SRG Rev Prod Rural ed 70

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ISSN 1984-0004 Publicação bimestral do Sindicato Rural de Guarapuava Ano XI - Nº 70 - Dez/2018-Jan/2019 Distribuição gratuita

REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ

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Na foto, a associada Adriana do Rocio Passos de Lacerda Martins


Í N D I C E

MANCHETE

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ANO NOVO: CAMINHO DE ANTIGOS E NOVOS DESAFIOS

16 24

INTERNACIONAL

As commodities agrícolas dominadas pela geopolítica

SOJA

Sem muita variação, expectativa para safra 2018/2019 é de estabilidade

MELHORAMENTO GENÉTICO

34 50

PROMEBO® realiza reciclagem para avaliadores de bovinos

SENAR Total de cursos realizados em 2018 deve crescer 38%

14 52

Bovinocultura de corte Botelho divulga Pecuária Moderna em Pato Branco

Educação

Programa Agrinho premia melhores trabalhos de 2018

Prosolo

MÚSICA

70

Sindicato Rural promove show de encerramento de ano

54 66

Profissionais apresentam projeto de conservação de solo e água

Seguro rural

Governo federal edita novas regras para o seguro rural


EXPEDIENTE DIRETORIA:

Rodolpho Luiz Werneck Botelho

Josef Pfann Filho

Anton Gora

Gibran Thives Araújo

Cícero Passos de Lacerda

João Arthur Barbosa Lima

Jairo Luiz Ramos Neto

Presidente

1º Vice Presidente

2º Vice Presidente

1º Secretário

2º Secretário

1º Tesoureiro

2º Tesoureiro

CONSELHO FISCAL: TITULARES:

Lincoln Campello

SUPLENTES:

Luiz Carlos Colferai

Carlos Eduardo dos Santos Luhm

Alexandre Seitz

Anton Gottfried Egles

Roberto Eduardo Nascimento da Cunha

NOSSA CAPA REDAÇÃO/FOTOGRAFIA:

Luciana de Queiroga Bren Diretora de Redação e Editora-Chefe Reg. Prof. 4333

Manoel Godoy

Geyssica Reis

Jornalista

Jornalista

PRÉ-DISTRIBUIÇÃO:

ENDEREÇO: Rua Afonso Botelho, 58 - Trianon CEP 85070-165 - Guarapuava - PR Fone/Fax: (42) 3623-1115 Email: comunicacao@srgpuava.com.br Site: www.srgpuava.com.br EXTENSÃO DE BASE CANDÓI Rua XV de Novembro, 2687 Fone: (42) 3638-1721 Candói - PR

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Distrito de Entre Rios:

André Zentner

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REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ

Os artigos assinados não expressam, necessariamente, a opinião da REVISTA DO PRODUTOR RURAL ou da diretoria do Sindicato Rural de Guarapuava. É permitida a reprodução de matérias, desde que citada a fonte.


EDITORIAL RODOLPHO LUIZ WERNECK BOTELHO Presidente do Sindicato Rural de Guarapuava

RUMO A 2019 2018 acabou e 2019 está chegando para renovar as nossas esperanças de dias melhores. Safra de verão em andamento, novo cenário político-econômico. Nesta última edição do ano da REVISTA DO PRODUTOR RURAL, trazemos um balanço do ano agrícola. Foram entrevistados representantes de vários setores do agro, com destaque para a avaliação geral do engenheiro agrônomo e analista de mercado, Eugênio Stefanelo. Também publicamos artigo do analista Steve Cachia, que fala como se comportou o mercado das commodities em 2018 e alerta que para 2019 teremos, provavelmente, safra cheia e um custo do frete mais alto. Ele diz ainda que o novo governo já provocou queda no câmbio, mas o mercado internacional deve colaborar. No entanto, o produtor não tem outra alternativa, a não ser continuar investindo em produtividade e gestão. Destaque também para a entrevista com o presidente da Coamo, uma das maiores cooperativas da América Latina. Orgulhoso, José Aroldo Gallassini falou sobre o excelente resultado financeiro da cooperativa em 2019, investimentos no Mato Grosso do Sul e deixou uma mensagem aos cooperados, destacando a importância do trabalho. Outra matéria técnica mostra que a safra de soja não deve apresentar surpresas. Foram entrevistados produtores rurais e técnicos da região e o cenário é de estabilidade. Nesta 70º edição, agradecemos a todos os anunciantes do ano e seguimos para 2019 de portas abertas para críticas, sugestões e novas parcerias, sempre priorizando a qualidade editorial, com a publicação de matérias, pesquisas e artigos técnicos que contribuam para o crescimento e desenvolvimento dos produtores rurais de nossa região. Encerrando as atividades do ano, vamos continuar caminhando, investindo e qualificando nossos associados e buscando a união para que, cada vez mais, a classe produtora rural se fortaleça. Uma excelente safra a todos! Feliz Natal e próspero Ano Novo!


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ANTON GORA Produtor rural, diretor da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), vice-presidente do Sindicato Rural de Guarapuava e presidente do Núcleo Regional dos Sindicatos Rurais do Centro-sul do Paraná

MAIS UM ANO QUE TERMINA E OUTRO QUE SE INICIA

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m nosso último artigo falamos das eleições que estavam próximas. Dissemos que teria uma disputa entre “o trabalho que gera riqueza” e “a ideologia que não enche a barriga de ninguém”, representados pelo então candidato do PSL e do PT. Felizmente, e como não poderia deixar de ser, o candidato do trabalho ganhou. Tivemos que passar por longos e difíceis treze anos de governo do PT, que gerou miséria financeira e cultural. Nesses anos, tivemos que aprender aquilo que o resto do mundo e as pessoas mais esclarecidas já sabiam. Perdemos um tempo precioso. O Brasil hoje já poderia estar entre as nações mais ricas do mundo. Temos tudo para isso, mas fomos enganados por um tempo por ideologistas que queriam apenas o poder. Mas, felizmente, nunca é tarde. Vamos iniciar agora um ciclo virtuoso, onde teremos oportunidades para todos e para tudo. Queira Deus que o candidato vitorioso Jair Messias Bolsonaro consiga implementar tudo aquilo que precisa ser implementado. Vão haver resistências sim, dentro do congresso, em meio a funcionários públicos que não querem perder os seus privilégios, mas a verdade há de falar mais alto, como sempre acontece. Junto com um novo governo, vamos iniciar um novo ciclo de esperança e de progresso. Não podemos dizer que o ano que está findando foi ruim para a agricultura, mas

poderia ter sido muito melhor se não fossem aquelas amarras de sempre: leis trabalhistas ultrapassadas, ambientalistas xiitas de plantão, dificuldades devido à burocracia, impostos absurdos e inversão de valores. Tudo isso deve acabar. Se o novo governo implementar aquilo que está pregando, teremos mais facilidade no registro de novos defensivos e assim acesso a produtos mais modernos, resultando em custos menores. Poderemos contratar mão de obra sem medo de consequências negativas, poderemos investir mais na qualificação dos nossos auxiliares, pagar melhores salários, beneficiando a todos: patrões e empregados. Reduzindo impostos, o produtor terá melhores condições de investir em seu empreendimento, aumentando a produção, produtividade e qualidade. Investindo em infra-estrutura o custo do transporte deve cair. Absurdos devem ser eliminados como, por exemplo, a importação de leite do Uruguai e Argentina. O governo sempre falava em leite como produto básico para a alimentação, mas nunca falou em baixar os impostos sobre o leite, preferindo a importação do leite dos países mencionados, mas se esquecendo que o leite produzido na Argentina e Uruguai não pagam impostos, por isso são mais baratos. Não pagam sequer imposto de importação, o que se torna, no fundo, uma concorrência desleal e ilegal para com o produtor brasileiro. Esse leite importado do Uruguai, muitas

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vezes, vem da Nova Zelândia. É apenas industrializado no Uruguai. Quantos empregos poderiam ser gerados com o aumento da produção local? Isso movimentaria toda a economia de forma mais produtiva. Citei o leite apenas como um dos exemplos, mas poderíamos pegar também as frutas que são produzidas por nossos vizinhos com defensivos proibidos no Brasil. Não podemos utilizar esses defensivos para produzir, mas o consumidor está ingerindo talvez resíduos de produtos proibidos. Esses absurdos devem e vão acabar. Muitas vezes, os produtos agrícolas são utilizados como moeda de troca de produtos industrializados. O Brasil quer exportar automóveis, geladeiras, fogões, entre outros, em troca de trigo, cevada, etc. Não é esse o caminho. O caminho deve ser o da competência. Só assim seremos um país grande. Mas as nossas esperanças estão renovadas. Espero que o nosso futuro governo se inspire cada vez mais no governo norte ame-

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ricano: primeiro os americanos, o emprego e o bem estar do americano. Devemos ter esse mesmo pensamento aqui: primeiro o brasileiro, o bem estar do brasileiro e o resto vem por si só. O mercado, as competências definirão os que vão sobreviver e os que têm que mudar a sua forma de agir. Não podemos, nós produtores, pensar que as eleições passaram, pessoas capazes e de bem foram eleitas e as coisas estão resolvidas. Muito pelo contrário, agora sim devemos cobrar desse nosso novo governo, para que todas as ações necessárias sejam de fato implementadas. Tenho certeza de que sem essas cobranças nada vai acontecer. E para que tudo isso aconteça, não podemos esquecer que precisamos de um Sindicato forte, de uma Federação atuante e de uma Confederação responsável. Acabou o imposto sindical, mas deve ser criada uma consciência forte de que unidos seremos ouvidos e bem representados, garantindo dessa forma as conquistas alcançadas.


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TRIGO

A cultivar TBIO Ponteiro, lançada para multiplicação em 2019, tem como grande diferencial o seu ciclo, que permite a antecipação da semeadura

PARA SEMEAR SOJA MAIS CEDO Trigo para abrir a semeadura e com período vegetativo mais longo ajuda a compor o escalonamento de semeadura

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timizar os processos e aproveitar melhor a área para colher mais são buscas constantes de quem trabalha na lavoura, independente da cultura implantada. Uma preocupação frequente dos triticultores da região é escapar da geada, especialmente durante o período reprodutivo da cultura e, por isso, uma estratégia bem comum dos produtores é semear um trigo de ciclo médio/ tardio, mais resistente aos rigores do

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clima e as enfermidades, como o TBIO Sinuelo, já consolidado no mercado. A cultivar do portfólio da Biotrigo foi a mais semeada por dois anos consecutivos no país, sendo reconhecida como excelente ferramenta no escalonamento e por seu alto teto produtivo nas regiões onde foi posicionada. Entendendo a necessidade do campo em ter novidades neste segmento, a Biotrigo Genética lança para os multiplicadores de sementes na próxima

safra uma nova cultivar de trigo. “TBIOPonteiro chega ao mercado com o mesmo ciclo, padrão de produtividade e resistência a acamamento de TBIO Sinuelo, porém com diferenciais marcantes, como a alta sanidade tanto de folha como de espiga e tolerância ao Alumínio tóxico, o que traz um comportamento diferenciado em anos de estiagem como ocorreu nas duas últimas safras. Outro benefício é a qualidade industrial para panificação. A cultivar já foi testa-


da em moinhos, demostrando excelente performance de panificação”, explica Fernando Michel Wagner, gerente Regional Norte (PR, SP, Cerrado, Paraguai e Bolívia) da Biotrigo Genética. A proposta da cultivar é abrir o período de semeadura do trigo, permitindo escalonar melhor a produção ao ser combinada com cultivares mais precoces.“O anseio dos agricultores é o de não atrasar a semeadura da soja, buscando muitas vezes ciclos rápidos no trigo, o que também é uma alternativa para alcançar isto. Com o TBIO Ponteiro, que se caracteriza pelo período vegetativo mais longo, é possível antecipar a semeadura, fazendo com que o trigo espigue mais tarde. Por ter

o período reprodutivo curto, a cultivar permite um encaixe perfeito com ciclos mais precoces, evitando que semeadura e colheita se concentrem em poucos períodos e, por fim, trazendo maior estabilidade produtiva ao sistema”. Outra vantagem é a antecipação nas regiões de transição e mais quentes, além de oportunizar as regiões mais frias o aumento das chances de escape de eventos como a geada em semeaduras antecipadas. Conforme Fernando, isso é possível pelo excelente nível de resistência à Brusone. “TBIO Ponteiro traz em sua carga genética o alto potencial produtivo posicionado pela Biotrigo na Argentina com a qualidade consolidada dos Estados Unidos,

presentes no cruzamento original de seus pais. O lançamento desta tecnologia no mercado permitirá a entrada da cultura de verão em fase adequada, aproveitando a grande janela que existe entra a colheita de verão e a semeadura da cultura de inverno”, finaliza Fernando. Nos ensaios realizados em 2017 e 2018 no Paraná, mesmo em se tratando de anos com clima desafiador, a produtividade média de TBIO Ponteiro foi de 4.500Kg/ha, com picos acima das 100 sacas/ha em áreas de sequeiro. A nova tecnologia é indicada para todas as regiões tritícolas do Paraná, além do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.

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CCIR

INCRA JÁ ESTÁ EMITINDO CERTIFICADO DE CADASTRO DE IMÓVEL RURAL Titulares de domínio ou possuidores de imóveis rurais podem acessar o CCIR referente ao exercício de 2018 ou procurar o Sindicato Rural para auxílio no preenchimento e emissão do cadastro.

O

Incra disponibilizou a proprietários, titulares de domínio ou possuidores de imóveis rurais a emissão do Certificado de Cadastro de Imóvel Rural (CCIR) referente ao exercício de 2018. O documento pode ser expedido eletronicamente, por meio do endereço https://sncr.serpro. gov.br/ccir/emissao. Um banner no portal da autarquia também possibilitará acesso à página na qual o certificado será emitido. O CCIR é uma espécie de “carteira de identidade” do imóvel, que comprova a regularidade do bem junto ao Sistema Nacional de Cadastro Rural (SNCR), base de dados do governo federal, gerenciada pelo Incra, na qual constam informações de imóveis rurais em todo o país. “É importante ressaltar que não constitui direito de propriedade, mas sem ele é impossível desmembrar, arrendar, hipotecar ou vender o imóvel”, explica o chefe da Divisão de Organização, Controle e Manutenção do Cadastro Rural do Incra, Jovelino Lotério Ramos. Ramos lembra, ainda, que o certificado é imprescindível para fins de partilha de bens e obtenção de financiamentos em bancos ou agentes financeiros. Além da titularidade e dimensão da área, o CCIR indica a localização, o tipo de exploração realizada no local e a respectiva classificação fundiária. “Ou seja, é obrigatório para qualquer tipo de transação e deve ser atualizado sempre que houver alteração dessas informações”, reitera Ramos.

VALORES Para a emissão é necessário informar o código do imóvel junto ao Sistema Nacional de Cadastro Rural, o CPF do detentor, a unidade da federação e o município de localização. A validação está condicionada ao pagamento da Taxa de Serviço Cadastral (TSC) na rede de atendimento do Banco do Brasil, por meio da Guia de Recolhimento da União, gerada pelo próprio sistema. O valor – a ser quitado até 5 de dezembro – varia conforme o tamanho da área. Até 20 hectares, serão cobrados R$ 3,91. Entre 20 hectares até mil hectares, os R$ 3,91 são acrescidos a cada 50 hectares. Já para áreas superiores a mil hectares, a cobrança da taxa aumenta a cada mil hectares. Caso o prazo para pagamento tenha expirado ou se houver pendências relativas aos anos anteriores, é necessário emitir novo CCIR já que o próprio sistema atualizará os valores a serem cobrados.

SNCR Atualmente, estão registrados no Sistema Nacional de Cadastro Rural aproximadamente 6,5 milhões de imóveis rurais privados, que perfazem um total de 597,5 milhões de hectares, aproximadamente 70% do território nacional. A maior parte (um milhão) encontra-se em Minas Gerais. Em dimensão, Mato Grosso encabeça a lista, com 103 milhões de hectares cadastrados. A partir do exercício de 2017, o Incra passou a emitir o CCIR a cada ano. Anteriormente, em virtude dos custos para realizar a operação, o documento era expedido a cada dois ou mais exercícios. “O modelo atual é resultado de um projeto de modernização do cadastro que vem sendo implementado desde 2012 e com perspectiva de construção de um aplicativo mobile do SNCR para emissão do certificado e atualização cadastral”, afirma Ramos. Além da expedição eletrônica, o CCIR poderá ser obtido nas Salas da Cidadania do Incra nos estados, nas Unidades Avançadas da autarquia e nas Unidades Municipais de Cadastramento (UMCs) – locais instalados nos municípios por meio de acordo de cooperação técnica firmado entre o Incra e as prefeituras. O documento pode ser emitido também por meio da Sala da Cidadania Digital em http://saladacidadania.incra.gov.br/ ou pelo Portal Cadastro Rural em www.cadastrorural.gov.br. Mais informações sobre o assunto com o Sindicato Rural de Guarapuava - (42) 3623-1115.

Texto: Assessoria de Comunicação Sistema FAEP

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BOVINOCULTURA DE LEITE

UMA COOPERATIVA FEITA DE PESSOAS

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essoas que arregaçam as mangas todos os dias, muitas vezes, antes do sol nascer. Que se dedicam, buscam oportunidades até nos momentos mais difíceis, enquanto batalham por um campo mais desenvolvido e produtivo. Pessoas que encontraram na união uma forma para vencer os desafios, pois, perceberam que é mais fácil prosperar quando as mãos estão dadas, seguindo em direção de um mesmo objetivo. Sempre buscando soluções inteligentes para o desenvolvimento e fortalecimento da agropecuária na região, desde 1969, partilhamos com os nossos cooperados resultados significativos no campo, contribuindo com uma produção agrícola e leiteira mais eficiente, proporcionando maior rendimento e melhor desempenho do trabalho dos nossos parceiros. Carregamos o propósito de desenvolver a atividade agropecuária, fazendo com que ela se torne cada vez mais produtiva, através do trabalho em conjunto que engloba os três pilares fundamentais da nossa cooperativa: cooperados, colaboradores e clientes. Para um trabalho mais eficiente, o foco sempre foi promover 1a interação anúncio revista - rodapé_AF.pdf 23/11/2018 entre essas três partes. Os colaboradores prestam uma assistência completa

e profissional para os cooperados, devidamente preparados, os cooperados colaboram com o desenvolvimento socioeconômico, gerando um grande valor para os clientes e também para toda a comunidade da região. Em 2019, completaremos 50 anos. Em cinco décadas, vivemos uma cooperação recíproca e democrática. Prestamos um trabalho comprometido, responsável, sério e 100% trans09:46 parente. Também, durante esses anos investimos na nossa estrutura.

Nos tornamos referência, com destaque na captação de leite em Guarapuava e outros 23 municípios. Porém, todo esse mérito não é apenas nosso, mas também de todos que participaram de cada etapa do crescimento da cooperativa, tornando possível ela ser o que é hoje. Só temos a agradecer aos nossos cooperados, clientes e colaboradores, que depositaram confiança no nosso trabalho e aceitaram a proposta de caminharmos juntos, em prol do campo.


BOVINOCULTURA DE CORTE

BOTELHO DIVULGA PECUÁRIA MODERNA EM PATO BRANCO

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presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, ministrou palestra no dia 13 de novembro, em Pato Branco (PR), durante a 18ª ExpoPato, sobre o Programa Pecuária Moderna, o qual ele é coordenador no Paraná. A iniciativa foi da Associação dos Engenheiros Agrônomos de Pato Branco (AEAPB) e reuniu aproximadamente 100 pessoas, entre profissionais e estudantes da área. O coordenador regional do Pecuária Moderna em Pato Branco, Vicente Lucio Michaliszyn disse que o objetivo foi impulsionar o Pecuária Moderna no sudoeste do Paraná como um todo. "A pecuária de corte na região é pujante, temos a Cooperativa de Integração (Novicarnes) e há a necessidade de melhor organizar os produtores e difundir os propósitos do programa”. O presidente da Associação dos En-

genheiros Agrônomos de Pato Branco, Edson Silveira, comentou a importância de divulgar o programa. “O Pecuária Moderna é uma realidade e vem reafirmando a produção pecuária, buscando novos caminhos, traçando novas tecnologias e conhecimentos para capacitar o pecuarista, para que ele evolua com sua produção, elevando os níveis de produtividade”.

PECUÁRIA MODERNA

Edson Silveira, Rodolpho Botelho e Vicente Lucio Michaliszyn

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O programa Pecuária Moderna foi lançado em 2015, pela Federação de Agricultura do Estado do Paraná (Faep), visando a evolução do segmento, em gestão, tecnologia e, acima de tudo, em qualidade do produto final. Em foco, estão três pontos cruciais: redução de idade de abate, maior taxa de ocupação de animais nas pastagens e um maior número de matri-

zes. No abate, a meta é reduzir a média dos atuais 37 meses para 30 meses. Na taxa de ocupação, sair de 1,4 cabeça por hectare/ano para 2 cabeças por hectare/ ano. Nas matrizes, se buscará uma elevação de 10% do plantel.

EXPOPATO A Exposição Feira Agropecuária, Industrial e Comercial de Pato Branco (Expopato) é realizada a cada dois anos, pela Sociedade Rural de Pato Branco. Em 2018, a feira chegou à 18ª edição. A Expopato apresenta o melhor da genética de várias raças, além de leilões e provas, apontando o grande potencial da agropecuária da região. “Apesar do momento difícil em que o país se encontra, esta edição da Expopato foi um sucesso, com a presença expressiva do público e também das empresas expositoras que relataram que a comercialização dos produtos e serviços foi muito bem, inclusive melhor do que a feira passada, em 2016. Na parte do agronegócio, destacamos a pecuária, que foi um sucesso. Comercializamos 3100 animais, um número muito além da última exposição, com uma média de preço excelente e animais de qualidade”, avaliou o presidente da Sociedade Rural de Pato Branco, Eucir Brocco.


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INTERNACIONAL

AS COMMODITIES AGRÍCOLAS DOMINADAS PELA GEOPOLÍTICA

STEVE CACHIA Natural de Malta na Europa, atua no Brasil na área de commodities agrícolas há 30 anos. É analista de mercado por profissão, já proferiu palestra em dezenas de países ao redor do mundo e exerce o cargo de Diretor Business Development na Cerealpar (Brasil) e também Consultor do terminal de grãos Kordin Grain Terminal (Malta).

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odemos reclamar de muita coisa deste nosso mercado de grãos, menos que é monótono. Todo ano é uma história, com 2018 sendo uma mistura de tradicionais fundamentos e outros fatores chamados “extra-campo”, mas que juntos influenciaram na direção dos preços. O fator clima, com a quebra na safra de soja na Argentina, a queda da produção da safrinha no Brasil e clima adverso em países produtores de trigo ao redor do mundo, foi de extrema importância. Mas o fator predominante foi a geopolítica, com a eleição presidencial no Brasil e a guerra comercial EUA – China. O ano de 2019 promete ser tão intenso e talvez mais volátil, onde questões geopolíticas e o comportamento climático nas áreas produtoras prometendo dar o ponta pé inicial para determinar o lado em que o mercado vai caminhar. O produtor brasileiro costuma acompanhar de perto tudo sobre o clima, mas quando o assunto é o risco geopolítico e sua imprevisibilidade, muitos acabam

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subestimando o peso deste fator no valor das commodities. Até a publicação desta matéria, não havia acordo na guerra comercial EUA – China e o desempenho do mercado de soja em 2019 está totalmente dependente desta questão. Um acordo entre as partes, faz com que o Brasil perca espaço e valor de soja para os EUA. Nesta hipótese, veremos a soja em Chicago voltando a subir, mas os prêmios no Brasil despencando. Por outro lado, uma situação similar a este ano e com a guerra comercial se prolongando deve contribuir para manter a nossa soja valorizada. As outras commodities agrícolas, como trigo e milho, estão até certo ponto interligados com a soja e um acordo comercial injeta novo ânimo, otimismo e interesse de compra dos fundos de investimento, ajudando os preços internacionais a subir no processo. Por outro lado, a falta de um entendimento deixa o mercado largado e pressionado até porque apesar da forte demanda, vivemos um período de estoques abundantes a nível mundial, seja de soja, milho ou trigo.

