA 2019/2020 MINISTRA TEREZA CRISTINA FALA À REVISTA DO PRODUTOR RURAL | p.50

SENAR-PR E SEBRAE-PR CURSO SOBRE LIDERANÇA PENSA O FUTURO DOS SINDICATOS RURAIS | p.16

EM GUARAPUAVA, FESTA DO DIA DO AGRICULTOR, DO SINDICATO RURAL, REUNIU MAIS DE 400 PESSOAS NUMA HOMENAGEM AOS ASSOCIADOS E PRODUTORES RURAIS EM GERAL. O EVENTO DESTACA UM DOS SETORES QUE MAIS TEM FORTALECIDO A ECONOMIA DO PAÍS. | p.36


Na foto, a associada Adriana do Rocio Passos de Lacerda Martins


índice Grãos

36 22

Painel levantou custos de produção de grãos na região de Guarapuava

Pesquisa

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Encontro divulgou resultados de pesquisas em culturas de soja e feijão

Liderança rural

Manchete Homenagem ao homem do campo

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Guarapuava forma líderes rurais - turma 01

Bataticultura

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Palestras técnicas sobre a cultura da batata atraíram centenas de pessoas

64

60

Bovinocultura de leite

Nogueira pecã

Pecuária leiteira do Paraná tem se destacado na produção nacional

Curso de poda orientou pecanicultores

46

Sucesso familiar

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Entrevista

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Encontro técnico

Senar e Sindicato Rural de Guarapuava têm mais uma turma de Herdeiros do Campo finalizada

Plano Agrícola Pecuário 2019-2020 com a Ministra da Agricultura, Tereza Cristina Time de Difusores: informação sobre tecnologia e produtividade


DIRETORIA:

expediente Rodolpho Luiz Werneck Botelho

Josef Pfann Filho

Gibran Thives Araújo

PRESIDENTE

1º VICE PRESIDENTE

2º VICE PRESIDENTE

REDAÇÃO/FOTOGRAFIA:

Luciana de Queiroga Bren

Manoel Godoy

Geyssica Reis

Jornalista

Jornalista

Cícero Passos de Lacerda

Anton Gora

Diretora de Redação e Editora-Chefe Reg. Prof. 4333

1º SECRETÁRIO

2º SECRETÁRIO E DELEGADO REPRESENTANTE DA FAEP

PRÉ DISTRIBUIÇÃO:

DISTRIBUIÇÃO: Guarapuava, Candói e Cantagalo: Adilson Penteado Mundial Exprex

Jairo Luiz Ramos Neto

Carlos Eduardo dos Santos Luhm

1º TESOUREIRO

2º TESOUREIRO

Distrito de Entre Rios: André Zentner

NOSSA CAPA

CONSELHO FISCAL: TITULARES:

Anton Gottfried Egles

Lincoln Campello

Roberto Eduardo Nascimento da Cunha

SUPLENTES:

Endereço: Rua Afonso Botelho, 58 - Trianon - CEP 85070-165 - Guarapuava - PR Fone/Fax: (42) 3623-1115 Email: comunicacao@srgpuava.com.br Site: www.portaldoprodutor.agr.br Extensão de Base Candói Rua XV de Novembro, 2687 - Fone: (42) 3638-1721 - Candói - PR Projeto gráfico e diagramação: Mynd's Design Editorial Impressão: Gráfica Positiva e Editora - Cascavel/PR Tiragem: 2.500 exemplares

Sueli Karling

Gabriel Gerster

Hildegard Abt

Os artigos assinados não expressam, necessariamente, a opinião da REVISTA DO PRODUTOR RURAL ou da diretoria do Sindicato Rural de Guarapuava. É permitida a reprodução de matérias, desde que citada a fonte.


editorial Parabéns, produtor rural!

M

ais uma vez, é com satisfação que levamos até você, nosso associado, e aos produtores rurais em geral, uma nova edição da REVISTA DO PRODUTOR RURAL. Nossa matéria de capa não poderia ser outra: a festa do Dia do Agricultor, uma homenagem do Sindicato Rural de Guarapuava àqueles que não economizam esforços para fazer a terra produzir. Nunca é demais repetir: o trabalho do setor rural tem proporcionado ao Brasil números positivos e pujantes que contribuem de forma indiscutível para impulsionar a nossa economia, seja pela comercialização no mercado interno, seja no externo. E por mais um ano, o Dia do Agricultor registrou êxito: contamos com a presença de mais de 400 pessoas e a participação de mais de 100 empresas no total. E o mais importante: recebemos na entidade, aqueles que são a sua razão de ser. Tudo isso, num clima de confraternização e descontração. Os principais momentos do evento estão na matéria, repleta de fotos. Desde já, agradecemos a todos os parceiros e amigos do Sindicato Rural, que somaram energia conosco para a promoção desta merecida homenagem. Mas esta edição da revista chega também com temas de outros segmentos importantes, mantendo sua função de refletir os diversos campos da produção rural e fatos de destaque do Sistema FAEP, do qual o sindicato faz parte. Publicamos matéria sobre o Painel de Custos de Produção de Grãos, que reúne FAEP, CNA e Cepea/ Esalq. Guarapuava sediou no Sindicato Rural um dos encontros regionais do painel. Vale lembrar que o levantamento é fundamental para oferecer ao produtor dados para balizar seu planejamento e que o resultado é divulgado publicamente, todo ano, no site da CNA. Outra ação do sistema também está em nossas páginas: o Programa Liderança Rural, realizado pela FAEP/SENAR-PR e SEBRAE. O objetivo é desenvolver nos líderes a capacidade de coordenar equipes, trabalhando em cooperação com parceiros.

Cabe ressaltar que a iniciativa é uma das ações da FAEP para a sustentabilidade dos sindicatos rurais. Mesmo com o fim da obrigatoriedade da Contribuição Sindical, é fundamental para o produtor que os sindicatos continuem recebendo seu apoio, para que possam prosseguir com as iniciativas que fortalecem o campo. Só para recordar, em 2018, o Sindicato Rural de Guarapuava foi o que mais mobilizou cursos do SENAR-PR no Paraná. Sem contar os vários serviços que realizamos, como CCIR, ITR, folha de pagamento, orientação sobre o CAR, apoio e participação em viagens técnicas pelo Paraná, palestras, etc. Além disso, esta edição traz matérias sobre o Encontro de Resultados de Pesquisa, que enfocou soja e feijão, e o 2º Encontro Técnico sobre a Cultura da Batata, que foram promovidos por seus realizadores no Sindicato Rural. Palestrantes comentam quais as principais mensagens que deixaram para os participantes. E como a difusão do conhecimento acontece também numa troca de experiências direta entre produtores, acompanhamos uma visita técnica de produtores do Rio Grande do Sul que passaram por Guarapuava num giro visando conhecer sistemas de Integração Lavoura-Pecuária – a iniciativa foi uma das ações do programa Juntos para Competir, que reúne o SEBRAE, SENAR e a FARSUL, que é a Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul. Várias outras matérias e artigos técnicos enviados à nossa redação complementam o conteúdo da revista, com dicas sobre culturas como a noz pecã, as pastagens e o trigo. A todos, boa leitura!

RODOLPHO LUIZ WERNECK BOTELHO Presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, da Comissão Técnica de Bovinocultura da FAEP e do Comitê Gestor do Plano Pecuária Moderna

REVI STA DO PRO D UTO R RURA L DO PA RA N Á

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E S PA Ç O D O D I R E T O R

ANTON GORA Produtor rural, diretor da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP), diretor do Sindicato Rural de Guarapuava e presidente do Núcleo Regional dos Sindicatos Rurais do Centro-Sul do Paraná

As reformas e o agronegócio

O

Brasil está passando por várias reformas, reformas essas que devem modernizar o país e inserí-lo definitivamente no mundo globalizado. Estamos tendo a Reforma da Previdência, que a meu ver está longe daquilo que seria necessário. Tivemos a Reforma Trabalhista, que também a meu ver deixou a desejar, principalmente quando se pensa em concorrência mundial, onde os encargos pesam sobre a produção que deve ser competitiva. Tivemos a Reforma Política, que criou ainda mais privilégios, entre outras reformas. Antes disso, foi elaborado e aprovado pelo Congresso o Código Florestal, que também onerou o produtor. Temos várias outras leis ambientais, impostos que se transformam em custos e se somam. Está por vir agora a Reforma Tributária. O que esperar dela? Se ficarmos apenas na expectativa esperando ela ser discutida e aprovada no Congresso, com certeza absoluta vai aumentar e/ou criar novos impostos. Temos uma vantagem competiti-

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va na produção agropecuária: clima adequado, calor e chuva abundantes, que principalmente nos países do hemisfério norte custa caro. Mas perdemos essa vantagem competitiva natural pelo peso e voracidade de arrecadação do Estado. Tudo que poderia sobrar a mais para o produtor vai para o Estado, que gasta mal ou usa os recursos de forma indevida. Se a Reforma Tributária onerar ainda mais o agronegócio, como já se discute em revogar a lei Kandir, em taxar o ato cooperativo e outros, com certeza, o nosso negócio vai se inviabilizar em termos de concorrência mundial. A cadeia produtiva do agronegócio paga hoje em torno de 37% de impostos. Na China se paga 20%, na Europa e Estados Unidos em torno de 8%, sendo que até por outro lado, os Europeus e Americanos subsidiam os seus produtores. O produtor nesses países tem uma garantia de renda mínima. Lembro-me muito bem que na época das invasões de terras os produtores se uniram, conseguiram evi-

REVISTA DO P RODUTOR RURAL DO PARANÁ

tar coisa pior do que aconteceu. Na época da votação do Código Florestal o produtor se uniu em torno de suas entidades e conseguimos evitar que fossemos desapropriados em uma proporção maior. E agora, na Reforma Tributária, vamos esperar para ver o que acontece, ou vamos nos unir desde já e defender os nossos interesses? Sabemos que unidos somos fortes, temos voz e vez. Ainda somos o motor dessa nação. Com a reforma trabalhista, a Contribuição Sindical obrigatória deixou de existir e os sindicatos estão lutando para sobreviver. Será que já refletimos o que pode acontecer se as nossas entidades representativas deixarem de existir ou de lutar por aquilo que é nosso? Penso ser esse o melhor momento para refletirmos sobre essas questões. Vamos nos unir, contribuir, defender o nosso interesse ou deixar os outros decidirem por nós? Se deixarmos os outros decidirem por nós, em breve seremos escravos do sistema.


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ISNETNEARRN A C I O N A L

Agricultura 4.0 – uma

necessidade para o produtor!

O

ano safra 2018/19 é uma prova de quanto a profissão de agricultor é complexa. Da guerra comercial e cambial EUA/China à oscilação no preço do petróleo, das eleições no Brasil ao surto da peste suína africana na Ásia, do risco de nova recessão econômica mundial à crise nuclear EUA/Irã, tudo afeta a direção dos preços. Mas pelo menos hoje não se esconde mais informações do produtor, ao contrário, o produtor tem informação até demais. E vem mais pela frente. A tecnologia digital de ponta está chegando para ajudar o produtor brasileiro a produzir bem e comercializar melhor e com soluções eficientes que ajudam a baixar custos. Segundo estudo da AgroCulte, empresa de tecnologia que trabalha em prol da inclusão digital e do empoderamento dos pequenos produtores rurais do Brasil, entre as muitas tecnologias que estão revolucionando a agricultura mundial, seis merecem atenção especial.

1. Fazendas verticais

Uma solução para a produção de produtos agropecuários em centros urbanos de países com área agrícola escassa.

2. Drones

STEVE CACHIA – natural de Malta, na Europa, é analista de commodities agrícolas por profissão e atua no agronegócio brasileiro desde 1987. É consultor das empresas Cerealpar e Agro Culte. Steve Cachia – natural de Malta, na Europa, é analista de commodities agrícolas por profissão e atua no agronegócio brasileiro desde 1987. É consultor das empresas Cerealpar e Agro Culte. Foi palestrante e expositor no Summit de Inteligencia Artifical e Blockchain, em Malta na Europa, em Maio de 2019.

Veículo aéreo não tripulado para captar informações fotográficas aéreas, mas pode ser usado na pulverização, acompanhamento de pastagem, monitoramento de áreas desmatadas, vigilância, telemetria e busca por focos de incêndio.

3. Veículos agrícolas autônomos

Capacidade de operar sem a intervenção humana direta e por longas jornadas de trabalho ininterruptamente.

4. IOT e irrigação inteligente

A troca de informação e o aprimoramento da irrigação inteligente, sem desperdícios e sem irrigar menos que o necessário.

5. Sensores e Big Data

Geram registros precisos para construir um grande acervo de todo tipo de informação referente à propriedade e atividade dos produtores para auxiliar na tomada de decisões de investimentos no futuro.

6. Blockchain

Uma das tecnologias mais promissoras da atualidade. Funciona como um livro de registros digital das informações pertinentes a todos os agentes envolvidos em um negócio. A ciência evitou a última crise de segurança alimentar mundial através da biotecnologia, agora é a vez da tecnologia. A população mundial deve ultrapassar a marca de 9 bilhões até 2050, e a produção mundial de alimentos precisa crescer 60% para atender essa nova demanda. Segundo o Banco Mundial, 78% das pessoas no mundo que são consideradas pobres vivem em áreas rurais. Ao mesmo tempo, a agricultura é considerada a ferramenta mais poderosa para tirar pessoas da pobreza. Com a tecnologia prometendo ajudar o pequeno empresário rural, estará tendo também um impacto social significativo. É por essa independência de podermos controlar melhor o destino da nossa produção é que acreditamos que a chamada Agricultura 4.0, que ainda está na fase inicial, é uma necessidade para o produtor brasileiro que busca ter sucesso na atividade. Se preparem para uma chuva torrencial de novidades nos próximos meses!

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PNEUS AG RÍCOL A S

FM Pneus é revenda oficial:

Titan Pneus e Goodyear Farm Tires Pneus já estão disponíveis na Rede FM Pneus

B

uscando sempre oferecer os melhores produtos e serviços para os seus clientes, a FM Pneus firmou uma nova parceria na linha de pneus novos agrícolas, OTR, industrias e linha carga diagonal com a Titan Pneus, detentora da marca Goodyear Farm Tires. De acordo com o CEO da FM Pneus, Eduardo Maldaner, a empresa trabalha com os melhores produtos de cada segmento. “Assim como em nosso processo produtivo de recapagem de pneus,

onde temos a melhor tecnologia e qualidade, na linha de produtos que oferecemos em nossa rede não é diferente. Trabalhamos com os melhores de cada segmento para oferecer aos nossos clientes o melhor custo benefício”, destaca. A Titan Pneus, empresa norte americana líder no segmento agrícola atua no Brasil com duas marcas, a Goodyear Farm Tires para pneus agrícolas, florestais e industriais e Titan para pneus OTR e industriais.

Especialista nos segmentos que atua pelo foco empregado, sua fábrica no Brasil conta com a mais alta tecnologia, produzindo pneus de qualidade, desempenho e durabilidade. Sua carcaça agrícola é reconhecida como a melhor do mercado para reforma de pneus, fator esse de suma importância para reduzir custos para os clientes. A parceria FM Pneus e Titan Pneus possibilita uma grande variedade de produtos à disposição dos clientes.

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F I S I O L O G I A V E G E TA L

Podemos interferir na fisiologia das plantas?

A

Prime Agro em parceria com a CB Agro buscam inovar sempre e tornar o agronegócio muito mais eficiente. As empresas fornecem fertilizantes líquidos especiais, com foco nos serviços para otimização dos recursos agrícolas e aumento da produtividade e rentabilidade dos agricultores. Os serviços que as empresas estão trabalhando na região de Guarapuava, vão desde o monitoramento nutricional das plantas, abrangendo os aspectos da química, física e biologia do solo, até a eficiência nas aplicações de produtos. Entre os produtos trabalhados pelas empresas, podemos destacar o Vital que possui nutrientes especiais que promovem modificações na morfologia e fisiologia de plantas. Estes nutrientes estão diretamente relacionados com a expressão de genes, formação e degradação de proteínas, produção de enzimas relacionadas com metabolismo secundário, que são responsáveis pela formação de defesas contra qualquer tipo de estresse biótico e abiótico, além de contribuir para outros aspectos diretamente relacionados à produtividade como melhoria no sistema radicular, formação de flores viáveis e transporte de solutos para enchimento de grãos. De acordo com Hirakuri et al. (2014) o fator climático é o mais impactante na agricultura a nível mundial e o estresse abiótico tem se tornado cada vez mais prejudicial as práticas produtivas alcançando proporções alarmantes. O

estresse vegetal pode ocorrer em vários níveis, desde condições menos impactantes (não acomete a produção) a condições extremas (sérios dados à produção). Os biorreguladores podem minimizar de forma significativa os efeitos deletérios de condições ambientais adversas, desde que seja aplicado nos momentos e nas doses ideais. Dentre os vários benefícios de uso do Vital, destacamos para este momento o seu uso após a condição de estresse, com objetivo de desbloquear as defesas bioquímicas e acelerar o metabolismo vegetal. Vital possui condições estratégicas para reduzir o estresse causado por seca, chuvas e ventos fortes, granizo, frio, geada e ataque de pragas. As substâncias contidas nele atuam na recuperação de tecidos favorecendo a abertura estomática e eliminando compostos que em altas concentrações podem ser tóxicos a planta como radicais livres, destacando-se o ERO’s (espécies reativas de oxigênio). Qualquer espécie vegetal possui condições de se recuperar de injúrias causadas por agentes bióticos e abióticos, contudo a recuperação depende da ativação de uma série de mecanismos internos, que envolve desde a formação de hormônios até a ativação de genes específicos responsáveis pela retomada do desenvolvimento vegetativo, para formação de novos tecidos, que irão impedir a entrada de patógenos e contribuir de forma efetiva para a produção de fotoassimilados.

FERTILIZAÇÃO VIA SEMENTE O Vital quando utilizado em fertilização via semente, modifica o balanço hormonal promovendo estímulos para uniformização da germinação e acelera o processo de estabelecimento da cultura através dos estímulos para o crescimento radicular.

MANUTENÇÃO DA FLORADA A formação do fruto depende de vários fatores internos e externos, com tudo a formação de uma flor perfeita é um dos aspectos que mais influência este processo de extrema importância no incremento da produtividade. O Vital, em aplicações estratégicas, atua diretamente na formação da flor perfeita, ou seja, favorece a formação estrutural de todo o órgão reprodutivo, garantindo que este forme o fruto e não seja abortada pela planta.

FORMAÇÃO DE FRUTOS MAIS PESADOS Quando o fruto está apto a receber fotoassimilados, ele inicia um processo de liberação de compostos sinalizadores, indicando para a planta que tem todas as estruturas prontas para atuar como dreno. Com a utilização de Vital este processo se inicia mais cedo e perdura por um maior período, garantindo a maximização do potencial do enchimento de grãos.

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C O O P E R AT I V I S M O

Coamig: jubileu de 50 anos reuniu famílias dos fundadores

Placa comemorativa: homenagem aos 30 fundadores da Coamig

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ma confraternização entre gerações de famílias de produtores rurais de Guarapuava e região para celebrar cinco décadas de atuação da Coamig: foi nesta atmosfera de amizade, lembranças e homenagens que a cooperativa realizou, dia 26 de julho, no Parque Lacerda Werneck, um jantar de comemoração pelos seus 50 anos de existência. Na ocasião, o presidente, Edson Bastos, descerrou uma placa comemorativa. Em seguida, ele e outros diretores entregaram troféus alusivos ao jubileu a parentes de cada um dos fundadores, que tiveram seus nomes mencionados e aplaudidos. Na ocasião, alguns dos familiares trouxeram relatos emocionados, rememorando seus exemplos de alegria frente aos desafios de então. Colaboradores também foram homenageados. Em entrevista, o presidente da Coamig afirmou que o clima de união em torno da data havia surpreendido: “É muita alegria nesse dia de confraternização. Superou qualquer expectativa”. Edson

Vice-presidente, Francisco Serpa: Coamig surgiu no momento de expansão do cooperativismo no PR

Bastos comentou em seu pronunciamento, que as novas gerações devem participar sempre mais: “Estamos convocando os jovens para assumirem o papel de condução de nossa cooperativa. São novas cabeças”, destacou. Para o vice-presidente, Francisco Serpa, o surgimento da Coamig, nos anos 60, acompanhou uma tendência de expansão da ideia cooperativista no setor rural paranaense. “Realmente foi um trabalho de pioneiros, porque naquela época, há 50 anos, o cooperativismo estava dando seus primeiros passos aqui no Paraná. Felizmente, porque foram essas entidades que fizeram nosso Estado florescer e produzir o que ele produz hoje de alimentos”. Para marcar seus 50 anos, a Coamig promoveu, durante o mês de julho, uma programação especial: em todas as sextas-feiras, foi realizado, para cooperados, um Dia de Negócios, com sorteios de R$ 3 mil entre cooperados e clientes em geral. Os ganhadores puderam utilizar o prêmio para adquirir produtos nas lojas da cooperativa em Guarapuava e Ivaí. Famílias de fundadores: lembranças e alegria

No dia 27, a cooperativa realizou no Parque de Exposições Lacerda Werneck um leilão de novilhas de leite e o sorteio de um automóvel entre os cooperados (atividade com autorização da SECAP [Ministério da Fazenda] nº 06.003471/2019). A ganhadora foi Josiane Aparecida dos Reis. Fundada em 14 de julho de 1968, a Coamig atualmente atua na venda de insumos para produção de milho, soja e feijão e na produção de leite. O quadro total de cooperados é de 2.834. A cooperativa possui sede, loja e usina de leite em Guarapuava. Em Ivaí, conta também com loja de produtos agropecuários.

