Revista Balcão Automotivo ed 225

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HÁ 18 ANOS LEVANDO INFORMAÇÃO DE QUALIDADE À REPOSIÇÃO AUTOMOTIVA

REPOSIÇÃO EM ALTA: SEMESTRE FAVORECE INDÚSTRIA E DISTRIBUIÇÃO

Frota mais velha e manutenção em alta impulsionam o setor, apesar de desafios como dólar instável. Indústrias e distribuidores relatam desempenho e perspectivas para 2025.

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DESAFIOS COM ELETRIFICADOS NO BALCÃO

Reposição com eletrificados exige preparo técnico, peças adequadas e bom atendimento para garantir margem e fidelização.

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ESG NAS PISTAS

Sustentabilidade, diversidade e governança avançam no automobilismo, mostrando que competição e consciência podem coexistir.

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JUNHO ALERTA SETOR DE VEÍCULOS

Mesmo com alta no ano, vendas caem em junho e crédito restrito preocupa o setor automotivo.

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HÁ 18 ANOS LEVANDO INFORMAÇÃO DE QUALIDADE À REPOSIÇÃO

Balcão Automotivo é uma publicação dirigida aos profissionais automotivos e tem o objetivo de trazer referências ao mercado, para melhor conhecimento de seus profissionais e representantes. Os anúncios aqui publicados são de responsabilidade exclusiva dos anunciantes, inclusive com relação a preço e qualidade. As matérias assinadas são de responsabilidade dos autores.

NOSSA PLATAFORMA DIGITAL

MERCADO EM EVOLUÇÃO: ENVELHECIMENTO DA FROTA, ELETRIFICAÇÃO

E SUSTENTABILIDADE

EM DESTAQUE

O Balcão Automotivo traz um panorama das principais tendências e desafios enfrentados pelo setor no primeiro semestre de 2025. O mercado de reposição apresentou resultados positivos, impulsionados pelo envelhecimento da frota nacional, que já alcança 11 anos e 3 meses, elevando a demanda por manutenção preventiva e corretiva. Apesar desse cenário promissor, o setor segue atento às adversidades, especialmente à oscilação do dólar, que pressiona custos e operações, exigindo adaptabilidade constante de indústrias e distribuidores.

No universo do automobilismo, tradicionalmente ligado ao alto consumo e emissão de poluentes, competições como Fórmula E, Fórmula 1 e Stock Car incorporam tecnologias híbridas, elétricas e biocombustíveis. Além do avanço ambiental, o setor promove maior inclusão social, ampliando a presença de mulheres e diversidade, embora ainda haja espaço para aprimorar a governança.

Na reposição, a crescente participação dos veículos híbridos e elétricos — que já representam 7% da frota — impõe novas demandas. A atualização técnica é imprescindível, pois muitos componentes tradicionais desaparecem, enquanto sistemas eletrônicos e baterias ganham destaque. A complexidade e o custo dos serviços aumentam, exigindo mão de obra especializada e planejamento estratégico.

Um marco importante para a indústria nacional foi o início da produção do Dolphin Mini, o carro 100% elétrico da BYD fabricado em Camaçari (BA). Também no segmento de veículos elétricos, a Farizon, marca do Geely Holding Group, estreou no Brasil durante a Eletrocar Show 2025, apresentando sua linha de veículos comerciais 100% elétricos.

No mercado de veículos novos e usados, apesar do crescimento acumulado de 13,7% no ano, o mês de junho registrou uma queda de 6,7% nas vendas, influenciada por um dia útil a menos e pela restrição de crédito, que gera preocupação no setor.

O Festival Interlagos 2025 consolidou-se como o maior evento de experiência motor do mundo, atraindo mais de 300 mil visitantes, com 65 lançamentos, 200 expositores e 25 mil test-rides, reafirmando o Brasil como referência global em mobilidade.

Por fim, a Tríade do Mecânico promoveu em Santos (SP), na Escola do Mecânico, um evento gratuito voltado à capacitação técnica e empresarial dos profissionais da reparação automotiva, fortalecendo o networking e a valorização da categoria.

Boa leitura e até a próxima edição!

O EDITOR

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DIRETORIA / COMERCIAL: DIRETOR COMERCIAL - Edio Ferreira Nelson / edio@balcaoautomotivo.com

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FIQUEPORDENTRO

BORGWARNER É RECONHECIDA PELA TIME COMO UMA DAS EMPRESAS MAIS SUSTENTÁVEIS DO MUNDO EM 2025

A BorgWarner foi incluída na lista das “Empresas Mais Sustentáveis do Mundo 2025”, concedida pela TIME e pela Statista. O reconhecimento destaca a transparência nos relatórios de sustentabilidade, redução de emissões e energia, segurança e baixa rotatividade de funcionários. Entre mais de 5 mil empresas avaliadas, 500 foram premiadas com base em indicadores de desempenho ESG. A conquista reforça o compromisso da BorgWarner com um futuro limpo e eficiente. A lista completa está disponível em Time.com

ZM DÁ DICAS DE MANUTENÇÃO E FUNCIONAMENTO DAS POLIAS DE RODA LIVRE

A ZM, fabricante 100% brasileira com 42 anos de tradição, destaca os diferenciais das suas polias de roda livre, que contam com 22 roletes para maior durabilidade, eficiência e redução de falhas. Esse sistema evita desgaste prematuro, ruídos e superaquecimento, melhorando o desempenho do alternador, essencial em veículos com muitos acessórios elétricos. A ZM recomenda manutenção regular e instalação com ferramentas adequadas. A marca oferece suporte pelo canal no YouTube, WhatsApp, 0800 e aplicativo de catálogo.

THUANNEY CASTRO AGORA É MEMBRO DA AMMA - ASSOCIAÇÃO

BRASILEIRA DAS MULHERES DO MERCADO AUTOMOTIVO

Thuanney Castro, gerente de Marketing da Wega Motors, passa a integrar a AMMA – Associação Brasileira das Mulheres do Mercado Automotivo. Reconhecida por sua atuação estratégica e inovadora, ela lidera projetos de conteúdo, relacionamento e responsabilidade social, reforçando o posicionamento da Wega no setor. Sua entrada fortalece a AMMA, que promove a representatividade feminina no aftermarket. Thuanney celebra o acolhimento e a missão da entidade de valorizar o papel da mulher no mercado automotivo com propósito e liderança.

TAKAO RENOVA SEU WEBSITE COM CONTEÚDO VOLTADO PARA REPARADORES AUTOMOTIVOS

A TAKAO, marca de componentes para motor da Goop Distribuidora, lança seu novo site: www.takao.com.br. Com navegação intuitiva e layout moderno, a plataforma oferece suporte ao reparador, incluindo catálogo com mais de 8 mil peças, manual de garantia, dicas técnicas e acesso à Academia do Motor no YouTube. O portal também facilita a busca por produtos e permite o download de materiais como guias e certificações. A novidade reforça o compromisso da TAKAO com o relacionamento e a excelência no mercado de reparação automotiva.

EMPRESAS DA DPASCHOAL PASSAM POR REBRANDING PARA REFLETIR O NOVO MOMENTO DO GRUPO

Para reforçar a conexão entre as marcas do grupo e valorizar o reconhecimento da marca principal, a DPaschoal anunciou um rebranding estratégico. A nova identidade visual traz elementos como a bandeira vermelha e paleta de cores unificada, fortalecendo atributos como solidez, confiança e inovação. A mudança visa aumentar o sentimento de pertencimento entre as marcas, modernizar a comunicação e integrar visualmente o ecossistema. A implementação começou no fim de 2024, de forma gradual.

FIQUEPORDENTRO

AMORTECEDOR COFAP CONSOLIDA LIDERANÇA NA REPOSIÇÃO E NO

MERCADO ORIGINAL

Referência em qualidade, os amortecedores Cofap são líderes no mercado original e de reposição, com tecnologia avançada e padrão das montadoras. Projetados para as condições das ruas brasileiras, garantem conforto e segurança. Entre os 20 carros mais vendidos em 2025, 11 usam Cofap de fábrica — e esses modelos já têm peças disponíveis no mercado de reposição. A linha atende carros, motos, veículos pesados e até elétricos. Mais informações no site www.mmcofap.com.br ou pelo 0800-0194054.

PHINIA BRASIL É RECONHECIDA

GLOBALMENTE

POR INOVAÇÃO

EM SISTEMA DE INJEÇÃO DE COMBUSTÍVEL

A PHINIA foi reconhecida com o Excellence Award na categoria “Product Innovation Excellence” por seu sistema de injeção aquecida, desenvolvido em Piracicaba (SP). A solução, usada por montadoras como Renault, Hyundai e GM, destaca-se por reduzir emissões e melhorar a eficiência de motores flex, atendendo aos rigorosos limites do Proconve PL8. Já foram vendidos mais de 5 milhões de injetores. A conquista reforça o protagonismo da engenharia brasileira e a importância da PHINIA na inovação automotiva global.

Injetor aquecido

AUTOZONE BRASIL INAUGURA NOVA

LOJA NA CAPITAL PAULISTA E ANUNCIA

VAGAS NA REGIÃO

Com espaço ampliado e estoque dobrado, a AutoZone Brasil inaugura em julho sua 11ª loja na capital paulista, localizada na Estrada de Itapecerica. A unidade traz um novo conceito, focado em agilidade e pronta-entrega de itens como freios, motor e amortecedores. Com 85 lojas no estado, a rede reforça sua expansão e geração de empregos. Ainda em 2025, abrirá um novo CD em Paulínia (SP), triplicando sua capacidade logística. Presente há mais de 10 anos no Brasil, a marca soma mais de 140 lojas no País.

DRIV ANUNCIA SEU NOVO DIRETOR

GERAL NO BRASIL PARA ACELERAR EXPANSÃO

E LIDERANÇA NO MERCADO DE REPOSIÇÃO

Em um momento estratégico de expansão, a DRiV anuncia Marcelo Rosa como novo Diretor Geral no Brasil. Com 25 anos de experiência em empresas como Dana, Continental, Meritor e Affinia, o executivo assume a missão de fortalecer a presença da DRiV no mercado nacional, ampliar o portfólio e acelerar lançamentos de marcas globais como Champion, FP Diesel e Wagner. Marcelo destaca o foco em parcerias, inovação e excelência no aftermarket. A nova estrutura da DRiV Brasil foi criada

NAKATA ACELERA RITMO DE LANÇAMENTOS DE PRODUTOS

A Nakata reforçou seu portfólio com 60 novos itens em dois meses, cobrindo sistemas de suspensão, direção, transmissão, freios e metal-borracha. Entre as novidades, peças para o BYD Song Plus e aplicações para caminhões Volvo, Ford Ranger, GM Montana e Mercedes-Benz. Destacam-se cubos de roda para modelos da Audi e BMW, além de componentes para picapes como Ranger, Frontier, L200 e Pajero. A marca segue ampliando a cobertura da frota circulante. Catálogo completo: www.catalogonakata.com.br

Delphi

OS RESULTADOS DO PRIMEIRO SEMESTRE PARA INDÚSTRIAS E DISTRIBUIDORES

Por: Karin Fuchs | Foto(s): Divulgação

A idade média crescente da frota circulante aliada à maior demanda por manutenção preventiva e corretiva têm refletido positivamente no mercado de reposição, mas com alguns fatores pesando contra

esta matéria, indústrias e distribuidores relataram os resultados do primeiro semestre, as principais demandas e como o cenário econômico, em especial a oscilação do dólar, refletiu nos resultados. O envelhecimento da frota continua sendo um fator importante na demanda por peças e serviços. Segundo o Sindipeças, a idade média continua a aumentar a cada ano, atualmente, é de 11 anos e 3 meses para automóveis.