Focando um pouco no mercado brasileiro, entendemos a reclamação do produtor que a comercialização interna é talvez mais complicada que em outros países produtores. Os componentes na formação de preço ao produtor, partindo da cotação na Bolsa de Chicago, o prêmio, a taxa de câmbio e o frete, podem ter comportamento diferente e independente e deixa espaço para um grande número de hipóteses. Portanto, para 2019, teremos que partir da probabilidade de uma safra cheia e um custo do frete pesando mais uma vez. Com isto, o fator geopolítico interno, que tem influência direta na taxa de câmbio, volta a crescer em importância. A eleição de um novo Presidente no Brasil já provocou uma queda no câmbio, que tinha alcançado uma máxima em torno de R$ 4,20 em agosto. A lua de mel do novo governo brasileiro com o mercado financeiro deve durar os tradicionais 100 dias e o desempenho vai definir o volume de entrada de recursos do investidor estrangeiro no país. Se o novo governo conse-


guir levar algumas reformas adiante e emitir sinais de que o país está no caminho certo para um crescimento econômico firme, veremos a moeda brasileira se valorizar e, consequentemente, haverá pressão sobre os preços das nossas commodities agrícolas em reais. Dúvidas e problemas em relação a atuação do novo governo terá efeito inverso. Mas se o dólar e frete podem atrapalhar, o mercado internacional tende a ajudar. Um preço de soja abaixo de US$ 9,00 não é remunerador ao produtor americano e uma pesquisa feita pela Universidade de Perdue, nos EUA, mostra que os produtores de soja nos EUA estão tão desestimulados que metade só pretende voltar a comercializar após acordo entre EUA e China. Também se comenta que se o preço não melhorar, podemos ver a área destinada a soja nos EUA caindo até 10% em 2019. Uma queda na área de soja nos EUA sempre oferece suporte aos preços. Além disto, temos a demanda liderada pela China (maior importador de soja do mundo), que com ou sem guerra comercial e mesmo com uma desaceleração econômica, deve continuar agressiva. E ainda não podemos esquecer a Índia, com seus 1,3 bilhões de habitantes e PIB crescendo fortemente em torno de 7%. Apesar das limitações e restrições religiosas/culturais, os hábitos alimentares

do seu povo estão mudando, e dentro de pouco tempo, este país será a nova China (já é o maior importador de óleos vegetais no mundo). Diante de tudo isso que acontece na nossa frente, lembrando das incertezas que sempre rondam nossos mercados e levando em conta que as mudanças infra-estruturais necessárias demoram a acontecer no Brasil, o produtor não tem outra alternativa a não ser continuar investindo em produtividade e gestão. A tecnologia vem para facilitar tudo isso. Já tem contribuído dentro da porteira e logo estará também chegando à área de comercialização. E são em anos de mercados baixistas e margens apertadas que a tecnologia faz mais diferença. De

um modo geral, o cenário para o mercado brasileiro de grãos em 2019 ainda é promissor apesar do ciclo de preços baixos no exterior. Mas temos que estar preparados para a probabilidade de níveis de preços operando abaixo das máximas atingidas em 2018 para milho e soja. Nunca é demais repetir que ter os custos na ponta do lápis e não apostar demais (esperando para vender só na máxima e perder o bonde no processo) são fundamentais para uma boa comercialização. É necessário que o produtor tenha uma estratégia com risco calculado da venda de sua soja, milho e trigo. A agricultura não é apenas uma atividade, é um negócio, um investimento, e para tanto, é fundamental não apenas produzir bem, mas comercializar melhor!

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ENTREVISTA

“O NEGÓCIO DE TODOS NÓS, AGRICULTORES, É O TRABALHO”

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o dia 29 de novembro, a REVISTA DO PRODUTOR RURAL esteve em Campo Mourão, para entrevistar o presidente de uma das maiores cooperativas da América Latina: a Coamo Agroindustrial. Em sua sala, em meio a dezenas de quadros com títulos e homenagens, o presidente José Aroldo Gallassini recebeu a jornalista Luciana de Queiroga Bren, acompanhada do assessor de comunicação da Cooperativa, Ilivaldo Duarte. Durante a entrevista, Gallassini demonstrou ser um homem dedicado e humilde no comando de uma referência mundial em cooperativismo.

JOSÉ AROLDO GALLASSINI: o comandante da COAMO

RPR: Qual é a sua avaliação do ano com relação à cooperativa, resultados financeiros e projetos executados? GALLASSINI: “2018 foi um dos melhores anos da Coamo. Descontando o lado político do país, corrupção e tudo mais, enquanto Coamo tivemos um ano de grande faturamento. Ainda não fechamos o balanço, que é encerrado em 31 de dezembro, mas estamos prevendo um crescimento de 25% em relação a 2017, quando fechamos com faturamento de R$ 11,7 bilhões. Esse ano pretendemos passar de R$ 14 bilhões. Isso está ligado à venda dos produtos dos cooperados. Porque só consideramos faturamento depois dele fixar o seu produto, ou seja, vender, ou comprar insumos e retirar. Se ele vende um contrato de safra, não conta no faturamento. Se ele comprar insumos para milho segunda safra e começa a plantar depois da soja, ele só vai retirar ano que vem, então não é considerado no faturamento. Por isso,

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só falamos de valores no fechamento do balanço. E de uns dias para cá, o cooperado pisou no freio porque o preço caiu um pouco. A soja já esteve a R$ 82,00, R$ 83,00 aqui na região (em Guarapuava, o preço é um pouco maior), mas agora está R$ 71,00, R$ 71,50, então o cooperado pisou no freio. Ele não está vendendo soja, milho ou está vendendo volume pequeno, somente para as necessidades imediatas. O cooperado está num período bom, bem capitalizado, a inadimplência é baixa, o dinheiro dele é o produto. Ele tem mais confiança no produto do que na economia brasileira. Ele deixa produto e vende quando precisa de dinheiro”. RPR: Mesmo diante uma crise no país, a cooperativa conseguiu excelentes resultados em 2018. Ao que o senhor atribui esse sucesso? GALLASSINI: “O nosso costume aqui é fazer uma antecipação de sobras. Vamos pagar

para o cooperado dia 10 de dezembro, sendo aproximadamente R$ 109 milhões, que é mais ou menos um terço das sobras totais, que serão pagas agora. O complemento será em fevereiro. Essa é uma novidade grande. Nos últimos anos, temos tido boas safras e bons preços, o que vem ao encontro da máxima que ‘se tem muito, baixa, se tem pouco, sobe’. Tivemos bons preços por influência do mercado internacional. Isso é raro, mas tem sido assim. Esse ano, tivemos um ano agrícola bom. Foi o maior recebimento de produtos, principalmente soja, milho e trigo. Recebemos 3,5% da produção brasileira e 17% da produção do Paraná. No ano, recebemos 7,2 milhões de produtos, como soja, milho e trigo, além de café, aveia preta, aveia branca. Os grandes volumes são insumos (bens de produção), que significa bastante em termos de faturamento, além dos produtos industrializados (1 bilhão de reais de alimentos acabados em supermercados), mais a fiação de algodão que está dando resultado”.


RPR: Como estão os investimentos no Mato Grosso do Sul?

RPR: A gestão da Coamo é diferenciada, em relação a outras cooperativas?

GALLASSINI: “Aprovamos R$ 1 bilhão em 2016 para executar em três anos (2017, 2018 e 2019). São 4 entrepostos novos, reforma dos antigos e a novidade são duas novas indústrias em Dourados - uma esmagadora de soja (3 mil toneladas/dia) e uma indústria de óleo refinado (refino e envase). O investimento lá aprovado foi de R$ 650 milhões. A construção está a todo vapor e deve ficar pronta no segundo semestre de 2019. É um investimento muito grande em Dourados, na beira da rodovia 163. Já temos volumes de produtos de cooperados recebidos lá e essa obra vai contribuir para o desenvolvimento daquela região”.

GALLASSINI: “Hoje, no Paraná, não temos grandes problemas de cooperativas, mas tem maneira de ser. Nós temos o trabalho voltado para o quadro social. Isso exige cada vez mais estrutura e estamos acompanhando essa necessidade. Temos o suporte da Credicoamo há 29 anos, que fornece financiamentos de toda ordem, com grande volume de custeio e investimento, além de outros recursos de empréstimo de capital de giro e aplicações financeiras, isso dá um suporte econômico muito grande à Coamo também. Temos a corretora de seguros Via Sollus, com a função de aplicação de seguro agrícola. Temos algumas vantagens em relação a outras corretoras com aplicações de 10% de todo seguro agrícola do país. Basicamente é isso. Mas o mais importante é o trabalho voltado ao quadro social, para obtenção de maior renda do cooperado; temos também 240 agrônomos e 20 veterinários dando assistência a campo, estação experimental, então é esse conjunto de coisas que dá a credibilidade do quadro social à sua cooperativa”.

RPR: A Coamo completou no dia 28 de novembro, 48 anos de fundação. São mais de 28 mil associados e mais de 7,5 mil funcionários. É a maior cooperativa da América Latina, com 3,5% de toda produção nacional de grãos e fibras e 17% da safra paranaense. Como a cooperativa conseguiu, em menos de 50 anos, alcançar esses números? GALLASSINI: “Temos falado o que dizem as revistas. Fomos classificados pela Exame como a maior empresa do Paraná. Sempre perdíamos para a Copel, ficávamos em segundo lugar. Esse ano a Renault ganhou de nós, mas ela é capital internacional. Então, ganhamos como capital nacional. Isso se deve à credibilidade do nosso quadro social na sua cooperativa. Fiz o trabalho de fundação da Coamo, fiquei gerente durante um tempo. Hoje temos essa credibilidade do cooperado. Estamos atuando no Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul. Temos um grande volume de recebimento da produção e um grande fornecimento de insumos, que significa de 30 a 40% do faturamento, além de soja, milho, trigo e os produtos de menor volume. Eu acho que o segredo é o trabalho e a cooperativa tem que ter a credibilidade do quadro social”.

RPR: Quais são as suas expectativas para 2019, com relação ao governo - temos um novo presidente, e com relação à agricultura? GALLASSINI: “O Brasil, na minha opinião, está no caminho certo. Temos uma mudança de política governamental. Tínhamos uma política, na melhor das hipóteses, po-

pulista, esquerda e agora temos uma política mais equilibrada, mais conservadora e isso faz com que o país possa ter uma política de disciplina, com mais seriedade. Porque a corrupção tomou conta do país, em todos os setores, e isso é grave. O governo populista é o pior tipo de governo, porque ele diz que tira do rico e dá para o pobre; ou então tira do governo e dá para o pobre. No entanto, isso chegou a um nível que não sobrou dinheiro para fazer infraestrutura, enfim, tudo o que precisa no país. Eu acho que o governo deve ter trabalho social, mas tudo dentro de um equilíbrio. Não como foi feito. Esperamos que o novo governo faça uma boa administração. Precisamos recuperar o que foi destruído: ensino, saúde etc. Precisamos melhorar a credibilidade da população no governo e a disciplina. Se errou, tem que pagar. Para isso, precisamos de um governo com força e credibilidade. Acho que está caminhando bem. Sobre a agricultura em 2019, já estamos com o plantio da lavoura de verão com todo o sucesso, o clima está colaborando até agora, ao contrário do que tivemos no milho segunda safra (que não tem em Guarapuava), quando tivemos uma seca muito grande, perdas, muito seguro agrícola, muito Proagro e trigo também perdido por seca. Mas temos uma lavoura implantada, em fase de floração, e a partir de 10, 15 de janeiro, na região de Campo Mourão, já começa a colheita. Até o momento, o cenário é positivo. Acredito que teremos um grande ano. Com crescimento de 25% como tivemos esse ano é um pouco difícil, porque o cooperado deixou 46 milhões de saca de soja, milho e trigo para vender e vendeu esse ano (acima do que ele colheu). Isso fa-

Na sala do presidente, dezenas de quadros de títulos e homenagens recebidas nestes 48 anos

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voreceu o faturamento e os preços médios foram maiores do que em 2017. Para ano que vem, se der uma grande safra, vamos crescer mais, mas temos que esperar para ver. Um dos sucessos da Coamo, além de uma equipe bem preparada, é que ela se capitalizou muito ao longo dos anos. Temos uma situação um pouco invejável em relação a isso. Não ficamos tão subordinados a juros e temos aplicações financeiras de grande volume “.

RPR: O senhor pode deixar uma mensagem de final de ano aos produtores rurais? GALLASSINI: “Esperamos que todos os cooperados procurem cada vez mais adotar as novas tecnologias que estão chegando, se capitalizando para depender menos de juros e para que tenham segurança no caso de um evento desfavorável que possa acontecer (pois na agricultura

isso é muito comum, a cada 3, 4, 5 anos temos um ano que não é tão bom). Desejamos um ótimo ano de 2019, um Feliz Natal e que os nossos 28 mil cooperados tenham um grande ano, com muita saúde. Porque o negócio de todos nós, agricultores, é o trabalho. Trabalho é importante! Precisamos utilizar as novas tecnologias para ter mais produtividade e boa renda. O agricultor tem que fazer a parte dele. E assim, vamos em frente!”

Superintendente Comercial da Coamo, Alcir José Goldoni completou 40 anos de trabalho em 2018. Cooperativa fez homenagens para 389 funcionários com 10, 20, 30 e 40 anos de trabalho em 2018

COMEMORAÇÃO DOS 48 ANOS DA COAMO A Coamo completou 48 anos no dia 28 de novembro. Em todas as unidades, a data foi comemorada com um café da manhã para os cooperados, colaboradores e parceiros. Em Guarapuava, não foi diferente. Na ocasião, o gerente da unidade, Marino Mugnol, lembrou que o entreposto em Guarapuava é mais jovem, com 19 anos, mas que os cooperados da região possuem o mesmo leque de serviços que a Coamo oferece em qualquer lugar. “Estamos muito gratos e queremos aproveitar o momento para agradecer tanto o apoio da equipe de colaboradores, que é dedicada para alcançarmos os objetivos, como os cooperados, pela atuação, já que são eles os grandes responsáveis pelo nosso sucesso. 2018 foi mais um ano de bom resultado para a cooperativa como um todo e Guarapuava está nesse mesmo contexto. Desenvolvemos um trabalho excelente. Nossos cooperados também entenderam de fato como é o trabalho da Coamo e estão atuando firmes junto a cooperativa”, agradeceu Mugnol. A unidade da Coamo em Guarapuava conta com 360 cooperados, totalizando 45 mil hectares.

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Gallassini e outros três fundadores da cooperativa no último dia 28 de novembro, em Campo Mourão.

Marino Mugnol, gerente da unidade Guarapuava e cooperados


MILHO

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MOTIVOS PARA INCLUIR MILHO NA ROTAÇÃO DE CULTURAS

Douglas Jandrey, Gerente de Agronomia Sementes, Bernardo Tisot e José Carlos Madaloz², Agrônomos de Campo Sementes, todos da Corteva Agriscience™, Divisão Agrícola DowDuPont

M

uitos produtores introduzem a cultura do milho em suas propriedades simplesmente pelo interesse econômico quando o mercado apresenta bons preços, porém, um bom planejamento leva em conta todos os benefícios que o cereal pode trazer para o sistema produtivo das propriedades e para a sustentabilidade do sistema. Os talhões que têm a cultura da soja como principal, deveriam receber a cada 3 anos a cultura do milho, que se apresenta como a forma de rotação mais viável tecnicamente e a mais rentável para o cultivo de verão. Veja porque:

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CONTROLE DE DOENÇAS

Algumas doenças importantes têm aumentado sua incidência em função do monocultivo de verão. Quando a cultura do milho está incluída na rotação, pode haver a diminuição significativa dos fitopatógenos causadores das podridões cinza, radicular vermelha e radicular de fitóftora; mofo branco; e antracnosena cultura da soja. A rotação de culturas auxilia na redução do inóculo da doenças, devido a decomposição ou mineralização da matéria orgânica dos restos culturais e exaustão nutricional do substrato. A camada formada pelo maior acúmulo de restos culturais serve como barreira aos propágulos de agentes causais de doenças e hospedeiros, reduzindo as chances de inoculação das plantas pelos patógenos sobreviventes nos resíduos. REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ

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CONTROLE DE PRAGAS

A disseminação de pragas na cultura da soja pode ser potencializada em função da monocultura de verão. A alta incidência de grilo marrom e corós são exemplos típicos de problemas em áreas de pouca cobertura. Indiretamente, mais pragas sofrem interferência, como é o caso dos nematoides, das lagartas, dos ácaros, e da mosca branca. Na frequente utilização do monocultivo, é possível perceber um aumento populacional das pragas, o que levará consequentemente ao aumento no número de aplicações de inseticidas durante o ciclo da soja, aumentando o custo de produção.

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CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS

A rotação de culturas também colabora para a redução de populações de certas plantas daninhas adaptáveis a determinadas culturas. A palhada deixada pela cultura do milho ajuda a reduzir o banco de sementes das invasoras e proporciona o uso de um número maior de herbicidas, com diferentes mecanismos de ação, o que contribui para o controle de espécies resistentes e/ou tolerantes. Azevém, buva, capim-branco e capim-amargoso são invasoras importantes na cultura da soja que têm a sua infestação reduzida em áreas de rotação com milho. Assim como essas plantas daninhas, a maioria das plantas de difícil controle com glifosato na cultura do milho se tornam facilmente controladas por triazinas associadas a outros herbicidas geralmente usados em milho.

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MAIOR PROTEÇÃO DO SOLO E RECICLAGEM DE NUTRIENTES

A soja possui raiz pivotante enquanto o milho tem raiz fasciculada, o que faz com que essas culturas explorem e absorvam nutrientes de diferentes nichos do solo, e realizem uma descompactação biológica por meio de diferentes sistemas radiculares. Além disso, a exportação (grão) e reciclagem dos nutrientes na palhada são complementares entre a soja e o milho. A soja é grande produtora e recicladora de Nitrogênio (N) e exportadora de Cálcio (Ca) e Potássio (K). Já o milho é grande consumidor e exportador de N, mas reciclador de Ca e K. Ou seja, a rotação com milho possibilita aumento direto nos teores de Potássio, maior acúmulo de Nitrogênio (incremento de palha no sistema) e retenção de Cálcio e Magnésio no solo como benefício para a soja. A rotação com milho é indispensável para proporcionar ao sistema a estabilidade química, física e biológica do solo, e essencial para almejar metas crescentes de produção.

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AUMENTO DA PRODUTIVIDADE

O resultado da rotação entre milho e soja, ao longo do tempo, é o aumento da produtividade em ambas as culturas. A soja apresenta respostas positivas à rotação de cultura, principalmente quando cultivada na safra verão após o cultivo do milho. Considerando a produtividade média da soja no sistema de rotação com milho em relação à sucessão com trigo, o ganho acumulado na produtividade da oleaginosa corresponde a 17% (FRANCHINI et al., 2011). Existem experimentos que demostram os efeitos benéficos do milho até o segundo ano de plantio de soja após a rotação. Nessa situação, a soja produziu 20,3% a mais no primeiro ano após o milho, e 10,5% no segundo (RUEDELL, 1995).

OS BENEFÍCIOS VISÍVEIS DA ROTAÇÃO COM MILHO • Economia no manejo das principais doenças, pragas e plantas daninhas; • Ganho na fertilidade do solo, racionalizando o uso de fertilizantes; • Aumento de produtividade para a cultura da soja e do milho; • Aumento da estabilidade da produção das culturas perante as variações climáticas; • Na média dos anos é mais rentável e seguro trabalhar intercalando o milho no sistema de rotação ao invés de utilizar somente a cultura da soja (com duas culturas ao invés de uma). Com efeito, para que esse tipo de trabalho tenha sucesso, cada agricultor deve aprender, acumulando experiências e melhorando os seus sistemas ao longo dos anos, promovendo a melhoria contínua do seu fator de produção mais valioso, que é o solo com alta fertilidade. REFERÊNCIAS: EMBRAPA MILHO E SORGO. Sistema de Produção, 1. ISSN 1679-012X Versão Eletrônica - 6ª edição. Set./2010. Disponível em: http://www. cnpms.embrapa.br/publicacoes/milho_6_ed/sisplantiodireto.htm FRANCHINI, J. C. et al. Empresa Brasileira de Agropecuária, Embrapa Soja/ Documentos 327. Importância da rotação de culturas para a produção agrícola sustentável no Paraná. Londrina-PR, 2011. GASSEN, D.N. A adubação verde e o plantio direto. Revista Plantio direto. Edição 116, p.32-38. Março/Abril de 2010 Malavolta, E. ABC da Adubação, 5º ed, Agronômica Ceres, 1989. MOLIN, R. Subsistemas de produção em plantio direto: explorando alternativas econômicas rentáveis para o inverno, 2008. REIS, E.M.; Casa, R.T.; Bianchin, V. Controle de doenças de plantas pela rotação de culturas. Summa Phytopathologica, v.37, n.3, p.85-91, 2011 RUEDELL, J. Plantio direto na região de Cruz Altas. Cruz Alta,: FUNDACEP-FECOTRIGO:, 1995.134 p. Convênio FUNDACEP/BASF.


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SOJA

SEM MUITA VARIAÇÃO, A EXPECTATIVA PARA SAFRA 2018/2019 É DE ESTABILIDADE

S

em muitas surpresas, o cenário que se define para a safra de soja 2018/2019 é de estabilidade. Em todo o Brasil, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a área da soja nesta safra estava estimada em 35,4 milhões de hectares, sem grandes variações com relação ao ano passado, isto em relatório divulgado no dia 8 de novembro. Já a produção nacional era estimada entre 116,7 e 119,3 milhões de toneladas, 3% maior do que na safra anterior. No Paraná a área de soja corresponde a 5,5 milhões de hectares e a perspectiva de produção é de 19 milhões de toneladas em 2018/2019. A produtividade média é estimada em 3.443 quilos por hectares. No cenário regional, o Núcleo da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SEAB) de Guarapuava estima que a área de soja plantada é de 278.450 hectares com variação positiva de apenas 1% em relação à safra 2017/2018. Já a

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produção do grão ficou estimada em 1.058.110 toneladas, o que corresponde a menos 1% do que a safra anterior. A REVISTA DO PRODUTOR RURAL conversou com o produtor rural Bruno Reinhofer no dia 7 de novembro. Ele comentou que a soja representa aproximadamente 3/4 da área do Grupo Reinhofer, o qual ele faz parte da gestão e que se comparada ao ano passado, a área destinada à oleaginosa é praticamente a mesma. Mesmo com as chuvas em excesso, nos meses de outubro e início de novembro, Reinhofer comentou que não houve atraso no plantio. O produtor detalhou ainda sua expectativa para a safra de soja 2018/2019: “a expectativa é boa em relação à produtividade, mas não em termos de rentabilidade, pois compramos num dólar alto (plantio) e tudo indica que devemos vender em um dólar baixo”. Já o produtor rural Vinícius Camargo, da Fazenda Casa Branca (Foz do Jordão) plantou 100 hectares a menos de

Coamo – Wilson Juliani, engenheiro agrônomo e o gerente da Unidade Coamo – Guarapuava, Marino Mugnol

soja do que na safra passada, devido a rotação com o milho que foi realizada neste ano. A área para a soja ficou em 600 hectares. Para ele, o desenvolvimento da safra será melhor neste ano. “Eu acredito que em questão de clima vai ser melhor.


Bruno Reinhofer, produtor rural em Guarapuava

Ano passado teve muita chuva e tempo nublado em janeiro, o que atrapalhou no momento de enchimento de grão. Está marcando como se fosse um ano de El Niño, então a tendência é que não faltem chuvas. Pelo menos seca não vai ter”. Já em rentabilidade, o produtor rural também não é positivo. “Resumidamente, acho que a safra de soja será menos rentável que no ano passado devido ao custo de produção. No meu caso, o custo está 30% maior que no ano passado. Isso pesa bastante no orçamento. Apesar da soja ter tido um leve aumento, não acompanhou o aumento de insumos. Espero que minha produtividade seja maior para que compense um pouco essa alta dos insumos”. O gerente da Unidade Coamo – Guarapuava, Marino Mugnol demonstrou ter uma visão positiva em relação à safra de soja 2018/2019. “A expectativa é grande. A tecnologia que está sendo aplicada pelos produtores cooperados é muito boa. O clima está correndo bem, precisamos de água, sol e temos tido isso. Então, a expectativa é que tenhamos uma safra melhor, mesmo com área semelhante ao ano passado, com uma produtividade maior”. A unidade da cooperativa em Gua-

rapuava possui 360 cooperados e a área de soja corresponde a 50 mil hectares. O engenheiro agrônomo da Coamo, Wilson Juliani, revela que a produtividade esperada pela cooperativa é de acima de 4000 kg/ha. “O investimento que fizemos é para esse número”.

Quanto aos custos de produção que os produtores em geral estão reclamando, Mugnol conta que os cooperados tiveram uma vantagem em relação a isso. “O fornecimento dos insumos para os cooperados foi feito lá atrás, no mês de maio, portanto eles não sofreram o impacto do custo que se elevou recentemente”. Outra vantagem dos cooperados da Coamo foram os contratos fechados em um momento em que o preço da soja estava melhor do que nos meses de novembro e dezembro. “Houve contratos na faixa de R$ 78,00 a R$ 80,00 a saca e nos últimos meses esse preço baixou. O mercado estava extremamente favorável e a maioria dos produtores soube aproveitar este momento”, explica Mugnol. Para o momento mais recente da soja, o gerente da Coamo faz a seguinte avaliação: “os cooperados que ainda têm bastante soja pra vender vão ter uma rentabilidade menor, porque o preço hoje já está mais baixo. Mas o mercado é incerto e pode ir mudando. O importante agora é ter uma boa produtividade. Nos últimos anos, a soja teve oscilações, mas os preços foram viáveis e rentáveis, então esperamos que continue assim”, comentou.

Vinicius Camargo, produtor rural em Foz do Jordão

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NUTRIÇÃO DE PLANTAS

FLUIFLEX: NOVO ADJUVANTE DA AGRICHEM DO BRASIL, COM

TECNOLOGIA TECH+ DPTO. TÉCNICO – AGRICHEM DO BRASIL

A

Agrichem do Brasil, empresa já especializada na área de nutrição de plantas, agora também está com foco na área de tecnologia de aplicação. Nesta safra 2018/2019, está sendo lançada no mercado a Família Agrifuncionais, na qual estão alocados os produtos destinados a otimizar a aplicação. Esta família contém adjuvantes com a melhor tecnologia em derivados de lecitina de soja do mercado, identificada sob a marca Tech+, que consistem em tensoativos de elevada estabilidade a variações do ambiente e à oxidação. Os principais atributos dos produtos são detalhados dentro de três conceitos fundamentais para uma boa aplicação no campo: 1) precisão; 2) recobrimento; 3) penetração. No conceito de precisão, o foco está no efeito deTech+ na formação de um espectro de gotas mais uniforme e adequado para cada tipo de ponta, possuindo um forte efeito anti-deriva (Figura 1). Os benefícios dos produtos são verificados inclusive em pontas com indução de ar (Figura 2). Vale destacar que, ao mesmo tempo que esta tecnologia possibilita uma significativa redução de deriva, ela

Figura 1. Efeito de Tech+ na redução de deriva (velocidade do vento: 8 km/h). Jaboticabal-SP, 2018

não aumenta consideravelmente a viscosidade da calda como a maioria dos adjuvantes convencionais do mercado, o que resulta em maior compatibilidade e melhoria operacional.

