O Vale - Edição #01

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Vale Germânico . 10 de novembro 2023

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Ano 01 . Edição 01

Distribuição gratuita

JOÃO ÁVILA

CAMILA VEIGA

HERTA KLEIN

RODRIGO GIACOMET

Os nomes que despontam na corrida pela Prefeitura de São Leopoldo

Setor hoteleiro volta seus olhares para o potencial da cidade de Ivoti

As aventuras de nossa charmosa colunista pelos eventos da região

O ano do bicentenário precisa valer muito a pena para o turismo

Página 10

Página 14

Página 22

Página 23

REPORTAGEM ESPECIAL

Foto de Marcos Quintana/Divulgação de obra do artista Lenko

Como a cultura dá novos tons para a indústria criativa

Artistas das mais diferentes vertentes impulsionam o segmento cultural na região, criando, ousando, debatendo, discutindo e, claro, movimentando a economia local de uma maneira cada vez mais importante e impactante Páginas 06, 07 e 08 FEITORIA-LOMBA GRANDE

ENTREVISTA COM ROBINSON KLEIN

ESPORTE

Pegamos carona na linha de ônibus que virou jargão popular

‘‘Quero ouvir que somos uma região inovadora, é meu sonho’’

Beach Tennis vira sensação com mais quadras e torneios

Página 19

Páginas 12 e 13

Página 20


ÍNDICE 04 - Jeison Rodrigues Fórum vai reunir empreendedores locais 06 a 8 - Reportagem especial A efervescência do Vale na arte e na cultura 10 - João Ávila Os bastidores da política na região 12 e 13 - Economia Uma entrevista com o novo presidente da Entidade Forte 14 - Camila Veiga As conversas de Ivoti com o setor hoteleiro 15 - Cidades do Futuro Daniel Caporale alerta sobre o risco da sociedade sem

CARTA DO EDITOR

EXPEDIENTE

Esse Vale onde a arte foi morar... Já diria o hino de Novo Hamburgo que, entre a Serra e o mar, está um vale que virou morada da arte. E, se eu pudesse atualizar os versos, acrescentaria que não só se tornou lar, como também celeiro de talentos. Aqui na região, a gente respira, vive e consome arte. E se engana quem pensa que essa arte está restrita ao design de calçados ou ao mercado da moda. Aqui,

também, se produz canções, pinturas, filmes, peças de teatro e muito, mas muito mais. E detalhe: nesse “vale onde a arte foi morar”, a cultura é apenas uma vertente desse cluster chamado Industria Criativa. Nesta edição, vamos abordar de forma mais aprofundada a efervescência cultural da região, resgatar a sua trajetória, pontuar os entraves e

vislumbrar o futuro. Mas não vamos parar por aqui: essa é a primeira de uma série de reportagens sobre esse importante setor econômico, que engloba tantas vertentes como a Moda, a Comunicação, a Publicidade, o Design, entre outros. Pega teu café, teu chimarrão ou mesmo uma caneca de chope e aproveite o teu O Vale. Boa leitura!

Foto: Foto de Marcos Quintana/Divulgação de obra do artista Lenko

região 18 - Especial Estúdio Vale Empresa da região investe em projetos únicos para o varejo e indústria 19 - Nosso mundo curioso O trajeto de ônibus mais famoso da região que virou jargão popular 20 - Esporte A febre do beach tennis veio para ficar 21 - Cláudio Alves Um olhar pela região

Dos tempos dos tamancos de madeira 23- Rodrigo Giacomet O que vai ficar dos 200 anos

Supervisora de circulação: Ana Kich Supervisão comercial: Alexandre Schöler Reportagem: Camila Veiga, Larissa Brito, Gabriel Stöhr e Marlon Nobrega Projeto gráfico e diagramação: Antônio Corrêa Redes sociais e mídias digitais: Letícia Spindler e Kátia Caxambu Vídeos: Gustavo dos Santos Impressão: Parque Gráfico Zero Hora

FOTO DA CAPA

Por dentro das cidades da

22 - Herta

Coordenação editorial: Jeison Rodrigues

Tiragem: 5 mil exemplares

comunidade 16 e 17 - Giro pelo Vale

Publisher: Rodrigo Steffen

A capa desta edição de O Vale, ilustrada com uma releitura do artista plástico Lenko de um auto retrato de Ernesto Frederico Scheffel, tenta traduzir e sintetizar o protagonismo da cultura como elemento da indústria criativa da região e de seu papel ao longo de muitas décadas. Uma nova e fascinante geração de artistas, Lenko entre eles, inova, ousa, causa desconforto e mira no futuro sem esquecer de reverenciar o passado. Justamente como Scheffel fez muitos e muitos anos atrás. Afinal, arte também é isso. Uma revolução permanente.

O Jornal O Vale faz parte do projeto O Vale, da Vale TV e Portal Valedosinos.org, com 40 edições entre 26 de outubro de 2023 e 03 de janeiro de 2025, integrando as comemorações pelo Bicentenário da Imigração Alemã

Novo Hamburgo: Rua Santa Sofia, 134 - Bairro Ideal São Leopoldo: Rua 1º de Março, 50 - Centro contato@valetvplay.com Comercial: (51) 92003-7012 Whatsapp: (51) 99750-1414

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02 . Jornal O Vale

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Jornal O Vale . 03


OUTRAS HISTÓRIAS

Jeison Rodrigues Jornalista

jeisonrodrigues1977@gmail.com Twitter: @jeisonmanoel Insta: @jeisonrodrigues1977

O chope oficial da Festa das Rosas

Grande sacada da Scheffler

Ficou com a Lassberg, de Santa Catarina, o fornecimento principal de chope para a Festa das Rosas. A empresa venceu a licitação, passou no teste de qualidade e vai fornecer mais de 50 mil litros para o evento no Parque do Imigrante. Quatro cervejarias artesanais de Sapiranga também terão espaço: Der Mueller, Leoner-Hof, Grünberg e Muckerbier estarão na Vila Germânica.

Atenta aos movimentos do mercado, a Joalheria e Óptica Scheffler investe em uma linha voltada ao beach tennis. Com assinatura da Mormaii, a loja já conta com óculos de sol e de grau adaptáveis aos praticantes do esporte. E ainda vai passar a comercializar pingentes e outras joias alusivas ao beach.

Novo Hamburgo vai bem na dança Duas escolas de Novo Hamburgo conseguiram resultados bastante positivos na mais recente edição do Garopaba em Dança, no começo de novembro. O Ballet Deisi Fleck e a Plié Studio de Dança, ambos com delegações reforçadas, voltaram de Santa Catarina cheios de troféus e medalhas.

Respeito às religiões Organizada por Ismael Mendonça com o apoio de importantes entidades, já está circulando em São Leopoldo a Cartilha Pedagógica sobre Diversidade Religiosa. A distribuição do material está atrelada a duas datas, ambas comemoradas em 16 de novembro: O Dia Mundial da Tolerância, estabelecido pela ONU, e o Dia Municipal de Combate à Intolerância Religiosa, criado no município. 04 . Jornal O Vale

Empreendedores locais de sucesso vão contar suas trajetórias em fórum no Swan Todos jovens, bem-sucedidos e líderes de negócios que vêm impactando a região. Esse é o perfil do surpreendente time de speakers da primeira edição do Fórum de Empreendedores Locais. O evento ocorre no dia 21 de novembro, a partir das 16 horas, no Swan Novo Hamburgo. Os ingressos estão disponíveis na plataforma Bora.Club, realizadora do encontro que promete

estabelecer uma série de experiências e conexões entre quem está focado em empreendedorismo e inovação. O time de speakers é formado por Cássio Monaco (diretor Comercial e de Marketing do Monaco Atacado), Lucas Feltes (CEO e fundador da WT.AG), Nico Ventre, Melina Ventre e Carolina Ribeiro (sócios e fundadores dos restaurantes Eat Kitchen), Paulo Roberto

Feiten Júnior (fundador do Mandinho Burger), Rodrigo Mendes (CEO e fundador da plataforma Sprinta), Scheron Pipoca (mentora, palestrante e sócia da VW Mídia) e Tiago Bird (sócio e fundador da Fat Bull). Use o QR Code para saber mais e acessar a área de compra de ingressos

Evento tem parceiros comerciais de peso Em formato dinâmico, com talks de 20 minutos, os speakers vão falar de suas trajetórias e revelar detalhes das histórias inspiradoras de suas empresas. O Fórum, aliás, conta com uma série de parceiros comerciais de

peso. A apresentação é da Rio Grande Seguros e Previdência. O patrocínio master da Imagine Espaços Criativos e o patrocínio da Boelter Marcenaria, Frumar, EFCT Estratégias Tributárias, Exatus Contabilidade, Swan

Hotéis e Fatbull. O apoio é da Icatu, Viacredi Alto Vale, Sebrae, Universidade Feevale, Office Shop, Nubelle Prevenção e Rejuvenescimento, Sauer & Dienstmann Advogados, Première Citroën e HBS Informática.