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Foto/Coamig

Presidente, Edson Bastos: convocando jovens a participar ainda mais da cooperativa

Ganhadora do carro: Josiane Aparecida dos Reis recebeu as chaves do pres. da Coamig


SEGURANÇA DO TRABALHO

Saudax: atendimento em segurança e saúde no trabalho

Saudax: equipe com foco no bem-estar de colaboradores e empresas

A

mbiente de trabalho seguro e saudável é tema que ganha importância a cada dia nos mais diversos ramos de atividade. Para implementar e/ou cumprir as exigências das normas e regulamentações trabalhistas, várias são as empresas que têm buscado um assessoramento especializado. Em Guarapuava, a Saudax, que atua em segurança e medicina do trabalho, tem conquistado clientes na cidade e no campo. Para sua equipe, o êxito tem sido o resultado da soma de preparo profissional, equipamentos modernos e dedicação. Engenheiro de segurança no trabalho da empresa, Renato Roberto Chuesz comenta que o foco é auxiliar os empregadores a implementar e manter no ambiente de trabalho as condições preconizadas pelas normas de segurança. O primeiro passo do atendimento da Saudax, destacou, começa com uma visita de técnicos para identificar os riscos existentes no ambiente de trabalho: “Atuamos na identificação avaliação e controle dos riscos em que os trabalhadores estão expostos”. A equipe, segun-

do acrescentou, se concentra também nas condições em que são desenvolvidas as tarefas do dia a dia: “O técnico desloca-se até a empresa com o objetivo de identificar os riscos em que o grupo de trabalhadores estão expostos, analisam as atividades desempenhadas, verificam máquinas e equipamentos utilizados no processo. Caso necessário a realização de alguma avaliação quantitativa

a fim de mensurar os agentes nocivos à saúde, realizamos essa quantificação para posteriormente elaborar os documentos com base nos levantamentos”, complementou, citando que entre os fatores de riscos estão o nível de ruído, vibração, calor, agentes químicos, entre outros. Esta análise, assinalou, resulta em avaliações formais: “Elaboramos o documento PPRA, que é o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, laudos de periculosidade, de insalubridade e o LTCAT, que é o Laudo Técnico das Condições Ambientais do Trabalho”. Ainda de acordo com o engenheiro de segurança, fazem também parte dos serviços da Saudax visitas técnicas periódicas às empresas clientes, que podem ocorrer a cada 15 dias, mensalmente, com outra periodicidade ou a qualquer instante sob demanda. Para Chuesz, um dos diferenciais da empresa é dispor de um corpo técnico qualificado composto por Médico do Trabalho, Engenheiro de Segurança do Trabalho, Enfermeira do Trabalho, Técnico de Segurança, Técnico de Enfermagem, possuímos equipamentos que permitem prestar os serviços de segurança e saúde do trabalho com qualidade em diferentes segmentos: “A Saudax hoje é uma das empresas mais completas no ramo. Temos um corpo

Saudax, na Rua Frei Caneca, nº 2350

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Renato Roberto Chuesz

Karoline Martins Nunes

técnico muito bem estruturado, além de equipamentos: Audiodosímetros, decibelímetros, bomba de amostragem, medidor de vibração acelerômetro, medidor de stress térmico, luxímetro para realizar avaliações quantitativas dos agentes ambientais”. Frente ao setor de medicina ocupacional da Saudax, a enfermeira do trabalho Karoline Martins Nunes lembra que o bem-estar do colaborador é muito importante e traz muitos benefícios tanto para o empresário quanto para o trabalhador. Na Saudax, ressaltou, buscamos sempre que nossos clientes tenham colaboradores saudáveis e satisfeitos com seu ambiente de trabalho, onde todos aqueles que estão em seu ambiente de trabalho precisam estar bem de saúde ao iniciar suas atividades ocupacionais, durante seu período de atuação e ao sair da empresa, ou seja mantendo um monitoramento periódico, garantindo assim a segurança e qualidade de vida. A base para alcançar esta meta, sublinhou, é o levantamento de riscos mencionados pelo engenheiro de segurança: “Com base nas informações elencadas no documento PPRA, elaboramos o PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional) instituído pela Portaria Nº 24, de 29 de dezembro de 1994, da Secretaria de Segurança e Saúde do Trabalho, que deu nova redação à NR 7 - Exames Médicos, da Portaria nº 3.214 de 07/06/78, sendo sua elaboração e implementação obrigatória por parte dos empregadores e instituições que admitam colaboradores como empregados. O planejamento e implementação do PCMSO terá como base os riscos que os colaboradores estão expostos em cada local de trabalho, especialmente os identificados nas avaliações previstas nas demais Normas Regulamentadoras. No desenvolvimento do PCMSO são norteadas questões incidentes não só sobre o indivíduo, mas também sobre a coletividade dos envolvidos, privilegiando o instrumental clínico-epide-

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Waldemar Jr

miológico na abordagem da relação entre sua saúde e o trabalho. Karoline enfatiza que a implementação do PCMSO produz uma série de benefícios para EMPRESAS e TRABALHADORES, contribuindo para a melhoria da qualidade de Vida contribuindo assim com reflexos positivos no aumento da produtividade, redução do absenteísmo por motivos médicos, melhoria das relações de trabalho, aumento do comprometimento e satisfação dos colaboradores com as empresas bem como a redução dos custos com despesas médicas. Para a enfermeira o PCMSO é também de grande eficácia na prevenção e detecção precoce de doenças e agravos. De acordo com a enfermeira o documento vai elencar a descrição de quais são os exames que o colaborador deverá realizar diante dos riscos a que está exposto durante a sua atividade de trabalho”. Conforme observou Karoline, cuidar da saúde dos colaboradores das empresas clientes não é apenas um procedimento realizado em um único momento, mas abrange ainda acompanhamento em diferentes periodicidades, dependendo do grau de risco de cada ambiente: “Nós conseguimos fazer um planejamento anual de monitoramento para a empresa respeitando a periodicidade de cada risco levantado por nossos técnicos, exemplificou”. Karoline ressaltou que nesses casos, são realizados os exames complementares de audiometria, exames laboratoriais, espirometria, eletrocardiograma, eletroencefalograma, acuidade visual, exame toxicológico, sendo todos executados por profissionais capacitados e com a utilização de equipamentos de alta tecnologia. Com isso, disse a enfermeira do trabalho, nosso objetivo é trazer tranquilidade ao empresário no caráter de prevenção, rastreamento e diagnóstico precoce dos agravos á saúde relacionados aos seus trabalhadores, inclusive de natureza subclínica, além da constatação da existência de casos de doenças ou danos irreversíveis á saúde dos trabalhadores, a Saudax

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está prepara para atender todos os ramos de atividades, com qualidade, seriedade e respeito por seus clientes. Na direção da Saudax, onde também atua em sua área, o médico do trabalho Waldemar Geteski Jr, recorda que iniciou o empreendimento com o objetivo de criar, nas empresas atendidas, um ambiente seguro e saudável. Ele ressaltou que dispõe ainda de outros profissionais: “A equipe conta também com técnicos de enfermagem, técnicos de segurança, fonoaudióloga e psicólogo”. Os equipamentos médicos utilizados, complementou, passam por verificações: “Todos os aparelhos são calibrados anualmente, conforme determinam as normas”.

UNIDADE MÓVEL NAS FAZENDAS Considerando que agilidade nos serviços é importante, o diretor da Saudax ressalta o trabalho da unidade móvel, que vai até os clientes e presta atendimento in loco: “A unidade móvel não para. Inclusive a gente está atendendo fazendas. Várias têm requisitado esse serviço. O trabalhador não precisa ficar o dia inteiro fora para fazer exames. Vão até lá o médico, a fonoaudióloga, o técnico de enfermagem. O colaborador faz o eletrocardiograma, o eletroencéfalograma, os exames de sangue, consulta clínica, audiometria, expirometria”. Geteski Jr comentou ainda que a empresa ampliou seus serviços: “Hoje, também estamos atuando na medicina curativa, colocando à disposição dos colaboradores das empresas que têm nosso contrato – e familiares –, exames, consultas, a preços bem viáveis. Temos também convênios com especialistas aqui em Guarapuava”. Com toda a gama de profissionais, equipamentos e serviços, o diretor da Saudax considera que o objetivo da empresa vem sendo atingido: tranquilidade para colaboradores e empregados no quesito segurança e saúde no trabalho.


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LIDERANÇA RURAL

Guarapuava forma Líderes Rurais TURMA 01

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rodutores rurais finalizaram o curso do Programa Liderança Rural, desenvolvido pelo Sistema Faep/Senar e Sebrae, no dia 19 de julho, no Sindicato Rural de Guarapuava. O programa visa desenvolver nos líderes a capacidade de coordenar equipes, trabalhar em cooperação com parceiros e demais instituições empresariais e governamentais. A formação tem dois módulos e discute os seguintes temas: autoconhecimento, líder empreendedor, engajamento, autorresponsabilidade, desempenho interpessoal, perspectivas de sustentabilidade e fortalecimento, oportunidades inovadoras e estratégias pessoais de atuação. A consultora do Sebrae, Maria Angela Santana Kafrouni, coordenou os encontros. Segundo ela, o programa tem ligação com as mudanças que ocorreram nos últimos tempos com relação à sustentabilidade sindical. “Hoje, o sindicato precisa de uma nova forma de trabalhar e de se comunicar com o produtor rural para continuar prestando seu papel. O Sistema Faep/ Senar viu a necessidade de desenvolver a liderança nos produtores rurais, para que eles possam enxergar a importância das entidades e desenvolver a relação produtor x sindicato”. Maria Angela explica que o primeiro dia do treinamento é dedicado à análise do líder, por meio do autoconhecimento. “Utilizamos o perfil DISC (Dominância, Influência, Estabilidade e Complacência), que é uma ferramenta muito boa para reconhecer a si mesmo, suas potencialidades, características, enfim as competências mais visíveis na personalidade. Porque um líder precisa saber liderar a si mesmo”. No segundo dia, foi discutida a relação com o outro. “Tem questões voltadas para comunicação, para escuta, estilos de liderança, como funciona o poder, a influência, estratégias para influenciar e levar ações de efetividade”, detalha.

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Já o terceiro encontro foi dedicado à estratégia sindical, analisando o papel do sindicato. Os próprios produtores rurais fazem uma análise e criam estratégias para viabilizar a sustentabilidade sindical. A produtora rural Adriane Araújo Azevedo participou da primeira turma. Segundo ela, o que a motivou a realizar o programa foi o chamado no Encontro Regional de Lideranças Rurais, realizado dia 9 de abril, em Guarapuava. “Acho que nós, como produtores rurais, temos que ter preocupação com a real situação dos sindicatos, com essa questão da não-obrigatoriedade do pagamento da Contribuição Sindical. Eu achei importante estar inserida, ajudando e contribuindo com o sindicato porque é a entidade que representa o produtor rural e temos a obrigação de ajudar com ideias e ações. O curso foi muito bom, trouxe um grande aprendizado, tanto o conteúdo, como a maneira que foi repassado agregou bastante e possibilitou um autoconhecimento. Faz-nos enxergar nosso perfil enquanto liderança. Quero parabenizar a iniciativa da Faep. Esse programa será de grande valia”. A produtora rural Rosenei Kunz também participou do treinamento. Para ela, a liderança é muito impor-

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tante tanto na questão profissional, como pessoal. “O curso trabalhou muito este aspecto e o autoconhecimento, que influencia diretamente na comunicação que você vai usar com os funcionários, colegas de trabalho, as instituições que te representam ou mesmo no dia a dia”. Rosenei destacou como o curso trabalhou a relação produtor x sindicato. “Na verdade foi interessante a temática relação do produtor com sua representatividade, porque todo o sistema está fragilizado, devido aos últimos acontecimentos relacionados à Contribuição Sindical. Precisamos buscar uma alternativa de tentar trazer o produtor para o sindicato, não com a obrigação de pagar, mas que ele tenha consciência de que precisa estar próximo da instituição que o representa. Não podemos ver o sindicato como uma obrigação, mas sim como uma necessidade, porque nós produtores sozinhos não vamos resolver muita coisa, como questões trabalhistas, ambientais e outras”. Outras turmas do Programa Liderança Rural serão organizadas no Sindicato Rural de Guarapuava. A próxima já tem data: 28 e 29 de agosto e 6 de setembro. Interessados devem entrar em contato pelo fone 423623-1115.


B ATAT I C U LT U R A

Rene Bandeira, engenheiro agrônomo e bataticultor

Palestras técnicas sobre a cultura da batata atraíram centenas de pessoas

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Sindicato Rural de Guarapuava sediou no dia 11 de julho, o 2º Encontro Técnico sobre a Cultura da Batata. Realizado pelos grupos Agrônomos da Batata – GuarapuavaPR e Agroalpha, o evento teve como objetivo a difusão dos conceitos das atuais tecnologias sobre a cultura da batata. Cento e cinquenta pessoas participaram do evento, que teve como programação durante todo o dia diversas palestras técnicas sobre a produção da batata. Um dos organizadores do evento, o agrônomo Rene Bandeira avaliou que o encontro foi um sucesso. “Sempre me dediquei a aprender sobre a cultura da batata. Há mais de 30 anos estou na atividade, não só como engenheiro agrônomo, mas também como

produtor. Esse evento foi brilhante, nos trouxe muito conhecimento e agregou muita novidade”. Para Bandeira, essa é apenas uma das ações que devem ser feitas pela cultura da batata na região. “Acredito que temos que fazer mais e quanto mais fizermos, mais saberemos, ficaremos mais competitivos, contribuiremos para produção da cultura da batata e ativamos a nossa economia. A batata é uma cultura extremamente técnica, depende de muita tecnologia e pesquisas”. O agrônomo ainda destaca que o bataticultor necessita de mais aporte da pesquisa e do próprio mercado. “Nós plantamos batata no Brasil durante todos os meses do ano e dependemos de sementes próprias, cultiva-

das por nós mesmos. Dependemos de muito tempo para gerar essas sementes e também de um grande volume. Devemos produzir e armazenar em condições adequadas, por conta própria. Então, tudo isso depende muito do produtor, não conseguimos comprar tecnologia pronta, temos que criar a nossa própria tecnologia”. Apesar de todos os desafios da cultura, Bandeira avalia que os produtores de batata do Brasil se destacam por serem bastante técnicos e conseguem ótimos resultados. “Movimentamos muito a economia, geramos muitos empregos e fazemos com que a atividade seja rentável. A batata é uma das culturas com maior aporte financeiro por área. Ela produz até 20 vezes mais que uma cultura de grão por área”.

Confira o resumo das palestras apresentadas

Modo de Ação dos Fungicidas RENATO AGNELO Conhecer o modo de ação dos fungicidas é muito importante para tomada de decisões, aonde vai se conseguir melhor eficiência dos produtos e consequentemente uma lavoura saudável. É um assunto aparentemente complexo, mas importante. O produtor rural precisa se preocupar com o uso incorreto de fungicidas, pois o mesmo modo de ação acarreta perda de eficiência e danos às culturas. Muitas vezes, o produtor perde a cultura por falta de conhecimento do uso correto dos produtos. Muitas vezes o produtor olha só o lado comercial ou a tradição. São mais de dez anos para desenvolver um fungicida e em menos de dois anos, às vezes, o produtor perde o produto por mau uso e falta de conhecimento”.

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Manejo Nutricional ROGÉRIO PERES SORATTO (PROFESSOR UNESP) É preciso levar em consideração a importância de cada nutriente na cultura da batata. É necessário olhar o manejo de cada nutriente, porque no Brasil, no manejo nutricional da cultura da batata, usa-se uma receita de bolo, com uma fórmula principal de fertilizante, que é o 4-14-8. Eu enfoquei que em cada condição de fertilidade de solo, cada cultivar, cada época de cultivo, há uma necessidade diferente de um ou outro nutriente. O produtor precisa conciliar esse cuidado e manejar individualmente as doses e a época de aplicação de cada um dos nutrientes. Por exemplo, o fósforo, o produtor deve decidir basicamente com análise do solo e aplicar no sulco de plantio. Mas, por exemplo, o nitrogênio ele não vai ter muita referência na análise de solo, por isso, aplicar só no sulco de plantio, normalmente, não é a melhor opção. É preferível aplicar parceladamente ou usar uma fonte que libere esse nitrogênio gradualmente. Potássio é interessante parcelar, não concentrar muito no sulco de plantio. Enfim, cada nutriente tem sua particularidade”.

Física do solo CÁSSIO ANTONIOTORMENA (PROFESSOR UEM) A física do solo é uma questão muito importante dentro do sistema de produção, mas o pessoal ainda tem muita dúvida e dificuldade quanto ao manejo. Manejar fisicamente o solo se faz via conhecimento, com as experiências que se tem em campo. Primeiramente, é necessário identificar se o solo está fisicamente bom ou não. Existe uma carta de avaliação para isso. Tira-se uma amostra e avalia-se em que situação está o seu solo, se está em uma condição boa, intermediária ou ruim. Isso é muito importante para o produtor ou técnico, porque mostra as limitações desse solo. A partir daí, apresentam-se algumas soluções para transformar esse solo ruim em uma situação boa e preservar a estrutura daquele que está em uma situação boa, obtendo melhores produtividades”.

Resistência a fungicidas na cultura da batata LEONARDO ANGELO DE AQUINO Algumas das principais soluções para a não resistência dos produtos são o material propagativo sadio, a rotação de culturas com gramíneas forrageiras, como a braquiária, o milheto, enfim, plantas que venham a melhorar a saúde do solo; o preparo do solo antecipado, deixando a área preparada com certa antecedência em relação ao plantio. Destacamos também o uso do controle biológico que pode ser bem importante para patógenos de solo; a escolha correta e o conhecimento dos mecanismos de ação dos fungicidas com a finalidade de estratégia anti resistência e dentro desse contexto, também as corretas práticas para que se aplique dentro do alvo que tem o máximo ativo da folha, quando ela é o alvo, e com isso, se alcance a melhor eficácia do controle químico. Dependendo do patógeno, o produtor deve considerar diversos fatores. No caso da requeima, por exemplo, ele deve considerar a fase fenológica da planta e condições climáticas. Em outras fases, são outras prioridades”.

Biologia da Diabrotica speciosa CRISTIANE NARDI (PROFESSORA UNICENTRO) Muitas vezes, o produtor ou o agrônomo tentam manejar o inseto, aplicam os inseticidas, mas não conhecem a fundo a biologia do inseto e o comportamento. Esse conhecimento poderia agregar um valor maior na hora dele controlar, uma eficiência maior no produto e na aplicação. Conhecendo bem a biologia e o comportamento da praga, é possível manejar de uma forma mais racional e inteligente. A diabrotica é um inseto que vive durante uma fase da vida no solo e a outra fase da vida na parte aérea das plantas. A cultura da batata é seu principal substrato, tanto para os adultos que ficam na parte de cima do solo, quanto para as larvas, que ficam na parte de baixo. As plantas mais adequadas para o desenvolvimento desse inseto são a batata e o milho. Por isso, a importância do conhecimento da biologia do inseto e outros aspectos”.

