Jornal O Lábaro | Diocese de Taubaté | Janeiro e Fevereiro de 2023

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O LÁBARO

Diocese de Taubaté - SP

Editorial

A primeira edição do jornal ‘O Lábaro’ de 2023, além das notícias eclesiais que marcam o início do novo ano, repercute também a morte e contribuições do papa Bento XVI, falecido no último dia civil de 2022. Uma singela expressão de agradecimento e compromisso com seu legado magisterial.

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Palavra do Bispo

A Doutrina Social da Igreja é instrumento de evangelização; é o evangelho aplicado às relações em sociedade. Nada do que é humano é alheio à evangelização. Não se evangeliza o homem abstrato, mas concreto, situado e condicionado pelo conjunto dos problemas sociais e econômicos.

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Opinião

O extremismo não constrói, não pensa, não busca conhecer, não respeita, não contribui, não dialoga. Não serve para o povo, nem para a nação, nem para a pátria. Será sempre algo a envergonhar a história do país e da humanidade.

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Espiritualidade

Deus dá a todos a mesma medida. Ele não ama mais a uns do que a outros. Ama com a mesma intensidade. O que faz a diferença é o que fazemos com a medida que nos cabe. Que os mares da vida não nos intimidem, pois Deus já deixou em cada um de nós o poder de atravessá-los.

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Diocese em Foco

Diocese de Taubaté celebra a ordenação diaconal do seminarista Marciano Inácio

No ano em que a Igreja no Brasil celebra o 3º ano vocacional, a Diocese de Taubaté pode vivenciar um momento de celebração vocacional significativo ao final do mês de janeiro. O jovem seminarista Marciano Inácio Batista, natural da cidade de Santo Antonio do Pinhal - SP, foi ordenado pelo bispo diocesano, Dom Wilson Angotti Filho, na catedral diocesana São Francisco das Chagas, em Taubaté.

Na celebração, que contou com a presença do clero diocesano, religiosos,

familiares e membros do povo de Deus presentes na diocese de Taubaté, Dom Wilson Angotti destacou a importância do ano vocacional e quais os trabalhos fundamentais do ministério do diaconato.

Conheça um pouco mais do percurso formativo do diácono Marciano Inácio, do lema bíblico que o inspirou na sua entrega de doação à Igreja, de seu testemunho vocacional e mais detalhes desse dia marcante para sua vocação e significativo para a diocese de Taubaté.

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Tema Pastoral

No 3º ano vocacional vivenciado na Igreja do Brasil, diocese de Taubaté promove visita da imagem do Bom Pastor nas paróquias, mobilizando reflexões, orações e encontros em prol das vocações.

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"Senhor, eu te amo". (Últimas palavras de Bento XVI)

Bento XVI morreu. Tal foi a notícia com que amanheceu o último dia de 2022. Serenamente, depois de uma longa vida, Joseph Alouisius Ratzinger entregou sua alma a Deus no silêncio do Mosteiro Mater Ecclesiae, onde residia desde sua renúncia ao Papado, em 2013, dentro do próprio Vaticano.

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Desde 1910 - Edição nº 2.214 - Janeiro e Fevereiro 2023 Distribuição Gratuita

Editorial

A Igreja Católica em todo o mundo foi noticiada da morte de seu papa Emérito Bento XVI, no último dia civil de 2022, a 31 de dezembro. No dia em que a humanidade reflete o tempo e se motiva na esperança, ocasião em que os homens visam reestabelecer seus propósitos, Bento XVI deixa o tempo para adentrar na eternidade, alcança o objeto final e total da esperança e sua morte convida a pensar a meta suprema que é a glória. Faz refletir sobre a brevidade do tempo humano e a necessidade de direcionar a jornada da vida à eternidade. Tal como o leito dos grandes rios que se direciona ao mar.

Na presente edição do jornal ‘O Lábaro’, algumas reflexões e notícias repercutem e demarcam as contribuições eclesiais e perfil desse grande líder eclesial. Homem de ciência teológica profunda, que buscou iluminar a Igreja com reflexões de fé nos tempos desafiadores e águas agitadas da cultura atual. Como o próprio Bento XVI chegou a expressar: “Eu sabia bem que a minha força –se eu tivesse uma – era aquela da apresentação da fé em modo adequado à cultura do nosso tempo”.

Que a presente edição do jornal ‘O Lábaro’ seja uma singela expressão de agradecimento a Deus pela sua vida, expressão de consciência e compromisso de nos determos e aprofundarmos o grande legado magisterial por ele deixado. Que ele contemple inebriado e feliz a face de Deus, que nos esforços da teologia e do magistério, sobre o véu do mistério da fé e pelos pincéis da linguagem humana, ele convidou os homens a contemplarem.

Crônica

No dia 11 de fevereiro de 2013, Bento XVI anunciava a sua renúncia ao ministério de papa. Foi uma notícia bombástica nos jornais do mundo todo. No Brasil, foi a notícia da manhã. Lembro-me do meu irmão me acordando para contar e eu debochando da mentira que ele estava falando, que não era uma mentira, na verdade.

Para a história da Igreja, mais que um fato, foi um evento de grandes proporções, porque o último papa que tinha renunciado à função fora Celestino V, em 1294. Para a história civil, também foi um marco, já que Bento XVI enfrentava a dura questão da pedofilia na Igreja e muitos jornais o acusavam de omissão diante dos acontecidos ao redor de todo o mundo. Nem bem a notícia tinha sido digerida e mais um evento: o primeiro papa não europeu, “do fim do mundo”, no dizer dele próprio, assumia o pastoreio da Igreja: dom Bergoglio se tornava Francisco.

Duas cenas dessa transição de papados

A serviço da evangelização

Vandalismo e destruição, desrespeito com a história e a cultura, violência e agressão, ignorância, autoritarismo antidemocrático golpista, desprezo a direitos e valores humanos. Foi isso o que vimos horrorizados em Brasília, na baderna promovida por extremistas, no dia de 8 de janeiro. Um dia infame que ficará registrado na história sobre a histeria dos atos golpistas. Ficará registrados nos anais dos poderes públicos, nos livros de história, nas imagens publicadas na internet e na memória dos que assistiram esses horrores pela televisão.

O que esses baderneiros fizeram na tarde daquele domingo não tem nada a ver com manifestação democrática. Foi uma tentativa malsucedida de golpe. Sedição, rebelião. Isso deve ser combatido, tratado como ilegal, proscrito e enquadrado de acordo com as leis penais em defesa do estado de direito. Extremistas invadem as casas dos três poderes republicanos do Brasil promovendo vandalismo e destruição. Sem pauta política não tinham nenhuma proposta, nem projeto. Mostraram apenas sua sanha destrutiva, barbárie e loucura de massa levada ao ápice por ideias monolíticas e herméticas.

Se dizem conservadores, contudo danificaram ou depredaram patrimônio histórico da nação. Se dizem patriotas, no entanto, profanaram as imagens dos heróis da pátria. Se dizem pelos bons costumes, todavia gravaram imagens de um homem, calças arriadas, simulando defecar em público. Se dizem defensores da liberdade, porém, atacaram a sede das instituições da República. Se apresentam como detentores da verdade, mas vandalizaram obras de arte

Não precisamos de extremismos

e peças valiosas de nossa história. Dizem representar o povo formando uma turba de desordeiros que arrombaram as Câmaras dos representantes do povo, organizando-se como uma seita a partir de senhas secretas e sinais só conhecidos por eles mesmos.

E o mais deplorável, se dizem cristãos, porém arrancaram com violência e atiraram ao chão símbolos religiosos do cristianismo, como o crucificado que alteava o plenário do Supremo Tribunal Federal.

O extremismo não constrói, não pensa, não busca conhecer, não respeita, não contribui, não dialoga. Não serve para o povo, nem para a nação, nem para a pátria. Será sempre algo a envergonhar a história do país e da humanidade, como no passado foi o fascismo e o nazismo, assim como tantas outras ditaduras de extrema esquerda ou de extrema direita. Nós não precisamos de extremismos ou de extremistas.

