Revista FundsPeople março e abril 2022

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ENTREVISTAS

PAUL BRAIN, BNY MELLON IM CAROLA VAN LAMOEN, ROBECO LEGISLAÇÃO

O REGIME DAS EMPRESAS DE INVESTIMENTO PLANIFICAÇÃO

FUNDOS COM RATING FUNDSPEOPLE+ COM ESTILO

GOLFE E SKI: VALOR ACUMULADO DUBAI: MÚLTIPLAS ATRAÇÕES

NÚMERO 43 MARÇO E ABRIL 2022

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AS GESTORAS COM A GAMA MAIS CONSISTENTE EM PORTUGAL

AS GESTORAS COM A GAMA MAIS CONSISTENTE EM PORTUGAL SÃO 75 AS ENTIDADES QUE SOBRESSAEM DAS DEMAIS POR VEREM PELO MENOS UM DOS SEUS FUNDOS REGISTADOS NO NOSSO PAÍS A PASSAR NO FILTRO DE CONSISTÊNCIA DA FUNDSPEOPLE.

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DWS Invest Global Infrastructure Transporte, energia, água e comunicações: investimento em infra-estruturas pode criar oportunidades para investidores, especialmente em ambientes inflacionários. É uma componente do portfólio que contribui com diversificação, mantém uma baixa correlação com outros tipos de ativos e oferece um retorno atrativo. Os investimentos estão sujeitos a riscos

Apenas para investidores profissionais (Diretiva MiFID 2014/65/UE Anexo II). DWS representa as atividades de gestão de ativos realizadas pela DWS Group GmbH & Co. KGaA ou qualquer uma de suas afiliadas. Os clientes podem receber produtos ou serviços da DWS por meio de um ou mais pessoas jurídicas, que serão identificadas aos clientes em virtude de contratos, acordos, materiais promocionais ou outra documentação pertinente a tais produtos ou serviços. CRC088759

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EDI TO RIAL EMBORA OS ACONTECIMENTOS SE ATROPELEM, HÁ ESPAÇO PARA REFLETIR SOBRE ALGUMAS TEMÁTICAS NESTA REVISTA. E COM TEMPO.

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QUAL A MELHOR VELOCIDADE?

A

ideia de algo fi ar escrito no papel, com prazos fi ados no futuro, pode ser asfixia te. Nada do que é hoje é amanhã. Ou melhor: o que é hoje pode já não ser... ainda hoje! Cacofonias à parte, a última vez que encetamos este mesmo editorial o cenário diante de nós parecia mais calmo. Os mercados estavam meio convulsos, é certo, mas nenhum fator exógeno parecia ir perpetuar esse estado. No entanto, uma guerra galgou as portas da Europa e o conceito de longe deixou de ser praticável neste confli o em específi o. A verdade é que tenho ideia de que hoje em dia andamos muitas vezes a duas velocidades. Por um lado, a da imprevisibilidade, da surpresa quase que entusiasmante, da reação em quórum, das manchetes espessas e repetitivas, das opiniões vincadas que todos queremos ter. Por outro lado, temos a viagem mais lenta. Aquela em que da janela parece que estamos a ver sempre a mesma paisagem, mas só pelo canto do olho. Receio que acabe aí este confli o: nesta letargia que nos vai envolvendo, nas imagens que já não nos chocam assim tanto. Apareceram as poeiras vindas de África, o Will Smith deu um estalo ao Chris Rock em plena cerimónia dos Óscares... e o comboio já nos está a empurrar para a marcha acelerada, onde não conseguimos dar conta de tudo. Mas as duas velocidades nem sempre são más. Se há uns anos investir em ESG era apenas sinónimo de excluir do universo de investimento uns quantos setores que já toda a gente sabia de cor, hoje anda-se mais rápido (e melhor) neste caminho. Nestas páginas vemos o novo responsável de ISR da BPI Gestão de Ativos a referir a necessidade de não fi arem presos ao best in class, apoiando as empresas que não se saem assim tão bem nos scores ESG. O mesmo assistimos do lado das gestoras internacionais. Em entrevista, a responsável de investimento sustentável da Robeco vocaliza algo pouco referido: a indústria não se pode centrar apenas nos nomes mais verdes. Na velocidade mais lenta, demos espaço ainda aos dois anos de pandemia, que bem sabemos que todos queremos esquecer. Mas como se comportou um conjunto de fundos high yield com Rating FundsPeople? E por falar em velocidade, não podíamos deixar de o convidar a dar uma espreitadela no futuro... ou será mais correto dizer presente? O que representa a temática do metaverso e como pode ser capitalizada em termos de investimento? Não o queremos empurrar para uma marcha acelerada, descanse. Como já vimos, às vezes é preciso simplesmente ir mais devagar, mesmo que pareça que estamos parados. Boas leituras! MARÇO E ABRIL I FUNDSPEOPLE 3

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IN DI CE 43 I MARÇO E ABRIL

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PANORAMA

12 A quisições estratégicas em paz nos mercados 14 S arómetro do Rating FundsPeople 18 B 22 Fórum APFIPP: atividade em 2021 anking do Rating FundsPeople 26 R no novo...vida nova? 32 A

TENDÊNCIAS

36 As gestoras com a gama mais consistente em Portugal 42 As diferentes cores do ESG em Portugal 46 Os fundos destacados pelos selecionadores do sul da Europa 50 Dois anos de pandemia: fundos high yield globais ating FundsPeople+ 54 R 58 Regime das Empresas de Investimento 62 Gestão de ativos em Angola 66 O metaverso como investimento 69 Marketing internacional com um olhar local

ENTREVISTAS

72 Vivek Bommi 76 Marta Pérez 78 Paul Brain 82 Rui Castro Pacheco e Ana Gomes 84 Justin Kass 88 Adérito Oliveira 90 Carola Van Lamoen

PRODUTOS

94 Um mercado binário 100 Fundos market neutral 103 Golpe da China no ano do tigre? 106 P egada ecológica das carteiras das seguradoras 109 E TF em carteiras de gestão ativa 112 A crise existencial das AFP chilenas 116 Investimento imobiliário e sustentabilidade

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ESTILO DE VIDA

120 Golfe e Ski: o valor acumulado do desporto 122 Dubai: local de múltipas atrações

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CO LABO RA DO RES

100 MEHDI DOUALI Analista, Allfunds Fundos alternativos market neutral

103 ARACELI DE FRUTOS Fundadora, Araceli de Frutos EAF Golpe da China no ano do tigre?

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CONTRIBUTOS DO MÊS

109

BRUNO AZEVEDO RODRIGUES E GONÇALO MAGRO DA LUZ

112

Sócio coordenador e advogado-estagiário, TELLES Financeiro, Projetos e Mercado de Capitais Regime das Empresas de Investimento: impacto nas sociedades gestoras de patrimónios

PAULA MATEUS

Subdiretora da direção de Negócio Imobiliário, Caixa Gestão de Ativos Investimento imobiliário e sustentabilidade

120 PAULO CÂMARA FRANCISCO FALCÃO

Sócio, Sérvulo & Associados – Sociedade de Advogados, SP, RL Gestão de ativos em Angola: uma cartografia jurídica

66

CEO, Hawkclaw Capital Advisors Golfe e Ski: o valor acumulado do desporto

122 ANTÓNIO MELLO CAMPELLO E FRANCISCO LOURO Sócio e diretor de Investimentos, BlueCrow O metaverso como investimento

A Primer Decil Consultores y Editores S.L. informa-o que os seus dados de carácter pessoal, obtidos na sua condição de subscritor da revista FundsPeople fazem parte do ficheiro 397084/2010 inscrito na Agência Espanhola de Proteção de Dados, sendo os mesmos apenas utilizados para os fins de envio desta revista e outras informações sobre produtos e/ ou atividades da entidade e/ou daquelas com as quais sejam celebrados acordos, assim como produtos e/ou atividades

Responsável pela distribuição e seleção de fundos, Banco Invest ETF em carteiras de gestão ativa

A atividade da APFIPP em 2021: uma breve retrospetiva

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Nota de redação

RAÚL PÓVOA

JOANA SANTIAGO SILVA APFIPP

de patrocinadores e/ou colaboradores da revista e/ou da entidade, incluindo-se o envio de comunicações comerciais através de meios de comunicação à distância, efetuando, de igual modo, resumos estatísticos e/ou históricos. O leitor tem reconhecidos os direitos de acesso, retificação, cancelamento e oposição dos seus dados pessoais mediante comunicação individual que deverá enviar para o seguinte endereço de correio electrónico: protecciondatos@fundspeople.com A FundsPeople é uma revista dirigida exclusivamente a profissionais do sector financeiro e, em particular, a

JOÃO CAIANO Sócio-gerente Task Wealth Management Dubai: local de múltiplas atrações

entidades consideradas como contrapartes elegíveis ou investidores profi sionais, ao abrigo da legislação aplicável. A informação sobre instituições de investimento coletivo ou outros instrumentos financeiros, constante da FundsPeople é apresentada unicamente com fins informativos e ilustrativos e nunca deve ser interpretada como uma oferta de venda ou uma recomendação de investimento. A informaçao não constitui uma descrição completa das instituições de investimento coletivo ou de outros instrumentos financeiros, mercados, ou desenvolvimentos a que se faz referência.

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APENAS PARA CLIENTES PROFISSIONAIS E INVESTIDORES QUALIFICADOS.

FATORES INVESTIMENTO ÉTICO FUNDOS INVESTIMENTOS ATIVOS TEGRAÇÃO DE RELATÓRIOS ESG OBRIGAÇÕES SUSTENTÁVEIS SRI SCREENING AMBIENTAL VERDES DE SOCIAL COM GOVERNAÇÃO CONVERSÃO CO2 ÁGUA OTIMIZAD MUDANÇA CLAREZA PEGADA DE CARBONO FATORES CLIMÁTICOS Sustentável e simplificado com os EFTs iShares. Consiga a visão clara de que necessita para constuir um portfólio mais sustentável.

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DI RE TÓ RIO ÍNDICE DE EMPRESAS 43 I M ARÇO E ABRIL 2022

BRUMMER & PARTNERS 32 CAIXA GESTÃO DE ATIVOS 22, 26, 36, 42 CANDRIAM 20, 26, 36, 50, 100 CAPITAL GROUP 14, 20, 26, 36, 46 CARMIGNAC 14, 20, 26, 36, 69 CARNE GLOBAL FINANCIAL SERVICES 26, 36 CARREGOSA 22 CASA DE INVESTIMENTOS 22 CGD PENSÕES 22 COLUMBIA THREADNEEDLE INVESTMENTS 20, 26, 36 COPPER.CO 12 CPR AM 20 CRÉDIT MUTUEL ALLIANCE FÉDÉRALE 36 CREDIT SUISSE AM 20, 26, 36, 112 CRÉDITO AGRÍCOLA GEST 22 CRÉDITO AGRÍCOLA VIDA 22

DEF DIMENSIONAL FUND ADVISORS 112 DL HOLDINGS 12 DNB AM 32 DNCA INVESTMENTS 20, 26 DOUBLELINE 112 DPAM 20, 26, 46 DWS 14, 20, 26, 32, 36, 69, 112 EASTSPRING INVESTMENTS 112 ECS 22 EDMOND DE ROTHSCHILD AM 20, 26 ELEVA 18, 20, 26, 36, 46, 54, 94 EPSILON CAPITAL 20 EURIZON 18, 20, 26, 36, 46, 54 EVLI 20, 26 FIDELITY INTERNATIONAL 20, 26, 32, 36, 69, 94, 112 FIERA CAPITAL 36 FIRST EAGLE INVESTMENT MANAGEMENT 20, 26 FIRST FUND BOX 22 FISHER INVESTMENTS 36 FLORESTA ATLÂNTICA 22 FLOSSBACH VON STORCH 18, 20, 26, 36, 46, 54 FRANKLIN TEMPLETON INVESTMENTS 20, 26, 36 FUNDROCK MANAGEMENT 36 FUNDSMITH 20, 46 FUTURO 22

