Revista Produtor Rural - ed 69

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ISSN 1984-0004 Publicação bimestral do Sindicato Rural de Guarapuava Ano XI - Nº 69 - Outubro-Novembro/2018 Distribuição gratuita

REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ

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Na foto, a associada Adriana do Rocio Passos de Lacerda Martins


Í N D I C E

MANCHETE

42

2º DIA DE CAMPO DA PRODUÇÃO INTEGRADA REUNIU MAIS DE 300 PESSOAS

Turismo Rural

30

Curso destaca o potencial de Guarapuava e região na geração de negócios com o turismo

Candói

33 54

Produtores de Candói e região participam de encontro sobre eficiência na produção leiteira

Qualidade dos alimentos

Encontro discutiu a segurança alimentar de produtos de origem animal

Agroleite 2018

58

Caravana da Agrária e do Sindicato Rural em um dos maiores eventos da cadeia produtiva do leite no país

12 16 18 40

Imposto Territorial Rural Declaração movimentou o Sindicato Rural de Guarapuava

FAEP

Comissão de Grãos se reúne em Guarapuava

Viagem técnica

Produtores americanos visitam Guarapuava

Sustentabilidade

SENAR-PR capacita profissionais para conservação do solo e da água

Co-inoculação em soja

Cereais de inverno

72

O Wintershow 2018 se reafirma como ponto de encontro para difundir tecnologia para trigo, cevada e várias outras culturas

50

Produtor de Sta. Maria do Oeste busca orientação na EMBRAPA-Soja, em Londrina

Gestão de pessoas

62

Curso aborda como contratar e gerenciar equipes para a propriedade rural


EXPEDIENTE DIRETORIA:

Rodolpho Luiz Werneck Botelho

Josef Pfann Filho

Anton Gora

Gibran Thives Araújo

Cícero Passos de Lacerda

João Arthur Barbosa Lima

Jairo Luiz Ramos Neto

Presidente

1º Vice Presidente

2º Vice Presidente

1º Secretário

2º Secretário

1º Tesoureiro

2º Tesoureiro

CONSELHO FISCAL: TITULARES:

Lincoln Campello

SUPLENTES:

Luiz Carlos Colferai

Carlos Eduardo dos Santos Luhm

Alexandre Seitz

Anton Gottfried Egles

Roberto Eduardo Nascimento da Cunha

NOSSA CAPA REDAÇÃO/FOTOGRAFIA:

Luciana de Queiroga Bren Diretora de Redação e Editora-Chefe Reg. Prof. 4333

Manoel Godoy

Geyssica Reis

Jornalista

Jornalista

PRÉ-DISTRIBUIÇÃO:

ENDEREÇO: Rua Afonso Botelho, 58 - Trianon CEP 85070-165 - Guarapuava - PR Fone/Fax: (42) 3623-1115 Email: comunicacao@srgpuava.com.br Site: www.srgpuava.com.br EXTENSÃO DE BASE CANDÓI Rua XV de Novembro, 2687 Fone: (42) 3638-1721 Candói - PR

DISTRIBUIÇÃO: Guarapuava, Candói e Cantagalo: Mundial Exprex

PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO Mynd's Design Editorial IMPRESSÃO: Gráfica Positiva e Editora - Cascavel/PR TIRAGEM: 2.500 exemplares

Distrito de Entre Rios:

André Zentner

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REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ

Os artigos assinados não expressam, necessariamente, a opinião da REVISTA DO PRODUTOR RURAL ou da diretoria do Sindicato Rural de Guarapuava. É permitida a reprodução de matérias, desde que citada a fonte.


EDITORIAL RODOLPHO LUIZ WERNECK BOTELHO Presidente do Sindicato Rural de Guarapuava

REPRESENTATIVIDADE E ELEIÇÕES

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o dia 18 de outubro de 2018, o Sindicato Rural de Guarapuava completou 51 anos. É mais de meio século representando e defendendo os direitos da classe patronal rural. Há quase 12 anos, tudo o que fazemos está impresso nesta Revista do Produtor Rural, que além do caráter informativo, serve como um arquivo histórico da entidade. E mesmo antes da revista, já tínhamos boletins informativos, atas, relatórios, fotografias e muitas histórias gravadas na mente de sócios mais antigos. Ao longo desse período, a entidade foi palco de reuniões importantes, cursos, seminários, simpósios, dias de campo... O mais recente, inclusive, é manchete desta edição - o II Dia de Campo Produção Integrada, que reuniu mais de 300 pessoas. É fato que o Sindicato Rural de Guarapuava começou seu trabalho na década de 60 e ao longo dos anos consolidou-se como uma legítima entidade representativa do setor. Mas hoje, mais do que nunca, devemos refletir sobre a importância da entidade para o setor agropecuário. Sem a Contribuição Sindical Rural, vários sindicatos do Paraná estão fechando as portas. No nosso caso, estamos, juntamente, com a nossa Federação, a FAEP, participando de um programa de sustentabilidade sindical. Estamos traçando um rumo para nossa entidade, buscando a continuidade da prestação de serviços e informação técnica, mas principalmente a representatividade, que se faz tão importante no nosso país. Mas para que o programa funcione, precisamos do apoio de todos os sócios. Precisamos que todos vistam a camisa do Sindicato Rural. Precisamos que todos entendam a importância da representatividade, das ações e serviços. O futuro da agropecuária está em jogo. Se os sindicatos rurais perderam a força, quem irá defender os produtores? É o futuro do agro nacional que está em jogo. E por falar em futuro, fechamos essa edição na véspera do segundo turno da eleição para presidente do Brasil. Temos dois candidatos de posições opostas e temos que nos posicionar firmes nesta eleição. Não está em jogo apenas a vaga da cadeira presidencial, mas sim o futuro e o rumo da nossa nação. Precisamos lutar por um Brasil melhor. Por um país que valorize o trabalho, a segurança e o desenvolvimento da nação. Desejamos a todos uma boa safra de verão e que Deus abençoe nosso país! Boa leitura!


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ANTON GORA Produtor rural, diretor da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), vice-presidente do Sindicato Rural de Guarapuava e presidente do Núcleo Regional dos Sindicatos Rurais do Centro-sul do Paraná

O QUE PRODUZ RIQUEZA É O TRABALHO

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uando esse artigo for publicado, talvez já estejamos conhecendo o governo eleito do Brasil para os próximos anos. Hoje, às vésperas das eleições de 07 de outubro, temos uma disputa acirrada entre o que se chama de direita e esquerda.

Penso que não existe direita ou esquerda. Existe sim uma disputa entre aqueles que querem produzir riqueza através do trabalho e aqueles que querem se manter no poder através da ideologia. Se o Brasil escolher a ideologia para governar, o governo terá vida curta, não chegará ao final do seu mandato. Disse a Margareth Thatcher: “o comunismo acaba, quando acabar o dinheiro dos outros”. E o dinheiro dos outros está acabando. O Brasil está com uma dívida interna quase que impagável, aumentar o déficit vai gerar inflação, inflação gera fome e miséria, é o imposto mais perverso que existe. Isso já aconteceu em vários países do mundo, exemplo mais recente é a Venezuela. Não enxerga quem não quer ou quem tem interesse próprio e imediato. Quem tem interesse próprio e imediato, deveria pensar, no mínimo, nos seus filhos que viverão na miséria. Temos, por outro lado, países ricos e prósperos, como os países nórdicos, Alemanha, Estados Unidos, entre outros. Países que são de fato socialistas, porque a diferença entre rico e pobre é pequena, existe um bem estar entre toda a população e os trabalhos sociais são dirigidos para quem realmente necessita. Os governos nesses países se mantém no poder pela sua capacidade e não através do poder. Exemplo típico é a Alemanha. Ângela Merkel já se reelegeu três vezes e se mantiver o país nesse ritmo, continuará no poder, ao contrário de Cuba ou Coréia do Norte, que se mantém no poder através da força. Nos países socialistas, os que estão no poder vivem como capitalistas, inclusive com bens produzidos nos países capitalistas. Na pobreza, vive a população. No Brasil, muitos que são a favor da esquerda, vivem com benefícios que o Estado brasileiro oferece, via lei Rouanet, financiamentos dirigidos, subsídios, etc. Mas esses beneficiários não pensam na geração futura, nos seus próprios filhos. Filhos esses que vão arcar com as consequências dos imediatismos de hoje. Precisamos sim de um país desburocratizado, dando facilidade plena para a livre iniciativa, respeitando os que querem trabalhar e produzir, respeitando também os que não querem trabalhar e se contentam com uma vida mais simples. Por isso, com o resultado dessa eleição, estaremos definindo a prosperidade do Brasil ou a sua falência. As urnas vão nos dizer.

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NIVALDO KRÜGER Produtor rural, ex-presidente da Associação Comercial e Empresarial de Guarapuava, ex-prefeito de Guarapuava e ex-senador da República, entre várias outras atuações na vida pública

O ASSOCIATIVISMO associativismo representativo de classe transcende a condição de simples convívio e gera energia em benefício daqueles que o compõem e que integram-se em atividades profissionais, culturais e políticas com acentuado sentido dos interesses e simpatias naturais da coletividade de que fazem parte, no território do município em que vivem e no qual buscam realizar-se conforme suas atividades profissionais. A associação é um fator gerador de energias no sentido do bem comum da classe associada – o associativismo fundamenta-se no princípio “A união faz a força”. Rompe o isolamento individualista, quer a abertura ao diálogo, a troca de informações decorrente da experiência prática de cada pessoa e das reivindicações típicas de cada atividade e que quase sempre são comuns a todos. O associativismo sindical tem grande expressão pela atuação do Sindicato Rural de Guarapuava. Ele se qualifica de forma exemplar, tanto em defesa das questões internas do ruralismo, pela ação na linha da cultura, com cursos técnicos e produtivos dias de campo, como também pela divulgação séria promovida por sua excelente Revista do Produtor Rural, sempre atenta às questões importantes, que pela sua qualidade e atualidade alcança e abrange outras esferas sociais desta região, como propagadora de cultura, acentuando a importância dos projetos deste sindicato e da representatividade associativa. E assim expresso meus cumprimentos pela eficiente atividade por essa instituição presidida por Rodolpho Luiz Werneck Botelho, honrando a tradição de seus ancestrais no desenvolvimento sócio-político desta região e do Paraná. Seu bisavô materno, Frederico Werneck, foi deputado constituinte e vereador em Guarapuava. Seu avô, Lacerda Werneck, deputado federal, secretário de agricultura do Paraná, a quem prestei homenagem, dando ao nosso Parque de Exposições seu nome “Lacerda Werneck”. Ao proceder estas considerações, faço justiça de reconhecimento àqueles que merecem a admiração e respeito.


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CADASTRO AMBIENTAL RURAL

BURKO ORIENTA SOBRE REGULARIZAÇÃO AMBIENTAL EM PROPRIEDADES RURAIS

C

om o prazo final do Cadastro Ambiental Rural (CAR) chegando (31 de dezembro de 2018) muitos produtores rurais ainda têm dúvidas sobre a regularização ambiental de suas propriedades. Realizada a inscrição no CAR, os proprietários e/ou possuidores de imóveis rurais com passivo ambiental relativo à supressão irregular de remanescentes de vegetação nativa, ocorrida até 22 de julho de 2008, em Áreas de Preservação Permanente (APP), de Reserva Legal (RL) e de uso restrito (AUR), poderão solicitar a adesão aos PRA dos estados e do Distrito Federal, para proceder à regularização ambiental de seus imóveis rurais, que poderá ser efetivada mediante recuperação, recomposição, regeneração ou compensação. Buscando sanar dúvidas sobre o assunto, o Sindicato Rural de Guarapuava, com o apoio da Imperium Imóveis, realizou no dia 5 de outubro, a palestra Regularização Ambiental de Propriedades Rurais, com o advogado, consultor da Frente Parlamentar da Agricultura e ex-prefeito de Guarapuava, Vitor Hugo Burko. Ele destacou que um dos pontos mais importantes no novo sistema de regularização ambiental é a autonomia que ele dá aos produtores rurais. “Acredito que os produtores rurais não estão se dando conta que o sistema agora é declaratório. Para entender a diferença,

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eu exemplifico com dois impostos que as pessoas estão acostumadas: o IPTU, que não participamos do processo, apenas recebemos o imposto em casa e o Imposto de Renda, que declaramos. O sistema ambiental anterior era como o IPTU, os órgãos ambientais definiam tudo, a Reserva Legal, a APP, tudo era imposto. O novo sistema trouxe diferença no que se refere ao protagonismo das ações, porque agora é declaratório. Existe um sistema para o produtor entrar, fazer o diagnóstico, definir a situação e fazer a escolha das formas de ação para regularizar a propriedade, no caso de uma irregularidade”, observa. Segundo o consultor, isto pode ser benéfico para o produtor rural, desde que ele tenha conhecimento real da sua situação ambiental e de como proceder. “Mas o produtor tem que entender obrigatoriamente sua situação, tem que avaliar criteriosamente suas variáveis e a que ele está sujeito. A maioria das propriedades, inclusive aquelas que estavam regulares perante à legislação anterior, passa agora a ter algumas possibilidades de vantagens. Quem tinha APP e Reserva Legal regular na outra legislação, agora tem excedente de Reserva Legal. Então essa irregularidade ou desconformidade pode ser negativa ou positiva. E dependendo de como a pessoa vai utilizar esta declaração no CAR, vai poder ter benefícios ou malefícios, de acordo com a nova legislação”.

Vitor Hugo Burko, consultor da Frente Parlamentar da Agricultura

Ele exemplifica uma das situações em que o produtor rural pode se beneficiar: “na região de Guarapuava é comum ter 15% de APP na propriedade. Por exemplo, uma propriedade de 1000 hectares, tinha 150 de APP e mais 200 hectares de Reserva Legal, são 350 hectares de mata na propriedade. Se no CAR, você não fizer o enquadramento correto, fica com isso perdido, do ponto de vista financeiro. Mas se o proprietário entrar e fazer o cadastramento correto, gerará um excedente de 150 hectares que podem ser transferidos para outras propriedades. Toda a vegetação nativa deve ser lançada no CAR como Reserva Legal. A lei obriga que se tenha no mínimo 20% de Reserva Legal na nossa região, o que passar disso é excedente. Mas deve-se lembrar que os dados não são lançados automaticamente. Como o sistema é declaratório, é necessário que haja conhecimento do proprietário para que isso aconteça”, orienta.


SEMENTES

FEIJÃO OU SOJA NO VERÃO?

FELIPE CRUZ Engenheiro agrônomo e produtor de feijão

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om as adversidades que vêm ocorrendo durante as safras nos últimos anos, como seca ou excesso de chuva, muitos produtores acabam atrasando a colheita das culturas de inverno, principalmente na região centro-sul do estado do Paraná. Com isso, ocorre um atraso no plantio do soja, o que pode interferir consideravelmente na sua produção. Surge então a dúvida de seguir com esta mesma cultura ou pensar em outra alternativa, como a cultura do feijão.

Analisando o cenário do feijão nos últimos três anos, plantado entre 1º de dezembro até início de janeiro, observamos vários fatores que tornam o plantio desta cultura muito rentável. Essa época é considerada a melhor para altas produções, produzindo uma média acima de 50 sacas por hectare. Além disso, registra um histórico de bons preços, pelo fato da colheita ocorrer na entressafra do plantio do feijão das águas e das secas, épocas nas quais há as maiores ofertas de feijão para o mercado consumidor. Vários produtores já reservam em torno de 10% de suas áreas para o plantio do feijão nesse período, pois a rentabilidade tem sido maior quando comparada à cultura do soja. Não podemos esquecer que boas colheitas dependem de bons manejos e boas escolhas. Como qualquer outra cultura, o feijão tem suas exigências, que vão desde a escolha da variedade,

adubação, manejo de pragas, doenças e plantas daninhas, à época correta de dessecação e colheita especializada. Além disso, um dos fatores determinantes é conhecermos a procedência da semente, pois baixa germinação e vigor vão reduzir drasticamente o potencial produtivo da cultura, além de elevar custos com fungicidas quando contaminadas. Procure utilizar sementes fiscalizadas e garanta maior rentabilidade ao seu negócio. Boa safra a todos.

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PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS

SINDICATO RURAL DE GUARAPUAVA EMITIU 844 DECLARAÇÕES DE ITR 2018 O Sindicato Rural de Guarapuava emitiu 844 declarações do Imposto Territorial Rural (ITR) à Receita Federal. O produtor rural que perdeu o prazo de 28 de setembro, ainda pode declarar. No entanto, terá que pagar multa de 1% ao mês, calculada sobre o total do imposto devido, não podendo seu valor ser inferior a R$ 50,00. No caso de imóvel rural imune ou isento, mas cujo dono deve declarar em razão de ter havido alteração nas informações cadastrais do bem, a não apresentação no prazo implica multa de R$ 50,00. Enquanto não colocar o imposto em dia, o proprietário fica impedido de obter a Certidão Negativa de Débitos (CND) da Secretaria da Receita Federal (SRF), indispensável nas transações imobiliárias. O atraso na entrega do ITR também impede o proprietário de obter financiamentos ou crédito junto a instituições financeiras oficiais. Em 2017, o Sindicato Rural de Guarapuava emitiu 831 declarações de ITR.

PRAZO FINAL DO CAR VAI ATÉ DIA 31 DE DEZEMBRO O prazo final para inscrição das propriedades rurais no Cadastro Ambiental Rural (CAR) vai até o dia 31 de dezembro de 2018. O produtor rural que não aderir o CAR perderá benefícios importantes e ainda a possibilidade de recompor áreas consolidadas de Área de Preservação Permanente (APP) com dimensões menores de acordo com o tamanho da propriedade. Estabelecido pelo governo federal, o cadastro é um registro público eletrônico, na forma de um site na internet, que pretende abranger todas as propriedades rurais do Brasil, das pequenas até as grandes áreas, independentemente da atividade econômica que nelas exista. A inscrição no CAR é obrigatória. Além da perda dos benefícios, a não inscrição no cadastro resulta em impossibilidade de requerer licenciamentos ambientais, restrição a crédito bancário e será impedido de realizar modificações cartoriais nos registros de imóveis. O Sindicato Rural de Guarapuava disponibiliza algumas parcerias para realização do CAR. Mais informações pelo (42) 3623-1115.

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PECUÁRIA

DSM TORTUGA: EQUIPE SEMPRE PRESENTE NOS EVENTOS DA PECUÁRIA REGIONAL

A

lém da atuação comercial, a DSM Tortuga disponibiliza apoio técnico para os produtores rurais da região. A equipe é composta por médicos veterinários, zootecnistas e administradores de empresa. O trabalho de assistência técnica é feito em parceria com as principais cooperativas e revendas da região. Este trabalho consiste no planejamento forrageiro, dietas, manejo, bem-estar animal e auxílio no acompanhamento financeiro, seja na pecuária de corte ou de leite, ovinocultura e equideocultura. “Entendemos que, atualmente, não basta o produtor rural comprar um produto de

qualidade. Ele precisa de apoio técnico para que essa tecnologia seja bem utilizada e ofereça rentabilidade”, observa o supervisor técnico comercial da DSM, médico veterinário Alexandre Bombardelli de Melo, complementando que “a empresa é multinacional, com ação global e se baseia em três pilares: pessoas, planeta e lucro”. A DSM Tortuga também organiza e participa dos principais eventos técnicos da região, como difusora de tecnologias, demonstrando resultados de suplementos nutricionais nas propriedades rurais de Guarapuava e região. Confira alguns dos últimos eventos onde a empresa esteve presente:

O supervisor técnico comercial da DSM, médico veterinário Alexandre Bombardelli de Melo foi um dos participantes do Debate Carne Forte, no Espaço da Pecuária, realizado durante a 43ª Expogua.

Marcio Essert; administrador, representante técnico comercial da DSM Tortuga, demonstrou resultados com suplementações utilizadas na Fazenda Capão Redondo no 2º Dia de Campo Produção Integrada em set/2018.

Rogério Semchechem, médico veterinário, assistente técnico comercial da DSM Tortuga, abordou sobre novos conceitos e tecnologias relacionadas a suplementação animal no 2º Dia de Campo Produção Integrada em set/2018.

A DSM Tortuga esteve presente no Espaço da Pecuária, promovido pela Cooperaliança durante a 43ª Expogua. Além de patrocinadora, a empresa demonstrou seus produtos e alguns profissionais ministraram palestras e participaram dos debates.


PISCICULTURA

PRODUÇÃO DE PEIXES NO BRASIL CRESCE 8% EM 2017, SEGUNDO ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA PISCICULTURA

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Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR) fez um raio X da produção de peixes no Brasil. Segundo a entidade, os dados são animadores. O Brasil produziu 691.77 toneladas de peixes no ano de 2017, onde 51,7% foram tilápias, colocando o país como o 4º maior produtor deste peixe no mundo, apenas atrás de China, Indonésia e Egito. O valor da produção brasileira ultrapassa US$ 1,5 bilhão. A produção de peixes nativos (principalmente tambaqui, pacu, pirapitinga e seus híbridos) significam 43,7% da produção, mais de 300 mil toneladas. O valor da produção brasileira ultrapassa US$ 1,5 bilhão. O estado que liderou o crescimento de produção de peixes no país foi o Paraná, com 112 mil toneladas. Nos estados onde houve perda de produção, a seca foi o principal fator, ainda segundo a Associação. Sobre a produção de tilápias especificamente, a entidade detalha que o Paraná (105.392 t), São Paulo (66.101 t), Santa Catarina (32.930 t), Minas Gerais (27.579 t) e Bahia (22.220 t) são os maiores produtores deste peixe, somando 260.830 t, ou seja, 64,9% da produção total de tilápias no Brasil. A piscicultura gera cerca de 1 milhão de empregos diretos e indiretos no país. O Brasil está entre os 15 maiores produtores do mundo, de acordo com a FAO.

Produção de tilápias no Brasil (quatro estados com maior produção)

BA

22.220 t

MG

27.579 t

Com informações de Peixe BR

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SP

66.101 t SC

32.930 t PR

105.392 t RANKING DA PRODUÇÃO DE PEIXES CULTIVADOS POR ESPÉCIES 2017 RANK 2016

RANK 2017

ESTADO

2016 (t)

2017 (t)

PARANÁ

93.600

112.000

RONDÔNIA

74.750

77.000

SÃO PAULO

65.400

69.500

MATO GROSSO

59.900

62.000

SANTA CATARINA

38.830

44.500 Fonte: Peixe BR


ABERTA TEMPORADA DE ENCOMENDAS DE ALEVINOS NO SINDICATO RURAL

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edidos de alevinos já podem ser feitos no Sindicato Rural de Guarapuava. As entregas acontecerão nos dias 9 de novembro e 14 de dezembro. A ação é uma parceria entre a entidade e a Piscicultura Progresso. São mais de 20 espécies comercializadas pela piscicultura, entre elas, tilápia, carpa capim, carpa húngara, tambacu, lambari, pacu, dourado, jundiá, matrinxã, catfish e bagre africano. Os preços variam de acordo com a espécie, que são vendidas por milheiros. Algumas delas estão disponíveis em alevinos 1 (2 a 4 cm) e 2 (5 a 7 cm). Encomendas, espécies e valores sob consulta, no Sindicato Rural de Guarapuava ou na extensão de base Candói. No ato do pedido, deverá ser pago 50% do valor da encomenda. Outras informações, pelo telefone: (42) 3623-1115.

(46) 98415-4508 (oi) / 99975-9280 e 99971-5630 (tim) - erivelto_dv1@hotmail.com REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ 15


FAEP Encontro de trabalho contou com representantes de várias regiões do Paraná

COMISSÃO DEBATE SOJA E SEGURO RURAL

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Comissão Técnica de Cereais, Fibras e Oleaginosas da FAEP realizou, dia 18 de outubro, no Sindicato Rural de Guarapuava, reunião de trabalho abordando aspectos técnicos e econômicos da produção de grãos. Recepcionados pelo presidente da entidade, Rodolpho Botelho, e sob a coordenação do vice presidente da Comissão e presidente do Sindicato Rural de Maringá, José Francisco Borg, os participantes puderam se atualizar e debater questões destacadas em duas palestras. Na primeira apresentação, a coordenadora agrícola do Departamento Técnico-Econômico da FAEP, a agrônoma Ana Paula Kowalski, ressaltou medidas governamentais para a sanidade da soja no Paraná, como o vazio sanitário, a proibição de soja sobre soja e uma consulta pública que a ADAPAR abriu, em setembro, para ouvir o setor rural sobre uma modificação das atuais regras (portaria 264/2018) – a possibilidade do produtor semear após 31 de dezembro, o que hoje é proibido.