Grupos Agrônomos da Batata Guarapuava-PR e Agroalpha: organizadores da segunda edição do evento

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FORR AG E IR A S

Golden Tree: visita técnica aborda mudas de pastagem

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e o plantio de pastagem é visto atualmente entre pesquisadores e empresas do setor como uma cultura, difundir este conceito é uma tarefa que consideram especialmente importante entre produtores, agrônomos e estudantes de agronomia. Com este objetivo, a Golden Tree, recebeu, na manhã do dia 2 de agosto, em seu viveiro, em Guarapuava, visita técnica de alunos da disciplina de Forragicultura do curso de Agronomia da Unicentro, acompanhados do professor doutor e pesquisador Sebastião Brasil. Ao lado da agrônoma Tayná Jornada Ben, da empresa, o especialista abordou o plantio de pastagem por muda e as características de alguns materiais que, na região, têm sido utilizados na estação mais fria do ano, como tifton 85, jiggs e ainda a cultivar de capim elefante anão Kurumi, lançada pela Embrapa. Defensor de pastagens produzidas, implantadas e manejadas de forma agronômica, Brasil, em entrevista, comentou que no país esta abordagem ainda é nova: “O Brasil não tem uma tradição na produção de mudas de plantas forrageiras”. Conforme

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completou, esta forma de produção oferece, no entanto, pontos técnicos positivos: “A vantagem é a questão da uniformidade das mudas, a possibilidade de fazer o plantio mecanizado ou manual, em preparo convencional do solo ou em plantio direto”. Para o pesquisador, ao pensar em implantar o pasto, o produtor rural deve ter também alguns dos mesmos cuidados já conhecidos na utilização de sementes, como recorrer a empresas do setor, que produzem materiais dentro da legislação e do crivo técnico de agrônomos, para que tenham qualidade, sanidade e vigor: “Consideramos que isso leva também a uma melhor velocidade de estabelecimento dessas mudas no campo. Então, se o produtor começa com um material já de maior vigor, maior capacidade produtiva, com certeza vai ter um desempenho bem melhor também na propriedade”. Além de outras semelhanças com as lavouras, como analisar a eventual necessidade de correção de solo, sem contar a adubação de manutenção, ele chama a atenção para a questão da relação entre tamanho da área e produtividade: “Não é o aumento em

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Empresa sediou visita técnica sobre produção de mudas de pastagem

escala de plantio, mas a qualidade do plantio, a qualidade do material propagativo, que vai auferir a receita ou o rendimento melhor”. Sebastião Brasil recordou que outro passo necessário para uma pastagem bem estabelecida é considerar as demandas específicas dos materiais. “Pastagem nada mais é do que uma cultura. À exceção talvez da grama missioneira gigante, o tifton 85, o jiggs e também o capim Kurumi são plantas extremamente exigentes em termos de fertilidade, com exigências iguais

Professor Sebastião Brasil:

“Pastagem é cultura.”


ou até superiores à de uma planta de milho”, comparou. Sobre os pastos apresentados – opções para plantio com muda –, ele considerou que tiveram bom desempenho nas geadas do início de julho, quando Guarapuava e região registraram frio de 4 graus negativos. “Todos os materiais se saíram bem. Todos conseguiram rebrotar. Numa condição sombreada, logicamente, a grama missioneiro gigante queimou bem menos. Na aberta, ela queima um pouco mais. O tifton 85, o jiggs e o Kurumi tiveram um comportamento muito interessante: queimaram, mas já rebrotaram nos primeiros dias. Estive aqui na primeira semana após a geada, já estavam rebrotando”, relatou. Como pesquisador, ele resumiu a visita a campo como uma oportunidade para os estudantes verem de perto a produção de mudas de pasto. “A importância para mim, na minha visão de professor, foi trazer os alunos para vivenciar realmente a produção agronômica de mudas. Isso eu tinha que trazer para os meus alunos, essa geração nova que está aí, saindo agora da universidade, que está fazendo a disciplina de forragicultura. Eles têm essa oportunidade de visualizar uma coisa que a gente vê em países mais desenvolvidos”. Para a agrônoma da Golden Tree, a atividade proporcionou aos participantes informações sobre diferentes materiais num único lugar: “O professor conseguiu mostrar, em um pequeno espaço de tempo, quatro espécies, o hábito de crescimento delas, como se restabelecem e quais são os prós e contras da condição climática. Isso, para a formação do acadêmico, é de suma importância”. Tayná recordou que a agronomia

Estudantes puderam conhecer tifton 85, jiggs, grama missioneira e Kurumi

também abrange a produção de mudas: “É uma área de atuação do engenheiro agrônomo e um campo de trabalho bem extenso. Ele tem inúmeras competências como profissional: é um fisiologista, um especialista de plantas. Realmente, a demanda maior é para a produção de grãos, pelo interesse econômico, mas essa área de produção de mudas é carente de profissionais. Então hoje, num campo de trabalho que é bem concorrido, ter um nicho de mercado específico é o diferencial”, analisou. Ela assinalou ainda que o agrônomo pode assessorar o produtor na escolha do pasto, selecionando materiais que resultem uma boa conversão, em carne ou leite, o que considera “diferente de uma pastagem nativa sem manejo”.

Agrônoma Tayná:

“Forrageiras são campo profissional.”

BRS Kurumi

De acordo com a Golden Tree, uma das espécies de pastagem que teve rápida rebrota após as geadas de julho deste ano, em Guarapuava, foi a cultivar de capim elefante anão BRS Kurumi. Fotos feitas pela empresa, que em nível local produz mudas do material, mostram uma touceira logo após e uma semana depois da intempérie. A cultivar foi lançada pela Embrapa e registrada no RNC (Registro Nacional de Cultivares) em 2012.

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G R ÃO S

Painel levantou custos de produção de grãos na região de Guarapuava

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Sindicato Rural de Guarapuava sediou, no dia 16 de julho, mais uma edição do Painel de Custos de Produção de Grãos, uma das ações do Projeto Campo Futuro – parceria entre a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) e Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq). Desta vez, foram avaliados os custos de produção de grãos na região de Guarapuava, safra 2018/2019, incluindo, soja, milho, feijão, cevada e trigo. “O objetivo principal é fazer um retrato do que foi a safra 2018/2019, Encontro levantou custos de produção de soja, milho, trigo, feijão e cevada não só em termos de custo, mas de receita também, se foi rentável ou Isso ajuda na hora de ter uma contranão produzir essas culturas”, explipartida governamental”. cou o pesquisador do Cepea, Fábio Em Guarapuava, 16 produtores Francisco de Lima. rurais e técnicos participaram da Lima detalhou ainda que além reunião informando os dados da prodeste propósito pontual, a ação visa, dução de grãos da última safra. Avade uma forma mais ampla, comparar liando de forma rápid, Lima afirmou todas as regiões do Brasil, se elas são que na região a produção de grãos competitivas entre si, se a agricultufoi boa para aqueles produtores rura brasileira é rentável, quais são os rais que plantaram em áreas próprias. problemas do agricultor brasileiro em “Nas terras em que o produtor é dono cada região, se as políticas públicas dela, ele teve uma rentabilidade alta que o Brasil adota para soja e milho. Já são equivalentes o trigo e a cevada, nas regiões e quais nessa última safra, são as verdadeiras ficaram um pouquinecessidades de nho apertados. E o cada uma. “Além feijão foi bem, porque disso, também avaGabriel Diniz Faleiros e Fábio Francisco o preço acabou comO PREÇO DE de Lima, pesquisadores do Cepea liar questões denpensando em termos tro da propriedade de rentabilidade”. ARRENDAMENTO rural. O que o proJá nas áreas arNA REGIÃO É UM dutor rural deve e ainda conseguir repor patrimônio, rendadas, o pesquiolhar com mais quando ele estiver mais velho, por sador pontua que o DOS MAIS ALTOS calma. Por exemexemplo. Ou como ele vai conseguir preço de arrendaplo, a gente vê que arrecadar dinheiro para não precisar mento na região é DO PAÍS” em Guarapuava há financiar um trator? Não é possível, um dos mais altos do mais problemas quando se trata de áreas arrendadas”, país. “Esses produtocom os fungicidas, que é uma questão observou. res que plantam em áreas arrendadas, regional. Então, dentro desses proO painel passou por Castro, Guao preço atrapalhou muito a margem blemas a gente consegue comparar rapuava, Cascavel e Londrina. Os redeles, principalmente quando falamos quais foram os períodos, se toda safra sultados podem ser acessados no site de custo total. É muito difícil o produtem o mesmo problema ou é pontual. da CNA (www.cnabrasil.org.br). tor pagar todos os custos da lavoura

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PESQUISA

Encontro divulgou resultados de pesquisas em culturas de soja e feijão

Professor Itacir Sandini

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Agrisus Brasil e a Agro10 Assessoria Agropecuária promoveram o Encontro de Apresentação de Resultados de Pesquisa no dia 3 de julho, no anfiteatro do Sindicato Rural de Guarapuava. O evento apresentou pesquisas relacionadas principalmente às culturas de soja e feijão. Durante todo o dia, seis palestras e uma mesa redonda debateram assuntos provenientes de demandas dos próprios produtores de Guarapuava e região. “A Agrisus Brasil é uma empresa constituída para gerar informações para a região de Guarapuava. Nós temos um propósito de produzir informações de qualidade para o produtor rural, através de protocolos de pesquisas contratados pelas empresas de produtos agropecuários. Desta forma, temos uma possibilidade de maior assertividade do ponto de vista de adoção das tecnologias geradas dentro dessas pesquisas”, explica o professor Itacir Eloi Sandini. Segundo ele, as principais pesquisas em desenvolvimento são cultivares de soja, feijão, trigo e híbridos de milho; manejo de doenças, pragas e plantas daninhas; e também o manejo no ponto de vista nutricional, não apenas de base, mas também utilizando tecnologias que permitam aplicação de produtos via folha. “Também

temos trabalhado a respeito da adoção da microbiologia na produção agrícola. Existem estudos que comprovam que microrganismos benéficos como o azospirullum, pseudômonas e bacillus podem contribuir para maior estabilidade em termos de produção. E uma das grandes linhas de pesquisas que estamos trabalhando é exatamente nesse sentido, ou seja,

avaliar os efeitos benéficos dos microrganismos na atividade produtiva”. Sandini ainda citou pesquisas sobre o mofo branco na soja e feijão. O evento teve apoio do Grupo Agrass, Adama, Agrichem, Augustin, Basf, Bela Agrícola, FMC, Ihara, Nufarm, Sindicato Rural, Timac Agro, Total Biotecnologia, ORO AGRI, HO Genética, Simbiose e Unicentro.

O evento contou com uma mesa redonda, além das palestras REVI STA DO PRO D UTO R RURA L DO PA RA N Á

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Confira o resumo do evento: Cultivares de soja e feijão: a escolha correta é decisiva para o sucesso do produtor LEANDRO BREN

Agrônomo e proprietário da Agro10 No passado, tínhamos quatro cultivares de soja, quando muito, para fazer as escolhas. A média de produtividade era mais baixa do que a atual, de 3 mil, 3,5 mil quilos por hectare. Hoje, temos uma oferta muito grande de cultivares. Portanto, orientamos que o produtor utilize os resultados que as estações de pesquisa vêm trazendo para fazer a escolha. A diferença entre produzir 4 mil kg/ha e produzir 5 mil kg/ha de soja é muito grande. Com relação aos feijões preto e carioca, observamos diferenças bem interessantes entre os materiais, não tanto em produtividade, mas em termos de resistência à doenças. Hoje existem cultivares mais tolerantes às doenças, que resultam em um menor número de aplicações de fungicida e, consequentemente, geram uma maior rentabilidade. Por isso, a escolha por meio de resultados realizados por estações de pesquisa se faz fundamental para o sucesso”.

Controle de mofo branco na cultura da soja JAQUELINE HUZAR NOVAKOWISKI Agrônoma PhD em Fitopatologia e professora na Universidade de Passo Fundo/RS Um manejo com várias estratégias inclui: rotação de culturas com plantas não hospedeiras para mofo branco. Dar preferência para aveia, azevém, milho. Entrar com antagonistas, agentes de controle biológico: tricodermas, bacillus. O manejo de plantas daninhas: tem várias hospedeiras, de folha larga. Combater plantas daninhas já auxilia bastante. Na seleção de cultivares, dar preferência para aquelas com uma arquitetura mais compacta, não tão ramificada, plantas não tão altas, que não promovam um dossel muito adensado. A qualidade de semente: evitar a introdução do escleródio. Se suspeitar, entrar com o tratamento de sementes. E aplicação de fungicida, iniciando no florescimento e trabalhando com uma sequencial, em R2. Cada uma das estratégias citadas contribui. Apenas depender de aplicação de fungicida não é suficiente. A gente tem que trabalhar o sistema de produção como um todo”.

Eficiência da adubação nitrogenada na cultura do feijão: inoculação, adubação de cobertura e complementar GUILHERME ZAMBOLIN - Mestrando em Produção Vegetal Unicentro É possível se produzir de uma forma mais economicamente viável. Apresentei o meu trabalho de mestrado, que diz que a nutrição mineral de plantas está diretamente relacionada à produtividade e que quando é feita com auxílio de microrganismos ou nitrogênio complementar, pode estar se trabalhando melhor com as doses de nitrogênio em cobertura – alcançando maior retorno econômico para o produtor. Acredito que a nutrição de plantas cresceu muito. Porém, do ponto de vista de se utilizar microrganismo, há uma necessidade ainda de mais pesquisas, principalmente quando se fala de inoculante Rhizobium tropici. É necessário conscientizar cada vez mais os produtores de que, por mais que atualmente o microrganismo não seja capaz de fornecer todo o nitrogênio para a planta do feijão, ele é capaz de fornecer parte desse nitrogênio que a planta exige”.

Efeitos benéficos dos microrganismos na agropecuária FABIANO PACENTCHUK Doutorando em Produção Vegetal Unicentro Bactérias promotoras de crescimento de planta são uma abordagem relativamente nova. São microrganismos que buscam promover crescimento de raiz e com isso explorar perfis de solo diferentes, buscar água e nutrientes em maiores profundidades. Além disso, essas bactérias produzem algumas substâncias que promovem o crescimento de plantas, que são hormônios como auxina, giberelina, citocinina e também solubilizam fósforos e atuam no controle biológico de doenças. É um conjunto de fatores que fazem com que essas bactérias promovam o crescimento de plantas e culminam em diminuição de custo de produção e aumento de produtividade. Consegue-se manter os altos tetos produtivos, gastando um pouco menos e sem agredir tanto o meio ambiente. Cada local tem a tendência de apresentar um microrganismo especifico, mas de uma maneira geral para a cultura de milho tem Azospirullum braziliense e na cultura de soja tem alguns bacillus que apresentam resultados satisfatórios”.

Controle de pragas na cultura da soja SAMUEL ROGGIA Embrapa Soja Percevejos e lagartas são os principais grupos de pragas da cultura da soja. Com o controle químico existe uma diversidade de produtos maior para o controle de lagartas e isso possibilita ao produtor fazer rotação de moléculas para evitar que a lagarta se torne resistente. Já no caso de percevejos, temos uma situação um pouco mais complicada, porque a diversidade de produtos é menor. Existe um número superior a 40 produtos registrado no mercado. No entanto, esses produtos são mais ou menos dos mesmos grupos químicos. Desta forma, o manejo de percevejos fica numa situação um pouco mais complicada em relação à resistência. Para o controle biológico, existem produtos para o controle de lagartas. Destacamos a lagarta falsa-medideira, por meio de baculovirus e Bacillus thuringiensis, sendo um vírus e outra bactéria. Existe também o uso de Extrato de Nim, que não é um organismo vivo, mas é um extrato de planta. Existem diversas marcas comerciais disponíveis para uso na agricultura e o Extrato de Nim tem boa ação sobre lagartas”.

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S E B R A E , S E N A R E FA R S U L

Juntos para fortalecer a integração lavoura-pecuária

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integração lavoura-pecuária realizada em Guarapuava e região esteve mais uma vez na pauta de uma visita técnica de produtores rurais: no dia 4 de julho, agropecuaristas do noroeste do Rio Grande do Sul – todos participantes do Programa Juntos para Competir (parceria entre SEBRAE-RS, SENAR-RS e FARSUL) – realizaram na cidade uma das etapas de um giro que, no Paraná, incluiu também Pato Branco, Cascavel e Campo Mourão. Com foco em sistemas de produção integrada de grãos e bovinos de corte (ILP) e no trabalho das cooperativas de carne, a programação dos visitantes teve início por volta das 10h da manhã, no anfiteatro do Sindicato Rural. No local, a diretora técnica da Cooperaliança, médica veterinária Marina Azevedo, recebeu os produtores e explicou o surgimento da cooperativa (2007), a atual área de abrangência, que inclui todas as regiões do Estado, e projetos como o do frigorífico, em construção. Ela detalhou os padrões de qualidade da produção, que levaram a cooperativa a se tornar uma das referências em seu segmento. À tarde, o sindicato rural apoiou a organização local da visitação do grupo ao sistema de ILP praticado

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na propriedade do presidente da entidade, o agrônomo e agropecuarista Rodolpho Luiz Werneck Botelho. Na fazenda, situada no vizinho município de Candói, ele recepcionou os produtores gaúchos, explicou que a integração é realizada com soja, milho, trigo, eucalipto e bovinos de corte e conduziu um giro pelo campo. A REVISTA DO PRODUTOR RURAL acompanhou a visita e conversou com coordenadora do grupo, a Gerente Regional Noroeste do SEBRAE-RS, Eloísa Muxfeldt Arns. Ela observou que o Juntos para Competir é uma iniciativa que, no meio rural, visa promover o desenvolvimento de várias cadeias produtivas, como a da integração lavoura-pecuária: “Nós viemos trabalhando desde 2015 com produtores que têm as atividades de produção de grãos e pecuária de corte. A gente estimula a integração desses sistemas. Para nós é muito importante essa interação entre estados, municípios”. Para isso, assinalou, a iniciativa proporciona aos participantes uma visão dos aspectos técnico e de gerenciamento: “Durante o andamento desse projeto, que dura quatro anos, a gente trabalha não só os conceitos tecnológicos, como os de gestão, de sustentabilidade ambiental, de gestão

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de pessoas. Tudo o que diz respeito a uma empresa rural para que ela realmente tenha rentabilidade e sucesso na sua atividade”. Agricultura e pecuária interligadas, completou, se potencializam: “Os produtores percebem que a soma das duas atividades é maior quando elas são integradas, do que a soma quando as duas são independentes”. Segundo especificou, no Rio Grande do Sul, o Juntos para Competir, em sua vertente de ILP, vem registrando interesse: “Nesse grupo, hoje aqui, são 50 propriedades. Mas temos outro projeto em andamento, que iniciou esse ano

Botelho, pres. do Sindicato Rural de Guarapuava


Eloísa, Gerente Noroeste do Sebrae-RS: conceitos empresariais na ILP

Amaurel, pres. do Sindicato Rural de Catuípe (RS)

com 80. Ano passado, encerramos um de 100”. Entre os visitantes, participaram também algumas lideranças, como o recém-eleito presidente do Sindicato Rural de Catuípe, Amaurel Augusto Sonego. Praticando ILP com bovinos de corte, soja, substituindo o milho por pastagem de verão e recorrendo a aveia e azevém para o pasto de inverno em sua propriedade, ele elogiou a visita e disse ter visto semelhanças: “Muito interessante. Viemos aqui em busca de também trocar alguma experiência. É muito parecido. Desde a questão climática. As geadas que acontecem aqui, acontecem lá também”. À frente do sindicato rural em Pejuçara, Valocir Antônio Gianluppi, sublinhou que o conhecimento é insumo para todas as atividades, como a própria ILP, modalidade que ele e a família iniciaram há 10 anos: “Qualquer negócio hoje precisa de muitas informações para a tomada de decisões. Aqui tem bastante opções de escolha, para ver qual é o melhor projeto que se enquadra na propriedade da gente”. Produtor rural voltado à integração do mesmo município gaúcho, Christian Kieling contou que em sua família a bovinocultura já é uma tradição de cerca de 50 anos, iniciada com seu avô. Pertencente às gerações mais jovens, ele hoje conduz um sistema de ILP com soja, milho e trigo, e enaltece a troca de experiências: “É bom ver outros sistemas, porque como estão um pouco mais avançados, já começamos a abrir o olho para o que é que está sendo feito, o que está funcionando, o que pode ser aplicado para a gente”. Kieling disse achar necessário que o produtor, quando possível, reserve tempo para conhecer outras regiões: “Sempre é bom você sair da sua propriedade e ver outras realidades. Senão, acaba ficando dentro do seu

Gianluppi, pres. do Sindicato Rural de Pejuçara (RS)

mundo, dos mesmos problemas”. Ao final da visita, em entrevista, o presidente do Sindicato Rural de Guarapuava comentou que a ILP é viável, desde que praticada de forma técnica: “Isso tem demonstrado ganho para o produtor rural, para o sistema, a natureza, mas principalmente resultados econômicos favoráveis”. Assim como afirmou diante dos visitantes, Botelho defendeu que o pecuarista, a exemplo dos produtores de grãos, se abra cada vez mais para a inovação: “Um dos principais paradigmas que acho que tem que ser desmistificado é essa questão de que pecuária com agricultura não combina. Tem sido demonstrado por várias instituições de pesquisa, quer seja Embrapa, IAPAR e universidades, que a união harmônica entre os dois sistemas produtivos agrega resultados econômicos e biológicos para os dois setores. O que se precisa é de informação e conhecimento”. E conhecimento, frisou, abrange um sistema de gerenciamento empresarial da fazenda. Botelho, que desenvolve ele mesmo a integração lavoura-pecuária com agrônomos e consultores, preconizou que, em especial na ILP, o agropecuarista ouça os profissionais de várias áreas ligadas à produção: “As margens de lucro têm se estreitado. O produtor precisa fazer uma gestão cada vez melhor do seu negócio. Além da capacitação, a assessoria técnica, a consultoria são importantes. Ninguém sabe tudo. Precisamos trocar informação para ter um negócio mais próspero a médio e longo prazo”. Após a passagem por Guarapuava e região, os produtores gaúchos prosseguiram sua viagem técnica em Santa Catarina.