Ecossistema oficializa novo nome e logomarca Agora é oficial. O Ecossistema de Inovação de Novo Hamburgo tem novo nome e logomarca para reforçar a ideia de abrangência regional e passa a se chamar Movi

- Movimento Vale Inovador. Com reuniões mensais, o grupo converge diferentes iniciativas voltadas à inovação e ao empreendedorismo no Vale do Sinos.

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Dois Vinicius e uma marca O advogado Vinícius Bondan e o designer Vinicius Dapper se juntaram para colocar no mercado uma linha de tênis masculinos e femininos de alto valor agregado. Os modelos da Dapper são criados a partir das observações de hábitos de consumo global. A aposta da dupla é na produção limitada e de qualidade. As vendas são on-line no site próprio da marca: dapperonline.com.br

A rifa do Fritz Canecão A Choppnete do Fritz Canecão está sendo literalmente rifada. E quem ganhar, vai levar pra casa a Chery Tigo 2012 com chopeira a ainda R$ 1 mil em chope. O sorteio está previsto para 2 de dezembro, durante o Baile da Choppnete. O número custa 25 reais e ainda dá direito a entrar na festa. Fritz Canecão é o personagem criado pelo artista Paulo Braun.


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ESPECIAL

A efervescência cultural do Vale Ao longo dos anos, a região se destaca no segmento cultural e une a preservação histórica aos novos movimentos, com reflexos na economia local

Q

uando falamos em berço da colonização germânica no país, precisamos entender todo o pioneirismo e vanguardismo que esse povo carrega. Não à toa, a região tem em sua história muitas primeiras vezes. Introduzir o trabalho e a cultura já consolidada em um outro lugar, onde as coisas ainda estão se estruturando, tem como consequência a inovação. Ao longo dos anos, com o desenvolvimento do trabalho e da educação, as expressões culturais se tornaram cada vez mais comuns por aqui. Se engana quem pensa que a cultura local se resume às famosas bandinhas alemãs, que são sim importantíssimas, mas que nem de longe representam toda a efervescência cultural da região. Causaria estranheza ao leitor saber que na região está um artista que compôs — e ainda compõe — para grandes nomes da música brasileira como Paula Toller e Frejat? Ou que estas terras abrigam um museu cujo prédio e acervo são tombados pelo Instituto do Patri06 . Jornal O Vale

mônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan)? Estes são apenas dois exemplos de toda a riqueza e diversidade cultural destes vales. Aqui se destacam vários segmentos culturais: teatro, música, artes plásticas e audiovisual. Quando falamos em teatro é impossível não lembrar da Curto Arte, a companhia de teatro de Dois Irmãos, e da sua mais emblemática personagem: a Herta, vivida por Betinho Klein. Há anos, com muito bom humor, ele dá voz e vez às características de uma pessoa do interior. Afinal, arte é isso. É a possibilidade de se ver, de ampliar a voz e de reverberar. Para o produtor cultural Ralfe Cardoso, a cultura deve ser estruturante. “Ela é bem recebida e bem-vinda. Foi a cultura que tornou possível a travessia e permitiu que saíssemos da pandemia com esperança e força para superação de algo que nossa geração nunca havia vivido. Não há desenvolvimento social ou econômico sem o fortalecimento da atividade que somente a cultura proporciona. Não

Foto de Marcos Quintana de obra de Leonardo Lessa

Por: Larissa Brito

há alternativa em relação à violência e barbárie que não seja a cultura”, avalia. A arte tem o poder de unir o velho e o novo, a tradição e a vanguarda. É o caso do Centro de Tradições Gaúchas M’Bororé, localizado em Campo Bom, que há quase 40 anos propaga as tradições gaúchas através de invernadas de todas as idades e realiza, anualmente, um dos maiores rodeios artísticos do Estado, o Sarau de Arte Gaúcha. Mas não para por aí: a região também é palco de grandes espaços culturais

como o Teatro Feevale, em Novo Hamburgo, que se tornou a casa dos grandes espetáculos nacionais e internacionais aqui no Vale, recebendo mais de 1,5 mil pessoas por sessão. E, claro, é impossível falar da nossa terra sem citar a grandeza dos criadores e curadores de arte. Muito se fala sobre a economia criativa que é pujante na região graças ao impulsionamento do setor coureiro-calçadista, fomentando a criação de agências de publicidade e escritórios de design de moda. Mas é necessário destacar a força da cultura voltada aos

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movimentos artísticos, que ainda representa uma forte fatia da economia. Para Ralfe, secretário de Cultura de Novo Hamburgo, inclusive, há um amadurecimento do setor. “Cada vez mais se caminha para a profissionalização e aproximação entre governos, setor privado, sociedade civil e população em geral”, acredita. Sim, a cultura também movimenta a economia local e, ao longo desta reportagem, vamos te mostrar os principais desafios enfrentados por aqueles que dedicam a vida à arte nas mais diferentes manifestações.


ESPECIAL

Fundação Scheffel: arte, história e preservação em um só lugar Impossível falar sobre arte na região sem citar a Fundação Ernesto Frederico Scheffel. Inaugurada em 5 de novembro de 1978 e tendo como sede o casarão de características neoclássicas construído em 1890 por Adão Adolfo Schmitt, a Fundação Scheffel comemora 45 anos como guardiã do acervo artístico de Ernesto Frederico Scheffel. São mais de 350 obras, expostas em ordem cronológica, nos três andares do prédio. A entidade é responsável pela gestão do Museu Comunitário Casa Schmitt-Presser e atua na defesa do patrimônio histórico e cultural da cidade de Novo Hamburgo. Para o curador Angelo Reinheimer, a fundação foi quem lançou as bases para a preservação do patrimônio histórico na região. “Ela foi criada no contexto dos festejos dos 150 anos da imigração alemã. Foi o primeiro prédio restaurado e também o primeiro museu de arte da

região. Esse patrimônio é a matéria-prima do desenvolvimento turístico e cultural aqui do Vale”, salienta. Localizada entre a Capital e a Serra, a região é geograficamente privilegiada, fazendo parte da rota de turistas em todas as épocas do ano. Para Reinheimer, no entanto, todo esse potencial ainda não é aproveitado. “Faltam investimentos básicos para que as pessoas possam ter uma experiência mais satisfatória. Precisamos olhar para a estrutura,

pavimentação e segurança pública. Temos um grande patrimônio arquitetônico, por exemplo, mas temos problemas estruturais que afastam os turistas e, com eles, emprego, renda e valorização. O patrimônio cultural não pode ser mostrado apenas nas festas, mas também no dia a dia da comunidade local”, defende. Para ele, entre os principais desafios de se manter uma instituição como a Fundação Scheffel de pé é, justamente, a escassez

de recursos. Arcar com um prédio do porte do casarão com as portas abertas é desafiador. Conservar as obras, também. Existem muitas pessoas habilitadas a realizar estes trabalhos na região, mas é uma mão de obra especializada e não é barata, pontua Reinheimer. “Infelizmente, não se tem planejamento na área a curto, médio e longo prazo. As coisas sempre são feitas de forma muito pontual. Isso atrapalha muito esse desenvolvimento, é um freio. Todo aquele que faz cultura precisa ter um espaço disponível: teatros, exposições e as cidades não oferecem isso. Temos artistas de todas as áreas de excelente qualidade, mas falta esse espaço de fomento”, avalia.