Gotas finas (% volume <105 µm)

14 12 10 8 6 4 2 0

Bico comum Apenas defensivo

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Bico indução de ar Devensivo | Tech +

Figura 2. Efeito anti-deriva de Tech+, tanto em ponta comum como ponta com indução de ar. Fonte: Univ. Nebraska-Lincoln

Dentro do conceito de recobrimento, Tech+ proporciona um ótimo efeito espalhante e adesivo, fazendo com que a superfície do alvo tenha uma cobertura ideal, além de uma permanência sob o mesmo de maneira mais persistente. No momento em que as gotas atingem o alvo, verifica-se menores perdas por respingos ou escorrimento. No caso da penetração, destaca-se que para maximizar a eficiência de uma série de produtos aplicados via folha, é necessário garantir a penetração dos ativos através da cutícula. A tecnologia Tech+ não só promove uma ótima penetração, como faz com que ela ocorra de maneira não agressiva às plantas, causando menor desarranjo da cutícula comparado, por exemplo, a adjuvantes baseados em


Formulação patenteada, desenvolvida para melhorar a qualidade da calda de aplicação, controlando a deriva por meio da manutenção de tamanho ideal de gotas, melhorando a deposição, retenção e penetração de componentes aplicados nas folhas. Possui efeito neutro no pH de calda. Em avaliação recente do espectro de gotas por meio de difração de raios laser (equipamento Mastersizer S), o produto FluiFlex foi avaliado em diferentes tipos de caldas, contendo tanto produtos fungicidas, inseticidas e herbicidas. Em geral, FluiFlex promoveu uma redução de cerca de 40% na formação de gotas sujeitas à deriva (Figura 3). Além disso, também foi verificado aumento significativo na uniformidade do espectro de gotas (Figura 4).

% de gotas sujeitas à deriva (<100 um)

FLUIFLEX

23% 14% Herbicidas

Herbicidas + Fluiflex (0,2% da calda)

Figura 3. Efeito de FluiFlex na redução de gotas com potencial de deriva, em calda contendo herbicidas. Jaboticabal, 2018. 1,9

1,8

Span

óleos convencionais. Isto tem um importante efeito em evitar estresses à cultura, que geram perda de rendimento. Além disso, esta tecnologia promove maior absorção e, em alguns casos, maior translocação dos componentes aplicados, dado pela formação de micélios com as moléculas surfactantes.

1,7

1,6

1,5 0

0,05

0,1

0,15

0,2

0,25

% adjuvante na calda

Figura 4. Efeito de doses crescentes de FluiFlex no aumento da uniformidade do espectro de gotas (Coeficiente Span, quanto menor o valor, maior a uniformidade). Jaboticabal-SP, 2018

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INVESTIMENTO

ORO AGRI PROJETA CRESCIMENTO RECORDE NO BRASIL Este planejamento ambicioso já é resultado imediato da aquisição da empresa pelo Grupo Omnia, em uma negociação na ordem de US$ 100 milhões

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Foto: Divulgação

P

resente em mais de 100 países, a ORO AGRI planeja elevar sua participação em 200% no Brasil, nos próximos cinco anos. Este planejamento ambicioso já é resultado imediato da aquisição da empresa pelo Grupo Omnia, em uma negociação na ordem de US$ 100 milhões. A matriz da Omnia fica em Johanesburgo, na África do Sul, e tanto ela como a ORO AGRI atuam na agricultura brasileira desde 2008. “Tornar-se uma divisão internacional da Omnia aumentou nossa capacidade de investimento, não só no desenvolvimento de novos produtos como também na ampliação do número de fábricas”, avalia Luís Carlos Cavalcante, gerente geral da ORO AGRI na América do Sul. Segundo o executivo, o perfil inovador da ORO AGRI foi o que mais chamou a atenção da Omnia. A empresa buscava ampliar presença global e maiores oportunidades em novas tecnologias e produtos. Em outras palavras, a ORO AGRI proporcionou à empresa compradora acesso a uma geografia mais abrangente e, pelo menos, dez lançamentos mundiais previstos para os próximos anos. Para dar suporte à chegada dos novos produtos, a fábrica brasileira da ORO AGRI, localizada em Arapongas (PR), terá a capacidade produtiva multiplicada. Desde 2012, essa será a quarta ampliação. Antes mesmo da negociação, a companhia já vinha de um crescimento de 90% no mercado brasileiro em 2017. “Muito em breve a ORO AGRI será

a divisão mais importante dos negócios da Omnia, tanto em faturamento quanto em lucratividade”, garante Cavalcante. A sinergia existente entre as duas empresas e o fato dos produtos da primeira estarem em franca expansão deverão encurtar a jornada.

ORO AGRI NO BRASIL Tendo iniciado suas atividades em 2002 e presente no Brasil desde 2008, ORO AGRI é o acrônimo de Orange Oil for Agriculture ou Óleo de Laranja para Agricultura, traduzido para o português. O uso do óleo essencial da casca de laranja na agricultura e pecuária é exclusivo da ORO AGRI, devido a uma patente mundial da companhia, que, atualmente, possui quatro fábricas no mundo e operações bastante estabelecidas nos Estados Uni-

dos, Europa, Ásia, África e Oceania. “O empresário sul-africano Erroll Pullen fundou a ORO AGRI ao descobrir que o óleo essencial da casca de laranja utilizado na mineração tinha propriedades extremamente úteis na agricultura”, relembra Jeferson E. Philippsen, gerente de Produtos da ORO AGRI. Segundo Philippsen, o principal diferencial é que os produtos da empresa precisam de apenas 15 minutos para serem absorvidos pela planta, mesmo que chova após esse intervalo, algo garantido apenas pela ORO AGRI. Foi a partir desta descoberta que nasceu a tecnologia Trans-Rapid™. Posteriormente, foi lançada a TransPhloem™, que aborda o processo de translocação dentro das plantas. “A inovação está em nosso DNA. Começamos com um produto sem igual e sempre buscamos algo novo. Os lan-


çamentos previstos para os próximos anos, por exemplo, serão soluções para problemas graves da agricultura e da pecuária para os quais ainda não existem produtos eficientes”, adianta Philippsen. Como resultado, a empresa registra crescimento substancial. Em 2016, foi de 40%; em 2017, aumentou as vendas em 90% e deve encerrar 2018 com um faturamento de R$ 100 milhões. “Isso não nos deixa satisfeitos. Nosso mote é continuar na vanguarda das inovações tecnológicas da agricultura brasileira e mundial”, frisa Cavalcante O gerente geral das operações na América do Sul atribui os números à credibilidade dos produtos perante os produtores rurais, à capilaridade da rede de distribuição e à qualidade da equipe de campo. A ORO AGRI não possui representantes comerciais autônomos. Os técnicos regionais são Engenheiros Agrônomos contratados em

regime CLT e respondem juridicamente pela empresa, condições que favorecem o âmbito das negociações, conferindo responsabilidade, compromisso e credibilidade junto aos clientes. Nos demais países, o foco da empresa está na fruticultura, já no Brasil os maiores mercados são as culturas de soja, milho e algodão. “O Brasil também é o único país onde desenvolvemos produtos voltados para pastagens”, ressalta Philippsen. Com 10% de um mercado bastante pulverizado, a Oro Agri lidera as vendas de surfactantes no País. A fábrica brasileira fica em Arapongas (PR) e gera 70 empregos diretos. Os produtos mais comercializados por aqui são WETCIT, ORO-FAST, ORO-STAR, ORO-CINETIC, COWBOY e ORO-GRASS. Os dois últimos, voltados à pecuária.

GRUPO OMNIA A empresa é uma multinacional que nasceu há mais de 60 anos na África do

Sul, estando presente em 24 países. O grupo tem faturamento de US$ 2,5 bilhões e capital aberto na Bolsa de Valores de Johannesburgo, sendo dividido em quatro unidades de negócios: agricultura, químicos, mineração e trading de investimentos. Na Agricultura é representada pela Omnia Fertilizantes, líder de mercado no continente Africano e pioneira na produção de NPK granulado e fertilizantes líquidos para aplicação no solo. Produz e comercializa fertilizantes no continente Africano e Oceania, além de exportar para Europa, Ásia e América. Nas últimas décadas, o Grupo Omnia tem investido pesado em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) em nutrição vegetal, ciência do solo e uso eficiente de água. Qualidade evidente também na ORO AGRI, que possui parcerias com dezenas de instituições de pesquisas dentro e fora do Brasil.

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COOPERALIANÇA

FESTIVAL DO CORDEIRO: MAIS DE UMA DÉCADA DE SUCESSO!

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riginalidade nas receitas, qualidade no preparo, diversidade de opções e sofisticação na apresentação de pratos à base de cordeiro: com estes ingredientes, a Cooperaliança Carnes Nobres, repetiu mais uma vez o sucesso de seu Festival do Cordeiro, que neste ano ultrapassou a marca de uma década de existência, chegando à sua 11ª edição. Realizado pela cooperativa com diversos apoios, no dia 27 de outubro, no Vittace Centro de Eventos, o jantar novamente atraiu centenas de pessoas, do município e da região – apreciadores que buscam a experiência de degustar a carne ovina em diversas formas de elaboração. Na abertura, a vice-presidente da Cooperaliança e responsável pelo Projeto Ovinos da cooperativa, Adriane Thives Araújo Azevedo, saudou e agradeceu ao público, à equipe organizadora e aos parceiros. Ao lado de Adriane, o vice-prefeito e Secretário Municipal de Turismo de Guarapuava, Itacir Vezzaro, também se pronunciou, destacando o Festival como um acontecimento importante para o município. Com a presença de membros de sua direção, a Cooperaliança realizou em seguida homenagem às empresas e organizações parceiras, com entrega de brinde a seus representantes.

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A vice-presidente da Cooperaliança avaliou positivamente a receptividade ao evento: “É uma grande satisfação contar com um público hoje de 650 pessoas. São apreciadores da carne de cordeiro, muitos deles vindos já de todas as outras edições. Isso é muito gratificante”. Conforme recordou Adriane, o Festival, que cresceu ao longo de seus mais de 10 anos, se consolidou, em seu atual formato, com um menu que surpreende por apresentar formas criativas de preparo da carne de cordeiro. “Essa é a proposta: colocar esta grande diversidade de preparo dos pratos”, comentou. O sucesso daquele cardápio, a cada edição, completou Adriane, levou o Festival a se tornar um dos destaques entre os eventos anuais que acontecem em Guarapuava. “Já calendarizou”, afirmou, observando que todo ano, semanas antes do evento, a cooperativa registra o interesse de pessoas que entram em contato para saber informações. Se o evento cresceu e se tornou mais sofisticado, a Cooperaliança mantém o objetivo inicial, que conforme explica Adriane é importante tanto para a cooperativa quanto para os cooperados do Projeto Ovinos: “Idealizamos o Festival exatamente para divulgar a carne de cordeiro

Buffet: variedade para todos os gostos

Confraternização marca todo ano o Festival nas suas diferentes formas de preparo e fazer com que o consumidor viesse até aqui, experimentasse e fosse depois buscar essa carne nos nossos distribuidores, nos nossos clientes”.


HOMENAGEADOS

Entrada: menu árabe, dando um toque de criatividade

Jefferson Martins (Cooperaliança) e Josef Pfann Filho (Sindicato Rural de Guarapuava)

Eric Martins (Sicredi) e Roberto Ribeiro (Cooperaliança)

Felipe Almeida (Guará Chevrolet), Roberto Ribeiro (Cooperaliança) Salada: sofisticação também no acompanhamento

Itacir Vezzaro (VicePrefeito) e Silvino Caus (Cooperaliança)

Márcio Essert (DSM) e Silvino Caus (Cooperaliança)

O total de estabelecimentos parceiros, detalhou a vice-presidente da Cooperaliança, também se expandiu ao longo do tempo em que o Festival tem sido realizado. Atualmente, estimou, o consumidor interessado em adquirir produtos da cooperativa, como a carne de cordeiro (comercializada com a denominação Cordeiro Guarapuava e a marca da Cooperaliança), já encontra mais de 80 locais de venda, em diversas regiões do Paraná. Ainda de acordo com Adriane, a consolidação da Cooperaliança no mercado de carne de cordeiro tem, como uma de suas bases, uma atenção à qualidade que começa bem antes do que a cooperativa apresenta no Festival ou nas gôndolas refrigeradas dos supermercados e casas de carnes nobres. Ela destaca que um manejo técnico é fundamental: “rastreabilidade do campo até a mesa do consumidor é o cuidado da cooperativa em todas etapas da produção”. O resultado deste trabalho, analisa, se reflete não só no próprio Festival do Cordeiro, mas também na conquista de novos clientes, empresas dos setores de super-

Jefferson José Martins Charles Zimmer (Pioneer) (Cooperaliança), e Adriane Azevedo Edmund Gumpl (Agrária) (Cooperaliança)

Carré francês de cordeiro cordeiro guarapuava ao pesto de hortelã, com batatas rústicas

mercados e carnes, que passaram a comercializar os produtos da Cooperaliança. “Não temos ex-clientes. Temos novos clientes apenas. Vieram no decorrer destes anos e fidelizaram mesmo”, festeja a vice-presidente da cooperativa. Mini stick de Cordeiro Guarapuava com legumes

Paleta de Cordeiro Guarapuava ao Jack Daniel’s

NA ORGANIZAÇÃO DO FESTIVAL – Mulheres mostram profissionalismo e alegria num evento em que os detalhes fazem a diferença: (da esq. p/ dir.) Janayna de Cássia Navroski (zootecnista e gerente do Projeto Ovinos Cooperaliança); Victória Guzman (médica veterinária); Adriane Azevedo (vice-presidente – Cooperaliança); Letícia Perussolo (médica veterinária - Cooperaliança); Suelen Lima (aux. Administrativo - Cooperaliança).

Cortes de Cordeiro Guarapuava ao molho do chef

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COOPERATIVA DE CRÉDITO

PAINÉIS DE ENERGIA SOLAR SE TORNAM MAIS POPULARES ENTRE BRASILEIROS Opções de financiamento e consórcio contribuíram para tornar energia limpa mais acessível

Painéis fotovoltaicos na agência Sicredi de Candói

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número de instalações de painéis solares no Brasil não para de crescer. Segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), até junho deste ano foram instalados mais de 45 mil painéis de energia fotovoltaica em todo País, número que triplicou em comparação a 2017. Alguns motivos que chamaram a atenção dos brasileiros para esse tipo de energia foram a redução da conta de luz a médio e longo prazos e também o fator ambiental, já que a energia solar está entre as fontes mais limpas disponíveis atualmente. O que ainda pesa contra a instalação de painéis solares é o custo, que pede um investimento inicial mais

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alto. Também é importante destacar que, entre as principais vantagens para os consumidores de energia, é o fato de que é possível proteger-se contra uma oscilação de custo da geração elétrica no país, que mantém a maioria dos consumidores expostos a aumentos repentinos nas suas respectivas contas. De acordo com uma pesquisa divulgada em 2016 no Portal Solar, em que se analisaram os valores de várias empresas de energia solar no Brasil, o custo para obter essa tecnologia varia de acordo com o local e tamanho do telhado. Segundo Thiago Pereira, diretor da Platus Energia Solar em Guarapuava, nos últimos 3 anos os geradores de energia solar fotovoltai-

ca tiveram uma redução de preço muito expressiva, beneficiados por isenções de impostos e concorrência de mercado. Com isso, o prazo de retorno do investimento ficou muito mais atrativo, podendo variar de 4 a 7 anos, sem dúvidas é um ótimo negócio pois o gerador tem vida útil estimada de 25 anos, ou seja, o retorno é certo. Quando tomamos como exemplo um cliente comercial urbano com consumo mensal de energia de R$ 3.000,00, prevemos retorno do investimento em 4 anos, após este período significa que os R$ 3.000,00 poderão ser utilizados para outros fins, colaborando com a saúde financeira da empresa. Para facilitar esse investimento e ga-


rantir um futuro mais sustentável, o Sicredi desenvolveu uma linha de crédito específica para a compra de equipamento de geração de energia elétrica solar, com possibilidades de financiamento ou então consórcio. “As fontes alternativas de energia devem acompanhar a necessidade das pessoas e é uma tendência pensarmos mais em soluções que sigam a tecnologia, preservando o meio ambiente”, afirma Valmir Dzivielevski, Diretor Executivo da cooperativa Sicredi Planalto das Águas PR/SP. Um bom exemplo da aplicação de fontes alternativas de energia vem de duas agências da cooperativa: Candói, no Paraná e Fernandópolis, na região noroeste de São Paulo, que investiu em um sistema de geração de energia solar,

que proporcionará uma economia e o excesso ainda poderá ser revertido para abastecer outras agências da cooperativa. Na opinião do presidente da Sicredi Planalto das Águas PR/SP, Adilson Primo Fiorentin, a busca por outras fontes, que possibilitem a geração de energia limpa e sustentável é uma tendência sem volta. “O mundo precisa disso, pois a sociedade caminha para um maior cuidado com questões ambientais e as empresas, através de seus gestores preocupados com o uso consciente dos recursos naturais, buscam investir em sistemas alternativos. O Sicredi é parceiro dessas boas práticas, que preservam o meio ambiente, estimulam o fortalecimento econômico e proporcionam maior rentabilidade

para as empresas”, explicou. Para quem deseja se planejar e programar a compra do bem sem juros, a opção é o Consórcio Sustentável. Mas se o equipamento precisa ser comprado imediatamente, o caminho é a linha de Crédito Sustentável, com prazos maiores e taxas facilitadas de pagamento. Para Gilson Nogueira Farias, gerente de Desenvolvimento de Crédito da Central Sicredi PR/SP/RJ, esse é um caminho sem volta e que deve ser estimulado. “A sustentabilidade faz parte do DNA cooperativista. Juntos podemos ir além e com ações que garantam o desenvolvimento de todos, de maneira igualitária. Por isso, incentivar e facilitar o acesso a equipamentos de eco eficientes faz todo sentido”, analisou ele.

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MELHORAMENTO GENÉTICO

PROMEBO® REALIZA RECICLAGEM PARA AVALIADORES DE BOVINOS

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PROMEBO® (Programa de Melhoramento de Bovinos de Carne) realizou, dias 22 e 23 de novembro, no Sindicato Rural de Guarapuava, uma reciclagem para avaliadores credenciados junto à iniciativa. Criado em 1974 e conduzido pela Associação Nacional de Criadores Herd-Book Collares-ANC (Pelotas-RS), o programa é um dos mais antigos na área de melhoramento bovino brasileiro e se tornou o principal na Reciclagem: a cada três anos, padronização de conhecimento sobre critérios e inovações seleção para as raças britânicas e sintéticas homologado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Participando do evento, a coordenadora do PROMEBO® na ANC, a veterinária Fernanda Nogueira Kuhl, lembrou que o programa, utilizando scores visuais Leandro L. Cardoso: Flávio M. Alves: Fernanda Kuhl, Vinícius Faria: e medidas objetivas, abrange coordenadora tecnologia contribui avaliação visual avaliação ajuda raças como aberdeen angus, na precisão da também tem do PROMEBO®: a selecionar brangus, hereford, braford, chaavaliação critérios os melhores programa voltado rolês e devon, destacando que animais a raças britânicas e sintéticas em todas o objetivo é o mesmo: “Trabalhamos em prol do ganho nardini Cardoso, consultor de programas denciados pela ANC e avaliador do PROprodutivo a campo, de animais que chede melhoramento. Conforme comentou, MEBO®, o veterinário Vinícius Aquino Alguem ao ponto de abate com o peso e a iniciativas como o PROMEBO® vêm inves Faria, de Pelotas (RS) e há oito anos idade desejados pelo mercado consumiem Guarapuava, considerou que o ascorporando avaliações de carcaça por uldor, e que a gente consiga agregar valor trassom: “Conseguimos medir a área do pecto relevante foi padronizar o conheciaos produtores que trabalham conosco”. músculo chamado musculus longissimus mento: “A realização dessa reciclagem é Para alcançar aquela meta, a reciclae, através da área desse músculo, estimar de extrema importância para os técnicos gem em Guarapuava trouxe palestras de rendimento de carcaça”. O programa pasficarem no mesmo nível de comparação especialistas convidados. O veterinário e entre um score visual e outro. Além dissou a contar também com a parceria da criador de angus Flávio Montenegro Alves, EMBRAPA Pecuária Sul (Bagé-RS), segunso, ainda tem mudanças dentro do reguressaltou a análise visual. Ele sublinhou do completou, um laboratório, onde ele lamento, que também são repassadas que existem critérios para aquele proceatua junto à equipe da instituição, analisa para os avaliadores”. Ele explicou ainda a dimento e recordou que nem sempre os dados colhidos a campo pelos avaliadofinalidade do trabalho: “Essas avaliações animais mais bonitos são os melhores. são importantes para o criador seleciores e elabora os resultados – softwares “A gente vai descobrir que animal é bom combinam informações de pedigree e de nar os indivíduos superiores dentro do através de um programa de melhoramendesempenho dos animais e geram o DEP seu rebanho e poder comercializar esses to genético, que é esse que estamos aqui (Desempenho Esperado da Progênie). animais, difundindo essa genética para incutindo e preconizando”, defendeu. Também presente ao curso, um dos criadores que queiram melhorar os seus Os critérios objetivos de avaliação inspetores técnicos da raça angus creplantéis também”. foram tema do zootecnista Leandro Lu-

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MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS

Aquisição de um Boxer da marca Kuhn pelos clientes João Maciel e Robson Maciel da região de Ivaiporã.

Aquisição da plantadeira PG 900 pelos clientes Jandir e José Carlos Hancke de Rio Bonito do Iguaçu.

Aquisição de um pulverizador marca Kuhn modelo Porter 800 litros, pelo cliente Arthur Sguario da região Campina do Simão.

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OUTUBRO ROSA

Vestindo a Camisa

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Sindicato Rural de Guarapuava apoiou a Campanha Outubro Rosa no mês de outubro. Foram distribuídas camisetas patrocinadas pelo Sistema FAEP a participantes de cursos do Senar e sócias da entidade.

Participantes dos cursos de Gestão Rural e Produção Artesanal de Alimentos – Panificação

Delair J. Biava Jr, Neusa M. Biava, Angelo Biava e Angela L. Biava

Maria Lisete e Vanessa Bridi

Participantes do curso Produção Artesanal de Alimentos – Derivados de Pescado

Sigrid Wölfl, Elaine Duhatschek, Ingrid Mayer e Claudia Korpasch Irene Filiposki

Dalciane Missio, Veronica Stötzer e Ana Caroline Rodrigues com os bichinhos Frida e Bazuca

Participantes do curso Empreendedor Rural

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Evelyn Limper Pfann Juliana e Estela Scherer


MILHO

COMO PRODUTORES AMERICANOS ALCANÇAM RESULTADOS ACIMA DE 300 SC/HA EM MILHO?

1. ESCOLHA DO HÍBRIDO A comparação entre híbridos em um único ambiente pode apresentar variações de produtividade de até 30 sc/ ha. Para atingir maiores níveis de produtividade é preciso selecionar híbridos que tenham como características: • Alto potencial genético; • Maior ciclo adaptado para a região; • Boa emergência em condições de estresse; • Boa tolerância à seca; • Tolerância às doenças locais; • Eventos transgênicos de proteção contra pragas locais; • Boa estabilidade para minimizar perdas na colheita.

2. PRÁTICAS DE PLANTIO População de plantas: híbridos de milho com tolerância ao estresse tem permitido o aumento da população de plantas. Em geral, as maiores produtividades são expressas nas maiores populações (gráfico 1). As produtividades que excederam os 300 sc/ha no concurso da NCGA tiveram uma população final de plantas entre 60.000 e 135.000 plantas/ha. Espaçamento entrelinhas: a grande maioria dos hectares de milho nos EUA estão plantados com espaçamento entrelinhas de 76 cm. De todas as inscrições no concurso, 77% utilizaram esse espaçamento, porém, tem-

Gráfico 1. População final e produtividade de milho dos inscritos no concurso da NCGA em áreas irrigadas e não irrigadas com resultados superiores a 300 sc/ha, 2013-2015. 562 541 520

Produtividade de Milho (sc/ha)

N

os Estados Unidos existe um concurso nacional de produtividade de milho, promovido pela a Associação Nacional dos Produtores de Milho dos EUA (NCGA), que oferece uma oportunidade para a discussão de tecnologias que contribuem para elevar a média de produtividade geral dos produtores. Essas práticas se encaixam para as condições dos produtores americanos, mas é interessante comparar com a realidade do Brasil para eventuais adaptações. Vejamos as 6 principais práticas agronômicas dos produtores de milho dos EUA que tiveram produtividades superiores a 300 sc/ha:

499

2013 - 2015 Irrigado Não irrigado

478 458 437 416 395 374 354 333 312 61

74

86 98 111 123 População Final (1000 plantas/ha)

135

-se observado uma tendência a reduzir o espaçamento, principalmente quando houver aumentos expressivos de população de plantas. Data de plantio: os melhores resultados obtidos no concurso, geralmente, são de plantios realizados tão logo seja viável para a região. Com o plantio realizado mais cedo, os efeitos do calor e estresse por umidade podem ser reduzidos. Porém, se a temperatura do solo estiver muito baixa, podem surgir problemas de germinação e irregularidade de espigamento.