Espanto, indignação e repúdio ao vandalismo vistos em Brasília, na tarde do domingo, 8 de janeiro. Esses são os sentimentos que atingem as verdadeiras pessoas de bem, os que prezam a democracia, a ordem e a justiça. Nem é preciso dizer que um cristão não compactua com atos violentos para impor a própria vontade acima da lei e do direito.

As autoridades constituídas prometeram investigação apurada e punição dentro dos rigores da lei. É o que esperamos. E pagaremos caríssimo se não vermos isso acontecer.

O papa que renunciou

ainda me chamam muito a atenção. A primeira foi quando Bento XVI anunciava, em latim, a sua renúncia e os presentes na ocasião manifestaram cara de confusão: “será que ouvi direito? Renúncia?”. Era impensável um papa renunciar. Bento inovava e era fiel à tradição, ao mesmo tempo, ligando-se à coragem de Celestino V e à consciência das necessidades da Igreja no mundo contemporâneo.

A segunda cena é uma foto, central para entender a renúncia de Bento e o ponto de partida de Francisco. Quando o Papa Francisco, já devidamente assumido o cargo, encontrou-se com seu predecessor, agora papa emérito, estavam os dois em duas poltronas próximas à uma mesa de centro. Sobre esta mesa haviam um caixote. Demorou um tempo para os jornalistas descobrirem o que havia na misteriosa urna. No fim, soube-se que ela trazia um dossiê pedido pelo Papa Bento a alguns cardeais, sobre problemas e escândalos no Vaticano.

A renúncia de Bento XVI pode ser interpretada por esta foto. Por tudo o que ele declarou publicamente, sua renúncia foi motivada pela consciência dos graves problemas que assolavam a Igreja, pelos escândalos no Vaticano e pela sua noção de que não teria condições “físicas, mentais e espirituais de exercer o cargo”, como afi rmou no livro-entrevista Luz do mundo.

Alguns o acusaram de abandonar a cruz. Prefi ro ficar com os que interpretam que ele foi lúcido e pastoral: foi até o máximo que pode e, não podendo ir além, passou a bola para a frente. O certo, parece-me, é que as reformas de Francisco começaram com a coragem de Bento em mexer nas feridas da Igreja.

O LÁBARO A serviço da evangelização! 2 Janeiro e Fevereiro 2023
Diretor: Côn. José Luciano Matos Santana Editor: Pe. Thomás Ranieri da Silva Jornalista Responsável: Pe. Jaime Lemes MTB 62839/SP Conselho Editorial: Pe. Marcelo Henrique de Souza, Pe. Julius Rafael Silva de Barros Lima e Valquiria Vieira. Diagramação: Valquíria Vieira Revisão: Ana Regina de Oliveira e Wilse Mara Galvão Departamento de Comunicação da Diocese de Taubaté Avenida Professor Moreira, nº 327 – Centro – Taubaté/SP. CEP 12030-070 Impressão: Katú Editora Gráfica Tiragem: 5.000 | Distribuição dirigida e gratuita Site: www.diocesedetaubate.org.br email: pastoral@diocesedetaubate.org.br www.facebook.com/diocesedetaubate As matérias assinadas são de inteira responsabilidade de seus autores, não emitem necessariamente a opinião deste veículo.
LÁBARO
Opinião
Pe. Marcelo Henrique Reitor do Seminário de Filosofia

Palavra do Bispo

O QUE É A DOUTRINA SOCIAL DA IGREJA

“Deus não enviou seu Filho ao mundo para condená-lo, mas para que o mundo seja salvo por ele” (Jo. 3,17).

Ao longo deste ano, vamos dedicar esse espaço a apresentar os principais aspectos da Doutrina ou Ensinamento Social da Igreja. A intenção é apresentar essa temática de modo simples, ao modo de primeira abordagem. Para isso, teremos por base o “Compêndio da Doutrina Social da Igreja”, publicado pelo Pontifício Conselho Justiça e Paz, da Santa Sé, a pedido do então Papa João Paulo II. O Compêndio, como o próprio nome indica, é uma apresentação condensada ou resumida do ensinamento do Magistério Eclesiástico, ou seja, do ensinamento do Papa e dos Bispos reunidos, especialmente, em Concílios ou Sínodos, com o intuito de iluminar a vida das pessoas e do conjunto da sociedade, com a aplicação do Evangelho de Jesus.

Se limitássemos os ensinamentos de Jesus só ao íntimo de cada pessoa, nós estaríamos restringindo ou colocando limites à Palavra de Deus. Esta, além de iluminar a vida de cada pessoa, deve também iluminar as relações e a vida das pessoas em sociedade. Por isso, a Doutrina Social da Igreja é instrumento

de evangelização; é o evangelho aplicado às relações em sociedade. Nada do que é humano é alheio à evangelização. Não se evangeliza o homem abstrato, mas concreto, situado e condicionado pelo conjunto dos problemas sociais e econômicos. Nunca se pode separar o plano da criação do plano da salvação. O plano sobrenatural da salvação não acontece quando termina o plano natural da criação, mas começa quando este é assumido, iluminado e organizado segundo a vontade de Deus. Assim o reinado de Deus vai se concretizando na totalidade da vida humana, à medida que se vive a justiça, a verdade, o amor, a paz ... e outros valores evangélicos, até sua plenitude transcendente no Reino de Deus. Assim, a Igreja não se confunde com a comunidade política e nem está ligada a nenhum sistema político; mas, de acordo com sua missão, recorda e preserva o caráter transcendente da pessoa humana, que vai além da realidade terrena (Gaudium et Spes, n.76 e Catecismo da Igreja Católica, n.2245).

O que é a Doutrina Social da Igreja? – É o ensinamento dos Pastores da Igreja acerca da vida do homem e da sociedade, que tem origem na reflexão ao se articular o conhecimento das ciências humanas e os ensinamentos do Evangelho e da Tradição da Igreja. Assim sendo, a Doutrina Social da Igreja (DSI) não se caracteriza como ideologia, mas como teologia moral, ou seja, como reflexão de fé sobre o comportamento do homem em sociedade. Não é um sistema ideológico ou pragmático com objetivo de orientar as relações econômicas, políticas e sociais, mas sim o resultado de uma reflexão atenta sobre as complexas realidades da existência humana, na sociedade e no contexto internacional, à luz da fé e da Tradição eclesial. Seu objetivo é analisar a realidade examinando se estão de acordo ou em desacordo com o ensinamento do Evangelho sobre o ser humano e sobre sua

vocação terrena e transcendente; visa pois orientar o comportamento cristão em suas relações sociais (cf. João Paulo II, Sollicitudo rei socilais, n. 41).

A DSI tem sua base na Revelação Bíblica e na Tradição da Igreja (que é o conjunto daquilo que a Igreja crê, ensina, vive e celebra). Portanto, antes e acima de tudo está o projeto de Deus sobre a criação, sobre a vida e o destino do ser humano que é chamado à comunhão trinitária. Assim sendo, a DSI analisa se a maneira como os seres humanos estão vivendo, unidos em sociedade, está ou não de acordo com os princípios cristãos, que visam ao bem da pessoa e da sociedade. Nesse sentido, a DSI cumpre uma função social de anúncio e de denúncia. É mensagem dirigida aos filhos da Igreja, mas também à toda a humanidade.

A DSI foi se formando pouco a pouco com progressivos pronunciamentos do Magistério (ensinamentos do Papa e dos Bispos reunidos) quando se referiram a temas sociais. Esses ensinamentos têm em conta que a salvação realizada por Jesus Cristo é para todos os homens e para os homens na totalidade de sua vida. A salvação realizada por Cristo é integral, ou seja, atinge a vida humana em todos os seus aspectos ou dimensões: pessoal e social, espiritual e corpórea, histórica e transcendente. Essa salvação começa aqui, nesta terra, à medida em que vivemos segundo a vontade de Deus, mas somente se realiza de modo completo na eternidade, na plena comunhão com Deus. O amor da Trindade é a origem e o destino de toda criação.

