Matemática com Aplicações Tecnológicas – Vol. 5

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Matemática com Aplicações Tecnológicas

Geometria Analítica | Volume 5

Ayrton Barboni

Walter Paulette

Dirceu D'Alkmin Telles, Seizen Yamashiro, Suzana Abreu de Oliveira Souza

(organizadores)

DIRCEU D’ALKMIN TELLES

Autores

MATEMÁTICA com Aplicações Tecnológicas

Geometria Analítica | Volume 5

Organizador AYRTON BARBONI WALTER PAULETTE

Matemática com Aplicações Tecnológicas, Volume 5: Geometria analítica

© 2023 Dirceu D’Alkmin Telles (org.) e Ayrton Barboni, Walter Paulette

Publisher Edgard Blücher

Editor Eduardo Blücher

Coordenação editorial Jonatas Eliakim

Produção editorial Lidiane Pedroso Gonçalves

Preparação de texto Ana Maria Fiorini

Diagramação Claudia Fatel Lino

Revisão de texto Maurício Katayama

Capa Leandro Cunha

Imagem da capa Roberto Barboni

Rua Pedroso Alvarenga, 1245, 4o andar

04531-012 – São Paulo – SP – Brasil

Tel.: 55 11 3078-5366

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Segundo o Novo Acordo Ortográfico, conforme 6. ed. do VocabulárioOrtográficodaLíngua Portuguesa, Academia Brasileira de Letras, julho de 2021.

É proibida a reprodução total ou parcial por quaisquer meios sem autorização escrita da editora.

Todos os direitos reservados pela Editora Edgard Blücher Ltda.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Angélica Ilacqua CRB-8/7057

Barboni, Ayrton Matemática com aplicações tecnológicas: geometria analítica / Ayrton Barboni, Walter Paulette ; organização de Dirceu D’alkmin Telles. - São Paulo: Blucher, 2023. 474 p. (vol. 5)

Bibliografia

ISBN 978-65-5506-103-1

1. Matemática - matrizes, determinantes, sistemas lineares. Geometria analítica I. Título II. Paulette, Walter III. Telles, Dirceu D’alkmin

21-5320 CDD 516.3

Índice para catálogo sistemático:

1. Matemática - Problemas, questões, exercícios.

Capítulo 1 MATRIZES 19

1.1 Introdução 19

1.1.1 Representação de matrizes 20

1.2 Tipos de matrizes 21

1.2.1 Matriz identidade e matriz nula 21

1.2.2 Matriz transposta 21

1.3 Igualdade de matrizes 22

1.4 Operações com matrizes 23

1.4.1 Adição de matrizes 23

1.4.1.1 Propriedades da adição 24

1.4.2 Subtração 27

1.4.3 Multiplicação de matriz por número real 28

1.4.4 Multiplicação de matrizes 28

1.4.4.1 Propriedades da multiplicação 30

1.4.5 Inversão de matriz 35

1.4.5.1 Procedimento para obter a inversa de uma matriz 37

Capítulo 2 DETERMINANTES 41

2.1 Introdução 41

2.1.1 Regra de Sarrus (válida somente para determinantes de ordem 2 e 3) 43

2.1.2 Cálculo de um determinante de ordem 2 44

2.1.3 Teorema de Laplace (válido para matrizes quadradas de ordem ,2nn ≥ ) 45

2.2 Propriedades dos determinantes 49

CONTEÚDO

2.2.1

2.2.2

Matemática com aplicações tecnológicas – Geometria analítica – Volume 5

Propriedade 1 – Matriz transposta 50

Propriedade 2 – Todos os elementos de uma fila iguais a zero 50

2.2.3 Propriedade 3 – Permuta de filas paralelas 50

2.2.4

2.2.5

Propriedade 4 – Determinante possui duas filas iguais 52

Propriedade 5 – Multiplicação de uma fila por número real 52

2.2.6 Propriedade 6 – Filas proporcionais 55

2.2.7 Propriedade 7 – Teorema da adição de filas 55

2.2.8 Propriedade 8 – Teorema de Jacobi 56

2.2.8.1 Aplicações do teorema de Jacobi 57

2.2.9

Propriedade 9 – Produto de matriz por sua transposta de matriz dos cofatores 59

2.2.10 Propriedade 10 – Inversão de matrizes utilizando matriz dos cofatores 60

Capítulo 3 SISTEMAS DE EQUAÇÕES LINEARES 65

3.1 Introdução 65

3.2 Sistemas de equações lineares 67

3.2.1 Sistemas lineares de duas equações e duas incógnitas 67

3.2.2 Sistemas lineares de n equações e n incógnitas 70

3.2.3 Sistemas indeterminados 74

3.2.4 Sistemas impossíveis 77

3.2.5 Resolução de sistemas lineares por inversão de matriz 82

3.2.6 Resolução de sistemas lineares por escalonamento 87

3.2.6.1 Sistemas equivalentes 88

3.2.6.2 Sistemas escalonados 89

3.2.6.3 Resolução de sistemas lineares por escalonamento 89

3.2.6.4 Classificação dos sistemas lineares escalonados 93

Capítulo 4 VETORES 97

4.1 Introdução 97

4.2 Espaço vetorial 99

4.3 Espaço vetorial formado de segmentos de reta 100

4.3.1 Construção do conjunto V 100

4.3.2 Representação geométrica de V 104

4.3.3 Adição de vetores de V 106

4.3.3.1 Propriedades da adição 107

14

4.3.4 Multiplicação de número real por um vetor de V 109

4.3.4.1 Propriedades da multiplicação de escalar por um vetor 110

4.4 Vetor nulo e vetor unitário 111

4.5 Vetores paralelos 111

4.6 Versor de um vetor não nulo 112

4.7 Vetores coplanares 113

4.8 Ângulo entre dois vetores 113

4.9 Vetor diferença 114

Capítulo 5 COMBINAÇÃO E DEPENDÊNCIA LINEAR 125

5.1 Combinação linear e dependência linear de vetores 125

5.1.1 Combinação linear de vetores 125

5.1.2 Dependência linear 127

5.1.2.1 Conjunto de vetores linearmente dependente (LD) 128

5.1.2.2 Conjunto de vetores linearmente independente (LI) 128

Capítulo

6

BASE E SISTEMA DE REFERÊNCIA 137

6.1 Introdução 137

6.2 Base e sistema de referência de um espaço vetorial 137

6.2.1 Espaço vetorial de dimensão 1 137

6.2.2 Espaço vetorial de dimensão 2 138

6.2.2.1 Operações com vetores V2 em relação a (0, 

6.2.3 Espaço vetorial de dimensão 3 141

6.2.3.1 Operações com vetores de V3 em relação a (0,

6.3 Proposições 144

6.4 Bases ortonormais 147

6.4.1 Condição de ortogonalidade de vetores 149

6.5 Como obter um vetor a partir de dois pontos dados 150

6.6 Mudança de base 159

Capítulo 7 PRODUTO ESCALAR 167

7.1 Introdução 167

7.2 Produto escalar 167

7.2.1 Propriedades do produto escalar 168

15
u ,  v ) 140
 u ,  v ,  w
) 143
Conteúdo
16 Matemática com aplicações tecnológicas – Geometria analítica – Volume 5 7.3 Projeção ortogonal de um vetor  u na direção de   v ≠0 171 7.4 Cossenos diretores de um vetor 0   v ≠ 175
PRODUTO VETORIAL 179
Introdução 179
Produto vetorial 179 8.2.1 Propriedades do produto vetorial 180 8.2.2 Direção e sentido do produto vetorial 182 8.2.3 = sen  uvuv ∧ θ (sendo θ o ângulo formado por 0   u ≠ e 0   v ≠ ) 183
Capítulo 8
8.1
8.2
PRODUTO MISTO 191 9.1 Introdução 191 9.2 Produto misto 191 9.2.1 Propriedades do produto misto 192 9.2.2 Interpretação geométrica do produto misto 194 Capítulo 10 RETA 203 10.1 Introdução 203 10.2 Equação vetorial da reta 203 10.3 Equações paramétricas da reta 205 10.4 Equação simétrica da reta 205 10.5 Posição relativa entre duas retas 211 10.5.1 Critério para determinar se as retas são concorrentes, paralelas ou reversas 211 10.6 Intersecção de retas 213 10.7 Perpendicularismo entre retas 215 10.8 Ângulo entre retas 216
11 PLANO 221 11.1 Introdução 221 11.2 Equação vetorial do plano 221 11.3 Equações paramétricas do plano 223 11.4 Equação geral e linear do plano 223 11.5 Formas particulares da equação do plano 226
Capítulo 9
Capítulo

