Girolando 125

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REVISTA O GIROLANDO

Equipe técnica da UCBVET

GUSTAVO GONÇALVES

SAÚDE ANIMAL

Febre do leite: saiba como combater Período pós-parto precisa ser monitorado

A doença pode ocasionar perdas econômicas significativas, além de outras complicações na saúde do animal A hipocalcemia, também conhecida como febre do leite, é uma doença metabólica que acomete vacas leiteiras durante o período de transição (3 semanas pré-parto e 3 semanas pós-parto). Nessa fase ocorrem tanto mudanças nutricionais quanto hormonais, visto que os nutrientes do organismo são redistribuídos por meio de mecanismos que visam manter o equilíbrio corporal. Com isso, um manejo adequado dos animais nesse período é crucial para evitar um declínio considerável na produção. Com a ocorrência da hipocalcemia surgem perdas econômicas significativas na produção leiteira, visto que além das consequências causadas pela hipocalcemia, como a diminuição da produção, ela permite o surgimento de outras complicações, como: metrite, retenção de placenta, atonia ruminal e prolapso uterino, podendo levar o animal ao óbito. As vacas acometidas pela hipocalcemia apresentam desajuste no meca36

nismo de controle das concentrações de cálcio nos tecidos, devido à alta demanda desse mineral na produção de colostro, no momento da parição e na composição do leite. A manifestação da doença pode acontecer de duas maneiras: de forma clínica e de forma subclínica, sendo a primeira quando há apresentação dos sinais clínicos, e na segunda, estes são ausentes, dificultando o diagnóstico e o tratamento. Rebanhos de alta produção de leite são mais suscetíveis à hipocalcemia, pois quanto maior a produção de leite maior será a mobilização de cálcio dos tecidos para o colostro e para o leite. Além disso, a cada lactação a fêmea aumenta em 9 vezes a chance de desenvolver hipocalcemia e vacas mais velhas tendem a ter maior incidência de hipocalcemia por diminuírem a capacidade de absorver cálcio pelo intestino. O tratamento da hipocalcemia é baseado nas manifestações clínicas da doença. No que diz respeito a manifes-

tações subclínicas da hipocalcemia, recomenda-se administrar por via oral o formiato de cálcio, que é uma fonte de cálcio de rápida absorção intestinal em vacas no período de transição, proporcionando aumento de cálcio na corrente sanguínea e prevenindo a hipocalcemia. O formiato de cálcio também é usado como tratamento, uma vez que ele pode apresentar rápida melhora no quadro clínico do animal. Além disso, é muito importante que vacas no periparto recebam fontes de energia para acelerar sua recuperação. A administração de probióticos em vacas leiteiras, principalmente na fase de transição, mostrou-se essencial, pois nesse período os animais precisam receber alimentação que atenda suas exigências nutricionais. Para melhorar a digestibilidade e absorção dos alimentos, o uso de probióticos é indispensável, uma vez que eles garantem que a microbiota do rúmen se mantenha estável e permitem que os alimentos ingeridos sejam mais aproveitados.


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