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Cibele Carvalho é a nova presidente da CBR

Num ambiente festivo, para marcar a data e a necessidade das pessoas “se encontrarem”, a dra. Cibele Carvalho assumiu a presidência do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por imagem (CBR) para o biênio 2023/2024.

Primeira médica radiologista a assumir o mais alto cargo da instituição, Cibele Carvalho enfatiza que o grande desafio da entidade é similar ao das demais associações médicas: mostrar aos associados a relevância do trabalho em prol da boa medicina, da especialidade e da população”.

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Com a experiência de presidir a Sociedade de Radiologia de Minas Gerais e integrar a diretoria do próprio Colégio, a radiologista com MBA em Gestão de Hospitais e Serviços de Saúde pela FGV se sente preparada para, como presidente, dar continuidade ao trabalho das últimas gestões do CBR e à sua missão pessoal de defender os radiologistas e sua importância em relação ao cuidado do paciente. “A gente tem mostrado que a inteligência artificial não vai substituir o trabalho do radiologista, mas precisamos sair de trás das telas das nossas workstations, dos nossos computadores, para entendermos que somos muito importantes na conduta e no tratamento”, disse ela em entrevista exclusiva ao jornal ID Interação Diagnóstica.

ID – Como a senhora vê a eleição de uma mulher como presidente do CBR?

Dra. Cibele – Eu vejo de uma forma bem natural. Eu acho que as mulheres têm mostrado que podem ocupar cargos de gestão, de liderança, da mesma forma que os homens, então, eu não vejo isso como exceção, abertura de caminhos ou quebra de tabu. Eu entendo que isso aconteceu porque, naturalmente, uma mulher mostrou que teria condições de assumir a liderança do Colégio Brasileiro de Radiologia.

ID – A sua eleição reflete um momento de muitas modificações, um grande avanço. O que a senhora pode falar sobre isso?

Dra. Cibele – A questão de uma mulher presidir o CBR é realmente um avanço e reflete esse momento de modificações em relação ao papel das mulheres. A mulher, muitas vezes, não prioriza o trabalho como liderança associativa porque ela entende que já tem muitas atribuições e que este papel ficaria, de certa forma, prejudicado. Isso tendo em vista atribuições do trabalho como radiologista, nesse caso, ter que cuidar da família, dos filhos... mas eu entendo que existindo uma boa gestão do tempo, é possível conciliar. A mulher começou a perceber que ela pode contribuir, que ela dá conta de fazer isso tudo e que ela não precisa priorizar algumas coisas em detrimento de outras, organizando o tempo, o fluxo de trabalho, tudo é possível.

ID – Percebe-se que o CBR vem mudando o seu perfil nestas últimas gestões? Pode falar alguma coisa sobre isso?

Dra. Cibele – Sim, o grande desafio das associações, das entidades médicas, é mostrar para o associado o trabalho que nós fazemos em prol da medicina, em prol da especialidade. Eu acho que a gente da CBR tem conseguido isso e melhorado a comunicação com os associados, principalmente na valorização do trabalho, da especialidade, do médico, do radiologista, mostrando as diversas atividades permanentes dessa associação.

ID – Os tempos mudaram e as entidades associativas sentiram essa mudança. Como o CBR está se ajustando?

ID – A experiência na defesa profissional é um dos atributos do seu currículo. Como poderá ajudar o CBR com esta experiência?

Dra. Cibele – Eu realmente me classifico como uma pessoa com esse viés dentro da atividade associativa. É muito pujante o trabalho pela defesa profissional, pela defesa da boa medicina, da especialidade de radiologista e por esse médico que todos os dias sai para trabalhar enfrentando desafios. Há vários questionamentos diários na nossa prática profissional, mas ao exercermos o respeito ao paciente, inserido nessa linha de cuidado, a gente tem mostrado que a inteligência artificial não vai substituir o trabalho do radiologista. Mas precisamos sair de trás das telas das nossas workstations, dos nossos computadores, para entendermos que somos muito importantes na conduta e no tratamento. O melhor diagnóstico reduz o custo de todo o sistema de saúde e o maior beneficiado é o paciente. A gente precisa sensibilizar os novos radiologistas, os jovens radiologistas quanto a isso, sobre a importância da nossa inserção dentro dessa linha de cuidado do paciente.

