CARLOS ALBERTO DA COSTA NUNES254
19 de janeiro de 1897 # Sorocaba, 9 de outubro de 1990
Filho de José Tito da Costa Nunes e Cândida Amélia da Costa Moura, fez os seus estudos primário e secundário em São Luís do Maranhão. Em 1920, formou-se pela Faculdade de Medicina da Bahia. Exerceu clinica no Acre, ainda em tempos da ferrovia Madeira-Mamoré. Passou a residir no Estado de São Paulo, onde exerceu medicina no vilarejo de Bom Sucesso (hoje cidade de Paranapanema), em Angatuba, Tatuí, Santa Cruz do Rio Pardo, Fartura e Guaratinguetá, para, depois, definitivamente estabelecer-se na capital paulista, onde trabalhou até a aposentadoria no Instituto Médico Legal. Esse cargo de médico legista, obteve por concurso. Quando de sua passagem por Angatuba, Carlos Alberto Nunes conheceu a jovem e viúva professora Filomena Turelli (18971983), filha de um paciente, o italiano Francesco Turelli. Como ele, o pai de sua futura esposa apreciava o estudo de história e literatura clássica. Após namoro, uniram-se Carlos e Filomena definitivamente em casamento realizado na cidade de Tatuí. Segundo depoimento de seu cunhado Ulisses: "Dr. Carlos era vindo de família de inteligentíssimos, porém todos padecentes de tuberculose. Naqueles tempos (início do século XX), quem morava em São Luís preferia ir fazer compras em Portugal do que vir até ao Rio de Janeiro, isso facilitado pela rota ser mais curta. Assim, numa dessas viagens feitas de navio ao velho continente, quando do percurso de retorno ao Brasil, seu pai já estava muito debilitado, veio falecer dessa doença. O funeral ocorreu em alto mar". Filomena teria sido a maior incentivadora em suas primeiras tentativas como tradutor. O casal era bem considerado nos meios literários de São Paulo e, ao final de suas vidas, doaram uma rica obra homeriana à Academia Paulista de Letras. Ele também pertenceu ao Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Carlos Alberto Nunes veio a falecer em Sorocaba no dia 9 de outubro de 1990. Seus restos mortais foram levados ao local onde estão os de sua esposa, no cemitério municipal de Angatuba. No túmulo consta a frase: "UIXERUNTQUE MIRA CONCORDIA PERMUTUAM CARITATEM ET IN UIGEM SE ANTEPONENDO". Não deixou filhos. Obra - Em 1938 publicou pela editora Elvino Pocai o poema épico nacional "Os Brasileidas". Graças ao poema foi convidado a preencher a vaga na cadeira número cinco da Academia Paulista de Letras e isso se concretizou no dia 8 de março de 1956. Ali ele também viria trabalhar no quadro adminstrativo. Júlio Dantas comentou certa vez: "O poeta é simplesmente extraordinário. Que dignidade de
expressão, que nobreza de imagens, que alto sentido do estilo épico, que vigor e que movimento nas narrativas, que conhecimento substancial da língua, que domínio absoluto do verso branco, quase sempre escultural". Um dos maiores legados deixados pelo escritor foi o trabalho como tradutor de idiomas. Traduziu do alemão Clavigo e Stella de Goethe (1949), Judith de Christian Friedrich Hebbel (1969), do inglês o teatro completo de Shakespeare (1955), do latim a Eneida de Virgílio (1975) e do grego antigo a Ilíada e a Odisseia (1962), bem como as obras de Platão[7] . Trata-se de enorme patrimônio deixado à cultura nacional brasileira. Redigiu também os dramas Estácio (1971) e Moema (1950), além da obra Os Brasileidas. 254 http://pt.wikipedia.org/wiki/Carlos_Alberto_da_Costa_Nunes