Edição 132 - Fevereiro/Março 23

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DEMOGRAFIA MÉDICA

As mulheres serão maioria na medicina brasileira já em 2024

Recém-lançado o estudo sobre a Demografia Médica no Brasil 2023, resultado de uma parceria entre a Associação Médica Brasileira e a Faculdade de Medicina da USP traz a púlico uma realidade que se aproxima. O estudo também projeta que o País chegará em 2035 com mais de 1 milhão de médicos, e que o número de médicos especialistas no país crescerá 84% em 10 anos. Também mostra que médicas declaram renda 36% anual, inferior, em comparação aos colegas homens. O estudo considerou as 55 especialidades médicas reconhecidas pela Comissão Mista de Especialidades, composta por representantes da Comissão Nacional de Residência Médica, Conselho Federal de Medicina e Associação Médica Brasileira. A especialidade de Radiologia e Diagnóstico por Imagem aparece no segundo grupo, de cinco especialidades que soma 14,4% do total de especialistas, e desponta no período entre 2012 e 2022, entre as que dobraram o número de registros na área.

SEGURANÇA

Acidente na sala de RM em SP

LIVRE-DOCÊNCIA

Antecipando-se ao Dia Internacional da Mulher, no dia 8 de março, o ID dedica esta edição às profissionais que se destacam no mercado a frente dos seus serviços, comemora a chegada de uma mulher ao Ministério da Saude e a eleição da primeira médica, dra. Cibele de Carvalho à presidência do CBR. Págs. 3, 5 e 8 JPR'2023

Pioneira nos estudos da tireoide, coloca a inovação na prática diária

Oacidente ocorrido dentro de uma sala de exame de ressonância magnética em um centro de diagnóstico em São Paulo desperta a sociedade para o antigo debate sobre protocolos de segurança e respeito às instruções e orientações repassadas aos pacientes e acompanhantes pelos especialistas. Hoje, a segurança está em evidência porque alguém se tornou vítima fatal, mas a segurança em Ressonância Magnética precisa estar sempre em pauta, pois a população não conhece as características e efeitos do campo magnético nesses equipamentos de imagem. E, como andam os treinamentos dos colaboradores? Veja o artigo do físico médico Khallil Chaim e da Dra. Paula R. Arantes do Instituto de Radiologia – HCFMUSP, a respeito desse tema tão delicado. Página 6

Com a apresentação do trabalho “Contribuição da ultrassonografia ao estudo dos nódulos da tireoide: do diagnóstico ao póstratamento”, a Dra. Maria Cristina Chammas, médica radiologista e especialista em ultrassonografia, foi aprovada no Concurso de Livre-docência, junto ao departamento de Radiologia e Oncologia da FMUSP, nos dias 19 e 20 de janeiro, e comemora mais essa conquista na sua carreira marcada por pioneirismos.

Saiba mais sobre essa trajetória de sucesso nas páginas 8 e 9.

CADERNO

BI-RADS: o que vem por aí?

Artigos inéditos sobre Ultrassonografia Torácica; Papiloma Invertido; Achados interessantes que todo radiologista deve conhecer (III); que mostram a atividade acadêmica das instituições de ensino no país, e em destaque: BI-RADS® sexta edição: o que vem por aí? O lançamento da sexta edição do BI-RADS® (Breast Imaging Reporting and Data System), previsto para 2023, já disponibilizou as prováveis mudanças na nova edição e foram apresentadas no artigo, pela dra. Carla Cristina Benetti, da Beneficência Portuguesa de São Paulo (foto).

Disseminando conhecimentos em Radiologia Pediátrica

A53ª edição da Jornada Paulista de Radiologia (JPR) terá como tema central “Disseminando conhecimentos em Radiologia Pediátrica”, será realizada de 27 a 30 de abril, no Transamérica Expo Center (TEC), em São Paulo, como informa o dr. Cesar Nomura, presidente da SPR. Simultaneamente acontece a 25ª edição do Congresso Latino-Americano de Radiologia Pediátrica, organizada pela Sociedade Latino-Americana de Radiologia Pediátrica (SLARP). Página 10

O uso da IA no rastreamento do câncer de pulmão

Algoritmos de aprendizado podem ajudar no diagnóstico de câncer de pulmão de acordo com pesquisadores brasileiros que realizaram uma meta-análise da precisão diagnóstica dos algoritmos de aprendizado profundo (DL) para diagnosticar precocemente o câncer de pulmão. Veja na página 7

FEVEREIRO / MARÇO 23 - ANO 21 - Nº 132 INTERAÇÃO

Presença feminina cresce na Medicina, com novas lideranças na área da imagem

Arecente nomeação da socióloga Nisia Trindade para o Ministério da Saúde colocou na pauta das discussões o papel da mulher na Saúde como um todo – onde já é muito expressivo – e mostra também que as discussões estão apenas começando.

Números do censo do IBGE convalidam esse crescimento e dados mostram que 65% das quase 8 milhões de profissionais da área são do sexo feminino.

No dia 8 de fevereiro, em São Paulo a Faculdade de Medicina da USP e a Associação Médica Brasileira lançaram o estudo “Demografia Médica no Brasil 2023”. Trabalho que tem a frente o dr. Mario Schefer, que lidera a pesquisa sobre o tema no Departamento de Medicina Preventiva. E o ato contou com a presença da Profa. Eloisa Bonfá, primeira mulher a dirigir essa escola médica, nos seus 110 anos de existência.

O número de médicos no Brasil, segundo esse estudo mais do que dobrou em pouco mais de 20 anos e mostra também que as mulheres já serão na profissão em 2024.

Sem se aprofundar muito nesse importante estudo, referendado por duas instituições muito importantes, podemos e constatamos que a área da imagem não tem sido diferente. Por sua estrutura lógica, a área da imagem tem atraído cada vez mais um expressivo contingente de médicas, que buscam associar sua rotina de mulher, mãe e profissional, com o as diversas áreas de atuação do diagnóstico por imagem, com sua estrutura profissional adequada, tecnologicamente equipada para o trabalho presencial e à distância, com horários e carga de trabalho bem definidas.

A ultrassonografia tem sido um dos polos de atração da comunidade médica do sexo feminino e, com isso, grandes nomes tem despontado e ganhado destaque dentro dessa estrutura.

A radiologia mamária é outro dos segmentos

O Brasil tem sido pródigo por absorver essas profissionais e como decorrência, em gerar especialistas de ponta, que ajudaram ou estão ajudando a aprimorar cada vez mais essa área. E o CBR, ao criar há mais de 20 anos, sua Comissão de Controle de Qualidade em Mamografia abriu espaço para a discussão do problema e possibilitou o surgimento de uma geração de especialistas que, ao lado de profissionais médicos, pontificam com sua atuação a valorização do segmento.

Vale citar, as dras. Selma Bauab, de Rio Preto, Radiá dos Santos, de Porto Alegre, Norma Maranhão, de Recife Ana Lucia Kefalás, Uberaba, Elvira Marques e Vera L. Aguilar, são alguns dos nomes e cuja atuação dignifica a especialidade. Para não se alongar muito, e, mais recentemente, acrescentamos as dras. Linei Urban, Joslei Curtis, Silvia Sabino, Bruna Tachibana, atuantes e presentes com alguma frequência nas páginas do ID.

Nesta edição, conteúdo dedicado ao BI-RADS, protocolo que disciplina o diagnóstico, trazido pela dra. Carla Benetti, da BP Beneficência Portuguesa, de São Paulo, é uma prova dessa intensa e renovação da presença feminina na área.

Embora o Dia Internacional da Mulher só seja comemorado no dia 8 de março e a nossa periodicidade dificulta valorizar essa comemoração, nos antecipamos para homenageá-las, pois acreditamos que todos os dias devem marcar esse trabalho e esse crescimento das profissionais.

O CBR, também, de forma pioneira – nos seus mais de 50 anos de existência –elegeu pela primeira vez, uma mulher para presidi-lo. No caso, a dra. Cibele de Carvalho empossada recentemente, mas, com liderança já comprovada na área da imagem, em sua terra, Minas Gerais.

Médicas gestoras oriundas da área da imagem também reforçam esse crescimento da mulher médica. E, a ecocardiografista-cardiologista, Jeane Tsutsui, presidente do Grupo Fleury, profa. Claudia da Costa Leite, diretora de Ensino e Pesquisa no InRad e a dra. Alice Schuch, diretora do Serviço de Imagem do Hospital Moinhos de Vento, dão

A área de ultrassom tem valorizado o papel da mulher, quase por questões obvias. E uma dessas lideranças, a profa. Maria Cristina Chammas, diretora do Serviço de Utrassonografia do InRadHCFMUSP, primeira mulher a presidir a Federação Latino Americana de Ultrassonografia, primeira a presidir a World Federation of Ultrasound in Medicine, acaba de defender sua livre docência e se transformar na primeira livre docente em Radiologia na FMUSP, focada em ultrassonografia.

Fatos tão auspiciosos merecem um registro

Consolidam carreiras e abrem para as mulheres caminhos promissores para o crescimento em suas

E, ao abrir nossa primeira edição do ID, em 2023, estar presente em tais acontecimentos e poder registrar esses fatos é um motivo para comemorar. Que venham muitas comemorações nesse 2023!

ÚLTIMA HORA

Pesquisa de excelência acadêmica para contribuir com políticas públicas

A Faculdade de Medicina da USP em parceria com a Associação Médica Brasileira lançou o estudo “Demografia Médica em 2023”, como parte de um acordo de cooperação técnica entre as duas entidades.

Estudo cuidadoso sobre as características e a evolução de médicos no País, vem sendo conduzido há 12 anos, pelo dr. Mario Schefer professor Livre docente do Departamento de Medicina Preventiva da FMUSP, na foto com presidente da AMB, dr. Cesar Eduardo Fernandes.

Trata-se de uma obra feita com muito esmero, onde traz o mais completo levantamento sobre o número e o perfil de médicos especialistas, nas 55 especialidades reconhecidas.

Levantamento inédito revela o volume e as desigualdades de acesso a consultas médicas no Brasil, no Sistema Único de Saúde e nos planos de saúde.

Vale registrar as palavras da profa. Eloisa Bonfá, diretora da FMUSP ao enfatizar: “com essa divulgação reafirmamos o compromisso da nossa instituição de implementar pesquisas de excelência acadêmica, traçadas por demandas sociais concretas e capazes de contribuir com politicas publicas de saúde e educação.

FEV / MAR 23 nº 132 3
EDITORIAL Por Luiz Carlos de Almeida (SP)

São Paulo – Médico nuclear assume a secretaria da Saúde – O dr. Eleuses Vieira de Paiva, 69, confirmado para a pasta desde o mês de novembro pelo governador eleito Tarcísio de Freitas, é o titular da saúde em São Paulo. Com uma intensa atuação associativa, à frente da Associação Paulista de Medicina e da Associação Médica Brasileira, que presidiu em oportunidades distintas, e esteve muito próximo da área da imagem radiológica, no Complexo HCFMUSP. Eleuses Paiva foi vice prefeito de São José do Rio Preto e deputado federal. Formado em medicina pela Faculdade de Medicina de Itajubá, especializou-se em medicina nuclear pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). É professor assistente de imagenologia da Famerp (Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto). Sua indicação foi bem recebida, pois, trata-se de um “profissional que conhece de perto a realidade da saúde em nosso Estado”.

São Paulo – RB Radiologia Brasileira tem novo editor-chefe –Principal veículo brasileiro especializado na área da Radiologia e Diagnóstico por Imagem, a Revista do CBR passa por modificações.

A partir de janeiro, o prof. Edson Marchiori deixa o cargo de editor-chefe, que a partir será exercido pelo prof. Valdair Muglia, da Faculdade de Medicina da USP – Ribeirão Preto, e ex-presidente do CBR, cujo mandato se encerrou em janeiro 2023.

Vale um registro especial sobre essa publicação, cuja história e desenvolvimento científico deve muito ao prof. Marchiori. Há 21 anos nessa função, ao lado do editor-coordenador editorial, dr. Alexandre Moroz e com o apoio das diversas diretorias, colocou a publicação em um outro patamar. Para quem entende e conhece as dificuldades desse trabalho é motivo de aplauso, indexou o veículo nas principais bases de dados do mundo e se prepara para um salto ainda maior, na valorização de seu conteúdo, que é ser aceita na Web of Science, para que se torne – em linguagem leiga – ainda mais conhecida e referenciada.

O mundo acadêmico precisa de publicações desse nível, e o CAPES e o CNPQ sabem disso e apoiam essa publicação, juntamente com o CBR. Essas conquistas só foram possíveis por que, atrás, estavam esses dois médicos, que também contaram com a participação de membros do seu Conselho Editorial e Revisores, sustentáculos dessa qualidade na avaliação dos trabalhos recebidos, aceitando-os ou recusando.

A despedida do prof. Edson Machiori, que é professor da UFRJ e da UFF – Universidade Federal Fluminense, é um ciclo quase lógico e os fatores que o motivaram a se despedir nem vem ao caso. Renovar, quase sempre é bom, e ele continuará por perto.

Nos congratulamos com essa história pois, quando não estivemos próximos, pudemos acompanhá-la em seu crescimento e desenvolvimento.

Brasília – Nísia Trindade assume o Ministério da Saúde – A notícia não é nova mas, ainda é importante, principalmente num momento em que o País vive um grave problema com os índios da tribo Ianomamis, em Roraima e que dá um dimensão dos desafios que ela vai enfrentar.

São Paulo – Nova coordenadora da área de US na JPR – A dra. Andréa Cavalanti Gomes, da área de ultrassonografia do InRadHCFMUSP é a nova coordenadora da área na Jornada Paulista de Radiologia. Ela sucede a profa. Maria Cristina Chammas, atual presidente da Federação Mundial de Ultrassom. O registro se faz necessário pelo trabalho incansável dessa especialista, do seu trabalho com médicos residentes e de sua constante atualização.

É importante reconhecer que ela já venceu desafios, como presidente da FIOCRUZ (Fundação Oswaldo Cruz) na luta contra o Covid 19, onde sua atuação foi exemplar, eficiente e bastante honesta. A chegada dessa socióloga ao Ministério da Saúde por si só já abre um precedente, como mulher, não médica, e suas colocações durante a cerimônia de posse, em Brasília nos dão algum alento. Ela afirmou que sua gestão

São Paulo – Homenagem da Neurorradiologia a Renato Mendonça – A SBRN prestou homenagem ao dr. Renato Mendonça, num reconhecimento a sua contribuição para o desenvolvimento dessa área médica. Com intensa atuação na Sociedade Paulista de Radiologia e Diagnóstico por Imagem, onde além de atuar em vários cargos, foi presidente da entidade e marcou sua atuação, como diretor científico da Jornada Paulista de Radiologia. Teve intensa atuação, como membro da equipe da MedImagem, da Beneficência Portuguesa, SP, na formação de geração de profissionais na área de radiologia, em especial na sua área de atuação, a Neurorradiologia. Reconhecido internacionalmente, contribuiu para o fortalecimento da JPR como um dos principais eventos em todo o mundo. Eleito presidente da ISRN – International Society of Neuroradiology, tem levado sua experiência para os demais países membros. A homenagem teve a frente os drs. Carlos Clayton Macedo de Freitas, presidente da SBRN e o dr. Felipe Torres Pacheco, na foto outorgando-lhe uma placa alusiva da data.

será pautada pela ciência, com a contribuição de todos os setores. “Essa tarefa não pode ser exercida de forma isolada, a saúde precisa estar em todas as políticas. Minha gestão se pautará por esse imprescindível trabalho colaborativo.” Ela ainda reforçou o compromisso com a gestão tripartite –União, Estados e Municípios – e o esforço com os conselhos de saúde para a construção de políticas conjuntas. “Serão tempos difíceis de reconstrução, mas também da necessária inovação. É preciso reconstruir e é preciso olhar os desafios do presente e a visão de um Brasil de futuro. Esse trabalho só será possível com grande esforço nacional, envolvendo estados e sociedade civil”, afirmou. Diversas ações práticas já foram definidas, com a criação e recriação de secretarias e departamentos como a Secretaria de Informação e de Saúde Digital; Departamento de IST/AIDS e Hepatites Virais; Departamento de Imunização; e Departamento de Saúde Mental e Enfretamento do Uso Abusivo de Álcool e Outras Drogas, o que já dá uma pequena mostra do que pretende a frente da pasta. Com a nova estrutura organizacional visa reforçar ações do Programa Nacional de Imunizações, preparar o sistema de saúde para novas modernizações digitais e a retomada do alinhamento da agenda da saúde mental à reforma psiquiátrica brasileira.

