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Julio BrunoHuberFaustino Nova técnica desenvolvida pela Embrapa melhora o controle do bicudo em plantações
17ÍNDICECAFEICULTURA
4CAPA
10ENTREVISTA Presidente
Produtores de café do Brasil já preparam amostras para importantes concursos de qualidade Cafés irregulares estão na mira da Polícia no Espírito Santo da OCB/ES fala sobre o crescimento do cooperativismo e sua importância para a agricultura de inhame do Espírito Santo são testadas e aprovadas em plantações no Cerrado mineiro
representantes
brasileiro.Sejanos
Este ano vamos eleger deputados estaduais, deputados federais, senadores, governadores e presidente da República. Mas, por que falar sobre política em uma revista de agronegócio? Porque dependem dos eleitos pelo povo muitas decisões que afetam diretamente o agro municípios, Estados ou em todo o Brasil, quem vive da agricultura deve buscar candidatos que tenham alguma ligação com o setor, ou que estejam dispostos a atuar em prol do desenvolvimento do agronegócio brasileiro. Em nossas páginas das edições impressas e no nosso portal on-line, sempre publicamos matérias que mostram o avanço da agricultura nacional, sejam pelas famílias de pequenos agricultores ou pelas grandes empresas e grupos. E em muitos desses avanços, sejam tecnológicos ou até para aberturas de mercados, o poder público tem um papel fundamental. Associações e cooperativas têm contribuído muito para proporcionar uma melhor qualidade de vida a pequenos agricultores, que muitas vezes não conseguiriam atingir mercados internacionais e nem obterem conhecimento por eles mesmos, para aumentar a produtividade e qualidade dos produtos.Entretanto, mesmo com esse grande auxílio, decisões políticas podem afetar positiva ou negativamente os resultados esperados. Por isso, e por tantas outras razões, faça a sua parte e analise com cuidado em quem votar, pois essa decisão pode afetar diretamente o futuro do agronegócio brasileiro.
15INHAME Variedades
NEGÓCIO RURAL | 3 Editores de jornalismo: Bruno Faustino - JP - 1375/ES Julio Huber - JP - 2038/ES Reportagem: Bruno Faustino Julio Huber Fotografia: Bruno Faustino, Julio Huber Divulgação Foto de capa: Envato Revisão: Sidney Dalvi Diagramação: HM Comunicação(27)3361-4163(27)99276-9848 Periodicidade: ComJulhoTrimestralasetembroreportagens apuradas até 10/08/2022 Endereço e assinaturas: Avenida Presidente Vargas, nº 590, Sala 305 B Centro - Domingos Martins ES - Cep: 29.260-000 (27) revistanegociorural@gmail.com3268-3389revistanegociorural Impressão: Grafiisana Circulação Nacional A Revista Negócio Rural é uma publicação da empresa Nova Comunicação. É proibida a reprodução total ou parcial de textos, fotos e ilustrações, por qualquer meio, sem a prévia autorização dos editores. AGRONEGÓCIO?TEMOEDITORIALQUEAPOLÍTICAAVERCOMO
12ALGODÃO








CAFEICULTURA | TEXTO: BRUNO FAUSTINO - VITÓRIA ES / FOTOS: POLÍCIA CIVIL E ENVATO Cafés de baixa qualidade na mira da polícia Delegacia do Consumidor retira do mercado produtos irregulares após denúncias na Comissão de Agricultura da Assembleia Legislativa do Espírito Santo


Para muita gente o dia só começa após uma xícara de café. Os grãos despertam paixão, geram renda e movimentam a economia em cidades e Estados por todo o Brasil. No Espírito Santo, o café tem grande importância no Produto Interno Bruto (PIB) - soma de todos os bens e serviços finais produzidos por um país, Estado ou cidade, geralmente em um Dentreano.os principais produtos agrícolas capixabas, o café arábica lidera e o conilon também demonstra expansão, segundo dados divulgados recentemente pelo Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) – referentes ao segundo trimestre deste ano - que mostram crescimento na participação do PIB de 28,4% e de 3,3%, nas duas variedades de cafés, respectivamente.“Temosquedestacar a previsão de crescimento na produção agrícola, com aumento nas safras de café arábica, conilon e vários outros produtos. Os resultados mostram uma forte retomada econômica capixaba”, pontua o coordenador de Estudos Econômicos do IJSN, Antonio Ricardo da Rocha Freislebem. O Espírito Santo é o segundo maior produtor brasileiro de café. A previsão de safra do café arábica para 2022 é de 4,2 milhões de sacas, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Já a produção de café conilon tende a ultrapassar as 12 milhões de sacas. “Não houve registro de extremos climáticos no Estado capixaba. Pelo contrário, o volume de chuvas e as temperaturas foram favoráveis para a cultura do conilon”, ressalta o diretor de Informações Agropecuárias e Políticas Agrícolas da Conab, Sergio De Zen, em nota. “Nós coletamos amostras e encaminhamos ao Lacen, que confirmou pelo menos três marcas estariam Eduardo Passamani, titular da Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon) í S t
O Espírito Santo é o segundo maior produtor de café do Brasil Em 2022, o Estado deve produzir 4,2 milhões de sacas de café arábica e 2 milhões de sacas de café conilon O café gera em torno de 400 mil empregos diretos e indiretos em terras capixabas A cafeicultura é a principal atividade econômica em mais de 60 mil agrícolaspropriedadesnoEstado
NEGÓCIO RURAL | 5 CAFEICULTURA
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Aceita um cafezinho?
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apreendidos
6 | NEGÓCIO RURAL IRREGULARIDADESCAFEICULTURA - Toda essa expressividade da cafeicultura ca pixaba levou a Polícia Civil a fis calizar os produtos disponíveis no mercado do Espírito Santo. Em 10 de janeiro deste ano, a Delegacia do Consumidor apreendeu 28 mil pacotes de café. E depois desta ação, mais produtos irregulares es tão sendo apreendidos. “Foi uma operação decorrente de denúncias recebidas pela Comis são de Agricultura da Assembleia Legislativa de que algumas marcas de café estariam sendo comerciali zadas aqui no Estado sem atender padrões de qualidade. Nós coleta mos amostras em alguns estabele cimentos comerciais e encaminha mos ao Lacen (Laboratório Central de Saúde Pública), que confirmou que pelo menos três marcas esta riam sendo comercializadas com alguma irregularidade, causando prejuízo ao consumidor”, explicou o titular da Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon), o delegado Eduardo Passamani. Segundo as investigações, os produtos apresentavam alta quan tidade de cascas e paus; alto teor de umidade, o que diminui a quali dade do produto; e ausência de in formações obrigatórias nos rótulos, como a indicação de lote, conforme laudos expedidos pelo Lacen. “Todas as marcas apreendidas faziam com que o consumidor fos se induzido ao erro. Na verdade, ele não está comprando café, ele está comprando um produto mis turado. Além disso, outras irregu laridades também foram encon tradas e, diante dessa situação, nós retiramos as marcas do mercado. Oito estabelecimentos foram fisca lizados”, relatou o delegado. As empresas produtoras serão investigadas por crime contra a relação de consumo. “Essa fraude prejudica todos: o Estado, o consu midor, os produtores e a indústria. O empresário que trabalha com seriedade acaba tendo uma con corrência desleal, na medida em que ele apresenta um produto de qualidade, que tem um determina do preço, enquanto o outro comete esse tipo de fraude. O consumidor não estava tomando café, mas sim, um ´milhofé`”, ressalta a presidente da Comissão de Agricultura, a de putada Janete de Sá.
“Todas as marcas apreendidas faziam com que o consumidor fosse induzido ao erro. Na verdade, ele não está comprando café. Ele está comprando um produto misturado”
Delegado Eduardo Passamani, titular da Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon)
Os pacotes de café foram em supermercados no Espírito Santo