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À REVISTA DO PRODUTOR RURAL, a coordenadora explicou que a posição da FAEP sobre o assunto se baseia no que preconiza a pesquisa, com a entidade sendo a favor de se manter a atual regra. “O tema dessa consulta pública foi debatido na FAEP. Nós trouxemos lideranças sindicais, membros da comissão, instituições de pesquisa, entidades de representação, como Federação dos Agrônomos, a APASEM, a Comissão de Sementes e Mudas, a EMBRAPA e a ADAPAR. E o consenso geral foi o de que é um retrocesso aceitar essa proposta de alteração”, afirmou. Ana Paula justifica a posição lembrando que a ferrugem asiática ainda é uma ameaça à soja: “Não temos uma redução do número de focos, não temos moléculas com formas de ação diferentes para serem lançadas

Ana Paula, Depto. Téc. FAEP

Loyola, consultor da FAEP

no mercado e não temos uma mudança de cenário no controle”. A segunda palestra, sobre seguro rural, foi proferida pelo consultor da FAEP para política agrícola e presidente da Comissão Nacional de Política Agrícola da CNA (Confederação Nacional da Agricultura), economista Pedro Loyola. Ele recordou que as entidades de representação do setor agrícola vêm dialogando com o MAPA para o aperfeiçoamento do atual sistema. “Um dos principais problemas que o produtor tem se refere à falta de recursos nos programas federal ou estadual”, disse em entrevista. Segundo comentou, o Paraná é o estado líder na contratação de seguro rural, mas muitos agricultores ainda ficam sem acesso àquela alternativa. “Hoje, apenas 3.500 produtores acessam o programa estadual. Estamos trabalhando para chegar a 10.000 a longo prazo”, disse Loyola, que participa das reuniões sobre o assunto junto ao MAPA. Avaliando a reunião, o vice-presidente da Comissão enalteceu a participação dos membros: “Aqui vieram produtores de todo o Estado. Isso é muito importante, só enriquece o debate”, assinalou Borg. Para o presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, a importância da reunião é contribuir para as decisões. “São temas relevantes para o planejamento do produtor e das ações do próprio sindicato rural. Isso contribui para uma agricultura mais sustentável, produtiva e de resultados”, avaliou.

Borg, vice pres. da comissão de cereais

Botelho, pres. Sindicato Rural de Guarapuava


SOJA

CARRETA CRONNOS PASSA POR GUARAPUAVA E MOSTRA A NOVA ERA DE COMBATE À FERRUGEM

Vídeo em 360° mostra a nova era de Cronnos

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Carreta Cronnos passou por Guarapuava no dia 17 de outubro. No Parque de Exposições Lacerda Werneck, produtores rurais e profissionais do agronegócio puderam conferir a nova solução da ADAMA contra a ferrugem asiática. A carreta conta com 3 ambientes distintos, que utilizam elementos tecnológicos para detalhar a ação da ferrugem nas folhas de soja e, ao final, apresenta o novo fungicida, Cronnos T.O.V.. “O Cronnos T.O.V. é um produto que veio para o mercado com o propósito de simplificar a vida do produtor rural. Devido à sua formulação exclusiva, que conta com uma combinação tripla de ativos, e entre eles, um protetor multissítio, o produto vem em forma líquida, o que dispensa misturas em tanque e evita o entupimento de bicos. Cronnos T.O.V. consegue se encaixar em qualquer momento da safra. Estamos valorizando o produtor, oferecendo um produto que entrega um bom resultado, consistente no campo e que vai agregar muito em produtividade”, explica o engenheiro agrônomo de Desenvolvimento de Mercado da ADAMA, Juarez Ruppel Filho. Além de conhecer melhor o Cronnos, os participantes tiveram a oportunidade de assistir uma palestra sobre fungicidas. Confira o resumo:

OS PROBLEMAS DOS FUNGICIDAS

Juarez Ruppel Filho, Everton Santos, Luiz Fernando Mietz e Leandro Alves

Erlei Melo Reis, engenheiro agrônomo e professor O produtor rural brasileiro vem enfrentando dificuldades no controle de doenças da soja, especialmente, a ferrugem. Nós estamos colhendo o que semeamos, devido a um erro praticado nas safras 2000 a 2003. Quando surgiu a ferrugem no Brasil na safra anterior, na seguinte passou-se a controlar a ferrugem usando fungicidas específicos da mesma família chamada de triazóis, que foram o flutriafol difenoconazol e o tebuconazol. Ambos possuem o mesmo mecanismo de ação para matar o fungo. Pelo uso desses produtos nas cinco safras seguintes, os fungos foram selecionados. Matou-se os esporos sensíveis, deixando os resistentes. Os fungicidas não são mutagênicos, não causam alterações genéticas transmissíveis na descendência nos seres vivos, eles simplesmente selecionam. Então ele mata o sensível, deixa o resistente e isso é transmitido nas gerações futuras. Com essa resistência, o controle começa a se reduzir e o produtor nota que a produtividade cai. Após testada a resistência em experimento de campo e em laboratório, começou-se a formular novos produtos. Foi aí que passou-se a fazer uma segunda mistura de produtos: com triazóis e a estrobilurina. Depois de quatro safras, o produtor reclamou de novo que não estava fazendo efeito. O mesmo processo foi repetido, com experiência em campo, em laboratório e foi provada a resistência. Tanto os produtos separados, como misturados não faziam mais efeito na ferrugem. E em 2013 lançaram um terceiro fungicida, as carboxamidas. E a resistência chegou mais uma vez. Mas estes três grupos químicos têm a mesma característica em comum: matam o fungo num órgão só. Então, para o fungo eles são iguais. Por isso, passou-se a investigar essa situação. A resposta veio da Europa, com uma doença que atacava o alface, o tomate e a videira. Usava-se um produto com sítio especifico sozinho e em cinco, seis safras também sofreu resistência. Passou-se a usar multissítio que é a grande novidade aqui. Porém, estes produtos não estão na formulação comercial para o produtor. Ele tem que fazer uma mistura no tanque de um terceiro ou quarto produto. Além disso, eles eram acostumados a usar pequenas quantidades, meio litro, duzentas gramas no tanque, agora ele não irá usar menos que dois quilos ou dois litros no tanque. E mais um problema é que o produtor usava soluções líquidas e com essa solução, passou-se a utilizar formulações sólidas. Com isso, veio o entupimento de bico e dificuldade de aplicação. Então, a ADAMA saiu na frente de todas as outras empresas e formulou o Cronnos, um produto líquido contendo uma formulação eficaz. Na minha opinião, esse é o fungicida do futuro e eu acho que daqui a cinco safras, o produtor não terá problemas usando este produto”. REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ

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VIAGEM TÉCNICA Grupo, do Texas, veio conhecer a agricultura brasileira

SINDICATO RURAL RECEBE PRODUTORES DOS EUA

O

Sindicato Rural de Guarapuava recebeu, dia 16 de outubro, em sua sede, a visita de produtores rurais dos Estados Unidos. Com cerca de 10 integrantes, a maioria do estado do Texas, o grupo teve como objetivo conhecer a agricultura no Brasil. Na entidade sindical, os visitantes foram recepcionados pelo presidente, Rodolpho Botelho, que apresentou um panorama do agronegócio na região, no estado e no país. Botelho também comentou sobre o sistema de representatividade rural brasileiro, formado pela Confederação Nacional da Agricultura (CNA), as federações estaduais, como a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP), além do papel do SENAR-PR, detalhando ainda a atuação dos sindicatos rurais. O encontro abriu espaço para uma troca de idéias sobre os sistemas de produção, no Brasil e nos EUA, assim como a situação política e econômica dos dois países. Depois de almoço no sindicato, os visitantes e o pre-

sidente da entidade foram ao WinterShow 2018, da Cooperativa Agrária, na FAPA, em Entre Rios. Na ocasião, a troca de idéias prosseguiu no estande do sindicato no evento, com a presença de diretores, associados e outros produtores. À frente do roteiro no Brasil, Cláudio Resta, coordenador operacional da CAEP Brasil, organização especializada em intercâmbio agrícola, comentou que a viagem foi organizada pelo Texas Farm Bureau – uma associação com foco na representação e na capacitação dos produtores rurais daquele estado americano. A iniciativa, completou, é uma atividade prática de um curso de liderança rural, de dois anos, que os participantes estão fazendo. “O objetivo deles é comparar, analisar e tirar idéias positivas do que eles têm visto aqui. Os agricultores que eles visitam também se beneficiam com as informações que eles trazem, de modo a utilizarem, de um país e de outro, o que há de bom, o que está funcionando”, ressaltou.

Cláudio Resta, da CAEP Americanos visitaram estande do Sindicato Rural no WinterShow 2018

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Um dos participantes, o produtor Lee Calvert, da cidade de Waxahachie (Texas), contou à REVISTA DO PRODUTOR RURAL sobre as expectativas em torno da viagem: “Viemos principalmente para ver como a agricultura é feita em outras nações. Podemos levar algumas coisas, que aprendermos com o seu sistema de produção, para incorporar ao nosso, e compartilhar coisas que fazemos com vocês, para benefício de ambos”. Calvert também destacou a questão da sustentabilidade: “Tudo o que pudermos fazer para sermos mais eficientes, e usar menos recursos naturais, é a coisa mais importante”. Entre semelhanças e diferenças, ele assinalou que em seu país as propriedades são muito diversificadas. A começar pela sua: “Eu tenho milho, algodão, trigo, girassol, bovinos de carne, frangos e abelhas. Assim você consegue se manter em tempos difíceis e fazer lucro em tempos bons”. O presidente do Sindicato Rural sublinhou que a vinda de agricultores de outros países mostra que a entidade e a região estão se destacando. “Acho extremamente gratificante para a nossa região, para os nossos produtores e para o nosso sistema produtivo. É gratificante também para o sindicato ser reconhecido como uma entidade representativa de classe”, disse. Botelho recordou que esta foi a mais recente de uma série de visitas: “Já recebemos produtores da Argentina, Lituânia, Suíça, Escócia, Holanda, Canadá, Austrália, Alemanha, o que demonstra que o resultado da vinda desses produtores repercutiu. Tanto que as próprias empresas que organizam essas viagens pedem para repetir o roteiro e trazer mais produtores”, finalizou.

Lee Calvert, do Texas

Rodolpho Botelho, pres. do Sindicato Rural de Guarapuava


PLANTABILIDADE

TREINAMENTO ENFOCA QUALIDADE DE PLANTIO

S

e uma boa colheita é o coroamento de um trabalho realizado durante meses, entre os primeiros passos para se tentar alcançar aquele objetivo está um plantio de qualidade. Com base neste princípio, a Agro10, de Guarapuava, que atua na assistência técnica a produtores rurais, trouxe a clientes da região um treinamento em plantabilidade que tem sido aplicado em fazendas do Sul ao Nordeste do Brasil. Realizada pela Sociplanta (treinamentos em plantio), de Ponta Grossa, empresa fundada pelos proprietários da Socidisco, a atividade ocorreu dias 22 e 23 de agosto, na Fazenda Capão Redondo, em Candói (PR), com cerca de 20 participantes, que atuam naquela e em outras propriedades. Acompanharam a atividade, no local, o sócio-proprietário da Agro 10, agrônomo Leandro Bren; e os proprietários das duas empresas parceiras, Roberto Jasper e a esposa Carmi Luiza Henrichsen Jasper. Ao final do treinamento, Bren comentou, em entrevista, que um plantio bem feito contribui não só para a produtividade, mas também para a rentabilidade. Por isso, observou, o foco principal foi a precisão técnica no uso das plantadeiras. Para um ajuste adequado das máquinas, completou, é necessário refletir sobre quando e onde fazer aquele procedimento – o que toca num tema

Agrônomo Leandro Bren - Agro10

Treinamento ocorreu durante dois dias, em propriedade rural de Candói

que dá margem a debate: regular na lavoura ou, antes do trabalho, no galpão. “O curso abordou não somente a regulagem das máquinas, mas também a verificação, não deixar para regular no dia do plantio, lá no campo. Você regula e inspeciona ao mesmo tempo no barracão. Depois, vai ao campo e confere, colocando a máquina realmente para plantar”, assinalou. Para o proprietário da Agro 10, este conceito, apresentado pelos instrutores, traz outra forma de olhar para a questão: “Campo e barra-

Roberto Jasper e a esposa Carmi – Socidisco e Sociplanta

Agrônomo Ricardo Antunes: regulagens de diferentes máquinas

cão trabalham juntos. Primeiro, o barracão me dá a oportunidade de verificar qualquer problema. E lá no campo, quando eu solto as máquinas, elas já estão prontas e com certeza vou ter menos problemas de plantabilidade”. O agrônomo acrescentou que, a seu ver, o ponto mais relevante do treinamento é propor uma reflexão sobre o trabalho da semeadura. “É um curso diferenciado, que faz com que as pessoas não simplesmente aprendam a regular a plantadeira, mas pensem naquilo que

Alexsandro dos Santos: repensando os conceitos

Dionattan Wendler: sementes nos espaçamentos certos

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Participantes do curso: disposição para refletir sobre o plantio

estão fazendo.” Bren recordou que a importância disso é que erros na implantação da lavoura podem levar a problemas em sequência: estande irregular permite luminosidade que favorece plantas daninhas, o que por sua vez exige mais aplicações de defensivos, elevando custos. “Se comecei mal o plantio, não tem o que fazer. Vou ter de conviver com aquilo até o final. Vou ter mais plantas daninhas, porque a cultura não fecha. Consequentemente, vou gastar mais dinheiro”. O agrônomo ressalta que existe ainda outro ponto não menos importante e que precisa ser considerado: a atenção ao meio ambiente. “Quando se fala numa agricultura sustentável, com menor uso de agrotóxicos, vamos começar plantando certo”, preconizou. Na gerência da Sociplanta, Carmi também ressaltou que a empresa visa transmitir, além da técnica, a cargo de três instrutores (um para a parte teórica, com Roberto Jasper, agrônomo e professor universitário em Ponta Grossa; e dois para a prática) também a

importância de se adotar no campo uma atitude profissional: “A gente faz esta parte de convencimento do operador de máquina, de que ele precisa estar atento, prestar atenção ao que está fazendo para que o resultado seja mais eficiente”. A seu lado, Jasper completou que a eficiência está ligada à observância de uma série de detalhes: “Conseguimos com uma metodologia avançada, desenvolvida dentro da execução dos cursos, fazer com que as pessoas se convençam de 43 itens importantes na regulagem de semeadoras, principalmente no aspecto qualidade”, disse. Já nas atividades com as plantadeiras, outro instrutor, o agrônomo Ricardo Antunes, contou ter apresentado aos participantes as especificidades e as diferenças entre os principais tipos de máquinas e sistemas, que também variam entre si e de acordo com o fabricante. “A gente trabalhou com a máquina de disco, o dosador mecânico de discos horizontais, com a máquina a vácuo e desvendou todos os mistérios das duas máquinas. Com isso, temos um curso bastante completo, onde

os participantes conseguem extrair informações cruciais para conseguir pegar qualquer máquina e fazer com que ela tenha um bom desempenho, extrair uma boa semeadura, chegando às vezes muito próximo de 100% de aproveitamento da semente”, resumiu. No encerramento, um dos participantes, Alexsandro dos Santos, que é técnico agrícola, graduado em Administração e há dois anos integra a equipe da fazenda, disse que passou a ver de outra forma a ideia de regular a plantadeira no barracão. “Dentro do curso, uma dinâmica a qual foi feita, e que até então eu não era muito a favor, era a regulagem de galpão. Mas a regulagem no galpão permite você se antecipar a vários possíveis problemas que virão a acontecer no campo”, relatou. De outra propriedade da região, onde trabalha com plantio e colheita, Dionattan Gura Wendler, contou um dos pontos que chamou sua atenção: “Foi a parte de regulagem, como colocar a semente nos espaços certos e a evolução que tem nisso daí”.

AGRISUS BRASIL PESQUISA AGROPECUÁRIA Leandro bren, em parceria com Itacir Sandini iniciaram, em setembro, um projeto de implementação de uma pequena Unidade Experimental localizada na BR 277, a qual gerará resultados experimentais práticos e aplicáveis nas culturas de grãos, hortaliças e forrageiras. Os resultados gerados serão difundidos em primeira mão para cinco empresas agrícolas e de consultoria, sendo: Agro10, Santa Maria, Grupo Kuntz, Grupo Mattozo e Agrossafras, que juntas somam uma área de aproximadamente 30 mil hectares. Também terão acesso as pesquisas a Cooperativa Cooperaliança, Núcleo de Produtores de Bezerros de Guarapuava, Sociedade Rural de Guarapuava e Sindicato Rural de Guarapuava. Empresas interessadas devem entrar em contato pelos seguintes telefones: Agro10: (42) 3304-2800 (Luciana Batista, de segunda a sexta-feira das 7h30 às 12 h); Leandro Bren: (42) 98824-0922 ou Itacir Sandini: (42) 99969-5004.

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FOLHA DE PAGAMENTO

eSocial

É PRORROGADO PARA OS PRODUTORES RURAIS Data inicial para prestar as informações, que era janeiro de 2019, passou para abril do próximo ano. A Resolução nº 05/2018 do Comitê Diretivo do eSocial, publicada no dia 5 de outubro, prorrogou o início das obrigações dos Produtores Rurais Pessoas Físicas e Segurados Especiais. A data inicial para os produtores rurais pessoas físicas prestarem as informações no eSocial, que era janeiro de 2019, passou para abril do próximo ano. Para os produtores rurais, as obrigações terão o seguinte cronograma: 10/04/2019 – Eventos Iniciais (Tabelas, informações de empregados) 10/07/2019 – Eventos não periódicos (Admissão de trabalhadores, afastamentos) 01/10/2019 – Eventos Periódicos (Remunerações, comercialização da produção rural) De acordo com o governo federal, o eSocial vai reduzir custos e tempo da área contábil das empresas na hora de executar 15 obrigações fiscais, previdenciárias e trabalhistas. Em uma estimativa inicial, os dados de 40 milhões de trabalhadores devem ser abrangidos, com a participação de mais de 8 milhões de empresas e 80 mil escritórios de contabilidade.

ATUAÇÃO FAEP Nos meses de junho e julho, a FAEP promoveu cinco turmas de uma formação sobre o eSocial, novo sistema eletrônico de registro, elaborado pelo governo federal, para facilitar a administração de informações relacionadas aos trabalhadores e as leis trabalhistas. Os encontros foram voltados a funcionários dos Sindicatos Rurais que prestam serviços de folha de pagamento aos produtores. No total, foram 174 colaboradores de 133 sindicatos. O curso, de 16 horas de duração divididas em dois dias de trabalho, foi organizado pelos Departamentos Jurídico e Sindical da FAEP. Texto: Assessoria de Comunicação FAEP

PROGRAMA SAÚDE NO CAMPO A Prefeitura Municipal de Guarapuava lançou no dia 2 de outubro, o programa Saúde no Campo, com a entrega de quatro caminhonetes. Durante o evento, o Samu também recebeu mais uma ambulância. O município conta atualmente com 32 Unidades Básicas de Saúde (UBS), sendo cinco na zona rural. Com o novo programa, a Secretaria de Saúde irá atender os distritos de Entre Rios (Sundária, São José, Paiol de Telhas, Banhados, Banhado Grande, São Sebastião e Manequinho); do Guairacá (Assentamento São Pedro, Rio do Corvo, Invernadinha e Purungos); e da Palmeirinha (Gramados); além do Guabiroba, no bairro Santana. “Essa é mais uma conquista para a área da saúde que vai permitir a ampliação do atendimento nas comunidades mais distantes. Com chuva ou sol, as equipes do Saúde no Campo vão prestar um atendimento de qualidade às famílias”, destacou o prefeito de Gua-

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rapuava, Cesar Silvestri Filho. Complementando o objetivo do novo programa, o secretário de Saúde, Celso Góes detalhou: “A ideia do Saúde no Campo é que nos locais mais distantes, onde não há uma estrutura física para atender a população, vamos levar nossa equipe até lá, com médico, enfermeiras, dentistas, etc. E quero adiantar também que a Secretaria da Saúde está adaptando um ônibus com consultório médico e odontológico, para levar todos os programas da secretaria para o interior”.


ARMAZENAGEM

PEÇAS DE REPOSIĂ‡ĂƒO PARA UNIDADE ARMAZENADORA As peças de reposição sĂŁo itens que se desgastam em uma unidade de cereal e devem ser repostos de tempo em tempo ENG. MARCIO GERALDO SCHĂ„FER ParanĂĄ Silos Representaçþes Ltda.

A

Kepler Weber, grande fabricante mundial årea de equipamentos para armazenagem, preocupada com o alto custo e tempo de parada na substituição de peças, desenvolve constantemente estudos em sua linha de peças de Reposição, no sentido de aumentar sua vida útil.

Um exemplo estĂĄ nos itens de canalização, onde os tubos apĂłs remodelação em sua da mĂĄquina de fabricação, substituiu a matĂŠria prima de aço 1020 OU ASTM A36, por aço SAE 1045, que possui uma maior resistĂŞncia a abrasĂŁo quase duplicando a via de uso do tubo. NĂŁo obstante, o departamento de pesquisa continua em busca de novos materiais A,B,C, para melhorar ainda mais a vida do tubo, alĂŠm deste, todos os desviadores, amortecedores e itens que podem sofrer desgaste tambĂŠm tiveram a matĂŠria prima substituĂ­da. Com a internalização do processo de produção, o controle dimensional ficou melhor atendido, nos dando ainda mais garantia em um produto de canalização KEPLER WEBER. Outro item com a mesma importância sĂŁo as caçambas de elevador, que sofrem desgaste e de acordo com o volume de cereal transportado, podem se tornar um item relevante no investimento da unidade. É possĂ­vel neste item injetado, a inclusĂŁo de matĂŠria prima reutilizada e tambĂŠm corantes para identificar o fabricante. Todo e qualquer item diferente da matĂŠria prima original afeta a durabilidade da caçamba. As caçambas produzidas pela

KW tem um índice de pureza ultrapassando os 99,5 %, conferindo à caçamba KW, uma durabilidade diferenciada, comprovada em laboratório. AlÊm da matÊria prima original nas caçambas, a espessura de parede e os reforços em pontos críticos são diferencias KW. Todas as diferenças não são facilmente perceptíveis, deixando o mercado a mercê de possíveis alteração do produto, visando redução no custo de produção, afetando o Tabela de teste de desgaste de tubos:

mercado, pois terão sua via útil reduzida e elevando o custo de manutenção da unidade de cereal. Cabe dizer que, muitas vezes, o valor do item trocado Ê apenas uma fração do custo da troca, pois o item pode estar em pontos de acesso reduzido, ampliando custos, inclusive, contribuindo com tempo de unidade parada. Abaixo imagem de resultados de testes em laboratório. A. Apresentação de resultados em caçambas kw:

Perda de Massa (mg)

401

301

162

138

142

A

MET 150483 ASTM A36

B

MET 150485 SAE 1045

C

Lembrando que os itens consumĂ­veis agora estĂŁo disponĂ­veis em estoque na nova filial Kepler weber em Cascavel-PR.

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PRODUTOS ANIMAIS, SAÚDE HUMANA E INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA DRA. TANGRIANI SIMIONI ASSMANN

PHD. PETER BALLERSTEDT

Doutora em Produção Vegetal e Professora do Departamento de Agrárias da UTFPR/Campus Pato Branco

Pesquisador em pastagens e forrageiras na Empresa Barenbrug – Estados Unidos da América

A

agricultura brasileira e o modo de vida rural, desde a década de 70, vem passando por uma grande transformação. Esta transformação resultou principalmente na especialização dos sistemas de produção agrícola. As propriedades rurais que anteriormente desenvolviam atividades de produção animal juntamente com a produção vegetal, devido a especialização do sistema, removeram, na sua grande maioria, o componente animal do sistema de produção. Desta forma, o monocultivo em grandes áreas, em especial da soja, vem trazendo uma série de novos problemas para o agricultor brasileiro, tais como surgimento de plantas resistentes a herbicidas, novas doenças e pragas, problemas de conservação de solo e menor eficiência do uso de adubos pelas plantas. Isto faz com que a quantidade de insumos, defensivos agrícolas e fertilizantes a ser aplicada seja cada vez maior, o que acarreta uma aumento de custo de produção, redução de lucratividade e aumento da possibilidade de contaminações ambientais. Um possibilidade de diversificação do sistema produtivo agropecuário em nosso país é o retorno da exploração pecuária nas propriedades. Contudo, infelizmente, uma parte da expansão da fronteira agrícola brasileira deu-se sobre áreas de matas e, como normalmente,

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a primeira atividade a ser desenvolvida em áreas que estão sendo desbravadas é o cultivo de pastagens, passou-se a vincular a exploração agropecuária com desmatamento e degradação ambiental. Este cenário faz com que o cultivo de pastagens em muitos casos seja classificado como uma atividade degradadora. Por outro lado, o advento dos sistemas de integração lavoura-pecuária, bem como o cultivo de áreas pastejadas com a devida adoção de tecnologia, vêm mostrando inúmeras vantagens em relação ao cultivo de áreas que não contam com a presença de animais. Entre algumas das vantagens do cultivo de pastagens, podemos citar: controle de erosão do solo; melhoria da estrutura e da fertilidade de solos agriculturáveis; conservação e proteção da água; habitat para uma grande diversidade de plantas e para a vida silvestre; aumento de eficiência do uso de fertilizantes; proteção ambiental de poluentes tais como sedimentos, resíduos urbanos e algumas substâncias tóxicas. Em relação a nutrição, os seres humanos, como todos os organismos vertebrados, são heterotróficos. Ou seja, não podem produzir compostos orgânicos (produtos com carbono) a partir de fontes inorgânicas (minerais). Portando os seres humanos devem consumir outros organismos presentes na cadeia alimentar que atendam seus requerimentos nutricionais em proteínas e energia.