Angelo Reinheimer Curador

Foto: Elaine Savian/Divulgação

Nenung: poesia, contestação e música que ultrapassam barreiras

Dos pincéis aos instrumentos musicais. O vale respira cultura. Além das tradicionais bandinhas alemãs, a região se destaca em vários estilos musicais como rock, pop e sertanejo. São vários nomes que saíram da região

e alcançaram projeção nacional. Talvez uma das figuras mais emblemáticas, que há quase 40 anos está no cenário musical e passeia por diversos estilos musicais, seja o compositor Luís Nenung. Sua trajetória na música começou como a de boa parte dos jovens dos anos 1980: através da contestação e do Rock and Roll que vivia um momento de grande efervescência. À frente da clássica banda A Barata Oriental, Nenung viu ali a possibilidade de extravasar toda a inquietude da adolescência. Ainda durante o ensino médio, cursado na Fundação

Evangélica, o artista começou a escrever. “Ali foi meu primeiro ambiente de transgressão, ali que eu aprendi a escrever. Eu escrevia tudo que eu não queria ser”, lembra. A banda, que emplacou sucessos como Mares de Cerveja e Dançar Direito, foi um dos grandes nomes do rock gaúcho da década de 1980 e início dos anos 1990. Com o tempo, esse ambiente de desobediência e revolta não fazia mais sentido. “Ali pelos meus 20 e poucos anos, fiquei meio perdido, não sabia o que fazer. Então, comecei a compôr e tive a sorte de conhecer pessoas muito legais

com quem fiz muitas parcerias. Me tornei o parceiro mais constante da carreira do Dado Villa-Lobos, Paula Toller, Frejat, entre outros”. Com o tempo, Nenung viu a necessidade de criar um projeto que tivesse mais relação com o momento em que vivia e, assim, nasceu a The Darma Lóvers, banda de rock com influência budista. “Eu fui para o caminho mais suave até porque o rock me irritava, no sentido de que as pessoas iam lá mais para bater cabeça e jogar cerveja do que prestar atenção naquilo que eu queria conversar”, confessa.

Inspiração para novas gerações de artistas Natural de Campo Bom mas com o coração hamburguense, Ernesto Frederico Scheffel nasceu em 8 de outubro de 1927 e se tornou um artista notável. Das primeiras lições de pintura a óleo que recebeu da sua tia Irene Jacobus, ainda na infância, passando por importantes escolas europeias, Scheffel conquistou uma carreira distinta e respeitada no mundo das artes, tendo como inspirações as tradições culturais e históricas de sua origem. Mesmo depois de sua morte, em 2015, Scheffel segue inspirando novas levas de artistas. Em 2022, o coletivo de artistas Jazzenhando realizou uma exposição com releituras de obras, em sua maioria, inacabadas do artista. Umas das obras, nomeada O que ele pensaria? foi feita pelo artista plástico Lenko e foi baseada num auto retrato de Scheffel. “Minha ideia era fugir completamente do modelo de arte dele e causar um certo desconforto. Usei cores que nem uso habitualmente, mas é uma das obras que mais chama atenção no meu atelier”, conta. Lenko, que tem 32 anos e começou sua carreira em 2019, considera a região rica em agentes culturais, mas que acaba perdendo essas pessoas por não ter uma estrutura e investimento adequado em arte. “Acredito que isso não passe só pelo poder público, mas enquanto artistas também precisamos nos perguntar: o que é arte? E precisamos nos mobilizar em busca de melhorias”, alerta. Segue

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ESPECIAL

Foto: Crédito

A região na telona: quando o morador da Santo Afonso vira “artista” de cinema

Da música para a sétima arte. O Rio Grande do Sul é muito importante no cenário audiovisual brasileiro. Terra de onde ocorre a principal premiação do segmento, o Festival de Cinema de Gramado, e berço de nomes como Jorge Furtado, vencedor do Urso de

Prata no Festival de Berlim de 1990 com o curta Ilha das Flores, gravado em Porto Alegre. Como um verdadeiro celeiro de talentos, a região também se destaca na arte audiovisual. Inclusive, um dos principais nomes do Vale neste segmento é o do cineasta Leonardo Peixoto.

Mesmo jovem, já ostenta 11 longas, cinco séries e incontáveis curtas na carreira. Nascido em Pelotas, ele chegou a Novo Hamburgo ainda criança, mas foi no ensino médio que teve contato com o segmento. “Eu estudava na Feevale e lá a gente tinha um projeto onde tí-

nhamos que transformar um conto em curta. Também já fazia Técnico em Publicidade e decidi que queria cursar cinema”, relembra. Atualmente, ele está à frente da Convergência Produtora, de Novo Hamburgo. No início de 2023, Leonardo rodou o longa Espiral. E um dos sets não poderia ser outro: Lomba Grande, bairro rural de Novo Hamburgo. O filme retrata as dores e alegrias de uma família cujas histórias de vida estão ligadas ao ciclo da indústria calçadista do município. O longa é fruto de um grande edital destinado aos projetos audiovisuais. “Os ciclos do audiovisual são muito longos. O edital é de 2020 e, por causa da pandemia, tivemos atrasos. Filmamos em 2023 e, provavelmente, vamos assistir em 2025. Então, demora um pouco para a região se ver na tela”, explica. Para ele,

um dos grandes fomentos para o segmento, atualmente, é a Lei Paulo Gustavo, que prevê destinação de recursos para o setor cultural. Outro trabalho de destaque é o documentário Movimentos – 90 anos de Novo Hamburgo, realizado em parceria com a Vale TV. De acordo com Peixoto, fazer cinema é uma forma de contribuir para a evolução da sociedade. “Quando fiz o documentário sobre os 90 anos da cidade, fizemos sessões em algumas escolas. Em uma das apresentações no bairro Santo Afonso, um menino me perguntou o motivo de eu ter feito o filme. Depois da exibição, respondi a pergunta questionando se em algum momento eles já tinham visto um filme com alguém da Santo Afonso. Com a negativa, eu disse: por isso eu faço filmes. Para a gente se ver. Se a gente não se vê, a gente não evolui”, comenta.

Mas diante de tudo isso, para onde caminha a produção artística? O conceito de arte sempre foi amplo. Arte pode ser o belo, Mas e o que é belo? Arte pode ser estética, pode ser movimento, sentimento, desconforto. Se ao longo de toda nossa trajetória civilizatória o conceito e a função da arte tiveram múltiplas interpretações, nos últimos anos, com o avanço da tecnologia e das ferramentas de inteligência artificial (IA), o conceito de produção também ficou mais elástico. De acordo com o designer, consultor de ino08 . Jornal O Vale

vação e professor Mauro Sarmento, esse não é um fenômeno recente. “Lá no final da década de 1980, eu trabalhava como desenhista e arte finalista de um jornal. Com a popularização do computador, lembro de ver meus colegas achando que todo mundo ia ficar sem emprego mas, na verdade, a máquina precisa que alguém dê as instruções.” Ao sair do jornal, Sarmento usou a indenização, que na época possibilitaria a compra de um carro popular zero quilômetro, em um computador, se es-

pecializou em desenho de calçados e foi modelista das maiores indústrias calçadistas da região. Atualmente, Sarmento atua como consultor de

inovação em várias empresas de grande porte e diz não temer a IA. “Tem que aprender e não se assustar. IA e outras tecnologias são aliados, são

conveniência. A tecnologia traz um maior aproveitamento do nosso tempo. A Internet e os meios digitais são um grande campo de expressão.”

“Tem que aprender e não se assustar. IA e outras tecnologias são aliados, são conveniência. A tecnologia traz um maior aproveitamento do nosso tempo. A Internet e os meios digitais são um grande campo de expressão.”

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ESPAÇO DO ÁVILA

João Ávila Jornalista

joaocavila@icloud.com Twitter: @TutaAvila Insta: blogdoavila

Saída em massa do PSDB Nos próximos dias poderá haver debandada do PSDB de Novo Hamburgo. O grupo que tinha o comando do partido e acabou sofrendo intervenção da Executiva estadual, não deve ficar. Pelo menos em sua maioria. Só não definiram como será a saída, mas uma coisa é certa: os rumos serão diversos. Tem gente que já falou com o MDB, outros com o Cidadania e até Podemos foi procurado.

MDB em peso na região Principais lideranças do MDB estadual estarão em Novo Hamburgo neste sábado, em mais uma edição do Mobiliza 15. Figuras como o ex-governador José Ivo Sartori, o atual vice-governador Gabriel Souza, os ex-senadores Pedro Simon e José Fogaça, além de deputados e prefeitos emedebistas participam de encontro no NH Hall. Expectativa é pela oficialização da pré-candidatura de Giovani Feltes à Prefeitura.

