Jornal O Lábaro | Diocese de Taubaté | Março de 2023

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O LÁBARO

Diocese de Taubaté - SP

Editorial

Distribuição Gratuita

Consciência vocacional. Esta é a profecia para a Igreja no Brasil no ano de 2023. Compreende as águas mais profundas (cf. 5,4) que ela quer adentrar pela prece, reflexão e testemunho. É tempo de 'escutar a voz de Deus' a partir das necessidades da Igreja e de seu povo.

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Palavra do Bispo

Nós podemos encontrar ensinamentos sociais à luz da fé, desde os primeiros tempos da Igreja. Contribuíram com a tradição da Doutrina Social, os grandes Padres da Igreja nos primeiros séculos do cristianismo, os grandes doutores da idade média, os sínodos a esse respeito realizados e as contribuições dos papas até os tempos recentes.

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Opinião

Por esses dias, ouvi um colega padre ensinando que “jejum sem oração é só dieta”. Verdade. Diria ainda que, sem sensibilidade para com o próximo, jejum e abstinência são meras práticas tradicionais e autocentradas, sem conexão com o irmão e, portanto, sem caridade.

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Espiritualidade

Lamento informar que essa religiosidade não poderá nos salvar, pois Deus não é matemático. Ele não tem uma régua para medir religiosidade de ninguém. O que a Ele interessa é o coração puro, justo e verdadeiro.

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Diocese em Foco

Diocese de Taubaté dá início a mais um ano da catequese

A Diocese de Taubaté abriu o ano da catequese com a celebração de envio dos catequistas que ocorreu no dia 04 de fevereiro de 2023, na Catedral de São Francisco das Chagas. Todos os anos, neste encontro, os catequistas recebem as orientações e motivações para o ano catequético. Na ocasião, o destaque foi o Diretório da Catequese que entrou em vigor em 01º de janeiro de 2023.

Antecedendo a Santa Missa, o bispo diocesano, Dom Wilson Angotti, conversou com os catequistas, abordou alguns pontos do Diretório da Catequese e reforçou que o documento foi elaborado a partir de um profundo estudo e consulta.

“Nosso diretório nasceu sempre escutando as bases, nasceu de experiências,

de expectativas, de orientações que foram sendo reunidas. Em seguida, estruturou-se uma redação que foi submetida ao estudo dos grupos de catequistas nas foranias e nas paróquias, para logo depois ser estudado pelos padres, tanto em reunião geral como em reuniões de forania. Por fim, após as sugestões recebidas, passou ainda por três ou quatro redações. Como se percebe, foi um processo longo e feito com amor e dedicação para orientar a catequese em nossas paróquias”, disse o bispo.

O Diretório da Catequese visa ordenar os trabalhos da ação pastoral na Diocese de Taubaté e, junto com os outros diretórios já publicados, promover a comunhão.

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Tema Pastoral

Clero diocesano reflete sobre a dinâmica da promoção vocacional, campanha da fraternidade de 2023 e sobre processo catequético em sua primeira reunião geral do ano.

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Uma vocação é sempre uma resposta a um tempo, a um lugar e a uma cultura. Do contrário, ela é encenação de velhos personagens, heroicos em suas páginas, insuficientes para o nosso presente real.

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www.diocesedetaubate.org.br
1910 - Edição
2.215 - Março
"Tu me seduziste, Senhor, eu me deixei seduzir" (Jr 20,7).
Desde
2023

Consciência vocacional. Esta é a profecia para a Igreja no Brasil no ano de 2023. Compreende as águas mais profundas (cf. 5,4) que ela quer adentrar pela prece, reflexão e testemunho. A consciência vocacional é sinal de uma igreja madura e fecunda. Pressupõe a

Opinião

Estamos vivenciando o Tempo da Quaresma. A Igreja propõe entre os exercícios quaresmais o jejum e a abstinência. No entanto, a penitência quaresmal não se resume só a essas práticas, temos também a esmola, a oração e a escuta da Palavra de Deus.

Muita gente vê a Quaresma de modo negativo, mesmo os que levam a penitência a sério. Desse ponto de vista, o tempo quaresmal é sentido como dias em que não se pode isso ou aquilo, dias em que devemos tirar alimentos do cardápio habitual e frustrar prazeres. Lembro quando criança de ouvir meus pais e avós dizerem que nesse período eram proibidos bailes, música e festas. Fácil entender por que a Quaresma era sinônimo de tempo triste e pesado de se viver.

É possível ver a Quaresma com outros olhos. De modo positivo. Melhor dizendo, de modo propositivo. Lembremos que o objetivo principal da Quaresma é a conversão, a mudança de vida. Se fazemos jejum e abstinência de modo rigoroso, mas sem nenhuma mudança de atitude, quando a única diferença percebida foi a perda de uns quilos, então foi dieta pra emagrecer o que fizemos e não um exercício penitencial.

Além do jejum e da abstinência, olhemos com especial atenção outros exercícios quaresmais importantes: a oração, a escuta da Palavra e a caridade. Esses três itens aliás, não são apenas coisas de quaresmas a se fazer. São pontos essenciais da espiritualidade cristã

Crônica

Padre Zezinho, dentre suas mais de três mil canções gravadas, tem uma que sempre me chamou atenção de um jeito diferente. Ela se chama “Foi a minha fé” e a letra é breve, mas tocante. Tem um trecho dela que diz assim:

“Foi a minha fé / pequena mas sincera / foi a minha fé que me levou [...] Foi a minha fé que me levou / a dizer ‘Senhor, aqui estou”. / Não sei muita coisa / tenho quase nada/ mas se mandas ao povo em Teu nome/ em Teu nome ao Teu povo, ó meu Senhor, eu vou”.

O que fico pensando, neste ano vocacional, é que vocação não tem a ver com um talento inato, mas com uma experiência intensa de fé. Recordo-me dos anos de encontros vocacionais, meus colegas e eu desejando ser padres. Cada um vinha de uma região diferente, com sua paróquia e suas manias, sua história cultural e seus costumes celebrativos. Éramos um público bem variado, mas todos ainda muito novos para entender o que significa ser padre, no sentido forte do termo. Tínhamos desejo de nos tornar

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A serviço da evangelização

Departamento de Comunicação da Diocese de Taubaté Avenida Professor Moreira, nº 327 – Centro – Taubaté/SP. CEP 12030-070

fé como uma experiência pessoal de Deus que se desdobra na descoberta de um chamado. É quando a fé se torna interpelação, quando a intimidade com o mestre se configura num convite amigo ao serviço e ao autoconhecimento na liberdade. Quando o ser humano tocado e transformado pelo amor divino, compreende ser o amor de serviço o sentido fundamental da vida.

Durante, portanto, o ano de 2023, o Jornal “O Lábaro” vai fermentar a cultura vocacional. É tempo de 'escutar a voz de Deus' a partir das necessidades da Igreja e de seu povo. Contemplar a solidez da unidade cristã pelo chamado de Deus que é comum a todos os homens e, ao mesmo tempo, a multiforme graça Dele que se expressa nos dons e carismas diversos.

nos quais precisamos crescer e a Quaresma se apresenta como tempo oportuno para o desenvolvimento deles.

O episódio em que Jesus é tentado no deserto, lido no Primeiro Domingo da Quaresma, ilustra a importância da oração e da Palavra de Deus na vida cristã. Essas são as duas armas principais na nossa luta contra as tentações. São instrumentos essenciais no conhecimento de Deus e para a conversão pessoal. Na oração, Jesus vive, na solidão do deserto, a íntima unidade com o Pai. Também o cristão, pela oração se une a Deus. A Palavra de Deus serve para nos instruir e corrigir na nossa busca de conversão (cf. 2Tm 3,16-17). Uma verdadeira revisão de vida em busca da conversão jamais será possível sem a Palavra. E sem a oração, desanimamos diante de nossos pecados em vez de evoluir na graça.