Atualmente, a maior parte das calorias e proteínas consumidas pelos seres humanos provém de vegetais, contudo é importante sabermos em quanto da superfície da terra disponível para agricultura mecanizável, ou seja produção de grãos (trigo, arroz, etc) que são atualmente a base da alimentação humana. Devido restrições de temperatura, topografia, qualidade do solo e disponibilidade de tecnologias, apenas 4% da superfície da terra é cultivável de forma mecanizável e, grande parte desta porcentagem já vem sendo utilizada pelos humanos. Em contrapartida, a maior proporção do material vegetal produzida nos grandes ecossistemas mundiais é composta por plantas de baixa digestibilidade, que contém em sua composição celulose e fibras que não digeridas por seres humanos. Tal fato leva a necessidade um nível intermediário na cadeia alimentar para transformar essa imensa quantidade de energia disponível (celulose) em alimento para humanos e outros animais. Neste caso os herbívoros tem um papel de extrema importância para a segurança alimentar de diversos povos. No ano de 2010, aproximadamente 86% das fontes alimentares para a produção animal consistiu-se em alimentos não consumíveis pelos seres humanos, sendo que um terço da produção mundial de grãos foi direcionada para pro-


dução animal, o que correspondeu a um uso de aproximadamente 40% das terras agriculturåveis. Foram utilizados aproximadamente 2 bilhþes de hectares de pastagens para produção animal, sendo que destes, 700 milhþes apresentavam aptidão para cultivos de grãos (Figura 1). Considerando que pelo menos metade dos alimentos disponíveis para a nutrição dos ruminantes (pastagens, resíduos de agroindústria, entre outros) não pode ser utilizada para a nutrição humana, fazer uso desta fonte de alimentos para produção animal poderia significar um grande incremento na produção de alimentos de alto valor proteico. A expansão da atividade agropecuåria não implica em desmatamento e avanço sobre novas fronteiras agrícolas. No Estado do Paranå, estima-se que 4 milhþes de hectares atualmente encontram-se cultivados com pastagens, em sua grande parte constituídas por gramíneas. PorÊm, via de regra, o investimento em tecnologia na atividade pecuåria Ê menor do que o investimento feito na exploração para produção de grãos. Tal fato faz com que metade destas åreas encontrem-se degradadas. Investimentos de tecnologias simples, tais como correção de solo, aplicação de fertilizantes e substituiçþes das forrageiras por outras espÊcies mais produtivas, jå elevariam, em muito, a capacidade de produção animal das propriedades e de nosso Estado. AlÊm destas åreas com maior aptidão agrícola para o cultivo de pastagens, o Estado do Paranå ainda poderia contar com mais de 4 milhþes de hectares para o desenvolvimento de produção de ruminantes, via a tecnologia de Integração Lavoura-Pecuåria. Durante o período de primavera e verão, aproximadamente 6,5 milhþes de hectares do Paranå são cultivados para produção de grãos, principalmente soja, milho e em menor proporção feijão. Contudo, calcula-se que,durante o período de outono e inverno, apenas 1,3 milhþes de hectares são utilizadas para a produção de cereais de inverno (trigo, aveia e cevada), outra parte Ê destinada para o cultivo de culturas de cobertura de solo, mas, a maior parte da årea de produção de grãos do nosso Estado permanece em pousio neste período. Estas åreas se constituem,

Forragens conservadas

ResĂ­duos de culturas

8%

19% Oleaginosas e tortas

5%

Sub-produtos

5%

Outros nĂŁo comestĂ­veis

3% GrĂŁos

13%

Pastagens e folhas

Outros comestĂ­veis

46%

1%

 Â?Â? Â?Â? Â

igualmente, em importante espaço para incrementos de produção animal. Ironicamente, embora exista esta grande disponibilidade de åreas e condiçþes climåticas e de solo adequadas para produção de ruminantes no Paranå e no Brasil como um todo, com as quais poucos países podem contar, muitas vezes, informaçþes vinculadas pela mídia ou via os guias nutricionais oficiais insistem em não explicitar, que para a nutrição humana, os alimentos de origem animal são nutricionalmente superiores aos produtos de origem vegetal. Quantidades iguais de calorias energÊticas provenientes de produtos animais não têm o mesmo efeito metabólico no corpo humano. Iguais quantidades de proteína bruta e minerais originårios de produtos animais ou de produtos vegetais, não são metabolicamente equivalentes.

Assim sendo, melhorias tecnolĂłgicas na exploração de ruminantes poderiam assegurar o suprimento de alimentos de qualidade para a população brasileira e mundial uma vez que a produção de forragens e de ruminantes ocupam nichos ecolĂłgicos especĂ­ficos, os quais, necessariamente nĂŁo competem com a produção de alimentos de origem vegetal. Os produtos originĂĄrios de ruminantes, tais como carne vermelha e produtos lĂĄcteos sĂŁo uma fonte significativa de alimentos para a população mundial e a participação deste tipo de produto na nutrição humana deverĂĄ aumentar futuramente. O Brasil apresenta caracterĂ­sticas edafoclimĂĄticas que nos possibilitam a liderança na produção de alimentos de elevada qualidade nutricional, em sistemas produtivos ambientalmente mais adequados e mais sustentĂĄveis. REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANĂ

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NUTRIÇÃO DE PLANTAS

TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO O sucesso de uma aplicação depende da interação de vários fatores como qualidade da água, tipo de alvo (praga, doença, planta daninha), cultura, equipamento e condições climáticas. O objetivo é atingir o melhor resultado de cada produto de forma econômica e com segurança ambiental. Vamos tratar hoje sobre um destes fatores:

QUALIDADE DA ÁGUA PARA TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO A água que utilizamos em uma aplicação pode contribuir para uma maior ou menor eficiência dos defensivos. Isso vai depender de sua pureza, da quantidade de minerais (dureza total da água) presentes e o seu percentual hidrogeniônico (pH). A dureza total da água é definida pela quantidade de cátions (ferro, cálcio,...) presentes na água, e sua classificação pode variar de “Muito Mole” (0 a 70 ppm de carbonato de cálcio) até “Muito Dura” (mais de 350 ppm). Quanto menos minerais (água mole) melhor é a eficiência dos defensivos, pois os minerais adsorvem (inativam) as moléculas dos defensivos e reduzem sua eficiência. O pH de um líquido pode variar em uma escala de 1 a 14, representando o grau de acidez (pH 1 a 6), neutralidade

(pH 7) e alcalinidade (pH 8-14). Ao contrário do pH para consumo humano, que pode variar entre 6,5 a 10 (água mineral), a maioria dos produtos utilizados nas pulverizações agrícolas tem sua melhor eficiência em pH ácido (pH3 a 5,5). Se um produto que apresenta melhor eficiência em meio ácido (pH 3, por exemplo) for adicionado em uma calda alcalina (pH 9) ocorre perda de eficiência por hidrólise alcalina e redução da meia-vida do produto, que é o tempo para inativar 50% do defensivo. Para o consultor técnico Valdir Gouvêa (Representante MIM Fertilizantes), a qualidade da água é um dos principais fatores que influenciam o resultado de uma aplicação, “devendo ser observadas com muito cuidado as questões de dureza e pH, e corrigidas quando necessário”.

MIM FERTILIZANTES A MIM FERTILIZANTES foi fundada em 1974, na cidade de Macatuba, interior do estado de São Paulo, com o objetivo de atender as necessidades nutricionais das principais culturas do setor agrícola brasileiro. Neste sentido, a empresa desenvolve complexos nutricionais que aliam nutrição, tecnologia na aplicação, bio-estimulantes e indutores de resistência. Seus produtos possuem formulações diferenciadas, unindo as melhores tecnologias de produção, a mais alta qualidade das matérias-primas e o conhecimento de profissionais altamente capacitados por décadas de pesquisa e desenvolvimento de produtos.

Valdir Gouvêa Representante MIM Fertilizantes

INOVAÇÃO TECNOLOGIA KLESH A linha KLESH é composta por produtos que proporcionam alta performance nas aplicações, alcançando o máximo de eficiência e qualidade que um produto pode oferecer. A tecnologia de suas formulações contém nutrientes e aditivos que além de nutrir as plantas, ajustam o pH da calda, quebram a dureza da água e reduzem perdas por evaporação e deriva. KLESH é o principal parceiro de uma aplicação de sucesso!

Distribuidor autorizado em Guarapuava, Candói e região:

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INTERNACIONAL

COLHEITA NORTE-AMERICANA PROGRIDE APESAR DAS CHUVAS JAMES THOMPSON Jornalista agrícola, criado numa fazenda no Estado norte-americano de Tennessee e blogueiro mensal para a revista Farm Futures

E

nquanto você pensa no segundo turno pra presidente no fim deste mês, os produtores rurais norte-americanos passam os dias colhendo o milho e a soja. No entanto, eles estão enfrentando dificuldades em escoar sua safra. Aqui estão informações não oficiais do USDA, cujos analistas quase não saem dos seus escritórios, mas dos produtores e especialistas no campo. Mas antes de ler mais, é importante lembrar que os estados norte-americanos de Illinois, Iowa, Minnesota e Indiana são os mais importantes em termos da produção de soja e de milho a cada ano, e que os demais 22 estados produtores de soja, embora importantes, não pesam tanto na balança. Vamos começar com o meu estado, Illinois, onde não só fica a Bolsa de Chicago, mas também vastas áreas de soja e milho. Liguei para o produtor rural Ray Hughes, que arrenda a maior parte de suas terras para um vizinho, mas que ainda planta uns 200 hectares de milho, soja e sorgo. Ray observou que “ainda estamos com um monte de soja nos talhões,” na região; as hastes, ele diz, estão permanecendo verdes por mais tempo que o normal. Enquanto isto, o milho continua úmido. Mas, “se você o colocar no armazém seco, (o milho) vai ficar bem, porque são só os pontos dos grãos que estão com muita umidade agora.”

CHUVAS Até antes mesmo da chegada do Furacão Michael nos estados de Flórida, Geórgia e Carolinas, nos EUA, os meus conterrâneos no Meio-oeste, como Ray Hughes e David Rodibaugh, sofriam com chuvas em excesso nesta safra de 2018. Enquanto as chuvas, per si, não necessa-

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riamente apresentam problema enorme em termos do timing da colheita (Ray Hughes ressaltou que “um determinado produtor rural tem como, normalmente, colher uns 60 hectares por dia, sozinho, estes dias,” porque os agricultores estão usando sempre mais máquinas de esteira), David está com uns 75% da colheita de seus 450 hectares de milho, e com aproximadamente a mesma área de soja colhida; me disse por telefone que ele está esperando ao redor de 56 sacas por hectare de soja, e algo como 210 sacas por hectare de milho em 2018. O sr. Renssalear, Indiana, compartilhou estas informações comigo quando voltava para a casa para tomar um banho e descansar, e me disse que durante o fim da semana, as duas lavouras têm maturado mais rápido que o normal este ano, e que 2018 é o ano em que ele tem começado a colheita mais cedo em vários anos. São valores que aproximam a um ano normal.

SAFRA ENORME Após ter conversado com os dois sojicultores resolvi ligar para o dr. David Asbridge, economista rural de renome nos Estados Unidos, residente no estado de Tennessee. David disse que “a colheita está indo muito bem, com os dados dos estados de Illinois e Indiana elevando o promédio nacional para acima da média. Temos visto uns atrasos recentemente, devido as chuvas, mas isto só dá mais tempo para os agricultores descansarem e recarregarem suas energias... e voltarem para a colheita na hora que as chuvas pararem”. “As produtividades do milho, porém, têm sofrido um pouco, e o USDA confir-

mou este fato com uma diminuição leve na produtividade por hectare, no relatório da safra, desta semana. Mas 2018 ainda vai ser ano grande, e os preços devem ficar no lugar, sem muito motivo para subir no prazo curto.” Enquanto isto, o economista diz que a safra de milho não está ficando tão bem como a safra de soja. Não de forma grave, mas as produtividades de Illinois, Indiana e Minnesota (três dos maiores quatro estados produtores dos EUA) estão ficando acima do promédio. Os demais estados ficam abaixo da média histórica, mas não o suficiente pra quebrar a produtividade nacional. Apesar disso, o economista rural me diz: “o USDA elevou a produtividade de soja um pouco esta semana, assim empurrando a produção total para um recorde novo. Este fato, juntamente com a questão tarifária com a China, está aumentado a pressão nos preços da soja, e se prevê que estes preços vão baixar, por aproximadamente, dez por cento abaixo do promédio de 2017”. Então, o seu voto como produtor rural, assim como o voto do produtor rural, aqui nos EUA, salientando que os concorrentes aqui na terra no tio Sam vão votar para deputados, governadores e vários dos senadores no mês que vem. E eles vão votar lembrando que as lavouras estão ganhando menos neste ano para as suas famílias do que no ano passado. Concluindo, quero dizer que o problema das chuvas recentes não tem afetado a produção e a produtividade. Em vez disto, os problemas acarretados pelas chuvas fortes têm mais a ver com o escoamento hidroviário da soja e do milho. Várias eclusas nos rios Illinois e Mississippi têm fechado temporariamente. Mas isto, gente, é temporário.


RECEITA ESTADUAL

CURSO ORIENTA SOBRE NOTA FISCAL DO PRODUTOR ELETRÔNICA

C Antônio José de Oliveira (Receita Estadual)

olaboradores de sindicatos rurais da região participaram, dia 17 de outubro, no Sindicato Rural de Guarapuava, de um curso que o SENAR-PR realizou sobre a Nota Fiscal do Produtor Eletrônica, com os auditores fiscais Antônio José de Oliveira e Rafael Torres, da 5ª Delegacia Regional da Receita Estadual de Guarapuava. Oliveira recordou que a novidade será obrigatória na circulação de mercadorias entre estados: “A partir de 1º de janeiro de 2019, o documento fiscal juridicamente válido para um transporte de mercadoria, numa operação interestadual, vai ser a Nota Fiscal do Produtor Eletrônica. Não mais vai ser aceita a antiga nota em papel”, enfatizou. O auditor também explicou que dentro de um mesmo estado, inicialmente, o produtor rural pode-

O agro evoluiu.

rá fazer o transporte de mercadoria utilizando a nota fiscal em papel ou a eletrônica. Antônio José de Oliveira esclareceu ainda uma dúvida comum sobre o assunto: a forma de obter a Nota Fiscal do Produtor Eletrônica em propriedades sem sinal de internet. “O produtor pode utilizar uma nota em papel de forma transitória, da propriedade até o próximo local onde tem sinal de internet, para que emita a Nota Fiscal do Produtor Eletrônica, definitivamente”. Para quem deseja obter informação sobre o assunto, o auditor destaca algumas opções, como o contato com as prefeituras, com a própria Receita Estadual ou com os sindicatos rurais. Em Guarapuava, o Sindicato Rural também já está orientando os produtores sobre como utilizar a Nota Fiscal Eletrônica (42 3623 1115).

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TURISMO RURAL

SENAR CAPACITA PRODUTORES RURAIS NA ÁREA DE TURISMO

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turismo rural foi tema de capacitação no Sindicato Rural de Guarapuava. O curso Trabalhador em Turismo rural – Turismo Rural e Oportunidades de Negócios foi realizado nos dias 22, 23 e 24 de agosto, pela entidade e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar). A capacitação contou também com o apoio das secretarias municipais de Agricultura e Turismo. Como o próprio nome diz, o curso buscou despertar nos participantes uma visão mais ampla para oportunidades de negócios no meio rural voltadas ao turismo. O instrutor José Rivaldo dos Santos observou que várias atividades podem ser desenvolvidas dentro da propriedade, visando o turismo. “Há possibilidade de desenvolver um local para hospedagem, restaurantes rurais, atividades voltadas ao lazer, como passeio de charrete, pesca, entre outras. É possível também desenvolver o artesanato com uma identidade do lugar, para que quando as pessoas visitem a propriedade, levem uma lembrança consigo e assim divulguem o lugar”. Além disso, Santos destaca que produtos da agroindústria familiar podem também fomentar o turismo. “Geleias, queijos, embutidos, panificados podem ser expostos em um ponto de vendas e chamar atenção para aquele local”. Eventos da comunidade local do meio rural também podem ser chamariz para o desenvolvimento do turismo, segundo o instrutor.

O projeto teve início no ano passado e busca levar oportunidade de negócios aos produtores que possuem propriedades ao longo do caminho até o Salto São Francisco, fomentando o turismo em Guarapuava. “Queremos que ao longo dos 46 quilômetros até o salto, os turistas encontrem opções de lazer, um almoço, um café ou até um local para pernoitar. Entendemos que a beleza natural é grandiosa nessa região e precisamos explorar isso”, observa o secretário de Turismo, vice-prefeito de Guarapuava, Itacir Vezzaro. Segundo ele, fomentando o turismo, fomenta-se também a economia local. “Muita matéria-prima que já é produzida por alguns produtores rurais do Guairacá podem ser comercializadas para os turistas, gerando mais uma renda para estas famílias”. Várias reuniões já foram realizadas

Itacir Vezzaro, secretário municipal de Turismo e o instrutor do Senar, José Rivaldo dos Santos

com os produtores da região e as famílias estão sendo capacitadas e incentivadas a aderir à atividade do turismo. Já são mais de 30 famílias envolvidas com o projeto.

CAMINHO DE SÃO FRANCISCO Os participantes das turmas do curso sobre turismo rural são integrantes do projeto Caminho de São Francisco, idealizado pela Prefeitura Municipal, por meio da Secretaria Municipal de Turismo.

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Durante o curso, os participantes visitaram algumas propriedades que fazem parte do roteiro turístico Caminho de São Francisco e o próprio Salto São Francisco (turma dos dias 22, 23 e 24 de agosto)


Turma dos dias 24, 25 e 26 de setembro

Quatro propriedades implementaram alguma atividade voltada ao turista. Uma delas é o Sítio Nosso Sonho. “Após a visita do projeto Caminho de São Francisco, onde fomos incentivados a desenvolver alguma atividade para o turismo, pensamos na possibilidade do café colonial. Minha tia Olga, a proprietária, já produzia queijo, geleias, pães e salames e vimos no café colonial rural uma possibilidade de agregar”, conta

Turma dos dias 27, 28 e 29 de setembro

Marizeli Iastrenski Silva, que vem administrando a atividade. Virado de feijão, paçoca de carne, queijos, salames, broa de milho, patê de torresmo, pão de batata, broa de milho, manteiga caseira e seis tipos de geleias são algumas das delícias servidas fresquinhas no café. As visitas são realizadas mediante agendamento. “O café é servido de domingo a domingo em qualquer horário, no entanto, rece-

bemos grupos com mais de dez pessoas para que seja viável economicamente”. Marizeli foi uma das participantes do curso do Senar. “O curso superou minhas expectativas. Como estamos no início da atividade, precisamos aprimorar nossas ideias e buscar a profissionalização. Obtive muitas informações para isso durante a capacitação, além de trocar ideias com outros produtores. Foi bastante válido”.

RESPONSABILIDADE SOCIAL

SINDICATO RURAL E JUSTIÇA DO TRABALHO PROMOVEM AÇÃO SOCIAL NO DIA DAS CRIANÇAS

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Sindicato Rural de Guarapuava, por meio da Campanha Produtor Solidário, e a Justiça do Trabalho realizaram, no dia 11 de outubro, a entrega dos doces para as crianças da Escola Municipal do Campo Lídia Scheidt Curi, no Rio das Pedras. As lembranças foram alusivas ao Dia das Crianças (comemorado no dia 12 de outubro). Além disso, o Sindicato Rural e a Justiça do Trabalho patrocinaram a locação dos brinquedos infláveis, que fez parte da programação festiva da escola. Estiveram representando as instituições o presidente do sindicato, Rodolpho Luiz Werneck Botelho e a juíza da 1ª Vara do Trabalho de Guarapuava, Rosângela Vidal. O diretor da escola, Gilmar Luiz Santin agradeceu mais uma vez a parceria. “Há alguns anos temos essa parceria com o Sindicato e recentemente, com Justiça do Trabalho. Fico muito feliz, pois as crianças são as mais beneficiadas. Nós percebemos o quanto elas ficam contentes com estas ações diferentes e pequenas lembranças que significam muito para elas”.

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LEGISLAÇÃO

SEMINÁRIO ABORDOU TRIBUTAÇÃO PREVIDENCIÁRIA RURAL O Sindicato Rural de Guarapuava sediou no dia 21 de setembro, o Seminário sobre Tributação Previdenciária Rural, promovido pelo Senar, Receita Federal e Previdência Social. Confira o resumo dos principais temas abordados no evento:

eSocial ALBERTO RANGEL, auditor fiscal da Receita Federal do Brasil, membro da equipe nacional do eSocial

Nossa palestra falou sobre os benefícios previdenciários, quem são os segurados e como cada um recolhe. O eSocial é uma nova maneira de prestar informações ao Governo Federal, que não é nada diferente do que já se faz hoje. É

apenas uma nova metodologia, mais confiável, certificada, para que o trabalhador não tenha problemas na hora de retirar o beneficio. É uma nova etapa que estamos implantando para conceder o direito ao trabalhador. O que tem que mudar é a cultura das empresas que prestam essas informações. Por exemplo, as informações da folha de pagamento são prestadas somente no fim do mês. A partir do eSocial, se você admitiu um empregado, tem que fazer esse registro no dia anterior do iní-

cio do trabalho. Isso já existia antes, mas a gente tinha por hábito estar informando só no último dia do mês, ao fazer a folha de pagamento. Além disso, dentro das empresas, temos que observar que os setores precisam se comunicar: a contabilidade, o financeiro e o RH, para que nenhuma informação fique faltando no eSocial. A partir de 2018, também houve mudanças na lei, especificamente na tributação da área rural, mas é importante ressaltar que houve apenas redução nas alíquotas”.

Contribuição Previdenciária NILZETE PECHNICKI, gerente executiva INSS regional Ponta Grossa

Fizemos uma abordagem mostrando aos participantes o funcionamento, a área de abrangência, a zona de influência que atendemos na região e, principalmente, destacamos os benefícios do INSS e de que forma o segurado obtém o direito dos benefícios previdenciários, a qualidade de segurado, como ele deve fazer para entrar para o regime de previdência. Para o segurado ter direito ao beneficio previdenciário, ele precisa ser um contribuinte, estar em dia com suas contribuições para a Previdência Social,

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para que numa situação de doença, de morte ou quando ele completa idade para aposentadoria, ele venha a ter esse direito reconhecido. Caso ele deixe o mercado de trabalho e deixe de contribuir como empregado, ele tem a opção de continuar contribuindo na condição de segurado facultativo, contribuindo por vontade própria mesmo sem estar exercendo um cargo registrado. Assim, ele vai garantir seu direito ao beneficio previdenciário. Com relação ao meio rural, há a diferença do segurado especial e o contribuinte individual. O segurado especial tem direito à aposentadoria rural por idade. O trabalhador rural que completar 60 anos, para homens, ou 55 anos, para mulheres, no valor de um salário mínimo vigente à época da data do requerimento. Também

são segurados especiais os respectivos cônjuges ou companheiros desses trabalhadores rurais, exceto filhos maiores de 16 anos, desde que trabalhem comprovadamente com o grupo familiar respectivo. O segurado não poderá possuir outra fonte de renda de qualquer natureza. Já o contribuinte individual rural são as pessoas físicas proprietárias ou não, que exploram atividade agropecuária, a qualquer título, em caráter permanente ou temporário, em área superior a quatro módulos fiscais; ou quando em área igual ou inferior a quatro módulos fiscais ou atividade pesqueira, com o auxílio de empregados ou por intermédio de prepostos; ou ainda quem presta serviço de natureza urbana ou rural, em caráter eventual, a uma ou mais empresas, sem relação de emprego”.


FISIOLOGIA VEGETAL

DISPONIBILIDADE DE MICRONUTRIENTES NAS GRANDES CULTURAS

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produção agrícola depende, dentre outros fatores, da disponibilidade de nutrientes de forma equilibrada no solo. Os micronutrientes essenciais, como boro (B), cobre (Cu), manganês (Mn), molibdênio (Mo), cobalto (Co) e zinco (Zn), são absorvidos em pequenas quantidades pelas plantas, quando comparados aos macronutrientes. Porém, quando os teores presentes no solo são insuficientes para manter a demanda das plantas, há uma drástica redução na atividade fisiológica vegetal, impactando diretamente na produtividade da cultura. Nos últimos anos, a utilização de micronutrientes na adubação de grandes culturas vem ganhando destaque na agricultura brasileira. Isso ocorre principalmente devido ao aumento da produtividade das culturas e consequente aumento da remoção de diversos nutrientes do solo, ao aparecimento de deficiências induzidas em razão do aumento das doses utilizadas e da incorreta incorporação de calcário ao solo e ao aprimoramento da análise de solo e foliar, com melhoria na eficiência da diagnose de micronutrientes.

Dois dos micronutrientes essências, que são o Cobre e Zinco, tomam destaque devido à capacidade de participarem de processos de oxidação e redução, respiração, metabolismo do nitrogênio, fotossíntese, síntese de proteínas e ativador enzimático, ou seja, plantas mais fortes e resistentes são menos susceptíveis ao ataque de patógenos. A combinação única de nutrientes no Verno FG resulta em estímulo fi-

siológico nos processos responsáveis pelo crescimento de raiz e parte aérea da planta. Verno FG é um fertilizante mineral sólido de origem europeia, contendo em sua formulação única, altas concentrações de Cu (30 %) e Zn (27 %), elementos fundamentais que estimulam significativamente os processos fisiológicos responsáveis pelo crescimento e produtividade das plantas.