A nova titular da Saúde, Nísia Trindade, 64 anos, fez história em 2017 ao se tornar a primeira mulher a assumir a presidência da Fiocruz nos 120 anos da existência da prestigiada instituição.

FEV / MAR 23 nº 132 4 PARA SUA INFORMAÇÃO por Luiz Carlos de Almeida (SP)

Cibele Carvalho é a nova presidente da CBR

Num ambiente festivo, para marcar a data e a necessidade das pessoas “se encontrarem”, a dra. Cibele Carvalho assumiu a presidência do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por imagem (CBR) para o biênio 2023/2024.

Primeira médica radiologista a assumir o mais alto cargo da instituição, Cibele Carvalho enfatiza que o grande desafio da entidade é similar ao das demais associações médicas: mostrar aos associados a relevância do trabalho em prol da boa medicina, da especialidade e da população”.

Com a experiência de presidir a Sociedade de Radiologia de Minas Gerais e integrar a diretoria do próprio Colégio, a radiologista com MBA em Gestão de Hospitais e Serviços de Saúde pela FGV se sente preparada para, como presidente, dar continuidade ao trabalho das últimas gestões do CBR e à sua missão pessoal de defender os radiologistas e sua importância em relação ao cuidado do paciente. “A gente tem mostrado que a inteligência artificial não vai substituir o trabalho do radiologista, mas precisamos sair de trás das telas das nossas workstations, dos nossos computadores, para entendermos que somos muito importantes na conduta e no tratamento”, disse ela em entrevista exclusiva ao jornal ID Interação Diagnóstica.

ID – Como a senhora vê a eleição de uma mulher como presidente do CBR?

Dra. Cibele – Eu vejo de uma forma bem natural. Eu acho que as mulheres têm mostrado que podem ocupar cargos de gestão, de liderança, da mesma forma que os homens, então, eu não vejo isso como exceção, abertura de caminhos ou quebra de tabu. Eu entendo que isso aconteceu porque, naturalmente, uma mulher mostrou que teria condições de assumir a liderança do Colégio Brasileiro de Radiologia.

ID – A sua eleição reflete um momento de muitas modificações, um grande avanço. O que a senhora pode falar sobre isso?

Dra. Cibele – A questão de uma mulher presidir o CBR é realmente um avanço e reflete esse momento de modificações em relação ao papel das mulheres. A mulher, muitas vezes, não prioriza o trabalho como liderança associativa porque ela entende que já tem muitas atribuições e que este papel ficaria, de certa forma, prejudicado. Isso tendo em vista atribuições do trabalho como radiologista, nesse caso, ter que cuidar da família, dos filhos... mas eu entendo que existindo uma boa gestão do tempo, é possível conciliar. A mulher começou a perceber que ela pode contribuir, que ela dá conta de fazer isso tudo e que ela não precisa priorizar algumas coisas em detrimento de outras, organizando o tempo, o fluxo de trabalho, tudo é possível.

ID – Percebe-se que o CBR vem mudando o seu perfil nestas últimas gestões? Pode falar alguma coisa sobre isso?

Dra. Cibele – Sim, o grande desafio das associações, das entidades médicas, é mostrar para o associado o trabalho que nós fazemos em prol da medicina, em prol da especialidade. Eu acho que a gente da CBR tem conseguido isso e melhorado a comunicação com os associados, principalmente na valorização do trabalho, da especialidade, do médico, do radiologista, mostrando as diversas atividades permanentes dessa associação.

ID – Os tempos mudaram e as entidades associativas sentiram essa mudança. Como o CBR está se ajustando?

ID – A experiência na defesa profissional é um dos atributos do seu currículo. Como poderá ajudar o CBR com esta experiência?

Dra. Cibele – Eu realmente me classifico como uma pessoa com esse viés dentro da atividade associativa. É muito pujante o trabalho pela defesa profissional, pela defesa da boa medicina, da especialidade de radiologista e por esse médico que todos os dias sai para trabalhar enfrentando desafios. Há vários questionamentos diários na nossa prática profissional, mas ao exercermos o respeito ao paciente, inserido nessa linha de cuidado, a gente tem mostrado que a inteligência artificial não vai substituir o trabalho do radiologista. Mas precisamos sair de trás das telas das nossas workstations, dos nossos computadores, para entendermos que somos muito importantes na conduta e no tratamento. O melhor diagnóstico reduz o custo de todo o sistema de saúde e o maior beneficiado é o paciente. A gente precisa sensibilizar os novos radiologistas, os jovens radiologistas quanto a isso, sobre a importância da nossa inserção dentro dessa linha de cuidado do paciente.

Dra. Cibele – O CBR está tentando cada vez mais mostrar para o associado a importância da sua atividade, da sua atuação como associação. O CBR atua em diferentes frentes. Do ponto de vista jurídico, atua juntamente com a Associação Médica Brasileira e com o Conselho Federal de Medicina na defesa da especialidade, para que cada vez mais nós possamos mostrar a importância do médico radiologista dentro do cuidado, do diagnóstico, do tratamento do paciente. Mas o CBR também tem buscado outros caminhos como, por exemplo, a questão da certificação. Hoje há o Padi (Programa de Acreditação em Diagnóstico por Imagem) que é o único programa de qualidade do serviço de saúde voltado especificamente para exames de imagem, isso eu considero uma grande conquista. A gente tem falado desde 2013 sobre a importância da segurança e do cuidado do paciente e essa segurança também existe dentro da radiologia, seja no uso dos meios de contraste, seja na utilização de campos magnéticos ou na realização da radiação ionizante. Tudo isso é estudado todos os dias pelo Colégio para que cada vez mais o paciente tenha uma menor exposição do ponto de vista de risco, mas também tenha um melhor diagnóstico. Dessa forma, a qualificação dos serviços, as certificações, o reconhecimento, inclusive do valor pecuniário pelas atribuições desses serviços, têm se destacado. O Colégio tem que ser normativo e mostrar para o médico radiologista qual é o melhor caminho de atuação, com mais segurança para um melhor diagnóstico, tem que fazer o bem para o todo, ao ajudarmos a população na busca pela qualidade na prestação de serviço todos ganham.

ID – Planos: Qual a expectativa e planos para a sua gestão?

Dra. Cibele – Eu não proponho grandes conquistas, eu vou tentar dar continuidade ao crescimento do Colégio Brasileiro de Radiologia, às mudanças positivas que o Colégio teve nas últimas gestões. Eu acho que saber dar continuidade a essas conquistas é buscar o papel institucional porque eu acho que esse é o meu papel. Não sou da política da defesa dos interesses privados e particulares, mas eu sou a favor da defesa da gestão institucional, da defesa do Colégio, da valorização da especialidade e dos médicos da radiologia e do diagnóstico por imagem. Então não trago tanta expectativa, mas que eu possa fazer o que for de forma correta e consiga ter sabedoria para buscar as melhores escolhas.

Parcerias valorizarão a ultrassonografia

Anova diretoria do Colégio

Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR) para o biênio 20232024, marca o início de uma nova etapa na história da instituição, com uma significativa participação feminina. Além da dra, Cibele de Carvalho, presidente.

A Mesa de Cerimônia foi composta por: Dr. Aldemir Soares, representando o Conselho Federal de Medicina (CFM), Dra. Maria Rita de Souza Mesquita, representando a Associação Médica Brasileira (AMB), Dr. Alair Sarmet Santos, presidente do Conselho Consultivo do CBR (biênio 2021-2022), Dr. Valdair Muglia, presidente do CBR (biênio 2021-2022) e pela presidente eleita, Dra. Cibele Carvalho.

A eleição marca também uma significativa participação de médicas, como as dras. Mayra Veloso, do Distrito Federal, dra. Alice Schuch, do Rio Grande do Sul, Dra. Linei Urban, do

Paraná e dra. Juliana Zapparolli, do Amazonas, com intensa atuação e participando de instituições de referência.

Em seu discurso, Dra. Cibele enalteceu o papel da

mulher médica radiologista, relembrando personagens pioneiras na história da radiologia brasileira. Na ocasião foram empossados os seguintes membros que compõem o biênio 2023-2024:

Presidente - Dra. Cibele Carvalho (MG)

1º Vice-presidente - Rubens Chojniak (SP)

2º Vice-presidente - Hélio Braga (BA)

1º Secretário - Bernardo Tessarollo (RJ)

2ª Secretária - Mayra Veloso (DF)

1º Tesoureiro - Gustavo Balthazar (BA)

2ª Tesoureira - Alice Schuch (RS)

Diretor Científico - Ronaldo Hueb Baroni (SP)

Diretor de Comunicação - Robertson Bernardo (MG)

Diretora Cultural - Linei Urban (PR)

Diretora de Defesa Profissional - Juliana Tapajós (AM)

Diretor de Relações Internacionais - Maurício Zapparolli (PR)

Diretor da ABCDI -

FEV / MAR 23 nº 132 5 MATÉRIA DE CAPA Por Luiz Carlos de Almeida e Rejane Lima (SP)
Marcelo Lauar (GO) Os novos membros da diretoria e convidados, após a solenidade de posse, onde a dra. Cibele Carvalho, ao centro, enfatizou suas propostas para os próximos dois anos. Ao centro, dra. Cibele e dra Maria Rita Mesquita, da AMB, ladeadas pelos seus vice-presidentes, Helio Braga e Rubens Chojniak, e as lideranças da SBUS, dr. Rui G. Ferreira e Waldemar Naves do Amaral.

Campo Magnético é invisível, mas o Efeito Projétil não

Um equipamento de Ressonância Magnética possui um intenso campo magnético. Intenso mesmo!

Acada passo em direção ao equipamento, maior será essa intensidade, crescendo exponencialmente. Um pequeno grampo, um arame na máscara, ou até coisas maiores que possuem ferro são atraídos com força. Quanto mais ferro, maior a força. Quanto mais perto do equipamento, maior a força. Não à toa, chama-se Efeito Projétil quando esse material com ferro ganha enorme velocidade, se choca e machuca quem está em seu caminho. Por isso, não podemos "baixar a guarda".

O campo magnético fica ligado 24 horas. Os barulhos que escutamos ocorrem durante a aquisição da imagem por causa de outros instrumentos. No final do dia, os computadores são desligados e a luz da sala apagada, mas o campo fica ativo com toda sua intensidade. Qualquer descuido é acidente. Não é novidade, para quem trabalha nesse ambiente, relatos de acidentes em contraturnos e durante a limpeza. O cuidado e atenção ao paciente é tão importante quanto o cuidado com o entorno, com os colaboradores, sendo eles terceirizados ou não. Não importa o vínculo, a escolaridade ou a função, ali, todos que de alguma maneira atuam perto de um equipamento de Ressonância Magnética precisam estar conscientes dos riscos, em especial do Efeito Projétil.

Agora, em janeiro, mais uma tragédia ocorreu. Um acompanhante entrou armado

nesse ambiente que atrai tudo que possui ferro. Sua arma se desprendeu e ao se chocar com o equipamento disparou e o atingiu. Mas poderia ser a paciente, sua mãe, uma parede ou um dos colaboradores do serviço médico, que estavam lá para ajudá-la.

Hoje a segurança está em evidência porque alguém se machucou. Segurança em Ressonância Magnética precisa estar sempre em pauta. Quem não tem uma história para contar? Uma pena, pois isso demonstra o quanto estamos vulneráveis e como pode ser difícil perceber situações de risco, principalmente quando não enxergamos a ameaça.

A população não conhece as características e efeitos do campo magnético nesses equipamentos de imagem. Quem vai fazer um exame de Ressonância Magnética preenche vários termos que atestam que foi informada de todas as implicações de estar ali. Os pacientes lêem? É importante que os colaboradores expliquem, exaustivamente. Um cuidando do outro. Em um local com equipamento de Ressonância, são vários os procedimentos para mitigar os riscos, como sinalização, delimitação de risco, troca de roupa, pessoal treinado e acompanhando os

passos do paciente, entre outras.

Garantir treinamentos periódicos aos colaboradores minimiza os riscos, permitindo melhores procedimentos. Recentemente observamos esse movimento acontecer através dos órgãos regulatórios. Atualmente a RDC 611/22 e IN 97/21 da ANVISA abordam pontos sobre a segurança.

Instituto de Radiologia do HCFMUSP, um intenso trabalho de conscientização quanto aos riscos em um local com Ressonância Magnética foi implementado. Hoje, todos os colaboradores são instruídos já na admissão. Observamos que 72% dos 1200 colaboradores que responderam transitam em setores com equipamentos de Ressonância Magnética. Em 2015 foi noticiado que um policial teve uma arma “sugada” pelo equipamento durante uma ocorrência. E um bombeiro em ocorrência? Hoje falamos desses elementos metálicos, principalmente com ferro, sendo carregados ou em nossos bolsos. Mas muitos pacientes possuem dispositivos implantados, próteses, entre outras tantas condições que podem até restringir a realização de seu exame.

No entanto, a IN 97/21 trata em seu artigo 9˚ que o serviço deve possuir sistema de detecção de metais. Mas até que ponto tal medida ajudaria no acidente de janeiro? O quanto seria invasivo revistar pacientes e acompanhantes antes da entrada na sala de exames? Detectando uma arma, o que fazer?

Em 2017, após um acidente no

São inúmeras situações, mas para todas o campo magnético estará sempre ativo, intenso e invisível. Quando observarmos algo em movimento devido a essa força de atração, já será tarde demais.

FEV / MAR 23 nº 132 6 MATÉRIA DE CAPA Por Khallil T. Chaim e Paula R. Arantes (x)
(x) Físico Médico Khallil Chaim e Dra. Paula R. Arantes - Médica Instituto de Radiologia - HCFMUSP Demonstração da atração pelo campo magnético de 7T, de uma rodela metálica contendo ferro, presa por um cordão. Aparelho de Ressonância Magnética instalado na Faculdade de Medicina da USP.

Algoritmos de aprendizado podem ajudar no diagnóstico de câncer de pulmão

Pesquisadores brasileiros realizam uma meta-análise da precisão diagnóstica dos algoritmos de aprendizado profundo (DL) para diagnosticar o câncer de pulmão.

rastreamento do câncer de pulmão demonstrou ajudar a reduzir a mortalidade em populações selecionadas de fumantes; no entanto, a realização de programas de triagem em maior escala com alta precisão ainda é um desafio. O uso de inteligência artificial (IA) tem sido investigado para melhorar a triagem em larga escala. Com o trabalho “Algoritmos de aprendizado profundo para diagnóstico de câncer de pulmão – uma revisão sistemática e meta-análise”, os pesquisadores descobriram que usando o ponto de resumo das curvas operacionais do receptor (SROC), a sensibilidade e a especificidade combinadas das redes deep learning (DL) para o diagnóstico de câncer de pulmão foram de 93% e 68%, respectivamente.

Em conclusão, os autores da pesquisa relataram que apesar de muitas melhorias ainda a serem feitas no campo da inteligência artificial na detecção de câncer de pulmão, os dados atualmente disponíveis são promissores e as ferramentas de desenho assistido por computador (CAD) baseadas em DL, provavelmente desempenharão um papel importante na triagem de câncer de pulmão em um futuro próximo.

“Conduzimos uma revisão sistemática e meta-análise do desempenho diagnóstico dos algoritmos atuais de aprendizado profundo para o diagnóstico de câncer de pulmão. Pesquisamos os principais bancos de dados até junho de 2022 para incluir estudos que usaram inteligência artificial para diagnosticar câncer de pulmão, usando como referência a análise histopatológica de casos verdadeiros positivos. A qualidade dos estudos incluídos foi avaliada de forma independente por dois autores com base na Avaliação de Qualidade revisada dos Estudos de Precisão de Diagnóstico. Seis estudos foram incluídos na análise, explica o autor principal Bruno Hochhegger.”

A busca sistemática inicial do estudo identificou 3.098 estudos e 34 registros adicionais foram identificados por meio de outras fontes. Após a remoção de duplicatas, 1.799 artigos foram recuperados para avaliação de título e resumo, e 113 artigos foram selecionados para avaliação de texto completo. Cento e sete artigos foram excluídos. Finalmente, seis artigos foram incluídos nesta revisão sistemática e meta-análise, como citou o autor anteriormente. Os estudos incluídos foram publicados entre 2019 e 2022, destes, dois foram conduzidos nos EUA, dois foram conduzidos na China, um foi conduzido no Reino Unido, e um na Turquia. Cinco estudos usaram um conjunto de dados externos para validação, enquanto um forneceu desempenho diagnóstico usando validação

cruzada no mesmo conjunto de dados de treinamento.