11.6 Posição relativa entre reta e plano 231

11.7 Intersecção entre reta e plano 232

11.8 Posição relativa entre plano e plano 233

11.9 Projeção ortogonal de uma reta num plano 235

Capítulo 12 DISTÂNCIA 239

12.1 Distância entre dois pontos 239

12.2 Distância entre ponto e reta 239

12.3 Distância entre ponto e plano 240

12.4 Distância entre reta e plano 242

12.5 Distância entre dois planos 243

12.6 Distância entre duas retas 244

Capítulo 13 SEÇÕES CÔNICAS 251

13.1 Introdução 251

13.2 Parábola 253

13.2.1 Reta tangente a um ponto da parábola 254

13.2.2 Equações reduzidas da parábola 256

13.2.2.1 Eixo da parábola coincidente com o eixo y 256

13.2.2.2 Eixo da parábola coincidente com o eixo x 258

13.2.3 Translação de eixos 261

13.2.3.1 Equações de parábolas 261

13.3 Elipse 267

13.3.1 Reta tangente a um ponto da elipse 268

13.3.2 Equações reduzidas da elipse 269

13.3.2.1 Elipse com focos sobre o eixo x 269

13.3.2.2 Elipse com focos sobre o eixo y 270

13.3.3 Equação geral da elipse 273

13.4 Hipérbole 274

13.4.1 Reta tangente a um ponto da hipérbole 276

13.4.2 Equações reduzidas da hipérbole 279

13.4.2.1 Hipérbole com focos sobre o eixo x 279

13.4.2.2 Hipérbole com focos sobre o eixo y 281

17
Conteúdo

Matemática com aplicações tecnológicas – Geometria analítica – Volume 5

13.4.3 Assíntotas da hipérbole 283

13.4.4 Equação geral da hipérbole 285

13.5 Circunferência 286

13.5.1 Equação reduzida da circunferência 287

13.5.2 Equação geral da circunferência 288

13.5.3 Discussão sobre a equação geral da circunferência 289

13.5.4 Posição relativa entre uma circunferência e uma reta 291

13.6 Equações gerais das cônicas 296

13.6.1 Circunferência 296

13.6.2 Elipse 299

13.6.3 Hipérbole 302

13.6.4 Parábola 305

13.6.5 Retas 306

13.6.6 Classificação das cônicas 308

RESPOSTAS DOS EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO 311

BIBLIOGRAFIA 327

APÊNDICE 1 329

APÊNDICE 2 341

APÊNDICE 3 343

APÊNDICE 4 345

APÊNDICE 5 347

BIOGRAFIAS 349

RESOLUÇÕES DOS EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO 353

18

` Identificar e classificar matrizes.

` Contextualizar as operações com matrizes.

` Determinar a matriz inversa.

1.1 INTRODUÇÃO

Uma editora produz revistas de esportes (E), científica (C) e religiosa (R) para público adolescente e adulto. Verificou-se que a produção realizada num determinado dia foi descrita pela tabela:

Os dados da tabela costumam ser apresentados na forma simplificada: 200304020030402003040

Essas formas de dispor os dados são conhecidas como matriz.

O problema apresenta uma matriz com duas linhas (público) e três colunas (revistas).

Revistas Público E C R Adolescente 200 30 40 Adulto 300 150 80
ouou 300150803001508030015080      
123 colunas 2003040 linhas 30015080 aaa   
1ª 2ª
MATRIZES1

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Outras matrizes:

Identificamos as matrizes por letras maiúsculas do alfabeto latino.

Os números apresentados na matriz são denominados elementos da matriz.

Entendemos, pela disposição dos elementos, que as matrizes têm forma retangular. Contudo, as que possuem apenas uma linha são denominadas matriz linha, as que possuem apenas uma coluna são denominadas matriz coluna e aquelas em que o número de linhas é igual ao de colunas são denominadas matriz quadrada

Vê-se, nos exemplos, que A e D são matrizes linha, D e F são matrizes coluna e as matrizes C, D e E são quadradas.

1.1.1 REPRESENTAÇÃO DE MATRIZES

Uma matriz é, em geral, representada por letra maiúscula do alfabeto latino, e os seus elementos são indicados por letras minúsculas indexadas: , ij a , sendo que i informa a linha e j a coluna de sua localização na matriz. 11121311

Entende-se que o elemento 23a está posicionado na 2ª linha e 3ª coluna da matriz A, que possui n linhas e m colunas.

Notação: (

a = , com

A ordem de uma matriz se refere ao seu número de linhas e colunas. Assim, a matriz A é de ordem x nm (lemos: ordem n por m). Diz-se, caso m = n, que a matriz é quadrada e de ordem n e pode ser representada por A n .

20
[ ]A2345 = 234 B 3158  =   23 C 38  =   [ ] D2 = E abc cab bca   =    2 3 F 7 2    =    12 G30 00   =    21 32 H 73 20    =   
21222322 123 123 ........ ........ ........................................................... A jm jm iiiijim nnn aaaaa aaaaa aaaaa aaa = njnmaa           
) x A ijm n
1e1injm ≤≤ ≤≤

Nota: Podemos deixar de indicar a ordem de uma matriz se não houver dúvidas sobre tal fato.

1.2 TIPOS DE MATRIZES

Apresentaremos, agora, algumas matrizes importantes para nosso estudo.

1.2.1 MATRIZ IDENTIDADE E MATRIZ NULA

Uma matriz quadrada é denominada matriz identidade de ordem n se possuir os elementos da diagonal principal: 11a , 22 a , 33 a , ... , ann todos iguais a 1 e os demais elementos iguais a zero.

Seguem algumas matrizes identidade:

MATRIZ TRANSPOSTA

Considere as matrizes:

diagonalsecundáriadiagonalprinc

diagonal secundária diagonal principal

Se todos os elementos de uma matriz forem iguais a zero ela é denominada matriz nula. Nesse caso, não é necessário que a matriz seja quadrada.

Vemos que os elementos da primeira coluna de A coincidem com os da primeira linha de B e, também, que os da segunda coluna de A coincidem com os da segunda linha de B e, certamente, o mesmo ocorre ao consideramos as colunas de B e linhas de A. Nesse caso, dizemos que B é matriz transposta de A (notação: B = At ) ou que A é a transposta de B (notação: A = B t ).

21 Matrizes
2 10 I 01  =   , 3 100 I010 001   =    e 4 1000 0100 I 0010 0001
ipal    =   
2x2 2 00 0 00  =   , 3x3 3 000 0000 000   =    e 24 24 0000 0 0000 x x  =   1.2.2
3x2 27 A315 48   =    e 2x3 234 B 7158  =  

DETERMINANTES2

` Conceituar determinante.

` Calcular o determinante de matriz quadrada de ordem 2 e ordem 3.

` Calcular o determinante de matriz quadrada de ordem superior a 3.

2.1 INTRODUÇÃO

Queremos associar a cada matriz quadrada um número real, que será denominado determinante da matriz.

Tomemos, para ilustrar nossa apresentação, uma matriz quadrada de terceira ordem

111213 212223 3132333x3

Consideremos:

a) Todos os produtos formados por três elementos distintos da matriz, de modo que em cada um desses produtos haja um único elemento de cada linha e de cada coluna.

Forma de estabelecer os produtos dos três elementos distintos em A:

1º) Considerar os indexadores do produto dos elementos da diagonal principal como referência e permutar apenas os seus índices referentes às colunas para se obter novos produtos:

112233aaa

Portanto, temos os produtos:

A aaa aaa aaa   =    
112233aaa , 112332aaa , 122133aaa , 122331aaa , 132132aaa e 132231aaa

Matemática com aplicações tecnológicas – Geometria analítica – Volume

Dizemos que os elementos dos produtos formados possuem inversões sempre que a sequência dos números das colunas não estiver em ordem numérica natural.

Veja que no produto ( 112332aaa ) os elementos das colunas são 1, 3 e 2, e há uma só inversão (permuta índices 3 e 2), e no produto ( 122331aaa ) os elementos das colunas são 2, 3 e 1, e há duas inversões (permutam índices 2 e 1 e, também, 3 e 1).

Diz-se que as inversões são de classes pares ou classes ímpares conforme o número de inversões seja em quantidade par ou ímpar:

Logo, ( 112332aaa ) é de classe ímpar e ( 122331aaa ) é de classe par.

