Miguel Caires e a ótica em velocidade

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PORTUGAL • Nº 117 • DEZEMBRO 2022 Distribuição exclusiva a profissionais • Preço de Capa: € 7,50 Guillaume Thuau Baars e o magnetismo em óculos Shamir Okiatto brilha na Boavista Optivisão 33 anos ao serviço dos portugueses Miguel Caires A ótica em velocidade

Recomeçar sempre

O último mês do ano é sempre uma espécie de fim, mas em 2022 foi um recomeço. As empresas portuguesas festejaram prémios, novos empreendimentos, resultados positivos e partilharam com as suas comunidades. Em dezembro também se falou de um 2023 que se antecipa desafiante, mas que a Pantone já pintou com tons de energia. Portanto, estamos com a determinação de quem vai começar uma nova etapa, com brio, com expectativa e com uma ansiedade positiva, em busca da dinâmica do melhor setor.

E por falar em orgulho, tivemos a honra de finalmente por na nossa capa um jovem empresário que tem despertado o setor para a sua postura corajosa nos negócios e, claro, para um sucesso exemplar. Miguel Caires é uma segunda geração da nossa ótica, mas com contornos próprios e uma forma de estar que nos encanta. Aprendemos, à luz da sua experiência, sobre como manter uma empresa com larga história competitiva e ativa, sobre superar dos maiores obstáculos, sobre o poder da perseverança e sobre como ter o futuro sob cálculo cuidado, mas também encarado de forma instintiva. Ou seja, pensávamos nós que teríamos uma grande capa de fim de ano, no entanto tivemos uma grande capa de início de uma época. Obrigada!

As páginas que envolvem esta entrevista foram poucas para tanto dinamismo, nacional e de além fronteiras. Fizemos registos incríveis das marcas que desenham a indústria e que provam que estamos preparados para tudo o que aí vem. Destacamos ainda as nossas “viagens” tanto pela antecipação das feiras internacionais, que já auspiciam novos sucessos em participações, e ainda pelo mundo de um designer que viu os óculos de uma forma tão original que entreabre novos caminhos criativos. Guillaume Thuau aplicou o magnetismo ao eyewear de forma inédita.

Se por norma nos despedimos de um ano nesta edição de dezembro, em 2022 damos as boas vindas à vontade de fazermos melhor, de reinventar a atualidade, de voar em direção a novos desafios que nos edificam e melhoram. Bem-vindos a uma nova era, mas com a constante de que a ótica está aqui, na sua Millioneyes!

Estatuto Editorial / Sinopse

A Millioneyes é uma revista profissional dedicada ao setor da ótica, contando com presença integral online através da plataforma isuu.com.

A Millioneyes tem o objetivo de cobrir os acontecimentos específicos do seu setor e retratar a informação de forma rigorosa, com toda a dedicação e competência.

A Millioneyes traz uma abordagem íntima, atualizada e assertiva sobre o setor da ótica em Portugal, esmiuça perspetivas de outros países sobre a situação do mercado, retrata tendências em óculos, expõe dados científicos essenciais aos técnicos da área com o apoio dos oftalmologistas e optometristas e aborda de forma inédita os empresários que gerem os estabelecimentos nacionais.

A Millioneyes compromete-se a respeitar os princípios deontológicos e a ética profissional aplicada à atividade profissional dos jornalistas, assim como a boa fé dos leitores, através do trabalho dos seus colaboradores e diretor. A Millioneyes é independente do poder político e de grupos económicos, sociais e religiosos.

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| 6 | Diretora: Patrícia Vieites | Editora: Carla Mendes | Redação: Carla Mendes, Mariana Teixeira Santos, Célia Esteves, Marlene Maia | Design e Paginação: Paula Craft | Fotografia: Sara Marilda | E-mail:
| Tel: 96 232 78 90 | Periodicidade: Mensal | Tiragem: 2000 exemplares | Impressão: Uniarte Gráfica, S.A | Preço de capa em Portugal: 7,50 euros Depósito Legal n.º 419707/16 | Interdita a reprodução, mesmo que parcial, de textos, fotografias ou ilustrações sob quaisquer meios e para quaisquer fins, inclusive comerciais. Os artigos de opinião e os seus conteúdos são da total responsabilidade dos seus autores. A
é propriedade da Parábolas e Estrelas – Edições
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Faro
177, 4º esquerdo, 4470-464 Maia, Portugal | NIF: 510195865 | Gerente/Diretor - Cristóvão Jesus - Detentor de 100 por cento do capital social | Sede de Redação– Rua Elísio de Melo, 28,
38 –
Porto | Qualquer crítica ou sugestão deve remeter-se para: millioneyes@outlook.pt 18 ALL EYES ON YOU Miguel Caires A ótica em velocidade 18 WHAT’S NEW De Rigo Compra divisão eyewear da Rodenstock 12 FRAME OUT Cazal Caráteres extraordinários 28 SOCIAL EYES Optivisão 33 anos ao serviço dos portugueses 35 EYES OF THE WORLD opti 2023 Feira de Munique assenta na visão e na sustentabilidade 24 IN YOUR EYES CECOP 2022 foi ano de crescimento #ÍNDICE
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4000-196

LUZ SOB CONTROLO

Transitions é uma marca registada e o logotipo é registado por Transitions Optical, Inc. A sua utilização está sujeita a autorização por parte da Transitions Optical Limited. GEN 8 é uma marca registada pela Transitions Optical Limited. A performance fotocromática é influenciada pela temperatura, a expositção aos raios UV e matéria da lente. Armação Caroline Abram® - Lentes Transitions Gen 8 Amethyst. *Lentes inteligentes que se adaptam automaticamente às variações de luminosidade. DESCUBRA AS 7 CORES DISPONÍVEIS
Brun Gris
Amber Sapphire Amethyst
Graphite Green
Emerald

LINDBERG

Preciosidades eyewear

A marca minimalista ganha contornos de luxo na sua coleção em edição limitada Precious. São armações materializadas em ouro de 18 quilates e que se completam nos diamantes inseridos, cuidadosamente, à mão. Aliás, cada uma destas joias contam com a destreza de artesãos experientes que concedem singularidade e o mais alto detalhe no resultado final. E mesmo assim, a Lindberg não abdica da leveza que desde sempre a consagrou, o que torna a experiência de uso confortável e plena de elegância.

NEUBAU

Maravilhas da natureza

A casa austríaca apresenta a coleção Shapeshifter, inspirada numa natureza que se transforma. A palavra chave da nova linha é sustentabilidade, apoiada nas matérias amigas do ambiente, como o titânio e o naturalPX que se desenham em filigranas delicadas e se pintam com cores terrenas. Cada uma das novas peças simboliza a mutabilidade dos seres humanos, fulcral à aceitação das constantes mudanças e à reinvenção pessoal. E na campanha que apresenta esta confortável e resistente Shapeshifter, os óculos surgem destacados em paisagens místicas e serenas, uma homenagem ao bem mais precioso da nossa passagem pela vida: o meio ambiente.

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A ÁRVORE DE NATAL DA CECOP NÃO PARA DE CRESCER! A CECOP DESEJA A TODOS BOAS FESTAS! AGORA JÁ SOMOS MAIS DE 243 ÓTICAS EM PORTUGAL, E 7.600 EM TODO O MUNDO! EM 2023, JUNTOS, VAMOS REALIZAR NOVOS SONHOS E PROJETOS.