Kieling, produtor de Pejuçara (RS)

ETAPAS DA VISITA Pela manhã, no Sindicato Rural de Guarapuava, produtores gaúchos tiveram palestra da Cooperaliança sobre o trabalho da cooperativa, do setor de carne. À tarde, visita prosseguiu numa fazenda, em Candói, para ver um sistema local de ILP. Pastagem foi um dos temas de destaque na troca de idéias.

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Fotos: Divulgação Biotrigo/Ron Lima

R O TA Ç Ã O D E C U LT U R A S

Rotação de culturas como o trigo contribuiu no controle de pragas e doenças e trouxe excelentes resultados na safra de soja.

Trigo e soja: resultados são positivos dentro do sistema de produção Como a rotação de culturas e o plantio de trigo impactou na produtividade da lavoura bicampeã do Desafio CESB de soja

N

ão existe uma receita exata para se dar bem na agricultura, mas é fato que a introdução de novas tecnologias, o avanço das pesquisas, novas opções de manejo, a parceria entre as culturas de inverno e de verão e ainda a visão do produtor sobre todo o sistema da propriedade está impactando diretamente no aumento das produtividades. As culturas da soja e do trigo, por exemplo, andam juntas, especialmente porque o cereal é o mais plantado no Rio Grande do Sul e possui um alto valor agregado para os produtores gaúchos. O produtor de Cruz Alta (RS), Maurício de Bortoli, provou pelo segundo ano consecutivo que toda tecnologia utilizada na fertilização para as lavouras obterem maiores resultados no verão tem início no inverno. Maurício venceu, pelo segundo ano consecutivo o Desafio CESB (Comitê Estratégico Soja Brasil) de Máxima Produtividade de Soja, com a média de produtividade de 123,88 sc/ha. Ele colheu mais que o dobro da média na-

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cional, que foi de 53,4 sc/ha na safra 2018/2019. A teoria do engenheiro agrônomo colocada em prática na sua fazenda foi projetar, preparar e aplicar na fazenda um contínuo processo de produção. “Pensamos na propriedade como um todo e investimos na rotação de culturas e manejo integrado de pragas, doenças e plantas daninhas”, relata. Nas fazendas da Sementes Aurora, o agrônomo cultiva nove mil hectares de grãos (soja, milho, trigo, cevada, aveia preta e branca). Para conquistar esse resultado, o produtor investiu em tecnologias de manejo e no controle de pragas e doenças que pudessem diminuir o rendimento e a qualidade do produto final. No item manejo, não abriu mão de cobrir o solo no inverno. Na segunda safra, cultivou um mix de plantas de coberturas em um terço da área. Em outro terço, somente gramíneas, também para cobertura e no restante, quase três mil hectares de trigo e áreas menores aveia preta (1,3 mil ha), aveia branca (1 mil ha) e de cevada

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(500 ha). Maurício ressalta que o trigo é uma cultura de bastante investimento, de muita responsabilidade técnica e com inúmeros benefícios. “Tenho feito muita rotação de culturas. Proporciona fertilidade, descompactação e a proteção do solo através da palhada, bem como a reciclagem de nutrientes e a rotação de defensivos, gerando benefícios nas culturas de verão”, defende. A recomendação do produtor é plantar cultivares recomendadas para cada região, utilizar uma tecnologia adequada e manejar as lavouras com o objetivo de produzir grãos. Durante a safra, ele afirma que é importante proteger a área foliar e, na hora da colheita, estar atento a qualidade, a maturação do cereal e, especialmente a segregação. “É muito importante separar o trigo em silos de unidades diferentes para que seja possível recuperar valor desse produto tão importante e com características produtivas tão distintas”, finaliza Maurício.


TRIGO CONTRIBUINDO NOS CUSTOS FIXOS DA PROPRIEDADE O engenheiro agrônomo e supervisor comercial da Biotrigo Genética, Everton Garcia, reforça a contribuição da cultura na diluição dos custos fixos da propriedade. “O retorno financeiro da safra de inverno é importante para dividir os custos fixos diretos da propriedade, como funcionários, arrendamentos, impostos e outros”, defende. Como o trigo é uma cultura considerada de risco, a indicação é trabalhar com estratégias para minimizar efeitos do clima, através do escalonamento da semeadura, contratação de seguro agrícola e investimento em tecnologias que impactem no aumento da produtividade. “É preciso reduzir a dependência sobre o valor do trigo indústria no momento da comercialização. Se o produtor pensar em colher 40 sc/ha e vender a R$ 35,00, a margem será negativa. Porém, se aumentar o investimento e a produtividade chegar a 60 sc/ha, mesmo vendendo o trigo num preço mais baixo ou igual a R$ 35,00, a margem bruta fica positiva. Ao reduzir o custo unitário e aumentar a quantidade produzida por unidade de área, o produtor terá lucro sobre o trigo”, disse Everton, ressaltando, no entanto, que se o produtor optar por reduzir investimen-

to, o ideal é diminuir a área de plantio, mantendo o nível tecnológico e garantindo qualidade final do produto. Segundo o coordenador da assessoria do Grupo Agros, Carlos André Fiorin,o custo dos insumos desde 2002 até os dias atuais aumentaram cerca de 185%, porém o custo fixo - como impostos, arrendamento, mão de obra, maquinário e juros - teve aumento de 578%, pesando ainda mais nas despesas. “Sem uma cultura comercial no inverno, o custo fixo da propriedade é debitado todo na conta da soja. Por isso, ressaltamos que o trigo agrega receitas na propriedade rural, além de manter a sua estrutura ativa durante o inverno. É preciso pensar na melhor performance de todas as culturas envolvidas na propriedade. Isso não deixa o time ficar sem ritmo de jogo, fazendo uma analogia com o futebol”, comentou Carlos.

NÃO EXISTE CORRENTE FORTE COM ELO FRACO

TRIGO

SOJA

TRIGO NO SISTEMA:

MAIS PRODUTIVIDADE DE SOJA NO VERÃO REVI STA DO PRO D UTO R RURA L DO PA RA N Á

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LAZER

Canto Manso: sabor de tradição e natureza Q uem não gostaria de voltar àquele passado campeiro, onde os quitutes da infância, o aconchego de uma lareira e a liberdade de um galope se apresentam diante de nós, emoldurados por um cenário de pinheiros? Com a certeza de que a resposta é um unânime “todo mundo”, uma empreendedora de origem rural, Ana Ester Ehms, decidiu criar, em Guarapuava, um espaço para trazer de volta os tempos em que o próprio tempo podia ser degustado. Escolheu a dedo uma propriedade, a 14 quilômetros da cidade, e ali instalou o restaurante Canto Manso. Com base em suas próprias vivências de família, ela, com sua filha e genro, Ana Luiza e João Pedro, seu filho e nora, médicos veterinários Antônio e Letícia, idealizaram juntos um local que oferece gastronomia com ênfase nos pratos da cultura tropeira; cabanha voltada a cuidar de cavalos de proprietários que não dispõem de abrigo para os animais; e ainda uma pista que laço, que já tem sido utilizada pelos clientes para treinos e provas. À frente da parte gastronômica, Ana Ester comentou os destaques e as novidades do cardápio: “A gente está iniciando com feijoada no sábado”, ressaltou, lembrando que o prato é servido com todos os seus acompanha-

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mentos. No domingo, acrescentou, os visitantes encontram, bem de acordo com a atmosfera do lugar, o que ela classifica como um verdadeiro “almoço de fazenda” – e bem diversificado: “Servimos o porco a pururuca, frango, pato e ovelha”, relata, ao mencionar Ana Ester: apostando na culinária campeira algumas das opções do menu. Segundo observou, diante daquelas delícias e de inverno e com o calor aconcheganda tranquilidade do local, as pessoas te uma lareira sempre acesa. acabam permanecendo durante toda Mas conforme assinala Ana Ester, a tarde. E demandando mais sabores, os atrativos da culinária vão ainda o que leva a novidades: “Uma senhoalém de tudo o que o público pode ra me falou: ‘por que não ter um café encontrar nos finais de semana. O colonial à tarde? Porque daí a gente restaurante tem, às quartas-feiras à já nem vai embora!’”, recordou com noite, outro momento de grande mobom humor. Ela contou ter aceitado a vimento – é quando recebe a presenideia, para ampliar o leque de opções ça de laçadores, que comparecerem que o restaurante oferece, e – para a com suas famílias, para treinar, na felicidade de quem frequenta o Canto pista do local, o laço comprido, traManso – deu início à primeira edição dição que, apontou ela, permanece da novidade já na tarde de domingo, viva até hoje tanto entre produtodia 11 de agosto. Quem conferiu enres rurais quanto entre aqueles que, controu uma mesa repleta de pães, mesmo vivendo na cidade, buscam o cucas, bolos, croissants, em perfeita lugar para reviver a memória de um harmonia com o clima de uma tarde passado rural. Segundo explicou,

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Ana Ester: apostando culinária campeira Lareira convida para um chimarrão; pista de laço é outro atrativo

Ana Luiza e João Pedro: cabanha abriga animais de laçadores

nessas ocasiões, a equipe da cozinha oferece duas opções, que se alternam semanalmente: “Numa quarta-feira, servimos galinha caipira, macarrão de casa, polenta, mandioca, essas coisas assim bem tradicionais do campo. Na outra, tem charque, arroz tropeiro, virado de feijão. Uma comida bem campeira mesmo. Para a gente lembrar da casa da vovó”, pontuou com um sorriso. Para quem vem reviver a tradição do laço, enfatizou, o restaurante oferece um ambiente agradável, “rústico, mas bem estruturado”, para esposas e filhos apreciarem os treinos, num amplo terraço posicionado diante da pista.

te, é como um atleta. Ele não pode comer mal. Precisa ser bem tratado para poder se sair bem”. A jovem avalia que no pouco tempo de funcionamento da cabanha, a receptividade foi positiva: “A gente começou numa época do ano boa para este tipo de trabalho, que é o inverno. Então, estamos hoje com as cocheiras todas cheias”. Comemorando, como sua filha, o êxito do empreendimento, Ana Ester diz considerar que num tempo em que o dia a dia se tornou digital e agitado, lugares como Canto Manso se fazem necessários: “Acho que a gente está caminhando para esse lado de campo mesmo”, concluiu.

Dedicada à cabanha, a filha de Ana Ester contou que desde criança é aficionada pelo laço comprido e, há cerca de dois anos, se tornou ela mesma laçadora. Ao mostrar a instalação, Ana Luiza explicou que atualmente nem todos os praticantes daquela modalidade contam com um espaço para manter os cavalos e que o local se torna uma alternativa: “Na cabanha, a gente oferece a estadia e a alimentação. Isto é o básico. Dependendo do cavalo, tem o serviço de doma, treinamento para laço comprido – que é o que praticamos. E os cuidados estéticos”. Com a prática obtida até o momento, detalha: “O cavalo, por ser um animal de espor-

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LE G I S L AÇ ÃO

O CAR a partir dos efeitos da Medida Provisória 884/2019 Luis Eduardo Pereira Sanches é advogado do escritório Trajano Neto e Paciornik em aliança legal com o escritório Decker e Advogados Associados

E

m meados do mês de julho foi publicada a Medida Provisória 884/2019, que altera o parágrafo 3º do artigo 29 do Código Florestal, o que acaba por fazer do Cadastro Ambiental Rural (CAR) um registro contínuo e aberto para atualizações e inscrições a qualquer momento. Em retrospectiva, vale lembrar que o Cadastro Ambiental Rural (CAR) foi criado pela Lei 12.651/2012 e definido por meio do artigo 29 como o “registro público eletrônico de âmbito nacional obrigatório para todos os imóveis rurais, com a finalidade de integrar as informações ambientais das propriedades e posses rurais, compondo base de dados para controle, monitoramento, planejamento ambiental e econômico e combate ao desmatamento”. Para tanto, além da identificação do proprietário ou possuidor e respectiva comprovação do direito real de posse ou propriedade, serão fornecidas informações acerca dos remanescentes de vegetação nativa, das áreas de preservação permanente, das áreas de uso restrito, das áreas consolidadas e, caso existentes, das áreas de reserva legal. Cabe destacar que o CAR é, e seria, a principal legislação sobre o tema, pois promoveria a regularização dos imóveis rurais por meio da utilização de instrumentos que compatibilizam o uso consolidado das atividades agropecuárias com a conservação do meio ambiente,

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isso porque possibilita computar as Áreas de Preservação Permanente – APP’s no cálculo do percentual da reserva legal e a adesão aos Programas de Regularização Ambiental (PRAs). Além disso, o Cadastro Ambiental Rural é determinante para o registro da reserva legal, tratando-se também de condição para supressão regular de vegetação, concessão de créditos agrícolas por instituições financeiras e utilização de excedentes de reserva legal para fins de compensação. Há que falar que o Código Florestal determina que o órgão competente integrante do Sisnama convoque o proprietário ou possuidor para assinar o termo de compromisso, com base no requerimento de adesão ao PRA, o qual, enquanto estiver sendo cumprido, eximirá o proprietário ou possuidor de autuações por infrações cometidas antes de 22/7/2008, relativas à supressão irregular de vegetação em áreas de preservação permanente, de reserva legal e de uso restrito. Em complemento, existe também a previsão de que, a partir da assinatura do termo de compromisso, serão suspensas as sanções decorrentes das infrações acima mencionadas e cumpridas as obrigações estabelecidas no PRA ou no termo de compromisso para a regularização ambiental, nos prazos e condições neles estabelecidos, eventuais multas aplicadas serão consideradas

como convertidas em serviços de preservação, melhoria e recuperação da qualidade do meio ambiente, regularizando o uso de áreas rurais consolidadas. Nos idos e vindos dos prazos para apresentar o CAR, notou-se que a previsão original seria aquela a contar de um ano a partir da implementação do sistema, prorrogável uma única vez, por igual período. Posteriormente, tal previsão passou a ser 31/12/2017, prorrogável por igual período e, em sua sequência, 31/12/2018. Ao final do ano de 2018 foi editada a MP 867, que, ao alterar o parágrafo 2º do artigo 59, prorrogou o prazo de adesão ao PRA para 31/12/2019, sem qualquer menção a prazo relacionado ao CAR, e acabou caducando após o Senado se recusar a apreciá-la. Por fim, e, neste momento, restou publicado a MP 884/2019, passando a dispor apenas sobre a obrigatoriedade de inscrição no CAR, sem prever, todavia, qualquer prazo para tanto, o que, na prática, flexibiliza o pré-requisito CAR. Conforme acima noticiado, a inscrição no CAR seria o passo imprescindível para efetivação do Código Florestal, sendo pré-requisito para implementação de diversos de seus instrumentos. Pelo que se pode observar, a partir de agora os proprietários rurais poderão fazer inscrições e atualizações no CAR sem prazo final e sem sofrer sanções.


B O V I N O C U LT U R A D E C O R T E

E a expedicao continua...

C

omo apresentado na última edição de nossa revista, está acontecendo neste ano de 2019 a Expedição Pecuária 3.000 km de Cooperaliança. Ainda em abril, a Expedição passou por duas propriedades na região de Guarapuava, fechando a 1ª Etapa. Seguindo o roteiro, no mês de maio, a Expedição realizou a etapa dos Campos Gerais, passando por cooperados dos municípios de Lapa, Ponta Grossa, Tibagi e Castro. Também aconteceu um bate-papo com criadores da região da Lapa, abordando temas como cria, recria e engorda. Em junho, foi a vez da região Norte. Nesta 3ª etapa da Expedição Pecuária, foram visitadas 4 unidades de produção Cooperaliança! Como parte da programação, a Estância Romagnole recepcionou a equipe e alguns cooperados em uma tarde de campo para mostrar seu sistema de produção. Acompanhe aqui as próximas etapas!

1ª ETAPA

1

1. FAZENDA RINCÃO COMPRIDO Alfredo Szabo

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2. FAZENDA CACHOEIRINHA Herbert Schlafner

2ª ETAPA 3. FAZENDA RANCHO ALEGRE Igor e Ricardo Rosas

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4. FAZENDA COLÔNIA E FAZENDA DONA LEONOR Luiz Carlos e Elizabeth Ribas

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3ª ETAPA 5. ESTÂNCIA ROMAGNOLE Vicente Romagnole

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6. FAZENDA SANTA ALICE José Luiz Jardim 7. FAZENDA ARAUCÁRIA E FAZENDA NOSSA SENHORA APARECIDA Aluízio Júnior e Alexandre Vagetti

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8. FAZENDA SANTA RITA Lucas Lawryniuk

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FERTILIZANTE

Catalise: nova tecnologia da Agrichem para aumento da eficiência nutricional BIOMASSA MICROBIANA AUMENTO DE 18% COM CATALISE

mg C.g-1 solo seco

A

fertilidade do solo é constituída de parâmetros físicos, químicos e biológicos. Desde o início do século XX foram obtidos muitos avanços no conhecimento para o manejo físico e químico do solo. Mais recentemente, observa-se um grande aumento no conhecimento e interesse por ferramentas de manejo da fração biológica. O mais importante, que deve ser considerado em todos os casos para fins de manejo do solo, está na integração destes três parâmetros. Em outras palavras, deve-se considerar que os manejos físico, químico e biológico estão totalmente interligados. A adição de fertilizantes minerais ao solo para obtenção de maiores produtividades é uma prática consolidada há décadas. Por meio de adubações de base e cobertura são fornecidos nutrientes ao solo, representando grande parte dos investimentos por área cultivada. Uma vez no solo, parte dos nutrientes pode não ser aproveitada pelas plantas, sendo perdida no ambiente ou permanecendo em formas indisponíveis para a absorção radicular, a exemplo do fósforo, que pode estar fixado ao solo por interações com cálcio, ferro e alumínio. A proporção dos nutrientes presentes no solo que podem ser absorvidos varia em função do nutriente, de fatores ambientais e de características do solo (Marschner, 2012). O desafio do aumento das produtividades nas áreas atualmente em produção não se dá, necessariamente, pelo uso em maior quantidade de fertilizantes, mas pela maior eficiência na utilização dos nutrientes, o que envolve conhecimento e tecnologias que possam ser aliadas ao aproveitamento das adubações. Solos com fertilidade construída passam por anos de investimentos em fertilizantes e precisam ser explorados de forma racional, visando otimizar o uso dos nutrientes. Uma alternativa para que os produtores possam aumentar a disponibilidade e o aproveitamento dos nutrientes é promover maior atividade do solo.

0,66 0,64 0,62 0,6 0,58 0,56 0,54 0,52 0,5 0,48

Testemunha

Catalise

Figura 1 - Biomassa microbiana em solo tratado com Catalise, avaliado aos 15dias após a aplicação.

Avaliações de solo em condição controlada indicaram aumento na atividade de enzimas chave para os processos de ciclagem de nutrientes no solo, como a beta-glicosidase e fosfatase ácida. Além disso, observou-se aumento da biomassa microbiana com aplicação de doses comerciais do produto (Figura 1). Esses resultados indicam que o produto exerce influência positiva em parâmetros químicos e biológicos do solo, que resultam em liberação antecipada de nutrientes antes pouco disponíveis às plantas, favorecendo crescimento inicial mais vigoroso, que persiste por todo o ciclo. Em soja cultivada na região de Ponta Grossa-PR, verificou-se incremento em produtividade de 4,7 scs.ha-1, além de aumento na massa seca de plantas após a aplicação do produto em área total na dessecação pré-semeadura. Em batata, cultura em que há alto investimento em fertilizantes, principalmente fosfatados, observa-se aumento da disponibilidade do nutriente e impacto direto no desenvolvimento da cultura (Figura 2).

CATALISE Lançamento 2019 da Agrichem, é um fertilizante que antecipa a liberação de nutrientes às plantas, resultando em maior disponibilidade e aproveitamento destes ao longo do ciclo da cultura. Destacam-se como benefícios do Catalise: Acelerar a mineralização e liberação de nutrientes no solo; otimizar o aproveitamento de fertilizantes e promover melhor desenvolvimento de raízes Avaliado em diversos experimentos em diferentes países e condições de clima e fertilidade do solo, tem-se verificado resultados consistentes na melhoria da fertilidade do solo e, consequente, incremento em produtividade com a aplicação do produto.

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Figura 2 - Lado direito, planta de batata (cv. Goldrush) tratada com Catalise comparada com o tratamento padrão (lado esquerdo). UW Research Station, Hancock, Wisconsin, Junho/2018.

Referências: MARSCHNER, H. Mineral nutrition of higher plants. 3.ed London: Elsevier, 2012. 643p.


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MANCHETE

HOMENAGEM AO HOMEM DO CAMPO TRADICIONAL COMEMORAÇÃO DO SINDICATO RURAL DE GUARAPUAVA, O DIA DO AGRICULTOR REUNIU MAIS DE 400 PESSOAS EM UMA TARDE DE SÁBADO ENSOLARADA.

