MIDO 2023, ExpoCECOP e Visão sem Segredos

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ExpoCECOP 2023

“O futuro é hoje”

MIDO 2023 O “abraço” essencial da ótica

ContactUM 2023

Mais e melhor

contactologia!

Visão sem Segredos

A luta em forma de livro

Distribuição exclusiva a profissionais • Preço de Capa: € 7,50
PORTUGAL • Nº 120 • MARÇO 2023

A intensidade da ótica

Março foi ativo! Tivemos que correr entre as ideias do presidente da maior feira mundial de ótica, que nos falou sobre uma MIDO que ainda promete anos áureos, entre as marcas jovens e independentes que florescem e criam novos caminhos emocionantes para os óculos, entre as empresas que crescem e se celebram, entre eventos essenciais à dinâmica do melhor setor do mundo e ainda entre uma ciência inquieta que funciona a nosso favor. Foi intenso sim!

Conseguimos registar todo este movimento em páginas rigorosas que abrem a MIDO a todos os que foram e não foram. Afinal há sempre diversas perspetivas e a nossa é que ainda não regressámos aos anos de ouro da feira milanesa. No entanto, considerando todas as adversidades, o certame está disparado em direção ao sucesso! Giovanni Vitaloni tem sido um presidente moderno e audaz que nunca se detém por nada. Assim o confirmámos diretamente.

E de Itália para Portugal, “brindamos” a uma Prooptica de três décadas! E sob nova e redimensionada sede, na medida de um sucesso conquistado com muita sagacidade e coragem. Abraçámos um Luís Justino orgulhoso e, na nossa opinião, vitorioso, a propósito do showroom no Porto e absorvemos as ideias que o tornam um exemplo a seguir como empresário. Parabéns!

A CECOP atreveu-se em mais uma ExpoCECOP, com profissionais e parceiros, justificando assim o crescimento exponencial no nosso país, com reuniões de interação e conhecimento. São um grupo que apela sempre mais aos óticos portugueses, graças à dimensão internacional e, mesmo assim, à proximidade com os seus aassociados.

E da ciência trazemos o lançamento de um livro que já é um êxito em Portugal, a partir da Universidade do Minho e dos seus docentes Madalena Lira e Jorge Jorge. Partilharam connosco este sucesso merecido e a missão de por Portugal a ver melhor. Ainda desta nobre instituição de ensino, assistimos à jornada que põe a contactologia em destaque. Ponha-se a par de como está este segmento cheio de potencial entre os consumidores das óticas. Estamos já de olho na próxima revista, para lhe trazer sempre mais ótica, afinal é aqui que ela está.

Estatuto Editorial / Sinopse

A Millioneyes é uma revista profissional dedicada ao setor da ótica, contando com presença integral online através da plataforma isuu.com.

A Millioneyes tem o objetivo de cobrir os acontecimentos específicos do seu setor e retratar a informação de forma rigorosa, com toda a dedicação e competência.

A Millioneyes traz uma abordagem íntima, atualizada e assertiva sobre o setor da ótica em Portugal, esmiuça perspetivas de outros países sobre a situação do mercado, retrata tendências em óculos, expõe dados científicos essenciais aos técnicos da área com o apoio dos oftalmologistas e optometristas e aborda de forma inédita os empresários que gerem os estabelecimentos nacionais.

A Millioneyes compromete-se a respeitar os princípios deontológicos e a ética profissional aplicada à atividade profissional dos jornalistas, assim como a boa fé dos leitores, através do trabalho dos seus colaboradores e diretor. A Millioneyes é independente do poder político e de grupos económicos, sociais e religiosos.

| 4 | #EDITORIAL

Eu vejo um futuro sustent ável sustentável

Um líder no mundo da moda confia na Opticalia para o desenvolvimento das suas coleções e da sua comunicação global de eyeware e sunwear. Publicidade, produto exclusivo, formação e digitalização fazem da Opticalia um dos grupos de óticos independentes mais importantes do mundo. 2023 VAI SER O ANO PARA ESTARMOS JUNTOS Contamos consigo na Opticalia? Tel. 218 550 980 www.opticaliaexpansion.com

16 IN YOUR EYES Zeiss Vision Care Pensamento e ação sustentáveis

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EYES OF THE WORLD

MIDO 2023

10 FRAME OUT Ultra Limited Trabalho artesanal que apaixona

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SOCIAL EYES ExpoCECOP 2023 “O futuro é hoje”

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EYES WIDE OPEN ContactUM 2023 Mais e melhor contactologia!

Diretora: Patrícia Vieites | Editora: Carla Mendes | Redação: Carla Mendes, Mariana Teixeira Santos, Célia Esteves, Marlene Maia | Design e Paginação: Paula Craft | Fotografia: Ruy Coelho | E-mail: millioneyes@outlook.pt | Tel: 96 232 78 90 | Periodicidade: Mensal | Tiragem: 2000 exemplares | Impressão: Uniarte Gráfica, S.A | Preço de capa em Portugal: 7,50 euros Depósito Legal n.º 419707/16 | Interdita a reprodução, mesmo que parcial, de textos, fotografias ou ilustrações sob quaisquer meios e para quaisquer fins, inclusive comerciais. Os artigos de opinião e os seus conteúdos são da total responsabilidade dos seus autores. A MillioneyesTM é propriedade da Parábolas e Estrelas – Edições Lda. com sede na Rua Manuel Faro Sarmento, 177, 4º esquerdo, 4470-464 Maia, Portugal | NIF: 510195865 | Gerente/Diretor - Cristóvão Jesus - Detentor de 100 por cento do capital social | Sede de Redação– Rua Elísio de Melo, 28, S 38 – 4000-196 Porto | Qualquer crítica ou sugestão deve remeter-se para: millioneyes@outlook.pt

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O “abraço” essencial da ótica
#ÍNDICE

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ULTRA LIMITED

Trabalho artesanal que apaixona

A casa transalpina envolve as suas armações numa campanha em que o rosto e os olhos ganham protagonismo, enquadrados pelas cores especiais Ultra Limited. A combinação de cada armação única e irrepetível com lenços exóticos, faz-se na perfeição em tonalidades vibrantes. O fotógrafo destaca a face feminina contra um fundo intenso que sublinha a delicadeza intrincada de cada modelo eyewear. “Esta campanha tem tudo a ver com a beleza e o drama no uso dos nossos glamorosos acessórios no rosto... sublinhando a singularidade dos modelos Ultra Limited, em que cada um é como nenhum outro", declarou o líder desta insígnia italiana, Tommaso Poltrone.

MYKITA/LEICA

Atrás das lentes

O novo projeto criativo da marca eyewear alemã mostra a colaboração de luxo com a Leica. Behind The Lens une uma série de fotos de vários artistas, mostrando um design eyewear funcional, reduzido e focado na performance superior. A coleção alinha a engenharia de produto inovadora da Mykita com a linguagem de design icónica, as melhores lentes e ótica da Leica.

GÖTTI

Gigantes que se expressam nos detalhes

As armações massivas de acetato sólido têm expressão em deliciosos detalhes imponentes. Arrojados e impressionantes, fascinam qualquer amante de óculos pela delicadeza dos elementos em filigrana. Inspiradas nos pontos do ö, as hastes transparentes escondem uma estrutura dourada refinada, fazendo destes óculos uma bela peça de colecionador.

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Edifício Premium Rua Miguel Serrano, nº9, 6ºAndar 1495-173 Miraflores, Portugal | Contacto: +351 210 004 552

ØRGREEN Leveza nórdica

A campanha mais recente da insígnia dinamarquesa exalta a leveza da capital Copenhaga, tanto pelo estilo de vida simples que se cultiva como pela relação única que mantém com a luz. E é também daqui que as armações da Ørgreen retiram a essência da sua estética ligeira e luminosa. Nas imagens destacam-se as peças em titânio e Quantum High, duráveis e excecionalmente leves, pintadas por cores bem estudadas e especiais.

LIU JO La vida loca

A marca de moda celebra a antecipação dos dias quentes com a coleção Joy. Modelos em acetato premium atestam a assinatura positiva e vívida da Liu Jo através de combinações vibrantes de cores sólidas e transparentes. As novas peças transmitem um estilo impetuoso numa construção confortável que torna o uso fácil e pleno de confiança.

ANDY WOLF X LALA BERLIN Uniões apaixonadas

Da junção da marca eyewear austríaca e da casa berlinense de moda urbana nascem dois óculos de sol em duas cores cada e um lenço de seda exclusivos, numa edição cápsula maravilhosa. A diversidade cultural de Berlim e um mundo inspirador é a base desta colaboração

Andy Wolf x Lala Berlin que encontra a harmonia e a joie de vivre da coleção veraneante da marca de moda de Berlim.

FRAME OUT | 12 |

Apaixonados pelo Sol

Disfrute ao máximo, mas sem esquecer a proteção dos seus olhos

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Lentes coloridas, polarizadas e espelhadas da HOYA.

Tecnologia japonesa para a visão.

