“O mundo é um nó em movimento. Determinismo biológico e cultural são instancias de concretude deslocada – ou seja, primeiro erram em entender categorias provisórias e locais como “natureza” e “cultura”, e, segundo, confundem consequências potentes com fundações preexistentes. Não existem sujeitos e objetos préconstituídos nem fontes únicas, atores individuais ou finais definitivos. Nos termos de Judith Butler, só existem “fundações contigentes”; o resultado são corpos que importam. HARAWAY, Donna. “O manifesto das espécies companheiras”. Rio de Janeiro, Bazar do tempo, 2021. p. 15
Como modo de concluir a investigação do percurso Amazônia a documentação poética apresentada pelas/os educadores/as é chamada de Documentação Pedagógica – Um ensaio, uma forma do educador fazer um outro trânsito de investigação. Este movimento de pesquisa partiu de uma busca interna para ser compartilhada com o público nas visitas e agora volta-se para um olhar sobre si, quase que uma meta-pesquisa, uma pesquisa sobre a pesquisa. O Ensaio de uma investigação sobre si, o que eu como educador/a carrego enquanto sujeito/a, minhas bagagens, como iniciei e como segui até este momento nesta trajetória educativa. É quase um fluxo em espiral. Perceber os interesses que motivaram as primeiras produções, identificar o que foi abandonado e porque, verificar as persistências de certas dúvidas e os diferentes modos de averiguação. E escolher por fim como ensaiar um produto final passível de carregar e transmitir, movimento próprio do documento, uma memória individual que só pode ser percebida no coletivo.
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