Revista Balcao Automotivo ed 200

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CHEGAMOS À EDIÇÃO 200!

Acompanhe neste mês a nossa retrospectiva dessa marca histórica, com algumas das nossas principais reportagens de capa nesses 17 anos. Obrigado a todos pelo reconhecimento do nosso trabalho e que venham outras conquistas.

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no 200 ANO XVII | JUN 2023
DESDE 2006 LEVANDO INFORMAÇÃO DE QUALIDADE À REPOSIÇÃO AUTOMOTIVA

DE QUALIDADE À REPOSIÇÃO AUTOMOTIVA

Balcão Automotivo é uma publicação dirigida aos profissionais automotivos e tem o objetivo de trazer referências ao mercado, para melhor conhecimento de seus profissionais e representantes. Os anúncios aqui publicados são de responsabilidade exclusiva dos anunciantes, inclusive com relação a preço e qualidade. As matérias assinadas são de responsabilidade dos autores.

Que venham mais 200 edições!

Quando decidimos empreender, nosso maior desejo é que o negócio prospere rapidamente. Não precisamos ser especialistas para entender que, pelo menos, é importante equilibrar receitas e despesas desde o início, certo? Acredito que a maioria concorda com isso.

Em 2006, quando os criadores do Balcão Automotivo deram início a esse projeto, talvez nem nos seus melhores sonhos eles imaginavam chegar a 200 edições de um jornal que surgia em um mercado já consolidado, com várias publicações estabelecidas.

Inicialmente, a proposta do Balcão Automotivo era abordar um pouco de tudo relacionado ao universo automotivo. No entanto, com a chegada de profissionais com experiência no mercado de reposição automotiva, a rota do jornal foi ajustada rapidamente.

A partir desse momento, o Balcão Automotivo passou a ser cada vez mais presente nos varejos automotivos em todo o País, o que comprova o valor do nosso trabalho e faz com que nosso conteúdo seja leitura obrigatória todos os meses.

Com o conhecimento adquirido e percebendo uma lacuna existente, criamos um prêmio importante para o varejo de autopeças, o “Loja em Destaque”. Nessa iniciativa, saímos a campo para descobrir quais são as melhores lojas de São Paulo e Grande São Paulo, segundo a opinião dos próprios mecânicos.

Demonstrando resiliência, mesmo durante os momentos mais difíceis da pandemia, o Balcão Automotivo, para se ter uma ideia, investiu na edição digital e nas mídias sociais. Aproveitamos também para atualizar nosso formato, tornando-nos uma revista.

Nessa fase, iniciamos transmissões ao vivo em nosso canal do YouTube, abordando os principais temas e contando com a participação de renomados profissionais do segmento. Em pouco mais de três anos, realizamos mais de 160 lives, uma média de mais de 50 transmissões por ano.

60 MIL VISITAS POR MÊS

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Premiatta Editora & MKT Digital

Rua Miguel Haddad, 48 - Cursino -São Paulo - SP 04124-070 - tel (11) 5581-7030 contato@jornalbalcaoautomotivo.com.br

Jornalista Responsável: Silvio Rocha – MTB: 30.375

TIRAGEM: 10 MIL IMPRESSOS E 50 MIL CADASTROS DIGITAIS

Apoios e Parcerias

Durante todo esse período, nossa competente equipe de jornalismo - praticamente a mesma desde o início - trouxe as informações mais relevantes do setor. Também ultrapassamos fronteiras, marcando presença física nas principais feiras automotivas do País.

A relevância do nosso trabalho pode ser medida pelo privilégio de contar, mensalmente, com a parceria de algumas das principais empresas do mercado de reposição automotiva, como pode ser visto na singela homenagem presente nesta edição.

É por esses e outros motivos que o Balcão Automotivo ocupa um lugar de destaque entre as publicações do setor. Nosso editorial está alinhado à realidade do mercado e contamos com importantes parceiros comerciais no segmento de reposição automotiva.

Só podemos agradecer a todos os leitores da nossa revista, que consomem mensalmente nosso conteúdo editorial, e também àqueles que nos acompanham diariamente nas redes sociais, as que mais crescem entre as mídias segmentadas.

Forte abraço e vida longa a nós todos!

O EDITOR

DIRETORIA

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Edio Ferreira Nelson edio@jornalbalcaoautomotivo.com.br

CONSELHEIRO CONSULTIVO

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COMERCIAL

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| EDITORIAL 4 BALCÃO AUTOMOTIVO Nº 200 | ANO XVII | JUNHO DE 2023
16 ANOS LEVANDO INFORMAÇÃO

BORGWARNER REVELA NOVO LOGOTIPO, MARCANDO SUA TRANSFORMAÇÃO PARA EMOBILITY

A BorgWarner revelou seu novo logotipo, destacando o progresso da empresa em sua transformação de eMobility por meio da execução de sua estratégia Haring For Ward. Esta é a primeira vez que o logotipo muda em mais de três décadas. “Agora é o momento certo para apresentar nosso novo logotipo. Isso significa o tremendo progresso que nossa equipe fez para transformar a BorgWarner de líder em tecnologias de propulsão convencionais para líder em mobilidade, incluindo eMobility”, conta Frédéric Lissalde, presidente e diretor executivo da BorgWarner.

TAGIA ANUNCIA IVAN FURUYA COMO NOVO DIRETOR COMERCIAL E MARKETING PARA A MARCA VOLDA

A Tagia, detentora da marca Volda para o mercado brasileiro, anuncia Ivan Furuya como novo diretor Comercial e Marketing da empresa. O executivo, com mais de 25 anos de experiência no setor automotivo, comandará as ações de comunicação e marketing, treinamentos e vendas da empresa; o fortalecimento da marca para o aftermarket brasileiro e o desenvolvimento dos canais de distribuição. “Estou muito motivado com este novo desafio. Creio que com a experiência de todos esses anos de mercado eu possa contribuir muito para o crescimento e fortalecimento da marca Volda na reposição brasileira”, acrescenta Ivan Furuya.

MAHLE FECHA PARCERIA COM SENAI DE FORTALEZA (CE) E

PASSA A OFERECER CURSOS DE CAPACITAÇÃO E ATUALIZAÇÃO DEDICADOS AO SEGMENTO AUTOMOTIVO

MAGNETI MARELLI LANÇA

SENSORES DE DESGASTE DE PASTILHAS PARA VEÍCULOS

PREMIUM

A Marelli Cofap Aftermarket ampliou o portfólio de sensores de desgaste de pastilhas, componente presente em veículos premium e fundamental para a segurança. Os novos códigos Magneti Marelli atendem as montadoras BMW (SDPMM-BMW1109T: Série 1 - E81/E87 e Série 3 - E90/E91) e Mini (SDPMM-BMW1117T: Mini R56 11/2011>11/2013). Os sensores de desgaste de pastilhas de freio têm a função de alertar o motorista sobre o estado do componente e ficam localizados entre o material de atrito e a plaqueta metálica das pastilhas, entrando em contato com o disco de freio quando o desgaste da pastilha atinge nível crítico.

AUTO STOP

NAKATA

PROMOVE

AVALIAÇÃO DOS

AMORTECEDORES EM QUATRO CIDADES

A MAHLE passa a oferecer cursos de capacitação e atualização tecnológica aos profissionais do ramo, em parceria com o SENAI de Fortaleza (CE). Desde o ano passado, a unidade de Aftermarket do Grupo MAHLE anunciou um novo plano de comunicação, intitulado “Juntos pra valer!”, que é pautado em um ecossistema de iniciativas que ajudarão na construção de uma jornada de crescimento para os clientes e reconhecimento da marca. O centro de formação foi todo estruturado pela MAHLE para oferecer cursos de montagem e desmontagem de motores Diesel, Otto, 3 cilindros e Motocicletas.

O Auto Stop Nakata viaja por vários municípios do País para avaliar automaticamente, de forma gratuita, as condições dos amortecedores e do sistema de suspensão. Na Capital Paulista aconteceu na Pneu Center Barretos, e ocorrerá em 30 de junho e 1º de julho, na Campneus Tucuruvi, na capital. Em Goiânia (GO), a checagem aconteceu na Aro Pneus; enquanto que em Palmas (TO), ocorreu na Palma Auto Peças e Auto Center. O teste dos amortecedores é feito por máquina shocktester, que avalia o estado das peças por meio de simulação de diversos tipos de solo, submetendo o conjunto a variações de baixa, média e alta frequência.

Data/Horário: 30/6, das 9h às 17h; 1/7, das 8h às 13h

Local: CAMPNEUS TUCURUVI

6 | BALCÃO AUTOMOTIVO
FIQUEPORDENTRO POR: REDAÇÃO | FOTO(S): DIVULGAÇÃO

DRIV TENNECO PATROCINA EQUIPE COBRA RACING NA TCR SOUTH AMERICA E TCR BRASIL

KYB APRESENTA SEUS LANÇAMENTOS EM AMORTECEDORES

Chegou o momento de conhecer os lançamentos em amortecedores da KYB. Vamos às novidades: a empresa traz amortecedores traseiros e dianteiros para a RANGER, de 1998 a 2012 (exceto sport); amortecedor dianteiro para a MITSUBISHI L200, de 2004 a 2012 SPORT/GL/GLS, e L200 OUTDOOR, de 2007 a 2012, todas as versões; para a MITSUBISHI OUTLANDER, de 2007 a 2013, todos os modelos (com amortecedor traseiro que tenha prato de mola); por fim, para OUTLANDER, de 2014 a 2022, todos os modelos 2.0, 2.2, 3.0 (largura do olhal inferior 47mm) amortecedor traseiro.