#INTHESUNNYDAYSHOYA

CONSELHEIROS DA VISÃO GRUPO PREPARADO PARA OS DESAFIOS DO FUTURO

2023 iniciou-se com um renovado grupo de trabalho na direção dos Conselheiros da Visão. Unir para Crescer é o lema que a equipa traz como máxima para os próximos quatro anos de liderança da cooperativa. E como parte da estratégia de divulgação, destaca-se a presença no XXV Congresso de Optometria e Contactologia, de 24 a 26 de março, organizado pela União Profissional dos Ópticos e Optometristas Portugueses.

A tomada de posse da nova equipa dirigente dos Conselheiros da Visão foi solene e carregada de simbolismo, dada a longa história do grupo e das pessoas que se envolveram no novo desafio. No leme do grupo estão, no conselho de administração o presidente Pedro Soares, o vice-presidente Bruno Carloto e os vogais Sílvia Oliveira, Fernando Santos e Paulo Pereira. Na mesa da assembleia está a presidente a Teresa Boleixa, o vice-presidente Fernando Valente e a secretária Rita Novo. A tomar conta do conselho fiscal conta-se com António Névoa como presidente, Vítor Dias como vice-presidente e Luís Neves como secretário. Um dos grandes objetivos para este mandato é o crescimento dos Conselheiros da Visão, de forma a aumentar a capacidade negocial da cooperativa e consequentemente obter melhores benefícios para todos. O reforço do envolvimento dos sócios nas decisões do grupo é também uma premissa importante para os quatro anos que se avizinham, aumentando a coesão dos seus elementos e o alinhamento de todos com a marca Conselheiros da Visão. A perceção de qualidade e excelência entre o público está entre as preocupações, com o objetivo de manter a confiança conquistada junto dos clientes ao longo dos 33 anos de existência da marca.

“Também a responsabilidade social foi uma das bandeiras desta direção ao longo do último mandato. Apoiámos a Pata D'Açúcar, uma associação que treina cães para reconhecerem situações de hipoglicemia para que estes possam, assim, ajudar pacientes com diabetes, mas pretendemos alargar o nosso contributo a outras instituições que tanto necessitam de apoio”, explicaram em comunicado. A expetativa é enorme para os próximos quatro anos de Conselheiros da Visão, mas os objetivos também.

PRESENÇA NO XXV CONGRESSO DE OPTOMETRIA E CONTACTOLOGIA

Entre 24 e 26 de março, o grupo está presente no Casino da Figueira da Foz, a propósito do congresso organizado pela União Profissional dos Ópticos e Optometristas Portugueses. É um evento que reúne os principais profissionais do setor e com visibilidade e importância estratégica para os Conselheiros da Visão. O objetivo passa por potenciar novas ligações e vincar o posicionamento como um grupo de referência do setor, com um crescimento sustentado e assente em valores e atributos diferenciadores.

| 14 | #IN YOUR EYES

PENSAMENTO E AÇÃO SUSTENTÁVEL

O grande grupo multinacional arrecadou entre 2021/22 8800 milhões de euros em receita fiscal, em confronto com os 7500 do ano anterior. Juntando-se a este resultado, o facto de ter uma equipa de mais de 30 mil colaboradores em quase 50 países, a Zeiss sabe que tem que de ter uma mentalidade sustentável. Enquanto fundação lança três grandes objetivos: atuar contra as mudanças climáticas, contribuir para a economia circular e garantir que traz valor à sociedade com a sua atividade.

Os resultados anunciados foram históricos e conquistados mesmo considerando a situação geopolítica desafiante da empresa. “Quero agradecer sinceramente aos nossos colaboradores pelo seu compromisso pessoal, flexibilidade e conquistas consideráveis. Sem eles não seria possível superar este período com sucesso. Estamos tão satisfeitos com o desenvolvimento do nosso negócio, como com os passos que demos em direção a uma gestão sustentável no último ano fiscal. O êxito económico e a sustentabilidade devem-se ao mesmo fator: a nossa força inovadora!”, declarou Karl Lamprecht, presidente e CEO da Carl Zeiss AG.

Devido à integração numa fundação, a Zeiss assume a sua cota de responsabilidade para melhorar o mundo em que desenrola a sua atividade. Por isso mesmo, a sustentabilidade é um elemento central da sua estratégia corporativa. A Agenda 25 do grupo Zeiss tem os três focos já nomeados.

Na ação climática, a Zeiss quer operar de forma neutra em carbono, já em 2025. A empresa também ambiciona utilizar a energia de maneira eficiente até ao mesmo ano, seguindo passos muito precisos. O grupo esforça-se ain-

da por conseguir um uso circular dos recursos, para reduzir o impacto ambiental. E fá-lo implementando o uso de matérias renováveis e recicladas e reduzindo o consumo de água e a quantidade de resíduos que geram os processos industriais. Por fim, a Zeiss trabalha arduamente para gerar valor na sociedade com os seus produtos e soluções. Isto passa por proporcionar a tantas pessoas em todo o mundo a possibilidade de acesso a cuidados médicos de alta qualidade. Também através de atividades, patrocínios e o trabalho com educação e investigação, direitos humanos e diversidade, a empresa contribui para um mundo melhor.

A Zeiss publica anualmente um relatório de sustentabilidade que mostra como a empresa trabalha neste sentido e o grau de compromisso dos objetivos fixados. Aqui também vigoram as obrigações legais da companhia em difentes áreas. O mais recente relatório relativo a 2021/22, publicado em fevereiro e aprovado pela comissão executiva do grupo Zeiss cumpre com os standards estabelecidos pelo Global Reporting Initiative, a marca reconhecida internacionalmente para a apresentações de parâmetros de sustentabilidade. O

documento demonstrou que a Zeiss reduziu 70 por cento das suas emissões de CO2, 14 por cento do uso de energia, 25 por cento de consumo de água e até 29 por cento de produção de resíduos, e comparação com 2018/19.

ZEISS E OS OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos pelas Nações Unidas em 2015 e aplicados globalmente como referência, têm como limite 2030. A Zeiss está comprometida com o desafio. Para isso estudou as áreas em que, como empresa, podia ter mais impacto. Em 2018 realizou uma análise dos 17 objetivos principais e 169 secundários. Neste processo identificaram-se seis objetivos em que a Zeiss podia ter mais impacto nas pessoas, no meio ambiente e na sociedade com os seus processos comerciais, gama de produtos e serviços. Ou seja, o grupo investe hoje na saúde e bem-estar, na educação de qualidade, na dignidade no trabalho e crescimento económico, na indústria, inovação e infra-estruturas, no consumo e produção responsáveis e nas medidas de proteção climática.

IN YOUR EYES | 16 | ZEISS VISION CARE

Dos fabricantes da marca das lentes de contacto tão confortáveis como se não usasse nada* 1,2 .

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** Pode ser necessário um exame visual sujeito a honorários profissionais. Referência: 1. In a clinical study wherein patients (n=66) used AOSEPT® solution for nightly cleaning, disinfecting, and storing; Alcon data on file, 2021. 2. In a clinical trial to assess overall performance of DAILIES TOTAL1™ for Astigmatism lenses where n=134 patients; Alcon data on file, 2021. 3. In a clinical trial to evaluate stability of axis orientation of DAILIES TOTAL1™ for Astigmatism lenses where n=47; Alcon data on file, 2020. 4. In a clinical trial to evaluate on-eye performance of TOTAL30™ for Astigmatism lenses where n=69; Alcon data on file, 2021. 5. In a clinical trial to evaluate stability of axis orientation of DAILIES TOTAL1™ for Astigmatism lenses where n=47; Alcon data on file, 2020. 6. In a clinical trial to evaluate on-eye performance of TOTAL30™ for Astigmatism lenses where n=69; Alcon data on file, 2021. As lentes de contacto DAILIES TOTAL1™ for Astigmatism e TOTAL30™ for Astigmatism são dispositivos médicos indicados para a correção visual. Para mais informações sobre indicações, advertências, precauções, contraindicações e efeitos adversos, leia cuidadosamente a rotulagem e as instruções de utilização, disponíveis em https://ifu.alcon.com. ©2023 Alcon Inc. Revisto em 01/2023. Alcon Portugal-Produtos e Equipamentos Oftalmológicos, Lda. NIPC.501 251 685. PT-T30-2200096. PUB

DE CONTACTO MENSAIS
LENTES

VISÃO SEM SEGREDOS

A LUTA PELA SAÚDE VISUAL EM FORMA DE LIVRO

Os docentes, investigadores e optometristas Madalena Lira e Jorge Jorge protagonizam o mais recente avanço em prol da visão. Visão sem Segredos é o livro que esclarece, apoia e desmistifica o universo em torno da saúde visual, tanto na população em geral como entre os próprios profissionais. O lançamento da obra fez-se no epicentro onde estes dois especialistas empreendem a missão de fazer crescer a optometria portuguesa, a Universidade do Minho. O auditório da Escola de Ciências não foi suficiente para todos os que quiseram ouvir os autores e ainda o presidente da Escola de Ciências, José Manuel Meijóme, e o renomado oftalmologista Paulo Ribeiro, a 28 de fevereiro.

