Revista Negócio Rural - Edição 26

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EDITORIAL

UM GIGANTE CHAMADO BRASIL

O Brasil é o 5º maior país do mundo em extensão territorial, com 8,5 milhões de quilômetros quadrados. E com todo esse tamanho, também é grande a diversidade agrícola. Cada região tem suas características, com potencial de produção para determinadas culturas. Mas, a pesquisa e a tecnologia têm feito com que esse leque de opções agrícolas cresça em todos os Estados.

Na região Nordeste, por exemplo, vem aumentando a produção de uvas para vinhos e espumantes, algo que, há alguns anos seria impensável. No Espírito Santo, a produção de soja é uma novidade. Com pesquisas e tecnologia, os agricultores que resolvem investir em novos plantios sentem segurança quando começam novos cultivos.

Nesta edição, o secretário de Agricultura do Espírito Santo fala, em uma entrevista, dessa ampliação de opções de novos cultivos. Ele cita o Estado como um pequeno Brasil, pois é possível produzir um pouco de tudo que se cultiva no país. Além diso, ele também cita a pesquisa e a tecnologia como aliados fundamentais.

Ainda nesta edição, uma reportagem detalha que uma pesquisa da Embrapa identificou como a integração entre pastagem e lavoura aumenta em até três vezes a retenção de carbono no solo, algo que vem a somar com essa mudança em busca de sustentabilidade que o mundo exige de quem produz alimentos.

Da mesma forma que o Brasil exporta conhecimento, a exemplo das modernas empresas de genética bovina e de bioinsumos agrícolas do interior mineiro e paulista, também existe o interior agro de raiz, que transforma as propriedades em atrativos do agroturismo, o que também é mais um dos assuntos desta edição, que você pode conferir em uma reportagem especial sobre Gramado e Canela, na Serra Gaúcha.

4 CAPA

Novas opções no agroturismo de Gramado e Canela agradam visitantes

10 ENTREVISTA

Secretário de Agricultura do Espírito Santo quer estimular a agricultura sustentável

12 AVICULTURA

Avicultores e governos estão preparados se gripe aviária chegar ao Brasil

15 PESQUISA

Integração de lavoura-pecuária aumenta taxa de carbono no solo

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COOPERATIVISMO

Receita da Nater Coop chega a R$ 1,5 bilhão em 2022

Foto de capa: Sérgio Azevedo/Olivas de Gramado

Editores de jornalismo:

Bruno Faustino - JP - 1375/ES

Julio Huber - JP - 2038/ES

Reportagem:

Bruno Faustino

Julio Huber

Fotografia:

Bruno Faustino, Julio Huber Divulgação

Revisão: Sidney Dalvi

Diagramação: HM Comunicação

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Periodicidade:

Trimestral - Janeiro a março Com reportagens apuradas até 31/03/2023

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Impressão: Grafiisana

Circulação Nacional

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NEGÓCIO RURAL | 3
ÍNDICE

Gramado e Canela: os sabores e aromas do agroturismo gaúcho

Novos e tradicionais atrativos atraem visitantes o ano inteiro para uma das regiões mais turísticas do Brasil

O Olivas de Gramado fica em cima de um canyon e produz o primeiro azeite da Serra Gaúcha

TURISMO | TEXTO: JULIO HUBER – GRAMADO E CANELA (RS) / FOTOS: JULIO HUBER, SÉRGIO AZEVEDO E DIVULGAÇÃO

Quem visita Gramado e Canela, no Rio Grande do Sul, muitas vezes desconhece os inúmeros atrativos que o interior dos dois municípios possuem, e que são surpreendentes. Muito além das badaladas atrações, restaurantes, eventos e tantas outras atividades das áreas urbanas, o agroturismo da Serra Gaúcha possui opções para todos os gostos.

Inaugurado no finalzinho de 2018, o Olivas de Gramado é um desses locais que precisa estar no roteiro de quem visita a região. Localizado no marco zero de Gramado e em cima de um canyon na Linha Nova, é rodeado de Mata Atlântica e possui uma paisagem de filme. Com uma plantação de mais de 12 mil oliveiras, de seis variedades – gregas, portuguesas e espanholas -, no local é produzido o primeiro azeite de oliva extravirgem da Serra Gaúcha.

A 14 quilômetros do centro, o trajeto leva o visitante para o passado, percorrendo a rota do principal roteiro rural da região: Raízes Coloniais de Gramado. Pelo caminho, plantações, jardins, galpões, igrejas e casas antigas, legados dos imigrantes italianos, alemães e luso-açorianos que povoaram a Região das Hortênsias. O trajeto é asfaltado em todo o percurso.

“A propriedade tem 152 hectares, sendo 29 com plantio de olivais. As pessoas estão buscando cada vez mais essas experiências, não só ao enoturismo, que é voltado ao vinho, mas também ao olivoturismo, que é uma vertente do turismo rural, que vem para agregar valor e proporcionar experiências incríveis aos visitantes”, contou o azeitólogo André Bertolucci, um dos proprietários do Olivas de Gramado, ao lado do pai e irmãos.

Além de conhecer o processo de produção do azeite de oliva, a história e seus usos gastronômicos e benefícios para a saúde, o visitante pode degustar os diversos tipos de azeites e azeitonas, acompanhados por um guia especializado em olivocultura e na degustação sensorial do azeite de oliva.

Como opcional, o visitante pode pedir uma tábua de degustação com queijos, embutidos, pães, chocolate e outros itens, para acompanhar a análise sensorial de até sete tipos de azeites de oliva e infusões aromáticas. É o momento de uma verdadeira aula sobre azeites e de aprender como identificar um produto de qualidade e que possui benefícios à saúde. Na boutique, o visitante pode comprar diversos azeites extravirgens e saborizados,

de produção própria, e inúmeros outros produtos, como cosméticos, licores e cachaças.

Também é possível conhecer o parque, contemplar a natureza, as oliveiras e tirar fotos nos mirantes com vistas deslumbrantes. O motorista e o guia do ônibus são atrações à parte. Eles contam a história da região e fornecem informações sobre a plantação de oliveiras, de uma maneira animada e criativa. O passeio ainda passa pela fazendinha de mini animais, trilhas na natureza e no marco zero de Gramado.

CULINÁRIA – Para quem é fã de uma boa culinária, o restaurante do local possui um cardápio variado, com pratos e petiscos, drinks, vinhos, cervejas e tudo que o visitante precisa para curtir a paisagem do local por horas.

Um dos pontos altos do passeio para a maioria dos visitantes é o pôr do sol que é visto do restaurante e de um deck. O sunset realizado ao final da tarde, ao som de um saxofone, e a energia positiva do local, fazem com que a emoção tome conta de todos. O esconder do sol no horizonte, em meio às montanhas, é uma cena a ser guardada em fotografias e na memória.

NEGÓCIO RURAL | 5 TURISMO
O Skyglass fica em Canela e é considerada a maior plataforma de vidro do mundo e única da América Latina

Café colonial típico com gostosuras da culinária italiana

Pão quentinho saindo do forno, capeletti no fogão, queijos, polenta, embutidos, torresmo, linguiças, geleias, bolos e deliciosas sobremesas. Esses são alguns dos mais de 30 itens no vasto cardápio do Café Colonial Della Nonna, que também fica no Roteiro Raízes Coloniais de Gramado, na Linha Bonita.

Nascida em 1943, Zulmira Foss é a matriarca da família responsável pelo café colonial. E é ela quem recebe os visitantes, na porta do casarão onde as delícias gastronômicas são servidas. Com cantarolas italianas, ela, o marido Pedro e outros integrantes da família dão as boas vindas aos turistas.

O sonho de infância da professora Zulmira - de trabalhar com a família e valorizar o que aprendeu durante sua vida - se concretizou a

partir de 1998, quando já aposentada, resolveu organizar a propriedade e oferecer a marmelada, uma das receitas ensinadas a ela por seus antepassados, além do pão caseiro.