A Driv patrocina a equipe Cobra Racing, na edição de 2023 da TCR, categoria de carros de turismo, que integra o calendário da FIA (Federação Internacional de Automobilismo). Nonô Figueiredo, um dos maiores nomes do automobilismo brasileiro, com uma carreira vitoriosa nas pistas, é o chefe da equipe que disputa a TCR South América, com provas realizadas na Argentina, Uruguai e Brasil. Para esta temporada, a equipe conta com o apoio e a presença da Monroe no Audi pilotado por Diego Nunes, experiente piloto com passagens em campeonatos da Fórmula-3 Sul-americana, Fórmula 3000, GP2 no exterior e na Stock Car no Brasil.

UNIVERSAL SOLUÇÕES AUTOMOTIVAS LANÇA SUA NOVA

IDENTIDADE VISUAL E ANUNCIA PROJETOS INOVADORES PARA O 2° SEMESTRE

A Universal Soluções Automotivas inicia uma nova fase a partir de maio de 2023; com inovação e modernização, uma nova identidade visual vai representar esta evolução de uma empresa que está em constante movimento. O Grupo completou em janeiro 46 anos de tradição e referência no mercado automotivo. “A Universal é uma empresa de credibilidade e tradição no Aftermarket Automotivo e propõe esta mudança em suas logomarcas como sinônimo de inovação e olhar para o futuro. É preciso acompanhar as tendências e a Universal busca isso incessantemente”, declara o Head de Marketing e Inovação da empresa, Felipe Ferrari.

EM FRANCA EXPANSÃO, RADNAQ

CONTRATA SILVIO R. ALENCAR DE ALMEIDA PARA A SUA EQUIPE

A Radnaq, importante fabricante de óleos e produtos químicos para manutenção e tratamento de motores, anuncia a chegada de Silvio R. Alencar de Almeida, que tem grande experiência e relacionamento no setor automotivo na direção de empresas nacionais e multinacionais. “A qualidade dos produtos e o apoio dado aos seus distribuidores fizeram da Radnaq um expoente no setor. A ideia é colaborar nesse processo, desde a expansão industrial necessária para atender à crescente procura por seus produtos até a organização comercial para continuar com o suporte adequado aos seus parceiros comerciais”, diz Silvio.

BOSCH ATINGE MAIS DE 10 BILHÕES DE REAIS EM VENDAS NA AMÉRICA LATINA

A Bosch fechou o ano fiscal de 2022 com vendas totais de 10,3 bilhões de reais na América Latina, incluindo as exportações e as vendas das empresas coligadas, um crescimento de 11,5% em comparação com 2021. “Esse crescimento robusto reforça que estamos no caminho certo com a nossa estratégia de longo prazo e de investimentos em soluções de produtos e serviços com alto valor agregado, inclusive com forte potencial de exportação”, destaca Gastón Diaz Perez, CEO e presidente da Robert Bosch América Latina. Especificamente no Brasil, as operações do Grupo foram responsáveis por 74% do volume de vendas na região.

8 | BALCÃO AUTOMOTIVO
DENTRO
FIQUEPOR

Por: Redação | Foto(s): Divulgação

A PERFECT AUTOMOTIVE VEM COM

MUITAS NOVIDADES EM 2023

Além da ampliação do seu portfólio, a empresa agora está fisicamente presente no maior centro comercial do País, a cidade de São Paulo (SP)

Com 30 anos de atuação no mercado, a Perfect Automotive tem um dos maiores portfólios do segmento, composto por itens de suspensão, transmissão, direção, motor, freio, metal-borracha e ferramentas, para automóveis e caminhões, e constantemente ela vem ampliando o seu catálogo. “De dois anos para cá, passamos de 2.500 itens para 4.600 e chegaremos em 5.000 até o final deste ano”, afirma o presidente, Gerson Coronado Polido.

No incremento de portfólio, o foco tem sido nas linhas de pivôs, terminais e axiais. A ideia é também ampliar a linha de cilindro de roda. “Nós temos que ter um catálogo completo para facilitar a vida do distribuidor e, logicamente, para os consumidores”, comenta.

Hoje a empresa atende a montadoras em algumas de suas marcas para a reposição por conta das inúmeras certificações que tem.

A empresa também tem investido em tecnologia, sistemas e em logística. “Principalmente em logística, automatizando alguns processos, o que nos dá mais agilidade e eficácia para atendermos os nossos parceiros no Brasil e na América do Sul, além de uma equipe de atendimento e um catálogo bem completo”, conta. E os resultados têm sido notórios. “Todos os anos, a Perfect tem crescido na casa de dois dígitos. No ano passado, pelo resultado que conseguimos alcançar, nós demos um salto na linha de bandejas e homocinéticas”.

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INDÚSTRIA
Gerson Coronado e equipe no descerramento da faixa de inauguração do novo escritório

PARABÉNS

Balcão Automotivo #200

Nesse mundo em constante evolução, o acesso a informações confiáveis e relevantes é fundamental, e o Balcão Automotivo tem sido um recurso valioso para todos aqueles interessados no aftermarket. Suas edições têm sido uma fonte de conhecimento, insights e novidades, ajudando a fortalecer o setor e impulsionar a inovação.

Segunda geração

Fundada por Gerson Coronado Polido, as novas gerações já estão na empresa, os filhos (Gustavo e Gabriela Coronado) e os sobrinhos (Gabriel Gusmão e Suzane Coronado) e, segundo ele, fazendo a diferença. “Eu plantei neles a sementinha para gostarem de carros e eles vêm com uma cabeça totalmente diferente, não somente atendendo as expectativas, mas fazendo até melhor”. Mas pendurar as chuteiras não está nos planos de Gerson. “Eu amo o que faço, gosto muito da parte comercial”, finaliza o empreendedor nato.

Lembrança de marca

Gerson também comemora o reconhecimento da Perfect Automotive entre as três melhores empresas em Fornecimento de Pivôs e Terminais no Brasil. Os dois prêmios foram entregues na Automec deste ano. “Estarmos entre as três maiores é uma conquista. É uma lembrança de marca”, destaca.

Novo escritório

Outra novidade recente foi a inauguração da Perfect Automotive, em São Paulo. “Com o intuito de proporcionar maior sinergia entre as empresas do Grupo Perfect, inauguramos em um dos maiores epicentros de negócios do mundo, a cidade de São Paulo, nossa sede corporativa, visando proporcionar melhor interação entre os colaboradores, fornecedores e clientes”, diz o executivo. Atualmente, o Grupo está localizado em várias regiões para atender não só o Brasil, mas a América Latina.

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INDÚSTRIA PERFECT AUTOMOTIVE
Da esq. p/ dir.: Gustavo e Gabriela Coronado (filhos); e Gabriel Gusmão e Suzane Coronado (sobrinhos) Abaixo, as novas instalações

BALCÃO AUTOMOTIVO CHEGA A 200 EDIÇÕES

Ao longo de 17 anos, muitas mudanças e desafios foram presenciados pela indústria automobilística. Muitos deles ainda se mantêm, como o envelhecimento da frota e a volta da Inspeção

Técnica Veicular, que impactam diretamente o setor de reposição. O que passou e o que ficou são retratados nesta matéria comemorativa

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CAPA
Por: Karin Fuchs | Foto(s): Divulgação

Oano era 2006 quando o mercado de reposição automotiva recebia a 1ª edição do Jornal Balcão Automotivo e que mais recentemente passou a se chamar Revista Balcão Automotivo. A publicação nasceu para atender a uma demanda de mercado, levando informações para todos os elos da cadeia e, principalmente, para o varejo de autopeças, acompanhando de perto as principais mudanças na indústria automobilística que refletiram no aftermarket automotivo. Um setor grandioso que se reflete nos números: o Brasil é o 4º maior mercado mundial de autopeças, movimenta mais de R$ 100 bilhões ao ano, tem mais de 40 mil autopeças e mais de 90 mil aplicadores.

De 2006 para cá, um dos marcos foi a expansão da frota circulante. Pelos relatórios do Sindipeças, ela passou de 24,3 milhões de veículos (todas as categorias, exceto motos) para 46,9 milhões. O mercado também acompanhou as mudanças de motorizações, se antes os veículos flex representavam 6% da frota, a participação aumentou para 74,4%, e a nova onda que vem por aí é de híbridos e elétricos. A descarbonização nunca ficou tão em voga.

Por outro lado, chama a atenção o envelhecimento da frota, somente no período de 2010 para cá, a idade média dos automóveis aumentou quase dois anos, de 8 anos e 7 meses, para 10 anos e 9 meses. E hoje a maior parcela, 56,2% do total, tem entre 6 e 15 anos de uso. O que sem dúvida é um grande potencial para o setor de reposição automotiva.

Para esta matéria comemorativa, selecionamos alguns fatos que marcaram o setor, entre eles, os programas de incentivo à inovação; a certificação de autopeças do Inmetro; a Inspeção Técnica Veicular, que hoje é uma luta do setor a sua retomada; o mundo digital ganhando espaço nas vendas de autopeças; a pandemia e o retorno da Automec. Tudo isso e muito mais, você confere a partir de agora!

Inspeção Técnica Veicular

Na edição de nº 16, de janeiro de 2008, a Inspeção Técnica Veicular (ITV) na cidade de São Paulo foi um dos temas. Apesar de uma lei aprovada em 1995 determinar que os proprietários de veículos tinham que fazer a inspeção de emissões de poluentes antes de realizar o licenciamento do veículo, vários fatores de ordem política e burocrática adiaram o início desta ação. A expectativa era de que o projeto sairia do papel.

Em agosto de 2022, com a criação da Carta de Fortaleza, marcando a união do Sincopeças Brasil, Andap, Sindirepa Brasil e o Conarem, o tema voltou à tona e foi uma das principais pautas debatidas na reunião da CBCPave, Câmara Brasileira do Comércio de Peças e Acessórios para Veículos da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que ocorreu em setembro do ano passado. “É um legado que a CBCPave pode deixar para o Brasil e para o setor. Em cada reunião, temos que ver e rever o que precisamos encaminhar para ter êxito”, afirmou o presidente do Sincopeças Brasil e do Sistema Sincopeças/ Assopeças (Ce), Ranieri Leitão.