3. ROTAÇÃO DE CULTURA A rotação de cultura é uma das práticas mais recomendadas para manter as produtividades elevadas. A rotação pode quebrar o ciclo de desenvolvimento de pragas e doenças. Além disso, incluindo culturas como soja e alfafa na rotação, é possível diminuir a quantidade de aplicação de Nitrogênio, em comparação à sucessão de milho sobre milho.

4. PREPARO DO SOLO Muitas das áreas apresentadas no concurso fizeram

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algum tipo de descompactação profunda. Quando os campos estão adequadamente secos, a descompactação profunda pode romper com camadas compactadas, facilitando o desenvolvimento de raízes do milho.

5. FERTILIDADE DO SOLO Alcançar altas produtividades de milho requer um bom programa de fertilidade, começando com o momento adequado de aplicação de Nitrogênio (N) e análises do solo para determinar os níveis de Fósforo (P), Potássio (K) e pH. Nitrogênio: nas condições americanas, o milho exige aproximadamente 1 kg de N para cada saca colhida. Já a produção de matéria seca exige metade. Isso significa que para uma expectativa de produção de 300 sc/ha, o fornecimento de N deve ser entre 279 e 390 kg/ha. Dos produtores que tiveram as produtividades acima de 300 sc/ha, a taxa de aplicação de N mais utilizada foi entre 280 e 335 kg/ha, sendo que alguns deles complementaram a aplicação usando esterco. Quanto menor o tempo entre a aplicação de N e a absorção pela cultura, menores serão as taxas de perdas. A máxima absorção de N se dá durante a fase de crescimento acelerado de desenvolvimento vegetativo, entre V12 e VT. Entretanto, o requerimento de N é considerado alto de V6 até R5. Fósforo e Potássio: os produtores devem adicionar, pelo menos, o nível de P e K que será extraído pela cultura. O milho em grão extrai cerca de 0,50 kg de P2O5 e 0,30 kg de K2O por saca. Isso significa que para uma produtividade de 300 sc/ha haverá a extração aproximada de 144 kg de P2O5 e 100 kg de K2O por hectare. Micronutrientes: foram aplicados em quase metade das lavouras que tiveram resultados de produtividade superiores a 300 sc/ha. Em geral, os micronutrientes são encontrados em quantidades suficientes na maior parte dos solos americanos. Entretanto, solos arenosos com baixo teor de matéria orgânica apresentam alguma deficiência desses micronutrientes, enquanto que solos com alto pH podem fazer com que fiquem indisponíveis. O Enxofre é o nutriente mais extraído depois do Nitrogênio, Fósforo e Potássio. A mineralização da matéria orgânica é a fonte primária de fornecimento desse nutriente, uma vez que nela, o Enxofre está presente em grandes quantidades.

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6. PROTEÇÃO DA CULTURA Manejo de pragas: a maioria dos produtores com produtividades superiores a 300 sc/ha usaram tecnologias de resistência às pragas. Quase todos esses produtores usaram tecnologias acima do solo (foliares) e quase metade deles usaram tecnologias para controle de pragas abaixo do solo (proteção das raízes). Manejo das doenças: manter o milho livre do estresse de doenças foliares, do colmo e da raiz é um fator muito importante. Algumas doenças podem rapidamente destruir a área fotossintética da planta, diminuindo o seu potencial produtivo. Além disso, a redução da área fotossintética pode causar a diminuição de carboidratos no colmo, resultando em maior risco de podridões que podem levar a planta ao tombamento. Vários produtores do concurso aplicaram mais de um tratamento com fungicida, frequentemente utilizando diferentes modos de ação. Manejo de plantas daninhas: todas as áreas com produtividades acima de 300 sc/ha possuíam tolerância a aplicações de glifosato. Entretanto, em grande parte dessas áreas houve um bom programa de manejo incluindo herbicidas pré e pós-emergentes. Estudos mostram que o período crítico da competição das plantas daninhas com o milho começa em V2-V3 e vai até V12. Texto adaptado de Mark Jeschke,Ph.D., Pioneer Agronomy Information Manager, por Fabricio Passini, Líder de Agronomia da Corteva Agriscience™, Divisão Agríciola da DowDuPont.

REFERÊNCIAS

Butzen, S. 2010. Micronutrients for Crop Production. Crop Insights Vol. 20. No. 9. DuPont Pioneer. Johnston, IA. Online: https://www.pioneer.com/home/site/ us/agronomy/micronutrients-crop-production/ Butzen, S. 2012. Best Management Practices for Corn-After-Corn Production. Crop Insights Vol. 22. No. 6. DuPont Pioneer. Johnston, IA. Online: https://www. pioneer.com/home/site/us/agronomy/library/template.CONTENT/guid.BE7307F5-66CB-A8D6-A309-B191F8DF435E Jeschke, M. 2013. Row Width in Corn Grain Production. Crop Insights Vol. 23. No. 16. DuPont Pioneer. Johnston, IA. Online: https://www.pioneer.com/ home/site/us/agronomy/library/template.CONTENT/ guid.43249A5ED41C-64A0-6C34-F3A3DDAB768C Jeschke, M. 2016. Maximizing the Value of Foliar Fungicides in Corn. Crop Insights Vol. 25 No. 5. DuPont Pioneer. Johnston, IA. Online: https://www.pioneer. com/home/site/us/agronomy/max-value-foliar-fungicides-corn/


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P1225VYHR P2719VYH P3016VYHR P2501 Agrisure Viptera® é marca registrada e utilizada sob licença da Syngenta Group Company. A tecnologia Agrisure® incorporada nessas sementes é comercializada sob licença da Syngenta Crop Protection AG. YieldGard® e o logotipo YieldGard são marcas registradas utilizadas sob a licença da Monsanto Co. Tecnologia de proteção contra insetos Herculex® I desenvolvida pela Dow AgroSciences e Pioneer Hi-Bred. Herculex® e o logo HX são marcas registradas da Dow AgroSciences LLC. LibertyLink® e o logotipo da gota de água são marcas da BAYER S.A. RoundupTM e Roundup ReadyTM são marcas utilizadas sob licença da Monsanto Co.

Todos os híbridos de milho marca Pioneer® com a tecnologia Leptra® de proteção contra insetos (VYH e VYHR) foram comercializados com o Tratamento de Sementes Industrial Dermacor®.

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Marcas registradas ou marcas de serviço da Dow AgroSciences, DuPont ou Pioneer e de suas companhias afiliadas ou de seus respectivos proprietários. REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ ©2018 PHII

® TM

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MANCHETE

Para 2019, uma certeza: o caminho para o futuro passa por atenção aos mercados e à gestão dos sistemas produtivos

ANO NOVO:

CAMINHO DE ANTIGOS E NOVOS DESAFIOS

T

empo que vai, tempo que vem. Todos os setores da economia analisam seu desempenho no ano que termina e tentam antever tendências para aquele que começa. Em especial no agro, esta reflexão é inevitável. Por natureza, este é um segmento caracterizado por ciclos. Para apresentar perspectivas da produção agropecuária nesta virada de 2018 para 2019, a REVISTA DO PRODUTOR RURAL conversou com alguns nomes que são referências ou lideranças. Notório conhecedor do agronegócio, Eugênio Stefanelo avalia os

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últimos meses e o cenário para os próximos. A reportagem traz ainda a palavra de alguns dos representantes do Sindicato Rural de Guarapuava em comissões técnicas da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP). As comissões são grupos de produtores de um mesmo segmento, de várias regiões do Estado, que se reúnem periodicamente, para debater desafios e avanços de seus respectivos setores . A regional do SENAR-PR em Guarapuava, que abrange 28 municípios, também avaliou o ano, fazendo um balanço positivo na realização de cursos.


BALANÇO E PERSPECTIVAS DO AGRO Como foi o ano de 2018 para o agronegócio e o que esperar de 2019? Sobre o assunto, a REVISTA DO PRODUTOR RURAL conversou com o agrônomo, mestre em economia rural, doutor em engenharia de produção, professor de instituições como UFPR e UTFPR, analista de mercados agropecuários, palestrante e apresentador do programa Negócios da Terra (Rede Massa), Eugênio Stefanelo.

GRÃOS Em 2018, na produção geral de grãos, conforme Stefanelo, o que chamou a atenção foi uma retração: “O primeiro destaque é a redução da produção brasileira de grãos na safra 2017/18, ano comercial de 2018, que ficou em 228 milhões de toneladas, praticamente 10 milhões de toneladas menor do que o volume colhido na safra anterior, segundo os dados da CONAB”. Ainda nesta rubrica, ele enfatiza os contrastes: “A produção de soja foi recorde, atingindo 119,3 milhões de toneladas. No entanto, a de milho experimentou redução significativa, ficando em 80,8 milhões de toneladas, ou 17 milhões de toneladas menor do que o volume colhido na safra anterior, tanto devido à redução de área plantada quanto ao efeito adverso do clima, principalmente sobre a segunda safra”. Já a produção de trigo em nível nacional experimentou aumento em relação à frustrada safra de 2017. “A área aumenta de 1,9 para 2,04 milhões de hectares e a estimativa de produção de 4,3 para 5,2 a 5,5 milhões de toneladas, apesar do efeito do excesso de chuvas ocorrido durante o período da colheita, que reduziu o volume e a qualidade do produto colhido no Paraná e no Rio Grande do Sul, os dois maiores produtores do cereal”, comentou. No Paraná, Stefanelo recordou números do DERAL/SEAB que mostram que o Estado acompanhou a tendência nacional da safra de verão 2017/2018: no total, 22,4 milhões de toneladas, destacando-se a soja com 19,1 milhões e o milho com 2,9 milhões de toneladas, ambas as culturas com quedas de produção respectivas de 4% e 42% em relação à safra anterior. “O milho safrinha paranaense alcançou 9,3 milhões de toneladas, mas este volume foi 32% me-

nor do que o do ano anterior”, ressaltou. No inverno, foram 3,6 milhões de toneladas, das quais 3 milhões de trigo, com aumento de 32% sobre o colhido na frustrada safra do ano anterior. Com base nestes dados, assinalou, a produção paranaense (verão e inverno), com 35,4 milhões de toneladas, caiu 15% (ano passado, foram 41,7 milhões de toneladas). Para 2019, em nível nacional, de acordo com o levantamento de safra da CONAB de novembro deste ano, a safra de soja já está estimada entre 116,7 milhões e 119,2 milhões de toneladas. Para o milho, a previsão fica entre 90,0 milhões e 90,9 milhões de toneladas. No Paraná, segundo lembra Stefanelo, para a 1ª safra 2018/2019, os dados do DERAL/SEAB apontam a manutenção da área plantada em 6,0 milhões de hectares, mas a perspectiva de produção aumenta 4%, chegando a 23,3 milhões de toneladas. A soja está estimada em 19,6 milhões de toneladas e a 1ª safra de milho em 3,2 milhões de toneladas, registrando aumentos de 3% e de 11%, respectivamente. A safra brasileira e paranaense de trigo em 2019, frisou Stefanelo, ainda não está definida: “Mas dificilmente teremos aumento da área cultivada com o cereal”, avaliou. E os preços? “Os preços médios recebidos pelos produtores paranaenses até outubro de 2018 foram melhores do que as médias de 2017. Na soja, os valores foram de R$ 72,71 e R$ 60,35 a saca. No milho, de R$ 29,26 e R$ 21,46 a saca e no trigo de R$ 41,69 e R$ 32,86 a saca”, relatou. Para o ano de 2019, ele faz uma estimativa: “Se não ocorrer quebra da safra mundial, os balanços de oferta e demanda sinalizam menores preços recebidos pelos produtores na comercialização da soja e do milho, que corresponderão praticamente às paridades da exportação, e relativa estabilidade das cotações do trigo, correspondentes à paridade da importação”.

PECUÁRIA DE CORTE Stefanelo recordou ainda que, segundo o DERAL, o preço médio da arroba do boi em pé recebido pelos produtores paranaen-

Eugênio Stefanelo

ses de janeiro a outubro deste ano foi de R$ 142,52 e, no ano de 2017, de R$ 138,65. Para o ano de 2019, acrescentou, “as previsões indicam aumento da produção e das exportações de carne bovina e os preços recebidos pelos produtores ainda permanecerão superiores ao custo de produção”.

PECUÁRIA DE LEITE Na pecuária de leite, ele comentou que “para o ano de 2018, os dados trimestrais divulgados apontam aumento da captação em relação ao ano anterior, o que demonstra o primeiro aumento da produção desde o ano de 2014, quando o Brasil produziu 35,2 bilhões de litros”. Citando números do DERAL, o especialista em agronegócio observa que o preço médio recebido pelos produtores paranaenses nos 10 primeiros meses desse ano foi de R$ 1,26 o litro, comparativamente à média de R$ 1,21 no ano de 2017. “Para o ano de 2019, a perspectiva indica novo aumento da produção e tendência de preços também pouco superiores ao custo de produção”, completou.

ECONOMIA BRASILEIRA Analisando a economia do país, Stefanelo recordou que “entre 1945 a 1980 a renda per capita no Brasil cresceu 3,5% ao ano e, de 1980 a 2017, apenas 0,7%”. Ao considerar este ano, ele destacou como vê o cenário para o próximo: “Nesse ano, o PIB brasileiro crescerá entre 1,0 a 1,5% e, em 2019, a perspectiva é de melhor desempenho, em torno de 2,5%. Se as reformas que impactam os gastos do setor público e melhoram o desempenho da atividade econômica forem efetuadas, melhorando as expectativas e o ambiente dos negócios, o crescimento poderá ser um pouco maior”. REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ

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BOVINOCULTURA DE CORTE Rodolpho Luiz Werneck Botelho (Coordenador do Comitê Gestor do Plano Pecuária Moderna; presidente da Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte da FAEP, diretor da Comissão Nacional de Bovinocultura de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), vice-presidente da Aprosoja PR, representante da Comissão Técnica de Cereais, Fibras e Oleaginosas da FAEP; presidente do Sindicato Rural de Guarapuava; agropecuarista.)

A percepção do produtor rural é a de que nós estamos começando a progredir de novo, progredir no mercado interno, que tem uma tendência de melhorar um pouco a renda a médio prazo, para o ano que vem. Alguns mercados interessantes de exportação de carne voltaram a se abrir. O Brasil é o maior produtor de carne comercial, o maior exportador na bovinocultura de corte. Cada vez mais, temos que trabalhar na parte sanitária, na conquista de novos mercados, mas nunca esquecendo que 80% do nosso mercado é o doméstico. Mas o Paraná, principalmente por ser um estado de tamanho diminuto perante a nação brasileira – temos 2,3% do território, não vai conseguir competir em volume com Mato Grosso, Goiás, Pará, etc. Então, temos que nos focar em qualidade e sanidade. Com isso, conseguiríamos mercados mais interessantes, preços

diferenciados. O que chama a atenção também é que cada vez mais os pecuaristas estão começando a mudar sua sistemática de produção. São novas gerações que estão entrando no campo, é a integração agricultura-pecuária, são sistemas produtivos integrados trabalhando juntos em prol de uma produção de melhor qualidade, mas principalmente sustentável. O Programa Pecuária Moderna é voltado justamente a isso: levar informação e tecnologia para o produtor rural, o pecuarista, para que ele possa agregar ao seu negócio uma melhor rentabilidade e principalmente uma produção de qualidade. Este é um programa que não é só da FAEP, não é só da Comissão de Bovinocultura de Corte, mas é um envolvimento de todo o sistema produtivo e Estado: a Secretaria de Agricultura, EMATER, IAPAR, as universidades, os centros de pesquisa, os sindicatos rurais,

“Temos que focar em qualidade e sanidade. Com isso, conseguiremos mercados mais interessantes, preços diferenciados.” as associações, onde todos têm que trabalhar juntos e em prol do desenvolvimento. O que pretendemos para 2019 é que com a entrada de um novo governo do Estado, ele também assuma essa responsabilidade de participar junto no desenvolvimento da pecuária de corte aqui do nosso Estado. Trabalhando em harmonia, em conjunto com todas as entidades, os setores representativos, para levar a informação, tecnologia e principalmente qualidade de vida para o homem do campo”.

Nas raças zebuínas ou taurinas, lideranças da bovinocultura de corte no PR defendem tecnificação com foco na rentabilidade

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Com gado holandês, jersey ou de outras raças leiteiras, o setor tem duas palavras-chave: escala e qualidade

BOVINOCULTURA DE LEITE

Anton Gora (Agrônomo, agricultor, produtor de leite há quatro anos na atividade; suplente de Diretoria na FAEP; vice-presidente do Sindicato Rural de Guarapuava e presidente do Núcleo dos Sindicatos Rurais do Centro do PR)

Anton Egles (Médico Veterinário e produtor de leite; representante do Sindicato Rural de Guarapuava na Comissão Técnica de Bovinocultura de Leite da FAEP)

Jairo Luiz Ramos Neto (Médico Veterinário e produtor de leite; representante do Sindicato Rural de Guarapuava na Comissão Técnica de Bovinocultura de Leite da FAEP)

Neste ano, tivemos duas fases em relação ao leite: o primeiro semestre, com preços muito baixos. Mais para o segundo semestre, o preço teve uma pequena reação. O que pode viabilizar (rentabilidade na atividade) é a escala: ter muitas vacas em produção. Com isso, se diminui o custo de mão-de-obra, todos os custos fixos. Uma saída para o pequeno produtor participar também desta questão de escala seria pensar em condomínios. E cada participante poderia se especializar: um deles, em produzir feno; outro, na silagem; outro cria as terneiras, tira

o leite. A qualidade, acho que é fundamental, não vai ter outro caminho. Tanto é que tem algumas empresas que já pagam por qualidade. Elas pagam em relação a (parâmetros de qualidade de) gordura, proteína, CCS (contagem de células somáticas), CBT (contagem bacteriana total). Quando produtor tem qualidade, tem um mercado também certo para o seu leite. Até porque a qualidade da indústria depende da qualidade do leite no campo. A qualidade é um caminho que não tem volta, não só no leite como em qualquer outra atividade”.

Este foi um ano bem atribulado para a produção de leite da nossa região. No começo, bastante chuvoso, quando era a época de fazer a silagem. Logo em seguida, teve um período seco, quando muitos produtores não conseguiram implantar as pastagens de inverno. Os insumos para safra de silagem, agora, de 2019, também tiveram alta significativa, justamente pelo ano eleitoral. No leite, os preços (ao produtor), do começo do ano, eram baixos, os custos, elevados. Agora, fim do ano, está começando a assentar

de novo o preço do leite. Quem tinha uma gestão boa conseguiu sobreviver. 2019 acho que vai depender bastante do governo. Se a recessão parar, se nós conseguirmos crescer, tivermos um aumento de consumo, provavelmente será um ano bom para o produtor. Mas sempre se tem que prever que as coisas não estão bem. A renda do brasileiro está baixa. Temos que fazer uma boa gestão para poder sobreviver ao ano e ficar na atividade. Porque não é fácil: o lucro é em centavos no leite”.

A situação dos produtores de leite não é diferente da dos outros produtores. Foi um ano de dificuldades, não só em relação ao preço final do leite, mas com relação aos nossos custos. Hoje, com o dólar em alta, a soja alta, o preço da alimentação, sais minerais, medicamentos, salários, tudo isso compõe um custo mais elevado do que a gente gostaria. A expectativa é que talvez, em 2019, as coisas se normalizem nesse sentido. Que se tenha não um preço final alto,

que não é exatamente isso que queremos, mas custos compatíveis com a atividade. A perspectiva para 2019 é assim: no verão, normalmente começa a produção sazonal de produtores que não são especializados. Obviamente o preço final acaba caindo. Já houve uma baixa, o preço do Conseleite já baixou, em torno de 10% nesse mês. Então, vamos ter que administrar bem isso aí. Especialmente nesse final de ano, com os custos de 13º salário, férias para funcionários”. REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ

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SUINOCULTURA

Wienfried Mathias Leh (Suinocultor independente e representante de Guarapuava na Comissão Técnica da Suinocultura da FAEP)

O custo de produção de suínos está correto, variando entre R$ 3,70 a R$ 4,10/ kg. No mês de janeiro de 2018, estávamos neste patamar, de R$ 4,00, R$ 4,50/ kg. E aí o preço começou a cair e nunca mais voltou. Hoje se fala, no estado de São Paulo, em R$ 4,00/kg. O Paraná, infelizmente, sempre tem se balizado por São Paulo e jogando o preço abaixo. Estou desde o início do ano – preço médio – com algo em torno de R$ 3,40 e um custo de produção hoje em torno de R$ 3,70. Mas na média deve dar uns R$ 3,80 a R$ 3,90. Ou seja, um prejuízo, por cabeça, em 100kg, em torno de R$ 50,00. Não tem quem consiga sobreviver na atividade quando isso acontece. Desde que

Suínos: mercado externo tem se refletido no interno

sou suinocultor, sempre acontecia de ter três meses de preço ruim, seis meses de preços bons mas não exagerados e três meses para compensar os três meses ruins. O ano 2018 deu prejuízo. Dos produtores independentes, desconheço um que não tenha tido prejuízo na atividade. O produtor integrado, que está dentro de uma cooperativa, via de regra recebe um preço médio mais justo. O produtor independente, em anos passados, recebia um preço médio mais alto. O ano de 2018 infelizmente entrou para a história, na minha opinião particular, para os suinocultores independentes, como sendo o pior ano dos últimos 20, com certeza. O que é que nós temos de fazer? Temos de

REUNIÃO NA FAEP

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“O que é que nós temos que fazer? Temos que nos reinventar.”

nos reinventar. Os próprios frigoríficos pequenos também vão ter que se reinventar. O pequeno produtor só sobrevive se estiver integrado a uma cooperativa, a um integrador, ou ele não vai ter condição de sobreviver. Em 2019: é um mercado que vai/pode ser ampliado para nós? Eu digo sim e não. Depende de nós. No diálogo com clientes internacionais, temos que trabalhar em conjunto. Nós somos Brasil”.

Após sua entrevista concedida em 7 de novembro, Wienfried Mathias Leh, participou, no dia seguinte, da reunião da Comissão de Suinocultura da FAEP, na sede da entidade, em Curitiba. Último do ano, o encontro foi coordenado pelo presidente da comissão, Reny Girardi de Lima, e contou com a presença de lideranças do setor de várias regiões do Paraná. Conforme divulgou a FAEP em seu site, a comissão também considerou o período como difícil. De acordo com a entidade, a avaliação é de que “o cenário negativo vivido pela suinocultura paranaense em 2018, com prejuízos e alguns produtores independentes deixando a atividade, fornece sinais de que pode começar a perder força em 2019”. Ainda segundo a FAEP, a comissão considerou que a reabertura do mercado russo para o produto brasileiro no fim de outubro (estava fechado desde o fim de 2017) e a perspectiva de aumento de importação por países asiáticos sinalizam condições mais favoráveis ao setor nos próximos meses.


OVINOCULTURA

Adriane Thives Araújo de Azevedo (Ovinocultora, presidente da Comissão Técnica de Caprinocultura e Ovinocultura da FAEP e vice-presidente da cooperativa Cooperaliança Carnes Nobres, de Guarapuava)

Em 2018, no setor da ovinocultura em geral, novamente sentimos a forte demanda pela carne de cordeiro. Mesmo diante de eventos que realizamos dentro da cooperativa, como na Expogua, recebemos visitantes de oito municípios: produtores aqui da região, ovinocultores interessados em aumentar a produção, em se tecnificar, em cooperar também. Falando das principais cooperativas no Paraná, a Cooperaliança e a Castrolanda fazem um trabalho muito sério dentro do Estado e alavancaram o setor da ovinocultura com esse trabalho. Isso desperta no produtor essa vontade de crescer, de sair dessa ovinocultura mais caseira e de se profissionalizar. Então, sentimos que durante esse ano teve muito interesse mesmo do produtor (não-cooperado), questionando, querendo saber como está acontecendo o trabalho nas cooperativas. Para 2019, voltando na palavra demanda: sentimos que a demanda pela carne de cordeiro é grande. Nós, mesmo enquanto cooperativa, ainda

Investindo na qualidade da carne de ovinos, cooperativas têm encontrado espaço no mercado

“Acho que precisamos fazer até um chamado aos produtores, que venham a se unir às cooperativas, para alavancar cada vez mais a produção. Porque é um mercado promissor.” não temos produção para atender a 100% da demanda. Acho que precisamos nos organizar, fazer até um chamado aos produtores, que se informem mesmo, que venham se unir às cooperativas, para alavancar cada vez mais a produção. Porque é um mercado promissor. Nós enxergamos que ele vem aquecido novamente em 2019. Neste ano (2018), agregamos valor ao produto, remuneramos melhor o produtor. E acredito que para 2019 isso não seja diferente. Identificamos hoje já, no consumidor, essa preocupação com uma carne com rastreabilidade, com origem,

com a forma com que ela é produzida. Essa demanda é pela carne de cordeiro de qualidade. Já conseguimos identificar que o consumidor está com esse pensamento. O produtor, como eu falei, tem que fazer uma ovinocultura profissional. Como toda atividade, ela requer certos cuidados, manejos diferentes, investimentos, em alimentação principalmente. Porque isso é o primordial para ter o retorno. Então quando falamos em profissionalizar a atividade, é o produtor fazer da forma certa. O essencial é que ele tenha o retorno, que a atividade seja remunerada”.