Madalena Lira confessou a todos os participantes que pensava que o auditório seria demasiado grande para o evento, mas perante um espaço repleto de pessoas, sentadas, de pé e em todos os cantos da sala, asseverou-se a dimensão que o livro Visão sem Segredos já ganhou antes mesmo do lançamento oficial. Paulo Ribeiro, diretor clínico da clínica Rufino Ribeiro, foi o primeiro convidado a explicar porque se envolveu na obra com a escrita do prefácio, em tom divertido e muito honesto, como lhe é caraterístico. “Que eu saiba as faculdades não têm uma cadeira fundamental: como se comunica com o doente? Genericamente diz-se que temos de adaptar o discurso ao grau

de capacidade intelectual e cultural do interlocutor. Mas como se faz isso? E quando se começa a trabalhar na saúde, apanha-se indivíduos com graus muito diversos de cultura e conhecimentos. E uma coisa é escrever um livrinho sobre como se deve responder a determinada questão, o que é útil, sim, mas o doente interrompe-nos e vira-nos para o lado e temos que improvisar a explicação.

E no improviso, por norma, há o erro.

E este livro, no plano científico, ajuda nisso, para que, quem exerce, não seja apanhado de surpresa junto do doente. Por mais experiência, por mais treino que se tenha, a “casca de banana” existe sempre e não há volta a dar. Este livro tem essa vantagem e, em vez de dizer

que aconselharia os doentes a lerem o livro, digo antes que aconselharia os professores a obrigar os alunos a lerem o livro (risos).”

José Manuel Meijóme secundou o oftalmologista discursando que “conseguiu-se o rigor técnico que é exigido para os leitores profissionais, não descurando a compreensão para a população em geral. O livro irá contribuir muito para algo que é uma obrigação para todos nós, que é promover a literacia em saúde, ou seja que cada cidadão contribua naquilo que pode fazer no seu dia a dia para cuidar da sua saúde, porque assim cuida da de todos.Quanto menos cada um de nós recorrer aos sistemas, menos sobrecarregados ficam e mais e melhor

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respostas daí advêm. E este é um desafio que se coloca na visão, porque temos muitos problemas decorrentes das evoluções sócio-económicas, das condições sócio-demográficas e todas elas stressam os serviços de oftalmologia e optometria e é preciso dar resposta.”

neste livro ideias de como explicar aos seus pacientes, com uma linguagem mais acessível e sem perder o rigor científico, a importância do olho e seus constituintes.

Ou seja, para além dos avanços científicos que empreendem no laboratório e da formação de jovens optometristas propõem-se levar as informações ao público final?

Esta é uma etapa da missão em prol da saúde visual nacional?

Este é o nosso contributo para o aumento da literacia em saúde visual. Foi a forma que encontrámos para ajudar a população em geral a saber mais sobre a visão e como pode cuidar dela. Hoje em dia, as pessoas recorrem a fontes de informação que frequentemente não são credíveis o que pode levar a situações mais complexas e prejudiciais em termos visuais. Com esta obra queremos ajudar a população em geral a conhecer a importância da visão, de como o meio onde estamos inseridos a pode afetar, e ainda, como se pode melhorar ou preservar algumas das respetivas funcionalidades. Os especialistas da visão, em particular os que estão a iniciar a sua carreira, podem encontrar

Nós somos professores universitários e investigadores na área da optometria e ciências da visão há cerca de 25 anos. Durante este período ensinámos centenas de alunos de licenciatura, de mestrado e de doutoramento e publicámos e apresentámos dezenas de trabalhos científicos. Enquanto docentes universitários, uma das nossas funções é a valorização social do conhecimento através da interação com a sociedade. A publicação dos trabalhos que habitualmente fazemos não chega a todos e, por isso, resolvemos transformar aquilo que fomos aprendendo e ensinando durante a nossa carreira em algo que chegue à população em geral. Este livro surgiu para isso, para disseminar entre a população em geral a informação científica pertinente numa linguagem acessível. O que adianta conhecer e produzir ciência se não formos capazes de a transmitir?

Como se dividiram para compilar esta obra?

Esta talvez tenha sido a parte mais simples para a criação desta obra. Apesar de termos os dois a mesma profissão, cada um de nós tem áreas de investigação e de ensino diferenciadas, a miopia, as lentes de contacto, o daltonismo, a visão binocular ou a visão e desporto, para referir alguns exemplos, são áreas a que cada um se tem dedicado e especializado o que tornou o processo de distribuição dos temas fácil.

Que dificuldades tiveram?

A maior dificuldade que encontramos foi selecionar os temas a abordar.

Inicialmente, fizemos uma prospeção sobre as dúvidas e perguntas mais frequentes dos pacientes e depois disso à medida que íamos escrevendo e completando os temas, apareciam novas ideias e novos assuntos para abordar até que tivemos que parar, pois, caso contrário ainda estaríamos a escrever. Na revisão do livro contámos com a ajuda inestimável de dois amigos, a Dra. Ana Maria Pinho e o Dr. Paulo Ramos, que, com o seu saber nos ajudaram. Outra parte que nos criou alguma ansiedade foi a escolha da editora, pois era uma área completamente nova para nós e tivemos que perceber qual das editoras seria a mais adequada para o tipo de obra.

O caminho em direção a uma saúde visual ótima em Portugal ainda é longo? O caminho da saúde visual é um caminho longo e por vezes algo sinuoso. É necessário a contribuição e empenho de todos os intervenientes para alcançar um ponto em que a população possa usufruir de serviços de saúde visual de qualidade em tempo útil. A nossa contribuição para isso tem sido feita desde o primeiro dia em que começámos a estudar na Universidade do Minho. O lançamento deste livro não será certamente o fim e pretendemos continuar a contribuir com a nossa investigação, com o ensino e com a interação com a sociedade para ajudar a melhorar a saúde visual dos portugueses.

E têm tido uma excelente recetividade sobre este Visão sem Segredos. A recetividade está a exceder as nossas expectativas. Nós sabíamos que o livro que escrevemos seria útil e que teria impacto na literacia para a saúde visual da população, mas não estávamos a contar a aceitação que estamos a ter. Para além das opiniões positivas dos profissionais da área e dos alunos, a recetividade por parte da comunicação social e do público em geral tem sido fantástica. Muito obrigada a todos os que têm colaborado para isso!

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MADALENA LIRA E JORGE JORGE EM DISCURSO DIRETO

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Transitions é uma marca registada e o logotipo é registado por Transitions Optical, Inc. A sua utilização está sujeita a autorização por parte da Transitions Optical Limited. GEN 8 é uma marca registada pela Transitions Optical Limited. A performance fotocromática é influenciada pela temperatura, a expositção aos raios UV e matéria da lente.

Armação Ray-Ban® - Lentes Transitions Gen 8 Amethyst. *Lentes inteligentes que se adaptam automaticamente às variações de luminosidade. As lentes Essilor® são qualificadas como dispositivos médicos nos termos previstos no Regulamento UE 2017/745.

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30 ANOS PROOPTICA

UMA CASA PORTUGUESA EM CRESCENDO!

A empresa nacional atravessa um momento muito positivo no seu percurso de três décadas. E para manter este ritmo acelerado, a equipa da Prooptica levou as novas coleções eyewear e produtos de ótica e decoração de norte a sul para estar próxima dos seus parceiros e deixar que a qualidade do seu trabalho ganhe dimensão.

A Millioneyes esteve no hotel HF Ipanema Park, no Porto, para consultar as novidades assinadas pela Prooptica. Os produtos focados num serviço transversal às óticas, desde os óculos, passando pela maquinaria, até à decoração encheram a sala primorosa preparada para dois dias de exposição. E muitos óticos nortenhos não perderam a oportunidade de descobrir as valências da empresa e a ocasião para estar, em pessoa, com os membros da Prooptica, incluindo o seu emblemático diretor geral, Luís Justino. Entre as marcas expostas, destacamos o novo embaixador da marca própria da empresa, a Danell. O elegante ator Rui Santos encarnou na perfeição os ideais da marca masculina, com imagens marcantes e em que os óculos ganham dinamismo. Um homem clássico que aprecia moda e adora detalhes

especiais é o que define o consumidor Danell e Rui Santos transmite esta mensagem na perfeição. “Foi fascinante fazer a sessão fotográfica com o Rui e perceber o quanto ele se encaixa com a marca”, disse-nos Alexandra Fernandes, a responsável pelo segmento de óculos de sol e armações da Prooptica. Neste desfile de novos desenhos e matérias das marcas próprias esteve ainda a Masai, vencedora no binómio qualidade/preço e onde se assinala o uso de acetato Mazzucchelli injetado nos frontais e hastes trabalhadas à mão. E a fechar as insígnias internas esteve ainda uma colorida Piper dedicada a pequenos aventureiros e que tem no conforto do silicone a sua força na conquista de consumidores.

“São marcas importantes para termos outro tipo de produto e dirigirmo-nos a outros targets, ou melhor, abarcar

praticamente todos os segmentos que existem no mercado. Adicionalmente, as marcas que utilizamos como marcas próprias permitem-nos testar produtos e tecnologias que ainda não testámos em moda portuguesa. Na Danell, por exemplo, utilizamos acetato de muito baixa densidade e acrescentamos detalhes metálicos na decoração dos modelos. Introduzimos ainda o titânio e o aço inoxidável cirúrgico. Confirmamos que funciona e alargamos às marcas de maior consumo. São novos desafios tecnológicos e de produto que nos permitem fazer evoluir as coleções portuguesas”, explicou Luís Justino.