Segundo ele, “a Inspeção Técnica Veicular é uma pauta importante, é uma medida de segurança, uma vez que acidentes também acontecem porque os carros não estão revisados e nem inspecionados”.

A crise econômica de 2008

Na edição de nº 30, de março de 2009, o tema central foi a crise econômica, iniciada em 2007, e os impactos para o setor de reposição automotiva. Nela, participaram os executivos das entidades do setor. Paulo Butori, na época presidente do Sindipeças, analisou: “é um pouco cedo para traçar cenários positivos ou negativos. Com a globalização, querendo ou não, sentimos os reflexos do que acontece no mundo. Por outro lado, a frota de veículos tem crescido mais de 10% nos últimos anos e isso

Em 2018, por resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), a ITV tornou-se obrigatória no Brasil até 31 de dezembro de 2019, porém, a resolução foi suspensa. O motivo alegado foi o curto prazo para os Departamentos Estaduais de Trânsito (Detrans) enviarem ao órgão federal o cronograma de realização do procedimento. E a Inspeção Técnica Veicular (ITV) sempre foi uma bandeira do setor de reposição automotiva.

CAPA BALCÃO AUTOMOTIVO / 200 EDIÇÕES
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nos leva a crer que o mercado de reparação e reposição deve contar com cerca de 2,5 milhões de novos consumidores”.

Para relembrar, esta crise começou nos Estados Unidos, em 2007 e resultou na mais profunda recessão global desde a 2ª Guerra Mundial, nos anos de 2008 e 2009. O marco foi a quebra do banco de investimentos Lehman Brothers.

Prêmio Loja em Destaque

Por anos consecutivos, a Prána Editora & Marketing, que editava o Jornal Balcão Automotivo, realizou o Prêmio Loja em Destaque para eleger as melhores nos quesitos: Atendimento, Estoque, Prazo de Entrega, Garantia e Pós-venda. Na edição nº 38, de novembro de 2009, a cobertura foi da 2ª edição da premiação, que revelou as 25 lojas de autopeças de São Paulo e Grande São Paulo escolhidas por mil empresas do setor da reparação. O evento reuniu cerca de 500 convidados no Buffet Center, incluindo representantes das principais entidades do setor e profissionais da indústria, distribuição, varejo e reparação.

Agora, a editora Premiatta Editora & MKT Digital, que detém os direitos do título, estuda retomar a premiação. Para validar e trazer os critérios para a atualidade, Reginaldo Andrade, consultor de Negócios do Sebrae São Paulo, deu algumas sugestões. A primeira delas é unificar Atendimento e Pós-Venda, em Experiência do Cliente. “O varejo de autopeças tem dois perfis de clientes, o dono de oficina, que tem uma compra recorrente e uma dinâmica diferente do cliente final. A loja precisa de uma estratégia

para entender esses dois perfis e criar uma estratégia para atrair esses públicos e oferecer uma experiência a esses clientes”.

O segundo é convergir Estoque e Prazo de Entrega, em Gestão Inteligente da Logística. “Com o crescimento do marketplace, o empresário tem que ter um estoque inteligente para não comprometer o seu capital de giro e rápida reposição para não ficar descoberto. Para isso, o CRM o ajuda a ter o histórico de recorrência de compras de determinado produto, para ter referências e ser competitivo”.

No critério Garantia, Reginaldo alerta para sempre informar ao cliente o que ele está comprando. “Às vezes, o empresário trabalha com peças originais e peças paralelas. Na hora da venda, o cliente tem que saber o que está comprando, quais são os critérios da garantia e é importante também a interlocução direta com o próprio fabricante para agilizar a substituição da peça, caso seja necessária”.

Um critério que Reginaldo sugere incluir na premiação é o Figital, a convergência do virtual com o físico. “Para qualquer negócio que se queira manter competitivo é fundamental estar no digital, desde o uso de redes sociais até o comércio eletrônico. Isso é uma questão de sobrevivência e para atender também as novas gerações”, finalizou.

Invasão chinesa

Na edição nº 56, de maio de 2011, a matéria de capa ilustrava em qual proporção as vendas de veículos chineses expandiam no País, ao mesmo tempo em que as peças chinesas ganhavam cada vez mais espaço. Pela matéria, apenas no primeiro trimestre de 2008, as vendas de veículos chineses cresceram 43% acima de todo o volume comercializado em 2007.

Agora, a corrida da China, líder global no desenvolvimento de veículos eletrificados, é pelo market share nas vendas de veículos eletrificados no Brasil e recentemente chegou por aqui a Great Wall Motor (GWM), que começará a produzir localmente em 2024.

No quesito autopeças, em 2008, muitas multinacionais produziam no país asiático e a qualidade das peças foi bastante questionada.

Em 2017, a China se tornou o maior fornecedor de autopeças para o Brasil. Uma realidade diferente dos dias atuais, conforme explicou Cristiano Doria, sócio e diretor da Roland Berger. “A China não é mais o principal mercado importador, o Brasil importa principalmente da Europa, seguido da China. Um dos motivos é que China passou a produzir muitas coisas aqui no Brasil”.

Aquém do desejado

Na edição de janeiro de 2012, nº 64, a matéria de capa, como já é habitual todos os anos, trouxe o balanço do setor nas vozes dos executivos das entidades do setor. Intitulada “Aquém do desejado”, 2011 terminou sem grandes resultados para o setor de autopeças. Na ocasião, o então presidente do SincopeçasSP, Francisco Wagner de La Torre, disse que “as estimativas indicam um crescimento por volta 4%, em 2011. Para o varejo, foi um ano bom. Porém, abaixo do resultado alcançado no ano anterior”.

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CAPA BALCÃO AUTOMOTIVO / 200 EDIÇÕES

Gerson Nunes Lopes, que na época presidia o Sincopeças-RS, falou que havia uma expectativa no início do ano que não se concretizou. “As metas não chegaram a ser cumpridas e ficamos abaixo do esperado. A exceção foi no setor de motopeças, o qual houve incremento de vendas. No entanto, seguimos otimistas, pois a luta continua”.

Incentivos à inovação

Com o título “O Novo Regime Automotivo. Até que ponto é inovação?”, a edição de nº 77, de fevereiro de 2013, especificou as regras do Inovar-Auto, definido como o Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica e Adensamentos da Cadeia Produtiva de Veículos, com validade de 2013 a 2017. Tido como um fracasso, e substituído pelo Rota 2030, instituído pela Lei Federal nº 13.755/2018.

integrada às cadeias de produção mundial de veículos e autopeças. Também houve pouco resultado (no Inovar-Auto) em dotar empresas locais capazes de competir no mercado mundial de serviços de engenharia para o mercado mundial. Esta pouca integração à cadeia de produção global é um dos problemas crônicos da indústria local”.

Alves comentou que o atual programa Rota 2030 aparenta ser um pouco mais focado que o anterior. “Há uma melhor identificação de tendências mundiais no desenvolvimento veicular (conectividade, eficiência energética, por exemplo)”, mas ainda faltaram medidas para integrar a indústria local com as cadeias de produção mundial de veículos e autopeças. Ainda aparenta haver uma troca de redução de imposto por algum maior desenvolvimento em P&D sendo feito localmente, sem que seja objetivado um aumento de produtividade da indústria local para torná-la mais competitiva em nível global”.

Segundo ele, “existe capacitação técnica local, mas é preciso entender que cada local tem suas vantagens competitivas e talvez a produção com conteúdo 100% local de todos os itens do veículo não seja algo viável, daí a necessidade de ser um participante ativo nas cadeias globais de produção de veículos”.

Avaliação de conformidade

Na análise do professor e doutor Marcelo Augusto Leal Alves, do Centro de Engenharia Automotiva (CEA), conveniado à Fundação Getúlio Vargas (FGV) e à Faculdade de Engenharia Industrial (FEI), o principal problema do Inovar-Auto foi a falta de definição do que seria considerado inovação e quais seriam os objetivos do programa no médio e longo prazos.

“Naquela época havia clara a tendência para eletrificação de frotas e houve muito pouco desenvolvimento nesta linha no Brasil. Outra questão foi o não desenvolvimento de empresas e programas capazes de serem competitivos em nível global. A indústria local ainda é pouco

A certificação de autopeças foi o assunto da edição nº 91, de abril de 2014. A iniciativa do Sindipeças, como forma de combater a presença no mercado nacional de produtos que não atendiam aos requisitos técnicos previstos nas normas técnicas expedidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas, deu origem à criação da Regulamentação Técnica e do Programa de Avaliação da Conformidade para Componentes Automotivos. Conforme relembrou Hercules Souza, chefe da Divisão de Verificação e Estudos Técnico-Científicos (Divet) da diretoria de Avaliação da Conformidade (Dconf).

“Essa condição gerava um desequilíbrio nas condições de justa concorrência entre os vários fornecedores deste segmento, além de sujeitar os usuários a riscos relacionados à segurança e desempenho destes componentes. À época, tal demanda foi devidamente aprovada junto ao

Comitê Brasileiro de Avaliação da Conformidade (CBAC), que assessorava o Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro) no estabelecimento das diretrizes e critérios para a atividade de avaliação da conformidade”.

O Programa de Avalição da Conformidade para “Componentes Automotivos” foi implementado em 2011, por meio da publicação da Portaria Inmetro nº 301, de 21/07/2011. “O programa, de caráter compulsório, contemplava inicialmente 7 componentes (amortecedores da suspensão, bomba elétrica de combustível para motores do ciclo otto, buzina, pistões de liga de alumínio, pinos e anéis de trava, anéis de pistão, bronzina e lâmpadas para veículos automotivos)”.