“Todos os seis estudos usaram redes neurais convolucionais como principal ferramenta de inteligência artificial e consideraram o diagnóstico histopatológico como padrão de referência para a confirmação de nódulos malignos. Em relação às fontes de conjuntos de validação, dois estudos usaram conjuntos de dados de rastreamento de câncer de pulmão”, enfatizou o autor.

ÍNDICES PREOCUPAM: PROGNÓSTICO RUIM

O câncer de pulmão tem sido a principal causa de morte por câncer por décadas. De 2007 a 2017, sua incidência aumentou 37%, e o número de mortes atribuíveis ao câncer de pulmão foi superior a 130 mil em 2022 apenas nos Estados Unidos (EUA). Devido à natureza assintomática do câncer de pulmão em estágio inicial, a maioria dos novos casos são diagnosticados com a doença em estágio avançado, o que muitas vezes tem um prognóstico ruim com uma taxa de sobrevida global de 5 anos de 20,5%. De todas as modalidades de imagem, a tomografia computadorizada (TC) é o principal método para o diagnóstico e triagem do câncer de pulmão, devido à sua disponibilidade, custos e resolução espacial ideal das imagens. Apesar do uso invariável de radiação ionizante herdado da técnica, foi demonstrado que a TC de baixa dose (LDCT) para rastreamento de câncer de pulmão pode ser realizada com precisão com uma dose efetiva média em torno de 1,5 mSv.

A Força-Tarefa de Serviços Preventivos dos Estados Unidos (USPSTF) recomenda o rastreamento do câncer de pulmão usando um LDCT para adultos com idade entre 50 e 80 anos e história de tabagismo de 20 maços-ano ou que tenham parado nos últimos 15 anos. O National Lung Screening Trial (NLST) mostrou uma redução de mortalidade de 20% com o rastreamento usando LDCT quando comparado à radiografia de tórax. Além disso, o Estudo Randomizado de Triagem de Câncer de Pulmão Holandês-Belga (sigla holandesa: estudo NELSON) relatou uma redução de mortalidade de 26% em homens e até 61% de redução de mortalidade em mulheres com triagem por LDCT versus sem triagem. Ambos os estudos foram críticos para a adoção generalizada de estratégias de triagem de câncer de pulmão nos Estados Unidos e em alguns países europeus.

No entanto, existem duas limitações principais que impedem uma adoção mais ampla de programas de rastreamento de câncer de pulmão. Uma das preocupações é a disponibilidade humana e técnica, pois a capacidade de radiologia pode se tornar insuficiente para atender a

demanda. A segunda deficiência potencial está relacionada a casos de falsos positivos e sobrediagnóstico, que está intimamente relacionado ao primeiro, dada a importância de um treinamento robusto e de alta qualidade recomendado para os provedores que interpretam as imagens. Em estudos anteriores, a incidência benigna de uma operação diagnóstica após a descoberta do nódulo foi de até 40%, destacando a importância da triagem rigorosa do nódulo antes de tratamentos mais invasivos para limitar o risco cirúrgico e prevenir complicações desnecessárias ou perda da capacidade pulmonar.

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL INVESTIGA PARA USO NA DETECÇÃO ASSISTIDA

Considerando essas limitações, a inteligência artificial tem sido extensivamente investigada nos últimos anos para ser usada em sistemas de detecção assistida por computador (CAD) para a detecção automatizada e/ou classificação de câncer de pulmão. Prevê-se que a eficácia dos programas de rastreamento de câncer de pulmão aumente com o uso de uma estratégia personalizada baseada no risco e um modelo preciso de previsão de risco de câncer de pulmão. O CAD ideal simularia todas as três etapas envolvidas na análise de uma TC de tórax para fins de triagem de câncer de pulmão de maneira semelhante a um radiologista.

Esta meta-análise demonstra que os algoritmos DL podem alcançar um bom desempenho diagnóstico para o diagnóstico de câncer de pulmão na TC de tórax. Como método não invasivo, os modelos de aprendizado profundo podem fornecer suporte para clínicas de radiologia, auxiliando na detecção e classificação precoce do câncer de pulmão, o que é fundamental para o diagnóstico precoce, levando a um tratamento eficaz e melhor sobrevida.

MAIS INFORMAÇÕES

Para ler o artigo publicado na íntegra acesse o link: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/36010850/

Este trabalho é de autoria dos pesquisadores: Bruno Hochhegger, Ali Youssef, Reza Forghani, Jeremy King e Tan-Lucien Mohamed, do Laboratório de Radiomics and Augmented Intelligence (RAIL) do Departamento de Radiologia da Faculdade de Medicina da Universidade da Flórida, EUA; Gabriele C. Forte e Mariana T. Stefani, da Faculdade de Medicina, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Brasil; Lucas L. Libermann, das Faculdades de Medicina da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e da Universidade do Vale dos Sinos, Brasil; Stephan Altmayer, do Departamento de Radiologia da Universidade de Stanford, Stanford, EUA; Ricardo F. Silva e Rubens GF Andrade, do Hospital São Lucas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Brasil; e Cesar C. Cavion, Faculdade de Medicina da Universidade do Vale dos Sinos, Brasil.

FEV / MAR 23 nº 132 7
PESQUISA Por Valéria de Souza (SP)
O
Dr. Bruno Hochhegger, pesquisador e um dos autores do trabalho.

Pioneira nos estudos da tireoide, da elastografia e dos contrastes, coloca a inovação na prática diária

Com a apresentação do trabalho “Contribuição da ultrassonografia ao estudo dos nódulos da tireoide: do diagnóstico ao pós-tratamento”, a médica radiologista e especialista em ultrassonografia foi aprovada no Concurso de Livre-docência, junto ao departamento de Radiologia e Oncologia da FMUSP, nos dias 19 e 20 de janeiro, e comemora mais essa conquista na sua carreira marcada por pioneirismos.

Mais que um título, ser livre-docente do Sistema FMUSP-HC, para Maria Cristina Chammas, significa o reconhecimento de todas as suas conquistas nacionais e internacionais — muitas delas pioneiras na sua área de atuação nesses 30 anos de carreira dedicada ao diagnóstico por imagem. Destaca-se pela extensa contribuição na consolidação e evolução da ultrassonografia como método diagnóstico em várias patologias, principalmente nas relacionadas à tireoide e às doenças que englobam a cirurgia de cabeça e pescoço.

No seu currículo impecável, dentre as muitas atribuições, cargos e atuações, dois marcos importantes na carreira acadêmica da professora Maria Cristina Chammas — que vão além da sua competência e das habilidades técnicocientíficas — encabeçam a lista: as presidências da FLAUS (Federação Latino-americana de Ultrassonografia) e da WFUMB (Federação Mundial de Ultrassonografia em Medicina e Biologia), sendo a primeira mulher a assumir essa posição nos Comitês Executivos dessas entidades.

Como descreve em seu memorial, em 2006, com uma carreira consolidada no diagnóstico por imagem nacional, em prol da especialidade de ultrassonografia, Cristina Chammas dá um passo à frente na sua jornada acadêmica e profissional ao estrear no cenário latino-americano ao aceitar mais um desafio, proposto pelo Prof. Giovanni Guido Cerri, na ocasião presidente da WFUMB: ativar a participação do Brasil na FLAUS.

CONTRASTE, UM CAMINHO

SEM VOLTA

Em 2008, aceita o convite para fazer parte da criação da Sociedade Internacional de Contraste Ultrassonográfico (International Contrast Ultrasound Society – ICUS), como diretora representante da área de Radiologia da América Latina. Esse cargo impulsionou a sua projeção mundial.

Nessa trajetória, torna-se membro do Comitê Executivo da FLAUS em 2011 — a primeira mulher

a assumir essa posição. Devido ao seu excelente desempenho e experiência acadêmica, aliados à sua competência em liderança estratégica, é eleita para a presidência da FLAUS no período de 2013-2015.

Fundada em 1983, a FLAUS é uma associação sem fins lucrativos com o propósito de unir esforços para a divulgação e o desenvolvimento da ultrassonografia na

de ter gerência administrativa itinerante para ter sólido regulamento. Isso possibilitou o crescimento e a projeção da Federação, não só na América Latina como também junto à WFUMB.

Acumulando em sua trajetória uma atuação exemplar de liderança, em 2015, após deixar a presidência da FLAUS, Chammas assume como membro do Conselho Administrativo da WFUMB, e em 2017 foi eleita vice-presidente 2. Com uma rápida ascensão, no ano de 2019, é a presidente eleita do Comitê Executivo da WFUMB, assumindo o cargo no dia 28 de maio de 2021, em meio à pandemia da Covid-19, numa cerimônia virtual inédita, na qual se institui a assembleia para passagem de cargo da presidência na WFUMB para o biênio 2021-2023.

comunidade latino-americana. A associação promove programas de educação, congressos de ultrassonografia nos países afiliados e, entre eles, a cada dois anos realiza um congresso internacional em parceria com a Sociedade de Ultrassonografia do país-sede, eleito previamente em assembleia ordinária, sempre com o objetivo de compartilhamento de conhecimento entre paísesmembros. Mantém uma estreita relação com a WFUMB, por meio de suas diversas comissões e delegados na diretoria.

GESTÃO ASSOCIATIVA APONTA

NOVOS RUMOS PARA A FLAUS

Durante o seu mandato, Chammas criou uma nova estrutura para a FLAUS, constituindo secretaria, website e endereço permanentes para a Federação, que deixou

“Como presidente da WFUMB, tenho tido grandes desafios para conquistar a equidade das federações, trabalhando fortemente por uma gestão equilibrada entre todos os membros. Em essência, pratico a gestão participativa, com transparência, diversidade, ética, honrando a sustentabilidade da Federação. Luto para tornar realidade o slogan que lancei quando assumi a presidência ‘Ultrasound Connection’, na intenção de conectar o mundo e principalmente as regiões menos favorecidas do globo terrestre. Prezo pelo compartilhamento de conhecimento, pelo treinamento de profissionais, por boas práticas da US e da Medicina, com o propósito de melhorar a saúde das pessoas do nosso planeta”, diz a docente sobre a sua atuação na organização.

A WFUMB é uma organização global que envolve Federações continentais para levar as melhores práticas em ultrassonografia às áreas carentes do mundo e melhorar a saúde como um todo, por meio de colaboração, comunicação e educação, de forma sustentável. Essa é a primeira vez que uma mulher assume a presidência da Federação e a segunda que um médico latino-americano exerce essa função.

CONTINUAÇÃO

FEV / MAR 23 nº 132 8 MOVIMENTO ACADÊMICO Por Valéria de Souza e Luiz Carlos de Almeida (SP)
Profa. Maria Cristina Chammas galga mais um degrau na sua vitoriosa carreira, ao lado de seu orientador e grande incentivador, prof. Giovanni Guido Cerri. Ao fundo na tela os membros da banca examinadora.

a inovação na prática diária

“Como exerço liderança na minha área, defendo, por meio da educação, a melhor prática do uso do método ultrassonográfico, e intenciono sempre viabilizar, além da educação, o acesso à ultrassonografia de qualidade em diversas áreas remotas, pobres e/ou em desenvolvimento do planeta. Nessas regiões com dificuldade de acesso aos métodos diagnósticos por imagem mais dispendiosos, a US pode representar excelente e, muitas vezes, única opção de diagnóstico por imagem!”, enfatiza a livredocente sobre a sua missão.

OS AVANÇOS DO US E OS NÓDULOS DA TIREOIDE

Para obtenção do título de Professor Livre-Docente junto à Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Departamento de Radiologia e Oncologia (Disciplina de Radiologia), a doutora Maria Cristina Chammas apresentou o texto sistematizado elaborado de forma crítica sobre a “Contribuição da ultrassonografia ao estudo dos nódulos da tireoide: do diagnóstico ao pós-tratamento”.

De acordo com a autora, esse texto sistematizado analisa de forma crítica, dentro da perspectiva histórica dos avanços da US, os principais resultados que ela obteve nas últimas duas décadas, enfatizando a contribuição do estudo ultrassonográfico para: melhorar a estratificação do risco de malignidade dos nódulos da tireoide; orientar novos procedimentos para tratá-los; e aprimorar o estadiamento cervical e o acompanhamento pós-tratamento cirúrgico dos tumores da tireoide, fazendo referência às pesquisas realizadas conforme a evolução tecnológica dos equipamentos ultrassonográficos.

Segundo a pesquisadora, devido ao constante desenvolvimento pelo qual a US tem passado, aliado ao excelente custo-benefício e à importância fundamental para o estudo por imagem da tireoide, ela se interessou em investigar as diversas facetas da sua aplicação. “O nosso percurso iniciou-se pesquisando as diversas ferramentas ultrassonográficas disponíveis e os seus avanços para a caracterização do nódulo tireoidiano, buscando agregar valor diagnóstico para o melhor desfecho aos nossos pacientes. Passamos também pela busca de novas modalidades terapêuticas guiadas por US. E terminamos por estudar como melhorar o estadiamento dos tumores e o seguimento pós-tratamento por US. Este texto sistematizado analisa, de forma crítica, dentro da perspectiva histórica dos avanços da US, os principais resultados que obtive nas últimas duas décadas, enfatizando a contribuição do estudo ultrassonográfico para: melhorar estratificação do risco de malignidade

dos nódulos da tireoide, orientar novos procedimentos para tratá-los e aprimorar o estadiamento cervical e o acompanhamento pós-tratamento cirúrgico dos tumores da tireoide”, explica, complementando: “assim, explorei, ao longo de meu percurso, as diversas facetas da US, o que envolveu dezenas de estudantes e colaboradores da nossa e de outras instituições, contribuindo para melhorar os desfechos dos pacientes portadores de nódulos da tireoide”.

Em seu trabalho, relata que a busca contínua por formas de estratificar o risco dos nódulos da tireoide demonstra que ainda não há um consenso e muito menos um sistema. Ela expôs várias questões que ainda se impõem e, também, muitas conquistas que obteve acompanhando a evolução tecnológica dos equipamentos. “Consequentemente, conseguimos entregar, por meio das várias modalidades ultrassonográficas, informações que

necessários tempo e aprendizagem do programa para que ele seja perfeitamente aplicável na prática”, explica. O trabalho deixa claro que a lacuna existente para estratificar o risco de malignidade do nódulo da tireoide talvez seja uma equação cuja solução será composta de uma análise multiparamétrica, que por vezes, somada aos testes moleculares, poderia auxiliar os médicos na tomada de decisão.

Apesar de satisfatórios, a maior limitação da aplicação em larga escala dos testes moleculares em tireoide é o custo. Portanto, a busca por solução de menor impacto financeiro, tanto para o sistema de saúde pública como para o setor privado, se faz necessária. Nesse sentido, o emprego da IA, com possibilidade de o próprio programa sugerir o risco, talvez possa auxiliar médicos menos experientes nessa tarefa, com menor custo e em maior escala. “Ainda há muito o que pesquisar e

podem auxiliar o médico na melhor conduta terapêutica”, acentua Chammas.

Cita ainda que temos vivido uma era de inovações e de inteligência artificial (IA), o que expande as alternativas a serem exploradas, e que a IA pode ser uma oportunidade para auxiliar o médico que faz US na interpretação das imagens, bem como poderá contribuir para o controle de qualidade da aquisição de imagem. “Já com o programa de IA instalado em estação de trabalho, será possível rever o caso; e com o auxílio dessa ferramenta, estratificar o risco dos nódulos. Tivemos acesso a um desses programas de IA para estratificação do risco do nódulo da tireoide, e nosso estudo está em análise estatística. Contudo, da nossa modesta experiência com o sistema, podemos perceber que, apesar de a ideia ser fantástica, ainda serão

aprender, o que nos estimula cada vez mais a impulsionar nosso grupo de pesquisa, residentes, alunos e pósgraduandos a se engajarem na ciência e a explorarem o desenvolvimento tecnológico. Isso tudo certamente agregará informações valiosas não somente ao campo da assistência, beneficiando os nossos pacientes, como também contribuirá para o crescimento acadêmico”, acentua a livre-docente.

A Comissão Julgadora sob a presidência do prof. Giovanni Guido Cerri, contou com os membros titulares: Claudia da Costa Leite, Sergio Aron Ajzen, Valdair Francisco Muglia e Marcos Roberto Tavares. Os membros suplentes foram: Marcelo Tatit Sapienza, Carlos Alberto Buchpiguel, Jorge Elias Junior, Edson Marchiori e Giuseppe D´Ippolito.