Na análise de Eduardo Hiroshi, gerente de Vendas da Niterra do Brasil, “esse envelhecimento da frota é um fator importante, pois veículos mais antigos tendem a demandar mais serviços de manutenção e reposição de peças. Além disso, a Fenabrave registrou um crescimento de 9,2% na compra de veículos seminovos e usados em 2024, em comparação com o

“esse envelhecimento da frota é um fator importante, pois veículos mais antigos tendem a demandar mais serviços de manutenção e reposição de peças.”
Eduardo

ano anterior. Esse movimento indica uma tendência positiva no mercado de reposição automotiva, pois o aumento das aquisições de veículos usados naturalmente impulsiona a necessidade de manutenção”, afirmou.

Hiroshi também falou que as projeções do Sindipeças, de um crescimento de aproximadamente 5% e um faturamento estimado de R$ 269,5 bilhões para este ano, é um cenário bastante favorável para a Niterra. “Uma frota mais antiga e um mercado crescente de veículos usados geram maior demanda para os serviços e produtos oferecidos pela empresa. Fechamos o primeiro semestre com um crescimento acima da projeção do setor, e nossa expectativa é de manter esse índice no segundo semestre”, comentou.

Diretor de Marketing da Divisão Mobility

Aftermarket da Bosch, Robinson Silva, disse que o setor de reposição automotiva da Bosch apresentou desempenho sólido no primeiro semestre de 2025. “Seguimos com crescimento de dois dígitos no acumulado do primeiro semestre, em linha com as expectativas traçadas

para o período. Apesar de oscilações no ambiente macroeconômico, a demanda por manutenção e reparo veicular se manteve aquecida, impulsionada principalmente pelo aumento da frota circulante e pela busca por maior durabilidade dos veículos. Houve crescimento consistente em categorias estratégicas, reflexo também dos investimentos contínuos da empresa em portfólio, capilaridade e digitalização de serviços”, informou.

Hiroshi, gerente de Vendas da Niterra do Brasil
Eduardo Hiroshi, gerente de Vendas da Niterra do Brasil
Robinson Silva, diretor de Marketing da Divisão Mobility Aftermarket da Bosch

Head de Vendas & Assistência Técnica da Mahle para a América do Sul, Luiz Marracini, contou que o primeiro semestre foi desafiador para o mercado de reposição automotiva. “Observamos uma leve desaceleração em comparação com o mesmo período do ano anterior, reflexo de um ambiente econômico mais instável e da pressão sobre o poder de compra do consumidor final. Ainda assim, o desempenho da Mahle ficou dentro do planejado, sustentado por nossa presença robusta nos canais de distribuição e portfólio diversificado. A disciplina comercial e o foco em nossos clientes estratégicos ajudaram a manter a estabilidade nas vendas”, revelou.

Para Ricardo de Abreu, gerente Comercial da Corven, o período foi de muitas oscilações de preços e prazos no mercado em geral. “O resultado foi abaixo do esperado, mas com crescimento. O câmbio para um importador sempre é um fator que impacta nossos custos, mas foi um semestre que começou muito ruim e nos últimos meses estabilizaram. O consumo e a inflação foram e estão sendo sentidos no mercado com políticas muito agressivas de preços, prazos e comercialização não muito ortodoxa?”, questionou.

Diretor de Vendas e Operações da Corteco, Ricardo Piffer, relatou que o primeiro semestre do ano foi muito positivo, com importantes oportunidades no mercado de reposição em todas as linhas em que atuam: leve, pesada, moto e agrícola. “Vale ressaltar que a Linha Agrícola é foco, na qual estamos ampliando a nossa atuação em reposição com mais de 40 itens de retentores para tratores e colheitadeiras. Nos primeiros seis meses, nosso resultado estava em linha com o planejado, registrando crescimento em nossas vendas, reflexo direto da idade

média crescente da frota circulante aliada à maior demanda por manutenção preventiva e corretiva”, afirmou.

Para a Radnaq, o primeiro semestre se manteve aquecido. “Em alguns meses, conseguimos manter o faturamento e em outros houve um crescimento significativo em nosso faturamento”, especificou a head de Vendas, Katarina Polido. “No primeiro semestre, a indústria químico-automotiva foi impactada por custos elevados devido à inflação e à volatilidade cambial, pressionando os preços de insumos importados. Além disso, o consumo oscilante gerou cautela na produção e nos investimentos, exigindo maior eficiência e planejamento estratégico”, disse Rose Lima, head de Operações da Radnaq.

Na Wega, o resultado foi acima do esperado, conforme dito pelo diretor de Vendas e Marketing, Cesar Costa. “Nosso desempenho no primeiro semestre superou o planejamento, apresentando um crescimento relevante. Como trabalhamos com estoques de segurança, conseguimos atender 99,9% dos pedidos recebidos, mantendo a confiabilidade nas entregas. As variações econômicas, aliadas à estabilidade nos preços devido ao mercado, resultaram em um desempenho ligeiramente superior ao esperado. Conseguimos absorver essas oscilações sem prejudicar os resultados”, informou.

Ricardo Rodrigues, Head of Country Brazil da Continental, falou também que, em geral, o desempenho do primeiro semestre foi bastante positivo. “Além da produção de veículos leves e pesados com aumento entre 3% e 6% acima das nossas projeções,

tivemos um saldo positivo com as nossas exportações. O bom desempenho dos nossos principais clientes também foi um contribuidor para esses resultados”, atribuiu.

Na ZM, contou Poliana Zimermann, gerente de Vendas MI e Marketing, “apesar de um início de ano mais conservador, conseguimos acelerar os resultados a partir do segundo trimestre, registrando crescimento em comparação ao mesmo período de 2024. O desempenho foi impulsionado principalmente pela consolidação de novas linhas e pelo fortalecimento do relacionamento com distribuidores estratégicos”, compartilhou.

Na Volda, Ivan Furuya, diretor Comercial e Marketing, comentou que o principal impacto no primeiro semestre foi o câmbio elevado, influenciando diretamente no custo dos produtos. “Por esse motivo, realizamos um realinhamento de preços em janeiro de 2025, exclusivamente para corrigir a variação cambial. No entanto, não repassamos 100% desse aumento, pois o mercado não absorve reajustes muito expressivos. Optamos por um ajuste ponderado, o que acabou impactando nossas margens”, afirmou.

De modo geral, a Volda registrou um desempenho positivo nas vendas. “Investimos fortemente na introdução de novas famílias de produtos e na ampliação do portfólio, o que impulsionou nosso crescimento no ano. Sabemos que a Volda está um pouco fora da curva, considerando que o desempenho do mercado como um todo não foi tão favorável. Ainda assim, estamos em linha com as metas traçadas para 2025. Felizmente, o que prevíamos está se concretizando. Além disso, estamos

Luiz Marracini, Head de Vendas & Assistência Técnica da Mahle para a América do Sul
Ricardo de Abreu, gerente Comercial da Corven
Ricardo Piffer, diretor de Vendas e Operações da Corteco

começando a colher os frutos de um trabalho consistente de pelo menos dois anos em campo”, pontuou.

Na Sabó, a diretora de Vendas e Marketing, Ana Paula Soares, contou que o desempenho geral de vendas no primeiro semestre foi considerado satisfatório. “Observamos uma clara acomodação nos níveis de estoque, especialmente em comparação aos últimos quatro anos, o que reflete um mercado mais estável. Apesar disso, os resultados permanecem alinhados ao planejado, dentro das expectativas de crescimento (ou estabilidade) previamente estabelecidas”.

Fornecimento

Em relação à logística e fornecimento de matéria-prima no primeiro semestre, a maioria dos entrevistados disse que não houve dificuldades. Segundo Hiroshi, “não tivemos problemas de abastecimento dos fornecedores e nem com logística”, respondeu. O quadro foi de estabilidade na Radnaq, conforme dito por Rose, “no segmento químico/automotivo não enfrentamos dificuldades logísticas ou de fornecimento de matéria-prima no período. A cadeia de suprimentos mostrou-se estável, permitindo o cumprimento dos cronogramas de produção sem impacto significativo”, relatou.

O mesmo aconteceu na ZM. “Não sentimos dificuldade, porque nossa matéria-prima é simples e nossa produção verticalizada. Dependemos muito pouco de insumos externos para produzir os nossos produtos”, explicou Poliana. E na Wega, “não enfrentamos dificuldades logísticas ou de abastecimento de matéria-prima. Nosso

estoque de segurança está bem ajustado, garantindo a continuidade das operações sem interrupções”, disse Costa.

Ana Paula, da Sabó, sintetizou: “Não sentimos nenhum problema nesse sentido. Não temos nada a adicionar”. Já Piffer, da Corteco, contou que mesmo obtendo um bom desempenho, sempre há desafios. “No nosso caso, há um olhar estratégico para a gestão de produção e estoque em vista da diversidade necessária de nossos produtos no mercado de reposição para garantir o abastecimento contínuo para os clientes”, explicou.

Na Corven, Abreu disse que hoje o maior custo é com fretes e que houve atrasos nas entregas. “Não conseguimos baixar os fretes, cada vez mais ineficientes e caros. Diariamente procuramos novos parceiros, junto ao mercado e com a indicação de nossos representantes. Nosso fornecimento de matéria-prima está estável, mas em nosso recebimento de produtos, com greves da receita, nas duanas e reformas portuárias, tivemos muito atraso, acarretando falta de produto e custos mais elevados”.

E Silva, da Bosch, falou que não houve problemas com logística e falta de matériaprima. “Porém, apesar do desempenho bem positivo, nosso crescimento ficou limitado, principalmente nas linhas de freios e filtros devido a uma demanda muito maior do que o previsto. Ajustamos as previsões e capacidades nas fábricas e estamos enchendo o ‘pipeline’ para poder seguir com um crescimento ainda mais forte no segundo semestre”, informou.

O cenário não foi o mesmo para a

Continental e a Volda. “Houve dificuldades na cadeia de fornecimento. Desde as batalhas tarifárias que afetaram o fornecimento de alguns materiais, como exemplo das “terras raras” que são parte de alguns dos nossos produtos, as dificuldades de liberação de cargas nos portos brasileiros e o incremento acima da média de alguns dos nossos clientes, também no aftermarket. Com eficiência e comprometimento, temos superado todos esses desafios até aqui”, contou Rodrigues.

“Sentimos um pouco de dificuldade na logística durante a guerra comercial que os EUA têm travado com Ásia e Europa. Devido à “janela” para fornecimento destas regiões para os EUA com as taxas normais sem os aumentos, a demanda do frete marítimo cresceu muito, o que fez com que o valor aumentasse, mas acredito que em breve deve retornar aos patamares anteriores. Conseguimos driblar parte desta dificuldade consolidando cargas de forma inteligente, utilizando nossos parceiros comerciais”, disse Furuya.