Posteriormente, por outras portarias do Inmetro, foram incluídas baterias chumbo ácido, em 2012; terminais e barras de direção, barras de ligação e terminais axiais, em 2013, e materiais de atrito para freios, em 2014. Hoje, toda a regulamentação da matéria encontra-se consolidada na Portaria nº 145 de 28/03/2022.

“O Inmetro também tem Programas de Avalição da Conformidade para outros produtos automotivos, como rodas automotivas (Portaria Inmetro nº 501 de 20/12/2021), pneus novos (Portaria Inmetro nº 379 de 14/09/2021) e Vidros de Segurança Automotivos (Portaria Inmetro nº 34 de 02/02/2021)”.

Aftermarket em movimento

Na edição de nº 101, de fevereiro de 2015, foi a vez de mostrarmos como os players do setor, da indústria ao varejo, estavam investindo em produtos, equipe, no atendimento ao cliente e em tecnologia, em um cenário em que a economia não era muito favorável. Entre as autopeças

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CAPA BALCÃO AUTOMOTIVO / 200 EDIÇÕES

participantes, Luiz Carlos Roani, gerente de Vendas na Meireles Autopeças, em Frederico Westphalen (RS), contou que no final de 2014, a empresa iniciou o processo de mudança da base tecnológica, de dados e de gestão.

“O ponto de partida foi a migração do software de gestão antigo para um mais moderno com novas ferramentas de suporte, bem como da estrutura física. Todo este investimento visa aumentar a efetividade dos processos, rapidez no fornecimento de informações gerenciais, as quais são de extrema importância para nortear a tomada de decisões acerca do desempenho da empresa e da sua relação com o mercado consumidor”, especificou.

Na Morato Auto Peças, no Distrito Federal, a estratégia de Erasmo Vieira Melo foi proporcionar mais facilidades aos clientes. “Para melhorar o faturamento, passamos a receber cheques. Nós fizemos um contrato com a Telecheque, o que nos dá uma garantia. Também reformamos a loja e estamos trabalhando mais com o estoque do distribuidor. O contratempo é precisar da

peça de imediato e não a ter no ato”. Uma dificuldade que foi agravada posteriormente com a pandemia.

Modelos de negócios no varejo de autopeças

Tema da edição de nº 110, de novembro de 2015, a matéria mostrou que a concorrência com redes que estavam por vir não inviabilizaria o crescimento dos pequenos varejistas, mas alertava que eles precisariam de profissionalismo e gestão. Entre os entrevistados, um dos idealizadores da Rede Âncora, o empresário Álvaro Pereira, da Alvamar, contou que a ideia da rede foi para que os varejistas tivessem melhores condições de compra junto aos fabricantes.

“No setor de autopeças não é mais viável crescer sozinho. Os pequenos varejistas terão o seu espaço em localidades distantes dos grandes centros, exatamente pelo poderio de compra, pois não conseguirão concorrer com lojas maiores. Hoje, em média, um veículo tem treze mil itens, tem que ser especializado, ter uma boa equipe e retaguarda financeira”, afirmou.

Sobre a concorrência com as concessionárias, o empresário da Mercadocar, Roberto Gandra, descartou que elas teriam uma fatia significativa da reposição. “Vejo isso como impossível, pois o foco delas é a venda de veículos. Por mais pressão que tenha das montadoras para vender peças, elas não têm a capacidade que o mercado de reposição tem. E quando ofertam produtos a preços competitivos, quem compra são as lojas de varejo”, explicou.

Automec

A 13ª edição da Automec, realizada em 2017, foi tema da edição nº 128, de maio de 2017. A novidade foi a mudança da feira do Anhembi para o São Paulo Expo - São Paulo Exhibition & Convention Center, na Rodovia dos Imigrantes, atual São Paulo Expo. Na ocasião, a Automec recebeu mais de 74 mil visitantes, superando a edição anterior (cerca de 69 mil) e o número de expositores cresceu 38% na comparação com 2015. No balanço dos resultados da feira, foi anunciado que 80% dos contratos já estavam fechados e mais de 70% das empresas confirmaram participação na edição de 2019.

Com a pandemia de covid-19, a feira foi suspensa e só depois de quatro anos ela pôde ser realizada, e voltou com força total. Neste ano, foram mais de 90 mil visitantes únicos (20% acima da última edição) e com 30% de taxa de retorno, o público total chegou a 117 mil visitantes, do Brasil e de 60 países, como pode ser lido na edição 198, de maio de 2023.

O volume de negócios potenciais declarados pelos visitantes atingiu R$ 29,5 bilhões (R$ 4,5 bilhões acima do esperado).

Segundo Luiz Bellini, diretor de Portfólio da RX, empresa organizadora do evento, “a Automec de 2023 foi a maior da história e mostrou a força do Brasil no palco global de eventos e no setor do aftermarket automotivo. Esta edição consagrouse como o maior evento de negócios B2B na América Latina, o maior evento de negócios do aftermarket automotivo das Américas e o segundo maior do mundo no segmento”.

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CAPA BALCÃO AUTOMOTIVO / 200 EDIÇÕES

Governança corporativa e sucessão familiar

No Brasil, a grande maioria das empresas é familiar, aproximadamente 80% do total. O grande desafio está na sucessão. Segundo estimativas, 30% passam para a 2ª geração e apenas 5% para a 3ª, ficando fadadas a desaparecer. Na edição de nº 136, de janeiro de 2018, especialistas relataram o quanto é importante a governança corporativa no processo de sucessão. “A governança corporativa nada mais é do que ordenar papéis e responsabilidades de familiares, gestores e sócios dentro de uma mesma organização. A governança se dá quando se estabelece quais são as regras que vão gerir essas relações”, esclareceu Eduardo Valério, diretor-presidente da GoNext Family Business.

Na 2ª geração e caminhando para a 3ª, o diretor Comercial, Marcos Antonio Nunes Bezerra, falou sobre a bem-sucedida sucessão na Bezerra Oliveira e o quanto a confiança do fundador é importante. “A sucessão acontece mesmo quando o pai tem a total confiança nos filhos e decide como será esse processo. Porém, a consultoria diz muitas vezes o que o pai não tem coragem de falar com receio de ofender os filhos, de mexer com suas vaidades, o que acaba gerando problemas. Com a consultoria, todo mundo acaba aceitando”.

13 anos de Balcão Automotivo

Na edição comemorativa nº 145, de outubro de 2018, os principais fatos que marcaram o setor de aftermarket desde 2006 foram abordados na matéria “13 anos e com muitas histórias para contar”. Em 2006, o Brasil vivia o final do chamado superciclo das commodities,

que marcou um período de forte crescimento das economias mundiais. De lá para cá, conforme descrito na matéria, as vendas de veículos novos somaram mais de 40 milhões de unidades, o setor automotivo viveu significativas mudanças tecnológicas, o comportamento do consumidor mudou e o Brasil passou por duas crises econômicas.

Na ocasião, Leticia Costa, sócia-diretora da Prada Assessoria, foi uma das participantes e disse que o aumento da frota não era suficiente para reduzir a idade média. “A frota brasileira de veículos passou de 24 milhões para cerca de 43 milhões entre 2006 e 2015 (último dado disponível na época pela Anfavea). Apesar do crescimento, a idade média da frota, entre 2006 e 2018, se manteve em 9 anos e 6 meses”, especificou.

toda a sociedade. Foram decretados períodos de quarentena, comércios de produtos não essenciais tiveram que fechar suas portas, bem como algumas fronteiras. Em um primeiro momento, lojas de autopeças tiveram que ser fechadas, posteriormente, elas foram abertas por decreto, por serem consideradas “serviços essenciais”.

A matéria mostrou que no Brasil e no mundo governos adotaram pacotes de medidas para tentar amenizar a crise. Na época, o ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciou entre algumas medidas no início de março o aporte de R$ 147,3 bilhões na economia por um período de três meses, o adiantamento do pagamento do Simples Nacional, interrupção do depósito do FGTS no período e redução de 50% nas contribuições do Sistema S.

Entre os entrevistados, Gesner de Oliveira, professor da Fundação Getúlio Vargas em São Paulo e sócio da GO Associados, disse que o pacote anunciado estava na direção correta, mas seria insuficiente para ajudar a economia na crise do novo coronavírus. “Alguns setores que serão diretamente afetados não estão assistidos pelo pacote, como a aviação civil, a indústria de entretenimento e a hotelaria. Além disso, é necessário que o governo crie canais mais amplos de articulação junto ao setor empresarial”, comentou.

A previsão do Sindipeças era que esta idade média continuaria crescendo até 2020. O que de fato se comprovou e atualmente também. Em 2022, a frota circulante era de 46,9 milhões de veículos e na comparação com 2010, a idade média dos automóveis aumentou quase dois anos, de 8 anos e 7 meses, para 10 anos e 9 meses, sendo que 56,2% do total, têm entre 6 e 15 anos de uso.

Um cenário turbulento, mas com luz no fim do túnel

A pandemia de Covid-19 pegou todos de surpresa e, como não poderia deixar de ser, ela foi tema da edição de nº 162, de abril de 2020. A matéria mostrava que o Brasil e o mundo viviam um momento sem precedentes, com impactos para as economias globais e para

O economista Fauzi Timaco Jorge falou que o pacote também visava facilitar a vida das empresas, ao conceder um prazo de três meses para pagamento do FGTS e adiar o pagamento do Simples Nacional. “Outro impacto positivo para as empresas foi a redução de 50% das contribuições no Sistema S e a liberação de crédito para micro e

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CAPA BALCÃO AUTOMOTIVO / 200 EDIÇÕES

pequenas empresas”, avaliou.

Histórias de pessoas no varejo de autopeças

Tema da edição de nº 169, de novembro de 2020, a matéria mostrou cases de profissionais que estão na linha de frente no atendimento e de empresários do setor. Valquírio Cabral Júnior, especialista em vendas do varejo, falou sobre o vendedor consultor. “Cada vez mais, o consumidor procura por profissionais de vendas mais especializados e treinados. Por isso, o balconista tem que conhecer o produto que está vendendo e ser o profissional que ajudará o cliente a esclarecer as suas dúvidas”, alertou.