3 Janeiro e Fevereiro 2023 O LÁBARO A serviço da evangelização!

Diocese em Foco

A Igreja no Brasil vivencia em 2023 um ano dedicado à consciência vocacional. É a terceira ocasião na história da vida eclesial no país, que se enfatiza anualmente a importância das vocações, dessa vez com o tema: “Vocação: Graça e Missão” e o lema: “Corações ardentes, pés a caminho” (cf. Lc 24, 32-33). Conforme apontado pelo institucional da CNBB, a iniciativa comemora os 40 anos do primeiro ano temático dedicado à reflexão, oração e promoção das vocações no país.

Na Diocese de Taubaté, iniciativas diocesanas e paroquiais serão executadas para a vivência da promoção da consciência vocacional. Entre elas, já em andamento, está a peregrinação das imagens do Bom Pastor. Quatro imagens visitarão as paróquias da diocese no decurso do ano vocacional. As comunidades que já acolheram a visita da imagem desde dezembro de 2022 são: em Pindamonhangaba, Paróquia São Miguel Arcanjo e Nossa Senhora Rainha dos Apóstolos; em Taubaté, Paróquia São Vicente de Paulo, Nossa Senhora do Rosário, Nossa Senhora de Fátima e Nossa Senhora Mãe da Igreja; em Caçapava, Paróquia São José Operário e Menino Jesus.

Neste mês de fevereiro, as imagens

Celebrando ano vocacional, imagens peregrinas do Bom Pastor são acolhidas em paróquias

peregrinas se encontram presentes nas paróquias Nossa Senhora da Assunção (Pindamonhangaba), Sagrado Coração de Jesus (Taubaté), Nossa Senhora da Conceição (Quiririm-Taubaté) e São Pio X (Caçapava).

A presença da imagem motiva e viabiliza momentos de reflexão e orações em prol das vocações.

Acesse o QR code abaixo, para visualizar o cronograma das visitas das imagens do Bom Pastor pelas paróquias da Diocese.

Campanha da fraternidade, outra vez...

da sociedade e de alguns membros da Igreja. Mas, afinal, qual a necessidade de uma campanha para a conscientização do aspecto social da fé? Seria esse momento uma deturpação da vivência quaresmal com sua espiritualidade tão fortemente marcada pela conversão? Estará a Igreja abandonando o Evangelho na medida em que se empenha em questões “menos religiosas”?

a restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos” (Lc 4,18).

Com a proximidade do tempo santo da quaresma, a Igreja no Brasil se prepara para vivenciar também a Campanha da Fraternidade, que já celebra os ares jubilares da quinquagésima edição. Nascida num momento bastante específico do nosso não tão distante passado, a Campanha da Fraternidade toca em temas sociais e eclesiais verdadeiramente delicados, o que fez com que enfrentasse, em seu percurso, severas críticas

Todas essas indagações, que permeiam alguns núcleos eclesiais, devem ser respondidas tendo em vista a Doutrina Social da Igreja. Novas urgências pedem medidas sempre novas. A salvação ofertada unicamente por Nosso Senhor Jesus Cristo –autor e consumador de nossa fé – se estende a todos os povos, de todas as raças, línguas, tribos e culturas. Nada escapa desse dom, derramado em abundância e definitivamente maior que o tempo e a história. Tampouco se limita ele unicamente a aspectos unicamente “religiosos”, pois assim está escrito: “O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os pobres; envioume para proclamar a libertação dos cativos e

Considerando isso, por que haveria a Igreja, enquanto continuadora da missão de Cristo e sacramento universal de Salvação, se eximir de derramar sobre tudo e todos a graça salvífica de seu Senhor e Mestre? E que tempo seria mais oportuno do que aquele que nos convida à conversão, não apenas do coração, mas, sobretudo - e o que é certamente mais difícil – da mentalidade?

Portanto, temas delicados (por que não dizer espinhosos?), tais como a fome, a ecologia, o diálogo, a preservação da casa comum ou o cuidado com os povos originários não devem ser abordados apenas pela sociedade civil, mas também pela Igreja, que faz ecoar os ensinamentos de Cristo. Por mais complexos, exigentes e dificultosos que sejam, fugir dessas questões seria como trair o caráter profético da Igreja e sua raiz mais profunda.

Que a Campanha da Fraternidade produza em todos o santo incômodo da conversão.

O LÁBARO A serviço da evangelização! 4 Janeiro e Fevereiro 2023
Da Redação
Pe. José Amarildo Rangel Junior Paróquia N. Senhora Rainha dos Apóstolos em Pindamonhagaba acolhe imagem do Bom Pastor. Foto: Pascom Paróquia N. Senhora de Fátima em Taubaté já recebeu a imagem peregrina do Bom Pastor. Foto: Pascom. Veja também , na página do cronograma, mais fotos na galeria de imagens.

Diocese em Foco

Diocese de Taubaté acolhe formação de Escoteiros Católicos

Nos dias 27, 28 e 29 de janeiro, na Basílica do Senhor Bom Jesus, em TremembéSP, a Diocese de Taubaté acolheu membros da AGEBR (Associação Guias e Escoteiros Católicos do Brasil), que se reuniram para realizar a formação de 1º tempo dos chefes dos grupos da região sudeste.

Estiveram presentes aspirantes a chefes da diocese de São José dos Campos – SP, diocese de Campanha – MG, diocese de Lorena - SP e também chefes da Diocese de Taubaté.

A ABEBR agradeceu a acolhida do Revmo. Pároco Padre José Vicente, e ao Revmo. Vigário Padre Álvaro Montovani (Tequinho), a toda comunidade e funcionários da Basílica do Senhor Bom Jesus de Tremembé e voluntários que ajudam o movimento.

Fonte e fotos: @agedobrasil

Comunidades na Diocese de Taubaté celebram São Sebastião

No mês de janeiro, algumas comunidades da diocese de Taubaté celebraram seu padroeiro São Sebastião. Liturgicamente celebrado no dia 20 de janeiro, a devoção a esse santo movimentou a vivência litúrgica e social dessas comunidades no início de 2023. O santo de origem italiana, nascido em Narbonne, e que viveu no século III da era cristã, é exemplo e testemunho de uma fé viva e perseverante, a ponto de ter se tornado mártir em defesa do evangelho.

Pe. Ricardo Cassiano, pároco na cidade de São Luiz do Paraitinga, expressa a importância dessa festa na paróquia de São Luís de Tolosa.

“A Tradicional Festa do Glorioso Mártir, São Sebastião, assim como em toda paróquia rural, sempre foi muito forte, devido ser ele considerado o protetor das lavouras e do gado, também nos livra contra as pestes e a guerra. Aqui em São Luiz do Paraitinga, era costume festejá-lo na cidade, pois antigamente existia uma capela dedicada a ele, onde hoje é o Morro do Cruzeiro. Após a capela ser totalmente demolida, sua imagem foi trazida e venerada na Igreja do Rosário.”

O pároco ainda acrescenta que “São Sebastião era festejado na matriz, com tríduo, procissão, o andor carregado sempre pelos

militares da cidade, bênção do mastro e também a festa social, com leilões de gado, barracas e afogado. Nos anos dois mil, Pe. Gracimar Cardoso de Souza, (Pároco de 2003 a 2008) resolveu transferir os festejos do Glorioso Mártir, para o bairro, em nosso município, que traz o nome e o patrocínio de São Sebastião. Desde então, sua festa é comemorada no bairro, com tríduo, procissão e quermesse”.

Confira fotos de comunidades que celebraram a festa de São Sebastião na Diocese de Taubaté.

Foto: Pascom

Foto: Pascom.

5 Janeiro e Fevereiro 2023 O LÁBARO A serviço da evangelização!
Da Redação comunicacao@diocesedetaubate.org.br Anuncie aqui!
Da Redação
Procissão em Caçapava na Comunidade São Sebastião da Paróquia N.S. D'Ajuda. Foto: Paulo Oliveira. Paróquia São Sebastião em Taubaté celebra o Padroeiro. Comunidade São Sebastião em São Luis do Paraitinga realiza procissão.

Destaque

O seminarista Marciano Inácio Batista vivenciou um dia marcante em sua história vocacional. Na catedral diocesana São Francisco das Chagas, em Taubaté, às 9h, pela imposição das mãos e oração consecratória pelo bispo diocesano, Dom Wilson Angotti Filho, foi ordenado diácono para a Igreja, no dia 28 de janeiro de 2023.