As marcas portuguesas continuam a ser o grande movimento de diferenciação da Prooptica dentro do mercado. “Fizemos nos últimos cinco anos um investimento brutal nestas marcas,

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exatamente para as colocar num patamar internacional e é também o que nos permite levar o negócio além fronteiras. Cada vez a Prooptica está a trabalhar mercados como Marrocos, com um grande distribuidor, Espanha onde temos intervenção direta, Grécia, com distribuidor e todos os PALOP’s e já começamos a ter uma quota importante de internacionalização”, reforçou o líder da Prooptica.

A dar cor ao desfile de marcas do showroom da Prooptica esteve ainda o lançamento da faceta eyewear da marca Duyos. Fundada pelo proeminente estilista espanhol, Juan Duyos, a empresa portuguesa ganhou uma coleção que transmite os ideais da alta costura desenvolvidos pela insígnia. Destaca-se na multiplicidade de tons, nos estampados e nos padrões floridos. “Quisemos trazer tudo o que ele tem nas suas coleções para a linha de óculos. Temos muito sucesso com o produto português em Espanha, mas faltam ainda as grandes contas espanholas e percebemos que o Juan Duyos é muito relevante no país vizinho. Já ganhou muitas vezes a moda Madrid, e já teve coleção de óculos no passado e portanto os óticos não estranham a entrada desta coleção. Está a ter, curiosamente, muito boa aceitação em Portugal”, especificou Luís Justino.

NOVA CASA PARA NOVAS EXIGÊNCIAS

À chegada dos 30 anos de empresa, a Prooptica anuncia a inauguração de uma nova localização da sua sede. “Embora estivéssemos no centro de Lisboa tínhamos as nossas valências separadas por causa da dimensão que a empresa foi conquistando. Agora vamos ter 1200 metros quadrados, trabalhados de propósito para um empresa de distribuição de ótica. Vamos usufruir de um armazém enorme, dividido entre uma área para material mais pesado, como displays, maquinaria, líquidos entre outros e depois uma área que

armazém de óculos como gostamos, organizado e automatizado. Tudo isto com a chegada e saída de camiões facilitada, porque não têm que entrar em Lisboa, poupando o tempo que por vezes se perdia a dividir a mercadoria por transportes mais pequenos. Temos ainda um showroom com dimensão, um espaço para os colaboradores e várias salas de reuniões. E o acesso com transportes públicos é fácil, o que torna as visitas de clientes ou parceiros facilitada”, congratulou-se o diretor geral. À pergunta se esta mudança é uma celebração dos 30 anos ou se tem a ver com o momento da empresa, Luís Justino não hesita. “Sem dúvida com o momento da Prooptica. Já procurávamos

um espaço há algum tempo, mas não conseguíamos combinar o que para nós era fundamental: um espaço onde pudéssemos ter armazéns, escritórios, tudo no mesmo edifício, os acessos, porque não queria perder ninguém da minha equipa e o espaço tinha que ser perfeitamente adaptado aquilo que são as nossas exigências e, claro, o preço num período em que este disparam em Lisboa. Conciliou-se tudo, estamos num bom momento!”

Para o futuro, a equipa da Prooptica tem foco na sustentação de tudo o que foi conquistado ao longo de 30 anos de muito trabalho e, sobretudo, na internacionalização do negócio , enquanto se faz crescer o mercado português.

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EXPOCECOP 2023 “O FUTURO É HOJE”

Ocorreu a 4 e 5 de março o encontro da CECOP. No Montebelo Vista Alegre Ílhavo Hotel, em Aveiro, sob desígnios, ao mesmo tempo, de charme e de descontração, os óticos portugueses deste grupo multinacional reuniram, como tradicionalmente ao ritmo anual, e festejaram os 20 anos da empresa no nosso país. Uma vez mais, foram batidos recordes de participação, espelhando o crescimento constante do grupo em Portugal.

Com o tema “Reinventar o presente para olhar o futuro”, vários palestrantes procuraram incentivar e motivar os empresários ali reunidos. No sábado, dia 4, Francisco Lufinha, campeão nacional português de kitesurf, apresentou a comunicação “Desafios extremos em alto mar”. Depois, João Catalão, presidente da AIC (Associação Ibero-americana de Coaching) brindou os presentes com "A magia do 7como maximizar resultados”.

No domingo, Helder Amador, especialista do mundo digital, falou sobre "O digital como o grande agente da mudança”, e Ana Penim, coach e formadora, desvendou “Os segredos de

vendas para o presente e futuro”. As palestras encerraram com o coach Eduardo Espinheira, que abordou o tema "Crescer e aprender em comunidade" de forma dinâmica.

Ao longo de todo o fim de semana, os óticos puderam consultar os fornecedores parceiros da CECOP no intervalo das palestras e no fim das mesmas, o que lhes permitiu manterem-se a par das novidades, desenvolver contactos e mesmo realizar negócio.

E porque a data era de festa, no jantar de sábado, os presentes foram surpreendidos com um espetáculo de música e dança. Durante o show, elencaram-se os principais momentos

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Texto: Marlene Maia

que o mundo passou nestas duas últimas décadas, coordenados com a evolução do próprio grupo empresarial. David Carvalho, o homem forte da CECOP Portugal e que ainda acumula a liderança do mercado espanhol, não esteve presente por razões de saúde e por isso falámos com Júlia Padilha e Rui Dias, respetivamente diretora de marketing e diretor comercial do grupo em Portugal. Ficamos a conhecer a evolução do grupo, os projetos para o futuro e a visão estratégica de negócio que a CECOP procura transmitir aos seus associados.

JÚLIA PADILHA E RUI DIAS EM DISCURSO DIRETO

Considerando o crescimento do grupo, a ExpoCECOP de 2023 suplantou os recordes registados no ano passado?

Júlia Padilha: - Relativamente ao ano passado, esta edição bate recordes em número de associados inscritos. Algo que é muito bom, mas que também não é surpresa, uma vez que o próprio grupo aumentou bastante o número de associados, com um crescimento de 40 por cento nos últimos três anos. Os nossos fornecedores e partners também apoiam e participam neste fim de semana de encontro. No ano passado, tivemos 40 a 50 óticas; este ano foram 80, num total de quase 200 pessoas.

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"No ano passado, tivemos 40 a 50 óticas; este ano foram 80, num total de quase 200 pessoas"
Foto: Marlene Maia

O tema continua a seguir as linhas do que foi discutido em 2022. O mercado “caminha” sobre incógnitas quanto ao futuro?

JP: Nós quisemos trazer este tema para evidenciar a importância dos óticos empreendedores que conseguem reinventar-se. Desejamos frisar que a resiliência nos desafios ao longo da trajetória é essencial, para que os empresários consigam enfrentar o futuro ultrapassando as dificuldades e ao mesmo tempo continuando a criar oportunidades de negócio e a evoluir no mercado.

Na prática, o que é que este fim de semana aportou aos óticos presentes?

Rui Dias: Costumo dizer que a CECOP é uma empresa de século XXII, apesar de estarmos no século XXI. E, por isso, cada vez mais queremos ter connosco empresários e fornecedores que tenham essa mentalidade. Todo este programa da ExpoCECOP alerta para a evidência de que o futuro é hoje. O que é que isto quer dizer? Vejamos: mais do que nunca, muito rapidamente há evolução tecnológica e novas ferramentas a aparecerem. E nós queremos que os empresários que fazem parte da CECOP olhem para este momento de reunião e possam fazer uma das coisas que achamos um pilar fundamental do negócio: a transformação, seja ela física, digital ou transversal a todas as áreas.

Apesar de tudo, 2022 foi um ano vencedor para a CECOP. A que se deve este interesse crescente do mercado português neste grupo em específico, na vossa opinião?

RD: A proposta de valor da CECOP enquanto empresa baseia-se, não apenas mas também, em temas como a rentabilidade. Sabemos que é importante para o ótico - qualquer ótico - fazer muitas vendas. Mas estamos conscientes de que são igualmente relevantes as condições de compra de que o ótico pode usufruir. À parte disso, o que é diferenciador no nosso grupo face

aos demais, é que nós não alteramos o ADN dos nossos empresários. Nós temos hoje na nossa rede, orgulhosamente, pessoas com, por exemplo, 50 anos no mercado da ótica que sempre estiveram independentes, mas que sentiram que, trabalhando connosco, iam poder manter a identidade da loja e continuar a relação honesta que têm com os consumidores finais. No fundo, os nossos associados sentem que a ótica continua a ser dos proprietários, coisa que não acontece num grupo de imagem. Além disso, conseguimos ter um dossier de formação e de ferramentas tecnológicas ímpar no país, o que faz de nós o grupo mais proativo em Portugal nessa matéria.

E para 2023 que estratégias têm implementadas para Portugal?