2º) Obter as duas classes pares e ímpares de produtos com três elementos distintos em A:

Os produtos ( 112233aaa ) , ( 122331aaa ) e ( 132132aaa ) são de classe par e os produtos ( 132231aaa ), ( 112332aaa ) e ( 122133aaa ) são de classe ímpar.

b) os produtos de classe par serão multiplicados por (+1) e os de classe ímpar por (–1).

A soma algébrica dos produtos acima formados será denominada determinante da matriz A.

Logo, o determinante da matriz A quadrada de terceira ordem é dado por:

Notação usual para o determinante da matriz A:

Dizemos que a ordem de um determinante é igual à de sua matriz. O exemplo acima apresentado é um determinante de terceira ordem:

O procedimento para se obter o determinante de uma matriz de ordem ,2,nn ≥ é o mesmo que foi descrito acima. Os cálculos demandam muito trabalho e atenção!

Uma forma prática de se obter o determinante de uma matriz quadrada de terceira ordem é dada pela regra de Sarrus:

42
5
[a11a22a33+a12a23a31+a13a21a32]–[a13a22a31+a11a23a32+a12a21a33]
detA , ∆ , A ou 111213 212223 313233 aaa aaa aaa (1)
det A = [a11a22a33+a12a23a31+a13a21a32]–[a11a23a32+a12a21a33+a13a22a31] (2)

PIERRE FRÉDÉRIC SARRUS

Nascido em Saint-Affrique em 10 de março de 1798 e falecido em 20 de novembro de 1861, foi um matemático francês, membro da Académie des Sciences, em Paris. É autor de vários tratados, incluindo uma solução de equações numéricas com múltiplas incógnitas, outra com múltiplas integrais e suas condições integrantes. Ele também descobriu uma regra mnemônica para solucionar o determinante de uma matriz 3×3, chamada regra de Sarrus, um método fácil para a resolução de uma matriz 3×3.

2.1.1 REGRA DE SARRUS

(VÁLIDA SOMENTE PARA DETERMINANTES DE ORDEM 2 E 3)

Procedimento para obter determinantes de ordem 3:

1112131112

2122232122

3132333132

a) dispor as duas primeiras colunas do determinante (1) ao lado da terceira coluna;

b) somar os produtos dos três elementos de cada uma das transversais paralelas à diagonal principal: [a

a

a32];

c) somar os produtos dos três elementos de cada uma das transversais paralelas à diagonal secundária: [

; e

d) subtrair o valor obtido em (c) do obtido em (b), resultando o determinante da matriz A, isto é,

Comparando este resultado com (2), vemos confirmado que o determinante da matriz A é a diferença entre a soma dos produtos de classe par e a soma dos produtos de classe ímpar.

43 Determinantes
aaaaa aaaaa aaaaa classeímparclassepar
22
12a23a31+
13
11a
a33+a
a
21
a13a22a31+a11a23a32+a12
a21a33]
det A = [a11a22a33+a12a23a31+a13a21a32]–[a13a22a31+a11a23a32+a12a21a33]

SISTEMAS DE EQUAÇÕES LINEARES 3

` Apresentar sistemas lineares ilustrados por situações-problema.

` Reconhecer e classificar sistemas lineares.

` Resolver sistemas lineares pela regra de Cramer, inversão de matrizes e método de escalonamento.

3.1 INTRODUÇÃO

Chama-se equação linear a toda sentença da forma:

112233 nnxxxx aaaab +++ += , sendo reais as incógnitas 123,,,..., xxxxn , os coeficientes das incógnitas 123,,,..., aaaan e o termo b independente de variável.

Caso 0 b = , a equação é denominada de equação linear homogênea.

Exemplo 3.1:

São equações lineares: 2527,34e530... xyzxyzxy +=+= +−=− , pois os expoentes das incógitas são iguais a 1.

Não são lineares: 43210,30eln(2)sen0... x xxxexxx −−+=−−=+=

Dizemos que um conjunto de equações lineares forma um sistema linear. Portanto, um sistema linear de m equações e de n incógnitas tem a forma:

A solução de um sistema linear é uma n-upla de reais ordenados 123 () ,,,..., sn sss que, simultaneamente, é solução de todas as equações do sistema.

Se 123,,,..., bm bbb forem todos zeros, o sistema é denominado de homogêneo Queremos resolver sistemas de n equações lineares com n incógnitas e, para isto, vamos iniciar com exemplos de sistemas lineares de 2 equações e 2 incógnitas.

Considere o seguinte problema:

Pedro e Ana Beatriz foram a uma padaria tomar o café da manhã. Pedro pediu 1 xícara de café e 2 pães de queijo e Ana pediu 2 cafés e 3 pães de queijo. Pedro pagou R$ 8,00, e Ana Beatriz, R$ 13,00 pelos produtos consumidos. Qual é o preço do café e do pão de queijo cobrados pela padaria?

Solução:

Sejam as matrizes A do consumo dos produtos e X dos preços dos produtos, sendo que x é o preço do café, y do pão de queijo e B a matriz dos gastos efetuados por Pedro e Ana Beatriz:

Consideremos a equação matricial x AX=B , isto é, o produto da matriz consumo pela matriz dos preços praticados, resultando na matriz dos gastos:

Efetuando o produto indicado e comparando os elementos da matriz obtida com os correspondentes valores da matriz B, obtemos o sistema de equações lineares:

66 Matemática com aplicações tecnológicas – Geometria analítica – Volume 5 11112213311 21122223322 112233 ... ... ... ........................................................................................ nn nn mmmmnnm axaxaxaxb axaxaxaxb axaxaxaxb        ++++= ++++= ++++=
12 A 23  =   , X x y  =   e 8 B 13  =   .
x 128 2313 x y    = .
128 2313 xy xy +=   += 

Sistemas de equações lineares

e, daí, =2 x e =3 y é a solução do sistema.

O gráfico cartesiano (Figura 3.1) apresenta as retas obtidas a partir das equações do sistema:

Vemos que as retas se interceptam num só ponto e, por isso, o sistema é denominado de possível e determinado. Se as duas retas fossem coincidentes, o sistema possuiria infinitas soluções e seria denominado de sistema possível e indeterminado. Se as retas fossem paralelas, não teriam ponto comum e, nesse caso, o sistema seria denominado de sistema impossível.

3.2 SISTEMAS DE EQUAÇÕES LINEARES

Apresentaremos procedimentos para resolver sistemas com duas equações e duas incógnitas e, também, de n equações e n incógnitas.

3.2.1 SISTEMAS LINEARES DE DUAS EQUAÇÕES E DUAS INCÓGNITAS

Considere uma equação matricial semelhante ao problema de Pedro e Ana Beatriz:

67
Figura 3.1
1 2 1112 2122 x xb yb aa aa            = A partir dela,
11121 21222 (1) (2) axayb axayb +    +=   = Multiplicando a equação (1) por 22 a e a equação (2) por ( 12 a
segue
obtemos o sistema linear de duas equações e duas incógnitas:
),

VETORES4

` Conceituar vetor.

` Apresentar propriedades dos vetores.

` Definir ângulo entre vetores.

4.1 INTRODUÇÃO

O conceito de vetor é formalmente conhecido quando se estudam as Estruturas Algébricas apresentadas nos cursos de Álgebra no ensino superior.

Pretendemos, nesta oportunidade, apresentá-lo de modo prático.

Consideremos um conjunto V não vazio (podendo ser conjunto de matrizes, polinômios, números complexos, funções lineares etc.) e sobre ele definimos uma:

a) operação interna, denominada de adição (opera dois elementos de V e tem resultado em V) com as propriedades: associativa, comutativa, elemento neutro, elemento inverso aditivo (oposto); e uma

b) operação externa, denominada de multiplicação por escalar, que opera um elemento de V com outro de um conjunto K não vazio e com resultado em V (ver Exemplo 4.1(2)).

O conjunto V, munido das operações de adição e de multiplicação por escalar, terá uma estrutura algébrica de espaço vetorial, sendo os elementos de V denominados vetores e os elementos de K escalares.

Utilizaremos exemplos com matrizes para nos ajudar a entender o conceito de vetor.

Exemplo 4.1:

Seja V o conjunto das matrizes quadradas de ordem 2 e K o conjunto de números reais.

rações habituais de adição de matrizes (operação interna) e multiplicação do número real k por uma matriz (operação externa):

Apresentaremos, utilizando exemplos (sem demonstração formal), as propriedades das operações de adição de matrizes e multiplicação de uma matriz por um escalar. 1.

