Olha só! (2a. edição)

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Eu identifico as alunas com perfil para participarem do projeto na UT por meio das aulas de português que leciono na universidade, nas tutorias do Flagship e no Bate-Papo. Adriana convida as estudantes brasileiras entre os membros de duas redes de pós-graduandos afrobrasileiros na USP: a Frente Pró-Cotas e o Coletivo Elis Regina. Juntas, combinamos as estudantes com base em seus interesses com o objetivo de aumentar sua consciência cultural e capacidade oral na língua que estão aprendendo. Além disso, nossa abordagem proporciona um ambiente virtual onde as mulheres aprendem a falar sobre suas pesquisas no idioma de destino e ajudam umas às outras a superar as dificuldades associadas ao ambiente acadêmico. Nosso programa permite que estudantes de graduação nos Estados Unidos aprofundem seu conhecimento sobre a história e a cultura da população Afro-Brasileira, que segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é 56% da população (a segunda maior população negra do mundo depois da Nigéria). Além disso, a língua portuguesa também é falada em cinco países africanos: Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe, bem como Portugal tem uma significativa população africana (embora ainda não tenha sido contabilizada). Em certo sentido, Trocas contrabalança o processo de branqueamento dos métodos de ensino de português que se centram em produtos culturais afro-brasileiros como o carnaval, futebol, capoeira, samba e religiões de matriz africana, mas sem reconhecer o protagonismo dos sujeitos negros e a prevalência de problemas sociais, as políticas raciais ou o racismo epistêmico. Desta forma as mulheres que fazem parte do nosso projeto não só estão aprendendo uma segunda língua como também resistem às estruturas de poder, constroem conhecimento a partir das suas experiências vividas e ajudam-se mutuamente a navegar no território acadêmico. O coronavírus nos impôs uma nova normalidade que ampliou a possibilidade de interagir em ambientes virtuais de forma generalizada e normalizada. Por conta disso, as principais universidades passaram a prover acesso gratuito ao Zoom ou a outras ferramentas de videoconferência, de sorte que tudo o que você precisa para participar do nosso programa é estar matriculada numa universidade e ter um computador com microfone e câmera de vídeo. Gostaria de fazer parte do projeto Trocas? Envie um e-mail a: soymariana@utexas.edu e adrianatolentino.sousa@usp.br! OLHA

SÓ!

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