Comentando sobre as tentações de Jesus no deserto o Papa Francisco disse que Jesus enfrenta o Tentador “com a Palavra de Deus. Ele cita três frases da Escritura que falam de liberdade das coisas (cf. Dt 8, 3), de confiança (cf. Dt 6, 16), e de serviço a Deus (cf. Dt 6, 13), três frases opostas às tentações”. Sem o auxílio da Palavra de Deus não conseguimos discernir nem mesmo o que é o pecado, nos é impossível identificar o que seja tentação, distinguindo o que é moral, correto e justo. São muitas as vozes que ouvimos, e “entre as vozes que se agitam dentro de nós, ressoará aquela benéfica da Palavra de Deus”, afirmou o Papa. Prestemos

Por uma Quaresma mais propositiva Minha vocação nasceu da minha fé

padres, mas nossa fé ainda estava em formação e não tínhamos grandes dons, éramos comuns demais até.

Dom Hélder Câmara, grande bispo brasileiro, certa vez contou que havia se convertido depois de bispo. Santa Teresa d’Ávila escreveu que durante vinte anos foi uma freira medíocre. Como pode uma vocação surgir e não viver em pleno vapor? Bem, um vocacionado pode se sentir chamado por Deus por ter visto um padre na sua infância, por gostar de ajudar como coroinha, ou até porque sua família tendenciou a sua escolha. No entanto, uma vocação desperta mesmo é no momento em que a fé desperta, forte, viva, apaixonada, apostólica. Antes disso, ela foi incubada, gestada, nutrida, mas ainda não tinha sido despertada em toda sua potência.

Nos encontros vocacionais falava-se de “vocabilidades”, isto é, sinais que apontam para a existência de uma vocação. Era preciso discernir a partir desses sinais. Hoje eu sinto mais forte a necessidade de verificar a “vocabilidade”

mais atenção a essa voz.

O terceiro elemento, a caridade, é exercitado durante a quaresma pela prática da solidariedade para com o irmão necessitado. A solidariedade vem identificada pela recomendação “dar esmolas”. No Brasil, durante a Quaresma temos a Campanha da Fraternidade, uma proposta de conversão para além dos limites da própria consciência, a fim de perceber a necessidade de uma transformação de toda a sociedade. Cada ano, uma ferida aberta em nossa sociedade, um pecado social, é abordado pela Campanha da Fraternidade. Este ano, a dura realidade da fome sofrida por tantos de nossos irmãos, sem ter o que comer ou vivendo em condições precárias e suportando a insegurança alimentar.

Por esses dias, ouvi um colega padre ensinando que “jejum sem oração é só dieta”. Verdade. Diria ainda que, sem sensibilidade para com o próximo, jejum e abstinência são meras práticas tradicionais e autocentradas, sem conexão com o irmão e, portanto, sem caridade. Neste sentido, pensando a Quaresma de forma positiva, vamos ajudar alguém que passa fome ou não tem o suficiente para comer. Ao se abster de carne, por exemplo, leve esse item importante para quem não pode comprar proteínas para sua alimentação. Lembre-se de que não só de Cesta Básica vive o pobre, mas também de frutas, verduras e proteínas.

da fé em um jovem candidato ao sacerdócio, bem como tenho convicção que para nós, que já somos padres, uma vida sem o cuidado da fé é altamente destrutiva para a vocação.

São Charles de Foucauld disse sobre a sua experiência: “Minha vocação religiosa data do mesmo momento que minha fé”. Nesse sentido ele é modelo: não esperou muito para assumir o que era dele. Invejável e admirável é conseguir alinhar o desejo de ser padre e a experiência de fé, fazê-los darem-se as mãos e apoiarem-se mutuamente. Isso tem de acontecer de algum modo, em algum momento da vida de um vocacionado. Senão, o sentido vai embora e, com ele, a vocação e os seus frutos de vida para a Igreja e para o mundo. E o sentido não é uma ideia de fé, o sentido está na experiência mesma da fé.

Meu Senhor, eu creio... mas aumenta a minha fé!

Impressão: Katú Editora Gráfica Tiragem: 5.000 | Distribuição dirigida e gratuita

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As matérias assinadas são de inteira responsabilidade de seus autores, não emitem necessariamente a opinião deste veículo.

Wilse Mara Galvão

O LÁBARO A serviço da evangelização! 2 Março 2023
Editorial
Côn. José Luciano Matos Santana Editor: Pe. Thomás Ranieri da Silva Jornalista Responsável: Pe. Jaime Lemes MTB 62839/SP Conselho Editorial: Pe. Marcelo Henrique de Souza, Pe. Julius Rafael Silva de Barros Lima e Valquiria Vieira. Diagramação: Valquíria Vieira Revisão: Ana Regina de Oliveira e
Diretor:

Palavra do Bispo DOUTRINA SOCIAL DA IGREJA EM NOSSO TEMPO

remédio aos conflitos sociais e apresenta a doutrina católica sobre o trabalho, o direito à propriedade, a mútua colaboração que se contrapõe à luta de classe como meio de mudança social. Trata sobre a dignidade dos pobres, as obrigações dos ricos, o direito de se ter sindicatos e a caridade que vai além da justiça. Esses princípios serão retomados e aprofundados por várias encíclicas sociais sucessivas.

A Doutrina ou Ensinamento Social da Igreja (DSI) tem seus fundamentos na Palavra de Deus e na Tradição da Igreja. Tradição é o conjunto de tudo aquilo que a Igreja crê, vive, reza e ensina. A DSI é a aplicação da Palavra de Deus ao conjunto da vida em sociedade. A Igreja sempre demonstrou sua atenção e solicitude para as questões sociais. Nós podemos encontrar ensinamentos sociais desde os primeiros tempos da Igreja, sobretudo nos chamados Padres da Igreja, que são os grandes autores cristãos dos primeiros séculos do cristianismo, que tiveram a tarefa de explicitar e sistematizar a doutrina cristã aos fiéis. Posteriormente, esse ensinamento foi enriquecido pelos grandes doutores da Idade Média, que ofereceram sua contribuição sobre questões sociais, assim como concílios ou sínodos que se manifestam sobre essa temática.

Atualmente, quando se fala em Doutrina Social da Igreja nos referimos ao conjunto de muitos escritos, sobretudo de Papas, desde o Papa Leão XIII (século XIX) com a encíclica Rerum Novarum, de 1891, até hoje. Rerum Novarum significa “das coisas novas”; refere-se a questão operária, suscitada pela revolução industrial e o conflito entre capital e trabalho. Esta Encíclica (carta feita para circular) tornou-se a grande referência da visão da Igreja frente aos problemas sociais que surgiram com a industrialização. Ela evidencia as injustiças sociais, sobretudo com os operários. Exclui o socialismo como

No ano 1931, tendo o mundo recém superado uma grave crise econômica, o Papa Pio XI publica a encíclica “Quadragesimo anno”, que comemora os quarenta anos da Rerum Novarum. O mundo saía da 1ª grande guerra mundial (1914-1919). Cresciam os regimes totalitários de extrema direita como o fascismo na Itália e o nazismo na Alemanha, e os de extrema esquerda como o stalinismo, na Rússia. Intensificava-se a luta de classes. O Papa o Pio XI combateu duramente os abusos dos regimes totalitários quer de direita quer de esquerda, mostrando que ambos são perversos. Em relação à economia e direitos humanos, destacou que a matéria saia mais nobre das fábricas, porém os operários mais degradados.

Com os Papas sucessivos, os escritos sociais que se destacam são: com o Papa João XXIII, a Mater et Magistra (Mãe e mestra) e a Pacem in Terris (Paz na terra), respectivamente de 1962 e 1963. O Concílio Vaticano II (19631965) publicou a Gaudium et Spes (Alegria e esperança) que abordou questões econômicas e sociais e procurou oferecer soluções para problemas que afligiam a humanidade. Com o Papa Paulo VI, temos a Populorum Progressio (sobre o Desenvolvimento dos Povos) e a Octogesima Adveniens (Chegados aos oitenta anos), que comemora e atualiza a Rerum Novarum. O papa Paulo VI insiste no respeito à dignidade do trabalhador, reconhece a função dos sindicatos que exercem ação reguladora na relação entre empresas e trabalhadores. Diz que a política, como busca o bem comum, é importante meio para aperfeiçoar a organização social e é a melhor maneira de se exercer a caridade.

