




Estamos de rosto virado para um enorme desafio. 2023 já se iniciou num “aperto”, porque a inflação cresce, a qualidade de vida diminui e há apreensão e incerteza em tudo. Pusemos as mãos e a cabeça a trabalhar para antecipar ao máximo os dias que nos esperam. Seguimos o rasto do dinheiro, as emoções dos consumidores e as estratégias que podem por a decisão de compra a favor dos nossos óticos. Apesar do otimismo magro da maior instituição financeira portuguesa, do pessimismo da organização que tem a missão de promover o dinamismo empresarial português e do medo de cada uma das pessoas que vê o salário a não fazer face aos reptos das necessidades familiares, descobrimos um estudo de mercado exaustivo que aponta um futuro promissor para o setor da ótica. Claro que, como nos disse um dos nossos importantes entrevistados de capa, a realidade das estatísticas é bem distinta da do terreno. Porém há que usufruir desta luz de esperança. É uma realidade que a visão das pessoas está sob grandes pressões hoje, como nunca. A tecnologia mudou a forma como usamos o nosso sentido visual. As doenças oculares são também uma consequência de vidas mais longas. Ou seja, lado a lado com os bens de primeira necessidade, os óculos e tudo o que apoie uma visão mais apurada, vão estar no topo das listas de uma população que assenta tanto do seu dia a dia no olhar. Agora, o grande despique está entre quem serão os empreendedores que prevalecerão com sucesso. Temos aqui informações vitais à sua empresa!
Em janeiro também registámos muito dinamismo, e não é por ser o primeiro mês do ano, é por ser inato aos intervenientes que dão cor, vida e inovação à indústria. Marcas que se acercam do mercado português por lhe reconheceram qualidade, empresas que se superam ou que investem nos seus ativos humanos de forma incansável, fabricantes que lutam pelo planeta, óticos que continuam a dar nova vida aos seus negócios e outros que dão parte da sua vida para melhorar a vida de outros. Somos de facto um meio de comunicação privilegiado por assistirmos e eternizarmos todas estas movimentações. E porque valorizamos o trabalho de “bastidores” dos nossos investigadores, damos páginas ao nosso cientista “residente”. Vire a página e participe na história desta ótica que não para e que está sempre aqui, na sua Millioneyes. Bom ano!
A Millioneyes é uma revista profissional dedicada ao setor da ótica, contando com presença integral online através da plataforma isuu.com.
A Millioneyes tem o objetivo de cobrir os acontecimentos específicos do seu setor e retratar a informação de forma rigorosa, com toda a dedicação e competência.
A Millioneyes traz uma abordagem íntima, atualizada e assertiva sobre o setor da ótica em Portugal, esmiuça perspetivas de outros países sobre a situação do mercado, retrata tendências em óculos, expõe dados científicos essenciais aos técnicos da área com o apoio dos oftalmologistas e optometristas e aborda de forma inédita os empresários que gerem os estabelecimentos nacionais.
A Millioneyes compromete-se a respeitar os princípios deontológicos e a ética profissional aplicada à atividade profissional dos jornalistas, assim como a boa fé dos leitores, através do trabalho dos seus colaboradores e diretor. A Millioneyes é independente do poder político e de grupos económicos, sociais e religiosos.
Um lider no mundo da moda confia na Opticalia para o desenvolvimento das suas coleções e da sua comunicação global de eyeware e sunwear. Publicidade, produto exclusivo, formação e digitalização fazem da Opticalia um dos grupos de óticos independentes mais importantes do mundo. 2023 VAI SER O
As verdadeiras estrelas desta casa italiana surgem enquadradas numa nova campanha de comunicação, que se expressa no minimalismo e no espaço tridimensional. Tal como na construção de um interface gráfico, a figura do fundo geométrico torna-se um quadro que liga uma estrutura conceptual a um design visual. A personalidade dos quatro modelos fotografados ajuda a manter a atenção no produto, nos detalhes e nas cores. Nesta campanha, fotografada por Giovanni De Sandre, a maturidade estilística da Blackfin atinge novos horizontes, e a narrativa ganha força nas geometrias singulares e linhas harmoniosas das peças eyewear
O grupo de óticas entra em 2023 pleno de otimismo e com a nova coleção da sua marca própria. Los Dinamizadores inspira-se na obra do criador turco-americano Refik Anadol, conhecido pela união da arquitetura, arte e tecnologia.
As novidades são expressivas e otimistas e movem-se na fronteira do virtual e da realidade física, entre cores e um sentido especial.
O designer Corrado Rosson adiciona cor a 2023 com os novos modelos em acetato da sua coleção Light_SOCIAL. A Lightbird Eyewear abre assim o novo ano com combinações primorosas e irresistíveis de tons que se complementam na diferença e se unem no brilho das matérias. O criador investiu também em três novos modelos masculinos. “Eu quero introduzir um novo conceito de elegância nos óculos masculinos, afastando as nossas peças da usual monotonia que caraterizou o mundo da prescrição durante anos”, avançou Corrado Rosson.
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Um western de sotaque francês O criador francês anunciou uma coleção cápsula, criada em conluio com o designer de roupa masculina Umit Benan. A inspiração são os heróis do vanguardismo franceses e do Oeste Americano. O resultado revê-se em peças repletas de detalhes valiosos e únicos e desenhos que contam histórias. No fundo, ambos os artistas tiraram partido da multiculturalidade e experiência de cada um para através de óculos e de uma campanha marcante rodarem um filme intenso que fala de coragem e espírito livre.
A criadora eslovena faz crescer a sua coleção Capital com duas novas adições que se inspiram, claro, nas cidades principais de todo o mundo. Canberra homenageia a cidade capital da Austrália, num formato retangular carregado que se alonga num desenho cat eye e nas cores enérgicas, ao “ritmo” daquela urbe especial. Sofia, por sua vez, nasce sob a sombra da montanha Vitosha, situada precisamente na capital da Bulgária. A armação repesca as nascentes minerais daquela região com três tonalidades brilhantes e um sentido atrevido e feminino que simboliza ambas elegância e modernidade.
A marca da famosa ex-Spice Girl ganha dimensão no mercado eyewear e reforça a sua posição de poder com o lançamento desta máscara intensa. Em linha com a estética da coleção de alta-costura de Victoria Beckham, o novo design tem uma única lente futurista, apoiada pelas hastes transparentes em acetato, de núcleo em metal. Trata-se de uma declaração de atrevimento por parte desta artista, sem abdicar dos detalhes requintados que Victoria tem desenhado para as suas criações.
Uma revolução vinda de Itália Desenhados em Itália e com foco na mudança de paradigmas no setor eyewear, Rimmel tem vida nas linhas duplas e na introdução de detalhes criativos e femininos em cada armação. Desde delicadas filigranas até acetatos intensos, a insígnia quer impor-se entre os amantes de óculos pela originalidade e liberdade dos seus desenhos e pelo toque extra de brilho em cada criação.
A casa havaiana apresenta a sua nova linha rimless com a promessa de uma experiência tátil de luxo. Com relevos intrincados ao longo das hastes e da ponte que sugerem dimensão e profundidade, a coleção em titânio é “talhada” para garantir confiança e requinte em qualquer ocasião. O design completa-se nos recortes arquiteturais das lentes e na garantia de um uso imperceptível e confortável.