Na celebração eucarística, estiveram presentes o clero diocesano, religiosos, seminaristas, familiares e representativa expressão do povo de Deus, pertencente à diocese de Taubaté, sobretudo, diocesanos que conheceram o diácono Marciano Inácio enquanto exerceu seus trabalhos pastorais no decurso do processo formativo, a constar:

2015 - Pastoral Vocacional

2016 - Paróquia Sant'Ana (Pindamonhangaba) e Pastoral da Criança

2017 - Paróquia Nossa Senhora da Boa Esperança (Caçapava) e Pastoral da Saúde

2018 - Paróquia Nossa Senhora Aparecida (Taubaté) e Pastoral Carcerária

2019 - Paróquia Menino Jesus (Caçapava) e Pastoral da Sobriedade

2020 a 2021 - Pastoral Vocacional.

2020 a 2022 - Paróquia Nossa Senhora d'Ajuda - Caçapava.

Como inspiração bíblica de sua ordenação, o diácono Marciano Inácio Batista escolheu como lema um versículo do evangelho de São Lucas: “Em atenção a Tua palavra, lançarei as redes” (Lc 5,5), que expressa a disposição interior com a qual acolheu o dom ministerial do diaconato e como quer vivenciar o seu ministério de serviço.

Seminarista Marciano Inácio é ordenado Diácono

O diácono Marciano Inácio é natural da cidade de Santo Antonio do Pinhal. Crescendo no bairro dos Mouras, frequentando a comunidade Imaculado Coração de Maria e a comunidade Matriz de Santo Antonio, viu desabrochar a sua vocação. O novo diácono da diocese de Taubaté partilhou como foi o despertar inicial de sua vocação:

“Comecei a perceber os primeiros sinais de vocação quando se deu o início da minha ida para a escola, na pré-escola (hoje educação infantil). Tinha os meus 5 anos, quando manifestei a professora que o meu sonho era ser padre, aos meus pais eu dizia que iria ser padre como aquele da televisão, pois assistíamos a missa na TV Aparecida.

Com o passar dos anos, sempre nesta afirmação, frequentava a catequese já com o meu irmão na comunidade Imaculado Coração de Maria, participava do grupo da sementinha e depois de receber o Sacramento da Crisma ajudei como catequista até o meu ingresso no seminário”.

Presidindo a santa missa, Dom Wilson Angotti destacou em sua homilia, a partir dos textos bíblicos proclamados, que o Ano Vocacional atualmente vivido pela Igreja, é um convite para pensarmos como a nossa vida pode ser inspiradora para que outras pessoas se perguntem como podem servir melhor a Deus, vivenciando um processo de discernimento vocacional.

Considerou também que o ser humano chamado por Deus é obra do pensamento e querer divino e que temos a tendência de ficarmos apreensivos quando o chamado de Deus se apresenta a nós e as suas responsabilidades. Mas o Senhor vem em auxílio da fraqueza humana. E por isso o ser humano deve confiar em Deus, experimentando Dele o auxílio e Sua a força. Evidente, ao mesmo tempo em que nos esforçamos, buscamos nosso aperfeiçoamento com estudo, dedicação e todo empenho. Deus chama as pessoas simples. Para que saibamos que é Ele que age.

Dom Wilson destacou que a primeira atitude do diácono deve ser a formação. Instruir o povo de Deus na fé. Dedicando-

se também no serviço da caridade aos mais pobres. Não se limitando aos muros da Igreja, mas se fazendo presente na vida dos mais necessitados da sociedade de forma geral e abrangente.

O diácono Marciano pôde expressar seus sentimentos e agradecimentos ao final da celebração a todos que foram presença e ajuda importantes no seu caminho de perseverança vocacional até a ordenação. Lembrou-se de seus pais e familiares, do bispo diocesano, dos padres com quem trabalhou e o acompanharam seu caminho vocacional, dos irmãos de fé na convivência de seminário e todo o povo de Deus.

Ao término da celebração eucarística, Dom Wilson Angotti comunicou que os trabalhos iniciais do diácono Marciano Inácio Batista devem se voltar para a assistência dos pobres de rua, sendo presença da Igreja em suas vidas e no exercício da formação e ensino do povo de Deus. E que, oportunamente, após reunião do conselho dos presbíteros, receberá também como destinação, uma paróquia para instalar-se e desenvolver também seus outros trabalhos pastorais.

O LÁBARO A serviço da evangelização! 6 Janeiro e Fevereiro 2023
Foto: Taubaté Católico Redação
Da

Igreja no Mundo

O Bento XVI faleceu no dia 31 de dezembro de 2022 com 95 anos de idade. Na segunda-feira, 02 de janeiro de 2023, o corpo do Papa emérito ficou na Basílica de São Pedro para a saudação dos fiéis. O funeral ocorreu na quinta-feira, 5 de janeiro de 2023, na Praça São Pedro, presidido pelo Papa Francisco.

Durante a cerimônia, o Papa Francisco comentou a leitura de Lucas 23, 46, enfatizando a frase: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito” e depois fez referências a três dedicações que guiou o pontificado de Bento XVI, são elas:

“Dedicação agradecida, feita de serviço ao Senhor e ao seu Povo que nasce da certeza de se ter recebido um dom totalmente gratuito [...].

Dedicação orante, que se plasma e aperfeiçoa silenciosamente por entre as encruzilhadas e contradições, que o pastor deve enfrentar (cf. 1 Ped 1, 6-7), e o esperançado convite a apascentar o rebanho (cf. Jo 21, 17). Como o Mestre, carrega sobre os ombros a canseira da intercessão e o desgaste da unção pelo seu povo, especialmente onde a bondade é contrastada e os irmãos veem ameaçada a sua dignidade (cf. Heb 5, 7-9) [...].

E também dedicação sustentada pela consolação do Espírito, que sempre o precede na missão e transparece na paixão de comunicar a beleza e a alegria do Evangelho (cf. Francisco, Exort. ap. Gaudete et exsultate, 57), no testemunho fecundo daqueles que, como Maria, permanecem de muitos modos ao pé da cruz, naquela paz dolorosa, mas robusta que não agride nem escraviza; e na esperança obstinada, mas paciente de que o Senhor há de cumprir a promessa feita aos nossos pais e à sua descendência para sempre (cf. Lc 1, 5455)”.

O papa emérito Bento XVI foi sepultado no Vaticano, no mesmo túmulo onde originalmente repousavam os restos mortais de são João Paulo II.

Depois da missa de funeral celebrada pelo papa Francisco na praça de São Pedro, o caixão foi levado para as Grutas vaticanas, que ficam abaixo da basílica de São Pedro.

No Brasil, autoridades religiosas manifestaram suas homenagens ao Papa Emérito.

Após a confirmação da morte do papa

emérito Bento XVI, o Arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Dom Orani João Tempesta escreveu uma nota de solidariedade ao Papa Francisco, pelo falecimento do Papa Emérito Bento XVI com muitos agradecimentos.

“Agora no céu, suplicamos, que o Papa Bento XVI junto de Deus interceda por todos nós que o amamos e continuamos reverenciando a sua obra, o seu pontificado, e o seu sorriso discreto e amável, uma das maiores obras teológicas e pastorais de todos os tempos. Descanse em paz! Deus lhe pague pelo seu testemunho de construtor de pontes, sem jamais renunciar a verdade da fé católica e apostólica”, escreveu Dom Orani.

Também em nota, o Arcebispo de São Paulo, Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer agradeceu a Deus pela vida e contribuição de Bento XVI na missão da Igreja.

“Demos graças a Deus por Bento XVI e por sua contribuição para a vida e a missão da Igreja. Que o Senhor da vinha receba, agora, esse humilde e dedicado operário de sua messe e lhe dê a recompensa por suas fadigas em favor do reino de Deus. Descanse na paz de Deus, papa emérito Bento XVI!”, escreveu o Cardeal.