Os Foss reuniram outras famílias da região, que também se uniram e passaram a ofertar aos turistas experiências do campo. Os visitantes também podem conhecer, no roteiro, a casa centenária com arquitetura típica italiana, a Ervateira Marcon e o Museu Fioreze.

“Convido a todos a virem tomar o café colonial da nonna, aqui na Linha Bonita. Tem pão quentinho saindo do forno a lenha, e tantas outras coisas preparadas por nossa família com muito carinho para todos os visitantes”, disse a idealizadora, a simpática nonna Zulmira Foss.

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A nonna Zulmira Foss é a idealizadora do café colonial, que possui mais de 30 itens produzidos pela família

Jardim gigante é a opção para relaxar e contemplar flores e a natureza

Quem curte um contato com a natureza e gosta de momentos para relaxar, a opção é conhecer o Garden Park, que foi inaugurado em dezembro de 2022, e fica a 2,9 quilômetros do centro de Gramado.

Com 140 mil metros quadrados, o local possui um jardim gigante com mais de 50 mil flores e oferece aos visitantes uma experiência diferenciada em meio à natureza. São mais de 20 atrativos, como caminhos floridos, mirante, cascatas, fonte, túneis, ponte pênsil e diversas trilhas distribuídas nos mais de 4,1 quilômetros.

Idealizado por André Tissot, que possui a propriedade há 30 anos, no

Garden Park estão plantadas 240 carvalhos canadenses, trazidos por ele e cultivados desde então, quando ele ainda não pensava em abrir a propriedade. Os carvalhos são plantas que mudam de coloração com frequência, com tonalidades que passam do verde, amarelo, vermelho e cinza.

Segundo a gerente do Garden Park, Juliana Müller, com o intuito de sempre manter o local florido, plantas são substituídas a cada dois ou três meses. Estruturas gigantes de ferros e arame, revestidas por plantas, retratam diferentes animais e encantam os visitantes. Ur-

sos, esquilos, bambis e cisnes estão espalhados pelo parque e são paradas obrigatórias para fotos.

Uma delicatessen também está disponível para que os visitantes possam montar suas cestas de piquenique de forma personalizada. “A pessoa pode escolher os itens de comida e bebida, como espumante, lanches ou frios, por exemplo, montar a cesta e passar horas no jardim, degustando e admirando a paisagem e a tranquilidade do espaço”, destacou Juliana Müller. Uma cafeteria também oferece ao visitante opções de lanches, bebidas e sorvetes.

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Inaugurado no final de 2022, o Garden Park é o local para descansar e admirar a natureza Também recéminaugurado em Gramado, o Exceed Experience Park é considerado o mais moderno parque de games da América Latina

Vinícolas entram de vez no roteiro de turistas em Canela e Gramado

O Rio Grande do Sul é responsável por cerca de 90% da produção nacional de vinhos, espumantes e suco de uva. Canela e Gramado entram nessa conta, com diversas vinícolas que oferecem produtos premiados, se destacando nesse mercado. O enoturismo – turismo voltado a conhecer o universo do vinho –, tem crescido nesses dois municípios.

Um exemplo fica no município de Canela, onde está a vinícola Jolimont, que recebe turistas e onde são realizas visitas guiadas o ano inteiro. O Tour du Vin é uma experiência imersiva no mundo dos vinhos. Trata-se de um passeio de enoturismo que vai proporcionar o visitante a conhecer o dia a dia de uma vitivinícola da Serra Gaúcha. Ao final é feita a degustação de diversos vinhos, sucos, espumantes e até cerveja.

Com diversos rótulos premiados, a vinícola possui uma ampla loja, onde o visitante pode comprar o vinho, suco ou espumante que mais lhe agradou. Além da visita e da degustação, quem preferir ainda pode realizar um piquenique nos parreirais. A experiência tem cerca de três horas de duração. Está incluso uma cesta de piquenique, com uma espumante ou vinho e duas taças personalizadas.

Em Gramado, a Jolimont possui cinco lojas, para quem quiser conhecer e comprar seus produtos e também fazer degustação. O sommelier Carlos Alfredo Schaultt contou que os parreirais foram plantados por um francês, que se encantou com a região. Em 1987, a propriedade se tornou uma vitivinícola.

“Temos 12 variedades de uvas, sendo 10 hectares plantados em Canela, mas no total temos 27 hectares em produção. A variação de temperatura da região durante o ano é excelente para a qualidade final dos nossos produtos. O conjunto: solo, clima e incidência do sol, com a intervenção humana, forma a identidade geográfica do terreno. Hoje somos reconhecidos pela qualidade de nossos produtos, com destaque aos espumantes. Nosso espumante moscatel tem sete medalhas de ouro internacionais”, contou o sommelier.

CASA SEGANFREDO – Distante oito quilômetros do centro de Gramado, a vinícola Seganfredo é outra opção para os adeptos ao enoturismo. Na propriedade, de uma família de descendentes italianos, são cultivadas variedades de uvas viníferas importadas, como Cabernet Sauvignon, Merlot, Montepulciano, Chardonnay e Pinot Noir, adaptadas ao terroir local. O suco é produzido de videiras americanas, algumas delas centenárias.

Por muitos anos, a família produziu vinhos de maneira artesanal, com a participação dos fi lhos e dos amigos. Cuidando da terra, selecionando as uvas, aprimorando os processos de colheita e com os rigorosos processos de produção do vinho, a produção artesanal

A Jolimont, que fica em Canela, possui lojas em Gramado e conta com diversos rótulos premiados internacionalmente

da vinícola possui tecnologias modernas.

Atualmente, a Vinícola Seganfredo, considerada uma boutique, tem a capacidade para produzir 10 mil garrafas de vinho, três mil de espumante e três mil de suco. O sommelier Rodrigo Michel explicou que a proposta da cantina é produzir vinhos apenas das uvas da propriedade.

“A ideia é cuidar das uvas desde a sua origem até a taça. Temos um comércio limitado à nossa casa, e não temos venda para fora, mas podemos enviar os produtos para todo o Brasil, com vendas diretas. Um dos nossos diferenciais é a uva Montepulciano, encontrada no Sul da Itália. É uma proposta diferenciada e muito limitada”, enfatizou.

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Os vinhos da Seganfredo são comercializados apenas na vinícola

SERVIÇO

OLIVAS DE GRAMADO

Onde: Rua Vereador José Alexandre Benetti, Linha Nova, nº 1.808, Gramado

Funcionamento: de quinta a terça-feira

Valores: entrada com degustação (R$ 99,90 - Inteira). Crianças de 12 a 16 anos, idosos e estudantes pagam meia-entrada

Contatos: (54) 99610-7626 (telefone) e (54) 99610-7626 (Whatsapp)

Site: www.olivasdegramado.com.br

Instagram: @olivasdegramado

VITIVINÍCOLA JOLIMONT

Onde: Estrada Morro Calçado, 1.420, Morro Calçado, Canela

Funcionamento: diariamente, das 09h às 16h45

Valores: a partir de R$ 85,00 (visitação e degustação). Meia-entrada a partir de R$ 42,50

Contatos: (54) 3227-6600 (telefone) e (54) 96775995 (Whatsapp)

Site: www.vinhosjolimont.com.br

Instagram: @jolimontvinicola

SKYGLASS

Onde: Estrada Municipal CNL 350, nº 9800, Canela

Funcionamento: diariamente, com agendamento prévio, de 9h às 18h

Valores: R$ 110,00 (plataforma).