RD: Em 2016 a CECOP teria um máximo de 120 associados, representando um pacote de compras na ordem dos três milhões de euros. Em 2022, fechamos o ano com mais de 10 milhões de compras, num total de 178 empresas associadas e cerca de 250 pontos de venda. Faz parte da nossa estratégia continuar a crescer, não só em número de associados, mas igualmente na qualidade dos mesmos. Continuaremos a ir ao mercado à procura daqueles que são as referências do setor da ótica em Portugal, seja no continente ou nas

ilhas. Temos muito bem identificado no plano de negócios como vamos crescer no país, como vamos terminar o ano de 2023, objetivos já para 2025, 2031… E isto sempre levando em consideração as congéneres noutros países, porque fazemos parte de uma comunidade global.

Quanto à CECOP internacional, há novas fronteiras a conquistar?

RD: Queremos continuar a abrir em novos mercados e a expandir em países onde já estamos. Vamos seguramente continuar a crescer e consolidar a nossa posição de maior grupo de óticos independentes a nível mundial. Acredito que pode até ser que a curto-médio prazo cheguemos aos cinco continentes.

O líder da CECOP Portugal tem muito a ver com esta dinâmica do grupo. A sua ausência marca a ExpoCECOP 2023.

JP: O David fez muita falta neste evento, porque agrega muito, não só na parte de conhecimento, como de liderança, porque ele motiva muitíssimo o trabalho de equipa.

RD: Somos privilegiados por trabalhar com o David. Ele faz-nos crescer todos os dias e desafia-nos a melhorar continuamente. Partilha muito do que sabe e estamos ansiosos que regresse.

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CONTACTUM 2023

MAIS E MELHOR CONTACTOLOGIA!

A 18ª Jornada Científico-Técnica de Contactologia da Universidade do Minho arrebatou recordes ao envolver mais de 350 profissionais. Entre estudantes e investigadores e especialistas no ativo das mais recentes evoluções em lentes de contacto por parte da indústria e ainda a evolução da adaptação das mesmas a nível nacional e internacional. O encontro fez-se virtualmente, a 14 de fevereiro, com um painel de qualidade e as habituais rubricas que apelam à participação ativa.

O diretor do curso de licenciatura em Optometria e Ciências da Visão, Paulo Fernandes, abriu o ContactUM de 2023, louvando o interesse crescente tanto das empresas como de participantes na conferência. Entre as temáticas expostas, destacamos aqui a palestra que abriu a 18ª edição do evento dedicado às lentes de contacto da Universidade do Minho.

AS LENTES DE CONTACTO EM PERSPETIVA HISTÓRICA

António López Alemany, oftalmologista e docente e investigador na Universidade de Valência, Espanha, conduziu os participantes pela experiência muito próxima de ver o desenvolvimento das lentes de contacto. O médico explicou que, de facto, no ano 1976, enquanto tirava o seu curso de ótica e optometria na Universidade

Complutense de Madrid, a Contactologia não existia como matéria independente. Estava integrada no tema Optometria. “Imperavam” as rígidas não permeáveis ao gás e introduziam-se as lentes hidrófilas de desenho centrifugado sob patente do químico checoslovaco Otto Wichterle, a quem se atribui a responsabilidade pela invenção das lentes de contacto modernas. Foi o espanhol Miguel Refojo, químico e membro do Instituto de Investigação do Olho Schepens, da Universidade de Harvard, que desenhou um polímero em 1974, o Crofilcon A, que deu lugar a uma lente de contacto comercializável, a CSI (Corneal Science Incorporated) e que acumulava menos depósito.

“No fundo procurava-se o uso prolongado das lentes, o chamado “El Dorado” da contactologia”, assinalou o investigador. Parecia uma utopia e a primeira

tentativa neste âmbito foi com as Permalens, nos anos ’70, as lentes de hidrogel de alta hidratação de John de Carle. Teve que se desistir. Faltavam propriedades físico-químicas importantes para atingir o objetivo do uso prolongado. “Nos anos ’80, adaptávamos muitas lentes rígidas permeáveis ao gás, com excelente performance visual e fisiologia e que a pouco se foram perdendo, por muitas razões discutíveis. Tínhamos poucas alternativas e os pacientes eram muito receptivos a esse tipo de lentes. Com adaptação mais minoritária tínhamos as esclerais, lentes de contacto de colagénio, que cumpriam uma função terapêutica e depois desapareciam do olho por decomposição, para casos de patologia corneal. Nesse mesmo período ainda se tentou a adaptação das lentes multifocais Echelon, mas eram frágeis."

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António Alemany disse ainda que o papel dos profissionais da visão ligados à contactologia era importante para os pacientes com catarata. Esta era extraída sem colocação de lente intra-ocular e tinha que se atribuir uma compensação ótica. As lentes intraoculares só se estabeleceram mais no fim dos anos ’80, início dos ’90. "Usávamos muito a lente que já não existe Bausch and Lomb CW 79 para afáquicos e que melhorava muitos aspetos nos doentes. A manutenção das lentes na altura era feita com unidades de desinfeção, ou aparelhos que faziam a desinfeção física através de calor ou ultra-som e raios UV." Naqueles momentos a indústria passava aos profissionais as lentes e aparelhos desinfetantes que chegavam assim aos clientes que nem sabiam marcas, nem potências nem nada, porque era o optometrista que decidia. “Isso mudou no fim dos anos ’80 quando surgiram aquilo a que chamo as “caixitas”, com a J&J na frente. As pessoas podiam assim gerir a compra e decisão sobre as suas lentes, prescindindo muitas vezes da opinião profissional. Introduziu ainda a mudança na frequência de uso com lentes descartáveis. Voltou-se ao “el dorado” que era o uso prolongado. Enquanto as descartáveis, por se trocarem frequentemente, acumulavam menos depósitos, o uso prolongado diminuiria a manipulação e não precisaria de manutenção. As descartáveis demonstraram diminuir casos de olho vermelho agudo e infeções, mas aumentavam os casos associados à fisiologia da córnea. Tinham hipoxia crónica, porque não aportavam oxigénio necessário a um uso prolongado.

A solução passava por fabricar lentes mais finas. A indústria remediou o problema com a troca mais frequente das lentes de 15 dias a um mês. Mesmo assim questiono-me como organismos como a Food and Drug Administration permitiu que saíssem para o mercado, havendo evidência científica que os materiais não permitiam a passagem suficiente de oxigénio para o olho. Os perigos da retirada do profissional do âmbito das compras das lentes trouxe muitos efeitos indesejados nos resultados do uso”, dissertou o investigador. Nos anos ’90 lidou-se com os problemas advindos das cirurgias refrativas cuja solução esteve nas lentes de contacto de geometria inversa para compensar as ametropias residuais destes doentes. Daqui retomou-se o tema da ortoqueratologia com melhores resultados e mais rápido e desenhavam-se em materiais com alta transmissibilidade de oxigénio.

Já no fim dos anos ’90 aconteceu aqui-

lo que revolucionou a contactologia: o aparecimento dos materiais de siloxano-hidrogel (não silicone porque na sua composição há zonas com silício que permitem a passagem do oxigénio). Equivaleram a comodidade, mobilidade e passagem de oxigénio. Faltava-lhes a manutenção da humectabilidade debaixo da lente que trouxe complicações, apesar de ter maior oxigénio. A indústria assumiu a mesma estratégias das primeiras lentes descartáveis e foi abandonando o siloxano hidrogel e diminuindo o tempo de uso destas lentes. “Acredito mesmo que só melhoraremos a questão do uso prolongado quando melhorarmos a questão do fluxo lacrimal. A permeabilidade hidráulica é o ponto chave da investigação na contactologia. Chegados ao século XXI melhorámos apenas a transmissibilidade do oxigénio”, continuou o médico. O envelhecimento da população fez a indústria virar-se para a presbiopia. Voltou-se também a pensar mais nas lentes esclerais e semi esclerais para pessoas com córneas irregulares, sobretudo com querotocone. A indústria tenta porém que, estas lentes cheguem a mais pessoas mesmo sem alterações morfológicas, só ametrópicas. Voltou-se também às lentes híbridas, com zona central semi-rígida e extremidades hidrófilas. Ainda assim o conforto ainda é um tema quente. “Organizou-se, inclusive, um grupo internacional para analisar a causa de desconforto e para prevenir o abandono das lentes de contacto. Entre as conclusões, o mais importante seria o usuário seguir sempre as indicações de manutenção das lentes”, acrescentou Alemany.

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A evolução nos materiais e produção permitiu preços de fabrico muito mais baixos e deu origem às lentes diárias, garantindo melhor uso, mais conforto e menor manutenção. Têm, porém o revés do preço alto e a menor atenção ambiental. Aliás, os fabricantes já começam a criar formas de reciclar e educam os usuários a descartar as lentes em locais adequados. Mais recentemente, surgiu a questão do aumento a miopia na população infantil e como preveni-la, retomando a questão da adaptação das lentes em crianças. O futuro das lentes de contacto? “Melhor biocompatibilidade humana e ambiental e aplicarem-se em situações para além da correção visual, de onde se destacam, por exemplo as smart lenses”, conclui o António Alemany.