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AGRICULTURA

Rodolpho Luiz Werneck Botelho (Coordenador do Comitê Gestor do Plano Pecuária Moderna; presidente da Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte da FAEP, diretor da Comissão Nacional de Bovinocultura de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), vice-presidente da Aprosoja PR, representante da Comissão Técnica de Cereais, Fibras e Oleaginosas da FAEP; presidente do Sindicato Rural de Guarapuava; agropecuarista.)

Em 2018, as culturas de verão, na nossa região, tiveram uma produtividade boa. Em questão de rentabilidade, foi um ano complexo: a guerra comercial entre Estados Unidos e China, a valorização ou desvalorização do real perante ao dólar, desdobramentos de disputas políticas, no Brasil, numa pré-eleição, e no mercado internacional também. A China, em função dessa disputa, tem embarcado nesses últimos meses mais soja na América do Sul. Em conjunto com isso, os prêmios da exportação brasileira aumentaram. Isso se traduziu em US$ 2,00 a US$ 2,50/bushel a mais no mercado interno, que compensou essa parte de desvalorização cambial e principalmente a desvalorização da Bolsa de Chicago. Na questão do milho, o mercado também oscilou bastante no ano. Tivemos preços relativamente bons no começo, depois caíram. O produtor, na maioria das regiões onde se planta milho no verão, vem dando preferência para a soja, onde ele tem uma melhor liquidez e, principalmente, um custo de produção mais baixo. O que tem acontecido é que as regiões tradicionais de milho ainda continuam plantando, mas

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sempre está havendo um recuo de área em função de rentabilidade e custo de produção. No trigo, o Brasil produz perto de 50% da demanda e importa 50% quase lá fora. O governo tinha que entender melhor essa cultura de inverno. Primeiro porque estamos mandando receita para fora do país, comprando de outros países, deixando de incentivar a triticultura aqui. Infelizmente, nossa região é uma das últimas do Brasil a colher trigo, então boa parte dos moinhos se abastece e depois fica esperando para ver o que acontece. A maior parte do trigo foi colhida nas regiões mais quentes, que sofreram com a seca de outono. E aqui estamos sofrendo com o excesso de chuva de primavera, na hora da colheita. Então, é um mercado que está ainda um pouco nebuloso. Não sabemos como é que vai funcionar. Quem conseguir colher com qualidade, provavelmente vai ter uma boa demanda por esse material. Acho que a cultura do trigo, se continuar nesses padrões em que tem vindo no último ano, provavelmente não vai ter uma grande recuperação a curto prazo. A não ser que aconteçam mudanças profundas e sérias dentro deste setor. A perspectiva de 2019, de safra de verão e de comercia-

Na soja, prêmios maiores; no milho, áreas reduzidas; no trigo, importação em torno de 50% da demanda

Temos de ter em mente que as culturas que estão sendo colhidas agora, de inverno, e as que vão ser colhidas no fim do verão estarão com a margem muito mais estreita.” lização, está muito incerta em função da questão cambial. Os custos de produção aumentaram, principalmente fertilizantes. Em alguns casos, 60% ou até mais – muito acima de qualquer valorização de dólar. Isto está encarecendo todo o sistema produtivo, quer seja de culturas de inverno, quer seja de culturas de verão. Nós temos de ter em mente que as culturas que estão sendo colhidas agora, de inverno, e as que vão ser colhidas no fim do verão estarão com a margem (de lucro) muito mais estreita e o produtor vai ter de fazer conta sobre isso”.


HORTIFRUTICULTURA

Horticultura: conhecimento do mercado e gestão da propriedade seguem sendo importantes

Gabriel Gerster (Produtor rural – no HF, tomate a campo; na produção de grãos, culturas de verão e inverno – Representante do Sindicato Rural de Guarapuava na Comissão Técnica de Horticultura da FAEP)

No geral, acho que o ano não foi tão bom. Muitos produtores, principalmente de batata, tiveram dificuldade. Tem que se tomar muito cuidado no HF, porque não é igual à soja – a produção pode ser muito maior ou muito menor. Acho que tem algumas culturas que irão bem este ano (2019) e outras não. Por exemplo: ano passado, a batata foi muito mal. Porém a cebola teve muito resultado, foi muito bem, teve rentabilidade, aqui na região também. Para hortaliças, vejo que vai ser um pouco melhor. Até porque acredito que o Brasil já está se recuperando aos poucos da crise. Isso também vai fazer muita diferença. Porque a de-

manda nesses últimos anos foi bem menor do que o normal. Na rentabilidade, acho que pelo menos vai cobrir os custos. Acredito que cebola e tomate podem ter rentabilidades melhores (do que em 2018). Acho que a mensagem para produtor de HF é que ele tem que tomar muito cuidado. O que mais acontece é que, quando tem um ano bom, as pessoas, ao invés de aumentar (área) aos pouquinhos, elas dobram, triplicam a área. E isso acaba dando um problema muito grande de mercado, pois sobra produto. No país, ainda é pouco o consumo de HF. Apenas 40% dos brasileiros consomem HF e o setor tem muito para crescer”. REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ

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ERVA-MATE Waldemar Geteski

Erva-mate: um dos setores agrícolas marcantes de Guarapuava e região

(Produtor rural voltado à erva-mate e membro da Comissão Técnica de Erva-Mate do Sindicato Rural de Guarapuava)

O ano de 2018 foi fabuloso para os produtores de erva-mate. Todo produtor que tem erva-mate de qualidade na sua propriedade conseguiu comercializá-la. Então, houve rentabilidade para quem administrou custo, para quem produziu erva-mate de qualidade. O que é erva-mate de qualidade? É aquela que tem folhas e sabor-bebida, preferida pela indústria de chá, de erva-mate para chimarrão e para a indústria de tererê. Porém, eu completaria que cabe ao produtor levar à in-

dústria uma erva-mate limpa de sujeidades, como vegetais de outras espécies, e fazer boas práticas de colheita, evitando o arraste em contato com o solo ou algo parecido. Do ano de 2018 ainda temos três ou quatro semanas, aproximadamente 20 dias úteis. Houve um retardamento do ciclo vegetativo das nossas erveiras e hoje, em novembro, elas estão em plena brotação. Para o ano de 2019, nós apostamos que vai se repetir o que aconteceu em 2018. Por que? Se os nossos ervais não

tiverem o ataque de lagartas, como aconteceu ou está acontecendo no Rio Grande do Sul, e também no Estado de Santa Catarina, com certeza teremos facilidade de comercialização. O que eu percebi? Que o produtor de erva-mate precisa despertar. Primeiro, buscando o Sindicato Rural, para se associar, caso ainda não seja. Segundo, participar de todos os eventos (promovidos e/ou sediados pela entidade) – tem eventos de várias áreas que nos interessam como produtores rurais”.

MEIO AMBIENTE Hildegardt Abt (Engenheira florestal, produtora rural e representante de Guarapuava na Comissão Técnica de Meio Ambiente da FAEP) Segundo site do CAR, até outubro, inscrição já abrangia mais de 100% da área cadastrável

A grande maioria dos proprietários rurais já fez a inscrição no último prazo estabelecido, que foi em maio deste ano. Mas sempre tem aqueles que não fizeram, então ainda vão ter oportunidade para fazer até o final deste ano (2018). Ainda existem algumas dúvidas em relação, por exemplo, ao que precisa ser cadastrado. Precisam ser cadastrados o perímetro, as APPs, que são as áreas de preservação permanente, a reserva legal, as áreas consolidadas, a vegetação nativa, os rios, as nascentes e as lagoas, e as áreas de interesse social ou públicas. E em relação ao PRA, o governo do

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estado do Paraná regulamentou esse ano a adesão ao programa. Para que serve o PRA? O Programa de Regularização Ambiental permite ao proprietário rural regularizar as Áreas de Preservação Permanente e Reserva Legal antes de julho de 2008, de acordo com o novo Código Florestal. Quem suprimiu vegetação nativa depois dessa data está sujeito a ser autuado pela infração cometida. Além do Código Florestal, no Paraná, temos a lei da Mata Atlântica. Esta lei diz que não é possível mais desmatar áreas de florestas nativas. Se o proprietário tiver, somando a sua APP com a reserva legal,

mais do que 20% de remanescente florestal, esse remanescente não pode ser desmatado. Uma coisa bem importante é ressaltar que o CAR não é uma regularização fundiária e sim uma regularização ambiental. Existem benefícios para quem se inscreve no CAR: a obtenção de licenças ambientais, o acesso ao Programa de Regularização Ambiental (PRA), a comprovação de regularidade ambiental e o acesso ao crédito agrícola (entre outros). E também quando o proprietário for fazer uma transferência de titularidade é necessário ter o CAR, senão ele não faz essa transferência”.


GESTÃO

MAIOR EFICIÊNCIA E RENTABILIDADE A TECNOLOGIA EM FAVOR DA GESTÃO DO AGRONEGÓCIO

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BRISA Consulting, com mais de 20 anos de história no Brasil, oferece soluções em tecnologia da informação aplicadas à gestão de recursos do Agronegócio. Entre o portfólio de serviços oferecidos pela Brisa, destaca-se o AGRISIGN® - Sistema modular e integrado desenvolvido para atender as necessidades operacionais e gerenciais de controle agrícola.

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do informações do campo para escritório) obtemos informações precisas de: hora máquina por talhão, serviço e safra, aplicação de insumos (quantidade, data e hora). Utilizamos também a funcionalidade do Ponto Eletrônico, que também é realizando através dos Smartphones. Com esse recurso do Sistema, conseguimos gerenciar com transparência, agilidade e segurança as horas trabalhadas de cada colaborador. Com a implementação do Sistema AGRISIGN® Mobile, esta sendo possível um acompanhamento DIÁRIO da execução de todas as atividades (Planejadas ou não) e, intervir, caso necessário, em algum desvio, propondo ações em tempo hábil sem prejudicar o andamento da Safra. Com todos esses benefícios citados, condicionados à utilização da tecnologia em prol do agronegócio, obtemos o CUSTO REAL Mensal ou Acumulado por Safra na sua menor unidade que é o talhão. Permite analisar e comparar todos os custos (Máquinas, Pessoas, Insumos, ...) de todas atividades executadas por Período, Safras, Fazendas, Talhões ...”

Rafael Soares:

Gerente GOES Agricultura - Capão Bonito - SP

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SENAR

TOTAL DE CURSOS REALIZADOS EM 2018 DEVE CRESCER 38%

SENAR-PR em Guarapuava estima que encerrará 2018 com cerca de 740 cursos na região

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regional do SENAR-PR em Guarapuava deverá encerrar 2018 registrando um aumento em torno de 38% no número de cursos que realizou nos 28 municípios de sua área de atuação. De acordo com a entidade, mesmo antes do final deste ano, já é possível confirmar aquela elevação. Na avaliação do supervisor regional em Guarapuava, Aparecido Grosse, o quadro mostra que o SENAR-PR está em sintonia com as demandas atuais do campo, que o Sindicato Rural tem promovido a mobilização de cursos com eficiência e que os produtores e colaboradores das propriedades vêm percebendo a importância do conhecimento. “Tínhamos projetado para 2018 um número de 751 cursos. Estamos, até novembro, com uma programação de

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711. Temos dezembro ainda para fazer o agendamento. Acredito que deveremos ficar na faixa de 740 treinamentos, bem próximo do projetado”, estimou. Ainda que o total fique ligeiramente abaixo da projeção, o supervisor regional destaca que o resultado significará um aumento considerável: “Em 2017 tivemos 533 treinamentos, então houve uma evolução bastante grande”. Conforme detalhou, este crescimento também ocorreu na área de atuação do Sindicato Rural, que abrange as regiões dos municípios de Guarapuava, Candói, Cantagalo e Foz do Jordão. Relatórios preliminares indicam que o total de cursos, somente até novembro de 2018, já chegava a 229. Em 2017, o total do ano foi de 142, praticamente igual aos 141 de 2016.

O supervisor regional do SENAR-PR observa que a exigência de que as propriedades rurais também cumpram determinações legais, como as Normas Regulamentadoras (NR), tem levado os produtores a buscar capacitar seus técnicos e colaboradores para trabalho em espaço confinado, em altura ou segurança no trabalho. Outro ponto positivo do ano, disse Grosse, foram as parcerias: “Os sindicatos rurais, que são os conveniados junto ao SENAR-PR, têm sido bastante ativos nas ações e comprometidos com o processo de qualificação profissional. Juntamente com governos municipais, instituições públicas e privadas e as próprias empresas”. Porém ele faz questão de assinalar que mais do que o número de capacita


Capacitações do Senar-PR, abrangem desde a parte técnica à gestão das atividades rurais

ções, o foco do SENAR-PR é a qualidade: milhão se operá-la inadequadamente. preendedor Rural (PER). Neste ano, na oferecer treinamentos que de fato con- Não adianta um apicultor investir na ati- área de abrangência do Sindicato Rural tribuam para que os produtores possam vidade, por menor que seja, se não tiver de Guarapuava, o PER contou com três trabalhar de forma cada vez moderna, um bom manejo, uma qualidade nos turmas, no sindicato, Colégio Agrícola eficiente e rentável – a fim de que con- materiais utilizados”. Como exemplo, ele e Unicentro (do total de 43 alunos, 15 sigam se manter e crescer em suas ati- comenta que um produtor que se interes- tiveram trabalhos selecionados para a vidades. A qualidade, completou, passa sa por cursos sobre o manejo de bovinos final em dezembro). Para 2019, antecipou o supervisor também pela escolha dos instrutores, de leite pode expandir seu conhecimento se fizer também treina- regional, as perspectivas são ainda meprofissionais capacitamentos sobre pasta- lhores: “Tivemos uma demanda de 876 dos e reconhecidos em gem, qualidade do leite cursos via PEM, ou seja, o Plano de Mobisuas áreas de atuação. Formatação dos cursos e até sobre a própria lização Estratégico, que é uma previsão O supervisor regional em módulos permite operação da ordenha- de cursos para o ano seguinte”, concluiu. menciona ainda um formação continuada Em Guarapuava e região, os interessadeira mecânica. diferencial: “Boa parte Ele sublinha ainda dos em participar de cursos do SENAR-PR dos técnicos, dos insque, ao mesmo tempo, devem entrar em contato com o Sindicato trutores, também são produtores rurais. São pessoas que vi- a variedade de cursos do SENAR-PR, da Rural, entidade que realiza a mobilização piscicultura à bovinocultura de leite, da para a formação das turmas. O sindicavenciam o dia a dia do campo”. Em paralelo à escolha dos temas dos caprinocultura ao turismo rural, entre to tem sua sede na Rua Afonso Botelho, cursos, dos conteúdos de cada tema e da muitos outros, faz com que a entidade nº 58, no Bairro Trianon (42 3623 1115 – capacitação dos instrutores, Grosse as- hoje disponha de capacitações para os Mery Ribas/Mobilizadora de cursos); em sinala que para o SENAR-PR a qualidade mais diversos perfis de propriedade: Candói, o contato pode ser feito na exteninclui, além disso, a possibilidade de for- “Não é apenas para o grande ou para o são de base do Sindicato Rural, na Rua 15 de Novembro, 2.687 (42 3638 1721 – Ana mação continuada. Na prática, explica, pequeno produtor”, recordou. A gama de capacitações se esten- Paula Quadros). A regional do SENAR-PR isto significa que a entidade possibilita a capacitação em módulos – com cada de também à visão empreendedora em Guarapuava está situada no mesmo módulo contribuindo para ampliar o co- na propriedade, com o Programa Em- endereço do Sindicato Rural. nhecimento sobre uma determinada atividade rural. Este conceito, apontou, é necessário porque a agricultura e a pecuária exigem cada vez mais uma visão geral do processo produtivo – a interligação entre as questões técnicas e delas com a sustentabilidade ambiental e econômica: “Hoje, o que se busca é um aperfeiçoamento das ações para diminuir custo. E a diminuição de custos vai partir do princípio de que o produtor precisa ter uma boa gestão dos recursos disponíveis e o aprimoramento da mão de obra, para que realmente desenvolva a atividade de forma eficiente”. No cotidiano da fazenda, prosseguiu, esta (Da esq. p/ dir.) Mery Ribas (Sindicato Rural/mobilizadora de cursos do SENAR-PR); Aparecido necessidade se faz sentir: “Não adianta Grosse (SENAR-PR/supervisor regional em Guarapuava); Kaline Zai Ramos e Cleide Breda o agricultor ter uma colhedeira de R$ 1 (ambas do SENAR-PR em Guarapuava): trabalho em equipe para realização de cursos REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ

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EDUCAÇÃO

PROGRAMA AGRINHO

Foto: FAEP

PREMIA MELHORES TRABALHOS DE 2018

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erca de 1,5 mil pessoas entre alunos, professores, pais e lideranças do Paraná participaram no dia 5 de novembro da premiação do Concurso Agrinho 2018, realizado pelo Sistema Faep/Senar-PR. Durante a cerimônia, realizada no ExpoTrade Pinhais (Curitiba), foram revelados os 318 alunos e professores vencedores do concurso nas categorias Desenho, Redação, Experiência Pedagógica, Munícipio e Escola. Para os ganhadores, os prêmios foram tabletes e laptops, além de seis carros zero quilômetro da categoria Experiência Pedagógica. Nesta edição, mais de sete mil trabalhos foram inscritos. Durante seu pronunciamento o presidente do Sistema FAEP/SENAR-PR, Ágide Meneguette, destacou que as grandes autoridades que deveriam ser homenageadas eram os professores. “São eles que formam as nossas crianças”. Segundo o presidente, o programa Agrinho vem cumprindo o seu papel. “O Agrinho, não canso de repetir, é o programa que olho com mais carinho no SENAR-PR, porque é dedicado aos adolescentes/jovens e oferece a eles lições importantes de cidadania e sustentabilidade, ajudando a prepará-los para uma vida correta e de respeito”. Estiveram presentes na cerimônia a governadora Cida Borghetti, o governador eleito, Carlos Ratinho Massa, o prefeito de Curitiba, Rafael Greca de Macedo, entre outras autoridades políticas.

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NOVIDADES Nesta edição, o evento contou com algumas novidades. Antes da cerimônia oficial, crianças e adultos puderam aproveitar algumas atividades: Oficina de Produção de Cupcakes, corrida de mini drones, Pedala seu Suco e Cascata Digital. Durante o evento, artistas do grupo Felchak (de Guarapuava) encantaram o público com um espetáculo de equilibrismo, malabarismo e música.


GUARAPUAVA Dois ônibus da Regional do Senar de Guarapuava foram para o evento, com professores e alunos finalistas e também representantes de Sindicatos Rurais da região. Em Guarapuava, a estudante Hevelyn Vitória dos Santos, da Escola Municipal Domingos Sávio, ficou entre os finalistas da categoria Redação 3º ano. Hevelyn contou à REVISTA DO PRODUTOR RURAL que seu texto descreveu os meios urbano e rural, concluindo que cada uma das duas realidades tem seu valor: “A minha redação foi sobre o campo e a cidade. Ela falava que a cidade tinha várias belezas, as coisas turísticas; falava que o campo é um lugar muito bom para se viver e que cada uma delas era bonita do seu jeitinho”. Para ela, já foi uma grande vitória e alegria participar do evento e ficar entre os finalistas.

Caravana das cidades de Pitanga, Guarapuava, Santa Maria do Oeste e Nova Tebas

Foto: FAEP

O supervisor do Senar- Regional de Guarapuava, Aparecido Ademir Grosse entregou o prêmio para a aluna Hevelyn Vitória dos Santos e a professora Simone Zeni

O grande momento da premiação foi a entrega dos carros para os ganhadores da categoria Experiência Pedagógica. Neste ano, seis carros foram entregues para os professores: Paula Rosângela Manente (São Miguel do Iguaçu); Ana Paula Mara (Ponta Grossa); Marcia Aparecida Tortola Hyoshimoto (Terra Boa); Taiza Colere Tanajura Klemba (Quatro Barras); Ana Paula Lazzeris Ghellere (São Miguel do Iguaçu) e Rodrigo Aparecido Nunes dos Passos (Castro)

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PARCERIA

SINDICATO RURAL/SENAR E UNICENTRO:

PARCERIA QUE VEM DANDO CERTO

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Sindicato Rural de Guarapuava procura estabelecer parcerias que beneficiem o meio rural como um todo, seja com empresas, entidades e instituições de ensino. Uma destas parcerias que vem rendendo frutos é com a Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro). Já foram diversas ações em que o sindicato e a universidade promoveram em parceria. Há dois anos, por meio do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), os acadêmicos dos cursos de Engenharia Agronômica e Medicina Veterinária tem tido a oportunidade de participar do Programa Empreendedor Rural (PER). A iniciativa de levar esta capacitação para os acadêmicos foi do professor do Departamento de Medicina Veterinária da Unicentro, Luiz Gonzaga Pego de Macedo, que coordena o Programa de Extensão Probovino. “Além de zootecnista e professor, eu também sou credenciado ao Senar como instrutor do Programa Empreendedor Rural. Em Maringá, na UEM, eu também consegui levar este curso aos acadêmicos de zootecnia e veterinária e tive bons frutos. Então, quando vim para a Unicentro, tive a mesma ideia. Eu vejo que o PER é muito importante para a formação destes acadêmicos, porque além da formação profissional, também acrescenta na formação comportamental dos participantes”.

Turma do PER na Unicentro

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Foram finalizadas duas turmas do PER na Unicentro, uma em 2017 e outra neste ano. Ambas ficaram com um projeto finalista no concurso do programa. “Tivemos muito sucesso, foram turmas comprometidas com o curso e o fato de dois projetos oriundos destas turmas ficarem entre os 10 melhores do estado gerou um crédito e ânimo para continuar essa parceria”. Macedo comenta ainda que o PER possibilita uma formação complementar aos acadêmicos que irá refletir diretamente quando eles já estiveram atuando no mercado de trabalho. “Sabemos que o foco do Senar não é a capacitação de acadêmicos, mas eu, enquanto professor, vejo que o PER acaba atendendo uma lacuna na formação acadêmica, porque não damos conta de atender o conteúdo abordado no curso. Temos uma fragilidade no conteúdo e consequentemente na formação do nosso veterinário e agrônomo na área de empreendedorismo e gestão”. Além disso, o professor diz que já vê uma diferença na postura dos participantes, mesmo ainda como acadêmicos. “Eles se tornam muito mais produtivos dentro da sala de aula, mais críticos e se tornam até uma liderança na graduação”. Além do PER, os acadêmicos da Unicentro envolvidos com as Ciências Agrárias estão tendo a possibilidade de realizar o curso do Senar, Trabalhador

Professores do Departamento de Medicina Veterinária da Unicentro, Luiz Gonzaga Pego de Macedo e Helcya Mime Ishiy

na Bovinocultura de Leite – Inseminação Artificial. Quem realiza este curso são os alunos que estão envolvidos com a Unidade Didática da Leiteria da universidade. “É uma formação complementar na vida profissional deles, extremamente importante e que acaba trazendo algumas vantagens para a Unidade Didática de Bovinocultura de Leite, porque são os alunos que cuidam dela. Nenhuma disciplina durante a graduação oferece a oportunidade de fazer a prática da inseminação. Então, ele já sai com um diferencial da universidade que impacta quando ele estiver atuando no mercado de trabalho, que é a prática, que faz toda a diferença”, comenta a professora Helcya Mime Ishiy. E a parceria da Unicentro com o Sindicato Rural de Guarapuava vai além dos cursos do Senar. “Com esta aproximação com o Sindicato Rural, temos a possibilidade de estreitar a relação dos acadêmicos, que serão futuros profissionais, com as lideranças do meio rural e produtores rurais, como o presidente do Sindicato, o Rodolpho. Acredito que, com isto, ambos os lados ganham, com troca de informações e experiências”, observa Macedo.