Idosos e crianças de 6 a 12 anos pagam R$ 65,00. Plataforma e Abusado custam R$ 170,00. Idosos e crianças de 6 a 12 anos pagam R$ 95,00. Ingressos para estudantes, com desconto, apenas na bilheteria

Contatos: (54) 3699-9200 (telefone e Whatsapp)

Site: www.skyglasscanela.com.br

Instagram: @skyglasscanela

GARDEN PARK

Onde: Estrada Professora Elvira

Apolo Benetti, 1.699, Gramado

Funcionamento: diariamente, de 10h às 18h

Valores: R$ 130,00 (adulto). Crianças de 6 a 12 anos, estudantes e idosos pagam R$ 80,00

Contatos: (54) 3699-9552 (telefone e Whatsapp)

Site: www.gardenparkgramado.com.br

Instagram: @gardenparkgramado

CASA SEGANFREDO

Onde: Estrada Professora Elvira

Apolo Benetti, 1.699, Gramado

Funcionamento: diariamente, com agendamento prévio

Valores: R$ 90,00 (com degustação de seis vinhos) e R$ 110 com a degustação e uma porção de queijo

Contatos: (54) 99677-2255 (telefone e Whatsapp)

Site: www.casaseganfredo.com.br

Instagram: @casaseganfredo

EXCEED EXPERIENCE PARK

Onde: Avenida das Hortensias, 4510, Gramado

Funcionamento: de quarta a segunda-feira, de 10h30 às 18h (entrada até 16h30)

Valores: R$ 159,00 (promocional adulto). Idosos e crianças de 4 a 11 anos pagam R$ 129,99 (promocional).

Contatos: (54) 3699-9200 (telefone e Whatsapp)

Site: www.exceedpark.com.br

Instagram: @exceedparkgramado

TURISTUR

Onde: Avenida Borges de Medeiros, 3165, Centro, e Hotel Wish Serrano, em Gramado e no Aeroporto de Porto Alegre

Funcionamento: atendimento 24 horas

Valores: consultar valores no site Contatos: (54) 3286-3939 e 32865477 / (54) 99163-4562 (Plantão 24h) e (54) 99124-7717 (exclusivo para vendas)

Site: https://turistur.soingressos. com

Instagram: @turisturturismo

HOTÉIS FIOREZE

Onde: Gramado

Funcionamento: aberto todos os dias

Valores: consultar tarifas de cada unidade no período escolhido

Contatos: Fioreze Quero Quero –(54) 3286-1892 e 98447-7080 / Chalés Fioreze – (54) 99999-7557 / Fioreze Primo – (54) 3286-7680 e 99680-3650 / Fioreze Centro –(54) 3286-5517 e 99636-3036

Site: www.hoteisfioreze.com.br

Instagram: @hotelfiorezecentro; @ hotelfiorezeprimo; @hotelfiorezequeroquero e @chalesfamiliafioreze

CAFFÉ COLONIAL DELLA NONNA

Onde: Estrada Linha Bonita, nº 2.490, Gramado

Funcionamento: segundas e sextas-feiras a partir de 12h e terças, quintas e sábados a partir de 16h

Valores: R$ 95,00 (adulto). Crianças de 6 a 10 anos pagam R$ 47,50 (não inclui refrigerante, água mineral, cervejas e vinhos)

Contatos: (54) 99968-3395

Site: www.raizescoloniais.com.br

Instagram: @caffedellanonna

GARFO E BOMBACHA

Onde: RS-466, Km 2, Caracol, Canela

Funcionamento: fechado às quartas-feiras. Almoço de quinta a terça-feira. Consultar no site os dias com shows

Valores: R$ 130,00 (almoço sem show), R$ 185,00 (almoço com show) e R$ 285,00 (jantar com show). Crianças de 7 a 12 anos pagam meia-entrada e até 6 anos não pagam

Contatos: (54) 3278-3077 (telefone) e (54) 98129-5587 (Whatsapp)

Site: www.garfoebombacha.com.br

Instagram: @garfoebombacha

NEGÓCIO RURAL | 9 CAFEICULTURA GRAMADO E CANELA (RS)

Sustentabilidade será o foco de ações da Seag para os próximos anos

Engenheiro agrônomo de carreira do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Inca- per), Énio Bergoli, que já foi diretor-presidente do Instituto, além de ter sido o secretário de Agricultura do Espírito Santo que mais ficou no car-

go – entre os anos de 2009 e 2014 -, assumiu novamente a Secretaria de Estado de Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), no início de 2023.

Em entrevista concedida à Revista Negócio Rural, Bergoli enfatizou a

importância da sustentabilidade na agricultura, que será um tema foco das ações da Seag nos próximos anos. O secretário ainda falou sobre a mudança dos hábitos de consumo de produtos agrícolas e sobre o futuro do agro capixaba

Revista Negócio Rural - O senhor reassumiu a Seag após nove anos. O que mudou daque- la época para hoje? É uma nova fase da agricultura capixaba?

Enio Bergoli - O agro, seja o capixaba ou o nacional, é um setor que investe muito em ciência e tecnologia aplicada. Tanto que o país - e o Espírito Santo na esteira -, é temido no mundo não pelo potencial bélico, mas sim pela força do agro brasileiro que faz com que os países respeitem o Brasil. E às vezes, para protegerem seus cultivos, que não são tão competitivos como o nosso, criam um monte de barreiras. O agro brasileiro é responsável por alimentar os brasileiros e boa parte da população mundial com vários produtos.

Eu fui o secretário de agricultura que mais ficou no cargo, entre 2009 a 2014, e de lá para cá, já temos um novo patamar de ciência e tecnologia na agricultura. As tecnologias vão ficando obsoletas, e temos sempre que ficar avançando em busca de conhecimento, porque o que é gerado hoje, daqui a três ou quatro anos muda, e são desenvolvidas novas variedade e vários conhecimentos são gerados: esse é um ponto de mudança.

Outro ponto de mudança - sobretudo durante e após a pandemia da Covid-19 - é que o padrão de consumo, no Brasil e no mundo, se alterou muito. Já vinha dando alguns indicativos, mas com a pandemia já temos um novo rumo com

relação à alimentação. Hoje, os consumidores não querem apenas um produto de boa aparência e de qualidade, querem um conceito por trás de um produto alimentar.

Obviamente esse produto precisa ter qualidade, e do ponto de vista tecnológico precisa ser produzido com custos baixos, mas, sobretudo precisa ter um conceito de sustentabilidade em todas as suas vertentes: ambiental, social e econômica. Não basta ter um produto de qualidade, é preciso ter esse conceito de respeito pela natureza, ao homem e ter o compromisso ético de continuar ofertando alimentos para várias gerações, e isso é sustentabilidade.

O cooperativismo pode contribuir para avançarmos nesse pensamento?

O cooperativismo é uma das principais estratégias, como é o caso do Espírito Santo, em que temos uma participação muito ativa da agricultura familiar. O cooperativismo une e dá escala, tanto para a aquisição de insumos quanto para vendas comuns. Individualmente, os agricultores familiares produzem bons cafés, por exemplo, mas os volumes são muito pequenos para dar escala comercial de competitividade de venda.

Nesses casos, temos o cooperativismo como uma grande ferramenta de inclusão social. E essa inclusão social também é pela renda, para essa categoria que predomina aqui no Espírito Santo. Segundo o último Censo Agropecuário, 77% dos esta-

belecimentos rurais capixabas são considerados familiares.

A visão de sustentabilidade e preservação é diferente de alguns anos atrás, quando o governo federal liberava áreas para desmatar e tratava do assunto de outra maneira?

Inovação, ciência e tecnologia serão os pilares para a sustentabilidade, que não deve ser tratada como uma bandeira ideológica ou uma retórica de discurso. Se faz a sustentabilidade também com ciência e tecnologia aplicada, e é isso que iremos focar. A integração de floresta com pastagem também é um exemplo de ação para avançar em uma a agricultura de baixo carbono.

Hoje temos muito conhecimento, com importantes institutos como a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e o Incaper (Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural) e uni-

10 | NEGÓCIO RURAL ENTREVISTA | TEXTO: JULIO HUBER E BRUNO FAUSTINO / FOTO: DIVULGAÇÃO/SEAG - VITÓRIA (ES)
“No futuro não muito distante, o contexto da sustentabilidade vai significar a garantia do agricultor no mercado”

versidades, que estão identificando e gerando conhecimento nessa área da sustentabilidade.

No Brasil, e no Espírito Santo em particular, não precisamos derrubar uma árvore para dobrar ou triplicar a nossa produção. Nós temos conhecimento que contribuem para uma produção de alimentos em pequenos espaços, sempre preservando e recuperando áreas.

