Revista Girolando - Edição 141 by Associação Girolando

Diretoria

MENSAGEM DO

Presidente

Iniciamos o ano de 2025 com um grande desafio: elevar em pelo menos 20% o número de registros efetuados por nossos técnicos em todo o Brasil. Pode parecer uma meta arrojada dentro da atual conjuntura econômica que nosso País atravessa, mas temos certeza de que se trata de uma projeção que reflete o que nossa raça merece.

Não foi por acaso que chegamos aos 29 anos de oficialização do Girolando como a principal raça nacional leiteira em número de animais registrados. Acabamos de conquistar três recordes históricos no Serviço de Registro de Genealógico da Raça Girolando. Só em 2024, foram efetuados 108.404 registros genealógicos, crescimento de 11,4% em comparação a 2023. É o melhor desempenho desde o início do serviço, em 1989.

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Também avançamos no nosso quadro de associados, com mais criadores fazendo parte da entidade por acreditarem na qualidade dos serviços que prestamos, tanto na certificação dos rebanhos quanto na área de melhoramento genético, com o nosso sempre inovador PMGG, que foi o primeiro programa de raça leiteira nacional a adotar a genômica. Hoje, essa é uma tecnologia indispensável que está nos ajudando a acelerar a seleção dos touros do Teste de Progênie, colocando cada vez mais no mercado touros jovens com avaliações genômicas positivas. Hoje, os nossos associados ainda contam com a Central de Relacionamento para acelerar os atendimentos prestados e tirar dúvidas.

Domício Arruda Presidente 2023-2025

Mensagem da Diretoria

E falando em aceitação do mercado, as vendas de sêmen mostram que a raça Girolando está na preferência de grande parte dos produtores. Ampliamos nossa participação no mercado de genética, saltando de 741.933 doses em 2023 para 800.263 em 2024, elevação de cerca de 8%. Em relação à exportação, a raça também deu um salto. O crescimento foi de 17%. Os principais países importadores foram: Costa Rica, Colômbia, Argentina, El Salvador, Bolívia, Equador, Guatemala, dentre outros.

Domício Arruda Presidente 2023-2025

Mensagem da Diretoria

Esse crescimento só está sendo possível porque a raça vem evoluindo consideravelmente nos últimos anos, com as novas tecnologias disponibilizadas dentro do PMGG. Quanto mais índices e características da raça forem disponibilizados, mais segurança o criador terá para selecionar seus animais.

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Certamente 2025 será um ano ainda melhor para a raça porque a demanda continua forte. Nosso calendário de exposições está começando, assim como a agenda de leilões, o que certamente vai aquecer ainda mais o mercado para a raça. Nós, na Associação, continuaremos trabalhando para essa evolução e estamos sempre de portas abertas para atender a todos os associados e ouvir suas sugestões de melhorias nos serviços prestados.

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Luiz Fernando Reis Vice-presidente

Marcos Amaral Teixeira Diretor Admnistrativo

Rubens Balieiro de Souza Diretor Admnistrativo

Luiz Cláudio Bastos de Moura Diretor Financeiro

Tatiane Almeida Drummond Tetzner Diretora de Relações Internacionais

Diretor de Fomento e Eventos

Luiz Fernando Reis Vice-presidente

Marcos Amaral Teixeira Diretor Admnistrativo

José Antônio da Silva Clemente Diretor Financeiro Luiz Cláudio de Moura Diretor Financeiro

José Renato Chiari Diretor Técnico Cientíﬁco

Tatiane Almeida Drummond Diretora de Internacionais

Luiz Fernando Reis Vice-presidente

Marcos Amaral Teixeira Diretor Admnistrativo

Rubens Balieiro de Souza Diretor Admnistrativo

José Antônio da Silva Clemente Diretor Financeiro

Luiz Cláudio Bastos de Moura Diretor Financeiro

Alexandre Lopes Lacerda Diretor Relações Inst. e Comerciais

José Renato Chiari Diretor Técnico Cientíﬁco

Tatiane Almeida Drummond Tetzner

Diretora de Relações Internacionais

Marcelo Renck Real Diretor de Fomento e Eventos

Editorial

A tecnologia e a automação estão transformando a pecuária, tornando-a mais eficiente, sustentável e rentável. Para se manterem competitivos e atenderem à crescente demanda global por alimentos, os produtores rurais precisam investir constantemente em ferramentas capazes de elevar a produção de leite de forma sustentável e em respeito ao bem-estar animal.

O aumento do número de rebanhos Girolando certificados mostra que o produtor já está atento às atuais demandas do mercado consumidor. Em 2024, a raça alcançou três recordes históricos relacionados aos animais registrados, mesmo em um ano desafiador para o agronegócio. Isso aponta uma nova fase da pecuária seletiva, que por muitos anos sofria oscilações no número de rebanhos registrados sempre que o preço do leite caía. Agora, o pecuarista sabe que o melhoramento genético encurta o caminho para a rentabilidade.

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Nesta edição, destacamos em nossa capa os investimentos da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando para o crescimento dos atendimentos aos associados.

sadora da Be.Animal. A empresa está lançando o projeto “Todo bezerro importa – Leite”, com o objetivo de orientar os produtores sobre o manejo correto em diversas atividades diárias dentro das propriedades para garantir o bem-estar das vacas e bezerras.

Outro destaque desta edição é a evolução genética dos animais 5/8 e Puros Sintéticos. As pesquisas mostram que uma das melhores características da raça Girolando é sua versatilidade e adaptabilidade para produzir leite em diferentes sistemas, climas e manejos. Vários estudos com rebanhos Girolando vêm sendo desenvolvidas em instituições de ensino e pesquisa para comprovar a eficiência produtiva dos animais 5/8 e Puros Sintéticos.

Já na área de bem-estar trazemos uma entrevista exclusiva com a zootecnista Lívia Magalhães, pesqui-

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Expediente

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A revista ainda traz uma reportagem sobre as vantagens de adotar a pré-sincronização na IATF. Na parte nutricional você vai acompanhar um artigo sobre a frequência ideal de fornecimento de dietas para vacas em lactação e como ela pode afetar os resultados do rebanho.

Se você busca informações sobre qualidade de pastagem, a revista aborda várias novidades na área, como um novo capim lançado que combina alta produtividade, excelente qualidade nutricional e palatabilidade. Ainda mostramos como a irrigação pode ser uma aliada para elevar a qualidade do pasto. E você sabe qual a melhor alternativa para melhorar a área de pastagem: renovar ou recuperar? Um artigo técnico sobre esse tema traz todas as dicas para a decisão acertada na realidade da sua propriedade.

Nesta edição da revista, você fica por dentro das conquistas das mulheres na raça Girolando. Fique bem informado nas páginas a seguir.

Revista Girolando: Órgão Oficial da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando • Editora: Larissa Vieira lamoc1@gmail.com• Depto. Comercial: Mundo Rural (34) 3336-8888 - Míriam Borges (34) 9 9972-0808 miriamabcz@mundorural.org • Design gráfico: Yuri Silveira (34) 9 9102-7029 yurisilveira04@hotmail.com • Revisão: Maria Rita Trindade Hoyler • Fotografias: Jadir Bison (34) 99960.4810 jadirbison@yahoo.com.br • Conselho editorial: Celso Menezes, Bruno de Barros, Raphael Botta, Domício Arruda Silva, Leandro Paiva, Edivaldo Ferreira Júnior, Miriam Borges e Larissa Vieira • Impressão CTP: Grafica Idealiza (43) 3373 7877 • Tiragem: 6.000 exemplares • Periodicidade: Trimestral (Março, Maio, Agosto e Novembro) • Circulação: Dia 15 dos meses ímpares • Distribuição: Para todo o Brasil via correios e Disponível na versão on line no site www.girolando.com.br. • Redação: Rua Orlando Vieira do Nascimento, 74 - CEP: 38040-280 - Uberaba/ MG • Telefone: (34) 3331-6000 • Assinaturas: R$ 98,00/ano – financeiro@mundorural.org • 22 anos de circulação ininterrupta

revistagirolando @ogirolando revistagirolando girolando.com.br/girolando/revista

Larissa Vieira Jornalista

ÍNDICE

Girolando 5/8 e PS: uma solução de resultados no campo

Qual é a frequência ideal de fornecimento de dietas para vacas em lactação?

Evolução dos suplementos contribuiu para o desenvolvimento da produção animal

Renovar ou recuperar a pastagem?

Nova opção de forrageira chega aos pastos

Pré-sincronização como estratégia na IATF

Competência não tem gênero

Irrigação de pastagem eleva produção de leite por hectare

Kids

Novos associados

Fale Conosco

Pág.48

Giro lácteo

ExpoZebu 2025

Título da matéria sobre lançamento e inovações

Por Nome Sobrenome

Por Míriam Borges

Dias de campo

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A 90ª ExpoZebu sediará uma Exposição Ranqueada de Girolando e terá a participação de 120 animais para as competições de julgamento. O evento acontecerá de 26 de abril a 4 de maio, no Parque Fernando Costa, em Uberaba/MG. Para incentivar a participação dos expositores da raça, a Associação de Girolando concedeu subsídio no valor das inscrições. O jurado responsável pela escolha dos campeões e campeãs da raça será Euclides Prata dos Santos Neto. A programação da raça Girolando na ExpoZebu contará com julgamento entre os dias 27 e 29 de abril. No dia 27 de abril, das 7h30 às 17h30, serão julgadas as fêmeas jovens (CCG 1/4, CCG 1/2, CCG 3/4 e Raça Girolando) e os machos. Já no dia 28 de abril, no mesmo horário, será a vez das fêmeas adultas (CCG 1/4 e CCG 3/4). Encerrando, no dia 29 de abril, das 7h30 às 17h30, o julgamento será das fêmeas adultas (Raça Girolando e CCG 1/2).

Título da matéria sobre lançamento e inovações

reiro, na região de Três Marias, no Triângulo Mineiro. O superintendente executivo da entidade, Celso Menezes, também participou do evento. Produtores rurais do interior de São Paulo tiveram a oportunidade de conhecer as inovações na área de melhoramento genético e de reprodução em rebanhos leiteiros. O Dia de Campo aconteceu em 21 de fevereiro, no sítio São Gabriel, em Presidente Bernardes/SP. O técnico da Girolando, Gabriel Khoury, foi um dos debatedores do evento.

Título da matéria sobre lançamento e inovações

Incentivo pecuária leiteira

O Governo do Mato Grosso do Sul destinará R$4,9 milhões para incentivar a pecuária do leite. Foi publicado o chamamento público que deverá contemplar proposta feita pela Organização da Sociedade Civil (OSC). Com vigência de 24 meses, o termo de colaboração tem como finalidade garantir apoio financeiro para o fornecimento de bovinos leiteiros e produtos de leite dos municípios prioritários do Proleite MS (Plano Estadual de Desenvolvimento da Bovinocultura Leiteira de Mato Grosso do Sul). As categorias de bovinos que deverão ser fornecidas são bezerras, novilhas prenhes de embrião fêmea e touros da raça Girolando.

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Isenção do ICMS em SP

Título da matéria sobre lançamento e inovações

O coordenador do PMGG, Edivaldo Ferreira Júnior, ministrou palestra sobre as tecnologias disponíveis para a seleção da raça durante o Dia de Campo da Cooprata, ocorrido no dia 19 de feve-

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Após mobilização das entidades do setor pecuário, dentre elas a Girolando, o governo de São Paulo manteve a isenção do ICMS sobre comércio de matrizes e reprodutores com registro genealógico até o final de 2026. O governador reconhece a importância da pecuária paulista e a qualidade desse setor, que exportou mais de US$20 bilhões em 2024 no estado. São Paulo é um grande exportador de genética, reconhecido nacionalmente e internacionalmente, e o setor cresceu muito devido a esse benefício. No ofício enviado pela Girolando, o presidente Domício Arruda tinha reforçado que se a isenção fosse suspensa a medida prejudicaria inúmeros pecuaristas do estado, encarecendo o acesso a animais geneticamente aprimorados e dificultando a formação de rebanhos de alta qualidade. O presidente viu a decisão do governo como acertada, pois traz benefícios para toda a pecuária, um segmento que gera emprego, renda e alimento de qualidade não só em São Paulo como em todo o País.

Lançamentos e inovações

Lançamento e inovações

Parceria

Título da matéria sobre lançamento e inovações

Por Nome Sobrenome

Título da matéria sobre lançamento e inovações

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As duas gigantes Union Agener e MSD Saúde Animal selaram um acordo para a maior distribuição mundial de LACTOTROPIN®. O produto permite que os pecuaristas produzam leite seguro, nutritivo e acessível, ao mesmo tempo em que sigam práticas ambientalmente responsáveis. Ao melhorar a eficiência e promover a sustentabilidade, o LACTOTROPIN® ajuda os agricultores a atenderem à crescente demanda global por leite, enquanto contribui para uma indústria agrícola mais sustentável. Em 2022, o produto recebeu, pela primeira vez no Brasil, o Certificado e Selo ESG de Produto Redutor da Pegada de Carbono, pelo aumento de até 20% na produção de leite das vacas, possibilitando o crescimento da produção sem a necessidade de expandir o rebanho. O uso do LACTOTROPIN® em 10 milhões de vacas leiteiras pode representar uma redução de consumo de água suficiente para abastecer 10 mil casas, ou ainda o equivalente a plantar 290 milhões de árvores anualmente.