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CANDÓI

Duas palestras mostraram que, também na produção leiteira, é preciso atenção com silagem e manejo

LEITE: ENCONTRO DESTACA EFICIÊNCIA

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m evento técnico realizado em Candói deixou aos produtores de leite uma mensagem: mesmo em tempos de preços bons, o mercado atual exige que, da porteira para dentro, a propriedade leiteira dê atenção à eficiência – fazer mais com menos, elevando resultados técnicos (pensando na qualidade do produto final) e de rentabilidade. Realizado pelo Instituto EMATER, Prefeitura Municipal de Candói e COACAN, dentro da programação da XVI Festa Nacional do Charque, o Encontro Municipal de Produtores de Leite, dia 24 de agosto, no Centro Cultural do município, registrou a presença de produtores locais e da região. Na abertura, estiveram presentes e realizaram pronunciamentos autoridades e lideranças, como o vice-prefeito do município, Christian Piccolo, vere-

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adores, e a gerente da regional da EMATER em Guarapuava, Gilca Angélica Leite Ferreira. Em entrevista, ela lembrou que o encontro daquele dia era parte de uma série, voltada a divulgar conhecimento. “Ontem (23), tivemos um evento em Palmital, com cerca de 100 produtores. Em Candói, por ser um município estrategicamente localizado, perto de outros que também têm bovinocultura de leite como importante fonte de renda, optamos por fazer um encontro microrregional. Temos aqui os municípios de Goioxim, Pinhão, Foz do Jordão e Cantagalo”, elencou. Gilca observou ainda que a EMATER realiza também o projeto Leite Competitivo Sul. De acordo com a gerente regional, a iniciativa já está em funcionamento há três anos e, no centro-sul do Paraná abrange todos

Gilca, gerente da EMATER em Guarapuava


os 12 municípios da regional do instituto em Guarapuava: “A proposta é concentrar alguns esforços em algumas famílias produtoras de leite, para que a gente gere índices e parâmetros técnicos para a irradiação de tecnologia”. Para coordenar a iniciativa nas regiões abrangidas, detalhou Gilca, a instituição tem busca-

do, em seus quadros, profissionais que atuam a campo. Em Guarapuava e região, a tarefa é atualmente exercida por um dos palestrantes do encontro daquele dia, o veterinário Mateus Poczynek. Responsável pela primeira apresentação, Poczynek abordou a im-

portância do correto preparo e acondicionamento da silagem de milho para a produção de leite. A segunda palestra ficou a cargo de outro veterinário, Leonardo Rubin, que enfocou índices de produção. Durante o evento, a REVISTA DO PRODUTOR RURAL conversou com os dois palestrantes.

CONFIRA A SEGUIR O RESUMO DAS PALESTRAS: SILAGEM DE MILHO – COMO REDUZIR AS PERDAS E OS CUSTOS DE PRODUÇÃO

MATEUS POCZYNEK Médico veterinário (EMATER)

As perdas no processo de silagem atingem patamares próximos a 50% da massa ensilada. Para reduzir essas perdas a gente preza pelo controle do processo: colher o material no ponto correto, fazer a picagem adequada, ter o cuidado com a compactação. O ar é o grande vilão das silagens. Precisa ser retirado no processo de compactação. A silagem não pode estar morna, quente. Se está esquentando, é porque estou tendo liberação de energia. Se estou perdendo energia, estou perdendo nutrientes. Com isso, o produtor vai fornecer um alimento pior e vai precisar suplementar mais, gastar mais com ração, com concentrados, para atingir a mesma produção que ele iria atingir com aquela silagem – se fosse bem feita, se não esquentasse. A palavra eficiência precisa estar em pauta. Posso ter um bom preço de leite, mas se não sou eficiente vou ter custo alto de produção. Com isso, minha renda não vai ser boa. Se a gente pensar em momentos de preço mais baixo, isso piora. A necessidade de ser mais eficiente, otimizar os recursos é ainda maior”.

INDICADORES DE PRODUÇÃO EM PROPRIEDADES LEITEIRAS

LEONARDO RUBIN Médico veterinário (Nutrifarma)

Cada vez mais, a vaca tem que comer menos para produzir mais. Só que esse ‘menos’ tem que ter alta qualidade. Essa alta qualidade vem com o conhecimento, que é o que todo mundo está buscando aqui. Existem três pilares: o de nutrição, o genético e o sanitário. Quando você tem o conhecimento destes três pilares, é quando acontece essa eficiência. Tem que mudar a comida? Não necessariamente. Costumo ver que as vacas são alimentadas de manhã, após a ordenha, e de tarde, após a ordenha. Se a gente simplesmente colocar essa quantidade total diária, dividir em três e não em duas vezes, a vaca já fica mais eficiente. Foi o manejo que mudou. Não mudei alimento, não coloquei produto nenhum. Cada vez mais, a gente tem que buscar conhecimento. A genética está evoluindo, a parte sanitária também. É óbvio que doenças também evoluem. A parte de alimento também está evoluindo. Só não tem conhecimento, hoje, quem não quer: é Google, revista, o vizinho, o órgão, a cooperativa. Então, não tem desculpa”.

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LEGISLAÇÃO

A TERCEIRIZAÇÃO DAS RELAÇÕES DE TRABALHO RURAL APÓS A DECISÃO DO STF

LUIS EDUARDO PEREIRA SANCHES Advogado do escritório Trajano Neto e Paciornik em aliança legal com o escritório Decker e Advogados Associados

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onforme já noticiado em meados do mês de agosto de 2018, o Supremo Tribunal Federal deliberou sobre o tema da terceirização, afastando o conceito de atividade-fim criado pela Justiça do Trabalho, que implicava na anulação das contratações em tais atividades e a consequente declaração de vínculo direto entre os empregados terceirizados e as contratantes ou a condenação solidária da contratante nos débitos trabalhistas. Passados, aproximadamente, três meses daquele entendimento, o STF voltou a reafirmar a constitucionalidade da contratação de empregados terceirizados para as atividades-fim das empresas, julgamento este havido em 11 de outubro de 2018, quando na referida sessão, o colegiado superior analisou o caso específico de contratação de terceirizados para a área de call center. Embora a contratação já estava permitida desde o ano passado quando o presidente Michel Temer sancionou a nova lei trabalhista, havia um impasse em relação a 4 mil ações anteriores à lei da reforma trabalhista que questionavam entendimento do Tribunal Superior do Trabalho (TST), em vigor desde 2011, segundo o qual era proibido terceirizar a atividade-fim. Antes da referida reforma, o empregador rural não podia terceirizar as atividades-fim, como o empregado na colheita, sendo esta atividade de incumbência do produtor ou a funcionários contratados diretamente pela propriedade, vez que somente era permitida a terceirização de serviços acessórios como a vigilância da fazenda e a manutenção do maquinário. Após a reforma e a votação no STF, ficou autorizada a contratação de terceirizados sem restrição.

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Na prática, o afastamento do vínculo direto e da responsabilidade solidária pelo conceito de atividade fim, impede que o trabalhador direcione de forma imediata a cobrança ao contratante. No entanto, o STF confirmou a responsabilidade subsidiária, de modo que se a prestadora de serviços não pagar os débitos, estes continuam sendo arcados pela tomadora dos serviços. Importante salientar, contudo, que tal decisão não afeta em nada o conceito de vínculo de emprego estabelecido na CLT, de modo que se verificados os requisitos da pessoalidade e subordinação do trabalhador terceirizado em relação aos prepostos da empresa contratante, a Justiça do Trabalho ainda deverá reconhecer o vínculo de emprego direto entre estas duas partes. Da mesma forma, a regulamentação da terceirização realizada em 2017, inserida na Lei 6.019, estabeleceu determinados requisitos para sua validade, que se não observados, poderão levar à nulidade dos contratos, com consequências na Justiça do Trabalho. Portanto, apesar da decisão do STF trazer tranquilidade, no sentido de eliminar a avaliação do tipo de atividade a ser terceirizada como requisito para sua validade, não ocorreu uma liberação irrestrita à terceirização, devendo sua prática ser precedida de cuidadosa análise no momento da contratação de empresas especializadas, bem como cuidados redobrados durante a execução dos serviços, sob pena da matéria continuar a constituir um passivo trabalhista em empreendimentos rurais.


NUTRIENTES MINERAIS

AVALIAĂ‡ĂƒO DO EFEITO COMBINADO DE SAFE E STOP NA CULTURA DO FEIJOEIRO EMANUELE G. DAL’MASO Universidade Estadual do Oeste do ParanĂĄ. - E-mail: manu_dalmaso@hotmail.com

O

s nutrientes minerais exercem importantes funçþes no metabolismo vegetal, influenciando no crescimento, qualidade e produção, na manutenção da saĂşde ou na vulnerabilidade das plantas ao ataque de patĂłgenos, estando relacionado com a renovação de tecidos radiculares e foliares (Marschner, 2012). Em condiçþes equilibradas de nutrição, as plantas possuem e sĂŁo capazes de produzir substâncias que podem agir como um “repelenteâ€? natural ao ataque de fungos que causam doenças em plantas, podemos citar, por exemplo o aumento da espessura das paredes celulares e cutĂ­cula, lignificação e suberização (raĂ­zes). Pode-se listar os benefĂ­cios de alguns nutrientes que estĂŁo presentes nos produtos, como: NitrogĂŞnio (N), PotĂĄssio (K) e Cobre (Cu). O N ĂŠ assimilado via reaçþes bioquĂ­micas envolvendo oxidação e redução, formando ligaçþes covalentes com carbono e criando compostos orgânicos, promovendo a produção de aminoĂĄcidos, proteĂ­nas, hormĂ´nios de crescimento, fitoalexinas e fenĂłis (Taiz e Zeiger, 2017; Huber, 1980). Deve-se tomar cuidado com o manejo deste nutriente, sempre considerar a cultura, ĂŠpoca e a fonte do N. Utilizando amĂ´nio ou nitrato disponĂ­vel para o hospedeiro irĂĄ afetar a severidade ou resistĂŞncia, pois em nĂ­veis muito altos, resulta em produção de tecidos jovens mais suculentos, podendo prolongar o estadio vegetativo e/ou retardar a maturidade das plantas. O K exerce funçþes nas cĂŠlulas e tecidos das plantas, atuando na absorção de nutrientes; nas relaçþes hĂ­dricas na planta; fotossĂ­ntese e no movimento dos estĂ´matos; ativação enzimĂĄtica para um grande nĂşmero de enzimas e na sĂ­ntese de proteĂ­nas - inclusive as ligadas aos mecanismos de defesa naturais da planta (Furlani, 2004). Desta forma, o K de modo amplo reduz a suscetibilidade das plantas tanto para parasitas obrigatĂłrios (ferrugens, mĂ­ldios, oĂ­dios) como para facultativos (antracnose, bacterioses). O Cu ĂŠ absorvido na forma Cu2+, mĂłvel na planta, facilita o transporte de elĂŠtrons (Cu2+/Cu+), sendo relevante nos proces-

sos fisiológicos de oxirredução (Taiz e Zeiger, 2017; Furlani, 2004). Baixos índices de Cu na planta levam a diminuição de atividades enzimåticas como polifenoloxidase, que diminuem o acúmulo de fenóis levando a redução da lignificação, que Ê a barreira mecânica contra a entrada de patógenos. O envolvimento deste elemento no metabolismo secundårio lhe confere importante papel na resistência de plantas a doenças. Em experimento conduzido de janeiro a junho em Toledo-Paranå, utilizando feijoeiro cultivar IPR-81, objetivando a redução da incidência de antracnose e ganhos em produtividade foram aplicados Safe e Stop na dose de 0,8 L.ha-1, e podemos visualizar nos gråficos abaixo que o uso individual ou combinado desses produtos foram efetivos para a diminuição das åreas da curva abaixo de progresso da doença (AACPD), e em contrapartida, houve um incremento de produção.

GRà FICO - Comparação de à rea Abaixo da Curva de Progresso da Doença

(AACPD) para Antracnose em feijoeiro e mĂŠdias da produção (Sc.ha-1) de feijoeiro da variedade IAPAR - 81 cultivadas no municĂ­pio de Toledo – ParanĂĄ, utilizando os produtos comerciais Safe e Stop.

Pode-se concluir que a utilização de Safe e Stop na dose de 0,8 L.ha-1, proporcionam atravÊs do fornecimento dos nutrientes N, K, e Cu, de forma equilibrada, uma redução da antracnose, e incremento de produção, de forma segura e econômica.

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MONITORAMENTO NUTRICIONAL

DIAGNOSE FOLIAR: SUA CULTURA ESTÁ COM UM BALANÇO NUTRICIONAL ADEQUADO?

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m dos principais fatores para o sucesso na atividade avanços e maior difusão no uso destas metodologias, sendo que agrícola é o manejo adequado da nutrição mineral os progressos ainda continuam atualmente. De maneira bem rede plantas, que deve ter como objetivo final gerar sumida, estas metodologias de cálculo possuem como principal lucro com sustentabilidade. Plantas malnutridas objetivo avaliar o balanço de nutrientes nos tecidos das plantas, apresentam distúrbios no metabolismo e crescimento, o que tendo como referencial um banco de dados representativo, com impede a cultura de alcançar maiores produtividades. um grande número de amostras e com culturas de alto desempeO monitoramento constante do equilíbrio nutricional dos nho para a espécie em questão (Parent et al., 2013). cultivos deve fazer parte dos processos na fazenda. Em geral, a A equipe técnica da Agrichem do Brasil S.A. atua nesta frenfolha consiste no principal órgão a ser monitorado para fins de te de trabalho e está lançando na safra 2017/2018 uma plataforanálise nutricional. De acordo com Malavolta (2006), existem ma atualizada de interpretação da composição de nutrientes registros de análise da composição mineral de tecidos foliares minerais nos tecidos de plantas, o PAM Nutri – Módulo Folha. desde o início do século XIX. Desde então, muitas pesquisas Esta plataforma possui como fundamentos básicos: 1) um amforam e continuam sendo desenvolvidas com o objetivo de plo banco de dados, atualizado e representativo de cultivos de analisar e interpretar o estado nutricional das plantas a partir alto desempenho; 2) resultados de experimentos próprios conda análise de tecidos foliares, visando aplicar os conhecimentos obtidos diretamente no manejo prático da adubação. Deficiências pontuais de um determinado nutriente, quando suficientemente severas, apresentam sintomas distintos e podem ser identificadas visualmente ou por meio de técnicas de obtenção de imagens a nível de campo. Contudo, na maioria dos casos, as deficiências ou desequilíbrios de nutrientes não apresentam sintomas facilmente visíveis, causando apenas diminuição no crescimento das plantas e redução do potencial produtivo da cultura (Marschner, 2012). Para tal, torna-se necessário utilizar técnicas de amostragem e análise de tecidos, associados a posterior diagnóstico e interpretação do estado nutricional da cultura. A literatura técnico-científica possui muitos trabalhos que correlacionam teores mínimos e máximos de nutrientes nos tecidos foliares com a produtividade final obtida, inclusive gerando tabelas com uma faixa de suficiência ideal para os mesmos. Contudo, na agricultura moderna e com nível técnico mais elevado, o uso destas tabelas não é suficiente para interpretar o estado nutricional das culturas. partir dos anos 1970, foram publicados os primeiros trabalhos no meio acadêmico com o uso de metodologias estatísticas para a avaliação do ba- Figura 1. A) Valores médios de marcha de acúmulo e partição de massa seca de lanço nutricional das plantas. A partir da década de plantas de soja ao longo do ciclo. B) Massa seca foliar de plantas de soja no estádio 1990, o avanço da informática possibilitou maiores fenológico R1, exemplificando um “efeito de diluição” de nutrientes.

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duzidos para avaliar a marcha de acúmulo de matéria seca e nutrientes ao longo do ciclo da cultura. A partir destes dados, foi possível criar modelagens cujo objetivo final é avaliar o balanço nutricional completo, identificando se há elementos em falta ou excesso, além de gerar uma recomendação direta para o manejo nutricional. Na Figura 1, por exemplo, há exemplos ilustrativos de informações utilizadas nesta plataforma. Os dados obtidos permitem verificar que culturas de soja que apresentam maiores produtividades acumulam maior quantidade de massa foliar, o que acarreta também em um “efeito de diluição” de nutrientes; ou seja, pelos dados obtidos foi possível verificar que plantas mais produtivas apresentam menores concentrações de nutrientes de maneira geral. Por outro lado, quando tratamos da extração total de nutrientes por área, verificamos o oposto, com culturas mais produtivas extraindo maiores quantidades de nutrientes. Por meio de modelagem matemática e análises estatísticas, torna-se possível entender e simular os padrões de crescimento das culturas avaliadas, gerando um diagnóstico mais preciso sobre as demandas nutricionais e as doses de nutrientes a serem aplicadas em cada caso específico. Este método considera a planta como um “sistema fechado”, onde a adição de um ou mais nutrientes consequentemente implica na saída de outro(s), modificando o equilíbrio entre eles.

Aplicação de análise estatística multivariada para diagnose nutricional Correlação com as curvas de crescimento e acúmulo de nutrientes Desenvolvimento de métricas de recomendação nutrientes Figura 2. Processo básico utilizado no PAM Nutri - Módulo Folha.

Avanços recentes na área de agricultura de precisão vão ao encontro destas técnicas de monitoramento nutricional, permitindo cada vez mais gerar informações de uma determinada área, de maneira rápida e com menores custos. O emprego da agricultura de precisão pode ser muito relevante para orientar a amostragem e a posterior aplicação de fertilizantes. Com isso, vale reforçar a importância da realização de um monitoramento nutricional ao longo do desenvolvimento da cultura. O uso das informações obtidas pode auxiliar tanto no manejo da cultura em andamento como nas safras futuras, por meio da criação de um histórico das áreas. Este certamente auxiliará nas tomadas de decisão por parte dos responsáveis pelo manejo da fertilidade do solo e nutrição das culturas.

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SUSTENTABILIDADE

SENAR CAPACITA PROFISSIONAIS PARA CONSERVAÇÃO DE SOLO E ÁGUA

T

ermina em outubro o curso Manejo de Solo e Água em Propriedades Rurais e Microbacias Hidrográficas, iniciado dia 5 de março, em Guarapuava. Promovido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), o curso é ofertado no módulo semipresencial e objetiva a preparação de profissionais para elaboração de projetos conservacionistas, atendendo à demanda de fiscalização da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar). A capacitação é uma das ações do Programa Integrado de Conservação de Solo e Água do Paraná (Prosolo). Entre os dias 17 e 20 de setembro, a turma esteve no Sindicato Rural de Guarapuava realizando as aulas presenciais do módulo 12. O instrutor José Alfredo

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Batista dos Santos explicou que, nesta etapa, os participantes realizaram algumas atividades práticas. “Neste módulo foram trabalhadas as práticas mecânicas e elaboração do projeto. Para chegar nesse ponto, os alunos passaram por toda uma parte teórica à distância e pela parte de diagnóstico de campo. Com base no diagnóstico de campo, fizemos uma preposição de práticas mecânicas, práticas vegetativas e edáficas para solucionar os problemas que foram levantados durante o módulo oito”. Durante todo o curso, composto por 14 módulos (11 à distância e três presenciais), foram abordados declividade das áreas, tipo de solo, erosividade, cálculos de dimensionamento de terraços, demarcação de terraços e prática de levantamento de terraços. “É um conjunto de práticas que visam minimizar ou solucionar os problemas de erosão na área agrícola. Com posse de todos esses dados, nós fizemos a elaboração do projeto, que consta a produção de mapas de solo, de capacidade de uso, de uso atual, de declividade e da situação planejada. Tudo aquilo que planejamos durante os módulos, apresentamos em mapas para constar no projeto conservacionista de manejo de solos”, explicou. Um dos participantes, o engenheiro agrônomo Marcelo Mayer disse que

o conhecimento adquirido no curso é de grande valia. “Está sendo um grande aprendizado na área de solos, manutenção, recuperação e como tomar decisão a nível de propriedade. Durante os módulos presenciais, tivemos uma grande interação com o instrutor e colegas que atuam na área, trocando experiências e discutindo novos desafios para praticar a campo. Foi uma atualização das novas normas, regras e sobre como fazer um projeto a nível de propriedade dentro da legislação vigente”. A turma de Guarapuava finalizou o curso no dia 31 de outubro, com apresentações dos projetos. A nova turma do curso já iniciou as aulas à distância no dia 10 de setembro. Outras informações sobre o curso, no site www.senardigital. com/cursos.php


NUTRIÇÃO

USO DOS AMINOÁCIDOS NA AGRICULTURA MATEUS GIMENEZ CARVALHO Gerente Técnico Grupo Inquima

O

s aminoácidos dão origem às proteínas, possuindo em sua composição um composto nitrogenado chamado de amina (NH2) e um grupo carboxílico (COOH). Todos os seres vivos (homem, animais e plantas) necessitam de aminoácidos para sua existência, pois é a partir deles que ocorre a síntese (formação) de proteínas, enzimas e hormônios necessários para manutenção da vida. Os aminoácidos são sintetizados pelas plantas a partir do N inorgânico absorvido da solução do solo, de ácidos orgânicos, requerendo uma quantidade considerável de energia pela planta. Quando se fornece aminoácidos de cadeia curta para uma planta, ela os absorve diretamente e faz uso imediato deles. Isto é muito importante porque nas fases de floração, frutificação, maturação, associado aos estresses, sejam eles, falta de água, calor, transplante, a

planta fica livre do trabalho de sintetizar os aminoácidos. De acordo com Taiz e Zeiger (2004), alguns aminoácidos quando fornecidos em pequenas quantidades suprem a necessidade das plantas, como o triptofânio que é precursor do hormônio de crescimento das plantas e a auxina ácido-indol-acético. A metionina é precursora do hormônio etileno, responsável pela maturação dos frutos. A tirosina e fenilanina são os precursores dos fenólicos, ou seja, o ácido cinâmico, o ácido cumário e flavonas, responsáveis pela defesa das plantas e dormência das sementes; são precursores, também, da síntese da lignina na planta, conferindo resistência da planta ao acamamento. O glutâmico tem função importante no metabolismo do nitrogênio, dando origem às amidas glutamina e asparagina. A glicina é precursor da síntese da clorofila e quelante de metais. O emprego dos aminoácidos tem

proporcionado aumento de produtividade e melhoria na qualidade de grãos e frutos, como hortaliças, café, citros, algodão, frutíferas, feijão, soja, etc. Assim, a Inquima traz o Inquima +Bioamino um produto com alta concentração de compostos orgânicos de cadeia curta. O uso destes aminoácidos faz com que a planta absorva e faça o seu uso imediato deste aminoácidos. Este é um produto importante no desenvolvimento vegetativo, frutificação, maturação, associado em períodos de estresses que a cultura pode passar, sejam eles, falta de água, fitotoxidade e altas temperaturas.

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MANCHETE

NO CAMPO, POR UMA PECUÁRIA EFICIENTE

A

maioria dos produtores rurais já ouviu falar ou conhece o Sistema de Integração Lavoura-Pecuária (ILP). Tendência no setor, o sistema visa à exploração de atividades agrícolas e pecuárias, de forma integrada, em rotação ou sucessão, na mesma área e em épocas diferentes, aumentando a eficiência no uso dos recursos naturais, com menor impacto sobre o meio-ambiente. No entanto, para que o sistema seja de fato eficiente para o produtor rural, a integração deve ser analisada e traçada

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de forma estratégica e técnica, com auxílio de profissionais. O Programa Pecuária Moderna, conduzido pelo Sistema Faep/ Senar, que está em andamento desde 2015 no Paraná, vem dando destaque ao assunto, além de diversas empresas e entidades do setor, que estão buscando desenvolver uma pecuária mais eficiente, moderna e produtiva. Entre as ações, dias de campo sobre o tema vêm se destacando, como o ocorrido em Guarapuava, no dia 5 de setembro - o 2º Dia de Campo Produção Integrada,

na Fazenda Capão Redondo (Candói/PR). Promovido pela Coamo, Sindicato Rural de Guarapuava, Sistema Faep/Senar, Iapar, Programa Pecuária Moderna, DSM Tortuga e Unicentro, com o apoio de diversas empresas, o evento reuniu 320 produtores rurais de Guarapuava e região, estudantes e profissionais da área. A programação iniciou pela manhã com abertura do presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Rodolpho Luiz Werneck Botelho e do gerente da Coamo em Guarapuava, Marino Mugnol.


Botelho, anfitrião do evento, recepcionou os participantes e ressaltou a importância da troca de informações técnicas pelos produtores rurais, profissionais e estudantes. “Fico muito feliz em ver a participação expressiva das pessoas e o barracão cheio. É de fundamental importância essa busca do saber. As informações e tecnologias existem no Brasil e no mundo. O que precisamos é buscá-las, selecioná-las e adaptá-las à nossa realidade”. Ele ainda detalhou que o Paraná, mesmo com apenas 2,3% de território do Brasil, já é o maior produtor de carne do país. “Isso somando aves, suínos e gado de corte. Não somos o maior produtor de gado de corte e nunca vamos conseguir competir em quantidade com Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Tocantins, Pará e Goiás. Por isso, precisamos seguir um nicho de mercado diferente: o de carne de qualidade. Esse é o nosso diferencial e temos condições de solo e clima. E, principalmente, com o aumento de integração lavoura-pecuária, nós criamos uma condição fenomenal para ofertar ao mercado uma carne de qualidade”.