Já na Mahle, os desafios foram pontuais, “apesar de avanços importantes na cadeia de suprimentos em comparação com anos anteriores, ainda enfrentamos alguns desafios pontuais relacionados à disponibilidade de insumos específicos e à alta volatilidade dos custos logísticos. A Mahle conseguiu mitigar esses impactos por meio de planejamento integrado, parcerias estratégicas com fornecedores e uso inteligente de estoques locais. A flexibilidade operacional foi essencial para garantir o abastecimento contínuo ao mercado”, explicou Marracini.

Cesar Costa, diretor de Vendas e Marketing da Wega
Rose Lima, Head de Operações da Radnaq
Katarina Polido, Head de Vendas da Radnaq

Os mais pedidos

- ZM: Itens da linha de direção e suspensão, especialmente terminais, pivôs e bieletas. Alta em motores de partida e alternadores, com destaque para o crescimento no mercado de reposição para veículos pesados.

- Radnaq: Aumento na demanda de itens ligados à manutenção preventiva, especialmente nos aditivos para radiador, fluidos para freios e na linha de lubrificantes.

- Corteco: Crescimento em todas as áreas de atuação, desde produtos, eletrônicos, eletromecânicos, antenas e na linha de freios.

- Sabó: Estabilidade e linha de produção sem alterações de demandas.

- Mahle: Sistemas de filtração, térmicos, componentes de motor e elétricos.

- Volda: Demandas por peças se mantiveram estáveis, com apenas pequenas variações dentro do que é considerado normal e já previsto.

- Niterra do Brasil: Velas de ignição.

- Wega: Linha de Kits Wega troca completa e na linha pesada, máquinas e equipamentos.

- Corven: Itens das curvas C e D.

- Bosch: Linha de sistemas de injeção eletrônica, linha de freios e crescimento robusto na área de iluminação.

- Corteco: A maior demanda se concentrou em retentores e juntas de linha leve, e aumento pela procura por retentores de motores 3 cilindros, específicos para veículos leves.

Expectativas para o segundo semestre

Para o segundo semestre, todos eles projetam um cenário positivo. A Radnaq se prepara para lançar novos produtos que irão complementar o seu portfólio. “Fortalecendo ainda mais nossa presença no mercado e firmando o posicionamento da marca como referência em qualidade e inovação no setor

automotivo”, ressaltou Katarina. Ampliação de portfólio que também foi citada por Ricardo de Abreu. “Ampliaremos nosso portfólio e continuaremos bem agressivos para ganharmos cada vez mais mercado”.

A Wega se prepara para ampliar a sua participação no mercado internacional, conforme contou Costa “o segundo semestre costuma apresentar crescimento sazonal no Brasil, e estamos confiantes com as perspectivas. Investimos continuamente em novos lançamentos, reforçamos nosso estoque e aceleramos os prazos de entrega. Além disso, as exportações seguem em ritmo de crescimento, e já estamos nos preparando para operar com dois novos centros de distribuição — um no Panamá e outro no México — como parte da nossa estratégia de expansão internacional”, antecipou.

Segundo Hiroshi, “Após um primeiro semestre marcado por importantes conexões com o setor e lançamentos estratégicos, seguimos confiantes em manter o ritmo de crescimento e fortalecer ainda mais nosso papel no aftermarket”, afirmou. “Continuaremos colhendo os frutos das transformações implementadas nos últimos anos, que têm se mostrado estratégias bem-sucedidas. Naturalmente, o mercado deste segmento tende a ser mais aquecido no segundo semestre, e estamos plenamente preparados para atender essa demanda com eficiência e foco nos resultados”, disse Ana Paula.

Nas palavras de Furuya, “tradicionalmente, nosso segmento apresenta um desempenho superior nessa época do ano, o que nos deixa otimistas quanto ao alcance das

metas estabelecidas para 2025”. Na ZM, contou Poliana, “teremos novas campanhas comerciais, reforço na comunicação institucional e previsão de mais lançamentos, o que deve contribuir para alcançar os objetivos traçados para 2025. Seguimos atentos aos movimentos econômicos e do setor automotivo, mas confiantes na força da nossa marca e portfólio, da nossa equipe e da parceria com nossos clientes”, revelou.

Na Corteco, a expectativa é manter o bom desempenho, com um pouco mais de ritmo, uma vez que agora eles estão atendendo também o segmento agrícola. “Paralelamente, seguiremos atentos à produção e estoque, uma vez que a nossa frota continuará demandando por peças em função da manutenção, em todos os segmentos que atendemos: leve, pesado, moto e agrícola. Adicionalmente, manteremos o nosso foco de manter presença constante nos canais de vendas e distribuição com um portfólio completo para suprir as demandas do mercado de reposição”, especificou Piffer.

Na Continental, é esperado um mercado estável no segundo semestre. “De qualquer forma, há fatores que podem influenciar o mercado. Se pensarmos sobre os veículos leves, a crescente entrada de veículos importados pode levar a uma redução da produção local e uma consequente menor demanda para a indústria de autopeças local. No segmento de caminhões, percebemos uma mudança clara nos mix de produção, com diminuição nos pesados e crescimento nas outras categorias. Deve-se avaliar ainda como serão os efeitos do recém-anunciado Plano Safra”, ponderou Rodrigues.

Ricardo Rodrigues, Head of Country Brazil da Continental
Poliana Zimermann, gerente de Vendas MI e Marketing da ZM

Marracini disse que “a Mahle segue comprometida em oferecer soluções tecnológicas que agreguem valor ao mercado de reposição e contribuam para a mobilidade sustentável no Brasil. Continuaremos investindo em inovação, eficiência operacional, treinamento e capacitação para os mecânicos e fortalecimento da nossa rede de distribuição, para fazer frente às demandas do mercado, que pode apresentar retomada de volume no segundo semestre”.

Na Bosch, o cenário é de otimismo, como relatou Silva, “estamos otimistas com o segundo semestre. A tendência de valorização do veículo usado, combinada com a maior conscientização sobre manutenção preventiva, deve continuar impulsionando o setor de reposição automotiva. A Bosch seguirá ampliando seu portfólio com foco em inovação, confiabilidade e suporte técnico à cadeia”.

Ele acrescentou que fomentar a digitalização no setor de reposição é um dos pilares estratégicos da empresa. “Temos trabalhado de forma consistente para envolver todos os elos da cadeia. Entre as iniciativas que vêm sendo implementadas

estão a presença em marketplaces com lojas oficiais, o desenvolvimento de sistemas e processos digitais voltados às oficinas, tecnologias conectadas para manutenção veicular, investimentos em plataformas de compra e venda de peças e ações de capacitação para que o varejo atue de forma mais eficiente no e-commerce. Acreditamos que essas frentes serão ainda mais relevantes nos próximos meses, acompanhando a evolução do mercado e preparando o setor para os desafios da mobilidade do futuro”, finalizou.

O Balcão Automotivo entrou em contato com outras indústrias, que preferiram não participar por julgarem as perguntas estratégicas, preferindo não revelar dados de desempenho.

DISTRIBUIDORES_________

Expansão física

Na Auto Norte, o diretor, Carlos Eduardo (Cacai), contou que o mercado deu uma freada no primeiro semestre e explicou o porquê. “Foi um semestre de desaceleração generalizada, tanto no leve quanto no pesado. Mas no Grupo Auto Norte, a gente não pisa no freio fácil. Mesmo com os percalços, seguimos acelerando e crescendo. É o DNA da empresa. Se o cenário aperta, a gente ajusta o motor e continua a rodar”. Ele também disse que os fatores econômicos pesaram. “Impactaram sim e negativamente. Inflação alta, consumo retraído, instabilidade no câmbio… tudo isso pressiona. Mas a gente se antecipou. Trabalhamos forte na gestão dos estoques, mantendo níveis saudáveis, sem perder a competitividade e a agilidade que nos diferenciam”.

Cacai mencionou que a desaceleração não poupou categorias. “Sentimos o

movimento em todo o portfólio. Mas o que nos manteve firmes foi nossa capacidade de adaptação. Revimos mix, ajustamos foco e seguimos escutando o que o cliente realmente precisa. O ponto alto foi a expansão. Criamos a Auto Norte Diesel e abrimos novas filiais. Seguimos olhando para a frente. O maior desafio? Crescer num mercado cada vez mais brigado. Mas é justamente aí que a gente gosta de jogar”, afirmou.

E houve dificuldades de entregas, segundo Cacai, “não foram poucas. Alguns fornecedores oscilaram bastante nas entregas. Em alguns casos por mudanças internas de logística, em outros por entraves na importação. A saída foi diversificar. Aumentamos o portfólio com fornecedores que já conhecíamos e trouxemos novas marcas e linhas. Redesenhamos rotas e não deixamos o cliente na mão”, revelou.

Para o segundo semestre, ele disse que, como sempre, a expectativa é boa. “Queremos consolidar as novas unidades, seguir crescendo com responsabilidade e continuar fazendo da Auto Norte um símbolo de força e confiança no mercado.

Ivan Furuya, diretor Comercial e Marketing da Volda
Ana Paula Soares, diretora de Vendas e Marketing da Sabó

O Brasil precisa rodar, e a gente está aqui para mover esse motor com coragem e trabalho”, finalizou.

Foco em parcerias

A Barros registrou crescimento no primeiro semestre, em relação ao mesmo período de 2024. “O que é um sinal positivo, mas o crescimento ficou um pouco abaixo das projeções iniciais. Seguimos otimistas, mas atentos aos fatores que influenciaram esse desempenho. A instabilidade cambial, combinada com a inflação elevada, reduziu o poder de compra da população e, consequentemente, o consumo. Sabemos

que esses elementos estão interligados e que o cenário econômico teve influência direta sobre o nosso mercado”, comentou Thiago Custódio, gerente Nacional de Vendas para Atacado na Barros.

Eles também tiveram dificuldades de entregas, especialmente de itens que dependem de componentes importados. “A variação cambial elevou os custos de importação e travou algumas negociações. Para contornar essa situação, apostamos fortemente em parcerias com fabricantes nacionais que oferecem qualidade e não foram impactados por esses fatores externos”, afirmou.

Segundo ele, o maior desafio no primeiro semestre foi enfrentar a instabilidade econômica e a escassez de produtos importados, sobretudo da China. “Por outro lado, o ponto mais positivo foi justamente a resposta da Barros diante dessas dificuldades: reforçamos nossas parcerias com indústrias nacionais e investimos em ações de engajamento tanto com a equipe de vendas quanto com os nossos clientes, o que ajudou a sustentar os resultados”, acrescentou.

O destaque do semestre na Barros foi a

linha de suspensão com um desempenho bastante expressivo. “Especialmente nos primeiros meses do ano, impulsionada pela alta demanda de revisões para viagens realizadas durante o período de férias em janeiro. Em contrapartida, observamos uma retração nas vendas de peças de motor, um serviço mais técnico e com maior custo. Em tempos de incerteza econômica, muitos consumidores tendem a adiar esse tipo de manutenção”, pontuou.