MANEJO NUTRICIONAL

IMPORTÂNCIA DOS FUNGICIDAS MULTISSÍTIOS E DOS INDUTORES DE RESISTÊNCIA NO CONTROLE DE DOENÇAS DE PLANTAS

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surto epidérmico de oídio (Microsphaera difusa) ocorrido em meados dos anos 1990 deu início à era de utilização de fungicidas na cultura da soja. Além disso, o cultivo intensivo e a ausência de práticas culturais adequadas geraram aumento na incidência das chamadas doenças de final de ciclo, exigindo controle efetivo. Porém, o cenário da importância dos fungicidas teve grande relevância com a entrada da ferrugem-asiática (Phakopsorapachyrhizi) no país em 2001 (EMBRAPA, 2017a; YORINORI et al., 2005). Quanto ao espectro de ação, podemos classificar os fungicidas como sítio específico e multissítios. Os fungicidas sítio específico são aqueles que agem em um local determinado no metabolismo do patógeno (doença), como exemplo temos os triazóis, estrobilurinas e carboxamidas. Esses, por sua vez, podem ter alta eficiência de controle, porém, por atuarem especificamente podem rapidamente induzir o desenvolvimento de resistência por parte dos patógenos, fazendo com que os produtos percam eficiência de controle. Nesse contexto, os fungicidas multissítios, que como o nome sugere, possuem vários pontos de ação no metabolismo dos fungos fitopatogênicos, têm se destacado no controle de doenças da soja, em especial da fer-

rugem asiática. Por atuarem em diversas vias metabólicas, os multissítios dificultam o desenvolvimento de resistência por parte do patógeno. Apesar das vantagens relatadas acima, os multissítios são não sistêmicos, ou seja, não penetram e translocam pela planta, ou são muito pouco sistêmicos, atuando muito mais como protetores do que como curativos, apresentando menor eficiência direta no controle de doenças. Portanto, os multissítios são recomendados em associação com fungicidas sítio específicos. Dessa forma, ocorre potencialização no controle das doenças e, ao mesmo tempo, redução na pressão de seleção, evitando que os fungos desenvolvam resistência aos produtos sítio específico. Entre os diversos fungicidas multissítios do mercado, podemos destacar mancozebe, clorotalonil e aqueles a base de cobre. Esses em associação com triazóis, estrobirulinas e carboxamidas têm apresentado excelentes resultados, em especial no controle da ferrugem-asiática (EMBRAPA, 2017 b). Outra classe de produtos que vem ganhando destaque no controle de doenças são os indutores de resistência, em especial os fosfitos. Os fosfitos podem atuar de duas formas distintas contra os patógenos, direta ou indiretamente. Na ação direta ocorre morte ou

inibição no crescimento do patógeno. A ação indireta se dá por meio da ativação de mecanismos de defesa da planta, como a produção de fitoalexinas, substâncias tóxicas aos fungos e bactérias. Já existem diversos relatos do efeito sinergístico da associação de indutores de resistência tanto com fungicidas sitio específico, como multissítios, aumentando significativamente o controle de doenças de plantas em geral. A Inquima Nutrição e Agrotecnologia, pensando no cenário acima especificado, desenvolveu em seu portifólio de produtos especiais, uma linha de indutores de resistência que conta com o INQUIMA +Cu, ótimo para aplicações nos estádios vegetativos e o INQUIMA SUPER K, posicionado nos estádios reprodutivos. Ambos têm apresentado excelente desempenho no controle de doenças fúngicas e bacterianas em geral e em diversas culturas, potencializando o efeito dos fungicidas, tanto sitio específico, como multissítios. Apesar dos bons resultados que os fungicidas e os agroquímicos em geral oferecem no controle de doenças em soja, essa prática não pode ser utilizada de forma isolada. O manejo integrado envolvendo a dinâmica: solo x clima x planta deve ser respeitada para que haja sucesso na atividade.

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PROSOLO

PROFISSIONAIS APRESENTAM PROJETO DE CONSERVAÇÃO DE SOLO E ÁGUA

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curso Manejo de Solo e Água em Propriedades Rurais e Microbacias Hidrográficas, realizado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), em parceria com o Sindicato Rural de Guarapuava, finalizou no dia 31 de outubro. Sete participantes concluíram a capacitação com apresentação de um projeto de conservação de solo e água. “Esse curso é especifico para técnicos e o principal objetivo é capacitar este profissional a fazer um plano de manejo de conservação de solo e água para atender a portaria da Adapar 272/2014. Essa capacitação faz parte do Programa Integrado de Conservação de Solo e Água do Paraná (Prosolo) e foi uma demanda da Adapar que tinha muita recusa dos projetos, por conta da falta da padronização”, explica a coordenadora do curso, engenheira agrônoma Flaviane Marcolin de Medeiros. O curso tem 300 horas, é ofertado no módulo semipresencial com 14 módulos (11 à distância e três presenciais). Os participantes tiveram a oportunidade de determinar a declividade das áreas, tipo de solo, erosividade, cálculos de dimensionamento de terraços, demarcação de terraços e prática de levantamento de terraços, entre outros. Estes temas influenciaram diretamente na elaboração do projeto final, como detalha Flaviane. “No trabalho, eles precisaram fazer o diagnóstico e levantamento do solo da propriedade, por exemplo, se tem problema com erosão, quais são as causas desse problema, qual tipo de solo da propriedade escolhida, a caracterização do solo, com isso elaborou-se mapas. Identificado o problema no diagnóstico, o profissional precisava propor uma prática conservacionista adequada à situação da propriedade, o que chamamos de plano de manejo técnico”.

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Flaviane avaliou positivamente os projetos apresentado pelos participantes de Guarapuava. “Todos os trabalhos foram avaliados com letra A, que superam as exigências da Adapar, o que quer dizer que foram trabalhos de excelente nível. Tivemos um feedback muito bom também dos próprios participantes que se demonstraram interessados de fato na capacitação e nos relataram que aprenderam muito durante o curso”.


NOVIDADE

COM PLANO DE EXPANSÃO ARROJADO, GRUPO PITANGUEIRAS E PÁTRIA INVESTIMENTOS REALIZAM FUSÃO Empresa vai expandir sua área de atuação, portfólio e tecnologias para melhor atender o agricultor

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esde 2014, o Grupo Pitangueiras, comprometido com seus clientes, colaboradores, parceiros e clientes, vem passando por um profundo processo de modernização e evolução de seus processos. A empresa uniu toda a sua tradição e confiança de mercado, construída ao longo de 28 anos, à inovadoras práticas de gestão, como por exemplo, a estruturação de um conselho de governança corporativa. Neste ano de 2018, um passo ainda maior foi dado: a realização da fusão com o Pátria Investimentos. “Fechamos um ciclo vitorioso de uma empresa familiar e entramos definitivamente para o hall das grandes empresas do setor”, comemora Marcelo Scutti, gerente de marketing do Grupo Pitangueiras. Esta fusão vai permitir que a empresa aumente sua presença no campo, com mais estrutura física e pessoal. Além disso, o plano de expansão, bastante agressivo, prevê melhora contínua em termos de busca por novas tecnologias e parcerias com outras grandes empresas. O Grupo Pitangueiras já é distribuidor

autorizado da Agro Bayer e comercializa o portfólio de outras renomadas empresas do setor. “Nosso objetivo é o mesmo de sempre: rentabilizar mais a atividade rural aos agricultores, com mais produtividade por área e com muito respeito ao meio ambiente e às pessoas. Agora, teremos mais recursos e estrutura para ir além”, ressalta Scutti. Tanto o Pátria Investimentos como o Grupo Pitangueiras enxergam neste momento histórico uma oportunidade de elevar ainda mais o nível do mercado, afetando positivamente a vida dos agricultores, das comunidades onde a empresa atua, de seus parceiros e de seus colaboradores.

Marcelo Scutti, gerente de marketing do Grupo Pitangueiras

“Com essas boas notícias vamos nos encaminhando para o fim de 2018 e desejamos a todos um excelente final de ano, com boas festas e um horizonte mais claro. Dias melhores e de muito sucesso para o nosso Brasil certamente virão”, finaliza Scutti.

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IMPOSTO DE RENDA

GUARAPUAVANOS PODEM DESTINAR PARTE DO IMPOSTO DE RENDA EM BENEFÍCIO DE INSTITUIÇÕES DO MUNICÍPIO

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ocê sabia que pode destinar parte do valor do seu Imposto de Renda para instituições sem fins lucrativos de Guarapuava? Para esclarecer os contribuintes guarapuavanos sobre essa possibilidade, a Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social promoverá uma campanha educativa no site e redes sociais da Prefeitura. "O Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente é um instrumento alternativo para o financiamento de políticas públicas para crianças e adolescentes. Por meio dos fundos, recursos de diferentes fontes são agrupados para incrementar os programas e projetos que tem como público-alvo a faixa etária de 0 a 18 anos. Essa é mais uma forma da população contribuir com as instituições sociais de Guarapuava. Ganham os projetos desenvolvidos na cidade e os contribuinte que fazem uma boa ação e ainda garantem abatimento no imposto", avalia o prefeito Cesar Silvestri Filho. O prazo segue até o último dia útil do mês de dezembro. Em Guarapuava, a doação pode ser destinada ao FIA (Fundo Municipal para Infância e Adolescência). "As doações têm de ser para fundos ou projetos, não adianta doar diretamente para uma entidade. As pessoas físicas podem efetuar a dedução integral de valores doados ao FIA Municipal, diretamente por ocasião de sua declaração de ajuste anual, respeitando o limite de até 3% do imposto devido, permanecendo a possibilidade de dedução de valores doados no exercício anterior até o montante de 6% do imposto devido", esclarece o secretário de Assistência e Desenvolvimento Social, Ari Marcos Bona. Segundo o secretário, a gestão dos recursos do FIA tem a participação ativa da sociedade, através do Comdica (Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente), composto por representantes do poder executivo e da sociedade civil organizada. "Com isso, o contribuinte tem o poder de destinar parte do seu Imposto de Renda Devido para iniciativas sociais de sua própria cidade ao invés de destinar o valor total para a União. Isso dá maior agilidade e transparência para o uso do dinheiro público. E ainda pode acompanhar e ver próximo a você a aplicação desse recurso". Mais informações sobre os projetos e as entidades mantenedoras, que podem ser beneficiados com a dedução do IR, estão no site da Prefeitura.

Transforme seu IMPOSTO DE RENDA em SOLIDARIEDADE!

FORMAS DE DOAÇÃO Doações no ano Calendário (até 31/12/2018): • Limite até 6% do imposto devido (se doar menos de 6% ainda poderá doar o restante na doação diretamente na declaração); • Depósito diretamente na conta do FIA (CEF, agência 0389, conta 437-0); • Solicitar junto à tesouraria do FIA o recibo de doação, com os dados do FIA e do doador; * Existe a possibilidade de financiar projetos específicos, cadastrados no banco de projetos, disponíveis no site do Município. * Não optando por projetos, o recurso será rateado para todos os projetos, conforme resoluções do Comdica • Informar o valor doado na sua declaração de IRPF no campo de “doações efetuadas”, escolhendo a opção de doações – Estatuto da Criança e Adolescente, preenchendo os dados do fundo conforme recibo; • Já será deduzido diretamente no valor a pagar; • Para fins de dedução, deve-se utilizar a declaração completa.

Doações diretamente na Declaração de IPRF: • Limite até 3% do imposto devido valor é informado automaticamente após preenchimento; • Após o preenchimento da declaração, verificar que no campo “resumo da declaração”, clique na opção de “Doações diretamente na declaração – ECA”; • Será aberta na sua declaração a janela de “Doação Diretamente na Declaração”; • Selecionar o tipo de Fundo: * Municipal * UF: PR Paraná * Município: Guarapuava – 15.302.270/0001-24 • Preencher o campo de valor, limitado ao valor disponível que o sistema irá informar; • Salvar com a opção ok; • O sistema irá gerar um DARF no valor da doação. Pagar o DARF dentro da data de vencimento; • O valor do DARF da declaração será deduzido do imposto a pagar, caso seja devido; • Caso haja restituição, o valor doado irá somar na sua restituição, ou seja, o valor do DARF que pagou será restituído; • Nessa opção, não há necessidade de informar nada ao FIA, não precisa pedir recibo, pois ocorre abatimento automático.

Texto: Assessoria de Imprensa da Prefeitura Municipal de Guarapuava

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SEMENTES

FELIPE CRUZ

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Engenheiro agrônomo e produtor de feijão

odo produtor quando decide plantar a cultura do feijão fica em dúvida sobre qual classe de cor escolher. Em nossa região, além do preto e carioca, alguns produtores ainda optam em plantar feijão jalo e rajado, que possuem o ciclo mais rápido, tentando aproveitar a janela do clima antes do frio. A decisão de qual classe de cor plantar envolve a análise de vários fatores. Primeiramente devemos considerar se a colheita será manual ou mecanizada, pois alguns feijões de ciclo muito rápido, se plantados tarde, não crescem o suficiente para serem colhidos pela colheitadeira e precisam ser arrancados manualmente, o que onera custos ao produtor. Além disso, o risco de perdas é maior, já que o feijão pode ficar um período maior exposto a chuvas e umidade, que são mais frequentes nessa época de outono.

Com relação às classes de cores, feijões como jalo, rajado e carioca, dificilmente são misturados após a colheita. Quando chegam aos armazéns dos compradores, eles são separados por lotes, de acordo com sua classe (cor) e valor, pois cada cor do feijão equivale a um preço: quanto mais claro o feijão maior o preço de mercado. Portanto não pode haver mistura entre as cores. Dessa forma, a cor é um fator importante a ser considerado, pois compradores preferem quantidades grandes e uniformes de feijão de cor em comparação ao feijão preto, que pode ser misturado com outros lotes. Quando a área de plantio não é tão grande, o produtor deve saber desse risco, pois lotes pequenos de feijão de cor são mais difíceis de serem comercializados e ainda podem perder a cor quando são armazenados por muito tempo ou da maneira incorreta, com excesso de umidade, por exemplo, o que faz o feijão perder a cor mais rapidamente quando comparado ao feijão seco. Com relação aos preços pagos pela saca ao produtor, o feijão de cor registra um histórico de maiores preços, chegando até o valor recorde de R$ 540,00 a saca

de 60 Kg, comercializados na bolsinha do Braz em São Paulo, mas nem sempre valores altos valem a pena, já que o risco também é maior. Quando falamos no feijão preto, os preços normalmente são mais estáveis, porém menores, se comparados aos feijões de cor, mas a facilidade de comercialização e o menor risco agrada aos produtores, principalmente durante a colheita. Como já mencionado acima, além do grão não perder a cor, ele é mais facilmente comercializado em pequenos lotes, já que pode ser misturado com outro feijão da mesma classe, e mantém faixa de preço, mesmo após armazenamento prolongado, o que proporciona ao produtor a tranquilidade em aguardar o momento certo para o melhor negócio do seu produto.

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FERRUGEM ASIÁTICA

TECNOLOGIA NO CAMPO: FOX® XPRO É O NOVO ALIADO DOS PRODUTORES BRASILEIROS Produto possui registro para diversas culturas e acaba de ser lançado para o algodão; em breve será lançado também para a soja

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os últimos anos, o combate a doenças, principalmente aquelas nas culturas do algodão e da soja, tem se tornado mais difícil de controlar devido à resistência apresentada por certos fungos. Diante disso, a Bayer lançou recentemente o FOX® Xpro, fungicida sistêmico com três princípios ativos eficazes, que permite a entrada rápida dos ingredientes na folha da planta e ajuda no combate às principais doenças fúngicas do cultivo. “O FOX® Xpro faz parte do plano de investimentos da Bayer na agricultura brasileira, e será mais uma ferramenta indispensável na proteção das lavouras, contribuindo para o aumento da produtividade e sustentabilidade das principais culturas do nosso mercado”, destaca Marcos Dallagnese, gerente de Fungicidas da Bayer. O manejo integrado da lavoura desde o início da safra, utilizando um produto adequado de maneira assertiva, faz toda a diferença para que o agricultor tenha resultado diferenciado no momento da colheita. A primeira aplicação do fungicida para a prevenção de doenças, conforme comprova o programa De Primeira, Sem Dúvida, desenvolvido pela Bayer, mostra que, em média, o agricultor pode ter 4,55 sacas a mais por hectare. Nesta iniciativa, as áreas experimentais são monitoradas por pesquisadores renomados do segmento de fitopatologia, onde são montados dois talhões: um com procedimento recomendado e outro como testemunha, para ver a diferença dos resultados com a primeira aplicação correta. O controle da ferrugem asiática na safra 2017/18, por exemplo, atingiu melhores resultados que na safra anterior, pois as primeiras aplicações foram mais preventivas. O estado do Paraná, nos calendários anteriores, apresentou média de três aplicações de fungicidas em

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soja e, dependendo de algumas regiões, houve ainda menos aplicações. Mediante esse resultado, o De Primeira, Sem Dúvida vem se consolidando como um gerador de informações relevantes para a tomada de decisão quanto ao melhor momento de uso do fungicida, como é o caso de FOX® Xpro, e como extrair o melhor benefício da tecnologia a fim de converter em produtividade.

INVESTIMENTO A Bayer está investindo no FOX® Xpro há muitos anos. Toda molécula que a empresa pesquisa passa por um processo bastante criterioso até se transformar em projeto e depois em um produto. “A aprovação do novo produto é o primeiro passo para iniciarmos o planejamento de comercialização no Brasil. O Fox® continua sendo nosso principal fungicida para o controle das principais doenças, já que ele é reconhecido pelos agricultores devido aos altos índices de desempenho”, finaliza Dallagnese.

SOBRE O PRODUTO

FOX® Xpro é um fungicida composto por Bixafen, um SDHI (Inibidores de succinato-desidrogenase), Protioconazol, uma nova geração de DMIs (Inibidores da Desmetilação C-14) e por Trifloxistrobina, uma estrobirulina, pertencente ao grupo dos QoIs (Inibidores da Quinona Oxidase). Esta combinação de diferentes ingredientes ativos eficazes faz parte de uma estratégia de gerenciamento de resistência. Este produto controla na soja a ferrugem asiática e a mancha-alvo, a ramulária no algodão, a ferrugem do milho e o oídio na cevada, ferrugem-da-folha e mancha amarela no trigo. FOX® Xpro é indicado para o controle de doenças fún-

gicas nas culturas do algodão, cevada, girassol, milho, soja e trigo, conforme as recomendações da bula.

DADOS DO MERCADO SOJA

De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), danos causados pela ferrugem asiática, por exemplo, podem resultar em perdas de rendimento de até 80% na lavoura. Somente no Brasil, as perdas desde o surgimento da doença, em 2001, são estimadas em US$ 2 bilhões por safra.

ALGODÃO

De acordo com o Instituto Phytus, a mancha-de-ramulária é a principal doença do algodoeiro na atualidade e 91% do fungicida usado no algodão é para combater o alvo ramulária. Apesar da adversidade, o Brasil é o quarto maior produtor de algodão do mundo e o terceiro maior exportador.

SOBRE A BAYER

A Bayer é uma empresa global com competências em Ciências da Vida nas áreas de agricultura e cuidados com a saúde humana e animal. Seus produtos e serviços são desenvolvidos para beneficiar as pessoas e melhorar sua qualidade de vida. Além disso, a companhia objetiva criar valor por meio da inovação. A Bayer é comprometida com os princípios do desenvolvimento sustentável e com suas responsabilidades sociais e éticas como uma empresa cidadã. Em 2017, o Grupo empregou cerca de 99 mil pessoas e obteve vendas de € 35 bilhões. Os investimentos totalizaram € 2.4 bilhões e as despesas com Pesquisa & Desenvolvimento somaram € 4.5 bilhões. Para mais informações, acesse www.bayer.com.br.


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ANGUS RIO DA PAZ

NO 10º LEILÃO, TOUROS TÊM MÉDIA DE R$ 15,3 MIL

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10ª edição do Leilão Seleção Angus Rio da Paz, realizado em 1º de setembro, no Parque de Exposições de Cascavel (PR), reafirmou o evento como um espaço de comercialização de reprodutores e matrizes angus de elevado nível genético. Realizado pela Cabanha Angus Rio da Paz (Cascavel), o evento teve início por volta das 14h e, segundo seus organizadores, apresentou um conjunto de animais seletos. O público presente, criadores que buscam animais de qualidade, correspondeu: foram mais de 350 participantes, vindos do Paraná e também do Rio Grande do Sul, São Paulo e Minas Gerais. Mas no total, houve uma participação ainda maior, já que o evento foi transmitido pela internet (www.lancerural.com.br). O resultado foi festejado pela cabanha, que obteve a venda de todo o plantel oferecido em pista. Conforme dados da Rio da Paz, a média de preço nas fêmeas girou em torno de R$ 10.500, chegando a R$ 15.300 entre os reprodutores. Com a comercialização coordenada pela Panorama Leilões, o evento teve como patrocinadores: Du Pont Pioneer, DSM Tortuga, M. A. Máquinas (John Deere), Alta, Sicredi, Allmayer, Progen e Biogénesis Bagó. Daniel Zancanaro, Juliane Zancanaro, Renato Zancanaro, Edith Zancanaro, Antônio Zancanaro e Damaris Zancanaro

Renato Zancanaro com a esposa Neide Cassol Zancanaro e o filho Marco Cassol Zancanaro

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Renato Zancanaro, Antônio Zancanaro (Criadores), Alejandro Brocato (Geneticista), Danilo Favaro (Funcionário) e Elder Capeletto (Veterinário)


PRIME ATIVA

COMO MELHORAR A RESPOSTA DE CULTURAS DE INTERESSE COMERCIAL ATRAVÉS DA UTILIZAÇÃO DE REGULADORES HORMONAIS

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uso de biorreguladores na agricultura tem se tornado um fator indispensável para alcançar os altos níveis de produção e qualidade na colheita. Estes compostos orgânicos exercem um papel importante na regulação ativa de processos fisiológicos da planta, proporcionando respostas economicamente viáveis.

O QUE É O VITAL® E PORQUE UTILIZAR? O Vital® possui nutrientes especiais que promovem modificações na morfologia e fisiologia de plantas. Estes nutrientes estão diretamente relacionados com a expressão de genes, formação e degradação de proteínas, produção de enzimas relacionadas com metabolismo secundário, que são responsáveis pela formação de defesas contra qualquer tipo de estresse biótico e abiótico, além de contribuir para outros aspectos diretamente relacionados à produtividade como melhoria no sistema radicular, formação de flores viáveis e transporte de solutos para enchimento de grãos. De acordo com Hirakuri et al. (2014) o fator climático é o mais impactante na agricultura em nível mundial e o estresse abiótico tem se tornado cada vez mais prejudicial às práticas produtivas alcançando proporções alarmantes. O estresse vegetal pode ocorrer em vários níveis, desde condições menos impactantes (não acomete a produção) a condições estremas (sérios dados à produção). Os biorreguladores podem minimizar de forma significativa os efeitos deletérios de condições ambientais adversas, desde que sejam aplicados nos momentos e nas doses ideais.

EM QUE SITUAÇÕES SE TORNA IMPRESCINDÍVEL O USO DE VITAL®? Dentre os vários benefícios de uso do Vital, destacamos para este momento o seu uso após a condição de estresse, com objetivo de desbloquear as defesas bioquímicas e acelerar o metabolismo vegetal. Vital® possui condições estratégicas para reduzir o estresse causado por seca, chuvas e ventos fortes, granizo, frio, geada e ataque de pragas. As substâncias contidas nele atuam na recuperação de tecidos favorecendo a abertura estomática e eliminando compostos que em altas concentrações podem ser tóxicos a planta como radicais livres, destacando-se o ERO’s (espécies reativas de oxigênio). Qualquer espécie vegetal possui condições de se recuperar de injúrias causadas por agentes bióticos e abióticos, contudo a recuperação depende da ativação de uma série de mecanismos internos, que envolve desde a formação de hormônios até a ativação de genes específicos responsáveis pela retomada do desenvolvimento vegetativo, para formação de novos tecidos, que irão impedir a entrada de patógenos e contribuir de forma efetiva para a produção de fotoassimilados. Desta forma, o Vital® é um “atalho” para a sinalização e ativação de mecanismos fisiológicos que farão toda a recuperação dos tecidos lesionados. Em suma deve-se ressaltar que o tempo de resposta após uma condição de estresse, causada por agentes biológicos, físicos e químicos deve ser a mais rápida possível, objetivando o menor gasto energético favorecendo a recuperação do organismo vegetal evitando a perda de energia para a produção e formação do fruto.

O USO DE VITAL® PROMOVE A MELHORA NO MECANISMO FISIOLÓGICO DAS PLANTAS FERTILIZAÇÃO VIA SEMENTE O Vital® quando utilizado em fertilização via semente, modifica o balanço hormonal promovendo estímulos para uniformização da germinação e acelera o processo de estabelecimento da cultura através dos estímulos para o crescimento radicular.

MANUTENÇÃO DA FLORADA A formação do fruto depende de vários fatores internos e externos, com tudo a formação de uma flor perfeita é um dos aspectos que mais influência este processo de extrema importância no incremento da produtividade. O Vital® em aplicações estratégicas atua diretamente na formação da flor perfeita, ou seja, favorece a formação estrutural de todo o órgão reprodutivo, garantindo que este forme o fruto e não seja abortada pela planta.

FORMAÇÃO DE FRUTOS MAIS PESADOS UTILIZANDO VITAL® Quando o fruto está apto a receber fotoassimilados, ele inicia um processo de liberação de compostos sinalizadores indicando para a planta que tem todas as estruturas prontas para atuar como dreno. Com a utilização de Vital® este processo se inicia mais cedo e perdura por um maior período, garantindo a maximização do potencial do enchimento de grãos.

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BOVINOCULTURA DE CORTE

COMISSÃO TÉCNICA REALIZA ÚLTIMA REUNIÃO DO ANO

O presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, participou no dia 29 de novembro, da reunião da Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte da Federação de Agricultura do Estado do Paraná (FAEP), a qual ele preside. Os participantes discutiram sobre a retirada da vacinação contra a Febre Aftosa no Paraná, perspectivas do mercado do boi em 2019, Programa

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Pecuária Moderna, entre outros. Estiveram presentes na reunião o assessor técnico da Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte, Guilherme Souza Dias, a chefe de Seção da Saúde Animal e superintendente substituto da Superintendência Federal de Agricultura no Paraná/MAPA, Juliana Bianchini, o diretor presidente da ADAPAR, Inácio Kroetz e Hyberville Neto, da Scot Consultoria.

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BOVINOCULTURA DE LEITE

WORKSHOP SOBRE QUALIDADE DO LEITE

Os representantes do Sindicato Rural de Guarapuava na Comissão Técnica de Bovinocultura de Leite da FAEP, Jairo Luiz Ramos Neto, Anton Gora e Anton Egles, participaram no dia 21 de novembro, do 1º Workshop Fundamentos de Produção e Qualidade do Leite da Nova Zelândia, na Ocepar, em Curitiba. Realizado pelo Sistema FAEP, Embaixada da Nova Zelândia no Brasil, Sistema OCEPAR, Sindileite Paraná, Aliança Láctea Sul Brasileira, Superintendência Federal de Agricultura do Paraná e SEAB, o evento debateu temas como: Perspectivas e desafios da produção de leite na região Sul do Brasil; Gestão de qualidade do leite na Nova

Zelândia; Qualidade do leite e rendimento industrial; Uso de novas tecnologias no manejo de pastagens: a experiência neozelandesa aplicada à realidade brasileira; Tecnologia de pastagens da Nova Zelândia com aplicação no Sul do Brasil; Recria de bezerros; Bem-estar animal na rotina do trabalho de campo; Genética leiteira da Nova Zelândia adaptada à América do Sul; Identificação Animal como ferramenta na gestão do rebanho; Experiência da Nova Zelândia no marketing de produtos lácteos com vistas ao mercado internacional e O modelo neozelandês de produção de leite a pasto no Brasil: a experiência do grupo Kiwi em Goiás.