A marca austríaca envolveu-se num empreendimento especial com uma ótica independente de Florença, Itália. I Visionari foi fundada pelos dois irmão Elena e Emiliano que desenvolvem o retalho de óculos de forma primorosa. E assim nasce Andy Wolf X I Visionari espelhado em dois modelos solares em duas cores cada. As peças materializam-se no acetato e preenchem-se com um anel de metal que lhes atribui uma tridimensionalidade maravilhosa.
Um calor luxuoso do caribe
A marca barbadiana anuncia a primeira colaboração customizada da sua história, com os contornos de luxo da britânica Linda Farrow. Trata-se do primeiro episódio de um projeto criativo florescente entre empreendedores que se identificam nos valores partilhados e se complementam. O resultado surge em forma de uma edição especial que representa o design de luxo contemporâneo e impele uma fusão entre a paleta quente do caribe e o charme e glamour da casa inglesa.
Altitude com lentes estratosféricas Montanhas geladas, neve pura e glaciares são experiências fabulosas. Colocam, porém, desafios enormes aos olhos. A 23º Eyewear, marca de óculos de sol imbuída de uma visão ética sobre a humanidade e o planeta, propõe as lentes minerais Stratosphair para garantir aventuras na neve sem limites. Desenvolvidas pela Barberini, as novas lentes integram os modelos envolventes e especializados da insígnia e são particularmente adequadas a condições de luz ofuscantes. O espelhado azul no topo reduz a luz mais intensa do céu, permitindo uma visão apurada no solo. As Stratosphair têm ainda um tratamento antirreflexo, essencial para evitar reflexos dos raios traseiros e laterais. A polarização altamente eficiente melhora o contraste no ambiente natural e dá melhor perceção da cor durante a queda de neve.
Nasceu uma nova Diva no mundo eyewear, sob forma da nova coleção da criadora Caroline Abram para a marca própria Blush. Estes designs constroem-se em acetato nos frontais e terminam em hastes que unem acetato e metal de forma audaciosa e colorida. Ou então são só de acetato numa espessura gulosa e agradável ao toque. O elemento comum é a duplicidade dos tons, as curvas sensuais e o conforto irrecusável.
Um clip de amor à vida
A marca dedicada a limpar os oceanos anunciou o lançamento da primeira coleção “amiga do mar” de clip-on. Desta forma, os sete novos óculos de alta qualidade, feitos de plástico retirado do oceano ganham clips coloridos também materializados a partir dessas matérias reutilizadas. Adriatica, Alba, Cortez, Formentera, Giorgio, Ibiza e Palma são as armações que trazem da Sea2See a garantia de conforto e leveza com a versatilidade de se tornarem óculos de sol, à distância de um clip
O novo conceito Bionic da casa suíça inspira-se na preservação da natureza. A ideia é simples: uma coleção eyewear baseada na máxima redução e simplificação, desde as matérias, passando pela construção, localização da produção e embalagens, até ao bem delineado conceito que pode ser customizado. Tudo isto sob o mote de slow eyewear. Os óculos são impressos a 3D a partir de um material extraído de sementes de ricínio, uma fonte sustentável. Esta poliamida biológica proporciona maior flexibilidade em comparação às anteriores armações em 3D, dando novas possibilidade de construção. A nova charneira inspira-se nas articulações esféricas humanas e é a razão do nome Bionic.
Amor à primeira vista Euguene e LoveU são os novos modelos da insígnia italiana de inspiração japonesa. Integram a linha Coup de Foudre Rouge, ou Relâmpago Vermelho, para mulheres e acrescem-na de designs distintos e cores quentes. Eugene tem um fio de titânio que envolve a estrutura em acetato, expressa num polígono de 14 lados. LoveU desenha-se na sensualidade de um cat eye com o frontal em acetato de dupla laminação que destaca as cores joviais.
O nosso título provém da observação de uma série de estudos de mercado de diferentes empresas da área, nomeadamente a irlandesa Research and Markets. Uma população que vive mais tempo do que nunca, o uso intensivo de tecnologia e o desenvolvimento de doenças visuais são algumas das razões que vão levar a população a colocar a sua saúde visual entre as prioridades máximas. No entanto, temos desafios complexos pela frente e 2023 avizinhase duro. Enquanto o Banco de Portugal “promete” que os próximos 12 meses vai haver um crescimento para o nosso país, maior que o de toda a zona euro, também aponta para um aumento de preços significativo. Ou seja, o setor da ótica terá pela frente um consumidor abalado pela depressão da sua capacidade de compra, com a confiança em baixo e sob efeito das notícias sobre uma guerra “sem fim”. Há respostas a estes desafios, através das informações bem estudadas de quem persegue as tendências do consumo. Sobre estas linhas delineiam-se estratégias que podem ser a chave para o sucesso do seu negócio e da sua marca. Apresentamos aqui os números que tecem um 2023 muito particular, para depois conseguirmos registar os caminhos que podem potenciar a compra de consumidores que precisam de novos estímulos. O ambiente e a respetiva sustentabilidade, o sentido de comunidade que cresce entre todos e a ligação sem retorno às tecnologias e respetivas redes sociais são aspetos centrais para quem quer perdurar e ter sucesso. A Millioneyes vai no encalço de dados que podem apoiar a ótica como um todo.
O Banco de Portugal lançou a sua projeção a 16 de dezembro. Em linhas gerais, antevê um ano menos negativo do que se pode esperar, porém salvaguarda que há demasiadas premissas instáveis para que esta previsão possa ser “certeira”.
Ou seja, entre cortes e quebras, a vida dos portugueses já está ser difícil agora e os indicadores oficiais já demonstram a dificuldade de tantas pessoas em fazer face aos desafios quotidianos com os atuais salários, que não crescem. A associação de direito privado, sem fins lucrativos, Fórum para a Competitividade, tem uma outra visão sobre os próximos dias. Considera que é mais provável que Portugal entre numa recessão já em 2023.
Mesmo assim, o Banco de Portugal está confiante de que a economia lusa cresça 1,5 por cento, o que ultrapassa as expetativas do Banco Central Europeu (BCE), que a 15 de dezembro anunciou que toda a zona euro vai crescer apenas 0,5 por cento em 2023. Sobre a inflação, o Banco de Portugal também está mais positivo de que o congénere europeu anunciando uma subida de 5,8 por cento em comparação com os 6,3 por cento do BCE e bem abaixo dos 8,1 por cento de 2022. Porém, em comunicado, o Banco de Portugal alerta que “a incerteza em torno da projeção é elevada, com riscos descendentes para a atividade e ascendentes para a inflação.”
Em cima da mesa estão as repercussões da guerra na Ucrânia, que pode levar à interrupção no abastecimento de gás, cortes na produção e subida generalizada dos custos com consequente redução da confiança tão necessária ao consumo. Também se espera que o desemprego estabilize nos 5,9 por cento em Portugal, entre 2022 e 2025. Claro que o aviso já foi lançado pelos governantes nacionais e europeus sobre o aumento do esforço sobre as contas públicas para redução do défice e da dívida.