ABC

AABAR TRADING 12 ABRDN 20, 26, 36, 112 ACATIS 14, 20 ADEPA 36 AEGON ASSET MANAGEMENT 20, 26, 32, 36 AGEAS PENSÕES 22 ALCENTRA 26, 36 ALGER 20, 26 ALLIANCEBERNSTEIN 20, 26, 36, 69, 72 ALLIANZ DRESDNER ASSET 112 ALLIANZ GLOBAL INVESTORS 14, 20, 26, 32, 36, 46, 69, 84, 94 ALLSRING GLOBAL INVESTMENTS 26, 26 AMUNDI 14, 20, 26, 32, 36, 69, 94, 112 AQR 112 ARCANO 20, 26, 36 ARK INVESTMENT MANAGEMENT 66 ATLANTIC 22 AXA IM 12, 20, 26, 36, 69, 112 BAILLIE GIFFORD 112 BANCO BEST 82 BANK OF SINGAPORE (BOS) 12 BANK ZWEIPLUS 12 BANKINTER GA- SUC. PORTUGAL 22, 26 BANQUE DE LUXEMBOURG 36 BARCLAYS 26, 36 BARINGS 112 BBVA FUNDOS 22 BERENBERG 112 BIZ CAPITAL 22 BLACKROCK 14, 18, 20, 26, 32, 36, 46, 50, 54, 69, 100, 112 BLUEBAY AM 20, 26, 36, 50, 112 BMO GAM 20, 26, 36, 46, 100 BNP PARIBAS AM 20, 26, 32, 36, 69, 112 BNPP 32 BNY MELLON IM 20, 26, 36, 78 BPI GESTÃO DE ATIVOS 22, 26, 36, 42, 88, 100 BPI VIDA E PENSÕES 22 BROWN ADVISORY 26, 46

GHI GAM 20, 26, 36, 112 GEF 22 GESFIMO 22 GFM GESTÃO DE ATIVOS 22 GNB - SGFP 22 GNB FUNDOS MOBILIÁRIOS 22 GNB GESTÃO DE ATIVOS 26, 36, 42 GNB REAL ESTATE 22 GOLDMAN SACHS AM 20, 26, 36, 69, 112 GQG PARTNERS 20, 26 HANA BANK 12 HEED CAPITAL 22 HSBC 112 ICAPITAL NETWORK 12 IM GESTÃO DE ATIVOS 22, 26, 42 IMOFUNDOS 22 IMOPOLIS 22 IMORENDIMENTO 22 INNOCAP IM 12 INSTITUTIONAL INVESTMENT 22 INTERFUNDOS 22 INVESCO 20, 26, 32, 36, 69, 112 INVEST GESTÃO DE ACTIVOS 22 ISHARES 32

JKL J. SAFRA SARASIN J.P. MORGAN AM

12 14, 18, 20, 26, 36, 46, 54, 69, 112 JANUS HENDERSON 20, 26, 32, 36, 50, 112 JUPITER AM 18, 20, 26, 36, 46, 54, 69 KBC ASSET MANAGEMENT 32 LA FINANCIERE DE L’ECHIQUIER 20, 26, 36 LA FRANÇAISE 36 LANTERN STRUCTURED AM 32 LARRAINVIAL 112 LAZARD AM 20, 26, 112 LEGAL & GENERAL IM 32 LIBERTAS 22

LIFENTO 22 LINK GROUP 32 LIONTRUST AM 26, 36 LM CAPITAL WEALTH MANAGEMENT 20, 26 LONVIA CAPITAL 20, 26, 46 LORD ABBETT 112 LUMYNA INVESTMENTS 20, 26, 36, 100 LYNX ASSET MANAGERS 22 LYXOR 32

MN M&G INVESTMENTS 20, 26, 36, 69 MAIN FIRST AM 20 MAN GROUP 18, 20, 26, 36, 54, 100, 112 MARSHALL WACE 100 MERCER 20, 36 MFS IM 14, 20, 26, 36, 46, 54, 69, 94 MIRABAUD AM 26, 36 MIRAE ASSET 20, 26 MONEDA AM 112 MONTEPIO GESTÃO DE ACTIVOS 22, 26, 36 MONTEPIO VALOR 22 MORGAN STANLEY IM 18, 20, 26, 36, 46, 54, 69, 112 MUZINICH 20, 26, 46 NATIXIS IM 20, 32 NEUBERGER BERMAN 20, 26, 36 NEVASTAR FINANCE 36 NEW CAPITAL FUNDS 20, 26, 36 NINETY ONE FUND MANAGERS 20, 26, 36, 112 NN IP 20, 26, 32, 36 NOMURA AM 26, 36, 112 NORDEA AM 20, 26, 36, 46, 69 NSC ASESORES 12

OPQ ODDO BHF ASSET MANAGEMENT 14, 20, 26, 36 OFI AM 36 OPTIMIZE INVESTMENT PARTNERS 22 PICTET AM 20, 26, 32, 36, 46, 69, 112 PIMCO 18, 26, 36, 46, 50, 54, 69, 112 PINEBRIDGE 112 POLAR CAPITAL 20, 26, 36 PREVISÃO 22 PROFILE - SGFIM 22

RST REAL VIDA SEGUROS 22 REFUNDOS 22 REVERA ASSET MANAGEMENT LIMITED 12 ROBECO 18, 20, 26, 36, 46, 50, 54, 69, 90, 112 RUFFER 20, 26, 46 S.G.F.P. BANCO DE PORTUGAL 22 SANTANDER AM 22, 26, 42, 76 SANTANDER PENSÕES 22 SCHRODERS 18, 20, 26, 36, 46, 54, 69, 100, 112 SCOR INVESTMENT PARTNERS 26, 36 SEILERN 20, 26, 46 SFS - GESTÃO DE FUNDOS 22 SGF 22 SILAR - SICAFI, SA 22 SILVIP 22 SIXTY DEGREES 22 SPDR STATE STREET 32, 69 SQUARE ASSET MANAGEMENT 22 STATE STREET 12 STRATOS WEALTH HOLDINGS 12 SYCOMORE 26, 36 T. ROWE PRICE 20, 26, 36, 50, 69 TF TURISMO FUNDOS 22 TIKEHAU IM 22

UWXYZ UB ASSET MANAGEMENT 20, 26 UBP 36 UBS AM 20, 26, 32, 36, 112 UNION INVESTMENT 32 VANGUARD 20, 26, 36, 112 VERITAS ASSET MANAGEMENT 112 VICTORIA - SEGUROS DE VIDA, SA 22 VILA GALE GEST 22 VIOLAS FERREIRA - SICAFI, SA 22 VONTOBEL AM 20, 26, 69, 112 WELLINGTON MANAGEMENT 20, 26, 36, 46 XTRACKERS 32

CEO GONZALO FERNÁNDEZ gonzalof@fundspeople.com REDAÇÃO & ANÁLISE MARGARIDA PINTO, Editor Portugal margarida.pinto@fundspeople.com NACIONAL CATARINA VINAGRE, Reporter catarina.vinagre@fundspeople.com INTERNACIONAL ÓSCAR RODRÍGUEZ, Reporter orodriguez@fundspeople.com REGINA RIVERA, Reporter regina.webb@fundspeople.com FILIPPO LUINI, Reporter filippo.luini@fundspeople.com GRETA BISELLO, Reporter greta.bisello@fundspeople.com ANÁLISE MIGUEL RÊGO, CFA, Global Head of Analysis miguel.rego@fundspeople.com SAMUEL CAPUCHO, Fund Analyst samuel.capucho@fundspeople.com SOLUÇÕES E INOVAÇÃO MARIA FOLQUE, Head of Sustainability mfolque@fundspeople.com LAURA REY, Learning Irey@fundspeople.com ADOLFO PEREZ, Newsletter Content adolfo.perez@fundspeople.com CATARINA VINAGRE, Newsletter Content catarina.vinagre@fundspeople.com DANAE MORILLO, Support danae.morillo@fundspeople.com COMERCIAL RAQUEL ALONSO, Marketing Manager raquel.alonso@fundspeople.com IÑIGO IMBERT, Business Development Manager iimbert@fundspeople.com BEATRIZ DIEZ-BARTURE, Senior Business Development beatrizdiez@fundspeople.com JORGE ROMERO, Senior Business Development jorge@fundspeople.com DAVIDE PASIMENI, Head of Italy davide.pasimeni@fundspeople.com DATA RAQUEL ALONSO, Head of Data raquel.alonso@fundspeople.com CAROLINA PÉREZ, Data carolina.perez@fundspeople.com ADMINISTRAÇÃO administracion@fundspeople.com ALICIA FRAGIO alicia.fragio@fundspeople.com VIOLETA MAZO vmazo@fundspeople.com CONSULTORIA: ANTONIO SALIDO, CEO, NUVIX CONSULTING SL. PAGINAÇÃO: ANTONIO CAPA E RODRIGO PÉREZ, KEMBEKE ESTUDIO. FOTOGRAFIA E VÍDEO: VITOR DUARTE E MÁXIMO GARCÍA, OJIPLÁTICO TRADUÇÕES: CRISTINA JAOUEN, FULLY INVESTED TRANSLATION. IMPRESSÃO: RIVADENEYRA EDITADO por © Primer Decil Consultores y Editores S.L. Todos os direitos reservados. SUBSCRIÇÕES: pt.fundspeople.com DEPÓSITO LEGAL M-48220-2008 REDAÇÃO MADRID Paseo de la Castellana, 91, planta 2 (Madrid, 28046) Tel. (+34) 917 014 040 redaccion@fundspeople.com es.fundspeople.com REDAÇÃO LISBOA Espaço Amoreiras . Rua D. João V, nº 24, 1.03, E.26 - 1250-091 Lisboa Tel. (+351) 210 415 957 portugal@fundspeople.com PUBLICIDADE publicidad@fundspeople.com

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ALLIANZ CYBER SECURITY A CIBERSEGURANÇA É UMA NOVA PRIORIDADE 7,8 biliões de pessoas no mundo cada vez mais conectadas. Nos últimos anos, a digitalização cresceu a uma velocidade inesperada, tornando-se uma megatendência. Do trabalho ao tempo livre: estamos “sempre ligados”. A transformação digital facilita nossa vida, mas nos torna mais vulneráveis a possíveis ataques cibernéticos. A forte expansão do cibercrime aumenta a demanda por proteção de organizações, empresas e indivíduos. O Allianz Cyber Security investe em empresas ativas na defesa contra crimes cibernéticos: recuperação de desastres, treinamento de usuários finais, segurança cibernética são apenas alguns exemplos.

Fundo classificado como um Artigo 8 sob SFDR *

“Esta é uma comunicação promocional. Consulte o prospeto do OICVM e o documento de informações fundamentais destinadas aos investidores antes de tomar quaisquer decisões de investimento finais.”

Da ameaça à oportunidade: uma importante temática de investimento em crescimento.

*Allianz Cyber Security foi classificado como um Artigo 8 sob SFDR: EU Sustainable Finance Disclosure Regulation. Informação exacta no momento da publicação. Os investidores devem ter em conta todas as características e/ou objectivos do fundo tal como descritos no seu prospecto e no KIID (regulatory.allianzgi.com). O investimento no Fundo envolve riscos. Os investimentos no Fundo e o rendimento obtido poderão oscilar para cima e para baixo, dependendo dos valores ou previsões existentes no momento do investimento e, portanto, poderá não recuperar o seu investimento na íntegra. O Allianz Cyber Security é um subfundo da Allianz Global Investors Fund SICAV, uma sociedade de investimento aberta de capital variável constituída de acordo com a legislação luxemburguesa. O valor das unidades de participação/ações, que pertencem às Categorias de Unidades de Participação/Ações do Subfundo denominadas na divisa base, poderá estar sujeito a volatilidade bastante elevada. É possível que a volatilidade de outras Categorias de Unidades de Participação/Ações seja diferente. O desempenho anterior não garante resultados futuros. Os investimentos em uma moeda diferente da do país onde reside o investidor, podem estar sujeitos a flutuações cambiais, ascendentes ou descendentes. O presente documento tem efeitos meramente informativos e não constitui uma proposta ou um convite a realizar uma oferta, a celebrar um contrato, a comprar ou vender quaisquer valores mobiliários. Os produtos ou valores mobiliários aqui descritos poderão não estar disponíveis para venda em todas as jurisdições ou para certas categorias de investidores. Esta informação tem apenas como fim a sua divulgação, de acordo com a legislação aplicável, e não está disponível para residentes e/ou cidadãos dos Estados Unidos. As oportunidades de investimento aqui descritas não têm em conta objetivos de investimento específicos, a situação financeira, o conhecimento, a experiência ou necessidades específicas de qualquer indivíduo em particular e não oferecem garantias. A sociedade gestora pode decidir pôr termo às formas previstas para a comercialização dos seus organismos de investimento coletivo, nos termos do os regulamentos de desnotificação aplicáveis. Os pontos de vista e opiniões expressas neste documento refletem o entendimento da sociedade gestora na data da publicação e estão sujeitos a alterações a qualquer momento e sem aviso prévio. Os dados facultados neste documento provêm de várias fontes e são considerados corretos e fiáveis na data da publicação. Prevalecerão os termos de qualquer oferta ou contrato subjacente que tenha sido ou venha a ser celebrado. Para obter uma cópia gratuita do prospecto, documentos de constituição, cotações diárias, informações fundamentais destinadas aos investidores e últimos relatórios financeiros anuais e semestrais, entre em contacto com a entidade gestora Allianz Global Investors GmbH no país onde o fundo está sediado (Luxemburgo), ou com a entidade emitente no endereço abaixo indicado ou em regulatory.allianzgi.com. Por favor leia atentamente estes documentos antes de investir, os quais são obrigatórios. Este material promocional foi elaborado pela Allianz Global Investors GmbH, www.allianzgi.com, uma sociedade de investimento de responsabilidade limitada, constituída na Alemanha, com sede em Bockenheimer Landstrasse 42-44, 60323 Frankfurt/M, com número de registo no tribunal local de Frankfurt/M, HRB 9340, autorizada pelo Bundesanstalt für Finanzdienstleistungsaufsicht (www.bafin.de). O resumo dos direitos dos investidores está disponível em inglês, francês, alemão, italiano e espanhol em https://regulatory.allianzgi.com/en/investors-rights. Não é permitida a duplicação, publicação ou transmissão do conteúdo deste documento, independentemente da forma de transmissão considerada. Março 2022. Admaster 2098485.