Os escritos sociais do Papa João Paulo II foram: a Laborem Exercens, sobre o trabalho humano, a Sollicitudo rei socialis, sobre a solicitude social, a Centesimus annus,

comemorativa do centenário da Rerum Novarum. Nessas cartas se reafirma o repúdio contra os dois sistemas contraditórios: o capitalismo liberal e o socialismo marxista, um que absolutiza o lucro, outro que absolutiza o estado, ambos em detrimento da pessoa. Condena-se a depredação ambiental e se reconhece o “pecado social” que nascendo da maldade humana se instala nas instituições e corrompe as pessoas e a vida humana. Afirma que a opção preferencial pelos pobres faz parte essencial da mensagem evangélica da Igreja. Declara que a Igreja vê com simpatia o sistema democrático de governo.

O Papa Bento XVI, com a carta encíclica Caritas in Veritate, de 2009, fala sobre o desenvolvimento integral humano na caridade e na verdade. Com ela, o Papa quis homenagear os quarenta anos da publicação da Populorum Progressio e diz que o ensinamento social da Igreja não se baseia simplesmente em sociologia, mas na fé transmitida pelos apóstolos. Citando o Concílio Vaticano II, o Papa Bento XVI diz: “... que o primeiro capital a preservar e valorizar é a pessoa humana, na sua integridade: ‘com efeito, o homem é o protagonista, o centro e o fim de toda a vida económico-social’” (CV n. 25). Ele indica os grandes problemas que a comunidade internacional, unida na ONU, deve resolver: o governo da economia mundial, o desarmamento, a segurança alimentar e a paz, a defesa do ambiente e a regulação de fluxos migratórios.

O Papa Francisco, em 2015, publicou a Laudato Si, sobre a necessidade de cuidar do ambiente, como casa comum. No ano 2020 ele publicou a carta encíclica Fratelli Tutti (Todos irmãos) sobre a fraternidade e a amizade social, como condições para se construir um mundo melhor, mais pacífico e justo. A fraternidade é exigência evangélica e não pode ser condicionada por limites que nós criamos, como: as fronteiras nacionais, as discriminações de religião, raça, gênero e classe social. É necessário fazer-se próximo de quem precisa, independentemente de qualquer condição. Assim, temos aqui, uma brevíssima apresentação da recente Doutrina Social da

3 Março 2023 O LÁBARO A serviço da evangelização!

Diocese em Foco

Paróquia Nossa Senhora do Belém recebe primeira Visita Pastoral de 2023

Da Redação

A Paróquia Nossa Senhora do Belém, em Taubaté, recebeu de 12 a 15 de janeiro de 2023, a visita pastoral do bispo diocesano, Dom Wilson Angotti. A programação da visita contou com a acolhida ao senhor bispo na noite de quinta-feira, 12 de janeiro, seguida

da Santa Missa. No decorrer da visita pastoral o bispo reuniu-se com lideranças da comunidade, com os catequizados, os catequistas, os agentes das pastorais paroquial e os membros do CAEP, deu a bênção aos idosos e aos enfermos e

visitou também instituições e residências no território da paróquia.

No domingo, 15 de janeiro, a visita foi encerrada com a Santa Missa às 10h na Matriz paroquial.

Visita aos idosos da paróquia Nossa Senhora do Belém_Foto: Pascom

Encontro com os Catequizandos durante a Visita Pastoral_Foto: Pascom

Visita e benção aos moradores do teritório da paróquia Nossa Senhora do Belém. Foto: Pascom

Religiosos celebram Dia Mundial da Vida Consagrada com encontro na Catedral de Taubaté

No sábado, 04 de fevereiro de 2023, aconteceu na Catedral São Francisco das Chagas em Taubaté, o encontro celebrativo da CRB (Conferência dos Religiosos do Brasil), núcleos Taubaté - Vale e TaubatéSerra, comemorando o 27° Dia Mundial da Vida Consagrada, sob o lema: “Jesus subiu ao monte e chamou os que Ele quis” (Mc 3,13). O Encontrou contou com a presença de 120 religiosos, além do Bispo Diocesano, Dom Wilson Luís Angotti Filho, que fez uma reflexão exortando aos religiosos que “um consagrado que não vive seu carisma no mundo é uma lâmpada escondida”. O bispo também deu início ao ato vocacional da CRB com a bênção e entrega dos ícones que peregrinarão entre as casas das congregações ao longo deste ano vocacional.

Pastoral Diocesana do Dízimo vivencia formação sobre a Campanha da Fraternidade 2023

A pastoral diocesana do dízimo vivenciou um momento formativo sobre a Campanha da Fraternidade 2023 (CF2023), no dia 11 de fevereiro de 2023, na Catedral de São Francisco das Chagas. A temática da CF 2023, “Fraternidade e Fome”, foi abordada no encontro que começou às 15h e foi partilhada pelo casal, Paulo Alexandre da Silva Rego e Sílvia Aparecida de Oliveira Rego, representantes da Campanha da Fraternidade da Diocese de Taubaté.

“A fome é um grande problema de nossa sociedade e atinge todas as nossas paróquias, por isso devemos nos comprometer e encontrar soluções de como ir ao encontro das famílias carentes e, junto a elas, lutar para superar a pobreza e a desigualdade social”, indicou o

casal.

O Bispo Diocesano, Dom Wilson Angotti enviou uma mensagem à Pastoral Diocesana do Dízimo para a ocasião da

Da Redação

formação. O assessor diocesano da Pastoral do Dízimo, Padre Alan Rudz de Carvalho Rebelo, fez a leitura da mensagem que pedia aos membros da pastoral que estivessem atentos às necessidades dos irmãos.

Durante o encontro, também esteve presente o coordenador diocesano de pastoral, Cônego José Luciano Matos Santana, que levou uma mensagem carinhosa e animadora aos agentes da Pastoral do Dízimo.

O Momento formativo foi encerrado com a Santa Missa às 16h, presidida pelo padre Alan, que ao final fez o envio missionário dos participantes do encontro. Estiveram presentes cento e quarenta e quatro agentes da Pastoral do Dízimo com representação de trinta e seis paróquias.

O LÁBARO A serviço da evangelização! 4 Março 2023

Diocese em Foco

Clero Diocesano realiza sua primeira reunião geral em 2023

Da Redação

Aparecida.

Em sua exposição, Pe. Renan Rangel, após uma contextualização dos desafios sociais e eclesiais em que está situada a fé, considerou que é frutuoso e necessário que os padres façam o exercício de se “reencantarem” pela própria vocação. Isso representa focar os olhos espirituais em Jesus, que é o mesmo ontem, hoje e sempre. Ver continuamente Nele, o motivo dos esforços e empenhos da vida sacerdotal. Acrescentou que se trata do processo contínuo de um encantamento cada vez mais maduro pela vocação.

O clero presente na diocese de Taubaté reuniu-se para sua primeira reunião geral de 2023, no seminário Diocesano Santo Antônio em Taubaté.

Conforme habitual, a reunião teve início com a oração da liturgia das horas e reflexão orante conduzida pelo padre Julius Rafael Silva de Barros, administrador paroquial na paróquia São Benedito na cidade de Campos do Jordão – SP. Ao partilhar o texto do Evangelho de São Lucas sobre a pesca milagrosa no início do ministério público de Jesus (cf. Lc 5, 1-11), destacou a importância dos padres vivenciarem a experiência da escuta espiritual e interior, capazes de interpelar o padre para uma vivência fecunda do ministério, que se

desdobra em um caminho fundamental da promoção vocacional. Da mesma forma, a escuta dos discípulos e sua obediência possibilitaram a pesca milagrosa, mesmo no contexto da adversidade.