E isto leva-nos à antecipação de um consumo privado “magro”. Em 2023, espera-se estagnação, com perspetiva de aumento de 0,2 por cento. O Banco de Portugal justifica a tendência devido à menor capacidade financeira das famílias, claro, pressionadas com o aumento do custo de vida. O que poderá ainda salvaguardar o consumo será a menor taxa de poupança dos portugueses. As exportações seguem a mesma tendência do consumo, com um crescimento previsto de 4,3 por cento em 2023, face aos 17,7 por cento
registados em 2022. A única “luz” mais positiva para a economia portuguesa assenta no consumo público, isto porque será alavancado pelo Programa de Recuperação e Resiliência. “A partir da segunda metade de 2023, a atividade acelera, refletindo a expetativa de atenuação das tensões nos mercados energéticos, a recuperação gradual do rendimento real das famílias, uma maior absorção dos fundos europeus e a melhoria do enquadramento externo”, sublinha o Banco de Portugal.
"A incerteza em torno da projeção é elevada, com riscos descendentes para a atividade e ascendentes para a inflação”Foto: Oleksandr Pidvalnyi by pexels
A consultora Economist Intelligence Unit, da divisão de pesquisa e análise do grupo multinacional Economist, acredita que a maior arma a favor do nosso país é a estabilidade política. Apesar de tudo, Portugal teve um 2022 promissor, graças ao turismo que representa, segundo a Economist Intelligence Unit, 17 por cento do total da nossa economia, e ainda aos preços inflacionados. Aliás, registou-se um Produto Interno Bruto ao nível de 2019, com uma das taxas de crescimento mais fortes da União Europeia. Mas como já se descreveu, em 2023 a história será outra. E do BCE já veio a mensagem de novas subidas das taxas de juro, que comandam vários aspetos da vida dos consumidores e que abalam a capacidade de compra de forma substancial.
A terceira maior empresa do mundo de pesquisas de mercado assumiu o empreendimento de abordar mais de 24 mil pessoas de 36 países sobre o que sentiram em 2022 e como esperam que seja 2023. A Ipsos angariou um negativismo maioritário. 56 por cento dos inquiridos descreveram 2022 como um mau ano, para si e para a sua família. O cenário é mais “negro” sobre questões ligadas ao seu país, em que 73
Quanto a este futuro próximo que já se iniciou, impõem-se o pessimismo. Poucos são os que acreditam que a situação vai melhorar, tanto ao nível económico, como social e político.
por cento declarou ter sido um mau período também para a sua nação. A consultora salvaguarda, porém, que estes dados são melhores do que os de 2020 e 2021!
Claro que este sentimento variou de país para país. A Grã-Bretanha e Hungria aparecem como os mais negativos. Já na Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, China e Suíça os resultados foram mais positivos. Quanto a este futuro próximo que já se iniciou, impõem-se o pessimismo. Poucos são os que acreditam que a situação vai melhorar, tanto ao nível económico, como social e político.
Até 2031 a indústria do eyewear deve crescer em 144 mil milhões de euros! Quem estudou e analisou os mercados foi a a irlandesa Research and Markets. A deterioração da saúde visual, ou a perda da capacidade para ver bem e o desenvolvimento de defeitos oculares, estão no topo das razões para esta projeção. O aumento da esperança média de vida explicam os problemas mais prevalentes, como a degenerescência macular relacionada com a idade, a catarata, a retinopatia diabética, o glaucoma e o uso crescente de ecrãs. Tudo isto leva a uma corrida sempre mais significativa aos óculos que apoiam as pessoas na melhoria da visão. Já em 2021, a Organização Mundial da Saúde vaticinava que pelo menos mil milhões de pessoas em todo o mundo têm diminuição da visão de longe e perto. A Research and Markets diz ainda que a tecnologia é a tendência chave no setor e ganha cada vez mais popularidade. Os smart glasses estão a apurar características e a seduzir novos segmentos de consumidores para a indústria. As movimentações entre empresas também fazem todo o mercado tornar-se mais apurado, como a junção dos gigantes Essilor e Luxottica. Neste relatório, a analista de mercados destacou ainda a compra por parte da italiana dedicada ao luxo, Kering, da norte-americana Maui Jim, solidificando-se como uma marca proeminente de alto nível. Os países que vigoraram nos resultados foram Austrália, Brasil, China, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Japão, Rússia, Coreia do Sul, Reino Unido e EUA.
Fomos indagar junta da plataforma de estudos de análises e tendências de mercado WGSN e da TalkWalker, a analista da inteligência do consumidor
através dos meios digitais, como se antecipam os compradores.
A WGSN usou a sua métrica STEPIC, que se centra na análise da Sociedade, Tecnologia, Ambiente, Política, Indústria e Criatividade. Esta última faceta é a mais importante, porque gera inovação, mudança e cultura. Antecipa-se, então, uma passagem da época da informação para a época da imaginação. É que os compradores passaram por provações enormes que geraram ansiedade, depressão e muita desconfiança. Para vencer nos próximos tempos, a WGSN recomenda um pensamento distinto e o investimento em imaginação estratégica. Não se fala de virtuosidade artística, mas sim da geração de ideias e soluções completamente inovadoras e isso cria oportunidades em todo a linha STEPIC.
A Talkwalker imiscui-se na rede para, através da Inteligência Artificial, avaliar sentimentos e tendências de consumo, diretamente das pessoas, individualmente, com os seus dispositivos. A visão que conquistou sobre 2023 é acutilante e central para o sucesso das marcas. Se se achava que depois da pandemia e todas as mais recentes disrupções as marcas iriam voltar a ter controlo dos mercados, a realidade foi outra. Têm que aprender a agitar o mercado, gerindo a relação simbiótica entre consumidor e marca. Como? Simplesmente ao serem melhores a auscultar as necessidades dos seus seguidores e usando mais informações imersivas do consumidor para se aproximar das suas comunidades, com uma capacidade imperceptível de apelar e agir sobre elas.
E como perseguir as tendências? Se outrora estas nasciam no “mundo real” e depois transitavam para o online para crescerem e ganharam conhecimento público, hoje já surgem em ambiente digital, nas redes sociais. As tendências passam a vir de conceitos do TikTok, de um hashtag do Twitter, um meme do Facebook, uma imagem de um influencer, entre outros. E depois de ganharem dimensão chegam às
notícias e tornam-se transversais e as marcas devem tirar partido disto mesmo. Daí a necessidade de dar atenção às vozes das comunidades, para se encontrar estas tendências ainda em fase embrionária e envolver-se nelas numa fase inicial.
Ainda por cima fala-se há já algum tempo no desaparecimento dos “famosos” cookies, que nos vigiam e invadem a nossa vida digital com publicidade.
Ou seja, a mensagem aqui é a de valorizar a privacidade e transparência nas mensagens do seu negócio.
E observar a vida social digital dos consumidores é fulcral para perceber os respetivos interesses e estilos de vida, substituindo assim o vazio que o desaparecimento dos cookies vai deixar. É, porém, muito importante dizer ao seu cliente que protege a respetiva informação enquanto este interage a com sua marca. E se estiver “ancorado” a plataformas que não seguem as linhas dos seus consumidores, considere abandoná-las. Aproveite os alertas automatizados das redes para sinalizar crises e informações falsas relacionadas com a marca.