EVOLUÇÃO DA ADAPTAÇÃO LENTES DE CONTACTO

2007-2023

Rute Macedo-de-Araújo, investigadora da Universidade do Minho, tomou a dianteira desta importante atualização anual. Através de um inquérito voluntário direcionado a todos os profissionais, reúnem-se desde 2007 informações sobre a adaptação das lentes de contacto num conjunto de muitos países que aderiram a este projeto liderado pela Universidade de Manchester, no Reino Unido. Os resultados são divulgados na revista Contact Lens Spectrum, limitados aos mercados que conseguiram recolher informações de 100 ou mais adaptações.

Em 2022 foram 22 os países que conseguiram atingir as 100, com um total de 13.136 adaptações, menos 1000 que em 2021. Portugal aumentou o número de adaptações reportadas, registando 298. Em análise e para comparação anual, a estudiosa Rute Macedo-de-Araújo explicou que usam apenas os 11 países mais representativos na adaptação de lentes de contacto. Posto isto, as novas adaptações aumentarem em 2022, com a média dos 11 países a situar-se nos 39 por cento do total das adaptações, mais

três por cento que em 2021, e Portugal a registar 50 por cento de novas adaptações, mais cinco por centro que no ano transato, estando no topo três dos principais países, com Espanha e Reino Unido. A maioria das adaptações são feitas em mulheres. Quanto à idade, há um aumento, talvez devido à adaptação de lentes multifocais, embora não muito significativo também devido à adaptação cada vez mais precoce de lentes, nomeadamente as de controlo da miopia em crianças e adolescentes. O material mais em voga foi o silicone hidrogel e Portugal esteve quase sempre bem acima da média global no que diz respeito a este âmbito. “Em 2021 baixou, mas em 2022 registámos a maior percentagem de sempre com 84 por cento”, explanou a investigadora. As descartáveis diárias também têm aumentado em adaptações, e Portugal não foi muito recetivo no início, mas vai acompanhando. As de substituição mensal têm decrescido, por sua vez, embora Portugal se mantenha superior à média, mas também com tendência para decrescer. As tóricas têm em Portugal uma bandeira que se mantém bem acima das adaptações globais, embora com ligeiro decréscimo de 2021 para 2022. “Aliás, adaptamos quase 35 por cento do total de lentes hidrófilas tóricas”, disse Rute Macedo-de-Araújo. As multifocais assumem a mesma tendência. A Millioneyes vai publicar o estudo na íntegra em breve, mas a participação dos profissionais continua a ser vital para a manutenção da imagem portuguesa neste estudo multinacional.

MITOS E PRECONCEITOS NA CONTACTOLOGIA

A habitual palestra sobre os mitos e preconceitos na Contactologia sob luz da evidência científica, teve voz no professor e investigador José González-Méijome. Este é também um momento em que os participantes da ContactUM interagem com o evento, dando a sua opinião sobre as questões levantadas. Entre as várias questões surgiu a ideia

de que as lentes esclerais aumentariam a pressão intraocular. Os vários estudos com várias metodologias dizem que não se pode afirmar que, ao dia de hoje, elas aumentem a pressão intraocular de forma clinicamente significativa, mas se considerarmos o valor do desvio padrão em alguns casos, pode ter havido alterações ligadas à colocação da lente de contacto. É necessária atenção e fazer parte da adaptação a medição frequente da pressão intraocular. E um tema em voga e que foi colocado perante a “plateia” centra-se na aplicabilidade das smartlenses. “De facto, é plausível o seu uso como referiu o professor António Alemany, mas ainda está num plano pouco definido, porque apesar de ser um gadget não deixa de ser uma lente de contacto. Que outras implicações teria? Onde se poderá vender? Como se adapta? Precisa de carregador?... É uma realidade que vai instalar-se mas a médio/longo prazo”, defendeu baseado nas discussões dos estudiosos, José González-Méijome. Paralelamente a estas apresentações, as empresas também tiveram espaço para divulgarem os seus trabalhos, avanços e produtos, tornando a jornada rica e interessante. Em 2024 haverá mais novidades ao ritmo de um segmento de enorme potencial para a ótica.

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MIDO 2023

O “ABRAÇO”

ESSENCIAL DA ÓTICA

Em 2023, a ótica teve o seu reencontro milanês envolto em negócios, cultura e festa. Com a poderosa cidade nortenha transalpina como fundo sedutor, a 51 ª MIDO tinha a pressão de responder à pergunta: qual o futuro das grandes feiras mundiais de ótica. A resposta foi-nos dada diretamente pela energia sentida nos corredores, pelo crescimento do segmento independente e pelo próprio presidente do certame, Giovanni Vitaloni que nos concedeu uma entrevista importante e elucidativa. A prova mais cabal está nas 140 nacionalidades que marcaram presença da MIDO, os mais de mil expositores e as 35 mil entradas registadas em três dias intensos de trabalho e convívio. Confessamos que sentimos a diminuição em relação às grande edições que reuniam quase 60 mil visitantes, como a feira recordista de 2019, mas o líder da MIDO tem a certeza que este passo dado em 2023 é já prenúncio de um futuro brilhante para este e todos os grandes eventos mundiais dedicados à indústria eyewear. Ou seja, a ótica passa por este encontro pessoal, pelos sorrisos de quem cria e de quem compra e vende e dos abraços entre colegas de longa data. Apresentamos-lhe o retrato de uma MIDO vencedora!

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Depois da entrada controlada pelos detetores de metal, subir as escadas do complexo de feiras de Milão e passar as estruturas transparentes e poderosas demos um passo em direção a memórias incríveis. No entanto o caminho fez-se em direção às novas tendências, não só de moda, mas também culturais e tecnológicas. Embora os corredores estivessem “largos” havia a agitação que adoramos. Stands maravilhosos, os rostos de sempre, as grandes marcas e outras que cresceram completaram uma MIDO bem sucedida. Entre as grandes novidades em 2023 registou-se a presença da gigante EssilorLuxottica no pavilhão 3, com impacto e dimensão. Ainda a destacar o crescimento considerável da área Academy, com imensas empresas independentes e grande movimentação por parte dos visitantes, num ambiente primoroso desenvolvido pela própria organização da MIDO. É uma incubadora ide ideias excepcional, com produtos exclusivos e muito originais e onde se pode conhecer, em pessoa, os criadores com quem se trocam ideias e se descobre a raiz criativa dos conceitos apresentados. Num dos extremos da Academy também encontrámos o espaço Start Up. Uma estrutura desenhada pela MIDO, sustentável e bonita, destacada pelos sonhos de tantos designers que se querem fazer valer na ótica.

Enquanto os olhos se perdem entre os óculos mais bonitos do mundo, o corpo relaxou nos espaços incríveis que a equipa da MIDO proporciona. Por baixo de uma enorme espelho côncavo, num enorme trampolim, em almofadas gigantes ou sob efeito do calor de bebidas quentes, tipicamente italianas, ou do espumante à descrição, os flash mobs inesperados por parte de um grupo de bailarinos liderados pelo famoso coreógrafo Giacomo Frassica são momentos que tornam esta feira especial e incontornável. E para se imbuir a 100 por cento do espírito MIDO, perto do Press Village, a organização proporcionou uma verdadeira viagem pelo interior da campanha que coloriu a comunicação social de todo o mundo em nome da feira italiana, a Frames.

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E OS PRÓXIMOS DESEJOS DOS CONSUMIDORES SÃO…

A empresa de estudos de mercado WGSN deslinda as tendências em eyewear para a próxima temporada, ao serviço da MIDO. Ou seja, os dias quentes que já se sonham vão desenhar-se ao ritmo de reinterpretações geométricas funcionais, estéticas elaboradas, edições limitadas únicas, detalhes originais, nuances inspiradas na natureza e um incontornável foco na sustentabilidade e inclusividade. O design eyewear inclina-se para a personalização e exclusividade e as matérias desenvolvem-se em torno de cinco temas chave. A primeira é Metais do Metaverso como uma espécie de realidade virtual imaginativa e envolvente que inspira cores metálicas quase psicadélicas. Segue-se o Incrustado, focado numa futurista hipertextura com superfícies incrustadas, precisamente, e fundidas com formas sólidas. Aqui os materiais são muito variados e incluem objetos reciclados. A tendência Vulcânico é sugestiva de erupções coloridas e matérias que remetem para incandescência, deserto, fogo e metal derretido. Neste processo favorece-se o uso de pigmentos obtidos a partir de processos amigos do ambiente. O Diamante Rosa assume-se na perfeição na expressão voir la vie en rose, sendo uma tendência romântica mas também arrojada, através de reflexos brilhantes

e rosas fundentes. Diamantes naturais, reciclados ou desenvolvidos em laboratório são primordiais. A última é Beleza Recuperada e explora o conceito de upcycling com uso de materiais descartados que se transformam em novos objetos de valor.

No campo dos formatos e geometrias, o objetivo para a primavera/verão de 2024 é a funcionalidade, com uma estética apurada, silhuetas clássicas reimaginadas e plenas de detalhes inovadores, originais e surpreendentes. E aqui há cinco formas que se destacam: Modelo Subtil Competitivo, Máscara Fashion, Modelo Clássico Futuro, Modelo Geométrico e Modelo Irregular Surreal.