Em seguida à oração, a reunião tem um momento formativo, promovendo uma reflexão mais sistemática sobre algum tema pastoral relevante para a vida da diocese. Na ocasião do terceiro ano vocacional vivenciado no Brasil, o tema desenvolvido na manhã formativa foi sobre “O sacerdote como promotor vocacional”. O momento formativo foi ministrado pelo padre Renan Rangel dos Santos Pereira, reitor do Seminário Missionário Bom Jesus, da Arquidiocese de

Na reunião geral, houve também um momento de apresentação sobre a Campanha da Fraternidade de 2023, que tem como tema: “Fraternidade e Fome” e como lema: “Dai-lhes vós mesmos de comer” (Mt 14,16), conduzida pelo assessor diocesano da CF, padre José Amarildo Rangel Júnior, administrador paroquial da Paróquia São Miguel Arcanjo em Pindamonhangaba. O presbítero apresentou em linhas gerais os pontos mais importantes da campanha e destacou a importância dela como princípio de comunhão eclesial.

Dom Wilson Angotti, bispo diocesano, dedicou um tempo do encontro para explicar o processo de catequese denominado “1º anúncio”, dedicado a crianças de 9 anos de idade, que conta com a participação dos responsáveis dos catequizandos. Demarcou também que a iniciativa favorece tanto o aprendizado das crianças como a vivência da fé no próprio interior das famílias.

Em seguida, nos encaminhamentos finais da reunião, foram notificados eventos e assuntos administrativos pertinentes à vida paroquial e diocesana.

Dom Wilson é acolhido em visita pastoral à Paróquia Nossa Senhora Aparecida

O bispo diocesano de Taubaté, Dom Wilson Angotti, esteve em mais uma visita pastoral, de 09 a 12 de fevereiro, agora na paróquia Nossa Senhora Aparecida em Taubaté. Com muita alegria foi recebido pelo povo da paróquia na noite de quinta-feira, 09 de fevereiro, na ocasião presidiu a Santa Missa estacional.

Acolhido pelo pároco, Cônego Paulo César Nunes de Oliveira e pelo vigário paroquial Padre Celso Aloísio Cardoso, Dom Wilson esteve reunido com os catequizados

da Primeira Eucaristia e da Crisma, também esteve com os catequistas, com os casais e movimentos da paróquia, conversou com os alunos e a equipe Obra Social da Vila Aparecida (OSVA) e EMEI Dolores Barreto Coelho, visitou a escola EMEF Cônego José Luiz Pereira Ribeiro, reuniu-se com os Vicentinos, rezou junto aos enfermos e celebrou nas comunidades São Paulo Apóstolo e Nossa Senhora de Lourdes.

A visita pastoral à paróquia Nossa Senhora Aparecida terminou no domingo,

Da Redação

12 de fevereiro, com a Santa Missa de encerramento, momento em que mais uma vez o senhor bispo esteve com o povo da paróquia.

A visita tem por objetivo levar o bispo a ter um contato mais próximo com os padres e com o povo, além de conhecer a realidade pastoral de cada paróquia. Em 2023, Dom Wilson já visitou, em janeiro, a Paróquia Nossa Senhora do Belém e irá visitar ainda mais 9 paróquias ao longo do ano.

5 Março 2023 O LÁBARO A serviço da evangelização!
Encontro com catequizandos da Paróquia N. S. Aparecida_Foto: Pascom. Encontro com crianças e funcionários da Obra Social Vila Aparecida_Foto: Pascom. Visita ao Conselho da Sociedade São Vicente de Paulo_Foto: Pascom.

Destaque

Diretório da Catequese é destacado em celebração de envio dos catequistas

Catequistas de todas as paróquias da Diocese de Taubaté estiveram reunidos com o bispo diocesano, Dom Wilson Angotti, no sábado, 04 de fevereiro de 2023, na Catedral de São Francisco das Chagas, para a missa de envio que dá início ao ano catequético.

Antes da celebração, num momento de formação e orientação aos catequistas, Dom Wilson conversou sobre Diretório da Catequese que entrou em vigor no dia 01 de janeiro de 2023. Ao apresentar o novo documento, Dom Wilson destacou que esse diretório foi elaborado a partir de um profundo estudo e consulta.

“Nosso diretório nasceu sempre escutando as bases, nasceu de experiências, de expectativas, de orientações que foram sendo reunidas, depois se estruturou uma redação que foi submetida ao estudo dos grupos de catequistas nas foranias e nas paróquias, depois submetido aos estudo dos padres, tanto em reunião geral como em reuniões de forania, e após as sugestões recebidas passou ainda por três ou quatro redações, então foi um processo longo e um processo feito com amor com dedicação para orientar a catequese em nossas paróquias”, disse o bispo.

Dom Wilson presidiu a Santa Missa às 16h, concelebrada pelo padre Fábio Modesto, assessor diocesano da Catequese, padre Roger Matheus, pároco da paróquia São Francisco das Chagas e pelo Cônego José Luciano Matos Santana, coordenador diocesano de pastoral e pároco da Paróquia Santo Antônio de Lisboa. Em sua homilia o bispo falou sobre luz no mundo, pensar no outro, a partir dos valores ensinados por Jesus.

“É um desafio constante para nós pensarmos no outro, porque nós vivemos num mundo, numa sociedade em que cada um pensa em si mesmo, nós somos levados a isso, vivemos em uma situação em que

cada um tem que competir pelo seu espaço, até para conseguir uma vaga numa faculdade temos que competir eliminando outros e nesse sentido numa sociedade competitiva e excludente nós temos que ter em vista sempre aquilo que Jesus no ensina, o seu valor que destoa desses valores da sociedade, que se contrapõe, e vivendo isso que o Cristo nos propõe a nossa luz vai brilhar como sol ao meio dia, vai se destacar”, disse Dom Wilson. Ao final da celebração, o bispo pediu aos catequistas que rezem e sejam motivadores das vocações na diocese, na bênção final rezou por todos os catequistas fazendo o envio para a missão do novo ano catequético que se inicia.

Dom Wilson ressaltou a função de unidade do Diretório da Catequese.

“O diretório na Igreja Diocesana faz a unidade na Catequese, essa é a função do Diretório, para que ninguém faça as coisas da própria cabeça. Nós somos enviados por Jesus e temos uma organização como Igreja, para que a mensagem de Jesus chegue a todos”, explicou.

Dom Wilson abordou com os catequistas alguns pontos importantes do diretório, detalhou a organização na Diocese, as fases da catequese e ressaltou o papel da catequese de ser Igreja em saída.

“Nós temos que ter também uma catequese em saída para que tenhamos uma Igreja em saída, (...) não podemos ficar esperando que as pessoas venham até nós, temos que ir ao encontro e não deixar que nenhuma criança fique sem catequese”, indicou Dom Wilson.

O LÁBARO A serviço da evangelização! 6 Março 2023
Foto: Taubaté Católico Da Redação Catequistas da Diocese de Taubaté na Catedral de São Francisco das Chagas para a Missa de envio de 2023. Foto: Taubaté Católico Dom Wilson orientou os catequistas em conversa sobre o Diretório da Catequese. Foto: Taubaté Católico Veja mais fotos, na página 12 desta edição, das atividades de abertura do ano da catequese nas paróquias da Diocese de Taubaté.

Igreja no Brasil

CNBB divulga nota sobre a utilização de vinho canônico nas celebrações das Santas Missas

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou nesta terça-feira, 28 de fevereiro, uma nota sobre o zelo pelo tipo de vinho utilizado nas celebrações das missas. No texto, a CNBB expressa que “qualquer tipo de trabalho em condições que ferem o respeito pela dignidade humana não pode ser aprovado” e que “todas as denúncias devem ser investigadas nos termos da lei”.

A nota diz, ainda, que no Brasil existem diversas vinícolas que oferecem vinho canônico. Desse modo, a Conferência recomenda que “se busquem, para a celebração da missa, vinhos de proveniência sobre as quais não existam dúvidas a respeito

Igreja no Mundo

dos critérios éticos na sua produção”. Confira o texto, na íntegra:

VINHO CANÔNICO

Quem ama a Deus ame também o seu irmão (1 Jo 4,21)

Brasília, 28 de fevereiro de 2023

A Igreja tem a responsabilidade de zelar pelo tipo de vinho utilizado nas celebrações das missas. A CNBB, por meio da Comissão Episcopal para a Liturgia, promoveu encontros com cerca de 15 vinícolas a respeito das caraterísticas de tal vinho.