NIRVAN JAVAN

Óculos acompanhados de café

O designer Nirvan Javan deixou-se encantar pelo odor intenso do café sul-americano e desenhou óculos que remetem para a beleza da Costa Rica e do Peru. As armações homónimas da Arabic Collection constroem-se a partir do bioacetato, de assento sustentável, e refletem e protegem, através de cores terrenas e uma construção amiga do ambiente, o esplendor das florestas tropicais. Como extra, Nirvan Javan convida, por cada par de óculos adquiridos, a saborear o delicioso café feito a partir de grãos moídos da variedade Arábica, prensados em cápsulas biodegradáveis.

RYE & LYE

Vinho e arte em eyewear

As vibrações artísticas destes estilos da insígnia transalpina são magnéticos. De um lado o modelo Chiffon nas versões de prescrição e solar com uma duplicidade de linhas “deliciosa” e que se deixa alongar num cat eye sinuoso e atrevido. Do outro, os óculos Ribolla, fieis ao espírito efervescente do vinho que inspirou o seu nome. A parte superior do frontal, numa filigrana que se alonga pela haste, demarca a originalidade da armação que se expressa num dourado luxuoso.

CAZAL

Caráteres extraordinários

Esta insígnia disruptiva presta tributo à era punk numa interpretação única e que perfaz a campanha mais recente. O fotógrafo francês Armen Djerrahian capta expressões e atitudes em imagens poderosas e provocadoras que colocam no centro a linha mais famosa da Cazal, a Legends. Desta forma, entrecruzam-se o estilo hip-hop dos anos ’80 eternizados em cada modelo da marca com uma atitude livre de preconceitos que preconiza dias de liberdade de expressão.

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Edifício Premium Rua Miguel Serrano, nº9, 6ºAndar 1495-173 Mira ores, Portugal | Contacto: +351 210 004 552

JACQUES MARIE MAGE

Para os que se atrevem Esta peça escultural é parte de uma edição limitada de 450 peças e materializa-se em beta titânio. Chama-se Marbot, inspirada num destemido e celebrado general francês do exército napoleónico e que perseguiu conquistas militares entre Génova e Waterloo. O modelo define-se numa subtil linha que se desdobra na ponte, numa estratégia audaz de design equilibrado e misterioso. As colorações desta criação Jacques Marie Mage apelam a personalidades distintas, desde um classicismo reinventado ao atrevimento eclético.

MAUI JIM

Uma rosa ao sol Repescada do glamour vintage, o novo modelo Wood Rose desenha-se ao ritmo de um sugestivo cat eye. Imiscuem-se materiais de forma audaz, em que se destaca o acetato em cores naturais e a subtileza da lâmina em metal que surge brilhante nas hastes e na ponte. As lentes de desenho arredondado têm a garantia da tecnologia PolarizedPlus2 e cores plenas de energia, que garantem uma visão perfeita.

LACOSTE

Blocos de cor

A famosa marca do crocodilo propõe a linha Premium Color Block para dar energia aos dias frios. Os novos óculos de sol conduzem a faceta eyewear da Lacoste para uma nova dimensão, com desenhos generosos e arestas que se definem na estética arrojada dos blocos em diferentes tonalidades. O acetato é primordial na afirmação dos standards desportivos defendidos pela casa francesa desde sempre.

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LUNOR

A frescura dos recomeços

A marca alemã prepara a entrada em 2023 antecipando mais cor, mais contrastes, uma mistura moderna de materiais e um uso poderoso de novos formatos. O lançamento da nova linha M6 já entreabre a nova temporada com os seus desenhos clássicos e intemporais, combinando a paixão pelo detalhe da Lunor e um fabrico tradicional exímio.

As armações em aço inox completam-se nas plaquetas em titânio e no revestimento em acetato suave das hastes e asseguram uma sensação no uso de excelência.

MONOQOOL

Sem limites

A inovadora fabricante dinamarquesa propõe designs únicos para a temporada fria, possíveis graças à inovadora tecnologia 3D. Conforto, leveza e um estilo inegável são os ingredientes que desenham modelos como Avalanche, DK e DB. “Com a impressão 3D estamos numa posição em que podemos dar largas à nossa criatividade com formas e cores em óculos incríveis, não comprometendo a adaptação e função das peças. Temos completa liberdade no nosso trabalho de design e ainda assim conseguimos soluções técnicas nunca antes vistas ou imaginadas”, declarou Allan Petersen, CEO da Monoqool.

MATERIKA Novidades pluma

A série Piuma da marca italiana cresce em dois novos modelos. Um espírito moderno envolve as armações numa assinatura dinâmica e colorida. Tal como num túnel de vento, as formas parecem moldadas com a brisa que acaricia as superfícies fluídas. Só mesmo as arestas da ponte contrastam com este conluio harmonioso. O Magensium é a matéria estrela destas peças que invoca um mundo em alta velocidade em que a leveza é uma máxima suprema.

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Hi-Vision LongLife O tratamento mais duradouro do mercado. Garantia de produto por 4 anos* *Informação exclusiva para profissionais dos cuidados da visão, garantia válida para problemas decorrentes do fabrico. Repele o pó Repele a água Repele a gordura Proteção contra a luz azul (HVLL BC) Extremamente duradouro Resistente aos riscos Anti-reflexo Proteção UV (HVLL UVC)

#WHAT’S NEW

DE RIGO

Compra divisão eyewear da Rodenstock

A fabricante italiana fundamenta o seu plano de expansão com a assinatura de um acordo para aquisição total da divisão de óculos da alemã Rodenstock, que se prevê estar concluída no segundo trimestre de 2023. A integração da divisão Rodenstock Eyewear ao negócio De Rigo fortalece a rede de vendas através de recursos adicionais, know-how e uma extensa rede na Alemanha, bem como em mercados internacionais. Além disso, a aquisição inclui as duas marcas de alta qualidade, Rodenstock Eyewear e Porsche Design Eyewear, que complementam o portfólio da empresa transalpina. “Tenho o orgulho em anunciar este acordo com a Rodenstock, com quem partilhamos valores de excelência operacional e um negócio centrado no cliente e nas pessoas: a chave para o sucesso das nossas empresas”, adicionou Maurizio Dessolis, vice-presidente da De Rigo Vision. Da parte da Rodenstock, o CEO Anders Hedegaard, acrescenta que “com a De Rigo, encontrámos um comprador que garantirá a continuidade dos nossos negócios de óculos e esperamos dar seguimento à nossa atividade.”

EAOO

Cuidados visuais num mundo em mudança

A Academia Europeia de Optometria e Ótica (EAOO na sigla em inglês) desafia os profissionais para a sua conferência anual que acontece entre 11 e 14 de maio, em Poznan, na Polónia. A EAOO, em conluio com a Associação Optométrica Polaca, vai focar as apresentações na temática dos Cuidados Visuais num Mundo em Mudança e espera-se um número recorde de investigadores e profissionais para discutir as mais recentes pesquisas, a formação e prática clínica em optometria, ótica e receituário e as ciências da visão.

ALCON

Nova lente tórica

A fabricante de lentes de contato apresenta as TOTAL30 for Astigmatism, garantindo que são as primeiras lentes tóricas mensais com Gradiente Aquoso. Este material patenteado pela Alcon beneficia da tecnologia CELLIGENT e do desenho PRECISION BALANCE que garantem conforto e estabilidade excecionais e alta transmissibilidade ao oxigénio. Desta forma, o portefólio TOTAL30, criado para o mercado de lentes de contacto premium, amplia-se. As pessoas com astigmatismo representam, aproximadamente, 47 por cento de todos os usuários que precisam de correção visual, no entanto apenas dez por cento usam lentes de contacto tóricas. “Uma vez que os utilizadores de lentes de contacto com astigmatismo são mais propensos a sentir secura e desconforto, desenvolvemos as nossas TOTAL30 for Astigmatism para proporcionar umas lentes de contacto tóricas que proporcionam um conforto excecional aliado à estabilidade superior. E para os profissionais da visão, o lançamento das TOTAL30TM for Astigmatism representa uma inovação que pode ajudar a adaptar lentes de contacto em mais usuários com astigmatismo”, sublinhou Inés Mateu, vision care franchise head e country manager da Alcon em Espanha e Portugal. As informações detalhadas sobre esta novidade estão disponíveis em www.alcon.com.