Antecipa-se uma passagem da época da informação para a época da imaginaçãoFoto: Anna Nekrashevich by pexels Foto: Alena Darmel by pexels
Já falámos noutro artigo sobre as redes sociais descentralizadas e voltamos a frisar esta tendência de escape digital para plataformas privadas em que se trata de temas de interesse para o indivíduo. Perceber como os seus clientes interagem com estas redes é importante. Estar atento ao futuro é também antecipar as tendências em tecnologia e como estas podem ditar os tempos vindouros das marcas. Quando se fala de desenvolvimentos complexos, como adicionar cheiros e sabores ao mundo digital, pode-se simplesmente adicionar valor à forma de comunicar nas redes sociais com um vídeo no TikTok que incorpore legendas ou dobragem de voz de forma original. E enquanto o futuro se desenrola pode testar-se estas e outras ideias na mesma linha. E a própria venda pode adquirir contornos diversificados, caso os consumidores da sua marca estiverem presentes em plataformas sociais em que haja vendas. Uma campanha nova pode ser um teste perfeito para o sucesso desta estratégia. Será positivo “ouvir” as conversas sobre o produto e sobre a experiência de compra e identificar micro-influencers com quem se possam alinhar.
A presença no metaverso é ainda uma questão que deve ser estudada caso a caso, dependendo dos seguidores das marcas e da capacidade que a própria tem para se manter neste contexto. De qualquer forma, estando lá há que ser autêntico através das “vozes” dos próprios usuários das redes. O amor à marca depende disso mesmo, da forma como se envolve a marca com a comunidade, através de recompensas, reconhecimentos e surpresas agradáveis.
Deve ainda monitorizar-se e gerir a reputação da marca neste ambiente. E para o fazer as projeções analíticas disponíveis no universo digital têm potencial gigante, mesmo que se queira começar de uma forma simples. No fundo, o importante é saber o que se quer entender por parte dos consumidores e a partir daí criar uma história em torno disso.
Neste rol de necessidades e prioridades há um fator que nunca deve falhar na narrativa das marcas: o meio ambiente. Se ainda não se debruçou sobre isto, comece internamente para depois investir na imagem externa dirigida ao consumidor. Afinal, o discurso entre os membros da sua comunidade está sempre ativo e falam da experiência com a marca e quanto mais pontos positivos tiver, os negativos serão facilmente “perdoados”. É por isso tão importante manter-se ligado às pessoas que compõem a comunidade que se reúne em torno da marca.
A comunidade, aliás, sobrepõe-se ao indivíduo.
Embora haja muita informação a processar, a mensagem é, na realidade muito simples: comece pelo seu consumidor e acabe com sucesso!
A Shamir Optical Portugal tornou-se, em dezembro, membro do Conselho de Fundadores da Fundação de Serralves. O protocolo foi assinado durante a reunião anual do Conselho de Fundadores 2022, momento que contou com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e do ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva. A parceria entre a Shamir e Serralves, que terá como base um projeto de promoção e divulgação cultural e ambiental.
Esta é também uma ferramenta de promoção da importância da inovação e criatividade no desenvolvimento económico e social. A união prevê a conceção e lançamento de produtos e atividades com a curadoria da Fundação de Serralves, reforçando o caráter inovador, contemporâneo e de envolvimento com o tecido cultural, social e económico nacional da Shamir. “O estatuto de membro fundador de Serralves representa para a Shamir a oportunidade de contribuir para um projeto ambicioso, cuja ação é
reconhecida nacional e internacionalmente, promovendo os valores de uma instituição tão relevante no panorama cultural – valores que são também os nossos –, através de iniciativas de grande impacto junto da comunidade. Esta colaboração trará inúmeros benefícios para ambas as partes, permitindo a realização de projetos, ações e atividades na área da tecnologia, assim como de cariz cultural”, declarou Luís Feijó, CEO da Shamir Portugal.
Já Ana Pinho, presidente do conselho de administração da Fundação de Serralves, referiu que “é uma honra para a Fundação de Serralves acolher a Shamir como um dos nossos membros fundadores, pelo seu prestígio a nível nacional e internacional e pelo trabalho desenvolvido na promoção da investigação. O contributo da Shamir será fundamental para podermos continuar a cumprir a nossa missão social e prolongar a nossa aposta em diversas atividades e projetos, assegurando assim uma programação de reconhecida qualidade e uma ação pedagógica de largo alcance social”, conclui.
A Opticalia Portugal fechou 2022 em grande, entre renovações do design de várias lojas e a abertura de novos pontos de venda. O foco na expansão da rede de lojas manteve-se entre as prioridades máximas. No término de mais um ano, foi também tempo para definir novos reptos para 2023.
Sob o azul da marca, a Opticalia angariou pontos de venda em Campo de Ourique, Queijas, Messines, Palmeira e Cascais Shopping. Estas localizações reforçam a presença da insígnia a nível nacional e respondem tanto ao interesse de incorporação de novos óticos no grupo, como à capacidade e vontade de crescimento de associados que já pertencem à rede. Para além desta expansão, diferentes estabelecimentos ganharam novo aspeto, com intervenções encantadoras ao nível do design de
interior. E com os bons resultados de 2022 como motivação, a equipa lusa da Opticalia prepara agora os desafios de 2023.
António Alves, diretor geral do grupo no nosso país não tem dúvidas: "2022 foi designado por nós como o melhor ano de sempre para a marca Opticalia em Portugal. Referimo-nos não só ao crescimento do negócio, como também à concretização de projetos e parcerias, entre os quais destaco a associação da marca a uma embaixadora,
a cantora Áurea. Assim, partindo de um ano tão positivo e mesmo tendo em consideração o contexto da guerra e da inflação que temos como pano de fundo, não deixamos de acreditar que 2023 será um ano de prosperidade para a Opticalia. Vamos superar as possíveis dificuldades, garantindo as bases e soluções para promover o crescimento do negócio da nossa rede e prestar um serviço, ou melhor, uma experiência única aos nossos clientes. É este o nosso objetivo.”
Nathalie Blanc está agora presente em Portugal. Representada pela DMDI, a marca parisiense foi apresentada em Lisboa, na Puróptica, a 15 de dezembro, e em Coimbra, na Iris by Oculista, a 16 de dezembro. A criadora esteve presente e foi entrevistada em exclusivo pela Millioneyes, em Lisboa. Natural da capital francesa, casada, com duas filhas e 53 anos, a designer falou da sua marca, da sua visão acerca da ótica e deixou escapar outras paixões que a movem: a decoração de interiores, o vinho e a culinária, por exemplo.
Quando pela primeira vez pensou em envolver-se com o eyewear, o que lhe parecia faltar ao setor?
No início eu era ótica e trabalhava com bastantes marcas. Sentia sempre que faltava nas minhas lojas uma coleção feminina que fizesse as mulheres bonitas. Achava que os criadores naquela época viam sempre primeiro os óculos antes de verem as mulheres. E queria fazer uma coleção em que primeiro se visse a mulher e só depois os óculos. Então decidi desenvolver uma linha de eyewear pura, mesmo sabendo que trabalhar com o simples é sempre muito mais difícil do que trabalhar com coisas mais complicadas…
De que modo os designs da Maison Nathalie Blanc se distinguem dos demais e o que os inspira?