98
5
as
12 34 aa A aa     = , 12 34 bb B bb     = , 12 34 cc C cc     = , 00 0 00    = , e as ope-
A: 12121122 34343344 b aababab AB aabbabab ++       ++       +=+= M: 12 34 . kaka kA kaka     = , K= k ∈ � ℝ
Matemática com aplicações tecnológicas – Geometria analítica – Volume
Sejam
matrizes
Adição
Consideraremos as matrizes 10 32, A  =   24 e 01 B  =   05 13 C  =   apenas para ilustrar as propriedades.
A1: Associativa ()() ABCABC ++=++ , ,,VABC ∀∈ (“ ∀ ” lê-se: todo ou qualquer) ()ABC++= 102405 320113        ++ = 1029 3214    + = 39 46    ()ABC ++ = 102405 320113        ++ = 3405 3313    + = 39 46    • A2: Elemento neutro: 0 ∈ V, pois 00 AAA +=+= , V A ∀∈ 1000 0 3200 A    +=+ = 10 32    = A = 0010 0032    + = 0 A + • A3: Elemento inverso aditivo (oposto) V A ∀ ∈ existe ()V A −∈ tal que ()AA+−= ()0 AA −+=
(A) Verificando as propriedades:

2. Multiplicação por escalar (M)

• M4: V A ∀∈ , 1. AA = , sendo 1 o elemento unidade de

4.2 ESPAÇO VETORIAL

O conjunto V, munido das operações A de adição e M de multiplicação por escalar, valendo as propriedades A1, A2, A3, A4 e M1, M2, M3, M4, tem a estrutura algébrica de espaço vetorial sobre K (no Exemplo 4.1 - K= � ℝ).

99 Vetores ()AA+−= 10 32    + 10 32    = 00 00    = e ()AA −+= 10 32    + 10 32    = 00 00    = 0 • A4: Comutativa: ABBA +=+ , ,VAB ∀∈ AB + = 1024 3201    + = 34 33    = 2410 0132    + = BA +
Verificando as propriedades: • M1: V A ∀∈ e , αβ∈ � , tem-se ( ) .(.).AAαβαβ = 100()0.(.)...32323()2() A βαβ αβαβα ββαβαβ        = = = = ( ) 10 . 32 αβ    = ( ) . A αβ • M2: V A ∀∈ e , αβ∈ � , tem-se ( ) ... AAAαβαβ +=+ : ( ) ()..10()000 323()2()3232 A αβ αβ αβαβ αβαβααββ          + +=+= =+= ++ 1010 ... 3232 AAαβαβ    =+=+ • M3: ,VAB ∀∈ e α ∈ � , tem-se .().. ABABααα +=+ .() AB α += 1024 . 3201 α        + = .α 34 33    = 34 33 αα αα    . AB αα+= 024 320 α αα αα α       += 204 302 ααα ααα    ++ = ++ 34 33 αα αα    .

COMBINAÇÃO E DEPENDÊNCIA LINEAR 5

` Conceituar dependência linear de vetores.

` Exemplificar conjuntos de vetores linearmente dependentes e independentes.

Vimos que o espaço vetorial (V, +, . ) dos segmentos orientados dispõe de duas operações, a interna, de adição e, a externa, de multiplicação por escalar. Pretendemos estudar as condições para que um vetor de V possa ser escrito a partir de outros vetores de V, relacionando-os, de modo conveniente, utilizando as operações definidas de adição e multiplicação por escalar.

5.1 COMBINAÇÃO LINEAR E DEPENDÊNCIA LINEAR DE VETORES

Acreditamos que os conceitos de combinação linear (CL) e de dependência linear serão melhor entendidos se forem apresentados a partir de dois vetores e, depois, generalizados para uma quantidade qualquer finita de vetores.

5.1.1 COMBINAÇÃO LINEAR DE VETORES

Sejam u  e v  dois vetores não nulos e não paralelos de V. Considerando dois números reais 1α e 2α quaisquer, teremos os vetores 1 u α  e 2 v α  que deverão ser, respectivamente, paralelos a u  e v 

O vetor 12uvαα +  representa todas as somas obtidas com base em u  e v 

Chamamos a cada vetor 12 wuv =+αα   de uma combinação linear (CL) dos vetores u  e v 

Matemática com aplicações tecnológicas – Geometria analítica – Volume 5

Exemplo 5.1:

Dados os vetores:

Tem-se:

Portanto, a cada par de números reais 1α e 2α estará associado um vetor w  . Nessas condições, imagina-se uma infinidade de vetores  que são gerados por u  e v  .

Definição 5.1. Generalizando:

, (n ≥ 1), vetores distintos de um conjunto V e escalares (números reais) 1234 ,,,,..., nααααα , (n ≥ 1). O vetor w  tal que:

Sejam 1234 ,,,,..., nvvvvv

126
Figura 5.1

11223344 ........nn wvvvvv ααααα =+++++ 
(a) (b)

5.1.2 DEPENDÊNCIA LINEAR

Queremos discutir 0 w =   como combinação linear de um conjunto finito com n vetores de V, isto é,

A pergunta que se faz é: a única maneira de se obter o vetor 0  é tornando todos os coeficientes da soma de vetores iguais a zero?

Afirmamos que existe a possibilidade em certos casos de obtermos o resultado 0  sem que todos os coeficientes dos vetores sejam zero. Exemplificaremos as situações utilizando dois vetores.

a) Seja o conjunto { u  , v  } de vetores de V, com u  e v  paralelos e não nulos.

Se u  é paralelo a v  , então existe um número real (escalar) k ≠ 0 tal que v  = k . u  . Nesse caso, o módulo de v  é | k | vezes o módulo de u  . Vê-se que 0  = -1. v  + k. u  .

Note, no exemplo, que os coeficientes dos vetores u  e v  não são todos zeros.

A outra possibilidade de se escrever o vetor nulo é o caso óbvio 0  = 0. v  + 0. u  .

b) Seja o conjunto { u  , v  }, com u  e v  não nulos e não paralelos.

Neste caso, a única maneira de escrever o vetor nulo é com os coeficientes de u  e de v  ambos iguais a zero: 0  = 0. v + 0. u  . Vejamos:

Imaginem a possibilidade de se obter 0..rusv=+   , sendo:

1º) apenas um dos coeficientes r ou s igual a zero. Se, por exemplo, r = 0, então teríamos 0  = 0. u  + s. v  e, daí, 0  = s . v  e, assim, v  = 0  . Esse fato contradiz a hipótese de que os vetores não seriam nulos. Isso ocorreu por termos admitido que apenas um dos coeficientes fosse igual a zero.

2º) os coeficientes r e s não são iguais a zero. Assim, de 0  = r. u  + s. v  , temos que . sv  = - r u  e, daí, (/). vrsu =−  , evidenciando que u  e v  sejam paralelos, mas isso é uma contradição, pois supomos que u  não seria paralelo a . v  A contradição ocorreu porque admitimos que r e s eram diferentes de zero.

Logo, r e s são ambos iguais a zero.

127 Combinação e dependência linear é uma combinação linear
vetores 1234 ,,,,... n vvvvv  , com coeficientes 12,,αα 34,,..., n ααα
dos
011223344........nn vvvvv ααααα =+++++  

BASE E SISTEMA DE REFERÊNCIA 6

` Conceituar base e sistema de referência de um espaço vetorial.

` Conhecer bases ortogonais.

` Exemplificar mudança de base.

6.1 INTRODUÇÃO

Vamos entender as condições para que um número mínimo de vetores de um dado espaço vetorial nos permita escrever todos os vetores desse espaço como combinação linear desses vetores e, assim, constituir um sistema de referência.

6.2 BASE E SISTEMA DE REFERÊNCIA DE UM ESPAÇO VETORIAL

Consideremos um conjunto de vetores linearmente independentes de um espaço vetorial V. Diz-se que esse conjunto de vetores constitui uma base E de V se todo vetor de V for uma combinação linear dos vetores de E.

O fato de E ser uma base de V equivale a dizer que E gera V e que a dimensão de V, indicada por dimV, é igual ao número de vetores de E.

Os conceitos acima motivam o que segue.

6.2.1 ESPAÇO VETORIAL DE DIMENSÃO 1

Suponha que V1 seja o espaço vetorial sobre ℝ, cujos vetores são classes de equivalência de segmentos equipolentes considerados numa reta.

Os vetores de V1 têm a direção da reta r, portanto, são paralelos.

• Sistema de referência - V1

Se O é um ponto fixo de r e 0 v ≠   um vetor que tem a direção de r, torna-se possível imaginar uma correspondência biunívoca (de um para um) entre os vetores de V1 com origem em O e os pontos de r, pois a extremidade de cada representante dos vetores de V1 estará associado a um ponto P de r.