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Foto: Ksenia Chernaya

New frames of beauty.

GROUPMAXGALLI
MIXER
THE EYEWEAR STATE OF THE ART February 4-6, 2023 | Fiera Milano, Rho

EYES ON YOU

MIGUEL CAIRES A ÓTICA EM VELOCIDADE

Esta era uma entrevista que ansiávamos há muito: um jovem empreendedor da ótica que colocou um grupo português na luta pelos primeiros lugares de um ranking composto por multinacionais. Numa das suas paragens pela Invicta, conseguimos tempo precioso para explorar um percurso de sucesso, baseado em muito trabalho, numa enorme força, na inquietude, coragem e humildade e numa equipa construída por Miguel Caires.

Líder do, agora considerável, grupo Alberto Oculista, tem uma figura que se impõe, mas na sua voz tranquilizadora e grave entreabrimos caminho pela vida do gestor, do desportista e do homem.

Tem a enorme responsabilidade de alinhar os negócios de mais de 100 lojas sob as marcas Alberto Oculista e, mais recentemente, a Opticenter. Aliás, este grupo foi absorvido sob enorme curiosidade dos mercados, não só o da ótica, pela manobra arrojada, mas também pela demonstração de poderio. A

mensagem foi clara. “Queremos ser os melhores!” E quem pensar que isto é prenúncio de altivez, desengane-se. É, sim, de empenho máximo e da necessidade de crescer para além do mercado basilar: a ilha da Madeira. O responsável pela pedra fundadora, em 1984, de todo este empreendimento foi Alberto Caires. Ganhou o seu lugar no mercado da ótica insular a pulso, vindo “do nada” para se transformar numa das marcas de referência da Madeira. Nos filhos, desde cedo, colocou muita responsabilidade. Miguel Caires come-

çou a sua incursão na empresa como um dos estafetas da Alberto Oculista, ainda menor. Tal “missão” permitiu-o conhecer a empresa desde os armazéns aos escritórios de forma privilegiada. Foi empurrado para ser ótico, mas na realidade quis dar um contributo distinto ao setor, à empresa e à economia nacional. A aprendizagem sobre a indústria da ótica já vai longa para o jovem Miguel, mas é contínua e plena de desafios e sucessos que, todos juntos, já lhe deram uma preparação incrível. Isso está bem patente no seu discurso

#ALL
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ponderado, sóbrio e corajoso. Hoje, o que começou por ser uma grande ótica da Madeira, é um grupo internacional com seis áreas de negócio, as principais ligadas à visão e ao bem-estar. Passou o enorme Atlântico em direção ao continente português, depois à Espanha e ao Brasil com a mesma postura que qualquer grupo multinacional, mas munido de uma visão mais terrena e nacional. Para lá dos negócios Miguel Caires é atleta. O futebol foi o seu “primeiro amor” logo aos dez anos e com a camisola do “seu” Marítimo. Podia ter sido o outro Ronaldo? “Nada disso”, responde seguro. Não tinha o foco e arrepende-se disso. Claro que nunca é tarde para recuperar mágoas e, por isso, na altura de substituir o futebol, escolheu um desporto que exige concentração máxima, olhos bem despertos, forma física e muito equilíbrio. No automobilismo começou por aprender com os melhores, para depois se lançar em nome próprio e com uma carreira em ascensão que o faz arriscar estradas e velocidades em busca dos seus sonhos. Tal como profissionalmente, é na preparação exímia de cada prova que se esgota, mas se completa com alegria. Ainda há muito para ver deste Miguel Caires, ao volante e na empresa. Estamos ansiosos por registar os seus próximos voos!

Como passou de jogador de futebol para os carros?

A minha grande paixão sempre foi o futebol. Tive que desistir aos 37 anos, em 2018, por causa de uma lesão, o que me fez andar umas boas semanas a pensar o que fazer para o substituir. A minha vida é feita de desporto! Ginásio não era bem a “minha praia”, embora hoje o faça cinco vezes por semana. Aliás, só consegui atingir o atual nível de performance com essa disciplina. Em agosto desse mesmo ano fui para as serras ver o rali Vinho Madeira, como sempre, e na passagem de um dos carros fiquei arrepiado. “É isto que vou fazer!” (risos).

E como juntou a equipa para se lançar nessa aventura? A Alberto Oculista já era patrocinador de uma das duas equipas que habitualmente são vencedoras, à geral, do campeonato da Madeira de ralis. Quando, em 2019, lhes disse “contem comigo este ano”, agradeceram-me pelo patrocínio. Então expliquei-lhes que o que queria era ser piloto (risos), que queria correr com eles num segundo carro. Integrei-me na equipa. Foi um primeiro ano de aprendizagem, de percepção de como funcionava o desporto. No segundo ano voltei a dizer “contem comigo”. Desta vez perguntaram: “como piloto?” “Não, como patrocinador!” (risos). E montei a minha equipa, com todas as aventuras que se seguiram e que me permitiram chegar onde estou hoje. Cada prova que fiz deu-me mais confiança e isso permitiu-me distanciar-me mais da “concorrência” e obter bons resultados. Reuni tudo o que me pudesse ajudar ao nível físico, mental e mecânico. A preparação é fundamental para se conseguir

alcançar bons níveis num desporto que é muito exigente e que requer não apenas velocidade mas também consistência. É algo que transponho para a minha vida profissional, também.

Uma das aventuras que viveu foi um acidente grave. Sim, numa das etapas de um dos ralis do campeonato, não fiz uma curva e seguimos em frente, eu e o meu copiloto, ribanceira abaixo, numa queda de 80 metros e cinco “mortais”. Inicialmente tive esperança de parar, mas fui perdendo a cada “cambalhota”. A determinada altura percebi que poderia mesmo morrer. Felizmente o carro foi travado por um tronco. Sobrevivemos.

E como se regressa ao ativo depois de um episódio tão traumatizante?

Estive alguns meses parado, até que decidi voltar. A primeira prova depois daquele interregno todo foi a mesma do acidente. Quando fiz a primeira classificativa, fui o mais rápido da minha classe e nem eu esperava tal coisa.

Com o mesmo carro?

Sim, com uma carroçaria nova. Quando entrei na segunda classificativa, numa etapa mais longa, mais ou menos nas mesmas circunstâncias do primeiro acidente, tive outro. Uma reta, curva à esquerda e o carro não virou…dessa vez fiquei na estrada porque tinha um muro. Naquele dia decidi que nunca mais entrava num carro de rali.

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Sentiu-se responsável pelo incidente. Aquele segundo acidente transformou-me no “palhaço do circo”, ainda por cima num meio pequeno. Aquilo arrasou-me emocionalmente e achei que era o fim, que era eu que não conseguia melhor. Também é inteligência saber parar. Duas semanas depois, o meu mecânico ligou-me para me dizer que tinha enviado as minhas suspensões para a Letónia, para um especialista. Num vídeo detalhado via-se que o espigão que eu tinha no meu carro era para ralis de terra e não de asfalto. Ou seja, eu tinha as suspensões erradas. E isso fez-me voltar a entrar no carro. Sou muito autocrítico, mas não desisto facilmente dos desafios. A partir do momento que percebi, factualmente, que havia um problema que podia não depender de mim, não podia dormir bem o resto da minha vida sem tentar. Fui novamente, com medo. Na primeira prova parecia a minha mãe a conduzir (risos), na segunda desisti, porque partiu-se uma transmissão, ou seja, nada a ver comigo, e mesmo assim no fim do primeiro dia já estava com um ritmo muito interessante. Na prova seguinte, consegui ganhar.