Pelo facto de ter começado como ótica e ter esse know-how técnico acumulado ao longo de 20 anos, pude trazer todo um saber para as minhas criações que normalmente os outros designers não têm.
Isso fez os meus modelos rapidamente vendáveis nas lojas, já que além de terem linhas bonitas, são híper-confortáveis e muito eficientes do ponto de vista técnico. Criei, portanto, produtos inexistentes no mercado e desenvolvi novas tendências, aliando a minha paixão pelo
design e o meu conhecimento técnico em ótica. Eu levo em consideração o ângulo pantoscópico, a amplitude nasal, o tamanho das hastes, ou seja, toda a morfologia dos óculos. Logo de início outras marcas até tentaram copiar os meus segredos, mas não conseguiram.
Como arrancou esta aventura e quão desafiante foi começar uma marca independente num mercado tão competitivo como este?
Tudo começou, na verdade, num jantar na companhia de alguns grandes criadores conhecidos em França. Eles disseram-me que queriam que eu lhes fizesse a próxima coleção de óculos. Comecei então por criar para duas
marcas específicas e muito publicitadas e a receptividade foi excelente. No entanto, depois fiquei desmotivada, porque o contexto do mercado não estava fácil naquela fase e criar uma marca de luxo não parecia algo muito seguro de se empreender. Então, nos fundos da minha loja, em Paris, comecei a desenvolver a minha própria coleção de óculos, com apenas dois ou três clientes, a executar apenas 15 peças de cada vez. Acho que na altura ninguém acreditava muito que pudesse dar certo. Mas como eu sou totalmente obcecada, um pouco louca e não aceito perder um desafio, investi dez anos da minha vida praticamente sozinha, a saber que estava um pouco afastada do crescimento das minhas filhas, da minha vida pessoal e social, mas convicta de que este era o meu caminho. Foi a tenacidade que me trouxe aqui. A perseverança.
Gostaria de destacar os episódios mais marcantes desta caminhada?
Os momentos mais fortes foram o reconhecimento que recebi com o SILMO D’Or em 2019 e 2020. E também a distinção na feira ótica de Hong Kong, igualmente em 2020. Quando se recebe este tipo de prémios significa que todos os players do mercado acreditam no nosso trabalho: os óticos, os fabricantes, entre outros. Em França fui nomeada quatro vezes e ganhei duas. É uma satisfação muito grande.
“Queria fazer uma coleção em que primeiro se visse a mulher e só depois os óculos”
Tem um consumidor específico em mente quando cria as peças? Não. Eu tenho impulsos e desejos… Eu sei apenas que, por exemplo, quero fazer uma peça estilo anos ’70. Que foi o que me inspirou para esta última coleção. Eu revi na minha mente imagens de filmes dessa época, atrizes e personagens. São anos que sempre adorei, porque são de festa, de revolução, de folia. E pensei que, também nós, em 2022/2023, depois da pandemia e de todas as suas restrições, estávamos a precisar de uma explosão e de uma libertação. Então, desenvolvi alguns modelos em acetatos espessos e profundos. E têm sido um sucesso!
Mas no ano anterior ao Covid, por oposição, eu tinha desejado fazer algo diferente, muito puro e muito simples. Não reflito muito, portanto, no tipo de consumidor final. Não vou em modas. É o que sinto. Quero apenas que os meus óculos sejam perfeitamente proporcionais, para todos os tamanhos, sejam rostos pequenos, médios ou grandes. Óculos que agradem a todos os tipos de mulher e que sirvam em todas as faces.
A marca tem sucesso internacional. Em que países está presente? Estamos nos EUA, Canadá, Austrália, Coreia, toda a Escandinávia, Itália, Bélgica, Suíça, França, claro, e agora Portugal. Nem sempre em todos os países escolhem os mesmos produtos. Por isso é que não posso desenhar uma marca a pensar nos desígnios do consumidor final, mas apenas na sua própria identidade. Depois, a coleção é grande e cada país escolhe as tendências para dentro do seu próprio mercado. Cada cole-
ção minha é muito variada, pode exibir peças em metais finos, em acetatos profundos, com imagem discreta, com modelos arrojados… De todos os mercados, o mais desafiante é o da Ásia, porque até mesmo a comunicação da marca tem de ser desenvolvida de modo completamente diferente, porque a abordagem à moda é muito díspar.
E quais são as expectativas para o mercado português?
Aqui somos comercializados pela DMDI e sabemos que vai correr muito bem. É um país muito artístico, com pessoas oriundas de várias nações. Sobretudo Lisboa, onde sabemos que existem seguramente clientes para o meu segmento de mercado. Por isso, as minhas expectativas são enormes e espero conseguir uma excelente conquista de mercado.
Do seu ponto de vista, como se desenvolverá o mercado do eyewear a curto/ médio prazo? Pertencerá o futuro, cada vez mais, a marcas independentes?
O mercado do eyewear está mais de-
senvolvido do que nunca. Os óculos tornaram-se um acessório de moda obrigatório. Já não servem apenas a sua função primordial, a de permitir melhor visão aos seus usuários. São, na verdade, a primeira coisa que se vê quando se olha para o rosto de alguém. Os jovens, sobretudo, desejam óculos: sejam de ver ou de sol. E também acredito que, pese embora estejamos numa sociedade híper-consumista, também cada vez mais as novas gerações prefiram ter um produto de qualidade e duradouro, tanto para diminuírem o consumo, como também para responder às preocupações de ecologia.
Quais são os seus sonhos para a Maison Nathalie Blanc? Quero ultrapassar o volume de negócios da Channel, Dior e Gucci!! (risos) Continuar a desenvolver um produto de qualidade, com caraterísticas ímpares, mantendo a essência da marca. Manter-me rodeada de pessoas com quem gosto de trabalhar, para que possamos crescer juntos e de um modo inteligente durante muito tempo.
A marca eyewear austríaca orgulha-se da certificação de todos os seus locais de produção com o sistema EMAS, provando que ser ambientalmente responsável também promove a competitividade do negócio.
O Sistema Comunitário de Ecogestão e Auditoria (EMAS na sigla em inglês) é uma ferramenta de adesão voluntária para vigiar a aplicação sistemática de medidas de proteção ambiental. É considerado o padrão de ouro para as empresas inovadoras e com consciência social. O grupo Silhouette, em particular o local de produção de Linz, foi oficialmente certificado pela EMAS no outono de 2020, integrando um grupo exclusivo de cerca de 300 organizações da Áustria.
“Ainda somos o único produtor de eyewear europeu a exibir este importante certificado ambiental. Em novembro passado, após auditorias intensivas, alargámos a certificação EMAS ao nosso segundo local de produção em Trhové Sviny. Na maior parte, os altos padrões da EMAS, que vão muito além dos padrões ambientais legalmente
exigidos, foram integrados no nosso sistema de gestão integrado existente e de longo prazo, de acordo com a ISO 14001. Demonstrando o compromisso apaixonado de todas as equipas em continuamente reduzir o impacto ambiental do Silhouette Group”, declararam em comunicado os responsáveis das equipas de especialistas em sistemas de qualidade.