Sócio e diretor da Posiciona - Educação e Desenvolvimento, Paulo Garbuio, explicou o quanto é fundamental o trabalho do balconista de autopeças para o sucesso de qualquer loja e que o conhecimento técnico pode ser decisivo na hora da venda. “A tecnologia evolui exponencialmente nas composições dos veículos, isso requer atualizações constantes e periódicas dos profissionais que atuam no balcão de autopeças”, pontuou.

Recentemente e já tema de matérias de edições anteriores, o Instituto da Qualidade Automotiva (IQA) lançou oficialmente na Automec 2023, a Certificação para Vendedores de Peças e Acessórios Veiculares. A certificação é compulsória, feita remotamente e tem validade de 36 meses, após esse período, é necessária a sua renovação. A meta é atingir cerca de 180 mil profissionais que trabalham em mais de 62 mil estabelecimentos comerciais, com base em informações do Sincopeças Brasil. Nesta edição, confira a repercussão entre os profissionais do setor, na matéria do Caderno Vendedor Automotivo desta edição.

Integração dos dois mundos: o físico e o digital

Impulsionado pela pandemia, o comércio eletrônico ganhou força no Brasil e o tema foi retratado na edição de nº 186, de abril de 2022. Kelly Carvalho, assessora econômica da FecomercioSP, contou que se antes da pandemia o consumidor tinha certo receio em comprar on-line, com o isolamento social, ele teve uma boa experiência, adquirindo on-line os mais variados tipos de produtos e o figital veio para ficar. “Mesmo que o consumidor prefira comprar no estabelecimento físico, o canal digital será fundamental para que ele tenha acesso a todas as informações, com a possibilidade de fazer o comparativo das especificidades técnicas do produto que pretende comprar e os respectivos preços”, afirmou.

Segundo ela, a expectativa era de adoção de um modelo híbrido de vendas, principalmente considerando autopeças, pela tecnicidade do produto, o qual os consumidores preferem comprar em uma loja física. “O ambiente de negócios exigirá cada vez mais que os varejistas

mantenham os dois canais de vendas integrados, proporcionando a melhor experiência de compra para o consumidor”, comentou.

Renato Lass, diretor de Desenvolvimento de Negócios do Segmento Automotivo da Linx, disse que a reabertura do varejo físico não reduziria as vendas on-line. “O que mais temos visto é uma integração cada vez maior entre o comércio físico e o digital, a omnicanalidade, e o comércio físico se valendo de um canal online, que muitas vezes permite a retirada em loja ou até mesmo o contrário, compras online e a possibilidade de receber não de um centro de distribuição, mas do estoque de uma loja”.

Os caminhos do setor

Para os próximos anos são esperadas mudanças na mobilidade, a maior participação de veículos híbridos e elétricos na frota circulante, um impulso na infraestrutura para atender esses veículos e um cenário macroeconômico mais favorável no País para que a renovação da frota seja uma realidade. Temas que serão abordados na nossa próxima matéria de capa. Aguardem!

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CAPA BALCÃO AUTOMOTIVO / 200 EDIÇÕES

200 VEZES OBRIGADO!

NÓS, DO GRUPO BALCÃO AUTOMOTIVO, QUEREMOS EXPRESSAR NOSSA GRATIDÃO A TODOS OS PARCEIROS QUE FIZERAM PARTE DA NOSSA JORNADA. O COMPROMISSO E A CONFIANÇA DEPOSITADOS FORAM ESSENCIAIS PARA NOSSO SUCESSO E RELEVÂNCIA. POR MEIO DE SEUS ANÚNCIOS, VOCÊS CONTRIBUÍRAM PARA FORTALECER A CREDIBILIDADE E A IMPORTÂNCIA DO GRUPO, PERMITINDO QUE NOS DESTACÁSSEMOS COMO UMA REFERÊNCIA EM JORNALISMO NO AFTERMARKET AUTOMOTIVO.

ESPERAMOS SINCERAMENTE CONTINUAR ESSA TRAJETÓRIA DE EVOLUÇÃO E CONQUISTAS CONTÍNUAS AO LADO DE VOCÊS.

GRUPO DE MÍDIA

Uma entidade que representa os interesses e estimula o desenvolvimento do setor, só podia mesmo ser uma grande parceira da BR AutoParts

É uma honra andar lado a lado com vocês.

80 anos

PROFISSIONAIS

DO

SETOR AVALIAM A CERTIFICAÇÃO DO IQA

O objetivo é atestar os conhecimentos e as habilidades dos vendedores de peças e acessórios veiculares; e elevar a categoria para outro patamar

N a Automec 2023 foi lançada oficialmente a Certificação do Instituto da Qualidade Automotiva (IQA) para Vendedores de Peças e Acessórios Veiculares, especificada na matéria de capa da edição anterior, nº 199, da Revista Balcão Automotivo (ver Box). Nesta matéria, a repercussão é com os profissionais de vendas do setor, começando com Francisco Gomes Andrade, representante Comercial da Bezerra Oliveira, em Fortaleza (CE), consultor e instrutor do curso de Balconista de Alta Performance.

Ele atua no setor desde 2003.

“Eu estou ansioso para participar desta certificação e estou confiante de que terei sucesso nessa prova. Estou motivado a testar meus conhecimentos e identificar áreas em que posso melhorar. Além disso, fiquei satisfeito em saber que o valor para realizar o exame é acessível, o que permitirá que um maior número de vendedores tenha a oportunidade de se submeter à prova”, afirmou.

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# 23 JUN/ 2023 SUPLEMENTO ESPECIAL
Texto: Karin Fuchs Foto(s): Divulgação

Em sua opinião, a certificação do IQA é um diferencial extremamente valioso para o currículo de um profissional vendedor. “Ao obter essa certificação, o vendedor demonstra um comprometimento genuíno em aprimorar suas habilidades e conhecimentos específicos no setor de peças e acessórios veiculares. Ela representa um reconhecimento formal da competência e expertise do vendedor na venda de peças automotivas”.

Ele disse também que em um mercado carente de mão de obra qualificada, é fundamental contar com uma forma meritocrática para identificar e destacar aqueles que estão verdadeiramente capacitados e se esforçando para se manter atualizados nesse ambiente dinâmico. “Além de agregar valor ao currículo, a certificação também demonstra aos empregadores o comprometimento do vendedor em se manter relevante e competitivo no mercado. Ela transmite confiança aos potenciais empregadores, mostrando que o vendedor está investindo em seu próprio desenvolvimento profissional e busca se destacar como um especialista em vendas de peças”.

Para ele, é importante que os empregadores valorizem os profissionais certificados, reconhecendo sua competência e servindo como exemplo inspirador para que outros

vendedores da empresa busquem a certificação. “Essa valorização pode ocorrer tanto pelo reconhecimento do conhecimento adquirido quanto por meio de incentivos financeiros ou benefícios adicionais.

Ao valorizar e incentivar a certificação, as empresas varejistas demonstram seu compromisso com a qualidade do atendimento e a excelência dos profissionais. Isso cria um ambiente propício para o crescimento e desenvolvimento dos colaboradores, bem como para a melhoria contínua dos serviços prestados”.

Os dois lados

Na avaliação de Júlio César Sampaio, o Balconista dos Pampas, de Porto Alegre (RS), que há 30 anos atua no setor automotivo, a qualificação profissional é sempre uma oportunidade de crescimento, mas certificação tem os dois lados da moeda. “De um lado, o certificado pode ser anexado ao currículo profissional e, com isso, surgir grandes oportunidades de crescimento. De outro, a experiência adquirida pode ser comprovada na prática não havendo uma necessidade de certificação”, explicou.

Segundo ele, para as autopeças que

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Júlio César Sampaio, o Balconista dos Pampas, de Porto Alegre (RS), que há 30 anos atua no setor automotivo Francisco Gomes Andrade, representante Comercial da Bezerra Oliveira, em Fortaleza (CE), consultor e instrutor do curso de Balconista de Alta Performance

procuram bons resultados, o profissionalismo e a qualificação são os alicerces de uma equipe dinâmica e vencedora e, com isso, os consumidores terão boas experiências na hora da compra. A questão, diz ele, é o custo da certificação. “Ela traz oneração aos empresários. Até que ponto eles estarão dispostos a investir? Desta forma, haverá oportunidade para todos os vendedores, em um País onde temos aproximadamente 65 mil balconistas de autopeças?” questionou.

Iniciativa bem-vinda

Para o vendedor do Grupo Atlanta Auto Peças, da filial de Guarulhos (SP), Vitor Vilella Souza, a certificação é um diferencial para o currículo do profissional vendedor. “Com certeza, com a certificação o profissional mostrará ser mais capacitado. Hoje, as empresas buscam qualidade no atendimento ao cliente e a empresa terá um colaborador treinado, instruído tecnicamente e capacitado para o atendimento ao público. Os consumidores

estão atrás de um bom atendimento”, afirmou.

Da sua experiência de 12 anos na profissão, Vitor comentou que o prazo de renovação da certificação, a cada 36 meses com uma nova avaliação, é coerente. “Eu acho válida a renovação, pois a cada ano lançam carros novos e temos que se atualizar”, explicou.

Wagner Alves Brandão, vendedor da Giro Peças há 24 anos, em Porto Alegre (RS), também acha o prazo de renovação adequado e a certificação, uma ótima iniciativa. “Eu pretendo participar da certificação, pois ela ajuda muito. Todos os certificados em um currículo agregam muito mais experiência. Hoje, um profissional que tenha conhecimento técnico em sua área de trabalho consegue dominar tudo que o cliente necessita. Qualquer certificado é bem importante e para todos os segmentos”.

