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IMPLEMENTO AGRÍCOLA

Implemento idealizado por produtores rurais guarapuavanos resolve o problema de plantio de soja sob palhada de inverno

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Sistema de Plantio Direto é bastante difundido na região de Guarapuava. O clima propício ao cultivo de cereais de inverno, como trigo, cevada e aveia, faz com que os produtores rurais adotem uma rotação geralmente destes cereais, antecedendo a soja. Os benefícios desse sistema são amplamente conhecidos, sendo o principal, a conservação do solo. Com os resíduos vegetais, a chamada palhada, o solo não fi ca tão exposto e deixa de criar crostas de terra que impediriam a absorção da água e também o DA IDEIA À CRIAÇÃO: SUCESSO NO CAMPO O MAXIMILAN KARL E RUDOLFO KELLER DESENVOLVEM IMPLEMENTO PARA PLANTIO DE SOJA SOB PALHADA DE CEREAIS DE INVERNO assoreamento, evitando a erosão. Mas um problema enfrentado no momento do plantio da soja em cima da palhada é a deposição das sementes na terra. “O plantio da soja sempre foi um problema grande para nós, principalmente para os produtores de cevada e trigo, devido à difi culdade de colocar a semente na terra para ela germinar. Com muita palha, há muito encestamento de semente”, explica o produtor rural da região de Guarapuava, Maxmillian Karl. Diante deste problema, Karl iniciou, há algum tempo, pesquisas sobre o assunto, buscando uma solução. Foi assim que surgiu a ideia de desenvolver um implemento que retirasse um pouco da palha na linha do plantio, para que houvesse uma melhor adequação das sementes no solo. “Eu vi alguns vídeos na Internet que nos Estados Unidos existe um equipamento que faz isso, então pensei em desenvolver algo para a nossa região”, conta. Foi então que Karl procurou Rudolfo Keller, que faz balanceamento de picadores e produz fenos. Ele abraçou a ideia e logo os trabalhos foram iniciados. “Eu já vinha aperfeiçoando os picadores para cortar a palha da cevada, mas não era sufi - ciente. Com a ideia do Max, planeja

mos este implemento e fomos aperfeiçoando. Depois de vários testes, colocamos a campo”. O implemento é adaptado na plantadeira e vai retirando a palha da linha do plantio. “Basicamente a ideia surgiu porque nossa principal cultura estava sendo plantada em condições ruins. Com o equipamento você tem um stand mais uniforme, uma condição de plantio melhor, não tem encestamento de semente. E a função dele não é tirar toda a palha da linha, é apenas retirar o excesso para a plantadeira conseguir fazer um plantio de qualidade. Até porque não queremos um sulco bem limpo, porque a palha é o principio do plantio direto”, observa Karl. Outro ponto importante é que o implemento é fabricado para todas as marcas e séries de plantadeiras. “Nós vamos até a máquina e adaptamos o implemento para cada modelo de plantadeira”, ressalta Keller. Os testes e aperfeiçoamentos do implemento nas plantadeiras estão sendo feitos desde 2015. O registro de patente foi publicada na Revista de Propriedade Industrial em março de 2018. Sendo assim, alguns produtores acreditaram na ideia e já adquiriram o implemento. Guilherme Illich, produtor rural na região de Guarapuava foi o primeiro produtor a colocar implemento em suas plantadeiras. Já no primeiro ano ele adaptou em cinco máquinas. O produtor rural Josef Stutz também foi um dos primeiros a adquirir o implemento. “Já são duas safras que utilizo no plantio. Visivelmente, a cultura se instala melhor. Você vê o desenvolvimento da soja e que não há encestamento de semente. Isso para nós produtores é ótimo, porque representa uma melhor produtividade”, comenta. Outro produtor satisfeito, Gabriel Gerster utilizou pela primeira vez o implemento no plantio da safra O produtor rural Josef Stutz também foi um dos primeiros a adquirir o implemento. “Já são

JOSEF STUTZ: “Visivelmente, a cultura se instala melhor”