Acrescentam ainda que esta conquista representa uma consequência lógica da de sustentabilidade que a companhia vem alinhando desde a fundação. E as certificações EMAS garantem uma imagem transparente das operações da Silhouette. Embora “devido à proteção ambiental sistemática e contínua, elas também representam uma grande obrigação para nós como empresa”, acrescentaram os representantes da Silhouette.
A marca lisboeta alcança 35 anos de história, envolta em valores familiares e muita amizade. Os sócios André Soares e António Martins estão sempre em busca das mais recentes tendências e a renovação é incontornável. A loja de Alvalade, em Lisboa, foi a primeira a ser remodelada, sob a aposta “em tecnologia de ponta” e num espaço amigo do ambiente.
Texto: Célia EstevesFoi num final de tarde, com alguma chuva, no mês de dezembro que a Zona Ótica de Alvalade abriu portas renovada. Um espaço amplo, cheio de luz, onde quem o visita vai poder ver tudo o que por lá se faz. Nomeadamente na zona de trabalho. Com oito lojas abertas na zona da Grande Lisboa, a de Alvalade é o ponto de partida para uma remodelação total nos espaços do Grupo Zona Ótica. “Está com uma imagem completamente diferente daquilo que era”, anuncia um dos administradores do grupo, André Soares, à Millioneyes, deixando o convite a todos para visitarem o espaço. Com um investimento de milhares de euros envolvido, o outro sócio, António Martins, explica que a loja de Alvalade era “a que estava com mais
necessidade de remodelação”, salientando que “ficou muito agradável” e que o “resultado foi muito positivo”. “Estamos muito contentes com o resultado do nosso projeto, muito encantados com a loja. Ficou melhor do que tínhamos imaginado”, adiantou André Soares, orgulhoso também nas escolhas ecológicas que foram feitas, e pensadas, para o novo espaço. “Apostámos muito em tecnologia de ponta, mas também apostámos numa ótica mais verde. Mudamos tudo para luzes LED, a gestão de energia e dos ares condicionados também é verde”, acrescentou o empresário. Com aposta clara na zona da Grande Lisboa, André Soares lembra que só “com trabalho e aplicação” o grupo tem conseguido vingar no setor. “Para mim, acho que as coisas só
funcionam quando nós estamos presentes”, adiantou, explicando que por isso mantêm os investimentos perto de Lisboa. Um negócio que começou há 35 anos, mas que tem uma história familiar. “A empresa como Grupo Zona Ótica tem 35 anos, mas já vem da família do António. O António começou com o pai e depois foi buscar o acompanhante, que sou eu”, lembra André Soares. “Eu posso dizer que já nasci nos óculos”, brinca António Martins, a quem não falta experiência, nem ambição. “Queremos a inovação, queremos produtos vanguardistas, queremos andar na frente em tudo o que se relaciona com a ótica”, adianta António Martins, lembrando: “O nosso lema é :cuidamos dos seus olhos”. E para alcançarem esses objetivos, André Soares realça: “Queremos prestar aos nossos clientes o melhor serviço e cuidar dos seus olhos para que vivam melhor, tenham uma saúde ocular boa e uma qualidade de vida superior”.
Com os olhos postos no futuro, o Grupo Zona Ótica anuncia que, em breve, haverá novos projetos, contudo, por agora, e depois de dois anos de pandemia, é tempo de reforçar os negócios e avançar para a remodelação das outras lojas da Grande Lisboa. “Fazemos um balanço positivo do nosso percurso e desejamos que o futuro seja melhor do que o passado. Ressentimo-nos durante o período da pandemia, mas conseguiu-se ultrapassar tudo, e agora parece que as coisas vão voltar a andar em frente e estamos otimistas”, conclui António Martins.
"Fazemos um balanço positivo do nosso percurso e desejamos que o futuro seja melhor do que o passado"
A dupla de óticos, Ana Carvalho e Vítor Martins, eternizaram as suas aventuras e missões humanitárias em imagens plenas de vida. Numa exposição cheia de emoções, os líderes da Maxivisão de Vila Nova de Poiares partilharam a faceta mais solidária das suas viagens. Em quatro momentos distintos distribuíram um total de 90 óculos graduados a quem, de outra forma, nunca poderia adquiri-los. São Tomé e Príncipe, Peru, Cabo Verde e Macedónia do Norte são os locais que se podem ver nas fotografias que entre 6 e 27 de janeiro dão cor à Casa da Mutualidade d’A Previdência Portuguesa, em Coimbra. A inauguração aconteceu a 6 de janeiro e juntou amigos, seguidores e comunicação social com o objetivo de levar longe a mensagem de amor de Ana e Vítor. “A nossa missão é tentar que mais pessoas nos ajudem a ajudar.”
Voltemos a recordar o que vos fez enveredar por este “caminho humanitário”. A nossa viagem à India marcou definitivamente a ideia de que poderíamos fazer mais do que ir em viagem. Isto não só pelo que vimos, mas porque percebemos que, mesmo assim, aquelas pessoas com quem nos cruzámos eram felizes à sua maneira. Só nos faltavam os meios financeiros para nos lançarmos.
As viagens foram o ponto de partida. Sim, foi através das viagens que começámos a perceber verdadeiramente o mundo em que vivemos. Estar no interior do Brasil, ir para Hawai numa altura em que não havia internet sem-
pre disponível, fazendo mais de 14 mil quilómetros para lá chegar, percorrer parte do Egito num autocarro sem luzes, fazer a Tailândia de autocarro, andar mais de mil quilómetros de jipe em Marrocos, ir de jipe de sul a norte da Jordânia, percorrer Israel à boleia de uma portuguesa, fazer a Malásia de autocarro, alugar um carro com motorista e fazer mil e quinhentos quilómetros na Índia naquele caos, ir de Lisboa até Sydney numa autêntica aventura, andar de mota em Cozumel, Mykonos, Cabo Verde, São Tomé, ir à África do Sul, estar com a comunidade portuguesa em Newark, conduzir mais de mil e quinhentos quilómetros entre a Alba-
nia e o Kosovo, ou entre a Croácia e a Bósnia, fazer os países do Báltico de autocarro, estar em Istambul e absorver toda aquela mística, e muitas mais experiências, fizeram-nos perceber que poderíamos fazer mais.
Até mesmo quando decidiram investir na vossa marca própria, fizeram-no com uma mensagem de inclusão. É-vos natural a solidariedade? Nada acontece por acaso. Temos familiares diretos com um atraso cognitivo, e foi com eles que brincámos e convivemos muitas vezes em criança. Essa sensibilidade vem de berço e a partir daí, tal como nas viagens, quando se vê de-
terminadas realidades com os próprios olhos, adquire-se mais emotividade sobre o que nos rodeia. A nossa marca é o nosso orgulho! Sinceramente, não pela beleza das armações, porque na realidade a qualidade das lentes é bem mais importante que a moda e todos os óticos deveriam ter esse pensamento, mas sim pelo prazer que tivemos em receber o Paulo Azevedo, um vencedor, ou em receber o desfile dos utentes da Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental, que foi um autêntico sucesso. Na nossa inauguração da exposição fotográfica também não nos esquecemos de ser inclusivos, tivemos uma intérprete de língua gestual portuguesa a traduzir os nossos discursos de abertura e a sala era acessível a cadeira de rodas.
Contem-nos cada uma das vossas missões e os pontos mais marcantes de cada uma.