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NOTÍCIAS

O MAIS

1. Quatro mensagens para transmitir ao cliente em momentos de volatilidade como o atual 2. Estagflação: o que é e que repercussões tem na economia?

VISTO EM

3. Chart of the week - Nasdaq 100 assinala novo bear market após março de 2020 4. Luís Nascimento (BBVA): “Os mercados de private equity e real estate aportam valor na gestão de alguns

/

Período de recolha de dados: 26/02/2022 - 27/03/2022 em fundspeople.com/pt/

veículos de longo prazo” 5. As entidades gestoras nacionais líderes de mercado em 2021 6. Legislação num minuto... O que espera aos gestores de ativos? Cronologia dos novos regulamentos ESG da UE 7. SOFR: o que é e porque é uma alternativa à Libor? 8. As seis alternativas da Europa se se suspender o fornecimento de gás russo

PERFIS

Manuel Bragança Santos Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva & Associados

Tiago Vieira Banco de Investimento Global

Hussein Sacoor SIG Capital

Jose Maria Cazal Ribeiro Julius Baer

Victor Barosa ATLANTICO Europa

Gonçalo Mendes de Almeida Haitong

Pedro Lino Optimize Investment Partners

Emanuel Silva IM Gestão de Ativos

IM Gestão de Ativos

BlackRock

Interfundos

BiG - Banco de Investimento Global

APFIPP

Banco BEST

Fundo de Investimento Mobiliário Aberto Santander Acções América CA

Fundo Inv. Alternativo A. Poupança Reforma - Santander Poupança Prudente FPR

IMGA Alocação Conservadora A – Fundo de Investimento Mobiliário Aberto

PIMCO GIS Income Fund Institutional EUR (Hedged) Accumulation

Flossbach von Storch - Multiple Opportunities II IT

Jupiter Dynamic Bond Class D EUR Acc

EMPRESAS

Nordea Asset Management

GNB Gestão de Ativos

PRODUTOS

Caixa Ações Líderes Globais - Fundo de Investimento Mobiliário Aberto de Ações

NB PPR/ OICVM – Fundo de Investimento Mobiliário Aberto de PoupançaReforma

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PANORAMA RADAR INTERNACIONAL

CANADÁ

Innocap IM cresce em ativos alternativos

A Inoocap Investment Management assinou um acordo para comprar o negócio HedgeMark da BNY Mellon. A HedgeMark oferece uma plataforma de contas geridas para hedge funds e serviços de análise de risco. Como parte do acordo, a BNY Melllon adquirirá uma participação minoritária no negócio global da Innocap IM, que gere um património de 50.000 milhões de dólares.

REINO UNIDO

AssetCo compra uma boutique

EUA

State Street aposta nos ativos digitais

A State Street selou um acordo com a Copper.co, um provedor londrino de serviços institucionais de custódia de ativos digitais e infraestruturas de negociação. Com esta operação, a State Street propõe-se a lançar uma gama de serviços de custódia de algumas das criptodivisas mais populares e outros ativos digitais.

A gestora de ativos AssetCo comprou a Revera Asset Management Limited por 2,8 milhões de libras, dos quais 1,9 milhões se pagarão em dinheiro e o resto mediante a emissão de novas ações. Fundada em 2003, a Revera é uma gestora independente com sede em Edimburgo que se especializou em ações britânicas.

MÉXICO

Stratos compra uma gestora local

A Stratos Wealth Holdings, uma empresa de assessoria financeira com sede em Beachwood (Ohio), adquiriu uma participação maioritária de 50,1% na NSC Asesores, uma gestora de patrimónios da Cidade do México com quase 4.000 milhões de dólares em ativos. A direção da NSC controlará 30% das ações e a banca privada suíça Julius Baer os 19,9% restantes.

FRANÇA

AXA IM entra em mercados privados

A AXA Investment Managers comprou uma participação maioritária na Capza, uma boutique especializada em mercados privados. O acordo pretende revitalizar este importante ator da dívida privada e o capital de risco na Europa, centrado nos segmentos de pequena e média capitalização.

AQUISIÇÕES

ESTRATÉGIC 12 FUNDSPEOPLE I MARÇO E ABRIL

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A OPINIÃO DE

SUÍÇA

J. Safra Sarasin reforça-se

A banca privada suíça J. Safra Sarasin comprou à sociedade luxemburguesa Aabar Trading 42,5% que ainda não possuía do Bank Zweiplus, convertendo-se assim na única proprietária. O Bank Zweiplus, que oferece serviços de negociação e custódia, continuará a operar como uma entidade independente.

COREIA DO SUL

Arte digital e NFT

A sul coreana Hana Bank alcançou um acordo com a casa de leilões online Seoul Action Blue para satisfazer a crescente procura por ativos alternativos. O acordo pretende desenvolver uma nova oferta de arte digital, que incluirá NFT e plataformas metaverso, orientada para as novas gerações de investidores.

HONG KONG

Aliança para elevados patrimónios A sociedade de investimento DL Holdings fechou uma aliança estratégica de três anos com a seguradora YF Life para ampliar a gama de produtos para clientes de elevado património. As duas empresas trabalharão conjuntamente no desenvolvimento de uma gama de serviços que não oferecem as bancas privadas tradicionais.

SINGAPURA

Novo acordo para o BOS

O Bank of Singapore (BOS) vendeu a gestão da sua plataforma interna de mercados privados, com 2.000 milhões de dólares em ativos, à iCapital, plataforma fintech centrada em investimentos alternativos. O BOS continuará a proporcionar consultoria aos clientes, enquanto que a iCapital oferecerá fundos personalizados em mercados privados.

ICAS pol.indb 13

Num momento de incerteza económica mundial confirma-se a vitalidade do setor.

LUKE NEWMAN Co-gestor de estratégia de Retorno Absoluto, Janus Henderson

O ARGUMENTO DO RETORNO ABSOLUTO A história mostra-nos que a diversifi ação não é algo que deva ser tomado como garantido. Além disso, as estratégias tradicionais de alocação de ativos construídas em torno de ações e obrigações têm sido um instrumento útil para os investidores nas últimas duas décadas - e isto tem continuado durante a maior parte da era pandémica. Embora a generosidade dos bancos centrais tenha ajudado a financia os governos durante a pandemia, também ajudou a inflaciona os preços dos ativos. Os bancos centrais enfrentam agora a tarefa de encontrar uma forma de desencorajar as suas medidas de estímulo (afunilamento), sem precipitar uma nova crise. A procura continua a crescer em estratégias de equity long/short, uma vez que a correlação entre as ações continua a cair desde o pico a que assistimos durante os primeiros dias da pandemia. Nos últimos meses assistiu-se também a uma rotação de crescimento para valor, apoiada por taxas de juro crescentes e pressões inflacioni tas mais elevadas do que o esperado. É provável que este seja um ambiente mais favorável para estratégias de retorno absoluto em que a seleção de ações se baseia nos fundamentais da empresa. As ineficiências do mercado existirão sempre devido a informação imperfeita e comportamento imprevisível dos investidores. Os investidores podem avaliar mal as perspectivas de uma empresa; os mercados podem reagir de forma exagerada a notícias negativas. Isto pode criar oportunidades para as estratégias de investimento capazes de gerar retornos positivos, em quaisquer que sejam as condições prevalecentes no mercado. MARÇO E ABRIL I FUNDSPEOPLE 13

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PANORAMA SMART CONSENSUS por Miguel Rêgo, CFA

A EQUIPA

SMART CONSENSUS 2022 Uma equipa de luxo que nos vai mostrar, ao longo do ano, as ações e reações dos gestores às condições de mercado, em constante evolução. FUNDOS QUE COMPÕEM A CARTEIRA DE CONSENSO DA FUNDSPEOPLE EM 2022 (*) FUNDO

CATEGORIA MORNINGSTAR

Acatis Gané Value Event Fonds

Mistos Moderados

Allianz Income and Growth

Mistos Moderados

Amundi Funds - Multi-Asset Sustainable Future

Mistos Cautelosos

BlackRock Global Funds - Global Multi-Asset Income Fund

Mistos Moderados

BNY Mellon Global Real Return Fund (EUR)

Mistos Flexíveis

Capital Group Global Allocation Fund (LUX)

Mistos Moderados

DWS Concept Kaldemorgen

Mistos Flexíveis

JPMorgan Investment Funds - Global Balanced Fund

Mistos Moderados

MFS Meridian Funds - Prudent Wealth Fund

Mistos Moderados

ODDO BHF Polaris Moderate

Mistos Cautelosos

A carteira Smart Consensus é composta por fundos das categorias Mistos Moderados, Mistos Cautelosos e Mistos Flexíveis que em 2022 cumpriam pelo menos um dos três critérios para ser classifi ado com Rating FundsPeople nos três países analisados (Portugal, Espanha e Itália). O resultado é um carteira composta por 10 fundos multiativos com o mesmo peso, seis deles moderados, dois fl xíveis e dois cautelosos. Fonte: FundsPeople e Morningstar Direct.

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DISTRIBUIÇÃO POR ATIVOS OBRIGAÇÕES AÇÕES LIQUIDEZ E OBRIGAÇÕES A CURTO PRAZO OUTROS (DIVISAS, ALTERNATIVOS E IMOBILIÁRIOS)

70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0%

J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N D J 2020

O

início de um novo ano traz consigo a agregação dos dados e os novos cálculos que resultam na definição dos novos produtos com Rating FundsPeople. Deste universo vasto de estratégias de investimento que sobressaem pelos vários critérios que permitem obter o Rating, são 10 as selecionadas para compor a carteira de Smart Consensus. É uma carteira equiponderada que permite, em todas as revistas, mostrar a evolução da alocação média por classe de ativos, geografia da componente acionista ou sub-classe de rendimento fixo. É um exercício que permite identificar tendências que muito nos dizem sobre a forma como os gestores, conjuntamente, estão a reagir a condições de mercado em constante evolução. Em 2022, os 10 fundos que compõem esta carteira cumprem alguns critérios simples e objetivos. São fundos multiativos, com Rating FundsPeople 2022 em Portugal, Espanha e Itália, com séries de dados contínuas mensais disponíveis na base de dados da Morningstar Direct, e são dos fundos do nosso universo que, historicamente, menos recorrem a posições sintéticas para definir a sua exposição aos diferentes riscos de mercado. Resulta, assim, uma equipa com seis fundos de alocação moderada, dois de alocação flexível e dois de alocação

2021

2022

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DA COMPONENTE DE AÇÕES EUROPA (INCLUI REINO UNIDO) AMÉRICA DO NORTE (EUA E CANADÁ) MERGENTES (INCLUI PAÍSES ASIÁTICOS DESENVOLVIDOS) E JAPÃO E AUSTRÁLIA

70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0%

J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N D J 2020

2021

2022

ALOCAÇÃO DA COMPONENTE DE OBRIGAÇÕES CORPORATIVAS

SOBERANAS

CASH

OUTRAS

70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0%

J J F F M M A A M M JJ JJ A A S S O O N N D D JJ FF M M A A M M JJ JJ A A SS O O N N D D JJ 2020 2020

2021 2021

2022 2022

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PANORAMA SMART CONSENSUS

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A OPINIÃO DE FRANCIS ELLISON Gestor de carteiras de clientes, Ações Europeias, Columbia Threadneedle Investments

CRISE NA UCRÂNIA: IMPACTO NOS MERCADOS EUROPEUS

cautelosa, segundo a classificação da Morningstar. Sendo um dos critérios de seleção, todos apresentam Rating FundsPeople muito embora um deles, o MFS Meridian Funds Prudent Wealth, sobressaia pelo Rating FundsPeople+, ou seja, por acumular as três classificações que compõem o Rating. Os critérios que cada um dos fundos cumpre em cada país para se encontrarem destacados podem ser consultados na ferramenta de pesquisa de fundos no website da FundsPeople.