2019/2020. “Eu tinha muita difi culdade de plantar a soja em cima da palha de cevada. O disco de corte não era sufi - ciente. Com o implemento, o disco de corte consegue trabalhar mais livre, conseguindo colocar os grãos de forma mais homogênea. O stand fi ca melhor. Praticamente todos os grãos que são colocados nascem. Antes, de 16 grãos que plantava, metade não nascia. Com o implemento, quase todos emergiram na última safra”, comemora. Para o produtor rural Alberto Stock, o implemento também funcionou de maneira efi ciente. “Já usei por dois anos e posso afi rmar que ele traz um alento para o problema das palhas de cultura de inverno. Aqui na região de Guarapuava, temos produtividade no inverno que chegam a seis toneladas de cevada. Isso passa pela colhedeira, é picado e origina uma massa de cin

ALBERTO STOCK: “Pelo que ele pode representar em ganho de produtividade, é um equipamento extremamente barato”

co a oito centímetros de palha. Tradicionalmente, pós-cevada ou trigo, planta-se soja ou feijão. O grande problema é você estabelecer um plantio efi ciente com esse volume de palha. O disco em formato de ‘v’ não consegue romper essa camada de palha e depositar realmente no solo a semente. Então ocorrem muitos problemas de envelopamento, onde a semente fi ca na palha e não tem contato solo/ semente”, explica. Stock estima que o implemento, nas áreas em que ele utilizou, conseguiu tirar até 80% da palha de fronte a linha do plantio, fazendo assim um corte efi ciente e uma deposição correta no solo. “Nós utilizamos o implemento primeiro somente em uma máquina para ver como seria o funcionamento. Notamos que melhora bastante, então implementamos nas

GABRIEL GERSTER: “Praticamente todos os grãos que são colocados nascem”

três plantadeiras da propriedade. Este ano praticamente em toda área de inverno, as três máquinas estavam com esse implemento e com certeza a deposição da semente e a qualidade do nosso plantio melhorou bastante. Pelo que ele pode representar em ganho de produtividade, é um equipamento extremamente barato, ao contrário de muita tecnologia por aí que é cara e não é efi ciente”, comenta. Outra vantagem que o implemento trouxe, segundo Stock, foi a agilidade no plantio. “Não foi preciso esperar dias para a palha baixar. Conseguimos entrar com a plantadeira logo após a colheita da safra de inverno”. Outras informações sobre o implemento agrícola podem ser obtidas pelo telefone Rudolfo Keller – (��) �����-���� ou Maximilian Karl – (��) �����-����.

NÓS VAMOS ATÉ A MÁQUINA E ADAPTAMOS O IMPLEMENTO PARA CADA MODELO DE PLANTADEIRA”

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s associados da C.Vale começaram a retirar, dia 3 de fevereiro, o maior valor em sobras da história da cooperativa. Serão R$ 89 milhões do exercício de 2019 contra R$ 42 milhões de 2018. O pagamento do retorno foi aprovado em assembleia que reuniu 1.300 pessoas, no dia 31 de janeiro, na Asfuca de Palotina. O valor total das sobras saltou de R$ 100 milhões para R$ 245 milhões, puxado pelas exportações de carne de frango. O presidente da C.Vale, Alfredo Lang, explicou que a peste suína africana na China e o dólar alto favoreceram as exportações do produto e melhoraram a rentabilidade da cooperativa. Segundo ele, a avicultura ajudou a compensar os efeitos das estiagens que reduziram o recebimento de soja em mais de 10 milhões de sacas no ano passado. A agroindustrialização foi decisiva para que a cooperaC.VALE DUPLICA SOBRAS AOS ASSOCIADOS O

Distribuição das sobras foi aprovada pelos associados e começou dia 3 de fevereiro tiva crescesse 4,91%. O faturamento alcançou R$ 8,92 bilhões contra R$ 8,5 bilhões de 2018. Para 2020, uma das metas da cooperativa é elevar a produção de frangos de 600 mil para 620 mil frangos/dia e de peixes dos atuais 90 mil para 100 mil tilápias/dia.

Paralelamente, a C.Vale vai colocar em operação um frigorífico com capacidade para processar até 200 mil frangos/dia em Umuarama (PR), onde vai gerar dois mil empregos. No segundo semestre de 2020, a cooperativa vai inaugurar um hipermercado em Assis Chateaubriand (PR).

C.VALE EM 2019

Faturamento | R$ 8,92 bilhões Sobras aos associados | R$ 89 milhões Funcionários | 10.634 Associados | 21.920 Impostos | R$ 327 milhões

Associados reconduziram Lang à presidência e elegeram novos conselheiros