O conjunto { v  } formará uma base E de V1, isto é, a cada vetor w  de V1 existirá λ real tal que wv λ =  . O valor λ será a abscissa de P em r em relação à origem O.

A base E será denotada por E = ( v  ). Toda base de V1 deverá possuir exatamente um vetor não nulo com direção de r e, por isso, dizemos que V1 tem dimensão 1 (notação: dimV1= 1). Entendemos que (O, v  ), em que O é ponto fixo de r e v  não nulo formando uma base E, constitui um referencial em V1.

6.2.2 ESPAÇO VETORIAL DE DIMENSÃO 2

Suponha que V2 seja o espaço vetorial sobre ℝ, cujos vetores são classes de equivalência de segmentos equipolentes consideradas num plano.

Imaginemos os vetores de V2 representados num plano π

138
– Volume 5
Matemática com aplicações tecnológicas – Geometria analítica
Figura 6.1(a) Figura 6.1(b)

Vimos, no Exemplo (b) do item 5.1.2, que dois vetores não nulos e não paralelos formam um conjunto LI e, no caso 1 do Exemplo 5.2, que três vetores não nulos e coplanares formam um conjunto LD. Assim, se considerarmos os vetores u  e v  não nulos e não paralelos, então qualquer outro vetor w  de V2 é escrito como combinação linear de u  e v  . Isto é, existem 1α , 2α e 3α reais não todos iguais a zero, tais que:

Supondo 30α ≠ , tem-se

Entende-se que os vetores u  e v  formam um conjunto LI e constituem uma base E para V2, e que os demais vetores de V2 são escritos como combinação linear de u  e v  .

A base E é denotada por E = ( u  , v  ).

• Sistema de referência – V2

Observe a construção no plano π :

139 Base e sistema de referência
Figura 6.2
1230 uvw ααα++=   .
12 33 wuv αα αα  +    =  .
Figura 6.3

PRODUTO ESCALAR 7

` Conceituar produto escalar e apresentar propriedades.

` Obter ângulos entre vetores e projeção de um vetor na direção de outro vetor.

` Calcular altura e área de triângulos.

7.1 INTRODUÇÃO

A operação produto escalar será definida para vetores de V3 em relação à base ortonormal E = ( i  , j  , k  ).

7.2 PRODUTO ESCALAR

Sejam os vetores 123 (,,)uuuu =  e 123 (,,)vvvv =  . O produto escalar dos vetores u  e v  é o número real

11 22 33 .. . uv uv uv uv rr •
r ou x uv  ou < , uv  > ou u  | v  (lê-se: produto escalar de u  por v  ).
7.1: a) Se (2,1,3) u =  e (5,3,2) v =  , então 2.5 1.3 3.2 uv rr = 10 + 3 + 6 = 19
Se (2,1,4) u =−  e (5,3,1) v =−  , então (2).5 1.( 3) 4.1 uv rr = 9
Se (1,0,0) i =  e (1,0,0) i =  , então 1.1 0.0 0.0 ii rr = 1
Notações: uv r
Exemplo
b)
c)

Matemática com aplicações tecnológicas – Geometria analítica – Volume 5

d) Se (0,1,0) j =  e (0,1,0) j =  , então 0.0 1.1 0.0 j j rr = 1

e) Se (1,0,0) i =  e (0,1,0) j =  , então 1.0 0.1 0.0 ij rr = 0 (observe: ij ⊥  ).

7.2.1 PROPRIEDADES DO PRODUTO ESCALAR

Sejam 123 (,,)uuuu =  , 123 (,,)vvvv =  e 123 (,,)wwww =  vetores de V3 em relação à base ortonormal E = ( i  , j  , k  ) e ℝ.

1. Comutativa: uv r r = vu r r

r r = = 112233 ... uvuvuv ++ = 112233 ... vuvuvu ++ = vu r r

2. Produto de um real por produto escalar ()uv r r = ()uv rr = () uv rr

168
uv
()
,, )) (, ,) uu uv vv = 12 31 23 (, ,) (, ,) uu uv vv = 112233 ... uvuvuv α ++αα = 112233 (...) uvuvuv α ++ = () uv rr ()uv rr = 12 31 23 (, ,) (( ,, )) uu uv vv = 12 31 23 (, ,) (, ,) uu uv vv = 112233 ... uvuvuv ααα ++ = 112233 (...) uvuvuv α ++ = () uv rr 3. Distributiva: ()uv wu vu w rr rr rr r 12 31 23 12 3 () (, ,) (( ,, )((, ,)) uv wu uu vv vw ww rr r = = 12 31 12 23 3 (, ,) (, ,) uu uv wv wv w = = 111222333 ()()() uvwuvwuvw +++++ = = 111122223333 uvuwuvuwuvuw +++++ = = (112233112233 )() uvuvuvuwuwuw +++++ = = uv uw rr rr 4. Produto escalar de um mesmo vetor: 2 uu u rr r ou, equivalentemente, uu u rr r a) Sabemos do item 6.4, “Bases Ortonormais”, que 222 123 uuuu ++ =  ou 2222 123 uuuu ++ =  . u 
uv r r = 12 31 23 ((

Comparando (a) e (b), temos que

Observação 7.1

Vê-se

Aplicando as propriedades 7.2.1(4),

e

ao primeiro membro de (1), segue:

Comparando (1) e (2), teremos:

Portanto, se desejarmos obter o valor α , em radianos ou graus, do ângulo interno do triângulo OAB em O, basta interpretar o resultado da relação:

169 Produto escalar
12
(, ,) uu uu uu uu rr = 112233 ... uuuuuu ++ = 222 123 uuu ++
b)
31 23 (, ,)
2 uu u rr r
r r
uuu===
uv r r = u  v  . cos α , supondo-se 0 u ≠   , 0 v ≠   e α o ângulo entre u  e v  Seja v r v r u r u r e BA = , OB = OA = rr r .
a lei
no triângulo OAB, tem-se: v r | | v r v r u r | | u r u r | | 2 | | | | 2 + = 2 2 cos α (1)
v r v r v r u r u r u r | | 2 | | | | 2 + = 2 2 v r v r v r v r v r v r v r u r u r u r u r u r u r u r | | -+ - - = ( - ) ( - ) = 2 (2)
que 0 uu rr . Caso uu
= 0 , segue que 1230
. 5. Lei dos cossenos:
Considerando
dos cossenos
7.2.1(3)
7.2.1(1)
uv r r = u  v  cos α
cos uv uv rr rr , sendo 0 u ≠   , 0 v ≠   (ver Observação 7.2)
Figura 7.1

PRODUTO VETORIAL8

` Definir produto vetorial e apresentar propriedades.

` Obter a direção e sentido do produto vetorial de dois vetores.

` Calcular altura e áreas de triângulos e quadriláteros.

8.1 INTRODUÇÃO

A operação produto vetorial será definida para vetores de V3 em relação à base ortonormal positiva E = ( i  , j  , k  ).

8.2 PRODUTO VETORIAL

Sejam os vetores 123 (,,)uuuu =  e 123 (,,)vvvv =  . O produto vetorial dos vetores u  e v  é o vetor

Exemplo 8.1:

Dados os vetores u  = (2,0,1) e

= (3,1,2), pede

233112 233112 uuuuuu uvijk vvvvvv ∧ =++   
∧  ou x uv  (lê-se:
).
Notações: uv
produto vetorial de u
e v 
uv ∧  .
011220 122331 uvijk ∧ =++    = 112ijk −+   ou (1,1,2) uv ∧ =−−  .
v
Solução:

Observação 8.1

imaginá-lo “como se fosse” a expansão do determinante

Uma forma mais fácil de obter o produto vetorial

pela regra de Laplace, aplicada a sua primeira linha.

Veja a coincidência do resultado desse procedimento quando comparado com o do Exemplo 8.1 acima, no qual a definição foi aplicada:

Note que a ordem dos vetores no interior do determinante simbólico para obter uv

segue a ordem da indicação do produto vetorial, primeiro

depois

Observe também que a mudança de ordem dos vetores no interior do determinante implica resultados distintos:

O exemplo mostra que os vetores uv ∧

e vu

são opostos. Esse fato ocorre porque a segunda e terceira linhas dos “determinantes” estão permutadas!

Veja que os módulos dos vetores são iguais:

Entendemos que a igualdade do produto vetorial com a obtida pela expansão do determinante é apenas formal!