TENDÊNCIAS QUE SE MANTÊM

Apesar de apenas dois dos 10 fundos se repetirem face a 2021, os dados relativos aos últimos dois anos mostram que a tendência de alocação global que se verificava na carteira anterior se mantém. Mais especificamente, refiro-me a uma tendência global de crescimento do peso médio das ações e da liquidez em detrimento das obrigações. Uma alocação cada vez mais barbell, que reflete uma maior procura por tolerância ao risco nas carteiras multiativos, equilibrada com uma componente no espectro oposto do risco. Uma consequência evidente de um mercado obrigacionista que se tem revelado pouco interessante em termos de potencial de rendimento e de apreciação de capital. É também uma tendência que será interessante acompanhar à medida que os dados refletirem os mo-

vimentos íngremes de subida de yields que se verificaram nos primeiros meses de 2022. Esmiuçando geograficamente a componente de ações das carteiras, observamos como as ações norte-americanas têm vindo a ganhar terreno face às ações europeias, os dois grandes grupos de alocação. Algum efeito de mercado será a razão por detrás desta evolução, considerando o comportamento das ações do outro lado do Atlântico em relação às mais próximas de nós, pelo que é difícil ler alguma coisa interessante sobre as decisões de alocação dos gestores nestes números. Por fim, quando desconstruímos a componente de obrigações, vemos que num período em que a alocação soberana e corporativa não variou significativamente, os instrumentos mais líquidos e de curto prazo ganharam terreno, mais especificamente, 10 pontos percentuais mais num período de dois anos. Mês a mês atualizamos esta análise. Vamos compilar os dados e recolher os comentários dos gestores num exercício que esperamos que seja informativo e elucidativo do caminho tomado pelos profissionais com estes 10 fundos sob a sua responsabilidade. Desejamos que esta visão de médio prazo sobre as decisões tomadas traga alguma clareza acerca das tendências na gestão de soluções multiativos.

Na Europa, a reação dos mercados à crise na Ucrânia tem sido forte mas justifi ada – os bancos europeus e outras ações com exposição à Rússia caíram mais de 30%. Não acreditamos que exista um risco sistémico para as maiores instituições europeias, mas podem existir mais perdas de crédito no continente. Os bancos europeus têm excesso de capital signifi ativo. Portanto embora os bancos possam perder capital, isso não representará problemas de solvência. Antes da invasão russa, a Europa estava à espera da primeira subida de taxas por parte do BCE mais à frente em 2022. É provável que isso seja adiado. Contudo, se as taxas de juro subirem para níveis muito mais altos, isso afetará a avaliação dos mercados em geral. Os compounders sustentáveis de longo prazo que favorecemos estão bem posicionados para navegar no novo ambiente em termos operacionais. Nas nossas carteiras de ações europeias, não temos exposição direta a ações russas, bielorrussas ou ucranianas, embora os efeitos indiretos estejam a impactar alguns bancos e ações de energia. Mesmo a nossa exposição indireta é baixa e em linha com o benchmark. Adicionalmente, os europeus podem sofrer um choque nos preços dos alimentos, o que pode prejudicar a esperada recuperação no consumo. Este foi o primeiro ano numa década em que se esperava que a Europa superasse os EUA. Esperava-se que os consumidores europeus fossem os principais impulsionadores desse crescimento, gastando signifi ativas economias acumuladas durante a pandemia.

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©2021 Morningstar, Inc. All rights reserved. The Morningstar name and logo are registered marks of Morningstar. Marks used in conjunction with Morningstar products or services are the property of Morningstar or its subsidiaries.

Um Padrão Global de Sustentabilidade para Fundos Os investidores estão atualmente a ser confrontados com o crescente interesse em investimentos sustentáveis. A Morningstar disponibiliza serviços como investigação, ferramentas e análises para ajudar os investidores a entender estes fatores de sustentabilidade, realizar operações de due diligence, avaliar o risco e oportunidades de ESG. Morningstar Sustainability Rating™ e Morningstar Portfolio Carbon Metrics™ foram desenvolvidos para ajudar os investidores a avaliar o desempenho das empresas através de fatores ambientais, sociais e de governança, para que possam construir os seus planos de investimento de uma forma mais responsável. Descubra como pode integrar estes valores sustentáveis na sua estratégia de investimento a longo prazo.

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Para mais informação: global.morningstar.com/SustainableInvesting ou envie um correio eletrónico para sales.esp@morningstar.com

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PANORAMA BARÓMETRO

DESCUBRA OS FUNDOS COM RATING 20 22

São produtos que contam com o destaque dos analistas, sobressaem pela sua consistência ou se distinguem por serem blockbuster.

N

um mercado como o português, que conta com mais de 3.000 fundos registados para venda, a FundsPeople divulga os fundos com Rating FundsPeople 2022. São 687 produtos com o rating, que se destacam por um ou vários dos seguintes três critérios: Favoritos dos Analistas. Fundos que acumulam um mínimo de cinco votos dos selecionadores dentro de cada questionário anual realizado em Portugal, Espanha e Itália, dirigido aos analistas de fundos, sobre os seus produtos favoritos. Existem 34 fundos que conseguem este selo.

último ano. São analisados os fundos registados para venda em Portugal, com uma antiguidade mínima de três anos à data de referência da análise. De cada fundo é selecionada uma classe, a mais representativa segundo um conjunto de critérios. Esta classe selecionada será comparada com os restantes fundos da sua categoria através de dois scorecards. No primeiro, são considerados critérios de rentabilidade e volatilidade acumulada a 3 e 5 anos, e no segundo, dados individuais

dos últimos cinco anos civis. Em ambos os casos, a rentabilidade e a volatilidade têm um peso de 65% e 35%, respetivamente. Do modelo resultam os fundos que se situam no primeiro quintil em ambos os scorecards. Há 274 fundos que cumprem os critérios. Nos três casos são excluídas da análise as categorias de fundos com garantia de capital, target date, do mercado monetário, obrigações de muito curto prazo e rentabilidade ou maturidade objetivo. 20 22

APENAS 15 FUNDOS OBTÊM A MÁXIMA DISTINÇÃO DO RATING FUNDSPEOPLE+ FUNDO

CATEGORIA

Blockbuster. São os super-vendas do mercado. Incluem-se os produtos com mais de 100 milhões de euros distribuídos no mercado ibérico ou 50 milhões de euros no caso dos produtos nacionais. Adicionalmente, a estes últimos exigem-se captações líquidas a três anos superiores ou iguais a um quarto dos AUM no fecho do ano: 493 fundos alcançam esta classificação

BlackRock Global Funds - ESG Multi-Asset Fund

MFS Meridian Funds - European Value Fund

Europe Equity Large Cap

Consistentes. A equipa de Análise da FundsPeople, dirigida por Maria Folqué, desenvolveu um modelo de seleção próprio para destacar os produtos mais consistentes em cada categoria, a partir da base da Morningstar Direct, com referência ao final do

MFS Meridian Funds - Prudent Wealth Fund

Moderate Allocation

Eleva UCITS Fund - Fonds Eleva Absolute Return Europe Eleva UCITS Fund - Fonds Eleva European Selection

Moderate Allocation Long/Short Equity Europe Equity Large Cap

Eurizon Fund - Bond Aggregate RMB

Asia Fixed Income

Flossbach von Storch - Multiple Opportunities II

Flexible Allocation

JPMorgan Investment Funds - Global Macro Opportunities Fund Jupiter Global Fund - Jupiter Dynamic Bond Man AHL TargetRisk Fund

Morgan Stanley Investment Funds - Global Brands Fund PIMCO GIS Dynamic Multi-Asset Fund PIMCO GIS Income Fund Robeco Global Consumer Trends Schroder International Selection Fund EURO Corporate Bond

Global Macro Global Fixed Income Moderate Allocation

Global Equity Large Cap Flexible Allocation Global Fixed Income Global Equity Large Cap Europe Fixed Income

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DIOGO GOMES, senior CRM da UBS AM Iberia

China Paciência e confiança na história

A elevada incerteza vivida nos últimos meses e as ameaças de abrandamento económico, deixam um panorama muito claro: a China enfrenta riscos e desafios significativos, tanto no país como no estrangeiro. O objetivo de crescimento de 5,5% para 2022 é o objetivo oficial mais baixo para a economia em décadas, embora superior às expetativas, e ligeiramente inferior ao já modesto objetivo do ano passado de 6%. A economia desacelerou fortemente no último trimestre de 2021 sob uma tripla pressão, diminuição da procura, problemas nas cadeias de abastecimento e enfraquecimento da confiança, bem como a repressão regulatória nos setores imobiliário e tecnológico. Acreditamos que a economia chinesa vai, todavia, ressentirse no primeiro trimestre e que deverá recuperar durante o resto de 2022. À medida que se desencadeia o novo ciclo industrial, a melhoria na atividade económica deverá tornar-se mais óbvia a partir do segundo trimestre. Acreditamos que as importações e os dados referentes ao Índice dos Gestores de Compras (IGC) devem começar a melhorar, favorecendo uma recuperação a meio do ano. Em contraste com as elevadas subidas dos preços dos consumidores e dos produtores em todo o mundo, a inflação na China é relativamente moderada. A meta de inflação dos consumidores foi fixada em 3%, inalterada face ao ano passado, sabendo que em 2021 os preços no consumidor subiram 0,9% e o consumo durante o Ano Novo Chinês manteve-se muito abaixo dos níveis pré-pandemias. Isto dá ao Banco Popular da China (PBOC) uma grande margem para gerir a sua política monetária, e acreditamos que o banco central provavelmente continuará a baixar as taxas de juro na sequência de um primeiro corte no princípio do ano assim como de uma diminuição dos rácios de reservas requeridos. Isto vai justamente em sentido contrário às políticas monetárias de outras grandes economias, como os EUA e a Europa que se confrontam com uma elevada inflação. No entanto, apesar deste impulso para relançar a economia chinesa através do crédito, o financiamento disponível para a economia real deverá manter-se limitado e poderá levar algum tempo a inverter-se. Os cortes nas taxas de juro não são tão eficazes como no passado, talvez paradoxalmente devido às reformas para limitar o shadow banking em 2017-

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2019. O reverso da uma maior monotorização dos riscos de sobreaquecimento é que os mercados de crédito se tornem menos ágeis, fazendo com que as injeções liquidez tardem mais tempo em chegar à economia real. Dito isto, acreditamos que as medidas que se tomaram pró-crescimento estão entre as várias razões para ser construtivo em relação ao mercado acionista chinês. Da mesma forma que no ano passado as decisões políticas tiveram em grande parte por detrás das correções que assistimos, este ano podem ser fundamentais para reverter a situação. As recentes intervenções regulatórias em empresas de tecnologia e de saúde são, na sua maioria, consequências do que já foi decretado no ano passado. Pensamos que já ultrapassámos o ponto de viragem em termos de risco político. Em muitos aspetos, o mercado chinês é mais influenciado pela política do que pela economia. Acreditamos que investir em empresas chinesas de alta qualidade com um crescimento sustentável e que se mostram resiliente em entornos de mudança, deverá proporcionar retornos atrativos para os investidores pacientes. As tendências de longo prazo que fazem da China um mercado atrativo continuam, por exemplo, o compromisso do governo chinês de transitar para um crescimento económico mais doméstico e orientado para os serviços, aumentando os gastos em cuidados de saúde, automação e digitalização, e a mudança para a energia verde e um ambiente mais limpo. Estes aspetos, assim como a contínua sub-representação do mercado chinês nas carteiras dos investidores internacionais, juntamente com a abertura dos mercados de capitais chineses, deverão proporcionar oportunidades de investimento atrativas. Pensamos que uma abordagem ativa é crucial para investir no meio das flutuações extremas do mercado. Acreditamos na análise fundamental para identificar empresas de alta qualidade que deverão prosperar ao longo de um período de anos, não meses. Uma gestão ativa, uma visão de longo prazo, deverá permitir-nos selecionar os potenciais vencedores de amanhã. Da mesma forma, nesse processo de seleção, deveremos ter a capacidade de enquadrar e entender os objetivos mais abrangentes do governo chinês, as potenciais implicações tanto em setores como em empresas.