Rodolpho Luiz Werneck Botelho, presidente do Sindicato Rural de Guarapuava

Mugnol também ressaltou que a Coamo vem se preocupando cada vez mais com a pecuária. “Às vezes, tem-se a impressão que a cooperativa se preocupa apenas com a agricultura. Mas já fazem mais de 20 anos que a Coamo realiza trabalhos e pesquisas sobre a integração lavoura-pecuária. Queremos mostrar cada vez mais aos produtores cooperados que a pecuária não deve ser empurrada e marginalizada para áreas declivosas. Ela deve estar integrada no sistema de produção, gerando uma pecuária moderna, forte, competitiva e com todos os quesitos necessários para o mercado de hoje”. A programação seguiu durante a

Marino Mugnol, gerente da Coamo em Guarapuava

manhã com a palestra Opções tecnológicas para intensificação da integração lavoura-pecuária, coordenada pelo pesquisador do IAPAR, doutor Elir de Oliveira. Em seguida, os participantes realizaram um circuito em diversos estandes, onde as empresas e entidades parceiras tiveram a oportunidade de apresentar as mais recentes tecnologias que podem contribuir para um sistema de integração lavoura-pecuária cada vez mais eficiente. Após o almoço o circuito continuou com apresentações de empresas e do professor Sebastião Brasil, da Unicentro e do Programa Pecuária Moderna.

A REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ esteve presente ao evento e traz agora uma cobertura completa dos temas tratados durante o dia de campo:

OPÇÕES TECNOLÓGICAS PARA INTENSIFICAÇÃO DA INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA

ELIR DE OLIVEIRA PESQUISADOR DO IAPAR “Foram mostradas várias tecnologias para intensificação da lavoura-pecuária. Pontuei 12, ao total. A primeira é manter uma palhada, pastejar o gado no inverno, mas quando for realizar a dessecação para o plantio direto da soja, que é mais comum, ter no solo um resíduo de três to-

neladas de matéria seca por hectare. Nossas pesquisas mostram que onde o gado pastejou, urinou e defecou e deixou a matéria seca houve um aumento crescente na produtividade da soja. Então, aquele mito de que o gado compacta o solo não existe. Compacta sim se tirar todo o resíduo e fazer plantio direto sem palha. Além disso, o consórcio de plantas forrageiras é uma opção. Por exemplo, temos ervilhaca que é uma leguminosa conhecida e fixa 120/130 kg de nitrogênio por hectare. Então, se plantar o capim aruana, que é um pasto perene de verão, no inverno o produtor pode fazer sob semeadura de ervilhaca com aveia, que não tenha um ciclo muito longo, uma aveia precoce. Outra opção é colher a soja, entrar com o capim aruana, o milheto e a aveia, principalmente nas regiões que se planta soja

mais cedo. Com isso, o produtor tem um consórcio múltiplo tendo todo o inverno com pastejo, indo até a época de plantar a soja novamente na próxima safra. Uma opção também para quem faz a silagem é utilizar o guandu anão, que não é tão arbóreo. Ele cresce junto com o milho e na hora de fazer a silagem consegue fazê-la de dois produtos: 10% utilizando guandu e 90% de milho. O guandu é muito rico em proteína e com isso se tem uma silagem com pelo menos 3% a mais de teor de proteína. Ele também melhora o solo, fixa nitrogênio e consegue liberar fósforo. Cinquenta por cento das pastagens perenes no Paraná estão em áreas declivosas e são áreas que estão improdutivas, com baixa lotação, onde não se aduba, existe braquiária apenas como cobertura, produz muito pouco, no inverno então REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ

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não produz nada, pois não há adubação. Nestas áreas, a pecuária produz um boi sanfona, ganha peso no verão e perde peso no inverno, chegando ao abate com quatro anos de idade. Isso faz com que seja uma pecuária insustentável. Nossas análises mostram que as áreas declivosas tem um solo excelente. A maioria delas não contém alumínio tóxico para plan-

ta, cálcio e magnésio com teores altos, saturação de base também é muito boa, potássio com níveis adequados, mas falta fósforo. Então, uma adubação com fósforo seria suficiente para triplicar a lotação bovina nessas áreas declivosas. O custo para recuperar essas áreas e torná-las produtivas é baixo e assim podem se tornar uma área para criatório de bezerros. O Paraná

tem cinco milhões de hectares em áreas de pousio ou só com cobertura em plantio direto, que poderiam estar produzindo carne e leite. É muita área. E precisamos torná-las produtivas. E a integração lavoura-pecuária é uma saída, gerando renda para o produtor rural e movimentando a economia municipal, estadual e nacional. Opções tecnológicas não faltam”.

ESTAÇÕES Empresas e entidades apresentaram durante o dia de campo as mais recentes tecnologias que auxiliam na integração lavoura-pecuária.

DSM TORTUGA

ATLÂNTICA SEMENTES

Marcio Essert – representante técnico comercial “Nós mostramos no dia de campo que uma boa pastagem por si só já oferece um desempenho bom para os animais. Mas com a suplementação adequada, esse desempenho pode ser potencializado. Mostramos duas situações: fazendo semi-confinamento com ração, utilizando menos a pastagem e mais suplemento no cocho; e a outra alternativa é fazer um proteico energético com a maior utilização da pastagem, pois as duas têm desempenho e resultado econômico. E por que escolher uma ou outra? Depende da quantidade de animais que o produtor tem e da oferta de forragem. Se eu tenho muitos animais na fazenda e pouca oferta de forragem, posso optar pela ração. Se eu quero aproveitar mais a pastagem, eu posso usar o proteico energético. E também falamos sobre o creep-feeding, que é a suplementação do bezerro”.

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Ederson Antunes – engenheiro agrônomo “Apresentamos sobre forrageiras. Mostramos as forrageiras de inverno que estão sendo utilizadas na Fazenda Capão Redondo, comentamos a respeito dos manejos e cuidados necessários com esse material. Além das novidades que temos em questão de forrageiras”.

YARA A Yara apresentou aos produtores dois produtos para a pastagem: Yara Milla que traz o Nitrogênio, Fósforo e Potássio, tudo em um único grano, na concentração de 16-16-16; e o YaraBela, que é o nitrogênio da Yara dividido em forma nítrica e amoniacal e traz na composição também cálcio e enxofre, trabalhando tanto a parte de crescimento vegetativo, estrutural e também o teor de proteína na pastagem.


UNICENTRO IPACOL

Sebastião Brasil – professor de Agronomia da Unicentro

Profissionais da ILP

“Apresentamos, pela manhã, a área de integração lavoura-pecuária com área de azevem e suplementação animal a pasto. No período da tarde, os acadêmicos da disciplina de Comunicação Rural do curso de Engenharia Agronômica falaram sobre a importância da adubação de pastagens perenes e anuais de verão. A adubação de pastagens é propícia nesse inicio de primavera. Todo sucesso da produção animal está baseado na produção da planta e a planta sem fertilizante não vai produzir e, consequentemente, não vai ter animal produzindo nessa condição de pasto sem estar adubado. Trazer os acadêmicos para a realidade do campo é algo que a Unicentro já vem fazendo há algum tempo. É importante trazê-los para o dia a dia que terão como profissionais. Ter contato com pessoas, organização, perder o medo de falar em público. Nós temos uma abertura muito grande na região, em parceria com o Sindicato Rural e diversos produtores que abrem suas porteiras para estes acadêmicos, que serão os futuros profissionais do campo”.

DUPONT PIONEER Sergio Fernando Rovedo – engenheiro agrônomo DuPont Pioneer “Falamos sobre os três pilares para recomendar um híbrido para silagem, o que o produtor deve atentar para milho de silagem. Também falamos dos principais materiais recomendados para região, as principais tecnologias existentes nos milhos da nossa empresa e também mostramos dois inoculantes novos que estarão disponíveis para esta safra de verão”.

Paulo Sérgio – demonstrador técnico “Nós apresentamos o equipamento VFTM Vertical. Qual é a diferença de um vertical para um misturador convencional? Ele trabalha com silagem e ração como os outros equipamentos, mas trabalha também com fibra longa. Tem uma opção de triturar a fibra longa ou não. Pode pegar fibras de 30 a 40 cm ou pode jogar bolas de pré-secado dentro, que ele tritura, mistura com a ração e distribui no cocho para o gado. Fazendo uma dieta total dentro da máquina, garantimos até 8% de aumento na produção do gado devido à mistura. Todos os nossos equipamentos estão disponíveis para demonstração para o produtor. Basta agendar em uma revenda e também temos parceria com a Coamo”.

AG METAL

CORTEVA A Corteva abordou o manejo de plantas daninhas e invasoras na cultura da pastagem. Além disso, apresentou o portfolio de herbicidas de pastagens, que controlam desde plantas de fácil controle até plantas de difícil de controle.

O Distribuidor a Sopro AG foi apresentado durante o dia de campo. A máquina produzida pela AG Metal vem sendo demonstrada em todo o Paraná, visando auxiliar pecuaristas que possuem áreas declivosas (áreas de relevo acidentado). Trata-se de um implemento agrícola acoplado a um trator que lança calcário, gesso, adubo orgânico (cama aviária) ou químico e sementes de forrageiras em áreas declivosas. REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ

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PARTICIPANTES DE VÁRIAS REGIÕES

Isonel Rosin, produtor rural em Pato Branco (PR)

João Eurico Bianchini e Miguel Luiz Severino Alves, produtor rural e presidente do Sindicato Rural de Laranjeiras do Sul

Produtores rurais de diversas regiões do Paraná estiveram presentes ao dia de campo, vindos de cidade como, Turvo, Pitanga, Cascavel, Toledo, Pato Branco, Catanduvas, Laranjeiras do Sul, Candói, Reserva do Iguaçu, Mangueirinha, Londrina, Curitiba, Ponta Grossa, Rio Bonito do Iguaçu, Carambeí, Pinhão, Campina do Simão, União da Vitória, Cantagalo, Dois Vizinhos, Campo Mourão, Palmital, entre outras. O produtor rural Isonel Rosin veio de Pato Branco (PR) para participar do dia de campo e avaliou positivamente o evento. “Faço parte de uma cooperativa de carnes e, na nossa região, a gente vem buscando conhecimento em vários dias de campo para implementar a lavoura-pecuária. Lá, este sistema vem ficando um pouco de lado, devido ao formato anterior, onde era usada muita aveia e deixava-se degradar o solo. Não era feita de uma forma muito harmônica com a agricultura. E aqui, neste dia de campo, encontramos muitas opções, apesar de que precisam ser adaptadas à nossa região. Foram expostas informações técnicas de qualidade, que nos incentivam a buscar cada vez mais uma integração lavoura-pecuária produtiva. Tivemos contato com profissionais e pesquisadores realmente de referência no setor e, com ajuda deles, vamos conseguir melhores resultados”. Andrea Morschbacher, produtora Rural de Toledo (PR), disse que achou interessante conhecer como outros produtores vêm implantando a ILP. “Como eu sou da região oeste do Paraná, têm certas características diferentes, mas é muito interessante ver como cada produtor consegue fazer seu manejo com maior rentabilidade e melhor condição técnica para ter sucesso na integração lavoura-

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Moises Vial, produtor de sementes em Catanduvas

-pecuária”. Para ela, a palestra principal reforçou suas convicções sobre o sistema integrado. “O doutor Elir é renomado no assunto e ele deixou bem claro que independente do local do Paraná em que se esteja, independente da sua condição de solo ou financeira, nós estamos numa região muito propícia para usar a ILP e isso nos dá uma responsabilidade maior para tentar produzir cada vez mais e com melhor rentabilidade”. Miguel Luiz Severino Alves, produtor rural e presidente do Sindicato Rural de Laranjeiras do Sul, destacou a organização do evento. “A gente fica muito feliz de participar e receber o convite. A organização do evento é um exemplo a ser seguido. Os produtores que vieram com a gente também gostaram muito”. Alves comentou a necessidade de levar à sua região informações técnicas sobre a integração lavoura-pecuária. “Na região de Laranjeiras existe a integração lavoura-pecuária, mas tem muita coisa que estamos fazendo da maneira errada. Então, os aspectos técnicos discutidos neste dia de campo nos abriram os olhos. Inclusive, queremos levar para os produtores de lá uma palestra nesse sentido”. Outro participante, Moises Vial, além

Andrea Morschbacher, produtora Rural de Toledo (PR)

de produtor faz parte de uma empresa de sementes em Catanduvas. “Nós temos um projeto muito forte na questão de produção de sementes de aveia. E o que podemos ver aqui foi essa tecnologia que o Iapar vem desenvolvendo em semente de aveia e outros obtentores também, sendo aplicada no campo, na realidade do produtor com um grande destaque e grande ganho de produtividade. Observamos as tecnologias que as empresas estão gerando sendo aplicadas em fazendas modelo e isso sendo transmitido a todos os técnicos e produtores rurais. Essa cadeia de transmissão de tecnologia que acontece em eventos como este é de fundamental importância”. O produtor rural de Guarapuava, Edson Bastos, que também é presidente da Coamig, elogiou o dia de campo. “Foi muito bom, debatendo assuntos importantes. Centenas de produtores participaram, não só da nossa região, como de outras. Foi nota 10 tanto nos assuntos técnicos, como na organização. Temos que continuar realizando eventos deste porte e gênero, pois é assim que conseguimos disseminar informações de qualidade para o produtor poder crescer na propriedade”.

Parte da equipe organizadora do Dia de Campo Produção Integrada


TRATORSOLO

NOTA INFORMATIVA Caros clientes e amigos! A Tratorsolo, empresa há mais de 20 anos no mercado, a partir de 20/08/2018 passou a não comercializar produtos da marca Stara. Salientamos que a partir dessa data a Tratorsolo estará representando e comercializando máquinas e equipamentos da marca KUHN. Foram mais de dez anos de parceria com a Indústria Nacional Stara e a mesma vai continuar oferecendo suporte à Tratorsolo e para todos os clientes e parceiros que acreditaram e confiaram na marca. Informamos a todos que a Tratorsolo jamais deixará de atender seus clientes que sempre confiaram na empresa e assegura que o atendimento em assistência técnica, pós-vendas e peças, vão continuar normalmente, com a mesma dedicação e seriedade exercida até hoje. Nossa missão é sempre oferecer o melhor atendimento e a melhor assistência técnica da região, pois a nossa parceria com o amigo agricultor só tem a cada dia crescer. Um grande abraço! Ataíde Lycenko Proprietário

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COOPERATIVA DE CRÉDITO

SICREDI COMEMORA EM OUTUBRO, O MÊS DA POUPANÇA Ações são realizadas com o objetivo de conscientizar sobre o hábito de poupar

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riado no Congresso Internacional de Economia, realizado na Itália em 1924, o Dia Mundial da Poupança é celebrado em 31 de outubro. A data foi instituída no Brasil em 1933, mas ainda são poucas as empresas que realizam ações de conscientização. O Sicredi é uma delas. As instituições financeiras cooperativas ligadas à Central PR/SP/RJ realizam diversas ações nas agências no mês de outubro para motivar os associados e a comunidade em geral a pouparem. São palestras, distribuição gratuita de gibis (projeto de educação financeira para crianças em parceria com a Turma da Mônica/Maurício de Souza Produções) apresentações teatrais, encontros com a comunidade, distribuição de cofrinhos, entre outras iniciativas. O Dia Mundial da Poupança reforça a importância de guardar dinheiro em dias de consumo intenso, devido ao lançamento – quase diário – de novidades que incentivam a população a gastar. De acordo com levantamento realizado pela Federação Nacional da Previdência e Vida (FenaPrevi), 68% da população brasileira não reserva dinheiro para projetos pessoais ou situação de emergência. Isso, segundo o presidente da Sicredi Planalto das Águas PR/SP, Adilson Primo Fiorentin, demonstra um potencial enorme de crescimento da poupança – uma das soluções oferecidas aos associados. “Esse é um tema muito importante e estamos sempre motivando nossos associados a poupar”, destaca. Para ele, a poupança é uma aplicação simples, segura, com rendimento assegurado e várias vantagens. Entre elas, a isenção de Imposto de Renda e IOF (para pessoa física) modalidade também permite aplicações de pequenas quantias e os depósitos e saques podem ser feitos em qualquer dia do mês. Nos saques, o sistema calcula o resgate da data em que há maior ganho para o poupador. Além

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disso, os recursos captados são reinvestidos nas comunidades nas quais o Sicredi está presente e fomentam o desenvolvimento da economia local. A modalidade figura como uma das principais alternativas de investimento para os associados do Sicredi e também para a população em geral, uma vez que suas aplicações também podem ser realizadas por não associados.

Dzivielevski, os prêmios criam um ciclo virtuoso que estimula o crescimento de todos. “Quem poupa já pode se considerar um vencedor por ter um planejamento financeiro que a maioria dos brasileiros infelizmente ainda não possui. E os sorteados pela campanha, além de terem uma dose extra de sorte, também atuam como divulgadores dessa causa, que só traz benefícios para quem adere”, explica.

PROMOÇÃO EU POUPO SIM

CONHEÇA AS PRINCIPAIS MUDANÇAS DO PLANO SAFRA 2018/2019

CAMPANHA INCENTIVA O HÁBITO DE ECONOMIZAR ATRAVÉS DE PREMIAÇÃO A iniciativa busca reforçar o conceito de educação financeira e incentivar associados e poupadores em geral a guardar recursos para conquistar objetivos. Entre os meses de abril e dezembro serão distribuídos R$ 1,5 milhão em prêmios, sendo 10 sorteios semanais de R$ 2 mil, um sorteio mensal no valor de R$ 50 mil, e um sorteio final de MEIO MILHÃO de reais. Apenas em 2017, nas cooperativas Sicredi dos estados do Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro, o incremento líquido da poupança motivado pela campanha foi de R$ 766 milhões, um aumento de 54,7% se comparado ao ano anterior. O objetivo, de acordo com o presidente da Sicredi Planalto das Águas PR/SP, Adilson Primo Fiorentin, é estimular o hábito de poupar e a educação financeira entre os associados. “O desenvolvimento só acontece quando atuamos em conjunto e, por isso, a campanha tem se mostrado tão positiva, superando o resultado do ano anterior, inclusive. Ao estimular o planejamento do futuro e o hábito de economizar, estamos ajudando nossos cooperados a realizar sonhos e conquistarem a segurança financeira”, avalia. Na opinião do diretor executivo da Sicredi Planalto das Águas PR/SP, Valmir

Pert* Em junho, o Governo Federal lançou o Plano Safra 2018/2019, no qual serão disponibilizados em crédito rural os montantes de R$ 194,4 bilhões para agricultura empresarial e de R$ 31 bilhões para agricultura familiar, volume 3% maior que o período anterior. Entre as principais novidades desta edição do Plano Safra, destaca-se a redução nas taxas de juros. Na agricultura empresarial, no âmbito do Pronamp (Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural), a taxa caiu de 7,5% para 6% e, para os “Demais Produtores”, de 8,5% para 7%. Na agricultura familiar, atendida pelo Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), o mínimo permaneceu em 2,5% e o máximo teve uma redução de 5,5% para 4,6%. O enquadramento da renda dos produtores rurais teve um aumento. No Pronaf, passou de R$ 360 mil para R$ 415 mil. Já no Pronamp, a renda máxima atual é de R$ 2 milhões, sem a necessidade agora de verificar se parte da renda bruta é oriunda de atividade agropecuária. Outra mudança foi no tocante aos limites de preços dos serviços de assistência


técnica contratados pelo produtor. A partir de 1º de julho deste ano, não há mais limitação no preço dos serviços da prestação destes serviços, que até então era de 0,5% para a elaboração de projetos e de 2% para o acompanhamento técnico da produção. Para o Plano Safra 2018/2019, o valor passa a ser de livre negociação entre o produtor rural e o prestador de serviço. Além disso, volta a ser possível o financiamento de insumos adquiridos em até 180 dias antes da formalização do crédito de custeio, desde que seja apresentada a nota fiscal no momento da contratação da operação. Vale, no entanto, alertar que é preciso ter cautela, pois os insumos devem ser compatíveis com os empreendimentos financiados. Se o produtor rural formalizou o protocolo de intenção de financiamento junto à sua agência bancária, é dispensada a exigência da apresentação das notas fiscais. Para atender às necessidades dos seus associados, o Sicredi disponibiliza linhas de crédito para custeio, comercialização, industrialização e investimento. No Plano Safra 2018/2019, o Sicredi passa a contar

com o Protec Agro, ferramenta de confecção de projetos técnicos que tem por objetivo facilitar a troca de informações entre assistência técnica e as cooperativas de crédito filiadas à instituição financeira cooperativa que, atualmente, conta com mais de 3,8 milhões de associados e atuação em 22 estados e Distrito Federal. Neste Plano Safra 2018/2019, o Sicredi prevê um aumento de 13% em relação ao volume de recursos disponibilizados na edição precedente – a meta é disponibilizar mais de R$ 16,1 bilhões em crédito rural, com a estimativa de alcançar mais de 213 mil operações, sendo aproximadamente R$ 14,2 bilhões para as operações de custeio, comercialização, industrialização e investimento, e R$ 1,9 bilhão em operações de investimento com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Não por acaso, o Sicredi é a terceira instituição financeira em concessão de crédito rural e o primeiro em repasse do Pronaf. Por isso, neste momento, recomendamos aos associados que procurem a agência do Sicredi, para que os colabora-

dores da instituição financeira cooperativa possam orientá-los, de acordo com seus perfis, a respeito dos mais apropriados produtos e serviços disponíveis, a fim de manter o crescimento de seus negócios, sempre de forma responsável e sustentável. Esta é mais uma maneira de o Sicredi contribuir com o desenvolvimento socioeconômico regional e local, que beneficia não somente seus associados, mas a toda a comunidade nas quais atuam as cooperativas de crédito e, também, o Brasil como um todo. Para saber mais, procure a agência Sicredi mais próxima, em Guarapuava: - Agência Sicredi Guarapuava: R. Cap. Frederico Virmond, 1350 - Centro (42) 3626-7100 - Agência Sicredi Portal do Lago: R. XV de Novembro, 7960 - Centro (42) 3626-7050 e - Agência Sicredi Entre Rios: R. Michael Moor, s/ nº - Centro (42) 3625-1838 *Marilucia Dalfert é gerente de Crédito Rural do Banco Cooperativo Sicredi

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TECNOLOGIA EM SOJA

CONSTANTE BUSCA POR MAIS SUSTENTABILIDADE

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uem vê no conhecimento um fator indispensável para a produção agrícola, está pronto não só a participar de encontros técnicos locais, mas a ir longe, atrás do conhecimento. Em Santa Maria do Oeste-PR, um produtor de soja ilustra esta tendência, cada vez mais forte entre aqueles que procuram inovação. Ávido por informação, Anselmo Stuepp tem ido a outros municípios para participar de cursos e eventos rurais e também viajado por conta própria atrás de novidades. Na EMBRAPA-Soja, em Londrina (PR), ele descobriu uma tecnologia que utiliza a microbiologia como aliada da soja: a coinoculação, na cultura, de rizóbios e azospirillum. No último dia 28 de agosto, a reportagem da REVISTA DO PRODUTOR RURAL foi à propriedade de Stuepp, para conhecer de perto a trajetória que ele vem trilhando ao adotar aquela opção. “Sempre acreditamos que os microorganismos de solo são os nossos grandes defensores”, observou, completando que a ideia pareceu interessante porque

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se encaixa no conceito de uma agricultura mais sustentável. Entre 2016 e 2017, nesta linha de pensamento, o agricultor participou do Curso Inspetor de Campo – MIP Soja, promovido em parceria pelo SENAR-PR e Sindicato Rural de Guarapuava, em propriedades da região, quando passou a usar a técnica em 100% de sua lavoura. Já a introdução da microbiologia na fazenda, rememorou, ocorreu na safra 2015/2016, marcada por muita chuva e pouca luminosidade solar. “Se não tivesse feito esta aplicação, provavelmente eu teria que ter replantado 70% da minha lavoura, por efeito de problemas climáticos”, estimou. De acordo com o agricultor, este resultado o levou a aplicar esta técnica desde então. Stuepp observa que, a seu ver, o importante não é obter produtividades extremamente elevadas, mas conseguir rentabilidade por meio do equilíbrio entre produção e custos: “as minhas produtividades nunca foram de ponta. Elas sempre oscilaram em termos medianos. O que nós contrabalançamos a esta condição de produtividade

Anselmo Stuepp (Sta. Maria do OestePR): no verão, soja com biotecnologia; no inverno (foto), cobertura de azevém para conservar o solo

Mariângela Hungria (EmbrapaSoja/Londrina-PR): enaltecendo o interesse de quem busca de informação técnica para a lavoura


média está nos custos de produção. Ou seja: menores investimentos, diante de bem menores quantidades de produtos que se aplica na lavoura”. Em seus cálculos, isto significou, em 2015/2016, um patamar de 135 sacos por alqueire; em 2016/2017, 160; e em 2017/2018, 140.