PISCICULTURA

COMERCIALIZAÇÃO DE ALEVINOS MOVIMENTA SINDICATO RURAL

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Sindicato Rural de Guarapuava e a Piscicultura Progresso realizaram mais uma entrega de alevinos no dia 9 de novembro e 14 de dezembro. Mais de 90 mil alevinos de espécies como, tilápia, carpa capim, carpa húngara, bagre africano, pintado, dourado, cat fish, jundiá e pirarara foram entregues a produtores da região. As próximas entregas acontecerão nos dias 8 de fevereiro e 14 de março. Encomendas, espécies e valores sob consulta, no Sindicato Rural, em Guarapuava, ou na extensão de base Candói. No ato do pedido, deverá ser pago 50% do valor da encomenda. Outras informações, pelo telefone (42) 3623-1115.

Vanderlei Ramires

João Arthur H. Gomes

Elisângela Basílio e Osmar Ferreira

Alberto Siqueira

Antônio Oliveira e Erivelto Leonardo

Dirceu Pereira

Luciana Maciel Ribas

Roseli Tonete

Rosenei Kunz

Pablo Leuch

William Rickli Siqueira

Claudinei Boguchewski

Marcio Campello

José Losso

Paulo Reis e Luana Furtuoso

Jardel Cláudio do Valle

Eva Mello

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SEGURO RURAL

GOVERNO FEDERAL EDITA NOVAS REGRAS PARA O SEGURO RURAL REDUÇÃO DA SUBVENÇÃO PARA FRUTAS, TRIGO E MILHO 2ª SAFRA PODE INVIABILIZAR A CONTRATAÇÃO PELOS PRODUTORES

POR PEDRO LOYOLA CONSULTOR DA FAEP

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Comitê Gestor Interministerial do Seguro Rural – CGSR, aprovou o Plano Trienal do Seguro Rural – PTSR para o período de 2019 a 2021. A medida consta na resolução nº 64, publicada no Diário Oficial da União de 19/11/2018. O objetivo do PTSR é estabelecer as diretrizes gerais da política para o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural - PSR, a serem observadas no triênio 2019 a 2021, especialmente quanto às modalidades de seguro rural amparadas, aos percentuais aprovados pelo Comitê Gestor e às estimativas orçamentárias para a concessão do benefício. As decisões tomadas pelo governo federal impactam nas condições de contratação de seguros rurais pelos produtores passíveis de subvenção.

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REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ

PRINCIPAIS ALTERAÇÕES REALIZADAS NO PROGRAMA: • Redução da participação oficial do governo federal na subvenção relativa percentual. Como há restrição orçamentária, o governo entendeu que é possível atingir mais produtores no programa com o mesmo recurso reduzindo o percentual de subvenção em todas as modalidades. Até 2018, o governo subvencionava de 35% a 45% do prêmio (custo do seguro ao produtor), com média de subvenção girando em torno de 42% do prêmio do seguro rural. Com as novas regras a subvenção passa a ser de 30% a 40%, com média de 35%. • Melhoria das coberturas ofertadas: elevação do percentual mínimo de cobertura da produtividade esperada de 60% para 65% a todos os produtos com cobertura caracterizada como “multirrisco”. Essa medida atinge principalmente grãos. • Incentivo para seguros com cobertura para “multirrisco” e seguros de receita ou faturamento. • Maior previsibilidade na distribuição dos recursos para o ano civil. • Valor máximo de subvenção por pro-

dutor foi mantido. O valor máximo da subvenção na modalidade agrícola, por beneficiário e por ano civil, é de R$ 72.000,00. O valor máximo da subvenção nas modalidades pecuário, de florestas e aquícola, por beneficiário e por ano civil, é de R$ 24.000,00 para cada uma dessas modalidades. O PTSR 2019-2021 trouxe avanços na previsibilidade do programa, indicando que até 30 dias após determinado o orçamento do governo federal, o Comitê Gestor deve divulgar calendário de distribuição do orçamento anual do programa. Essa medida ajuda o mercado a planejar melhor a venda dos seguros rurais. Além disso, a elevação do percentual mínimo de cobertura da produtividade esperada de 60% para 65% a todos os produtos com cobertura caracterizada como “multirrisco”. Essa medida atinge principalmente grãos, que corresponde a 75% das contratações. Isso significa a oferta de seguros com melhores níveis de cobertura. A principal crítica às medidas adotadas no PTSR refere-se a mudança de percentual de subvenção para as culturas com maior risco (frutas, milho de segunda safra e trigo). Essas culturas tinham apoio de em torno de 45%, e o novo percentual de subvenção de 35% é insuficiente para fomentar a contratação do seguro rural para milhares de produtores de grãos e frutas no país.


Modalidade de seguro

Grupo de atividades

Tipos de cobertura

Tipo de produto

Nível de cobertura

Subvenção (%)

Receita/ Faturamento

40% 35% 35% 30% 30% 35%

Risco nomeado

...

65% - 75% > 75% 65% - 75% > 75% ...

Frutas, Olerícolas, e Cana-de-Açúcar

...

...

...

Florestas

Silvicultura (florestas plantadas)

...

...

...

Pecuário

Aves, bovino, bubalinos, caprinos, equinos, ovinos e suínos

...

...

...

Aquícola

Carcinicultura, maricultura, piscicultura

...

...

...

Agrícola

Multirrisco

Grãos (inclui café)

A FAEP e a CNA já se manifestaram junto ao MAPA, que coordena o Comitê Gestor do Seguro Rural, solicitando alteração do percentual de subvenção para frutas, trigo e milho de segunda safra. Outras unidades da federação e entidades têm declarado a insatisfação com essa medida, o que pode gerar um movimento nacional em prol da revisão dessa medida. A subvenção de apenas 35% do prêmio torna inviável a contratação de seguro agrícola para essas culturas, que têm maior risco e, consequentemente, prêmio médio maior que as demais atividades, variando entre 10% a 20%, dependendo da região e cultura. Além de risco maior, as margens de rentabilidade dessas atividades já são apertadas, quando não negativas, porém essas culturas têm importância socioeconômica para o país no abastecimento interno e para as regiões de produção como Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais, Maranhão, Bahia e Pernambuco. Se um dos objetivos do programa é tornar o seguro acessível aos produtores depois de aplicada a subvenção de 35%, numa apólice com prêmio médio de 15%, algo normal para as referidas culturas, o prêmio líquido que deverá ser pago pelo produtor será de 9,75% da importância segurada, valor incompatível com os custos de produção e rentabilidade

Custeio/ Produtividade

Limites anuais (R$)

72.000,00

R$ 24.000,00

35%

R$ 24.000,00

R$ 24.000,00

“Expectativa é de que o novo governo reveja a política agrícola, priorizando o seguro rural”

dessas atividades. Devido às condições e características específicas dessas culturas, o tratamento de subvenção ao prêmio do seguro necessita ser diferenciado das demais atividades, como foi no passado. Cabe ressaltar que essa medida de redução do percentual de subvenção no âmbito do governo federal teve forte participação da equipe econômica, que até defendia percentuais menores ainda. Em 2018, o programa de seguro rural teve recursos liberados de apenas R$ 370 milhões, sofreu com cortes de recursos, apesar de necessitar R$1,2 bilhão para atender a demanda reprimida de produ-

tores sem acesso ao programa. O atual orçamento atende em torno de 70 mil apólices e menos de 10% da área agrícola, muito pouco para a importância do tamanho da agricultura brasileira. A expectativa é de que o novo governo tenha ousadia e reveja a política agrícola, priorizando o Seguro Rural, o Zoneamento Agrícola de Risco Climático, o apoio aos mecanismos de contratos de opção e ao Proagro, em detrimento das renegociações de dívidas rurais, as quais são consequências da ausência do Estado no apoio aos mecanismos de mitigação de riscos agropecuários. REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ

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INAUGURAÇÃO

MARIA ELISA FERRAZ PACIORNIK É A NOVA CÔNSUL HONORÁRIA DA COREIA DO SUL NO PARANÁ E QUER ESTREITAR RELAÇÕES COMERCIAIS COM O PAÍS

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REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ

Foto: Adriano Gomes

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Consulado Honorário da República da Coreia do Sul no Paraná foi inaugurado no mês de outubro, em Curitiba, durante um evento no escritório Trajano Neto & Paciornik Advogados. Na cerimônia, o cônsul-geral da Coreia do Sul no Brasil, Hak You Kim, diplomou Maria Elisa Ferraz Paciornik como cônsul honorária no Paraná, e ambos descerraram a placa oficial do consulado, que terá sede no escritório Trajano Neto & Paciornik Advogados, no bairro Ahú, na capital paranaense. Procuradora aposentada da Prefeitura de Curitiba, Maria Elisa Ferraz Paciornik é atualmente consultora do escritório de advocacia e assessora da Associação dos Amigos do Hospital de Clínicas. “Me senti muito honrada com o convite para representar um país que tem tantos laços com o Brasil. As relações diplomáticas bilaterais de nosso país com a Coreia do Sul datam de 1959 e, desde então, pudemos firmar importantes acordos comerciais, principalmente nas áreas automobilística, científica, com o programa federal Ciência sem Fronteiras, e do agronegócio, que não para de crescer”, destacou a cônsul honorária. De acordo com o cônsul-geral Hak You Kim a Coreia do Sul tem grande interesse em manter e ampliar as relações comerciais com o Brasil nos setores automobilístico e do agronegócio, explorando o potencial do Paraná. “A cidade de Curitiba tem um simbolismo muito grande para os sul-coreanos porque é conhecida internacionalmente por seu meio ambiente e transporte coletivo. Nossa comunidade aqui começou em 1965 e a importância do Paraná para a imigração é fundamental, como se pode notar no legado cultural que nosso povo deixou aqui. Por isso queremos estreitar e fortalecer ainda mais nossas relações de comércio”, disse.

Trajano Neto, Joaquim Ferraz, diretor jurídico da Renault do Brasil, Maria Elisa Ferraz Paciornik, Rui Paciornik, Fábio Decker, da Decker Advogados, Hak You Kim, cônsul-geral da República da Coreia do Sul no Brasil, e Charles Friedrich Neto.

RELAÇÕES CRESCEM De acordo com o Centro Internacional para o Comércio e o Desenvolvimento Sustentável, ONG sediada em Genebra (SUI), a Coreia do Sul é o 13º destino das exportações brasileiras e a quinta principal origem das importações. Nas vendas do Brasil ao país asiático destacam-se os produtos básicos, como minérios, milho, soja e algodão, seguidos de manufaturados e semimanufaturados. No sentido oposto, o Brasil importa da Coreia do Sul principalmente produtos manufaturados, como máquinas, automóveis, plásticos e veículos para vias férreas. No agronegócio o Brasil vê o mercado sul-coreano como um campo de grande potencial para relações comerciais. Desde maio deste ano o país tem autorização para exportar carne suína para a Coreia do Sul. As exportações saem, principalmente, de Santa Catarina, mas a ideia é que o Paraná também faça parte da rota, que movimenta U$1,5 bilhão de dólares ao ano. Um desses mercados a ser explorado no Paraná é Guarapuava, cidade da região centro-sul do Estado com forte

vocação agrícola e clima favorável ao cultivo de trigo, milho e aveia. Além de apresentar expectativa de crescimento de produção de carnes nobres e transformação das commodities agrícolas para os próximos anos. A cidade também é sede da Decker Advogados Associados, que tem uma Aliança Legal firmada com o escritório Trajano Neto & Paciornik Advogados e forte atuação nas áreas do direito cível, trabalhista, agrário, patronal, ambiental e previdenciário na cidade. A Aliança AgroBrazil – composta pela Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA) e mais 15 entidades do setor agrícola brasileiro – defende a continuidade das negociações para um acordo de livre comércio com a Coreia do Sul. Em documento encaminhado ao ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, o grupo destaca o potencial daquele mercado e elogia o Ministério das Relações Exteriores na iniciativa para o acesso de mais produtos do agronegócio brasileiro ao país asiático. Atualmente a Coreia do Sul é o oitavo maior importador de alimentos do mundo, o que reforça a necessidade de se obter um acordo para aumentar as exportações para o país.


Por que utilizar madeira tratada

?

Podemos responder esta pergunta com várias características positivas. Sendo a primeira delas por considerarmos as madeiras tratadas substitutas naturais às madeiras nativas em um processo ecologicamente correto, uma vez que as madeiras utilizadas são exclusivamente provenientes de reflorestamento renováveis e de curto ciclo de renovação. A madeira tratada seja pinus ou eucalipto, sempre que utilizadas em suas mais diversas aplicações no meio rural ou urbano em construções civis, implica desta forma que uma madeira nativa, foi poupada, permanecendo intocada em nossas florestas naturais.

Naturalmente falando, as florestas de Pinus e Eucalipto absorvem dióxido de carbono e liberam oxigênio durante o ciclo produtivo da madeira, e os produtos de madeira sequestram carbono, ambos os fatores reduzem os gases de efeito estufa na atmosfera. Além dessa importante vantagem para o meio ambiente, com a utilização da madeira tratada em construções você está também evitando o desmatamento de um ecossistema rico em fauna e flora, uma vez que o tratamento é eficaz e não polui o meio ambiente. É do conhecimento de todos, que a durabilidade da madeira nativa é grande, porém não pode ser garantida, visto que sua estrutura fisiológica apresenta aproximadamente 30% de alburno (parte mais clara e mole, com grande quantidade de água e nutrientes, e por consequência atrativa a cupim e fungos decompositores). Em contra partida, a madeira tratada recebe uma garantia total contra agentes deteriorantes da madeira, uma vez que a solução utilizada no tratamento é o CCA (solução de Cobre, Cromo e Arsênio) que através da autoclavagem penetra nas fibras da madeira revestindo-as com Cobre (ação fungicida), Cromo (ação fixadora) e Arsênio (ação inseticida), logo protegendo-a de fungos, insetos (cupins e brocas) e até mesmo de organismos marinhos.

$

Outro motivo e não menos importante, é o valor agregado da madeira tratada que vai além da garantia de durabilidade. Após o processo de tratamento, a madeira ganha garantia de 10 anos, e tem uma vida útil em média maior que 20 anos conforme estudos já realizados, contra os menos de três anos de durabilidade de uma estaca sem tratamento. Desta forma, o consumidor evita custos com reposições de material e recontratação de mão de obra.

$

A utilização das madeiras tratadas na construção civil oferecem harmonia e aconchego para o projeto, proporcionando obras limpas e secas e ainda com um ótimo custo-benefício no orçamento. A madeira tratada pode ter um custo até 50% menor do que a madeira nativa, para a mesma aplicação, caso a madeira nativa tenha procedência legal e de acordo com políticas sócio-ambientais semelhantes às empregadas na indústria da madeira tratada.

Es colha por garantia e confiança.

Há 10 anos tratando madeiras.

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MÚSICA

SINDICATO RURAL PROMOVE SHOW DE ENCERRAMENTO DE ANO

O

Sindicato Rural de Guarapuava realizou, na noite de 27 de novembro, em seu anfiteatro, show de encerramento de ano para associados, parceiros e colaboradores, além do público em geral. Para a ocasião, a entidade convidou o quarteto Coração de Potro, de Lages (SC). Formado em 2007, o grupo tem hoje um dos shows mais requisitados na cena da música nativista. Na abertura, o presidente do sindicato, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, saudou o público e fez um balanço do ano de 2018. Segundo observou, o período foi marcado por fortes emoções em especial para o setor rural, com a influência dos altos e baixos nas cotações do dólar em vários dos setores da agricultura e da pecuária. Botelho aproveitou para agradecer à diretoria do sindicato, pelo trabalho realizado durante o ano, e aos colaboradores, pelo apoio na realização das atividades do dia a dia, como cursos e even-

tos técnicos, e desejou um bom 2019 a todos. Ao final do show, ele subiu ao palco, enalteceu, agradeceu e contextualizou a apresentação. O presidente do Sindicato Rural recordou que a trajetória de várias famílias de produtores rurais de Guarapuava e região está ligada ao Rio Grande do Sul, como a de sua própria. “O evento foi uma maneira de o sindicato demonstrar, primeiro, seu agradecimento, sua gratidão aos parceiros, colaboradores e sócios e de retribuir todo o esforço, todo o trabalho que aconteceu durante este ano de 2018, desejando muito sucesso, muita paz, muitas alegrias, para o ano que se inicia em breve”, disse à REVISTA DO PRODUTOR RURAL. A escolha do grupo musical, pontuou, levou em conta a tradição regional: “Como nós temos uma cultura de tropeirismo, de desbravamento da região centro-sul e oeste do Paraná, foi uma maneira também de relembrar essa origem de Guarapuava”, completou.

Diretores do Sindicato Rural com suas famílias: momento para uma foto com os músicos

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Luana, de Medianeira: acompanhando apresentações do grupo

Botelho: agradecimento à diretoria, sócios e colaboradores

Coração de Potro: som nativista impecável nos instrumentos e na voz Para o quarteto, o show também surpreendeu: “Foi muito gratificante poder subir ao palco aqui do sindicato. Foi uma alegria muito grande”, disse um dos integrantes, Ricardo Bergha. Ao lado dos novos admiradores que o grupo conquistou, se destacava uma fã antiga e seguidora nas redes sociais: a professora de balé clássico Luana Cândido, de Medianeira, contou ter vindo especialmente para a ocasião, depois de saber que haveria uma apresentação na cidade: “Eles vêm pouco para o Paraná e quando eu soube que viriam, fiz questão de vir”. A apresentação teve ainda um objetivo social: o Sindicato Rural solicitou que o público trouxesse 1kg de alimento não perecível. As doações foram encaminhadas a uma entidade assistencial do município.


ACONTECEU

TÔNUS POTENCIALIZA A FIXAÇÃO BIOLÓGICA DE NITROGÊNIO ENG. AGR. GERALDO DUARTE:

ENG. AGR. M. SC. GUILHERME FRANCO:

Consultor de Desenvolvimento de Mercado PR Leste

Gerente de Desenvolvimento de Mercado Centro Sul.

N

o Paraná tem-se observado um arranque inicial lento da soja na safra 2018/19, em decorrência de estresse por baixas temperaturas, dias nublados e solos com baixa aeração. Condições como estas afetam fortemente a Fixação Biológica de Nitrogênio, processo fundamental para obtenção deste nutriente que é o mais exigido pela soja, chegando a 83 Kg por tonelada de grãos (EMBRAPA, 2011). Estudos comprovam que em temperaturas abaixo de 17,5 °C, a Fixação Biológica é afetada (Zhang et. al. 1996). O ideal seria que após 10 a 15 dias da emergência, a soja apresentasse de 4 a 8 nódulos ativos (Hungria, 2001), no entanto, em condições de estresse a nodulação acaba por ser muitas vezes ineficiente. Diante deste cenário, a Produquímica, uma empresa do grupo Compass Minerals, referência em fertilizantes de solo, nutrição e fisiologia de plantas, estudou profundamente a fisiologia da nodulação e desenvolveu uma nova tecnologia para manter este eficiente processo ativo durante todo o ciclo da cultura: Tônus. O Tônus possui 5 mecanismos de ação para potencializar a FBN, dentre eles: • Formação contínua dos nódulos: Em situações estressantes, a soja reduz a produção do hormônio auxina, essencial para o enraiza-

mento e Fixação Biológica de Nitrogênio. Tônus possui Promotores Hormonais que estimulam a síntese de auxina na parte aérea, promovendo maior transporte de substratos às raízes, com maior desenvolvimento de nódulos na coroa principal. • Aumento da eficiência no processo da FBN: Tônus reduz gastos energéticos da planta, através da ativação de enzimas essenciais para o processo de FBN, podendo gerar uma economia de 11 a 25% de energia (carbono) para a planta. • Atua nos produtos da FBN: 90% dos produtos da FBN (compostos orgânicos contendo N) são armazenados sob forma de reserva para a planta, chegando ao ponto de paralisar o processo de Fixação devido ao excesso de reservas. Com este intuito, Tônus atua nestes produtos estimulando a planta a não paralisar a FBN durante todo o ciclo da cultura, convertendo estes compostos nitrogenados em aminoácidos e proteínas e assim gera maior Produção de flores, fixação de vagens e formação de grãos. • Evita queda de folhas de baixeiro e a morte prematura dos nódu-

los: a morte dos nódulos também está associada à senescência de folhas do baixeiro, promovida pela presença de Etileno, hormônio do estresse. Nesta situação, Tônus possui elementos que inibem a síntese de Etileno, mantendo as folhas do extrato inferior ativas por mais tempo. • Maior retenção de vagens no baixeiro: cultivares de grupo de maturação 5.5 a 6.0, comumente plantadas em Guarapuava, costumam armazenar cerca de 35% das vagens no terço inferior da planta. Porém, muitas vezes ocorre o abortamento de grande parte destas estruturas. Através da ação de Inibição de síntese de Etileno e modulação do balanço hormonal favorecendo a FBN, Tônus aumenta a retenção de vagens do baixeiro, aumentando assim a produtividade. Portanto, para que tenhamos uma excelente safra, precisamos estar atentos aos estresses para uma correta Fixação Biológica de Nitrogênio. Para que isso ocorra, Tônus é uma excelente ferramenta para maior rentabilidade na lavoura. Caso tenha alguma dúvida, por favor, entre em contato com nosso departamento técnico ou com o (a) Representante da sua região.

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FUNRURAL

RESPONSABILIDADE PELO PAGAMENTO DO FUNRURAL ADVOGADA ELAINE CRISTINA AZEVEDO ALIANÇA LEGAL Decker Advogados Associados – OAB/PR nº 1.968 Trajano Neto & Paciornik Advogados Associados – OAB/PR nº 3.613

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m consulta que nos foi formulada em 07 de novembro de 2018, questionando a responsabilidade pelo pagamento do FUNRURAL, seguem as seguintes considerações: O FUNRURAL (Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural) foi instituído pela Lei Complementar nº 11/1971, sendo que os contribuintes e responsáveis pelo recolhimento estão disciplinados na Lei nº 8.212/1991, na Lei 10.256/2001 e na Instrução Normativa RFB nº 971/2009. Assim, de acordo com o artigo 184 da Instrução Normativa RFB nº 971/2009, a responsabilidade pelo recolhimento das contribuições incidentes sobre a comercialização da produção rural são as seguintes: i) Produtor Rural – Pessoa Física e segurado especial: quando comercializarem a produção diretamente com o adquirente domiciliado no exterior; o consumidor pessoa física no varejo; outro produtor rural pessoa física e o segurado especial; ii) Produtor Rural – Pessoa Jurídica: quando comercializar a própria produção rural; iii) Agroindústria, exceto a sociedade cooperativa e a agroindústria de piscicultura, carcinicultura, suinocultura e a de avicultura: quando comercializar a produção própria ou a adquirida de terceiros juntamente com a produção própria, industrializada ou não; iv) Empresa adquirente, inclusive se agroindustrial, consumidora, consignatária ou da cooperativa: condição de sub-rogada nas obrigações do produtor rural pessoa física e do segurado especial; e v) Pessoa física adquirente não produtora rural: na condição de sub-rogada no cumprimento das obrigações do produtor rural – pessoa física e do segurado especial, quando adquirir produção para venda no varejo a consumidor pessoa física. Ainda, a responsabilidade pelo recolhimento da empresa adquirente ou da cooperativa prevalece quando a comercialização envolver produção rural de pessoa físi-

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ca ou de segurado especial, qualquer que seja a quantidade, independentemente, de ter sido realizada diretamente com o produtos ou com o intermediário (pessoa física), exceto nos casos de exportação da mercadoria (artigo 184, § 5º, IN 971/2009). Caso a mercadoria seja adquirida pelo produtor rural pessoa jurídica, a empresa adquirente ou cooperativa deverá exigir a comprovação de sua inscrição no CNPJ, sendo que a falta de comprovação acarreta a presunção de que a empresa adquirente tenha comercializado a produção com produtor rural – pessoa física ou com segurado especial, situação em que será atribuída à adquirente ou cooperativa a qualidade de sub-rogada na respectiva obrigação. Ademais, esclarece-se que o artigo 14, da Lei 13.6006/18, incluiu a possibilidade de o produtor rural (pessoa física ou pessoa jurídica) optar a partir de 1º de janeiro de 2018 para pagamento da contribuição incidente sobre a folha de pagamento (artigo 22 da Lei 8.212/91) ou pela comercialização (art. 25 da Lei 8.212/91), sendo a opção irretratável para todo o ano-calendário e não se aplica à agroindústria. Contudo, apesar de o Supremo Tribunal Federal – STF declarar constitucional o FUNRURAL, entende-se que essa decisão não se estende à subrogação, tendo em vista que a Lei 10.256/2001 não trata do assunto e o fato de que a previsão do instituto da sub-rogação estava prevista no artigo 30, IV, da lei 8.212/91, que foi declarado inconstitucional pelo STF (RE 363.852) e suspensa sua execução pela Resolução do Senado Federal nº 15/2017. Portanto, entende-se ser possível o ajuizamento de medida judicial com a finalidade de suspender a exigibilidade dos débitos do FUNRURAL pelos sub-rogados (ex: cooperativa) do produtor rural – pessoa física, diante da ausência de previsão legal. É o parecer, salvo melhor juízo.


