Kardama: você não está só

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Kardama: você não está só

A SENSAÇÃO DE SUSPENSE Suspense é um gênero destinado a criar no espectador, ouvinte ou leitor uma expectativa e sensação de pressa, da espera agoniante causada pela provocação do que está pode vir. É o facto de o espectador se encontrar em suspenso – ou seja, em dúvida – relativamente ao destino das personagens, partilhando empaticamente os seus medos e as suas vulnerabilidades, que lhe provoca o nervosismo, a ansiedade e a angústia que tão envolventes se tornam. (NOGUEIRA, 2010, p.40)

Na tentativa de descobrir o destino dos personagens e suas principais atribuições, enxergamos a produção audiovisual como suspense, são manuseadas e criadas para “prender” a atenção do público, fazendo com que o telespectador se sinta envolvido junto a trama, buscando formas de resolver e solucionar os conflitos apresentados, realizando suposições do que está oculto, muita das vezes se colocando no lugar do personagem. Nos filmes de terror, é aplicado suspense em diversas cenas, como quando o protagonista está caminhando e se surpreende com alguma figura, som e/ou objeto apresentado em um sobressalto. Gerando a sensação de ansiedade, aflição e muita das vezes indignação em relação a atitude do personagem, segundo o produtor e diretor cinematográfico Alfred Hitchcock, o suspense é uma espécie de dilatação da espera, e destaca: Estamos conversando, talvez exista uma bomba debaixo da mesa e nossa conversa é muito banal, não acontece nada de especial, e de repente: bum, explosão. O público ficou surpreso, mas, antes que tenha se surpreendido, mostraram-lhe uma cena absolutamente banal, destituída de interesse. Agora, examinemos o suspense. A bomba está debaixo da mesa e a plateia sabe disso, provavelmente viu o anarquista colocá-la. A plateia sabe que a

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