AVISO LEGAL: PARA EFEITOS DE MARKETING E INFORMAÇÃO PELA UBS. Antes de investir num produto, leia atentamente e na íntegra o prospeto mais recente e o documento de informações fundamentais destinadas aos investidores. As informações e opiniões contidas neste documento foram compiladas ou recebidas com base nas informações obtidas de fontes consideradas fiáveis e de boa-fé, mas não são garantidas como rigorosas, nem constituem uma declaração ou um resumo completo dos valores mobiliários, mercados ou desenvolvimentos referidos no documento. Os membros do Grupo UBS podem ter uma posição em e podem efetuar uma compra e/ou venda de qualquer um dos títulos ou outros instrumentos financeiros mencionados neste documento. As unidades de fundos da UBS aqui mencionadas podem não ser elegíveis para venda em todas as jurisdições ou em determinadas categorias de investidores e não podem ser oferecidas, vendidas ou entregues nos Estados Unidos. A informação aqui mencionada não se destina a ser interpretada como um pedido ou uma oferta para comprar ou vender quaisquer títulos ou instrumentos financeiros relacionados. O desempenho passado não é um indicador fiável de resultados futuros. O desempenho apresentado não tem em conta quaisquer comissões e custos cobrados aquando da subscrição e resgate de unidades. As comissões e os custos têm um impacto negativo no desempenho. Se a moeda de um produto financeiro ou serviço financeiro for diferente da sua moeda de referência, o retorno pode aumentar ou diminuir em função das flutuações cambiais. Esta informação não tem em consideração os objetivos de investimento específicos ou futuros, a situação financeira ou fiscal ou as necessidades particulares de qualquer destinatário específico. Os detalhes e opiniões contidos neste documento são fornecidos pela UBS sem qualquer garantia e destinam-se apenas à utilização pessoal e para efeitos de informação do destinatário. Este documento não pode ser reproduzido, redistribuído ou republicado para qualquer fim sem a autorização escrita da UBS Asset Management Switzerland AG ou de uma empresa agrupada local. Fonte de todos os dados e gráficos (caso não estejam indicados de outra forma): UBS Asset Management Este documento contém declarações que constituem “declarações prospetivas”, incluindo, entre outras, declarações relacionadas com o desenvolvimento futuro do nosso negócio. Embora estas declarações prospetivas representem os nossos julgamentos e expectativas futuras relativamente ao desenvolvimento do nosso negócio, uma série de riscos, incertezas e outros fatores importantes podem fazer com que os desenvolvimentos e resultados efetivos sejam materialmente diferentes das nossas expectativas. Pode encontrar um resumo dos direitos dos investidores em inglês online em: ubs. com/funds. Pode encontrar mais explicações das condições financeiras em ubs.com/glossary © UBS 2021. O símbolo das chaves e UBS estão entre as marcas comerciais registadas e não registadas da UBS. Todos os direitos reservados.

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PANORAMA BARÓMETRO 20 22

OS FUNDOS INTERNACIONAIS SUPER-VENDAS NA PENÍNSULA IBÉRICA

ara ser considerado um fundo super-vendas, os produtos internacionais devem alcançar os 100 milhões de euros de património distribuído no P mercado ibérico. Fonte: gestoras e diferentes entidades distribuidoras.

01 AÇÕES

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500 1.000 JPM EUROPE EQUITY PLUS A PERF (ACC) EUR CS (LUX) DIGITAL HEALTH EQUITY SB USD AMUNDI FDS EUROLAND EQUITY E2 EUR C ROBECO QI EUROPEAN CNSRV EQS I € PICTET TR - CORTO EUROPE I EUR PICTET-USA INDEX P USD JPM US TECHNOLOGY A (DIST) USD MFS MERIDIAN EUROPEAN SMLR COMS A1 EUR EDRF BIG DATA N EUR JPM EUROPE DYNAMIC TECHS FD A (DIST) EUR POLAR CAPITAL GLOBAL TECH I INC BGF WORLD MINING A2 MAN GLG JPN COREALPHA EQ I JPY FIDELITY WORLD A-DIS-EUR JANUS HENDERSON HRZN EUROLAND A2 EUR PICTET-NUTRITION I USD CPR INVEST GLBL DSRPT OPP R EUR ACC UBS (LUX) EF CHINA OPPO(USD) P USD ACC AMUNDI IS S&P 500 ESG IE-C M&G (LUX) GLOBAL LISTED INFRAS L USD ACC VANGUARD GLB STK IDX $ ACC LM CLEARBRIDGE INFRAS VALPRGBPHDISAPH+E MS INVF GLOBAL PROPERTY I CARMIGNAC PF GRANDE EUROPE A EUR ACC JPM EUROLAND EQUITY A (DIST) EUR THREADNEEDLE (LUX) PAN EURP SMCPOPPS ZE ALLIANZ EUROLAND EQUITY GROWTH W EUR SCHRODER ISF JAPANESE EQ A DIS AV BGF FUTURE OF TRANSPORT Z2 USD VANGUARD PAC EX-JAPAN STK IDX USD ACC AB INTERNATIONAL HC A ACC JPM EM MKTS SMALL CAP A (ACC) PERF EUR VANGUARD EMERG MKTS STK IDX INV EUR ACC ROBECO BP US LARGE CAP EQUITIES I $ JPM GLOBAL FOCUS A (DIST) EUR AMUNDI MSCI EMU ESG LDRS SEL IE-C BNP PARIBAS SMART FOOD I CAP MS INVF GLOBAL SUSTAIN Z USD ACC ALLIANZ CHINA A SHARES AT USD GS GLOBAL MILLENNIALS EQ I ACC USD M&G (LUX) GLB DIVIDEND CI USD ACC JPM GLOBAL NATURAL RESOURCES A (ACC) EUR AXA ROSENBERG US ENH IDX EQ ALP A $ ACC MIRAE ASSET ASIA GREAT CONSUMER EQ I USD CANDRIAM SST EQ EM MKTS R € ACC AB AMERICAN GR PTF C ACC AMUNDI FDS PIO US EQFUNDMGR M2 EUR C AMUNDI IS MSCI NORTH AMERICA IE-C BNP PARIBAS ENERGY TRANSITION C D MS INVF EUROPE OPPORTUNITY Z FIDELITY GLOBAL DIVIDEND I-ACC-EUR SCHRODER ISF US LARGE CAP A DIS FRANKLIN INDIA I(ACC)USD ROBECOSAM SUSTAINABLE WATER EQS F EUR PICTET-EUROPE INDEX P EUR NN (L) US ENH CR CONCNTR EQ P DIS USD BNP PARIBAS DISRPT TECH CL D BNP PARIBAS CLIMATE IMPACT AB SELECT ABS ALPHA S1 USD ACC BNY MELLON MOBILITY INNOVATION USD E ACC PICTET TR - MANDARIN I USD FIDELITY AMERICA A-DIS-USD CANDRIAM EQS L ONCLGY IMPCT I USD CAP BGF EUROPEAN SPECIAL SITUATIONS A2 PICTET-TIMBER I USD PICTET-JAPANESE EQUITY OPPS PJPY JPM EUROPE STRATEGIC GROWTH A (DIST) EUR MIRAE ASSET ASIA SECT LDR EQ K USD CAP CANDRIAM EQS L BIOTECH C USD CAP GS GLOBAL CORE EQ I INC USD SNAP THREADNEEDLE (LUX) GLOBAL TECH DU FIDELITY SUSTAINABLE ASIA EQ A-DIS-USD JPM ASIA PACIFIC EQUITY A (ACC) USD DWS DEUTSCHLAND LC JANUS HENDERSON HRZN GLBTECHLDRS A2USD T. ROWE PRICE US BLUE CHIP EQ A USD BGF EURO-MARKETS A2 JUPITER EUROPEAN GROWTH D EUR ACC FIDELITY FAST EUROPE A-ACC-EUR ABRDN EU SML COMP D ACC EUR

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500 1.000 JPM THEMATICS GENETIC THRPS C2 ACC USD SCHRODER GAIA EGERTON EQUITY C ACC EUR PICTET SMARTCITY I DM GBP DWS INVEST ESG EQUITY INCOME LC FIDELITY GLB DMGRPHCS Y-ACC-GBP UBS (LUX) ES EURO COUNTRS INC€ P-ACC AXAWF FRAM ROBOTECH G CAP USD BMO RESPONSIBLE GLOBAL EQUITY I INC EUR DWS AKTIEN STRATEGIE DEUTSCHLAND LC CPR INVEST EDUCATION E EUR ACC JPM US SMALLER COMPANIES A (DIST) USD JANUS HENDERSON GLB TECH&INNO H2 USD THREADNEEDLE (LUX) GLOBAL FOCUS THREADNEEDLE (LUX) UK EQS IG GBP ACC JPM JAPAN EQUITY A (DIST) USD AXA ROSENBERG GLB EQ ALPHA A USD ACC FIDELITY GERMANY A-DIS-EUR T. ROWE PRICE US EQ I USD GS EMERGING MARKETS EQ R INC GBP AXAWF FRAMLINGTON DGTL ECOY I CAP USD FIDELITY IBERIA A-DIS-EUR AB EUROZONE EQ PTF IX ACC UBAM 30 GLOBAL LEADERS EQUITY AHC EUR BNP PARIBAS EUROPE SMALL CAP I C BGF EMERGING MARKETS A2 FIDELITY GLOBAL HEALTH CARE A-DIS-EUR ROBECO EMERGING STARS EQUITIES D € LEGG MASON CB US LG CP GR B USD DIS(A) ABRDN JAPANESE EQUITY A ACC JPY LEGG MASON RY US SMCP OPP A USD DIS(A) THEMATICS SAFETY H-R/A GBP JPM AMERICA EQUITY A (DIST) USD JANUS HNDRSNCONTINEN EURP I2 EUR GAM STAR CONTINENTAL EURP EQ INSTL £ ACC AXA ROSENBERG US EQUITY ALPHA A USD ACC JPM CHINA A (DIST) USD VONTOBEL CLEAN TECHNOLOGY I EUR BGF WORLD GOLD A2 THREADNEEDLE (LUX) EUR SMLR COM 9E EUR AMUNDI IS MSCI JAPAN IE-C EUR FIDELITY EUROPEAN GROWTH A-DIS-EUR M&G (LUX) EURP STRAT VAL CI EUR ACC ABRDN ASIA PACIFIC EQ A ACC USD JANUS HENDERSON HRZN PANEURPSMRCOMS A2€ BSF EUROPEAN OPPS EXTENSION A2 EUR MAINFIRST TOP EUROPEAN IDEAS C ALGER SMALL CAP FOCUS I US SCHRODER ISF CHINA OPPS C ACC USD NORDEA 1 - EMERGING STARS EQUITY BI EUR AXAWF FRAM SWITZERLAND F CAP CHF JPM US SELECT EQUITY PLUS A (ACC) EURH ROBECO QI EMERGING CNSRV EQS I € LEGG MASON CB US EQ SUST LDRS A EURH ACC ROBECO SUSTAINABLE EURP STARS EQS D EUR NINETY ONE GSF GLOBAL ENVIR I ACC EUR CANDRIAM EQS L EURP INNOVT R EUR CAP T. ROWE PRICE GLB FOC GR EQ A USD ABRDN ASIAN SMLLR COMS A ACC USD ALLIANZ ORIENTAL INCOME P USD ECHIQUIER ARTIFICIAL INTELLIGENCE K EUR JPM GLOBAL SELECT EQUITY A (ACC) USD MFS MERIDIAN US VALUE A1 USD LAZARD GLOBAL LSTD INFRAS EQ A DIST GBP CS (LUX) SECURITY EQUITY BH CHF GS INDIA EQUITY I INC USD NEUBERGER BERMAN US MLTCP OPPS USD1 IACC INVESCO SUS PAN EURP STU EQ C € ACC ALLIANZ THEMATICA P EUR ABRDN EU SUS N RES INV EQ A ACC EUR ALLIANZ GLOBAL METALS AND MINING I EUR MS INVF GLOBAL QUALITY Z CANDRIAM SST EQ WORLD R € ACC THREADNEEDLE (LUX) AMER SMLR COM 9U USD GS EUROPE CORE EQUITY BASE INC EUR MS INVF EMERGING LEADERS EQUITY A GAM MULTISTOCK EM EQUITY USD C TEMPLETON GROWTH (EURO) I(ACC)EUR JANUS HENDERSON GLB LIFE SCN I2 USD T. ROWE PRICE US LG CAP GR EQ I USD GAM MULTISTOCK LUXURY BRANDS EQ USD C

