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Editorial

A Igreja Católica em todo o mundo foi noticiada da morte de seu papa Emérito Bento XVI, no último dia civil de 2022, a 31 de dezembro. No dia em que a humanidade reflete o tempo e se motiva na esperança, ocasião em que os homens visam reestabelecer seus propósitos, Bento XVI deixa o tempo para adentrar na eternidade, alcança o objeto final e total da esperança e sua morte convida a pensar a meta suprema que é a glória. Faz refletir sobre a brevidade do tempo humano e a necessidade de direcionar a jornada da vida à eternidade. Tal como o leito dos grandes rios que se direciona ao mar.

Na presente edição do jornal ‘O Lábaro’, algumas reflexões e notícias repercutem e demarcam as contribuições eclesiais e perfil desse grande líder eclesial. Homem de ciência teológica profunda, que buscou iluminar a Igreja com reflexões de fé nos tempos desafiadores e águas agitadas da cultura atual. Como o próprio Bento XVI chegou a expressar: “Eu sabia bem que a minha força –se eu tivesse uma – era aquela da apresentação da fé em modo adequado à cultura do nosso tempo”.

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Que a presente edição do jornal ‘O Lábaro’ seja uma singela expressão de agradecimento a Deus pela sua vida, expressão de consciência e compromisso de nos determos e aprofundarmos o grande legado magisterial por ele deixado. Que ele contemple inebriado e feliz a face de Deus, que nos esforços da teologia e do magistério, sobre o véu do mistério da fé e pelos pincéis da linguagem humana, ele convidou os homens a contemplarem.

Crônica

No dia 11 de fevereiro de 2013, Bento XVI anunciava a sua renúncia ao ministério de papa. Foi uma notícia bombástica nos jornais do mundo todo. No Brasil, foi a notícia da manhã. Lembro-me do meu irmão me acordando para contar e eu debochando da mentira que ele estava falando, que não era uma mentira, na verdade.

Para a história da Igreja, mais que um fato, foi um evento de grandes proporções, porque o último papa que tinha renunciado à função fora Celestino V, em 1294. Para a história civil, também foi um marco, já que Bento XVI enfrentava a dura questão da pedofilia na Igreja e muitos jornais o acusavam de omissão diante dos acontecidos ao redor de todo o mundo. Nem bem a notícia tinha sido digerida e mais um evento: o primeiro papa não europeu, “do fim do mundo”, no dizer dele próprio, assumia o pastoreio da Igreja: dom Bergoglio se tornava Francisco.

Duas cenas dessa transição de papados

A serviço da evangelização

Vandalismo e destruição, desrespeito com a história e a cultura, violência e agressão, ignorância, autoritarismo antidemocrático golpista, desprezo a direitos e valores humanos. Foi isso o que vimos horrorizados em Brasília, na baderna promovida por extremistas, no dia de 8 de janeiro. Um dia infame que ficará registrado na história sobre a histeria dos atos golpistas. Ficará registrados nos anais dos poderes públicos, nos livros de história, nas imagens publicadas na internet e na memória dos que assistiram esses horrores pela televisão.

O que esses baderneiros fizeram na tarde daquele domingo não tem nada a ver com manifestação democrática. Foi uma tentativa malsucedida de golpe. Sedição, rebelião. Isso deve ser combatido, tratado como ilegal, proscrito e enquadrado de acordo com as leis penais em defesa do estado de direito. Extremistas invadem as casas dos três poderes republicanos do Brasil promovendo vandalismo e destruição. Sem pauta política não tinham nenhuma proposta, nem projeto. Mostraram apenas sua sanha destrutiva, barbárie e loucura de massa levada ao ápice por ideias monolíticas e herméticas.

Se dizem conservadores, contudo danificaram ou depredaram patrimônio histórico da nação. Se dizem patriotas, no entanto, profanaram as imagens dos heróis da pátria. Se dizem pelos bons costumes, todavia gravaram imagens de um homem, calças arriadas, simulando defecar em público. Se dizem defensores da liberdade, porém, atacaram a sede das instituições da República. Se apresentam como detentores da verdade, mas vandalizaram obras de arte