8.2.1 PROPRIEDADES DO PRODUTO VETORIAL

A correspondência estabelecida entre o produto vetorial e a expansão do determinante por Laplace, aplicado a sua primeira linha, nos permitirá memorizar as propriedades do

180
– Volume 5
Matemática com aplicações tecnológicas – Geometria analítica
uv ∧ 
123 123 ijk uuu vvv  
é
201 312 ijk uv ∧ =    012120 123231 ijk=−+   = 112ijk −+   (1,1,2)=−−
∧ 
u  e
v  .
201 312 ijk uv ∧ =    (1,1,2)=−− e 312 201 ijk vu ∧ =    (1,1,2)=−


222 (1)(1)26 uv ∧ =−+−+=  e 222 11(2)6 vu ∧ =++−= 

produto vetorial, simplesmente considerando as propriedades dos determinantes, estudadas no Capítulo 2.

V3 em relação à base ortonormal positiva

1.

O determinante troca o sinal quando se permutam duas de suas linhas (ver item 2.2.3).

2. Produto de um real por produto vetorial:

Se multiplicarmos uma linha do determinante por um número α real, o determinante fica multiplicado por α. Isto é, o produto vetorial será multiplicado por α se apenas um dos vetores que participa da operação for multiplicado por α. A

Se os elementos de uma linha do determinante são somas de n parcelas (cada elemento da terceira linha possui duas parcelas), o determinante pode ser decomposto numa soma de n determinantes (no caso, dois determinantes), sendo que cada um deles tem os elementos da linha correspondente formada com uma das parcelas das somas inicialmente indicadas, isto é, vale a propriedade distributiva do produto vetorial à esquerda (ou à direita) em relação à soma de vetores. Cuidado: lembre-se de que o produto vetorial não é comutativo!

O fato de que ()()()

181 Produto vetorial
uuuu
 , 123 (,,)vvvv =  e 123 (,,)ww ww =  vetores
E
( i  , j  , k  ) e α ∈ �
Sejam 123 (,,)
=
de
=
uv ∧  = –( vu ∧  ) 123123 123123 () ijkijk uvuuuvvvvu vvvuuu ∧∧ ==−=−   
Não comutativa:
()() uvuv αα∧∧ =  ou ()() uvuv αα ∧∧ =  . 123123 123123 ()() ijkijk uvuuuuuuvu vvvvvv αααααα ∧∧ = = =   
()() uvuv αα ∧∧ =  é análoga. 3. Distributiva: ()()() uvuvuw w ∧∧∧ +=+   ou ()()() uvwuwvw +=+∧∧∧  123123123 112233123123 ()()() ijkijkijk uvwuuuuuuuuuuvuw vvvvvvw wwwww ∧ ∧∧ += =+=+ +++     
confirmação da relação
uvwuwvw +=+∧∧∧  tem justificativa
análoga.

` Conceituar produto misto e apresentar suas propriedades.

` Calcular altura e volume de paralelepípedos, prismas e tetraedros.

9.1 INTRODUÇÃO

A operação produto misto será definida para vetores de V3 em relação à base ortonormal positiva E = ( i  , j  , k  ).

9.2 PRODUTO MISTO

Sejam os vetores 123 (,,)uuuu =  , 123 (,,)vvvv =  e 123 (,,)wwww =  . O produto misto dos vetores u  , v  e w  é o número real

Notações: uv w ∧ rr r • ou [ ] ,, uvw

Exemplo 9.1:

(lê-se: produto misto de u  , v  e w  ).

Dados os vetores u  = (2,0,1), v  = (3,1,2) e (2,3,0) w =  , pede-se uv w ∧

Solução:

.


rr r
uv w ∧ rr r • 201 312 230 uvw ∧ =  � = (0 + 0 + 9) – (2 + 12 + 0) = –5 .
PRODUTO MISTO 9

Matemática com aplicações tecnológicas – Geometria analítica – Volume 5

Observação 9.1

a) O produto misto, indicado por uv w ∧

) e w

se

, sugere que seja obtido pelo produto escalar dos vetores ( uv

b) Não é necessário utilizar parênteses para indicar o produto vetorial

quando se apresenta

, pois ele (produto vetorial) é realizado em primeiro lugar.

c) A expressão ()uv w

r • não representa produto misto de vetores, pois () vw

não é vetor e, nesse caso, não é possível realizar o produto indicado.

192

uv ∧  ) e w  com o produto misto obtido no Exemplo 9.1: 011220 201 122331 312 (1,1,2) ijk uvijk ∧ ==++=−−      e (2,3,0) w =  , isto é, uv w ∧ rr r • ()(1,1,2).(2,5,0)5 uvw ∧ =−−=−  � , mesmo resultado do produto misto. Generalizando a operação para três vetores
está
Veja que: 233112 233112 uuuuuu uvijk vvvvvv ∧ =++    e 123 wijk www=++    . Logo, ()uvw ∧ =  � • ()uvw ∧ =  � 23 31 12 23 31 12 uu uu uu ij k vv vv vv     ++ r rr 123 () ijkwww ++   = = 233112 123 233112 uuuuuu vvvvvv www ++ e, pela regra de Laplace, = 123 123 123 uuu vvv www .
rr r
. Essa percepção ganha credibilidade quando
compara o produto escalar dos vetores (
quaisquer, verificaremos que tal pressentimento
correto.
uv ∧ 
uv w ∧ rr r • ou w  • uv ∧ 
∧ rr
rr •
9.2.1 PROPRIEDADES DO PRODUTO MISTO Sejam 123 (,,)uuuu =  , 123 (,,)vvvv =  e 123 (,,)wwww =  vetores de V3 em relação à base ortonormal positiva E = ( i  , j  , k  ) e α ∈ �ℝ.

O produto misto é um determinante, e o seu valor se mantém inalterado quando as suas linhas são permutadas em número par de vezes.

Observe que o segundo produto misto, indicado acima, tem em sua terceira linha as coordenadas do vetor u  e o seu valor é igual ao do primeiro produto misto que tem as coordenadas de u  na primeira linha. O terceiro produto misto tem em sua primeira linha as coordenadas de w  e essas (coordenadas) aparecem na terceira linha do primeiro produto misto. Houve, nos dois casos, dupla permutação das linhas em relação ao primeiro determinante e, por isso, todos são iguais.

O determinante troca o sinal quando se permutam suas linhas em número ímpar de vezes. Assim, [ ] ,, uvw

,, vuw

. Houve permutação da primeira linha com a segunda, portanto, uma só mudança de posição. As coordenadas de u  passaram para a segunda linha do determinante.

O exposto acima nos permite entender que:

Observação 9.2

O ciclo nos ajuda a memorizar os produtos mistos de mesmo valor. Basta considerar os produtos que têm os seus vetores seguindo a ordem horária ou a anti-horária. Os produtos mistos de vetores em ordem horária têm sinais contrários aos produtos mistos dos mesmos vetores em ordem anti-horária.

Uma consequência dessa propriedade é que: ()

que o produto vetorial é realizado em primeiro lugar e, depois, o produto escalar que é comutativo. Temos, também, que

A propriedade é provada utilizando-se o fato:

“Um determinante fica multiplicado por α real se apenas uma de suas linhas for multiplicada por α .”

193 Produto misto 1.
,, uvw 
,, vwu 
] ,, wuv 
[ ]
= [ ]
= [
– [

 =
]
[ ] ,, vuw  = [ ] ,, uwv  = [ ] ,, wvu 
Figura 9.1
uvw ∧
 � • ()uvw ∧ =  � ()uvw ∧ =  � • ()uvw ∧ =  �, visto
uvw ∧ =  � • ()uvw ∧ =  � – ( vu ∧  )•()uvw ∧ =  � 2. [ ] .,,uvw α  = α [ ] ,, uvw 
=
()

RETA 10

` Apresentar as formas vetorial, paramétrica e simétrica das retas.

` Discutir a posição relativa entre duas retas: intersecção, perpendicularismo e ângulos entre elas.

10.1 INTRODUÇÃO

Consideremos em 3V o sistema de referência (O, i  , j  , k  ), sendo E = ( i  , j  , k  ) a base ortonormal positiva e O(0,0,0) a origem.

Apresentaremos três tipos de equações de retas: vetorial, paramétrica e simétrica.

10.2 EQUAÇÃO VETORIAL DA RETA

Podemos associar cada ponto P(x, y, z) do espaço a um vetor cujo representante tem origem em O e extremidade no ponto P, indicado por OP

= x i  + y j  + z k  ou, também, por OP(,,) xyz =

.