A agricultura, quando produzida dentro desse contexto de sustentabilidade, vai gerar ativos para os produtores, e preservar uma base de produção. É um jogo de ganha-ganha. Não se trata mais de ideologia, mas de um conceito importante. Hoje, os agricultores que trabalham com esses conceitos, estão vendo diferenciais de preço, inclusive. No futuro não muito distante, o contexto da sustentabilidade vai significar a garantia do agricultor no mercado.

Como temos um grande contingente de agricultores familiares, que dependem de ações do poder público, nós estamos antenados com isso e construindo um novo planejamento de médio e longo prazo para a agricultura. Estamos estudando as cadeias produtivas e o tema transversal para os produtores de todas as culturas agrícolas vai ser a sustentabilidade.

Programas como o Caminhos do Campo ou outros semelhantes serão fortalecidos nos próximos quatro anos no Estado?

Primeiro é importante esclarecer que há uma hierarquia nas rodovias do país. Existem as federais, as estaduais e as municipais. Para dar apoio à manutenção das estradas que são de responsabilidade dos municípios, temos alguns projetos e programas importantes.

Um é o Caminhos do Campo, que é uma pavimentação, seja por asfalto ou blocos intertravados, em trechos de maior volume de fluxo de pessoas e rotas de agroturismo, que em algumas regiões são tão ou mais importantes do que as atividades rurais.

Outro tipo de apoio é a parceria

com a ArcelorMittal Tubarão, que fornece o Revisol - um revestimento primário -, mas que dá uma boa condição de trafegabilidade. Foram ampliados alguns centros de distribuição regional do material, e estamos fazendo alguns ajustes nessa modelagem, para facilitar o acesso aos municípios mais distantes desses centros de distribuições.

Uma terceira frente de apoio aos municípios é o de calçamento rural. É um formato parecido com o Caminhos do Campo, mas a licitação e a condução da obra fica a cargo das prefeituras. O Governo do Estado fornece os blocos intertravados e a prefeitura usa mão de obra própria ou contrata uma empresa para executar a colocação dos blocos.

O setor agrícola do Estado está evoluindo e novas culturas estão sendo cultivadas, como soja, oliveira, lúpulo, entre outros. E o que podemos esperar na agricultura do Estado para os próximos anos?

Nesses vários anos que atuo no setor, tive a oportunidade de conversar sobre o agro não só no Estado, mas no Brasil e em vários paí-

ses do mundo. Eu sempre falo que quem vier ao Brasil, e tiver pouco tempo para conhecer o agro brasileiro, é só visitar o Espírito Santo.

É um Estado pequeno, mas temos uma diversidade do quadro natural que é presente em todo o país. Temos regiões planas no Norte, com uma agricultura intensiva e mecanizada; temos a região de montanhas típicas; temos clima frio; temos clima quente; temos regiões que se assemelham com o Nordeste em termos de seca e regime de chuva e outras regiões que se aproximam da Amazônia, pelo tanto que chove, em alguns casos chove 2,5 mil milímetros em um ano.

Temos essa diversidade de ambientes naturais, que favorece uma diversidade na produção agrícola. É um Estado pequeno em dimensões geográficas, mas um gigante na produção agropecuária. Temos aqui um pouquinho de tudo que tem no Brasil. Em alguns setores teremos uma atenção, como a pecuária e a pesca, mas temos que continuar avançando nas culturas que se destacam no Espírito Santo e com a atenção nessas novas produções agrícolas.

NEGÓCIO RURAL | 11 CAFEICULTURA
“Temos o cooperativismo como uma grande ferramenta de inclusão social”

AVICULTURA EM ALERTA Influenza Aviária preocupa avicultores brasileiros

“Nós estamos com a avicultura brasileira em alerta máximo. As últimas notícias dão conta que a enfermidade está próxima às fronteiras do país, algo em torno de 180 quilômetros”. Essa é a declaração de Nélio Hand, diretor-executivo da Associação dos Avicultores do Estado do Espírito Santo (Aves), se referido à influenza aviária, que tem se alastrado por países da América do Sul.

Tanta preocupação tem motivo. Afinal, o Brasil é o maior exportador de frango do mundo, com uma produção anual estimada em 14,5 milhões de toneladas, segundo dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Desse total, 4,8 milhões de toneladas ganharam o mundo, em 2022. E a presença da influenza aviária nas proximidades do território brasileiro assusta os avicultores. Até o fechamento desta reportagem, no final de março, a doença não havia sido identificada no Brasil.

Em 2023, já foram confirmados casos na Argentina e no Uruguai. E a doença está presente também

na Bolívia, Peru, Colômbia, Venezuela, Chile e Equador. “Aqueles avicultores que estão mais ao Sul do Brasil estão mais apreensivos e as autoridades estão tomando as devidas providências para evitar a entrada da influenza aviária no país e fechando o cerco, mas o setor já vem se prevenindo desde o segundo semestre do ano passado, redobrando a segurança, alertando os avicultores para que fechem as granjas para acesso de pessoas estranhas e veículos de fora para que a produção não tenha contato com aves silvestres migratóriasprincipais transmissoras da enfermidade”, explica Hand.

O Brasil nunca registrou influenza aviária em seu território. A doença, também conhecida como gripe aviária, é considerada de alto risco para aves quando causada por subtipos de vírus altamente patogênicos. Nestes casos, caracteriza-se como uma doença grave, de notificação obrigatória aos órgãos oficiais nacionais e internacionais de controle de saúde animal, acarretando em barreira

sanitária para a comercialização de produtos avícolas no mercado interno e externo e em enorme prejuízo econômico para a avicultura comercial.

ESPÍRITO SANTO - O Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf) uniu esforços com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e com a Aves, para a adoção de medidas preventivas para evitar a entrada da influenza aviária no Estado.

Além de todo o trabalho de fiscalização das condições de biosseguridade das granjas, também está acontecendo o atendimento das notificações. O Idaf executa, em coordenação com todos os órgãos de defesa sanitária do Brasil, o plano de vigilância ativa preconizado pelo Mapa. Nesse plano, o instituto coleta amostras de aves em vários municípios e envia para análise no Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA-SP). Apenas no segundo semestre de 2022, foram coletadas 585 amostras.

Os secretários de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de sete

12 | NEGÓCIO RURAL AVICULTURA | TEXTO: BRUNO FAUSTINO - COM INFORMAÇÕES: IDAF E SEAG

da Influenza Aviária no país”

Estados participantes do Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud) – Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espirito Santo e Minas Gerais –, estiveram reunidos na cidade do Rio de Janeiro, no início de março, para elaborar um documento com medidas de prevenção à influenza aviária de alta patogenicidade no território nacional.

Eles pedem a criação de um comitê de crise, com a participação do Mapa e dos representantes dos Órgãos Executores de Sanidade Agropecuária nos Estados (OESAs), para estabelecer as estratégias conjuntas, provendo os Estados com recursos financeiros suficientes para a detecção precoce e a resposta rápida em caso de ocorrência de foco de influenza aviária. Os sete Estados que assinaram o documento concentram mais de 90% das aves comerciais do país.

PROTEÇÃO - De acordo com a ABPA, a primeira linha de defesa contra a influenza aviária é seguir as medidas de biosseguridade nas granjas impostas pela Instrução Normativa nº 56, de 4 de dezembro de 2007, do Mapa, visando limitar a exposição aos riscos de entrada do vírus, principalmente, o contato com aves silvestres.

Entre as orientações práticas aos produtores estão: usar roupas e calçados limpos ao entrar nos núcleos; desinfecção de veículos e materiais que acessem a granja; após viagens ao exterior, a pessoa deve cumprir o período obrigatório de quarentena de 14 dias sem visitas as instalações; evitar o contato dos animais das granjas com outras aves, especialmente aves silvestres e verificar rotineiramente a integridade das telas e cercas dos aviários.