CRONOLOGIA d a s o p e r a ç õ e s p o l i c i a i s 10 JAN A Delegacia do apreendeuConsumidor28milpacotesdecafé.
18 JAN Mais 12 mil unidades de café foram retiradas do mercado em Cachoeiro de Itapemirim 10 MAR Mais de 33 mil unidades de cafés irregulares foram apreendidas 02 MAI A polícia apreendeu mais de uma tonelada de cafés 08 AGO Uma fábrica que produzia cafés irregulares é interditada em Irupi, no Caparaó
CAFEICULTURA
NEGÓCIO RURAL | 7
Carlos Renato Alvarenga Theodoro, presidente da Cooperativa dos Cafeicultores do Sul do Estado do Espírito Santo (Cafesul)
“Esse tipo de ação de combate a irregularidades no mercado de café é muito importante. A pessoa não está comprando café. Ela está levando para casa café e outras coisas”.
DESDOBRAMENTOS - A 2ª etapa da ação foi realizada no dia 18 de janeiro. A equipe apreendeu mais de 12 mil unidades de café de uma marca comercializada em Cachoeiro de Itapemirim. O produto também apresentava milho misturado aosNagrãos.3ªfase, ocorrida no dia 10 de março, foram apreendidas mais de 33 mil unidades de café de três novas marcas que apresentavam má qualidade, em virtude da mistura de cascas e paus ao café. Já a 4ª fase da operação de combate ao comércio irregular de cafés foi realizada em 02 de maio. A polícia apreendeu, aproximadamente, uma tonelada de café, sendo mais de dois mil pacotes do produto de três marcas. Segundo o laudo Lacen, as três marcas apresentavam umidade excessiva, mistura de milho e até mofo.






A Revista Negócio Rural ouviu representantes do setor cafeeiro ca pixaba sobre o trabalho de comba te ao comércio irregular de café, já que a cafeicultura está presente em todas as regiões do Espírito Santo. Segundo dados do Instituto Capixa ba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), o café gera em torno de 400 mil empregos di retos e indiretos e é a principal ativi dade econômica em mais de 60 mil propriedades agrícolas no Estado. Setenta e três por cento dos produ tores capixabas são de base familiar, com o tamanho médio das proprie dades em oito hectares. Existem 131 mil famílias produtoras capixabas. “Todas essas irregularidades transmitem uma imagem muito ruim e traz prejuízo para toda a ca deia do café. Isso acontece apenas em algumas indústrias, uma vez que a grande maioria trabalha de forma correta e honesta”, diz Luiz Carlos Bastianello, presidente da Coopera tiva Agrária de Cafeicultores de São Gabriel (Cooabriel) e da Federação dos Cafés do Espírito Santo (Feca fés).Bastianello ressalta que o coope rativismo preza pela transparência.
8 | NEGÓCIO RURAL CAFEICULTURA
Representantes
da cadeia produtiva aprovam iniciativa
“Quando nós da Cooabriel coloca mos um produto na prateleira do supermercado, temos certeza da qualidade. Um produto de origem certificada tem que ter uma pon tuação mínima exigida. É importan te que o consumidor esteja sempre atento”, afirma o presidente. A Federação dos Cafés do Espí rito Santo (Fecafés) é formada por quatro cooperativas agropecuárias capixabas: Cooabriel, Cooperativa Agropecuária Centro Serrana (Coo peavi), Cooperativa dos Produtores Agropecuários da Bacia do Cricaré (Coopbac) e Cooperativa dos Cafei cultores do Sul do Estado do Espírito Santo (Cafesul). Elas surgiram com o objetivo de promover e fomentar os cafés do Espírito Santo.
“Esse tipo de ação de combate a irregularidades no mercado de café é muito importante por dois moti vos: o primeiro é que, quem produz preocupado com a qualidade acaba tendo uma concorrência desleal e segundo, porque a chegada ao con sumidor final de um produto que não é café. Um produto com milho, pau, pedra. A pessoa não está com prando café, ela está levando pra casa café e outras coisas”, conclui Carlos Renato Alvarenga Theodoro, presidente da Cafesul. O consumidor adulteradocomprandoestavacafédediversasmarcasapreendidas

“O Selo de Pureza atesta que o produto é puro, ou seja, não possui adulterações ou misturas. Portanto, a integralidade do produto é constituída de 100% café, o que garante a segurança dos alimentos e respeito ao consumidor”, ressalta Aline Marotti, coordenadora de qualidade da ABIC.Para participar do programa e obter a certificação do Selo de Pureza é necessário que a empresa interessada possua todos os documentos legais e também tenha o resultado da análise de suas marcas como puras. Em seguida, a ABIC realiza periodicamente a fiscalização das marcas certificadas por meio do monitoramento no mercado nacional através de coletas realizadas diretamente nos pontos de vendas. A autorização do uso do Selo de Pureza é concedida aos produtos atestadamente puros.“OPrograma vem desde sua criação sendo um auxílio fundamental ao combate à comercialização de cafés de baixíssima qualidade e com alto percentual de impurezas, pois, a partir da detecção de irregularidades, as empresas são responsabilizadas, sendo associados ou não”, alerta Aline Marotti. No Espírito Santo, 37 marcas estão autorizadas a utilizar o Selo de Pureza da ABIC. Confira a relação clicando no QR Code ao lado.
Luiz Carlos Bastianello, presidente da Cooperativa Agrária de Cafeicultores de São Gabriel (Cooabriel) e da Federação dos Cafés do Espírito Santo (Fecafés) Os produtos irregulares foram recolhidos pela Polícia Civil
O Programa Permanente de Controle da Pureza do Café (PPCPC), criado pela Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), em 1989, foi a primeira iniciativa das indústrias para impulsionar o consumo através da melhoria da qualidade do café ofertado no mercado nacional.
Selo da Associação Brasileira da Indústria de Café preza pela qualidade
COOPERATIVISMO CAFEEIROAções de fiscalização contra irregularidades no mercado cafeeiro são importantes já que no Brasil existem hoje 97 cooperativas de café registradas no sistema das Organizações das Cooperativas Brasileiras (OCB). Elas estão localizadas nos Estados do Espírito Santo, Bahia, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rondônia e São Paulo e contam com cerca de 330 mil cafeicultores. A força do cooperativismo se comprova na comercialização de seus produtos, afinal praticamente metade da produção agropecuária do Brasil é de cooperados. Os destaques vão para o trigo (75%); café (55%); milho (53%); soja (52%); e suínos (50%). O setor gera mais de 200 mil empregos diretos por ano, levando qualidade de vida e país.vimentodesenvol-parao
“Todas essas irregularidades transmitem uma imagem muito ruim e traz prejuízo para toda a cadeia do café”.
NEGÓCIO RURAL | 9 CAFEICULTURACAFEICULTURA













