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do ecossistema de inovação na região

Por: Camila Veiga

Oatual VP de Inovação e Tecnologia da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Novo Hamburgo, Campo Bom, Estância Velha e Dois Irmãos (ACI-NH/CB/EV/ DI) nasceu e cresceu em Novo Hamburgo, foi aluno do curso de Eletrotécnica da Fundação Liberato e, inclusive, premiado na primeira Mostratec, em 1985. No comando da Cigam, Robinson Klein impulsionou a vertente inovadora do Vale para todo o Brasil, atendendo mais de oito mil clientes. É também fundador e conselheiro da Ventiur Aceleradora, uma empresa que apoia e fomenta o empreendedorismo, e soma mais de 400 palestras realizadas sobre inovação e gestão. E, prestes a presidir a Entidade Forte, mais do que nunca, cria planos para desmistificar o uso da Inteligência Artificial como ferramenta de competitividade e para difundir a cultura da inovação como impulso para o desenvolvimento social e econômico dos Vales, como conta na entrevista a seguir.

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A Inteligência Artificial (IA) nos ameaça, ou nos empodera?

A gente tem que olhar para a Inteligência Artifi- cial (IA) como mais uma ferramenta de trabalho. Às vezes, o pessoal questiona sobre perder seu emprego ou negócio para a IA e eu respondo: sim, você pode perder seu emprego ou negócio para alguém que usa a IA, assim como quem usava enxada, perdeu para quem usa trator; quem não usava calculadora, perdeu para quem a usa. Quem usa é mais eficiente. É isso. A IA é uma ferramenta poderosa e, de fato, ela tem potencial para ser nossa próxima revolução industrial.

Em qual fase dessa nova revolução nós estamos?

A IA está engatinhando ainda. Ela faz muito pouco perto do potencial que tem embutido nela – o que já é muito. Ela já é um novo paradigma, uma nova dimensão do conhecimento. Porque até pouco tempo atrás, eu tinha que procurar no livro a informação. Depois, eu comecei a buscar na internet e, hoje, eu posso pedir pra criar conteúdo, explicar o conteúdo, ou resumir. Coisas que poderiam levar dias ou semanas para serem feitas, a IA faz em segundos. E é assim que ela impulsiona a competitividade.

Existe um “novo saber”?

A gente tem a famosa frase de Sócrates: “só sei que nada sei”. E ele disse que isso o colocava em vantagem sobre aqueles que achavam que sabiam de tudo. E eu pensei, poxa vida, vamos reformular essa frase dele, porque agora eu continuo não sabendo tudo, mas eu sei quem sabe. Então, eu tenho que ter em mente o seguinte: eu só sei que nada sabia, mas agora eu sei quem sabe. E é bem isso. O novo inteligente é quem sabe fazer as perguntas.

De que forma a IA já é uma realidade?

Muitas vezes, eu questiono o público das minhas palestras assim: quem já usou IA na plateia? E 10% ou 15% das pessoas levantam a mão. Aí eu pergunto: quem usa todos os dias? Ninguém levanta a mão. E eu continuo: quem usa reconhecimento facial no celular? Quem fala com a Siri ou com Alexa? Quem faz buscas no Google? E todo mundo levanta a mão. Porque as pessoas usam IA e não se dão conta.

É preciso ter uma grande empresa para usar a IA a favor dos negócios?

Eu diria que quase ao contrário. Até porque, por exemplo, o Chat GPT, ele é grátis. Você entra em um site e faz as suas perguntas.

Eu diria que os microempresários e as pequenas empresas têm muito mais benefícios do que uma grande empresa, porque a grande, às vezes, tem mais processos envolvidos para validação. E uma empresa menor ternet, que um dia também não estiveram. gente consegue estabelecer uma cultura, todo mundo entende do que se trata. E o melhor índice de desenvolvimento humano está nas nações mais inovadoras. tem menos recursos, o que gera ainda mais motivos para usar.

E, agora, a gente está falando aqui, e o nosso celular está escutando ali. Então, até aonde a IA vai invadir nossa privacidade? O outro grande desafio é regulamentar isso. E essa regulamentação vai valer para quem? Como será com as empresas? Toda tecnologia pode ser usada para o bem e para o mal e as regras serão muito importantes.

Qual a relação da nossa região com a inovação?

Quando eu inovo, eu passo a ter alguma coisa que o outro não tem, e isso me dá um diferencial competitivo. E aí eu não caio na vala de competir por preço. Eu posso oferecer algo a mais, que é bom para quem oferece e para quem recebe.

Quais são os desafios dessa grande revolução tecnológica?

Eu acho que um primeiro desafio é as pessoas perderem o medo. E eu uso a calculadora como exemplo de novo aqui, porque quando surgiu a primeira calculadora, as pessoas também pensaram que iriam perder seus empregos. Eu fazia tudo na mão, o que eu vou fazer agora? Bom, eu vou usar uma calculadora e vou ser mais eficiente naquilo que eu faço. E com a IA é tão simples quanto. A gente tem que pensar que a IA vai estar na nossa vida assim como a eletricidade e a in-

A nossa região já tem muita inovação. Tem empresa muito inovadora, tem empresa que não inova, e tem empresa que inova e não sabe. Mas também tem empresa que não inova porque não sabe como inovar, não tem meta. E inovação tem meta, dá para programar. Se todo dia, eu estou melhorando alguma coisa, melhorando um processo, ou um produto, se é algo que agrega valor ou facilita a vida das pessoas, já se trata de uma inovação.

Como a sua expertise inovadora impacta no plano de gestão como presidente da ACI?

O propósito dessa gestão vai ser a cultura da inovação. Eu quero que as pessoas discutam nas rodas de conversa a inovação. Se a

E eu vejo que o que falta é a gente conversar mais sobre esse assunto, para que se saiba o que significa ser inovador, onde eu posso inovar, quais os benefícios que eu tenho e como eu faço isso.

Quando a gente conseguir criar essa cultura na nossa região, com todos os empresários, todos os alunos falando sobre o assunto, certamente todo mundo vai crescer, todo mundo vai ganhar.

Meu sonho é que daqui a dois anos, quando terminar minha gestão, não se escute mais que nós somos uma região conservadora. Eu quero ouvir que somos uma região inovadora. Esse é o meu sonho.

Moda RS em São Paulo

Até o dia 24 de novembro, estão abertas as inscrições para empresas interessadas em participar do Estação Moda RS na Couromoda 2024, que ocorre de 22 a 24 de janeiro, em São Paulo. O estande coletivo é realizado nas principais feiras coureiro-calçadistas, atendendo as indústrias de moda em calçados, bolsas e artefatos que são participantes do projeto do Sebrae RS.

Consultoria e apoio

A analista de Articulação de Projetos, Aliana Maciel, explica que o Sebrae RS vai disponibilizar aos contemplados do Estação Moda RS a consultoria de mix mercadológico e visual merchandising e, como em outras edições, a instituição dará apoio equivalente a 40% dos custos de hospedagem e passagem e ofertará cortesia no transfer de ônibus em São Paulo.

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