FEV / MAR 23 nº 132 9 MOVIMENTO ACADÊMICO Por Valéria de Souza e Luiz Carlos de Almeida (SP)
CONCLUSÃO
Pioneira nos estudos da tireoide, da elastografia e dos contrastes, coloca
No InRad, uma sucessão de homenagens, com médicos assistentes e parceiros, que lhe outorgaram um aplaca alusiva a data.

JPR'2023: disseminando conhecimentos em Radiologia Pediátrica

A 53ª edição da Jornada Paulista de Radiologia (JPR) terá como tema central “Disseminando conhecimentos em Radiologia Pediátrica”, será realizada de 27 a 30 de abril, no Transamérica Expo Center (TEC), em São Paulo. Este ano acontece simultaneamente com a 25ª edição do Congresso Latino-Americano de Radiologia Pediátrica, organizada pela Sociedade Latino-Americana de Radiologia Pediátrica (SLARP).

De acordo com o dr. César Higa Nomura, presidente da SPR, essa será a maior jornada já realizada, com maior número de aulas, professores e conteúdo científico, assim como, a maior feira realizada com a presença maciça das empresas parceiras, com lançamentos de produtos, e a presença dos seus presidentes, diretores e colaboradores. “Ainda no conteúdo científico teremos a organização juntamente com o núcleo de gestão e profissionalismo um módulo em parceria com a RSNA, que conta com o apoio do governo americano, visando disseminar conhecimento e experiências a fim de reduzir as desigualdades nas Américas. Nós temos também módulos organizados em parceria com a ABRAMED, Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica e o ICOS, Instituto Coalizão Saúde”, destaca o presidente.

A Jornada Paulista de Radiologia (JPR) é o maior evento realizado pela Sociedade Paulista de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (SPR), além de ser o maior congresso da especialidade na América Latina e o quarto maior do mundo. A expectativa é que 16 mil pessoas entre congressistas, visitantes, expositores, prestadores e equipe em geral, participem desta edição. A JPR'2023 conta com mais de 600 professores convidados, sendo 40 estrangeiros.

Com um vasto programa de cursos práticos, o evento tem o objetivo de aproximar residentes e aperfeiçoar os profissionais da área. Sua programação foi preparada com grandes oportunidades para os participantes não só assistirem a aulas e palestras, mas também interagirem com professores e colegas. Sendo assim, a grade científica conta com cerca de 37 cursos, destes, mais de 5 Hands On, de variados temas, para que o congressista aproveite ao máximo o evento. Outros destaques são as três vilas: Ultrassonografia, Intervenção e Inovação, e a robusta Exposição Técnica que reúne cerca de 100 empresas do setor.

MEMBROS HONORÁRIOS DE 2023

Todo ano, a JPR seleciona profissionais renomados para serem homenageados durante a Sessão de Abertura. A escolha dos Membros Honorários é realizada de acordo com a sua participação e seus feitos para a área da Radiologia. Os homenageados de 2023 serão:

Dra. Beatriz Gonzalez-Ulloa (México) – Médica da Universidad Autónoma de Guadalajara e radiologista certificada pelo Conselho Mexicano de Radiologia com certificação em Imagem da Mama. Foi Presidente do Colégio Interamericano de Radiologia (2020 a 2022) e da Federação Mexicana de Radiologia e Imagem (2016 a 2018);

Dr. Jean Luc Drapé (França) –Chefe do Departamento de Radiologia Musculoesquelética do Hospital Cochin desde 2010. Atualmente, é vice-presidente da Sociedade Francesa de Radiologia e foi Presidente da SIMS (Société d’Imagerie MusculoSquelettique). Seu foco é a pesquisa em imagens musculoesqueléticas, reumatismos inflamatórios e tumores ósseos;

Dr. José Lipisch (Argentina) –Especialista em Pediatria, é, desde 2008, é Coordenador de Diagnóstico por Imagem do Hospital Pediátrico Prof. Dr. Juan P. Garrahan e, desde 2016, Diretor da Carreira de Especialistas Diagnósticas por Imagem Pediátrica na Faculdade de Medicina da Universidade de Buenos Aires; e Dr. Marcelo Galvez Moya (Chile) – Cirurgião da Universidade de Concepción, radiologista da Universidade do Chile e neurorradiologista da Clínica Las Condes. Foi presidente da Sociedade Chilena de Radiologia de 2017 a 2021.

CONGRESSO SLARP

A 25ª edição do Congresso da Sociedade LatinoAmericana de Radiologia Pediátrica (SLARP) será realizada simultaneamente à JPR 2023, de 27 a 30 de abril. Sob o tema “Disseminando conhecimentos em Radiologia Pediátrica”, o programa de quatro dias espera reunir 400 participanteso dobro do número recebido no programa tradicional de pediatria da SPR.

Organizado pela Sociedade Latino-Americana de Radiologia Pediátrica (SLARP), que é uma organização médica profissional dedicada a promover a saúde do

paciente por meio de diagnóstico e tratamento por imagem no período perinatal, em bebês, crianças e adolescentes, tem na coordenação científica os médicos Lisa Suzuki, Mariana Ribeiro Rodero Cardoso, Marcelo Straus Takahashi, Yoshino Tamaki Sameshima, Carlos Ugas e Tatiana Mendonça Fazecas e Costa, e conta também com os Drs. José Lipisch e Mário Pelizzari, como membros da comissão organizadora.

Vale destacar que o congresso da SLARP será simultâneo à JPR e terá seu próprio staff de professores, plenárias, regras e diretrizes, mesmo que a inscrição seja realizada de maneira única. Todas as informações serão veiculadas nos canais oficiais da SPR e da SLARP.

A programação de ambos os eventos já está disponível. Confira todos os módulos/especialidades que fazem parte do programa: 2º Encontro Latino-Americano de IA em Saúde; 2º Encontro Nacional de Ligas Acadêmicas de Radiologia; 5ª Jornada de Radiologia Intervencionista; Abdominal, Digestório e Geniturinário; Biomedicina em Radiodiagnóstico; Cabeça e Pescoço; Densitometria; Educação e Introdução à Pesquisa; Enfermagem em Radiologia; Engenharia Clínica; Física em Radiodiagnóstico; Imagem Cardiovascular; Imagem da Mulher – Ginecologia; Imagem da Mulher - Obstetrícia e Medicina Fetal; Mama; Medicina Nuclear e Imagem Molecular; Musculoesquelético; Neurorradiologia; Profissionalismo e Gestão em Saúde; Profissionalismo e Gestão em Saúde Sessão Especial: ABCDI; Profissionalismo e Gestão em Saúde Sessão Especial: PADI; Quantificação e Reconstrução de Imagens: Aplicações e Perspectivas; Radiologia Geral e Correlação de Métodos de Imagem; Radiologia para Veterinários; Técnicos e Tecnólogos em Radiologia; Tecnologia e Inovação; Tórax e Ultrassonografia Geral.

Acesse o site da jornada para saber mais sobre o evento: Site: https://jpr2023.org.br/

Em Rio Preto, a eleição do novo presidente da SPR

Tendo como anfitriões os drs. Antonio Soares de Souza, Arthur Soares de Souza e Tufik Bauab Jr., São José do Rio Preto sediará a primeira reunião do ano, do Clube Manoel de Abreu, de 24 a 26 de março, no Hotel Nacional. Outras três estão previstas: Campinas, Botucatu e Presidente Prudente.

OClube Manoel de Abreu, presidido pelo dr. Henrique Simão Trad, é um dos braços mais importantes, ao lado do Clube Roentgen, na Capital, e juntos foram responsáveis pela criação da Sociedade Paulista de Radiologia, lá pelos idos de 58/60. Na minha opinião pessoal – um dos segredos do sucesso dessa entidade, é a convivência saudável e produtiva entre Capital e Interior.

O Manoel de Abreu em Rio Preto sediou a reunião que formalizou a fundação da SPR e a história mostra que essa lógica foi se sedimentando ao longo de anos e, chegando a hora, o nome preparado para o cargo, é eleito por aclamação. Neste ano de 2023, dentro desse revezamento que está implícito, o dr. Cesar Higa Nomura, da Capital, onde é diretor do Serviço de Radiologia e Diagnóstico por Imagem do InCor, do Serviço de Imagem do Hospital Sírio Libanês, já cumpriu o período de 21 e 22 – com todos os dissabores da Covid – é o responsável pela JPR'2023, e se prepara para deixar o cargo executivo.

Para sucedê-lo, o nome indicado é o dr. Nelson Marcio G. Caserta, professor da Unicamp, e atualmente vice-presidente da SPR. Essa saudável convivência, organização e disposição para o trabalho, tem sido a marca da SPR: sucesso para o novo futuro presidente.

FEV / MAR 23 nº 132 10 EVENTOS Por Valéria de Souza (SP)
REGISTRO
Dr. César Higa Nomura, presidente da SPR. Dr. Nelson Marcio Caserta, professor da Unicamp.

Ultrassonografia Torácica

Realidade Consolidada – Conceitos Fundamentais

INTRODUÇÃO

A Ultrassonografia Torácica (USt) realizada à beira-leito otimiza o diagnóstico no paciente crítico ao possibilitar a avaliação rápida de alterações da parede torácica, dos espaços pleurais, do diafragma e do parênquima pulmonar, com elevada sensibilidade e especificidade, sem necessidade de transporte ao setor de imagem, evitando o deslocamento de pacientes críticos e contaminados para outros setores. No cenário da pandemia de Covid-19, assumiu papel relevante no atendimento de urgência a dos pacientes com insuficiência respiratória grave.

AVALIAÇÃO

A USt inclui a visualização da parede torácica, do diafragma, de deslizamento pulmonar, da pleura e do parênquima pulmonar. O exame é feito segundo protocolo nas zonas de triagem, e orienta-se a realização de uma varredura ao longo dos espaços intercostais para definir a extensão das alterações identificadas.

Um transdutor linear de alta frequência (7,5-10 MHz) é adequado para o exame da parede torácica e da pleura, com a avaliação do parênquima pulmonar periférico, no qual devem ser avaliadas as linhas subpleurais, sinais de consolidação e até mesmo vascularização do parênquima nas consolidações. O transdutor linear ainda consegue fornecer maiores detalhes sobre as características de um eventual derrame pleural, como presença de debris e septações. Deve-se, no entanto, complementar a avaliação do parênquima mais profundo, bem como a avaliação de volumes maiores de derrame pleural ou pericárdico, com o transdutor curvilíneo de baixa frequência (3,5-5 MHz).

No paciente crítico o posicionamento para realização do exame pode ser desafiador. Sempre que possível, deve-se realizar a avaliação torácica bilateral e ântero-posterior para aumentar a sensibilidade e especificidade do exame.

Na USt o transdutor deve ser posicionado no sentido crânio-caudal e perpendicular às costelas no plano longitudinal, de forma que o campo pulmonar seja visualizado entre duas costelas, identificadas pela sombra posterior, o chamado bat sign (Figura 1). Em algumas situações se faz necessário o uso do transdutor paralelo às costelas em espaço intercostal ou subcostal, vislumbrando maior janela acústica para a avaliação do parênquima. Entre duas costelas, a pleural é visualizada como uma linha hiperecoica que desliza suavemente e, sincronizada com a respiração (seta amarela da Figura 1). No modo M (modo movimento) a imagem de um objeto em particular é acompanhada ao longo do tempo, e o deslizamento do pulmão é representado pela imagem sinal da praia (padrão linear de tecido relativamente imóvel acima da linha pleural, e padrão granular de tecido pulmonar em movimento abaixo da linha pleural, conforme a Figura 2.

ESTUDO DOS ARTEFATOS – ABC DA ULTRASSONOGRAFIA PULMONAR

Esta técnica inclui, em geral, exame em decúbito dorsal e em pelo menos seis regiões de cada pulmão, conforme Figura 3.

O padrão normal da USt é definido pelo deslizamento do pulmão pela presença de linhas A e linhas B. No modo M, o parênquima pulmonar normal apresenta-se como o sinal da praia.

Em indivíduos saudáveis, são visualizadas linhas hiperecogênicas, horizontais, equidistantes, paralelas à pleura, denominadas linhas A, resultado de reverberações repetidas da linha pleural, indicando presença de ar subpleural (Figura 3).

FEV / MAR 23 nº 132 11 O ID publica artigos de revisão, de atualização e relatos de casos. Envie para o endereço: www.interacaodiagnóstica.com.br CADERNO CONTINUA FEVEREIRO / MARÇO 23 - ANO 21 - Nº 132
Figura 1. Visualização do parênquima pulmonar entre dois arcos costais (setas vermelhas) e da pleura (seta amarela). Figura 2. Modo M: o deslizamento do pulmão é representado pela imagem sinal da praia: padrão linear de tecido relativamente imóvel acima da linha pleural, e padrão granular de tecido pulmonar em movimento abaixo da linha pleural. Figura 3. Linhas A - imagens lineares subpleurais, hiperecoicas, horizontais e equidistantes (setas), paralelas à pleura. Indica a reverberação do eco pleural.

Ultrassonografia Torácica Realidade Consolidada – Conceitos Fundamentais

Artefatos em cauda de cometa são reverberações verticais, hiperecoicas, bem definidas, com origem na pleura, apagando a maioria das linhas A. Movem-se sincronicamente com o deslizamento pleural, adquirindo aspecto descrito como "cauda de cometa, causados por fenômenos de reverberação resultantes da interação entre ar alveolar e septo interlobular (Figura 4.1). Estas linhas podem ser achadas em circunstâncias normais e representam os septos interlobulares, e sua presença indica pulmão normal até a periferia.

As chamadas linhas B representam fenômeno de ressonância entre moléculas de água e gás nos septos intra ou interlobulares. A presença de três ou mais linhas B que atingem até a porção distal do campo de visão da tela, entre duas costelas, sugere alterações pulmonares intersticiais, considerado um achado inespecífico em termos de etiologia, mas compatível com padrão de síndrome intersticial, frequentemente encontrado em uma grande variedade de condições (edema pulmonar, síndrome do desconforto respiratório agudo – SDRA, contusão pulmonar, pneumonia, fibrose pulmonar). Porém, quando a linha B fica espessa, formando um feixe de várias linhas B agrupadas, contíguas, é chamada de "linha B coalescente", ou linha B2 (Figura 4.2), e representa achado de vidro fosco, encontrado na periferia dos pulmões em tomografias computadorizadas de alta resolução.

As linhas C, vistas na Figura 5, não são propriamente linhas, e sim representam áreas de consolidação pulmonar com aspecto de hepatiza-

cão do parênquima pulmonar, podendo-se identificar os sinais do padrão alveolar: parênquima consolidado, sonogramas aéreos ou fluidos, margens mal definidas e interrupção do eco pleural.

PROTOCOLO BLUE (Bedside Lung Ultrasonography in Emergency)

Na emergência, destaca-se a sistemática da utilização da USt no diagnóstico da Insuficiência Respiratória Aguda (IRA). Publicado em 2008, por Lichenstein & Meziere, este protocolo introduziu a ideia de que a USt poderia conduzir o médico a um diagnóstico mais rápido da IRA, economizando tempo, algo tão valioso para pacientes graves, e otimizando a conduta num ambiente de alta exigência de medicina baseada em evidência.

Neste protocolo, perfis com achados específicos foram traçados para as principais doenças: (1) pneumonia, (2) insuficiência cardíaca congestiva, (3) doença pulmonar obstrutiva crônica, (4) asma, (5) embolia pulmonar e (6) pneumotórax. Com elevada acurácia, o uso desses perfis fornece um diagnóstico correto em 90,5% dos casos. Dessa forma, utilizando apenas a ultrassonografia pulmonar, foi sugerido um algoritmo conhecido como Protocolo BLUE (Figura 5). Destaca-se o diagnóstico do perfi pneumotórax caraterizado pela ausência do deslizamento pulmonar, desaparecimento das linhas B, exacerbação das linhas A e, no modo M, o sinal do código de barras.

Figura 4. Linhas B (1) Reverberações verticais, hiperecoicas, bem definidas, originadas na pleura e se estendendo até a borda da tela, apagando a maioria das linhas A. Movem-se sincronicamente com o deslizamento pleural.

3. (2) Múltiplas linhas B coalescentes (entre as setas vermelhas), correspondendo à opacificação em "vidro fosco"no estudo tomográfico.

Figura 5. Perfil A: presença de deslizamento pleural e linhas A; Perfil AB: assimetria nos achados; Perfil B: deslizamento pleural em associação com predomínio de linhas B; Perfil B’: presença de linhas B sem deslizamento pleural; Perfil C: presença de consolidações ou áreas de atelectasias, associadas ou não à presença de derrame pleural.

