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Ultrassonografia Torácica Realidade Consolidada – Conceitos Fundamentais

Introdu O

A Ultrassonografia Torácica (USt) realizada à beira-leito otimiza o diagnóstico no paciente crítico ao possibilitar a avaliação rápida de alterações da parede torácica, dos espaços pleurais, do diafragma e do parênquima pulmonar, com elevada sensibilidade e especificidade, sem necessidade de transporte ao setor de imagem, evitando o deslocamento de pacientes críticos e contaminados para outros setores. No cenário da pandemia de Covid-19, assumiu papel relevante no atendimento de urgência a dos pacientes com insuficiência respiratória grave.

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Avalia O

A USt inclui a visualização da parede torácica, do diafragma, de deslizamento pulmonar, da pleura e do parênquima pulmonar. O exame é feito segundo protocolo nas zonas de triagem, e orienta-se a realização de uma varredura ao longo dos espaços intercostais para definir a extensão das alterações identificadas.

Um transdutor linear de alta frequência (7,5-10 MHz) é adequado para o exame da parede torácica e da pleura, com a avaliação do parênquima pulmonar periférico, no qual devem ser avaliadas as linhas subpleurais, sinais de consolidação e até mesmo vascularização do parênquima nas consolidações. O transdutor linear ainda consegue fornecer maiores detalhes sobre as características de um eventual derrame pleural, como presença de debris e septações. Deve-se, no entanto, complementar a avaliação do parênquima mais profundo, bem como a avaliação de volumes maiores de derrame pleural ou pericárdico, com o transdutor curvilíneo de baixa frequência (3,5-5 MHz).

No paciente crítico o posicionamento para realização do exame pode ser desafiador. Sempre que possível, deve-se realizar a avaliação torácica bilateral e ântero-posterior para aumentar a sensibilidade e especificidade do exame.

Na USt o transdutor deve ser posicionado no sentido crânio-caudal e perpendicular às costelas no plano longitudinal, de forma que o campo pulmonar seja visualizado entre duas costelas, identificadas pela sombra posterior, o chamado bat sign (Figura 1). Em algumas situações se faz necessário o uso do transdutor paralelo às costelas em espaço intercostal ou subcostal, vislumbrando maior janela acústica para a avaliação do parênquima. Entre duas costelas, a pleural é visualizada como uma linha hiperecoica que desliza suavemente e, sincronizada com a respiração (seta amarela da Figura 1). No modo M (modo movimento) a imagem de um objeto em particular é acompanhada ao longo do tempo, e o deslizamento do pulmão é representado pela imagem sinal da praia (padrão linear de tecido relativamente imóvel acima da linha pleural, e padrão granular de tecido pulmonar em movimento abaixo da linha pleural, conforme a Figura 2.

ESTUDO DOS ARTEFATOS – ABC DA ULTRASSONOGRAFIA PULMONAR

Esta técnica inclui, em geral, exame em decúbito dorsal e em pelo menos seis regiões de cada pulmão, conforme Figura 3.

O padrão normal da USt é definido pelo deslizamento do pulmão pela presença de linhas A e linhas B. No modo M, o parênquima pulmonar normal apresenta-se como o sinal da praia.

Em indivíduos saudáveis, são visualizadas linhas hiperecogênicas, horizontais, equidistantes, paralelas à pleura, denominadas linhas A, resultado de reverberações repetidas da linha pleural, indicando presença de ar subpleural (Figura 3).