samente expostas no documento Regras de Segurança. Este mesmo documento indica que um companheiro recebeu censura por escrito porque estava usando “argumentos emocionais antes que políticos” 5 para promover recrutamento. De fundo, são casos de desespero de manter a organização, mesmo que não houvesse mais condições de atrair novas pessoas para esse formato de luta. Já o segundo informe reforça que é necessário deixar muito claro aos futuros militantes as regras da organização, incluindo-se os “riscos das tarefas revolucionárias e a discussão de nossa Linha e experiência”. Antes de justificar que não realizariam ação contra a presença de Rockefeller, o informe explica a importância da possibilidade de atos terroristas. Num caso destes “procura-se um objetivo que seja o melhor do ponto de vista político”, e caso seja decidido “não cabe a esse respeito qualquer vacilação” quando se tratará de […] um inimigo de classe [que] oprime e mata milhões de pessoas em todo o mundo, tortura [e leva à] morte de inocentes que tolherá nosso braço. Se o golpe que iremos desferir for necessário à luta que livrará milhões de seres humanos da exploração, miséria e terror. À violência bestial do inimigo oporemos sempre a violência justa da revolução. Não podemos titubear em considerações ‘humanitárias’ que favorecem o inimigo6.
A violência revolucionária é uma violência justa, esclarece o documento. Mas precisa ser bem planejada, e nesse caso se decide pela não execução da ação. As forças reais não permitiam essa exposição. Esse documento indica ainda no final que deveria ser queimado. Ou seja, ou havia alguém infiltrado que entregava cópias ou algum militante caiu para que esse documento sobrevivesse e assim podemos contar essa história, triste paradoxo.
Regras de segurança Havia uma grande preocupação com as regras de segurança. O primeiro item é uma declaração de princípios na qual se estabelece a forma 5
Idem, p. 8. Informe do Comando n. 2. O papel do militante na resolução dos problemas atuais da organização. BNM, 42. 6
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