D

ia 28 de julho foi comemorado o Dia do Agricultor. Um dia dedicado a relembrar o quanto esta profissão é importante para todos. A produção de alimentos é essencial para qualquer pessoa no mundo. Só isso, já bastaria para reconhecer a importância e grandiosidade do produtor rural. Mas existem muitos outros motivos. Na semana que antecedeu o dia 28 de julho, a Federação de Agricultura do Estado do Paraná (FAEP) lançou uma campanha com sete motivos para parabenizar o produtor rural. Em cada dia, um motivo era lançado. Foram eles:

1 – O produtor rural é quem mais preserva o meio ambiente: No Paraná, mais de 27% das propriedades rurais são destinadas à proteção ambiental. Esse número significa mais de 4 milhões de hectares preservados. 2 – Segura a economia do país: No ano passado, as lavouras paranaenses renderam o equivalente a R$ 43 milhões e a pecuária resultou em R$ 39,5 bilhões. 3 – Puxa o superávit do Brasil: Nos primeiros cinco meses de 2019, o saldo da balança comercial do agronegócio fechou em mais de 33 bilhões de dólares, compensando o saldo negativo dos demais produtos. 4 – Fomenta a pesquisa e tecnologia: Drones, tratores orientados por GPS, e robôs. Muita inovação tecnológica também presente na genética de sementes, nas técnicas de manejo de solo, em produtos agroquímicos, que não agridem o meio ambiente. Esses são alguns dos exemplos das tecnologias presentes no campo. 5 – Garante mais da metade dos recursos dos municípios do Paraná: São 840 mil pessoas empregadas na produção, processamento e outras atividades relacionadas à produção agrícola. Além disso, o Estado também tem no agro a sua maior fonte de renda. Em 235, dos 399 municípios paranaenses, vêm do campo a maior parte das riquezas recebidas do tesouro estadual via recursos do ICMS. 6 – Produz energia limpa e sustentável: Já são realidade projetos em que propriedades rurais geram biogás, a partir de dejetos de suínos. Além disso, o Paraná se destaca como um dos principais produtores de biocombustível do país. 7 – Coloca comida na mesa de todos!

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O Sindicato Rural de Guarapuava promove, anualmente, uma comemoração para todos os produtores rurais associados e seus familiares. Neste ano, o evento aconteceu no dia 27 de julho, reunindo mais de 400 pessoas, entre produtores rurais associados dos municípios de Guarapuava e região, autoridades e representantes de empresas parceiras do sindicato e da Revista do Produtor Rural do Paraná. O presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, ao lado de outros diretores da entidade, recepcionou os associados, agradecendo a presença de todos e parabenizando os produtores rurais. “A edição do dia do Agricultor deste ano foi um sucesso. É uma maneira do sindicato prestar homenagem a seus sócios e agricultores de uma forma geral. Parabenizando por mais um ano de labuta, de conquistas e principalmente da capacidade do produtor rural se reinventar a cada safra, levando alimentos de qualidade, com sanidade para mesa da população brasileira”. Além disso, Botelho destacou que a festa também é uma maneira de chamar a atenção da população urbana, para que ela também reconheça a importância do trabalho do produtor rural. O prefeito municipal, Cesar Silvestri Filho, compareceu no Dia do Agricultor e destacou quão importante são ações que ressaltam a importância do produtor rural. “Um evento como este é sempre relevante, primeiro

para criar esse clima de confraternização entre os produtores, uma forma de homenagear o produtor guarapuavano. Mas é também uma maneira do sindicato se aproximar mais dos agricultores. O papel que o sindicato exerce na representação da agricultura é extremamente fundamental e estratégico para o fortalecimento do agronegócio, mas essa proximidade da figura do sindicato com o produtor também deve ser fortalecida. Muitas vezes, é num evento como esse que o produtor consegue compreender de forma mais materializada que o sindicato está próximo dele e que ele pode contar com a entidade”. O secretário municipal de Agricultura, Ademir Fabiane, também prestigiou o evento. “Gostaria de parabenizar o Sindicato Rural por promover

Rodolpho Botelho, presidente do Sindicato Rural, em discurso na abertura, fala da importância do agricultor na mesa do brasileiro.

esse evento brilhante, de encontro dos agricultores que produzem os nutrientes para todos nós brasileiros. O sindicato é fundamental para a classe na nossa região, para auxiliar os produtores em tudo aquilo que é necessário”. O evento contou ainda com a presença do vice prefeito Itacir Vezzaro e vereador Germano Alves.

Diretoria do Sindicato Rural de Guarapuava, Anton Gora, Gabriel Gerster, Josef Pfann Filho, Rodolpho W. Botelho, Roberto Cunha e Hildegard Abt.

Cesar Silvestri Filho, prefeito municipal

Ademir Fabiane, secretário municipal de Agricultura REVI STA DO PRO D UTO R RURA L DO PA RA N Á

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S CONFIRA ALGUNS MOMENTO

ALEGRIA, ALEGRIA! Como em todas as edições, brincadeiras, perguntas, desafios, sorteio de brindes e homenagens fizeram parte da programação e animaram a festa. Associados mais idosos, mais novos, mulheres e crianças foram convidados para as brincadeiras no palco. “Gostaria de parabenizar a todos os envolvidos neste evento. O Dia do agricultor congrega os agricultores”, elogiou o produtor rural associado, Gildo Gorski. O associado comentou que participa de todas as edições e que ano a ano é melhor. “Aqueles que ainda não participaram se programem para o ano que vem. É um momento único que o sindicato oportuniza para que os produtores entrem em contato entre eles e com as empresas parceiras também, tirando dúvidas e recebendo informações. Além disso, os sorteios de brindes são ótimos”.

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SORTEIOS DE BRINDES Como em todas as edições, o sorteio com brindes ocupou grande parte da tarde. Foram muitos brindes sorteados para os associados do Sindicato Rural. Isso foi possível por meio do apoio e parceria de mais de 80 empresas que apoiaram o evento. Um agradecimento especial a todas que de alguma forma contribuíram.

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HOMENAGENS Mais de 70 produtores e produtoras rurais foram convidados a subir ao palco e receber uma singela homenagem. Fotografias que faziam parte da exposição na sede do sindicato foram entregues para estas pessoas, que contribuíram com a produção da Revista do Produtor Rural do Paraná nos últimos anos, fornecendo entrevistas para matérias técnicas. Nossos agradecimentos pelo tempo dedicado à difusão de informações técnicas à classe produtora rural.

As fotografias dos produtores homenageados que não puderam comparecer ao evento, estão disponíveis para retirada no Sindicato Rural de Guarapuava.

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ESTANDES PARCEIROS O sucesso do Dia do Agricultor deve-se também as parcerias com diversas empresas, cooperativas e entidades da região. Mais de 80 empresas colaboraram com a doação de brindes e 20 empresas participaram como expositoras no evento, divulgando produtos e serviços. Confira os expositores da edição 2019:

Elisangela Souza Martins e Claudia Campos (Verdelândia)

Jamilso de Souza, Josef Siegfried Winkler (produtor rural) e Mickeli Ceccon (FM Pneus)

Itacir Sandini e Leandro Bren (Agrisus Brasil e Agro10)

Wagner Pilar e Graciele Gonçalves (Focus Assessoria)

Renato Roberto, Karoline Martins Nunes, Claudio Porto e Waldemar Geteski Jr. e Anahia Bianco (Saudax)

Jeferson Zaffari, Rai Santos, Roberto Danilo Favaro, Suzana Silva e Marcondes Batista Netto e Douglas de Valentina Favaro (Zancanaro) Oliveira (CB Agro)

Thiago Abt, Felipe Pasternak, Luciano Donna e Juliano Burko (Bayer)

Marcelo Andrade, Tiago Giacomin, Rames Soares, Lucas Bueno e Carlos Guarese (MacPonta)

Joelma Apª Slitalski e Carlos Wosiak (Almix)

Jardel Lopes e Cesar Inacio dos Santos (Zico Motosserras)

Teodoro Leal e Thiago Guimarães (Brevant/Corteva)

Vitor Groff e Jucyan Almeida (Agrichem)

Fernando Pacentchuk, Jean Mezzalira e Lidiane Fonseca (Consipa)

Tiago Marangoni, Maisa Baldacim, Leticia Joecir José dos Reis, Jefferson Frigeri, Diego Schimin, Lais Cristina Roth e Dias Caldas e Marcia Liber Anderson Ferraz (Sicoob) (Agrícola Centro-Sul)

Poliane Apª Padilha e João Paulo Ivanski (Vivacis)

Carlos André Schipanski, Maria Helena Rodrigues Machado e Débora Fonseca Chagas (G12 Agro)

Valdir Gouveia, Marcio Stangherlin, Raphael Pupo e Emiliano Marcondes (Grupo Pitangueiras)

Fernando Beltrão (Sabor da Carne)

- ERVA MATE 81-

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ENTREGA DE BRINDES PÓS EVENTO

SÊMENS DO TOURO RANGER - FAZENDA RIO DA PAZ (ZANCANARO)

Mesmo após o término do evento, o movimento no Sindicato Rural de Guarapuava foi grande com a retirada de brindes pelos produtores que ganharam vales no dia do evento. Confira as fotos: Rodolpho Botelho e Neusa Silveira Vier

SEMENTES AGRÍCOLA ESTRELA

Mário de Santos (Solange Peterli), Walter Knaff, Roberto Pfann (Agrícola Estrela), Francisco e João Artur (netos de Adriana Lacerda) e Gilson Schimin Mendes

Harald Duhatschek

VIVEIROS PITOL

MIM FERTILIZANTES/ GRUPO PITANGUEIRAS

Luizinho Pitol e Gildo Gorski

José Marilton Correa, Leni Cunico e Valdir S. Gouvêa (MIM Fertilizantes)

Lauro Manhães de Souza (representando Fabrício Gonçalves Lustosa Araújo)

KELLER FENOS

Gildo Gorski

- AGRADECIMENTOS O Sindicato Rural de Guarapuava agradece a todas as empresas parceiras e produtores rurais que apoiaram este grandioso evento! AGRÁRIA AGRICHEM AGRÍCOLA CENTRO SUL AGRÍCOLA ESTRELA AGRICOPEL AGRISUS AGRO10 AGROBOI AGROLACERDA AGRORAPTOR AGROTIS AKMOS ALMIX ALVARO BALHS ANTON EGLES ANTON GORA AQUILINO AP ARAMIS L. M. SIQUEIRA ASSEMBLAGE BANCO DO BRASIL BARRACÃO EQUIP. BATEL EMBALAGENS BAYER BIOTRIGO BREVANT SEMENTES CB AGRO CLIOMED COAMIG COAMO

CONSIPA COOPERALIANÇA CVALE DACOREGIO DERAGRO DROGAMAIS DSM TORTUGA ENSINA MAIS ERVA MATE 81 ESTAÇÃO DO PÃO FACULDADE GUARAPUAVA FAZENDA RIO DA PAZ FEDERAÇÃO BRASILEIRA DE PLANTIO DIRETO NA PALHA FERTIBEAN FM PNEUS

FMC FOCUS FORMÉDICA FORTGREEN G12 AGRO GALPÃO DO BOIADEIRO GIRO AGRO GRUPO PITANGUEIRAS GUAYI SEMENTES JAIRO LUIZ RAMOS NETO LUPIS TECNOLOGIA MACPONTA MAIS APOIO PROT. VEICULAR MARCA ANTIGA MARCUS V. DE A. BIANCO KELLER FENOS

METALÚRGICA CONDOR MICROGEO MIM FERTILIZANTES NEUSA S. VIER NIDERA SEMENTES PANIFIC. DOCE MEL PARANÁ SILOS PARATI ALIMENTOS PIONEER SEMENTES PISCICULTURA PROGRESSO PROMISSOR SEGUROS ROMULO SÊGA SABOR DA CARNE SANEPAR

MARCEN. SANTO GRAU SAUDAX SICOOB SICREDI SOLFERTI SPRAYTEC STOETZER SUPERPÃO TRAJANO TRATOR CASE VERDELÂNDIA VIVACIS GABRIELA TRATZ VIVEIRO DE FLORES VIVEIROS PITOL ZICO MOTOSSERRAS

Equipe Sindicato Rural de Guarapuava com o presidente, vice e esposas - Dia do Agricultor 2019

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REVISTA DO P RODUTOR RURAL DO PARANÁ


FUN G IC IDA

Grupo Pitangueiras e Bayer lançam FOX XPRO

N

o dia 2 de julho foi realizado o lançamento do produto FOX XPRO Bayer e apresentação dos resultados de campo do novo fungicida. O evento foi realizado no Centro de Eventos Vitri, em Guarapuava, com parceria das filiais do Grupo Pitangueiras de Guarapuava e Candói e contou com a presença de mais de 150 produtores da região. Esta é mais uma aposta de sucesso Bayer que, em parceria com o Grupo Pitangueiras, entrega ao produtor rural uma maior rentabilidade e reduz suas perdas na lavoura. Fox Xpro é a evolução. A confiança conhecida com potência amplificada.

O agro evoluiu.

A confiança também. Fox Xpro. A evolução da confiança.

Fox Xpro é a evolução. A confiança conhecida com potência amplificada: três modos de ação e três ingredientes ativos. Entre estes, Bixafem, a mais nova e exclusiva carboxamida Bayer. Amplo espectro de controle para as doenças* da soja. *Ferrugem asiática, Mancha-alvo.

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ITR 2019

Declaração do imposto deve ser feita até dia 30 de setembro Atenção proprietários e produtores rurais de todo o país: o prazo para declaração de Imposto Territorial Rural (ITR) vai até 30 de setembro. A obrigação de apresentar a DITR abrange a pessoa física ou jurídica, exceto a imune ou isenta, proprietária, titular do domínio útil ou possuidora a qualquer título, inclusive a usufrutuária, um dos condôminos e um dos possuidores. A DITR deve ser elaborada com o uso de computador utilizando o Programa Gerador da Declaração do ITR (Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural), relativo a 2019 (Programa ITR 2019), a ser disponibilizado à época própria no site da Receita Federal. A multa para o contribuinte que apresentar a declaração depois do prazo é de 1% ao mês-calendário ou fração de atraso, lançada de ofício e calculada sobre o total do imposto devido, não podendo seu valor ser inferior a R$ 50. Se depois da apresentação da declaração o contribuinte verificar que cometeu erros ou omitiu informações,

deve retificá-la apresentando nova declaração, antes de iniciado o procedimento de lançamento de ofício, sem a interrupção do pagamento do imposto. Em Guarapuava, o Sindicato Rural dá orientações sobre o ITR e realiza a declara-

ção para o produtor mediante uma taxa (os sócios têm descontos). Para obter os valores, os interessados podem consultar a entidade, situada na Rua Afonso Botelho, nº 58, Bairro Trianon – Outras informações: (42) 3623 1115.

Programa Leite das Crianças O Sindicato Rural de Guarapuava sediou mais um encontro do Programa Leite das Crianças, da Secretaria Estadual de Abastecimento e Agricultura (SEAB), no dia 13 de junho. Participaram do treinamento os responsáveis técnicos das indústrias que participam do Programa Leite das Crianças na região de Guarapuava. “O objetivo do encontro foi uma reciclagem do mix vitamínico mineral que é adicionado no leite do programa. Esse mix é constituído de vitaminas A, D,

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REVISTA DO P RODUTOR RURAL DO PARANÁ

ferro e zinco em forma de quelato. Como estamos renovando o contrato com as indústrias que fornecem esse produto, organizamos o treinamento porque pretendemos fazer uma análise em breve para ver se essa mistura está sendo bem aplicada no leite, na quantidade e na forma correta”, explicou o Francisco Peres Junior técnico do Programa Leite das Crianças, Francisco Peres Junior. Participam do programa, atualmente, 41 indústrias no estado do Paraná, consideradas pequenas e médias. O programa tem o objetivo de atingir dois públicos-alvo: produtores da agroindústria familiar e as crianças de família de baixa-renda (até meio salário mínimo regional per capta). “O programa também tem um diferencial, comprando o leite pasteurizado de pequenas indústrias somente do Paraná. Então, todo o leite consumido aqui na região de Guarapuava, por exemplo, é comprado daqui. É uma força motriz, que alavanca toda a cadeia pecuária do leite e beneficia essas crianças carentes do estado”.


NOGUEIRA-PECÃ

Cuidados pós plantios na cultura da Nogueira-pecã DANIELLE GALVAN Eng. Msc. Agrônoma CREA RS 179361 Membro do Comitê de Promoção e Marketing da Noz Pecã- PRÓ-PECÃ/RS Membro da Diretoria do Instituto Brasileiro de Noz Pecã Consultora Agronômica da Viveiros Pitol e Nozes Pitol Responsável Técnica de Nogal

C

om o pomar já implantado, alguns cuidados são necessários para que o mesmo se desenvolva corretamente, atendendo expectativas de sanidade e produtividade futura. As exigências hídricas, nutricionais e o controle de pragas são os principais fatores que merecem atenção após a implantação do pomar. Para garantir que esses fatores sejam atendidos com sucesso, devemos levar em consideração algumas práticas essenciais nos primeiros anos da cultura. A primeira delas é a irrigação. Plantas de nogueira-pecã no primeiro ano de plantio necessitam de água disponível durante todo ciclo. Um déficit de água pode ocasionar a morte da muda. Na fase jovem da planta, que vai do momento do plantio até a produção, a disponibilidade de água é muito importante pois determina o crescimento dos tecidos verdes, diâmetro de tronco, altura e sistema radicular. A irrigação deve ser feita com 70 litros de água por planta, se não ocorrer chuvas que acumulem 40 mm durante a semana. A segunda prática é a adubação, para atender as necessidades nutri-

cionais das plantas. Antes do plantio, é recomendado que se faça uma análise de solo da área. A partir desta análise e com a interpretação de um Eng. Agrônomo(a), deve ser feita a correção do solo para receber a cultura. Esta prática, após implantado o pomar deve ser repetida a cada dois anos durante toda vida do pomar. Contando com a adubação de cova, o pomar no primeiro ano de plantio deve receber apenas a adubação de crescimento com adubo nitrogenado, dividido em três períodos: setembro, novembro e fevereiro. Durante a aplicação devem ser tomados alguns cuidados primordiais: aplicar o adubo sempre coroando as plantas e deixando um raio de 50cm do caule e não aplique após o mês de fevereiro nenhum tipo de adubo nitrogenado, esta ação pode ocasionar atrasos no ciclo da cultura. Após o primeiro ano, com análise de solo em mãos, o mais indicado é procurar um Eng. Agrônomo(a) que tenha conhecimento das necessidades da cultura e possa fornecer as melhores recomendações para o pomar, de acordo com as necessidades do solo e da planta.

Durante o primeiro ano do pomar, deve-se estar atento a presença de pragas que podem danificar ou até mesmo ocasionar a morte das mudas. Dentre as pragas de maior ocorrência nesta fase do pomar, estão as formigas cortadeiras. Para que a presença destas não cause prejuízo ao seu pomar, é essencial que se faça visitas de inspeções periódicas, verificando se há ocorrência da praga no pomar. Caso ocorra, os métodos de controle mais utilizados são: uso de formicida do tipo isca, barreiras físicas ou fitas ao redor do caule. O controle de ervas também é uma prática necessária no primeiro ano de plantio, já que estas competem com as mudas por luz, nutrientes e água. Essa competição prejudica o desenvolvimento da muda. As práticas mais utilizadas para manter os pomares livres de ervas daninhas são: capinas de coroamento ao redor da muda e utilização da cobertura morta ao redor da planta. A utilização de alguns produtos químicos pode ocasionar a fitotoxidade à muda, portanto dê preferência ao de ação de contato e proteja a muda durante a aplicação.