Solução moderna

Título da matéria sobre lançamento e inovações

infecciosas na bovinocultura. O ceftiofur, amplamente reconhecido pela sua eficácia, destaca-se como um antibiótico de amplo espectro que age na inibição da síntese da parede celular bacteriana. A partir do respaldo científico robusto do ceftiofur, o Vilocci® foi desenvolvido para oferecer aos pecuaristas uma ferramenta prática e eficaz no manejo de infecções bacterianas. Disponível em formulação injetável, é recomendado para o controle de diversas condições infecciosas, com benefícios que atendem às necessidades da pecuária moderna. Entre as vantagens do uso do Vilocci®, estão a fácil aplicação, baixo período de carência, baixo índice de lesões na área de aplicação, atuação eficaz em infecções respiratórias, mastites, pododermatites e condições reprodutivas. Vilocci® integra o portfólio da UCBVET.

Protocolo Lesões de Casco

Título da matéria sobre lançamento e inovações

O desenvolvimento de soluções antimicrobianas avançadas, como as cefalosporinas de terceira geração, tem revolucionado o manejo de doenças

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Lesões do casco são as doenças que acometem os animais, causando sérios prejuízos à saúde dos animais e graves prejuízos econômicos aos produtores. Para auxiliar os pecuaristas e profissionais do setor nos cuidados com os cascos, o médico-veterinário e professor, Guilherme Vieira, acaba de lançar o “Protocolo Sanitário Lesões de Casco Preventivo e Curativo”. Com linguagem clara e objetiva, o material traz as causas, as principais doenças do casco, tratamentos curativos e preventivos, além de ilustrações sobre as doenças. O Protocolo Lesões de Casco, em formato de e-book, está

disponível no site do Farmácia na Fazenda (www. farmacianafazenda.com.br/protocolos).

Monitoramento de bezerras e novilhas

Ferramenta de monitoramento SenseHub™ Dairy Youngstock, lançada pela MSD Saúde Animal, permite diagnosticar de forma precoce qualquer doença, desde os primeiros dias de vida do animal. A nova tecnologia faz parte da linha SenseHub™ Dairy, que fornece soluções tecnológicas para monitoramento de vacas leiteiras e que coleta, por meio do identificador ou do colar de monitoramento, informações como atividade, tempo de ingestão, ruminação e frequência respiratória. Ela abrange também bezerras, a fim de diagnosticar de forma precoce qualquer doença, desde os primeiros dias de vida do animal. Por meio de relatórios gerados pela ferramenta, os produtores poderão monitorar a saúde, as necessidades e a rotina das bezerras, tudo isso conectado a um aplicativo. Por isso, é necessário que haja na propriedade a instalação de uma antena, internet e rede wi-fi, além de dispositivos como celular ou computador para acessar o aplicativo e ter acesso aos dados. Outra função da nova ferramenta é a possibilidade de analisar posteriormente os dados e ver quais são as patologias mais importantes, a prevalência e quando costumam acontecer. Além de conseguir definir quais bezerras precisam de retratamentos.

Curso pastagem

Lançada em 2017 pela Embrapa, a plataforma e-Campo disponibilizou o curso on-line “Recuperação e Renovação de Pastagens Degradadas no Cerrado”. Destinado a produtores rurais, técnicos extensionistas, consultores, professores, gestores públicos, estudantes e pessoas interessadas no tema, o curso tem carga horária de 50 horas. O objetivo é promover um espaço de aprendizagem sobre a identificação e estratégias, visando auxiliar técnicos e produtores rurais na escolha de soluções sustentáveis e adequadas para diferentes níveis de degradação do solo. A plataforma e-Campo conta atualmente com 171 capacitações ativas, a maior

parte gratuita e autoinstrucional. Até janeiro deste ano, os cursos haviam recebido mais de 1,3 milhão de inscrições de participantes do Brasil e de outros 102 países, com 441 mil concluintes. Conheça todas as capacitações on-line acessando https://e-campo.sede.embrapa.br/.

Vantagens da eprinomectina 5%

Pensando no melhor custo-benefício para os produtores no controle de parasitas, a Biofarm, indústria farmacêutica veterinária de Jaboticabal/SP, trouxe recentemente ao mercado o Epremium 5%, endectocida com a maior concentração de ativo do mercado. Entre as vantagens para o uso da solução está o fato dela ser um antiparasitário da classe terapêutica das lactonas macrocíclicas (mesmo grupo da ivermectina), que proporciona alto grau de eficiência contra os parasitas, sejam vermes, carrapatos, bernes, moscas, com o grande benefício de não gerar resíduo no leite, evitando o descarte da produção das vacas e aumentando a rentabilidade do produtor.

Eficácia comprovada

Outra vantagem do Epremium 5% é que pode ser usado a partir dos sete dias de vida do bovino e tem alta eficácia anti-helmíntica por até 42 dias após o tratamento. A formulação demonstrou ser eficaz como bernicida por até 14 dias. Já a eficácia carrapaticida a campo, superou os 90% em até 42 dias após o tratamento. Como mosquicida, a fórmula apresenta ampla taxa de cobertura durante 21 dias. Quando comparada à eprinomectina a 1%, a Epremium 5% mostrou-se muito superior, com porcentagens de eficácia de 90,18% em 42 dias contra 34,56%, respectivamente.

MegaLeite

Entrevista com LíviaMagalhães Entrevista com NOME COMPOSTO

Por Nome Sobrenome

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produtor tenha uma matriz produtiva no futuro. Bezerras com comportamentos mais dóceis serão mais fáceis de manejar futuramente na hora da ordenha. Nas fazendas mais especializadas, isso já é uma prática, mas ainda existem propriedades no Brasil que estão renegando o cuidado com as bezerras. Estão muito focadas na vaca, enquanto a bezerra não tem a quantidade de leite que precisa, o colostro que precisa, a cura de umbigo necessária. E tudo isso vai trazendo perdas para o produtor. O projeto “Cada bezerro importa – Leite” será lançado neste primeiro semestre de 2025, tendo como primeira iniciativa um curso sobre os cuidados que o produtor deve ter desde o nascimento até o desmame. Vamos ensinar como realizar uma boa colostragem, a ter um banco de colostro, a importância de ter um umbigo bem curado, dentre vários outros manejos. É um projeto de capacitação para equipes de técnicos, trabalhadores, produtores, gerentes. É uma linguagem bem democrática, que todo mundo consegue entender. Será um curso 100% on-line. Teremos ainda a possibilidade de aplicação prática do projeto em fazendas, que inclui visitas da nossa equipe para acompanhamento da implantação de todos os processos. Os interessados podem entrar em contato com a Be.animal.

Nome Composto:

Girolando:

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Nome Composto:

bezerra bem desmamada tem condições de passar por esse desafio com uma resposta imunológica melhor, vigor melhor, ganho médio diário melhor.

Nome Composto:

A recria é outra fase importante na pecuária leiteira. Como deve ser o manejo nessa etapa?

Girolando:

Dentro da recria responsável, quais outros cuidados devem ser tomados?

Lívia Magalhães

É preciso fazer a manutenção de tudo aquilo que foi proposto durante o nascimento. Aumentar o monitoramento, fazendo a ronda sanitária uma vez por dia, e manter a proximidade da equipe de trabalho com os animais. É muito comum a bezerra ter muita aproximação humana até o desaleitamento, mas depois que ela vai para a recria, simplesmente perde esse contato, ficando somente a experiência negativa nos poucos momentos de contato, como a vacinação e aplicação de medicamento. A recria responsável, como o próprio nome representa, é ter a responsabilidade de manter em plenas condições um animal que foi bem desmamado até que ele chegue à idade de sua primeira cobertura. É preciso entender que boa parte da resposta comportamental desse animal também é determinada nesse momento da recria. As fazendas que têm trazido esse conceito para dentro das suas unidades produtivas estão observando que as bezerras têm apresentado melhor ganho de peso e entram mais cedo na fase da puberdade.

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Nome Fotógrafo

Girolando:

Essa interação na recria levaria a uma detecção precoce de muitos problemas sanitários das novilhas?

Lívia Magalhães

Certamente. Muitas vezes as doenças acontecem porque não tem ninguém ali para monitorar a categoria. O manejo não deve ser só ir lá, colocar a ração e achar que está tudo certo. Há muito mais que se pode fazer por essa categoria. Na hora que a tristeza parasitária, diarreia ou pneumonia é detectada, a doença já está mais avançada, levando a gastos maiores com medicamento ou até a altas taxas de mortalidade dentro da fazenda. Incentivamos que aquelas fazendas que têm um lote mais acometido por doenças tenham seus animais tratados com mais atenção, tomando as medidas preventivas necessárias para realizar o tratamento precoce.

Girolando:

E existe um índice aceitável de perdas para esta categoria?

Lívia Magalhães

Defendemos que qualquer perda é inaceitável. Afinal, cada animal importa, mas quando se trata da recria esperamos uma mortalidade inferior a 1%, pois o animal já está bem estabelecido e depende menos dos cuidados humanos. Existe uma série de boas práticas que pode ajudar a minimizar esse estresse pós-desmama, permitindo ao animal se adaptar melhor a esse novo ambiente. Um bovino muito estressado acaba tendo a imunidade reduzida e todas aquelas doenças oportunistas que estão no ambiente podem afetá-lo.

Girolando:

A preparação da novilha para a primeira ordenha também exige cuidados de bem-estar?

Lívia Magalhães

Com certeza. Por isso, desenvolvemos o projeto de preparação das novilhas para a primeira ordenha, que surgiu por uma demanda dos próprios produtores. Em meados de 2013, começaram a ser registrados muitos problemas em relação a tripanossomose bovina no Brasil. Na época, concluiu-se que era por conta do uso compartilhado de agulhas para aplicação de ocitocina, principalmente em novilhas. Como elas têm medo de entrar na sala de ordenha, ficam estressadas e prendem o leite. A alternativa que se tinha na época era a aplicação de ocitocina na veia mamária. É uma solução que atua na consequência do problema, que é o estresse. Daí surgiu a ideia de ensinar esses animais a entrarem tranquilos na sala de ordenha. O projeto começou com novilhas no pré-parto e validamos as técnicas nos rebanhos dos criadores José Renato Chiari, Maurício Coelho e Jônadan Ma. As respostas foram muito positivas. Mesmo a maioria sendo de fêmeas CCG 1/2, ou seja, com mais sangue de zebu, mais de 90% delas conseguiram dar leite sem bezerro ao pé e sem ocitocina.

Girolando:

Como deve ser esse manejo na primeira ordenha?

Lívia Magalhães

Há uma série de recomendações que visam estimular a novilha na entrada para a sala de ordenha. Uma delas é garantir o contato do animal com as pessoas que vão trabalhar com ele na ordenha, bem como acostumá-lo com o barulho da ordenha, dos aspersores, ventiladores e de outros animais do grupo que estarão na sala. Assim, ele vai se adaptando com aquele ambiente e aprendendo que ali pode ficar tranquilo. Muitas fazendas relatam que a produção de leite melhorou, uma vez que esses animais pararam de ter interações negativas dentro da sala de ordenha. Em qualquer situação de estresse, a fêmea tende a ficar com leite residual. Imagina isso ocorrendo todos

os dias, como a perda para o produtor no final do mês será impactante. Animais com maior genética zebuína, entre 75% e 100% sangue de Zebu ainda não conseguem ter uma boa resposta para o treinamento de novilhas para a sala de ordenha. Agora, as fêmeas Girolando com 50% de sangue de Zebu para menos apresentam boa resposta ao treinamento.

Girolando:

E em relação às demais categorias, como devem ser as boas práticas de manejo na ordenha?

Lívia Magalhães

É importante o produtor olhar para o seu rebanho e identificar se as vacas estão em estresse ou não. Um indicador muito bacana é a ruminação. Se a maioria das vacas está ruminando enquanto está sendo ordenhada, é um indicativo de bem-estar animal porque atesta que esse animal está relaxado, bem ambientado em questão de conforto, de interações humano/animal. É importante também evitar interações negativas dentro da sala de ordenha, pois os bovinos têm memória. Se acontecer alguma coisa ruim dentro da sala de ordenha em algum dia, a vaca tende a evitar entrar no local. Os bovinos têm a visão monocular, com cada olho formando uma imagem, dando uma visão mais ampla. Isso faz com que eles tenham dificuldades em perceber algum tipo de instalação, como um mata-burro, por exemplo. Na hora em que for estimular esses animais a andar, a gente tem que apressar os bovinos, mas na verdade eles precisam de um tempo maior para perceberem melhor o ambiente. Uma equipe bem treinada tem essa noção de que não é batendo, nem gritando que vai estimular o animal a caminhar mais rápido para a sala de ordenha. Dentro do bem-estar único, não estamos só preocupados com os animais; as pessoas que também fazem parte dessa unidade produtiva são importantes. Quando mais tranquilo estiver o bovino, mais fácil será o trabalho da equipe.

Girolando:

Um dos projetos de bem-estar está relacionado ao aproveitamento dos machos na pecuária leiteira. Como funcionará este projeto?

Lívia Magalhães

Até o desmame, o produtor deve considerar que tanto as fêmeas quanto os machos devem ser tratados da mesma forma. O macho leiteiro deve ser encarado como um produto que faz parte do custo de produção da atividade. Existem vários laticínios que já contam com iniciativas para aproveitar os bezerros machos até a fase de abate. E, com a valorização do preço da arroba e do bezerro, o preço pago por esses animais está bem atrativo para o produtor de leite. Estamos iniciando as conversas com as empresas, mas nossa intenção é fazer uma espécie de “clube de compras”, ofertando benefícios e descontos na aquisição de produtos para quem optar por criar machos leiteiros. Se o macho conseguir pagar seu custo já é muito bom para a atividade, principalmente por conta das críticas vindas de ONGs e da mídia, que podem influenciar o consumidor final.