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OPINIÃO

CORRETORES X IMOBILIÁRIAS

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DELEGADO REGIONAL DE GUARAPUAVA, JOSÉ LOSSO FILHO, CORRETOR DE IMÓVEIS

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profissão de corretor de imóveis, profissão do futuro e de futuro é relativamente nova, pois foi legalmente constituída há apenas 56 anos. Somos hoje, aproximadamente 420 mil corretores habilitados no Brasil, sendo mais de 35 mil no Paraná, com aproximadamente 19 mil em atividade. Em Guarapuava, somos hoje 250 profissionais aptos e legalmente habilitados para trabalhar, com aproximadamente 140 em atividade, como autônomo com seu escritório ou ligado a uma imobiliária. Com a mudança e modernização na Lei Trabalhista no ano passado, criou-se a possibilidade do associativismo. Isto é, o corretor pode associar-se a uma imobiliária e desempenhar sua profissão tendo uma base, um nome, retaguarda, auxílio na documentação com jurídico para resolver os entraves, telefone empresarial e o principal, o nome da empresa para afiançar o seu trabalho. Isto posto, o corretor de imóveis pode trabalhar sem ser “uma mala nas costas”, em que o cliente não confia porque não tem endereço profissional. Os corretores de imóveis precisam se modernizar, parar de achar que quem tem uma imobiliária ganha dinheiro com seu trabalho, pois quem corre todos os riscos da solidariedade prevista no Código Civil é o detentor da atividade econômica, e associar-se a uma imobiliária, trabalhando, trabalhando e trabalhando. Corretor que não visita, visita e visita, não faz carteira de clientes, sai de bicicleta no fechamento de negócios,

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enquanto aquele que a tem sai de BMW. A diferença está aí. Os corretores de imóveis devem parar de olhar as imobiliárias como patrão e sim como associada, que lhe dará o suporte necessário para ganhar dinheiro. Ele tem que parar de ver o que os outros fazem, se comparando a esses e sim, comparar-se com ele mesmo. Vendi cem, quero vender um milhão, faço meu horário, trabalho quando quero, mas se ficar rezando em casa ou sentado na associada, os clientes com dinheiro não vão ficar com dó e ir comprar um imóvel e, o cliente do primeiro imóvel não vai adivinhar que ele tem a oportunidade para realizar seu sonho e da sua família. Corretores de Imóveis: “nós vendemos informação! Não vendemos mais imóveis”, então para vender bem e melhor temos que nos unirmos em redes de imobiliárias, nos associarmos a nomes com credibilidade e trabalharmos. Aí sim nossas orações e crença em Deus trarão os frutos e bênçãos às nossas famílias. O Brasil acordou este ano tirando do poder esses socialistas comunistas que só queriam o seu bem e o de seus comparsas, enxergando seus próprios umbigos em prejuízo da nação inteira, o que é a definição de “sem caráter” e nós corretores de imóveis que vemos e vivemos do bem comum vamos ter, com certeza, dias, anos, de grandes negócios. Para tanto, se você esta por aí e tem vontade de ganhar dinheiro, tem ambição, associe-se, trabalhe com fé, realize sonhos e os seus honorários serão consequência.


SENAR

CAPACITAÇÕES A TODO O VAPOR O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) oferece 250 cursos em todo o Paraná, com o objetivo de melhorar a produção e qualidade de vida da família rural paranaense. Interessados devem entrar em contato com o departamento de mobilização de cursos nos sindicatos rurais. Em Guarapuava, fale com Geyssica (42) 3623-1115 e em Candói, com Ana Paula (42) 3638-1721. Confira alguns dos cursos realizados pelo Senar e Sindicato Rural em Guarapuava, Candói, Foz do Jordão e Cantagalo durante os meses de outubro e novembro:

TRABALHADOR NA BOVINOCULTURA DE LEITE MANEJO E ORDENHA

8 a 13 de outubro

Sindicato Rural de Guarapuava

PRODUÇÃO ARTESANAL DE ALIMENTOS - PANIFICAÇÃO

26 e 27 de outubro

Comunidade Rio Visita - Cantagalo

Ines Maria Wietozikoski

Itamar Cousseau

Assentamento Rosa

22 a 25 de outubro

TRABALHADOR NA AGRICULTURA ORGÂNICA - INFORMAÇÕES BÁSICAS SOBRE AGRICULTURA ORGÂNICA

12, 19 e 26 de Sindicato Rural novembro de Guarapuava

TRABALHADORES AGRÍCOLAS NA OLERICULTURA

19, 20, 21, 26 e 27 de novembro

TRABALHADOR NA APICULTURA APICULTURA I

Beatriz Santos Meira

Rafael Raia Carneiro

Sindicato Rural Extensão de Base Candói

Claudio Manoel Livramento

PRODUÇÃO ARTESANAL DE ALIMENTOS - DERIVADOS DE PESCADO

13 e 14 de novembro

Sindicato Rural de Guarapuava

Elaine Angelica Gasparello

TRABALHADOR NA OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO DE TRATORES AGRÍCOLAS - TRATORISTA AGRÍCOLA (NORMA REGULAMENTADORA NR 31.12)

12 a 17 de novembro

Sindicato Rural de Guarapuava

Lucas David Schemberger

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TRABALHADOR NA PISCICULTURA SISTEMAS DE CULTIVO

PRODUÇÃO ARTESANAL DE ALIMENTOS CONSERVAÇÃO DE FRUTAS E HORTALIÇAS – CONSERVAS, MOLHOS E TEMPEROS

26 a 27 de novembro

Vila Rural São Francisco (Cantagalo)

Ines Maria Wietozikoski

PRODUÇÃO ARTESANAL DE ALIMENTOS CONSERVAÇÃO DE FRUTAS E HORTALIÇAS – CONSERVAS, MOLHOS E TEMPEROS

30 de novembro 1º de dezembro

Comunidade Guabiroba (Guarapuava)

Ines Maria Wietozikoski

TRABALHADOR NA SEGURANÇA DO TRABALHO – NR 20 INFLAMÁVEIS E COMBUSTÍVEIS (INTERMEDIÁRIO)

28 e 29 de novembro

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Sindicato Rural de Guarapuava

REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ

Daniel Giorno Nascimento

26 a 27 de novembro

Sindicato Rural Extensão de Base Candói

Janete Maria de Oliveira Armstrong Vieira

PRODUÇÃO ARTESANAL DE ALIMENTOS CONSERVAÇÃO DE FRUTAS E HORTALIÇAS – GELEIAS, DOCES DE CORTE E DOCES PASTOSOS

20 e 21 de novembro

Sindicato Rural de Guarapuava

Ines Maria Wietozikoski

PRODUÇÃO ARTESANAL DE ALIMENTOS PANIFICAÇÃO

28 e 29 de novembro

Sindicato Rural de Guarapuava

Ines Maria Wietozikoski


JORNALISMO RURAL

EXPEDIÇÃO SAFRA EM GUARAPUAVA E REGIÃO

G

uarapuava esteve mais uma vez no roteiro da Expedição Safra, da Gazeta do Povo. Na manhã do último dia 23 de outubro, dois dos integrantes da edição 2018 do projeto, o repórter Gabriel Azevedo e o fotógrafo Jonathan Campos, foram ao Sindicato Rural para entrevista com um dos diretores da entidade, o agropecuarista Josef Pfann Filho, sobre as perspectivas de safra de várias culturas. À tarde, eles estiveram na FAPA (Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária), no distrito de Entre Rios, onde foram recebidos pelo diretor Márcio Mourão. Agendaram e acompanharam os encontros locais da expedição, em sua passagem pela cidade, o diretor técnico da AEAGRO, Rodrigo Luz Martins, e professor e vice-chefe do Departamento de

Agronomia da Unicentro, Edson Perez Guerra, ambos representando a Câmara Especializada de Agronomia do CREA-PR. A Expedição Safra havia começado no dia anterior, quando Azevedo e Campos visitaram Castrolanda e Ponta Grossa, na região dos Campos Gerais. Após a escala em Guarapuava, eles seguiram para outras regiões: Londrina, Maringá, Cascavel e Toledo. Na sequência, o trajeto incluiu também Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Iniciativa da Gazeta do Povo, a Expedição Safra conta com diversos apoios.

(Da esq. p/ dir.) Gabriel Azevedo (Expedição Safra); Josef Pfann Filho (Sindicato Rural); Rodrigo Martins (AEAGRO); Jonathan Campos (Expedição Safra) e Edson Guerra (Unicentro/Agronomia)

REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ

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PROFISSIONAIS EM DESTAQUE

Ilivaldo Duarte (Assessor de Comunicação da Coamo/Campo Mourão), Marino Mugnol (gerente da COAMO/Guarapuava) e Luciana de Queiroga Bren (Sindicato Rural Guarapuava)

Patricia Quadros, Johny Brito, Lucas Willwock e Bruno Alves (Biotrigo)

Marciano Colet Bortolotto e Rai José Santos (Agrocete)

Jonas Kussler, Ana Claudia Boaventura, Luciano Donna, Tais da Silva, Marcelo Ferri, Felipe Pasternak, Bruno Agotani e Julien Witzel (Bayer)

Jeferson Rezende, André Almeida, Elder Andreazi, Daiane Kenhar, Maria Carolina Bakovicz e Renan Opuchkevitch (Inquima)

Roberto Cunha (Sind. Rural de Guarapuava), Rodolpho Botelho (Sind. Rural de Guarapuava), Sandra Cabel (PUC-PR), Luiz Freire (UFRJ), Luiz Antonio C. Lucchesi (UFPR) e João Araújo (UFRJ)

Ana Paula Kowalski (FAEP), Claiton Baggio, Tiago Malaver, Mateus Poczynek, Paulo André Gembros, Hilário Pedro Milanesi (Emater) e Apº Ademir Grosse (Senar) Vander Furlanetto, Estefano Bartchechen, Aparecido Ademir Grosse (Senar), Anton Egles, Ricardo Wolter, Ana Paula Kowalski, Rodolpho Botelho e Ivo Carlos Arnt Filho (Comissão Técnica de Cereais da FAEP)

Paulo Eduardo Cabral, Márcio Schäfer e Matheus Marcio Schäfer (Paraná Silos)

Oribel Silva (Apasem), Luis Cesar Vieira Tavares (Embrapa), André M. Prando (Embrapa), Elisa de Santi (Fund. Meridional), Josef Pfann Filho (Apasem), Ralf Udo Dengler (Fund. Meridional), Clênio Debastiani (Apasem), Paulo Zaqueu (Iapar) e Márcio Challiol (Gebana)

Manfred Schmid, Evaldo Hansaul, Agata Trinosni, Natacha Wistuba (Agrotis)

Bruno Galvão, Rafael Liu e Marco Sichieri (Stoller)

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REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ

Cyrano Yazbek (Pioneer) e Robson Noriaki Amano (Cooperativa Agrária)


CULTURA

N

POEMA REFLETE A PASSAGEM DE UM TEMPO TROPEIRO

um momento do ano marcado pela passagem do tempo, cada pessoa se pergunta, no fundo, o que é o tempo em si. Se ele passa, por que passa, para onde vai, o que de nós consigo leva e o que dele mesmo conosco deixa. Se haverá no caminho dos próximos anos, de certo, fatos hoje inimagináveis, em especial o produtor rural de Guarapuava e região sente que os próximos meses serão ditados também pela permanência de uma atmosfera antiga, mas viva e recorrente em pleno século XXI: as tradições campeiras nascidas da história, da lida na terra, as lembranças de velhos tropeiros, ainda vivas na música e na dança das gerações de hoje. Nesta que é sua última edição de 2018, a REVISTA DO PRODUTOR RURAL apresenta um poema encaminhado por Nivaldo Krüger a nossa redação – palavras que remetem à reflexão sobre o tempo, através de uma cultura tão antiga quanto atual.

RANCHO DE TROPEIRO (Por Nivaldo Krüger*)

T

osco, meio arriado, fosco do tempo, das chuvaradas, dos serenos e dos ventos... Não sei como resiste inteiro, feito de vigas farquejadas de imbuia e de pinheiro. Rancho, velha sentinela de porta sem tramela.

chilenas de esporear redomão, lenço de seda, lembrança de Margarida, que me ajudou com amor e determinação a enfrentar rodadas e corcovos desta vida.

Recosto humilde do tropeiro, posse de velho peão agregado de fazendeiro, que agora só recoluta tropeadas na imaginação.

Tudo passa... Sim, tudo passa: Peões, mulheres, festas, boiadas e lugares. Sobraram apenas saudades, como fumaça, de fogos em pousadas desta minha solidão. Lembranças: brasas e cinzas do fogo de chão! De estórias guardadas, este rancho é monumento.

Como valorosa espada de guerreiro, o laço foi arma deste tropeiro... As cangalhas, as bruacas e os ligares, agora vazios, guardam só lembranças...

Em forquilha de cambuí, num canto pendurado como o velho encarquilhado, pendentes no baldrame, velhas peças do arriame: carona, badana e baixeiro, chapéu de barbicacho desabado e restos desbotados da velha capa “ideal”. Poncho de lã de carneiro, por vezes cobertor e outros travesseiros; com tranças de oito tentos, o bucal;

............. Homenagens Póstumas .............

Daqui, pela fresta do oitão, mira a estrela guia. Não podendo mais tropear boiadas, pela fresta reponta noites estreladas... Nestas cismas, velho peão vai reunindo estrelas e repontando melancolias, amadrinhadas pela luz desta estrela guia. E quando chegar a minha hora e o meu dia, deste rancho, confiante, solto e sem troféu seguirá a madrinheira como minha guia para a última ronda na invernada do céu.

O Sindicato Rural de Guarapuava lamenta profundamente o falecimento do diretor financeiro da Federação de Agricultura do Estado do Paraná (FAEP), João Luiz Rodrigues Biscaia, no dia 18 de novembro, em Curitiba.

Espero, muito rezo, e por isso creio encontrar lá em riba, na porteira, o Negrinho do Pastoreio. Não levo galardões, nem honrarias, meu cargo, levo apenas cuia, bomba e erva pro mate amargo e lembranças das estradas e da poeira, do fogo de chão, do churrasco e do chiado da chaleira, do relincho triste da comitiva na restinga, de moças na janela, fandangos e tragos de pinga. Nunca esquecerei dos redomões aos pinotes, nem das prendas dançarinas de xotes. São lembranças que levarei comigo de tantos amores e muito perigo. Levo no pescoço lenço de seda, no bolso, uma caixinha de pó-de-arroz. Hei de encontrar Margarida mimosa: dou-lhe o lenço, o pó e uma rosa e faço, no céu, outro rancho pra nós dois.

(* Nivaldo Krüger: produtor rural, fundador e ex-presidente da Associação Comercial e Empresarial de Guarapuava, ex-prefeito de Guarapuava e ex-senador da República, entre várias outras atuações na vida pública; historiador, escritor e fotógrafo; autor de livros que retratam a paisagem e o passado de Guarapuava e região).

Lamentamos também o falecimento do engenheiro-agrônomo e pesquisador aposentado do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), Marco Antonio Lollato, que faleceu em Londrina, no dia 30 de novembro. Lollato especializouse em produção e tecnologia de sementes de feijão.

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Evelin (9 anos), filha de Aline Maria Schimim Mendes e Amarildo Parizotto

Pescaria em família, o sócio José Losso Filho com o neto José e o sobrinho Igor

Natalie, filha de Dari III e Joanne na chácara do Vovô Egon, Invernadinha Guarapuava-PR

Marcos Augusto (1 ano), filho de Marcos Antônio Thamm e Silmara Stroparo Thamm Gustavo, com o pai Alexander Ritter, o avô Anton Gottfried Egles e o bisavô Anton Egles, pescando no açude da propriedade em Entre Rios

Igor e José, no sítio Jomali, Campina do Simão

Samuel, Helena Araújo e Renan Abreu, na Fazenda San Sebastian, em Candói-PR

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REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ

João Maurício (3 anos), filho de Bruno Araújo e Caroline Wolbert, montado na eguinha Favorita

Helena (1 ano), filha de Antônio Sartori Netto e Karina Limper Pfann


Maria Antônia. Maria Augusta, Jonathas Frederico, Beatriz, Augusto e Henrique, na Fazenda Santa Cruz

Louise Cristine Schwans, no sítio do avô

Victor Miguel, filho de Ari Schwans e Scheila Schwans

João Pedro (1 ano e 6 meses), filho de Ana Carolina Mariotti Pacheco e Luciano Lenart Copetti, na Fazenda Capão Alto

Heitor (1 ano e 3 meses), neto de João Paz França e Elvira Brautigam França

Vitoria (8 anos), filha de Patricia Mariotti Teixeira e Robercil Fabro Teixeira na Fazenda Alto Palmar

Isis, filha de Thiago e Elenice, na chácara dos avós Edilson e Dilceia Araujo Espinola Gabriela, filha de Marcelo Keller e Tamara DallAgnol Keller, adora picnic na época de fazer feno

Julia (8 anos), filha de Thiago Limper Pfann e Larissa Samartino

João Miguel (1 ano), filho de Júnior e Marielle, neto de Salete e Luiz Carlos Marcondes na Fazenda Capão Bonito de Baixo

Luísa (3 anos), filha de Thiago Limper Pfann e Larissa Samartino

Envie sua foto para o e-mail: comunicacao@srgpuava.com.br

REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ

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2019 JANEIRO 01/01 01/01 01/01 01/01 02/01 02/01 03/01 03/01 04/01 04/01 05/01 05/01 05/01 05/01 06/01 06/01 06/01 07/01 07/01 07/01

ANTON KELLER II ESTEFANO REMLIMGER JOSÉ DE MATTOS LEÃO NETO LENI APARECIDA LACERDA CUNICO JÚLIO CAVALHEIRO DE ALMEIDA TADEU KUKURGINDKI BELINSKI HUGO LEH ORLANDO DESCHK ADOLF TAUBINGER VALDERI MUZZOLON JOHANES STECHER JOHANN VOLLWEITER JOSÉ SEGURO RONALD GARTNER ANTONIO FAGUNDES SCHIER MARCELO AFONSO MAYER REGINA MARIA BIZARRO ZANDONAI HEINRICH STADER MARIA APARECIDA LACERDA LOURES SIEGFRID MILLA

08/01 08/01 08/01 09/01 09/01 10/01 10/01 10/01 11/01 11/01 11/01 11/01 12/01 12/01 13/01 13/01 14/01 14/01 15/01 15/01

CASSIA FASSBINDER FLORIAN REICHARDT HERACLIDES JOSÉ C. ROSEIRA EURÍPIO CARLOS RAUEN SÔNIA REGINA VIRMOND CEZAR ALBERTO MARTINI TOLEDO CLÁUDIO MARQUES DE AZEVEDO RAIMUND DUHATSCHEK GUINTER NICOLAU SCHLAFNER HELGA SCHNEIDER NEUCI APARECIDA MOSS REINHARD WILHELM KRATZ MURILO WALTER TEIXEIRA ROBSON FASSBINDER HERBERT SCHLAFNER RAIMUND GEORG ABT HELTON JOSÉ FAGUNDES SCHIER PAULO KRÜGER ELIZETE RIBAS MARTINS PHILIPIAK MARCELO ANTÔNIO F. SCHIER

15/01 15/01 16/01 17/01 18/01 18/01 18/01 18/01 18/01 19/01 20/01 20/01 20/01 21/01 21/01 21/01 22/01 22/01 22/01 22/01

PEDRO ALBERTO ILIBRANTE VANDECI JOSÉ FERREIRA DE LIMA NEREU LOPES DE ARAÚJO OTAVINO ROVANI LUIS BORSATTO RENE VIEIRA LOPES SEBASTIANA ERIVAN MACIEL ALMEIDA SÉRGIO FERNANDO PACZKOSKI ÚRSULA MAACK KUROWSKI LUÍS PAULO DE O. GOMES FILHO JACIR SALVADOR RIVAIR SEBASTIÃO FRITZ WALTRAUT MARIA PALM MAYER DEA MARIA FERREIRA SILVEIRA DENILSON BAITALA VERA LUCIA DAMBROSKI DE CASTILHO ALFREDO GELINSKI JÚNIOR ANTÔNIO LUIZ PETERLINI GILBERTO SACILOTO PHILIPE MARX

22/01 23/01 23/01 23/01 24/01 24/01 24/01 25/01 25/01 26/01 26/01 27/01 27/01 28/01 28/01 29/01 30/01 30/01 30/01 31/01

TJIAGO GAVANSKY MARCIO PACHECO MARQUES NEREU PEDRO BATTISTELLI WALTER BECKER LUCIANO DALEFFE SEBASTIÃO FCO. RIBAS MARTINS SIMON MILLA EDSON LUSTOSA ARAÚJO TIAGO JUSTINO DE BASTOS GUSTAVO GROCOSKE KÜSTER OSWALDO RODRIGUES BARBOSA CRISTIAN ABT MATHEUS DE LACERDA PEREIRA CAIO KIM KELLER MANOEL URIAS CARNEIRO ROSECLEIA PADILHA C. SEGURO JOSILENE LOSSO RUY LAURICI ALVES TEIXEIRA NETO STEFAN STEMMER MARIO POCZYNEK

10/02 11/02 12/02 13/02 13/02 14/02 14/02 14/02 15/02 15/02 15/02 15/02 16/02 17/02 17/02 18/02 18/02 18/02 18/02

RICARDO WERNECK CENEVIVA LUIZ AFONSO EDER JUSSIMARA LUSTOSA SCHNEIDER OLIVIO KICH REINHOLT HOLZHOFER AMARILDO PARIZOTTO PEDRO CORDEIRO DA SILVA SANDRA TEREZINHA BOCHNIA ANTÔNIO CESAR DE RE CELIO TEIXEIRA CUNHA ERICH MATHIAS LEH GILMAR GELINSKI DE SOUZA MARCELO LUSTOSA JULEK ALEXANDRE BARBIERI NETO RICARDO ROCHA DANGUY ALDO ANTÔNIO BONA ALVIR ANTONELLI CARLOS PEREIRA ARAÚJO EVALDO STEFAN BECKER

18/02 18/02 18/02 18/02 18/02 19/02 19/02 20/02 20/02 20/02 21/02 21/02 21/02 21/02 22/02 22/02 22/02 22/02 22/02

JOSÉ HAMILTON MOSS FILHO KLAUS DOWICH LUIZ VILSON SILVESTRI NELSON LUIZ LOURES DE LACERDA RODRIGO TATEIVA ELTON LANGE GILDO WARPECHOWSKI GORSKI MARCIA REGINA A. DA R. STOEBERL RENATA VERONICA WECKL WALTER MILLA ANTÔNIO OSCAR LUSTOZA RIBAS CELSO HISAO TATEIVA MÁRCIO MACIEL ALMEIDA RENATO DE AUDA KAMINSKI ALCEU SEBASTIÃO PIRES DE ARAÚJO ELIAS FARAH NETO FRANCISCO BUHALI LUCÉLIA RATUCHINSKI P. DO PRADO MARCO AURÉLIO NUNES

23/02 23/02 24/02 24/02 24/02 25/02 25/02 26/02 26/02 26/02 27/02 27/02 28/02 28/02 28/02 28/02 28/02 28/02 28/02

EDSON LUIZ PRIMAK JAIRO SILVESTRIN FILHO ALAN KAMINSKI DO NASCIMENTO ALBERT JOSEF ZIMMERMANN VALDIR JOSÉ FUCHS FILHO MARCUS VINÍCIUS DE A. BIANCO PAULINE KELLER KÜSTER DENISE RAQUEL TAQUES DA CRUZ JONATHAN CAMARGO HERING RUBENS GERALDO TOLEDO ANTON HERING JONATHAN SEITZ ALAN MARCUS BLANC JONATHAS F. TAQUES LEAL DA CRUZ LUIZ CARLOS GEHLEN MACEDO NUNES MACHADO FILHO PAULO NAIVERTH PAULO ROBERTO MARTINS PACHECO WALTER STOETZER JÚNIOR

FEVEREIRO 01/02 02/02 02/02 03/02 03/02 03/02 04/02 04/02 04/02 06/02 06/02 09/02 09/02 09/02 09/02 09/02 10/02 10/02 10/02

NORBERT GEIER FRANZ HUNGER THELMA LANZINI LOSSO ELIEZER SCHEIDT ODACIR LUIZ GHISLENI WALTER GARTNER JAIR KULTZ JOSÉ LOSSO FILHO ROBERT UTRI GILDA CAMPELLO HERCULES ALEXANDRE MARTINS ARIVAL CIVIDINI JEFERSON CAUS LUCAS OBAL MARTIN RITTER PEDRO GUSTAVO SANTOS MENDES BRIGITE KREUSCHER JOSEMARY DE PAULA CONRADO LOURENÇO LEMLER

Confira a Agenda de Eventos Agropecuários: SHOW RURAL COOPAVEL 2019

2019

ENTREGA DE ALEVINOS

4 a 8 de fevereiro

27 e 28 de fevereiro

8 de fevereiro e 14 de março

Cascavel (PR)

Campos da FAPA

Sindicato Rural de Guarapuava

(45) 3225-6885

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DIA DE CAMPO DE VERÃO AGRÁRIA

JAN/FEV

REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ

(Colônia Vitória/Entre Rios - Guarapuava)

www.diadecampodeverao.com.br

Pedidos e informações: 3623-1115


REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ

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REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ


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