CONCLUSÃO

O uso da USt passou por um avanço importante com sua incorporação na prática clínica, principalmente nos setores de emergência e terapia intensiva. Uma prática já estabelecida da USt para definição de condutas sem a geração de grandes ônus ao paciente é o protocolo BLUE. A incorporação deste conhecimento pode se tornar fundamental para melhor evolução dos casos, diagnósticos precoces e agilidade terapêutica. Incentivam-se assim o uso e o estudo da USt para melhor prática médica. Por fim, enumeramos os pontos-chave para a USt: anatomia ultrassonográfica da parede e costelas, estudo do deslizamento pulmonar, reconhecimento das linhas A, B e C nas diferentes zonas do tórax, definição do padrão principal e estabelecimento do diagnóstico diferencial. A documentação deve ser feita em fotos e em filmes dinâmicos.

REFERÊNCIAS

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- Lichtenstein Daniel. FallS-protocol: lung ultrasound in hemodynamic assessment of shock. Heart, Lung and Vessels. 2013;5(3):142-147.

- Neto F.L.D. et al. Ultrassom pulmonar em pacientes críticos: uma nova ferramenta diagnóstica. J Bras Pneumol. 2012;38(2):246-256.

- Francisco Neto, MJ , Rahal Junior, A Fabio Vieira FAC Silva PSD, Funari MBG. Einstein. 2016;14(3):443-8

- Demi L, Wolfram F, Klersy C, de Silvestri A, Ferretti VV, Muller M, et al. New International Guidelines and Consensus on the Use of Lung Ultrasound. J Ultrasound Med 2023 42(2):309-344.

Vítor Carminatti Romano 1

Eliane Eliza Dutenhefner 2

Guilherme C. D. Guerra 2

Antonio Rahal Jr. 2

Victor Arantes Jahour 2

Miguel José Francisco Neto 3

Marcos Roberto Gomes de Queiroz 4

Hospital Albert Einstein – São Paulo – Brasil

1.

FEV / MAR 23 nº 132 12
AUTORES
CONCLUSÃO
Figura 5. Linhas C. Não são propriamente linhas; são áreas de consolidação pulmonar com broncogramas (sonogramas aéreos). Médico Residente; 2. Médicos Assistentes Dep. de Imagem; 3. Coordenador do Serviço de Ultrassonografia; 4. Diretor Geral Departamento de Imagem e Medicina Diagnóstica. 4.1 4.2

Papiloma invertido

INTRODUÇÃO

O papiloma invertido (PI) é um tumor epitelial nasossinusal benigno, classificado como um tipo de papiloma Schneideriano. Apresenta relativa agressividade e altas taxas de recorrência, precoce ou tardia, além de risco de sofrer transformação maligna para carcinoma epidermóide, que pode ocorrer em 9% dos casos.

Sua incidência é de aproximadamente 0,2 a 1,5 casos por 100.000 habitantes, frequentemente atingindo adultos com idade média de 55 anos. Apresenta certa preferência por indivíduos do sexo masculino, tendo uma proporção que varia entre dois a cinco homens para cada mulher.

A etiologia do PI é desconhecida, mas historicamente é comum encontrarmos na literatura a descrição de sua associação com o papiloma vírus humano (HPV), relação ainda inconclusiva.

O radiologista apresenta papel importante nos casos de PI ao avaliar a morfologia, extensão e localização da lesão, parâmetros que são fundamentais para o planejamento pré-operatório adequado, assim como na avaliação de recidiva e também de eventual transformação maligna.

EPIDEMIOLOGIA E CLÍNICA

O tumor pode ocorrer em todos os grupos etários, porém há maior prevalência entre a quarta e a sexta décadas de vida. Apesar de historicamente haver a suspeita da relação do PI com o HPV, essa associação, bem com outros fatores de risco, não é bem estabelecida.

O PI costuma ter origem na parede lateral da cavidade nasal ou nos seios paranasais, mais frequentemente no antro maxilar. Clinicamente o paciente pode apresentar congestão nasal, rinorreia, cefaléia, sinusite recorrente, anosmia ou hiposmia, dentre outros sintomas. No entanto, cerca de 4 a 23% dos casos de PI podem ser assintomáticos, sendo descobertos como um achado de imagem.

DIAGNÓSTICO

O diagnóstico definitivo é feito através de biópsia com auxílio dos dados clínicos, laboratoriais e de imagem. A patologia também é importante para relatar a associação ou não com carcinoma e definir o plano terapêutico mais adequado.

APRESENTAÇÃO POR IMAGEM

O objetivo do estudo por imagem do PI é, além de guiar o diagnóstico, avaliar a extensão e localização da lesão, fatores pré-operatórios importantes. Na tomografia computadorizada (TC) observam-se sinais inespecíficos, marcados por lesão unilateral com atenuação de partes moles. A presença de microcalcificações no interior da lesão é vista em cerca de 20% dos casos. A lesão pode provocar remodelamento ósseo. A presença de hiperostose focal é considerada por muitos autores como preditor do local da implantação da lesão. Há correlação entre sinais de destruição óssea com a associação do PI e carcinoma epidermóide, no entanto a confirmação deste achado é feita por biópsia.

A ressonância magnética (RM) costuma mostrar uma aparência característica do PI, porém não específica, descrita como presença de áreas estriadas com hiper e hipossinal com padrão chamado de cerebriforme, por ser comparado à morfologia dos giros corticais do cérebro, nas imagens ponderadas em T2 e em T1 pós-contraste. Na sequência ponderada em T1, é comum observarmos uma lesão isointensa com relação ao músculo. Em T2, o tumor costuma ser hiperintenso quando comparado com a musculatura. À administração de contraste, observamos um realce heterogêneo, alternando áreas com maior e com menor realce com padrão cerebriforme. A presença de área com necrose pode indicar transformação maligna. As sequências de difusão e de permeabilidade são úteis na identificação de áreas suspeitas de transformação maligna. O carcinoma epidermóide devido a sua hipercelularidade apresenta maior restrição à difusão do que o papiloma invertido, com valores de coeficiente de difusão aparente inferiores a 1.47×10 -3 mm2 /s, segundo alguns estudos.

CONCLUSÃO

O papiloma invertido é uma neoplasia benigna com potencial de transformação para carcinoma de células escamosas. O radiologista tem como tarefa guiar o diagnóstico e descrever as características lesionais, como a extensão e localização da doença, sendo a RM um importante método para a melhor caracterização

lesão e consequentemente para um planejamento terapêutico adequado.

REFERÊNCIAS

1. American College of Radiology ACR Appropriateness Criteria Sinonasal Disease. Revised 2017. Disponível em: www.acr.org/ac.

2. Chawla, A., Shenoy, J., Chokkappan, K., & Chung, R. (2016). Imaging Features of Sinonasal Inverted Papilloma: A Pictorial Review. Current Problems in Diagnostic Radiology, 45(5), 347–353. doi:10.1067/j. cpradiol.2015.10

3. Ginat, D. T., Trzcinska, A., & Horowitz, P. (2020). Squamous Cell Carcinoma Arising from Sinonasal Inverted Papilloma. American Journal of Neuroradiology. doi:10.3174/ajnr.a6583

4. Jeon, T. Y., Kim, H.-J., Chung, S.-K., Dhong, H.-J., Kim, H. Y., Yim, Y. J., … Kim, K. H. (2008). Sinonasal Inverted Papilloma: Value of Convoluted Cerebriform Pattern on MR Imaging. American Journal of Neuroradiology, 29(8), 1556–1560. doi:10.3174/ajnr.a1128

5. Lee DK, Chung SK, Dhong HJ, Kim HY, Kim HJ, Bok KH. Focal hyperostosis on CT of sinonasal inverted papilloma as a predictor of tumor origin. American journal of neuroradiology. 2007 Apr 1;28(4):618-21.

6. Lisan Q, et al. Sinonasal inverted papilloma: From diagnosis to treatment. European Annals of Otorhinolaryngology, Head and Neck diseases (2016), http://dx.doi.org/10.1016/j.anorl.2016.03.006.

7. Zhang D, Zhang J, Zhou J, Xu J, Guo Y, Zhang Z, Liu Y, Chen Y, Wang S, Liu C. Predictive Value of Magnetic Resonance Imaging Multi-parametric Analysis for Malignant Transformation of Sinonasal Inverted Papilloma: A Comprehensive Prediction Model. Current Medical Imaging. 2022 Sep 28.

AUTORES

(SP)

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da Figura 1 – Tomografia Computadorizada (TC) de seios da face, janela de partes moles, no plano axial, demonstra lesão lobulada com atenuação de partes moles obliterando o seio maxilar direito, com extensão à fossa nasal e coana ipsilaterais. Figura 2 – TC de seios da face, janela óssea, evidencia área de hiperostose focal/ espícula óssea (seta) na parede posterolateral do seio maxilar direito. Figura 3 – TC de seios da face em reformatação coronal, janela óssea, demonstra extensão da lesão para a fossa nasal direita e obliteração do meato nasal médio deste lado. Figura 4 – Ressonância Magnética (RM) em sequência ponderada em T1 nos planos coronal (a), axial (b) e sagital (c) demonstra predomínio de sinal intermediário na lesão lobulada discretamente heterogênea no seio maxilar direito que se estende à fossa nasal ipsilateral. Figura 5 – RM sequência STIR, nos planos coronal (a) e axial (b), evidencia hipersinal heterogêneo em T2 da lesão, com padrão cerebriforme. Figura 6 – RM sequência ponderada em T1 pós contraste, nos planos axial (a) e coronal (b), demonstra o realce heterogêneo da lesão, com padrão cerebriforme. Eduardo Galvão Freire¹, Mariana Berquó Peleja¹, Camila Silva Barbosa¹, Guilherme Wilson Otaviano Garcia Chaves¹, Jorge Tomio Takahashi¹, Ula Lindoso Passos¹, Vinícius Trindade Gonçalves¹, Eloisa Maria Santiago Gebrim¹ ¹Médicos do Departamento de Radiologia do Hospital Sírio-Libanês

BI-RADS® sexta edição: o que vem por aí?

m meados da década de 80, a “American Cancer Society” iniciou a recomendação de mamografia anual para o rastreamento do câncer de mama. Com o aumento da utilização do método, surgiram problemas relacionados à ampla variabilidade das práticas, tais como dose de radiação, qualidade das imagens, bem como falta de uniformidade dos laudos, tornando difícil a orientação de condutas e a publicação de resultados relativos à mamografia.

Em 1992, o “American College of Radiology” (ACR), em um esforço conjunto com “American Medical Association”, “National Cancer Institute”, “Centers for Disease Control and Prevention”, “Food and Drug Administration (FDA)”, “American College of Surgeons” e “College of American Pathologists”, desenvolveu a classificação conhecida como BI-RADS® (Breast Imaging Reporting and Data System), visando a padronização dos laudos mamográficos.

O ACR reconheceu que os descritores dos achados e a comunicação precisa das recomendações nos relatórios de mamografia eram partes importantes de um programa de garantia de qualidade. A primeira versão do BI-RADS® incluía orientações para a realização das imagens, estrutura para relatórios, o léxico de mamografia e as categorias finais de avaliação com recomendações de conduta. Após a criação inicial do BI-RADS® em 1993, mais 4 edições foram criadas (1995, 1998, 2003 e 2013) e, a cada revisão, adicionados componentes importantes para esclarecimento, gerenciamento e garantia de qualidade.

O progresso tecnológico, a evolução da multimodalidade da imagem mamária e a manutenção do léxico serviram como a base para a quinta e atual edição do BI-RADS®, lançada em 2013, facilitando ainda mais a comunicação entre os radiologistas e os médicos solicitantes.

O lançamento da sexta edição do BI-RADS® (Breast Imaging Reporting and Data System) está previsto para 2023. Todavia, já foram disponibilizadas prováveis mudanças na nova edição, as quais apresentaremos a seguir. Ressaltamos que as alterações discutidas neste artigo são preliminares e se tornarão oficiais somente após a publicação do novo BI-RADS®, e que as traduções oficiais serão realizadas pelo Colégio Brasileiro de Radiologia (CBR).

INDICAÇÕES CLÍNICAS

As indicações clínicas deverão ser colocadas de maneira padronizada em todas as modalidades (tabela 1), tornando-se mais detalhadas, o que facilitará a compreensão, interpretação dos achados, bem como classificação, auditoria e recomendação de conduta.

1 Principais Indicações Subcategorias Opcionais Históricos relevantes

TABELA

Rastreamento Alto risco Mutação Genética

Assintomático Mamas densas Alto risco calculado por Pós tratamento por câncer modelos matemáticos de mama

Outros

Diagnóstica: Avaliação Achados clínicos Tipo de achado clínico complementar Achados de imagem Tipo de achado de imagem

Follow-up categoria 3

Follow-up pós biópsia Avaliação de implantes Outros

Diagnóstica: Câncer Extensão da doença antes Localização e tamanho do de mama do tratamento definitivo tumor em estudos de Avaliação de resposta à QT imagem anteriores neoadjuvante Outros

MAMOGRAFIA

A seção referente à mamografia apresentará atualizações de léxico, bem como ilustrações, com inclusão de imagens com tomossíntese e imagens sintetizadas. Além disso, o capítulo de orientação contará com novas questões, sobretudo relativas à adoção da tomossíntese na prática clínica. A seguir, serão abordadas algumas das prováveis alterações:

Tomossíntese

Esse método permite melhor visualização da localização e margens das lesões, podendo eliminar a necessidade de incidências adicionais. Seus benefícios incluem, ainda, maior taxa de detecção de câncer e redução das reconvocações.

Densidade Mamária

Assim como na edição atual, deverá ser baseada na área de maior densidade do tecido mamário, capaz de obscurecer um câncer subjacente. As quatro categorias serão mantidas, conforme demonstrado na figura a seguir.

As calcificações intracísticas, de aspecto semilunar/semicircular, que se depositam nas incidências em perfil, anteriormente denominadas “leite de cálcio”, provavelmente passarão a ser descritas como “em camadas”.

Ducto único dilatado

Na edição atual, tal achado deveria ser classificado como suspeito, exceto em casos de etiologia benigna demonstrada. Na 6a edição, o “ducto único dilatado” deve ser considerado benigno, exceto quando associado a nódulo, distorção da arquitetura, calcificações ou paciente sintomática, em cujos cenários a recomendação de biópsia percutânea deverá ser mantida.

ULTRASSONOGRAFIA

Nos capítulos referentes à ultrassonografia, além de novos termos e descritores, existe um trabalho em progresso que provavelmente abordará a inclusão da composição tecidual nos relatórios, visto que os diferentes padrões de tecido mamário podem interferir diretamente nos achados ultrassonográficos. Além disso, serão discutidas novas tecnologias bem como a possibilidade de relatórios com “linguagem leiga”, facilitando a compreensão dos pacientes que têm cada vez mais acesso às informações. Tal mudança será, provavelmente, um grande desafio para o Colégio Brasileiro de Radiologia, dados tantos regionalismos em nosso país.

Halo ecogênico

Esse termo provavelmente será acrescentado ao léxico como “achado associado”, definido como um halo espesso de tecido ecogênico ao redor de todo ou parte do nódulo, provavelmente relacionado à reação desmoplásica ou edema peritumoral. Tal achado deverá ser incluído nas medidas do nódulo e apresenta maior valor preditivo positivo (VPP) para malignidade. Destaca-se que esse não deve ser confundido com a pseudocápsula, fina e uniforme, que recobre todo o nódulo, habitualmente com forma oval e margens circunscritas.

Lesões não nodulares

Considerada por muitos radiologistas como a alteração mais esperada da próxima edição, a categoria de lesões não nodulares será acrescentada como nova. Tal termo deverá ser utilizado para achados que não preenchem os critérios para nódulo (lesão tridimensional), e é definido por alteração identificada em dois planos ou apenas em um deles, sem definição de forma e margens. Assim como os nódulos, apresenta etiologias benignas e malignas e, nesses casos, mais provavelmente associados às lesões in situ

A tabela a seguir resume os descritores dessa nova categoria (tabela 2).

Ecogenicidade Hipoecogênica

Isoecogênica

Hiperecogênica

Ecogenicidade mista

Distribuição

Regional

Focal

Linear

Segmentar

Achados associados Halo ecogênico

Distorção arquitetural

Sombra acústica

Calcificações

Hipervascularização

Alteração anormal ou extensão ductal

Presença de pequenos cistos

Variáveis clínicas como achados palpáveis ou fluxo papilar, bem como associação com distorção arquitetural ou assimetria e correlação com achados em outros métodos de imagem (realces anormais em exames de RM ou mamografia com contraste) aumentam a probabilidade de malignidade.