Fonte: CNBB

Qualquer tipo de trabalho em condições que ferem o respeito pela dignidade humana não pode ser aprovado. Todas as denúncias devem ser investigadas nos termos da lei. No Brasil existem diversas vinícolas que oferecem vinho canônico. Desse modo, é recomendável que se busquem, para a celebração da missa, vinhos de proveniência sobre as quais não existam dúvidas a respeito dos critérios éticos na sua produção.

Dom Joel Portella Amado

Bispo auxiliar da arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ) Secretário-Geral da CNBB

Papa Francisco envia mensagem aos brasileiros por ocasião da Campanha da Fraternidade 2023

redirecionando toda a nossa vida para Ele, que “amou tanto o mundo, que deu o seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3, 16). Ao preparar-nos para a celebração dessa entrega amorosa na Páscoa, encontramos na oração, na esmola e no jejum, vividos de modo mais intenso durante este tempo, práticas penitenciais que nos ajudam a colaborar com a ação do Espírito Santo, autor da nossa santificação.

Com o intuito de animar o povo fiel nesse itinerário ao encontro do Senhor, a Campanha da Fraternidade deste ano propõe que voltemos o nosso olhar para os nossos irmãos mais necessitados, afetados pelo flagelo da fome. Ainda hoje, “milhões de pessoas sofrem e morrem de fome. Por outro lado, descartam-se toneladas de alimentos. Isto constitui um verdadeiro escândalo. A fome é criminosa, a alimentação é um direito inalienável” (Discurso no encontro com os Movimentos Populares, 28/X/2014).

Realizada pela CNBB todos os anos no tempo da Quaresma, a Campanha da Fraternidade de 2023 deste ano tem como tema: “Fraternidade e fome”.

Na mensagem, o Papa aborda o ensinamento de Jesus sobre a partilha.

Confira a mensagem na íntegra:

Queridos irmãos e irmãs do Brasil!

Todos os anos, no tempo da Quaresma, somos chamados por Deus a trilhar um caminho de verdadeira e sincera conversão,

A indicação dada por Jesus aos seus apóstolos “Dai-lhes vós mesmos de comer” (Mt 14, 16) é dirigida hoje a todos nós, seus discípulos, para que partilhemos – do muito ou do pouco que temos – com os nossos irmãos que nem sequer tem com que saciar a própria fome. Sabemos que indo ao encontro das necessidades daqueles que passam fome, estaremos saciando o próprio Senhor Jesus, que se identifica com os mais pobres e famintos: “eu estava com fome, e me destes de comer... todas as vezes que fizestes isso a um destes mais pequenos, que são meus irmãos, foi a mim que o fizestes” (Mt 25, 35.40).

É meu grande desejo que a reflexão sobre o tema da fome, proposta aos católicos brasileiros durante o tempo quaresmal que se aproxima, leve não somente a ações concretas

Fonte: Vatican.va

– sem dúvida, necessárias – que venham de modo emergencial em auxílio dos irmãos mais necessitados, mas também gere em todos a consciência de que a partilha dos dons que o Senhor nos concede em sua bondade não pode restringir-se a um momento, a uma campanha, a algumas ações pontuais, mas deve ser uma atitude constante de todos nós, que nos compromete com Cristo presente em todo aquele que passa fome.

Desejo igualmente que esta conscientização pessoal ressoe em nossas estruturas paroquiais e diocesanas, mas também encontre eco nos órgãos de governo a nível federal, estadual e municipal, bem como nas demais entidades da sociedade civil, a fim de que, trabalhando todos em conjunto, possam definitivamente extirpar das terras brasileiras o flagelo da fome. Lembremo-nos de que “aqueles que sofrem a miséria não são diferentes de nós. Têm a mesma carne e sangue que nós. Por isso, merecem que uma mão amiga os socorra e ajude, de modo que ninguém seja deixado para trás e, no nosso mundo, a fraternidade tenha direito de cidadania” (Mensagem para o Dia Mundial da Alimentação, 16/X/2018, n. 7)

Confiando estes votos aos cuidados de Nossa Senhora Aparecida e como penhor de abundantes graças celestes que auxiliem as iniciativas nascidas a partir da Campanha da Fraternidade, concedo de bom grado a todos os filhos e filhas da querida nação brasileira, de modo especial àqueles que se empenham incansavelmente para que ninguém passe fome, a Bênção Apostólica, pedindo que continuem a rezar por mim.

Roma, São João de Latrão, 21 de dezembro de 2022.

7 Março 2023 O LÁBARO A serviço da evangelização!
O Papa Francisco enviou aos fiéis brasileiros uma mensagem para o início da Quaresma e da Campanha da Fraternidade 2023.
FRANCISCUS

Intenções do Papa

Pelas vítimas dos abusos: atentado a vida e a dignidade humana

vezes até de muitos anos. Certamente, alguns crimes também são recentes. Mas quando essa fase de emersão do passado chegar ao fim, estou convencido (e todos esperamos que sim) de que o fenômeno que vemos hoje pode estagnar-se. Deve-se dizer, entretanto que o caminho da verdade e da justiça é um dos caminhos de resposta da Igreja. Necessário sim, mas não suficiente. Sem uma formação adequada, um discernimento cuidadoso, uma prevenção serena, mas decisiva, ele sozinho não poderá curar esta ferida à qual hoje assistimos”.

O Papa Francisco diz indignado que os abusadores “profanaram o rosto de Deus à imagem do qual fomos criados” (07.07.2014). São questões que clamam a consciência da Igreja e de toda a sociedade.

É fundamental o cuidado pela pessoa e aqui no caso é a vítima, seus familiares e pela comunidade eclesial. Fundamental sempre pensar na criança ferida. É preciso sempre reagir aos comportamentos incorretos. Dentro e fora da Igreja. No caso de abusos não se pode calar e omitir. Não devem ser protegidos em nome da reputação da instituição. Se isso acontecer a vítima é esquecida e o abusado protegido. Gera descontentamento quando casos são negligenciados ou abafados. É preciso uma consciência aguçada para se perceber a gravidade do problema.

É preciso agir segundo uma escala de valores evangélicos em que a pessoa humana tem uma dignidade que não pode ser desrespeitada e violada.

O Papa Francisco pede que “rezemos por quantos sofrem por causa do mal cometido por parte de membros da comunidade eclesial: para que encontrem na própria Igreja uma resposta concreta às suas dores e aos seus sofrimentos”.

Certa vez Dom Giacomo Morandi, Arcebispo Secretário da Congregação para A Doutrina da Fé em entrevista a Andrea Tornielli disse o seguinte sobre abusos sexuais dentro da Igreja: “O fenômeno está presente em todos os continentes, e ainda se assiste o surgimento de denúncias de fatos antigos, às

A Congregação para Doutrina da Fé estabeleceu procedimentos no tratamento de abusos sexuais de menores cometidos por clérigos. Existe na Igreja uma Comissão Pontifícia para a Proteção de Menores.

O Papa Bento XVI num ensaio intitulado A Igreja e o escândalo dos abusos sexuais, publicado em uma revista alemã de 2019 disse: “Uma sociedade na qual Deus está ausente – uma sociedade que já não o conhece e o trata como se não existisse – é uma sociedade que perde o seu critério. (...) morre o sentido que oferece orientação. E porque se desvanece o critério que nos indica a direção ensinando-nos a distinguir o bem do mal”. Nas suas palavras, o que é mal e destrói o ser humano, infelizmente também atingiu a Igreja, basta verificar os casos existentes.

Recentemente, a Igreja tem adotado procedimentos modelares para coibir abusos, ajuda às vítimas, punição aos agressores. Criaram mecanismos de transparência e punição. Existe um grande caminho a percorrer na Igreja para implementar, em todas as suas estruturas, a prevenção de abusos sexuais. Abusos são um atentado contra a dignidade humana. Ela fundamenta-se em sua grandeza como pessoa. Todo homem é pessoa em qualquer momento, por força da alma espiritual dotada de inteligência e vontade livre. Inclui-se aí o inalienável direito à vida. Abusos são uma ameaça e atentado a dignidade humana. Abusos são um aviltamento de valores fundamentais da personalidade humana. É importante uma conscientização crescente que deve envolver clérigos e leigos, Igreja e sociedade.