A nota da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) relembrou o exemplo de vida do Papa Emérito Bento XVI. “Bento XVI foi um pastor e teólogo. Na vida buscou conciliar fé e razão, justiça e caridade, temas recorrentes do seu magistério. Com a renúncia, trilhou o caminho da humildade e na emeritude ensinou a como nos preparar para o encontro definitivo com o Senhor.”, diz um trecho da nota da CNBB.

O arcebispo de Salvador, Cardeal Dom Sérgio da Rocha em sua nota relembrou a visita de Bento XVI ao Brasil.

“Nós tivemos a graça de contar com a presença dele no Brasil, em 2007, por ocasião da Conferência de Aparecida e da canonização de Santo Antonio de Sant’Ana Galvão. Como Papa Emérito, se dispôs a “uma vida consagrada à oração”, segundo ele mesmo declarou, testemunhando sempre o seu amor à Igreja e a comunhão com o seu sucessor, o Papa Francisco”, diz um trecho da nota do cardeal Sergio.

As homenagens ao Papa Emérito Bento XVI ocorreram em todo o mundo e a sua trajetória segue na lembrança e na história

da Igreja. Uma homenagem recente aconteceu na Arquidiocese do Rio de Janeiro que promoveu o 32º Curso para os Bispos de 24 a 27 de janeiro, o qual acontece desde 1992. Por iniciativa do Cardeal Eugenio de Araujo Sales fez uma recordação especial, pois no primeiro curso, o então prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, Senhor Cardeal Joseph Ratzinger, Papa Bento XVI, falecido no último 31 de dezembro, esteve presente, fazendo as conferências sobre a Igreja.

Bento XVI no Brasil em 2007

No dia 09 de maio de 2007, Bento XVI chegou a São Paulo para a sua primeira visita intercontinental.

A sua viagem transcorreu por mais quatro dias.

O Santo Padre celebrou missa na praça exterior do Santuário Nacional de Aparecida (SP), no dia 13 de maio de 2007 com a participação de cerca de 500 mil fiéis. Depois da celebração, inaugurou a 5ª Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e do Caribe, cujo tema foi “Discípulos e Missionários de Jesus Cristo, para que nele nossos povos tenham vida. ‘Eu sou o caminho, a verdade e a vida’”. No mesmo dia, o Papa embarcou de volta ao Vaticano.

O arcebispo emérito de Aparecida, cardeal Dom Raymundo Damascento Assis, lembrou, em entrevista a Rádio Vaticano, o momento da visita de Bento XVI a Aparecida e falou da disposição do Santo Padre.

“Papa Bento XVI estava sempre disposto a escutar, a ouvir, e assim foi ele também em Aparecida, com aquela tranquilidade dele no Seminário. Visitou a Fazenda da Esperança, onde foi muito bem acolhido. A imagem dele abraçando as crianças percorreu o mundo todo. Depois o terço em Aparecida, na véspera da abertura da V Conferência, a celebração eucarística da Conferência, no dia 13 de maio, depois o discurso famoso que ele fez ao abrir a Conferência, ali no subsolo do santuário no dia 13/05, por volta das 16h. Um discurso que realmente imprimiu uma orientação na reflexão da V Conferência, que resultou evidentemente no trabalho dos bispos no Documento de Aparecida, no qual o Papa Francisco tomou como base até para elaborar a sua Encíclica Evangelii Gaudium”, citou dom Raymundo Damasceno.

Com informações de: Vatican News, O São Paulo, CNBB e Rádio Vaticano

7 Janeiro e Fevereiro 2023 O LÁBARO A serviço da evangelização!
Bento XVI: a morte, a despedida e os seus ensinamentos
Foto: Vatican Media

Intenções do Papa

O Papa Francisco pede que “rezemos para que os educadores sejam testemunhas credíveis, ensinando a fraternidade em vez da competição e ajudando em particular os jovens mais vulneráveis”.

Existe um chamado universal à perfeição: “Deveis ser perfeitos como o vosso pai celeste é perfeito” (Mt 5,48).

Este chamado à perfeição tem realização e possibilidade peculiar na educação. O fim da educação é a perfeição de todo homem e mulher.

Todos temos de nos educar permanentemente, entender a pessoa que há em nós e compreender os outros para melhor servi-los. Pois nossa consciência não é somente iluminação interior, mas ela nos acompanha em cada um dos nossos passos.

O educador tem entre suas missões refletir sobre o homem, sobre sua responsabilidade, sobre sua dignidade, sobre

Educadores: tarefa e compromisso

seu destino, sobre seu compromisso com a história e com a eternidade.

Educar é uma tarefa sagrada de tratar com pessoas. Da dignidade, originalidade da pessoa se infere que devemos dar-lhe apreço e respeito. Implicações destas atitudes são: a justiça; a não manipulação para promover seu crescimento; a esperança; o propor e não impor; a gratidão e não o cálculo.

A educação se realiza numa interrelação pessoal, pela qual ambos os termos da relação devem ser melhorados. O educador tem o dever diante do educando de torná-lo melhor. Educar não é um exercício puramente vocacional. É também uma função social.

Na Suma contra os Gentios, livro 2, capítulo 75, Santo Tomás de Aquino se refere à educação e a assinala como uma arte.

O educador, principalmente cristão, tem a responsabilidade de um grande compromisso. Ele deve ser testemunha da

verdade, exemplo de dedicação e humildade, procurar sempre melhorar seu ser, praticar o amor. O educador deve ser um apaixonado pela verdade.

Buscar a verdade supõe a inquietude constante do que investiga, estuda e reflete do que, de acordo com suas possibilidades, avança continuamente, porque seu desejo é saber.

O educador tem por ofício o chamado contínuo a um melhor ser. O educador tem que ajudar os educandos a serem pessoas melhores, harmonizando intelecto e coração. O Concílio Vaticano II na Declaração Gravissimum Educationis sobre a Educação Cristã escreveu: “O Sagrado Concílio Ecumênico considerou atentamente a gravíssima importância da educação na vida do homem e a sua influência cada vez maior no progresso social do nosso tempo” (n.1500).

Paróquia: comunidade de fé, comunhão, fraternidade e acolhimento

também são convidados para a Mesa do Senhor”.

A paróquia deve ser um centro de irradiação ao se pensar em uma pastoral a partir das pessoas afastadas e promover a cultura do encontro e da comunhão. Uma paróquia que se preocupe com aqueles que estão afastados dela. Uma paróquia que sirva a comunhão e a cultura do encontro. Vivemos um novo contexto cultural que exige novos modelos de paróquia e de pároco.

O Papa Francisco nos pede que “rezemos para que a comunhão seja colocada no centro, de maneira a criar cada vez mais comunidades de fé, de fraternidade e de acolhimento dos mais necessitados”.

O Papa Francisco disse: “Não podemos ficar encerrados na paróquia, nas nossas comunidades, quando há tanta gente esperando o Evangelho! Não se trata simplesmente de abrir a porta para acolher, mas de sair pela porta para procurar e encontrar, aqueles que

Doutrina Social da Igreja

Quando eu escrevo sobre catequese, sobre Jesus e Maria menos de 50 mil respondem.

Quando falo de política de esquerda e de direita, mais de 80 mil respondem.

Se eu mencionar Lula ou Bolsonaro mais de 200 ou 300 mil respondem.

E se eu defender o Papa, os Bispos e a CNBB chegam a 40O ou até 800 mil que respondem.

São poucos os que querem saber mais a respeito de doutrinas sobre Deus e sobre nossa Igreja.

São muitos os que combatem o comunismo e acham que nossa Doutrina Social é comunismo ou socialismo.

É preciso uma paróquia que dê conta da mobilidade cultural, social, territorial e religiosa. Ela não pode se limitar ao espaço onde a comunidade se reúne, uma vez que, nos tempos atuais, deve ser uma realidade na qual, por sua densidade humana e urgências, a igreja deve se fazer presente, como por exemplo, em um hospital, em uma escola, entre outros.

Deve, assim, ter um cuidado pastoral indo até os que mais necessitam, evangelizando além de seus muros, para, desta forma, desenvolver a ação evangelizadora e santificadora, do testemunho na caridade.