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S U C E S S ÃO FA M I L I A R

Senar e Sindicato Rural de Guarapuava têm mais uma turma de Herdeiros do Campo finalizada

Realizado pelo SENARPR e Sindicato Rural de Guarapuava, curso destaca: sucessão exige preparo

O

Programa Herdeiros do Campo, do Sistema FAEP/SENAR-PR, está realizando neste ano, em Guarapuava, mais um curso sobre sucessão familiar na propriedade rural. Desta vez, foram produtores cooperados da Agrária que participaram da capacitação, que prevê, após um período de aulas, uma fase de consultoria individual para os inscritos e suas famílias. No último encontro antes daquele atendimento por aluno, dia 10 de junho, na Unidade Vitória, no distrito de Entre Rios, a REVISTA DO PRODUTOR RURAL conversou com a instrutora do curso, Samika Watanabe, de Londrina (PR). Graduada em psicologia,

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coach executiva empresarial e com especialização em marketing, comunicação e negócios, ela relembrou as três principais dimensões do Herdeiros do Campo: “O objetivo é despertar para o planejamento sucessório, considerando a família, a empresa e a propriedade – para fazer isso com planejamento, respeitando as competências de cada um”, explicou. Samika comentou que, nas aulas, “fica claro que nem todo herdeiro é sucessor”. Mas ela também ressaltou que os sucessores precisam de preparo, para realizar com êxito, ao longo do tempo, a gestão das atividades rurais. Neste enfoque, completou, conhecimentos sobre gerenciamento empresarial e o

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A psicóloga e instrutora Samika Watanabe:

SUCESSÃO É MAIS DO QUE UM MOMENTO"


Tábata Stock, produtora rural:

mercado de commodities fazem parte das aulas. “Eles tiveram oportunidade de conhecer administração, saber fazer o diagnóstico da empresa deles. Mas, antes de comercializar, aprender a fazer os cálculos, os custos fixos, variáveis, saber comercializar”, disse. A instrutora observou ainda que nos dias atuais também os produtores rurais têm uma maior expectativa de vida e, com isso, se torna comum que gerações com diferentes visões de negócio trabalhem juntas na fazenda. Por esta razão, assinalou, o curso tem enfatizado a necessidade de entendimento: “O planejamento da sucessão não é um momento, é um processo. Com a longevidade, as pessoas adiando cada vez mais a aposentadoria, nós temos três gerações trabalhando no mesmo negócio, na mesma propriedade. E começam os conflitos”. A troca de ideias, apontou, surge como um caminho a ser seguido: “Se existe o conflito e não é bem administrado, dá problema. Mas quando é bem administrado, dele podem sair sugestões, inovações, soluções compartilhadas, muito melhor administradas, contribuindo para melhorar o patrimônio”. Perguntada se considera que os produtores rurais estão começando a dar mais importância ao planejamento da sucessão na propriedade, Samika respondeu positivamente. Ela disse ver o Herdeiros do Campo como um início: “É um despertar, porque com o curso a gente deu oportunidade para as famílias que não conversavam sobre isso, conversar. Está ficando muito claro que é melhor planejar a sucessão do que, num falecimento repentino que pode acontecer, todos os sucessores e herdeiros estarem totalmente despreparados – ou aumentar muito mais o conflito. Então, as pessoas estão acreditando que o planejamento é muito melhor e a adesão ao curso tem sido boa”, considerou. Entre os alunos, Tábata Stock, de uma família de produtores rurais da região, também falou à REVISTA DO PRODUTOR RURAL. Formada em Pedagogia, mas tendo decidido somar forças com seu pai, o agricultor Ernesto Stock, implantando em anos recentes um sistema de gestão de pessoas nas propriedades, ela ponderou que

OLHANDO A FAZENDA COMO EMPRESA”

todos têm um significado relevante na hora da sucessão: “O curso mostra muito a diferença entre herdeiro e sucessor. Então, a importância não é focar só no sucessor, mas lembrar que temos contas a prestar e temos que ter um olhar muito atento, também, para quem está herdando junto conosco”. Tábata acrescentou que concorda com a visão de que as atividades do campo sejam gerenciadas de forma empresarial. “Com certeza absoluta. Um erro muito típico no passado era levar as propriedades rurais, as fazendas, como uma extensão da casa. Isso não

existe mais. A empresa tem que ser levada como negócio. Não é uma brincadeira. É o nosso ganha-pão, o nosso sustento”, afirmou. Em Guarapuava, a regional do SENAR-PR, em parceria com o Sindicato Rural, organizou, já em 2017, uma turma do Herdeiros do Campo, com 25 aprovados. Na região, os interessados em novas edições do curso podem procurar o sindicato, para informações ou inscrições: Rua Afonso Botelho, nº 58, no Bairro Trianon (42 3623 1115) – a capacitação é voltada a produtores rurais e familiares.

UM PROGRAMA VOLTADO AO FUTURO DA PROPRIEDADE RURAL O Programa Herdeiros do Campo é uma iniciativa do Sistema FAEP/SENAR-PR. O objetivo é contribuir para que as famílias de produtores realizem com êxito a sucessão das gerações na administração das propriedades. Iniciado entre 2015 e 2016, o programa ocorre na forma de um curso, com uma primeira fase, de aulas, e uma segunda, de consultoria individualizada para o participante. O conteúdo inclui aspectos da família, da fazenda e do gerenciamento das atividades. Entre os diversos temas, estão: sucessão e governança nas empresas rurais, herdeiros X sucessores, família X negócio, aspectos jurídicos do direito hereditário, planejamento sucessório e visão estratégica da família rural. Fazem parte também assuntos como indicadores de resultados econômicos, formação de preços agrope-

cuários e estratégias de comercialização. Considerando que a realização da sucessão é feita por pessoas que muitas vezes têm pontos de vista diferentes, o conteúdo visa dar a pais e filhos ferramentas para um diálogo construtivo. As aulas orientam sobre o comportamento humano e a gestão emocional dos negócios, a importância da atitude ganha-ganha na resolução de conflitos, além do processo de comunicação e a flexibilidade para acordos, entre diversos outros assuntos. De acordo com a FAEP, neste ano, no Paraná, o Herdeiros do Campo formou sua primeira turma no município de Mercedes (região oeste), com a participação de 10 famílias de produtores. De 2016 a 2018, também em nível estadual, o curso teve, segundo o SENAR-PR, um total de 930 concluintes.

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A G R I C U LT U R A D I G I TA L

Evento mostrou sistema para coletar, reunir e gerenciar dados de operação das máquinas na lavoura

FieldView: plataforma para gestão de informações de campo

R

eunir as informações da lavoura, de forma simples, num único lugar, para analisar plantio, pulverização e colheita, sempre foi uma necessidade. Para apresentar a produtores rurais, agrônomos e consultores de propriedades sua plataforma digital voltada àquele objetivo, o Climate FieldView™, da Bayer realizou, dia 25 de julho, em Guarapuava, o FieldView Experience 2019. A programação do evento trouxe, em sua primeira parte, um painel com produtores rurais que contaram aos participantes como começaram a utilizar aquela ferramenta em suas lavouras comerciais. Na segunda parte, os representantes técnicos de vendas Luiz Gustavo Caliani de Vincenzi e Manuela Perri Rocha detalharam o sistema. Vincenzi comentou que o Climate FieldView™ tem por objetivo reunir dados que ajudem o produtor a tomar decisões – as informações são coletadas diretamente das máquinas agrícolas para gerar mapas e relatórios de plantio, pulverização e colheita. Manuela ressaltou que a fer-

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REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ

ramenta é um sistema em evolução constante, com a equipe de desenvolvimento recebendo feed-back dos agricultores e realizando melhorias contínuas. A apresentação se encerrou no final da tarde, quando os participantes puderam, no local, conhecer estandes de empresas parceiras do Climate FieldView™, que apresentaram cada uma suas novidades – tecnologias compatíveis com aquele sistema. Em entrevista, Vincenzi comentou o conceito da ferramenta: “O FieldView é o braço de agricultura digital

da Bayer hoje. Os nossos três pilares são: o primeiro, conseguir ter todos os dados do agricultor num lugar só. O segundo é a gestão operacional. Com isso, ele também consegue entender melhor como as máquinas estão sendo operadas no campo. E o nosso terceiro pilar é auxiliar o agricultor a aumentar a produtividade”. O representante técnico de vendas ressaltou que o sistema foi pensado para ser fácil de usar. “A gente criou o FieldView para que seja realmente super simples de ser configurado e se trabalhar. É muito ‘plug

Parceiros apresentaram tecnologias compatíveis com o FieldView


Vincenzi: plataforma compatível com mais de 200 modelos de máquinas

and play’. Somos uma plataforma que toma muito cuidado com esta experiência do cliente”, observou. E se por um lado uma das funcionalidades é armazenar dados na nuvem (algum local da internet cujo acesso pode ser compartilhado), Vincenzi recordou que o FieldView realiza a coleta de dados de operação das máquinas mesmo em áreas sem conexão com a rede, como em fazendas nas quais o acesso situa-se apenas na sede e/ou no escritório. “Não precisa ter internet. Temos um dispositivo que se chama FieldView drive. Ele coleta a informação que está sendo gerada pela máquina de plantio, pulveriAF_Anuncio 210x135mm.pdf 1 31/07/2019 13:29 zação ou colheita e essa informação é

Manuela: sistema passa por aperfeiçoamento constante

enviada diretamente para o i-pad, que gera um mapa em tempo real”. Neste caso, completou, o agricultor ou seu colaborador leva as informações até a sede, onde tem conexão. Solução adotada no Brasil, disse o representante técnico de vendas, é um aplicativo, o FieldView Sinc, que funciona no celular com esta mesma finalidade: “Quando essa pessoa voltar para o escritório, as informações também são jogadas para a nuvem”. Simples também é a instalação do FieldView nas máquinas. Conforme recordou, desde seu surgimento em 2017 até agora, o sistema se tornou compatível com um número crescente de equipamentos: “Hoje somos a

empresa com maior compatibilidade no mercado. Somos compatíveis com mais de 22 marcas de máquinas. São mais de 200 modelos”. Vincenzi também sublinhou a presença de parceiros no FieldView Experience 2019: “Esse é um evento de agricultura digital. Não só do FieldView. Por isso, trazemos os principais parceiros de plataforma e de hardware, para trocar essa ideia com o cliente, e também oferecer serviços”. Ele assinalou também que é possível conhecer a plataforma em canais de comunicação criados para a divulgação: “Hoje o produtor tem acesso ao nosso site, fieldview.com.br. Além disso, estamos nas redes sociais, no Instagram, no Facebook. Temos um canal exclusivo, que se chama FieldView TV, no YouTube. São mais de 5 milhões de inscritos. Toda a semana a gente gera conteúdo exclusivo, novo, e não só sobre o FieldView, mas sobre a agricultura digital, como um todo”, finalizou.

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E N T R E V I S TA

Plano Agrícola Pecuário 2019-2020 Em entrevista à REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ, ministra da Agricultura, Tereza Cristina, fala sobre o PAP, seguro rural e perspectivas do agronegócio para os próximos anos.

RPR: Quais são os principais objetivos do PAP 2019-2020? MINISTRA: "Uma das prioridades é atender ao pequeno e médio produtor. São os que mais precisam de apoio, de acesso ao crédito, de novas tecnologias e de capacitação para aumentar sua produção e competitividade. Ao mesmo tempo, houve maior oferta de recursos provenientes das LCAs para financiar grandes produtores. Todos os programas de investimentos em infraestrutura produtiva tiveram aumento de recursos, especialmente em relação ao que foi efetivamente contratado na safra passada. Outro ponto foi o fortalecimento do seguro rural, com a alocação de R$ 1 bilhão para subvenção ao Prêmio de Seguro Rural no ano que vem. Medidas complementares ainda serão viabilizadas por meio de medida provisória a serem publi-

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cadas nos próximos dias. É o caso da Cédula de Produto Rural (CPR) atrelada ao dólar, do Fundo de Aval Fraterno, do Patrimônio de Afetação e da equalização de juros para cerealistas investirem na construção de armazéns.

RPR: No lançamento do PAP 2019-2020, a ministra ressaltou que este é um plano que reúne todos os produtores brasileiros, pequenos, médios e grandes. A seu ver, qual a principal medida para cada um deles? MINISTRA: "Após 20 anos, o país resgata a unicidade de sua agricultura. Pequenos, médios e grandes produtores novamente juntos em benefício da sociedade brasileira. Agora, com o Pronaf incluído no Plano, todos os produtores são vistos de forma conjunta, respeitando as suas respectivas espe-

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cificidades, permitindo traçar uma política que atenda quem mais precisa e direcionar os recursos para programas onde deve haver mais investimento".

RPR: A ministra comentou também que o plano dá ênfase aos pequenos e médios, que precisam de apoio. Que outras medidas importantes do PAP 20192020 estão direcionadas a eles? MINISTRA: Medidas que facilitam e ampliam o acesso ao crédito, aumentando a oferta de recursos a essas categorias de produtores, com custo menor. Aos pequenos agricultores, amparados pelo Pronaf, e aos médios produtores, amparados pelo Pronamp, houve aumento da oferta de crédito. Ainda no Pronaf, foi incluída a possibilidade de financiar reforma e construção de casas".


RPR: No PAP 2019-2020, houve aumento de várias taxas de juros, como para o Moderfrota, Moderinfra, Moderagro e outros. Como a ministra vê estes aumentos? MINISTRA: O apoio aos agricultores por meio do crédito rural envolve equilíbrio entre a oferta de crédito direcionado e a taxa de juros. Parte dos recursos destinados ao financiamento implica em custos para o Tesouro Nacional por meio de equalização de taxa de juros. Para que houvesse maior oferta de recursos controlados do crédito rural foi necessária pequena elevação nas taxas, em geral, da ordem de um ponto percentual, mantendo-se no entanto, as menores taxas para os pequenos e médio produtores e para investimentos em construção de armazéns, práticas agropecuárias sustentáveis no âmbito do Programa ABC e inovações tecnológicas na agricultura".

RPR: No Brasil, o agronegócio tem sido um setor importante para a economia. Em seu ponto de vista, quais são as perspectivas deste segmento agora e nos próximos anos? MINISTRA: "O Brasil tem potencial para aumentar a sua produção nos próximos anos, enquanto a demanda por alimentos aumenta. Nossa estratégia como governo é de estreitar nossas relações com os parceiros comerciais, e acredito que a recuperação da economia também aumentará a capacidade de consumo de alimentos no mercado doméstico. O fechamento do acordo Mercosul-União Europeia foi importante passo para aumentarmos os resultados das nossas exportações. E é muito importante que trabalhemos para aumentar o valor agregado de nossos produtos que serão enviados ao exterior".

O BRASIL TEM POTENCIAL PARA AUMENTAR A SUA PRODUÇÃO NOS PRÓXIMOS ANOS.”

RPR: E o seguro rural, quais são as novidades? MINISTRA: "O aumento do valor da subvenção ao seguro rural de R$ 440 milhões para R$ 1 bilhão no ano que vem foi um grande passo obtido com apoio do presidente Jair Bolsonaro. Esse aumento permite uma cobertura de risco maior, vai alcançar um número maior de produtores e representa a possibilidade de contribuir para aumento da produção agropecuária".

TECNOLOGIA

CBN Agro traz palestra sobre transformação digital no campo

O

projeto CBN Agro trouxe, dia 12 de agosto, a Guarapuava, mais uma palestra: “Transformação digital no agronegócio”. O tema ficou a cargo de Fernando Martins (foto). Com Ph.D. em Engenharia Elétrica e de Computação pela Carnegie Mellon University, tendo atuado em empresas como IBM, Rockwell, Allen-Bradley e Intel, ele comentou que inovações já estão em uso no setor rural, modificando processos produtivos. Em entrevista à REVISTA DO PRODUTOR RURAL, Martins explicou os quatro passos da evolução digital: “O primeiro é a agricultura de precisão. O segundo, a agricultura preditiva. A capacidade de olhar esses dados digitalmente e algum programa de computador me avisar: ‘olha, vai ter um problema’. O terceiro passo quando o programa diz ‘vai ter um problema e faça isso’ – é a agricultura prescritiva. E onde a gente quer chegar é na autonômica: em que você faz a prescrição, um robô vai ao campo, aplica e fecha o controle todo com máquinas”. Compare-

ceram ao evento produtores rurais, associados e diretores do Sindicato Rural de Guarapuava, além de profissionais e estudantes de carreiras ligadas ao agronegócio. Iniciativa da Rádio CBN de Londrina, o CBN Agro tem entre seus patrocinadores o Sistema FAEP. Também estão no roteiro das palestras cidades como Ponta Grossa, Londrina, Cascavel, Toledo, Umuarama, Maringá, Campo Mourão, Campo Grande (MS) e Castro.

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Entre Rios sediou 9ª edição da

TRAKTORFEST

M

ais uma edição da TraktorFest foi realizada no dia 28 de julho, na Colônia Samambaia, distrito de Entre Rios/Guarapuava. Durante todo o dia, mais de 3500 pessoas passaram pela festa, para apreciar a exposição de tratores antigos. Foram 87 máquinas expostas, que ao final do evento desfilaram, mostrando ao público o que eles ainda são capazes. Segundo a organização, o objetivo da festa é manter a história viva, por meio dos tratores que foram e são tão importantes para os produtores descendentes de alemães, que firmaram território na região e se reergueram por meio da agricultura.

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Foto: Teodoro Leal

T R AT O R E S A N T I G O S


NUTRI Ç ÃO

Garanta um rápido estabelecimento da sua lavoura e potencialize, desde cedo, o processo de Fixação Biológica de Nitrogênio AUTORES: RAFAEL BUTKE BAPTISTA E JOSÉ MARCOS

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pesar de pouco comentado, a cultura da soja possui uma alta demanda de nitrogênio (N) para o seu desenvolvimento. Segundo dados da EMBRAPA, a extração de N pela soja é de 83 kg por tonelada de grãos produzidos. O processo de Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN) é o grande responsável por atender essa demanda de N de maneira eficiente e sustentável no âmbito ecológico e ambiental, dispensando a utilização de adubações nitrogenadas. A FBN ocorre por um processo de simbiose, onde as bactérias do gênero Bradyrhizobium colonizam e formam nódulos nas raízes da soja. Assim, em uma relação de troca, a soja fornece abrigo e energia para as bactérias, e estas, mediadas por um conjunto de reações enzimáticas são capazes de assimilar o nitrogênio atmosférico (N2) e disponibilizá-lo para a cultura. Para que a FBN ocorra de forma eficiente, é fundamental a disponibilidade de cobalto (Co), molibdênio (Mo) e níquel (Ni) no interior do nódulo. O cobalto faz parte da leghemoglobina, enzima responsável por controlar o fluxo de O2 no processo. Esta atua transportando e regulando a concentração de O2 para a respiração das células do nódulo e das bactérias. Outra enzima fundamental neste processo é a nitrogenase, que utiliza o molibdênio como cofator do complexo de Fe-Mo para reduzir o N2 atmosférico a amônia (NH3). Em seguida, este produto é reduzido a amônio (NH4+) na presença de H+ no interior do bacteroide. Por fim, temos a enzima hidrogenase, que na presença de níquel (Ni), executa de forma mais eficiente a protonação do H2 no interior do nódulo. Estes H+ gerados irão participar da redução de NH3 para ser assimilado pela planta. Sem esquecer da importância do níquel na constituição da enzima Urease, essencial para a quebra de ureídeos na planta, favorecendo o metabolismo de N. Assim, uma estratégia viável para estimular a FBN, desde o desenvolvimento das primeiras raízes, é o tratamento de sementes. Estes nutrientes juntos aos defensivos e inoculantes são aplicados às sementes antes do plantio. No entanto, deve-se

atentar à compatibilidade dos produtos utilizados no tratamento de sementes com os inoculantes. Fatores como pH, salinidade, condutividade elétrica, e possíveis interações negativas com os defensivos, podem afetar diretamente na sobrevivência e desenvolvimento das bactérias inoculadas. Neste sentido, pesquisas apontam que produtos de nutrição amplamente difundidos no mercado de tratamento de sementes de soja, inibem o desenvolvimento das bactérias diazotróficas, gerando um efeito negativo na FBN.

FIG.2 – Desenvolvimento inicial da soja em função de tratamento de sementes com CoMo padrão (esquerda) e UP! SEEDS (direita).

presença de precursores hormonais e extrato de algas Ascophyllum nodosum. Além disso, possui polímeros que agem no recobrimento da semente após o tratamento, proporcionando melhor recobrimento e fluidez das sementes tratadas. A Compass Minerals se destaca no campo por ser uma empresa técnica, que acredita e busca soluções com comprovação científica para elevar a produtividade e consequentemente os ganhos do produtor agrícola. Neste sentido, desenvolveu UP! SEEDS, que garante um rápido estabelecimento da cultura e potencializa a FBN, elevando a produtividade da soja.

FIG.1 – Análise da sobrevivência de bactérias sobre influência de produtos para tratamento de sementes. À esquerda, tratamento com três discos embebidos com CoMo padrão que inibiram o desenvolvimento das bactérias em placas de petri formando um halo transparente onde as bactérias não de desenvolveram. À direita, discos tratados com UP! SEEDS onde não se observa a formação de halo, uma vez que as bactérias se desenvolveram mostrando compatibilidade com o produto.

Além de fornecer nutrientes, os produtos para TS devem ter a função de estimular o enraizamento e proporcionar um rápido estabelecimento das plantas, o que é favorável para potencializar a nodulação e o crescimento de raízes, fazendo com que a planta absorva mais água e nutrientes ao longo da safra. Entendendo todos estes desafios, a Compass Minerals, investiu em pesquisa e desenvolveu o UP! SEEDS, um produto que fornece níquel, cobalto e molibdênio para o processo de FBN no interior do nódulo. Proporciona maior enraizamento devido à

FIG.3 – Desenvolvimento da soja com o uso de UP! SEEDS no tratamento de sementes.