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São Leopoldo poderá ter recorde de candidatos para a prefeitura Não será nada fácil a eleição em São Leopoldo. Em segundo mandato, Ary Vanazzi ainda não indicou o nome que gostaria pelo PT. Marcel Frison e Nestor Schwertner eram os favoritos. Nelson Spolaor, esperado em Sapiranga, vem ganhando força a cada semana. Conhece bem a cidade, tendo trabalhado com Vanazzi desde mandatos anteriores, sendo respeitado pela base de governo - inclusive o PDT

- e pelos movimentos sociais. Enquanto isso, a oposição se movimenta. O PL deve vir com Heliomar Franco; o Cidadania fala no vereador Gabriel Dias; o Podemos no também vereador Hitler Pederssetti, hoje no União Brasil; o MDB vai apostar no ex-vereador Arthur Schmidt ou até no vereador Jéferson Falcão, hoje com um pé fora do partido; o PSDB tem em Alessandro Almeida, o Polaco, seu nome.

No PSB o vereador Alessandro Camilo, o Lemos, não seria uma surpresa, enquanto o PDT, se não gostar do nome do PT, pode vir com Nado Teixeira, de volta ao partido com a simpatia de Vanazzi, a vereadora Iara Cardoso, o em crescimento diretor-geral do Semae, Geison Freitas, ou o secretário de Desenvolvimento Econômico, Turístico e Tecnológico, Juliano Maciel.

PSDB anuncia pré-candidato a prefeito em dezembro Dia 7 de dezembro, evento para aproximadamente 400 pessoas, em local a ser definido. Essa será a data de anúncio da pré-candidatura a prefeito de Novo Hamburgo pelo PSDB. O nome mais cotado é do presidente da Comissão Provisória do partido, vereador Raizer Ferreira, que se movimenta neste sentido desde o ano passado. O anúncio deverá ser feito pelo deputado federal Lucas Redecker ou pela prefeita de Pelotas, atual presidente do PSDB gaúcho, Paula Mascarenhas.

Só que esse movimento, que começa a ser construído no dia 15 de novembro, na primeira reunião da nova diretoria tucana do município, nomeada no começo do mês, poderá ser o início de uma novela. É que o PSDB está federado com o Cidadania, e há divergências na interpretação do estatuto. Os tucanos entendem que, por decisão federal, devem lançar candidaturas e que quando tem deputado federal eleito, ele deve ser consultado sobre quem concorrer. Já o vice-prefeito Márcio Lüders,

que lidera o Cidadania na cidade, diz que a preferência de concorrer ou indicar é dele. Adianta que o partido não abre mão de seu espaço e ainda vai lutar para eleger ao menos dois vereadores. “Estamos aptos à candidatura própria ou composição.” Ainda não ocorreu reunião entre os dois partidos na cidade. Até porque o PSDB estava sem representação. Sobre o movimento tucano, Lüders entende que há muito “balão de ensaio” e que o cenário eleitoral vai estar aberto até o ano que vem.

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De inimigo a aliado

Em se confirmando a filiação do ex-prefeito de Novo Hamburgo e ex-deputado federal e estadual Tarcísio Zimmermann ao PDT, impossível não fazer uma relação. Se Tarcísio foi impedido de assumir a Prefeitura em 2012, após reeleito nas urnas, foi por uma ação do PDT de 2004. Na época, ele e Jair Foscarini (MDB), candidatos, participaram de uma inauguração. Os registros deles foram cassados e a eleição anulada. Em 2012, já com a Lei da Ficha limpa em vigor, foi interpretada a retroatividade. E Tarcísio, que foi deputado e prefeito neste período, teve mais uma vez o registro cassado. A foto que serviu de prova para a ação foi feita pelo jornalista João Silvestre, até hoje no PDT.


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ECONOMIA

O novo inteligente é quem sabe perguntar A tradução fácil para a revolução que a Inteligência Artificial promove no dia a dia das pessoas e das empresas é de Robinson Klein, presidente eleito para a próxima gestão da ACI-NH/CB/EV/DI, sócio-fundador da Cigam e entusiasta do ecossistema de inovação na região Por: Camila Veiga

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Foto: Gustavo Santos / O Vale

O

atual VP de Inovação e Tecnologia da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Novo Hamburgo, Campo Bom, Estância Velha e Dois Irmãos (ACI-NH/CB/EV/ DI) nasceu e cresceu em Novo Hamburgo, foi aluno do curso de Eletrotécnica da Fundação Liberato e, inclusive, premiado na primeira Mostratec, em 1985. No comando da Cigam, Robinson Klein impulsionou a vertente inovadora do Vale para todo o Brasil, atendendo mais de oito mil clientes. É também fundador e conselheiro da Ventiur Aceleradora, uma empresa que apoia e fomenta o empreendedorismo, e soma mais de 400 palestras realizadas sobre inovação e gestão. E, prestes a presidir a Entidade Forte, mais do que nunca, cria planos para desmistificar o uso da Inteligência Artificial como ferramenta de competitividade e para difundir a cultura da inovação como impulso para o desenvolvimento social e econômico dos Vales, como conta na entrevista a seguir.

A Inteligência Artificial (IA) nos ameaça, ou nos empodera? A gente tem que olhar para a Inteligência Artifi-

cial (IA) como mais uma ferramenta de trabalho. Às vezes, o pessoal questiona sobre perder seu emprego ou negócio para a IA e eu

respondo: sim, você pode perder seu emprego ou negócio para alguém que usa a IA, assim como quem usava enxada, perdeu para quem

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usa trator; quem não usava calculadora, perdeu para quem a usa. Quem usa é mais eficiente. É isso. A IA é uma ferramenta poderosa


ECONOMIA

Sim, você pode perder seu emprego ou negócio para alguém que usa a IA, assim como quem usava enxada, perdeu para quem usa trator; quem não usava calculadora, perdeu para quem a usa. Quem usa é mais eficiente. É isso. A IA é uma ferramenta poderosa e, de fato, ela tem potencial para ser nossa próxima revolução industrial. e, de fato, ela tem potencial para ser nossa próxima revolução industrial. Em qual fase dessa nova revolução nós estamos? A IA está engatinhando ainda. Ela faz muito pouco perto do potencial que tem embutido nela – o que já é muito. Ela já é um novo paradigma, uma nova dimensão do conhecimento. Porque até pouco tempo atrás, eu tinha que procurar no livro a informação. Depois, eu comecei a buscar na internet e, hoje, eu posso pedir pra criar conteúdo, explicar o conteúdo, ou resumir. Coisas que poderiam levar dias ou semanas para serem feitas, a IA faz em segundos. E é assim que ela impulsiona a competitividade. Existe um “novo saber”? A gente tem a famosa frase de Sócrates: “só sei que nada sei”. E ele disse que isso o colocava em vantagem sobre aqueles que achavam que sabiam de tudo. E eu pensei, poxa vida, vamos reformular essa frase dele, porque agora eu continuo não sabendo tudo, mas eu sei quem sabe. Então, eu tenho que ter em mente o seguinte: eu

só sei que nada sabia, mas agora eu sei quem sabe. E é bem isso. O novo inteligente é quem sabe fazer as perguntas. De que forma a IA já é uma realidade? Muitas vezes, eu questiono o público das minhas palestras assim: quem já usou IA na plateia? E 10% ou 15% das pessoas levantam a mão. Aí eu pergunto: quem usa todos os dias? Ninguém levanta a mão. E eu continuo: quem usa reconhecimento facial no celular? Quem fala com a Siri ou com Alexa? Quem faz buscas no Google? E todo mundo levanta a mão. Porque as pessoas usam IA e não se dão conta. É preciso ter uma grande empresa para usar a IA a favor dos negócios? Eu diria que quase ao contrário. Até porque, por exemplo, o Chat GPT, ele é grátis. Você entra em um site e faz as suas perguntas. Eu diria que os microempresários e as pequenas empresas têm muito mais benefícios do que uma grande empresa, porque a grande, às vezes, tem mais processos envolvidos para validação. E uma empresa menor