Francisco Gomes Andrade destacou que ao contar com

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Vitor Vilella Souza, vendedor na filial de Guarulhos (SP), do Grupo Atlanta Auto Peças

CRITÉRIOS PARA A

CERTIFICAÇÃO

• Ter ensino médio completo, experiência mínima de dois anos na área, com comprovação em registro na carteira ou outro vínculo empregatício;

• Também são aceitas certificações de treinamentos técnicos específicos;

• A certificação é voluntária, remota e o valor para se inscrever é de R$150,00;

• Para obter o reconhecimento, o profissional precisa realizar uma prova online com 50 questões, atingir a nota mínima 7 e atender a norma ABNT NBR 16999/2021, que estabelece os requisitos e a sistemática para qualificação de vendedores de peças automotivas;

• A certificação tem validade de 36 meses. Após esse período, o profissional precisa fazer uma revalidação para obter um novo certificado.

Para saber mais e se inscrever, acesse: https://cpiqa.iqa.org.br/produto/ escopo-vendedor-de-autopecas/

vendedores certificados, as empresas demonstram seu compromisso em fornecer um serviço de alta qualidade, além de contar com profissionais bempreparados. “Essa abordagem gera confiança nos clientes e fortalece a reputação da empresa no mercado. Os vendedores certificados possuem um conhecimento mais aprofundado sobre os produtos e sistemas automotivos, o que lhes permite oferecer um atendimento especializado e eficiente”.

Quanto à validade, Francisco disse que mesmo considerando a dinâmica do mercado, o ideal é que o prazo da certificação fosse de cinco anos. “Isso se justifica pelo fato de que os sistemas dos veículos possuem similaridades e, em ciclos de cinco anos, haveria uma quantidade significativa de atualizações envolvidas. Além de ser menos oneroso para o profissional”.

No recrutamento

Para Esmeraldo de Freitas Ferreira, que atua há 21 anos no setor de autopeças e atualmente é supervisor de Vendas da Climer Soluções Automotivas, especializada na linha de arrefecimento, em Porto Alegre (RS), a certificação do IQA pode ser uma ferramenta para o momento de recrutamento.

“Falta mão de obra qualificada no setor, vontade de aprender e, às vezes, falta comprometimento. Para o nosso segmento é difícil encontrar quem tenha conhecimento técnico nessa área e a certificação ajudaria bastante para validar esse conhecimento, principalmente durante o recrutamento. Se tivesse um profissional com esta certificação, com certeza, seria um diferencial para o nosso recrutamento, o resto, a gente orienta por aqui”, afirmou.

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Wagner Alves Brandão, vendedor da Giro Peças há 24 anos, de Porto Alegre (RS) Esmeraldo de Freitas Ferreira, há 21 anos no setor de autopeças e atualmente é supervisor de Vendas da Climer Soluções Automotivas, especializada na linha de arrefecimento, em Porto Alegre (RS)

UMA VIAGEM ENTRE OS EXTREMOS

“Não tenhamos pressa, mas não percamos tempo”.

José Saramago

Esse artigo tem por objetivo convidá-lo a uma viagem para a leitura do primeiro ao último capítulo, com destino a uma abordagem interessante sobre os extremos. Situações do dia a dia que podem causar prejuízos à nossa saúde física e mental, tais como: angustia, ansiedade, estresse..., bem como prejuízos aos relacionamentos, sejam eles pessoais ou profissionais.

Faz parte da vida do ser humano transitar entre os extremos, seja por conta do seu próprio comportamento, perfil, atitudes, tomada de decisões ou por conta do comportamento do outro.

Eis um exemplo meramente ilustrativo:

Entende-se por meio-termo, algo moderado, equilíbrio ou até mesmo atitudes comedidas. No ambiente de trabalho, por exemplo, é importante haver um meio-termo entre o comportamento formal e informal.

Chegar a um meio-termo é chegar a um consenso entre duas partes opostas, o que não significa ficar em cima do muro, omisso, deixar de tomar uma atitude, seja por conveniência ou procrastinação, assim como atitudes extremistas podem gerar prejuízos a si próprio ou ao outro.

Há momentos em que precisamos ficar “entre a cruz e a espada”, expressão que relembra a situação vivida por Jesus Cristo quando teve de escolher entre enfrentar as espadas dos soldados romanos ou aceitar a crucificação.

O magnetismo, segundo a “Lei de Coulomb”, publicada pelo físico francês Charles Augustin de Coulomb, em 1783, define que a força entre dois corpos será atrativa se os mesmos tiverem cargas opostas, e será repulsiva se eles possuírem cargas de mesmo sinal.

Assim como na física, no relacionamento entre casais é comum ouvirmos a expressão que remete à química, no sentido figurado: “os opostos se atraem”, embora, há quem defenda que os opostos não se atraem, se completam.

Em uma equipe de trabalho com diferentes perfis, onde mescla jovens com pessoas mais experientes, pessoas do sexo feminino e masculino,

uns mais extrovertidos e outros mais centrados, enfim, um time diversificado possibilita diferentes percepções e pontos de vista, se bem gerenciado pode gerar um ambiente saudável e, excelente qualidade do trabalho e melhores resultados.

A maneira como somos tratados requer um posicionamento claro. Onde somos tratados com indiferença, devemos avaliar se a melhor decisão é oferecer nossa ausência. Ao sermos tratados com arrogância, falta de respeito, injustiça ou estupidez devemos nos posicionar de forma clara e decidida e isso vale ao presenciarmos situação idêntica, seja contra um amigo ou contra as pessoas que amamos.

Algumas expressões populares bem definem situações do dia a dia que caracterizam posicionamentos extremos:

1. “Nem tanto ao mar nem tanto a terra” - que significa moderação, sem exagerar para mais ou para menos; nem muito nem pouco, com equilíbrio;

2. “É tudo ou nada” - que não possui ou não aceita meio-termo;

3. “... relação de amor e ódio” - estados afetivos que determinam a relação do Eu com os objetos do mundo exterior, sejam eles pessoas ou coisas;

4. “É pegar ou largar” - significa que a oferta é aquela e não mudará, e que a pessoa tem duas opções: aceitá-la ou não;

5. “Com você é oito ou oitenta” – assim como a expressão “é tudo ou nada” está relacionada com as pessoas que não têm meio-termo ao tomar uma decisão;

6. “Entre tapas e beijos” - como bem diz o trecho da música de Leonardo: “...é ódio, é desejo. É sonho, é ternura”;

7. “Altos e baixos” – faz parte da nossa vivência, a alternância de momentos agradáveis com momentos desagradáveis;

8. “Tempestade num copo d’agua” – expressão utilizada para se referir a uma grande preocupação ou reação exagerada quando, na realidade, não se trata de algo tão grave.

9. “Entre a vida e a morte” – limites extremos da existência humana nesta terra;

10. “Da noite para o dia” – significa o mesmo que rapidamente, fato que aconteceu de forma repentina e que impossibilitou um prévio aviso.

“Cuidado com o vazio de uma vida ocupada demais”. Sócrates

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ARTIGO
Comportamento
Foto(s): Divulgação

Imagine a seguinte situação (fictícia):

“Querer é poder?”, perguntou Sr. Carvalho, ansioso para fechar uma importante venda para um cliente avesso a compras online, pois valoriza o contato pessoal e, dessa forma, prefere a compra presencial. Tomou apenas um café extremamente amargo, entrou em seu potente carro que vai “de zero a cem” quilômetros em aproximadamente cinco segundos e seguiu viagem ouvindo músicas de pagode do “Menos é Mais”, até o endereço do cliente, bem distante por sinal, uma viagem de norte a sul da cidade. Durante o trajeto, para evitar um grave acidente, usou a pista do acostamento até o limite extremo, chegou ao cliente e conseguiu fechar a venda e, consequentemente, cumpriu sua meta faltando ainda uma semana para terminar o mês.

Cada pessoa, com seu perfil, comportamento, atitudes, características, se diferencia da outra, na medida em que:

• Vivem demasiadamente olhando para o passado ou para o futuro, deixando de lado o agora, o momento presente;

• São extremamente introvertidas ou extrovertidas, o que implica em prejuízos aos relacionamentos, sejam pessoais ou profissionais, por conta da falta ou excesso de comunicação;

• Têm “poucos amigos”, valorizam a qualidade, a confiabilidade, enquanto outras preferem ter “um milhão de amigos”, valorizam mais a quantidade, ainda que essas amizades sejam superficiais;

• São bastante cautelosas, não correm riscos, enquanto outras são audaciosas (empreendedoras) e vivem no limite do risco;

• Entendem que “o céu é o limite”: expressão muito bonita desde que observados os limites da ética, justiça, empatia e respeito ao próximo, afinal, atitudes extremas geram consequências, sejam contra si ou contra aqueles que nos cercam;

• Por ansiedade, não conseguem, por exemplo, ler um livro por completo, após algumas páginas iniciais, partem para ler as páginas finais, para a conclusão.

“Há mais coisas entre o céu e a terra do que se pode imaginar sua vã filosofia”.

William Shakespeare

Há momentos em que podemos chegar ao fundo do poço e depois ressurgir muito mais fortes que antes, assim como um lutador de boxe que vai à lona, não joga a toalha, levanta, reverte a situação e consegue aplicar um nocaute no adversário.

Atitudes extremas, tais como: o extremismo religioso, fanatismo por futebol ou qualquer outro esporte, crenças limitantes, letargia, procrastinação; excessos e omissões; auto cobrança excessiva.

Há quem pense que entre os extremos residem os iguais, os “em cima do muro”, o feijão com arroz, a mesmice, a impossibilidade de realizar sonhos e que, para ser feliz, é necessário tomar atitudes extremas que, muitas vezes, vão de encontro à ética, assim como existem pessoas que estão paralisadas, em extrema falta de ação e atitude.