E como se conjuga todos estas facetas numa só pessoa?

Neste momento, temos seis áreas de atividade no grupo e isso foi algo es-

tratégico para nós. Quisemos “arranjar mais cestas para não por os ovos todos na mesma”. Aliás, esta forma de estar foi o que nos fez sair da Madeira! É mais fácil uma ilha afundar que um continente (risos). Queríamos construir um grupo. Ao longo do processo fomos percebendo que, para tal, seria fundamental construir uma equipa. Não há one man show na nossa empresa. Existe, sim, uma equipa coesa e focada em fazer mais e melhor. Essa equipa começou a ser construída há cerca de 15 anos e foi consolidada quando assumi as responsabilidades de liderança das empresas, algures entre 2010 e 2012.

A Opticenter veio alavancar a dimensão do grupo.

Olhamos para a Opticenter como um projeto muito interessante. Ao contrário do que muitos acham, não há nada de desprestigiante num empreendimento com estas caraterísticas. Às vezes na ótica faz-se passar essa mensagem. Aliás, no meu entender, conseguir fazer chegar uma necessidade tão importante como a acuidade visual a todas as pessoas é central. Em dezembro temos um ano de Opticenter, que ainda é pouco, mas pelo que constatámos é uma marca forte e em constante crescimento. E a associação ao João Baião foi o primeiro grande teste nosso no grupo e entusiasmámo-nos

com a postura dele e com uma energia que nunca acaba. É muito salutar ver pessoas com energia positiva desta dimensão…o que há mais hoje é o oposto.

Qual foi a estratégia com a compra da Opticenter?

O efeito escala é sempre um fator importante e queríamos garantir um posicionamento que complementasse o trabalho que fazemos na Alberto Oculista.

No fundo, um grupo português demonstrou uma posição de poder que habitualmente vemos nos grupos estrangeiros de ótica em Portugal.

É interessante fazer passar a ideia lá para fora de que há capacidade em Portugal para manter a ótica em Portugal, com a bandeira nacional, de que em Portugal também se trabalha bem. Passa-nos pela cabeça, por vezes, que é giro ver uma empresa que nasceu no meio do Atlântico, e que até podia ser americana, mas não é, (risos)fazer este trajeto.

O Alberto não imaginava...

Algures no tempo já disse que está a viver um sonho.

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E a internacionalização da empresa?

O Brasil é a segunda paragem, após Espanha, e já estamos em seis ou sete estados, com distribuição. A partir do momento que temos uma embaixadora como a Juliana Paes, que foi considerada em 2022, pela Vogue Brasil, a mulher mais influente do seu país, o que faltava para tentar? Um pouco de coragem. Estamos a falar de um mercado com 240 milhões de habitantes.

O mercado vive hoje momentos complexos em termos económicos, sociais e políticos. Sim, mas a história está recheada de tempos complexos. Aliás, a Alberto Oculista entrou no Algarve 15 dias antes de entrar o FMI em Portugal e foi, talvez, a fase mais dura da história do grupo, mas também de maior aprendizagem e preparação para o que veio a seguir. Conseguimos ultrapassar todas as barreiras que encontrámos, nomeadamente as internas e a própria falta de preparação do nosso grupo. De um dia para o outro duplicámos a rede de lojas sem uma estrutura de retaguarda. Foram tempos duros e obrigaram-me, durante sete anos, a não descansar uma semana que fosse.

O Miguel é um gestor. Nunca foi empurrado para ser ótico? Claro que sim, ainda estudava e ia eu para o armazém dar entrada de lentes e armações e despachar óculos para as lojas. Aliás, o meu primeiro “emprego” foi ser estafeta entre lojas e armazém, ainda “escravo infantil” (risos). Mais tarde percebi que isso me deu uma enorme vantagem, porque conhecia a empresa de uma ponta a outra. As pessoas que comecei a gerir olhavam-me como o puto que iam buscar à escola, foi difícil mostrar-lhes ao que vinha. Eu não queria ser o filho do dono disto. Queria fazer a diferença e então procurei novos caminhos. Felizmente consegui conquistar-lhes a confiança e juntos fazemos acontecer. Rapidamente percebi que não seria ótico nem optometrista.

E isso através da formação em Gestão. Sim, várias áreas dentro da gestão e pelo meio o meu pai “obrigou-me”, a mim e à minha irmã, a fazer Optometria (risos). Só fiz uma consulta à visão na vida, a uma ex-namorada (risos), mas foi interessante, ajuda-me ainda hoje nas minhas tarefas diárias de gestão. A minha ideia sempre foi criar uma empresa profissionalizada, que não deixaria de ser familiar pelo facto de se organizar. Só em backoffice, o grupo Alberto Oculista tem na Madeira 45 pessoas. Na Opticenter outras 11. Somos 513 ao todo, incluindo todas as áreas de negócio do grupo.

E a passagem de testemunho do Alberto para o Miguel? Seria preciso uma revista só sobre isso (risos). O homem Alberto e o profissional Alberto é uma pessoa que fez tudo na sua vida a pulso. O meu pai não tinha nada e começou como

trabalhador por conta de outrem. Um dia lançou-se e fez o que fez. É óbvio, e acho que acontece em todas as empresas familiares, que é difícil não haver momentos em que duas gerações tenham pontos de vista diferentes, mas a verdade é que no nosso caso essas diferenças têm-se complementado. Claro que, logo ali no arranque havia aquela ideia de que tudo o que ele fazia estava bem e o que nós fazíamos estava mal (risos), mas eu ou me acomodava ou mostrava que havia mais do que aquilo que fazíamos. A certa altura, como já referi anteriormente, houve uma passagem de “testemunho” e acredito que ele está orgulhoso do trabalho realizado até à data.

Que opinião tem sobre o atual mercado da ótica? Acho que o mercado da ótica não mudou assim tanto nos últimos anos, ou pelo menos a tendência do caminho que segue. Há muitos anos que há concentração dos negócios em menos players, mas maiores. Acho, no entanto, que a grande diferença, para a realidade de há 20/30 anos, é que é mais profissionalizado e em boa hora quisemos nós dar esse passo, preparou-nos para a atual realidade. Das duas uma, ou temos uma certa dimensão e conseguimos sobreviver no mercado por via do trabalho que tem que ter qualidade, ou então tem-se um trabalho de tal forma diferenciador, que mesmo sem dimensão, impõe-se. E há excelentes exemplos no nosso setor.

Quem era o Miguel antes de gerir a Alberto Oculista? Houve uma altura que era jogador de futebol e queria fazer disso a minha vida e até disse ao meu pai. Respondeu-me logo: “esquece lá isso!” (risos). E com razão. Comecei a jogar com dez anos e tenho uma ligeira mágoa para comigo próprio, porque sei claramente que ia para os treinos e não dava tudo. Talvez me faltasse maturidade, o meu foco não estava ali, não sei, sinto hoje que podia ter dado mais. Não que o resultado fosse diferente (risos). Talvez por essa ligeira mágoa, hoje em dia, em tudo o que faço, tenho que dar tudo. É sempre possível corrigir o passado com as ações presentes.