tem menos recursos, o que gera ainda mais motivos para usar. Quais são os desafios dessa grande revolução tecnológica? Eu acho que um primeiro desafio é as pessoas perderem o medo. E eu uso a calculadora como exemplo de novo aqui, porque quando surgiu a primeira calculadora, as pessoas também pensaram que iriam perder seus empregos. Eu fazia tudo na mão, o que eu vou fazer agora? Bom, eu vou usar uma calculadora e vou ser mais eficiente naquilo que eu faço. E com a IA é tão simples quanto. A gente tem que pensar que a IA vai estar na nossa vida assim como a eletricidade e a in-

ternet, que um dia também não estiveram. E, agora, a gente está falando aqui, e o nosso celular está escutando ali. Então, até aonde a IA vai invadir nossa privacidade? O outro grande desafio é regulamentar isso. E essa regulamentação vai valer para quem? Como será com as empresas? Toda tecnologia pode ser usada para o bem e para o mal e as regras serão muito importantes. Qual a relação da nossa região com a inovação? A nossa região já tem muita inovação. Tem empresa muito inovadora, tem empresa que não inova, e tem empresa que inova e não sabe. Mas também tem empresa que não inova porque não sabe como inovar, não tem meta. E inovação tem meta, dá para programar. Se todo dia, eu estou melhorando alguma coisa, melhorando um processo, ou um produto, se é algo que agrega valor ou facilita a vida das pessoas, já se trata de uma inovação. Como a sua expertise inovadora impacta no plano de gestão como presidente da ACI? O propósito dessa gestão vai ser a cultura da inovação. Eu quero que as pessoas discutam nas rodas de conversa a inovação. Se a

gente consegue estabelecer uma cultura, todo mundo entende do que se trata. E o melhor índice de desenvolvimento humano está nas nações mais inovadoras. Quando eu inovo, eu passo a ter alguma coisa que o outro não tem, e isso me dá um diferencial competitivo. E aí eu não caio na vala de competir por preço. Eu posso oferecer algo a mais, que é bom para quem oferece e para quem recebe. E eu vejo que o que falta é a gente conversar mais sobre esse assunto, para que se saiba o que significa ser inovador, onde eu posso inovar, quais os benefícios que eu tenho e como eu faço isso. Quando a gente conseguir criar essa cultura na nossa região, com todos os empresários, todos os alunos falando sobre o assunto, certamente todo mundo vai crescer, todo mundo vai ganhar. Meu sonho é que daqui a dois anos, quando terminar minha gestão, não se escute mais que nós somos uma região conservadora. Eu quero ouvir que somos uma região inovadora. Esse é o meu sonho.

Use o QR ao lado pra assistir a entrevista em vídeo

Meu sonho é que daqui a dois anos, quando terminar minha gestão, não se escute mais que nós somos uma região conservadora. Eu quero ouvir que somos uma região inovadora. Esse é o meu sonho.

Vale Germânico . 10 de novembro 2023

Jornal O Vale . 13


MARKT

Camila Veiga

Jornalista camilaveiga.imprensa@gmail.com Instagram: @acamilaveiga

Também somos do agronegócio

Até o dia 24 de novembro, estão abertas as inscrições para empresas interessadas em participar do Estação Moda RS na Couromoda 2024, que ocorre de 22 a 24 de janeiro, em São Paulo. O estande coletivo é realizado nas principais feiras coureiro-calçadistas, atendendo as indústrias de moda em calçados, bolsas e artefatos que são participantes do projeto do Sebrae RS.

Segundo o Sebrae RS, nos Vales do Sinos, Caí e Paranhana, existem mais de 16 mil estabelecimentos agropecuários, com destaque para a pecuária e criação de outros animais (5.323), produção de lavouras temporárias (4.982) e produção florestal (2.859).

Consultoria e apoio A analista de Articulação de Projetos, Aliana Maciel, explica que o Sebrae RS vai disponibilizar aos contemplados do Estação Moda RS a consultoria de mix mercadológico e visual merchandising e, como em outras edições, a instituição dará apoio equivalente a 40% dos custos de hospedagem e passagem e ofertará cortesia no transfer de ônibus em São Paulo.

14 . Jornal O Vale

Foto: Divulgação / Prefeitura Municipal de Ivoti

Moda RS em São Paulo

Capacitação sustentável

Cidade das Flores confirma seu potencial para investidores da hotelaria Ivoti está no radar das redes de hotéis. À coluna, o prefeito Martin Kalkmann conta que uma importante negociação já está evoluindo. “Existem tratativas em andamento, mas entendemos que o nicho de hotelaria na cidade tem capacidade de crescer ainda mais e ser um setor para investimento”,

disse. O alto potencial se justifica tanto pelas atividades turísticas e culturais durante todo o ano, quanto pelo fator econômico, com as empresas de abrangência nacional instaladas na cidade. Em outubro, por exemplo, durante o 2º Festival da Cachaça de Ivoti, o município recebeu cerca de

40 mil pessoas, com visitantes de diversas partes do Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Fortaleza e, inclusive, México. Ainda, Ivoti é um ponto estratégico, a poucos quilômetros de Novo Hamburgo e São Leopoldo, e de municípios da Serra Gaúcha, como Picada Café e Nova Petrópolis.

Vale Germânico . 10 de novembro 2023

A diretora de Sustentabilidade da ACIST-SL, Maria Inês Führ, comemora a aprovação do projeto no Edital Empreender 2022, da Confederação das Associações Comerciais do Brasil (CACB), que possibilita a participação de 15 empresas de micro e pequeno porte na capacitação em Gestão Empresarial Sustentável, com subsídio de 55%. A adesão das associadas, que podem inscrever duas pessoas, deve ocorrer até 14 de novembro.


CIDADES DO FUTURO

Como serão as cidades do futuro?

Daniel Caporale

Mestre em Desenvolvimento Sustentável SG Cultura Cidadão Consciente @sg_unintegra

Qual é o verdadeiro significado cidadão do social em nosso tempo? Como podemos transformar nossas vidas para criar um mundo de comunidades mais inclusivo e acolhedor?

O risco de uma sociedade global, sem comunidade... No cenário global atual, somos desafiados a repensar o significado da comunidade em um mundo cada vez mais hiperconectado. O fenômeno do hiperconsumo e da hipercomunicação está, gradualmente, esvaziando o valor das relações sociais e da diversidade da vida. Estamos testemunhando a transformação de nossos espaços cidadãos, que — outrora centros de encontro, interação e coletividade — estão perdendo sua identidade original e tornando-se vazios de conteúdo social. Praças e ruas estão se transformando em estacionamentos de carros, enquanto

rodovias congestionadas nos direcionam a shoppings que priorizam o consumo de bens em detrimento das interações humanas. Nesse contexto, surge uma pergunta essencial: conseguiremos manter nossas sociedades e comunidades locais como as conhecemos, fundamentadas em um modelo que coloca a acumulação de bens acima da essência do “ser”? O cenário atual coloca os objetos a serviço do hiperconsumo, mas, paradoxalmente, nos afasta cada vez mais das pessoas. Os resultados incluem uma sociedade marcada pela exclusão, pelo

desperdício de recursos devido ao consumo desenfreado e pela fragmentação social, que mina os valores e regras de convivência, e, portanto, da dinâmica de uma identidade social genuína. Diante dessa realidade, como podemos contribuir para fortalecer o conceito de “comunidade” nos espaços cidadãos? Como podemos promover relações e encontros significativos, mantendo o valor da diversidade individual, mas priorizando o cuidado pelo bem público, pela vida coletiva íntegra? É possível conceber espaços coletivos ricos em conteúdo social? Sonhamos com a

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disseminação de uma cultura cidadã consciente e universal que compreenda a importância da prática da sustentabilidade, da ética econômica, da equidade social e da governança participativa. Qual é o verdadeiro significado cidadão do social em nosso tempo? Como podemos transformar nossas vidas para criar um mundo de comunidades mais inclusivo e acolhedor? Convidamos todos a refletir sobre essas questões e a unir esforços para tornar realidade o sonho de uma comunidade global consciente da importância do cuidado com a vida na Terra.