A ação paroquial e de seus agentes deve ser claro testemunho de Cristo, a serviço de todos os carentes, pobres, necessitados e excluídos. A paróquia, diante das novas realidades, precisa de um processo de conversão para atender às novas demandas da evangelização, em face das transformações sociais e culturais. Uma paróquia sinodal, aquela que seja capaz de entrar em comunicação com as diversas formas de cultura, como lembrou o Vaticano II. Um processo que exige o dinamismo de uma cultura do encontro e que promova o diálogo e a solidariedade, contribuindo para que se faça emergir a centralidade da pessoa humana.

Por fim, a paróquia deve encontrar outras modalidades de proximidade e vizinhança, de maneira a favorecer o estar juntos e o crescimento das relações pessoais duradouras, para que assim, ela se redescubra como lugar fundamental de encontro, diálogo e saída para as realidades urgentes, além das atividades habituais.

INTERNAUTAS CATÓLICOS !

E, infelizmente, são milhares os católicos que acham que o Papa e nós, que pregamos justiça social e direitos humanos, somos maus padres.

Na verdade, estamos ensinando o que nossa Igreja está ensinando desde 1962-1965: doutrinas do Concílio Ecumênico Vaticano II.

A maioria que combate este Concílio nunca leu aqueles documentos, assinados por mais de 3 mil bispos convocados para aquele Conclave.

Mas os que discordam de nós também discordam do Papa e do Concílio! Pararam em Pio XII, que não era conservador.

Mas há católicos que acham que, antes de São João XXIII, a Igreja era mais

católica!… Não aceitam a atualização! Mas Jesus e Paulo atualizaram o judaísmo daquela época. E foram caluniados e perseguidos pelos fariseus que não admitiam nenhuma mudança! Está tudo nos evangelhos, nos Atos e nas epístolas!…. Conservaram o que era bom e mudaram o que deveria ser mudado!

O LÁBARO A serviço da evangelização! 8 Janeiro e Fevereiro 2023
Professor José Pereira da Silva

Tema Pastoral A MORTE DE UM CARREIRISTA

maiores de Deus. Despreocupado com sua reputação, alvejado por tantas críticas, fez seu percurso de homem de fé com os olhos fixos n’Aquele que morreu dizendo que amava.

Deus, por meio da Igreja, o chamou para ser Papa. Ele aceitou. Para os seus desa-fetos, era a confirmação de que suas críticas tinham sentido: um homem carreirista como ele, claro, aceitaria. A verdade dos fatos, porém, leva a olhar sob outro ângulo. Após quase oito anos intensos de pontificado, com o declínio de suas forças físicas, mais uma vez Ratzinger surpreendeu o mundo: em fevereiro de 2013, renunciou ao Papado, con-forme suas palavras, depois de ter examinado retamente sua consciência perante Deus. Retira-se, em silêncio, para uma vida contemplativa e orante até o fim dos seus dias, rezando pela Igreja. Um final vergonhoso para um carreirista, mas digno de um homem de fé. Bento XVI foi um carreirista no melhor sentido da expressão. Viveu sua vocação com uma profundidade tão grande que o fez, em cada etapa de sua longa existência, permitir que Deus fosse desenhando sua carreira, sua história. Não correu atrás, acolheu! Seus gestos, tão profundos, demoraram para serem compreendidos por um mundo acostumado ao superficial. Demonstraram, porém, o que é a verdadeira carreira: seguir o Cordeiro aonde quer que Ele vá (Ap 14,4).

Bento XVI morreu. Tal foi a notícia com que amanheceu o último dia de 2022. Serenamente, depois de uma longa vida, Joseph Alouisius Ratzinger entregou sua alma a Deus no silêncio do Mosteiro Mater Ecclesiae, onde residia desde sua renúncia ao Papa-do, em 2013, dentro do próprio Vaticano.

Durante seus funerais (sóbrios, a seu pedido), que trouxeram alguns elementos comuns aos ritos fúnebres que se usam quando morre um Papa reinante, não faltaram análises sobre sua longa vida e sobre seu ministério na Igreja, como teólogo e como Pa-pa.

Positivamente, diversas vozes o aclamaram como “magno” (grande), postulando que seja declarado como Doutor da Igreja. Todavia, não faltaram vozes que, do outro lado, tecessem comentários maldosos, sobretudo na verdadeira “terra de ninguém” que são as redes sociais, onde não faltam peritos capazes de definir a verdade absoluta em comentários rasos e, não raro, expressivos de ódio e outros sentimentos dos mais baixos e vis que há em nós, humanidade.

Dito isto, não seria e nem poderia ser diferente com alguém como Bento XVI. Sua vida e sua atuação na história recente da Igreja, sem dúvida alguma, o fizeram ama-do por muitos e desgostado por tantos. É assim que acontece com pessoas “grandes”, cuja envergadura moral lhes impede de passar despercebidos na história.

Dentre as críticas feitas ao defunto Papa Emérito, há uma que, particularmente, se destaca: chamaram-no, sempre e, sobretudo, após sua morte, de “carreirista”. Quando lhe aplicam tal rótulo, parecem afirmar que ele sempre correu atrás dos cargos que exer-ceu, almejando poder e visibilidade. Sua própria vida, entretanto, responde a tais críticas: é sabido de seu pedido, mais de uma vez, para deixar a função de responsável pela Congregação para a Doutrina da Fé, que foi negado por São João Paulo II. Do mesmo modo, seu gesto profético e ousado de renúncia ao trono de Pedro fala por si mesmo. Então, terá sido Bento XVI um carreirista?

Certamente, ele foi, sim, um carreirista. Porém, não no sentido ruim do termo, mas sim naquele de ter sido um autêntico homem de fé que, por isso, se colocou nas mãos de Deus. A carreira de Bento XVI foi resultado de uma existência aberta à graça de Deus, a quem ele se deu de coração. O professor de Teologia, defensor da Verdade e desejoso de com ela cooperar, teve sua vida traçada pelos misteriosos desígnios d’Aquele a quem se dispôs a servir.

A menção nostálgica à terra natal em seu testamento demonstra o quanto “seguir carreira eclesiástica”, certamente, não estava nos planos do jovem padre e professor. Contudo, os planos de Deus eram outros. Feito Bispo e, pouquíssimo tempo depois, Cardeal, Ratzinger viu seus sonhos serem modificados.

Assim, ele foi deixando que sua carreira acontecesse. Fidelíssimo ao dever e ao bem da Igreja, entregou-se totalmente aos propósitos

Em pleno Ano Vocacional para a Igreja no Brasil, o testemunho da vida e “car-reira” de Bento XVI é eloquente: o sentido da vida é encontrar a própria vocação e res-ponder, generosamente, a Deus. Porém, isso de nada adianta se a vocação não for entre-gue nas mãos de Deus, sendo fiel à Verdade e crendo, absolutamente, sem se deixar levar pelos ventos de tantas doutrinas e pelo poder (dentro da Igreja, também!).

A carreira é esta: não correr atrás dos cargos, mas ter os olhos fixos em Jesus. Di-ante d’Ele, unicamente, após os cargos terem passado, a carreira se torna história de vida doada, de vocação realizada e, somente assim, se pode fechar os olhos para este mundo dizendo: “Senhor, eu te amo!”.

Obrigado, Bento XVI!

9 Janeiro e Fevereiro 2023 O LÁBARO A serviço da evangelização!
Pe. Celso Luiz Longo Foto: Vatican News

Entrevista

A Campanha da Fraternidade deste ano retoma o tema da fome, nos recordando, com a frase categórica de Jesus – “Dai-lhes vós mesmos de comer” (Mt 14,16), de que o compromisso de erradicar a fome é de todos e de cada um. Em Taubaté, o programa “Bom Prato” é um exemplo de que, com políticas públicas adequadas somadas à solidariedade, é possível reverter o problema da fome e dar dignidade aos mais pobres. Nesta entrevista, Pe. Marlon Múcio, fundador da Missão Sede Santos, fala sobre esse programa de segurança alimentar coordenado pela comunidade.

O LÁBARO: O que é o “Bom Prato” e como funciona?