Ocooperativismo
Pedro Scarpi Melhorim
Cooperativismo cresce no Espírito Santo com o apoio da OCB/ES
tem crescido nos últimos anos e está cada vez mais presente na vida dos capixabas. Seja no transporte, produção de alimentos, serviços de saúde, na educação e no sistema fi nanceiro, as cooperativas no Espírito Santo estão ampliando suas atua ções.O presidente do Sistema OCB/ ES, Pedro Scarpi Melhorim, expli ca como a OCB contribui com as cooperativas no Espírito Santo, que em 2020 foram responsáveis por de 4,7% no PIB nominal do Espíri to Santo. A Revista Negócio Rural entrevistou Pedro Scarpi Melhorim, que falou um pouco sobre como o cooperativismo tem se desenvolvi do nos mais diversos ramos no Es pírito Santo. Revista Negócio Rural - Como estão as atividades pós-pandemia da Covid-19 e o que mudou para melhor no cooperativismo capixa ba?Pedro Scarpi Melhorim – O flu xo de atividades está mais intenso, principalmente por causa do retor no dos eventos e agendas presen ciais. Diversas feiras que haviam sido suspensas por causa da pande mia, voltaram a acontecer. O fato de podermos ir até esses eventos e de termos cooperativas participando deles é ótimo para o cooperativis mo capixaba, pois são fatores que permitem reforçar os vínculos das cooperativas com seus clientes e parceiros. Além disso, esse momen to difícil provocado pela Covid-19 mostrou para a sociedade que o cooperativismo consegue se so bressair em meio à crise, firmando -se como uma opção segura, viável e colaborativa para fazer negócio. Alguns processos se modifica ram para se adequar ao momento da pandemia e vão permanecer? Com certeza. Não vamos descar tar as mudanças que fizemos em função da pandemia e que geraram retornos positivos para nós. Muitas reuniões e capacitações continuarão sendo virtuais, intensificaremos a digitalização de documentos e pro cessos e, em algumas cooperativas, “Esse momento difícil provocado pela Covid-19 mostrou para a sociedade que o cooperativismo consegue se sobressair em meio à crise”
10 | NEGÓCIO RURAL
Presidente do Sistema OCB/ES
ENTREVISTA | TEXTO: JULIO HUBER / FOTO: DIVULGAÇÃO-OCB/ES

De acordo com o Anuário do Coo-
Falando em números, quanto o cooperativismo capixaba movimenta no PIB do Espírito Santo?
“A expectativa é continuarmos crescendo exponencialmente, mas sempre de forma planejada”
NEGÓCIO RURAL | 11 o teletrabalho, que se mostrou como uma excelente alternativa para o momento, seguirá sendo uma realidade. O e-commerce e os aplicativos também continuarão recebendo atenção e investimentos das cooperativas capixabas, que terão uma atuação cada vez mais voltada para o uso da tecnologia. Diversas cooperativas estão diretamente ligadas ao agronegócio no Espírito Santo. Esse fator contribui para o aumento de renda dos pequenos agricultores? De que forma? Sem dúvidas. No interior no Espírito Santo há uma presença pujante das cooperativas do ramo agropecuário. Esse ramo abarca cooperativas de grande, médio e pequeno porte. Todas elas geram oportunidades de emprego e renda para as populações dos municípios em que atuam. Os pequenos agricultores e pecuaristas que até então trabalhavam por conta própria e dependiam de terceiros para vender e escoar seus produtos, encontraram nas cooperativas agropecuárias uma fonte de renda melhor e mais garantida. Aqueles que ainda não são cooperados podem procurar a cooperativa agropecuária mais próxima de suas residências, manifestando a intenção de fazer parte do quadro de associados. E como a OCB tem apoiado essas cooperativas? Antes, durante e após a pandemia o Sistema OCB/ES sempre se colocou à disposição das cooperativas para ajudá-las com as suas demandas. Prestamos serviços de assessoria de comunicação, relações institucionais, tecnologia da informação e jurídica, além de promovermos o desenvolvimento e monitoramento cooperativista, a formação profissional e a promoção social.
“O cooperativismo capixaba possui uma participação de 4,7% no PIB nominal do Espírito Santo”
perativismo Capixaba 2021, o cooperativismo capixaba possui uma participação de 4,7% no PIB nominal do Espírito Santo. O documento tem como data-base o ano de 2020, período em que as cooperativas capixabas contabilizaram sobras de quase R$ 300 milhões e movimentaram a soma de R$ 6,6 bilhões em ingressos e receitas. Agora estamos tratando os dados referentes a 2021, que já apontam crescimento em diversos indicadores. O cooperativismo do Espírito Santo tem crescido a cada ano. Qual a expectativa para o futuro das cooperativas capixabas? A expectativa é continuarmos crescendo exponencialmente, mas sempre de forma planejada. Nosso maior anseio é fortalecer e diversificar o leque de atividades das cooperativas que já existem. Assim poderemos crescer com robustez, pois teremos uma base de negócio forte, preparada para investir em novos nichos e capaz de acompanhar as mudanças que surgem. Como consequência, teremos o cooperativismo cada vez mais presente na vida dos capixabas, gerando oportunidades, transformando histórias e ocupando parcelas cada vez maiores de mercado.
Com frequência nos deslocamos para ir até as cooperativas, buscando um contato mais próximo com elas, e é nesses momentos que muitas demandas nos são encaminhadas. Vale destacar que, no âmbito do legislativo e do executivo, auxiliamos as cooperativas com a condução de diversas pautas. Mais recentemente, também temos criado pontes entre as cooperativas e o Sebrae/ES, instituição que já é parceira de alguns projetos do cooperativismo capixaba.Gostaria de enfatizar que todo esse apoio tem contribuído para o fortalecimento do modelo de negócio cooperativista do Espírito Santo. Este ano, a OCB/ES, uma das instituições que integram o Sistema OCB/ES, completa 50 anos de atividade, e durante todo esse tempo, a organização prestou suporte para as cooperativas do Espírito Santo. Se antes de 1972, quando a OCB/ ES foi fundada, as cooperativas não possuíam uma entidade de representação própria, hoje elas contam com atendimentos personalizados e de qualidade junto à organização.

AGILIDADE - Outra vantagem do sis tema em relação ao método de mo nitoramento atual é que ele facilita o controle localizado e precoce das pragas, reduzindo de uma semana para menos de uma hora a confirma ção da presença da praga no campo.
12 | NEGÓCIO RURAL ALGODÃO | TEXTO: AGÊNCIA EMBRAPA
Um levantamento recente reali zado com cerca de 60 produ tores de algodão do Cerrado verificou que o bicudo é a praga que exige o maior número de pulveriza ções, variando entre 18 e 22 aplicações por safra, nas últimas sete safras. Os prejuízos causados pela praga podem ultrapassar o valor de R$ 1 mil por hectare, o que equivale a cerca de 10% do custo total de produção. Para auxiliarem os produtores, está em fase de finalização um equi pamento que vai auxiliar o produ tor no monitoramento do bicudo do algodoeiro, considerada a principal praga da cultura. A inovação desen volvida pela startup LiveFarm, em parceria com a Embrapa, realiza a contagem automática dos insetos em tempo real, otimizando tempo e re cursos com o monitoramento, além de reduzir o números de pulveriza ções. O equipamento foi apresentado aos produtores durante a 13ª edição do Congresso Brasileiro do Algodão, que aconteceu de 16 a 18 de agosto, em Salvador (BA). “A tecnologia vai aperfeiçoar a es tratégia de controle e a aplicação de inseticidas, com reduções potenciais de 30 a 50%, prevê o sócio funda dor da LiveFarm, Joélcio Carvalho. O equipamento consiste em um sensor que é acoplado às armadilhas con vencionais de feromônio e envia os dados para um aplicativo, facilitan do a tomada de decisão do produtor quanto ao manejo da praga. “Ao passar o inseto, a inteligência artificial faz a identificação e envia as contagens para a nuvem. O sistema se diferencia pelo método de con tagem e pelo fato de funcionar sem a necessidade de sinal telefônico ou de internet de satélite, sendo possí vel adaptá-lo a qualquer ambiente”, explica Carvalho.
Equipamento usa inteligência artificial para monitoramento do bicudo do algodoeiro
Para o pesquisador da Embrapa Algodão José Ednilson Miranda, que trabalhou no aperfeiçoamento da ar madilha com sensoriamento remoto, o equipamento é uma tecnologia dis ruptiva, que se insere no novo cená rio de agricultura digital, em que as fazendas se modernizaram e utilizam cada vez mais ferramentas de inteli gência artificial para a condução das lavouras.“Oalgodão é produzido em áreas muito extensas e a tecnologia dis pensa a necessidade de ficar fazendo visitas. Além disso, as visitas podem ser feitas em um momento em que o inseto não vai estar presente. En quanto a armadilha estará no campo constantemente, fornecendo infor mações assim que o inseto chegar”, observa.
“Normalmente as pragas come çam em uma determinada área e de pois se dispersam. Na medida em que você consegue detectar essa coloni zação inicial, você consegue controlar precocemente a população da praga, sem gastar mais tendo que pulverizar a área toda e sem ter nenhum prejuí zo decorrente do ataque”, detalha o pesquisador.Outraaplicação para o uso dessas armadilhas é aproveitar a coleta de dados para a tomada de decisões de controle localizado através de drones agrícolas. “Hoje nós já temos drones de pulverização de 10, 20 e 30 litros de capacidade, que vão ser ótimos O equipamento foi produzido pela startup LiveFarm, em parceria com a Embrapa, e já está sendo utilizado em plantações de algodão do Cerrado