SINAIS CLÍNICOS - Uma das formas de prevenção está na observação das aves no dia a dia nas granjas, por isso, é importante que o produtor esteja atento aos sinais clínicos apresentados pelos animais. “Tosse, espirro, bico aberto, dificuldade respiratória e secreção nasal; inchaço da cabeça; torcicolo; andar cambaleante; depressão intensa; diarreia aquosa esverdeada ou branca e desidratação; mortalidade alta e súbita com ou sem sinais clínicos; queda de postura, produção de ovos deformados e com casca fina; queda no consumo de água e alimento e cristas e barbelas arroxeadas são sinais de alerta para a doença”, explica Hand. Outros fatores de risco que contribuem para a transmissão da in -

fluenza aviária são a globalização e o comércio internacional, mercados e feiras de vendas de aves vivas, falhas de biosseguridade nas granjas e as criações de aves para consumo próprio, que acabam estando mais desprotegidas.

NOTIFICAÇÃO - No Espírito Santo, os casos suspeitos ou a identificação de mortes anormais, devem ser notificadas obrigatoria¬mente ao Idaf. A comunicação pode ser feita por qualquer pessoa, pelo sistema e-sisbravet, por telefone ou e-mail de qualquer unidade do Idaf, ou pessoalmente. Em caso de identificação de aves doentes, ou, alta mortalidade de aves, não se deve tocar nas aves, para evitar o contato com a doença.

MORTE - A Organização Mundial da Saúde (OMS) confirmou a primeira morte por gripe aviária no mundo: uma mulher, de 56 anos, moradora da província de Guangdong, na China. Ela começou a apresentar sintomas em 22 de fevereiro. No dia 3 de março, ela precisou ser hospitalizada em razão de uma pneumonia grave e morreu no dia 16 do mesmo mês. No dia 27 do mesmo mês, o governo chinês confirmou que a paciente foi infectada pelo vírus H3N8, causador da gripe aviária.

NEGÓCIO RURAL | 13 AVICULTURA
“As autoridades estão tomando as devidas providências para evitar a entrada
14 | NEGÓCIO RURAL PIPERICULTURA |
/
BRUNO FAUSTINO
SÃO MATEUS (ES) – FOTOS: ENVATO

Integração lavoura-pecuária acumula níveis superiores de carbono no solo

Estudo registrou taxas anuais de acumulação do elemento de 0,9 tonelada por hectare

Uma pesquisa da Embrapa Arroz e Feijão (GO) estimou a taxa de acúmulo de carbono em solo de cerrado considerando sistema de integração lavoura e pecuária (ILP) comparado ao sistema de sucessão de cultura de grãos (soja-milho), tanto em plantio direto quanto em plantio convencional. O resultado aponta para um incremento de carbono retido no solo em ILP, ao longo de 20 anos, projetados para o período entre 2019 e 2039.

A projeção do acúmulo de carbono foi estipulada para o perfil de solo até a profundidade de 30 centímetros e o resultado é que os maiores valores de carbono acumulado foram para os sistemas em ILP, em plantio direto, sendo que dois arranjos (ILP1 e ILP2) apresentaram taxa de acúmulo de carbono no solo entre 0,60 e 0,90 toneladas por hectare ao ano.

Isso representa um aumento em mais de três vezes de carbono retido no solo, quando comparado aos mais altos desempenhos dos sistemas de sucessão entre soja e milho, que alcançaram taxa de acumulo de

carbono no solo em torno de 0,11 e 0,21 tonelada por hectare ao ano em plantio direto.

TRABALHO - O estudo valeu-se da série histórica de dados de plantio e manejo de área em ILP na Fazenda Capivara, pertencente à Embrapa e localizada em Santo Antônio de Goiás (GO). O banco de informações de manejo registrado desde 1990 abasteceu um modelo, conhecido por CQESTR, que simula o comportamento de carbono em solo de lavouras e é utilizado para projetar como diferentes práticas de manejo afetam a dinâmica do carbono.

No trabalho, dois sistemas em ILP foram simulados dentro do CQESTR e repetidos ao longo do tempo de avaliação. O primeiro (ILP1) incluiu o cultivo do milho na safra de verão seguido de quatro anos e meio de pastagem de braquiária. O segundo (ILP2) foi de soja na safra de verão, sucedida por pousio (descanso do solo) no primeiro ano, com posterior semeadura de arroz de terras altas, seguida de pousio novamente no segundo ano; e em sequência o plantio de milho com, por fim, três

anos e meio de pastagem de braquiária. Em relação à sucessão de culturas (soja-milho), foram consideradas alternâncias de cultivos anuais no verão, assim como com períodos de pousio; ou ainda sucessões entre as duas culturas (safra e safrinha).

Pesquisadora da Embrapa, Beáta Madari é uma das responsáveis por esse trabalho. Ela contou que esse resultado vai ao encontro de outros estudos da área e pode ser explicado pela presença da forrageira braquiária que apresenta forte enraizamento em profundidade no solo, o que além de reciclar nutrientes, ajuda a aumentar o estoque de carbono no sistema pelo aporte de biomassa radicular e também aérea em sistemas ILP.

Ainda segundo Madari, uma taxa de acúmulo de carbono de 0,9 tonelada por hectare ao ano surpreendeu os pesquisadores, pois trata-se de um valor alto levando em consideração a situação diagnosticada inicialmente nas condições da fazenda da Embrapa em Goiás, que apontou para um solo argiloso

NEGÓCIO RURAL | 15 TEXTO: AGÊNCIA EMBRAPA -
MARIA EUGÊNIA E EMBRAPA | PESQUISA
FOTOS:
O milho foi uma das culturas agrícolas usadas durante a pesquisa

(mais de 50% de argila) e com teor entre baixo e médio de carbono, aproximadamente 2%.

MERCADO DE CARBONO - A taxa anual de acúmulo de carbono em ILP, em plantio direto, obtida nesse trabalho, traz também novos elementos para o debate científico. De acordo com o pesquisador da Embrapa Pedro Machado, existem outros estudos que chegam a valores até maiores de captura de carbono em ILP: taxas anuais de acúmulo de até uma tonelada por hectare ao ano. Porém, segundo o cientista, são pesquisas conduzidas geralmente em pequena escala, em parcelas, e com duração de poucos anos ou safras. Nesse sentido, ele ponderou que o uso do modelo CQESTR foi um diferencial.

“Essa ferramenta de simulação foi fundamental, pois nos permitiu utilizar virtuosamente a base de dados de quase 30 anos sobre os cultivos na fazenda da Embrapa e projetar ao longo do tempo a dinâmica de acúmulo de carbono em função do preparo de solo e manejo agrícola. Com isso, podemos estender o tempo de análise sobre o efeito da ILP em relação ao sequestro de carbono e alcançar um resultado que acreditamos predizer melhor o comportamento do sistema de produção”, comentou o pesquisador.

Machado complementou que o CQESTR é um programa empregado para investigações científicas dentro e fora do Brasil, só que aqui no país

foi utilizado apenas para situações em regiões tropicais do Nordeste e Sudeste e que agora foi testado e aprovado para as condições do bioma Cerrado.

Outra questão mencionada pelo pesquisador foi que o estudo, além de abrir a possibilidade de quantificar mais apuradamente o acúmulo de carbono por um sistema de produção agrícola, permite projetar o quanto de carbono será armazenado pelo solo. Nesse trabalho, por exemplo, a projeção foi estipulada para o período de 2019 a 2039.

Essa perspectiva, conforme Machado, a pesquisa é inserida como um ponto de apoio e de qualificação para o debate que vem sendo feito no Brasil sobre a regulamentação de um mercado de crédito de carbono, assim como para o estabelecimento de estratégias fundamentais para a sustentabilidade da agropecuária e para o desenvolvimento de políticas públicas nacionais.

O estudo que foi realizado é parte da tese de doutorado defendido na Universidade Federal de Goiás (UFG) pela pesquisadora Janaína de Moura Oliveira intitulado: “Carbono no solo em sistemas integrados de produção agropecuária no Cerrado e na transição Cerrado – Amazônia”. Esse trabalho contou ainda com participações do escritório da Embrapa Labex-Estados Unidos e Universidade do Arkansas (UARK), dos Estados Unidos.