Pe. Marlon: O programa “Bom Prato” é o maior programa de segurança alimentar do mundo. Hoje, existem 80 unidades no Estado de São Paulo. Três das unidades são geridas pela Missão Sede Santos. O restaurante de Taubaté já fez 16 anos; o de São José dos Campos, 4 anos; e o de Jacareí, 8 meses. O Governo do Estado, através da Secretaria de Desenvolvimento Social, faz um chamamento público, e aí as entidades entram concorrendo. Nós ganhamos nessas três cidades. Nós temos uma grande alegria: das 80 unidades, as três primeiras colocadas são as nossas, no quesito qualidade e excelência, no atendimento e no trabalho.

O LÁBARO: Como é a organização do programa, para que as pessoas sejam bem atendidas?

Pe. Marlon: Em cada uma das três unidades, nós temos uma média de 20 funcionários. São funcionários da Missão Sede Santos. Em cada unidade, também temos dois voluntários. Existe um padrão para que os restaurantes funcionem segundo o programa Bom Prato. Então, nós temos, dentro desse padrão, funcionários. Cada pessoa para um real pelo almoço ou pelo jantar, e 50 centavos pelo café da manhã. O Governo do Estado faz um subsídio de R$ 6,10 por cada refeição. Desde que começou o contrato, o preço é um real. Para muitas pessoas, é a única refeição do dia. E é assim: apareceu na fila, come. Mas o programa é especialmente voltado para moradores em condição de rua e desempregados.

O LÁBARO: Como o “Bom Prato” funcionou durante a pandemia?

Pe. Marlon: Na pandemia, como não podia ter refeição de contato, então nós servíamos o marmitex. Mas, agora, graças a Deus, já está normal. O restaurante de Taubaté e o de São José dos Campos funcional de segunda a sábado; o de Jacareí, de segunda a sexta-feira; Taubaté e São José, com café da manhã, almoço e jantar; Jacareí, com café da manhã e almoço. Nós conseguimos na época da pandemia mais ou menos 300 refeições em cada unidade. Graças a Deus, isso se manteve. Hoje, em Taubaté, são 400 cafés da manhã, 1.400 almoços e 300 jantares; em São José, são 300 cafés da manhã, 1.250 almoços e 300 jantares; em Jacareí, são 300 cafés da manhã, 1.250 almoços e 300 jantares. Cada prato tem seis ingredientes: arroz, feijão, salada, guarnição, prato principal e sobremesa. É uma coisa muito linda. A cara do prato é muito bonita, e o tempero também é muito gostoso.

O LÁBARO: Há uma preocupação importante que não é apenas a de oferecer a comida, mas acolher as pessoas com dignidade.

Pe. Marlon: Tem uma preocupação social, mas profundamente

humana e humanitária. Por quê? A pessoa ganhar o prato é uma coisa, você permitir que ela compre com um real resgata a cidadania dela, a dignidade dela. Os pratos são preparados nutricionalmente balanceados. Então, para a Missão Sede Santos, isso é pura evangelização. Eu recordo do Evangelho da Multiplicação dos pães: todos comem. Em Taubaté e em Jacareí temos convênio com o Centro Popular das Pessoas em Situação de Rua. Elas levam um cartãozinho, e não precisam pagar, porque a Prefeitura paga.

O LÁBARO: Qual a importância dessa ação social, especialmente em Taubaté?

Pe. Marlon: Eu vejo a importância desde o começo. Todo ano, a gente faz uma grande festa, no aniversário (do programa). Então, todo ano vem o prefeito, deputado, governador e também todo ano ia o Dom Carmo e o Dom Antônio almoçar lá. Eles cobravam: “está chegando o dia”. E a gente via a cidade melhorar. O patamar de vida das pessoas melhora. Elas se sentem acolhidas, amadas, promovidas, não apenas um assistencialismo, mas a promoção da pessoa. E também, o restaurante, nós damos cursos rápidos e fazemos encaminhamentos para os PATs (Posto de Atendimento ao Trabalhador) e também para casas de recuperação. Uma delas é nossa, que atende gratuitamente, em Caçapava. Então, a pessoa é pensada no todo. Nós vemos não apenas o estômago dela, mas a pessoa que tem fome, desde a acolhida, quando ela chega, procuramos fazer assim. Ora, quem sai ganhando? Sai ganhando a população , sai ganhando também a Diocese de Taubaté, porque nós estamos lá com a bênção da Diocese, em nome da Diocese, fazendo esse trabalho.

O LÁBARO: De que maneira o programa “Bom Prato” fortalece o carisma da Missão Sede Santos?

Pe. Marlon: O carisma da Missão Sede Santos é tornar Jesus mais conhecido, amado, seguido e adorado. Então, quando uma pessoa vem tomar a refeição, nós estamos fazendo isso, porque vemos Mt 25 naquela pessoa: “Eu estava com fome e me destes de comer”. O carisma é fortalecido, a nossa entidade social e também a comunidade ganham visibilidade, e isso abre muitas portas no coração das pessoas, junto às prefeituras e fortalece a ação evangelizadora da Diocese. Vêm pessoas de todos os credos, até de classes sociais, mas a Igreja é que está fazendo isso. Eu me lembro de Madre Teresa de Calcutá. Ela cuidava dos hindus, e dizia: “ele é meu irmão. Não importa que tenhamos religiões diferentes, eu faço isso por causa da minha religião”.

O LÁBARO: A realidade da fome, como mais uma vez insiste a Campanha da Fraternidade, abordando o tema neste ano, com o lema: “Dai-lhes vós mesmos de comer” (Mt 14,16) é uma chaga não só no Brasil, mas no mundo. Como nós cristãos católicos devemos enfrentar essa realidade?

Pe. Marlon: Eu penso o seguinte: a fome é uma chaga vergonhosíssima para a humanidade, mas cada pessoa pode fazer a sua parte. Mesmo as paróquias têm os grupos sociais, elas têm o domingo do quilo para arrecadar alimentos para as cestas básicas. Ora, alguém pode dizer: Isso é dever do Estado. Mas, cristãmente falando, isso é dever de todos nós, porque Jesus mandou dar de comer. O milagre da multiplicação passa pela partilha. As paróquias já fazem o trabalho de conhecer as famílias, ajudam com cestas básicas, procuram estar próximas, cadastram as famílias, veem a real necessidade. Esse é um trabalho simples, que toda paróquia pode fazer. Quase todas fazem isso, mesmo as mais pobrezinhas. As pessoas se ajudam. Agora, individualmente falando, cada pessoa também pode ter a consciência de partilhar. Eu penso que a partilha é o grande refrão da Campanha da Fraternidade de todos os anos. Saber partilhar! Quem partilhar está perto, conhece, se compadece, levanta a pessoa. A pandemia nos fez ficar mais egoístas; as pessoas se fecharam nos condomínios, nas ruas, nas suas casas. Mas a gente percebe, quando alguém toca a campainha, se ela precisa ou não. Também a gente conhece um pouquinho dos vizinhos, e a gente percebe se eles estão precisando de ajuda ou não. Então podemos ser mais sensíveis, cristãos... e partilhar. Esse trabalho das paróquias não é tapa buraco, não é um trabalhinho, é um trabalho sério e muito bonito, e faz a diferença. Não há ninguém que seja tão pobre que nada possa dar e nem tão rico que nada possa receber. Cada um pode dar o que pode dar, mas tem que dar. Isso nos salva e salva aquela vida. A salvação da alma passa pela promoção do corpo.

