#38
NOVEMBRO 2018
A Revista UBC é uma publicação da União Brasileira de Compositores, uma sociedade sem fins lucrativos que tem como objetivos a defesa e a distribuição dos rendimentos de direitos autorais e o desenvolvimento cultural.
Conselho Fiscal Geraldo Vianna Edmundo Souto Manno Góes Fred Falcão Sueli Costa Elias Muniz Diretor executivo Marcelo Castello Branco Coordenação editorial Elisa Eisenlohr Assistente de coordenação editorial José Alsanne Projeto gráfico e diagramação Crama design estratégico Editor Alessandro Soler (MTB 26293) Textos Alessandro Soler (Madri), Geraldo Vianna (Quito), Kamille Viola (Garanhuns, PE, e Rio de Janeiro), Luciano Matos (Salvador), Matheus Passos Beck (Porto Alegre), Ricardo Silva (São Paulo) e Roberto de Oliveira (Rio de Janeiro) Fotos Imagens cedidas pelos artistas. Créditos nas respectivas páginas, ao longo da edição. Tiragem 8.500 exemplares/Distribuicão gratuita Rua do Rosário, 1/13º andar, Centro Rio de Janeiro - RJ, CEP: 20041-003 Tel.: (21) 2223-3233 atendimento@ubc.org.br
por_ Manoel Pinto
Sertanejo, samba, MPB, forró, carimbó, funk. Não há gênero ruim. O que há é música boa e ruim. O levantamento que a UBC publica nesta edição, com os estilos mais populares de Norte a Sul do Brasil, só comprova algo que nós, que trabalhamos com música, já sabíamos: que as fronteiras regionais desaparecem, tornando alguns estilos fenômenos nacionais.
Editorial
Diretoria Paulo Sérgio Valle (Presidente) Abel Silva Antonio Cicero Aloysio Reis Ronaldo Bastos Sandra de Sá Manoel Nenzinho Pinto
O sertanejo é o principal deles. Antes menosprezado por uma certa elite intelectual — e até por meios de comunicação preconceituosos —, esse gênero que é um verdadeiro estilo de vida bebe na fonte nobre das modas de viola, da música de raiz que inspirou João Mineiro e Marciano, Chitãozinho e Xororó, João Paulo e Daniel, Zezé Di Camargo e Luciano, Rick e Renner e tantas outras grandes duplas. Como produtor e editor de música há 48 anos só na Peermusic, lancei alguns deles e acompanhei de perto a transformação da música sertaneja. Hoje, ele é muito diferente daquele que a grande Inezita Barroso apresentou em “Viola, Minha Viola”, da TV Cultura, até o seu último dia de vida. Virou uma balada romântica com pitadas de forró e outros estilos, e talvez more aí o seu sucesso: todo mundo se sente identificado. Essa é sua maior transformação. Sem se esquecer do papel da mídia, e incluem-se aí os serviços de streaming, no sucesso de uns e no ostracismo de outros, talvez o que explique a universalização de um estilo seja mesmo tocar o que cada um de nós tem de próprio, de particular. Outros ritmos que ignoram regionalismos, como o pop, o funk ou o pagode, também souberam dialogar com as diferenças culturais e sociais dos brasileiros, tornando-se elementos de união. Uma bonita união através da música.