Jornal O Vale . 15


GIRO PELO VALE

Festa das Rosas movimenta Sapiranga nos próximos dias N

de Água Base, Central Casa de Carnes, Clip, Ninus Embalagens e Z Foods. SAIBA MAIS A Festa das Rosas é Foto: Divulgação/PMSA

os próximos dias, Sapiranga se transforma em destino de milhares de pessoas interessadas em muita música, diversão e gastronomia. A cidade do Vale do Sinos promove a 38ª Festa das Rosas, que começa no dia 11 de novembro e segue até o dia 19. Serão mais de 80 atrações com entrada gratuita para toda a comunidade, divididas em quatro palcos simultâneos, sendo o Popular, Rosengarten, Rock e Nacional. Até lá, o Parque do Imigrante contará com uma estrutura que será especialmente montada para receber os mais de 150 mil visitantes esperados durante oito dias de festa. A festa contará com apresentações das tradicionais bandinhas típicas alemãs, bandas de baile e shows acústicos. O rock gaúcho será atração com Reação em Cadeia. O sertanejo também contará com nomes

uma das maiores festas populares do Estado e

recebeu mais de 150 mil

pessoas na edição de 2022. O layout do evento conta com 11 pavilhões, quatro

palcos, ilhas de chopeiras, quatro bilheterias para

tickets de bebida, praças de alimentação, parque

de diversões, espaço para recreação, ambientes

instagramáveis e área institucional. São sete

pontos abrigando mais de

100 cabines sanitárias. Entre

conhecidos da população. Além disso, a tarde do dia 16 será dedicada ao Baile da Melhor Idade, com baile ao som do Musical União a partir das 14 horas. A partir das 20 horas, a noite gospel será com o show nacional da Banda Morada.

O acesso à festa e toda sua programação é gratuita, mas a prefeitura, através da Secretaria de Assistência Social, estará arrecadando alimento não perecível na entrada do evento. A 38ª Festa das Rosas é uma realização da Associa-

ção de Amigos da Festa das Rosas, da prefeitura de Sapiranga e do Ministério da Cultura, e tem o patrocínio de Amigo Internet, Avato, Benoit, Bistek, Calçados Beira Rio, Chafariz, Cofrag, Clic Metais, Desco, Olimóveis, Pacifil e Rissul, e apoio

a área fixa do Parque do

Imigrante e as estruturas

montadas especialmente

para o evento, são mais de 17 mil m².

Acesse o QR Code ao lado e confira a programação completa

Inspirações e conexões na companhia de quem está fazendo a diferença na região!

Apresenta:

Patrocínio Master

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Patrocínio

REALIZAÇÃO

Apoio

Cássio Monaco | Lucas Feltes | Nico Ventre, Melina Ventre e Carolina Ribeiro Paulo Roberto Feiten Júnior | Rodrigo Mendes | Scheron Pipoca | Tiago Bird

16 . Jornal O Vale

Vale Germânico . 10 de novembro 2023


GIRO PELO VALE

Sicredi investe R$ 2 milhões em Ivoti Ivoti - Só em 2023, Ivoti recebeu quase R$ 2 milhões em investimentos da Agência Cooperativa Sicredi Ivoti. O anúncio foi feito durante visita de representantes da cooperativa ao gabinete da Prefeitura. Em relatório apresentado ao prefeito Martin Kalmann e ao vice-prefeito Marcelo Fröhlich, a cooperativa de crédito informou que os principais investimentos no município foram na renovação da folha de pagamento, no turismo, e nas áreas de educação, segurança, fórum municipal de agricultura, entre outras frentes. E por acreditar no município, uma nova agência será inaugurada. no bairro Morada do Sol.

Dnit confirma novo investimento na BR-116 em Morro Reuter Morro Reuter - Em reunião com o superintendente regional do Dnit, Hiratan Pinheiro da Silva, a prefeita de Morro Reuter, Carla Chamorro, recebeu a confirmação de um novo investimento no município. Trata-se de um retorno operacional no km 215,3 da BR-116 — no entroncamento da Rua do Para-

douro, Estrada do Morro da Embratel e localidade de Birckenthal. O contrato será firmado no início de 2024. Em agosto deste ano, a prefeita apresentou a necessidade da obra ao deputado federal Luiz Carlos Busato (União Brasil) em sua estada em Brasília. A implantação do retorno atende a uma demanda da comunidade devi-

do ao crescimento do tráfego meros acidentes ocasionados de veículos no local e a inú- neste trecho da via.

Macrodrenagem chega a 70% na Independência São Leopoldo - Seguem os trabalhos de modernização e revitalização da rua Independência. A obra, que se concentra na primeira quadra entre a Avenida Dom João Becker e Rua Brasil, está com 70% da tubulação de 800mm colocada na via pública. Se as condições climáticas permitirem, a segunda parte da obra começa nos próximos dias, com a troca dos canos do esgoto cloacal e a colocação da estrutura subterrânea da rede lógica (telefonia e internet) e rede de energia elétrica. Tapumes de segurança foram instalados para dar proteção aos pedestres. Vale Germânico . 10 de novembro 2023

Jornal O Vale . 17


ESPECIAL

Branded content

Conteúdo produzido em parceria com Estação Sapatão @projettaexpositores

Transformando lojas em projetos únicos com qualidade e inovação Empresa do Vale do Sinos com 30 anos de experiência, Projetta se consolida como referência no setor de expositores comerciais e industriais

C

om uma década de história e três décadas de experiência no mercado moveleiro, a Projetta é uma empresa que se destaca no setor de expositores comerciais e industriais. Fundada por especialistas no mercado, a Projetta combina know-how e inovação para tornar o comércio de seus clientes um projeto verdadeiramente único. Durante a leitura, iremos mergulhar nas raízes e nos feitos da Projetta, destacando sua missão, sua capacidade de adaptação à pandemia, e seus planos de expansão contados por João Batista Wecker.

Fundada por especialistas no mercado, a Projetta combina know-how e inovação para tornar o comércio de seus clientes um projeto verdadeiramente único

De projeto a instalação: tudo em um só lugar

Nascida da necessidade de excelência no mercado

A Projetta oferece um amplo leque de serviços para os seus clientes, desde o projeto até a instalação de expositores para diversos tipos de estabelecimentos comerciais, incluindo lojas de confecção, farmácias, ferragens, mercados, pet shops e espaços corporativos. Com fabricação própria em MDF ou aço, a empresa assegura não apenas a qualidade do produto final, mas também um excelente custo-benefício para seus clientes. 18 . Jornal O Vale

Foco no cliente Para a Projetta, a satisfação do cliente é a maior alegria. Seu compromisso com a qualidade e a inovação tem levado a uma base de clientes fiel e satisfeita. A empresa atribui seu sucesso não apenas à equipe talentosa, mas também aos clientes que acreditaram em seus produtos e serviços. Segundo Batista Wecker, na empresa, o comprometimento com a excelência no atendimento é uma prioridade inegociável.

A história da Projetta começa com uma necessidade percebida por Wecker: a carência de uma empresa capaz de atender integralmente às expectativas dos lojistas. Com o objetivo de preencher essa lacuna, a Projetta entrou em cena e, ao longo de uma década, buscou constantemente atualizar-se e investir em tecnologia de ponta. Apesar de ter apenas uma década de existência, a empresa tem uma equipe com trinta anos de experiência no ramo moveleiro. Vale Germânico . 10 de novembro 2023

Planos ambiciosos Para o futuro, a Projetta tem ambições grandiosas. Sobre os planos da empresa, Wecker compartilhou sua ambição: “Para 2024, nossa meta é grandiosa. Pretendemos dobrar nossa área fabril e continuar conquistando cada vez mais clientes. Vamos torcer para que tudo dê certo.” Serviço Se você deseja entrar em contato com a

Projetta para obter mais informações, esclarecer dúvidas ou solicitar

serviços, pode entrar em

contato com a equipe da

Projetta através do telefone (51) 99825-5326.