OTIMIZAÇÃO - O novo sistema vem se somar a uma série de ferramentas que estão em desenvolvimento para aperfeiçoar o manejo do bicudo do algodoeiro. Entre elas estão novos compostos orgânicos voláteis, mais atrativos ao bicudo para atuar em sinergia com o feromônio nas armadilhas; a atualização do nível de dano econômico da praga, com maior flexibilidade para as diferentes condições de cultivo; e uma formulação de inseticida biológico contendo semioquímicos atrativos do bicudo e isolados de fungos patogênicos ao inseto.
NEGÓCIO RURAL | ALGODÃO13para fazer esse controle localizado. Isso também pode ser automatizado de maneira que um único operador pode resolver esse problema de maneira tempestiva, antes que a praga se alastre na lavoura”, vislumbra Miranda.O desenvolvimento do sistema teve início em meados de 2018, com o processo de patente. O protótipo do equipamento foi sendo aperfeiçoado em parceria com a Embrapa, Instituto Matogrossense do Algodão (IMAmt ) e outras instituições ligadas ao setor produtivo.
MONITORAMENTO - No Brasil, as armadilhas com feromônios são amplamente utilizadas em programas de monitoramento populacional do bicudo, assim como, no controle do inseto. Quando empregadas corretamente, minimizam o uso desnecessário de inseticidas, trazendo benefícios econômicos e ambientais ao agricultor e à sociedade. O pesquisador da Embrapa Cherre Bezerra da Silva explica que, para obter o índice populacional de bicudo presente na área a ser cultivada, as armadilhas devem ser instaladas e mantidas ao longo de todo o perímetro da área, em intervalos entre 150 e 300 metros entre si e devem ser inspecionadas semanalmente por um período de nove semanas antes da semeadura da nova lavoura de“Asalgodão.capturas dão ideia da intensidade de infestação de bicudos. Posteriormente, os dados de captura auxiliarão na definição do número de pulverizações de inseticidas que serão feitas no início do florescimento da nova lavoura, momento em que os insetos migram do refúgio para a área plantada com o algodoeiro”, conta.
Também será desenvolvido o processo de eliminação química de restos culturais do algodoeiro e plantas voluntárias (tigueras e soqueiras) mantenedoras de populações de bicudo, além de um equipamento de controle remoto para destruição química de plantas voluntárias de algodão. Outras melhorias serão as linhagens de fungos e bactérias patológicos ao bicudo, tecnologia attract-and-kill com plantas-iscas para controle localizado de populações remanescentes e recolonizadoras do bicudo, software para predições da presença do bicudo com base em dados climáticos, entre outras.Asinovações estão sendo desenvolvidas pelas equipes da Embrapa Algodão (PB), Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (DF) e Embrapa Arroz e Feijão (GO), em parceria com a Universidade Federal de Viçosa (UFV), Universidade Federal de Goiás (UFG), Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Goiano (IF Goiano Campus Rio Verde), entre outras instituições ligadas à cotonicultura.




PRÊMIOS | ESPÍRITO SANTO E PERNAMBUCO
14 | NEGÓCIO RURAL O cooperativismo conecta pessoas e também histó rias. Que similaridade po deria haver entre as trajetórias de famílias de agricultores que culti vam produtos orgânicos em Esta dos tão distantes, como o Espírito Santo e Pernambuco - ainda que atuem em locais com característi cas geográficas muito diferentes: uma no agreste pernambucano e a outra, na Região Serrana capixa ba?Julio Huber, diretor de jornalis mo da Revista Negócio Rural , con seguiu estabelecer esse vínculo de uma forma tão encantadora que foi o vencedor do Primeiro Prêmio de Jornalismo Cooperativista de Pernambuco, promovido pelo Sis tema OCB/PE, na categoria Jorna lismo Impresso/Digital. PRODUÇÃO ORGÂNICA - Na re portagem, Julio Huber elegeu a agricultura orgânica como tema principal. Como mora na Região Serrana do Espírito Santo e conhe ce bem o agronegócio do Estado, além de ser diretor de veículos de comunicação voltados ao segmen to, o jornalista viu no tema uma boa possibilidade de classificação. A partir do tema determina do, Julio saiu em busca da histó ria nordestina que faria a conexão com a vida de famílias capixabas. Em sua reportagem “Orgânicos transformam vidas no sertão per nambucano e nas montanhas capi xabas”, publicada no portal da Revista Negócio Rural e também na última versão impressa, ele conta como produtores rurais de uma cooperativa do sertão pernambu cano conseguiram driblar as con dições climáticas da região para propiciar uma produção próspera e que está sendo comercializada em três Estados. Por meio da Cooperativa de Produção e Comercialização da
Revista Negócio Rural vence prêmio de jornalismo de Pernambuco
A reportagem premiada também foi publicada na última edição da Revista Negócio Rural Agricultura Familiar Orgânica Agroecológica (Coopcafa), os coo perados adquirem soluções para produzir frutas e produtos orgâni cos por meio de fazendas agroeco lógicas e de comercializar os itens com condições vantajosas. No Espírito Santo, Huber en trevistou associados à Cooperati va de Empreendedores Rurais de Domingos Martins (Coopram) que, além de cultivarem café e outros produtos de forma orgânica, tam bém realizam a comercialização por meio de site e aplicativo, com entrega em domicílio. SICOOB - Outro ponto de con fluência entre as duas histórias é a oferta de recursos para investir e para gerenciar os negócios no Si coob. A instituição financeira coo perativista se firmou como grande parceiro do agronegócio tanto em Pernambuco quanto no Espírito Santo. No Estado capixaba, a car teira de crédito do Sicoob ES já ul trapassou R$ 1 bilhão. “As duas realidades, mesmo distantes, são parecidas. Isso se dá principalmente pelo apoio das cooperativas - agrícolas e de cré dito -, que existem no Espírito Santo e também em Pernambuco”, explica Julio Huber. Essas histórias, contadas de forma bem abrangente no Portal e na revista Negócio Rural , leva ram o veículo de comunicação ao primeiro lugar na categoria Jor nalismo Impresso/Digital do prê mio. O anúncio dos vencedores foi realizado em live transmitida pelo YouTube.“Acomunicação é o que existe de mais importante na vida das pessoas. Portanto, este prêmio é uma dádiva para a comunicação entre nós, do movimento coope rativista, além de ser uma forma de ampliar a divulgação da atua ção positiva de nossas instituições para a sociedade”, ressaltou o pre sidente do Sistema OCB/PE, Ma laquias Ancelmo de Oliveira.