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C O O P E R AT I VA D E C R É D I T O

Sicredi isenta planos de previdência privada da taxa de carregamento Soluções financeiras voltadas a pessoas físicas estão ainda mais atrativas para associados da instituição

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inda em discussão no Congresso, a possível aprovação de uma Reforma da Previdência – que pode tornar mais duras as regras para a aposentadoria – já está fazendo com que muitas pessoas passem a planejar seu futuro de forma diferente. Um dos caminhos buscados é justamente o de realizar aplicações em produtos financeiros como a previdência privada. Por esse motivo, desde o início de julho, o Sicredi isentou a taxa de carregamento dos planos pessoa física de previdência privada, independentemente de serem o Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) ou Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL). Os associados com reservas nos fundos Sicredi Seleto Juros, Sicredi Reserva, Sicredi Valor Inflação, Sicredi Essencial Composto e Sicredi Valor Composto, independentemente da data de adesão aos planos, também serão beneficiados pela isenção da taxa, já a partir deste mês. “Sabemos que, com a possibilidade de uma reforma da previdência, muitas pessoas passaram a pensar nesse tipo de solução financeira. Por isso, tornamos ainda mais atrativo o nosso produto, que pode dar mais segurança para o futuro de nossos cooperados”, diz a gerente de Desenvolvimento de Negócios da Central Sicredi PR/ SP/RJ, Adriana Zandoná França. Algumas modalidades contavam com taxa de 0,5% para o carregamento de entrada e de até 3% para o de saída. A partir de agora, qualquer valor acima de R$ 50 destinado às previdências privadas não terá incidência de taxas aos associados da instituição financeira cooperativa. “Temos um compromisso de oferecer um portfólio de produtos adequados aos nossos associados. A

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previdência privada permite o planejamento para o futuro e também contribui na fidelização dos cooperados, especialmente em um momento no qual a aposentadoria pela previdência pública caminha para se tornar mais complexa”, ressalta Adriana.

Crescimento De acordo com a Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi), que representa 67 seguradoras e entidades abertas de previdência complementar, 13,1 milhões de brasileiros – aproximadamente 6,2% do total da população e 14,3% dos brasileiros com ocupação no mercado de trabalho – aplicam recursos nesta modalidade. As reservas desse tipo de solução financeira cresceram 10% em relação ao primeiro trimestre do ano passado, atingindo R$ 857,9 bilhões. Nos primeiros três meses, as contribuições somaram R$ 26,3 bilhões – aumento de 3,5% frente aos R$ 25,4 bilhões do mesmo período de 2018. A modalidade mais buscada é a individual, que respondeu por R$ 23,1 bi-

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lhões das contribuições registradas neste início de 2019. O produto mais buscado pelos brasileiros é o VGBL, com R$ 23,8 bilhões, enquanto o PGBL soma R$ 2,2 bilhões.

Sobre o Sicredi O Sicredi é uma instituição financeira cooperativa comprometida com o crescimento dos seus associados e com o desenvolvimento das regiões onde atua. O modelo de gestão do Sicredi valoriza a participação dos mais de 4 milhões de associados, os quais exercem papel de donos do negócio. Com presença nacional, o Sicredi está em 22 estados* e no Distrito Federal, com mais de 1.700 agências, e oferece mais de 300 produtos e serviços financeiros (www.sicredi.com.br). *Acre, Alagoas, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins. Facebook | Twitter | LinkedIn | YouTube


a r f a S Plano 020? 2 / 9 1 0 2

Nossas agências já estão com os recursos disponíveis. A gente é especialista no campo e em soluções financeiras. Por isso, fique tranquilo recebendo nossa consultoria para potencializar seus resultados. Fale com o seu gerente. • Custeio • Investimento • Comercialização • Industrialização

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N O TA S

REUNIÃO HORTIFRUTICULTURA Os diretores do Sindicato Rural e representantes da entidade na Comissão Técnica de Hortifruticultura da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP), Gabriel Gerster e Anton Gora, participaram no dia 13 de junho, da reunião da comissão, por meio de transmissão virtual. Alguns dos assuntos discutidos foram: Histórico dos Resultados das Análises de Coleta de Resíduos de Agrotóxicos para Frutas e Hortaliças; Principais notificações e infrações por agrotóxicos nas propriedades rurais; e Programa de Cadastro de Agrotóxicos Adapar.

REUNIÃO BOVINOCULTURA DE LEITE

PROGRAMA EMPREENDEDOR RURAL No dia 02 de julho, o Sindicato Rural de Guarapuava recebeu a visita da médica veterinária do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Mariana Assolari e do agrônomo e professor Fernando Peres, um dos mentores do Programa Empreendedor Rural (PER), desenvolvido pelo Senar e Sebrae. Eles avaliaram e supervisionaram a turma piloto do Programa Empreendedor Rural (PER) com novo formato, em andamento na entidade. Na foto, Mariana, Fernando e o supervisor regional do Senar, Aparecido Ademir Grosse.

Diretores do Sindicato Rural de Guarapuava participaram no dia 18 de junho, da reunião da Comissão Técnica de Bovinocultura de Leite da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP), em Curitiba. Representaram a entidade sindical no encontro os diretores Anton Egles e Anton Gora. Com a presença do presidente da comissão, Ronei Volpi, a reunião abordou assuntos como as INs 76 E 77, Conseleite e outros informes técnicos.

PALESTRA RESERVA-LEGAL O Sindicato Rural de Guarapuava sediou no dia 26 de junho, a palestra Reserva Legal – benefícios econômicos e negociação na bolsa, com os advogados, Abigail Carneiro (membro da Comissão de Direito Ambiental da OAB em Curitiba) e Rodrigo Borges de Lis.

REUNIÕES DE DIRETORIA

A diretoria do Sindicato Rural de Guarapuava, preocupada com a sustentabilidade sindical, reuniu-se nos meses de junho e julho para discutir o plano de ação da entidade. No dia 25 de junho, a reunião contou com a assessoria de Josias Schulze, que conduz o Programa de Sustentabilidade Sindical do Sistema FAEP na região.

EMISSÃO DE GTA

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O Sindicato Rural de Guarapuava já está realizando mais um serviço: a emissão de GTA (Guia de Trânsito Animal). Com isso, os produtores que necessitam da guia para o transporte de seus rebanhos podem recorrer também à entidade sindical, situada na Rua Afonso Botelho, nº 58, no Bairro Trianon. O sindicato atende de segunda à sexta, das 8h às 11h30 e das 13h às 17h30 (Outras informações pelo telefone: 42 3623-1115).

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ENCONTRO TÉCNICO

Time de Difusores: informação sobre tecnologia e produtividade

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Corteva realizou, dia 6 de agosto, em Guarapuava, mais uma edição do Time de Difusores, um evento que trouxe informação técnica e de pesquisa. Mas sucessão familiar e resultados de produtividade de materiais da Pioneer em lavouras comerciais de produtores de Guarapuava, do Paraná e do Brasil também deram aos participantes um quadro do perfil de cada híbrido apresentado. Depois de abrir a programação relembrando a formação da Corteva, que reuniu a Dow e a DuPont Pioneer, o gerente comercial da empresa para Guarapuava e Ponta Grossa, Martinho Luís Skawinski, comentou em entrevista o objetivo do encontro: “O Time de Difusores, juntamente com os Grandes Lançamentos, é de extrema importância aqui para a região, porque a gente reúne os principais recomendantes, os agrônomos, como também produtores líderes e o corpo técnico de grandes cooperativas e de revendas”. Skawinski ressaltou as

Skawinski, Corteva

Cyrano Yazbek, Pioneer

novidades da linha de produtos: “Estamos em uma renovação de portfólio de milho e introdução de soja. O evento em si é focado em tecnologia, questões de manejo. A Pioneer entende que pequenos detalhes de manejo podem resultar em altíssimos ganhos de produtividade”. Após o encerramento do evento, o representante co-

mercial da Pioneer Sementes na região de Guarapuava, Cyrano Yazbek, considerou que a edição 2019 do Time de Difusores alcançou êxito mais uma vez: “O pessoal vem de longe, participa e volta para sua propriedade abastecido de informações técnicas que agregam no negócio de cada um”. Confira um resumo das palestras.

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Sucessão Familiar Na sucessão familiar, temos que pensar em negócio, patrimônio e família. Em negócio: sistema de controle, processo de tomada de decisão, desenvolvimento e inovação. Patrimônio: único lugar em que obrigatoriamente seremos sócios na família. Então, tenho que tratar de investimentos, riscos financeiros, afinidade societária. E como se desenvolve a afinidade societária? Com clareza, com regras. Por que isso é importante? Porque se houver uma herança, tem que haver um ambiente de diálogo. A família: quem é que já parou para perguntar se os filhos querem ser produtores rurais? Tenho Gustavo de Lima Lemos que trabalhar essas questões, desenvolvimento pessoal e profissional dentro da família. Comunicação: o problema de todas as relações que acompanhamos – vamos fazer 30 anos de empresa em janeiro – é Safras e Cifras comunicação. E compromisso de cada um com a continuidade. Se as pessoas não quiserem continuar juntas, qual é o futuro dessa empresa?”

Curvas de população de lançamentos de milho

Pergentino de Bortolli Agrônomo da Corteva

O objetivo de testar populações é extrair o máximo que os híbridos podem estar oferecendo de produtividade. Outro ponto é a adubação nitrogenada. Esse trabalho também foi realizado em Candói – foram cruzados população com adubação nitrogenada. Isso, para ter uma curva de resposta em diferentes níveis de investimento em nitrogênio. A gente observou que, nas maiores doses, os materiais respondem e isso traz uma competitividade da cultura do milho frente às outras culturas de verão. Então, traz a viabilidade da cultura, porque se consegue altas produtividades conciliando altas doses de nitrogênio com alta população. O ensaio de Candói foi implantado de 10 a 15 de setembro. As populações variaram de 55, 70, 85 e 100 mil plantas por hectare. Esse ensaio sucedeu azevém com corte para fenação”.

Crop Protection A Corteva hoje é a marca-mãe. A Pioneer e a Brevant são as duas marcas de sementes da empresa. E o nosso Pipeline, o que está para vir, dos nossos produtos é bastante extenso, com vários lançamentos ao longo dos próximos anos, fortalecendo o portfólio já existente. A gente tem na região de Guarapuava e em todo o entorno produtores bem tecnificados, são referências, e é importante podermos trazer o que temos de melhor, qual o projeto, a perspectiva de novos produtos, de novos materiais, e poder conciliar tudo o que há em torno da produtividade. Esse é o nosso objetivo: trazer a melhor produtividade para que o produtor tenha rentabilidade na lavoura”.

Rodrigo Bürkle Agrônomo e Representante Técnico de Vendas da Corteva em Guarapuava

Manejo para altos rendimentos em milho

Sandra M. V. Fontoura Pesquisadora da FAPA

As perdas de nitrogênio por volatilização, a gente inicialmente não considerava como muito importantes. Mas percebemos que já não são perdas desconsideráveis: na média em 12%, mas tem chegado até 25%. Como alternativas, o que podemos pensar? Primeiro, procurar, antes da aplicação, ver a condição climática e de preferência aplicar antes da chuva, mesmo sendo ureia. A chuva acaba promovendo a descida do nutriente no perfil do solo e reduzindo as perdas. E também o que temos observado é que podemos lançar mão de algumas outras fontes – se for o caso – de nitrogênio. Temos, no mercado, disponíveis, fontes com inibidores de urease, que reduzem a perda em torno de 50% no comparativo com a aplicação de ureia comum, ou mesmo o uso de nitrato de amônio. Claro que temos que fazer antes disso uma relação custo-benefício”.

Grandes lançamentos de milho e soja Pioneer

Tiago Hauagge Marketing / Pioneer

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Trazemos quatro lançamentos de híbridos de milho para o verão sul: P1225 VYHR, P3016 VYHR, P2719 VYH e, claro, para a área de refúgio, P2501. No mercado de soja, tivemos 11 lançamentos para o Brasil. Mas hoje, focamos em quatro, que são para a região, tanto sojas hiper precoces, quanto de ciclo mais tardio. Trazemos também novas tecnologias, PWU – hoje, detemos a melhor tecnologia do mercado, com quatro proteínas-inseticidas para o controle das lagartas alvo da cultura do milho. O que a gente busca é trazer maior benefício, mais rentabilidade para o nosso cliente, que é o produtor rural. Fomos cobrados, nos últimos anos para trazermos para o mercado híbridos, lançamentos com potencial produtivo e hoje temos a grata satisfação de trazer lançamentos como o P3016 VYHR. Clientes plantaram neste ano e colheram acima de 17 toneladas por hectare”.

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NOGUEIRA PECÃ

Curso de poda orientou pecanicultores

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Sindicato Rural de Guarapuava, em parceria com o Serviço Nacional de aprendizagem Rural (Senar), sediou nos dias 1 e 2 de agosto, o curso de Poda de Nogueira Pecã. O instrutor foi o engenheiro agrônomo Jonas Janner Hamann. O curso surgiu a partir da demanda de pecanicultores da região, entre eles Geraldo Ceccon, que possui um pomar de quase duas mil mudas na Vila Jordão, em Guarapuava. “Eu conheci o Jonas em um curso que participei em Cachoeira do Sul no ano passado. A partir de então, vi a necessidade de trazê-lo para a região. Temos carência de informação sobre a pecã e a poda é uma das partes mais importantes para o desenvolvimento da planta. Quando a cultura não desenvolve, o pessoal acaba desistindo do plantio e sem conhecimento não há desenvolvimento em qualquer atividade”. O instrutor Jonas Janner Hamann reside em Santa Maria do Oeste e presta assistência técnica para pomares de Nogueira Pecã de diversos lugares do Brasil. Segundo ele, a poda é muito importante porque a nogueira pecã é uma cultura perene. “A mesma árvore vai ser cultivada comercialmente por até 50 anos, então a poda é realizada para ter uma produção contínua e equilibrada”, explica. Hamann complementa que a nogueira pecã tem alternância de produção. Em

A parte prática do curso foi realizada na propriedade de Geraldo Ceccon

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Jonas Janner Hamann, engenheiro agrônomo e consultor em Nogueira Pecã

Marlon Siqueira e Geraldo Ceccon, pecanicultores de Guarapuava

um ano ela pode produzir 20 quilos e no outro pode produzir 5 quilos. “Existe uma alternância de produção muito forte e a poda equilibra esse fator. Quando realizamos a poda, estimulamos o crescimento de ramos e folhas e não temos uma super produção de 20 quilos e nem uma baixa produção de 5 quilos. A poda possibilita que eu tenha uma média de 12 a 15 quilos e de forma constante”, observa. Segundo o agrônomo, a poda é importante desde o momento do plantio até o ano 20 ou 30. Independente da idade, mas enquanto o pomar for produtivo, a poda deve ser feita anualmente, no mês de julho ou agosto, quando é chamada de poda seca e nos meses de novembro e dezembro complementa-se com a poda verde. “As ferramentas utilizadas são muito simples nos primeiros anos. Utiliza-se a mesma tesoura de poda da maçã e citrus. A partir do quarto ou quinto ano, como ela é uma planta adulta, com até seis metros de altura, temos que usar a tesoura com extensor”, orienta Hamann, ressaltando que, no momento da poda, o produtor deve observar a qualidade da muda. “Ele precisa de uma muda boa, com diâmetro adequado. A intensidade da poda vai ser regulada de acordo com o diâmetro da muda. Se é muito fina, nem deveria ter sido comprada, mas se foi comprada, deve podá-la bastante,

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Rudinei de Col, produtor rural de Palmas

tipo 50%. Mas se a muda tem um bom diâmetro, deve podar 1/3, executando de forma normal”. Outro participante do curso foi Rudinei de Col, morador de Palmas, com pomar de nogueira pecã em Chopinzinho. Apesar de já estar na atividade há nove anos, ele achou o curso importante. “O grande problema que eu tive foi a falta de informação. O pomar já está em produção, mas poderia estar produzindo bem mais. Cometi erros no manejo por não obter informações previamente. Um dos maiores erros foi que fiz apenas duas podas. Agora aprendi que a poda deve ser realizada anualmente. Pretendo implantar mais mudas e, com estas informações que obtive no curso, com certeza, vamos produzir antes e em maiores proporções”. O produtor rural Marlon Siqueira, com pomar no distrito de Entre Rios, em Guarapuava, acredita que a partir das informações obtidas no curso poderá acertar o manejo e aumentar a produtividade de seu pomar. “Ainda dá tempo de corrigir os erros que cometemos no manejo das plantas, tanto nas adultas, como nas reposições de mudas. Eu fiz as podas, mas tinha dúvidas. Já havia lido o livro do Jonas, mas por meio do curso, tendo esse contato com ele, esclareci todas as minhas dúvidas. Foi ótimo”, elogiou.


S U S T E N TA B I L I D A D E

Manejo Integrado de Solos

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ste tema cada dia mais vem sendo debatido junto à pesquisa científica no Brasil. Já no mês passado, durante o evento promovido pela Sociedade Brasileira de Ciências do Solo, foi amplamente discutido o sentido da palavra fertilidade do solo. Conceito este que até bem pouco tempo atrás, era refletido unicamente pela capacidade de colocarmos fertilizantes no sistema. Atualmente sabemos que a correta definição de Fertilidade do Solo é a capacidade de gerar vida. vida esta que é pautada em cima de três pilares: pilar químico, físico e biológico. Durante o Congresso, foi mostrada a importância do manejo do pilar biológico. Este manejo biológico do solo irá impactar diretamente sobre dois pontos no sistema relação solo/ planta: sequestro de carbono e retenção de água no sistema. É válido lembrar que, segundo Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura - FAO, já em seu boletim anual, nos alerta que para o ano de 2050 teremos uma necessidade de aumentar em 60% a

produção de alimentos e 40% a retenção de água no sistema. Sobre isso, como peça fundamental, destacamos o Manejo Integrado de Solos proposto pela empresa Araunah Agro. Este Manejo possui o objetivo de tratar o sistema solo/ planta de forma como um todo, onde a parte biológica recebe destaque especial, uma vez que todas as interações de absorção de nutrientes, ciclagem de nutrientes, controle de pragas, doenças, retenção de água no sistema e sequestro de carbono passam, obrigatoriamente, por esta Fertilidade Biológica do Solo, que se não estiver bem manejada, acarretará perdas em produtividade e degradação dos solos. O correto manejo, com o tempo, irá proporcionar um equilíbrio ao sistema solo/planta. Equilíbrio este que, ao atingir a estabilidade, proporcionando uma menor utilização de defensivos agrícolas no sistema, levando, desta forma, a um aumento de rentabilidade por parte do produtor e um manejo ecologicamente mais adequado à proteção de nosso maior bem, que é o solo.

Segundo a FAO, temos hoje uma degradação de solos em torno de 33% quando falamos a nível mundial. Já relatos da Embrapa citam que a nível de Brasil chegamos a uma degradação de solos perto de 50%. Degradação esta que, muitas vezes, pode ser evitada pelo correto manejo da fertilidade biológica do solo. Como premissa básica, a Araunah Agro oferece a seus clientes este manejo, que possui três pilares de ação. A bioativação de solos e plantas através da tecnologia Penergetic, a adoção de blends de cobertura e ativos biológicos. Com esta estratégia, conseguimos fazer com que o solo volte a oferecer capacidade de se defender contra patógenos do solo, favorecer a ciclagem de nutrientes e maior capitação/retenção de água no sistema, com consequente aumento do teor de matéria orgânica no solo. Com esta estratégia de manejo integrado de solos, a Araunah Agro convida seus clientes/recomendantes uma experiência de realizar uma agricultura regenerativa, que é focada em manejos e não em produtos.

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SEGURANÇA

O que você faria se sua propriedade fosse invadida? E

sta é uma pergunta que somente aqueles que já sofreram com uma ocupação saberiam responder. A verdade é que o ato de invadir terras no Brasil não é considerado crime pela justiça. Legalmente, a única maneira de se resolver a situação é ajuizando uma Ação de Reintegração de Posse, já que somente o Juiz poderia ordenar que um invasor desocupasse uma propriedade invadida. As leis que regem o tema estão no novo Código de Processo Civil e contemplam benefícios ao invasor, deixando o autor da ação em total desvantagem; e o maior benefício de todos está no artigo 561 que diz o seguinte:

INCUMBE AO AUTOR PROVAR: 1 – A SUA POSSE 2 – A OCUPAÇÃO PRATICADA PELO RÉU 3 – A DATA DA OCUPAÇÃO Entendam o absurdo: o invasor não tem que alegar nada à justiça para continuar ocupando a propriedade. Por lei, o ônus da prova é obrigação do proprietário. E é aí que o invasor obtém êxito. Sem provas concretas da invasão e, principalmente, da data em que ocorreu, o invasor ocupa e se perpetua por lá, se valendo de audiências, inúmeros recursos e da já conhecida, morosidade judicial. Pouquíssimas ações obtiveram êxito, em razão da falta de provas evidenciais quanto ao tempo de início da ocupação, já que, nesse caso, a prova testemunhal é considerada de pouca

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relevância pelos juízes. Mas se o autor da ação obtiver a imprescindível “Prova de Posse” certificada, o Juízo emitirá liminar ordenando que o invasor desocupe a propriedade muito rapidamente, antes mesmo da primeira audiência. É o que diz o Artigo 562 do NCPC.

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Art. 562. Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá, sem ouvir o réu, a expedição do mandado liminar de manutenção ou de reintegração, caso contrário, determinará que o autor justifique previamente o alegado, citando-se o réu para comparecer à audiência que for designada. (Código de Processo Civil – Lei 13.105/15).

