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COMBINAÇÃO E DEPENDÊNCIA LINEAR 5
` Conceituar dependência linear de vetores.
` Exemplificar conjuntos de vetores linearmente dependentes e independentes.
Vimos que o espaço vetorial (V, +, . ) dos segmentos orientados dispõe de duas operações, a interna, de adição e, a externa, de multiplicação por escalar. Pretendemos estudar as condições para que um vetor de V possa ser escrito a partir de outros vetores de V, relacionando-os, de modo conveniente, utilizando as operações definidas de adição e multiplicação por escalar.
5.1 COMBINAÇÃO LINEAR E DEPENDÊNCIA LINEAR DE VETORES
Acreditamos que os conceitos de combinação linear (CL) e de dependência linear serão melhor entendidos se forem apresentados a partir de dois vetores e, depois, generalizados para uma quantidade qualquer finita de vetores.
5.1.1 COMBINAÇÃO LINEAR DE VETORES
Sejam u e v dois vetores não nulos e não paralelos de V. Considerando dois números reais 1α e 2α quaisquer, teremos os vetores 1 u α e 2 v α que deverão ser, respectivamente, paralelos a u e v
O vetor 12uvαα + representa todas as somas obtidas com base em u e v
Chamamos a cada vetor 12 wuv =+αα de uma combinação linear (CL) dos vetores u e v
Matemática com aplicações tecnológicas – Geometria analítica – Volume 5
Exemplo 5.1:
Dados os vetores:
Tem-se:
Portanto, a cada par de números reais 1α e 2α estará associado um vetor w . Nessas condições, imagina-se uma infinidade de vetores que são gerados por u e v .
Definição 5.1. Generalizando:
, (n ≥ 1), vetores distintos de um conjunto V e escalares (números reais) 1234 ,,,,..., nααααα , (n ≥ 1). O vetor w tal que:
Sejam 1234 ,,,,..., nvvvvv
5.1.2 DEPENDÊNCIA LINEAR
Queremos discutir 0 w = como combinação linear de um conjunto finito com n vetores de V, isto é, a) Seja o conjunto { u , v } de vetores de V, com u e v paralelos e não nulos. b) Seja o conjunto { u , v }, com u e v não nulos e não paralelos.
A pergunta que se faz é: a única maneira de se obter o vetor 0 é tornando todos os coeficientes da soma de vetores iguais a zero?
Afirmamos que existe a possibilidade em certos casos de obtermos o resultado 0 sem que todos os coeficientes dos vetores sejam zero. Exemplificaremos as situações utilizando dois vetores.
Se u é paralelo a v , então existe um número real (escalar) k ≠ 0 tal que v = k . u . Nesse caso, o módulo de v é | k | vezes o módulo de u . Vê-se que 0 = -1. v + k. u .
Note, no exemplo, que os coeficientes dos vetores u e v não são todos zeros.
A outra possibilidade de se escrever o vetor nulo é o caso óbvio 0 = 0. v + 0. u .
Neste caso, a única maneira de escrever o vetor nulo é com os coeficientes de u e de v ambos iguais a zero: 0 = 0. v + 0. u . Vejamos:
Imaginem a possibilidade de se obter 0..rusv=+ , sendo:
1º) apenas um dos coeficientes r ou s igual a zero. Se, por exemplo, r = 0, então teríamos 0 = 0. u + s. v e, daí, 0 = s . v e, assim, v = 0 . Esse fato contradiz a hipótese de que os vetores não seriam nulos. Isso ocorreu por termos admitido que apenas um dos coeficientes fosse igual a zero.
2º) os coeficientes r e s não são iguais a zero. Assim, de 0 = r. u + s. v , temos que . sv = - r u e, daí, (/). vrsu =− , evidenciando que u e v sejam paralelos, mas isso é uma contradição, pois supomos que u não seria paralelo a . v A contradição ocorreu porque admitimos que r e s eram diferentes de zero.
Logo, r e s são ambos iguais a zero.