Doutrina Social da Igreja É fake ou é fome de verdade?

Disseram que são 33 milhões de famintos e 100 milhões com insegurança alimentar …

Você concorda ou acha isto um grande exagero?

Se o Brasil tem 210 milhões de pessoas e 100 milhões não se alimentam o suficiente, ao menos 3 vezes por dia, então metade do povo brasileiro tem segurança alimentar, o que é sentimento próximo de fome!

É este o raciocínio político e sociológico ou teológico? Ou os números servem ao governo, ou talvez à oposição!

O governo lembrará os últimos 4 anos do governo do PL. A oposição lembrará os 16 anos do PT. É um jogará a culpa no outro!

Mas quem consultar as estatísticas verá a subida dos preços de quase tudo e concluirá que são milhões que têm armários, despensa e geladeira quase vazias. Ou vazia de fato!

Você já viu isto nas suas andanças pelo interior do país ou em periferias. Você dirá que não chegam a 10%. E 10% são quantos brasileiros? Oito, dez, vinte milhões num país de 210 milhões?

E quantos milhões estão desempregados?

Ora, 12 milhões de adultos sem salário significa, no mínimo 40 milhões de crianças, adolescentes, jovens e anciãos dependentes de dois adultos que terão que economizar até comida para a família chegar ao fim do mês.

Então, os números não são nada auspiciosos. Sim, 30 a 40% dos brasileiros com 8 a 10 contas a pagar comem menos do que deveriam!

A campanha da Fraternidade de 1974 já falava isto e fui eu que cantei isso: “ONDE ESTÁ O TEU IRMÃO?” A Igreja falava de “não ter o necessário para viver “.

Agora, a CNBB que muitos católicos dissidentes abominam, volta ao mesmo tema: DAI-LHES VÓS MESMOS DE COMER. Primeiro veio a partilha. O milagre veio depois. Mas começou com 5 pães e 2 peixes!

Há um tipo de católico que entende isto! Há outro tipo que se revolta contra a CNBB dizendo que é politicagem de esquerda. E nós dizemos que são despensas, geladeiras vazias e desemprego há mais de vinte anos.

Faltou escola e partilha e fraternidade num país que ficou mais rico e mais sovina!

O LÁBARO A serviço da evangelização! 8 Março 2023
comunicacao@diocesedetaubate.org.br Anuncie aqui!
Professor José Pereira da Silva Pe. Zezinho, scj

Tema Pastoral

Como discernir a minha vocação?

II. Conviver na comunidade de fé: o discernimento não é um diálogo interior solitário, mas uma reflexão que se faz junto com os irmãos na fé. Cada vez mais as nossas paróquias sentem o esfriar da vida comunitária, mas é na comunidade que a vocação se percebe. É ali, vendo e ouvindo pessoas, interagindo com elas, tentando ajudá-las e amá-las como irmãos em Cristo é que vai ficando mais claro qual a forma de serviço vocacional pode ser a mais fecunda para cada pessoa.

III. Conversar com alguém com experiência de vida e maturidade de fé: nem tudo é claro no discernimento e ninguém enxerga todos os elementos envolvidos em uma decisão vocacional. Por isso, é bom abrir-se com uma pessoa madura, que não dirá o que deve ser feito ou escolhido, mas que ajudará cada caso na sua peculiaridade, iluminando as dúvidas com suas perspectivas experimentadas e refletidas.

Fiquei em dúvidas sobre como começar este texto, se eu o chamaria “como discernir a minha vocação” ou “como descobrir a minha vocação”. Escolhi o primeiro verbo por notar que, geralmente, há uma impressão de que a vocação está dada, feita, resolvida e que bastaria achá-la e pronto. No entanto, um número expressivo de padres e freiras que não se sentem realizados na sua vida vocacional faz pensar que a vocação passe por outros caminhos, que ela não é algo pronto. Muitos moços com “carinha de padre” não foram para frente, saíram do seminário ou deixaram o sacerdócio, e muitas “noviças rebeldes” são quem sustentam seus conventos em meio à crise generalizada das vocações. “Há últimos que serão primeiros e há primeiros que serão últimos” (Mt 19,30).

Vocação não se descobre, vocação se discerne e ela pode vir dos lugares mais inusitados, mudando a vida das pessoas mais curiosas e exóticas. As histórias e os testemunhos vocacionais são riquíssimos: médicos e advogados que deixaram o conforto para serem missionários; meninas tímidas que se tornaram verdadeiras apóstolas do amor de Deus; jovens coroinhas que só sabiam ajudar na missa e que se tornaram grandes curas de alma; pessoas simples que, por causa de Jesus, passaram a conquistar os ricos para uma vida nova, fazendo o camelo passar pelo buraco da agulha.

Vocação não é o cumprimento de um script pré-fabricado por um modelo cultural localizado. Ao observar a história da Igreja, notase que cada tempo forjou as suas vocações à altura e ao modo do seu tempo. Um excelente padre há cem anos poderia ser um péssimo pastor hoje, não por razões morais, mas porque o serviço ao povo de Deus depende do tempo, do espaço e da cultura desse povo. Uma vocação é sempre uma resposta a um tempo, a um lugar e a uma cultura. Do contrário, ela é encenação de velhos personagens, heroicos em suas páginas, insuficientes para o nosso presente real.

Uma vocação surge da provocação de um mundo e como sinal profético para ele. Antes de perguntar “qual a minha vocação”, a pergunta deveria ser “o que me provoca?”. O provocante é vocacional, mas é preciso ter um coração generoso para ser provocado e não apenas seduzido por um caminho de egoísmo, de autopromoção e de descompromisso com o mundo. Discernir uma vocação é achar o meu “adeus à disponibilidade”, como escreveu o jornalista católico Alceu Amoroso Lima, quando de sua conversão. É engajar-se, tornarse responsável, amadurecer, e não apenas viver disponível para tudo, como quem não encontrou nada a que dar o seu coração e, por isso, precisa viver na feira das vaidades que a vida oferece.

Sugiro algumas indicações para discernir a própria vocação.

I. Considerar os anseios mais profundos do próprio coração: é claro que nosso coração é ferido pelo pecado, que ele também deseja coisas que não são boas, não são de Deus, mas a capacidade de desejar é santa, pois foi criada por Deus. Por isso, é preciso conhecer-se, acessar os próprios desejos e olhar para onde apontam esses desejos, o que eles anseiam de mais profundo e intenso. A partir daí, é perguntar para Jesus: “Senhor, o que pedes aos meus desejos?”. Em outras palavras, os desejos não são para serem extirpados, mas para serem vocacionados.

Eu até gostaria de pontuar outras indicações, mas a questão do espaço me limita. Ficará para um próximo texto. Só gostaria de terminar lembrando uma diferença importante. Na filosofia clássica, falou-se muito de “potência”, que nós poderíamos chamar, em linguagem mais recente e psicológica, de “potencialidades”. Só que para Aristóteles, por exemplo, a potência é já pré-definida. Uma semente de laranja só poderá arborecer em laranjeira. No entanto, a filosofia contemporânea ajuda a pensar sob novas perspectivas. Todo ser possui um “devir”, uma capacidade de “vir a ser” que não é pré-determinada. Uma vocação, a meu ver, não é predominantemente potência, mas é essencialmente devir. Pedro, Tiago, João e companhia limitada não tinham sinais de potência para o Reino, a julgar pelas suas gafes nos evangelhos, mas Jesus deve ter visto neles um devir potente e por isso os quis junto de si. Discernir a própria vocação não é saber para o que eu nasci, isso é muito fixista para nossa capacidade tão elástica de existir. Vocação é a escolha por um devir inédito, por causa do amor e da fé que Jesus desperta.

“Passamos a noite toda pescando e não pegamos nada (não há mais potência)... mas por causa da Tua Palavra (pelo devir que mostras), lançaremos as redes”.