Duas variedades de inha me bastante cultivadas nas montanhas do Espírito Santo apresentaram bons resultados em cultivos experimentais no Cerrado Mineiro. Um dos responsáveis pela experiência inédita é o agricultor e pesquisador autodidata Jandir Gra tieri, de São Bento de Urânia, Alfredo Chaves.Elelevou mudas das variedades São Bento e Rochom para plantar no bioma Cerrado, em um projeto reali zado em parceria com a Universida de Federal de Uberlândia (UFU), em Uberlândia, Minas Gerais. Durante o mês de junho, Jandir e o vereador e presidente da Câmara Municipal de Marechal Floriano, Cezar Tadeu Ron chi Junior, o Cezinha, foram para o município mineiro realizar a terceira etapa do projeto: conclusão e valida ção dos resultados.
RESULTADOS – De acordo com Jan dir Gratieri, o principal objetivo do experimento foi qualificar a produção o inhame no bioma Cerrado. “Minas Gerais é o segundo maior produtor nacional de inhame, principalmente no bioma da Mata Atlântica. No Cer rado também tem produção, mas em pouca escala. Esse trabalho serviu para dar um profissionalismo nessa região”,Jandirdestacou.destacou que o trabalho serviu para estudar a capacidade de produção, que foi satisfatória e ficou dentro da média nacional. “Se hou ver a escassez de inhame no merca do, no Cerrado essa produção pode ser mecanizada, já que conseguimos confirmar que a produtividade che gou a atingir 40 toneladas por hec tare. A média nacional é de 35 to neladas, e conseguimos, ficar nessa mesma média no Cerrado”, informou Gratieri.Opesquisador e produtor acredita no aumento do consumo do inhame no Brasil, e a produção no Cerrado pode vir a suprir essa necessidade. Os dados completos do estudo serão divulgados oficialmente pela Uni versidade Federal de Uberlândia.
Jandir Gratieri foi um dos responsáveis pela pesquisa de plantio de inhame no Cerrado Mineiro
Ele ainda enfatizou que a divulga ção dessas cultivares no Brasil abre possibilidades de vendas de mudas certificadas, de industrialização e abertura de novos mercados para subprodutos do inhame. “Também podemos implantar unidades de processamento em parceria com ór gãos estaduais e prefeituras”, desta cou Cezinha Ronchi.
CAPIXABAINHAME RESULTADOSBONSAPRESENTAMINEIRONOCULTIVADOÉCERRADOE
O doutor em agronomia e pro fessor de Ciências Agrárias da UFU, José Magno Queiroz Luz, foi quem recebeu o Jandir, que também é di retor executivo da Associação dos Produtores de Inhame de São Bento do Espirito Santo (Apisbes). Também participaram da última etapa da pesquisa o representante da fábri ca Yamo - distribuidora de produtos agroecológicos/naturais -, Ceo Cairo Carvalho.Asduas variedades testadas por
NOVOS MERCADOS - Para o pre sidente da Câmara de Marechal Floriano, Cezar Ronchi Junior, esse projeto irá beneficiar a todos os mu nicípios que integram a IG. “Podemos destacar que esses resultados pode rão beneficiar a agricultura familiar de Marechal Floriano e dos outros municípios componentes da IG. Estão surgindo possibilidades de abertura de novos mercados nacionais e até no exterior, o que pode viabilizar mais vendas do produto in natura ou desidratado”, informou o vereador.
Entre as atividades da visita a Uberlândia, o grupo capixaba conhe ceu a fábrica Yamo, que produz sub produtos a base de inhame. Na visita foram apresentados novos produtos a partir do tubérculo, assim como degustação de sorvetes, picolés, chips e bebida de extrato de inhame, entre outros alimentos.
NEGÓCIO RURAL | 15 INHAME | TEXTO: CÍCERO MODOLO E JULIO HUBER / FOTOS: CÍCERO MODOLO
pesquisadores da universidade mi neira são cultivadas em municípios que integram a Indicação Geográfica (IG) do Inhame Capixaba, que além de Alfredo Chaves, contempla Ma rechal Floriano, Castelo, Domingos Martins, Venda Nova do Imigrante e Vargem Alta.


Desenvolvendo um dos pilares do Comércio Justo, que é o fortalecimento e o desenvol vimento das Organizações de Pe quenos (as) Produtores (as) – OPPs, a Associação das Organizações de Produtores Fairtrade do Brasil (BR FAIR), promoveu mais uma etapa da Formação de Jovens Lideranças CLAC (Coordenadora Latino-Ameri cana e do Caribe de Pequenos Pro dutores e Trabalhadores do Comér cio Justo) – Edição Cone Sul para o Brasil.Desta vez, 12 jovens se formaram no último mês de julho. A ação teve início em 2019, quando a CLAC se preocupou com a baixa participação dos jovens no campo e nas organiza çõesComcertificadas.ofinanciamento da União Europeia, foi desenvolvida a meto dologia e conteúdo para um curso virtual e presencial sobre o tema de liderança para jovens. No curso, a ênfase é colocada na necessidade de fortalecer as lideranças das Or ganizações de Pequenos Produtores Fairtrade, como forma de consolidar os laços intergeracionais e inter-re gionais nas diferentes organizações. O curso conta com a contribui ção docente da diretora da Região Cone Sul CLAC, Catalina Jaramilo, das gestoras CLAC Brasil, Paola Sil va Figueiredo, Cíntia Matos e Giseli Sampaio, do secretário-executivo da BRFAIR, Bruno Aguiar, e dos profes sores Layon Carlos César, represen tando a Universidade Federal de Vi çosa (UFV), e Paulo Henrique Leme e Elisa Reis Guimarães, representando a Universidade Federal de Lavras (UFLA). As duas universidades, de Minas Gerais, fazem parte do projeto Universidades pelo Comércio Justo.
Um exemplo é o cafeicultor Fa biano Diniz, 26 anos, de Manhuaçu, Minas Gerais, que está empolgado com o curso de formação. Coopera do à Cooperativa Regional Indústria e Comércio de Produtos Agrícolas do Povo que Luta (Coorpol), atual mente ele está cursando Técnico em Cafeicultura no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IF Sudeste-MG).“Essecurso de formação da CLAC está sendo muito bom. Estamos fa zendo trocas de experiências com jovens de outras regiões e conhe cendo outras realidades. Assim po demos criar soluções a partir de vi vências de outras pessoas. Isso tem agregado muito, além do conheci mento trazido pelos professores e palestrantes”, enfatizou. Filha de família produtora de la ranja de Taiaçu, São Paulo, Laura Cuoghi, 22, é outra jovem empol gada com o curso. Atualmente ela também cursa Agronomia. “Eu co nheci o curso por meio da Coperfam (Cooperativa de Produtores Rurais de Agricultura Familiar) e busco co nhecimento para empregar na nossa propriedade. Os conteúdos aborda dos são muito importantes”, afirmou.
O professor Paulo Henrique Leme, que é coordenador do Agritech da UFLA e coordenador do Projeto UFLA pelo Comércio Justo, falou da sua satisfação em ministrar o cur so. “O mais importante é capacitar esses jovens para que eles possam se tornar novas lideranças e líderes inspiradores para os outros jovens. Temos que identificar e capacitá-los, pois isso é fundamental para o fu turo da agricultura. Eles estão muito empolgados”, contou o professor.
De acordo com Bruno Aguiar, da BRFAIR, a formação de lideranças é voltada principalmente para pessoas jovens que se encontram envolvidos (as) no Comércio Justo. “Este pro cesso de formação procura esta belecer ‘pontes’ entre as diferentes gerações e permitir, a curto, médio e longo prazo, ter organizações de Co mércio Justo consolidadas, que con tribuam para a sucessão familiar, e para a manutenção de meios de vida sustentáveis entre as famílias pro dutoras”, informou.
16 | NEGÓCIO RURAL Doze jovens integrantes de cooperativas e associações se formaram recentemente COMÉRCIO JUSTO | TEXTO: JULIO HUBER – MINAS GERAIS / FOTO: BRFAIR
Dentre os temas debatidos duran te o curso, destacam-se: conceitos de Comércio Justo e desenvolvimen to sustentável; direitos humanos; princípios e organização do coope rativismo; liderança e trabalho cola borativo; inclusão social e minorias; inclusão de gênero; liderança e de senvolvimento. O próximo curso de verá ocorrer no ano de 2023.
Para o professor Dr. Layon Carlos Cezar, do Departamento de Admi nistração e Contabilidade da UFV, o curso aumenta as possibilidades de trabalho dos jovens, seja nas pro priedades ou nas organizações, e contribui para a manutenção da nova geração no campo. “Essa iniciativa traz qualificação e desperta a sensa ção de pertencimento deles a essas DE FORMAÇÃO DE LIDERANÇAS CAPACITA JOVENS CAFEICULTORES organizações, e faz com que esses jovens passem a se enxergarem no meio rural e que eles comecem a ocupar os espaços destinados aos associados e cooperados”, destacou.
CURSO