Dra. Cibele – O CBR está tentando cada vez mais mostrar para o associado a importância da sua atividade, da sua atuação como associação. O CBR atua em diferentes frentes. Do ponto de vista jurídico, atua juntamente com a Associação Médica Brasileira e com o Conselho Federal de Medicina na defesa da especialidade, para que cada vez mais nós possamos mostrar a importância do médico radiologista dentro do cuidado, do diagnóstico, do tratamento do paciente. Mas o CBR também tem buscado outros caminhos como, por exemplo, a questão da certificação. Hoje há o Padi (Programa de Acreditação em Diagnóstico por Imagem) que é o único programa de qualidade do serviço de saúde voltado especificamente para exames de imagem, isso eu considero uma grande conquista. A gente tem falado desde 2013 sobre a importância da segurança e do cuidado do paciente e essa segurança também existe dentro da radiologia, seja no uso dos meios de contraste, seja na utilização de campos magnéticos ou na realização da radiação ionizante. Tudo isso é estudado todos os dias pelo Colégio para que cada vez mais o paciente tenha uma menor exposição do ponto de vista de risco, mas também tenha um melhor diagnóstico. Dessa forma, a qualificação dos serviços, as certificações, o reconhecimento, inclusive do valor pecuniário pelas atribuições desses serviços, têm se destacado. O Colégio tem que ser normativo e mostrar para o médico radiologista qual é o melhor caminho de atuação, com mais segurança para um melhor diagnóstico, tem que fazer o bem para o todo, ao ajudarmos a população na busca pela qualidade na prestação de serviço todos ganham.

ID – Planos: Qual a expectativa e planos para a sua gestão?

Dra. Cibele – Eu não proponho grandes conquistas, eu vou tentar dar continuidade ao crescimento do Colégio Brasileiro de Radiologia, às mudanças positivas que o Colégio teve nas últimas gestões. Eu acho que saber dar continuidade a essas conquistas é buscar o papel institucional porque eu acho que esse é o meu papel. Não sou da política da defesa dos interesses privados e particulares, mas eu sou a favor da defesa da gestão institucional, da defesa do Colégio, da valorização da especialidade e dos médicos da radiologia e do diagnóstico por imagem. Então não trago tanta expectativa, mas que eu possa fazer o que for de forma correta e consiga ter sabedoria para buscar as melhores escolhas.

Parcerias valorizarão a ultrassonografia

Anova diretoria do Colégio

Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR) para o biênio 20232024, marca o início de uma nova etapa na história da instituição, com uma significativa participação feminina. Além da dra, Cibele de Carvalho, presidente.

A Mesa de Cerimônia foi composta por: Dr. Aldemir Soares, representando o Conselho Federal de Medicina (CFM), Dra. Maria Rita de Souza Mesquita, representando a Associação Médica Brasileira (AMB), Dr. Alair Sarmet Santos, presidente do Conselho Consultivo do CBR (biênio 2021-2022), Dr. Valdair Muglia, presidente do CBR (biênio 2021-2022) e pela presidente eleita, Dra. Cibele Carvalho.

A eleição marca também uma significativa participação de médicas, como as dras. Mayra Veloso, do Distrito Federal, dra. Alice Schuch, do Rio Grande do Sul, Dra. Linei Urban, do

Paraná e dra. Juliana Zapparolli, do Amazonas, com intensa atuação e participando de instituições de referência.

Em seu discurso, Dra. Cibele enalteceu o papel da mulher médica radiologista, relembrando personagens pioneiras na história da radiologia brasileira. Na ocasião foram empossados os seguintes membros que compõem o biênio 2023-2024:

Presidente - Dra. Cibele Carvalho (MG)

1º Vice-presidente - Rubens Chojniak (SP)

2º Vice-presidente - Hélio Braga (BA)

1º Secretário - Bernardo Tessarollo (RJ)

2ª Secretária - Mayra Veloso (DF)

1º Tesoureiro - Gustavo Balthazar (BA)

2ª Tesoureira - Alice Schuch (RS)

Diretor Científico - Ronaldo Hueb Baroni (SP)

Diretor de Comunicação - Robertson Bernardo (MG)

Diretora Cultural - Linei Urban (PR)

Diretora de Defesa Profissional - Juliana Tapajós (AM)

Diretor de Relações Internacionais - Maurício Zapparolli (PR)

Diretor da ABCDI -