9 Março 2023 O LÁBARO A serviço da evangelização!

Entrevista

Quaresma: caminho de preparação para a Páscoa do Senhor

remetem a um mergulho mais intenso no contato com a Palavra de Deus, através de uma leitura, meditação diária, o silêncio, a introspecção e a observância comportamental. Na esfera celebrativa, suprime-se o Hino de Louvor, o Aleluia, as flores, (exceto nas solenidades que ocorrem no tempo, a de São José, esposo de Maria e a Anunciação) como expressões desta busca da simplicidade e da interiorização.

O LÁBARO: Quais atitudes práticas podem ajudar os fiéis na vivência deste tempo?

Pe. Kleber: Vale ressaltar que os três elementos básicos da caridade, oração e jejum nos colocam em atitudes de relacionamento: com o outro, com Deus e consigo, respectivamente. Sentir que estamos em contato com o outro, com o divino e com o nosso interior faz parte deste processo quaresmal e não apenas realizar uma penitência sem atingir um objetivo ou alcançar uma meta. Trata-se de um período espiritual que une elementos externos e internos no desenvolvimento de nossa fé e prática cristã. Penso que escolher bem a penitência a ser feita, relembrar a ocasião do seu batismo, rezar por aqueles que lhe ajudaram na educação da fé, atitudes de caridade, valorizar as obras de misericórdia corporais e espirituais, podem ser atitudes que ajudarão a mergulhar na mística quaresmal

O LÁBARO: A Semana Santa, especialmente o Tríduo Pascal, é o ponto alto do Ano Litúrgico. O que se celebra em cada um dos dias e como os fiéis podem melhor participar dessas celebrações?

O Tempo Quaresmal, dentro do Ano Litúrgico, integra o ciclo pascal, quando a Igreja celebra o mistério da paixão, morte e ressureição de Jesus. É um tempo de preparação mais intensa pelas práticas da caridade, do jejum e da oração. Neste período, a Palavra de Deus proclamada na liturgia, especialmente nos domingos, destaca o aspecto penitencial e caminho batismal. Nesta entrevista, o Pe. Kleber Rodrigues, assessor diocesano da Liturgia, nos fala sobre o sentido espiritual deste tempo e como vivenciá-lo.

O LÁBARO: O que é a Quaresma e qual o sentido espiritual deste tempo?

Pe. Kleber: A quaresma é um tempo litúrgico que começa na Quarta-Feira de Cinzas e vai até o final da tarde que antecede a Missa da Ceia do Senhor, na quinta-feira santa. Sua principal finalidade é preparar os fiéis para a celebração da Páscoa, contemplando os três maiores dias de nossa fé, ou seja, a vivência do Tríduo Pascal. Trata-se de um período que evidencia dois aspectos significativos: o batismo e a penitência. Talvez estejamos mais acostumados a associar o tempo quaresmal ao sentido penitencial e nem tanto aos aspectos batismais. Pensar a quaresma com o sentido batismal é resgatar todo aspecto da “vida nova” que se celebra em Jesus Cristo, principalmente com o destino deste itinerário que é a Páscoa. De modo particular, os evangelhos dominicais deste ano reforçam este propósito, quando, no primeiro domingo, nos trouxe o tema da tentação, do deserto; no segundo domingo, a transfiguração; no terceiro, o encontro com a samaritana; no quarto, o cego de nascença e no quinto, a ressurreição de Lázaro. Penso que, neste ano, temos uma oportunidade de avançar na compreensão deste tempo litúrgico com o sentido batismal, para, então, chegarmos à festa pascal apresentando aquilo que produzimos como frutos quaresmais de conversão e que se tornam sinais de vida nova.

O LÁBARO: Quais os aspectos litúrgicos a serem observados durante o Tempo Quaresmal?

Pe. Kleber: Basicamente, temos a caridade, a oração e o jejum como práticas mais intensas. No entanto, as orientações litúrgicas nos

Pe. Kleber: “A Semana Santa, que inclui o Tríduo Pascal, visa recordar a Paixão e a Ressurreição de Cristo, desde a sua entrada messiânica em Jerusalém”. Costumamos dizer que se tratam dos três maiores dias da nossa fé, numa unidade celebrativa. Como perceber isso? Basta observar os ritos. Por exemplo: na quinta-feira santa não temos bênção final; na Sexta-Feira Santa não temos o sinal da cruz no início da ação litúrgica e terminamos em silêncio; do mesmo modo em que na vigília pascal iniciamos com os ritos de bênção do fogo novo. Isto tudo para demonstrar a continuidade celebrativa desses dias. Penso que mergulhar na dinâmica dos ritos, sem exibicionismo, sem teatralidade, faz com que cada momento expresse a sua força por si mesmo. Uma boa participação é construída pela organização dos ritos, da parte de quem preside, de quem atua nos ministérios de leitor e música, com seu testemunho de que está integrado na celebração, e da parte do povo, o chegar antes, a preparação sacramental da confissão dos pecados através dos momentos que são oferecidos pelas paróquias, a participação nas aclamações (respostas) e nos cantos, faz com que o rito nos coloque em comunhão.

O LÁBARO: Durante a Quaresma, a Igreja no Brasil realiza a Campanha da Fraternidade. O que é a CF e por que é realizada durante este tempo?

Pe. Kleber: A Campanha da Fraternidade é uma ação eclesial, que visa trazer a dinâmica social deste período. Falamos da caridade, não apenas como “doar algo a alguém”, mas também, refletir, pensar, analisar e agir em favor do tema que nos é proposto, principalmente como resposta ao Evangelho que nos motiva.

O LÁBARO: Alguma outra orientação importante?

Pe. Kleber: Penso na profundidade espiritual que o tempo nos oferece. Acho que o maior desafio é superar a compreensão de um tempo de tradições antigas, procissões, ritos bonitos. Tudo isso é uma riqueza da Igreja e nos é oferecido como meio de crescimento espiritual, de conhecimento de Jesus Cristo, de prática evangélica e construção da santidade.

O LÁBARO A serviço da evangelização! 10 Março 2023

A serviço da evangelização!

Espiritualidade

O algo a mais que Jesus nos pede

A dimensão moral da vida, a que engloba tudo o que aprendemos como certo, errado, justo e injusto, pode e deve evoluir.

À medida que vamos amadurecendo, evoluindo espiritualmente, passamos a perceber melhor os nossos erros e os erros dos outros. Nós, cristãos, temos em Jesus a nossa meta de evolução.

Queremos ter e aplicar o senso de justiça de Jesus nos nossos dias. Olhamos para Ele e entendemos quem queremos ser, como podemos ser. Para isso, precisamos conhecê-lo, entender o que Ele recomendou aos seus discípulos, traduzir e atualizar as suas recomendações. Numa passagem do evangelho de Mateus, há um conselho muito difícil de ser aplicado.

Jesus diz que não devemos fazer

Pacto Educativo Global

somente o que nos pede a Lei quando se trata de nossa relação com as outras pessoas. Se a Lei nos diz que não devemos matar, a postura cristã não deve nos permitir matar o corpo, mas também de outras formas. Matar com nossa palavra grosseira, com nossa calúnia, com o nosso julgamento.

Ele nos diz mais. Caso haja algum entrave de relacionamento, todo ritual religioso só terá sentido se for precedido de um pedido de perdão, de um gesto de reconciliação. Traduzindo. Antes de ir à missa, ao culto, passe a sua consciência a limpo. Há alguém que precise ouvir o seu pedido de perdão?

O cristianismo não autoriza a hipocrisia. Ah, sou uma pessoa religiosa, participo regularmente da vida litúrgica. Ah, mas sou insuportável, falo mal das pessoas,

difamo, calunio, estou sempre com uma pedra nas mãos para atirar em que foi flagrado em sua miséria.

Lamento informar que essa religiosidade não poderá nos salvar, pois Deus não é matemático. Ele não tem uma régua para medir religiosidade de ninguém. O que a Ele interessa é o coração puro, justo e verdadeiro.