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20 FUNDSPEOPLE I MARÇO E ABRIL

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20 22

02 FIXED INCOME

500 1.000 CARMIGNAC PF SÉCURITÉ FW EUR ACC BGF EURO SHORT DURATION BOND A2 EUR MUZINICH ENHANCEDYIELD S-T HUSD ACC A NORDEA 1 - LOW DUR EURP COV BD BC-EUR PIMCO GIS INCOME INSTL EURH ACC MS INVF EURO CORPORATE BOND A MS INVF SHORT MATURITY EURO BOND I JUPITER DYNAMIC BOND I EUR Q INC BSF GLOBAL ABSOLUTE RETURN BOND A2 EUR AXAWF EURO CREDIT SHORT DUR I CAP EUR SCHRODER ISF EURO CORP BD C ACC EUR VONTOBEL EURO CORPORATE BOND A EUR JPM US AGGREGATE BOND A (DIST) USD JPM GLOBAL STRAT BD A PERF (ACC) USD NEUBERGER BERMAN SHRT DUREM DBTUSD I ACC FIDELITY EURO SHORT TERM BOND Y-ACC-EUR VONTOBEL TWENTYFOUR STRATINC G GBP CANDRIAM BDS CRDT OPPS I EUR CAP CANDRIAM BDS EURO SHORT TERM C EUR CAP MFS MERIDIAN EMERGING MKTS DBT A2 USD JANUS HENDERSON HRZN EURO CORP BD A2 EUR AXAWF GLOBAL INFL SH DUR BDS I CAP USD INVESCO EURO SHORT TERM BOND Z EUR ACC EURIZON BOND AGGREGATE RMB Z EUR ACC GS EM CORP BD I ACC EUR HDG EVLI SHORT CORPORATE BOND A VANGUARD € GOVT BD IDX € ACC MS INVF GLOBAL FIXED INCOME OPPS Z ROBECO FINANCIAL INSTITUTIONS BDS I € CARMIGNAC PF FLEXIBLE BOND A EUR ACC AXAIMFIIS US CORP ITMT BDS A USD DIS NN (L) US CREDIT P CAP USD UBAM DYNAMIC US DOLLAR BOND AC USD AEGON EUROPEAN ABS B EUR ACC FVS BOND OPPORTUNITIES EUR I MS INVF EURO CORPORATE BD - DUR HGD Z CANDRIAM BDS EURO HIGH YLD R EUR CAP NORDEA 1 - EUROPEAN COVERED BOND BP EUR PICTET-SHORT TERM EM CORP BDS I DY USD ALLIANZ CREDIT OPPORTUNITIES IT13 EUR DWS INVEST ESG EURO BONDS (SHORT) FC JPM INCOME A (ACC) USD BLUEBAY INVESTMENT GRADE BD R EUR AXAIMFIIS EUROPE SHORT DUR HY A CAP EUR AXAIMFIIS US SHORT DUR HY A CAP USD BNP PARIBAS ENHANCED BOND 6M I C NOMURA FDS US HIGH YIELD BOND I USD PICTET-EUR SHORT TERM CORP BDS I ROBECOSAM EURO SDG CREDITS I EUR JPM GLOBAL CORP BD A (ACC) USD BLUEBAY INV GRD EURO AGGT BD I EUR PIMCO GIS GLB HI YLD BD INSTL USD ACC

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MFS MERIDIAN PRUDENT CAPITAL I1 USD DWS CONCEPT KALDEMORGEN EUR FC M&G (LUX) OPTIMAL INCOME CI EUR ACC JPM GLOBAL INCOME A (DIV) EUR PICTET-MULTI ASSET GLOBAL OPPS I EUR BGF GLOBAL ALLOCATION A2 JPM GLOBAL INCOME CNSRV C (ACC) EUR NORDEA 1 - STABLE RETURN BP EUR INVESCO PAN EUROPEAN HI INC A EUR QD MFS MERIDIAN PRUDENT WEALTH I1 USD BSF GLOBAL EVENT DRIVEN Z2 USD PIMCO GIS DYN MLT-ASST INSTL EUR ACC PICTET TR - DIV ALPHA J EUR BSF EUROPEAN ABSOLUTE RETURN A2 EUR AMUNDI FDS GLOBAL MA CNSRV C EUR C BNY MELLON GLBL RL RET (EUR) W ACC CARMIGNAC PF PATRIMOINE F EUR ACC PIMCO GIS CMDTY REAL RET INSTL USD ACC MAN GLG ALPHA SELECT ALT DLH EUR

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500 1.000 ROBECO EURO CREDIT BONDS D € INVESCO EURO CORPORATE BOND Z EUR ACC ROBECO HIGH YIELD BONDS DH € AXAWF US HIGH YIELD BONDS I CAP USD DNCA INVEST - ALPHA BONDS MUZINICH EMERGINGMKTSSHRTDUR HUSD ACC S CARMIGNAC PF CREDIT FW EUR ACC FIDELITY EUROPEAN HI YLD A-DIS-EUR DWS INVEST EURO CORPORATE BDS FC AMUNDI FDS PIO US BOND A2 EUR C UBAM GLOBAL HIGH YIELD SOLUTION AC USD CANDRIAM LONG SHORT CREDIT CLASSIQUE ALLIANZ EURO CREDIT SRI W EUR M&G (LUX) GLB FL RT HY CI USD ACC T. ROWE PRICE DYN GLB BD I USD LAZARD CREDIT FI SRI PVC EUR AMUNDI RSPNB INVEST IMP GREEN BDS I C JPM GLOBAL SHORT DURATION BD A(ACC)USD AMUNDI FDS GLB SUBRDNTD BD I2 EUR C BGF GLOBAL HIGH YIELD BOND C1 USD CANDRIAM SST BD GLBL HI YLD R € ACC JPM US SHORT DURATION BOND A (ACC) USD BGF US DOLLAR SHORT DURATION BD A1 USD JPM INCOME OPP A PERF (ACC) EURH AMUNDI FDS GLBL AGGT BD I USD C PIMCO GIS GLB BD INSTL USD ACC NORDEA 1 - EUROPEAN HIGH YLD BD BI EUR NINETY ONE GSF EM LCLCCYTLRTDT I ACC$ GS EM MKTS DBT BASE INC USD JPM GLOBAL CONVERT (EUR) A (DIST) EUR GAM STAR MBS TOTAL RETURN INSTL USD ACC BGF EMERGING MARKETS LCL CCY BD A2 FIDELITY GLOBAL INFL-LINK BD A-ACC-USD MUZINICH SHORTDURATIONHY HEUR ACC A NORDEA 1 - FLEXIBLE FIXED INCOME BI EUR BGF CHINA BOND D3 USD BNY MELLON GLB SHRTDTD HY BD USD W ACC FIDELITY US HIGH YIELD A-DIS-USD PIMCO GIS TTL RET BD INV USD ACC BGF EURO CORPORATE BOND A1 EUR ALLIANZ ADVCD FXD INC S/D W EUR AXAWF GLOBAL STRATEGIC BDS F CAP GBP H VANGUARD U.S. GOVT BD IDX $ ACC LSF-ARCANO LW VOL EURP INC-ESG SEL CE-A UBAM MEDIUM TERM US CORPORATE BD AC USD EDRF BOND ALLOCATION B EUR INC UBS (LUX) BS SHT TERMUSDCORPSST$P-ACC JPM EURO GOVT SHORT DUR BD A (ACC) EUR PIMCO GIS DIVERS INC INSTL USD ACC AMUNDI FDS EM MKTS BD E2 EUR C ABRDN EM CORP BD A ACC USD GAM MULTIBOND LOCAL EMERGING BOND USD C

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FVS - MULTI ASSET - DEFENSIVE I FVS MULTIPLE OPPORTUNITIES II RT JPM GLOBAL MACRO OPPS A (ACC) EUR NINETY ONE GSF GLB MA INC A ACC USD BMO REAL ESTATE EQ MKT NETRL B ACC EUR ACATIS GANÉ VALUE EVENT FONDS A FIDELITY GLB MLT AST INC A-ACC-USD FRANKLIN K2 ALT STRATS I(ACC)USD CANDRIAM RISK ARBITRAGE C FIRST EAGLE AMUNDI INTERNATIONAL AU-C JANUS HENDERSON BALANCED A2 USD ALLIANZ INCOME AND GROWTH I H2 EUR M&G (LUX) DYNAMIC ALLOCATION CI EUR ACC OFI FINCL INV PRECIOUS METALS I RUFFER TOTAL RETURN INTL I GBP CAP NEUBERGER BM UNCRLTD STRATS USD I5 ACC MFS MERIDIAN GLOBAL TOTAL RET A2 USD MAN AHL TREND ALTERNATIVE DNY H EUR ACC ALLIANZ DYN MLTAST STGY SRI75 I EUR

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03 MULTIATIVOS E ALTERNATIVOS

500 1.000

500 1.000 INVESCO GLOBAL INV GRD CORPBD C USD AD ROBECOSAM SDG CREDIT INCOME I USD AB AMERICAN INCOME C INC LAZARD CONVERTIBLE GLOBAL PC EUR ABRDN EURO CORPORATE BD D ACC EUR BNP PARIBAS EURO GOVERNMENT BD PRIVL C BLUEBAY INV GRD EURO GOVT BD I EUR ACC AB SHORT DUR HI YLD S1 USD ACC GS GLBL HI YLD BASE INC USD NN (L) EURO FIXED INCOME P CAP EUR M&G (LUX) EM MKTS BD C USD ACC PIMCO GIS GLINGD CRDT INSTL USD INC LEGG MASON WA MCR OPPBD S USD ACC AXAWF GLOBAL INFL BDS I CAP EUR DWS INVEST EURO HIGH YIELD CORP LD NN (L) GREEN BOND I CAP EUR AMUNDI FDS PIO STRAT INC A USD C NEUBERGER BERMAN EM DBTHRDCCY USD I C VONTOBEL TWENTYFOUR ABS RETCRDT G GBP AXAWF GLOBAL INFL BDS REDEX I ACC EUR PIMCO GIS EM MKTS BD ESG INS USD ACC MUZINICH LONGSHORTCREDITYLD HEUR ACC E BLUEBAY FINANCIAL CPTL BD I USD MERCER SHORT DUR GLBL BD 1 M-1 NOK HDG SCHRODER ISF EURO BOND C DIS AV JPM EMERG MKTS LCL CCY DBT A (ACC) USD MUZINICH GLOBAL TACT CRDT HUSD INC FNDR PIMCO GIS LOW AVRG DUR INSTL USD ACC FRANKLIN US GOVERNMENT A(MDIS)USD SCHRODER ISF EURO CRDT CONVCT C ACC EUR NEUBERGER BERMAN CORP HYB BD EUR I5 ACC VONTOBEL EMERGING MKTS DBT I USD EDR SICAV FINANCIAL BONDS I EUR JANUS HENDERSON HRZN EURO HY BD I2 EUR FRANKLIN EURO SHORT DUR BD I(ACC)EUR TEMPLETON GLOBAL BOND A(MDIS)USD JANUS HENDERSON HRZN GLB HY BD I2 USD ROBECOSAM GLOBAL SDG CREDITS IH $ BGF EURO BOND A2 NEW CAPITAL WLTHY NTN BD USD INST INC NEUBERGER BERMAN ULTR S/T ER BD I EURINC MS INVF GLOBAL ASSET BACKED SECS Z USD PICTET-EMERGING LOCAL CCY DBT I USD TEMPLETON GLOBAL TTL RET A(ACC)USD MS INVF EMERGING MKTS CORP DEBT Z PICTET-EUR SHORT TERM HIGH YIELD I EUR NORDEA 1 - EUROPEAN FINCL DBT BI EUR ABRDN EUCPBDS&RINV D ACC EUR MFS MERIDIAN GLOBAL OPPC BD I1 USD ROBECO ALL STRATEGY EURO BONDS D € FRANKLIN EUROPEAN TTL RET A(ACC)EUR EPSILON FUND EMERG BD TTL RET I EUR ACC