Por Larissa Vieira

Genética e Reprodução

Pré-sincronização como estratégia na IATF

Saiba como ela ajuda a melhorar a eficiência dos protocolos e os cuidados na aplicação para garantir maiores índices reprodutivos

MegaLeite

Por Larissa Vieira

Por Nome Sobrenome

Nome Fotógrafo

A reprodução e a produção de leite são fatores interligados, que interferem diretamente na produtividade da fazenda, sendo as principais causas de descartes dentro de um rebanho. Uma estratégia para melhorar a taxa de prenhez do rebanho e, consequentemente, a rentabilidade da fazenda, é utilizar a Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF). A aplicação dos protocolos hormonais permite sincronizar a onda folicular dos animais e, consequentemente, a ovulação, garantindo que a inseminação ocorra em um momento conveniente do ciclo estral da fêmea.

Como vários fatores podem interferir nessa etapa, desde a condição corporal do animal, problemas sanitários ou nutricionais, até o estresse térmico, a pré-sincronização é indicada para preparar a fêmea para responder ainda melhor ao protocolo. Ela busca desenvolver um folículo capaz de ovular com a aplicação de hormônio no início do protocolo, melhorando a concentração de progesterona durante o desenvolvimento folicular.

De acordo com a professora da Fazu (Faculdades Associadas de Uberaba), Camila de Moraes Raymundo, a pré-sincronização causa um perfil hormonal ideal na fêmea, estimulando o ovário a produzir folículos que vão responder melhor à IATF. “No mercado, existem vários protocolos, com diferentes tipos de hormônio e de tempo de aplicação. Mas, antes da pré-sincronização, é preciso avaliar a condição corporal das fêmeas, principalmente das que estão no pós-parto, pois podem estar em balanço energético negativo. A perda de peso é inversamente proporcional à reprodução, ou seja, ela prejudica a fertilidade”, explica Camila. Nesses casos, a professora orienta a adotar

protocolos hormonais específicos. Como o estímulo precisará ser maior, já que a fêmea não tem reserva de energia suficiente para produzir os hormônios reprodutivos, é recomendado adotar protocolos mais longos, de 16 a 20 dias antes da inseminação. Já as fêmeas em boa condição corporal podem responder melhor aos protocolos de progesterona, pois terão energia suficiente para o corpo produzir os hormônios reprodutivos após a queda da progesterona.

“Melhores índices de prenhez podem ser obtidos quando se utiliza protocolos de sincronização mais adequados para a realidade do rebanho”

Segundo a professora da Fazu, melhores índices de prenhez podem ser obtidos quando se utilizam protocolos de sincronização mais adequados para a realidade do rebanho. O relatório de IATF em 2024 do projeto Gerar Leite, conduzido pela Zoetis, aponta que a taxa de prenhez varia conforme a idade da fêmea, categoria, raça, dias em lactação e até o mês da inseminação. Vacas Girolando submetidas ao protocolo de IATF apresentaram menor taxa de concepção no verão, quando comparada com o inverno. Apesar de serem mais resistentes ao estresse térmico, também sofrem negativamente com os efeitos da elevação da temperatura ambiente e umidade

Camila de Moraes, professora da Fazu do ar, características dos meses de verão.

O levantamento apontou que o mês de melhor desempenho foi julho, com bons índices também no período entre maio e agosto. Janeiro e dezembro foram os piores meses. Já no levantamento da prenhez na primeira inseminação, por ordem de partos e mês da IATF, tanto as primíparas quanto as multíparas da raça, os índices atingiram o maior pico entre os meses de julho e setembro.

Com em relação às perdas gestacionais entre primíparas, houve uma tendência de alta

entre agosto e outubro, atingindo pico de 1%. Entre as multíparas houve estabilidade maior da taxa ao longo do ano, e levemente abaixo entre setembro e janeiro.

Essa queda na taxa de fecundação e aumento das perdas gestacionais ocorre porque o estresse térmico impacta negativamente a produção de estradiol ovariano, o comportamento do estro, o desenvolvimento folicular, a competência dos oócitos e do embrião e até mesmo a eficiência reprodutiva da progênie.

A professora da Fazu alerta que o estresse térmico deve ser sempre um ponto de preocupação dentro da fazenda, pois gera respostas reprodutivas baixas. “É algo para o produtor cuidar bastante, mesmo na raça Girolando que é mais resistente ao calor que outras raças. Garantir água fresca, alimento e conforto térmico para as fêmeas é fundamental, independente do sistema de produção da fazenda”, orienta.

Vacas lactantes submetidas a altas temperaturas têm seu desempenho reprodutivo comprometido, pelo efeito deletério do estresse térmico, tanto em relação à fertilização quanto ao desenvolvimento embrionário. O estresse térmico pode causar absorção e morte embrionária ou aborto. Outros fatores que podem impactar na fertilidade das vacas submetidas ao protocolo IATF são nutrição e sanidade. “Essa é uma tríade muito importante. No caso da nutrição, costumamos dizer que é um casamento sem divórcio com a reprodução. Se ela está boa, a reprodução acontece mais facilmente. E a saúde também merece cuidado; por isso é importante fazer todos os protocolos sanitários indicados”, orienta Camila de Moraes.

O Brasil tem média de taxa de prenhez em torno de 50% na primeira IATF, e com fazendas bem estruturadas pode superar os 60%. Nas demais IATFS, esse índice tende a reduzir.

Especial 5/8 e PS

Uma solução de resultados no campo

Tecnologias como a genômica e o Teste de Progênie estão contribuindo para acelerar a seleção dos rebanhos Girolando

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de leiteira da raça Holandesa com a rusticidade e adaptabilidade ao clima tropical da raça Gir.

O zootecnista Celso Menezes integrou, na época, o grupo de técnicos, pesquisadores da Embra-

Assoleite [Associação dos Criadores de Gado de Leite do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba]. Dessa necessidade surgiu a ideia de inovar, formando uma raça nacional capaz de atender as deman-

Por Larissa Vieira

Por Nome Sobrenome

Nome Fotógrafo

das dos produtores do país”, conta Menezes, que por 17 anos atuou como superintendente técnico da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando e, desde janeiro de 2025, ocupa o cargo de superintendente executivo da entidade.

O parecer técnico apresentado ao Mapa apontou que o cruzamento entre Holandês e Gir era muito praticado pelos produtores rurais e estava viabilizando a atividade leiteira em diversas propriedades. O documento também sugeriu a adoção de um novo nome para o cruzamento. No Procruza, ele era chamado de Holangir, porém entre os produtores ele era conhecido como Girolando, o que passou a ser adotado a partir de 1989. Como o governo federal tinha como metas principais para a pecuária brasileira a tendência da comunidade produtiva e a viabilidade socioeconômica do empreendimento, o ministro da Agricultura da época, Iris Rezende Machado, autorizou naquele ano o início do Serviço de Registro Genealógico da Raça Girolando. “No primeiro ano do programa, efetuamos 7.804 registros nos diferentes grupos genéticos, a maioria era na categoria Genealogia Desconhecida. Desde então, tivemos uma evolução fantástica e passamos de 108 mil registros em 2024. Também avançamos em produção, saindo de 1990 kg em lactações aferidas pelo controle leiteiro para atuais 7.500 kg. A aceitação do mercado coroa todos os nossos esforços. Em 1999, a raça vendeu 16.454 doses de sêmen e em 2024 foram mais de 800 mil doses”, comemora Menezes.

Desde os primeiros anos do Serviço de Registro Genealógico, a entidade vem trabalhando para a ampliação dos rebanhos 5/8 e PS. Atuando há 11 anos como técnico do Serviço de Registro Genealógico da Raça Girolando na região do Noroeste Paulista, o médico-veterinário Nilton Cezar Barcelos Júnior avalia que a evolução dos rebanhos 5/8 e PS é resultado de acasalamentos planejados, considerando não apenas a produção de leite, mas também a funcionalidade de cada indivíduo. “A qualidade dos touros atuais tem se refletido na evolução de suas filhas, que se destacam pela produtividade, pela conformação equilibrada de pernas e pés e pelos bons siste-

mas mamários. Essa melhoria é consequência da qualidade das vacas CCG 1/4 que, quando acasaladas com os melhores touros Holandeses da atualidade, têm gerado tanto touros quanto vacas 5/8 de alta qualidade”, destaca Barcelos.

Segundo ele, as possibilidades de cruzamento são diversas, mas a melhor estratégia deve ser definida com base na realidade de cada criador. “Aspectos como manejo, clima e objetivo são cruciais e devem ser analisados antes de qualquer tomada de decisão. Por exemplo, em sistemas mais extensivos, em que o criador já possui um grande número de animais CCG 3/4, a utilização de touros 5/8 pode ser uma estratégia interessante para aumentar a saúde e rusticidade do rebanho”, orienta.

Os animais 5/8 destacam-se dentro do rebanho por aliarem alta produção, boa saúde e adaptabilidade, além de apresentarem ótima performance reprodutiva. “Isso se reflete tanto na precocidade sexual, emprenhando mais cedo e tendo o primeiro parto em idade mais jovem, quanto na fertilidade, reduzindo o intervalo entre partos”, acrescenta o técnico da Girolando.

Para auxiliar os pecuaristas, a Associação Brasileira dos Criadores de Girolando estabeleceu estratégias de acasalamento, tanto para chegar ao 5/8 e PS, quanto para utilização dos touros dessa composição racial que hoje já representam praticamente metade das doses de sêmen comercializadas no Brasil. A maior participação no mercado de genética é reflexo também da ampliação do número de touros provados pelo Teste de Progênie (TP). Atualmente, estão sendo testados 320 animais 5/8, sendo que 214 deles já são provados e 69 contam com avaliação genômica. “A demanda e utilização de touros 5/8 e PS de qualidade é crescente, os criadores com apoio das empresas de inseminação artificial estão utilizando as informações do programa de melhoramento genético (PMGG) para desenvolver acasalamentos dirigidos e produzindo touros de alto valor genético para o mercado. A possibilidade de utilizar informações de conformação, fertilidade, saúde e adaptação resultou em acasalamentos mais consistentes e direcionados para a necessidade

Estarpa Windstar OG é a maior lactação vitalícia da raça Girolando, com mais de 153 mil quilos acumulados nas lactações. Única vitalícia da composição 5/8, ela viveu até os 21 anos de idade e pertencia ao saudoso criador Olavo Gonçalves, Fazenda Santo Inácio, em Minas Gerais.

da fazenda. A última lista de touros aptos ao Teste de Progênie possui cerca de 50% dos touros com a composição racial 5/8 e PS, comprovando o constante crescimento nos últimos anos”, diz Edivaldo Ferreira Júnior, coordenador do PMGG. Responsável pelas avaliações genéticas/genômicas do programa, o pesquisador da Embrapa Gado de Leite, Marcos Vinicius Barbosa da Silva, destaca a robustez do programa na avaliação do desempenho dos descendentes para assegurar a qualidade genética dos reprodutores. “Essa prática tem sido fundamental para a confiabilidade das informações genéticas disponíveis aos criadores. Até 2014, somente cerca de 6 a 9 novos reprodutores eram incluídos no Teste de Progênie. Mediante intenso trabalho de captação de rebanhos colaboradores, esses números aumentaram significativamente e, desde 2018, são incluídos grupos com mais de 23 touros, sendo alguns com até 39 animais”, afirma o pesquisador da Embrapa Gado de Leite.

Outra tecnologia que está contribuindo para o melhoramento dos rebanhos 5/8 é a seleção genômica, ferramenta implantada em 2018 no PMGG e que permitiu identificar, de forma mais precisa e precoce, animais geneticamente superiores. A genômica tornou possível fazer uma pré-seleção dos reprodutores, incluindo no TP somente aqueles animais de destacado potencial genético. “Essa tecnologia acelerou o ganho genético, possibilitando a seleção de reprodutores e matrizes com maior potencial produtivo e adaptativo”, acrescenta Silva.

Além disso, graças à parceria entre a Girolando, Embrapa e empresas de biotecnologia, foram desenvolvidas ferramentas específicas para a raça, como o Clarifide® Girolando, que auxilia na previsão do potencial genético dos animais para características de interesse econômico.

Na visão de Marcos Vinicius, todos esses investimentos em novas tecnologias para avaliar os

Desempenho dos rebanhos 5/8

dentro do PMGG - Sumários 2024

N° observações: 42.434

Duração da lactação: 277 dias

Produção de leite em 305 dias: 4.984kg

Produção de leite total: 6.419kg

Média PTA: 79kg

Intervalo de partos: 14,7 meses

Idade ao primeiro parto: 34 meses

Total de touros em TP: 320

Provados: 214

Genômicos: 69

touros já têm o reconhecimento do mercado. “O crescimento das vendas de sêmen de touros 5/8 reflete a consolidação da raça como a mais eficiente para a pecuária leiteira tropical. Essa aceitação do mercado é resultado de um trabalho contínuo de melhoramento genético, aliado à necessidade dos produtores de obterem animais produtivos, rústicos e adaptados às condições climáticas e de manejo do Brasil e de outros países tropicais. Hoje, por mais interessante que possa parecer, os produtores de leite usam, proporcionalmente, muito mais o touro Girolando do que os próprios associados. Isso mostra a confiança que eles têm na qualidade genética dos touros”, pontua o pesquisador.

O mercado internacional também vem sinalizando grande confiança nos touros 5/8. Eles foram responsáveis por 58% das doses de sêmen exportadas, em 2023, e por 60%, em 2024.

Técnico de registro Nilton Barcelos

Especial 5/8 e PS

Por Larissa Vieira

Investimentos na seleção dos touros

A constante inovação do PMGG para identificar os melhores reprodutores Girolando tem contado com um aliado importante: o Comitê do Fundo de Investimento do Programa de Melhoramento Genético da Raça Girolando (FIPMGG). Mantido com recursos provenientes de parte das vendas de doses de sêmen dos touros que estão nas centrais e fazem parte do Teste de Progênie, desde 2009, o Fundo tem trabalhado em projetos que possam assegurar o fomento de informações para integrar o banco de dados da Associação de Girolando.