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CECOP 2022 FOI ANO DE CRESCIMENTO

A CECOP Portugal registou um crescimento anual positivo, com 23 novos associados, em 2022. A sua posição no setor da ótica continua a reforçar-se, contando com mais de 160 óticos no nosso país e acima dos 7600 em todo o mundo.

A CECOP anuncia assim a manutenção do título de comunidade líder do setor ótico, graças à sua proposta pioneira aos profissionais associados. O grupo proporciona a vantagem de pertencer a uma comunidade que revaloriza o setor, através da aposta no crescimento contínuo dos associados, permitindo-lhes alavancar as suas óticas e alcançar resultados diferenciais no mercado. Este crescimento tem sido feito em conjunto com os óticos que acreditam há mais de 25 anos no trabalho da rede internacional, e que criam o espírito de sucesso e de comunidade na CECOP. “A CECOP agradece aos associados a confiança depositada nesta grande família e pelo ano de trabalho e sucesso que foi 2022”, saudaram os membros da equipa portuguesa do grupo.

UMA CECOP QUE NÃO PARA

A CECOP é especialista em criar soluções estratégicas na gestão operativa, desenvolvimento, formação e transformação para óticos. Atualmente conta mais de 7600 óticas associadas, distribuídas pelos dez países onde está presente, nomeadamente, Portugal, Espanha, Itália, Inglaterra, Irlanda, França, Brasil, Colômbia, México e EUA. Fundada em 1996 por Jorge Rubio, a CECOP sempre se destacou pela sua aposta na revalorização do setor. A sua proposta de valor atrai, desenvolve o talento e gera um ambiente colaborativo. Desta maneira, a CECOP é pioneira em instaurar um modelo real e revolucionário para se adaptar às necessidades dos profissionais do setor ótico. Os seus valores são: colaboração, excelência, flexibilidade, compromisso, inovação e ética.

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YOUR EYES
#IN

#SOCIAL EYES

SHAMIR OKIATTO BRILHA NA BOAVISTA

A empresa portuguesa promoveu um lançamento de luxo da sua marca própria. A Okiatto Stylish by Shamir desfilou na sumptuosa Óptica Boavista, no Porto, a 29 de novembro, nos rostos de muitas personagens públicas da moda, arte e design nacionais.

A Shamir quis lançar a sua linha de óculos na esfera da moda e dos influencers com uma festa especial e num local emblemático. O espaço da Óptica Boavista e os seus líderes, com Diana e Pedro Lourenço na proa, foi a “casa” perfeita para uma vitrine de luxo dos novos modelos da marca, feita em Portugal. Cores, desenhos desde clássicos aos mais arrojados e um toque aprimorado por artesãos cuidadosos definiram a Okiatto neste evento dedicado aos famosos.

Entre os rostos que “pintaram” a celebração estiveram os estilistas Nuno Baltazar, Micaela Oliveira e Katty Xiomara, o joalheiro Eugénio Campos, o chef Hélio Loureiro, a apresentadora Carla Ascensão, a nutricionista Ana Bravo e a relações-públicas Claudia Jacques. Ainda Ana Pinho, presidente da Fundação de Serralves, juntou-se, também, ao

momento, que contou com a presença de elementos destacados das equipas da Shamir Portugal e da Óptica Boavista. Por fim, Aurora Marques, assim como a hairstylist Maria Inês Pereira, a decoradora Susana Camelo, o artista plástico Ruy Silva e a empresária Rosa Maria Fonseca, estiveram entre o leque de figuras públicas que passou pelo Porto para descobrir a coleção Okiatto Stylish by Shamir. Claro que, não faltaram os influencers que levaram a festa para além das fronteiras da loja da avenida da Boavista e deram perspetivas originais aos modelos em destaque.

O SONHO OKIATTO

Sob o mote Cria o teu estilo em três passos, a linha Okiatto Stylish disponibiliza diversas armações e lentes para um visual único. Ou seja, permite escolher entre diferentes tipos de armações

e lentes, bem como as respetivas cores, para que os clientes das óticas possam personalizar os óculos ao seu gosto e, assim, obter um estilo original. Contam, com 15 cores de lentes fotocromáticas PhotoGlamour with Transitions Uniforme e Degradê, que, com uma ativação inteligente, se adaptam automática e rapidamente às alterações de luminosidade, garantindo proteção total contra os raios UV. No topo de tudo isto, os óculos Okiatto Stylish estão disponíveis para lentes neutras, unifocais e progressivas, que podem ser personalizadas consoante a graduação a incorporar. A linha Okiatto Stylish está disponível, em exclusivo, nas óticas parceiras da Shamir no mercado português.

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OPTIVISÃO 33 ANOS AO SERVIÇO DOS PORTUGUESES

O grupo de óticas brindou a mais de três décadas de trabalho em clima de festa, a 23 de novembro, no restaurante Zambeze, em Lisboa, sobre o Tejo e sobre uma história de sucesso. Uma das prendas da ocasião foi o galardão de Marca Recomendada, atribuído pela Consumers Trust, pelo terceiro ano consecutivo.

O prémio vem no seguimento da avaliação dos consumidores na respetiva plataforma, espelhando o apoio que a Optivisão presta aos seus consumidores. Apresenta um Índice de Satisfação de 89,9 por cento e taxa de resposta e taxa de solução pontuados pelos consumidores em 100 por cento. A maior rede de óticas nacional reúne 279 pontos de venda em todo o país, sob o trabalho de 145 óticos dedicados. E já com 33 anos sobre o primeiro passo, a Optivisão revela dados de grande dinamismo. Para além de liderar o mercado português em número de óticas, angaria 14 por cento da quota

de mercado com vendas no valor de 79,5 milhões de euros, segundo a D&B Informa. Tem ainda 90 por cento de notoriedade da marca, conforme avaliação da Nielsen.

André Brodheim, administrador executivo do grupo Optivisão, assegurou em comunicado que “os ‘visionários’ da Optivisão estão juntos e cada vez mais fortes para abraçar novos e futuros desafios, nomeadamente, com o intuito de continuar a aumentar o número de óticas em Portugal, de forma a proporcionar um atendimento de excelência ao maior número de pessoas possível. Este é o nosso desafio contínuo.”

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MEUOPTICO

PRIMEIRA FLAGSHIP STORE EM PORTUGAL

A marca MEUOPTICO, inserida no grupo multinacional MONOPTICIEN Paris, abriu portas da sua primeira grande loja em território português. A efeméride aconteceu a 1 de dezembro, em plena avenida da República, em Lisboa, num investimento superior a ¼ milhões de euros e com a criação de seis novos postos de trabalho.

assente em três valores fundamentais: a transparência - clareza e eficácia na comunicação, a excelência nos processos profissionais, produtos e serviços inovadores e, finalmente, a liberdade na escolha da oferta suportada numa política comercial e de comunicação friendly

Com 600 metros quadrados, a nova flagship store sob a marca MEUOPTICO, dedica 150 metros quadrados à área comercial, com zonas de exposição sob os conceitos Net Price e Premium. A loja inclui ainda uma sala de convenções e gabinetes de serviço de atenção a clientes, serviços administrativos e diretivos.

Para além das vantagens de ser uma marca multinacional, o MEUOPTICO da avenida da República proporciona aos consumidores o inovador Plano de Saúde Ocular Vitalício – PSOVit. Trata-se de uma subscrição mensal que garante ao cliente ter óculos ou lentes de contacto a cada seis, 12 ou 24 meses, sem ter que investir novamente,

incluindo ainda um seguro total dos produtos pelo mesmo período. Segundo a marca, os serviços de optometria disponíveis são distintos. O protocolo de consulta engloba a entrega ao cliente de um pacote de exames complementares, impressos, para que possa guardar o seu diagnóstico visual real e efetivo. A flagship store tem ainda aconselhamento de imagem servidas pelo inovador PSOVit.