• Resultado dos vencedores: 16 a 18 de novembro, durante a Se mana Internacional do Café (SIC), em Belo Horizonte (MG)
NEGÓCIO RURAL | 17 CAFEICULTURA Estão abertas as inscrições para um dos mais importantes concursos de qualidade de café do Brasil: o Cof fee of The Year 2022 (COY 2022). O concurso busca reunir os melho res cafés do Brasil e também, eleger e premiar os grandes destaques do ano, incentivando o desenvolvimen to e o aprimoramento da produção nacional, além de divulgar as novas origens.Oscafeicultores interessados po derão inscrever suas amostras nas categorias arábica e canéfora. Os cafés fermentados podem participar dentro dessas duas classificações. O prazo máximo de recebimento das amostras pelo IFSULDEMINAS é dia 1º de outubro de 2022. Para participar do COY 2022, é necessá rio realizar a inscrição no site: ra,dasreúnetradeOrganizaçõesemdoresPequenosLatino-AmericanadiaamostrasasBrasilneioJustoaEciparemparandoBrasil,Comoanoeatésar160.coffee-of-the-year,semanainternacionaldocafe.com.br/www.novalordeR$Nositetambémépossívelacesoregulamentodoconcurso.CadaprodutorpoderáinscreversetelotesdecafénoseunomeCPF,colhidonapropriedadenode2022.Paracadaloteinscritoprodutorruraldeveráenviarumaoavançodacolheitadocafénoosprodutoresjáestãoprelotesespeciaisparapartideconcursosdequalidade.comoobjetivodecontribuirparapromoçãodoscafésdeComérciointernacionalmente,o8ºTordoMelhorCaféFairtradedo–GoldenCup,jáestácominscriçõesabertas,eoenviodaspelosprodutoresvaiatéo26deagosto.PromovidopelaCoordenadoraedoCaribedeProdutoreseTrabalhadoComércioJusto(CLAC),parceriacomaAssociaçãodasdeProdutoresFairdoBrasil(BRFAIR),otorneioosmelhorescafésbrasileirosvariedadesarábicaecanephoproduzidosporcafeicultoresque
Coffee of The Year 2022 com inscrições abertas até o dia 1º de outubro
Inscrições abertas para torneio que elegerá os melhores cafés Fairtrade do Brasil amostra de cinco quilos de café verde beneficiado, com umidade de 11,5%. Cada lote inscrito deve conter no mínimo duas sacas de 60,5 kg de café beneficiado. As sacas do lote inscri to deverão ser fidedignas à amostra enviada e preservadas até o final do COY 2022 na propriedade do cafei cultor. Caso o produtor não atenda a essa regra, será desclassificado e, em última instância, perderá o eventual título. AVALIAÇÃO - As amostras inscritas serão submetidas a um processo de avaliação realizado por uma Comis são de Julgadores, composta por juí zes certificados pela Specialty Cof fee Association (SCA) e Q-Graders e R-Graders licenciados pelo Coffee Quality Institute (CQI). Esse time analisará as amostras de café verde e classificará quanto ao aspecto, à seca, à cor, à porcentagem de peneiras, ao tipo, teor de umidade e à qualidade da bebida. Serão ava liados aspectos físicos, que possuem caráter eliminatório, e, em segui da, aspectos sensoriais, para fins de classificação.Dototalde amostras inscritas e avaliadas, serão selecionadas as 180 melhores (150 de arábica e 30 de canéfora) para participar da Sema na Internacional do Café (SIC), que acontece em Belo Horizonte (MG) entre os dias 16 e 18 de novembro. Essas amostras, divulgadas no dia 7 de novembro, no site da SIC, serão disponibilizadas para cupping (tes te do café) durante o evento, com o objetivo de criar oportunidades para negociação presencial. Ainda durante a SIC, as 10 melho res amostras de arábica e as cinco melhores de canéfora, selecionadas pela Comissão Julgadora e devida mente codificadas, ficarão disponí veis em garrafas térmicas – nos dias 16 e 17 de novembro – para serem degustadas às cegas pelo público vi sitante da feira. No dia 17 de novembro, na véspe ra da premiação, serão divulgados os 50 melhores cafés da categoria ará bica e os 15 melhores da categoria canéfora, também no site e na Sala de Cupping e Negócios. Já no dia 18, será realizada a cerimônia de pre miação, às 14h, no Grande Auditório Robério Silva. fazem parte de organizações certi ficadas Fairtrade. O Golden Cup conta ainda com apoio da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) e da Inter national Trade Centre (ITC). O con curso de qualidade abrange todas as Organizações de Pequenos Pro dutores (OPPs) de Café Fairtrade do Brasil, que são responsáveis por recolher as amostras para serem provadas por experientes degus tadores - com certificação Q-Gra der/R-Grader - que definirão os melhores cafés brasileiros Fairtra de.De acordo com o secretário exe cutivo da BRFAIR, Bruno Aguiar, além de incentivar aos cafeicultores a produzirem cafés com cada vez mais qualidade, o torneio serve para abrir mercados para os grãos Fair trade no Brasil e no exterior. Com isso, os cafés ganham cada vez mais valor agregado, contribuindo com a renda das famílias de pequenos produtores(as) e aumentado os re cursos para investimentos nas áreas sociais e ambientais nos municípios onde as organizações atuam.
•DATASEnvio das amostras para as or ganizações: até o dia 26 de agos
• Divulgação das amostras clas sificadas: 2 de setembro
• Segunda etapa de classificação: 12 de outubro
•toPrimeira etapa de classificação: 31 de agosto e 1º de setembro
A Cooxupé inaugurou o seu novo núcleo na cidade de Patrocínio, no cerrado mineiro. A cooperativa já está presente no município desde 2013, até então fornecendo atendimento aos cooperados por meio de uma unidade avançada. A solenidade de inauguração contou com famílias cooperadas, autoridades políticas e representantes do setor cafeeiro. “A Cooxupé é a representação da agricultura familiar organizada. A cooperativa tem um papel fundamental em dar dignidade e respeitabilidade ao pequeno produtor. O café é um símbolo do sucesso do agro. Não só por ser uma grande commodity, mas por sua organização, que faz com que o setor seja respeitado no Brasil e no mundo todo”, destacou o Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Marcos Montes. Ainda na inauguração foi assinado um Protocolo de Intenções. “Este documento é para que possamos compartilhar o uso de estrutura de Para apoiar os coletivos de pequenos produtores que têm interesse em registrar suas Indicações Geográficas (IG) vinculadas aos produtos e serviços, o Sebrae, em parceria com Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), tem realizado um trabalho de orientação por meio de encontros virtuais, como ocorreu com cafeicultores da Região Vulcânica de Minas Gerais. A Associação dos Cafés Especiais da Alta Mogiana (AMSC) abrange também a produção em municípios de São Paulo. Apesar de já possuírem o registro de IG desde 2013, os produtores apresentaram demandas para realizar mudanças na delimitaarmazenagem. Para, assim, aumentar a capacidade de armazenamento, estar presente junto aos cooperados, melhorando a logística para a distribuição e fazer com que essa cooperação seja cada vez mais virtuosa”, declarou o presidente da Cooxupé, Carlos Augusto Rodrigues de Melo.
ção da área e no nome geográfico. O gestor da AMSC, Gabriel Borges, destaca que esses encontros são de extrema importância para comunicação com o INPI, órgão do governo federal responsável pela análise e concessão das IGs. “Todos os profissionais foram muito solícitos e dispostos a ouvir nossas dores e encontrar formas de solucionar os problemas”, contou. Segundo ele, mesmo com o registro, os desafios de promover e proteger o café da Alta Mogiana são constantes.
Os outros 13 grupos estão interessados no registro como Denominação de Origem (DO) que é outra modalidade de IG, cujas características do território agregam um diferencial ao produto ou serviço, incluindo a influência de fatores naturais e humanos. Entre os produtos, há desde alimentos como: café, queijo, frutas, carnes embutidas e pescados, bem como artesanato de facas, renda de bilro, peças de cristal, entre outros.
Patrocínio é considerado o maior munícipio produtor de café do Brasil. Com um investimento de mais de R$ 30 milhões, a unidade está instalada em uma área total de 120 mil metros quadrados, sendo mais de 15 mil metros quadrados de construção. A nova estrutura traz benefícios aos cooperados locais e da região com a presença de loja, auditório, armazém, bloco de apoio aos motoristas, centro de distribuição de insumos, balança, oficina, entre outros pontos ampliados.“Iniciamos as atividades em Patrocínio no ano de 2013, quando recebíamos 82 mil sacas de café. Hoje temos um recebimento de mais de 200 mil sacas e um crescimento de quase 60% dos números de cooperados”, destacou o presidente da Cooxupé, Carlos Augusto Rodrigues deEleMelo.ainda enfatizou a força do cooperativismo. “A cooperativa será sempre do tamanho que o cooperado desejar. No cooperativismo é assim: quanto mais o produtor associado participa da sua cooperativa, mais é possível viabilizar investimentos que retornam em serviços de qualidade para os nossos cooperados. Um patrimônio que é construído por meio da sua efetiva participação”, disse. A Cooxupé está presente no cerrado mineiro desde 1990, quando inaugurou seu primeiro núcleo na cidade de Monte Carmelo. Desde então, a Cooxupé vem ampliando a área de ação nesta região que, atualmente, conta com 67 municípios vinculados a sete Unidades de Negócios da cooperativa entre núcleos, filiais e unidades avançadas.
Produtores de cafés vulcânicos querem ampliar área de Indicação Geográfica
18 | NEGÓCIO RURAL COOXUPÉ INAUGURA UNIDADE NA CIDADE MINEIRA DE PATROCÍNIO
Atualmente, o Sebrae acompanha a estruturação de 64 IGs, das cinco regiões do país, localizadas em 15 Estados brasileiros, sendo que 51 deles estão em busca do registro de Indicação de Procedência (IP), que é uma espécie de Indicação Geográfica baseada na notoriedade da tradição produtiva da região em relação a um determinado produto.
CAFEICULTURA