Como é composto por proprietários de touros, técnicos, diretores da Girolando e por representantes de empresas de genética, o grupo consegue ter uma visão plural do desafio de produzir bons animais e dos caminhos mais seguros a serem trilhados para atingir esse objetivo. “O PMGG está no caminho correto. Com todo o trabalho desenvolvido em conjunto pela Embrapa, Fundo de Investimento e Associação, a robustez dos dados tem contribuído para aumentar a confiança em todas as avaliações genéticas e genômicas da raça. Criadores e a indústria de inseminação artificial já estão utilizando de forma bastante significativa os touros 5/8 para produzirem a próxima geração de reprodutores e doadoras”, assegura Marcello Mamedes, gerente de Mercado e Contas Chaves Leite da central ABS. Segundo ele, a importância do 5/8 dentro do mercado de genética aumenta a cada ano, principalmente em sistemas que exigem mais rusticidade dos animais,

mas aliado a melhor produção e reprodução.

Com um número crescente de touros provados, a raça vem ganhando espaço dentro e fora do Brasil. Na visão de Gabriel Godoy, gerente de Produto e Contas Chaves Leite da Genex Brasil, esse crescimento está alicerçado em bases genéticas consistentes que vêm sendo utilizadas na formação do 5/8. “A raça tem touros focados no avanço da produtividade, longevidade, fertilidade, visando a taxa de retorno da produção, com fêmeas mais saudáveis, férteis, de maior eficiência produtiva e longevas, produzindo por muito mais tempo. O mercado tem valorizado reprodutores de perfil mais modernos, com altos valores de GPTA Leite, de excelente fenótipo e de consistência de família”, avalia Godoy.

Nos últimos anos, as centrais viram um aumento crescente nas vendas de sêmen dos touros Girolando. Em 2018, foram comercializadas 242.376 doses de reprodutores 5/8. Já em 2024, esse número teve um salto de cerca de 52%, atingindo 368.212 doses vendidas. “A evolução dos touros 5/8 é indiscutível. Acasalamentos bem direcionados fazem touros com consistência, segurança e nos permitem trabalhar de forma a atender diversos perfis de produtores, oferecendo produção, saúde, longevidade e conformação. Pedigrees consistentes aliados a avaliações genômicas produzem touros melhoradores em diversas características, não apenas leite”, pontua Manuela Gama, coordenadora Leite Tropical da Select Sires.

De acordo com Manuela, este é um excelente momento para o FIPMGG intensificar os trabalhos de divulgação de como utilizar o touro Girolando e os resultados já comprovados em campo. Dentro dessa proposta, a Associação de Girolando iniciou neste ano, em suas redes sociais, a campanha “Touro Girolando: Eu uso, eu Confio, eu Recomendo”, que divulgará ao longo do ano os resultados alcançados por diversos criadores com o uso de reprodutores 5/8 e PS nos acasalamentos dos seus rebanhos.

Na análise do gerente de Leite Tropical da ST Genetics Brasil, Raphael Stacanelli, a grande evolução dos touros Girolando 5/8 nos últimos anos passa pela incorporação da genômica ao PMGG. “Nos dados coletados pelo PMGG, percebe-se uma consistência nas famílias e pedigrees, aumentando a confiabilidade da utilização dos mesmos e, por consequência, maior procura do 5/8 para os cruzamentos tanto no mercado nacional quanto para exportação”, assegura Stacanelli.

O gerente de Produto Leite da CRV, Antônio Garcia, concorda que a genômica está acelerando o processo de identificação de novos touros. A central CRV, junto com a Associação de Girolando, Zoetis e Embrapa, integra o projeto de seleção genômica que culminou no produto Clarifide Girolando. “É uma tecnologia que vem auxiliando muito na seleção dos touros de central, permitindo disponibilizar aos mercados brasileiro e internacional uma genética comprovadamente melhoradora. Esse respaldo da qualidade genética que estamos colocando no mercado tem levado ao aumento das vendas de sêmen de 5/8. São touros extremamente superiores, com valores genômicos acima de dois mil de GPTA Leite”, destaca Garcia.

MegaLeite

Dentro da disponibilidade no mercado de

salamento de reprodutores CCG 3/4 com vacas CCG 1/2, já que elas são em maior número dentro da raça. “O mercado de sêmen do 5/8 compete arduamente com o de 3/4, e, a cada ano vão se alternando na liderança. Agora, é importante salientar que, juntas, essas duas composições respondem por uma fatia importante das vendas de sêmen das raças leiteiras, ficando em segundo lugar”, diz Marquez.

Para o gerente de Produto Leite Tropical da Semex Brasil, Christian Milani Resende, o criador deve focar no uso de vacas e touros melhoradores para formação do 5/8, focando não só em produção, mas saúde, sólidos e composto de úbere para fortalecer a raça e trazer longevidade. “Ampliar a base de dados dos rebanhos 5/8 dentro do controle leiteiro oficial será importante para o avanço da raça, pois a partir das informações zootécnicas poderão ser geradas novas pesquisas com esses animais para confirmar as características que estão evoluindo”, conclui Resende.

Vendas de sêmen Girolando 5/8*

*Fonte: Asbia

Por Nome Sobrenome

Nome Fotógrafo

Especial 5/8 e PS

Institutos de ensino e pesquisa apostam no Girolando

IPA e IFTM selecionam a raça e desenvolvem estudos que têm contribuído para o avanço do Girolando

A raça Girolando tem sido a base para estudos em várias instituições de pesquisa e ensino pelo Brasil. Com 72 anos de fundação, o Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM) está entre os parceiros mais antigos da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando. O campus de Uberaba/MG abriga um rebanho da raça, composto por animais Puro Sintético (PS), 5/8, além de outras composições raciais e Gir Leiteiro.

O plantel é avaliado pelas provas zootécnicas do PMGG. Já são 36 anos participando do Controle

Leiteiro Oficial. O IFTM também é rebanho colaborador do Teste de Progênie. Entre os anos de 2013 e 2019, o Instituto abrigou o Centro de Performance Girolando (CPG), onde ocorria a prova de pré-seleção de touros. “Continuamos trabalhando com o Girolando, pois reconhecemos a importância da contribuição da seleção do IFTM para a formação de uma raça leiteira adaptada aos trópicos. Acreditamos também que a formação de profissionais com conhecimento da raça possa ser um diferencial no mercado de trabalho”, destaca o médico-veterinário

Professor Cleber Oliveira recebe premiação em exposição de Girolando

do IFTM, Bruno Balduino.

Dentro do sistema de seleção da entidade, o primeiro passo é a avaliação visual fenotípica dos animais. Posteriormente, é observado o histórico de lactação das mães e consequentemente as lactações das fêmeas avaliadas e, a partir daí, são selecionados os possíveis animais para avaliação genômica. Para acelerar o ganho genético, as bezerras, produtos do acasalamento/cruzamento dirigido, são genotipadas. “Quanto à formação e manutenção do rebanho Girolando, temos trabalhado em cima dos animais Girolando já estabelecidos no plantel. Soma-se a isso, a formação de novos animais 5/8 a partir de animais da raça Gir leiteiro selecionados na instituição. O objetivo é fazer animais CCG 1/2 melhoradores e acasalá-los com touros da raça Gir Leiteiro com alta aptidão leiteira para produzir fêmeas CCG 1/4 adaptadas e superiores. Depois, utilizamos touros Holandeses superiores no cruzamento com essas fêmeas 1/4 para a produção do animal Girolando superior”, informa o professor do curso de Zootecnia Cleber Barbosa de Oliveira.

Para acelerar o melhoramento do rebanho, a entidade utiliza protocolos de IATF e TETF na reprodução das fêmeas. A inseminação é feita com sêmen doado tanto pelo Teste de Progênie quanto por centrais parceiras. O processo de inseminação é feito por uma empresa parceira. Já o convênio firmado com a CRV tem viabilizado a avaliação genômica do rebanho. “Esta parceria acelerou o melhoramento genético, assim como propiciou que os machos avaliados pudessem participar do teste de progênie da Associação de Girolando”, informa Balduíno.

Segundo ele, os desafios para manter um rebanho melhorador dentro de uma instituição pública são grandes, mas as parcerias estão ajudando a superar os obstáculos. “Ano passado, por motivos de gestão e de cortes no orçamento, precisamos reduzir o rebanho, que hoje está em 120 animais. Apesar dos desafios encontrados, sempre buscamos parcerias com empresas privadas para tentarmos acompanhar o ritmo acelerado que o melhoramen-

to genético do Girolando alcançou, principalmente após o advento das avaliações genômicas como ferramenta de seleção”, esclarece.

Pesquisas- O rebanho do IFTM permite o desenvolvimento de pesquisas em várias áreas, dentre elas: sanidade, com foco em mastite, reprodução e adaptação dos animais ao ambiente. Em 2024 foram desenvolvidos dois projetos de iniciação científica e seis trabalhos de conclusão de curso com a raça Girolando. O Instituto ainda desenvolveu uma fita de peso exclusiva para animais Girolando com ótima acurácia.

Para 2025, os projetos continuam. Dois tourinhos, um 3/4 e outro 5/8, irão participar do novo grupo do Teste de Progênie. “A projeção é que consigamos, todo ano, inscrever animais para o teste. Além disso, temos a intenção de voltar a participar de exposições em 2025 para continuar divulgando nosso trabalho para a comunidade”, conclui o professor Cleber.

Pioneirismo do IPA

Na região semiárida de Pernambuco, conhecida como Sertão do Moxotó, a raça Girolando é selecionada desde o início da década de 1980, pelo Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA). A entidade realiza trabalhos com cruzamentos bovinos desde a época do programa Procruza e, em 1983, por sugestão da Embrapa, passou a focar na formação do Girolando. “Na época, foram utilizadas as raças Holandesa e Gir para produção de fêmeas CCG 1/2, que, na sequência, passaram a ser cruzadas com

Animal do rebanho do IFTM

Rebanho do IPA

touros Gir, dando origem a animais 3/4 Gir + 1/4 Holandês. Para chegar aos animais 5/8, elas foram cruzadas com Holandês. O rebanho também conta com animais Puros Sintéticos”, explica Antônio Santana dos Santos Filho, pesquisador em Reprodução Animal do IPA.

O rebanho está concentrado na Estação Experimental de Arcoverde. No momento, estão sendo testadas e selecionadas as gerações de 5/8 Girolando que foram obtidas até agora. O plantel conta atualmente com 105 animais. “Fazemos a seleção fenotípica, utilizando dados de pedigree e do controle leiteiro, para definir os acasalamentos. As fêmeas são inseminadas com sêmen de touros do rebanho do IPA e do Teste de Progênie. Também utilizamos fertilização in vitro”, informa Júlio César Vieira de Oliveira, pesquisador em melhoramento genérico animal do Instituto.

O IPA tem uma participação importante na história da seleção genômica da raça Girolando. A pesquisa para identificar o genoma da raça, iniciada em 2011, utilizou as informações genotípicas do touro IPA Bochecho, que pertencia ao Instituto. Ele foi escolhido porque vinha de uma linhagem de várias gerações de PS e fazia parte do Teste de Progênie da Girolando. A partir do estudo, foi possível desenvolver a tecnologia Clarifide Girolando, hoje amplamente utilizada para selecionar touros e fêmeas jovens.

Agora, em 2025, a entidade dará mais um passo para adotar a genômica em seu sistema de seleção. Para isso, fará a genotipagem de 50 fêmeas jovens. “A contribuição da genômica foi muito positiva, pois promoveu altos ganhos genéticos para produção de leite da raça, através do aumento da pressão de seleção de touros com melhores PTAs. Contribui, também, para a seleção de fêmeas mais produtivas, tanto em produção de leite quanto em reprodução, e mais saudáveis, antes mesmo de apresentarem suas informações fenotípicas. Todas essas informações com melhor acurácia contribuem para reduzir os intervalos de gerações e aumentar o ganho genético da raça”, destaca Oliveira. No futuro, pretende-se intensificar os estudos de melhoramento genético na raça utilizando informações genômicas. Outro pioneirismo do IPA com a raça Girolando foi o uso da FIV para produzir o primeiro bovino in

vitro no estado de Pernambuco. IPA Danilo nasceu em 2015 e posteriormente foi utilizado como reprodutor no rebanho da entidade. Para que esse feito fosse alcançado, pesquisas com utilização de sêmen Girolando na produção in vitro de embriões foram realizadas no laboratório de Melhoramento Genético e Reprodução Animal do IPA. Além do 5/8 e PS, a entidade avalia como outras composições raciais se comportam no clima semiárido em relação à reprodução, persistência de lactação e longevidade. Os pesquisadores do IPA destacam que a evolução do rebanho 5/8 é positiva e os animais se adaptam muito bem às condições semiáridas, conseguindo lactações acima da média nacional e longevidade. O plantel tem vacas com 16 anos produzindo e reproduzindo com bom desempenho. Apesar de todas as conquistas, o IPA teve de reduzir o rebanho nos últimos anos por falta de apoio financeiro.

Segundo o pesquisador em Forragicultura do IPA, Djalma Cordeiro dos Santos, paralelamente ao trabalho de melhoramento genético da raça, são realizados estudos de desempenho e nutrição com a palma forrageira. “No início do ano, fizemos um ensaio com a associação de palma forrageira com óleo ou torta de linhaça como estratégia nutricional para produção de leite e queijo com elevado valor nutracêutico em regiões semiáridas. E está previsto também um projeto sobre estudo da adaptabilidade de vacas Girolando às condições semiáridas de Pernambuco através da integração de bases de dados fisiológicos e ambientais”, informa Santos.