O Grupo MONOPTICIEN Paris começou a operar no mercado português em julho de 2018. A marca foi relançada em 2022 com a entrada de Jorge de Melo como diretor geral. Este profissional com mais de 25 anos de experiência no setor lidera o MEUOPTICO

“Estar à frente deste projeto é um privilégio, mas também significa ter uma responsabilidade acrescida. O grupo tem um forte compromisso de parceria com todos os seus óticos associados, bem como com todos os clientes finais da rede de lojas que se querem com capilaridade nacional. O grupo está neste setor como um dos mais recentes players de mercado e tem tido um crescimento vertiginoso nos últimos 12 anos, alcançando mais de 1000 óticas em toda a Europa. O desafio é conseguir o mesmo nível de crescimento em Portugal e implementar a marca MEUOPTICO a nível nacional”, reforçou Jorge de Melo.

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MULTIOPTICAS DAR CARINHO COM SABOR

A MultiOpticas uniu-se à Artefacto, à Associação Somos Nós e à GreenMedia para proporcionar um workshop de culinária solidário, na Casa Ronald McDonald do Porto, a 12 de dezembro. O objetivo foi promover a diversidade e inclusão social junto de quem luta todos os dias por um futuro melhor. Ao mesmo tempo, preparou-se refeições para as famílias que acompanham crianças em tratamento hospitalar. A ação está inserida no programa Chefes com Amor da Fundação Infantil Ronald McDonald.

Um grupo de jovens da Associação Somos Nós puseram a “mão na massa” para cozinhar e trazer conforto às famílias que acompanham as crianças em tratamento no hospital e que são apoiadas pela fundação, na Casa Ronald McDonald. A MultiOpticas também participou da ação, como já vem fazendo há alguns anos com as ações da Fundação Infantil Ronald McDonald. De “mãos dadas” com parceiros especiais, o grupo de óticas garantiu uma experiência diferente às crianças e famílias e possibilitou um momento natalício onde a diversidade e a inclusão foram palavras de ordem.

A MultiOpticas continua a promover várias iniciativas no âmbito da sua estratégia de Responsabilidade Social, apoiando causas e instituições como a Fundação Infantil Ronald McDonald, a HELPO, a Associação Jorge Pina, a Cáritas Portuguesa, a Comunidade Vida e Paz, entre outras.

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HOYA

MIYOSMART PRESENTE NO CONGRESSO PORTUGUÊS DE OFTALMOLOGIA

A fabricante de lentes oftálmicas marcou presença no 65.º Congresso Português de Oftalmologia, entre 1 e 3 de dezembro. No centro da sua participação esteve a divulgação da lente oftálmica MiYOSMART, dedicada ao tratamento da miopia infantil.

O evento central da especialidade, organizado pela Sociedade Portuguesa de Oftalmologia, aconteceu no Convento de São Francisco, em Coimbra. A Hoya, para além do stand na exposição do congresso, partilhou ainda com os oftalmologistas presentes os dados que comprovam a eficácia da MiYOSMART. Esta lente oftálmica foi desenvolvida para combater a miopia infantil e é a que reúne validação científica a mais longo prazo, até hoje. Um estudo clínico1 a seis anos revela resultados animadores na redução do avanço da miopia em crianças e adolescentes.

UMA MIYOSMART QUE ABRANDA A MIOPIA

Já foram adquiridas mais de dois milhões de lentes MiYOSMART, em todo o mundo, com base na sua eficácia comprovada3. A lente oftálmica da Hoya para combater a miopia revelou-se eficaz na redução da respetiva progressão, numa média de 60 por cento2, dados que se confirmaram nos resultados do seu estudo científico de dois anos. Além disso, um terceiro estudo de seis anos, o mais longo até ao momento sobre lentes oftálmicas, confirmou não apenas a sua eficácia sustentável ao longo do tempo, mas também a ausência de efeito boomerang nos utilizadores que deixaram de

usar as lentes. As MiYOSMART beneficiam, entre outros fatores, da inovadora tecnologia DIMS, que altera a superfície e incorpora pequenos segmentos que vão causar um desfoque miópico, que tem influência no crescimento axial, segundo os estudos que estão publicados.

A MiYOSMART chegou ao mercado mundial em 2018 e a Portugal em 2021, como solução para a gestão da miopia com um método não invasivo, seguro e adaptado ao estilo de vida dos mais pequenos. A Hoya declara ainda ter lançado a primeira lente para o tratamento da miopia, com resultados altamente eficazes.

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#EYES WIDE OPEN

PANTONE

E A COR DO ANO DE 2023 É…

Viva Magenta 18-1750 ganhou o lugar dianteiro entre a lista mais colorida do mundo do Instituto da Cor Pantone. É uma declaração de ânimo e vigor que expressa um novo sinal de força. Viva Magenta ou o Magentaverso representa ainda coragem, numa tonalidade pulsante, cuja exuberância promove uma celebração otimista construção de uma nova narrativa.

Em 2023 a cor do ano é um tom animado pela pura alegria, encorajando a experimentação e a auto-expressão, sem limites. O Pantone 18-1750 Viva Magenta dá as boas-vindas a tudo e todos com o mesmo fervor pela vida e com um espírito rebelde. É uma cor audaciosa, cheia de caráter e globalmente inclusiva. Equilibra o calor e o frio e tem um ideal híbrido entre o mundo multidimensional, virtual e físico. Trata-se ainda de uma expressão assertiva, mas não agressiva, um uma tonalidade carmim que ousa sem deixar de ser subtil, exalando dinamismo e determinando uma transformação que pode conduzir o design para um futuro mais positivo. Na pesquisa para determinar a cor deste 2023 que se acerca da nossa vida, o Pantone observou uma apreciação e consciencialização da natureza, representadas por inúmeras tendências de estilo de vida. Incorporamos mais seres

vivos nas nossas casas, redescobrimos o prazer de viajar, de fazer desporto e da vida na natureza. Somos mais cuidadosos com os nossos corpos e queremos aplicar e ingerir ingredientes que nos trazem vida. Todas estas tendências em lifestyle apelam às forças naturais da Terra. As origens orgânicas do Viva Magenta vêm da cochonilha, um inseto que produz uma tinta carmim, um dos mais preciosos, poderosos e brilhantes corantes da natureza.

O resultado é uma tonalidade que expande os horizontes da autenticidade. O metaverso cria novas oportunidades para todos se expressarem e, a coragem crua do Viva Magenta inspira a fazê-lo com confiança e coragem. Sente-se poderoso? Então usar a cor do ano pode ajudar a expressar este sentimento. E quer dar cor ao seu outfit? Uns óculos em Viva Magenta vão fazer milagres, por exemplo, associados a cinzentos pálidos, azuis ou pastéis. E porque se trata de uma cor que equilibra calor e frio traz um elemento celebrativo e que é perfeito para todas as idades, géneros e cores de pele.

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SILMO ISTAMBUL 2022 PARTICIPAÇÃO RECORDE!

A segunda maior feira de negócios da SILMO Family comprovou a sua liderança para os profissionais da Turquia e de toda a Europa Oriental, Ásia Central, Médio Oriente e Norte da África ao reunir um número recorde de visitantes. A SILMO Istambul de 2022 registou quase 12 mil entradas, num crescimento de 14 por cento em relação a 2021.