EMBRAPA: "UMA CIDADE DE PESQUISA" Entretanto, para utilizar a coinoculação pela primeira vez, o agricultor mais uma vez mostrou sua disposição para buscar informação: decidiu pegar a estrada para visitar por conta própria a instituição de pesquisas pública no norte do Paraná. Ele ainda fala com admiração do sentimento que teve diante das instalações. “Me impressionou. Descobri lá uma cidade de pesquisa”, comparou. Stuepp também se disse impressionado com a pronta atenção que recebeu dos vários pesquisadores com quem conversou. Entre eles, Mariângela Hungria. Com graduação em Engenharia Agronômica e mestrado em Solos e Nutrição de Plantas pela USP/ESALQ, doutorado em Agronomia (Ciência do Solo) pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e pós-graduação na Cornell University, University of California - Davis e Universidade de Sevilla, ela atua na EMBRAPA desde 1982, realizando pesquisas num campo em que se tornou especialista. “A doutora Mariângela foi o meu despertador para o início da implantação do processo de microbiologia de solo”, enalteceu, apontando que o

diálogo então iniciado perdura até hoje. A REVISTA DO PRODUTOR RURAL também conversou com a pesquisadora da EMBRAPA-Soja sobre a coinoculação desenvolvida pela instituição e voltada às culturas de soja e feijão. Mariângela recordou que os rizóbios, que são bactérias fixadoras de nitrogênio, por si já traziam benefícios, conforme demonstrou um longo trabalho: “É uma pesquisa que tem mais de 20 anos e que tem mostrado que o agricultor, usando inoculante com bradyrhizobium todos os anos, em áreas velhas – porque a maioria aqui das nossas áreas aqui no Paraná já são áreas velhas –, consegue um incremento médio de 8% no rendimento”. O resultado, segundo assinalou, se confirma a campo, em mais de 100 ensaios. A razão disso, detalhou, é que “essas bactérias formam os nódulos e fixam nitrogênio”. Ela acrescentou que existe também uma outra classe de bactérias benéficas, como o azospirillum, cuja ação principal é uma grande produção de hormônio de crescimento de plantas. “Temos um enorme aumento na massa de raízes. Essa maior massa das raízes permite à planta absorver mais água, mais nutrientes, a ter mais raízes, para formar mais nódulos. Com isso, aumenta não só toda a absorção de água e nutriente pela planta, como a própria fixação biológica do nitrogênio”, pontuou. A inoculação dos dois tipos de bactérias, prosseguiu, mostrou efeito positivo na produtividade: “Naquelas áreas velhas, onde tínhamos o aumento de 8% do rendimento, ele passa para 16% em média”. Ela acrescentou que a EMBRAPA e a

EMATER iniciaram, há cerca de três anos, um trabalho conjunto com o objetivo de divulgar aquela tecnologia no Paraná. “Temos feito uma difusão muito boa. Só ano passado a gente fez unidades técnicas de referência em 31 locais e a difusão para mais de 600 agricultores. E os resultados, de ganho de rendimento com a coinoculação, foram confirmados em 98% dos locais”, declarou. A especialista também se disse feliz de ver o interesse dos vários produtores que constantemente tomam a iniciativa de entrar em contato com a EMBRAPA-Soja para buscar informação sobre a coinoculação e outras tecnologias. Na troca de ideias com o agricultor de Santa Maria do Oeste, Mariângela declarou ter achado interessante o fato de que Stuepp voltou depois para contar como havia sido o desempenho da lavoura. “A gente fica muito contente com isso. Principalmente, porque ele deu um retorno, trouxe fotos”, lembrou. Hoje, ela avalia que a tecnologia ganhou espaço na agricultura. “Realmente está um grande sucesso entre os agricultores. A gente fica muito feliz com isso. Está dando certo e a gente precisa hoje de coisas que deem certo a um baixo custo”, finalizou. E enquanto transcorre o segundo semestre do ano, Stuepp comemora a boa formação de sua cobertura de inverno com azevém (foto), reafirma sua decisão pelo MIP, viaja a EMBRAPA-Soja para mais trocas de ideias, como no dia 10 de setembro, reúne mais conhecimento e se prepara para, dentro em breve, iniciar a semeadura de mais uma safra de soja. Com a coinoculação.

Fazenda também usa o MIP em área de soja: outra tecnologia sustentável que Anselmo buscou, desta vez num curso do SENAR-PR REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ

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CONSCIENTIZAÇÃO

Divulgação da campanha Vote Certo pelo Sindicato Rural

CAMPANHA VOTE CERTO EM GUARAPUAVA

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urante o mês de setembro e início de outubro, ocorreu a Campanha “Vote Certo – Uma iniciativa por uma Guarapuava mais consciente”, coordenada por entidades representativas de classe do município, como Associação Comercial e Empresarial de Guarapuava (ACIG), Sindicato Rural de Guarapuava, Sociedade Rural de Guarapuava, Sindicato das Indústrias de Reparação, Sindicato das Indústrias de Madeira, Casa da Indústria e Câmara de Dirigentes Lojistas de Guarapuava (CDL). A campanha teve como objetivo promover a conscientização sobre a importância do voto e escolha dos candidatos com projetos para Guarapuava, visando o desenvolvimento da região centro-sul paranaense. O presidente da ACIG, Cledemar Mazzochin, disse que, com a ação, espera-se o desenvolvimento de uma cultura saudável de discussão política entre os cidadãos. “Temos que pensar sobre a importância do voto e nossa escolha de candidatos. É fundamental que sejam escolhidos candidatos comprometidos com a nossa cidade, com a nossa região e com a nossa realidade”. Além de peças publicitárias que circularam em ônibus, outdoors, empresas e entidades da cidade buscando a conscientização da população, um documento, com demandas das entidades participantes da campanha, foi entregue a vários candidatos no dia 21 de setembro, na Casa da Indústria. A proposta, segundo Mazzochin, é que a campanha “Vote Certo” continue, mesmo com o fim das eleições. “Queremos que as entidades que já estão participando tragam mais organizações para esta campanha e que seja um grupo cada vez mais forte e unido. Com isso, esperamos que os próprios políticos eleitos sintam a necessidade de nos ouvir para tomar uma decisão”, ressaltou.

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Entrega de demandas para candidatos de Guarapuava ocorreu no dia 21 de setembro


CARNES NOBRES

Foto: Almir Jr.

NOVAS EXPERIÊNCIAS NA CARNE BOVINA LUCIANO DUCAT

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Gerente Comercial e Marketing Cooperaliança Carnes Nobres

ada melhor do que reunir os familiares e amigos para degustar uma boa carne, não é mesmo? Melhor ainda é surpreender e fazer um belo churrasco com cortes não muito comuns e conquistar o elogio de todos. As carnes comprovadamente de qualidade, como a carne Angus Certificada, por exemplo, tem ditado o ritmo para a descoberta de diferentes cortes para um bom prato e um bom churrasco. Você já ouviu falar, por exemplo, em Shoulder Steak (raquete) ou Short Ribs (acém com osso)? Pois bem, são dois cortes retirados do dianteiro bovino e excelentes tanto para grelhar no seu fogão quanto para assar na sua churrasqueira. Tendo novas experiências com cortes como esses, certamente aquele velho preconceito com a carne de dianteiro, cai por terra. Costumo dizer aos nossos clientes

Short Ribs - Cooperaliança Angus Premium

que, recentemente, está ocorrendo uma descoberta de cortes antes considerados “de segunda” ou que não eram extraídos da melhor maneira. A crescente procura por literatura que aborde cortes diferenciados, até cursos de churrasco, vem demonstrando o interesse pela diferenciação e o novo momento pelo qual as carnes de qualidade passam atualmente. Se de um lado existe a demanda por informação e conhecimento do novo, de outro também tem se buscado aprimoramento nos pontos de venda. Os varejos estão mais atentos a essa nova visão da carne, seja preparando seus profissionais ou promovendo novas formas de comercializar seus produtos. O que ocorreu com o café, com o vinho e mais recentemente com as cervejas especiais ou artesanais, está acontecendo agora com as carnes nobres no Brasil, ou seja, buscar o conceito de viver uma experiência

sensorial diferenciada. E esta procura, mesmo com intensidades diferentes nas cinco regiões do país, é real e está crescendo em ritmo acelerado. Um exemplo desse crescimento é o interesse do público feminino em buscar experiências gastronômicas relacionadas a cortes nobres para churrasco. Maneiras de preparo, tipo de carvão, de lenha, de tempero, sal grosso, sal fino, sal entrefino, eram assuntos que não tinham tanta importância nos assuntos de culinária das mulheres. Hoje trocam experiências vivenciadas com amigas, casais de amigos e mandam muito bem, sim, no quesito carne. É fato que estamos muito mais exigentes em relação à qualidade, manipulação e apresentação dos cortes especiais, justamente por buscarmos uma experiência completa, que se inicia no balcão do açougue e termina no prato.

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SEGURANÇA ALIMENTAR

ENCONTRO DE INSPEÇÕES SANITÁRIAS ATRAIU MÉDICOS VETERINÁRIOS E ACADÊMICOS DE TODO ESTADO

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urante os dias 13 e 14 de setembro, a Sociedade Paranaense de Medicina Veterinária – Núcleo Centro-Oeste, com o apoio do Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV), promoveu o 7º Encontro de Inspeções Sanitárias e 4º Encontro de Saúde Pública do Estado do Paraná, no Sindicato Rural de Guarapuava. A programação envolveu palestras e mesas-redondas sobre temas importantes e atuais para os profissionais da vigilância e inspeção sanitária. “Nós propomos um trabalho conjunto nesses novos temas que estão causando uma

Ana Lúcia Menon de Lima, organizadora do evento

angústia nos profissionais, como o Selo Arte, produto sem inspeção, sem fiscalização. As pessoas estão fazendo confusão, achando que a partir de hoje vai ser tudo liberado, sem garantia nenhuma de qualidade ou sanidade nos produtos para o consumidor. A discussão é ampla. Organizamos um evento mais focado, para que as vigilâncias, os serviços municipais, estaduais e os responsáveis técnicos entrem em um consenso sobre

o assunto e possam trabalhar juntos”, disse a presidente da Comissão Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional de Produtos de Origem Animal – CRMV – PR e da Sociedade Paranaense de Medicina Veterinária – Núcleo Centro-Oeste, Ana Lúcia Menon de Lima, uma das organizadoras do evento. A REVISTA DO PRODUTOR RURAL esteve presente no evento e fez a cobertura completa do encontro.

CONFIRA O RESUMO DOS TEMAS DISCUTIDOS: MESA REDONDA:

Implantação de Programas de Autocontrole Ricardo M. Calil, presidente da Comissão Técnica de Alimentos do CRMV de São Paulo; José M. dos Santos Filho, presidente da Comissão Nacional de Tecnologia e Higiene Alimentar do CFMV; Leonardo Napóli, secretário do CRMV; Camila Demarco Maito, médica veterinária; Roseli C. Holberath Hoppen, membro do CRMV; Ana Lúcia Menon de Lima – presidente da Comissão Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional de Produtos de Origem Animal – CRMV – PR.

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LEONARDO NAPÓLI

SECRETÁRIO DO CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA VETERINÁRIA

Abordamos o tema autocontrole e abrimos a discussão para que fossem expostas as práticas dos colegas nos diversos sistemas. Isso permite a troca de experiência e de proposições para que a gente possa encaminhar essas demandas do Estado para o Conselho Federal, para que ele articule novas regulamentações, modifique-as e aprimore-as. Pelas discussões, percebemos uma falta de interação e comunicação entre os profissionais que atuam na fiscalização com os responsáveis técnicos, que são justamente os que fazem um link do processo de fiscalização com os empresários. Outra demanda é a falta de padronização que também é recorrente na fiscalização. Um fiscal atua de uma forma, outro profissional de outra forma no mesmo município ou na mesma região e isso é uma reclamação tanto dos RT’s, como dos empresários”.

LUCIANO DOS SANTOS BERSOT

DCV/UFPR

MONITORAMENTO DE LISTERIA MONOCYTOGENES EM PLANTAS DE PROCESSAMENTO DE AVES E SUÍNOS Listeria monocytogenes é um patógeno ambiental importante em indústrias de produtos de origem animal pela capacidade que ela tem de persistir no ambiente. E essa persistência se dá principalmente nas superfícies que entram em contato com o alimento e de duas formas: numa contaminação contínua ou pela formação de biofilmes (estruturas de resistência que o microorganismo fica inerte e resistindo a ação de sanitizantes). O monitoramento de Listeria é importante, pois é um patógeno que acomete humanos, provocando uma sintomatologia grave, podendo variar entre uma gastroenterite até a morte por meningoencefalite. A grande indústria de produto de origem animal tem, dentro da gestão de qualidade, se dedicado a monitorar a Listeria. Porque não tem como erradicar, a gente monitora e tenta atender procedimentos de padrão de higiene operacionais, com objetivo de controlar sua existência dentro da planta de processamento”.

VINICIUS CUNHA BARCELLOS

DCV/UFPR

ASPECTOS VALORIZADOS PELO COMPRADOR DE CARNE BOVINA BRASILEIRO Na nossa pesquisa, tentamos detectar os fatores que as pessoas levam em consideração ao comprar a carne bovina. Fizemos entrevistas com as pessoas no mercado, depois que elas colocavam a carne no carrinho. Os aspectos citados nas respostas não estão relacionados diretamente à qualidade no momento do consumo. Isso mostra que o consumidor conhece pouco o produto e o que seria importante avaliar na hora de comprar para ter uma boa qualidade na hora de consumir a carne. Por exemplo, a idade do animal e a raça são informações que não tem como ele saber só de olhar a carne. Só pode se ter certeza dessa informação se ela estiver descrita no rótulo. E eles dão pouca importância para as informações contidas nos rótulos, aliás, a grande maioria não acha importante comprar a carne embalada e que tenha rótulo, prefere comprar carne cortada pelo açougueiro”.

JÉSSICA LOPES

MÉDICA VETERINÁRIA E MEMBRO DA COMISSÃO DE SAÚDE ÚNICA DO PARANÁ DO CRMV - PR

SAÚDE ÚNICA E ANÁLISE DE RISCO NA INTERFACE HUMANO-ANIMAL Falamos sobre a saúde única e a análise de risco na interface humano-animal. A saúde única ainda está gerando muita confusão para as pessoas, porque é um conceito antigo, que foi recentemente estabelecido. Já a análise de risco também é muito importante. É uma metodologia que varia de acordo com o tema, então pode ser uma análise de risco para zoonose, para segurança alimentar, para catástrofes naturais, tem várias aplicabilidades”.

MESA REDONDA:

Visão Holística sobre Produtos Artesanais diante da lei 13680/2018 José M. dos Santos Filho – presidente da Comissão Nacional de Tecnologia e Higiene Alimentar – Contha/CFMV; Ricardo Moreira Calil – presidente Comissão de Alimentos CRMV-SP; Gilberto Quadros – Secretaria Estadual de Saúde do Paraná – SESA

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RICARDO MOREIRA CALIL

PRESIDENTE DA COMISSÃO DE ALIMENTOS CRMV-SP

Com a criação do Selo Arte é importante ressaltar que há insegurança jurídica, porque ao mesmo tempo em que a lei federal foi modificada, criou um problema muito sério que é colocar para um setor da vigilância sanitária a responsabilidade de uma inspeção que é industrial e feita por outros setores. Outro problema é que na lei está previsto que o individuo pode começar a comercializar antes de sair a regulamentação da lei. O que nos parece que do ponto de vista sanitário é um grande risco para a população, porque na medida em que você compra um produto que tem apenas uma expressão escrita Selo Arte, não significa necessariamente que este produto foi produzido dentro das normas de segurança dos alimentos. Então, o consumidor estaria consumindo um produto de alto risco. Acredito que essa situação terá que ser resolvida rapidamente para que não se crie uma grande dificuldade nos municípios de executar a legislação. Isso porque se existe uma insegurança jurídica, como você executa seu trabalho? A vigilância sanitária de alimentos e a inspeção de produtos de origem animal estão em dúvida de como resolver a questão deste selo. Não foi criado um sistema para controlar esses produtos, foi criado apenas um selo, o que não significa nada. Isso cria, além de uma instabilidade jurídica, um risco enorme sanitário e higiênico para o consumidor. E ele precisa ficar atento sobre essa situação”.

GILBERTO QUADROS

SESA

RESOLUÇÃO SESA 469/2016 – REGULAMENTAÇÃO AUTOSSERVIÇO A resolução estadual da SESA 469/2016 trata do fracionamento em estabelecimentos na modalidade chamada de autosserviço, que nada mais é que estabelecimentos que fracionam os produtos de origem animal e reembalam. Existem duas modalidades: o autosserviço que faz o fracionamento na frente do consumidor, que não precisa de responsável técnico; e aquele que faz o fracionamento na ausência do consumidor e, desta forma, precisa de responsável técnico, como açougues, padarias, mercados, peixarias, etc. Desses estabelecimentos que fracionam na ausência do consumidor, têm aqueles ainda que industrializam, usam processos tecnológicos que alteram as características organolépticas dos produtos e isso é considerado um processo industrial. Esses estabelecimentos, mesmo na modalidade de autosserviço, terão que ter a inspeção municipal ou estadual. A gente tem uma adesão mediana a essa resolução, porque depende de fiscalização, que é responsabilidade do município e muitas vezes é um serviço bastante espinhoso. Faltam funcionários e também conscientização da própria população em cobrar essa fiscalização nos estabelecimentos”.

WALFRIDO KÜHL SVOBODA

UNIVERSIDADE FEDERAL DA INTEGRAÇÃO LATINO-AMERICANA (UNILA)

FEBRE AMARELA Recentemente ocorreram mortes dos primatas não humanos pela Febre Amarela. Sobre isso é importante destacar a vigilância das epizootias, que são as epidemias, mas nos animais. Os médicos veterinários de todas as áreas de atuação precisam se sensibilizar em relação a esse controle da febre amarela nos primatas não humanos. Precisamos dar importância cada vez mais no conceito de saúde única, não focando só na saúde humana ou na saúde dos animais, mas entendendo a saúde como única, ligando a questão humana, animal e ambiental. E a febre amarela é um bom exemplo de como a saúde única pode ser colocada em prática. Ela contempla tanto casos humanos, como casos de animais, os macacos e os mosquitos que transmitem. E com isso, queremos contemplar a Febre Amarela numa visão mais holística e nesse conceito de saúde única”.

MARY STELA BISHOF

EMATER/PR

QUEIJO ARTESANAL NO PARANÁ A Emater – PR promoveu o 1º Concurso de Queijos Artesanais do Paraná esse ano. Esse projeto tem o objetivo de valorizar a produção do queijo artesanal que está bem invisível no Paraná. Os agricultores familiares tinham deixado de produzir os queijos devido ao difícil acesso ao processo da legalização. A organização do concurso foi justamente para identificar quem ainda está fazendo o queijo artesanal no Estado, de maneira simples, como faziam seus antepassados, com estruturas bem simplificadas, mas com sabores diferentes e únicos. A gente não tem um queijo tradicional de uma região do Estado, por exemplo. A partir do concurso, estamos organizando um processo para desenvolver e aprimorar a produção dos queijos. A etapa final do concurso aconteceu em julho e escolhemos os três melhores queijos do Paraná”.

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NOTAS

CONGRESSO DE FISIOTERAPIA O Sindicato Rural de Guarapuava sediou nos dias 17, 18 e 19 de agosto o 2º Congresso de Fisioterapia no Aparelho Locomotor (Confal). Organizado por acadêmicos e professores da Fisioterapia, o evento teve como objetivo trazer informações atualizadas aos profissionais e estudantes da área. A programação incluiu conferências, painéis e palestras com profissionais renomados.

CAPITÃO CUBAS VIRA MAJOR DO 16º BPM O policial militar Cristiano Cubas, que presta serviço há 27 anos no 16º Batalhão da Polícia Militar (BPM) de Guarapuava, foi promovido de Capitão à Major pela Comissão de Promoção de Oficiais da PM. A promoção aconteceu no dia 10 de agosto. Na mesma ocasião, Cubas, durante a formatura de novos policiais militares, foi homenageado pelo trabalho prestado no 16º BPM. Nas redes sociais, o novo Major, disse: “firmo mais este compromisso, de me dedicar ainda mais com minha região, meu 16º BPM e minha amada Guarapuava. Deus nos abençoe e nos proteja nas futuras missões”.

ASSADO MALBEC O projeto Churras das Gurias e o 1500 Empório e Vinhos promoveram no dia 24 de agosto, no Sindicato Rural de Guarapuava, o jantar/workshop Assado Malbec. O evento teve como objetivo apresentar a harmonização de carnes e vinhos. Quem coordenou o workshop foi a Chef Lorena Lacava e a sommelier Lívia Maciel.

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BOVINOCULTURA DE LEITE

PRODUTORES DE GUARAPUAVA NA AGROLEITE 2018

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Agroleite 2018 foi realizada dos dias 14 a 18 de agosto, em Castro. Organizado pela Cooperativa Castrolanda, o evento é considerado o maior do Brasil voltado ao setor produtivo do leite. Neste ano, a Agroleite recebeu cerca de 73 mil visitantes, contou com a participação recorde de mais de 700 animais e a adesão de 205 empresas, que juntas movimentaram R$ 65 milhões, segundo a organização. A programação da feira, anualmente, é bastante técnica. Além da visitação aos diversos estandes que oferecem novidades e tecnologia ao produtor de leite, são realizados seminários, painéis, fóruns, julgamentos e exposição de animais e, ainda, o tradicional torneio leiteiro. A novidade deste ano foi a Trilha do Leite, um espaço dinâmico voltado para crianças e adultos que mostrou toda cadeia produtiva do leite, desde o nascimento da bezerra, até a chegada do produto no supermercado.

CARAVANA Produtores rurais de Guarapuava estiveram presentes ao evento no dia 15 de agosto. A caravana foi organizada pelo Sindicato Rural de Guarapuava e Cooperativa Agrária. Na chegada, os visitantes foram recepcionados com um café da manhã no estande da Cooperativa Agrária. À tarde, a Ourofino recebeu os produtores com uma mini palestra sobre Protocolo Sanitário para

Bezerros, coordenada pelo zootecnista Alexandre Quaquarini. Logo após, também foi servido um café. O produtor de leite Manfred Jurgovski (Distrito de Entre Rios – Guarapuava) procura visitar todos os anos a Agroleite e afirma que vale a pena. “Neste ano, encontrei bastante inovações tecnológicas, principalmente referente à conservação de forragens, tema que me interessa. Os maquinários são espetaculares voltados ao setor. Levamos algumas propostas para firmar negócios mais tarde”. Para ele, eventos como a Agroleite são essenciais para o crescimento e profissionalização do setor. “Em um só lugar, a gente encontra tudo. É possível comparar qualidade, produto e preço. E mais do que isso, muita informação técnica e tecnológica, que é o que nos faz crescer”.

A caravana foi recepcionada no estande da Cooperativa Agrária com café da manhã REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ

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SENAR-PR

AGRINHO 2018 PREMIA FINALISTAS EM CURITIBA

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fim do ano está se aproximando ocorreu nos dias 8 e 9 de outubro. Já a cee, para o Sistema Federação da rimônia de premiação dos vencedores em Agricultura do Estado do Paraná nível estadual acontecerá no dia 5 de no(FAEP), chega também um dos vembro, em Curitiba. momentos mais aguardados de seu calenNa regional do SENAR-PR em Guaradário de atividades: a etapa final dos conpuava, que abrange 28 municípios, o sucursos do programa educativo Agrinho. De pervisor Aparecido Ademir Grosse, falando acordo com a FAEP, neste ano, foram 7.003 à REVISTA DO PRODUTOR RURAL, destrabalhos inscritos, o que significou crescitacou que, a seu ver, o mais importante mento de 16,4% em relação aos 6.012 do do Agrinho é o seu papel educativo. Para ano passado. Porém, segundo informou a professores, Grosse destacou que a iniciaentidade, após uma triagem parte daquele tiva promove um seminário que, neste ano total foi desconsiderada por não estar de em sua 2ª edição, reuniu em torno de 7 acordo com o regulamento, fazendo com mil participantes em 15 cidades, incluindo que o número final ficasse em 5.301. Guarapuava e Pitanga, situadas na área de Concorrem trabalhos nas categorias abrangência da regional que ele coordena. Redação, Desenho, Experiência Pedagógi“O Agrinho é o maior programa de responca, Relato Escola Agrinho, Relatório Munisabilidade social do Sistema FAEP/SENARcípio Agrinho e Relato Núcleo Regional de -PR. O sistema investe no programa como Educação, os quais são avaliados por uma formação continuada dos professores, ou banca de técnicos da FAEP/SENAR-PR e seja, dentro de temas atualizados, conteúparceiros do programa. dos do momento, onde se tem um procesDe acordo com os organizadores, a so de capacitação do professor”, contextulista dos classificados na primeira fase, da alizou. Já na sala de aula, para os alunos, categoria Experiência Pedagógica, já está observou, o programa promove uma visão divulgada no site do sobre os ambientes rural Programa Agrinho dese urbano e as suas interde o dia 21 de setembro relações: “O ponto de “O ponto de partida (www.agrinho.com.br), partida é criar situações é criar situações de enquanto a banca de de discussão sobre essa defesa das experiências relação campo-cidade”. discussão sobre essa

relação campo-cidade”

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O supervisor também ressaltou a forma de escolha dos trabalhos vencedores do Agrinho: “É uma banca formada por várias instituições de ensino, ou seja, profissionais de várias instituições mais os técnicos da sede (Sistema FAEP). É feito um processo de classificação, após uma prévia de protocolo de recebimento”, explicou. Já a premiação, completou, é uma forma de reconhecer os participantes dos concursos: “Esse é um momento de reconhecimento, de valorização do trabalho do professor, que desenvolveu as ações, estimulou os alunos a trabalhar os temas propostos pelo programa”. Durante a final do Agrinho 2018, terá lugar também a premiação do Concurso Agrinho Solos, que o SENAR-PR realizou neste ano pela segunda vez consecutiva. Participaram colégios agrícolas e escolas de ensino fundamental das cidades de Cambará, Campo Mourão, Castro, Diamante do Norte, Francisco Beltrão, Lapa, Palotina, Ponta Grossa e Umuarama.