Sede da Estação Experimental de Arcoverde

Touro IPA Bochecho

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Competência não tem gênero

Conheça a história de mulheres que decidiram trabalhar com Girolando e estão alcançando bons resultados, levando a raça a um lugar de destaque no mercado

Historicamente, as mulheres sempre tiveram participação na pecuária leiteira, mas em muitos casos como coadjuvantes do progresso do setor. Com as mudanças significativas na sociedade e no mercado global nos últimos anos, elas estão deixando esse papel secundário de lado para se tornarem protagonistas na tomada decisão das propriedades rurais. É o caso da pecuarista Gabriela de Azevedo Rodrigues, nova geração da família à frente da Fazenda Primavera. A propriedade, localizada em Potirendaba/SP, existe há 35 anos, atuando na produção de leite, tendo como base um rebanho Girolando. “Meu pai dividia seu tempo entre a advocacia e a pecuária leiteira, e contava com um gerente para comandar a propriedade no dia a dia. Quando passava os finais de semana na fazenda, percebia que poderia ajudá-lo a comandar o negócio”, lembra Gabriela.

Apesar de cursar faculdade de Direito na época, ela decidiu que dedicaria parte de seu tempo à pecuária. “Meu pai sempre teve um olhar diferente para a seleção animal, investindo em tecnologias, e foi pioneiro na utilização de FIV na região. Como não tinha experiência na área, fui aprender na prática sobre o funcionamento do negócio. Isso fez

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com que ele confiasse no meu trabalho e ampliasse minhas responsabilidades”, diz a criadora.

Gabriela lembra que teve de aprender não apenas sobre a parte administrativa, mas também sobre gestão de pessoas, manejo dos animais e seleção. “Percebi que a parte de nutrição animal é muito importante e impacta fortemente o negócio. Daí, optamos por ter uma área de agricultura, que é gerenciada por meu irmão Carlos Henrique, com foco na produção de silagem para o gado”, acrescenta.

Na Primavera, não é só a gestão que está a cargo de uma mulher. Em vários setores, onde o detalhe é importante para alcançar bons índices, as equipes são formadas por mulheres. “Aqui, elas são fundamentais, estão na equipe de ordenha, no escritório, no bezerreiro. Hoje, por exemplo, a responsável pelo cuidado com as bezerras é uma funcionária que antes cuidava de meus avós, ou seja, é uma pessoa de grande sensibilidade para um trabalho que exige muita atenção e paciência. Todas elas têm essa sensibilidade maior que os homens e estão ajudando a fazenda a melhorar os índices de produção”, assegura Gabriela. O fato de o agronegócio ainda ser uma ativi-

Nome Fotógrafo

02 Revista Girolando

Criadora Magnólia Martins

dade de predominância masculina não incomoda Gabriela. “Nunca fui discriminada por ser mulher, e, sim, por ser jovem. Porém, quando mostrei minha capacidade tudo mudou. O importante é o profissional ser competente, independente do gênero. Meus pais Carlos e Agda abriram as portas da fazenda para que eu pudesse me realizar como pecuarista. Se um dia tiver uma filha, farei o mesmo”, pontua Gabriela.

Na Fazenda Tonnary, em Paineiras/MG, a jovem Aryelle Lina Pereira Barbosa realiza uma de suas grandes paixões: o Girolando. Em sociedade com o pai, José Carlos Barbosa da Silva, ela conduz a seleção da raça, dividindo seu tempo entre a faculdade e a pecuária. Ela auxilia na parte da escrituração zootécnica e comunicação dos dados pelo portal da Girolando, na parte administrativa, e quando está na fazenda participa de vários manejos dos animais. “Quando comecei, houve uma certa resistência por parte da equipe da fazenda. Eles achavam que eu não entendia do assunto, não aceitavam muitas sugestões e nem procuravam debater as melhores alternativas para as ati-

vidades do dia a dia. Felizmente, tive o apoio do meu pai que mostrou para a equipe a importância dessa integração e da minha contribuição para o negócio”, lembra Aryelle, que no Ensino Médio cursou Técnico Agropecuário e por alguns anos fez Medicina Veterinária, mas o desejo de atuar na área da saúde a levou a mudar seus rumos profissionais e hoje faz faculdade de Medicina.

Segundo ela, a pecuária continua em seus planos para o futuro, mesmo com as grandes demandas da vida médica. “Sou apaixonada pela pecuária e quero continuar nessa parceria com meu pai. Muitas portas estão se abrindo para as mulheres no campo e o preconceito é cada vez menor. As próximas gerações certamente terão mais espaço”, diz Aryelle.

A força feminina do PMGG

A zootecnista Mariana Moreno, técnica do Programa de Melhoramento Genético da Raça Girolando (PMGG), acredita que as mulheres já estão vivendo uma nova realidade hoje. Natural de Mogi Mirim/SP, ela é a única profissional de Ciências Agrárias da família, apesar de o avô e o pai terem

Produtora Gabriela Rodrigues

Criadora Aryelle Lina Pereira Barbosa

sido produtores rurais, na pecuária de corte. O contato com a pecuária desde pequena fez com que ela se interessasse pela bovinocultura. “Larguei a faculdade de Engenharia para cursar Zootecnia. Como técnica do PMGG, preciso estar em atualização constante porque a raça Girolando é muito dinâmica, está em constante evolução. Como tenho de orientar os criadores sobre melhoramento, a interpretar os dados do Sumário de Touros e na escolha dos reprodutores mais indicados para utilizarem conforme os objetivos da fazenda, busco estar informada sobre as inovações dentro do melhoramento genético”, diz a técnica do PMGG, responsável pela distribuição de sêmen dos touros do Teste de Progênie, que ainda atua no Serviço de Controle Leiteiro e faz a coleta de dados do Sistema de Avaliação Linear da raça Girolando (SALG).

Segundo a consultora em sucessão familiar Marielly Biff, co-autora do livro “Mulheres do Agro”, 30 milhões de hectares são administrados por mulheres no Brasil. Elas ainda ampliaram sua participação à frente das empresas, ocupando atualmente 41% dos cargos de liderança no agro. “Na minha turma de Zootecnia, na Fazu, em 2019, a maioria era de homens, sendo só eu e uma outra aluna mulheres. Hoje, está mais equilibrado. As mulheres estão mais interessadas em atuar na pecuária, sendo reconhecidas e mostrando, com competência, suas qualidades profissionais”, destaca Mariana.

Pioneira no Girolando

Sobre vencer os desafios dentro da pecuária, a criadora Magnólia Martins entende bem. Nascida na cidade mineira de Monte Alegre de Minas, ela atua na pecuária leiteira desde 1990. A vocação para atuar no agro foi herdada do pai, Francisco Ribeiro da Silva, que era produtor rural. Ao assumir a Fazenda Valinhos, localizada em Monte Alegre de Minas, optou por focar a atividade na seleção da raça Girolando, tanto para a produção de genética quanto de leite.

Ela tem utilizado sua experiência no setor para contribuir para o avanço da pecuária leiteira e para aumentar a participação feminina no agro. Foi a primeira mulher a ocupar o cargo de 1ª vice-presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando. Também participou de outras gestões, como diretora. “Durante toda essa minha trajetória na criação do Girolando, a raça evoluiu muito e as mulheres souberam acompanhar esse avanço, ajudando na consolidação dos rebanhos de Girolando pelo Brasil. Vivemos ciclos maravilhosos, com mulheres bem capacitadas, que gostam e sabem produzir leite. O resultado não podia ser diferente. Elas estão no topo do negócio, somando com os esposos dentro da raça Girolando. É bonito ver como nós, mulheres, vencemos tantas barreiras. Parabéns a todas que souberam caminhar e evoluir!”, elogia Magnólia, cujo amor pela raça Girolando tem herdeira, a filha Daniela, que também é criadora.

Técnica do PMGG Mariana Moreno

Qual é a frequência ideal de fornecimento de dietas para vacas em lactação?

Atualmente, convivemos com a intensificação dos estudos sobre práticas de manejo alimentar na pecuária leiteira. Reflexo da necessidade de aumento de produtividade e da eficiência da atividade, esses estudos demandam esforços para adequar os manejos às particularidades de cada fazenda.

Uma das práticas de manejo alimentar mais discutidas é a frequência de fornecimento de dietas para vacas em lactação, porém, com ideais distintos, visto que o aumento ou redução da quantidade diária de fornecimento pode ser positiva ou negativa.

Mas, afinal, qual é a frequência ideal de fornecimento de dietas? O que a frequência de alimentação pode afetar nos resultados do rebanho?

Em fazendas leiteiras, o objetivo é que vacas em lactação alcancem o maior consumo de matéria seca (CMS) dentro do potencial esperado, pois está diretamente ligado à produção de leite.

Na maioria dos sistemas convencionais, o fornecimento de dieta fresca é realizado duas vezes

por dia, mas é comum fazendas que adotam o fornecimento uma, três ou mais vezes ao dia.

A taxa de alimentação (kg de CMS/h) e o tempo em consumo (min/h) são maiores imediatamente após a distribuição da dieta fresca (DeVries e von Keyserlingk, 2005; King et al., 2016).

Além disso, de acordo com Shabi et al. (1998, 1999) e Cabrita et al. (2006), o aumento da frequência de fornecimento da dieta pode evitar uma grande flutuação do pH ruminal. Porém, o fato de fornecermos mais alimentações durante o dia não tem impacto quando pensamos em produção de leite ou até mesmo em saúde ruminal, como veremos mais à frente no texto.

Outro ponto importante a se atentar é a realidade de cada propriedade, tamanho do vagão forrageiro, tamanho de lotes de animais, disponibilidade de mão de obra, entre outros fatores importantes no momento da decisão.

A menor frequência de fornecimento de dietas frescas durante o dia pode otimizar o manejo. Quando pensamos na dificuldade de mão de

Por Otávio Cantarutti - Consultor de serviços técnicos na Agroceres Multimix

obra voltada para a pecuária de leite em diversas regiões do País, essa pode ser a principal vantagem, pois pode tornar possível que o mesmo colaborador realize mais de uma atividade dentro da fazenda.

Além disso, há maior precisão nos carregamentos quando se trabalha com volumes maiores.

Quando pensamos em desvantagens, é necessário avaliar a qualidade dos alimentos disponíveis na propriedade, maior necessidade de aproximação da dieta, exigência de um cocho maior e lembrar que a quantidade de dieta oferecida não poderá ser corrigida ao longo do dia.

Uma grande preocupação ao reduzir a frequência de alimentação é a estabilidade da dieta. Se apresentar elevada temperatura ou odor ruim, provavelmente irá reduzir a aceitação pelos animais e, consequentemente, haverá diminuição do CMS, enquanto que com maior frequência de tratos ao longo do dia, o risco do aquecimento da dieta é menor.

Em estudo publicado em 2020 no Journal of Dairy Science, os autores C. Benchaar e F. Hassanat avaliaram diversos dados comparando o fornecimento de dietas 1, 2 ou 4 vezes ao dia. O estudo mostrou que a frequência de fornecimento da dieta não afetou o CMS, o pH ruminal médio diário e a digestibilidade da dieta consumida pelos animais de diferentes grupos.

Consequentemente, a frequência da administração da dieta não teve efeito na produção de leite corrigido para energia, assim como nas concentrações de gordura, proteína e lactose.

Tabela 1: Efeito da frequência de alimentação no consumo, digestibilidade, produção de leite e pH ruminal

Em resumo, maior frequência de fornecimento de dieta não resulta necessariamente em resultados benéficos; assim como menor frequência também pode não resultar em prejuízos.

Isso demonstra a importância de, antes de to-

mar a decisão da quantidade de tratos ao longo do dia, analisar diversos fatores presentes na propriedade junto às vantagens e desvantagens de cada uma das estratégias.

Em função dos desafios operacionais enfrentados por muitas fazendas, a tendência é que o fornecimento de dietas para vacas em lactação seja cada vez menor nas propriedades.

Referências:

CABRITA, A. R. J., R. J. DEWHURST, J. M. F. ABREU, AND A. J. M. FONSECA.Evaluation of the effects of synchronising the availability of N and energy on rumen function and production responses of dairy cows—A review. Anim. Res. 55:1–24. https://doi.org/10 .1051/animres:2005045.2006

DEVRIES, T. J., AND M. A. G. VON KEYSERLINGK. Time of feed delivery affects the feeding and lying patterns of dairy cows. Journal of Dairy Science, v. 88:625–631, 2005.

HASSANAT, F.; BENCHAAR, C. Frequency of diet delivery to Dairy cows: effect on nutriente digestion, rumen fermentation, mathane production, nitrogen utilization, and milk production J. Journal of Dairy Science, 103:7094-7109, 2020.

KING, M. T. M.; CROSSLEY, R. E.; DEVRIES, T. J. Impact of timing of feed delivery on the behavior and productivity of dairy cows. Journal of Dairy Science, 99:1471–1482, 2016

SHABI, Z.; ARIELI A.; BRUCKENTAL, I.; AHARONI, Y.; ZAMWEL, S.; BOR, A.; TAGARI, H Effect of the synchronization of the degradation of dietary crude protein and organic matter and feeding frequency on ruminal fermentation and flow of digesta in the abomasum of dairy cows. Journal of Dairy Science, 81:1991–2000, 1998

SHABI, Z.; BRUCKENTAL, I.; ZAMWEL, S.; TAGARI, H.; ARIELI A. Effects of extrusion of grain and feeding frequency on rumen fermentation, nutrient digestibility, and milk yield and composition in dairy cows. Journal of Dairy Science, 82:1252–1260, 1999.