SAÚDE PARA O SOLO - Na pesqui-

sa realizada, o acúmulo de carbono no solo para todas as situações, seja em ILP, seja em sucessão de culturas, foi maior em plantio direto, em comparação aos sistemas de preparo convencional do solo (aração e gradagem).

Pesquisadora da Embrapa, Márcia de Melo Carvalho participou desse estudo e observou que práticas conservacionistas, como o plantio direto, que contribui para o acúmulo do carbono em relação aos sistemas convencionais, pois o não revolvimento do solo favorece maior estruturação, com a formação de agregados (pequenos torrões de solo) que “empacotam” matéria orgânica, protegendo-a da rápida decomposição. E, quanto mais matéria orgânica, mais aproxima-se de um estado de saturação do solo com carbono. Entretanto, ela comentou que, tão importante quanto a saturação do solo com carbono, é a proteção que o plantio direto proporciona ao solo.

Ela explica que a prática promove uma camada protetora do solo (palhada) contra o impacto de gotas de chuva, permitindo a infiltração da água, além da regulação da temperatura no solo. Complementarmente, ainda segundo a cientista, as práticas de manejo que resultam em acúmulo de carbono no solo melhoram a qualidade e a produtividade, por meio da adaptação a mudanças ambientais que já são uma realidade no Cerrado goiano.

16 | NEGÓCIO RURAL PESQUISA
A “palhada” formada por plantas forrageiras criam uma camada protetora do solo

Com o objetivo de proporcionar recursos para o desenvolvimento, implantação e modernização das agroindústrias capixabas, o Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes) está com duas novas linhas de financiamento disponíveis para contratação. O investimento em modelos de negócio agroindustriais permite o beneficiamento da produção, com aumento da renda aos produtores e a articulação de cadeias produtivas do setor agroalimentar, proporcionando o desenvolvimento regional alinhado às potencialidades locais.

As linhas disponíveis - Pronamp e Moderagro - são recursos provenientes de repasse do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e se destinam a projetos rurais de pessoas física, podendo a Linha Moderagro atender também a cooperativas de produção. Para a contratação desses financiamentos, o Bandes está subsidiando as condições operacionais das linhas BNDES. Dessa forma, o empresário interessado em investir na agroindústria tem menor custo com o investimento.

A iniciativa promovida pelo Bandes funciona da seguinte maneira: parte dos custos e encargos que o empresário teria com a contratação

com o banco nacional tem valor reduzido. Ou seja, torna-se mais vantajoso para o empresário capixaba fazer a contratação de linhas de financiamento do BNDES, por meio do repasse do Bandes. Com as melhores condições de contratação, as empresas podem retomar a capacidade de investimento.

De acordo com o gerente Comercial e de Relacionamento do Bandes, Ezequiel Loureiro Nascimento, a iniciativa faz parte da estratégia do banco capixaba em fomentar setores estratégicos para o desenvolvimento da economia estadual, e para isso, os empresários do campo têm apoio do banco.

“A disponibilidade de diferentes fontes de recursos oferecidas pelo Bandes permite ao banco ampliar a oferta de crédito com condições adequadas para contratação”, destaca Ezequiel Loureiro Nascimento.

Entre as opções de investimentos ofertadas pelo Bandes com as linhas de financiamento, estão às ligadas a aquisição de maquinário, contribuído para a melhoria da qualidade dos produtos agroindustriais, oferecendo soluções tecnológicas inovadoras e de grande impacto para a produção.

De acordo com dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agrope-

cuária (Embrapa), a agroindústria tem participação de aproximada de 6% no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, no beneficiamento, na transformação dos produtos e no processamento de matérias-primas provenientes da agropecuária, promovendo dessa forma maior integração do meio rural com a economia de mercado.

Moderagro – Tem o objetivo de apoiar e fomentar os setores da produção, beneficiamento, industrialização, acondicionamento e armazenamento de produtos da apicultura, aquicultura, avicultura, chinchilicultura, cunicultura, floricultura, fruticultura, olivicultura, horticultura, ovinocaprinocultura, ranicultura, sericicultura, suinocultura e de palmáceas, erva-mate, nozes, pesca e cana-de-açúcar para produção de cachaça. Tem prazo de até 120 meses, com carência de até 36 meses inclusa.

Pronamp 2022-2023 – Objetiva promover o desenvolvimento das atividades rurais produtivas dos médios produtores rurais, por meio de crédito para inversões fixas e semifixas em bens e serviços relacionados com a atividade agropecuária, com prazo de até 96 meses, incluída carência de até 36 meses.

NEGÓCIO RURAL | 17 FOTO: MOSAICO IMAGEM | AGROTURISMO
Agroindústrias do Espírito Santo contam com novas linhas de financiamento
As
linhas de crédito estão disponíveis para diversos segmentos do agroturismo

Nater Coop tem receita aproximada de R$ 1,5 bilhão em 2022

A Nater Coop (antiga Coopeavi) fechou 2022 com uma receita aproximada de R$ 1,5 bilhão. Os números foram apresentados durante a Assembleia Geral Ordinária (AGO), realizada em Santa Maria de Jetibá, no início de março. Na ocasião, também foi eleita a nova diretoria.

Durante a AGO foram apresentados os dados consolidados da atuação em 2022, que foram aprovados pelos cooperados líderes, grupo que faz parte de um novo formato introduzido este ano na estrutura de gestão, com o objetivo de fortalecer a governança da instituição e que ainda é novidade entre as cooperativas do agronegócio.

O Ebitda de 2022 somou mais de R$ 50 milhões (Ebitda é um dos indicadores financeiros usados para medir os resultados de uma empresa) e o resultado líquido foi de R$ 15 milhões. A cooperativa contribuiu, ainda, com recolhimento de mais de R$ 75 milhões com impostos municipais, estaduais e federal. É o que conta o diretor geral da Nater Coop, Marcelino Bellardt.

Em 2022, a cooperativa comercializou mais de 25 mil toneladas de derivados de leite; mais de 13 milhões de dúzias de ovos; mais de 700 mil sacas de cafés em grãos, de

60 quilos cada, para o mercado nacional e exportados para 18 países, além da venda de 100 mil embalagens de 500 gramas e 250 gramas de cafés em grãos torrados e moídos. Durante a AGO, também foi aprovado um investimento de R$ 25 milhões em 2023, para dar suporte ao crescimento da cooperativa.

DIVISÃO DE LUCROS – No final de 2022, os mais de 19 mil participantes da Nater Coop receberam a antecipação de pagamento referente ao rateio de capital, que leva em conta os resultados das operações entre a instituição e seus cooperados ao longo do ano, como compra de insumos, venda da produção e outras. Foram R$ 4,4 milhões, sendo que e metade desse valor foi creditada no Cartão Família, uma modalidade até então inédita de distribuição das sobras no mundo cooperativo.

O rateio de capital é uma prática comum entre as cooperativas, mas pela primeira vez a Nater Coop antecipou parte desse pagamento ainda no ano de apuração dos resultados, e pela primeira vez em forma de Cartão Família.

Com o Cartão Família, o cooperado pode utilizar o crédito em qualquer estabelecimento comercial que aceite a bandeira Elo, ganhando fle-

xibilidade na decisão de como utilizar o recurso. A mudança na forma de pagamento foi motivada por um projeto do Comitê de Cooperados.

“A cooperativa também distribuiu R$ 66 mil na premiação dos melhores cafés no Prêmio Pio Corteletti, e outros R$ 534 mil em bônus para produtores de leite. Ao todo, são R$ 5 milhões que contribuem para movimentar a economia nos municípios onde estamos presentes”, conclui o diretor-presidente reeleito, Denilson Potratz.

PERSPECTIVA – O diretor presidente destacou que a expectativa para os próximos anos de mandato é continuar crescendo para trazer cada vez mais resultados positivos para os quase 20 mil associados que hoje são os donos da cooperativa. “A AGO é um momento importante para o fortalecimento da democracia interna e da transparência da gestão da cooperativa”, afirmou Denilson.

Hoje, a Nater Coop tem 34 lojas físicas de insumos agropecuários, sediadas em cidades do Espírito Santo e Minas Gerais, e produz mais de 74 mil toneladas de rações para nutrição de animais, além de estar presente no mercado com supermercado e postos de combustíveis.