Grosse (SENAR-PR em Guarapuava): programa ressalta relação campo-cidade

O AGRINHO Criado em 1995, o Concurso Agrinho é a maior ação de responsabilidade social do Sistema FAEP/ SENAR-PR. Anualmente, a iniciativa envolve mais de 1 milhão de alunos e aproximadamente 80 mil professores das redes pública e privada, em praticamente todos os municípios do Paraná. São parceiros do programa, segundo os organizadores: governo estadual, mediante as Secretarias de Educação, Justiça e Cidadania, Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Agricultura e do Abastecimento, municípios paranaenses e diversas empresas e instituições públicas e privadas.


NOTAS

XVIII CONGRESSO DE AGRÔNOMOS

O presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Rodolpho Botelho, participou, dia 15 de outubro, no Centro Cultural, em Entre Rios (Guarapuava), da abertura do XVIII Congresso Paranaense de Engenheiros Agrônomos. Graduado em Agronomia, Botelho esteve entre as lideranças de entidades ligadas à profissão que se pronunciaram. Com uma programação de palestras e mesas redondas, o

congresso, ao longo de dois dias, enfocou três aspectos: formação empreendedora, pesquisa inovadora e exercício profissional. O evento foi realizado pela Federação dos Engenheiros Agrônomos do Paraná e Associação dos Engenheiros Agrônomos da Região de Guarapuava (AEAGRO), com patrocínio do CREA-PR, contando com o apoio da Agrária e do Sistema FAEP/SENAR-PR.

PALESTRA ABORDA GESTÃO E LIDERANÇA NO AGRONEGÓCIO O projeto CBN Agro, da Rádio CBN de Londrina, trouxe no dia 27 de agosto, ao Vittace Centro de Eventos, em Guarapuava, mais um palestrante de renome nacional para falar, a produtores rurais, sobre temas ligados ao agronegócio. Para abordar o assunto “Gestão e liderança no agronegócio”, o convidado foi Carlos Alberto Júlio, que estudou na Havard Business School, London Business School e no IMD de Lausanne-Suíça. Além de ter sido presidente de empresas como Tecnisa, HSM e Polaroid do Brasil, escreveu oito livros em sua área de atuação; ele hoje é CEO da Digital House, uma escola que forma profissionais para a Nova Economia; e conselheiro independente em empresas como Camil Alimentos, Aramis, IBMEC, GSA Alimentos, entre outras. Tendo chegado em 2018 a sua 3ª edição, o CBN Agro acontece também nas cidades de Cascavel, Umuarama, Ponta Grossa, Londrina, Toledo, Campo Mourão e Maringá. Entre os apoiadores estão Rádio T, Bradesco, Superpão, Nobre Agromarketing e Sindicato Rural de Guarapuava.

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GESTÃO DE PESSOAS

CURSO TEM AVALIAÇÃO POSITIVA DOS PARTICIPANTES

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estão de pessoas e liderança; recrutamento, seleção e demissão pessoal; processos e negócios foram os módulos do curso Trabalhador na Administração de Empresas Agrossilvipastoris - Gestão de Pessoas – Métodos Operacionais, do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR). Com o apoio do Sindicato Rural de Guarapuava, a primeira turma concluiu o curso em agosto. Composta por líderes de equipes, a turma teve a oportunidade de rever o processo de gerenciar pessoas tornando-o mais participativo e sustentável. A avaliação foi positiva. Para o produtor rural Vinicius Virmond Abreu, o curso foi produtivo e essencial para rever o processo de gestão. “O curso foi muito bom, abordando pontos importantes da relação gestor/ colaborador. Trouxe muitas ferramentas práticas para serem aplicadas no dia a dia da gestão da propriedade rural. E todas elas são aplicáveis para se conhecer melhor o colaborador, ter uma comunicação clara para saber lidar com as diferenças, ter feedback , fazer contratação assertiva, entre outros. Enfim, saí mais capacitado para diagnosticar, planejar e aplicar soluções nesta importante e fundamental gestão de pessoas na propriedade rural”. Já a produtora rural Adriana do Rossio Passos de Lacerda Martins destacou que a capacitação trabalha de forma completa uma das bases da boa gestão: a comunicação. “O curso superou minhas expectativas, pois abre horizontes para que você saiba a maneira correta de implantar uma gestão, não só de pessoas, mas da propriedade rural como um todo. Trabalha a questão da comunicação com os colaboradores, como você pode abordar a pessoa de maneira correta na hora da contratação e como ter uma boa comunicação com o colaborador já contratado. O curso aborda também como conseguir fazer com que

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o funcionário te dê um retorno adequado daquilo que você espera, entre outros assuntos importantes”. Ao final dos 10 encontros, os participantes apresentaram um plano de ação. Uma nova turma iniciou no dia 11 de setembro, também no Sindicato Rural de

Guarapuava. Interessados em realizar a capacitação futuramente podem entrar em contato pelo (42) 3623-1115, falar com a mobilizadora de cursos do Senar, Mery Ribas. Os cursos do Senar são gratuitos e direcionados a trabalhadores e produtores rurais.

Primeira turma de Gestão de Pessoas finalizou o curso no dia 28 de agosto

A nova turma iniciou o curso no dia 11 de setembro e continua a capacitação até dezembro


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VERÃO 2018/2019

MILHO: ENTRE ALTOS E BAIXOS DO MERCADO

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radicional, tecnificado e reconhecido por elevadas produtividades por hectare, o milho em Guarapuava e região deve manter, nas lavouras 2018/2019, uma área próxima à da safra anterior. Na região, onde predomina a safra única (verão), com plantio entre setembro e outubro para colheita entre fevereiro e março, uma estimativa inicial do Departamento de Economia Rural (DERAL) da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento do Paraná-SEAB (atualização semanal de 17 de setembro de 2018) mostra que a cultura passaria de 57,1 mil hectares, em 2017/2018, para 58,3 mil hectares em 2018/2019, o que representaria uma pequena expansão de cerca de 2%. Ainda de acordo com as mesmas projeções, a produtividade média regional também deverá se elevar em relação à safra passada, subindo de 9,7 mil kg para 10,1 mil kg por hectare. Como resultado, a produção passaria de 553,8 mil toneladas para 588,8 mil toneladas, num crescimento de 6%. A comparação entre a última safra e a atual se mostra diferente das oscilações registradas, também pela SEAB, entre anos recentes: em 2014/2015, foram 77.850 hectares, com volume final de 708.045 toneladas. Em 2015/2016, 61.850 hectares, com 587.395 toneladas. Já no período 2016/2017, nova elevação: 72.300 hectares, gerando 782.200 toneladas, o que antecedeu nova redução, na

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safra 2017/2018, com 57.100 hectares e o resultado de 553.870 toneladas. Estes altos e baixos aconteceram ao mesmo tempo em todo o Paraná: em 2014/2015, as lavouras produziram 4.637.882 toneladas. Na safra seguinte, queda de 27% resultou em 3.369.252 toneladas. Em 2016/2017, ocorreu uma expansão de nada menos de 47%, com 4.966.792 toneladas. Uma retração significativa, de 42%, em 2017/2018, traria o volume para 2.888.212 toneladas. Para 2018/2019, a estimativa é de área de 352,1 mil hectares, produtividade de 9,1 mil quilos por hectare e produção aumentando 11%, com 3,2 milhões de toneladas. Neste panorama, emoldurado por reflexões sobre as vantagens agronômicas do milho na rotação com soja e a eventual desvantagem econômica em momentos de preço baixo, a REVISTA DO

Depois de vários anos de oscilação de área, milho 2018/2019 no centro-sul do PR tem projeção de números próximos à safra anterior

PRODUTOR RURAL foi mais uma vez ao campo para conversar com agricultores que, em 2018/2019, terão a cultura em seu sistema produtivo. Na tarde de 26 de setembro, Johann Zuber contou que neste verão continuará com o milho, numa área de sua propriedade, na região do distrito de Entre Rios, em Guarapuava. Comparando com outros tempos, ele relatou que a lavoura terá um espaço reduzido: “Antigamente, plantávamos de 30% a 35% da área. Nos últimos quatro anos, não passa de 10% a 12% - isso é uma tendência em nível brasileiro”. Segundo afirmou, a razão é o preço. Ele avalia que em suas lavouras, hoje, se considerados todos os fatores, como adubo, fertilizantes, combustível e defensivos, entre outros, o investimento por hectare gira em torno de R$ 6 mil.

Zuber: redução de área ao longo do tempo


Com isso, concluiu, a maior parte do que é colhido vai para custear a própria atividade: “Precisamos de quase 200 sacos (por hectare) só para pagar o custo. Vão sobrar uns 50 sacos para fazer a rentabilidade. Se colocarmos aí R$ 35,00 (a saca), até um pouco mais que 200 sacos por hectare para pagar o custo. Vão sobrar 30, 40 sacos só. Nós tivemos que vender, no ano passado, a R$ 22,00. Por isso, muita gente diminuiu (área), muitos até pararam de plantar”. Em meio ao plantio, naquela tarde interrompido por uma chuva inesperada, o agricultor ponderou que apesar das variações de preço, o cereal segue sendo importante na rotação: “Estamos com problema sério já, principalmente, de mofo branco (na soja). O milho é uma boa cultura para atenuar um pouco este problema”. Em Candói, dia 28 de setembro, outro produtor também dava sequência à semeadura do milho 2018/2019. Gibran Thives Araújo, que conduz as lavouras da família com o irmão Thiago, recordou que eles, devido aos momentos de preço baixo do produto, vieram reduzindo área. Mas destacou que optaram por preservar a rotação, para ajudar no cultivo da soja: “Portanto, estamos com uma área muito próxima da do ano passado”. Este espaço, que segundo o agricultor já foi de 50%, corresponde agora ao que ele considera como um limite mínimo, a ser observado sem grandes variações, independentemente do que aconteça com os preços: “Hoje, o milho ocupa em torno de 25% da nossa área”, explicou. Gibran comentou ainda o que espera da comercialização: “Quanto ao preço, vivemos um ano 2018 com uma produção abaixo da média histórica. Abaixou

Gibran: mantendo rotação para ajudar na soja

a oferta, melhoraram os preços. Acredito que entraremos numa safra nova com uma perspectiva de preços bons. Talvez não tão bons como foram até agora, neste ano, mas ainda firmes, por conta de uma demanda firme na produção de proteína animal, que é principalmente para onde vai o nosso milho”. Quem também se voltava ao plantio, entre setembro e outubro, era o agricultor Karl Milla, do distrito de Entre Rios. Com as áreas de sua família no centro-sul do Paraná, ele relatou que a decisão para o milho 2018/2019 foi permanecer com o mesmo espaço da safra passada. A posição, ressaltou, é técnica, foi definida há alguns anos e desde então mantida mesmo em momentos de menores preços. Milla destacou ver, nas próprias flutuações dos mercados interno e externo, razão para prosseguir com a cultura. “Plantando em setembro, vamos colher em fevereiro. Não conseguimos saber, com essa antecedência, como é que vai estar o preço. Já plantamos com preço muito bom e já colhemos com preço muito ruim. E já teve o inverso, como nesse ano”, recordou. Para a comercialização do milho 2018/2019, ele vê possibilidade de alguma

Milla: plantando mesmo com preços baixos

estabilidade de preços: “Acreditamos que a demanda no Brasil ainda tende a voltar a crescer um pouco, pela recuperação da parte de carnes e também pela demanda que está tendo agora, cada vez mais, por milho para etanol em várias regiões”. Partindo deste mesmo princípio, o agricultor observou que igual decisão vale também para a propriedade da família no Nordeste: “No Piauí, viemos aumentando as áreas de milho safra, plantando até 40%”, declarou, se referindo ao percentual de rotação com soja. “Com certeza vamos continuar plantando enquanto tiver mercado. E provavelmente vai ter muito mercado ainda para frente”, avaliou. Mas para além das expectativas, o que o mercado sinaliza? A REVISTA DO PRODUTOR RURAL conversou com a assessora técnica de grãos da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP), engenheira agrônoma Ana Paula Kowalski, que também faz parte da equipe do Painel Custos de Produção de Grãos, do Projeto Campo Futuro (a iniciativa reúne Confederação Nacional da Agricultura-CNA, Sistema FAEP e Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada-CEPEA, da Esalq/USP). Ana Paula analisou que as recentes variações de área no milho decorreram da rentabilidade: “O estímulo ou não ao plantio ocorre principalmente em função do preço e da competição de área com a soja na 1ª safra”. Outros fatores, elencou, também influenciaram: “A maior parte do milho produzido no Brasil é consumido no mercado interno (69%), ao contrário da soja. Dessa forma, os preços estão mais susceptíveis às variações de oferta e demanda aqui no Brasil. Foi exatamente este efeito que foi sentido pela cadeia produtiva do milho, resultado da maior safra brasileira e mundial da história na temporada 2016/2017”. O ano de 2018, prosseguiu, trouxe REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ

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nova configuração: “As perdas expressivas na 2ª safra brasileira, cuja colheita finalizou em setembro, foi um dos fatores de aumento do preço do milho. Aliado a isso, a Argentina também teve uma quebra de 10 milhões de toneladas em sua safra de milho em relação à estimativa inicial”. Olhando para os meses que estão à frente, a agrônoma sublinha que a safra 2018/2019 terá um estoque inicial 15% inferior em comparação com a safra passada, totalizando 194,15 milhões de toneladas. “Partindo deste estoque menor e com perspectiva de aumento da demanda, o aumento de 35 milhões de toneladas na produção mundial não será suficiente para recompor os estoques, que devem finalizar a temporada com saldo de 157 milhões de toneladas, de acordo com a projeção de setembro úl-

Em Guarapuava e região, milho tecnificado tem altas produtividades

timo do USDA”, contextualizou. A conjuntura se reflete nas cotações: “Certamente este estoque menor e a seca que ocorre na Europa é o que tem contribuído para a manutenção dos preços em patamares elevados. Além, é claro, da valorização do dólar frente a uma cesta de moedas”. No mercado externo, onde Irã, Egito e Vietnã são os maiores consumidores do milho brasileiro, Ana Paula menciona que “as exportações do Brasil têm oscilado a

cada safra, alternando anos de maior volume embarcado e anos de redução”. Ela ressalta no entanto que, em 2018, o país comercializou, de janeiro a agosto, para seis diferentes nações em comparação com o mesmo período de 2017. Naquela lista, se destacam Mianmar, com 484 toneladas e Iêmen, com 260 toneladas. “A expectativa para a safra 2018/2019 é de aumento nas exportações, de acordo com o USDA”, concluiu.

COMUNIDADE

CAMPANHA PRODUTOR SOLIDÁRIO O Sindicato Rural de Guarapuava entregou no dia 2 de outubro, ao Hospital Santa Tereza (Instituto Frederico Virmond), recursos que a entidade sindical arrecadou para o grupo Amigos do Hospital Santa Tereza, proveniente da venda de rifas de uma TV 40 polegadas. A entrega foi realizada pelo presidente Rodolpho Luiz Werneck Botelho a uma das integrantes do grupo de amigos, Margarida Andrade, e à gestora de eventos do hospital, Inelvis Caldas. Para somar forças com a iniciativa, o sindicato realizou mais uma Campanha do Produtor Solidário, junto a seus associados e parceiros. Ao todo, a entidade vendeu 800 rifas. “Estamos tendo um apoio bem bacana por parte da comunidade de Guarapuava e região, e estamos saindo hoje, daqui do sindicato, bem felizes”, comentou Margarida. “Esta ação vem para a compra de duas incubadoras para a UTI neonatal. Vai ser de grande importância, porque vai ajudar não só Guarapuava, mas toda a região. São 21 municípios que precisam também do nosso hospital”, detalhou Inelvis. A rifa da TV foi sorteada no 17 de outubro e a ganhadora foi Sônia Nascimento. Ao todo, foram arrecadados R$ 45.240,00.

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INTEGRACIG No dia 19 de outubro ocorreu a 85ª edição do Integracig, na sede da Associação Comercial e Empresarial de Guarapuava (ACIG). Promovido todos os meses, o evento reúne empresas aniversariantes e novos associados com o objetivo de incentivar o networking da classe produtiva local. Aliado a este objetivo, a edição de outubro do Integracig também abordou um tema muito importante para a classe empresarial: o Natal. Na ocasião, entre os aniversariantes do mês, o Sindicato Rural de Guarapuava, que completou 51 anos dia 18 de outubro, foi representado pelo presidente Rodolpho Luiz Werneck Botelho e o diretor Carlos Eduardo dos Santos Luhm.

CURSO DOCES DE PADARIA

A Coamo realizou, nos dias 11 e 12 de setembro, o curso Docinhos de Padaria, no salão de festas do Sindicato Rural de Guarapuava. A capacitação foi coordenada pela instrutora Ednilza Godoy.


ACONTECEU

CONCESSÃO DE RODOVIAS O governo do Estado realizou, entre julho e agosto, em várias cidades, reuniões públicas sobre um novo modelo de concessão de rodovias no Paraná. Com a presença de lideranças locais e regionais, de diversos setores da economia, de instituições e de entidades de classe, os encontros tiveram uma programação em duas partes: na primeira, foram apresentados aspectos do atual modelo; na segunda, os participantes, em grupos, debateram e formularam ideias. Em Guarapuava, a reunião aconteceu no dia 21 de agosto, na Associação Cultural e Recreativa da Unicentro (ACRE), com a participação de autoridades estaduais, como o secretário de Infraestrutura e Logística, Abelardo Lupion, e municipais, como o prefeito de Guarapuava, Cesar Silvestri Filho, o presidente da Câmara Municipal de Guarapuava, João Napoleão, prefeitos da região, além de representantes de várias instituições. O setor rural também compareceu: do Sindicato Rural de Guarapuava, estiveram pressentes o presidente, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, e o 2º secretário, Cícero Passos de Lacerda. Conforme recordou o secretário de Infraestrutura e Logística, o governo do Estado decidiu não renovar as atuais concessões do Anel de Integração e, em junho deste ano, notificou as concessionárias para o início dos procedimentos necessários com a finalidade de extinção dos atuais contratos em novembro de 2021. Segundo assinalou, o governo estadual busca ouvir as regiões sobre suas prioridades em termos de rodovias. Ainda de acordo com Lupion, todas as idéias apresentadas nas reuniões regionais serão analisadas.

Secretário de Estado de Logística e Infraestrutura, Abelardo Lupion

Sindicato Rural de Guarapuava esteve presente, com pres. Rodolpho Botelho, e secretário Cícero Lacerda

FORMAÇÃO DE PREÇOS

CURSO DE BOLACHAS

A Coamo realizou no dia 30 de agosto, no Sindicato Rural de Guarapuava, a palestra Formação de Preços, coordenada pelo consultor da Safras e Mercado, Paulo Molinari. O encontro reuniu, aproximadamente, 200 produtores rurais, cooperados da Coamo.

Cooperadas da Coamo reuniram-se no dia 31 de agosto, para um curso de produção de bolachas caseiras. O curso foi uma iniciativa da Coamo, com apoio do Sindicato Rural de Guarapuava.

BATE-PAPO SOBRE ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO No dia 30 de agosto representantes da assessoria de comunicação do Sindicato Rural de Guarapuava e da Revista do Produtor Rural do PR estiveram na Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), para um bate-papo sobre Assessoria de Comunicação com acadêmicos do primeiro ano do curso de Comunicação Social – Jornalismo. O convite foi feito pelo professor Gilson Boschiero, do Departamento de Comunicação da Universidade.

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DOAÇÃO DE SANGUE

HEMOCENTRO CAPACITA AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE

Paulo Roberto Hatschbach, diretor do Hemepar do Paraná

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Hemocentro – Regional de Guarapuava realizou no dia 12 de setembro, uma capacitação voltada aos agentes comunitários de saúde. O encontro buscou repassar aos profissionais informações atualizadas para que auxiliem ainda mais na captação de doadores de sangue. Maristela Sacks, responsável pelo setor de captação de doadores do Hemocentro Regional de Guarapuava, explicou que este trabalho de captar doadores já é realizado pelos agentes. “Mas queremos reforçar este trabalho, para que os

Maristela Sacks, responsável pelo setor de captação de doadores do Hemocentro Regional de Guarapuava

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agentes comunitários de saúde cheguem às pessoas com mais informação para conscientizar sobre a doação de sangue. A meta do Hemocentro coordenador é que toda Hemorrede tenha esse trabalho de incentivo à captação de doadores. E em Guarapuava isso é ainda mais importante porque, em breve, teremos mais dois novos hospitais: o Hospital Regional e o Hospital do Câncer. Precisamos aumentar nossa captação de sangue para melhor atender. Além disso, somos uma regional de saúde e atendemos muitos municípios”. O diretor do Hemepar do Paraná, Paulo Roberto Hatschbach esteve presente ao evento e ressaltou a importância dos agentes comunitários de saúde. “Este trabalho com os agentes está sendo feito em toda a Hemorrede. O Hemepar tem 22 unidades, quatro Hemocentros regionais, oito Hemonúcleos e nove unidades para transfusão. E a importância que os agentes comunitários têm dentro da comunidade é fundamental para saúde da população. Nós precisamos ter doadores todos os dias em nossas unidades. O sangue

que nós coletamos em qualquer Hemorrede circula no Paraná inteiro. E com a ajuda dos agentes, conseguiremos conscientizar as pessoas sobre a doação de sangue”. O diretor do Hemocentro Regional de Guarapuava, Fernando Guiné, também ressaltou a importância dos agentes comunitários de saúde e comemorou os resultados em Guarapuava. “Em 2017, nosso Hemocentro teve a maior captação de sangue da história. Implantamos uma auditoria interna, estamos revendo todo nosso processo e estamos caminhando cada vez mais comprometidos com aquela que é nossa obrigação”.

Fernando Guiné, diretor do Hemocentro Regional de Guarapuava

Participaram da capacitação mais de 300 agentes comunitários e outros profissionais dos 20 municípios pertencentes à 5ª Regional de Saúde de Guarapuava.


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CEREAIS DE INVERNO

WinterShow 2018:

TECNOLOGIA E INFORMAÇÃO SOBRE CEREAIS DE INVERNO

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WinterShow, promovido pela Cooperativa Agrária e a Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária (FAPA), aconteceu nos dias 16, 17 e 18 de outubro, nos campos da instituição de pesquisa. Apesar da chuva que apareceu nos três dias de evento, o público que estava realmente interessado em cereais de inverno compareceu. “Grande parte dos eventos são sobre cereais de verão e nós promovemos um evento sobre cereais de

inverno, que é um diferencial do WinterShow. Além disso, a FAPA é referência em gerar tecnologia e pesquisa de qualidade, atraindo os visitantes. Apesar de toda a chuva, tivemos nessa edição visitantes de Guarapuava e região, de vários estados do sul e centro-sul do Brasil e de outros países como Uruguai, Estados Unidos, Argentina e Paraguai. Um público bastante focado e interessado no que divulgamos”, destacou o presidente da Cooperativa Agrária, Jorge Karl.

ESTAÇÕES DA FAPA Nesta edição, a FAPA divulgou em oito estações pesquisas sobre cevada, mecanização agrícola, entomologia, trigo, aveia, fitopatologia, fertilidade, herbologia e fertilidade.

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Jorge Karl, presidente Cooperativa Agrária

Além das Estações da FAPA e das palestras principais, 67 expositores apresentaram ao público as mais recentes tecnologias em cereais de inverno.


MERCADO DO AGRONEGÓCIO Cada dia, produtores rurais e o público geral presente tiveram a oportunidade de assistir uma palestra com profissionais renomados. O trigo, um dos principais cereais de inverno da região, foi pauta no primeiro dia de Wintershow, com a palestra Mercado de Trigo, ministrada por Roberto Sandoli Júnior (FCStone). Júnior citou que mercado mundial apresentou alguns problemas que afetam de um modo geral o cenário para o trigo: “O Hemisfério Norte teve problemas climáticos e isso afetou o desenvolvimento do trigo, principalmente, na Rússia, Mar Negro como um todo e a Europa. Com isso, a produção mundial caiu pela primeira vez em cinco anos. E o mercado que estava acostumado a ser crescente encarou um golpe muito forte: o consumo se manteve estável e a produção caiu. Os estoques mundiais estão muito mal localizados, tem muito estoque em países que não são importantes e estão pouco disponíveis para exportação. Isso fez com que o mercado de trigo que estava vindo de preços muito baixos, começasse a reagir e os preços mundiais ficassem um pouco mais altos e voláteis”, relatou. Com o baixo estoque, Júnior explicou que o mercado sul-americano, principalmente a Argentina, voltou a ter importância no mercado de trigo. “O Brasil que não é exportador, está exportando um pouco esse ano, mas o principal foco é a Argentina. E como o Brasil especifica o preço do trigo dele pela paridade, tudo que acontece no mercado lá fora, consequentemente vai impactar nosso mercado local. Como estamos em um ano político com muita volatilidade, o nosso real também perdeu valor e fez com que as

Roberto Sandoli Júnior, FCStone

importações ficassem mais caras. E tudo isso junto fez com que os preços nacionais ficassem mais firmes”. Alexandre Mendonça de Barros (MB Agro), que ministrou a palestra Conjuntura agropecuária: mercado, economia e política, no segundo dia de WinterShow, complementou que apesar do bom momento do preço do trigo, o Brasil pode enfrentar uma safra complicada. “Isso pela questão climática - chuva demais. O problema de qualidade do trigo vai existir. A safra pode sofrer um pouco por estas intempéries climáticas e com isso, estimamos que vamos importar até sete milhões de toneladas”. Barros comentou também sobre as expectativas e o atual momento do mercado do agronegócio como um todo: “Estamos vivendo um momento de recuperação de safra no mundo. Safra de soja e milho americana é muito boa, de um modo geral a Europa colhe bem, estamos vendo boa colheita na Ásia, então um bom pedaço do mundo está colhendo muito bem. A exceção é o trigo na Rússia, que os números oscilam entre 16 e 20% de quebra e um pouco de algodão quebrando nos EUA. Mas, de um modo geral, é um ciclo de oferta favorável”.