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BGF ESG MULTI-ASSET E2 EUR LUMYNA-MW TOPS (MN) UCITS USD B (ACC) MAN AHL TARGETRISK D H EUR LUMYNA PSAM GLOBAL EVENT EUR A ACC JPM GLOBAL MACRO A (ACC) USD MW SYSTEMATIC ALPHA UCITS A EUR JPM GLOBAL BALANCED A (ACC) EUR BGF GLOBAL MULTI-ASSET INC A2 ALLIANZ DYN MLTAST STGY SRI15 AT EUR GS ABSOLUTE RET TRKR I ACC EUR HDG M&G (LUX) INCOME ALLOCATION C EUR ACC ALLIANZ STRATEGY 15 CT EUR ALLIANZ DYN MLTAST STGY SRI50 W EUR AMUNDI FDS MLT ASST SUST FUT I EUR C CAPITAL GROUP GLOB ALLOC (LUX) Z EURIZON ABSOLUTE PRUDENT R ACC NINETY ONE GSF GLB MAC ALLC IX ACC USD FVS MULTI ASSET - BALANCED I NORDEA 1 - ALPHA 10 MA FD BP EUR

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500 1.000

500 1.000

Fundos com mais de 1.000 milhões de euros nas mãos de clientes ibéricos.

OS FAVORITOS DOS ANALISTAS EUROPEUS EM 2022

Entre parêntesis o número total de votos. FUNDO Jupiter Dynamic Bond (26) Nordea Global Climate and Environment (19) Seilern World Growth (13) Morgan Stanley Global Brands (11) Eleva European Selection (10) PIMCO GIS Income (10) Capital Group New Prespective (9) MFS Meridian Prudent Wealth (9) Muzinich Enhancedyield Short-Term Fund (9) Ruffer Total Return International (9) Allianz Europe Equity Growth (8) Fundsmith Equity Fund (8)

CATEGORIA Obrigações Ações Ações Ações Ações Obrigações Ações Multiativos Obrigações Multiativos Ações Ações

FUNDO Pictet TR - Atlas (8) DPAM Equities New Gems Sustainable (7) Eleva Absolute Return Europe (7) Lonvia Avenir Mid Cap Europe (7) MFS European Value (7) Robeco Global Consumer Trends (7) BlackRock Global Funds - ESG Multi-Asset Fund (6) BMO Real Estate Equity Market Neutral (6) Eurizon Bond Aggregate RMB (6) Flossbach von Storch - Bond Opportunities (6) Man AHL Target Risk (6) PIMCO Dynamic Multi Asset (6)

CATEGORIA Alternativos Ações Alternativo Ações Ações Ações Multiativos Alternativos Obrigações Obrigações Multiativos Multiativos

FUNDO CATEGORIA Robeco Global Premium (6) Ações Wellington Enduring Assets (6) Ações BGF Continental European Flexible Fund (5) Ações Brown Advisory US Equity Growth (5) Ações Flossbach von Storch - Multiple Opportunities II (5) Multiativos GQG Partners Emerging Markets Equity (GEM) (5) Ações Janus Henderson Horizon Pan European Absolute Return Fund (5) Alternativos JPM Global Macro Opportunities Fund (5) Alternativos Morgan Stanley Asia Opportunity (5) Ações Schroder ISF EURO Corporate Bond (5) Obrigações

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PANORAMA FÓRUM APFIPP

por Joana Santiago Silva

TOTAL DE FUNDOS MOBILIÁRIOS PATRIMÓNIO 25000

FUNDOS DE CURTO PRAZO HARMONIZADOS

CAPTAÇÕES LÍQUIDAS 600

PATRIMÓNIO

CAPTAÇÕES LÍQUIDAS

2000

80 70 60 50 40 30 20 10 0 -10 -20 -30 -40 -50 -60

500

20000

400

1750

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DEZEMBRO 2021

FEVEREIRO 2022

1000

DEZEMBRO 2021

FEVEREIRO 2022

A ATIVIDADE DA APFIPP EM 2021

UMA BREVE RETROSPETIVA O ano de 2021 foi, apesar do contexto de pandemia, um ano de intensa atividade no seio da APFIPP.

F

oram vários os dossiers e as matérias que mereceram a atenção da Associação, tanto a nível interno, como a nível externo, e que motivaram uma cooperação proativa com as entidades governamentais, com as autoridades de supervisão e com outros organismos com competências nos setores representados, mas também uma colaboração e participação nas atividades

promovidas pelas duas associações europeias de que a APFIPP é membro, a EFAMA - European Fund and Asset Management Association e a PensionsEurope, com o objetivo de monitorizar, de forma mais atenta e eficaz, a evolução legislativa emanada pelas instâncias europeias. Os processos legislativos, pela sua importância e impacto na atividade das associadas, são sempre objeto de um acompanhamento próximo por parte da

APFIPP. Da diversidade de matérias abordadas, no ano passado, destacam-se, no que diz respeito ao contexto nacional: a) Os trabalhos associados à implementação dos novos deveres de reporte de informação periódica à Comissão do Mercado dos Valores Mobiliários (CMVM), que exigiram por parte da APFIPP, durante todo o primeiro semestre do ano transato, uma atenta monitorização deste processo, a fimde apoiar, nesta

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FUNDOS DE OBRIGAÇÕES PATRIMÓNIO

FUNDOS MISTOS

CAPTAÇÕES LÍQUIDAS

3000

PATRIMÓNIO 30 20 10 0 -10 -20 -30 -40 -50 -60 -70 -80

2000

1000

0

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transição, as suas associadas gestoras de organismos de investimento coletivo e de patrimónios, diligenciando ao cabal esclarecimento das dúvidas identificadas b) A encerrar o ano, foi colocado em consulta o novo Regime de Gestão de Ativos (RGA), que pretende implementar um novo paradigma no que respeita ao enquadramento regulatório da atividade de gestão de organismos de investimento coletivo. A consulta pública terminou em fevereiro de 2022, mas é, seguramente, uma matéria que será certamente dominante no ano de 2022. No que respeita a processos legislativos de âmbito europeu, mereceu especial foco todo o conjunto de iniciativas que foram sendo desenvolvidas na área das finanças sustentáveis, destacando-se, em particular: a) O Regulamento da Taxonomia; b) O Regulamento relativo à divulgação de informações relacionadas com a sustentabilidade no sector dos serviços financeiros (SFDR); c) A Diretiva de Comunicação de Informações sobre a Sustentabilidade das Empresas (CSRD); e

FUNDOS DE AÇÕES CAPTAÇÕES LÍQUIDAS

8000

250

7000

PATRIMÓNIO

CAPTAÇÕES LÍQUIDAS

4000

150

200

6000

150

5000 4000

100

3000

120

3000

90

2000

60

50

2000

0

1000 0

-50

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FEVEREIRO 2022

d) Alterações ao nível de enquadramentos de referência, como a MiFID II, a UCITS ou a AIFMD, para incorporação dos fatores e riscos de sustentabilidade. Também, no espectro europeu, é de salientar, ainda, pela sua relevância e tendo em consideração o desígnio da Associação em promover a poupança para a reforma, a conclusão da de nição das normas de regulamentação que servirão de base ao lançamento do novo Produto Individual de Reforma Pan-Europeu (PEPP). A este respeito, a APFIPP organizou um Webinar, intitulado Pan-European Personal, Pension Product | Major challenges, Pros and Cons, no qual a APFIPP teve a honra em reunir um conjunto de especialistas para debater e refletir sobre esta iniciativa europeia, aprofundando o conhecimento sobre as principais características deste novo instrumento e sobre as perspetivas do seu quadro de funcionamento.

INCENTIVO À POUPANÇA

Os temas de cariz fiscal foram outro eixo de atuação da APFIPP, nos diversos fora em que esta participa e, muito

30

1000

0

0

-30

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particularmente, nas interações que estabelece com o Ministério das Finanças, mas também com os reguladores, procurando a promoção da implementação de um enquadramento fiscal que seja estável e claro, que incentive a poupança, com muito especial enfoque na poupança de longo prazo e, dentro desta, a constituída para a reforma, procurando que se elimine o tratamento diferenciado entre produtos concorrentes de natureza semelhante. Em termos de iniciativas desenvolvidas para a promoção das atividades representadas pela Associação, destaca-se, designadamente, a realização da 7.ª edição dos Prémios Melhores Fundos, que teve lugar a 29 de setembro de 2021, distinguindo a excelência nacional na gestão de fundos de investimento e de fundos de pensões, premiando um total de 13 fundos, dois trabalhos académicos no âmbito do prémio Melhor Dissertação Académica, e distinguindo, como Personalidade do Ano, Fernando Ulrich, atual Chairman do Banco BPI, por uma carreira dedicada ao desenvolvimento do mercado nanceiro nacional, com especial ênfase para o papel que desempenhou na MARÇO E ABRIL I FUNDSPEOPLE 23

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PANORAMA FÓRUM APFIPP

A APFIPP CONTINUOU A DESENVOLVER VÁRIAS INICIATIVAS NO SENTIDO DE CONTRIBUIR PARA A LITERACIA FINANCEIRA

AS GESTORAS EM FEVEREIRO DE 2022 (Dados em milhões de euros)

FUNDOS DE PENSÕES Ageas - Sociedade Gestora de Fundos de Pensões CGD Pensões BPI Vida e Pensões GNB - SGFP S.G.F.P. Banco de Portugal Futuro Santander Pensões BBVA Fundos Crédito Agrícola Vida Real Vida Seguros SGF Previsão Victoria - Seguros de Vida Total

DEZEMBRO 2021

QUOTA (%)

DEZEMBRO 2020

QUOTA (%)

VAR. (%) 2021

6.657,80

27,93

6.427,66

28,21

3,58

4.526,64 3.389,69 2.633,65 2.231,57 1.943,15 1.165,07 597,25 248,83 237,46 110,06 79,03 16,78 23.836,97

18,99 14,22 11,05 9,36 8,15 4,89 2,51 1,04 1,00 0,46 0,33 0,07

4.434,82 3.160,17 2.463,10 2.108,48 1.829,83 1.143,83 569,96 220,81 240,24 87,76 79,86 16,30 22.782,83

19,47 13,87 10,81 9,25 8,03 5,02 2,50 0,97 1,05 0,39 0,35 0,07

2,07 7,26 6,92 5,84 6,19 1,86 4,79 12,69 -1,16 25,40 -1,04 2,91 4,63

Nota: Dados Provisórios (Fonte: ASF); Amostra = 98,9% do total gerido por Fundos de Pensões (Em dezembro 2021) FUNDOS DE INVESTIMENTO MOBILIÁRIO Caixa Gestão de Ativos IM Gestão de Ativos BPI Gestão de Ativos Santander Asset Management GNB Fundos Mobiliários Bankinter Gestión de Activos Invest Gestão de Activos Montepio Gestão de Activos Optimize Investment Partners Heed Capital Casa de Investimentos Crédito Agrícola Gest BIZ Capital GFM Gestão de Ativos LYNX Asset Managers Sixty Degrees Total

FEVEREIRO 2022 6.601,01 4.049,03 3.281,77 3.131,61 845,81 347,72 184,46 175,69 135,59 34,38 30,13 19,57 17,93 17,85 17,80 10,07 18.900,43

QUOTA (%) 34,93 21,42 17,36 16,57 4,48 1,84 0,98 0,93 0,72 0,18 0,16 0,10 0,09 0,09 0,09 0,05

DEZEMBRO 2021 6.951,63 4.306,14 3.404,78 3.287,60 896,84 358,35 184,06 175,80 142,88 33,37 29,20 19,87 19,25 19,55 19,65 10,29 19.859,25

QUOTA (%)

VAR. (%) 2021

35,00 21,68 17,14 16,55 4,52 1,80 0,93 0,89 0,72 0,17 0,15 0,10 0,10 0,10 0,10 0,05