Após ser assistido em 2018 e 2019, Marcos Antônio explicou que sua produção de café praticamente triplicou com a mesma quantidade de hectares plantada nos dois anos seguintes. Segundo ele, adotar as modificações na genética das plantas, administrar a adubação, além das condições mais favoráveis do clima, ajudou essa conquista. “Participar do ATeG foi um divisor de águas e um salto na minha vida. A partir da assistência, consegui organizar melhor o manejo da lavoura, o plantio, além de compreender investimentos e custos para gerir melhor a minha propriedade”, contou. O produtor também exaltou o lado humano, além do profissionalismo do técnico que o atendeu. “Ele se preocupava, tinha todo o cuidado, atenção e profissionalismo na hora de ensinar e também incentivar a minha busca pelo conhecimento”, destacou. Além do programa, Marcos engatou em outros cursos, como o “Negócio Certo Rural”, que se tornou um complemento para auxiliar na parte administrativa e de gestão da propriedade, fatores que colaboram com o produtor a compreender deficiências e oportunidades em situações adversas. Após conhecer o ATeG e outros
Cafeicultor quase triplica produção com o apoio do SENAR-ES cursos oferecidos, o cafeicultor se interessou cada vez mais pelas ações e recebeu o convite para participar mais ativamente do Sindicato Rural como secretário em 2021. Atualmente, ele está como presidente do Sindicado Rural de Muqui e ressalta que tem como principal objetivo difundir as ações do Sistema, principalmente, a assistência e as capacitações do SENAR-ES para os produtores rurais, como forma de contribuição e agradecimento pela mudança realizada em sua propriedade. MAIS RENTABILIDADE - A Assistência Técnica e Gerencial ensina os produtores rurais a aumentar a rentabilidade e produtividade capixaba no campo. Disponível no Espírito Santo desde 2015, o programa ofertado pelo SENAR-ES leva assistência em gestão da propriedade e técnicas de produção aos produtores rurais. Com foco nas principais cadeias do agronegócio capixaba, o ATeG já auxiliou na otimização de produção de aproximadamente 2.067 agricultores, em 62 municípios do Estado. O modelo de atendimento do programa consiste em uma visita mensal de quatro horas em cada propriedade, de forma individualizada. O produtor recebe esse atendimento de forma gratuita por um período de dois anos e quatro meses. A metodologia desenvolvida na ATeG está fundamentada em cinco etapas que abrangem todo o processo a ser aplicado no desenvolvimento da propriedade rural atendida. São elas: diagnóstico produtivo individualizado; planejamento estratégico; adequação tecnológica; capacitação profissional complementar; e avaliação sistemática de
NEGÓCIO RURAL | 19 CAFEICULTURA Entre 2014 e 2017 a crise hídrica causou grandes impactos aos capixabas, principalmente para o campo. Neste período, o produtor rural Marcos Antônio Almeida Rodrigues passava por algumas dificuldades devido à estiagem, na Fazenda Floresta, no município de Muqui, no sul do Espírito Santo. Com a propriedade fortemente afetada, o cafeicultor não conseguia atingir nem 40% da produção, e acumulava uma perda de 70% da lavoura. Com a saúde financeira impactada, precisou até arrendar pastos em busca de amenizar a situação. Porém, através de um convite para participar do Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG), do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Espírito Santo (SENAR-ES), viu a sua vida mudar e sua propriedade prosperar.
Marcosresultados.Antônio Almeida recebeu consultoria do Senar na propriedadesua