Nutrição

Evolução dos suplementos contribuiu para o desenvolvimento da produção animal

Suplementos previnem as doenças de origem nutricional e ajudam na potencialização dos resultados

A produção pecuária passa por grandes transformações, evoluindo de um estágio tradicional para um estágio profissional em que o produtor moderno busca a eficiência e a lucratividade nos processos produtivos, inserindo os conceitos de pecuária de ciclo curto e a produção intensiva.

Dentro dessa evolução constata-se a presença de produtores atentos às novas realidades de mercado, utilizando novas tecnologias na produção leiteira e de corte, novas técnicas de reprodução, cruzamento industrial e uso de suplementos nutricionais (minerais, proteinados, injetáveis ou não), visando ajustar e melhorar a produtividade da pecuária.

Entretanto, apesar dos avanços na produção a pecuária brasileira enfrenta um grande desafio, que é o período seco do ano. Durante o período seco o valor nutritivo e a produção de gramíneas forrageiras nos trópicos diminuem, levando à desnutrição dos animais criados a pasto e, consequentemente, a baixo ganho de peso, baixa produção de leite, baixos índices reprodutivos, o que impacta diretamente nos custos e qualidade da produção de pecuária de corte e leite no Brasil.

Diante deste quadro que acomete a pecuária há bastante tempo ocorreu o desenvolvimento e aprimoramento dos suplementos, destacando-se os suplementos minerais (sal mineral), os proteinados, os suplementos vitamínicos injetáveis, orais e premixes que contribuíram para o desenvolvimento da pecuária nacional, prevenindo as doenças de origem nutricionais, corrigindo as deficiências minerais, vitamínicas e potencializando a produção de carne, leite e ovos.

O presente artigo fará uma abordagem histórica da evolução dos suplementos no Brasil e citará os vários tipos e suas funções.

Sal mineral x suplemento proteinado

Diferenças entre sal mineral e suplemento proteinado - Vieira (2020):

Sal mineral é uma combinação industrial (ou mistura industrial) de sal comum + minerais (micro e macroelementos). Os principais micro e macroelementos minerais são cálcio, fósforo, iodo, ferro, manganês, selênio, cobalto e cobre, dentre outros. Os minerais são importantes nutrientes para a saúde e manutenção dos animais, sendo que a mistura mineral deve ser fornecida diariamente a todas as categorias animais.

Sal proteinado é um suplemento mineral enriquecido com fontes de energia (milho/sorgo), mais fontes de proteínas que podem ser verdadeiras (farelo de soja, algodão) e/ou NNP (ureia), acrescidos de aditivos e núcleo mineral (contendo todos os minerais). O sal proteinado também é denominado de Mistura Múltipla e de Suplemento Proteinado.

Os suplementos proteinados são divididos em:

- Sal Ureado (Sal Mineral + Ureia)

- Suplemento Proteinado - seca (alto teor de energia)

- Suplemento Proteinado - chuvas (alto teor energético)

Principais vantagens ao se utilizar a suplementação com proteinados: aumentar o fornecimento de nutrientes para os animais, utilizar as pastagens de modo mais adequado, evitar a subnutrição, melhorar a eficiência alimentar, auxiliar na desmama precoce, reduzir a idade ao primeiro parto, reduzir o intervalo entre partos, diminuir a idade de abate, aumentar a taxa de lotação das pastagens e auxiliar na terminação de animais de descarte.

Por Guilherme Augusto Vieira - Médicoveterinário e professor universitário

Evolução do sal mineral

A suplementação de minerais, macro e microelementos, iniciou-se no Brasil em maior escala, posteriormente ao início da indústria de rações, que teve seus primórdios na década de 1940.

Antes da suplementação mineral completa, o “primeiro suplemento” utilizado foi a farinha de ossos autoclavados, subproduto de matadouros industriais sem qualquer respaldo técnico-científico sobre as reais carências minerais nos animais.

Nos anos 1950 surgiram as primeiras fábricas de suplementos minerais tendo como foco produtos à base de iodo e polivitamínicos direcionados para suínos, bovinos, aves e equinos.

O grande “boom” da indústria de suplementos minerais ocorreu nos anos 1970, com a fundação das grandes indústrias de suplementos minerais impulsionadas pelo conhecimento técnico científico e avanço da pesquisa em nutrição animal que detectou as principais carências minerais presentes na pecuária nacional, principalmente pelo elemento fósforo deficiente nas pastagens e que tem impacto na produção de bovinos.

Outro fator importante foi a importação dos fosfatos minerais, principalmente o fosfato bicálcico, que juntamente com outras matérias-primas constituem a base das principais fórmulas dos produtos comercializados.

A grande consolidação das indústrias minerais e a melhoria das formulações dos suplementos minerais ocorreu nos anos 1980 até os dias atuais, no qual o mercado oferece produtos diversificados para as diversas categorias animais.

Atualmente o sal mineral é denominado Suplementos Minerais Linha Branca e abrange suplementos para reprodução, crescimento, engorda, suplementos para gado leiteiro.

A maioria das formulações tem a terminação ‘fos’ e apresenta um número: 20, 40, 60, 80,90, 120, 160. O que isso significa? Significa que o teor de fósforo medido em gramas para cada mistura é direcionado para cada categoria animal, produção ou para corrigir alguma deficiência mineral. Como citado anteriormente, em sua maioria as pastagens e solos são deficientes em fósforo e este elemento tem várias funções orgânicas e é limitante no consumo.

Os proteinados no Brasil

Desde os anos 1940 tem se estudado formas de melhorar a produção e diminuir os efeitos da seca na produção dos animais, principalmente quanto ao uso de suplementos.

Inicialmente os estudos sobre a suplementação dos animais na seca indicavam o uso de alimentos energéticos tais como: o milho, melaço e silagem de milho. Entretanto, os resultados do uso desses alimentos, de forma isolada, não foram capazes de evitar a perda de peso nos animais, principalmente devido ao fato de esses alimentos estimularem o crescimento de bactérias que digerem o amido, em detrimento daquelas que digerem a celulose.

Mais tarde, as pesquisas se concentraram no elemento fósforo, devido a sua importância no

metabolismo animal. Entretanto, com a administração de fontes de fósforos na época da seca não ocorreu respostas ao ganho de peso dos animais.

A partir dos anos 1960, os estudos comprovaram que o fósforo não é o principal nutriente limitante, mas sim o déficit proteico presente nas pastagens durante o período seco.

Trabalhos direcionados nesse sentido comprovaram que a deficiência proteica poderia ser corrigida tanto com o fornecimento do nitrogênio não proteico (ureia, por exemplo) quanto a proteína verdadeira, fato comprovado por um estudo clássico de Loosli & Mcdonald (1969) sobre o uso de NNP em animais bovinos a pasto na época seca.

O professor Carneiro Viana, da UFMG, conduziu trabalhos no qual afirmava que no período seco não há somente deficiência de proteínas, mas também de fósforo e outros minerais, sem excluir a ocorrência direta ou indireta de déficit energético e propôs maneiras de suplementação de animais na seca. Diante dessa constatação foi elaborada uma “Mistura Farelada de NNP” composta de ureia, fubá de milho, fosfato bicálcico, sal comum e melaço. A presença do sal comum, proposto no método, controla a ingestão da mistura de acordo com a sua concentração.

Atualmente insere-se em várias formulações, além da ureia, outros ingredientes proteicos, como o farelo de soja ou farelo de algodão.

Após esse marco inicial os estudos progrediram por meio da Embrapa e outras unidades de pesquisas, indústrias de insumos com ótimos resultados, e atualmente o mercado apresenta várias fórmulas e produtos direcionados não só para consumo na seca quanto para consumo na época das águas, constituindo-se no grande marco da evolução da nutrição na pecuária nacional.

- As referências podem ser solicitadas ao autor;

- Os estudos foram realizados em parceria com a Noxon Saúde Animal (Anabolic).

Renovar ou recuperar a pastagem?

Na maioria das regiões produtoras do Brasil já estamos próximos do fim da estação chuvosa e para aqueles pecuaristas que trabalham com o sistema de produção animal a pasto, inicia-se, então, a fase de planejamento da próxima safra. É neste momento que definiremos onde, como, quando e o que será feito em cada local na próxima estação chuvosa, como: implantações de novas pastagens, renovações, recuperações e intensificações de pastagens. Alguns podem pensar que está cedo demais para esse tipo de planejamento no projeto, mas posso afirmar que não está. Muito do que é executado em pastagens durante o período chuvoso, se dá início na transição águas-seca. Certamente, alguns pecuaristas têm a intenção de melhorar a qualidade de suas pastagens por meio da renovação ou recuperação do pasto na próxima safra. Mas aí surge a dúvida: eu preciso realmente renovar ou será que consigo apenas recuperar o pasto? Bem, primeiramente, vamos definir o que é renovação e o que é recuperação.

Renovação de pastagem - também chamado de reforma de pasto, é determinada como aquela estratégia onde se adota uma sequência de procedimentos de preparo do solo: (gradagem pesada, intermediária, niveladora e aração), correção do pH do solo (como o calcário), semeadura, adubação de plantio e cobertura e controle de plantas invasoras e pragas, visando estabelecer um novo

pasto, podendo ou não ser com a mesma espécie forrageira que tinha na área anteriormente.

Já a recuperação de pastagens é definida como aquela estratégia que adotamos para recuperar o vigor produtivo de uma pastagem que estava em processo de degradação. Ou seja, na recuperação de pastagem a espécie forrageira permanece no local. E os trabalhos adotados para recuperação poderão variar bastante, de acordo com o nível de degradação de cada pasto.

Em ambas as estratégias podemos atuar de forma direta e indireta. O que as diferencia é que, na forma indireta adere-se a consorciação ou integração com outras culturas para renovar ou recuperar a pastagem; já na forma direta não é empregada a consorciação ou integração, mantêm-se apenas as operações de manejo, operações mecânicas e químicas.

Mas a questão é: eu renovo ou recupero? Para responder essa pergunta a primeira coisa que o produtor deve fazer é o inventário das pastagens da propriedade, a fim de levantar a situação de degradação de cada local. Como já expliquei em outro artigo, é importante que este inventário seja realizado sempre ao final da estação chuvosa de cada região, ou seja, agora. Este é o primeiro passo para elaborar todo o planejamento da próxima safra. Durante esse inventário, um técnico especializado ou uma pessoa treinada deve percorrer to-

Por Lucas Castro (Zootecnista) Lancer Consultoria em Pecuária

dos os pastos da fazenda para diagnosticar a situação, avaliando alguns parâmetros, como: o stand de forragem (número de touceiras/m²); o vigor produtivo de cada pasto (avaliar se a produtividade ou a lotação média alcançada está de acordo com o manejo empregado); a infestação de pragas (tipos de insetos que têm atacado e qual tem sido o nível de infestação); a infestação de plantas invasoras (tipo de plantas, estágio de desenvolvimento e nível de infestação); e a degradação dos solos (erosões).

É importante que a pessoa responsável por esse inventário utilize também uma ficha para anotar cada uma dessas características das pastagens avaliadas. A classificação dos parâmetros avaliados pode auxiliar bastante durante o inventário. Existem algumas sugestões para avaliação de pastagens que levam em consideração a produtividade, a infestação por plantas invasoras e a degradação do solo (erosões).

Após a elaboração do relatório com o levantamento da situação atual de cada pasto, passamos para o próximo passo, que é a definição de quais áreas serão renovadas e/ou quais serão recuperadas. Além do inventário, essa tomada de decisão deve estar de acordo com dois pontos principais: a capacidade financeira e a operacional do projeto. É comum o pecuarista decidir renovar alguns pastos da fazenda e, na hora em que faz as contas do quanto será gasto, acaba percebendo que não conseguirá arcar com todo o investimento necessário. Outro ponto importante é a análise de fertilidade dos solos. Para aquele produtor que irá

renovar a pastagem, a análise de solos é crucial para que o técnico possa interpretar e recomendar os corretivos e adubos de plantio. Inúmeros trabalhos de pesquisa já mostraram o quanto a correção e adubação do solo são fundamentais para o adequado estabelecimento da pastagem. Já para aquele que vai apenas recuperar a pastagem, a análise de solo ajuda a identificar possíveis deficiências de nutrientes essenciais para o adequado crescimento das plantas, ou para identificar a presença de níveis excessivos de elementos tóxicos, como o alumínio. Sabe aquele pasto que você deixa vedar durante um bom tempo e ele não cresce direito? Pois é, muitas vezes o problema está no solo.

Por fim, independente se você vai renovar ou recuperar, faça de forma correta e bem criteriosa. Frequentemente, eu vejo produtores querendo economizar em alguma operação ou na utilização de algum insumo para reduzir despesas. Isso acaba contribuindo para um serviço mal feito. Se percebeu que o investimento no momento é muito alto para o caixa do projeto, faça uma área menor. É melhor fazer pouca coisa no capricho, do que um monte de coisa malfeita.

“Independente se você vai renovar ou recuperar, faça de forma correta e bem criteriosa.”

Nova opção de forrageira chega aos pastos

Matsuda lança nova cultivar que combina alta produtividade, excelente qualidade nutricional e palatabilidade

Uma nova tecnologia na área de produção de sementes de pastagem de alto desempenho já está disponível no mercado. A cultivar MG19 Oásis, resultado de mais de uma década de pesquisa e desenvolvimento do Grupo Matsuda, tem como principais características a alta produtividade de forragem, oferecendo maior quantidade de alimento para o rebanho. Possui excelente qualidade nutricional, e alto valor nutritivo para os animais.

A cultivar têm rápido e vigoroso rebrote, e permite um maior número de pastejos por ano. O crescimento semiereto de sua touceira e boa rebrota facilitam o manejo desta gramínea, além de proporcionar boas características para o fechamento do solo. O pastejo ideal deve ocorrer em plantas com o máximo de 25 dias de vedação no período chuvoso ou com a altura de 5060 cm. O pastejo deve ocorrer até 20 cm do solo aproximadamente. “A MG19 Oásis representa um avanço significativo no desenvolvimento de forrageiras, combinando alta produtividade, excelente qualidade nutricional e palatabilidade, características que a diferenciam no mercado”, diz Alberto Takashi coordenador do Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento do Grupo Matsuda, empresa líder em soluções tecnológicas no segmento de sementes para pastagens.