Sabemos que por dois pontos A e B distintos, existe uma só reta r que “passa” por eles. Os pontos A e B definem a direção da reta.

Uma equação da reta é obtida quando se conhecem as coordenadas de dois pontos fixos distintos ou, então, as coordenadas de um ponto fixo e a sua direção. A direção de uma reta é dada pela direção de um vetor 0 v ≠   paralelo a ela.




Seja A o ponto fixo de uma reta r e P um ponto qualquer de r. O vetor OP

é a soma dos vetores OA

O sentido e o comprimento de u

variam conforme a localização de P em r.

Se v  tem a direção de r, então v // u  Assim, existe λ real tal que u  = λ v  , que, substituído na sentença acima, resulta em:

denominada equação vetorial da reta r

Vemos, pela equação vetorial, que a cada valor do parâmetro λ corresponde um só ponto P de r.

Sendo OP

= (x, y, z), OA

=

Observação 10.1

então

equação vetorial de r é descrita por

Se forem dados dois pontos distintos da reta r : A AAA (,,) xyz e B BBB (,,) xyz , podemos tomar o vetor v  como

que a equação da reta não depende do módulo ou sentido de v

==−−−

percorre os valores em ℝ.

204
Volume 5
Matemática com aplicações tecnológicas – Geometria analítica –
Figura 10.1
 e
u =   . Isto é, OP  = OA  + u  .

AP
OP  = OA  + λ v  , λ∈ �ℝ,


AAA
v 
(a, b, c) ≠ 0 
AAA :(,,)(,,) rxyzxyz = + λ (a,b,c), λ∈ � ℝ (1)
(,,) xyz e
=
,
a
BBB ABAAA (,,) vxxyyzz
 
λ
, visto
e que

Exemplo 10.1:

Obtenha a equação vetorial da reta r, conhecendo-se os seus pontos A(2,1,0) e B(5,0,1).

Solução:

Temos que v  = AB  = (3,–1,1). Utilizando o ponto fixo A, segue de (1) que

r: (x, y, z) = (2,1,0) + λ (3,–1,1), λ∈ � ℝ.

10.3 EQUAÇÕES PARAMÉTRICAS DA RETA

Partindo da equação vetorial (1), temos que:

r: (x, y, z) = (xA + λa, yA + λb, zA + λc),

Estabelecendo a igualdade das respectivas coordenadas, teremos as equações:

denominadas de equações paramétricas de r.

Exemplo 10.2:

Partindo da solução do Exemplo 10.1 , dê as equações paramétricas da reta r

10.4 EQUAÇÃO SIMÉTRICA DA RETA

entre as componentes de u

205 Reta
r: A A A , xxa yyb zzc λ λλ λ      =+ =+∈ =+ � ℝ, (2)
r: 23 11, 01 x y z λ λλ λ      =+ =−∈ =+ �ℝ.
Solução:
o ponto A e o vetor v  de r . A Figura 10.1 mostra que u  = OP  – OA  = (x, y, z) –AAA (,,) xyz e, daí, AAA (,,)uxxyyzz =−−−  . O vetor u  é paralelo ao vetor direção da reta (,,)vabc =  . Se a, b e c não forem zeros,
razões
v 
Suponha conhecidos apenas
as
 e
são tais que:

` Apresentar as equações vetorial, paramétrica e geral dos planos.

` Discutir a posição relativa entre retas e planos e suas possíveis intersecções.

` Obter a projeção ortogonal de uma reta em um plano.

11.1 INTRODUÇÃO

Consideremos em 3V o sistema de referência (O, i  , j  , k  ), sendo E = ( i  , j  , k  ) a base ortonormal positiva e O(0,0,0) a origem.

Apresentaremos as equações do plano: equação vetorial, equações paramétricas, equação geral e linear do plano.

11.2 EQUAÇÃO VETORIAL DO PLANO

Sabe-se que existe um só plano que contém um conjunto de três pontos distintos A, B e C, não pertencentes a uma mesma reta. Entendemos que os três pontos determinam a posição do plano no espaço euclidiano.

Um plano β é identificado, de modo único, se forem conhecidos A, um de seus pontos, e dois vetores u  e  não nulos e não paralelos entre si, mas paralelos ao plano β Veja representantes u  e v  do plano β na Figura 11.1.

Os vetores u  e v  indicam uma família de planos paralelos a eles, e o ponto A define qual deles é o plano β . O comprimento e o sentido desses vetores são irrelevantes.

Os pontos A, B e C, distintos e não colineares, também definem o plano que os contém, de modo análogo ao de um ponto e dois vetores não nulos e não paralelos, pois se podem considerar o ponto A e os vetores u  = AB  e v  = AC 

PLANO11

Temos, na Figura 11.1, os pontos A AAA (,,) xyz , B BBB (,,) xyz e C CCC (,,) xyz , não colineares e P(x,y,z) um ponto qualquer do plano β

Os vetores u  = AB  = BBBAAA (,,) xxyyzz = 123 (,,) uuu e v =  AC =  CACACA (,,) xxyyzz = 123 (,,) vvv dão a orientação de β

Vemos que: OP  = OA  + AP

Sabemos que a cada posição de P existem λ e γ reais tais que AP

Portanto, tem-se:

Essa equação denomina-se equação vetorial do plano β

Vemos, pela equação vetorial, que a cada par de valores dos parâmetros λ e γ corresponde um só ponto P de β .

.

Sendo OP

= (x,y,z), OA

= AAA (,,) xyz , u  = 123 (,,) uuu e v  = 123 (,,) vvv , então a equação vetorial é dada por:

β : (x,y,z) = AAA (,,) xyz + λ 123 (,,) uuu + γ 123 (,,) vvv , , . (2)

Exemplo 11.1:

1. Obtenha a equação vetorial do plano β , sabendo-se que A(2,1,0) pertence a β e que β tem a orientação dos vetores u  = (2,1,3) e v  = (4,3,1) .

Solução:

Os vetores u  e v  são não nulos (os seus módulos são diferentes de zero) e não paralelos (as correspondentes coordenadas não são proporcionais). Utilizando o ponto A fixo de β , segue de (2), que:

β : (x,y,z) = (2,1,0) + λ(2,1,3) + γ (4,3,1), ,

222
– Volume 5
Matemática com aplicações tecnológicas – Geometria analítica
Figura 11.1


λ u 
γ v 
=
+
:OP β  = OA  + λ u  + γ v  (1)



2. Obtenha a equação vetorial do plano β , conhecendo-se os seus pontos A(2,1,0) e B(5,0,1) e C(3,2,5).

Solução:

Tomemos u  = AB  = (3,–1,1) e v  = AC  = (1,1,5) que não são nulos ou paralelos. Utilizando o ponto fixo A, segue de (2) que:

β : (x, y, z) = (2, 1, 0) + λ (3, –1, 1) + γ (1, 1, 5), , .

11.3 EQUAÇÕES PARAMÉTRICAS DO PLANO

Partindo da equação vetorial do plano

β : (x,y,z) = AAA (,,) xyz + λ 123 (,,) uuu + γ 123 (,,) vvv , , ,

temos que:

β : (x,y,z) = A11A22A33 (,,) uvuvuvxyzλγλγλγ ++++++ , , .

Estabelecendo a igualdade das respectivas coordenadas, obtêm-se as equações:

Essas equações denominam-se equações paramétricas de β .

Exemplo 11.2:

x y z

23 :1 ,, 05 x y z

 = 123 (,,) uuu

 = AAA (,,) xxyyzz .

não

223 Plano
A1 1 A2 2 A3 3 :, , uv uv uv
yy zz
xx
As equações paramétricas dos planos apresentados no Exemplo 11.1 são: 1. 22 4 :1 3, , 03 2.
11.4 EQUAÇÃO GERAL E LINEAR DO PLANO
Vemos na Figura 11.1 os vetores u
0
e v
= 123 (,,) vvv
0
,
paralelos, o ponto fixo A AAA (,,) xyz e um ponto qualquer P(x,y,z) do plano β , sendo o vetor genérico AP

DISTÂNCIA12

` Calcular distâncias entre pontos, ponto e reta e ponto e plano.

` Calcular distância entre reta e plano, plano e plano e reta e reta.

Consideremos em 3V o sistema de referência (O, i  , j  , k  ), sendo E = ( i  , j  , k  ) a base ortonormal positiva e O(0,0,0) a origem.

12.1 DISTÂNCIA ENTRE DOIS PONTOS

A distância entre dois pontos AAABBB e A(,,)B(,,) xyzxyz de 3V é dada pelo módulo do vetor AB  e indicada por d(A,B) (ver Capítulo 6, “Base e sistema de referência”, item 6.4, “Bases ortonormais”). A B

Temos que AB  = BBBAAA (,,) xxyyzz .