Recentemente criada, a certificação da “Prova de Posse” surge, graças a tecnologia dos drones, como a única “ferramenta” capaz de combater as invasões na esfera jurídica, tendo o autor da ação, finalmente, a justiça a seu favor. É alarmante como o número de ocorrências das ocupações de terra no Brasil vem aumentando. De acordo com recentes pesquisas, mais de 10 propriedades públicas e privadas são invadidas por dia no país e absolutamente ninguém está livre de sofrer com este problema. A maior incidência se encontra nas regiões Sul e Sudoeste do país, bem como no interior de São Paulo. Além da ação constante do Movimento dos Sem Terra (MST), existem


também pequenos grupos que estão sendo instruídos por ONG’s e partidos políticos, invadindo propriedades de pequeno e médio porte, na certeza do êxito e da impunidade e se valendo de uma Lei que não os obriga a provar nada. As pesquisas concluíram também como é grande a desinformação e o ceticismo da maioria da população sobre as Leis que regem suas vidas socioeconômica e familiar. Não percebem a vulnerabilidade, não avaliam o risco e acabam se tornando um alvo fácil dos inescrupulosos. A MONITTORI, incessante defensora do direito de propriedade, vem trabalhando no combate às invasões territoriais, estando habilitada a certificar a “Prova de Posse” e está lançando no mercado o seguro contra

invasões de terra e alteração de divisas, contemplando uma pronta ação presencial e jurídica, rápida Reintegração de Posse e a gratuidade dos honorários advocatícios de advogados especializados. Não negligencie a segurança de um bem tão valioso

como seu patrimônio e por um custo tão baixo. Solicite uma cotação pelo site: www.monittori.com ou pelo telefone (31) 3047.7078. É só informar a localização e a metragem do terreno. Previna-se, resguarde sua posse com a Monittori.

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B O V I N O C U LT U R A D E L E I T E

Pecuária leiteira do Paraná tem se destacado na produção nacional

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produção leiteira no Paraná vem apresentando um quadro otimista nos últimos tempos. O estado alcançou as primeiras posições no ranking nacional de produção. De 1996 a 2017, a produtividade aumentou 218%, atingindo cerca de 4,8 bilhões de litros naquele ano, conforme dados do IBGE. O montante equivale a 15% da produção nacional, de 33 bilhões de litros. A atividade responde por 6,68% do Valor Bruto da Produção (VBP) paranaense, movimentando cerca de R$ 5,7 bilhões em 2017. O Paraná ocupa novamente o segundo lugar de produtividade, com 3.028 litros/vaca/ano. Segundo o técnico da Federação de Agricultura do Estado do Paraná (Faep), o zootecnista Guilherme Dias, o principal assunto em pauta no setor, atualmente, é a mudança na legislação. “As INs 76 e 77 vêm para substituir a antiga IN 62, e traduzem os procedimentos e parâmetros de qualidade para a produção, transporte e beneficiamento do leite nacional. Vigente desde 30 de maio, a legislação prevê uma série de responsabilidades para produtores e indústrias, visando aumentar a qualidade do leite aqui produzido”. Em Guarapuava, o produtor rural Anton Egles diz que o mercado tem se comportado de forma instável. “Nin-

Guilherme Dias, zootecnista FAEP

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Anton Egles, pecuarista

guém sabe o que houve. Em plena entressafra do leite, o preço baixou. Para eu que entrego para o Pool Leite, a queda não foi tão elevada, quanto para quem entrega para outros laticínios. Ninguém consegue explicar o que está acontecendo”. Egles comenta que a média de preço dos últimos três meses dele foi de R$ 1,41/litro. A expectativa do produtor é que haja um aumento de preços nos próximos meses ou uma queda no custo de produção. “Acredito que os próximos quatro meses serão decisivos por causa da nova Instrução Normativa do Ministério, que reduziu os limites máximos da CBT e CCS e também parâmetros de refrigeração, armazenagem e transporte do leite. Então muita gente ou vai melhorar a qualidade ou terá que sair da atividade. E a outra expectativa é que com a China liberando a importação do Brasil de leite em pó e queijos, nosso mercado deslanche um pouco mais e com isso aumente o preço”. Atualmente, Egles está com um rebanho de 34 animais em lactação e com média de produção de 23,5/l/animal/ dia. O sistema de produção em sua propriedade é o semi-confinado: os animais

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ficam a pasto durante o dia e recebem silagem e ração após as ordenhas. Sempre buscando melhores resultados na atividade, o produtor conta que há três meses contratou uma consultoria. “Sabemos o que temos que fazer, mas nos acomodamos. A consultoria tem auxiliado no melhor planejamento forrageiro, nutricional e também no financeiro. Temos que fazer análise do solo, procurar as melhores forrageiras para a propriedade e tentar administrar da melhor forma possível os insumos de produção”. Com a consultoria, ele conta que conseguiu aumentar a produção e baixar os custos. “Com isso, a rentabilidade aumentou. Hoje os animais recebem alimentação de acordo com sua necessidade. Os animais foram divididos em categorias: as vacas que estão no início de lactação e maior produção estão no lote 1 e as vacas de fim de lactação e menor produção no lote 2. As bezerras também foram separadas em lotes por idade e estágio reprodutivo. Ficou bem melhor. Reduzimos o consumo de ração”. Além disso, foi adotado o sistema de pastejo rotatínuo, onde os animais fazem rodízio de piquete. “O pasto tem se comportado bem melhor”, conta.


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SENAR

Capacitação profissional rural

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Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) oferece 250 cursos em todo o Paraná, com o objetivo de melhorar a produção e qualidade de vida da família rural paranaense. Interessados nos cursos devem entrar em contato com o departamento de mobilização dos sindicatos rurais. Em Guarapuava, fale com Mery è (42) 3623-1115 e em Candói, com Adrieli è (42) 3638-1721. Confira alguns dos cursos realizados pelo Senar e Sindicato Rural em Guarapuava e região durante os meses de junho e julho:

PRODUÇÃO ARTESANAL DE ALIMENTOS CONSERVAÇÃO DE FRUTAS E HORTALIÇAS – GELEIAS, DOCES DE CORTE E DOCES PASTOSOS

12 e 13 de junho

Vila Rural São Francisco

Ines Maria Wietozikoski

TRABALHADOR VOLANTE DA AGRICULTURA AGRICULTURA DE PRECISÃO – OPERAÇÃO DE DRONES

17, 18 e 19 de junho

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Sindicato Rural de Guarapuava

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Pelisson Kaminski

TRABALHADOR VOLANTE DA AGRICULTURA AGRICULTURA DE PRECISÃO – OPERAÇÃO DE DRONES

5 a 7/agosto e 7 a 9/agosto

Sindicato Rural de Guarapuava

Joel Marcelo Nalon e Pelisson Kaminski

TRATORISTA AGRÍCOLA OPERAÇÃO DE TRATORES E IMPLEMENTOS – NR 31.12

17 a 21 de junho

Sindicato Rural de Guarapuava

Lucas David Schemberger


TRABALHADOR NA SEGURANÇA DO TRABALHO NR 35 – TRABALHADOR EM ALTURA – ATUALIZAÇÃO

19 e 21 de junho

Fazenda Modelo

Clovis Michelim Biasuz

ARMAZENISTA – ARMAZENAMENTO DE GRÃOS

24 a 28 de junho

Sindicato Rural de Guarapuava

Pedro Felipe Kastel

TRABALHADOR VOLANTE DA AGRICULTURA OPERAÇÃO DE IMPLEMENTOS PARA APLICAÇÃO DE AGROTÓXICOS – PULVERIZADOR AUTOPROPELIDO

01 a 05 de julho

Sindicato Rural de Guarapuava

Jorge Luis Dias Alves

TRATORISTA AGRÍCOLA – OPERAÇÃO DE IMPLEMENTOS SEMEADEIRA E PLANTADEIRA

11 de julho

Agropecuária Santa Clara – Candói

Rubens Gelinski

TRABALHADOR VOLANTE NA AGRICULTURA APLICAÇÃO DE AGROTÓXICOS – NR 31.8

24, 25 e 26 de junho

Sindicato Rural de Guarapuava

Cezarion Vitorino Bittencourt

TRABALHADOR NA SEGURANÇA NO TRABALHO NR 20 – INFAMÁVEIS E COMBUSTÍVEIS – INTERMEDIÁRIO

28 e 29 de junho

Sindicato Rural de Guarapuava

Fernando Pizani

TRABALHADOR EM FLORESTAMENTO E REFLORESTAMENTO PREVENÇÃO E COMBATE AOS INCÊNDIOS FLORESTAIS

04 e 05 de julho

Sindicato Rural de Guarapuava

Pedro Maia Penna

TRABALHADOR VOLANTE DA AGRICULTURA – OPERAÇÃO DE IMPLEMENTOS PARA APLICAÇÃO DE AGROTÓXICOS – PULVERIZADOR AUTOPROPELIDO

29 a 31 de julho, 1 e 2 de agosto

Agropecuária Santa Clara – Candói

Rubens Gelinski

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ACONTE C EU

Startups no agronegócio

Entrega de mudas de Nogueira Pecã Mais uma entrega de mudas de Nogueira Pecã foi realizada no Sindicato Rural de Guarapuava, no dia 6 de agosto. A comercialização é feita através da parceria entre o Viveiros Pitol, de Anta Gorda (RS), e a entidade sindical. Desta vez, 300 mudas foram entregues para produtores rurais de Guarapuava e região.

Curso de risotos e saladas O Sindicato Rural de Guarapuava realizou no dia 18 de julho, em sua sede, um evento para proporcionar a produtores, agrônomos, consultores e pesquisadores uma troca de idéias sobre as empresas startup (companhias que utilizam tecnologia de ponta em informática para inovar ou criar produtos e serviços) e sobre o uso de drones e aeronaves não tripuladas (vants) no agronegócio. Na abertura, o presidente da entidade, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, saudou os participantes e assinalou que atualmente as startups têm se voltado também ao segmento agrícola, como algumas que no dia anterior haviam participado de outro evento em Guarapuava: o I Meetup – Inovation, Law & Technology, promovido por Trajano Neto & Paciornik Advogados, Decker Advogados Associados, Sebrae e NTI. Dentre elas, completou, o sindicato convidou algumas para conversar com os agropecuaristas, como a Agroraptor (Curitiba), fabricante de vants. Formado em ciência da computação, pós-graduado em engenharia de software e gestão de projetos, um dos criadores da Agroraptor, Vinícius Juvinski, também disse ter visto que, entre as startups brasileiras, várias estão focando em inovação no agro, como a própria empresa que dirige, idealizada em 2016 e hoje prestando serviço na captação de imagens aéreas de propriedades. Em sua palestra, ele apresentou o vant que desenvolveu e utiliza para aquela tarefa. “Nosso produto é a captação de dados e o processamento desses dados. A gente coleta essas imagens e gera índices agronômicos, que ajudam o pessoal de campo a interpretar aquilo que pode estar acontecendo com a terra”.

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A Cooperativa Coamo realizou mais um curso voltado à culinária para as cooperadas e esposas de cooperados. Desta vez, o tema foi Risotos e Saladas. As capacitações ocorrem em parceria com Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop) e tem o apoio do Sindicato Rural de Guarapuava. A instrutora foi Ednilza Godoy.

Curso de GPS na agricultura de precisão Para os produtores que se interessam por tecnologias no campo, o SENAR-PR e o Sindicato Rural trouxeram uma novidade em Guarapuava: o curso Agricultura de Precisão – GPS. A capacitação tem por objetivo iniciar o participante na utilização do Sistema de Posicionamento Global (sigla GPS, em inglês) na agricultura de precisão. A primeira turma teve aulas nos dias 13 e 14 de junho, com a parte teórica ocorrendo na entidade sindical, e

a prática, numa propriedade rural da região (foto). Outras informações sobre o curso podem ser obtidas pelo telefone: 42 3623 1115.


P R O F I S S I O N A I S E M D E S TA Q U E

Keita Yoshihara (IHARA), Rodolpho Botelho (SINDICATO RURAL DE GUARAPUAVA) e Vivaldino Gaspar Pinto (IHARA)

Luiz Felipe Taques Fonseca Buzato MASTER AGRO

Daniel Rosenthal (presidente Sindicato Rural de Rolândia) e Rodolpho L. W. Botelho (presidente Sindicato Rural de Guarapuava)

Equipe Bayer EVENTO FIELDVIEW

NOVOS PARCEIROS + DESCONTOS PARA VOCÊ!

Evandro Rebesco (proprietário), Miriam Cordeiro, Franciele e Adriana Vaz Alves

Colaboradores do Sindicato Rural de Guarapuava fizeram uma pausa, no final do expediente do dia 6 de agosto, para um momento especial: a comemoração do aniversário do colega Arnaldo Catapan Machado. Ele completou nova idade no dia 3 de agosto.

Diretores e colaboradores

Feliz aniversário! aniversário! Feliz

PARABÉNS, ARNALDO!!!

Carlos Alberto Guarese

DESPEDIDA A funcionária da Extensão de Base Candói, Ana Paula Quadros, despediu-se da entidade no dia 30 de julho. Formada recentemente em Educação Física, ela assume um novo trabalho na sua área de formação. Sucesso e felicidades são os votos de todos os diretores, colaboradores e associados do Sindicato Rural. REVI STA DO PRO D UTO R RURA L DO PA RA N Á

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2019 SETEMBRO 01/09 01/09 01/09 02/09 02/09 02/09 02/09 02/09 03/09 03/09 03/09 04/09 04/09 05/09 05/09 05/09 05/09

ERNST MICHAEL JUNGERT MURILO PEREIRA MARCONDES WILSON JOSÉ PAVOSKI ADRIANE THIVES A. AZEVEDO ALCEU CÍCERO KUNTZ ROMULO KLUBER SILVIO BORAZO WALTER KNAF EDILSON GERALDO MUGNOL LUIZA MARIA SOARES PACHECO SOELI PEREIRA LANGE HELCIO LUIZ C. ROSEIRA LEOPOLDO BAYER JOÃO FRANCISCO DE LIMA LUIS HENRIQUE VIRMOND ROBERTO MOTTA JÚNIOR VIVIANA HYCZY KAMINSKI

06/09 06/09 06/09 06/09 07/09 07/09 08/09 09/09 09/09 10/09 10/09 11/09 11/09 12/09 14/09 14/09

ANTONIO IZAIAS LUSTOSA GERALD STEFFAN LEH PAULO SERGIO G. DE ASSIS ROLANDO FASSBINDER ELKE MARINA LEH BASSO NORBERT REICHHARDT SANDRA TIKAMORI DOROTEA STOCK WILD JOSÉ CARLOS TROMBINI ANA MERI NAIVERTH MARCELO TARTARI KUNZ LUIZ JOSÉ ROYER VICTOR HUGO MARTINAZZO KHRISTIAN DUHATSCHEK ADRIANA L. MAINGUE BOTELHO EMILIO CARLOS WEYAND

15/09 15/09 16/09 16/09 16/09 18/09 19/09 19/09 19/09 19/09 19/09 20/09 20/09 20/09 21/09 21/09

HELMUTH DUHATSCHEK JULIANO FERREIRA ROSEIRA ANTONIO KRAMER ROCHA LUCI KHOLER TOMPOROVSKI RONI ANTONIO G. DA SILVA NILCEIA MABEL K. S. VEIGANTES ADAM EGLES FÁBIO LUIZ DE SIQUEIRA JOSÉ KRENDENSER MAGDALENA SCHLAFNER ROBERT WECKL ANTONIO ZUBER FILHO ARNALDO STOCK WALDEMAR GETESKI ANA PAULA F. RANSOLIN JOSÉ UBIRATAN DE OLIVEIRA

21/09 21/09 24/09 25/09 25/09 25/09 25/09 26/09 28/09 28/09 28/09 29/09 30/09 30/09 30/09 30/09

LEONEL MACEDO RIBAS FILHO ULISES LUSTOSA ANDRE DIEDRICH HERCULANO JORGE DE ABREU JOSÉ HAMILTON MOSS NETO MOREL PEREIRA KEINERT ROSANGELA CAMPELLO BLANC STEPHANINE MAREN LEH MILLA EUCLIDES RIBEIRO TURRA JOÃO AMAZONAS F. DE BRITO OLINTO JOSE PAZINATO CELSO DENARDI ADAM STEMMER ERVIN ANTON STOCK JULIO CEZAR D. G. BERNARDI MARCOS MAJOWSKI

07/10 08/10 09/10 10/10 11/10 11/10 11/10 12/10 12/10 12/10 13/10 14/10 14/10 14/10 14/10 14/10 14/10 15/10 16/10 16/10 17/10 17/10

TRAJANO DUARTE ALVES FELIPE DITTERT T. DE M. CRUZ LUIZ FERNANDO RIBAS CARLI ROBSON LOPES DE ARAÚJO ALINE MARIA SCHIMIM MENDES LAURY LOPES FRITES ROQUE MARCIO VEVIURKA CÍCERO ROGERIO KUNTZ MANFRED MICHAEL MAJOWSKI SIGRID AP. WOLFL ESSERT ANDRÉ KULTZ CARLOS BOROMEUS MITTERER HARALD DUHATSCHEK JOSUE MARTINS DE OLIVEIRA LUCIANO FARINHA WATZLAWICK MARLON SCHLAFNER RUDOLF ABT MARIA DE LOURDES TULLIO CIRO GERALDO O. ARAÚJO VALMOR BELLATTO ANTONIO BAYER EDUARDO GELINSKI JÚNIOR

17/10 17/10 18/10 18/10 19/10 19/10 19/10 20/10 20/10 20/10 22/10 22/10 22/10 22/10 22/10 22/10 22/10 23/10 23/10 23/10 24/10

GISELE REMLINGER PEDRO IRINEU WEBER DANIEL PRIMAK ALVES REGIANE AP. C. LUSTOSA ALFRED MILLA JAKOB WECKL MARIA LUZIA KLOTS GERSTER AMBROSIO ANTÔNIO ANTONIO CARLOS KIMAK ARTHUR PIRES DE ALMEIDA CIRO ANTÔNIO BROJAN CLODOALDO DINIZ JÚNIOR DENILSON FADEL ELFRIEDE BARBARA MAYER ERCIO PADILHA CARNEIRO JOÃO ARTHUR BARBOZA LIMA ROSALYE PFANN DENARDI CARLOS A. DIPP DE CASTRO Fº DANIEL M. CANESTRARO HILDEGARDT V. REINHOFER MARIANNE MILLA WOLFL

25/10 25/10 26/10 26/10 26/10 26/10 27/10 27/10 27/10 28/10 28/10 28/10 29/10 30/10 31/10 31/10 31/10 31/10 31/10 31/10 31/10

ALAIR VALTRIN LUCINDO ZANCO IRENE WEIGAND SCHERER MARCOS ANTONIO THAMM RAINER MATHIAS LEH RICHARD WILFRIED SEITZ JOÃO MARIA PEREIRA MAX HENRIQUE SPITZNER SEBASTIÃO NEI K. DA SILVA CLEIS DE ARAÚJO FONSECA NOELIA MARA C. MARCONDES TELMA R. LOURES CAMARGO AUGUSTO KRÜGER FILHO MÁRIO LUIZ M. CORDEIRO ANDRE YOITI ENDO ARNO VIER DAISY VIRMOND JONATHAS B. P. SCHINEIDER MAURICIO MENDES DE ARAÚJO MAURO MENDES DE ARAÚJO THIAGO TATEIVA

OUTUBRO 02/10 02/10 03/10 03/10 03/10 03/10 03/10 03/10 04/10 04/10 04/10 04/10 04/10 04/10 05/10 05/10 05/10 05/10 06/10 06/10 07/10 07/10

JOSÉ CARLOS KARPINSKI JOSÉ PASTAL ALCIOLY T. GRUBER DE ABREU ALFEO MUZZOLON ANDREIA O. MARIOTTI NUNES GEOVANI DE COL TEIXEIRA MARCELO DE ARAÚJO FONSECA SIMONE FERRAZ RUY STOEBERL EDMAR UDO KLEIN EVELYNE LEH KLEIN FRANCIELE GOES L. DE PIERI HANS FASSBINDER MÁRIO CEZAR BUENO DANGUY THAISA RICKLI RANSOLIM KONRAD GOTTEL ROBERTO PFANN SERGIO NOBUMASA SUZUKI VALDIR DESCHK MARCIO DUCH SUZANA RICKLI EWALD MULLERLEILY MARIA DE LOURDES KELLER

Confira a agenda de eventos agropecuários: III Dia de Campo Produção Integrada Boi no Rolete 22 DE AGOSTO Fazenda Capão Redondo Candói - PR Inscrições: 42-36123-1115

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Audiência Pública Sobre Febre Aftosa 28 DE AGOSTO

- 27 de agosto: Caravana para Curitiba Assembleia Legislativa do Paraná Inscrições: 3623-1115 (Sindicato Rural de Guarapuava)

AGO/SET

2019

Expointer 2019 24 DE AGOSTO A 1º DE SETEMBRO Esteio (RS) www.expointer.rs.gov.br/


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