NOSSO MUNDO CURIOSO

Feitoria, Lomba Grande! Da linha de ônibus ao jargão popular, fomos atrás da origem dessa expressão tão tradicional na região Por: Gabriel Stöhr

da tarde de uma sexta-feira, fomos tentar descobrir. Chegando na rodoviária de São Leopoldo, de cara já tivemos a resposta: Sim, a linha existe. Então, às 16h50 daquele dia, embarcamos no ônibus da Viação Feitoria para conhecer o itinerário. Na viagem, passamos por pontos tradicionais da cidade de São Leopoldo, como a Casa do Imigrante, até chegar à área mais rural do bairro Lomba Grande, ao fim da Estrada Francisco Waldemar Bohrer, onde o ônibus faz o retorno e volta a São Leopoldo. Apesar de o ônibus ficar cheio em alguns momentos, poucas pessoas ainda usam a linha do início ao fim. Esse é o caso do Hélio Ferreira, de 53 anos, que trabalha como servente de pedreiro no centro de São Leopoldo e mora no bairro rural de Novo Hamburgo. Hélio usa a linha

É

incrível quando descobrimos a origem de alguma expressão popular que ouvimos no dia a dia. Geralmente, elas vêm de algo que é repetido muitas vezes em alguma situação específica, até se tornarem jargões populares. Uma das expressões que mais representam nossa região, sem dúvida, é a “Feitoria, Lomba Grande”, que carre-

ga o nome de dois bairros icônicos das cidades de São Leopoldo e Novo Hamburgo – e também envolve uma rixa histórica. Para tentar entender um pouco de como surgiu a expressão, falamos com o historiador Márcio Linck. Ele explica que, basicamente, a expressão nasceu por conta de uma linha de ônibus que saia do centro de São Leo-

poldo e passava pelo bairro Feitoria, tendo como destino final o bairro Lomba Grande, em Novo Hamburgo. A fala surge, justamente, das palavras do motorista que indicavam os bairros pelos quais o ônibus passaria: “Feitoria, Lomba Grande”. Com a resposta, surgiu outra pergunta: Será que essa linha ainda existe? Foi aí que, no finalzinho

Vale Germânico . 10 de novembro 2023

há cerca de três anos e conta até que conhecia a origem da expressão: “Sim, a gente escuta bastante, e que eu saiba é por causa do ônibus”. A popularização da frase se deu muito pela quantidade de pessoas que usavam a linha do início até o fim. “Antes da criação da Estrada Leopoldo Petry, o único caminho que levava da parte urbana de Novo Hamburgo para o bairro Lomba Grande era através da Rua João Aloysio Algayer, por dentro de São Leopoldo”, conta o historiador, explicando a queda do fluxo atualmente com a criação de linhas que vão direto do centro de Novo Hamburgo para o bairro rural.

Acesse o QR Code ao lado e confira a reportagem em vídeo

“Antes da criação da Estrada Leopoldo Petry, o único caminho que levava da parte urbana de Novo Hamburgo para o bairro Lomba Grande era através da Rua João Aloysio Algayer, por dentro de São Leopoldo”.

Jornal O Vale . 19


ESPORTE

Consolidado, beach tennis cresce ainda mais na região Cidades como Novo Hamburgo se transformaram em polos, com abertura de mais quadras e realização de torneios mobilizando patrocinadores de peso

D

e repente, do nada, você se depara com mais uma quadra de beach tennis. Pode parecer exagero, mas não é. O esporte virou mania nacional e na região parece ganhar mais e mais adeptos. O fenômeno impressiona porque acabou se transformando também em um bom negócio, com a abertura de novos espaços e um mercado de consumo de alto poder aquisitivo. No Rio Grande do Sul, a primeira quadra surgiu em 2011, em Porto Alegre. Mas foi nos últimos anos que o esporte disparou. Em cidades como Novo Hamburgo, o sucesso pode ser medido de diferentes formas. Uma delas, pela quantidade de espaços. ‘‘São pelo menos dez clubes e academias na cidade bem estruturados e novos estão surgindo’’, destaca a jogadora e instrutora Renata Hauschild, referência no tema. Na avaliação de Renata, a pandemia acabou contribuindo para o crescimento do beach tennis, assim como o fato de ser jogado em um clima de praia. ‘‘É um esporte coletivo que não precisa de tantas pessoas e não exige contato. E a areia encanta as pessoas’’, resume, destacando que no pós-pandemia, já consolidado, o esporte disparou de vez. 20 . Jornal O Vale

Copa Icatu segue com inscrições

Renata Hauschild se transformou em uma das referências do beach tennis no Rio Grande do Sul

Wallau vai sediar grande evento em dezembro Oriunda do tênis, Renata aderiu ao beach tennis em 2021, jogando na Wallau. O clube, aliás, foi o primeiro da cidade a criar quadras, em 2018. Hoje, além de jogar e treinar, ela também se dedica à organização técnica de torneios. O número de campeo-

nato, aliás, é outra forma de medir o sucesso do esporte na região. São dezenas de campeonatos durante todo o ano. Renata está diretamente envolvida em um deles, em dezembro, justamente na Wallau. ‘’Será um grande evento, bem dentro do espírito família do beach’’, salienta.

A Copa Icatu de Beach Tennis será disputada nos dias 1, 2 e 3 de dezembro, utilizando cinco das nove quadras da Wallau. Por sugestão de Renata, o torneio contará com novidades, como as categorias sub-14 e +50, contemplando novos públicos que vêm aderindo ao esporte.

Vale Germânico . 10 de novembro 2023

A Copa Icatu de Beach Tennis é um bom termômetro do sucesso do esporte no Rio Grande do Sul e na região. A competição, cujas inscrições seguem abertas, foi idealizada pelo Bora. Club e tem Renata na organização técnica. Ela e sua equipe são referência entre os beachtenistas. Além de ter a maior seguradora independente do País em Seguro de Vida, Previdência Privada e Título de Capitalização dando nome ao torneio, o evento atraiu outras grandes marcas: Imagine Espaços Criativos, Unimed Vale do Sinos, Jangal das Araucárias, Swan Hotéis, Rio Grande Seguros e Previdência, Joalheria e Óptica Scheffler, Savarauto Mercedes, Nubelle Prevenção e Rejuvenescimento, HBS Informática, Frutaria, Smel Novo Hamburgo, Office Shop, Suns da Lomba, Spider Undergrip e Soul Beach Pro - o maior mix de produtos para beach tennis da região.

Utilize o QR para saber mais sobre a Copa Icatu


PELA REGIÃO

Cláudio Alves

Locutor e apresentador, comanda o programa Estação Hamburgo @claudioalveslocutor

XVI Schmierfest em Presidente Lucena A maior festa de exuberantes paisagens comunitária do Brasil

De 10 a 15 de novembro, eu terei o privilégio de apresentar toda a programação de mais uma Schmierfest em Presidente Lucena. A festa mais doce da região inicia nesta sexta-feira, dia 10, aniversário de Presidente Lucena, e segue até quarta-feira, dia 15, no Parque Municipal Egon Guewehr com entrada gratuita. As So-

beranas — rainha Jordana Schmitz e princesas Tainara Müller e Taíssa Daniele (que eu tive o prazer de anunciar no dia 9 de junho, no Salão Gewehr) — desde eleitas estão divulgando o maior evento da cidade que residem. Presidente Lucena é um município acolhedor na Encosta da Serra, com identidade germânica acentuada, detentor

naturais, conservador de costumes e hábitos cultivados pela comunidade local. A Schmierfest é a festa mais importante do município, reúne a diversidade cultural existente, com a preservação da identidade germânica, destacando as variadas formas de expressão cultural, através das inúmeras atrações: jogos germânicos, shows musicais, shows de gaiolas, apresentações culturais, Dia D alusivo ao Novembro Azul, além de área gastronômica, exposição de artesanato, indústria e comércio. Durante os dias da festa, vai ser possível acompanhar a confecção artesanal de Schmier.

A 38ª Festa das Rosas acontece de 11 a 19 de novembro, no Parque do Imigrante, com entrada gratuita. Serão grandes noites alternando nomes de sucesso no cenário nacional: Reação em Cadeia (dia 11), Zé Neto e Cristiano (dia 12), Guilherme e Benuto (dia 14), Morada (dia 16) e Jorge e Mateus (dia 19). A rainha Lívia Maria Flor, ao centro das princesas Amanda Somavilla e Flávia Pires de Souza, estão realizando a divulgação do maior evento do município. Além das atrações nacionais, o evento contará ainda com shows regionais

e locais, feiras, exposições, gastronomia típica, chopp artesanal e city tour. No Parque do Imigrante, uma infraestrutura completa foi montada para receber milhares de visitantes por dia, com variado cardápio na área de alimentação (comida colonial, produtos da região, cuca, pães e bolinhos de batata). A Festa das Rosas é uma das maiores festas populares do Estado e recebeu mais de 150 mil pessoas na edição de 2022. O evento é uma realização da prefeitura de Sapiranga e da Associação de Amigos da Festa das Rosas (Amirosas).