Entre um extremo e outro há um mundo de possibilidades para conquista de resultados, objetivos e sonhos.

Que esse texto, caro leitor, permita-os fazer uma auto avaliação no sentido de perceber em que posição você está, considerando os extremos.

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Comportamento UMA VIAGEM ENTRE OS EXTREMOS
*Analista Administrativo Sênior da Distribuidora Automotiva S/A – Filial Salvador; Bacharel em ADM; MBA em Gestão de Empresas; MBA em Liderança Coaching; Co-autor dos livros “Ser Mais Inovador em RH” – “Motivação em Vendas” e "Planejamento Estratégico para a Vida”

Balcão dos Pesados & Comerciais

TEXTO: REDAÇÃO | FOTO(S): DIVULGAÇÃO

MEDIDA PROVISÓRIA 1175/23 VISA

INCENTIVAR A RENOVAÇÃO DA FROTA DE PESADOS

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produção de caminhões no acumulado deste ano, de janeiro a maio, teve uma queda de 31% quando comparado ao mesmo período de 2022. Em volume de emplacamentos, a retração foi de 20,9%, com 8,2 mil unidades. O motivo é explicado pela entrada em vigor neste ano do Proconve P8, que com as novas tecnologias encareceu os veículos. Tanto que do total de unidades emplacadas ao longo dos cinco primeiros meses do ano 82,9% foram produzidas antes de 2023.

No segmento de ônibus, os resultados foram positivos, com um crescimento anual de 61,7%, totalizando 9,5 mil unidades nos primeiros cinco meses deste ano. Na comparação entre meses, maio de 2023 com maio de 2022, a alta foi de 31,9%, com 1,9 mil unidades emplacadas. Assim como para caminhões, o maior percentual de vendas

foi para ônibus produzidos anteriormente a este ano, representando 93,5% do total.

Os números são da Anfavea e foram divulgados no mesmo dia em que foi publicada no Diário Oficial a Medida Provisória 1175/23, no dia 6 de junho. O objetivo da MP é incentivar as vendas de veículos novos, a renovação da frota, com bônus concedidos para o consumidor final, pessoas físicas e jurídicas.

Para caminhões e ônibus, os descontos variam de R$ 33,6 mil a R$ 99,4 mil. Mais especificamente, para micro-ônibus (vans) e pequenos caminhões, o desconto é de R$36,6 mil. Para caminhões é até R$ 80,3 mil e ônibus até R$ 99,4 mil, dependendo da categoria do veículo.

O total de recurso do Governo Federal

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O programa é temporário, tem duração de 120 dias, e visa retirar da frota veículos com mais de 20 anos de uso. O incentivo para a troca é um bônus que varia de R$ 33,6 mil a R$ 99,4 mil, conforme a categoria do veículo
Gustavo Bonini, 1º vice-presidente da Anfavea A produção de caminhões no acumulado deste ano, de janeiro a maio, teve uma queda de 31%

destinado ao programa é de R$ 1 bilhão como crédito tributário para as montadoras, sendo R$ 700 milhões para caminhões e R$ 300 milhões para ônibus. O programa tem validade de 120 dias ou até o término do recurso.

Beneficiados

A primeira etapa do programa, que já começou no mesmo dia da publicação da Medida Provisória 1175/23, tem como foco pessoas físicas, transportadores autônomos, microempreendedores, microempresas e empresas de pequeno porte. A segunda, que começa a partir do dia 21 de junho, inclui pessoas jurídicas de médio e grande portes.

Regras

O programa tem como foco a renovação da frota de caminhões e ônibus com mais de 20 anos de uso. Para se beneficiar do bônus, o consumidor deve entregar o seu veículo na concessionária. “Ele também tem que estar em condições de rodar, licenciado e regularizado. A concessionária receberá esse veículo, encaminhará para a desmontagem

e dará baixa, pois o critério do programa está condicionado ao critério renovação de frota”, afirmou Gustavo Bonini, 1º vicepresidente da Anfavea.

Estimativa

A Anfavea ainda não divulgou os impactos deste programa no volume de vendas de caminhões e ônibus, mas segundo Bonini, “é uma medida que consegue abranger uma grande quantidade de veículos envelhecidos e este programa de renovação está conectado com as novas tecnologias, estimula a venda de veículos da fase Proconve P8”.

Bonini esclareceu que este programa de incentivo, por ser temporário, não substitui o Programa Renovar, regulamentado em 2022, com a meta de aumentar a produtividade, a competitividade e a eficiência da logística no País. Na época da formulação do Renovar, segundo a Secretaria Nacional de Trânsito, entre os 3,5 milhões de caminhões em circulação no Brasil, 26% tinham mais de 30 anos de fabricação.

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O programa é temporário, tem duração de 120 dias, e visa retirar da frota veículos com mais de 20 anos de uso

COLUNA ALTA VELOCIDADE

JÔ DIAS COMEMORA SUA PRIMEIRA VITÓRIA NO ANO NA 4ª ETAPA DA COPA TRUCK, EM LONDRINA (PR)

Os resultados após as duas etapas realizadas na cidade paranaense evidenciam o equilíbrio nas categorias Pro e Super

Após as duas etapas realizadas em Londrina (PR), nos dias 3 e 4 de junho, respectivamente, nosso parceiro José Augusto Dias (Jô), da Odapel, no Projeto Balcão Automotivo em Alta Velocidade, conseguiu na 2ª corrida do dia a sua primeira vitória neste ano. O caminhão mostrou melhora, já que na 1ª prova do domingo ele ficou em sexto lugar. No sábado, na 1ª corrida do dia, Jô subiu ao pódio pelo terceiro lugar conseguido. Mais tarde, na 2ª prova, ele ficou na décima primeira colocação. “Desde sexta, trabalhamos direitinho, acertamos os detalhes, fizemos boas classificações, tivemos um pouco de azar nas largadas, mas

trabalhamos direitinho e fizemos corridas limpas. Seguimos na luta”, diz Jô Dias.

Paulo Salustiano, da Odapel Racing, ficou em 12º lugar na C1 do sábado e em 9º na C2; no domingo, na C1 ficou em 2º lugar e em 6º na C2; Debora Rodrigues, da R9 Competições, ficou em 8º na C1 do sábado e em 4º na C2. Na C1 de domingo, chegou em 12º lugar e em 9ª na C2. No geral, Jô ocupa a 3ª colocação na categoria Super. Na Pro, Debora é a 7ª e Salu é o 8º. A 5ª e 6ª etapas acontecem em 1º e 2/07, em Cascavel (PR), respectivamente.

#BALCAOEMALTAVELOCIDADE

No dia 23/05, realizamos o terceiro episódio da série Balcão Automotivo em Alta Velocidade, em estúdio, com as participações do Jô Dias, da Odapel e piloto da Copa Truck, Paulo Salustiano e Débora Rodrigues. O nosso muito obrigado ao Jô, Salu e Débora pela parceria; aos patrocinadores da ação: Driveway, Momag e SKF; e à audiência maciça que tivemos ao longo de mais de uma hora do videocast.

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AUTOMOTIVO
Texto: Silvio Rocha | Foto(s): Divulgação / Duda Bairros

Texto: Redação | Foto(s): Divulgação

VALEO POSSUI CATÁLOGO

COMPLETO DE EMBREAGEM

PARA A LINHA PESADA

A Valeo possui um portfólio completo de embreagem para a linha pesada que abrange caminhões e ônibus, que conta com 128 referências para atender a veículos de marcas como Scania, Mercedes-Benz, Volkswagen Caminhões e Ônibus, Volvo, Iveco, Agrale e Ford Caminhões. Destaque para a linha de embreagens que conta com a tecnologia Steel Back, essa inovação, patenteada pela Valeo, faz com que a performance do disco, em termos de centrifugação, seja muito superior. Para 2023, a Valeo prevê a expansão do portfólio de pesados e ampliação da cobertura com diversos lançamentos.

ZM LANÇA TIRANTES DA BARRA ESTABILIZADORA

PARA ÔNIBUS E CAMINHÕES

A ZM apresenta ao mercado a sua nova linha de tirantes para barra estabilizadora destinada à linha pesada, mais precisamente veículos como ônibus e caminhões. Os tirantes da barra estabilizadora têm como função absorver a movimentação do chassi com a barra estabilizadora, promovendo a estabilidade do veículo; os produtos são fabricados com materiais que garantem durabilidade, qualidade e desempenho para suportar longas viagens pelas estradas, com uso severo do veículo. Inicialmente a marca lança 18 modelos, abrangendo veículos das marcas: MercedesBenz, Ford, Scania, Volvo e Volkswagen.

FROTA DIAMANTE SPICER, CAMINHÃOESCOLA DA DANA, VISITARÁ DEZENAS DE CIDADES DO ESTADO DO PARANÁ

O programa Frota Diamante Spicer da Dana está rodando o Brasil! Nos meses de junho e julho marcará presença em 11 cidades do Paraná, promovendo treinamentos especializados para oficinas, varejistas, redes de distribuição e equipes de vendas, com foco na linha pesada. O caminhão-escola iniciou sua jornada em janeiro deste ano e em quatro meses rodou por quatro estados: São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Dedicada a disseminar conteúdos técnicos, a equipe que viaja preparou conteúdos sobre componentes das marcas Spicer, Victor Reinz e Albarus.

• Cascavel – 26 a 30 de junho (aproveitando a presença da marca na 5ª e 6ª etapas da Copa Truck)

• Foz do Iguaçu, Beltrão e Pato Branco – 3 a 7 de julho

• Guarapuava e Ponta Grossa – 10 a 14 de julho

• Curitiba – 17 a 21 de julho

CONTROIL APRESENTA CILINDROS DE EMBREAGEM PARA CAMINHÕES VOLKSWAGEN

A Controil amplia a sua linha de produtos para veículos pesados na reposição com os lançamentos de cilindros mestres de embreagem para caminhões Volkswagen. O cilindro mestre é produzido na Controil com matérias-primas de alta resistência e, por isso, possuem maior durabilidade, suportando as cargas pesadas e as rigorosas condições a que esses veículos são submetidos diariamente, além de atenderem a todas as especificações das montadoras. Com os códigos C-2666 e C-2669, têm aplicações nos caminhões Volkswagen modelos com ano de fabricação a partir de 2000.