As cores que se vão destacar estão divididas em cinco divisões. Vermelho Radiante que expressa paixão e entusiasmo num tom emocional e estimulante, estendendo-se da realidade física à virtual. O Azul Elementar transmite tranquilidade, narrando uma vida lenta e maior consciência sensorial. A Casca de Noz é um castanho natural intenso com tonalidades terrenas picantes que evoca calor e segurança. Já o Lima Cyber é um amarelo neon muito tecnológico que dá energia ao corpo e à mente. A encerrar o desfile de cores, o Rosa Fundente é um tom pastel pigmentado com charme jovem desinibido e ligado ao prazer que se torna sempre mais central para os consumidores de 2024.

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PRÉMIOS MIDO 2023

Em pleno Fashion District, a MIDO chamou para o palco empresas que se distinguiram, segundo os especialistas chamados a ajuizar a atribuição dos prémios, como melhor loja, como detentoras do stand mais sustentável e, pela primeira vez da feira milanesa, como mais envolvidas com a sustentabilidade.

O vencedor do prémio Bestore na categoria de design foi a italiana Ottica Bux e na categoria de inovação calhou à Megaoptika, de Lviv, Ucrânia. O galardão mais verde, o Stand Up for Green foi dedicado à Marchon Italia

A MIDO 2023 também organizou o CSE - Prémio para o Eyewear Sustentável Certificado, em conluio com a Associação de Fornecedores de Artigos de Ótica (ANFAO na sigla italiana) de Itália e a Certottica, o instituto de certificação de produtos óticos do país. Entre as seis categorias desenhadas para o CSE delinearam-se os seguintes premiados:

Ø CSE Award Óculos de Sol Europa:

NEUBAU EYEWEAR - NEUBAU (Áustria)

Ø CSE Award Óculos de Sol Resto do Mundo: MITA EYEWEAR - Vision of Tomorrow (EUA)

Ø CSE Award Armações Europa: EYEWEAR 4 YOU - LLEXAN ITALIA (Itália)

Ø CSE Award Armações Resto do Mundo: MONOGRAM EYEWEAR (Emirados Árabes Unidos)

Ø CSE Award Estojos Europa: ECO - MODO EYEWEAR (Itália)

Ø CSE Award Estojos Resto do Mundo: KARUN EYEWEAR - KARUN (Chile)

AS “CONVERSAS” EM PROL DA MELHOR ÓTICA!

E de facto o espaço do Otticlub abriu portas logo na primeira jornada da MIDO para um tema que encheu o auditório. Fomentar a Liderança no Feminino na Ótica denomina um projeto patrocinado pela Fundação Bellisario, que luta em prol da paridade de género, e organizado em colaboração com a escola superior de Gestão SDA Bocconi. Visa monitorizar o trabalho das mulheres no setor e incentivar uma cultura corporativa mais inclusiva. E as primeiras palestras da MIDO debruçaram-se sobre esta temática premente. Ainda no apoio à atividade do retalho, o Otticlub recebeu durante todos os três dias de feira, a rubrica How To?, afeta a soluções inovadoras para tornar os negócios de ótica mais apelativos aos sempre mais exigentes con-

sumidores. São exemplos destacados a mesa redonda Como definir o estilo e personalidade através dos óculos. Styling como oportunidade para os óticos. O tema foi preparado por Nick Cerione, um famosos diretor criativo italiano responsável pela imagem de famosos como Måneskin, Jovanotti ou Laura Pausini. Ainda as conferências sobre design de luzes na ótica e formas de fazer o ponto de venda interessante através da conjugação de comércio, arte, comunicação e criatividade trouxe uma abordagem inovadora no desenvolvimento da experiência do consumidor. Sustentabilidade, controlo da miopia, novos paradigmas na produção de óculos, alimentação e saúde visual e as tendências que se avizinham compuseram três dias de vozes especializadas em áreas centrais para um futuro rentável.

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"Temos uma prova clara que a feira tem bom futuro e que representa uma boa oportunidade comercial e de negócio"

UMA ÓTICA GLOBAL QUE ANTEVÊ CONTRAÇÃO

EYEWEAR SHINES WITH EXPORTS, BUT MUST TAKE INTO ACCOUNT INCREASING COSTS

2022 PRELIMINARY BALANCE: PRODUCTION +24%, EXPORT +22.5%.

1H 2023 FORECAST: EXPORT +6-8%.

THE 2022 GLOBAL CONTEXT

At the gates of 2022, the world was expecting a simpler, post-pandemic period, but reality made us realise that we were facing something quite different. 2022 was a year that will be remembered in economics and history books for the Russian invasion of Ukraine, which disrupted an economic system that had yet to stabilise from the pandemic.

We have entered a world of even more rapid change, with unprecedented political and media polarisation, severe supply chain problems, spikes in inflation, debt and geopolitical conflicts. Some analysts have gone so far as to call this situation ' the new era of chaos'.

In the course of 2022, the conflict in Ukraine, the soaring cost of living and this new atmosphere of extreme general concern were the leitmotif of the entire global economic scenario. In its latest October Outlook, the IMF reported a sharp slowdown for the US economy compared to expectations at the beginning of the year, as well as for the German economy.

A associação mais representativa dos fornecedores de produtos óticos italiana apresentou dados essenciais sobre o mercado, apontando um período negro na maioria dos países e advertindo que o pior está para vir, por causa do aumento contínuo dos custos. “Às portas” de 2022, a sociedade achava que a recuperação ia ser crescente, mas enfrentámos um novo desafio, sob a forma de uma guerra e a consequente disrupção do sistema económico, ainda instável devido à pandemia. Polarização política e mediática sem precedentes, graves problemas de fornecimento, picos na

inflação, dívida e conflitos geopolíticos definem o novo panorama mundial, ao qual alguns analistas designam como “a nova era do caos”. O Fundo Internacional Monetário reportou, em outubro do ano transato, que a economia norte-americana abrandou, assim como a alemã. De facto, a pior crise energética de sempre, a inflação mais alta desde a década de 1980 e o aumento das taxas de juro alteraram as previsões de crescimento económico em todos os países. Os italianos têm conseguido escapar a este contexto deprimido, registando inclusive a melhor produção industrial entre as principais economias europeias.

The worst energy crisis ever, inflation at its highest since the 1980s and rising interest rates have effectively shifted all economic growth forecasts for all countries downwards

GIOVANNI VITALONI EM DISCURSO DIRETO

Despite this general climate, it must be said that the Italian economy, after an initial moment in which it seemed that it would suffer a recession in the second half of the year, over the course of the months the Italian manufacturing system has withstood the blow, continuing to grow at a good pace. So much so that it recorded the best industrial production among the major European economies since the beginning of the year.

O crescimento do Lab Academy e até mesmo o recurso de empresas a esta área da MIDO e que já expuseram no espaço geral da feira significa que este é o caminho futuro da feira?

Overall world trade grew, however, supported by the US and the Eurozone. In particular, Italian exports grew more than those of other European countries due to some specific factors: the weakness of the Euro, the good geographical positioning less exposed to China and countries involved in the Ukrainian conflict, and the robust American demand for Italian products.

THE ITALIAN EYEWEAR IN 2022

Italian eyewear did not escape this dynamic: thanks to its strong international propensity, it performed brilliantly in international markets, but inflationary tensions and uncertainty weighed on the domestic market and margins.

On the basis of the latest available data (October 2021), a 2022 preliminary balance was drawn up that sees Italian eyewear .17 billion , an increase of 24% compared to 2021.

The total balance of producers dropped by about 2 percentage points to 830 companies nationwide. On the employment front, the end of the year seems to be positive for the time being: the sector basically closes with 18,250 employees , a situation that is largely stable compared to 2021.

É um formato mais fácil. As empresas podem simplesmente vir com as suas amostras e os rostos dos seus líderes. As relações com os visitantes são simples. Mesmo assim não creio que seja o futuro. Penso que é um segmento bonito e interessante, mas mais dedicado às empresas que não sendo propriamente start-ups têm uma rede de trabalho mais limitada ou exclusiva. Definitivamente, quando se tem uma rede maior não se consegue trabalhar naqueles moldes. É o ambiente perfeito para companhias de nicho porque tudo está pronto e é uma boa oportunidade. De facto tem razão, houve mais empresas naquela área porque muitas delas voltaram à feira depois de três/quatro anos e não conseguiam investir tanto como antes. Assim analisaram como se comporta o mercado e a reação à própria MIDO, de maneira a lançar boas raízes para o futuro. Pode dizer-se que foi um risco limitado.

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GRAPHICAL AND TABULAR COMPENDIUM OF DATA Processing by ANFAO and Confindustria Moda for ANFAO on data from ISTAT, Coeweb, Global Trade Atlas, INPS, CCIAA, Cerved Atoka.

Têm esperança que invistam num espaço maior, então. Sim, era o que eu faria, sem dúvida, especialmente agora que tivemos um evento forte com boas reacções de todos os visitantes e expositores. Acho que temos uma prova clara que a feira tem bom futuro e que representa uma boa oportunidade comercial e de negócio.