Bandinha Típica Canecão do Vale! Atração confirmada nos principais eventos da região, a Bandinha Típica Canecão do Vale nos apresenta a autêntica música alemã! Como eu costumo dizer: Gute Musik! Schöne Musik! (Mú-

sica Boa e Música Bonita!) No repertório, as músicas que lembram toda a alegria e toda a energia dos nossos antepassados germânicos que há 200 anos desbravaram nossa região.

Vale Germânico . 10 de novembro 2023

Jornal O Vale . 21


COLUNA DA HERTA

Queriitosss – Não rebarem, as vezes eu troca um pouco os letras, quer tizer os letras.

Herta

Agora sou colunista social! @hertakleinoficial

Tamancos de madeira

Festival do bolinho

Era muito comum encontrar nos pés dos imigrantes alemães os tamancos de madeira, que eram fabricados na medida certa de cada pé: o sapateiro ia na casa do agricultor para tirar a medida. Outra curiosidade destes tamancos, que não tinha nem pé direito e nem esquerdo, em nossa região eles não era 100% de madeira. Mas, sim, com a parte de

Quem não gosta de bolinhos, pois então no dia 21 no Morro Reuter aconteceu o primeiro festival do Kighelche (festival de bolinho) e, além do tradicional bolinho de batata, teve bolinho de arroz, espinafre, bolinho de chuva, aipim e bolinho de batata com linguiça. Tilicia.....

cima em couro. Já os tamancos que vinham da Alema-

nha, da região da Vestfália, eram todo em madeira.

Direto da Alemanha Vejam os textos e as fotos que recebi diretamente da Alemanha! Foram enviados por minha sobrinha, a Marina! Adoro ela, minha sobrinha querida!

Oi Tia Herta, estou muito feliz em escrever para o Jornal O Vale. Hoje quero trazer para os leitores uma curiosidade bem legal, de quando visitei o museu da cidade de Boppard. O Richard Thonet é o fundador desse modelo de cadeiras arredondadas, e adivinha só, ele nasceu em Boppard! Para a madeira ficar desse formato arrendado, o Thonet criou uma máquina que curvava as madeiras. Ele desenvolveu uma técnica única para arquear madeira sólida ao vapor. A madeira precisava ser aquecida e então ela era pressionada contra um molde curvo de ferro fundido.

Nossos 200 anos Não poderia ter iniciando em um lugar melhor o lançamento das comemorações dos 200 anos da imigração alemã no Brasil da nossa Vale TV, no último dia 26 tive a honra de estar presente no Museu Fundação Ernesto Frederico Scheffel, marcar e deixar registrado a história dos nosso imigrante.

Boate da Sociedade Orpheu No último dia 31 de outubro, eu estive com este time maravilho na Sociedade Orpheu, de São Leopoldo, que reinaugurou sua boate. A Sociedade Orpheu, que no ano que vem completa 166 anos, é a sociedade mais antiga do Brasil em atividade, nosso orgulho.

E você, já sabia disso?

22 . Jornal O Vale

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MEMÓRIAS

OUTRAS IDEIAS

Mateus Nascimento

Agente cultural e pesquisador

Radialista e Diretor da Rede União FM

@old_saoleopoldo

“Old São Leopoldo” - um baú de memórias coletivas

Tem que valer...

O É desafiador escrever sobre algo que nasceu de forma tão natural e sem grandes pretensões. Falar sobre o projeto Old São Leopoldo também é falar sobre mim, pois toda essa trajetória começa com a curiosidade de um leopoldense que nunca conheceu bem sua própria cidade, e que não se sentia parte dela. Cada descoberta se tornou uma grande surpresa que merecia ser compartilhada. Assim nasceu o perfil “Old São Leopoldo” no Instagram, que tem em seu principal aspecto a transmissão de conhecimento sobre o nosso território, criando e fortalecendo os vínculos afetivos da população com a cidade. O desafio é não tornar a história desinteressante: trabalhando com a memória afetiva a partir de imagens, trazendo à tona lembranças não tão distantes da realidade do público, relacionando notícias atuais com antigos acontecimentos, além de evidenciar o papel humano na preservação cultural. Por isso, entendo que criar pertencimento é de suma importância. Sentir-se parte da história local faz parte do processo de construção de um cidadão interessado e protetor da sua cultura e do seu patrimônio histórico. É preciso lembrar que a cidade continua sendo erguida a cada dia, por migrantes e imigrantes de diversos novos cantos, e que essas pessoas precisam de uma imersão acessível em nossa cultura local. Esse é o papel que o Old São Leopoldo ocupa na Internet. Em 2022, as nossas histórias ga-

nharam espaço na TV, com o programa Café com História, na Vale TV, que conta com duas temporadas especiais realizadas durante as edições de 2022 e 2023 da São Leopoldo Fest. Em mais uma iniciativa, o projeto ganhou as ruas, com o Walk Tour, em conjunto com a Interventura Urbana, no intuito de levar as pessoas pelos diferentes caminhos de São Leopoldo, para observar a cidade e levantar questões sobre o patrimônio histórico. Não fiz parte da maior parte do que conto. Não vivi a São Leopoldo de 50 anos atrás. Não participei do Centenário da Imigração Alemã. Longe de ser um dos primeiros a desbravar estas terras, orgulho-me, no entanto, de contribuir para a construção e permanência de boas histórias que moldam o presente e também o futuro. Me orgulho em saber que faço parte dos 200 anos de uma história tão potente, nesse momento que é tão simbólico. 1957

2021

Rodrigo Giacomet

ano de 2024 marcará os 200 anos da chegada dos alemães ao sul do Brasil: uma data emblemática. Um marco. Serão muitas comemorações, uma infinidade de celebrações, homenagens e recordações: serão momentos intensos. E quando 2025 chegar? Tudo terá passado? Esperar os 300 anos? Não, definitivamente não! Teremos que parar e pensar, valeu a pena celebrar os 200 anos, com seus legados e avanços. Um aniversário, sabemos, em datas significativas enseja mudanças: 15 anos, 18 anos, 50 anos, 100 anos, ao serem celebrados mudam paradigmas e o mesmo devo esperar da região do Vale Germânico. Inspiração na Pátria Mãe há de ser buscada em vários segmentos, como em saúde, segurança, educação, gestão pública e tantos outros. Nesta coluna, impossível versar sobre todas as possibilidades, logicamente, então foco em uma, que por ser multifacetada, reflete em todos os ambientes: o turismo. Viveremos um momento único, com a celebração de 2024, para crescer em nosso turismo, afinal teremos olhares do Brasil inteiro e por que não dizer de vários pontos do mundo, para nossa região. Muitos irão ouvir falar pela primeira vez de pequenos municípios e localidades, além de recordarem de grandes centros de outrora, revividos em sua fama do passado. Será a hora de evoluir, de ensinar e aprender, de investir em infraestrutura, de plantar para

Vale Germânico . 10 de novembro 2023

colher. Dia desses, um amigo esteve visitando Dois Irmãos, indo almoçar no tradicional Restaurante Santa Cecília. Na sequência, saiu a passear com sua família, adentrando em uma loja, no centro da cidade. Para sua surpresa, me relatou ele, a atendente da loja fez várias típica atitude que precisa ser replicada, treinada, potencializada. O viajante não pode contar com a sorte para um atendimento assim aparecer em seu passeio. O mesmo precisa valer em restaurantes, em bares, em pontos turísticos, em lugares públicos. O turista bem tratado, volta e, mais do que isso, recomenda para outras pessoas o passeio. Ele gasta por impulso, movimentando a economia local em várias camadas. E, além disso, além do preparo e do envolvimento da iniciativa privada, o poder público precisa estar atento para receber bem quem está visitando a região: placas de sinalização são essenciais, banheiros públicos asseados vitais, vias conservadas, jardins floridos. Enfim, detalhes. Se você, empreendedor, já faz tudo isso, ótimo. Faça mais. Se você gestor pulico já faz tudo isso, ótimo. Faça mais. Se você, cidadão do Vale Germânico já faz tudo isso, ótimo. Faça mais. A hora é de somar forças, de crescer, de mostrar nossas belezas. O mundo estará olhando para o lugar onde alemães chegaram há 200 anos. Tem que valer a pena! Temos que ir além de 2024. Jornal O Vale . 23


24 . Jornal O Vale

Vale Germânico . 10 de novembro 2023


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