Alexandre Mendonça de Barros, MB Agro

Sobre a soja, em especifico, ele ressaltou que “a tendência é normalizar a oferta de soja na Argentina. E, assim, considerando uma área de soja que cresce no Brasil, temos potencial também na América do Sul de colher uma safra boa, recompondo os estoques mundiais. Então, a tendência no preço internacional é de acomodação”. Barros citou ainda um dos fatores que fez com que o Brasil se beneficiasse de bons preços da soja neste ano. “Isso aconteceu pela guerra comercial entre China e EUA. Os chineses colocaram 25% de tarifa

sob todas as importações agrícolas americanas e obviamente os compradores chineses vieram ao Brasil e começamos a receber prêmios elevados aos produtores americanos. Esses prêmios chegaram, em Paranaguá, a R$ 20,00 por saca de soja acima do que seria o preço em Chicago. É um recorde. A pergunta que fica para a próxima safra é: a guerra comercial estará ainda acontecendo? A maior parte dos americanos acredita que vai recuar, que já estão chegando num ponto de ter algum acerto entre China e EUA. Mas ninguém sabe ao certo”, finalizou.

MOTIVAÇÃO AO COOPERATIVISMO

No último dia de WinterShow o palestrante Carlos Hilsdorf, deixou uma mensagem motivacional aos produtores rurais, em sua palestra Construindo a melhor versão do futuro. Confira o resumo: “Pensamos que o cooperativismo é uma bandeira, mas não é. Cooperativismo é a melhor solução econômica, social e espiritual já inventada na história da humanidade. Quando você está dentro de um movimento cooperativista todo mundo se abraça dentro da mesma causa. Divide perdas e sobras. O cooperativismo diz: traz o que você tem de melhor, eu trago o que tenho de melhor e colocamos tudo isso juntos, fazemos muita diferença e isso ainda sobra para as próximas gerações. Mas isso só acontece se existir esse princípio. Se eu penso só na minha propriedade, não sou cooperativista. Mas se eu penso na cooperativa, em todos os cooperados e suas famílias, eu sou cooperativista. Ser cooperativista não é fazer parte da cooperativa, é a cooperativa fazer parte de você. Sonho que a gente sonha sozinho é sonho. Sonho que a gente sonha juntos é realidade e se chama cooperativismo”. REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ

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SISTEMA FAEP/SENAR E SINDICATO RURAL NO WINTERSHOW O Sindicato Rural de Guarapuava juntamente com o Sistema FAEP/SENAR estiveram com estande em mais uma edição do WinterShow. Além de ser um espaço de confraternização para os produtores rurais, foi um local também de informação sobre os serviços que o sindicato presta, cursos do Senar e sobre a Revista do Produtor Rural do Paraná. Neste ano, houve também esclarecimentos sobre o salário-educação, que segundo especialistas, há ilegitimidade do pagamento do imposto por parte de produtores rurais pessoas físicas. Como no dia 18 de outubro, o Sindicato Rural completou 51 anos, a entidade também sorteou durante os três dias cestas de produtos importados aos associados que compareceram ao estande.

Acadêmicos do curso de Agronomia da Unicentro, visitam o estande

Comissão Técnica de Cereais da FAEP em visita ao estande do Sindicato Rural no WinterShow

Os ganhadores das cestas foram: Andreas Keller Junior, Neusa Vier e Anton Keller I

Outubro Rosa: Colaboradoras divulgaram a importância da prevenção do câncer de mama

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SILAGEM DE MILHO

PRÁTICAS FUNDAMENTAIS PARA PRODUTIVIDADE E QUALIDADE DA SILAGEM ROBSON FERNANDO DE PAULA Gerente de Silagem da Corteva Agriscience™, divisão agrícola da DowDuPont

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rendimento final de uma lavoura é consequência de múltiplas interações que a planta tem com o ambiente, o qual pode variar conforme condições climáticas, região, época de plantio e nível de manejo adotado. Isso significa que uma lavoura de milho produtiva é formada por plantas uniformes de boa sanidade foliar, bem nutridas, que se desenvolveram em boas condições de ambiente e, por isso,devem resultar em silagem de alta qualidade e produtividade. Para a Pioneer, a produtividade e a qualidade da silagem de milho são determinadas pela seguinte interação:

PRODUTIVIDADE E QUALIDADE DA SILAGEM = GENÓTIPO X AMBIENTE X MANEJO

›› AMBIENTE

›› GENÓTIPO

›› MANEJO

Produtores de silagem devem focar em híbridos testados para a região com boas características agronômicas e que apresentam bom potencial produtivo com estabilidade, que produzem alto volume de biomassa e alto conteúdo de amido.

Fatores ambientais como água, radiação solar e temperatura, determinam o quanto a planta se desenvolve e o quanto irá produzir. Em condições apropriadas, a planta de milho apresentará todo o seu potencial produtivo e qualidade da silagem. Para um bom manejo é necessário ter qualidade de plantio, o que resultará em um estande de plantas uniforme e na população recomendada para o híbrido escolhido. A adubação deve estar ajustada à expectativa de produção e adequada ao investimento aplicado. REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ

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Em resumo, a produtividade da silagem é influenciada pelo momento de corte (maior conteúdo de amido nos grãos), híbrido e época de plantio. Esses três fatores, associados a condições ambientais favoráveis durante o desenvolvimento da cultura, fertilidade do solo e adubação, refletem na produção de biomassa e conteúdo de amido.

COLHEITA E ENSILAGEM A colheita no momento certo (2/3 da linha do leite) garante uma fermentação adequada que resultará numa conservação prolongada da forragem. Para o processo de ensilagem, podem ser adicionados inoculantes e aditivos que irão fornecer bactérias eficientes para acelerar o processo de fermentação.

ARMAZENAGEM E CONSERVAÇÃO DE ALIMENTOS/ FORRAGENS O processo de armazenagem e conservação de alimentos/forragens ocorre através da fermentação para a produção de ácido lático, que é o principal conservante do material armazenado. O ácido lático é produzido por micro-organismos epifíticos, ou seja, bactérias que estão presentes na planta e que,na ausência de oxigênio, produzem o ácido lático. Por isso, durante a ensilagem, a compactação de boa qualidade é fundamental no processo de armazenamento para a conservação da silagem. A população de micro-organismos naturais, que existem nas plantas verdes ou frescas, no momento do corte, exercem grande influência na estabilidade e no valor nutricional final da silagem. Fatores como temperatura, umidade relativa do ar, radiação solar, maturidade da planta, teor de matéria seca, tempo de murchamento e contaminação do solo durante a colheita influenciam o tipo e a quantidade de micro-organismos.

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Os inoculantes marca Pioneer® contêm elevada concentração de estirpes homofermentativas, desenvolvidas para controlar e direcionar a fermentação por curvas de crescimento, que se sobrepõem ao epifitismo natural. Estirpes de Lactobacillus buchneri são encontradas em muitos inoculantes heterofermentativos, mas o fato é que eles produzem um incomparável espectro de ácidos graxos voláteis, que contribuem,significativamente, para a redução total de perdas líquidas pela inibição de leveduras durante a retirada da silagem. As leveduras são, especialmente, predominantes em plantas de milho ,e também em culturas em situação de estresse. Leveduras são indesejáveis por desencadearem uma série de eventos que resultam no aquecimento da silagem, e reduzem a sua palatabilidade, pois consomem ácido lático como fonte de nutrientes, aumentando o pH da silagem e outros organismos aeróbicos que a deterioram quando se tornam ativos. O processo de desensilagem provoca uma pressão de seleção de mais de 90%de dominância das leveduras na presença de oxigênio durante a retirada. Somente em condições aeróbicas estas leveduras podem metabolizar o ácido lático. Um bom manejo da “face” ou “painel” do silo para prevenir a entrada de oxigênio é através do uso de inoculantes com Lactobacillus buchneri, que são as melhores defesas contra as leveduras e o aumento de pH da silagem.

O PROCESSO DE FERMENTAÇÃO O objetivo final do processo de ensilagem é estabilizar a massa ensilada através das bactérias láticas. Dessa forma, a fermentação pode ser simplificada em três fases:

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Inicia na fase aeróbica (presença de oxigênio), que ocorre durante a colheita e enchimento do silo; Seguida pela fase anaeróbica (ausência de oxigênio), condição que permite o crescimento de bactérias láticas e redução de pH; E, finalmente, retorna para a aeróbica com a abertura do silo e retirada ou movimentação da silagem.

Como complemento às técnicas de ensilagem e à medida que os silos trincheira e de superfície vêm aumentando em tamanho, o uso de inoculantes e aditivos tem se mostrado uma ferramenta importante, que contribui na melhoria do processo de fermentação e na manutenção da qualidade de forragens conservadas. Os inoculantes marca Pioneer®, como o 11C33, contém uma composição única de estirpes próprias de Lactobacillus buchneri, Lactobacillus plantarum e Enterococcus faecium; e aditivos como o 11CFT, contém uma estirpe exclusiva de Lactobacillus buchneri, que produz enzimas específicas que atuam na degradação das fibras durante o processo de replicação na silagem. Estes produtos são resultado de vários anos de seleção e pesquisa em estirpes próprias de micro-organismos, que auxiliam na fermentação, conservação da forragem e manutenção da qualidade após a retirada e movimentação da silagem, reduzindo assim, as perdas por deterioração aeróbica da face do silo. REFERÊNCIAS:

Hollinger, S. E. & Angel J. R. 2009. Illinois Agronomy Handbook, 24th Edition. University of Illinois, Champaign-Urbana. Illinois Mahanna, B., B. Seglar, F. Owens, S. Dennis, and R. Newell. 2014. Silage Zone Manual. DuPont Pioneer, Johnston, Iowa Mahanna, B. 2016 comunicação verbal. MAHANNA, B., B. SEGLAR, F. OWENS, S. Dennis, and WIERSMA. 2017. Silage Zone Manual 2nd Edition. DuPont Pioneer, Johnston, IA.


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LEITE COMPETITIVO SUL

EMATER TREINA EQUIPE TÉCNICA E AVALIA PROJETO

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EMATER promoveu, entre os dias 11 e 13 de setembro, em Guarapuava, mais uma reunião regional de treinamento de técnicos da instituição que atuam no Projeto Leite Competitivo Sul. Iniciado ano passado, o projeto tem como foco principal a assistência técnica a propriedades leiteiras do sul do Paraná e da região da Cantu, visando elevar produtividade e renda. No início da programação de palestras e atividades, desenvolvida no Sindicato Rural, a gerente da regional da Encontros trimestrais reúnem a equipe de técnicos do Leite Competitivo Sul EMATER em Guarapuava, Gilca Angélica Leite Ferreira, saudou os participantes e enfatizou a importância da ação nas propriedades, o projeto reali- dentro do projeto. O nosso foco é que iniciativa. Também presente à reunião, za, para toda a equipe técnica, reuniões nenhuma das UPFs que estejam seleo gestor do Leite Competitivo Sul para trimestrais, de três dias, para analisar cionadas dentro do projeto tenha renda Guarapuava e região, o médico veteriná- resultados e aprofundar conhecimen- líquida abaixo de dois salários mínimos rio Mateus Poczynek, da EMATER, con- tos: “Hoje, aqui, temos um módulo das e meio”, especificou. O coordenador obversou com a REVISTA DO PRODUTOR nossas oficinas de avaliação do projeto e servou que, para isso, na parte técnica, entre outros pontos, um dos conceitos RURAL. Ele comentou que, além da atu- capacitação dos técnicos”. No campo, recordou, o Leite Com- difundidos é a noção de que o produpetitivo Sul partiu de um diagnóstico da tor deve levar em conta que o alimento produção leiteira na área de abrangên- fornecido ao rebanho se transforma em cia da iniciativa, considerado como um leite e que, por isso, deve ter qualidade. “marco zero”. Nesta área, completou, No caso da pastagem, aponta, a base da participam em torno de 400 Unidades produtividade é a própria melhoria da de Produção Familiar (UPFs) voltadas fertilidade do solo. Outro ponto, menao leite. O veterinário assinalou que cionou, é a atenção à silagem, desde o este grupo de propriedades recebe as- preparo até o acondicionamento no silo, sistência técnica continuada para elevar para se conservar os nutrientes. “A gente tanto a produtividade quanto a qualida- vê a grande carência que os produtores de. “Temos como meta do projeto, nos têm desse acompanhamento técnico”, cinco anos de duração, um aumento de declarou, avaliando que a relação entre 25% na lotação, um aumento de 25% técnicos e produtores vem melhorando. na produtividade por animal e com isso “Com isso, a aceitação das técnicas vem Veterinário Mateus Poczynek, da EMATER um aumento da renda bruta das UPFs aumentando junto”, avaliou.

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EXTENSÃO DE BASE

PREFEITURA MUNICIPAL DE CANDÓI CEDE IMÓVEL PARA SINDICATO RURAL

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Prefeitura Municipal de Candói cedeu um imóvel urbano para o Sindicato Rural de Guarapuava –Extensão de Base Candói. A parceria se deu a partir da inviabilidade da entidade continuar arcando com os custos de manter um imóvel com atendimento no município após a não obrigatoriedade da Contribuição Sindical, que era a principal receita da entidade. O termo de cessão de uso do imóvel foi entregue ao presidente do Sindicato Rural, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, no dia 17 de setembro, pelo Prefeito Municipal Gelson Costa, o secretário municipal de Agricultura e Pecuária, Darcy Picolo, o presidente da Câmara Municipal de Candói, Valdir Costa e vereadores do município. “É de fundamental importância para o município de Candói e para nossa po-

pulação essa parceria com o Sindicato Rural. Nós cedemos esse espaço para que o sindicato continue com seus trabalhos para os agricultores, com formação adequada e capacitação técnica. Sabemos que hoje, diante da crise, com a diminuição de estrutura pública, são necessárias essas parcerias para que o município continue crescendo, trazendo desenvolvimento e fomentando também a nossa agricultura, que é a base da nossa economia local”, ressaltou o Prefeito Municipal, Gelson Costa. O presidente da Câmara Municipal de Candói, Valdir Costa, disse que a aprovação do termo de cessão de uso do imóvel foi unanimidade pelos vereadores. “O município é extensivo e temos muita área rural, somos essencialmente agrícola e precisamos dessa parceria. O Sindicato Rural traz fortalecimento não só

para Candói, mas também para a região, porque queremos sempre ter condições de melhoria para nossa população, nesse caso, em especial ao homem do campo”. Botelho agradeceu a parceria e se comprometeu a continuar prestando um serviço de qualidade e representatividade para o produtor rural de Candói. “Seja em capacitação, por meio dos cursos do Senar, informação técnica de qualidade, levantando questões importantes do meio rural do município ou por meio de auxílio nas documentações de regularização de terras, essa parceria nos possibilita continuar atendendo os produtores de Candói e região”. O imóvel cedido fica na Avenida Padre Ponciano Mendes de Abreu. A mudança para o novo endereço será em breve, com divulgação para os sócios e parceiros da entidade. REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ

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anos O Sindicato Rural de Guarapuava completou 51 anos no dia 18 de outubro. É mais de meio século representando o produtor rural de Guarapuava e região.

PROFISSIONAL EM DESTAQUE

HOMENAGENS PÓSTUMAS A pesquisa agrícola brasileira perdeu um profissional que se notabilizou por dedicar sua vida ao trabalho, destacando-se não só nas instituições em que atuou, mas também entre os produtores e a mídia especializada no setor rural. O pesquisador Dirceu Gassen faleceu no dia 3 de setembro, em Passo Fundo (RS).

Foto: Cross Formatura

Emanuel de Lima Souza Gerente Técnico MIM Fertilizantes

FORMATURA

O Sindicato Rural parabeniza a colaboradora Ana Paula Quadros, da extensão de base Candói, pela recente formatura no curso de Educação Física.


PRODUTORES EM DESTAQUE

NIDERA - Djalma Ribas e Tatiana Bastos Alves Brunsfeld

Entrega de produtos sorteados como vales no Dia do Agricultor 2018 e no Encontro Regional de Produtores de Leite, ocorrido durante a Expogua:

NIDERA - Fátima Harmuch NIDERA - Jacir Salvador e Kohl e Djalma Ribas Neiva Teresinha Salvador

PIONEER - Ruy Laureci Alves Teixeira PIONEER - Thadeu Zverzicoski e Bisneto e Sergio Fernando Rovedo Adilson Pagno

PIONEER - Viviana Kaminski e Sergio Fernando Rovedo

PIONEER - Sergio Fernando Rovedo e Robson Schneider

PIONEER - Janine Gerster, Gabriel Gerster, Sophia Gerster e Adilson Pagno

PIONEER - Marli Terezinha Andrade, Tereza dos S. Pereira, Tiago Pacheco Stadler, Adilson Pagno e Edilson Weber

PIONEER - Vanderlei Gomes de Assis GUARÁCAMPO - Rodolpho e Adilson Pagno Tavares e Anderson Rodrigues

s Ana Betina Anna io Ganhadora do Fre fantil) (in 18 20 ro Ou de em Esteio /RS

Filhas de Anton Annas e Andreia Tyski Annas Astrid Annas de Finalista do Freio 18/RS. Ouro (juvenil) 20 Envie sua foto para o e-mail: comunicacao@srgpuava.com.br

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2018 NOVEMBRO 01/11 01/11 01/11 01/11 01/11 01/11 02/11 02/11 02/11 02/11 03/11 03/11 03/11 04/11 04/11 04/11 04/11 04/11 05/11

EGON HEIRICH MILLA HELMUTH MAYER JONAS JOSÉ KULKA RAIMUNDO GARTNER RODRIGO SCHNEIDER VICENTE MAMCASZ ANSELMO STUEPP GUNTER WINKLER JOHANN WOLBERT THERESIA JUNGERT DIONÍSIO BURAK EVALDO ANTON KLEIN KARL KELLER ANA CÉLIA DE ARAÚJO CÍCERO AUGUSTO MARTINS CLEVERSON ATALIBE MARTINS EUNICE MARIA SCHEIS KELLER JOÃO LAERTES RIBAS ROCHA ANTÔNIO CARLOS RIBEIRO BURKO

05/11 05/11 05/11 06/11 06/11 06/11 07/11 08/11 08/11 08/11 09/11 09/11 11/11 11/11 11/11 12/11 13/11 13/11 14/11

CARLOS ALBERTO DIPP DE CASTRO LUCIANE SILVESTRI ARAÚJO RUBENS LOPES DE ARAÚJO EGON WINKLER FRANZ WEICHER JOCELIM A. DAS NEVES LUIZ CARLOS MENDES DE OLIVEIRA ANDERSON LINEU MARTINS IRENE ELISABETH REMLIMGER JOSEF SPIELER OSMAR ANTÔNIO DALANORA VINICIUS ROCHA CAMARGO CESAR PEDRO ZAMBENEDETTI RIBAS GILBERTO BARONI SIDINEI DENARDI HARRY MAYER CÍCERO PASSOS DE LACERDA ROZELI ARAÚJO OLIVEIRA DEODORO ARAÚJO MARCONDES

15/11 15/11 15/11 16/11 17/11 17/11 17/11 17/11 17/11 17/11 18/11 19/11 20/11 20/11 20/11 20/11 21/11 21/11

JAIME TONON LEONARDO OBAL OTTO MARTIN RITTER VALERIO TOMASELLI ALDOINO GOLDONI FILHO ALFREDO SZABO ANTONIO CASSOL BRUNO ARMSTRONG DE ARAÚJO MIGUEL WILD RONALD OSTER ALEXANDRE SEITZ LUCIANO KOLODA CILTON RIBAS EDSON JOSÉ MAZURECHEN ETELVINO ROMANO PORTOLAN RODRIGO RIBAS MARTINS MÁRIO LOSSO KLUBER RUY JORGE NAIVERTH

22/11 23/11 24/11 25/11 25/11 26/11 26/11 26/11 27/11 28/11 28/11 28/11 29/11 29/11 29/11 30/11 30/11 30/11

JOSÉ CARLOS LUSTOSA ANDRE SZENDELA EDEMAR BALKAU ANTON GOTTFRIED EGLES RODOLFO WOLBERT ANTÔNIO LINEU MARTINS JOÃO MARIA SIQUEIRA RIBAS MARIA APARECIDA LACERDA ARAÚJO OZIAS SCHINEIDER ALFREDO JUNGERT RAIMUND HELLEIS VANIA ELISABETH C. F. DE MELO CEZERLEI DOS SANTOS KARL HEINZ LAUBERT FILIP PRISCILA KLEIN JOAREZ SANTANA N. DE OLIVEIRA JOICIMAR ANTONIO CENTOFANTE JOSEF DETTINGER

07/12 08/12 08/12 08/12 09/12 10/12 10/12 10/12 10/12 10/12 11/12 11/12 12/12 12/12 12/12 13/12 14/12 15/12 15/12 15/12 17/12

FRANZ MILLA II DANIEL PERUZZO MARICLER REGINA NERVIS SOLANGE MARIA SCHMIDT ANELISE DAUTERMAN BUHALI ANDERSON MENDES DE ARAÚJO IRENE FERNANDES S. FILIPOSKI JOSÉ CANESTRARO JOSÉ CANESTRARO RODOLPHO LUIZ WERNECK BOTELHO ELISEU SCHUAIGERT MARCOS TIAGO GEIER PEDRO CORDEIRO PEDRO DE PAULA XAVIER VALDIR CESAR DE MORAES LIMA NELCI TEREZINHA MENDES DO VALLE ALEXANDRE UTRI ELMAR REMLIMGER FRANCISCO SEITZ OSMAR KARLY ROBERTO SATTLER

18/12 18/12 19/12 19/12 19/12 19/12 19/12 19/12 20/12 20/12 20/12 20/12 20/12 21/12 21/12 21/12 22/12 22/12 23/12 23/12 23/12

CHRISTOPH RITTER JOÃO SUEKE SOBRINHO ALBERTO STOCK ALCIDES KRÜGER EVA BECKER JAMIL ALVES DE SOUZA LUCIANO CHIOTT MARCO ANTÔNIO DOS SANTOS ERICH EGLES JOÃO FRANCISCO ABREU RIBAS JOSEF DUHATSCHEK TIAGO PACHECO STADLER ULRICH THOMAS LEH EDSON RODRIGUES DE BASTOS GERHARD TEMARI ROMUALDO PRESTES KRAMER HEROLD PERTSCHY LUIZ CARLOS SBARDELOTTO CAROLINE LUSTOZA WOLBERT GERALDO NATAL CECCON NILSO GRANOSKI

24/12 25/12 25/12 25/12 25/12 25/12 26/12 26/12 27/12 27/12 28/12 28/12 29/12 29/12 29/12 30/12 30/12 31/12 31/12 31/12 31/12

CAROLINA RIBAS MARTINS FERREIRA EMANOEL N. SILVESTRIN JOSÉ AUGUSTO DE MORAES BARROS JOSEF WILD SEBASTIÃO ELON CAVALHEIRO WENDELIN HERING FILHO GUILHERME DE PAULA NETO RAFAELA MAYER FELIPE MARTINS DE ALMEIDA WILMAR SCHNEIDER CLEBER DALL' AGNOL ELTON THIVES ARAUJO EGON SCHEIDT EPONINA WERNECK CENEVIVA KARIN KATHARINA LEH CRISTIANO BINSFELD RUDY JOSÉ TOZATTI ADELHEID KLEIN KNESOWTSCH ARNO SILVESTRE MULLER MARCIO MENDES ARAÚJO ROSITA PRAETORIUS DE L. MALINOSKI

DEZEMBRO 01/12 01/12 01/12 01/12 01/12 02/12 02/12 02/12 02/12 02/12 02/12 03/12 03/12 04/12 05/12 05/12 05/12 05/12 05/12 05/12 07/12

ALLAN KARDEC O. LOPES FILHO JOÃO AFONSO FONTOURA BILEK KLAUS KRATZ LUCIANE WERNECK BOTELHO MARIA DE LOURDES SCHEIDT MADER ARION MENDES TEIXEIRA CLARACI BORGES CLÁUDIA SCHERER KORPASCH GILSON SCHIMIM MENDES MANUELLE SCHLAFNER ROSELINDA DE FÁTIMA N. CHIARO DANIEL JOSÉ LOURES ODACIR ANTONELLI RUY LAURICI ALVES TEIXEIRA BLACARDINI FRITZ GADOTTI ERNA TERESA MILLA JEFFERSON JOSÉ MARTINS JOÃO PAZ FRANÇA SIEGBERT NAUY TELCIO GRANEMANN FRITZ ANTON EGLES

Confira a Agenda de Eventos Agropecuários:

NOV/DEZ

ENTREGA DE ALEVINOS NO SINDICATO RURAL 9 de novembro e 14 de dezembro

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Encomendas no Sindicato Rural de Guarapuava

(42) 3623-1115

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