Então, d(A,B) = 222 BBBAAA ()()() xxyyzz −+−+− (1)

Exemplo 12.1:

Obtenha a distância entre os pontos A(1,3,5) e B(2,3,2).

Solução:

Temos que AB  = (2-1) i  + (3-3)  + (2-5) k 

Então, d(A,B) = 222 (21)(33)(25) −+−+− = 109 ++ = 10 .

12.2 DISTÂNCIA ENTRE PONTO E RETA

Dados um ponto 000 P(,,) xyz e uma reta AAA123 :(,,)(,,)(,,) rxyzxyzuuv λ = + , , queremos obter a distância de P a r, que será denotada por d(P,r). Entendemos

Matemática com aplicações tecnológicas – Geometria analítica – Volume 5

que a distância procurada é a menor medida dos segmentos de reta com origem em P e extremidade num ponto de r.

Tomemos um ponto AAA A(,,) xyz da reta r que tem direção 123 (,,)uuuu = 

A d(P,r) é igual à altura h do paralelogramo imaginário de base igual a u  , construído a partir do ponto A escolhido em r

Figura 12.1

Sabemos que a área do paralelogramo (Figura 12.1) é dada pelo produto da base u  pela altura h e também é dada pelo módulo do produto vetorial AP u ∧

, visto no Capítulo 8, “Produto vetorial”, item 8.2.3.

Assim, h. u  = AP u ∧

, isto é, d(P,r) = h =

Exemplo 12.2:

Obtenha a distância do ponto P(2,3,1) à reta r: (x,y,z) = (1,2,3) + λ (3,2,0), .

Solução:

Vamos escolher um ponto qualquer da reta r, por exemplo A(1,2,3), e construir o vetor AP

. Então, AP

= (1,1,–2) e u  = (3,2,0) é o vetor direção da reta.

ijk

 = 112 320

= (4, –6, –1) e AP u

= 16361 ++ = 53 e, também, que  = (3, 2, 0) e u  = 940 ++ = 13

∧   

u u

12.3 DISTÂNCIA ENTRE PONTO E PLANO

Dados um ponto 000 P(,,) xyz e um plano :0 axbyczd β +++= na forma linear, queremos obter a distância de P a β , que será denotada por d(P, β ). A distância procurada é a menor medida dos segmentos de reta de origem em P e extremidade em β .

240

 
AP u u ∧    (2)



 
Temos que AP u ∧ ∧  
Portanto, pela relação (2), segue que h = d(P,r) = AP
= 53 13 = 53 13

Seja AAA A(,,) xyz um ponto escolhido ao acaso em β e o vetor (,,) abc η =  normal a β.

Atribuindo valores para duas das variáveis na equação do plano β , por exemplo: A xx = e A yy = , obteremos A z . Assim, AAA A(,,) xyz β ∈ , isto é, AAA ...0 axbyczd+++=

Temos, também, que AP0A0A0A (,,) xxyyzz =

A distância de P ao plano é igual ao módulo da projeção de AP  na direção de

(ver Capítulo 7, “Produto escalar”, item 7.3, “Projeção ortogonal de um vetor u  na direção de 0 v ≠   ”). Portanto,

241 Distância

Figura
12.2
d(P, β
= projAP η   = AP r r r rr = AP r r rr η  = AP . r r rr η  = AP r r r (3) Substituindo
AP  e η  em (3), segue que: d(P, β ) = 0A 0A 0A 22 2 (, ,) (, ,) xx yy zz abc ab c = 0A0A0A 222 ()()() xxayybzzc abc = −+−+− ++ = = 000AAA 222 () xaybzcxaybzc abc ++−++ ++ . Entendendo que d = AAA () xaybzc−++ , temos: d(P, β ) = 000 222 xaybzcd abc +++ ++ . (4)
η 
)
as componentes dos vetores

SEÇÕES CÔNICAS13

` Reconhecer as superfícies cônicas.

` Identificar as cônicas: elipse, hipérbole, parábola e circunferência.

` Obter as equações das cônicas.

13.1 INTRODUÇÃO

Consideremos duas retas distintas e e g, concorrentes num ponto V e não perpendiculares. Se girarmos g em torno de e, teremos uma superfície de forma cônica com duas partes, que se estendem infinitamente em ambas as direções de e a partir de V. Chamaremos a superfície formada de cone de duas folhas.

Figura 13.1

O ponto V é chamado de vértice, a reta e de eixo de simetria e a reta g de geratriz do cone. Entendemos que toda reta do cone contém o ponto V e pode ser considerada uma geratriz.

Uma secção cônica ou, simplesmente, cônica é uma curva obtida pela interseção de um plano com o cone de duas folhas.

Se o plano π que intercepta o cone não contém V, então teremos:

• Elipse, se π não for paralelo a qualquer das geratrizes e interceptar apenas uma das folhas do cone (Figura 13.2(a)). Caso π seja perpendicular a e, teremos uma circunferência.

• Hipérbole, se π for paralelo a duas geratrizes e, neste caso, interceptar as duas folhas do cone, conforme ilustra a Figura 13.2(b).

• Parábola, se π for paralelo a uma só das geratrizes (Figura 13.2(c)).

A hipérbole, tal como o cone de duas folhas, possui dois ramos e deve ser entendida como uma só curva.

Se o plano π que intercepta o cone contém V, teremos, correspondentemente aos casos a), b) e c) da Figura 13.2, cônicas degeneradas: um ponto, duas retas concorrentes em V e uma só reta contendo V, conforme ilustra a Figura 13.3.

252
Volume 5
Matemática com aplicações tecnológicas – Geometria analítica –
Figura 13.2 Figura 13.3

As secções cônicas estão presentes em estudos de astronomia, arquitetura, indústrias, balística etc.

Podemos citar, como exemplo de cônicas, as órbitas elípticas dos planetas do nosso Sistema Solar, arcos de forma parabólica em alguns portais e viadutos, o modelo hiperbólico do sistema LORAN que, utilizando pulsos sincronizados transmitidos por estações suficientemente distantes, orientam a navegação aérea, marítima, etc.

Definiremos as cônicas como sendo o lugar geométrico dos pontos de um plano satisfazendo propriedades geométricas as quais são caracterizadas por:

13.2 PARÁBOLA

Sejam dados um ponto F e uma reta d num plano, de modo que F não pertença à reta d. Chama-se parábola o conjunto dos pontos do plano que são equidistantes de d e F. O ponto F chama-se foco e d a diretriz da parábola.

Dizemos que um ponto P está na parábola se, e somente se, a distância de P a F é a mesma de P a d. Notação: d(P, F) = d(P, d).

A Figura 13.4 nos faz entender que os pontos do gráfico da parábola são simétricos em relação à reta e que é perpendicular a diretriz d contendo o foco F. A reta e é denominada de eixo de simetria da parábola e o ponto V, intersecção da parábola com e é o vértice da parábola.

É natural que, neste instante, façamos a seguinte pergunta: conhecidos a reta d e o ponto F, não pertencente a ela, como poderemos obter um ponto P da parábola?

Vamos responder a essa pergunta fazendo a seguinte construção:1

• escolher, arbitrariamente, um ponto D em d;

253 Seções
cônicas
d e P F V
Figura 13.4
ver
1 Para a construção prática,
Apêndice 3.

A matemática é considerada a ciência do raciocínio e do abstrato, base de todas as ciências. É usada como ferramenta essencial em praticamente todas as áreas do conhecimento, como engenharia, medicina, física, química, biologia e sociais.

Resultados e teorias milenares se mantêm válidos e úteis e, ainda assim, a matemática continua a se desenvolver permanentemente.

Apresentaremos a coleção Matemática com aplicações tecnológicas, que foi concebida e organizada por experientes professores da Faculdade de Tecnologia de São Paulo (FATEC-SP) em cinco volumes, respectivamente: Matemática Básica, Calculo I, Cálculo II, Matemática Financeira e Geometria Analítica.

Este livro, quinto volume da coleção, apresenta a Geometria analítica de forma simples e objetiva com textos, ilustrações, exemplos resolvidos e propostos com os respectivos resultados. A proposta do livro visa conduzir o aprendizado de modo prático e objetivo e, também, o desenvolvimento do raciocínio lógico.

Destina-se a alunos e professores de cursos superiores de Tecnologia, Engenharia, bacharelado em Matemática e em Física, Ciência da computação e áreas a ns.

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