Ouvir é o grande dom de quem tem, de fato, empatia na relação humana, prioritariamente, com os irmãos que mais sofrem pelas estruturas de injustiça. Ouvir ultrapassa a atividade da informação e considera a realidade do interlocutor em sua história de vida. Ouvir é o ato de silenciar o próprio pensamento para abrir-se todo inteiro para compreender, lucidamente, o que se apresenta no irmão. Ouvir é uma ação receptiva e acolhedora sem críticas ou preconceitos.

Toda geração traz em si uma riqueza cultural, comportamental, vivencial, relacional e de fé própria do período histórico em que se desenvolveu. É de suma importância estabelecer o ambiente de diálogo no processo de escuta respeitosa das gerações mais jovens, pois é na permuta vivencial que se realiza o diálogo que enriquece jovens e adultos. A riqueza maior da vida consiste em ser eterno aprendiz dos mistérios da vida, do existir, das

relações interpessoais e no diálogo amoroso com Jesus.

O Papa Francisco, no Pacto Educativo Global, utiliza-se de três verbos para sintetizar a importância de ouvir as gerações mais novas: ouvir, transmitir e construir. A pessoa estando como centro do processo de ouvir, é provocada às suas perguntas existenciais interiores e particulares. Esta prática de autoconhecimento favorece a ver melhor em si as áreas de força, assim como também, as áreas de fragilidade. Ver a própria realidade, conhecer com consciência a própria história, saber-se quem se é, relativizar eventos da própria vida sem perder o rumo da continuidade do próprio desenvolvimento e abraçar a garra de viver com força são os elementos constitutivos deste primeiro passo do ouvir as novas gerações.

O Papa Francisco ainda fala em transmissão, mas a qual transmissão ele se refere? A transmissão de valores! Estes estão permeados da vivência dos valores apresentados por Jesus através do seus Evangelhos. Transmissão, na verdade, é partilha de valores, de vida e de fé. Na transmissão das gerações mais adiantas para as gerações mais novas processa-se, pela empatia e acolhimento, o intercâmbio de pessoas e valores perenes da antropologia cristã. A maior de todas as transmissões possíveis é a da capacidade de amar de forma incondicional como Jesus amou. O modelo de adulto que estimula as gerações mais novas ao caminho da aprendizagem dos valores da humanidade e do Evangelho deve estar com sua estrutura humana apta para fazer o bom contágio.

No entanto, como o ouvir e o transmitir podem chegar à consecução positiva na sociedade e na Igreja? Através do construir juntos, do fazer colaborativamente e do entender que juntos fazemos mais e melhor. Com o modelo de construção colaborativo das gerações mais novas tem mais chance de dar certo, visto que ativa as melhores habilidades de seus participantes, age em vista do desenvolvimento das habilidades que estão em dormência e gera mobilidade sistêmica. A educação é a ferramenta mais eficiente e eficaz no processo de formação das gerações mais novas. Pelos bancos escolares todas as pessoas das novas gerações passam. A Educação tem a dignidade de “Santuário do Desenvolvimento Humano”. Na escola, o protagonista é o estudante. A metodologia educacional deve considerar as peculiaridades de cada um e ativar, naquilo que for possível, as melhores estruturas de personalidade, de caráter, de consciência, de liberdade, de autonomia, de relação humana e de fé. Ao estudante de alta dotação humana deve-se oferecer condições de expandir suas estruturas em vista do próprio bem, do bem da família, da sociedade e da Igreja. Já o estudante que por questões pessoais, biológicas, familiares, psicológicas, sociais e econômicas apresenta uma inclusão, cabe à educação responsável criar condições de desenvolvimento que ative suas estruturas inclusivas em estruturas capazes de viver de forma digna. É tarefa fácil? Claro que não, mas é tarefa possível desde que a boa vontade permeada pela técnica pedagógica e o amor verdadeiro sejam as ferramentas mobilizadoras.

11 Março 2023 O LÁBARO
Pe. Fábio de Melo
Ouvir as gerações mais jovens para construir juntos um futuro de justiça e de paz, com base no respeito ao outro
Pe. Edgar Delbem, sjr

Catequese 2023

As paróquias da Diocese de Taubaté iniciaram em fevereiro o ano catequético, para 2023. Três iniciativas darão importante organização para a catequese. As duas primeiras iniciativas são os projetos pastorais elaborados para este ano, uma forte campanha de inscrições para a catequese que ocorreu de dezembro de 2022 a janeiro de 2023 e o Ano Extraordinário para a catequese de adultos com mais de 30 anos de idade, que

Paróquias iniciam ano catequético

vai transcorrer durante 2023 preparando os catequizandos nessa faixa etária para receber os sacramentos da eucaristia e crisma. Além dos projetos pastorais, entrou em vigor, em janeiro de 2023, na Diocese de Taubaté, o Diretório da Catequese, documento que visa promover a comunhão e ordenar a ação pastoral na diocese, afim de propiciar um consistente processo formativo na fé.

Para dar início aos trabalhos da pastoral

da catequese as paróquias organizaram variadas atividades como semana catequética, encontro de formação com os catequistas, gincana, missa de envio e reunião com pais e catequizandos.

O diretório da catequese foi apresentado em todas as paróquias e é objeto de estudo para colocar em prática um trabalho evangelizador e catequético frutuoso. Confira algumas fotos do início da catequese nas paróquias em 2023.

em Jambeiro.

Paróquia Nossa Senhora da Natividade realiza Gincana Catequética para acolher catequizandos.Foto: Pascom.

Santuário Santo Antônio de Pádua, em Caçapava, acolhe catequistas da Forania Nossa Senhora D'Ajuda para formação. Foto: Pascom.

A Paróquia Nossa Senhora do Belém acolheu a formação para os catequistas da Forania São Francisco das Chagas. Foto: Pascom.

Paróquia N. S. da Assunção, em Pindamonhangaba, realizou três dias de formação para os catequistas sobre o tema da vocação. Foto: Pascom.

Atos da Cúria

Foram 38 os documentos expedidos pela Cúria Diocesana no período de 26 de janeiro a 28 de fevereiro de 2023. Dentre estes se destacam:

• Nota “In memoriam” Pe. Fausto Teixeira Rezende.

• Autorização para ternar ou quaternar nos dias santos de guarda e concessão da Faculdade para absolver apóstatas da fé, hereges e cismáticos durante o ano: Pe. Gilson Paulino Junior.

• Autorização à Paróquia Jesus Ressuscitado para vender veículo.

• Autorização para o Revmo. Pe. André Gustavo de Sousa, da Arquidiocese de Aparecida, assessorar o encontro formativo dos Coordenadores paroquiais da Paróquia São Pedro Apóstolo.

• Decreto de definição da Tabela de Emolumentos.

• Decreto de Nomeação do Diácono Marciano Inácio Batista para a Paróquia Santo Antônio do Pinhal.

• Autorização para a Paróquia N. Sra. das Dores impetrar ação

de usucapião e nomeação da advogada.

• Autorização para os Diáconos Dehonianos fazerem estágio pastoral nas Paróquias da Diocese.

• Provisão de Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Natividade ao Revmo. Pe. Cleiton Willian Rodrigues, até o momento Administrador Paroquial.

• Lavratura do Termo de Explicitação Canônico Civil da Paróquia N. Sra. de Fátima de Taubaté.

• Provisão de Pároco da Paróquia São José Operário de Caçapava ao Revmo. Pe. Abílio Dantas Barboza Neto, msj, até o momento Administrador Paroquial.

• Autorização para reformas no presbitério da Igreja São Benedito e construção de sanitários na Matriz da Paróquia N. Sra. das Dores.

• Concessão do Ministério Extraordinário da Sagrada Comunhão Eucarística (MESCE) – Paróquia N. Sra. d´Ajuda.

O LÁBARO A serviço da evangelização! 12 Março 2023
Santa Missa de início da Catequese no Santuário Santa Teresinha em Taubaté. Foto: Pascom. Formação para os catequistas da Paróquia São Cristóvão em Pindamonhangaba. Foto: Pascom. Missa de envio dos catequistas da Paróquia Nossa Senhora das Dores Foto: Pascom. Paróquia Espírito Santo em Taubaté celebra início do ano da catequese. Foto: Pascom
Da redação
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