Para o segundo semestre, disse Custódio, “a depender da evolução dos fatores econômicos e da regularização no abastecimento, nossas expectativas

Carlos Eduardo (Cacai), diretor da Auto Norte
Thiago Custódio, gerente Nacional de Vendas para Atacado na Barros

para o segundo semestre são otimistas. Trabalhamos para que ele seja mais aquecido e supere os números do primeiro, atingindo o crescimento que projetamos no início de 2025”, concluiu.

Crescimento moderado

Na Isapa Autopeças era previsto um crescimento moderado no primeiro semestre, o que segundo o diretor, Roland Setton, de fato ocorreu. “Estamos cumprindo todas as metas previstas. Devido a um crescimento moderado do mercado, tivemos que redobrar nossos esforços em ações de marketing e vendas junto aos nossos clientes. Um bom exemplo disso foi a maneira enfática com que a Isapa se apresentou na Automec de 2025”, afirmou.

Quanto às principais demandas, ele respondeu: “a demanda por sistemas de transmissão mecânica e câmbio está em declínio. Por outro lado, os componentes eletrônicos, como sensores, estão em crescimento. Já os componentes de motor e suspensão continuam fortes, conforme esperado”.

Na Isapa não houve problemas de fornecimento. “Trabalhamos exclusivamente com produtos importados e, neste primeiro semestre, não enfrentamos dificuldades logísticas extraordinárias. A variação cambial sempre é um fator importante em nosso desempenho, e o câmbio flutuou fortemente neste primeiro semestre, causando dificuldades, especialmente na precificação dos produtos em que comercializamos”, analisou.

Para o segundo semestre, afirmou Setton, “acreditamos que o crescimento econômico será um pouco mais tímido comparado ao primeiro semestre. Portanto, vamos fortalecer ainda mais nossas ações mercadológicas até o final deste ano, garantindo que estejamos bem-posicionados para aproveitar todas as oportunidades que surgirem”, finalizou.

Na Luporini, o diretor, Antonio Carlos de Paula, disse que houve um pequeno crescimento no primeiro semestre. “Dentro do esperado, com um mercado retraído. Não houve aumento de demanda ou retração significativa de peças e componentes. Não tivemos dificuldades de fornecimento e os fatores econômicos impactaram dentro da normalidade. Para o segundo semestre, a expectativa é fechar dentro do planejado. Com um mercado retraído e sem grandes mudanças”, sintetizou.

Abaixo do esperado

A Jahu Borrachas e Autopeças apresentou um desempenho positivo no primeiro semestre em comparação ao mesmo período de 2024, mas abaixo da meta de crescimento. “A demanda por família de produtos foi estável, sem nenhuma alteração, e as dificuldades foram pontuais e ficaram

restritas a alguns fornecedores, mas nada significativo”, contou o diretor Comercial, Alcides Acerbi Neto, acrescentando, “acredito que as melhorias que estamos implementando em toda a empresa têm trazido o resultado positivo”.

Segundo ele, “a variação cambial e as mudanças na política comercial americana impactaram momentaneamente nos nossos custos, mas já se normalizaram. As incertezas tributárias continuam atrapalhando as tomadas de decisões a médio e longo prazos, o que de certa maneira acaba impactando o consumo e investimentos no nosso mercado”, especificou.

Além disso, disse Neto, “os desafios enfrentados ultimamente estão voltados para a área de vendas. A mudança de comportamento dos clientes que utilizam IA em venda online está muito rápida e exigindo uma especial atenção”, alertou. Para o segundo semestre, as expectativas são boas. “Em geral, o segundo semestre costuma ter um desempenho melhor”, sintetizou Neto.

Roland Setton, diretor da Isapa Autopeças
Antonio Carlos de Paula, diretor da Luporini

Produção própria

Na Universal Automotive, o primeiro semestre foi de resultados consistentes em várias linhas do portfólio. Segundo Sophia Mamede Ferreira, sócia e membro do conselho, “isso veio muito da nossa gestão focada em eficiência, disciplina nas ações e cuidado com a execução do que planejamos. Apesar de um cenário econômico incerto, conseguimos tirar bons frutos, muito pelo trabalho do time e pelas decisões que tomamos para manter a operação saudável. Também temos trabalhado bastante para melhorar a experiência do cliente em todos os pontos, para que ele sinta valor real em

cada contato com a gente”, afirmou.

Questionada se houve problemas com logística e fornecimento, Sophia disse um dos pontos a favor é eles terem a própria indústria. “A Univel Indústria Metalúrgica produz cerca de 40% da nossa linha comercializada, garantindo mais respaldo no abastecimento, principalmente, nas linhas de maior giro. Além disso, melhoramos nosso lead time em várias regiões, aumentando o número de cidades onde conseguimos entregar no mesmo dia, o que faz bastante diferença para o cliente. Também estamos investindo no modelo ‘retira’, que hoje leva em média 35 minutos desde a colocação do pedido até o cliente sair com a mercadoria. De forma geral, lidamos bem com esses desafios, com bastante planejamento e parceria com fornecedores e transportadoras, reforçando nosso compromisso com agilidade e qualidade no atendimento”.

Em relação às demandas, ela relatou que as linhas tradicionais da empresa seguem com boa demanda, como já era esperado. “Notamos também uma maior procura em linhas relacionadas à suspensão e direção, itens da nossa linha da marca Amortex. De modo geral, o portfólio se manteve equilibrado,

mostrando a força da marca e a confiança do mercado no nosso trabalho”, informou.

Para finalizar, Sophia disse que estão otimistas para o segundo semestre. “O segundo semestre, historicamente tem uma performance boa e já temos lançamentos importantes programados. Além disso, seguimos investindo em inovação, novos produtos e tecnologia para aprimorar nossos processos. Nossa projeção é de um crescimento moderado, mas sustentável, sempre mantendo o foco em rentabilidade e na excelência no atendimento aos clientes”, finalizou.

Sophia Mamede Ferreira, sócia e membro do conselho da Universal Automotive
Alcides Acerbi Neto, diretor Comercial da Jahu Borrachas e Autopeças

FESTIVAL INTERLAGOS

2025 REÚNE MAIS DE 300 MIL PESSOAS E CONSOLIDA LIDERANÇA GLOBAL EM EXPERIÊNCIAS

Com 65 lançamentos, 200 expositores e mais de 25 mil test-rides, evento atraiu público recorde nas edições de motos e automóveis, reforçando o Brasil como referência no setor de mobilidade

Com duas edições realizadas em junho, o Festival Interlagos 2025 consolidou sua posição como o maior evento de experiência motor do mundo. Ao todo, 304,9 mil visitantes passaram pelo Autódromo de Interlagos, sendo 179 mil na edição dedicada a motos (de 28 de maio a 1º de junho) e 125,9 mil na de automóveis (de 12 a 15 de junho). O evento reuniu cerca de 200 expositores e apresentou ao público 65 lançamentos – 41 motocicletas e 24 automóveis.

Na Edição Motos, o Festival reafirmou seu papel de vitrine para o setor. Quinze marcas lançaram modelos inéditos, e quatro novas montadoras estrearam no Brasil: Haojue, CFMoto, Moto Morini e Yadea. A área de exposição, de 110 mil m², foi ocupada com estandes e espaços de ativação, como o Boulevard, o Paddock Mall e a Arena 2 Rodas. A programação incluiu atrações como Arena Cross, Freestyle, Globo da Morte, Museu 2 Rodas, além de áreas para test-rides em quatro pistas diferentes e opções de lazer como tirolesa, roda gigante, skate e Arena Kids. À noite, a Live Arena recebeu artistas como Matuê, Cat Dealers, Pedro Sampaio e Titãs.

A Edição Automóveis não ficou atrás. Com 19 marcas participantes, o evento contou com o lançamento de 24 novos carros de 13 fabricantes, incluindo a estreia da chinesa GAC no Brasil. Também ocupando 110 mil m², o evento trouxe atrações como Show de Drift, Museu do Automóvel — com o Pagani Utopia e o Bugatti Chiron, os carros mais caros do País — e experiências off-road. A programação musical teve nomes como Iza, Seu Jorge, Maiara & Maraísa, Diogo Nogueira e Ferrugem.

Para Márcio Saldanha, CEO do Festival Interlagos, o sucesso do evento se deve à fórmula baseada nos “três Es”: Experiência, Exposição e Entretenimento. “Nunca nenhum evento do setor entregou um pacote tão completo”, afirmou. O evento também firmou contrato com a Prefeitura de São Paulo, garantindo sua realização no Autódromo até 2028.

O grande diferencial, no entanto, foram os test-rides: mais de 25 mil realizados, com 105 mil quilômetros rodados por visitantes em motos e carros — de modelos populares a superesportivos.

Expositores

Hipervarejo

O Hipervarejo estreou no Festival Interlagos com um estande interativo, reforçando seu DNA 100% digital. Simuladores de corrida, espaços instagramáveis e cupons online aproximaram a marca do público apaixonado por inovação e praticidade.

Motul

Pela primeira vez na arena principal, a Motul levou ao Festival Interlagos 2025 ativações imersivas, loja lifestyle e estande repleto de produtos e brindes. A presença nas edições de Motos e Carros reforça o DNA de performance da marca e sua conexão com o público apaixonado por velocidade.

Raven

Com um estande vibrante no Festival Interlagos, a Raven uniu paixão por ferramentas e experiências reais. Ao lado de King Tony, Scangrip e M7, mostrou que precisão não é luxo — é essência. Um verdadeiro ponto de encontro para quem tem gasolina na veia.

Petronas

No estande da PETRONAS no Festival Interlagos, Reginaldo Leme lançou seu anuário de F1 e Átila Abreu falou sobre sua nova equipe na Stock Car. Destaque também para a parceria com a adidas, lançamentos de lubrificantes e a cobertura feita por jovens do Espro — união de inovação, performance e inclusão no automobilismo.

NOVAS DEMANDAS NO BALCÃO COM OS VEÍCULOS ELETRIFICADOS

Conhecimento técnico, combinado com orientação, portfólio adequado e relacionamento digital conquistam margem e fidelidade na era elétrica

popularização dos carros híbridos no País começou em 2013 com a chegada do Toyota Prius e o primeiro carro 100% elétrico vendido nas concessionárias foi o Renault Zoe, no final de 2019. Atualmente, veículos eletrificados já representam 7% da frota nacional, superando 400 mil unidades, sendo a maioria híbridos. A expectativa é de crescimento contínuo, exigindo que o mercado de reposição se adapte às novas demandas.

APara Alexandre Costa, diretor da Alpha Consultoria, o primeiro impacto é o conceitual. “Uma vez que muitos profissionais do setor ainda acreditam que carros híbridos ou elétricos no Brasil não terão futuro. Os próprios números mostram o contrário. Esse segmento vem acumulando um crescimento no número de emplacamentos de dois dígitos desde 2018. O segundo impacto é o da necessidade de atualização e conhecimento técnico sobre os produtos eletrificados. Mas, para isso, é preciso primeiro acreditar que os carros híbridos e elétricos vieram para ficar”, afirmou.

Ainda que os componentes eletrificados demorarão um pouco mais a chegar ao mercado, como bateria, motor elétrico, entre outros, esses modelos precisam trocar as pastilhas, amortecedores, filtro de cabine,

como um modelo comum. “E aí onde enxergo um terceiro impacto, que é a entrada de novas marcas, principalmente, as chinesas, pois são elas que encabeçam os carros híbridos e elétricos mais vendidos. Portanto, buscar por ter itens de giro desses modelos em estoque já é um trabalho que precisa começar a ser planejado hoje. E o quarto impacto que enxergo, é que alguns componentes serão eliminados em carros eletrificados. Motor de partida, alternador, correias e rolamentos são os principais eliminados em um carro híbrido, por exemplo”, especificou Costa.