Calcificações

Alguns termos deixarão de fazer parte do léxico, especialmente referente às calcificações. O termo “pipoca”, usualmente utilizado para descrever calcificações decorrentes de fibroadenomas em involução, deverá ser substituído por “grosseira”. Nesses casos, é importante a diferenciação das “grosseiras e heterogêneas”, menores e mais conspícuas, suspeitas e passíveis de investigação diagnóstica.

O termo “puntiforme”, anteriormente considerado uma subclassificação das calcificações redondas, utilizado para aquelas menores que 0,5 mm, foi excluído do léxico. Essas deverão agora ser descritas como “redondas”.

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E
CONTINUA
TABELA 2

BI-RADS® Sexta Edição: o que vem por aí?

Parâmetros de aquisição

Os parâmetros de aquisição em RM foram revisados e expandidos. O protocolo padrão deverá apresentar pelo menos duas aquisições pós contraste. O protocolo abreviado foi acrescentado, e compreende um protocolo de mais rápida aquisição, habitualmente com menos de 10 minutos, devendo conter pelo menos uma sequência pós contraste. Deverão ser acrescentadas, ainda, breves considerações sobre técnicas híbridas, já empregadas em algumas instituições, também conhecidas como sequências “ultra-rápidas”. A primeira sequência adquirida entre 60-120 segundos pós contraste, anteriormente denominada “inicial”, agora será chamada de “pico”, uma vez que nos protocolos rápidos, a aquisição de imagem poderá ser realizada antes mesmo dos 60 segundos iniciais.

A difusão também será abordada como uma sequência a ser utilizada para avaliação complementar à fase contrastada a fim de fornecer informações para melhor caracterização de alguns achados, bem como predizer e monitorar resposta à terapia. No entanto, ainda não serão incluídas diretrizes para relatório e conduta em relação à difusão nesta nova edição do BI-RADS®

Foco

O termo "foco" será removido do léxico, já que técnicas modernas de RM permitem que um achado de realce menor que 5,0 mm seja adequadamente caracterizado como pequeno nódulo ou realce não nodular de distribuição focal. Além disso, observa-se heterogeneidade no uso do termo "foco" na prática radiológica e na literatura. Espera-se que pesquisas futuras investiguem características morfológicas e cinéticas desses achados.

Sinal em T2

O alto sinal em T2 foi acrescentado como descritor para nódulos. É sabido que tanto lesões benignas quanto malignas podem apresentar alto sinal nas sequências ponderadas em T2. No entanto, uma massa oval e circunscrita, e que apresente realce interno homogêneo ou septações internas escuras, com alto sinal em T2, tem probabilidade de malignidade menor que 2%, o que permite controle evolutivo. Os nódulos deverão ser caracterizados como “hiperintensos” quando apresentarem sinal uniformemente homogêneo em T2, com intensidade de sinal semelhante a um linfonodo normal.

Linfonodos

Assim como na seção de ultrassonografia, os linfonodos ganharão um capítulo em separado, visando melhor caracterização dessas estruturas. Nesse método é possível boa caracterização de linfonodos axilares e seus níveis, bem como intramamários e os das cadeias mamárias internas. Em relação à morfologia, deverão ser caracterizados subjetivamente como de aparência normal ou anormal, considerando-se avaliação da morfologia, espessura do córtex e ausência de hilo. Para tal, é fundamental a comparação com os linfonodos ipsi ou contralaterais.

Sistema de laudos

Dentre as prováveis alterações nesse capítulo, estão as subdivisões da categoria 4 em 4A,B e C, assim como nos exames de mamografia e ultrassonografia, cujos potenciais benefícios incluem melhoria na auditoria dos exames, correlação anatomo-radiológica mais fidedigna, bem como maior alinhamento entre as expectativas tanto dos pacientes como dos médicos prescritores.

Em relação às lesões BI-RADS® 6, que incluem aquelas com malignidade comprovada antes da abordagem cirúrgica, são esperadas novas definições e direcionamentos para categorização de achados adicionais ipsilaterais, que sejam contíguos ou difusos, porém com mesma morfologia da lesão index e alta chance de malignidade. Nesses casos, as orientações são (tabela 3):

Manter categoria 6 quando Achados próximos (<1-2 cm da lesão index)

Aumento da extensão total não exceda 1-2 cm

Não altere o manejo clínico

Evitar o termo "lesão satélite"

Lesões com distância > 1-2 cm da lesão index

Colocar categoria 4 ou 5 quando

E/OU aumento da extensão total exceda 1-2 cm

E/OU altere o manejo clínico

Linfonodos

A disseminação linfonodal é a principal via de metástase dos cânceres de mama; maior envolvimento linfonodal está intimamente relacionado à redução de sobrevida. Dessa maneira, a nova edição a ser lançada contará com maior aprofundamento quanto à caracterização dos linfonodos. Além dos linfonodos intramamários, os axilares deverão ser descritos em relação aos níveis (I, II e III), assim como menção àqueles localizados nas cadeias mamárias internas e supraclaviculares. Adicionalmente, compreenderá uma avaliação detalhada da morfologia dos linfonodos, considerando a relação entre córtex e hilo, com classificação entre subtipos I-IV, sendo o subtipo I com córtex imperceptível, mais benigno e IV mais suspeito, caracterizado como massa hipoecóica.

Lesões Benignas com potencial de upgrade Como último ponto de destaque, colocamos as lesões anteriormente chamadas como “lesões de alto risco” que, a partir da nova edição, passarão a ser denominadas “lesões benignas com potencial de upgrade”. Além da nomenclatura, haverá atualização da lista, com exclusão do papiloma ductal periférico e da cicatriz radiada / lesão esclerosante complexa, permanecendo nessa categoria apenas carcinoma lobular in situ (CLIS), hiperplasia ductal atípica (HDA), hiperplasia lobular atípica (HLA), tumor Phyllodes e atipia epitelial plana.

CONCLUSÃO

O rastreamento mamográfico do câncer de mama reduz a mortalidade por essa entidade. No entanto, as outras modalidades de imagem, como ultrassom e ressonância magnética, são ferramentas complementares fundamentais no rastreamento e avaliação das mulheres, especialmente as com alto risco para desenvolverem essa doença. O BI-RADS® permite uma melhor comunicação entre médicos solicitantes e radiologistas, bem como gerenciamento e garantia de qualidade dos exames de imagem. Com a evolução constante dos métodos diagnósticos e maior acesso à informação tanto dos profissionais da saúde e dos pacientes, é fundamental que tais protocolos sejam constantemente revisados e atualizados. Assim, o que se espera dessa nova edição são alterações que permitam cada vez mais exames padronizados, com linguagem de fácil compreensão e orientações de conduta que facilitem e melhorem a abordagem dessa doença ainda tão presente em nossa sociedade.

REFERÊNCIAS

- Burnside E, Sickles E, Bassett L, Rubin D et al. The ACR BI-RADS® Experience: Learning From History. J Am Coll Radiol. 2009 Dec; 6(12): 851–860.

- Garcia E, Crowley J, Hagan C, Atkinson L. Evolution of Imaging in Breast Cancer. Clin Obstet Gynecol 2016 Jun;59(2):322-35.

- An J, Unsdorfer K, Weinreb J. BI-RADS, C-RADS, CAD-RADS, LI-RADS, Lung-RADS, NI-RADS, O-RADS, PI-RADS, TI-RADS: Reporting and Data Systems. RadioGraphics 2019; Vol. 39, No. 5

AUTORAS

Carla Cristina T. P. Benetti 1

Aline Campos Oliveira Mello 2

Marcela Caetano V. Lauar 3

RESSONÂNCIA MAGNÉTICA (RM)

A última das modalidades contará com alterações nas indicações clínicas, comparação com exames anteriores, bem como revisão dos parâmetros de aquisição, mudanças no léxico e categorização final dos exames.

1 Coordenadora médica do Setor de Imaginologia Mamária do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo

2 Médica radiologista do grupo de Imaginologia Mamária do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo

3 Médica radiologista, fellow em Imagem da Mulher do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo

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CONCLUSÃO
3
TABELA

Achados interessantes que todo radiologista deve conhecer (III)

Continuamos apresentando alguns casos interessantes com achados úteis para a elaboração de hipóteses diagnósticas. Sempre é importante ter as informações clínicas, os antecedentes e exames anteriores.

ABSCESSO DO MÚSCULO PSOAS

O abscesso do psoas é reconhecido como uma entidade infreqüente, insidiosa e que pode não ser facilmente identificada, além de potencialmente fatal. Pode ser primário (de infecção distante por via hemática ou linfática) e secundário (por extensão direta de infecção de estrutura adjacente). A mortalidade para o abscesso primário é relativamente baixa, mas para o abscesso secundário é de 18,9% e pode chegar a 100% em pacientes sem tratamento. A principal causa de óbito é tratamento tardio ou inadequado, porisso é importante fazer o diagnóstico correto e precoce, para um tratamento apropriado. O abscesso do psoas muitas vezes tem o diagnóstico incorreto pois os sintomas são pouco específicos (dor abdominal, febre, dificuldade para deambular). O músculo psoas está próximo a estruturas como sigmóide, jejuno, ureteres, pâncreas, rins e coluna. Portanto infecções nestas localizações podem se estender para o músculo íliopsoas.

Embora TC e RM sejam considerados métodos “padrão ouro”, podem não fazer o diagnóstico na fase clínica precoce. Na TC um abscesso pode se manifestar como alargamento do músculo íliopsoas com realce marginal pelo contraste e o abscesso como área hipodensa. Este padrão de realce também ocorre na RM. Estes achados são indistinguíveis daqueles de metástases e linfoma. Podem ocorrer achados secundários como borramento dos planos fasciais, destruição óssea e presença de gás.

não se trata de sinônimo de espasmo ou acalasia do cricofaríngeo pois a presença da barra pode ser devida a outras alterações patológicas.

A hipertrofia do cricofaríngeo pode estar presente em até 20% dos estudos radiográficos do esôfago. Na maioria dos casos é assintomática e um achado incidental no esofagograma. Um terço dos pacientes pode ter disfagia mas a barra do cricofaríngeo raramente é a causa.

É importante lembrar que está associada a até 50% dos pacientes com refluxo gastro-esofágico. O aspecto no esofagograma é de uma impressão posterior lisa e suave no esôfago, no nível de C5-C6.

Em algumas situações mais particularizadas e que não se demonstra nenhuma outra causa para a disfagia, pode haver a proposta de tratamento com miotomia, dilatação esofágica e/ou injeção de toxina botulínica.

Ver as lesões vertebrais e no espaço de L1-L2 nas imagens em sagital e coronal.

2. ABSCESSO DO PSOAS NA DOENÇA DE CROHN

Os abscessos intra-abdominais ocorrem em até 28% dos pacientes com Doença de Crohn. Entretanto, a incidência do abscesso do psoas na D. de Crohn é muito mais baixa, de 0,4-4,3%. Como as manifestações clínicas do abscesso do psoas são inespecíficas, é difícil estabelecer o diagnóstico correto precocemente. São mais observados os sintomas de febre, dor abdominal, sensibilidade local e perda de peso.

Como a artrite é uma manifestação extra-intestinal bem conhecida da D. de Crohn, dor no quadril em um paciente com D. de Crohn pode levar a erro diagnóstico como artrite; entretanto devemos sempre lembrar do abscesso do psoas , principalmente se a dor for no membro inferior e à flexão do quadril.

Aproximadamente metade dos abscessos de psoas secundários são de origem gastrointestinal, principalmente a D. de Crohn (e diverticulite, apendicite e neoplasia do colon). No artigo que indicamos abaixo, cita-se que na Espanha, sempre que não exista um contexto epidemiológico para outras etiologias como a tuberculose, a D. de Crohn deve se considerar como a causa mais provável do abscesso. O músculo íliopsoas está adjacente ao íleo terminal, o que explicaria a associação do abscesso do psoas à D. de Crohn.

A TC auxilia na informação sobre a extensão do abscesso, a implicação do trato gastrointestinal e a possível infiltração da gordura adjacente. A decisão de realizar drenagem percutânea ou cirúrgica depende das características do abscesso, do paciente e da doença de base. Quando um abscesso de psoas complica a D. de Crohn, nós devemos pensar que quase sempre a drenagem percutânea será insuficiente e que deve existir uma fístula intestinal que exigirá ressecção intestinal e fechamento da fístula . A ocorrência de abscesso de psoas na D. de Crohn (portanto padrão penetrante da doença) indica um curso agressivo e será um critério de tratamento imunossupressor.

Figs 3A, B, C: Esofagograma de mulher de 68 anos com dispepsia e tratamento por refluxo gastro-esofágico. Achado de impressão na parede posterior do esôfago no nível de C5-C6, representando hipertofia do músculo cricofaringeo e hérnia do hiato. Esta paciente tem este mesmo achado em um exame baritado três anos atrás.

LEITURA SUGERIDA

1. Ingrid Marín, Isabel Serra, Míriam Mañosa, Eduard Cabré, Eugeni Domènech Absceso de psoas como complicación de la enfermedad de Crohn: presentación de 3 casos y revisión de la literatura médica

Gastroenterol Hepatol. 2009;32(8):557–561

2. Knipe H, Niknejad M, Bell D, et al. Cricopharyngeal bar. Reference article, Radiopaedia.org

3. Muttarak M, Peh WCG, CT of Unusual Iliopsoas Compartment Lesions. RadioGraphics 2000; 20:S53–S66

4. Ogihara M Masaki T , Watanabe T , HatanoK , et al. Psoas Abscess Complicating Crohn’s Disease: Report of a Case Surg Today 2000;30:759–763

5. Takada T, Terada K Kajiwara H, Ohira Y Limitations of Using Imaging Diagnosis for Psoas Abscess in Its Early Stage Intern Med 2015;54: 2589-2593, 2015

6. Torres WE, . ClementsJr JL Austin GE, Knight K Cricopharyngeal Muscle Hypertrophy: RadiologicAnatomic Correlation AJR 1984;141:927-930.

Figs 2A,B,C : TC com contraste de paciente masculino de 24 anos com Doença de Crohn e abscesso do íliopsoas por fístula. Na Fig 2A espessamento anular do segmento ileal e do músculo íliopsoas (setas). Na figura 2B a fistula intestinal (seta). Na Fig 2C observar o espessamento e atenuação heterogênea do íliopsoas (setas).

3. HIPERTROFIA DO MÚSCULO CRICOFARINGEO

Representa a aparência de impressão do músculo cricofaríngeo proeminente no contorno do estudo com bário do esôfago (esofagograma) e é também denominada Barra do cricofaríngeo. É importante assinalar que

AUTOR

Dr. Nelson M. G. Caserta

Prof. Livre-Docente Depto. de Radiologia FCM-Unicamp Campinas, SP

FEV / MAR 23 nº 132 16
Figs 1A,B, C: TC com contraste de uma mulher diabética de 54 anos com abscesso do psoas (setas em A e C) a partir de discite por Estafilococus.

GE HealthCare 2023: independência e inclusão na Nasdaq

A GE HealthCare conclui spin-off e começa a negociar na Nasdaq desde o dia 4 de janeiro, sob o símbolo “GEHC”.

Com a conclusão do processo de “separação” entre os negócios da centenária GE, a GE HealthCare – especializada na produção de equipamentos e desenvolvimento de tecnologias, agora é autônoma de capital aberto, listada na Nasdaq. Líder em medicina de precisão, a empresa que carrega um legado de mais de 100 anos no segmento da saúde, tem um novo propósito: criar um mundo onde o cuidado com a saúde não tenha limites.

A empresa nasce com um perfil financeiro atrativo apoiado pelo compromisso de acelerar o crescimento, expansão de margem e geração de fluxo de caixa livre por meio de investimento orgânico, otimização de negócios e alocação disciplinada de capital. Com mais capacidade para gerir seus planos, a GE HealthCare anunciou a compra da francesa IMACTIS, desenvolvedora de tecnologia de orientação intervencionista por tomografia computadorizada (CT) na semana seguinte ao spin-off.

Este é um marco significativo na jornada da empresa em um momento catalisador que terá um impacto positivo para clientes, investidores, parceiros e, principalmente, para o paciente. A saúde é a primeira empresa a ser criada no mercado enquanto a

GE se transforma em três empresas independentes. O foco é melhorar o acesso e a eficiência na área da saúde, fazendo com que todos esses esforços resultem em boas experiências a pacientes, durante sua jornada dentro de hospitais e clínicas, durante o diagnóstico e tratamento.