Segundo ele, o principal objetivo ao lançar o MG19 Oásis é superar as limitações de cultiva-

res anteriores, como, por exemplo, a brachiária MG-5 Vitória, que, apesar de sua alta produtividade, apresenta problemas de lignificação e digestibilidade em condições de manejo inadequado.

Quando comparada à MG-5 Vitória, a MG19 Oásis apresenta maior digestibilidade, os talos são mais macios e nutritivos, proporcionando um melhor aproveitamento da forragem pelos animais. Têm melhor palatabilidade, o que estimula o consumo e o ganho de peso. Apresenta menor lignificação, a planta mantém sua qualidade nutricional por mais tempo, mesmo em condições de manejo mais desafiadoras.

A brachiária MG19 Oásis é indicada para bovinos em todas as fases de produção. Ela é indicada para solos de média a alta fertilidade, com recomendação de 5 a 8 kg/ha de sementes de VC 76% para o plantio. Em sistemas de pastejo rotacionado, permite um manejo mais eficiente da pastagem. Além disso, já vem com toda a tecnologia e todos os tratamentos da linha Série Gold+, são sementes puras, livres de pragas e doenças, livres de nematoides que podem contaminar a área, e tratadas com polímero fungicida e inseticida.

A cultivar, que carrega a marca Matsuda Genética, é protegida pelo Ministério da Agricultura e Pecuária, e apenas o Grupo Matsuda pode comercializá-la.

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Pastagem

Irrigação de pastagem eleva produção de leite por hectare

Uso da tecnologia vem crescendo no Brasil. Entre as opções está a irrigação móvel.

A irrigação de pastagem tem sido uma alternativa para lidar com a estacionalidade forrageira durante os períodos em que há escassez de chuvas, garantindo altas produções de matéria seca o ano todo. Sem as flutuações na produção, a tecnologia vem sendo adotada por muitas fazendas produtoras de leite no Brasil, especialmente as que trabalham com sistemas intensivos. Tanto a irrigação quanto a fertirrigação possibilitam obter forrageiras de melhor valor nutricional e maiores índices de produção de matéria seca, além de favorecer o manejo racional do sistema de produção animal.

Outra vantagem é a produção de alimento o ano inteiro. O Brasil é um país com clima muito instável, sendo comum chover em épocas de seca e vice-versa. Mesmo as regiões com bons índices pluviométricos sofrem com irregularidades de chuva. Além disso, os períodos de seca

prolongada se estendem mais a cada ano no País, o que prejudica os agricultores e os criadores rurais. Essa variação deixa o empresário agrícola receoso quanto ao volume e ao período esperado de chuva. As plantas forrageiras são extremamente sensíveis aos climas secos e, na falta de chuvas, podem morrer facilmente.

Em regiões onde a temperatura não é fator limitante, a irrigação pode ser uma alternativa para a produção intensiva de leite em pequenas áreas, sendo possível reduzir custos de produção e de mão-de-obra. Com pasto de qualidade, produzindo quantidade suficiente para alimentar o gado, o produtor pode aumentar a lotação por hectare. Logo, a redução de custos acarretará aumento da lucratividade da criação.

Além da irrigação, o pasto necessita de adubação correta para ficar saudável e garantir a produção de alimento. Essas duas atividades

Por Larissa Vieira

agrícolas podem ser feitas em conjunto, por meio de um projeto de irrigação de pastagem que contemple a fertirrigação, que consiste na dissolução de fertilizantes, pesticidas, herbicidas e outros insumos agrícolas por meio da água utilizada na irrigação. Essa técnica proporciona diversos benefícios para o criador: reduz mão-de-obra, evita a compactação do solo ao diminuir o trânsito de máquinas e otimiza o tempo de trabalho no campo.

Manejo eficiente da irrigação

O tipo de sistema de irrigação a ser adotado para pastagem depende do tamanho da propriedade, do clima da região, da disponibilidade de água, das características topográficas, do orçamento disponível para o investimento, entre outros fatores. No Brasil, os dois métodos de irrigação de pastagem mais utilizados são o pivô central e os sistemas de aspersão convencional. Cada um apresenta vantagens e desvantagens, além de servirem para diferentes perfis de criadores.

O pivô central é um sistema que utiliza uma linha lateral suspensa por torres, recomendada para grandes pastagens (acima de 20 hectares). A economia de mão-de-obra está entre as principais vantagens desse método de irrigação. Entretanto, ele resulta em maior dificuldade para aumentar a área irrigada.

Já a aspersão convencional é voltada para pequenos e médios criadores. Nesse modelo, destaca-se a irrigação por aspersão feita com o carretel enrolador. Esse equipamento é composto por mangueira, motobomba e canhão aspersor para irrigação de pastagem. Entre as vantagens, o carretel de irrigação dispensa a necessidade de adaptações no terreno e pode ser manuseado pelo pasto facilmente. A maior desvantagem reside na dificuldade de molhar

uniformemente áreas com grandes culturas. Entretanto, isso depende do alcance de irrigação do equipamento.

Ganhos em produtividade - Produtores rurais de todo o Brasil têm alcançado bons resultados com a implementação da irrigação móvel. O impacto positivo se estende a diversas culturas, e no caso da pecuária leiteira, os ganhos em produtividade são expressivos. Há fazendas que, antes da irrigação, produziam em média 9 mil litros de leite por hectare ao ano.

Com a melhoria na qualidade e oferta da pastagem, esse número saltou para 32 mil litros por hectare – um crescimento superior a 350%. Considerando o preço do litro do leite a R$2,54, isso significa um retorno financeiro acima de R$81 mil por hectare ao ano. Em uma área de 12 hectares – média de cobertura do carretel de irrigação Irrigat – a produção pode chegar a 252 mil litros anuais, ultrapassando R$640 mil em faturamento.

Fundada há 13 anos, a Irrigat é uma empresa de irrigação que surgiu no Rio Grande do Sul e atua com foco em propriedades de pequenas extensões rurais. Agora está voltando sua atenção para outras regiões do País, como o estado de Minas Gerais, onde estão concentradas 17% das suas vendas ao longo do último ano. A empresa está fechando parcerias com a Cooperativa dos Cafeicultores da Zona de Três Pontas (Cocatrel) e a Cooperativa dos Cafeicultores de Guaxupé.

No ano passado, a Irrigat apresentou crescimento na casa dos 10%. Para 2025, a expectativa é de uma alta de 20% no faturamento anual, com o incremento de parcerias locais no Rio Grande do Sul e em Minas Gerais e atuação por meio de revendas autorizadas em Santa Catarina e no Paraná.

Matéria de Capa

Mais um ano que entrou para a história

Raça Girolando bate três recordes de registros de animais. O planejamento estratégico para 2025 tem como foco ampliação dos atendimentos no campo, capacitação da equipe e aumento no número de exposições

Com recorde histórico no número de animais registrados, a Girolando completou em 2025 seus 29 anos de oficialização como raça leiteira nacional, data celebrada no dia 1° de fevereiro. A Associação Brasileira dos Criadores de Girolando terminou 2024 com um banco de dados composto por 2.337.126 controles/registros, acumulado desde 1989, quando teve início o Serviço de Registro Genealógico. Foi o ano de melhor desempenho desde então. Em 2024, foram efetuados 108.404 registros genealógicos. Em comparação a 2023, o crescimento foi de cerca de 11,4%.

O desempenho de 2024 supera um recorde que era mantido há 10 anos, quando, em 2014, a raça teve 106.371 registros. Outras duas categorias do Serviço de Registro Genealógico também superaram seus recordes históricos. O Registro Genealógico de Nascimento (RGN) finalizou 2024 com 43.201 registros (contra 42.640 em 2023) e o Registro Genealógico Definitivo (RGD) – Genealogia Conhecida teve 45.010 registros (contra 37.586 em 2023).

Na visão do presidente da Girolando, Domício Arruda, o recorde histórico de 2024 reflete a melhoria do trabalho prestado pela Associação, mas também o empenho de criadores, técnicos, colaboradores, que acreditam no avanço genético da raça. “Trabalhamos o melhoramento genético dos rebanhos com foco em índices que refletem diretamente no aumento da produção e produtividade dos animais. Os números só comprovam a força e versatilidade da raça Girolando”, assegura Arruda.

De acordo com o superintendente Técnico da Girolando, Leandro Paiva, a forte valorização da raça nos mercados nacional e internacional e os investimentos feitos pela entidade na melhoria do serviço prestado em todo o Brasil foram decisivos para esses três recordes. “Mesmo em um ano economicamente difícil, os criadores entenderam que investir em animais registrados é fundamental para ter mais produtividade e rentabilidade na pecuária leiteira. Além disso, a Girolando implantou a Central de Relacionamento, setor criado para auxiliar os associados em suas demandas e que tornou o atendimento técnico no campo muito mais ágil e preciso”, acrescenta Paiva.

“Os criadores entenderam que investir em animais registrados é fundamental para ter mais produtividade e rentabilidade”

A entidade ainda ampliou em 2024 suas ações de fomento da raça por todo o País e trabalhou com análises de mercado geradas pela Central de Relacionamento para aprimorar a qualidade dos serviços prestados.

Dentro do planejamento estratégico para 2025, a meta é elevar em 20% o número de controles e registros genealógicos efetuados no Brasil no ano passado. Para isso, todos os setores da

Atendimentos, controles e registros genealógicos efetuados pela Girolando

entidade estabeleceram novos projetos de trabalho, que visam a melhoria dos serviços prestados e mais ações de fomento da raça.

Outra medida foi o reforço da equipe. O zootecnista Celso Menezes passou a integrar o time de gestores da entidade, assumindo o cargo de superintendente executivo da Girolando, conduzindo tanto a equipe técnica quanto a administrativa na realização de novos projetos para levar mais tecnologia aos pequenos, médios e grandes criadores. Membro do Colégio de Jurados da Girolando, Celso retorna à entidade após 15 anos. Ele já atuou como técnico de campo, superintendente técnico da Associação, além de ser autor do livro “Girolando – Edição de Ouro”, publicado em 2011.

A Girolando também ampliou sua equipe técnica no Nordeste e no Centro-Oeste. Os quatro novos técnicos contratados já passaram por treinamento na sede da entidade, em Uberaba/MG, e participaram de aulas teóricas e práticas ministradas pelo superintendente Técnico da entidade, Leandro Paiva.

No estado de Goiás, reforça a equipe o técnico Ricardo Andrade e Oliveira Júnior. No Mato

Diretoria da Girolando durante workshop de planejamento estratégico para 2025

Treinamento prático dos novos técnicos

Celso Menezes, superintendente executivo da Girolando

Grosso do Sul, quem atuará é a técnica Giovana Albuquerque dos Santos Nantes. Já Andreza Marcolino Bezerra no Rio Grande do Norte.

Descontos nos registros de animais GD Dentro das ações para levar mais benefícios aos criadores, a Associação está promovendo uma campanha de descontos. Os associados ativos terão direito a descontos especiais em registros da modalidade de Controle de Genealogia Definitivo (CGD) de animais com Genealogia Desconhecida (GD), conhecido também como “Livro Aberto - LA”. A promoção é válida até 30 de junho de 2025.

Os descontos são progressivos, conforme a quantidade de animais registrados, indo de 30% a 50%. Até 10 animais, o desconto será de 30% (R$105,00). De 11 a 50 animais, será de 40% (R$90,00) e quem registrar mais de 50 animais terá 50% de desconto (R$75,00).

De acordo com a Girolando, a campanha tem como intuito fomentar e viabilizar a inscrição do rebanho base de novos associados, bem como dar oportunidade a pequenos produtores para introduzirem novos animais e seus descendentes no Serviço de Registro Genealógico no Programa de Melhoramento Genético.

Ampliação do PMGG

Uma das estratégias traçadas para 2025 é a ampliação do Programa de Melhoramento Genético da Raça Girolando (PMGG). Neste ano, a

Girolando distribuirá gratuitamente 8 mil doses de sêmen aos rebanhos colaboradores, localizados em várias regiões do Brasil, do Teste de Progênie. Pela primeira vez, o Programa Mais Genética receberá o material genético. Serão doadas mais de mil doses de sêmen de touros avaliados pelo Teste de Progênie. Conduzido pelo Governo de Minas Gerais em parceria com prefeituras e Emater-MG, o Mais Genética atende cerca de 8 mil produtores no estado e, desde que foi criado pelo deputado federal Emidinho Madeira, já contabiliza mais de 400 mil vacas inseminadas.

A entrega do material genético foi feita em fevereiro. “Muitos pequenos produtores não conseguem ter acesso a touros melhoradores da raça, reconhecidos pelo mercado. Essa doação feita pela Girolando vai mudar a realidade de vários desses produtores, que agora poderão utilizar uma genética melhoradora e capaz de aumentar a produtividade do rebanho”, assegura o coordenador do Mais Genética, Eliandro Lima.

A segunda etapa da parceria entre a Girolando e o Mais Genética prevê o registro genealógico dos animais filhos dos touros Girolando, nascidos nas fazendas assistidas. A inspeção dos rebanhos será feita por técnicos da Associação. De acordo com o coordenador do PMGG, Edivaldo Ferreira Júnior, o programa vem democratizando o uso dos touros Girolando, contribuindo para o melhoramento genético dos rebanhos leiteiros.