Na avaliação de Sergio Sousa, diretor de Tecnologia da Infocar, estamos diante de uma virada de chave. “Veículos eletrificados têm cerca de 30% menos componentes de desgaste. Velas, filtros de óleo, escapamento e embreagem praticamente somem. Por outro lado, cresce a procura por baterias de alta tensão, inversores, cabos laranja, conectores de carga e sistemas de arrefecimento das baterias. Também aumentam os diagnósticos eletrônicos e as atualizações de software. O giro das peças tradicionais diminui, mas o valor médio de cada serviço sobe, pois, os componentes eletrificados são mais caros e exigem mão de obra especializada. Em resumo, a reposição encolhe em volume, mas cresce em valor e complexidade”, explicou.

Alexandre Costa, diretor da Alpha Consultoria

Cleber Willian Gomes, professor de Engenharia Mecânica da FEI (Fundação Educacional Inaciana), disse que os veículos híbridos oferecem os ganhos de possuir mais de uma tecnologia, mas demandam profissionais e proprietários cada vez mais preparados e conscientes de suas particularidades; e citou alguns exemplos. “Os novos componentes possuem alto valor agregado, como o conjunto de baterias, os inversores e os conversores. No caso da bateria, seu funcionamento e vida útil são influenciados tanto pela forma como o condutor realiza o carregamento quanto pela manutenção preventiva, como a troca do líquido de arrefecimento. Esse fluido necessita ser trocado nos intervalos corretos para garantir que a bateria opere na temperatura ideal, assegurando assim seu melhor desempenho e durabilidade”, citou.

Uma oportunidade para o mercado é o reparo das baterias e outros componentes, disse Gomes. “Após alguns anos de uso, com a natural depreciação do carro, o preço de uma bateria nova pode facilmente ultrapassar 50% do valor de mercado do veículo, tornando sua troca economicamente inviável para o proprietário. Diante desse cenário, o mercado de reparação independente busca alternativas para oferecer consertos e trocas de componentes com uma melhor relação custo-benefício e uma das alternativas é o reparo das baterias e outros componentes. Impulsionados por essa demanda, profissionais têm se capacitado para efetuar a manutenção desses sistemas de forma segura e eficiente”, afirmou.

Novas exigências aos balconistas

Além das condições de algumas estradas brasileiras que exigem projetos de veículos mais robustos. “O aumento de peso, causado pelos motores elétricos e, principalmente pelas baterias, demanda uma adequação estrutural que inclui pneus específicos, suspensão reforçada e maior resistência da carroceria. Isso exige também um cuidado adicional do condutor, que deve acompanhar a vida útil dos pneus e adaptar sua forma de conduzir. Já o sistema de freios regenerativos possibilita um aumento no intervalo de troca de seus componentes. Para que isso ocorra, quanto mais conservadora for a condução, mais a bateria de alta tensão se recarrega e menos os componentes do freio são desgastados”, relatou Gomes.

Modelos fora da garantia

Quanto aos modelos que já saíram do período de garantia de fábrica, Sergio Sousa sintetizou que eles escancaram dois gargalos. “Primeiro, peças caras e pouco disponíveis: uma bateria híbrida gira em torno de R$10 mil e o servo freio pode ultrapassar R$ 17 mil fora da rede autorizada. E faltam oficinas independentes qualificadas. A resposta do mercado começa com remanufatura de baterias, importação paralela de módulos eletrônicos e oficinas que se posicionam como ‘EV friendly’. Concluindo, o pós-garantia já cria um nicho rentável para quem se especializar”, afirmou.

Segundo Costa, “se o sistema de arrefecimento desses veículos for bem cuidado, a bateria pode ter uma vida útil superior a doze anos, e o motor elétrico, mais de 500 mil quilômetros. No caso da linha Toyota, cuja bateria é arrefecida a ar, a vida útil é também muito elevada. Há casos de táxis do Modelo Prius rodando em São Paulo com mais de 300 mil km ainda com a bateria original”, citou.

Nas palavras de Gomes, o que no passado era restrito aos componentes velas, filtros, correias, com os veículos híbridos mais componentes são abordados e o desafio vai ser aprender a diagnosticar e reparar o veículo. “Os profissionais necessitam dominar uma nova linguagem técnica para identificar os componentes que abordam as tecnologias de Híbridos Leves (MHEV), Híbrido Convencional (HEV), Híbrido Plug-in (PHEV) e 100% Elétrico (BEV), em função de dependendo do componente existem demandas diferentes. E ainda conhecer o que é um inversor, conversores, tipos de conector de recarga, tipos de baterias e capacidade em kWh (quilowatthora)”, orientou.

O balcão deixa de ser apenas um ponto de venda e passa a ser um posto de orientação e de venda consultiva, conforme disse Sousa, “o atendente precisa entender o básico dos carros eletrificados, usar catálogos de peças online e atender bem nos canais digitais, como WhatsApp ou loja virtual. É fundamental saber explicar, de forma simples, as diferenças entre um híbrido e um elétrico puro para indicar a peça certa. Como os intervalos de manutenção são maiores, cada visita deve ser usada para orientar; explicar boas práticas de carregamento, programar check-ups de software e revisar fluidos do sistema de arrefecimento da bateria. Transparência e informação técnica viram o novo diferencial de fidelização. Em síntese, atender agora significa educar, não apenas vender”, afirmou.

“São clientes que estão utilizando uma nova tecnologia, muito diferente da tradicional a combustão, e que precisam ser bem-informados pelo balconista ou mecânica. O fato de um carro híbrido, por exemplo, rodar no modo elétrico já diminui a necessidade de uso constante do motor a combustão e a possibilidade

Sergio Sousa, diretor de Tecnologia da Infocar
Cleber Willian Gomes, professor de Engenharia Mecânica da FEI

de carregar a bateria em casa, diminui ainda mais a necessidade da tração pelo motor térmico. Mas a questão aqui é que um carro híbrido, mesmo usando pouco o motor a combustão, precisa realizar a troca periódica do óleo do motor, filtros e velas como um carro a combustão convencional. Ou seja, o cliente precisa receber a orientação sobre a importância de fazer a revisão do motor a combustão dentro dos prazos estabelecidos pelo fabricante, mesmo que o uso em modo elétrico seja elevado”, explicou Costa.

No caso de carros 100% elétricos, Costa disse que eles “vão precisar muito de serviços undercar, alinhamento e balanceamento, a cada dez mil km, mesmo que esse tipo de tecnologia exija revisões a cada 20 mil ou mesmo 30 mil km. É importante que o cliente entenda isso”. E, ainda, “é preciso manter a capacidade de continuar aprendendo, de forma a se manter atualizado diante das novas tecnologias que estão chegando. “Por isso a importância de acessar conteúdos online de jornais e sites especializados”, orientou.

Novas tendências e fidelização

Para aumentar as vendas e fidelizar clientes, a dica de Gomes é desenvolver uma base sólida de conhecimento. “Desta forma é possível oferecer os componentes corretos para o seu cliente, aumentar as vendas e fidelizar os clientes”, sintetizou. Costa disse que o primeiro passo é conhecer as marcas, modelos e tecnologia é o primeiro passo. “Nenhum cliente gosta de conversar com um profissional que esteja desatualizado. O balconista e o mecânico têm a missão de ser os “embaixadores das novidades”, sempre trazendo para o cliente o que há de mais novo no setor”, afirmou.

Sousa orientou diversificar o mix com carregadores portáteis, adaptadores, luvas isolantes e pneus de baixa resistência e oferecer soluções completas - bateria nova já com balanceamento e instalação. “E usar um CRM para enviar lembretes inteligentes, como avisos quando o estado de saúde da bateria cai ou quando o fluido de arrefecimento faz aniversário. Por fim, produzir conteúdo técnico nas redes sociais: tutoriais sobre cuidados de carregamento e frenagem regenerativa posicionam o balconista como referência e atraem novos clientes. Em poucas palavras, quem combina portfólio adequado e relacionamento digital conquista margem e fidelidade na era elétrica”, finalizou.

Time preparado

Na Qualität Autopeças, o time de vendas já está preparado para atender os eletrificados. “A eletrificação da frota abre espaço para uma nova geração de clientes

e oficinas. Quem se posicionar agora com informação, agilidade e suporte técnico consolida uma vantagem competitiva. Estamos investindo justamente nisso, queremos ser referência na transição energética da frota nacional. A fidelização virá como reflexo da confiança e da nossa capacidade de antecipar as necessidades do mercado”, afirmou o CEO, Ubiratan Caselani Kintschner.

Para facilitar o dia a dia dos vendedores, eles utilizam catálogos de peças com códigos originais das montadoras e todo o sistema da loja é estruturado com base nesses mesmos códigos. “Com essa estratégia, estamos sempre prontos para identificar qualquer peça, independentemente de ser para um veículo híbrido ou elétrico puro. Tenho muito orgulho do nível técnico da nossa equipe. Muitas vezes conseguimos, inclusive, ajudar o mecânico na oficina. Sempre focamos para que nossos consultores orientem o cliente com segurança e transmitam a credibilidade que a nossa empresa conquistou no mercado”.

Eles também utilizam plataformas integradas de catálogos técnicos como TecDoc, catálogos digitais dos fabricantes, Partslink e um ERP com um banco de dados cruzado por aplicação e variações de modelo. “Também implementamos inteligência artificial para cruzamento de códigos OEM, o que facilita a identificação de peças de difícil acesso”, acrescentou Kintschner.

Segundo ele, além do conhecimento técnico, o balconista precisa dominar sistemas de consulta mais avançados e interpretar corretamente catálogos com grande variedade de aplicações.” O domínio básico do inglês técnico também passou a ser um diferencial importante, pois amplia a capacidade de pesquisa em nível global”, ressaltou.

Kintschner também falou quais têm sido as demandas para os veículos eletrificados. “Para os híbridos, a demanda continua alta por componentes de suspensão. “Reflexo direto das condições das nossas ruas, e já atendemos também algumas necessidades relacionadas aos sistemas de arcondicionado e gerenciadores de bateria, mas ainda em escala reduzida. Alguns dos nossos principais fornecedores sistemistas, como Bosch, Pierburg e Hella, já estão desenvolvendo linhas específicas para esse mercado. Estamos em contato constante com eles, contribuindo ativamente para a formação de um portfólio que permita aos nossos clientes encontrar soluções completas, inclusive para aplicações menos convencionais”.

Quanto ao perfil de clientes, pela maioria ser

Ubiratan Caselani Kintschner, CEO da Qualität Autopeças
Gabriel Julião, gerente Comercial do Grupo Bueno

aplicadores, Kintschner disse que não houve mudanças significativas. “Como já somos especializados em uma linha mais premium de veículos, a maioria deles já trabalha com híbridos e elétricos. Por isso, não houve um grande impacto no nosso atendimento até o momento. Nossa base já vinha se adaptando naturalmente à nova realidade, afirmou”, concluiu.