Lançada em 2013, esta feira tem tido um desenvolvimento ascendente. Em 2022, aconteceu entre 17 e 20 de novembro, nas margens do estreito de Bósforo, em Istambul, reunindo produtores tanto locais como de fora da Turquia da indústria eyewear. A exposição abrangeu todos os segmentos do mercado, com cerca de 700 marcas a receber os 11,912 profissionais num ambiente jovial. Destes, 9745 eram turcos e 2167 de 80 outros países. Esta edição dinâmica “demonstrou o papel que Istambul – a capital económica e cultural da Turquia – desempenha hoje entre os grandes eventos mundiais da ótica”, destacaram os organizadores.

Em 2023, o SILMO Istambul celebra o seu décimo aniversário com a promessa de um certame de exceção sobre os 25 mil metros quadrados das infraestruturas renovadas do Istanbul Expo Center/Yeşilköy. Com espaço para receber mais expositores, garantir aos profissionais conveniências extra e proporcionar novos serviços, o local vai continuar a albergar a energia apelativa e única deste SILMO Istambul.

As datas estão já lançadas para 23 a 26 de novembro de 2023 nos pavilhões 5,6 e 7 do Istanbul Expo Center/Yeşilköy.

#EYES OF THE WORLD

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MIDO HOMENAGEM À SUSTENTABILIDADE

A grande feira de ótica milanesa estabelece um novo galardão à indústria, numa parceria entre a MIDO, a Associação Nacional de Fabricantes de Artigos de Ótica italiana e o Instituto italiano de Certificação de Produtos Óticos. O primeiro prémio de Eyewear Sustentável Certificado tem seis categorias para destacar óculos e estojos que nascem da nobre missão de preservação da vida. Todos os expositores da MIDO 2023 são elegíveis e podem já propor um produto até 15 de janeiro. O resultado é anunciado no certame que se realiza no fabuloso complexo de exposições de Rho Pero, em Milão, entre 4 e 6 de fevereiro.

Um painel internacional de juízes especializados avalia os produtos em competição que, para se qualificarem ao prémio CSE (Eyewear Sustentável Certificado na sigla inglesa), têm que ter seguido rigorosamente os princípios da sustentabilidade na produção. Materiais reciclados, consumos reduzidos nos processos de fabrico e distribuição, maximização da rede de fornecimento, eliminação de resíduos, o grau de reciclabilidade, uso de fonte renováveis e qualquer certificação já conquistada são alguns dos critérios que o

jurado tem em conta para determinar os vencedores de cada categoria. No palco entregam-se os prémios CSE Óculos de Sol Europa, CSE Óculos de Sol resto do mundo, CSE Armações Europa, CSE Armações resto do mundo, CSE Estojos Europa e CSE Estojos resto do mundo. Para participar basta ir ao site da MIDO , no separador Take Part. “Este é um passo necessário na indústria da ótica. No nosso setor temos empresas verdadeiramente comprometidas e ativas no campo da sustentabilidade (ambiental, social e económica) há já muito tempo: estou a pensar nos grandes players, mas também em marcas independentes que produzem com o mínimo impacto sobre o ecossistema. Acredito que nos devemos unir, inspirarmo-nos na experiência destas empresas, melhorando onde é possível e mantendo-nos atualizados para que a indústria cresça nesta direção, com grande profissionalismo e determinação. Este prémio é um marco para nós que não determina, porém, o fim desta jornada, mas sim um estágio deste caminho que começou em 2019, quando conquistámos a certificação ISO 20121.2012 para a MIDO 2022 que prova a sustentabilidade na organização de grandes eventos”, declarou Giovanni Vitaloni, presidente da MIDO.

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OPTI 2023

FEIRA DE MUNIQUE ASSENTA NA VISÃO E NA SUSTENTABILIDADE

A feira internacional reforça o seu compromisso com a visão global, contribuindo para a capacitação da indústria face ao compromisso de sustentabilidade. Entre 13 e 15 de janeiro, os três pavilhões da opti reúnem a ótica mundial para negócios, experiências e muitas inovações.

Um exemplo: embalagens de lentes de contacto, cuja reciclagem parece tão complicada e que, ano após ano, gera muitas toneladas de resíduos plástico, provenientes de dois minúsculos produtos. Este e outros desafios têm espaço de discussão e apresentamos as primeiras soluções concretas na opti 2023. É necessária muita água para a produção e o processamento final de lentes. Já foram encontradas soluções para a utilização sustentável deste recurso por parte da indústria."

A forte tendência de consumo less is more já faz parte de várias propostas a apresentar na opti 2023. O tema da sustentabilidade em ótica é, mais uma vez, uma das áreas de foco deste encontro em Munique. Proteger e cuidar do meio ambiente através do trabalho socialmente responsável, nomeadamente na seleção dos recursos são princípios sempre mais transversais e adotados por muitas empresas do setor. Mais com menos será também a mensagem que a empresa portuguesa VAVA Eyewear leva a Munique em janeiro. O seu inconfundível stand ficará novamente na área YES independent design, no pavilhão C1. Sustentabilidade requer cuidado e agora existem muitas formas diferen-

tes de reduzir os resíduos e proteger o meio ambiente. Fabricar óculos exclusivos é a ambiciosa missão da VAVA. As lentes de cristal Barberini, o acetato composto por fibras de celulose da italiana Mazzucheli e o alumínio que a marca portuguesa usa nas armações são 100 por cento recicláveis. E, claro, não há embalagens de plástico. De Portugal seguirá igualmente para a opti 2023 a empresa GO Eyewear que estará num stand ilha com 50 metros quadrados, próximo das entradas do pavilhão C1.

Klaus Plaschka, CEO da GHM, a entidade organizadora da feira opti, destaca que “temos que tomar medidas, e isso também se aplica a projetos e ideias sustentáveis em ótica oftálmica.

Para alimentar a troca de ideias, de impressões e aprendizagens, a edição de janeiro tem reservado o espaço opti CAFÉ powered by ZVA, a respetiva Associação Alemã do setor, no Hall C3. Será uma oportunidade para o desenvolvimento de ideias e para ouvir palestras de especialistas. Pela primeira vez, os visitantes profissionais terão a possibilidade de receber conselhos sobre as suas presenças nas redes sociais. Consultas estas que serão realizadas em alemão, inglês e francês todos os dias da feira. As especialistas são uma blogger de eyewear com mais de 19 mil seguidores no Instagram e uma oftalmologista que é já uma estrela no Instagram com 100 mil seguidores. Quem quiser reservar vaga num time slot de 20 minutos com antecedência, já o pode fazer no site da opti.

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GUILLAUME THUAU BAARS E O MAGNETISMO EM ÓCULOS

Experimentámos esta marca audaciosa, jovem e futurista no SILMO 2022. Pode dizer-se que é magnética, literalmente e também simbolicamente. Guillaume Thuau é a mente por trás de uma charneira que nunca se parte, só se separa do resto sob pressão. Ou seja, sujeitas a um qualquer acidente, tão comuns entre quem usa óculos, estas peças têm um sistema magnético que permite que as hastes se afastem dos frontais sem consequências, vezes e vezes sem conta e sem perder magnetismo. A matéria usada para garantir a integridade do conceito também se usa na NASA e vem introduzir uma solução essencial na indústria eyewear. Confessamos que também nos fascinaram os desenhos informais, as cores cool e um espírito livre. A história desta casa com a inovação como assinatura é ainda feita de tradição, muito carinho e da dedicação de uma equipa multidisciplinar que se reuniu em torno do magnetismo. As páginas à Baars!