MONROE COMEMORA PARTICIPAÇÃO EM MARCO

HISTÓRICO DA INDÚSTRIA DE CAMINHÕES COM MAIS DE 5 MILHÕES DE VEÍCULOS PRODUZIDOS NO PAÍS

Este ano a indústria de caminhões ultrapassou a marca de 5 milhões de veículos produzidos no Brasil, um marco histórico para montadoras e toda a cadeia automotiva. Esse resultado também é comemorado pela DRiV Tenneco, empresa detentora da marca Monroe Amortecedores, que fornece soluções em amortecimento e suspensão para o mercado de caminhões, desde sua chegada ao Brasil, em 1974. Atualmente, a DRiV disponibiliza diversas linhas de amortecedores Monroe para veículos pesados, tanto no fornecimento às montadoras como para a reposição, oferecendo cerca de 1.000 aplicações diferentes.

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DISTRIBUIDORA DE AUTOPEÇAS PARA O SEGMENTO DE CAMINHÕES PESADOS E ÔNIBUS DO SUL DO BRASIL, RONI CHAVES COM 60 ANOS DE HISTÓRIA PROJETA EXPANSÃO

Com portfólio de 45.000 itens, mais de 300 marcas comercializadas e 15.000 clientes, a Roni Chaves completou neste mês de maio 60 anos como uma das mais importantes distribuidoras de autopeças para o segmento de caminhões pesados e ônibus do Sul do Brasil. Empresas de ônibus e transportadoras, prestadores de serviços e proprietários de caminhões Scania, Volvo, Mercedes-Benz, Ford, Volkswagen, Iveco, entre outros, têm na marca Roni Chaves uma referência de atendimento personalizado e na solução em componentes dos melhores fornecedores de peças de reposição para o segmento pesado.

MAIOR OPERADOR DE RECOLHIMENTO DE RESÍDUOS

DA MALÁSIA ESCOLHE AS ALLISON DA SÉRIE 3000™ PARA MELHORAR A EFICIÊNCIA DOS VEÍCULOS

A Allison Transmission anunciou recentemente que foi escolhida pela Southern Waste Management Environment Sdn Bhd (SWM), maior fornecedor de gerenciamento de resíduos da Malásia, com o propósito de aumentar a eficiência de suas operações de coleta de lixo. A SWM, que administra aproximadamente 40% dos serviços de coleta e descarte de resíduos da Malásia, está atualizando sua frota com 250 novos caminhões de lixo Hino Série 500 equipados com transmissões Allison da Série 3000™. Os novos caminhões provaram ser eficazes ao permitir que a empresa colete lixo diariamente sem interrupções.

VOLVO FH 540 SEGUE LÍDER NO MERCADO BRASILEIRO DE CAMINHÕES EM 2023

Modelo pesado da Volvo mantém sua posição de caminhão mais vendido do Brasil entre todas as classes e marcas, com 2.490 emplacamentos de janeiro a maio. As novidades da versão Euro 6, que ficou até 8% mais econômica, trazendo alta produtividade e ainda mais segurança de série, contribuem para a alta aceitação do modelo. “Nossas vendas da linha Euro 6 começaram logo no início de janeiro, com excelente aceitação dos clientes. Eles destacam a alta qualidade do produto e o volume ainda maior de avançadas tecnologias que introduzimos em 2023”, declara Alcides Cavalcanti, diretor executivo de caminhões Volvo no Brasil.

EATON ALERTA SOBRE 3 ERROS QUE NÃO DEVEM SER COMETIDOS NA HORA DE TROCAR O ÓLEO DO MOTOR A DIESEL

A lubrificação, quando realizada da maneira adequada e seguindo as recomendações do fabricante, diminui o atrito entre as peças do motor, protege contra a corrosão e desgaste, faz a limpeza dos resíduos e, sobretudo, controla a temperatura. Apesar do processo da troca de óleo ser algo rotineiro para quem pega as estradas, alguns erros comuns ainda são cometidos e geram bastante dor de cabeça ao caminhoneiro ou frotista. O especialista Luís Jacomassi, gerente de estratégia de produto do Aftermarket da Eaton, compartilhou 3 falhas que podem ser evitadas em relação à lubrificação do motor a diesel.

1. Não se atentar ao tipo de lubrificante indicado ao motor;

2. Não fazer uma avaliação periódica do lubrificante, observando sua coloração;

3. Não seguir cuidados básicos no momento da troca de óleo.

BRIDGESTONE ACELERA A INTEGRAÇÃO DA ECONOMIA CIRCULAR

O conceito de economia circular - um sistema econômico onde os recursos materiais são maximizados para prolongar o ciclo de vida dos produtos - vem ganhando rapidamente terreno em todo o mundo. A Bridgestone colocou a sustentabilidade no centro de sua gestão e negócios e, com seu “Compromisso Bridgestone E8” em seu núcleo, estabeleceu uma meta de aumentar sua proporção de material reciclado e renovável para 40% até 2030. Há alguns anos a empresa japonesa vem trabalhando para impulsionar uma economia circular que elimina o desperdício através do uso contínuo de recursos.

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AS MONTADORAS E CONCESSIONÁRIAS TÊM ESTOQUE PARA ATENDER A MP 1175/23

Para a Anfavea, o recurso disponível se esgotará antes do prazo. Para a Fenabrave, a MP é um primeiro passo para outras medidas necessárias, como mais acesso ao crédito e redução das taxas de juros, para estimular as vendas de veículos novos

Foi com grande expectativa que o mercado recebeu a definição do programa de incentivo automotivo do Governo Federal. Antes do anúncio oficial, a proposta anterior previa a redução de impostos, IPI e PIS/Cofins, entre 1,5% e 10,96% do preço final aos consumidores. Com a Medida Provisória 1175/23, publicada no Diário Oficial e valendo desde o dia 6 de junho, ficou definida uma classe de bônus para veículos de todas as categorias. Para automóveis e comerciais leves, o desconto varia de R$ 2 mil a R$ 8 mil, levando em consideração três critérios: o social, ambiental e eficiência energética. Ou seja, quanto mais o veículo corresponder a esses critérios, maior o bônus.

Ao todo, o Governo disponibilizou R$ 500 milhões como crédito tributário para as montadoras e o prazo do programa é de até 120 dias ou até se esgotar esse recurso. Pelas previsões da Anfavea, os R$ 500 milhões não serão suficientes para esse período. “O programa durará bem menos de 120 dias, talvez um mês ou um pouco mais. Eu gostaria que fossem dez dias, para atendermos rapidamente este mercado, e que o Governo entendesse a importância da geração de tributos, da retomada dessa atividade e que pudesse ampliar os R$ 500 milhões”, afirmou o presidente da entidade, Márcio de Lima Leite.

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NÚMEROS DO SETOR
Por: Karin Fuchs | Foto(s): Divulgação

Pronto atendimento

Ao contrário do que se imaginava, esse programa não aquecerá a produção das montadoras. Os estoques disponíveis, tanto nas montadoras como nas concessionárias, já o atendem. De um total de 251,7 mil unidades disponíveis, sendo que 45 mil foram adicionadas no mês de maio, 115 mil são elegíveis para receberem os descontos. Além disso, enquanto na primeira quinzena de maio as vendas de automóveis de entrada (1000 cc) cresceram 13% na comparação com o mês anterior, na segunda quinzena houve uma queda de 16% pela expectativa com o anúncio do programa e redução de preços.

Nas contas da Anfavea, o programa deve impactar entre 100 mil e 110 mil unidades. “Para chegarmos a essa conta, o desconto médio por veículo será de R$ 4,5 mil a R$ 5 mil”, comentou Leite. Um número bem inferior ao anunciado pela entidade em maio, que estimava que o programa teria um potencial para gerar um aumento de vendas neste ano da ordem de 200 mil a 300 mil unidades, quando a expectativa é que haveria a redução de impostos.

A expectativa da indústria automobilística era de que o programa tivesse um prazo de 12 meses. “Esse período daria tempo para outras montadoras se preparem para entrar nesse jogo, com veículos a preços mais baixos, e isso traria um holofote ainda maior para esse mercado. Mas, independentemente do bônus, o legado ficará, que é o desenvolvimento do mercado que estava bastante em marcha lenta, principalmente para o consumidor pessoa física. Ele cria um ambiente favorável para o aumento de vendas para esse segmento”, analisou o executivo da Anfavea.

Por mais iniciativas

Nas palavras de Andreta Jr., presidente da Fenabrave, a Medida Provisória é um primeiro passo a caminho de destravar o mercado, garantir empregos e retomar o crescimento da economia, além de beneficiar o meio ambiente. “A Medida Provisória abrange pontos de suma importância no nosso entendimento, que são os parâmetros sociais, ambientais e de densidade industrial. Certamente, outras medidas surgirão, como mais acesso ao crédito, queda nas taxas de juros e outros projetos que favorecerão todo o País, e para os quais a Fenabrave está disposta a colaborar, como fez agora”, afirmou.

A entidade não fez projeções sobre o potencial de vendas com o programa, considerando que cada montadora estabelecerá, junto às suas redes de concessionárias, a forma de operação, considerando os modelos em estoque já existentes nas distribuidoras. Uma avalição da Medida Provisória pela entidade será divulgada no mês de julho. A Fenabrave representa 54 marcas, distribuídas em mais de 7.400 concessionárias.

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NÚMEROS DO SETOR
Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea José Maurício Andreta Jr., presidente da Fenabrave

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