Participação dos eletrificados nas vendas

Na Kaizen - A Casa da Autopeça, uma das bandeiras do Grupo Bueno, as vendas para veículos eletrificados vêm aumentando e conforme contou Gabriel Julião, gerente Comercial do Grupo Bueno, “sair na frente com a disponibilidade dessas peças pode contribuir para o nosso ganho de market share, pela possibilidade de trazer clientes que às vezes não conheçam ainda as nossas qualidades. Os veículos elétricos e híbridos ocuparam aproximadamente 10% das vendas do primeiro semestre de 2025 e isso vem aumentando. Com isso, teremos mais uma chance de poder mostrar todo o pacote de benefícios em se comprar de uma Kaizen”, afirmou.

Mesmo novos, disse Julião, estes carros têm freios, suspensão, arcondicionado, etc. “Os primeiros eletrificados estão saindo das primeiras revisões de concessionárias, indo para as oficinas mecânicas e requisitando peças do aftermarket. Então, percebemos que, principalmente a linha de undercar para esses veículos está sendo a mais pedida”, especificou.

Quanto à ampliação de portfólio, Julião respondeu que ela se dá a partir de algumas análises. “Tomamos as decisões de escolha das peças, com base em uma análise de ano de lançamento do veículo, somado à sua frota na região e à disponibilidade dos fornecedores”, explicou. Ele disse também que para o balconista nada muda com os veículos eletrificados e nem no perfil de clientes.

“Continuamos vendendo com a mesma preocupação de entregar a peça certa para o mecânico profissional com a aplicação correta e com a melhor logística de mercado. Acredito que as oficinas que já mexiam com sistemas de combustão estão se capacitando aos poucos para atender à nova demanda de mercado. Existem alguns cuidados e normas a mais para realizar serviço nesse tipo de veículo”, afirmou.

Um dos diferenciais do Grupo Bueno é a formação de vendedores, com um curso completo, disponível também para quem quiser contratar. “Aqui no Grupo Bueno, nós gostamos de formar nossos próprios vendedores especialistas. Temos um curso completo chamado UniKaizen que transforma qualquer pessoa em um profissional qualificado para vender autopeças de qualquer tipo. Inclusive, esta solução está aberta para qualquer um que quiser contratar. Como usamos esse curso para formar nossa própria equipe, ele é vivo e sempre sendo atualizado para abarcar todas as novidades do mercado! Além disso, organizamos treinamentos semanais entre nossos fornecedores e vendedores, que explicam as situações técnicas para todas as novidades de peças que aplicam em eletrificados”, disse Lucas Koeler, gerente de e-commerce do Grupo Bueno.

Outro braço são as ferramentas tecnológicas. “Entendemos que é importantíssimo utilizar ferramentas de inteligência automotiva para obter uma leitura melhor do mercado. Usamos Fraga, Auto Experts, dentre outros, tanto para entender quantidade de frota quanto para melhorar nossas aplicações. Tudo isso, inclusive, é usado para compor a nossa ferramenta de catálogo própria (portal) que consegue entregar ao mecânico uma experiência fantástica de achar a peça por aplicação, placa, original ou código de fábrica. Outro projeto bacana que implementamos aqui dentro é a ‘Aplicação Ninja’, onde utilizamos o conhecimento difundido pelos nossos 150 vendedores, trazendo informações e correções de aplicações novas. Essas informações são validadas pelo nosso setor de compras e posteriormente implementadas no nosso sistema”, finalizou Koeler.

Lucas Koeler, gerente de e-commerce do Grupo Bueno

RANDONCORP É PREMIADA PELO COMPROMISSO COM AS MELHORES PRÁTICAS SOCIOAMBIENTAIS

LÍDER EM SUSPENSÃO, COFAP AMPLIA CATÁLOGO DE AMORTECEDORES DE CABINE PARA CAMINHÕES

A Marelli Cofap Aftermarket lançou três novos códigos de amortecedores de cabine para caminhões DAF e Volvo, com a marca Cofap, líder no mercado de reposição. Os componentes têm a mesma qualidade das peças genuínas, garantindo conforto, segurança e desempenho. Os novos códigos são: B.27717 (DAF CF 85), B.27741 e B.27742 (Volvo F12 TD120). A Cofap oferece amplo portfólio para veículos pesados, e seu catálogo está disponível via app e site www.mmcofap.com.br. SAC: 0800-0194054.

E DE GOVERNANÇA

Pelo quarto ano seguido, a Randoncorp venceu o Prêmio Melhores do ESG 2025, da Exame, na categoria Bens de Capital e Eletroeletrônicos. A empresa, representada por Daniel Randon, destacou seu compromisso com a sustentabilidade, como a redução de gases do efeito estufa e promoção da mobilidade sustentável. Com base nos pilares Planeta, Pessoas e Negócios, a Randoncorp atingiu 65% de uso de energia renovável, 20% de mulheres na liderança e investiu R$ 64 milhões em segurança. É signatária do Pacto Global da ONU.

CUMMINS, VALE E KOMATSU AVANÇAM EM MOTOR BICOMBUSTÍVEL

A ETANOL E DIESEL

A Cummins, em parceria com Vale e Komatsu, comissionou uma célula de teste para motor bicombustível etanol/diesel, marco no projeto de caminhões de mineração mais sustentáveis. Com capacidade para operar com até 70% de etanol, os veículos podem reduzir até 70% das emissões de CO2. A solução usa motores já existentes e aproveita a infraestrutura atual. Os testes com o motor QSK60 seguem até 2026. A iniciativa reforça o compromisso com a descarbonização e o uso de combustíveis de baixo carbono no setor de mineração.

BOSCH UTILIZA IA PARA REVOLUCIONAR A GESTÃO DE PNEUS

A Bosch Brasil lançou uma solução inovadora de Gestão de Pneus com Inteligência Artificial, que usa apenas a câmera do celular para analisar sulcos e indicar manutenções ou trocas. Treinada com 13 mil imagens e 2 mil tipos de pneus, a IA gera relatórios sobre alinhamento, calibragem e rodízio, reduzindo custos e aumentando a produtividade. A plataforma também permite controle completo via web, com integração a ERPs. A ferramenta visa otimizar a gestão de frotas e aumentar a segurança nas estradas.

MARCOPOLO ATINGE 20 MIL ÔNIBUS PRODUZIDOS NO ESPÍRITO

SANTO E REFORÇA COMPROMISSO COM A MOBILIDADE SUSTENTÁVEL

A Marcopolo celebrou a produção de 20 mil ônibus na fábrica de São Mateus (ES) com a entrega de 40 unidades ao sistema Transcol, da Grande Vitória. Com 70% de participação na renovação da frota local, a empresa reforça sua liderança. O modelo comemorativo, Torino, conta com ar-condicionado, Wi-Fi, acessibilidade e motor Euro 6. Desde 2014, a planta capixaba é estratégica para a Marcopolo, gerando empregos e atraindo investimentos, como os R$ 50 milhões aplicados para modernização e produção de ônibus elétricos.

CORTECO

RETENTORES PARA

O SEGMENTO AGRÍCOLA

A Corteco, marca do Grupo Freudenberg, lançou sua Linha Agro com retentores de tecnologia alemã para colheitadeiras e tratores de marcas como John Deere, New Holland, Case IH, Massey Ferguson e Valtra. São mais de 40 itens com qualidade original, oferecendo alta performance, durabilidade e confiabilidade ao setor agrícola. A empresa segue estudando o mercado para ampliar o portfólio. Mais informações: www.corteco.com.br ou WhatsApp (11) 95033-8809. Redes sociais: @cortecobrasil

VOLKSWAGEN CAMINHÕES E ÔNIBUS DOA EQUIPAMENTOS PARA A UERJ

A Volkswagen Caminhões e Ônibus doou 112 equipamentos ao campus da UERJ em Resende, reforçando seu compromisso com educação e sustentabilidade. Os itens, antes usados em testes de qualidade, incluem dinamômetro, balanças e espectrômetros. A iniciativa evita o descarte e oferece aos alunos acesso a tecnologias industriais, promovendo formação prática. A ação também moderniza a infraestrutura da fábrica e fortalece a relação entre indústria e universidade, alinhando-se aos pilares ESG da empresa.

DANA EXPANDE LINHA DE JUNTAS

HOMOCINÉTICAS SPICER COM

MAIS DE 70 NOVAS APLICAÇÕES PARA VEÍCULOS

LEVES E COMERCIAIS

A Dana ampliou seu portfólio no mercado de reposição com mais de 70 novas aplicações da marca Spicer para juntas homocinéticas, voltadas a veículos leves e utilitários. A linha abrange modelos de marcas como VW, Chevrolet, Ford, Toyota, Honda, Fiat, entre outras. Com cobertura nacional e foco em veículos de alto giro, a empresa garante qualidade, disponibilidade e suporte técnico. Os lançamentos já estão no catálogo digital (www. spicer.com.br/catalogo) e disponíveis na rede Dana com mais de 100 distribuidores.

ZF APRESENTA OPTIDAMP, AMORTECEDOR TORCIONAL PARA MÁQUINAS AGRÍCOLAS E DE CONSTRUÇÃO

A ZF lança no Brasil o OptiDamp, amortecedor torcional de alto desempenho para máquinas agrícolas e de construção. Desenvolvido na Alemanha, o componente reduz vibrações e ruídos, aumentando a vida útil da transmissão e o conforto do operador. Sem necessidade de manutenção, é compatível com diversas transmissões e pode ser remanufaturado. O OptiDamp contribui para máquinas mais eficientes, sustentáveis e com melhor custobenefício, atendendo às exigências de operações severas no campo e em obras.

EXPORTAÇÕES E INOVAÇÃO

IMPULSIONAM O MERCADO DE

MÁQUINAS AGRÍCOLAS

A América Latina vive uma revolução agrícola, com crescimento na mecanização e adoção de tecnologia, tornando-se um mercado estratégico para máquinas agrícolas. A Valtra se destaca nesse cenário, com expansão em países como Brasil, Chile, Paraguai e Colômbia. A demanda por tratores de alta tecnologia cresce, impulsionada pela agricultura de precisão e escassez de mão de obra. Apesar dos desafios regionais, a Valtra aposta na adaptação local e inovação para manter seu crescimento sustentável e liderança no setor.

FARIZON ESTREIA NO BRASIL COM LINHA DE VEÍCULOS COMERCIAIS 100% ELÉTRICOS

Marca do Geely Holding Group apresenta vans e caminhão leve durante a Eletrocar Show 2025; vendas começam em agosto com operação exclusiva do Grupo Timber

Farizon, marca global do Geely Holding Group, faz sua estreia no mercado brasileiro com o lançamento de sua linha de veículos comerciais 100% elétricos na Eletrocar Show 2025. Representada com exclusividade pelo Grupo Timber, a marca apresenta três modelos: a van V6E, a SuperVAN (em versões de 8 m³ e 11 m³) e o caminhão leve H9E (6 e 8 toneladas).

Desenvolvidos para operações urbanas e logística de curta e média distâncias, os veículos aliam motorização elétrica de alto desempenho, tecnologias de segurança e conectividade, com foco em eficiência, sustentabilidade e robustez. A venda dos modelos começa em agosto, com o primeiro lote chegando da China. Inicialmente, os veículos serão comercializados nas nove filiais do Grupo Timber, em cinco estados. Curitiba (PR) abrigará a primeira concessionária-modelo da marca.

