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PRESIDENCIAIS EM FRANÇA: NOVO DUELO, OS MESMOS TITÃS, NA CORRIDA AO ELISEU SONDAGENS APONTAM PARA LUTA “RENHIDA” NUMA POSSÍVEL SEGUNDA VOLTA

o déjà vu nas presidenciais de França. Tal como aconteceu em 2017, na corrida ao Palácio do Eliseu, Emmanuel Macron enfrenta, em 2022, a candidata da extrema-direita Marine Le Pen. Eleições estão marcadas para dia 10 de abril. Segundo o Instituto Francês de Opinião Pública, 53 por cento dos eleitores em França dizem querer votar em Macron e 47 por cento pretendem votar em Le Pen, a margem mais estreita entre os dois candidatos, até agora, na corrida ao Palácio do Eliseu. Recorde-se que em 2017, Emmanuel Macron derrotou a adversária de extrema-direita, Marie Le Pen, tendo nessas eleições alcançado 66% dos votos. Se por um lado o atual presidente francês tem vindo a consolidar a sua vantagem, Marine Le Pen, tem igualmente crescido nas últimas sondagens, apesar das desistências de nomes ligados ao Reagrupamento Nacional para a candidatura de Eric Zemmour, como a da sobrinha Marion Le Pen. A estratégia de Le Pen, que tem vindo a tentar afastar a imagem de extrema-direita para conquistar o eleitorado de esquerda francês, passa por propostas de melhoria de salários ou redução de impostos sobre energia, o que lhe pode

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conferir uma especial simpatia do público numa altura em que o conflito na Ucrânia faz disparar os preços no setor energético. Apesar deste “crescendo” da candidata, o atual chefe de Estado francês viu os índices de intenção de votos subirem a seu favor depois do início da guerra, no final de fevereiro. Isto porque Macron, que também está à frente da presidência rotativa da União Europeia, tem estado “totalmente” envolvido na resolução do conflito e na resposta ocidental que a EU tem dado à questão, o que pode ter contribuído para o seu resultado nas pesquisas e no índice de popularidade. Mais liberal do que em 2017, o candidato do partido “A República em Marcha” quer uma França onde “toda a gente trabalhe mais”, uma França menos dependente em termos de defesa, energia e indústria, com prioridades sociais como a manutenção da reforma do sistema de pensões, e o aumento da idade da reforma para 65 anos.

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Para eleger o seu novo presidente, é provável que os eleitores franceses tenham de ir às urnas duas vezes. Se nenhum dos 12 candidatos ganhar 50% dos votos na primeira volta (a 10 de abril), os dois mais votados passam à segunda volta, duas semanas depois, a 24 de abril. Se as estimativas se vierem a confirmar, Macron e Le Pen serão os candidatos a disputar o lugar de presidente da República Francesa na segunda volta. Quanto ao provável cenário de uma segunda volta entre os dois candidatos, o atual presidente obteria entre 56 e 61 por cento das intenções de voto, se a fonte for o IFOP ou o Instituto Ipsos, respetivamente.

ESPERADA ABSTENÇÃO SIGNIFICATIVA As sondagens antecipam para estas eleições uma abstenção próxima dos 30%. Recorde-se que em 2017, as presidenciais francesas atingiram 22% de abstenção. A suscitar dúvidas entre os eleitores, quanto à capacidade dos políticos de resolverem as crises que têm assolado o país, estão os “coletes amarelos”, a pandemia de Covid e a guerra na Ucrânia.


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