Como nasceu a ideia de fazer eyewear com charneiras magnéticas? Na altura apontou a algum segmento de consumo em particular?

O meu background é design de produto. Sempre aprendi e tirei prazer da criação de produtos e soluções que respondam aos desafios dos usuários. Quando comecei a trabalhar na

indústria do eyewear mantive esta filosofia comigo. Um produto deve ser útil. A função de um par de óculos é ajudar as pessoas a verem e, por isso, a questão que coloquei centrou-se não tanto no estilo dos modelos, mas em torná-los mais úteis. Tive a ideia de estudar mais profundamente esta parte das peças em específico: como fazê-la inquebrável? Ou pelo

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menos o mínimo de quebradiça possível. A resposta surgiu em dois princípios, o primeiro de reduzir o número de materiais e depois de trocar de uma conexão mecânica para uma magnética. E porque as nossas armações são mais robustas, apontámos a pessoas que têm um estilo de vida semelhante ao nosso e precisam de um produto sólido e funcional. Baars é uma marca para pessoas ativas que vivem com os seus óculos!

Sabemos que produz os modelos numa zona muito especial e experiente em óculos, na Jura, França, e com artesãos incríveis. Como reagem eles próprios a esta inovação?

Tenho muita sorte em trabalhar com a Lucal e a Optisun desde o arranque desta nossa aventura. Eles estão, de facto, entre os melhores artesãos do mundo. A sua história remonta a 1800! Portanto, poderíamos imaginar que teriam algum receio desta nossa inovação, mas foi exatamente o oposto, tiveram imensa abertura e até nos

ajudaram a aperfeiçoar a nossa solução única ao longo dos anos. Acredito que muitas pessoas tenham empatia pela nossa inovação, até mesmos os produtores com um passado muito tradicional e é isso que a torna tão especial.

E como tem sido a reação da comunidade da ótica?

A primeira vez que a apresentámos foi no SILMO 2015 e fomos logo nomeados para os prémios SILMO D’Or, na categoria Inovação. Ou seja, o interesse geral existia. A maioria das pessoas entendeu este sistema, porque todos aqueles que usam óculos já estiveram na situação em que partiram a armação ou perderam um parafuso. Associam-se na perfeição às nossas intenções e inovação. No entanto, não é mágico, claro, e não é o único fator que nos define como marca. Trata-se apenas de uma parte da nossa resposta global em produto: eyewear resistente e que funciona para o quotidiano de pessoas ativas.

Temos que lhe fazer a pergunta que com certeza ouvem mais: é seguro?

Na realidade, a maioria das pessoas não está tão preocupada com isso. Todos os estudos apontam exatamente na mesma direção: não há preocupações em relação aos campos magnéticos e aos campos magnéticos permanentes. O facto é que estamos sobre um enorme campo magnético: a Terra. E podemos constatar isso de forma simples, usando uma bússola. Há quem pense mesmo que os ímans são benéficos para a saúde e não há nenhuma evidência que mostre o contrário. Os nossos produtos também passaram por todos os testes relacionados com o regulamento de dispositivos médicos, tanto na Europa como nos EUA e são perfeitamente seguros. Já ouvimos histórias de pessoas sensíveis a campos magnéticos não permanentes, como os fios de alta voltagem, mas isso nada tem a ver com os óculos.

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“Tive a ideia de estudar mais profundamente esta parte das peças em específico: como fazê-la inquebrável?”

Porquê Baars?

Baars é um nome de família holandês, mas não o meu. Na realidade, era a minha alcunha quando eu era um artista de música electrónica. Vem de um velho casaco militar meu que tinha esse nome bordado (do antigo dono). Seguiu-me em todos os meus projetos criativos, na música e nos óculos. Nunca quis usar o meu próprio nome no projeto Baars. Usar um nome artístico é uma forma de reconhecer a parte criativa do nosso trabalho, mesmo quando abordamos lógica em abundância.

A empresa envolve três pessoas muito distintas. Como se conheceram? Marc-Antoine cofundou a Baars comigo há seis anos. Conhecemo-nos na Parasite, uma marca independente de eyewear baseada nas proximidades de Lyon, França. Naquela altura, eu trabalhava lá como designer e o Marc-Antoine ajudava na expansão internacional do negócio. E porque tínhamos uma ligação forte, partilhei com ele as minhas primeiras ideias sobre um tipo de eyewear distinto. Quando deixámos a Parasite, ele ajudou-me a desenvolver o meu conceito e transformá-lo numa realidade vendável. O Jean, proprietário da Lucal também nos apoiou desde o primeiro momento e trabalhamos de forma muito próxima com ele. Finalmente, depois da feira Opti, Christan, o ex-diretor comercial da Mykita, juntou-se à equipa para nos ajudar com a Alemanha durante o período que antecedeu a sua retirada para a Georgia.

O conceito da charneira magnética é a base da Baars?

Sim, o desenvolvimento e patente da conexão magnética foi a razão da criação da Baars. Queríamos proporcionar este conceito distinto de eyewear sob a nossa marca própria. Posto isto, a Baars vai muito além de uma inovação e a conexão magnética é apenas uma pequena parte do que nos torna únicos. Desde os estojos dos óculos até à nossa garantia vitalícia, tudo é pensado para garantir aos nossos clientes a melhor experiência possível, para que possam usufruir desta qualidade notável e de um produto sustentável durante todo o tempo que quiserem.

E como funciona a vossa equipa?

Tenho a sorte de estar rodeado de parceiros que apoiam e entendem o meu trabalho. Passo muito tempo a trabalhar à maneira antiga, com uma caneta

e um papel. Depois passo para o computador para finalizar cada armação e cada pequeno detalhe. Todas as peças dos nossos modelos desenvolvem-se exclusivamente por nós e para nós. Adicionalmente, tento ligar o meu trabalho à realidade do mercado e às necessidades dos nossos clientes. A relação próxima que mantenho, não só com os meus parceiros de negócio, mas também com os nossos agentes são fatores chave para perceber a evolução e subtilezas do mercado. O seu feedback representa muitas vezes uma forma perfeita de lançar fundações sobre um novo conceito.

E quais são os sonhos para a Baars? Tudo o que desejo é que seja possível continuar a criar óculos espetaculares e proporcionar produtos que façam sentido para as pessoas. Eu acredito que podemos fazer a diferença, não apenas pela inovação mas também pela nossa forma de pensar o design. Também considero que o lugar da Baars é entre as maiores marcas de eyewear independente. A indústria precisa dos valores que oferecemos.

Há outra inovação que seja urgente no eyewear e na qual estejam já a pensar? Para além do desenvolvimento da nossa linha em aceato e especialmente a Baars Vanguard, eu acredito que a tecnologia de impressão 3D vai revolucionar a forma como consumimos e compramos muitos objetos. Se neste momento as texturas e cores que saem dessa tecnologia possam ser um desafio para a indústria do eyewear, estou convencido que no futuro próximo vamos atinigir um modelo similar aos de acetato mas com uma eficiência em termos ambientais muito melhor. A tecnologia de impressão 3D usa menos materiais e exige menos transportes do que o que envolve a produção em acetato. Por esta razão, estamos constantemente a trabalhar numa gama chamada Selasi que evolui com a tecnologia de impressão 3D.

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9/10 CONSUMIDORES QUEREM VOLTAR A UTILIZAR LENTES *Com base num estudo realizado em 2020 pela Eurosyn, numa amostra representativa de 102 consumidores localizados em França. © ESSILOR INTERNATIONAL. As lentes ESSILOR® e VARILUX® são qualificadas como dispositivos médicos nos termos previstos no Regulamento UE 2017/745.

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