A van V6E destaca-se como solução para entregas urbanas. Equipada com motor de 136 cv e bateria de 81 kWh, oferece autonomia de até 285 km e recarga rápida em 30 minutos (DC). Com

capacidade de carga superior a 1 tonelada e recursos como alerta de colisão, controle de estabilidade e direção drive-by-wire, alia segurança, tecnologia e versatilidade.

A SuperVAN chega em duas versões, com 231 cv de potência e autonomia de até 386 km. Sua arquitetura sem coluna B amplia o acesso lateral e permite aplicações como ambulância, food truck e serviços móveis. O modelo oferece pacote completo de segurança e conectividade, incluindo câmera 360°, ACC e central multimídia de 12,3”.

Complementando a linha, o caminhão H9E atende a demandas logísticas de média escala. Com versões de 6 e 8 toneladas, oferece até 31 m³ de volume de carga e autonomia de 324 km. Conta com motor de 190 cv, diversos sistemas de assistência à condução e o recurso V2L, que transforma o caminhão em fonte de energia para equipamentos externos.

Com revisões programadas e garantia de seis anos para o sistema de baterias, a Farizon chega ao Brasil com a proposta de oferecer não apenas veículos, mas uma solução completa para frotas sustentáveis.

Van elétrica Farizon V6E é destaque em mobilidade sustentável
SuperVAN conquista 5 estrelas no Euro NCAP 2025
Caminhão leve Farizon H9E chega

ENCONTRO REÚNE PROFISSIONAIS DA REPARAÇÃO AUTOMOTIVA NA ESCOLA DO MECÂNICO EM SANTOS (SP)

“Tríade do Mecânico” promove capacitação, networking e valorização da profissão na Baixada Santista

o último dia 14 de junho, a unidade da Escola do Mecânico em Santos (SP) recebeu dezenas de profissionais do setor automotivo para participar do evento “Tríade do Mecânico”.

A iniciativa, gratuita e voltada ao desenvolvimento técnico e empresarial dos mecânicos, promoveu uma manhã repleta de conteúdo, troca de experiências e conexões entre os participantes.

Com uma programação dinâmica, o evento contou com palestras sobre gestão de oficinas, comportamento profissional e estratégias de vendas. Além disso, os participantes foram recebidos com café da manhã, sorteios, atividades de interação com marcas do setor e uma celebração especial de aniversário da unidade.

Entre os destaques da programação estiveram as palestras de Paulo Souza, que abordou temas como finanças, atendimento ao cliente, normas regulamentadoras e liderança de equipe; Priscila Rodrigues, que falou sobre propósito, comunicação e alta performance; e Paola Brandão, que apresentou estratégias de vendas com foco em redes sociais e inteligência artificial.

A fundadora da Escola do Mecânico, Sandra Nalli, participou do evento e destacou a importância de iniciativas que contribuam para a valorização dos profissionais da reparação. “Esse tipo de encontro reforça nosso compromisso com a formação de qualidade e o reconhecimento da profissão de mecânico”, afirmou.

Idealizador da Tríade do Mecânico e mestre de cerimônias do evento, Rodrigo Rodrigues celebrou os resultados da ação. “Criamos um ambiente de aprendizado e motivação. O engajamento dos participantes e o clima positivo superaram todas as nossas expectativas”, avaliou.

O evento também teve como inspiração o livro De Mecânico a Empresário, de Osmildo Rodrigues da Silveira – mecânico, empresário e pai de Rodrigo e Priscila Rodrigues, sócios da Auto Peças e Serviços Rodrigues, na capital paulista. A obra serviu de base para a criação do movimento Tríade do Mecânico, que busca resgatar valores, estimular o crescimento pessoal e profissional, e

fortalecer o papel do mecânico como protagonista do setor.

Com ampla adesão e avaliação positiva dos participantes, o encontro em Santos consolida a Tríade do Mecânico como uma iniciativa relevante para a capacitação e o reconhecimento da categoria, além de reafirmar o papel da Escola do Mecânico como referência na formação de profissionais para o mercado de reparação automotiva.

Gestão, comportamento e vendas foram temas das palestras no evento

Priscila e Rodrigo Rodrigues, da Auto Peças Rodrigues, da capital paulista
Evento em Santos reuniu profissionais do setor e teve grande adesão do público
Rodrigo e Priscila Rodrigues ao lado de Sandra Nalli, fundadora da Escola do Mecânico

BYD inicia nova era da indústria nacional com primeiro carro 100% elétrico feito no Brasil

Montadora apresenta Dolphin Mini produzido em Camaçari (BA) e dá largada à operação de seu megacomplexo fabril no País

Em um marco para a mobilidade elétrica e a reindustrialização do País, a BYD apresentou no dia 1º de julho o Dolphin Mini 100% elétrico produzido em solo brasileiro. O modelo é o mais vendido da marca no País e agora integra a fase inicial da linha de produção da montadora em Camaçari, na Bahia.

A montagem teste do veículo ocorre menos de 16 meses após o início das obras da fábrica — um dos projetos industriais mais ambiciosos da atualidade. “Este é um momento histórico para a BYD e para toda a América Latina. Acreditamos no potencial transformador da Bahia e no talento do povo brasileiro”, declarou Stella Li, vicepresidente global da BYD.

A estrutura de 156 mil m² conta com tecnologia de ponta, robôs na linha de montagem, sistema de rastreamento em tempo real e automação inteligente. A planta, que opera inicialmente no modelo SKD (Semi Knocked-Down), evoluirá para produção completa, incluindo soldagem, pintura e estamparia.

O Dolphin Mini não veio sozinho. A marca também apresentou o híbrido Song Pro e, em breve, o King (GL/GS) também será fabricado localmente. Ao todo, a capacidade inicial será de 150 mil carros por ano, com expansão prevista para 300 mil.

Com investimento de R$ 5,5 bilhões e geração potencial de até 20 mil empregos diretos e indiretos, o complexo da BYD representa um salto na industrialização baiana. Já são mais de 1.000 profissionais contratados, com 3.000 novas vagas abertas até o fim do ano.

Outro destaque é a homologação de fornecedores locais. A Continental Pneus, vizinha da fábrica, foi a primeira empresa brasileira habilitada para fornecer peças à linha de produção.

“A BYD agora é feita por brasileiros, para brasileiros. Camaçari está se tornando símbolo da nova indústria nacional”, afirmou Alexandre Baldy, vice-presidente da BYD Auto Brasil. O governador Jerônimo

Rodrigues reforçou que o projeto é reflexo do compromisso com geração de empregos e desenvolvimento sustentável.

Líder global em eletrificação veicular, a BYD já domina 90% das vendas de elétricos no Brasil e deve encerrar 2025 com 240 concessionárias no País. Com o Dolphin Mini nacional, a empresa acelera a revolução verde na mobilidade e reafirma seu compromisso com o futuro.

Dolphin Mini elétrico chega ao Brasil com geração de empregos e presença de executivos globais no lançamento
Com mais de 1.000 profissionais já contratados e 3.000 novas vagas previstas até o fim do ano, o Dolphin Mini simboliza um novo ciclo de mobilidade elétrica no País

COLUNA DO NONÔ

* Piloto, profissional do automobilismo, fundador e diretor técnico-esportivo da Cobra Racing Team, atuante na TCR South America

ESG NAS PISTAS: automobilismo, sustentabilidade e futuro em movimento

Falar em automobilismo e ESG pode parecer contraditório à primeira vista. Durante muito tempo, a imagem das corridas esteve associada ao alto consumo de combustíveis e à emissão de poluentes. Mas essa realidade vem mudando de forma consistente, mesmo que silenciosa. A transformação nas pistas em direção à sustentabilidade está em curso, com o uso de tecnologias híbridas, elétricas e de biocombustíveis. A Fórmula E já está em sua décima primeira temporada com carros 100% elétricos. A própria Fórmula 1 adotou motores híbridos e trabalha com metas ambientais agressivas para os próximos anos. No Brasil, a Stock Car acaba de estrear um novo carro com menor emissão e ruído, enquanto a TCR internacional já anunciou o uso exclusivo de biocombustível.

Essas mudanças são resultado de investimentos, pesquisas e da necessidade de equilibrar inovação com a continuidade do negócio. O automobilismo é um laboratório para a indústria automotiva e, por isso, precisa evoluir de forma segura e eficiente. Não se trata de fazer ESG para mostrar ao mundo, mas de realmente incorporar essas práticas com responsabilidade.

Outro aspecto importante dessa transformação é o social. A diversidade tem se tornado realidade nas pistas e nos bastidores.

Hoje vemos mais mulheres atuando como engenheiras, estrategistas, mecânicas e até pilotas. Também há maior presença de negros e profissionais de diferentes origens. Essa inclusão é fruto de muito esforço, preparo e mérito. É um processo irreversível, que torna o esporte mais representativo e justo.

Quando falamos de governança, o desafio é maior. A estrutura do automobilismo ainda é complexa, com muitas camadas entre federações, confederações e organizadores. A profissionalização e a transparência são pontos que ainda precisam evoluir. Muitos projetos ainda nascem e se mantêm com base na emoção, e falta um esforço mais consistente para tornar o ambiente mais confiável para investidores e patrocinadores.

O automobilismo, assim como o setor automotivo como um todo, precisa caminhar em direção à sustentabilidade, à inclusão e à boa gestão. É um processo que exige tempo, planejamento e apoio. Incentivos fiscais e políticas públicas poderiam acelerar essa transição, desde que o setor também faça sua parte e atue de forma organizada. O futuro já chegou às pistas, e cabe a todos nós acelerar com consciência rumo a um esporte e uma indústria mais sustentáveis.

Comportamento

o meio da Caminhada” foi o título do nosso artigo publicado na edição anterior de número 224, da Revista Balcão Automotivo.

Pois bem! No artigo dessa edição, vamos imaginar que “você chegou ao seu destino”, ou seja, você conquistou o seu objetivo. E agora?

Chegar ao destino deve ser o objetivo de todo ser humano que tem a expectativa de conquistar algo, entretanto, podem acontecer duas situações, que cabem reflexões:

1. “Você chegou ao seu destino, porém atrasado”;

2. “Você chegou ao seu destino bem antes do tempo previsto”.

Na primeira situação, imagine que você esperou conquistar o tão

sonhado cargo na empresa e conseguiu conquistar o objetivo muito tempo depois do previsto, momento em que você já tinha outros projetos e aquele cargo tão almejado tempos atrás já não mais lhe proporcionaria a sensação de realização.

Na segunda situação, o fato de chegar antes do tempo previsto ao destino pode te levar a concluir a facilidade em conquistar se deu por que o objetivo não era tão relevante, embora, uma partida de futebol, por exemplo, entre duas equipes qualificadas e do mesmo nível, em que uma delas aplica uma goleada já no primeiro tempo, pode significar que essa equipe estudou o adversário, treinou com maior foco, entrou em campo com uma proposta de jogo bem definida e, consequentemente, tornou o jogo mais fácil e conquistou o resultado na primeira etapa da partida.