A primeira foi em São Tomé onde entregámos trinta e dois óculos graduados. Foi a mais marcante por ter sido a primeira. Entregámos uns óculos a uma rapariga com -19 dioptrias. A segunda foi ao Peru. Contámos com o apoio do chef Gaston Acurio, uma referência gastronómica no Peru. Entregámos doze óculos, mas foi já em pré-bloqueio mundial devido à pandemia. Houve crianças que estavam a cerca de duzentos quilómetros que não vieram
receber os óculos devido ao pânico instalado. Nós regressamos dia 15 de Março e dia 16 fecharam tudo. Foi dramático para nós. Estávamos a nove mil quilómetros de casa e houve pessoas que não embarcaram antes, e ficaram lá quase dois meses. A terceira missão foi em pleno covid, em Março 2021, tivemos de levar um documento em como íamos em missão, caso contrário não tínhamos autorização para sair do país. Esta viagem teve a ajuda preciosa da Cruz Vermelha de Cabo Verde e foi feita nas Ilhas de São Vicente e Santo Antão. A última foi à Macedónia do Norte. Foi uma missão ainda mais inclusiva, entregámos vários óculos a jovens com doenças raras e alguns doenças mais profundas.
Qual é a próxima?
Vamos ao Quénia, à cidade de Nairobi que está a ser fustigada por uma seca extrema sem precedentes. É lá que queremos deixar a nossa próxima “mini pegada”.
No fundo que mensagem querem transmitir com a Exposição na Casa Mutualidade, em Coimbra?
A mensagem é, acima de tudo, que com pouco podemos fazer muito. Depois queremos inspirar as pessoas nas mais diversas áreas a tentar fazer mais para melhorar o mundo. Queremos também transmitir que o nosso caminho só tem
sido possível com a ajuda de todos os nossos clientes. São eles que nos têm ajudado, vindo à nossa loja. Ficamos muito felizes em puder dar-lhes algo muito diferente e fazê-los sentir que eles também fazem parte deste processo.
Porquê este sítio em particular para divulgarem as vossas “aventuras”?
Porque somos parceiros, e porque nos identificamos muito com a sua forma de estar. A Previdência Portuguesa completa este mês 94 anos de vida, uma história pautada de mutualismo. É neste sentido que queremos continuar a levar a nossa vida e o nosso negócio, sempre com o lema “conseguimos mudar a forma de olhar”.
Que sonhos têm agora para estas andanças solidárias?
Os nossos sonhos são infinitos e as nossas missões só terminam quando todas as pessoas que precisarem de óculos no mundo os conseguirem obter com os seus próprios meios. Enquanto tivermos forças, vamos continuar com os pés bem assentes na terra, a fazer aquilo que mais gostamos, viajar e ajudar quem mais precisa.
Foto: Freepik.com
1.- Grupo de Ótica e Perceção Visual, Departamento de Ótica, Farmacologia e Anatomia da Universidade de Alicante, Espanha, email: david.pinyero@ua.es 2.- Universidade de Valladolid, Espanha
3.- Departamento de Oftalmologia, Vithas Medimar International Hospital, Alicante, Espanha; david.pinyero@gcloud.ua.es
O aparelho Myah (Topcon Helthcare Inc., Tóquio, Japão) é uma plataforma multi-diagnóstico que inclui biometria ótica, um topógrafo corneal, um pupilómetro e um módulo de olho seco. Os exames oculares podem ser feitos através da obtenção de dados do raio da córnea, da queratometria plana (K1) e curva (K2), do diâmetro corneano “branco a branco” (BAB) e do comprimento axial (CA ) (Figura 1). Estes parâmetros obtêm-se com o uso dos 24 discos de Plácido refletidos a partir da curvatura corneana anterior. Adicionalmente, o aparelho Myah estima o CA com o recurso à tecnologia de interferometria, considerada como standard de ouro [1]. Especificamente, esta ferramenta faz seis interferometrias individuais por exame, usando uma interferometria de baixa consistência (laser díodo de 820 nm) e mostra os valores médios para cada medição. O nosso grupo de pesquisa conduziu recentemente um estudo para validar as medidas clínicas providenciadas por este aparelho [2] .
Deve considerar-se que este tipo de validação é crítica para estes dispositivos, quando são lançados comercialmente, pois são usualmente utitizados no contexto do controlo da progressão da miopia.
Figura 1 – Ecrã do aparelho Myah depois de uma medição do comprimento axial. Os picos interferométricos da medição distinguem-se claramente.
Levámos a cabo um estudo de uma visita única observacional no Departamento de Oftalmologia do Hospital Vithas International, em Alicante, Espanha. Foi efetuada de acordo com a Declaração de Helsínquia e aprovada pelo Comité Ético da Universidade de Alicante. Dois aspetos distintos do sistema foram investigados: a permutabilidade e repetibilidade intra-sessão com outro aparelho biométrico. Para este propósito, incluímos pacientes com miopia com idade igual ou menor a 18 anos e com um olho saudável de acordo com o exame completo feito à saúde ocular. Os critérios de exclusão foram cirurgia ocular prévia, presença de qualquer patologia ocular ou doença sistémica ou o uso de medicações tópicas.
Em todos os casos, uma avaliação completa dos olhos, envolvendo refração manifesta, acuidade visual à distância corrigida (AVDC) e exame a ambos os olhos com lâmpada de fenda foram feitos pelo mesmo clínico experiente. Depois destes exames, realizou-se uma biometria em todos os sujeitos através do dispositivo Myah. Adicionalmente, um subgrupo de indivíduos também foi avaliado com o aparelho Myopia Master (Oculus GmBH, Alemanha), outra solução desenvolvida para analisar a progressão da miopia, cuja repetibilidade em termos de parâmetros biométricos e os seus acordos com a IOL Master 500 e IOL Master 700 foram reportados num estudo impresso anteriormente [3]. Duas medições consecutivas foram feitas para apurar o raio corneano e dados BAB. Adicionalmente, três medições consecutivas foram efetuadas para propósitos de repetibilidade da CA. Selecionou-se um olho por paciente aleatoriamente para fins do estudo.
Um total de 51 olhos (27 olhos direitos e 24 esquerdos) de 51 pacientes (26 mulheres e 25 homens) com idade média de 10.80 ± 3.40 anos (entre os 5 e os 18 anos) foram incluídos para analisar a repetibilidade do aparelho Myah. A média esférica equivalente foi -1.20 ± 2.47 diopetrias (entre os -6.25 até +5.13 dioptrias) e a média da acuidade visual à distância corrigida foi -0.01 ± 0.04 logMAR (entre -0.10 e +0.10 logMAR). Não se encontraram diferenças estatisticamente significativas entre as medições repetidas de K1 (p=0.29), K2 (p=0.85), BAB (p=0.58) and CA (p=0.89) (figura 2). O desvio padrão intra-sujeito foi 0.02, 0.02, 0.07 e 0.02 milímetros para K1, K2, BAB e CA, respetivamente. Da mesma forma, os coeficientes médios de correlação intra-classe para as mesmas variáveis foram 1.00, 0.99, 0.97 e 1.00, respetivamente.