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COOPERATIVISMO | FOTO: DIVULGAÇÃO
No evento de apresentação dos números de 2022 também foi eleita a nova diretoria

Vacinação contra febre aftosa é proibida em seis Estados e no Distrito Federal

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) publicou a Portaria nº 574 que proíbe o armazenamento, a comercialização e o uso de vacinas contra a febre aftosa no Distrito Federal e nos Estados do Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Tocantins, pertencentes ao Bloco IV do Plano Estratégico 2017-2026, do Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa (PE-PNEFA).

A medida dá continuidade ao avanço do Plano Estratégico que tem como objetivo criar e manter condições sustentáveis para garantir o status de país livre da febre aftosa e ampliar as zonas livres de febre aftosa sem vacinação, protegendo o patrimônio pecuário nacional e gerando o máximo de benefícios aos atores envolvidos e a sociedade brasileira.

“O Brasil tem um plano estratégico para se tornar livre de febre aftosa sem vacinação, com reconhecimento internacional pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), até 2026 e essa proibição, nesses sete Estados, faz parte desse Plano”, afirma o diretor do Departamento de Saúde Animal do Mapa, Eduardo de Azevedo.

A intenção é que esses locais sejam reconhecidos com o status de livre da febre aftosa sem vacinação

As sete unidades federativas, que não precisarão mais vacinar seu rebanho bovino e bubalino contra a febre aftosa, somam aproximadamente 113 milhões de cabeças, representando cerca de 48% do rebanho total do país. A retirada da vacinação suspende alguns custos, gerando um benefício imediato aos produtores e uma oportunidade para que parte dos recursos seja redirecionado para ajudar no custeio e investimentos necessários à manutenção do status sanitário alcançado.

COMERCIALIZAÇÃO - O Brasil é um dos maiores produtores e exportadores de carne bovina do mundo, sendo responsável por cerca de 15% da produção global de carne bovina e por 20% das exportações mundiais. Em 2022, o Brasil exportou mais de 2,26 milhões de toneladas de carne bovina, gerando uma receita de cerca de US$ 13 bilhões. Além disso, o setor pecuário é responsável por cerca de 30% do PIB do agronegócio brasileiro, que representa cerca de 21% do PIB total do país.

O processo de reconhecimento de zonas livres de febre aftosa sem vacinação também beneficiará

outras importantes cadeias produtivas, como a de suínos, onde o Brasil possui destaque no cenário mundial, sendo o 4º maior produtor e exportador.

“Um dos critérios para a importação de produtos de origem animal é a condição sanitária do país exportador. Países ou zonas que são livres de febre aftosa sem vacinação têm acesso a mercados mais exigentes e que remuneram melhor, uma vez que essa doença representa um grande risco para a produção”, explica o diretor.

Neste momento, não haverá restrição na movimentação de animais e de produtos entre os Estados do Bloco IV e as demais UFs que ainda praticam a vacinação contra a febre aftosa no país. Isso porque o pleito brasileiro para o reconhecimento internacional de zona livre sem vacinação não será apresentado à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) neste ano de 2023, dando tempo para que outros Estados do Bloco IV executem as ações necessárias para a suspensão da vacinação e o pleito seja apresentado posteriormente, de forma conjunta.

Atualmente, no Brasil, somente os Estados de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Acre, Rondônia e partes do Amazonas e do Mato Grosso possuem a certificação internacional de zona livre de febre aftosa sem vacinação.

AMPLIAÇÃO - Para as demais unidades da Federação que ainda não avançaram, o diretor recomenda que os governos estaduais continuem apoiando o Serviço Veterinário Oficial (SVO) nas ações a serem desenvolvidas para a continuidade da substituição gradual da vacinação contra a febre aftosa em todo o território brasileiro.

“Precisamos do apoio de todas as autoridades do setor público e privado para que o Brasil se torne livre de febre aftosa sem vacinação. Também precisamos um serviço veterinário e setor produtivo cada vez mais preparados para detecção precoce de casos suspeitos de febre aftosa e resposta rápida a qualquer emergência”, destaca Eduardo.

NEGÓCIO RURAL | 19
FOTO: JULIO HUBER | PECUÁRIA

Diversidade de atuação é característica do cooperativismo

Atualmente, o cooperativismo é dividido em sete ramos distintos, de acordo com o tipo de nicho ou segmento em que as cooperativas estão, são eles: o Agropecuário, Consumo, Crédito, Infraestrutura, Saúde, Trabalho, Produção de Bens e Serviços e Transporte. E, dentro de cada um deles, há um leque de possibilidades já existentes ou que podem ser criadas.

Carlos André Santos de Oliveira, diretor-executivo do Sistema OCB/ES e vice-presidente do Conselho Deliberativo Estadual (CDE) do Sebrae/ES

O cooperativismo é um modelo de negócio que a cada ano se faz mais presente na vida das pessoas. Esse crescimento é atribuído, entre outras coisas, à ampla diversidade de atuação na qual as cooperativas estão envolvidas. Da produção de alimentos à disponibilização de serviços educacionais, elas conquistam uma parcela de mercado cada vez maior, sendo reconhecidas pelo seu potencial. De acordo com o Anuário do Cooperativismo Capixaba 2022, disponibilizado no último ano pelo Sistema OCB/ES, cerca de 1,6 milhão de pessoas estão conectadas diretamente ou indiretamente ao cooperativismo no Estado. Esse número considera os cooperados e colaboradores e seus familiares. Mas, se formos considerar o impacto gerado pelos produtos e serviços que chegam até os consumidores, teremos um número infinitamente maior.

O foco em atividades diversas, entretanto, não significa um empobrecimento na qualidade daquilo que é entregue ao consumidor. Pelo contrário: com mais cooperativas, o público passa a ter também mais opções disponíveis no mercado, opções estas que não só atendem às necessidades do seu público, mas que também estão alinhadas a princípios e valores cada vez mais exigidos pela sociedade.

Além disso, a presença do cooperativismo em ramos distintos impacta diretamente o desenvolvimento econômico das cidades, do Estado e do Brasil. Hoje as cooperativas são responsáveis por 5,5% no Produto Interno Bruto (PIB) nominal capixaba, com uma movimentação econômica de R$ 8,4 bilhões. Seus produtos e serviços alimentam o mercado interno e externo, gerando receitas e impostos que retornam para a população.

No mundo contemporâneo, cada vez mais volátil, há sempre espaço para novas possibilidades e novos mercados. Assim, o cooperativismo, que tem em sua trajetória uma atuação inovadora e existe sobre um modelo que gera bons resultados nos mais diferentes nichos, está preparado para fortalecer essa marca.

O Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf) oficializou a prorrogação do prazo para cadastro de plantio de árvores ou florestas nativas com finalidade de exploração comercial, previsto na Instrução Normativa Nº008 de 04 de agosto de 2022. Agora, o produtor capixaba tem até o dia 31 de dezembro para realizar o cadastramento.

Segundo o diretor-presidente do Idaf, Leonardo Cunha Monteiro, a exploração comercial definida no cadastro de plantio se refere aos produtos e subprodutos de origem nativa, como madeira (toras e toretes), lenha, palmito e sementes. “Queremos desburocratizar a exploração florestal de espécies nativas plantadas com fins comerciais, mantendo o controle de origem desse material e garantindo a preservação dos remanescentes florestais nativos”, explicou o diretor-presidente.

Com o cadastramento, o produtor não precisará mais contratar um responsável técnico para autorizar o corte das árvores, diminuindo os custos com a produção. “O nosso objetivo também é incentivar o cultivo de forma correta, para impulsionar a economia capixaba e evitar o desmatamento irregular no Estado”, disse o diretor técnico do Idaf, Janil Ferreira da Fonseca.