Segundo Rafael Palombini, Presidente de CEO da GE HealthCare para a América Latina, uma nova era começa agora. “A partir de 2023, começamos a escrever o novo capítulo dessa história. Somos uma nova empresa, com novos objetivos e uma nova marca. Estamos empolgados com os próximos passos que daremos daqui pra frente e seguiremos com o propósito de criar um mundo onde o cuidado com a saúde não tenha limites”, declara o executivo brasileiro. Na América Latina, a empresa ajuda a cuidar de mais de 70 milhões de pacientes, possui três fábricas e mais de 4.500 funcionários. “A região integra o bloco InterContinental, fundamental para a estratégia de crescimento da GE HealthCare. Seguimos convencidos do nosso potencial para apoiar os desafios da Saúde na América Latina”, detalha Palombini.

A empresa mudará sua imagem e incorporará o roxo compaixão, que representa a abordagem humana e os diagnósticos

confiáveis da GE HealthCare, com o objetivo de oferecer o que há de mais tecnológico no seguimento ao maior número de pessoas, além de uma vida mais saudável. A empresa focará na inovação para gerar melhores resultados, acelerar a liderança de produtos e otimizar seu modelo operacional. Também promoverá a digitalização dos cuidados de saúde e buscará continuar com sua parceira de confiança.

A GE HealthCare está presente em mais de 160 países, contando com aproximadamente 51 mil funcionários em todo o mundo e atendendo a mais de um bilhão de pacientes por ano. A empresa ampliou em 20% seu investimento em P&D para este ano, que ultrapassará US$ 1 bilhão, e gera aproximadamente US$ 18 bilhões em receita, com uma base instalada que inclui mais de 4 milhões de equipamentos em seus quatro segmentos de negócios – Imaging,

Ultrasound, Patient Care Solutions e Pharmaceutical Diagnostics.

O redesenho da gigante General Eletric se concentrará em três negócios: cuidados de saúde de precisão, aviação e energia, que serão listados separadamente na bolsa de valores, em um processo a ser totalmente finalizado em 2024, com a independência dos negócios de aviação. Trata-se de uma estratégia mais focada, com alocação de capital sob medida e flexibilidade para impulsionar o crescimento. Eles têm uma classificação de grau de investimento e a primeira a abrir o capital na Nasdaq em janeiro foi a GE HealthCare, a divisão de equipamentos médicos da GE. Será seguido pela GE Vernova e GE Aerospace. A marca GE está avaliada em US$ 20 bilhões.

Maximizar a eficiência da dose de radiação para pacientes pediátricos é possível

Com uma combinação de tecnologia e expertise, a aquisição de imagens pediátricas tem se tornado cada vez mais eficiente e segura

Quando observava os raios catódicos que escapavam do tubo termiônico e iluminavam a superfície a uma certa distância do tubo, Wilhelm Conrad Roentgen notou propriedades distintas daquelas que os raios catódicos costumavam apresentar.

A radiação que estava diante dele produzia luminescência em certos materiais, sensibilizava chapas fotográficas, mas era invisível ao olho humano; não parecia sofrer refração, nem reflexão, nem polarização. Ao término de seus estudos, Roentgen havia descoberto a radiografia.

Ao longo de mais de um século, a técnica de uso de raios X foi largamente utilizada, em pacientes de todas as idades. No entanto, os efeitos acumulados das doses de radiação trariam consequências, principalmente para os pacientes que começaram a receber essas doses mais cedo, como é o caso das crianças.

Na época da descoberta de Roentgen, em 1895, a expectativa de vida era de aproximadamente 32 anos. Hoje, com os avanços em saúde, saneamento, urbanização, estima-se que um ser humano viva, em média, 77 anos — mais do que o dobro do que vivia quando a primeira aplicação da radiografia ocorreu. É preciso, então, levar em conta essa longevidade para minimizar os riscos acumulados.

As melhores práticas de aquisição de imagens radiográficas atualmente seguem o princípio de utilização da dose mais baixa possível (ou ALARA — as low as reasonably achievable). O propósito é equilibrar as necessidades do paciente (que precisa receber a dose mais baixa possível)

com as da produção de uma imagem com qualidade adequada para a interpretação confiável do exame.

No caso dos pacientes pediátricos, é preciso levar em conta fatores como: sensibilidade de órgãos e ossos em desenvolvimento à radiação; ampla gama de biotipos apresentada entre os pacientes; e expectativa de vida prolongada. Dados esses fatores, não é adequado empregar as mesmas técnicas e os parâmetros de aquisição de imagens para crianças e adultos.

Capturar a imagem de raios-X com o receptor de imagem é a primeira etapa. Um dos desafios mais imediatos a ser enfrentado está relacionado ao posicionamento adequado do paciente em ambientes mais movimentados, assim como à dificuldade de manter a criança na posição correta para a aquisição da imagem. Para isso, a utilização de uma camada de cintilador de césio ajuda a garantir a melhor qualidade da imagem. O desenho praticamente elimina os problemas ligados à má posição — o que reduz a dificuldade especialmente com pacientes pediátricos.

O uso de um detector altamente eficiente também é essencial para abarcar toda a gama de biotipos pediátricos, e as técnicas de aquisição devem ser adaptadas ao tamanho e à idade de cada paciente. Se a aquisição de imagens for realizada de forma satisfatória, elas fornecerão delineamento suficiente para possibilitar uma avaliação mais precisa e permitir a redução da exposição.

No caso das aplicações com múltiplos disparos, o movimento do paciente costuma fazer com que o exame deva ser repetido. Novamente, um agravo comum em pacientes pediátricos. Este é outro fator relevante para a eficiência da dose seja maximizada, em decorrência do número repetições e da consequente exposição.

Uma das novas tecnologias que surgem frente a esses desafios é o Smart Noise Cancellation (SNC), da Carestream. Trata-se de uma técnica de redução de ruídos baseada em inteligência artificial, que visa a redução da dose em todos os pacientes em exames de radiografia, preservando detalhes espaciais finos. Quando o SNC é combinado com outros métodos de gerenciamento de dose, como a filtração, a eficiência é maximizada, permitindo uma redução de dose ainda maior. Este é o resultado de diversas pesquisas cuja finalidade é desenvolver técnicas aprimoradas de aquisição para pacientes pediátricos.

O uso da grade para gerenciar a dispersão de raios X durante o processo de aquisição de imagens é outro fator que exige aumento da dose, para compensar a espessura da grade. No entanto, avanços recentes eliminaram a necessidade da grade antidispersão, que passa a ser substituída por um software capaz de gerenciar a dispersão.

Um sistema de aquisição de imagens pode ser instalado e personalizado de acordo com as preferências da instituição em termos de exposição do paciente e resolução da imagem. O que assegura que o trabalho do radiologista que analisará as imagens seja facilitado, mas também mais acurado.

As particularidades da aquisição de imagens pediátricas exigem uma abordagem que assegure imagens de alta qualidade com a menor exposição possível para pacientes jovens. Quando a agilidade e a eficiência na conclusão dos exames são aprimoradas com segurança, os riscos de vivermos durante quase um século é que é minimizado.

FEV / MAR 23 nº 132 17
/ MARÇO 23 - ANO 21 - Nº
FEVEREIRO
132 NEGÓCIOS
SERVIÇOS & Da Redação
Rafael Palombini, presidente e CEO da GE HealthCare para a América Latina. Texto elaborado por Hellen Suzuki a partir de conteúdo do Marketing da Carestream Health Apoio Luciana Camaroti – Jeffrey Group Latin

Ferramentas tecnológicas contribuem para cirurgias inteligentes

Uso da inovação tem contribuído para a medicina personalizada

Atecnologia tem desempenhado um papel fundamental no processo de aprimoramento do cuidado em saúde. Por meio de soluções inovadoras, as cirurgias são realizadas, cada vez mais, de forma otimizada, favorecendo a assertividade no procedimento e melhor recuperação dos pacientes.

O Synapse VNA é um integrador de soluções, que une os sistemas de gestão de dados e imagens diagnósticas PACS, 3D e RIS. Há também a vantagem de integrar com todo tipo de PACS pelo Synapse Mobility Enterprise Viewer, visualizador de imagens DICOM e não DICOM, independentemente do fabricante, além oferecer recursos de colaboração exclusivos.

O Synapse VNA foi projetado para uma verdadeira interoperabilidade de imagem. Ele fornece armazenamento seguro e fácil de gerenciar e acesso ao registro completo de imagens do paciente e links para todos os sistemas da informática médica. As imagens desempenham um papel fundamental na continuidade do atendimento e, por essa razão, o Synapse VNA tem contribuído para diferentes especialidades visualizarem e interpretarem dados de forma que possam

estabelecer a melhor linha de tratamento para os pacientes.

Devido à grande eficiência ao conectar conteúdos de imagem de diversas especialidades, o software se revela um agregador para hospitais e clínicas por garantir acesso e usabilidade de um registro eletrônico completo para as equipes clínicas. O Synapse VNA permite criar uma visualização única e centrada no paciente durante todo o tratamento e ainda amplia os fluxos de trabalho com base em padrões estabelecidos para os departamentos clínicos.

Diferentemente de outros sistemas, o Synapse VNA oferece armazenamento seguro e de fácil gerenciamento e integração, com acesso ao registro completo de imagens dos pacientes. Outras vantagens da ferramenta estão relacionadas a não sobrecarregar os sistemas de TI e a elevar a eficiência operacional, melhorando o atendimento ao paciente.

Vale ressaltar ainda que o Synapse

VNA conecta mais sistemas de terceiros que qualquer outro VNA. Essas são as credenciais que já garantiram ao Synapse VNA o reconhecimento de melhor VNA global por três anos consecutivos por meio do Best in KLAS, prêmio que reconhece as empresas de software e serviços em saúde que se destacam mundialmente.

Outro investimento da Fujifilm para aprimorar a jornada de cuidado em saúde é em soluções de inteligência artificial, como o Reili, plataforma aberta que fornece conhecimentos sem precedentes de IA diretamente dentro do fluxo de trabalho de radiologistas, cardiologistas e outros profissionais de imagem especializados, com o objetivo de melhorar a precisão e a eficiência do diagnóstico. Esta solução tem a finalidade, por exemplo, de remover os ruídos da imagem por meio da técnica de aceleração IP-RAPID, encontrada nos exames de ressonância magnética para entregar imagens mais nítidas em menor tempo de exame. Dessa, forma, o Reili ajuda

a elevar o nível de confiança clínica na assistência médica por aprimorar a eficiência e a precisão dos diagnósticos.

Essa tecnologia faz o reconhecimento com mais precisão do local analisado, das anormalidades presentes e reduz o tempo de interpretação da imagem, além de priorizar estudos, emitir alertas de comunicação de descobertas de inteligência artificial e automatizar relatórios.

A Fujifilm tem concentrado os esforços em inovação e desenvolvimento de novas tecnologias com a finalidade de melhorar a experiência de profissionais da saúde e de pacientes. Avançamos com o propósito de contribuir para o diagnóstico por imagem mais assertivo e seguro, com melhores resultados. Esse compromisso refletirá na melhor definição de tratamento e ajudará as pessoas a terem mais qualidade de vida.

Em abril, estaremos na 53ª edição da Jornada Paulista de Radiologia para apresentar ao mercado as novidades de softwares e equipamentos desenvolvidos pela Fujifilm para contribuir com a jornada do paciente.

Tiradentes Saúde, uma nova marca e um portfólio de produtos ainda mais versáteis

Acompanhando as tendências de inovação e design do mercado de produtos para saúde, a Tiradentes Saúde agora tem uma nova marca. Investindo em modernidade sem deixar para trás a tradição e legado que fazem parte da identidade da empresa, que conquistou ao longo de 72 anos de trajetória.

Buscando Sempre se adaptar às necessidades –com enfatizam Fernando Sales e Helcio Sales, diretores da Tiradentes Saúde – a empresa oferece um amplo portfólio de produtos para saúde que vai desde os

de uso doméstico a equipamentos de grande porte, dotados com os mais recentes índices tecnológicos. Para estar cada vez mais próxima aos seus clientes, a Tiradentes saúde lançou no final de 2022 o seu e-commerce. Com isso passa também a estar presente no meio virtual, que aliada a toda a estrutura de sua matriz em Goiânia, filiais em Brasília e Cuiabá, e força de vendas e serviços nos estados do centro-oeste e parte do norte do Brasil, fortalece ainda mais a sua estrutura de atendimento àqueles que são os maiores responsáveis pelo sucesso e crescimento da empresa ao longo de todos os anos de sua história.

FEV / MAR 23 nº 132 18 CONTEÚDO DA MARCA
INVESTIMENTO Por Lindauro Junior (x)
A FujiFilm está focada na jornada de cuidado do paciente. Lindauro Junior (x) Serviço de Inovação – Diretor Médico IT – FujiFilm Brasil

Nordeste é pioneiro na tecnologia digital 3D em SPECT/CT

Uma nova solução que desafia as fronteiras tecnológicas desembarca na América Latina com a instalação do primeiro SPECT-CT 3D CZT da região, já em operação no Real Hospital Português de Beneficência em Pernambuco, maior complexo hospitalar do NorteNordeste do Brasil e conhecido pelo seu pioneirismo na adoção de tecnologias de ponta e disruptivas. Trata-se do SPECT/CT Digital 3D com tecnologia CZT - detectores de Cádmio, Zinco e Telúrio - da GE HeathCare, projetada para expandir o acesso a medicina de precisão através de uma entrega mais rápida e precisa da terapia através da Medicina Nuclear, nomeada de Teranóstica.

As primeiras imagens realizadas no Real Hospital Português sob coordenação do Dr. Paulo Almeida Filho, chefe do Serviço de Medicina Nuclear do Real Hospital Português (RHP), já têm gerado repercussão e comentários de renomados médicos surpresos com a redução de tempo de alguns exames, que de 45 minutos, passam a ser feito em apenas 15, proporcionando um maior conforto para o paciente e agilidade para a equipe médica.

A StarGuide fornece quantificação precisa ajudando médicos na tomada decisão de cuidados personalizados e avaliações da resposta ao tratamento que estão no centro da Theranostics.

Cada um dos seus 12 detectores digitais CZT permite uma ampla faixa de energia capaz de gerar imagens dos dois picos de energia dos traçadores utilizados em Theranostics, como por exemplo, os picos de 113 keV e 208 keV do 177 Lu usados para diagnosticar e avaliar a resposta ao tratamento do câncer de próstata.

Devido à sua resolução de energia aprimorada, sensibilidade do sistema e resolução planar do sistema para picos de alta e baixa energia de 177Lu quando comparada com os sistemas convencionais de NaI3, a StarGuide é otimizada para geração de imagens de 177 Lu. Isso permite imagens de 177 Lu sem a necessidade de troca de colimador - normalmente necessário em câmeras convencionais de dupla cabeça - simplificando o fluxo de trabalho clínico diário e agendamento de pacientes.

João Paulo Souza , Diretor da Modalidade de Imagem Molecular e Tomografia Computadorizada da GE HealthCare para a América Latina afirma, “A tecnologia embarcada na StarGuide reflete o compromisso da GE HealthCare em ajudar a melhorar a experiência dos pacientes sem comprometer a qualidade do diagnóstico e tratamento, tornando tangível a disrupção tecnológica e evidenciando ganhos clínicos, operacionais e financeiros.

Osmar Guedes, Gerente de Produto de Imagem Molecular para América Latina reforça, “De fato, a StarGuide, desde sua concepção inicial, foi projetada com o objetivo de reduzir o estresse e a ansiedade dos pacientes durante a jornada de tratamento através da Medicina Nuclear, elevando o acesso a Teranóstico a um nível jamais oferecido até então.”

FEV / MAR 23 nº 132 19 CONTEÚDO DA MARCA

TC no paciente pediátrico só com protocolos apropriados

A Tomografia Computadorizada (TC) é uma modalidade de exame de imagem amplamente utilizada para diagnóstico e acompanhamento do paciente pediátrico. Estima-se que dentre todos os exames de TC realizados mundialmente, 10% são realizados em crianças.

Nos últimos anos houve uma crescente preocupação com os níveis de radiação utilizada nos exames de TC pediátricos, onde o nível de dose absorvida por crianças é maior que em adultos, podendo resultar em uma probabilidade maior de desenvolvimento de neoplasias e outras radiopatologias correlacionadas à radiação comparado com a população adulta. Assim, a necessidade de se estabelecer protocolos específicos para exames de TC pediátricos, que visem à redução das doses utilizadas, se tornou fundamental.