O LÁBARO A serviço da evangelização! 10 Janeiro e Fevereiro 2023
“Bom Prato”: uma ação que mata a fome e dá dignidade às pessoas

Espiritualidade

A ação divina sempre pede a contribuição humana

Não espere que Deus lhe prive de viver os seus processos humanos. Ele nunca privilegiou ninguém. O filho Dele se angustiou em muitos momentos, morreu na cruz. Os grandes místicos conviveram mais com o silêncio Dele do que com sua fala. Os grandes homens e mulheres da Sagrada Escritura passaram por processos dolorosos para que pudessem chegar ao conhecimento de Sua vontade. Deus não desconsidera os processos normativos que nos permitem evoluir. Antes de nos oferecer a graça sobrenatural, o milagre, Ele sempre vai nos solicitar o esgotamento das possibilidades humanas. Sempre foi assim. Antes de esperar pelo impossível, façamos o que nos é possível. O agir de Deus em nós é fazer com que façamos. Foi assim que ele interferiu num momento decisivo da história

Pacto Educativo Global

do povo de Israel. Moisés estava pressionado pelo povo. Tinha diante de si o poder imperioso do mar Vermelho. Entre a escravidão e liberdade existia um mar. Os egípcios que já estavam chegando. Ele foi orar e pedir a Deus um direcionamento. Deus não disse: “fique tranquilo, Moisés, eu vou abrir o mar. Vai ser tão lindo que vai até virar novela na Record.” Não. Deus mandou fazer o óbvio. “Diga ao povo que caminhe.” Era o mais sensato a se fazer já que voltar à escravidão não estava em cogitação. Foi colocando o pé na água e dando um passo de cada vez que o povo percebeu que era possível atravessar o grande obstáculo. O milagre foi um resultado da fé que movia o coração e o desejo de cada um. Que neste novo ano a gente supere a convicção

infantil de que Deus faz por nós, que somos privilegiados, que Deus faz questão de nos mimar com milagres e ações sobrenaturais. Deus dá a todos a mesma medida. Ele não ama mais a uns do que a outros. Ama com a mesma intensidade. O que faz a diferença é o que fazemos com a medida que nos cabe. Que os mares da vida não nos intimidem, pois Deus já deixou em cada um de nós o poder de atravessá-los.

Colocar a pessoa no centro, valorizando o que é específico de cada um e

o relacionamento com os outros

ser respeitada na dignidade da importância desta decisão do ato criador.

Cada pessoa tem sua individualidade a partir da genética herdada de seus pais e da interação com o ambiente em que vive. Isto permite que cada um tenha traços comportamentais específicos. No entanto, alguns elementos são próprios do funcionamento padrão da espécie humana. Dar o devido valor a cada pessoa e respeitar suas características individuais é a base do entendimento deste documento pontifício.

faixas etárias. Criança não é adulto em ponto pequeno. Adolescente não é adulto pronto. Jovem não é adulto acabado. Todos estão a caminho da maturidade ótima que atingiremos somente no alvorecer da vida, isto é, no dia da nossa ida para o céu, onde todos teremos a plenitude processual do viver, porque a graça santificante nos completará naquilo que faltou nas dificuldades durante à nossa humanidade no tempo.

Na continuidade do artigo publicado por Dom Wilson Luís Angotti Filho, neste jornal, em dezembro passado, caminharemos nas reflexões dos sete temas propostos pelo Pacto Educativo Global (Papa Francisco 12.09.2019) que tem por objetivo ressaltar o valor do humano na perspectiva da antropologia cristã, num cenário tecnológico, em vista de bem formar as futuras gerações na amizade com Jesus.

No ato criador amoroso do Pai Celestial, no início de tudo o que vive, a pessoa foi colocada no mais alto nível de todo o universo. Por que? Porque, ao criar, a Trindade definiu a estrutura da natureza humana como sendo capaz de receber a comunicação Divina e podendo interagir de volta. Assim, por desígnio Divino, a criação do humano se fez para viver de forma processual, comunicativa e reciprocativa. Portanto, a pessoa sempre será a joia do coração de Deus Pai Criador e deverá

O ser humano foi criado para conviver e manter vínculos positivos com os outros humanos. Isto está no modelo da criação de Deus. Humano, essencialmente, é um ser gregário, isto é, tem a capacidade de se relacionar com outras pessoas, porque é sociável. Na capacidade de manter vínculos com a mesma natureza, a pessoa se gratifica ao cultivar relacionamento saudável. Nesta dinâmica da estrutura humana, o serviço é dom preciso. Ir ao encontro do outro e proporcionar condições de intercâmbio pessoal capaz de ativar em nós e nos outros o melhor que podemos viver é a experiência do Evangelho de Jesus em sua plenitude. Servir é amar, servir é perdoar, servir é cuidar, servir é respeitar, servir é compreender, servir é respeitar o momento do desenvolvimento do outro, servir é dar oportunidade a quem não a tem, servir é ter a paciência histórica de saber que tudo tem o seu tempo de maturação e servir é construir juntos a humanidade herdada de Jesus no alto da Cruz.

A educação de modo geral e a educação na configuração Católica é um processo de desenvolvimento de pessoas respeitando as

Investir na educação, desde o berçário até a graduação, é o caminho de capacitar os estudantes na vivência da natureza humana criada pelo Pai Celestial e resgatada por Jesus na Redenção. A família tem papel preponderante nesse processo, porque é a célula primeira do desenvolvimento dos filhos, sobretudo, na estruturação do esquema de fé, mesmo que ainda na sua forma mais inicial. Na verdade, a educação é um colegiado formativo, onde o protagonista é o estudante. Porém, há os formadores natos que são os professores, os administrativos e as famílias que favorecem a construção do saber, da cultura, do respeito, da fé, da responsabilidade, da disciplina, da partilha, do comprometimento social, da cidadania, do servir ao próximo, do trabalhar colaborativamente e do cuidar da “Casa Comum”.

A Igreja Católica é o local propício para semear as sementes do desenvolvimento humano no padrão de Jesus. A comunidade, por si, é educativa. Nela, os nossos antepassados são respeitados, porque a história se constrói geração a geração.

No próximo texto trabalharemos sobre como ouvir a juventude em vista de um futuro baseado na justiça e a paz.

11 Janeiro e Fevereiro 2023 O LÁBARO
serviço
A
da evangelização!
Pe. Fábio de Melo
cultivando

In Memoriam Diocese de Taubaté faz memória à trajetória de vida do Padre Fausto Rezende

No dia 15 de janeiro de 2023, faleceu em Taubaté o Padre Fausto T. Rezende.

A notícia da morte foi dada o cialmente pelo Santuário Santa Teresinha, onde atuava como padre colaborador.

Os éis, familiares e o clero zeram suas orações e homenagens ao Padre Fausto no Santuário Santa Teresinha que acolheu o velório e missas de corpo presente.

Como de costume, a Diocese de Taubaté publicou um documento que registra a trajetória do Padre Fausto relembrando sua origem, sua formação, a encardinação em nossa Diocese e sua contribuição nos diversos trabalhos realizados junto ao povo nas paróquias por onde passou e também em assistência a insituições religiosas e sociais.

O documento ressalta ainda as caracterísitas de seu ministério sacerdotal.

Con ra o documento "In memoriam: Padre Fausto Teixeira Rezende", na íntegra e conheça mais sobre a trajetória de vida do padre.

Atos da Cúria

Foram 42 os documentos expedidos pela Cúria Diocesana no período de 7 de dezembro de 2022 a 26 de janeiro de 2023. Dentre estes se destacam:

• Autorização para o Revmo. Pe. Luiz Cláudio W. Spolatori permanecer na Diocese de Petrópolis.

• Concessão do Uso de Ordem aos Padres Salesianos da Comunidade de Pindamonhangaba: Pe. Agnaldo Soares Lima, Pe. Gilberto Luiz Pierobom, e Pe. Ruan Henrique de Oliveira.

• Concessão de Uso de Ordem ao Revmo. Pe. Rarden Luís Reis Pedrosa, Dehoniano.

• Decreto de Admissão ao Diaconato do Acólito Marciano Inácio Batista.

• Autorização para troca de veículo: Paróquia São Benedito de Campos do Jordão.

• Concessão de Uso de Ordem ao Revmo. Pe. Frederico Santos Carvalho –Fazenda Esperança de Pindamonhangaba.

• Concessão de Uso de Ordem aos Freis do Convento Santa Clara: Frei Maycon Ferrazoli, Frei Rogério Rodrigues Dias, e Frei Simão Esteves Figueiredo.

• Autorização para troca de veículo: Paróquia de São Bento.

• Comunicado sobre falsos padres e prestadores de serviço servindo-se de nome de Autoridades diocesanas.

O LÁBARO A serviço da evangelização! 12 Janeiro e Fevereiro 2023
comunicacao@diocesedetaubate.org.br Anuncie aqui!
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