Ou seja, as expectativas da feira de 2023, foram alcançadas. Em 2022 fechámos, em definitivo, a consolidação de três anos de dificuldades. Foi um regresso e foi bom, porque encerrou o episódio da pandemia. Também tínhamos que retomar a feira, caso contrário o período de ausência seria demasiado longo. No fim revelou-se vantajoso em termos de negócio e reencontros pessoais, mesmo acontecendo já tarde na temporada. Abrimos uma nova vida às feiras e isso tornou-se claro para todos os envolvidos. Hoje temos outros problemas no mundo, nomeadamente a tragédia que assolou a Turquia e a Síria recentemente. Mesmo assim, 2023 foi basicamente o regresso ao bom ritmo, ao rock’n’roll das edições anteriores.

Que futuro esperar para este tipo de certames, considerando que há sempre mais marcas independentes.

Acredito que a MIDO 2023 foi, por si só, uma resposta a todas as incertezas em torno das perguntas que se levantaram nos anos de confinamento. E não era tanto qual seria o futuro, mas se haveria futuro para as feiras. Ficou claro que, durante estes últimos anos todos trabalharam, e bem, com os meios digitais, tanto as empresas como as feiras. Existem muitos meios para comunicarmos com toda a rede, mas provámos também que apesar de vantajosos com uma rede já consolidada, quando se trata de conhecer novos clientes, novos fornecedores, apresentar novos projetos, ter uma audiência maior é essencial. Obviamente que a feira ainda é o melhor meio. Não há mais nenhum evento tão apelativo e que reúna aci-

ma das 30 mil pessoas que, potencialmente, durante três dias possa tocar, sentir os novos produtos, projetos ou ideias. Podemos afirmar que a MIDO é o maior acelerador de novos contactos e isto é do que se trata a feira. Nós tentamos, como feira, fazer crescer as atividades através de contactos digitais, mas não é possível. O encontro físico é necessário neste âmbito e a feira é absolutamente fulcral. E olhando depois, como parte da Associação Italiana para as nossas empresas que exportam 90 por cento dos seus produtos, a MIDO é o melhor meio para internacionalizar o processo. Como se pode conhecer tantas pessoas de 130 países? Em termos de empresas independentes há, de facto, muita efervescência, e justifica-se porque o mercado precisa de maior transparência, de boas histórias e saber o que está por trás das cenas, de processos verdadeiramente sustentáveis. Se houver um background claro, com uma visão verdadeira o sucesso é certo.

Quem não estiver nesta situação e tiver um contexto mais duvidoso, provavelmente terá uma existência curta.

E de facto a própria MIDO incentiva e celebra estes comportamentos éticos e ambientais.

Sim, é uma atitude fomentada pela

nossa associação ANFAO, que trabalha para criar uma marca ligada a uma certificação voluntária, que as empresas podem demonstrar através de um código QR. Aqui expõe-se o processo sustentável por trás da produção dos respetivos produtos e onde e quando se produzem, para por em evidência a transparência por trás de tudo. Os prémios são a nossa forma de ajudar essas empresas que investem tanto no ambiente e na sociedade.

O que surpreendeu mais este ano na MIDO?

Houve um sentimento de orgulho na equipa que trabalhou na MIDO 2023. Foi algo que preparámos nos últimos três anos. Em 2023, todos os detalhes foram tidos em conta para recriar o rock’n’roll usual da feira com visitantes de mais de 130 países. Voltamos a ser a referência global da nossa indústria e é esse o nosso papel e tão simples quanto as empresas mais proeminentes da nossa indústria serem italianas. Foi também um “termómetro” da performance do mercado, das empresas e quais as verdadeiras necessidades do mercado global. Ou seja, não foi tanto uma surpresa como um sentimento de orgulho. Há muito trabalho por trás da MIDO e muito profissional.

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J.F.REY

A cultura de experimentação desta marca francesa trouxe à feira mundial óculos poderosos, grandes e com um twist colorido de sedução. Conquistando sempre todos os segmentos em termos de tamanho de rosto, a J.F.Rey apostou num desenho amplo para animar as suas coleções. Entre a reinvenção de formatos vintage e o acréscimo de detalhes em padrões sofisticados ou metais disfarçados pelo acetato espesso, esta nova faceta da insígnia conquistou olhares e interesse redobrado.

23º EYEWEAR

Eco Warrior é a edição limitada da 23º Eyewear que explora as formas infinitas da natureza, aplicando-as com ousadia no rosto dos usuários de óculos. Trata-se de uma provocação estética, destacada pelos volumes geométricos e esculturais e a natural inclinação para a harmonia. A pesquisa entre formatos e a combinação entre acabamentos brilhantes e mate encontram nos materiais ecofriendly o ponto nobre que torna este modelo distinto. Materializa-se no acetato M49 e em lentes em bio nylon, derivadas de resina ecológica extraída de óleo de rícino.

CAPOTE

Os designs desta casa espanhola são inspirados no poder intenso e na magia da ilha de Ibiza. As peças são reconhecidamente trabalho manual sobre desenhos cuidadosamente imaginados debaixo do sol e com o som do mar. A energia da personalidade dos óculos não passa despercebida, mesmo ao ritmo de titânios delicados e formatos de uma subtileza essencial.

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UNSUIKYO

O designer de Hong Kong apresentou na MIDO quatro novas coleções. M. Midsummer, M. Bloom, M. Fall e M. Chill compõem-se de armações que demonstram o fascínio e a habilidade da Unsuikyo no desenho e construção com madeira e fibra de carbono, tudo com mãos habilidosas que debitam técnicas úncias. A paleta é natural e luminosa, resultando em óculos sofisticados e produzidos na perfeição. Cada coleção é uma afirmação que acentua e eleva cada usuário e o seu sentido de estilo, enquanto protege o meio ambiente, graças às matérias e às técnicas. Adicionalmente, a Unsuikyo uniu-se à Zeiss para criar clips solares para os seus modelos, ganhando assim novas vantagens e dimensão.

IMPRESSIO

Emmanuel Andrivet e Guillaume Boisson criaram esta marca inspirando-se nos modelos eyewear vintage, mas sob uma nova expressão de modernidade. Entre a arquitetura, a natureza e as referências pós-modernas, a Impressio esculpe-se numa nova visão e ultrapassa os limites da técnica e do design. A tecnologia 3D potencia resultados impressionantes da imaginação destes dois amantes de óculos, que se une, com sagacidade, a técnicas de fabrico tradicionais.

DANSHARIAN

A marca que une a italiana Danshari ao famoso designer Alain Miklitarian apresentou na feira milanesa Gherart, Khash e Artashat. Os novos modelos fazem crescer a coleção Armenian Soul, a homenagem do criador à cultura e natureza arménia. Materiais soberbos e cores vívidas em flashes expressam os sentimentos de Miklitarian em relação às suas raízes. E de facto, as peças surpreendem nas hastes laminadas de acetato e o detalhe do interior em titânio colorido, que quer transmitir a luz das paisagens intocadas da Arménia.

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KOMONO

A marca profundamente enraizada na cena da moda de Antuérpia, graças à sua visão radical e única, levou para a MIDO uma campanha que prossegue a “filosofia” da anterior: Come as you are. A coleção convida à expressão mais pessoal de cada indivíduo, seja esta ousada e desprendida ou mais focada no conforto e descrição.

A Komono propõe novas cores tanto nas armações como nas lentes e explora silhuetas clássicas e arrojadas. A mais destacada é a desportiva Neo, num desenho oversized primoroso.

LIGHTBIRD

A marca italiana expôs na MIDO a Colour Revolution. Foi o próprio designer Corrado Rosson que mostrou as novidades aos óticos, no seu stand renovado. A coleção aponta aos millenials e todos os que se exprimem através das particularidades dos seus óculos. São os modelos Monarch LB111, First Night LB115, Butterfly LB119, Robot LB122, Thorn LB125, Your Majesty LB126 que tornam a coleção Light_SOCIAL mais apelativa, onde as transparências e os efeitos contrastantes se combinam com exclusividade. De destacar o código QR nas hastes que dá acesso ao Light_NEST,que ativa a garantia das peças e garante a ligação entre o cliente, o ótico e a empresa criadora.

MOVITRA

A feira milanesa foi o palco perfeito para o lançamento de sete novos estilos sob as assinaturas das coleções Ultralight, Combo e Limited Edition. A precisão técnica e o luxo são os elementos centrais dos novos designs, enriquecidos com detalhes tecnologicamente avançados como os parafusos torx, acabamentos galvânicos premium e gravações em laser. O objetivo primordial é sempre a funcionalidade, conforto e um estilo apurado e arquitectónico inconfundível.

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9/10 CONSUMIDORES

QUEREM VOLTAR A UTILIZAR

LENTES *Com base num estudo realizado em 2020 pela Eurosyn, numa amostra representativa de 102 consumidores localizados em França. © ESSILOR INTERNATIONAL. As lentes ESSILOR® e VARILUX® são qualificadas como dispositivos médicos nos termos previstos no Regulamento UE 2017/745.

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