Kardama: você não está só

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Kardama: você não está só

O TERROR E A CATARSE Uma obra audiovisual do gênero de terror pode aflorar diversas sensações no telespectador, normalmente estas sendo derivadas da tensão do que se vê na tela e também pelo fato de sentir seus medos sendo vivenciados pelos personagens da trama. Afim de fundamentar esse projeto dentro da área de conhecimento do nosso curso, iremos abordar a definição do gênero de terror pela perspectiva do autor Luís Nogueira, baseando-se na sua obra “Manuais de Cinema II: Géneros Cinematográficos (2010)”. Segundo Luís Nogueira, o filme de terror atrai o público por conta da incomodidade e desconforto que causa no telespectador. Se o filme de terror procura sempre provocar alguma espécie de efeito emocional nefasto no espectador, a tipologia desses efeitos pode ser bastante diversa: o medo, o terror, a repulsa, o choque, o horror, a abjecção. Nos seus mais característicos e mais extremos momentos, estes efeitos e estas experiências emocionais podem

revelar-se

quase

insuportáveis

e

levar

a

diversas

manifestações radicais: fugir com o olhar, sentir náuseas, gritar estridentemente, suar compulsivamente ou mesmo abandonar a sala de cinema são algumas das reacções possíveis. (NOGUEIRA, 2010, p. 36)

Na obra “Poética (335 a.C. e 323 a.C)” do filósofo Aristóteles surge o termo “kátharsis” que tem o significado de purificação, referindo-se aos impactos de uma tragédia. No contexto de Catarse em sua filosofia, Aristóteles acreditava que quando um determinado público entrava em contato com a arte, como nos teatros gregos, o público poderia absorver toda encenação dos atores e assim esquecer os seus próprios medos e pavores. Sendo assim, o fato de os atores passarem a

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