Além do Mais Genética, várias entidades receberão as doses de sêmen dos touros do Teste de Progênie, dentre elas a Embrapa Gado de Leite, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais (IFMG) São João Evangelista, e Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM). Também serão beneficiados produtores rurais de várias regiões do Brasil.

E para aprimorar a qualidade do serviço prestado pelo PMGG, a equipe do programa participou de um treinamento sobre Controle de Qualidade e Manuseio de Botijões e Palhetas. O objetivo é garantir a qualidade do sêmen disponibilizado aos rebanhos colaboradores. O treina-

Breno e os criadores Raymundo Fernandes da F. Neto e Daliane Macedo da Conceição, em Arauá/SE

Criador Rair Rodrigo Silva de Jesus e o técnico Breno Cavalcanti durante o registro do primeiro animal da marca Girolando G2R, em Pedro Alexandre/BA.

mento foi ministrado pela médica-veterinária e analista técnica de qualidade na Genex, Júlia Simões, na central localizada em Uberaba/MG.

Marketing da raça

Para garantir o fomento dos touros Girolando, a Associação deu início a uma campanha de marketing em suas redes sociais. Com o tema “Touro Girolando - Eu uso, eu confio, eu recomendo”, a iniciativa mostra resultados práticos do uso dos reprodutores em rebanhos de todo o País.

Entre os criatórios que já tiveram suas experiências publicadas, está a Agropecuária Campos Lima, localizada em Delfim Moreira/MG, que utiliza touros Girolando dentro de seu sistema de seleção com excelentes resultados. A estratégia para garantir os altos índices de produção é escolher reprodutores provados para os acasalamentos, o que vem resultando em animais produtivos, com úberes perfeitos e resultados rápidos. “A nossa experiência com touros Girolando tem sido bem satisfatória. Estamos alcançando bons números, com animais de primeira lactação atingindo de 38kg/leite/dia a 40kg/leite/dia e a média de idade ao primeiro parto de 27 meses. Acreditamos que o melhoramento genético é a chave do sucesso de uma propriedade em termos de produtividade, considerando desde a base da fazenda, que são as matrizes, até a escolha de bons reprodutores”, diz o gerente de Pe-

cuária Wilis Souza.

Outra fazenda que participa da campanha é a Olhos D’Água, em Pompéu/MG. Os touros Girolando estão contribuindo para elevar a produção de leite da propriedade, cuja média geral diária é de 38,59kg/leite, conforme atestado em Controle Leiteiro Oficial da Girolando. Esse resultado coloca a Olhos D’Água como a propriedade com maior média de produção diária em fazendas superiores a 100 animais. “Das 149 vacas, sendo 58 primíparas, 37% são filhas de touros Girolando. Estamos sempre multiplicando animais da raça com genética superior em busca de vacas que produzam leite de alta qualidade”, diz o criador Alexandre Freitas.

Além da campanha de marketing dos touros, a Girolando tem intensificado a divulgação de informações da raça em outras redes sociais, como em seu programa no Youtube, Gironews, que responde dúvidas técnicas dos seguidores.

Programa Gironews esclarece dúvidas técnicas toda semana no Youtube

Técnico Gabriel Khoury em dia de registro de Girolando em fazenda associada

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Central de Relacionamento agiliza atendimentos

Associado da Girolando desde 2022, o criador

Tales Matheus Lopes recebeu, no final do ano passado, a visita do técnico de registro Wewerton Bibiano para registrar seus primeiros animais de genealogia conhecida já com seu sufixo, o SFML Girolando.

A propriedade Sítio Família Matheus Lopes está localizada em Araruama/RJ e tem como foco a produção de leite, com base em um rebanho 100% Girolando, buscando adquirir animais de FIV já prenhas para aumentar o plantel.

Por meio da Central de Relacionamento Girolando (CRG), o associado conseguiu resolver todas as pendências e acelerar a ida do técnico à fazenda. “A Central me dá todo o suporte que necessito, seja em relação à parte de escrituração zootécnica, utilização do Portal Web para inclusão dos dados dos meus animais, até questões financeiras. Como não domino totalmente essa parte de comunicações, a orientação da Central tem sido vital para eu resolver todas as pendências”, assegura Lopes.

A CRG foi criada há um ano com o objetivo de ser o primeiro atendimento dos associados e uma ponte entre eles e os demais departamentos. “Realizamos mais de 1.400 atendimentos por telefone e WhatsApp cadastrados em nosso sistema de Relacionamento. E, por meio do contato da CRG foram agendadas 114 visitas técnicas e 5.878 registros realizados”, explica a supervisora de Relacionamento Francyelle Oliveira Gonçalves. Outro resultado positivo do trabalho foi refe-

rente à entrada de novos associados. “Conseguimos um aumento de 51,85% de novos associados inscritos em 2024 em relação a 2023. Além disso, tivemos uma redução de 30,26% na taxa de desligamentos, comparados com o mesmo período”, diz a supervisora da CRG.

Em 2025, a CRG dará continuidade a esse trabalho de contato contínuo com os associados, e um dos novos projetos será uma Integração de Novos Associados. Será realizada uma integração virtual mensal para dar boas-vindas aos novos membros, garantindo que, ao se tornarem associados, conheçam todos os serviços oferecidos, benefícios, bem como seus direitos e deveres dentro da entidade. “Isso permitirá que os associados se familiarizem com a Associação que será sua nova casa, e compreendam como poderemos auxiliá-los em suas atividades na fazenda para evolução do rebanho e melhoramento genético de seus animais Girolando”, reforça Francyelle.

Outra novidade é que a Central está de casa nova. Desde março, ela funciona na Casa do Girolando, localizada no Parque Fernando Costa, em Uberaba/MG. “Estamos abrindo as portas da Casa do Girolando para todos os associados, criadores, técnicos, colaboradores e parceiros que queiram nos fazer uma visita”, destaca.

Fale com a CRG

Contato por telefone: (34) 3331-6032, que também é o WhatsApp Oficial, ou (34) 99814-1370. E-mail: crg@girolando.com.br

Equipe da CRG Adrian e Francyelle

Girolando

Botton

Brinco de registro

GIROLANDO KIDS

Gostaria de ver seu pequeno brilhando na Revista Girolando?

Mande uma foto pra gente! Só não esquece de colocar o nome da criança e da propriedade no e-mail. Envie para: imprensa@girolando.com.br.

Nome Criativo, Cidade - UF

Nome Criança da Silva, Fazenda Nome Criativo, Cidade - UF

Larissa - filha do Gerente da RCS AGRONEGÓCIOS (Rafael Carneiro)

Ester Godois Ribeiro na Feira de Girolando - Fazenda Angico - Redenção/PA

João Cruz Neto e Maria Sofia - Fazenda Sumaúma - Miradouro/MG

Luísa Barcelos

Novos associados

Sejam bem-vindos à família Girolando

Absolon Pedrosa Bezerra Júnior

Adolfo José Torrano Gameiro

Adriano Silveira De Oliveira

Agropecuária Três Marias

Alceu Ferreira Lima

Alecxander Augusto Vassoler

Alessandro José de Araújo Melo

Alex De Faria Xavier

Álvaro Augusto Silva

Amauri Pereira Carvalho

Antônio Carlos Da Silva

Antonio Felix De Paiva

Antônio Francisco De Oliveira

Antônio Mariano dos Santos

Artur Afonso Botelho

Assoc. de Peq. Prod. e Trab. Rurais de Resende Costa

Bernardo Viana Coelho

Bruno Castro de Oliveira Neves

Bruno Henrique Carneiro

Bruno Kassiano Gonçalves Silva

Bruno Mourão Amaral/Nádia Maria de Meira

Camila Larcher Pinto de Oliveira

Carlos Bernardo Ratton Mascarenhas Silva

Carlos Daniel Alves

Carlos Francisco de Souza Dantas Hargreaves

Cassiano Rodrigues Filho

Celio Alves Barreto

Charles Mercío Da Silva

Cleverson Jadir Amaral

Consuelo Mansur Pereira Farah

Crene Marcelino Ribeiro

Daniel Cortez

Daniel Kuppel Carrara

Daniele Coimbra Junqueira

Daniell Pio Venâncio Silva

Deyvid Ernando Lopes

Diego Da Silva Pinheiro de Almeida

Diego de Melo Furtado

Diego Silva Barbosa

Donizetti José

Douglas Eduardo da Silva

Eber de Oliveira Lopes

Edésio Padua Vilela Júnior

Edmar Abrantes Soares

Ednilson Costa Feliciano Silva

Eduardo Ferreira Lobo

Eduardo Henrique Correa Maia

Eliandro Geraldo Da Silva

Eliane Martins de Arruda Paula

Elisson Garcia

Emerson da Silva Marques

Eudes Pimentel da Silva

Fábio Lesquives Zampirolo

Fazenda HNC Ltda

Felippe Manoel Costa Caixeta

Fernando Rosa

Filipi da Costa Andrade

Flávio Augusto Alberto Costa

Bodocó - PE

Paulo de Faria - SP

Guanhães - MG

Paulista - PB

Além Paraíba - MG

São Paulo - SP

Passos - MG

Brasília - DF

Coromandel - MG

Itanhandu - MG

Contagem - MG

Seringueiras - RO

Aracaju - SE

Santa Fé do Sul - SP

Itaperuna - RJ

Resende Costa - MG

Pedro Leopoldo - MG

Caratinga - MG

Uchoa - SP

Papagaios - MG

Itamarandiba - MG

Barra Mansa - RJ

Nova Lima - MG

Formiga - MG

São Paulo - SP

JI-Paraná - RO

Anápolis - GO

São Paulo - SP

Monte Negro - RO

Uberaba - MG

Unaí - MG

Machadinho do Oeste - RO

Brasília - DF

Araçatuba - SP

Uberaba - MG

Afonso Cláudio - ES

Cataguases - MG

Passos - MG

Itapagipe - MG

Ariquemes - RO

Monte Aprazível - SP

Seringueiras - RO

Prata - MG

Cacaulândia - RO

Guajará-Mirim - RO

Indaiatuba - SP

Passos - MG

Vale do Anari - RO

Frutal - MG

Santa Maria Do Suaçuí - MG

São José dos Pinhais - PR

Bom Despacho - MG

Cachoeiro de Itapemirim - ES

Brasília - DF

Goiânia - GO

São Bentinho - PB

Ecoporanga - ES

Fundação Educacional Miguel Mofarrej

Gastão José Vitor Pereira Neto

Gercivan Dos Santos Alves

Henrique Lopes Baltar Neto

Higor Cardoso Santana/Jose Weldon de C. Santana

Hortêncio Amaro de Paulo

Irley Medeiros

Jean de Pinho Mendes

João Paulo Pessoa Guerra

João Victor Freitas

Jordão Gonçalves Reis

Kamila Gouveia de Moraes

Kliesmann Garcez Pimenta Lataro

Leandro Fiori

Leonardo de Castro Jacomassi

Leonardo Junqueira Seribeli

Lucas Ferreira Cardoso

Lúcio Flávio T. de Freitas/Luiz Fernando T. de Freitas

Luís Paulo Teixeira

Luiz Antônio da Silveira

Luiz Paulo Sant’anna

Luiz Roberto Ripi

Manoel Coelho de Carvalho

Manoel Ribeiro de Almeida

Marcello de Miranda Casagrande e Outro/Cond.

Marco Antônio Galo Rezende

Marco Túlio Fagundes Franco

Marcos Antônio do Nascimento Lima

Marcos Bergonse

Marcus Vinicius Rosa da Silva

Matheus Barbosa Lopes

Odilson Lopes Pêgo

Paulo Afonso Sanches

Paulo César Pereira

Paulo Francisco Alves De Oliveira

Paulo Roberto Freitas Dantas

Pedro Henrique Rodrigues Guedes

Pedro Moreira Rodrigues

Rafael Verner Heringer

Rair Rodrigo Silva de Jesus

Reinaldo Pereira Batista

Roberto Maricato Andrade Ferreira Guedes

Rodolfo Alves de Resende

Rodrigo Batalha Vieira

Rogério José Pereira Derbly

Ronaldo Barros dos Santos

Ryan de Almeida Morais

Sandra Severo dos Santos

Sandra Silva De Souza

Tânia Guimarães Rabello Conceição

Tiago Costa Lopes

Valdelir Carvalho da Silva Souza

Victor Martins Cançado

Vinicius Lucas de Oliveira Marques

Vitor Cezar Silva de Rezende

Weslei Machado Speretta

Willem Johan Strijker

Ourinhos - SP

Naque - MG

Recife - PE

Bindobaçu - BA

Cicero Dantas - BA

Chapadão do Sul - MS

Passos - MG

Parnaíba - PI

Recife - PE

Passos - MG

Perdizes - MG

Jataí - GO

São Sebastião do Paraiso - MG

Candeias do Jamari - RO

Nova Canaã Paulista - SP

Guará - SP

Araújos - MG

Natércia - MG

Piedade do Rio Grande - MG

Passos - MG

São José do Rio Preto - SP

Manduri - SP

Araguari - MG

Buritis - RO

Indaiatuba - SP

Além Paraíba - MG

Teófilo Otoni - MG

Pindamonhangaba - SP

Seringueiras - RO

Palmeiras de Goiás - GO

Belo Horizonte - MG

Monte Negro - RO

Barueri - SP

Patos de Minas - MG

Goiânia - GO

Aracajú - SE

Betim - MG

Pontes e Lacerda - MT

Imperatriz - MA

Pedro Alexandre - BA

Nova Ponte - MG

Penápolis - SP

Edéia - GO

Salvador - BA

Rio de Janeiro - RJ

Tucumpa - PA

Belém - PB

Itabaianinha - SE

Caçu - GO

Corinto - MG

Guanhães - MG

Nova Mamoré - RO

Bom Despacho - MG

Uberaba - MG

Além Paraíba - MG

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