“Uma Mensagem a Garcia”, texto publicado em 1899, conta a

história de Rowan, um soldado americano que recebe do presidente Mckinley a missão de entregar uma mensagem ao general e líder rebelde cubano Calixto Garcia, durante a Guerra Hispano-Americana.

Rowan aceitou o desafio e, sem hesitar, com grande proatividade e dedicação, partiu para encontrar Garcia, superando diversos obstáculos.

O texto apresenta uma necessidade central sobre as pessoas assumirem a responsabilidade e entreguarem resultados, sem precisar de supervisão constante ou justificativas, e se tornou um símbolo de iniciativa e compromisso, significando a capacidade de realizar uma tarefa difícil com autonomia e eficiência.

Muitas pessoas se deparam em projetos pessoais que parecem não avançar, com obstáculos constantes e falta de resultados, gerando desânimo e desistência. Na mitologia grega, a história nos conta que Sífifo foi condenado pelos deuses a rolar uma enorme pedra até o topo de uma montanha, apenas para vê-la rolar de volta para baixo quando estivesse quase alcançando o ápice, repetindo esse ciclo eternamente. Foi castigado devido à sua astúcia e desobediência por desafiar a ordem divina e enganar os deuses.

Essa história nos cabe uma reflexão: às vezes, gastamos muita energia para chegar a um destino, na busca por conquistar algo sem sentido e pela tentativa de realizar algo inatingível, de forma árdua, repetitiva e sem fim. É sempre importante avaliar aonde queremos chegar, para que, ao chegar ao destino, tenhamos a sensação de dever cumprido e com a energia para desfrutar de tudo o quanto foi planejado e seguir com novos desafios.

“Atenção, passageiros com destino e conexões internas: é importante verificar o seu itinerário e confirmar os horários de partida e portões de embarque, tanto para o voo principal quanto para as conexões. Ao chegar no aeroporto, siga as placas e informações para localizar os portões corretos e evitar atrasos. Se você tiver pouco tempo de conexão, dirija-se diretamente ao seu portão de embarque”.

Chegar ao destino nem sempre é o fim, pode ser apenas uma etapa vencida que possibilita o ingresso para outros destinos. Pode ser o meio da caminhada, como abordado no texto do artigo publicado na edição anterior.

Imagine o trabalhador que conquistou a tão sonhada aposentadoria. Uma grande conquista, sim, mas não é o fim. A partir da aposentadoria, novos projetos podem nascer, seja dar continuidade à carreira profissional, sair de CLT e montar seu próprio negócio, aproveitar para fazer uma viagem de férias, enfim...

E o tão sonhado casamento? No modelo tradicional, passa pela fase da conquista, do namoro até chegar ao matrimônio. O destino, enfim, uniu duas pessoas que se amam. E agora? Novos objetivos, não só de um, mas do casal.

A vida é feita de desafios, sejam de curto, médio ou longo prazos.

Caros leitores, chegarei ao meio destino de curto prazo, assim que esse artigo for publicado. O destino de médio prazo será chegar ao centésimo artigo e a Revista Balcão Automotivo lançar o e-book com a coletânea de todos os artigos. Esse é o artigo de número 81, falta pouco para chegar lá. Será o destino final? Tenho certeza, não. Será um marco importante para novos projetos em parceria com o Balcão Automotivo.

Até a próxima edição com a publicação de artigo de número 82. Contagem regressiva rumo ao centésimo artigo.

Valtermário Rodrigues

Por: Karin Fuchs | Foto(s): Divulgação

A JUNHO COLOCA UM ALERTA PARA AS VENDAS DE VEÍCULOS NOVOS E USADOS

No acumulado do ano os resultados são positivos, cresceu também a produção de veículos, em meio ao avanço de vendas de novos importados

inflação e a taxa de juros elevadas impactaram as vendas de veículos novos e usados no mês de junho. No acumulado do ano os resultados foram positivos. Pelo balanço da Fenauto, de janeiro a junho, 8.350.449 unidades foram comercializadas, 13,7% acima do mesmo período de 2024. Já em junho, com 1.437.088 unidades transacionadas, o recuo foi de 6,7% em relação ao mês anterior. Junho teve um dia útil a menos do que maio, ainda assim, a média diária de vendas no mês subiu para 3,1%, sendo a 2ª melhor média diária de transferências desde 2019; em torno de 75.000 operações por mês.

Segundo o presidente da Fenauto, Enilson Sales, “a maior preocupação, neste momento é com a restrição do crédito, com um possível impacto em torno das incertezas com relação ao tema IOF, já que esse impasse acaba gerando dificuldades para o comprador de carro. O segmento de seminovos e usados tem um bom potencial de crescimento, pois tem se mostrado muito resiliente nos últimos anos, apesar das dificuldades. Esperamos manter um bom nível de crescimento até o final do ano”, afirmou.

Balanço Fenabrave

Os números da Fenabrave mostram que tanto a linha leve como a pesada tiveram retração no volume de emplacamentos no mês de junho em relação ao mês anterior. Já no acumulado do ano, a única retração foi de caminhões.

Em junho foram emplacados 159.128 automóveis, 5,02% abaixo do mês anterior, e com 878.604 unidades acumuladas no ano, a expansão foi de 3,52% quando comparada ao primeiro semestre de 2024. Comerciais leves terminaram o mês de junho com 43.936 unidades emplacadas e no acumulado do ano, 252.665 unidades, com retração de 8,08% e crescimento de 10,74%, nas mesmas bases comparativas.

Entre os eletrificados, destaque para os automóveis e comerciais leves híbridos e híbridos plug-in, com 83.490 unidades emplacadas no primeiro semestre, 73,63% acima do mesmo período de 2024. Por outro lado, os elétricos puros tiveram uma retração de 1,98%, na mesma base comparativa, terminando junho com 30.563 unidades emplacadas.

Na avaliação de Arcelio Junior, presidente da Fenabrave, “chegamos à primeira metade de 2025 com mais de 1.100.000 de emplacamentos. Apesar de estarmos preocupados com as altas taxas de juros e seu impacto no varejo, o segundo semestre costuma ser, tradicionalmente, melhor do que o primeiro. Além disso, teremos o Salão do Automóvel, que poderá favorecer a manutenção das expectativas da Fenabrave para esses segmentos”, afirmou.

Linha pesada

Na linha pesada, caminhões somaram 8.374 unidades emplacadas em junho, uma queda de 5,77% em relação ao mês anterior e 53.420 no acumulado do ano, 3,62% menos que no mesmo período do ano passado. Ônibus somaram 2.359 unidades emplacadas em junho, 2,32% inferior ao mês anterior, e com 13.116 unidades acumuladas no ano, a alta foi de 24,52% quando comparado ao primeiro semestre de 2024. Somando a linha leve e pesada, 1.198.805 unidades foram emplacadas no primeiro semestre, 4,82% a mais do que janeiro a junho do ano passado.

Especificamente caminhões, em função das vendas efetivadas na Fenatran, em novembro de 2024, tiveram um primeiro trimestre positivo e quedas posteriormente, resultando na retração no semestre. “A redução está associada à menor renovação de frotas, que acontece em função do alto custo de financiamento, impactado pelas taxas de juros, e pelo momento de cautela vivido por alguns setores econômicos”, explicou Arcelio Junior.

No primeiro semestre, o segmento que mais cresceu foi de ônibus (24,52%) influenciado pelo Programa Caminho da Escola. “O faturamento do Programa Caminho da Escola, estimado em 16 mil unidades, ainda está acontecendo, porém, desacelerando à medida em que se concretizam. Iniciamos o ano com crescimento superior a 41% e estamos num patamar de 24,52% no acumulado do primeiro semestre”, comentou Arcelio Junior.

Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea

Maior participação dos importados

Os dados da Anfavea mostram que o volume de emplacamentos acumulado no ano totalizou 1.199.100 unidades, 4,8% acima do mesmo período de 2024. Quando comparado junho ao mês anterior, a queda foi de 5,7%. A entidade chama atenção para o aumento da participação dos importados: enquanto os autoveículos nacionais subiram 2,6% nesse período, os importados avançaram 15,6%. Além disso, as vendas de veículos leves nacionais caíram 10% no varejo, no comparativo com o primeiro semestre de 2024, e os modelos chineses responderem por 6% do mercado.

“É cada vez mais evidente que estamos recebendo um fluxo perigoso de veículos chineses para o nosso mercado, com um Imposto de Importação abaixo da média global. Não ficaremos passivos com a interrupção de um projeto de neoindustrialização do País e com o avanço de propostas, como essa de redução da alíquota para montagem de veículos semidesmontados, que não geram valor agregado nacional e geram pouquíssimos empregos”, disse o presidente da entidade, Igor Calvet.

Por segmento, no primeiro semestre foram emplacados 1.123.700 automóveis (3,5% acima do mesmo período de 2024) e comerciais leves (19,8% acima do primeiro semestre de 2024). Comparando junho ao mês anterior, houve uma queda de 5% no volume de automóveis e aumento de 7,9% entre os comerciais leves. Em junho, as locadoras responderam pela aquisição de 56.300 unidades, representando 28% das vendas.

Na linha pesada, foram 66.400 unidades emplacadas no primeiro bimestre. Caminhões apresentaram uma retração de 3,5% em relação ao primeiro semestre de 2024 e queda de 7% em junho, quando comparado ao mês anterior. Ônibus expandiram 31,3% nos comparativos bimestrais e

Enilson Sales, presidente da Fenauto

Arcelio Junior, presidente da Fenabrave

um crescimento de apenas 1% sobre o mês de maio.

Produção

As montadoras associadas à Anfavea produziram 1.226.700 de unidades no acumulado do ano, 7,8% acima do primeiro semestre de 2024, e uma retração em junho de 6,5% em relação ao mês anterior. No acumulado do ano, automóveis e comerciais leves somaram 1.226.700 unidades e a linha pesada, 82.100 unidades.

Separadamente, automóveis tiveram uma queda de 6,9% em junho comparada ao mês anterior, e alta de 5,7% no acumulado do ano em relação ao mesmo período de 2024. Na mesma base comparativa, comerciais leves retraíram 4,8% e cresceram 18,3%; caminhões tiveram uma queda de 8,4% e alta de 3,8%. Já a produção de ônibus foi ampliada em 7,3% no acumulado do ano, mas com uma retração de 4,9% em junho.

“Os números de junho nos preocupam um bocado. O dia útil a menos em relação a maio não justifica as quedas que tivemos no mês, de 6,5% na produção, 5,7% nos emplacamentos e 2,7% nas exportações, além de uma alarmante redução de mais de 600 empregos diretos nos últimos meses”, disse Calvet.

Balança comercial

Com 264.100 unidades embarcadas no primeiro semestre, as exportações avançaram 59,8% em relação ao mesmo período de 2024, principalmente impulsionadas pelo mercado argentino que respondeu por 60% dos embarques. Em 2024, a participação da Argentina nas exportações era de 33,6%, passando para 59,6% no primeiro semestre deste ano. Por outro lado, as importações cresceram 15,6% no mesmo período, totalizando 228.500 mil unidades. “Esse é um volume equivalente ao que se produz anualmente numa fábrica nacional de grande porte, com mais de 6.000 funcionários diretos, sem levar em conta as vagas geradas na cadeia de fornecimento”, alertou Calvet.

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