A fim de minimizar os riscos para os pacientes pediátricos, é imprescindível que a dose e protocolos apropriados sejam selecionados para cada paciente individualmente. Os tomógrafos Canon são equipados com o SUREExposure Pediátrico, que incorpora os requisitos exclusivos da imagem pediátrica, garantindo a menor dose possível. O SURE Exposure ajusta as configurações de qualidade de imagem para levar em conta requisitos adicionais e limitar as configurações máximas de mA para reduzir a dose em pediatria. Desta forma, a minimização da radiação começa a funcionar a partir do momento em que um paciente é registrado no console do TC. Monitorando a idade do paciente durante o processo de registro, o software automaticamente leva o operador ao conjunto otimizado de protocolos pediátricos.

Ao longo dos anos, o comprometimento da Canon Medical com a redução da dose foi traduzido no lançamento de diversas tecnologias atuantes tanto no processo de formação, como também de reconstrução da imagem aliadas ao SUREExposure. A reconstrução iterativa AIDR3D (Adaptative Iterative Dose Reduction), que atualmente está em sua 4 geração, foi projetada para trabalhar tanto com o raw data, quanto com os dados no domínio da reconstrução. Neste

processo há uma significante redução de ruído resultando em estudos pediátricos de baixa dose.

O AiCE (Advanced intelligent ClearIQ Engine) foi o primeiro reconstrutor de imagens em Deep Learning do mundo. Trata-se de uma tecnologia inovadora que foi treinada para reduzir o ruído e aumentar o sinal, fornecendo imagens nítidas em alta velocidade. A combinação da utilização do SUREExposure e o AiCE é capaz de reduzir a dose de radiação em

até 82%, proporcionando imagens de excelente qualidade e resolução, algo fundamental em exames pediátricos.

Mais recentemente, um filtro de energia de modelagem de feixe, que aproveita as propriedades de atenuação de fótons da prata para remover seletivamente fótons de baixa energia, foi introduzido na prática clínica. O SilverBeam remove todas as energias de fótons baixos desnecessárias para reduzir significativamente a dose. Desta forma, tem-se uma tomografia de tórax pediátrico com a dose semelhante a um exame de raios-X.

Outro exemplo do compromisso Canon em manter o princípio ALARA (as low as reasonably achievable) em pacientes pediátricos é seu envolvimento na campanha The Image GentlySM. A campanha Image Gently foi desenvolvida para aumentar a conscientização sobre a dose de radiação em imagens pediátricas e promover as melhores práticas para redução de dose. O compromisso da Canon com o diagnóstico por imagem centrado no paciente e o apoio à campanha Image Gently exigem o desenvolvimento contínuo de tecnologias que melhoram a segurança do paciente pediátrico.

FEV / MAR 23 nº 132 20 CONTEÚDO DA MARCA
Por Henrique Cirino (x)
Redução de dose tem sido uma das preocupações da Canon Medical em todos os seus lançamentos, focados em oferecer mais segurança para o paciente pediátrico, que será o foco da JPR´2023. (x) Henrique Cirino Líder Estratégico de Aplicação Técnica – TC Canon Medical Systems do Brasil

Elastografia pode reduzir cirurgias tireoidianas

meio da elastografia por ultrassom (EUS) 2D shear wave (2D-SWE), visando melhorar o teste diagnóstico pré-operatório e reduzir o número de cirurgias com objetivo de diagnóstico.

citologicamente indeterminados nos exames de punção aspirativa por agulha fina.

Trata-se da elastografia por ondas de cisalhamento (2D shear wave). O grande benefício é que ele pode evitar a realização de cirurgias para elucidar se tais nódulos, identificados nesses grupos citológicos, são benignos ou carcinomas.

“A punção aspirativa por agulha fina é incapaz de classificar um nódulo tireoidiano como benigno ou maligno em até 30% dos casos (Classificação de Bethesda III e IV)”, conta o Dr. Pedro Henrique de Marqui Moraes, médico radiologista e autor da tese. Ele explica que a dificuldade do manejo clínico e seguimento destes nódulos levam grande parte desses pacientes à tireoidectomia. Entretanto, cerca de 20% de nódulos são confirmados com histologia maligna na análise histológica final, após o procedimento cirúrgico.

O estudo de Pedro Moraes, que é coordenador médico de Ultrassonografa no INRAD - Instituto de Radiologia HCFMUSP, propôs-se a selecionar os nódulos tireoidianos com maior risco para malignidade dentre os citologicamente indeterminados à punção aspirativa por agulha fina por

EVENTOS

Em março, Imagine´2023

Para tanto, foram avaliados 56 pacientes e 62 nódulos Bethesda III e IV após punção aspirativa por agulha fina (casos de atipia, lesão folicular de significado indeterminado ou neoplasia folicular, célula de Hürthle) por ultrassonografia convencional (modo B), duplexDoppler colorido e 2D-SWE. Então, os dados foram comparados com os resultados histológicos após a ressecção cirúrgica do nódulo (padrão ouro), que identificou 56,4% (35 dos 62 nódulos) de nódulos benignos e 43,6% (27 dos 62) de carcinomas. Nos resultados o autor detalha que “os preditores de malignidade foram identificados por meio de análise multiparamétrica por regressão logística múltipla, sendo a RDM (calculada em kPa) o melhor parâmetro para análise do risco dos nódulos indeterminados e que os nódulos com RDM acima de 1,53 apresentaram 54,24 vezes maiores chances para malignidade. “O modelo utilizando os dois parâmetros produziu uma área sob a curva ‘receiver operating characteristic’ (ROC) de 0,976 (intervalo de confiança de 95%: 0,945-1,000)”, completa ele.

A tese de doutorado, intitulada “Contribuição da elastografia por ondas de cisalhamento (2D shear wave) na avaliação dos nódulos tireoidianos indeterminados à citologia, comparando aos achados histológicos”, foi apresentada em dezembro de 2022, para uma comissão julgadora formada por Maria Cristina Chammas (presidente), Fábio Luiz de Menezes Montenegro, Suemi Marui e Ricardo Miguel Costa de Freitas.

ONCOLOGIA

Interior Paulista realiza o V Encontro de Cancerologia

As inscrições estão abertas para o XXI Congresso de Radiologia e Diagnóstico por Imagem do HCFMUSP – Imagine´2023, que ocorrerá nos dias 15 e 16 de março, em modelo híbrido. Mais uma vez o evento será realizado no espaço de eventos do InRad-HCFMUSP, em São Paulo.

Neste modelo flexível o participante poderá escolher o formato que mais atenda as suas necessidades. Ele pode fazer a inscrição no modelo presencial, nos auditórios do Instituto, modalidade ideal para networking e visita a área de exposição com contato às novidades do mercado; on-line, para ser assistido ao vivo; e no híbrido pode se escolher quais dias deseja acompanhar o congresso, seja presencialmente ou de maneira on-line. Os módulos de medicina nuclear e radioterapia devem ser acompanhados exclusivamente no formato On-line, pois não haverá auditório presencial.

O Imagine, tradicional evento da área de radiologia e diagnóstico por imagem é promovido pelo Instituto de Radiologia da USP (InRad – HCFMUSP). A comissão organizadora, formada por Prof. Dr. Giovanni Cerri, Dra. Maria

Cristina Chammas, Dra. Claudia da Costa Leite e Dra. Eloisa Maria Mello Gebrim, preparou uma programação científica envolvendo questões como prática diária, desafios atuais e futuros da radiologia e diagnóstico por imagem. Além disso, o programa contará com a participação do corpo clínico do InRad e mesas de trabalhos que serão estruturadas para oferecer a melhor experiência para os participantes. Serão aulas e discussões ao vivo, com intuito de lapidar, enriquecer e atualizar os conhecimentos do participante.

Após o término do evento os organizadores terão um período de edição do material de aproximadamente 30 dias, para disponibilizar na plataforma e o participante terá mais 90 dias para visualização (3 meses), a contar da data do envio do e-mail com login e senha de acesso, sem a possibilidade de prorrogação. O acesso on-line é permitido de qualquer dispositivo com acesso à internet. Os certificados para os participantes estarão liberados para download em até 20 dias após o evento através da plataforma de inscrição.

Escolha a forma de participação e faça a sua inscrição. Vagas presenciais limitadas. Informações e inscrições pelo site https://congressoimagine.com.br

D

e 23 a 25 de março será realizado o V ECIP – Encontro de Cancerologia do Interior Paulista e o XII Simpósio de Mastologia, Oncologia e Imaginologia Mamária, no Centro de Convenções FAMERP, em São José do Rio Preto, para discutir os aspectos e desafios do tratamento do câncer.

Após três difíceis anos da pandemia de COVID-19 em que o evento teve suas edições inteiramente online, retorna neste ano no tradicional formato presencial. Nesta edição a comissão organizadora preparou uma programação de qualidade e alto nível acadêmico, englobando todas as áreas da oncologia com interface entre áreas clínicas, cirúrgicas, radioterapia e equipe multidisciplinar, além de possibilitar a troca de experiências e criação de vínculo entre os participantes. O público alvo são todos profissionais de saúde.

O encontro já é um dos maiores eventos do interior do país na área e cada vez mais pretende agregar todos os colegas profissionais da saúde em oncologia da região nessa jornada – construindo um evento plural e de alto nível para ficar marcado no calendário anual da oncologia paulista – mostrando que há medicina e conhecimento em saúde de qualidade no interior, longe das capitais.

Mais informações sobre o evento e inscrições no link: https://www.ecip.com.br/

FEV / MAR 23 nº 132 21
TESES Por Valéria de Souza e Luiz Carlos de Almeida (SP)
Tese de doutorado, na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), apontou que um exame é capaz de selecionar nódulos malignos na tireoide dentre aqueles que foram
Dr. Pedro Henrique Marqui de Moraes, no InRad.

Parceria CBR/SBUS unifica a titulação de ultrassonografistas

Desde novembro passado a ultrassonografia brasileira comemora a conquista da unificação das titulações médicas da área devido ao convênio estabelecido entre a Sociedade Brasileira de Ultrassonografia (SBUS) e o Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR).

om essa parceria as entidades médicas que contam com a anuência do Conselho Federal de Medicina e da Associação Médica Brasileira caminharão juntas, inclusive na realização de uma Prova de Habilitação única e anual.

O professor Francisco Mauad Filho que sempre foi um defensor da unificação da concessão do título de especialista da categoria e teve um papel importante nesse acordo falou ao jornal ID Interação Diagnóstica sobre o desfecho dessa velha luta.

Jornal ID – Professor, como incentivador do acordo firmado, quais as expectativas para os especialistas da área?

Professor Francisco Mauad Filho – O mais importante é unir os ultrassonografistas para que a Ultrassonografia seja uma área de atuação forte. O fato deles se unirem significa que juntos terão uma força maior para reivindicar o que a especialidade precisa. O CBR tem oferecido um título de especialista em diagnóstico por imagem, na área de atuação em ultrassonografia, e da mesma forma, a SBUS está fazendo essa certificação, e isso unificado, será de grande valia para todos os ultrassonografistas. Sabemos que profissionais de outros segmentos na área da saúde (não médicos) têm interesse em fazer ultrassonografia. Mas, desde 1992, existe uma lei que afirma que ultrassom diagnóstico é procedimento médico. Então, como é que vamos fortalecer isso? Com a união dos médicos ultrassonografistas e entidades é que se cria essa força. Essa

parceria foi uma grande evolução.

Jornal ID – Todos os filiados da SBUS poderão se beneficiar ou terão que fazer nova prova?

Professor Francisco Mauad Filho –Acredito que todos os Ultrassonografistas do país, da SBUS e CBR, serão beneficiados. Tivemos a sorte no ano passado, de ter como o Presidente do CBR, o Dr. Valdair Muglia, uma pessoa que sabe de todos esses processos burocráticos que estão acontecendo na

da Fatesa, é membro atuante na área de ultrassom e analisa a importância dessa decisão, que valoriza a área do diagnóstico por imagem, como um todo.

Ultrassonografia, e juntamente com o Dr. Rui Gilberto Ferreira – Presidente da SBUS – ambos muito sensatos, observaram todas essas questões e possibilitaram a viabilização dessa parceria. Quem ganhou com isso foi a Ultrassonografia, os ultrassonografistas, os associados da SBUS e CBR e também o paciente, pois essa união e esse reconhecimento e uma prova única farão desses médicos, profissionais mais preparados, sem dúvida alguma. Esses médicos tendo esse reconhecimento

mediante seu conhecimento comprovado por entidades de excelência na área e grande preparo em Ultrassom prestarão serviços especializados e de qualidade.

Jornal ID – E quanto aos membros do CBR? Ficam reconhecidos pela SBUS automaticamente?

Professor Francisco Mauad

Filho – Esse reconhecimento está sendo estudado mediante a questão de uma prova única. Para os ultrassonografistas que fizeram prova pela SBUS, a sociedade está avaliando como será em relação a certificação.

Jornal ID – Para a Ultrassonografia brasileira qual a importância dessa decisão?

Professor Francisco Mauad

Filho – Essa decisão de unificação foi de extrema importância para a ultrassonografia, mas temos que pensar nos programas de aperfeiçoamento para que o médico tenha horas de treinamento imprescindíveis para capacitá-lo a realizar exames de ultrassonografia com precisão, segurança e comprovar diagnósticos precisos. Para isso justificam – se os programas voltados para os aperfeiçoandos. Na FATESA, temos um programa de aperfeiçoamento junto ao CBR – Colégio Brasileiro de Radiologia, por sinal, muito bem desenhado, que capacita o médico ao longo de 2 (dois) anos, e espero que isso seja possível também na SBUS com essa união. As entidades médicas caminharão juntas, SBUS, CBR e AMB, para que os ultrassonografistas tenham aparato e a ultrassonografia a união e força necessária como área de atuação.

Os 30 anos da SBUS com intensa atividade de atualização

A SBUS – Sociedade Brasileira de Ultrassonografia está preparando diversas atividades científicas e de atualização para este ano de 2023, com parte das comemorações dos seus 30 anos de fundação. Os eventos culminarão com a realização do seu 27º Congresso Brasileiro de Ultrassonografia, programado para o período de 18 a 21 de outubro, no Centro de Convenções Rebouças, em São Paulo.

Presidida pelo Dr. Rui Gilberto Ferreira, a entidade abre seus trabalhos neste mês de fevereiro com um “webinar SBUS neste dia 15 de fevereiro, mas, podendo ser acessado, e que tratará do tema “US de placenta enfatizando o acretismo placentário”, moderado pela dra. Danielle Bitencourt Sodré Barmpas, com a participação do dr. Conrado Milani Coutinho. Para acessar: ID:81024293826.

Interação Diagnóstica é uma publicação de circulação nacional destinada a médicos e demais profissionais que atuam na área do diagnóstico por imagem, especialistas correlacionados, nas áreas de ortopedia, urologia, mastologia, gineco-obstetrícia.

Conselho Editorial

Sidney de Souza Almeida (In Memorian), Alice Brandão, André Scatigno Neto, Augusto Antunes, Bruno Aragão Rocha, Carlos A. Buchpiguel, Carlos Eduardo Rochitte, Carolina Rimkus, Dolores Bustelo, Felipe Kitamura, Hilton Augusto Koch, Lara Alexandre Brandão, Marcio Taveira Garcia, Maria Cristina Chammas, Nelson Fortes Ferreira, Nelson M. G. Caserta, Regis França Bezerra, Rubens Schwartz, Omar Gemha Taha, Selma de Pace Bauab e Wilson Mathias Jr.

Consultores informais para assuntos médicos. Sem responsabilidade editorial, trabalhista ou comercial.

Fundado em Abril de 2001

Jornalista responsável: Luiz Carlos de Almeida – Mtb 9313

Redação: Lizandra M. Almeida, Claudia Casanova, Fanni Zygband, Hellen S. dos Santos Suzuki, Valeria Souza e Sandra Regina da Silva

Tradução: Fernando Effori de Mello

Arte: Marca D’Água

Fotos: Cleber de Paula e Evelyn Pereira.

Imagens da capa: Getty Images

Administração: Ivonete Braga

Impressão: Formato Editorial

Periodicidade: Bimestral

Tiragem: 12 mil exemplares

impressos e 35 mil via e-mail

Edição: ID Editorial Ltda.

Administração: Rua dr. Palinuro, 255 Centro de Tietê, SP – 18350-000 Contatos: (11) 99901-0195

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E-mail: id@interacaodiagnostica.com.br www.interacaodiagnostica.com.br

FEV / MAR 23 nº 132 22
ESPECIALIZAÇÃO
Por Luiz Carlos de Almeida
EXPEDIENTE
C
Colaborou Patricia Badessa (RP). Prof. Francisco Mauad Filho,

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