O formulário para efetuar o cadastro está disponível no site: www.idaf.es.gov.br/formularios, na aba Gerência de Licenciamento e Controle Florestal (Gelcof), no arquivo intitulado “Cadastro de plantio de árvores ou florestas nativas”. O arquivo é uma planilha no formato Excel contendo o formulário e uma aba com instruções de preenchimento. Em caso de dúvidas sobre como preencher, basta procurar uma unidade do Idaf no seu município. O e-mail: scfl@idaf. es.gov.br também está disponível para tirar dúvidas.

20 | NEGÓCIO RURAL GIRO RURAL
Prorrogado o prazo para cadastro de plantio de árvores e florestas nativas

RuralturES será realizada no mês de junho nas montanhas capixabas

A 3ª edição da Feira Estadual de Turismo Rural (RuralturES) já tem data marcada. O maior evento de agroturismo do Espírito Santo será entre os dias 15 e 18 de junho, no Centro de Eventos Padre Cleto Caliman, o “Polentão”, em Venda Nova do Imigrante.

Em 2022, 34.253 pessoas participaram da RuralturES, gerando quase R$ 2 milhões em vendas diretas em quatro dias de programação. Mais uma vez a temática será “Turismo de Experiência”, que promete envolver o público com novidades na agroindústria, agroturismo, artesanato, turismo de aventura, cafés especiais, cervejarias artesanais, gastronomia, cultura, entre outros.

Entre as principais atrações já confirmadas para esta edição está

o Espaço Mel, que contará com degustação às cegas de diferentes tipos de mel e derivados. O destaque ficará por conta das colmeias com abelhas sem ferrão para o público conhecer de perto a meliponicultura. A mostra está sendo organizada por Arno Wieringa, apicultor e atual presidente da Federação Capixaba de Apicultores do Espírito Santo (Fecapis).

Além disso, na RuralturES 2023 haverá um espaço para experiência com morangos, proporcionando aos visitantes um contato com a natureza e a agricultura local. A realização é do Montanhas Capixabas Convention & Visitors Bureau, tendo como correalizadores o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), a Secretaria de Estado de Turismo

(Setur) e a Prefeitura de Venda Nova do Imigrante.

De acordo com a secretária executiva do Convention, Andréia Rosa, o foco deste ano é colocar cada vez mais experiências em turismo dentro do Polentão. “Foram criados vários pontos de experiências no planejamento do local, descentralizando inclusive as aulas show relacionadas à cerveja e cafés especiais, por exemplo, que acontecerão nos seus respectivos espaços”, adiantou.

Além disso, há também uma expectativa para esta edição da RuralturES com a presença de diferentes Estados brasileiros. Existe uma mobilização via Sebrae/ES para trazer caravanas e expositores, e o Convention está em fase de negociação com unidades federativas de Norte a Sul do país.

Programa de Assistência Técnica do Senar é ampliado no Brasil

O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) iniciou o Projeto de Expansão da Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) para alcançar mais produtores em todo o país. A meta é aumentar em 30% as ações em todo o Brasil até 2023. No mês de março, a diretoria de Assistência Técnica e Gerencial do Senar Central se reuniu com algumas Administrações Regionais que participam da primeira fase do projeto de expansão, entre elas, Espírito Santo, Acre, Alagoas, Amazonas, Ceará, Maranhão, Paraíba, Piauí, Rio de Janeiro.

A supervisora geral do projeto no Espírito Santo, Cristiane Oliveira Veronesi, conta que a ATeG é um dos projetos mais importantes da instituição. “Em 2022, o Senar Central resolveu colocar esse programa de expansão da ATeG no Brasil para que a gente consiga atender mais propriedades. No Brasil, já atende-

mos mais de 220 mil propriedades e no programa do Espírito Santo atendemos em torno de 3.800. Nosso objetivo é chegar a marca de 5 mil atendidas desde o início do projeto”, afirma.

A implementação do projeto de expansão será realizada por uma equipe de agentes credenciados pelo Senar, que serão distribuídos por regiões do país para elaboração de planos de ação para cada Estado, considerando as particularidades das administrações regionais, baseando-se em estudos e diagnósticos. O Espírito Santo recebeu a visita do consultor do Senar Central e já deu início ao processo com visitas em alguns municípios como, Iúna, Ibatiba e Marataízes, sendo esta última, a cidade em que o Senar incluiu uma nova cultura dentro do programa: a do abacaxi.

O modelo de atendimento do programa consiste em uma visita

mensal de quatro horas em cada propriedade, de forma individualizada. O produtor recebe esse atendimento de forma gratuita por um período de dois anos e quatro meses. A metodologia traz resultado imediato para o produtor rural e sua família, com melhoria na qualidade de vida, já que se trata de um atendimento personalizado, e que respeita os limites e a realidade de cada produtor rural.

Rafael Costa, assessor técnico da diretoria de Assistência Técnica e Gerencial do Senar Central, ressalta que “essa ação tem por objetivo maximizar as ações de assistência técnica, dando a oportunidade para que mais produtores possam ser beneficiados pelas ações da metodologia proposta pelo Senar”. Para participar, o produtor rural capixaba deve entrar em contato com Senar-ES: (27) 3185-9218 ou com o Sindicato Rural do seu município.

NEGÓCIO RURAL | 21
GIRO RURAL

Estrogonofe de carne suína

Ingredientes

•300 g de filé mignon suíno cortado em cubos

•400 g de nata ou creme de leite

•150 g de cogumelo Paris

•1/2 cebola picada

•1 dente de alho picado

•1/4 de maço de manjerona

•1/2 xícara (chá) de molho de tomate

•1 batata doce roxa ralada em ralador comun

•Sal e pimenta-do-reino

•Fio de azeite

•450 ml de óleo para fritar ou o suficiente para a batata em imersão

Modo De Preparo

Palha de batata Vamos começar fazendo a palha de batata doce. Para que a batata fique bem crocante, precisamos lavá-la diversas vezes em água corrente até que todo amido seja eliminado. Quando a água sair translúcida, é sinal de que o amido foi eliminado. Seque bem antes de fritar. Aqueça o óleo em uma panela funda e frite as batatas em temperatura não muito alta, até ficarem crocantes. Reserve.

Estrogonofe

Para fazer o estrogonofe, aqueça uma panela funda, de preferência de fundo grosso, coloque um fio de azeite, doure bem a carne e em seguida coloque a cebola picada e deixe refogar. O próximo passo é colocar os cogumelos e o alho. Acrescente o creme de leite, o molho de tomate e deixe ferver até a mistura ganhar consistência mais espessa. Ajuste o sal. Finalize colocando as folhas de manjerona. Sirva com arroz e a palha de batata doce.

ABRIL MAIO JUNHO

Frutas: abacate, banana-maçã, caqui, jaca, kiwi, maçã e pera

Hortaliças: abóbora, abobrinha, alface, alho-poró, almeirão, berinjela, beterraba, cará, catalonha, chuchu, escarola (também conhecida pelo nome de chicória), gengibre, inhame e repolho

Pescados: bagre, bonito, cação, cavalinha, corvina, linguado, merluza e tainha

Frutas: abacate, banana-maçã, caqui, kiwi, jaca, maçã, pera e tangerina (ou mexerica)

Hortaliças: abóbora, abobrinha, alho-poró, almeirão, batata-doce, berinjela, beterraba, cará, cenoura, chuchu, erva-doce, louro, mandioca, mandioquinha, nabo e rabanete

Pescados: bagre, bonito, cavalinha, lambari, linguado, tainha e traíra

Frutas: carambola, kiwi, laranja-lima e tangerina (ou mexerica)

Hortaliças: agrião, alho-poró, almeirão, batata-doce, berinjela, brócolis, cenoura, erva-doce, ervilha, inhame, mandioca (também conhecida por aipim ou macaxeira), mandioquinha e milho-verde

Pescados: atum, badejo, camarão, caranguejo, lambari, porquinho, sardinha, siri e tainha

22 | NEGÓCIO RURAL

Fruto do trabalho de 19 mil famílias

Somos a Nater, uma cooperativa formada por mais de 19 mil famílias.

Cada uma delas responsável por produzir alimentos de qualidade que chegam diariamente à milhares de lares com uma ampla variedade de produtos.

24 | NEGÓCIO RURAL

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