A equivalência esférica média deste subgrupo foi de –1.26 ± 1.94 dioptrias (entre -5.50 a +1.38 D) e a média da acuidade visual corrigida à distância foi de -0.01 ± 0.05 logMAR (entre -0.10 e +0.10 logMAR).
As diferenças médias entre os aparelhos Myah e Myopia Master foram de -0.01, -0.06, 0.15 e 0.03 milímetros para K1, K2, BAB e CA, respetivamente. As diferenças entre os mecanismos não foram estatisticamente significativas para K1 (p=0.16). Em contraste, o valor médio da K2 foi muito mais alto no Myopia Master (p<0.001) e os valores médios da BAB e CA foram significativamente mais altos no Myah (p<0.001 and p=0.009, respetivamente). A análise Bland Altman providenciou os seguintes limites de acordo: -0.10 até 0.08 milímetros para K1, -0.13 até 0.01 milímetros para K2, -0.37 até 0.67 mm para BAB e -0.09 até 0.15 mm para CA.
Figura 2 – Distribuição das três medições repetidas de comprimento axial realizadas pelo aparelho Myah. Cada ponto representa uma única medição. As caixas e fios representam os valores mínimo, primeiro quartil, mediano, terceiro quartil e máximo. A ilustração de densidade representa a distribuição uniforme dos dados.
Um subgrupo de 30 olhos (15 olhos direitos e 15 esquerdos) de 30 pacientes (15 mulheres e 15 homens) com média de idades de 9.93 ± 2.97 (entre os 5 e os 18 anos) também foram avaliados com o dispositivo Myopia Master, cujos dados se usaram para analisar a semelhança entre os Myah e Miopia Master.
O aparelho Myah garante medições consistentes do raio corneano, distância BAB e CA numa população pediátrica saudável. Os valores dos coeficientes médios de correlação intra-classe obtidos para a queratometria são semelhantes aos reportados com o uso pela biometria em crianças da Lenstar LS900 (Haag-Streit AG, Suíça), à volta de 0.02 milímetros para ambos meridianos corneanos [4] No que diz respeito ao valor BAB, o coeficiente médio de correlação intra-classe do aparelho IOL Master 700 foi registado como 0.09 milímetros [5], um valor ligeiramente abaixo do apurado pelo Myah. Já em relação às medições do CA, a repetibilidade do sistema Myah foi melhor do que os parâmetros anteriores, mostrando um coeficiente médio de correlação intra-classe de 0.02 milímetros e um
ICC de 1. De forma similar, os estudos que analisaram a repetibilidade do anterior biómetro de baixa-coerência ótica denominado Aladdin (Topcon, Japão) disponibilizado pelo mesmo fabricante, também encontrou medidas consistentes de CA em adultos [6,7] . Nas populações pediátricas, o coeficiente médio de correlação intra-classe das medições CA foram reportadas em 0.03 milímetros, 0.03 milímetros e 0.01 milímetros recorrendo aos aparelhos Lenstar LS900, AL-Scan e IOL Master 700 devices, respetivamente [4,5,8]. Por tudo isto , a repetibilidade encontrada nas medições CA com o dispositivo Myah em crianças é comparável com a de outras biometrias disponíveis no mercado. Isto significa que estes resultados indicam que os valores de repetibilidade do aparelho Myah para os parâmetros biométricos associados com o segmento anterior são comparáveis aos de outros biométros. Consequentemente, o sistema Myah pode ser útil para analisar a geometria corneana em crianças que precisam de lentes de contacto, por exemplo, lentes de contacto para controlo da miopia.
No que diz respeito à permutabilidade de medidas da Myah e da Myopia Master, a diferença entre dispositivos foram pequenas em magnitude, mas atingiram significado estatístico para
K2, BAB and CA. Porém, a relevância clínica de tais diferenças é questionável. O raio corneano e a distância BAB são normalmente usados para selecionar os parâmetros iniciais na adaptação de lentes de contacto (curvatura base e diâmetro), cujo uso está a aumentar em crianças devido aos recentes desenvolvimentos das técnicas de controlo de miopia [9]. A diferença média encontrada para K2 no presente estudo, 0.058 milímetros, está próxima da seleção da curvatura base nas lentes de contacto rígidas. Por isso, a diferença encontrada entre instrumentos pode ter alguma influência na decisão dos parâmetros de seleção, quando se adapta lentes de contacto rígidas. Por outro lado, esta diferença pode considerar-se negligente para a adaptação de lentes de contacto moles, pois os passos da curvatura base são tipicamente mais altos. No que diz respeito às medições BAB, os valores mais altos foram dados pelo aparelho Myah, no entanto, a diferença média entre dispositivos, 0.15 milímetros, parece não ser de magnitude suficiente para alterar a decisão do diâmetro para a adaptação de lentes de contacto. A diferença média para as medições CA entre os aparelhos foi de 0.03 milímetros, que corresponde a uma diferença de poder refrativo de 0.1 D aproximadamente. Como resultado, o presente
estudo sugere que os aparelhos Myah e Myopia Master mostram valores ligeiramente diferentes para CA. Como consequência, e dada a importância de uma medição correta da CA para o controlo da progressão da miopia [10,11] , ambos os dispositivos podem usar-se como permutáveis para esse propósito, mas com alguma precaução. Independentemente disso, considerando que na prática clínica a diferença mais baixa do poder refrativo possível para compensar com lentes oftálmicas é 0.25 dioptrias, a diferença encontrada na CA entre aparelhos podia ser negligente de um ponto de vista refrativo.
1.- Sheng H, Bottjer CA, Bullimore MA. Ocular component measurement using the Zeiss IOLMaster. Optom Vis Sci 2004; 81: 27-34.
2.- Martínez-Plaza E, Molina-Martín A, Arias-Puente A, Piñero DP. Clinical validation of a new optical biometer for myopia control in a healthy pediatric population. Children (Basel) 2022; 9: 1713.
3.- Ye Y, Zhao Y, Han T, Zhang X, Miao H, Qin B, Zhou X. Accuracy of axial length, keratometry, and refractive measurement with Myopia Master in children with ametropia. PREPRINT (Version 1) Research Square 2022 [https://doi. org/10.21203/rs.3.rs-1548462/v1].
4.- Rauscher FG, Hiemisch A, Kiess W, Michael R. Feasibility and repeatability of ocular biometry measured with Lenstar LS 900 in a large group of children and adolescents. Ophthalmic Physiol Opt 2021; 41: 512-522.
5.- Huang J, Zhao Y, Savini G, Yu G, Yu J, Chen Z, Tu R, Zhao Y. Reliability of a new swept-source optical coherence tomography biometer in healthy children, adults, and cataract patients. J Ophthalmol 2020; 2020: 8946364.
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11.- Walline JJ, Robboy MW, Hilmantel G, Tarver ME, Afshari NA, Dhaliwal DK, Morse CL, Quinn CJ, Repka MX, Eydelman MB. Food and Drug Administration, American Academy of Ophthalmology, American Academy of Optometry, American Association for Pediatric Ophthalmology and Strabismus, American Optometric Association, American Society of Cataract and Refractive Surgery, and Contact Lens Association of Ophthalmologists Co-Sponsored Workshop: Controlling the Progression of Myopia: Contact Lenses and Future Medical Devices. Eye Contact Lens 2018; 44: 205-211.