“De 40 anos para cá, os órgãos oficiais e a indústria de defesa ve getal passaram a investir cada vez mais em pesquisas científicas, vi sando o desenvolvimento de solu ções eficazes e altamente modernas para combater a vassoura-de-bru xa”, comenta Eliane Kay. Esse in vestimento deu resultado: segundo o IBGE, em 2010, a produção brasi leira já havia voltado a crescer, com 235 mil toneladas de cacau. Em 2020, foram 269 mil toneladas. Os insumos aplicados nas plan tações de cacau passam por uma longa avaliação científica, técnica e de órgãos governamentais, o que trouxe segurança para o produto, ao meio ambiente e para a socie dade. Com o apoio desses recursos, a cultura, que rende mais de R$ 3 bilhões aos produtores rurais (con forme dados de 2020 do IBGE), tende a crescer ainda mais, “poten cializando a economia brasileira e beneficiando o consumo interno”, segundoAtualmente,Eliane. a produção de ca cau – em grande parte, a cargo da agricultura familiar – está presente em nove Estados. Cerca de 54% da colheita está concentrada no Pará (144,7 mil toneladas) e outros 40% na Bahia (107,6 mil t). O Espírito Santo representa 4% da produção total (11,3 mil toneladas) e Rondô nia, 2% (5,1 mil t). Em menor escala aparecem Mato Grosso (366 tone ladas), Minas Gerais (108 t), Rorai ma (12 t) e Ceará (5 t).
20 | NEGÓCIO RURAL GIRO RURAL CONAB ESTIMA SAFRA RECORDE PARA MILHO 2ª SAFRA
O chocolate está cada vez mais presente na mesa dos brasileiros: oito em cada 10 famílias têm o há bito de consumir o produto, é o que a mostra pesquisa publicada no ano de 2021, pela Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amen doim e Balas (Abicab). A oferta desse doce, contudo, ficou amea çada por muito tempo em razão de reduções constantes na produção brasileira da matéria-prima: o ca cau. Entretanto, a cultura está em recuperação no país. De acordo com o Instituto Bra sileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 1980, o Brasil produziu 319 mil toneladas de amêndoas de cacau. Dez anos depois, foram mais de 356 mil toneladas. Esses núme ros colocavam o país como líder e potência mundial na cultura. Mas, o cenário mudou em pouco tempo. Em 2000, a colheita não chegou a 200 mil toneladas, provocando fal ta do produto no mercado interno. “A redução na produção de cacau impactou diretamente o mercado interno. De exportador, o Brasil tor nou-se importador para abastecer a demanda. Apesar de ser um im já considera a redução de produti vidade, quando comparado com o levantamento anterior, devido ao impacto da falta de chuva e ataques de pragas em importantes regiões produtoras, como o Paraná. Em re lação ao ciclo anterior, o aumento na produção chega a 44%. Outra cultura de destaque é o algodão. De acordo com o levanta mento da Conab, a expectativa é de uma colheita de 2,74 milhões de to neladas da pluma do algodão, 16% superior à safra passada. Para o fei jão, mesmo com as oscilações cli máticas registradas durante o ciclo, a produção deve alcançar em torno de 1,36 milhão de toneladas, repre sentando um incremento de 19,5% em relação à temporada anterior. portante exportador, o Brasil ainda importa grandes quantidades de chocolates de outros fornecedores. Mas, temos potencial para me lhorar nossa balança comercial”, analisa a farmacêutica-bioquímica Eliane Kay, diretora executiva do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sin diveg).Aredução da produção nacional de amêndoa de cacau ocorreu prin cipalmente devido à disseminação da chamada “vassoura-de-bruxa”, doença fúngica que tem ação de vastadora sobre o cacaueiro, e que pode atingir até 90% da área pro dutiva, segundo o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar). Na época, a falta de tratamentos efi cazes para o problema contribuiu para piorar a situação.
Produção de cacau volta a crescer no Brasil após controle de vassoura-de-bruxa
Os produtores de milho deverão colher, na segunda safra do cereal, 87,4 milhões de toneladas na tem porada 2021/22, como aponta o 11º Levantamento da Safra de Grãos divulgado em agosto pela Compa nhia Nacional de Abastecimento (Conab). Com o bom desempenho das lavouras, a atual estimativa da Companhia para a produção total de grãos, nesta temporada, está em 271,4 milhões de toneladas, acrés cimo de 6,2% ao que foi colhido em 2020/21, ou seja, 15,9 milhões de toneladas.Seconfirmado, o volume estima do para a segunda safra de milho representa a maior produção regis trada na série histórica. O número

NEGÓCIO RURAL | 21 RURALTURES 2022 SERÁ EM SETEMBRO E TERÁ ESPAÇO AMPLIADO EVENTOS A lgumas novidades estão sendo preparadas para quem visitar a 2ª RuralturES (Feira Estadual de Turismo Rural), que será realizada de 15 a 18 de setembro, no Centro de Eventos Padre Cleto Caliman, o Polentão, em Venda Nova do Imigrante, na região de montanhas do Espírito Santo.Oevento, promovido pelo Mon tanhas Capixabas Convention & Visitors Bureau, tem apoio do Se nac Venda Nova, do Serviço Brasi leiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-ES), da Secre taria de Estado de Turismo (Setur -ES), da Associação de Agroturis mo do Espírito Santo (Agrotures) e da Prefeitura de Venda Nova do Imigrante.Umadas novidades deste ano é que o espaço para exposições será ampliado em 40%. O supe rintendente do Sebrae/ES, Pedro Rigo, disse que 70 expositores te rão oportunidade na 2ª Ruraltu rES. “Inauguramos a temática do Turismo de Experiências em 2021, com a profissionalização de 21 em preendedores, e fizemos uma ex posição da região para o público entender o que está acontecendo nessa área. A região de das mon tanhas capixabas virou referência no Brasil em Turismo de Experiên cias e podem receber recursos do Sebrae Nacional para se desen volver como polo de inteligência na área”, destacou Rigo. A ampliação do espaço tem em vista a abertura da área de eventos para mais cervejarias artesanais; ofertas de experiências de ecotu rismo e turismo de aventura, em parceria com o Instituto Marcos Daniel; inovações em turismo ru ral por meio da gastronomia típica e a exposição de flores, aprovei tando o início da primavera. Segundo a secretária executi va do Convention, Andréia Rosa, no caso das flores, o objetivo é alavancar negócios não somente junto ao consumidor final, como também com empreendedores que atuam com eventos. “Quem atua com eventos na região geralmente compra flores em outros Estados. Daí a necessidade de aproximar os produtores locais desses empreen dedores”. NOVO MUNICÍPIO - Outra novida de é a inclusão de Alfredo Chaves na região turística Montanhas Capi xabas. Assim como Venda Nova do Imigrante, Afonso Cláudio, Brejetu ba, Conceição do Castelo, Domingos Martins, Laranja da Terra, Marechal Floriano e Vargem Alta, o município passa a integrar o Montanhas Capi xabas Convention & Visitors Bureau e vai expor suas rotas em um estan de na RuralturES. O secretário de Estado de Turis mo, Fernando Rocha, ressaltou que as montanhas capixabas são orgu lho para o Espírito Santo e o Brasil e que foi a região que mais pleiteou editais de pequenos eventos com a retomada pós-pandemia. “Esses eventos geram fluxo turístico, mas a maior dificuldade ainda é a mão de obra qualificada. Estamos em penhados em reverter o atual ce nário com investimentos do Gover no do Estado”.
O EVENTO - A RuralturES é fruto da Ruraltur, evento nacional que teve sua última edição, em 2019, em Venda Nova do Imigrante, após anos sendo realizada no Nordeste do Brasil. Em 2021, a primeira edi ção estadual contou com 113 es paços de exposição, 15 caravanas de diversos municípios capixabas e um público estimado em 27 mil pessoas, que ocuparam 100% da rede hoteleira e movimentaram aproximadamente R$ 1 milhão em vendas diretas no evento. A RuralturES será realizada no município de Venda Nova do Imigrante

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