-5,04 -5,97 -3,61 -4,74 -5,69 -2,96 0,22 -0,06 -5,10 3,03 3,18 -1,50 -6,83 -8,73 -9,39 -2,17 -4,83

* - A GFM Gestão de Ativos assumiu a gestão da SICAF GFM Capital, anteriormente auto-gerida

promoção da gestão de ativos e de fundos de pensões, em Portugal. Na esfera da promoção da literacia nanceira, a APFIPP continuou a desenvolver várias iniciativas no sentido contribuir para o reforço de conhecimentos e promover atitudes conscientes e informadas da população portuguesa no domínio financeiro. Para tal, no âmbito das comemorações da Semana Mundial do Investidor, a APFIPP realizou,

ORGANISMOS DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO

FEVEREIRO 2022

Square Asset Management Interfundos GNB Real Estate Caixa Gestão de Ativos BPI Gestão de Ativos Silvip Montepio Valor LYNX AM GEF - G. Fundos Imobiliários Imofundos Santander AM Libertas SFS - G. Fundos Norfi Fidelidade Fundiestamo Insula Capital Institutional Inv. - Partners GmbH Fund Box Violas Ferreira TF Turismo Fundos TIKEHAU Investment Management Profil ECS Imopolis Refundos Imorendimento Carregosa Vila Gale Gest Gesfimo - Espírito Santo Irmãos Atlantic GFM G. Ativos Lifento, SAS C. Agrícola Gest Invest Gestão de Activos Floresta Atlântica Silar - SICAFI Total

1.246,28 1.148,66 997,76 906,18 627,40 522,60 410,14 397,26 397,09 370,56 345,46 336,84 332,48 322,06 287,54 278,05 277,17 259,50 204,47 179,29 160,82 138,66 112,44 107,91 101,29 85,04 77,34 63,84 62,36 55,09 51,61 38,44 27,34 24,36 21,55 17,75 15,06 11.007,65

GESTÃO DE PATRIMÓNIOS

FEVEREIRO 2022

Caixa Gestão de Ativos Santander AM GNB - SGP BPI Gestão de Ativos Montepio Gestão de Activos Crédito Agrícola Gest Bankinter Gestión de Activos Optimize Investment Partners Heed Capital LYNX Asset Managers Total

9.192,08 5.782,61 4.373,64 4.224,27 1.585,69 1.383,27 731,02 124,09 24,14 17,40 27.438,22

QUOTA (%) 11,32 10,44 9,06 8,23 5,70 4,75 3,73 3,61 3,61 3,37 3,14 3,06 3,02 2,93 2,61 2,53 2,52 2,36 1,86 1,63 1,46 1,26 1,02 0,98 0,92 0,77 0,70 0,58 0,57 0,50 0,47 0,35 0,25 0,22 0,20 0,16 0,14

QUOTA (%) 33,50 21,08 15,94 15,40 5,78 5,04 2,66 0,45 0,09 0,06

DEZEMBRO 2021 1.224,14 1.180,52 1.082,85 891,75 631,60 510,34 400,18 379,46 400,29 367,39 344,56 334,56 331,66 365,78 286,08 275,17 280,16 248,13 220,48 178,21 161,19 139,91 115,13 102,37 100,49 84,47 74,80 63,24 62,45 58,72 50,49 38,50 30,71 24,60 22,20 23,80 15,05 11.101,42

DEZEMBRO 2021 9.476,19 5.900,22 4.696,84 4.315,52 1.640,21 1.381,89 769,73 148,71 25,26 18,67 28.373,24

QUOTA (%)

VAR. (%) 2021

11,03 10,63 9,75 8,03 5,69 4,60 3,60 3,42 3,61 3,31 3,10 3,01 2,99 3,29 2,58 2,48 2,52 2,24 1,99 1,61 1,45 1,26 1,04 0,92 0,91 0,76 0,67 0,57 0,56 0,53 0,45 0,35 0,28 0,22 0,20 0,21 0,14

1,81 -2,70 -7,86 1,62 -0,66 2,40 2,49 4,69 -0,80 0,86 0,26 0,68 0,25 -11,95 0,51 1,05 -1,07 4,58 -7,26 0,60 -0,23 -0,89 -2,34 5,41 0,79 0,67 3,40 0,95 -0,15 -6,19 2,23 -0,16 -10,97 -0,99 -2,92 -25,42 0,05 -0,84

QUOTA (%)

VAR. (%) 2021

33,40 20,80 16,55 15,21 5,78 4,87 2,71 0,52 0,09 0,07

-3,00 -1,99 -6,88 -2,11 -3,32 0,10 -5,03 -16,56 -4,41 -6,78 -3,30

Nota: Amostra = 75,5% do total de activos da Gestão de Patrimónios (Em dezembro de 2021)

24 FUNDSPEOPLE I MARÇO E ABRIL

pol.indb 24

5/4/22 10:50


P

AR

P

R

TNE R

AR

TNE

A OPINIÃO DE BEGOÑA GOMEZ Sales, Invesco

conjuntamente com a Euronext Lisboa, dois webinares sobre Mercado de Capitais, Digitalização e Cibersegurança e Finanças Comportamentais – Factores Comportamentais que influenciam na hora de (des)investir!, reunindo especialistas para debater estes temas, sob a moderação do jornalista Camilo Lourenço. Foi, também, dada continuidade à colaboração com o Plano Nacional de Formação Financeira, destacando-se a

ENTRADAS E SAÍDAS DOS FUNDOS MOBILIÁRIOS Dados em milhões de euros

conclusão dos trabalhos de elaboração do Caderno de Educação Financeira 4, destinado ao ensino secundário, que foi apresentado em outubro de 2021, completando o leque de matérias didático-pedagógicos que têm vindo a ser produzidos para apoiar alunos e professores na abordagem de temas de literacia financeira, e que tem contado com o apoio da APFIPP e de outras associações financeiras

FUNDOS DE INVESTIMENTO MOBILIÁRIO

JANEIRO-FEVEREIRO 2022

DESDE INÍCIO DO ANO

ÚLTIMOS 12 MESES

Caixa Gestão de Ativos

12,104

12,104

1.374,170

BPI Gestão de Activos

12,042

12,042

520,389

Santander AM

10,388

10,388

516,345

Invest Gestão de Activos

9,204

9,204

59,639

Bankinter Gestión de Activos

8,953

8,953

147,094

Montepio Gestão de Activos

5,748

5,748

15,995

Optimize Investment Partners

3,408

3,408

-12,532

Casa de Investimentos

2,980

2,980

21,961

1,176

1,176

-3,040

GFM Gestão de Ativos

0,000

0,000

13,156

Crédito Agrícola Gest

0,000

0,000

0,000

Heed Capital

LYNX Asset Managers

-0,075

-0,075

1,821

BIZ Capital

-0,505

-0,505

4,511

1.500

GNB Fundos Mobiliários

-10,418

-10,418

186,713

IM Gestão de Ativos

-98,629

-98,629

769,297

1.250

Sixty Degrees

n.a.

n.a.

1500

1000

1.000 750 500

500 250 00

-250 -500 -500

-750 -1000 -1000

-1.250 -1.500 -1500

Total

n.a.

-43,624

3.615,520

* - A GFM Gestão de Ativos assumiu a gestão da SICAF GFM Capital, anteriormente auto-gerida FUNDOS DE INVESTIMENTO MOBILIÁRIO *

JANEIRO-FEVEREIRO 2022

DESDE INÍCIO DO ANO

ÚLTIMOS 12 MESES

Fundos Flexíveis

78,016

78,016

Fundos de Acções Globais

48,455

48,455

636,932

Fundos PPR

34,934

34,934

1.026,034

F. Multi-Activos Moderados

30,527

30,527

908,073

408,423

F. Acções da América do Norte

1,737

1,737

30,128

Fundos de Acções Europeias

1,424

1,424

50,218

Fundos de Acções Nacionais

0,780

0,780

37,914

F. Mercado Monetário Internacional

0,644

0,644

3,838

Fundos de Acções Sectoriais

0,033

0,033

6,760

FIA Multi-Activos

0,017

0,017

2,990

FIA de Retorno Absoluto

0,000

0,000

Outros Fundos

0,000

0,000

4,636

Fundos PPA

0,000

0,000

-0,666 15,053

0,000

FIA Flexíveis

-0,075

-0,075

FIA de Obrigações

-0,417

-0,417

-2,479

Outros FIA

-0,662

-0,662

-10,712

Fundos de Acções Ibéricas

-0,742

-0,742

-5,278

F. Multi-Activos Equilibrados

-1,341

-1,341

264,646

F. Multi-Activos Agressivos

-5,018

38,256

-7,715

-7,715

36,943

Outros F. Acções Internacionais

-9,824

-9,824

63,154

F. Mercado Monetário Euro

-10,671

-10,671

-91,332 226,289

Fundos de Obrigações Internacional

JANEIROFEVEREIRO DE 2022

-43,624

F. Multi-Activos Defensivos

-5,018

-15,216

-15,216

F. Obrigações Taxa Indexada Euro

-34,305

-34,305

-27,272

Fundos de Obrigações Euro

-65,203

-65,203

-114,879

Fundos de Curto Prazo Euro

-89,001

-89,001

107,852

Total

-43,624

-43,624

3.615,520

* - Não inclui os fundos geridos por 1 entidade (amostra = 99,95%)

CENÁRIO PROPÍCIO PARA ESTRATÉGIAS RISK-PARITY O cenário económico que nos deixa o confli o Ucrânia-Rússia parece um pesadelo. Há muita incerteza sobre o impacto que terá para o crescimento económico e para a política monetária. A única coisa com que todos concordam é que a infla ão vai continuar em níveis elevados mais tempo do que o previsto. Assim, é complicado fazer prognósticos sobre que ativos se podem comportar melhor, já que a volatilidade pode fazer com que o que parece interessante hoje possa sofrer uma dura correção amanhã. E, na equipa, pensamos que é precisamente neste contexto que uma estratégia riskparity como a do Invesco Balanced Risk Allocation faz mais sentido. Ao posicionar-se em três grandes classes de ativos (ações, obrigações e matérias-primas) em função do risco que fornece cada uma delas, a carteira está preparada para enfrentar diferentes cenários macro. Ou seja, incorpora mais uma classe de ativos do que a carteira tradicional, e a ponderação de cada uma delas está pensada para que forneça exatamente a mesma quantidade de risco (33% cada uma), para evitar que uma das classes de ativos dirija o comportamento da carteira. Se avaliarmos a carteira na situação atual, a parte das matériasprimas beneficia das previsões da infla ão, enquanto a exposição a ações e obrigações, em igualdade de condições de risco, permite manter um equilíbrio entre uma posição mais agressiva perante um cenário growth ou uma posição mais defensiva perante uma situação económica de crescimento muito baixo e até de recessão. MARÇO E ABRIL I FUNDSPEOPLE 25

pol.indb 25

5/4/22 10:50


20 22

PANORAMA BARÓMETRO

DADOS A 28/02/2022

FUNDOS COM RATING FUNDSPEOPLE EM 2022 FUNDO

RETORNO ANUALIZADO 5 ANOS 3 ANOS 1 ANO

VOLAT. 3 ANOS

Asia Fixed Income

FUNDO

RENDIMENTO ANUALIZADO 5 ANOS 3 ANOS 1 ANO

VOLAT. 3 ANOS

Robeco Financial Institutions Bds I €

2,63

2,10

-3,50

7,86

Eurizon Bond Aggregate RMB Z EUR Acc

7,24

18,01

6,19

Eurizon Bond Aggregate EUR Z EUR Acc

1,73

2,07

-3,78

4,84

BGF China Bond D3 USD

5,42

6,32

6,64

5,80

BlueBay Inv Grd Euro Govt Bd I EUR Acc

2,26

2,01

-4,84

4,58

Schroder ISF Asian LclCcy Bd C Acc USD

3,18

4,51

6,15

6,37

DWS Invest Euro High Yield Corp LD

1,89

1,96

-2,43

10,01

NB Rendimento Plus FIMAO

1,79

1,96

-3,09

6,82

Jupiter Glbl Em Mkt Crp Bd I USD Acc

4,50

2,71

10,00

Allianz Euro Credit SRI W EUR

1,73

1,90

-5,69

7,90

abrdn Frntr Mkts Bd X Acc USD

3,44

4,46

3,27

12,16

Nordea 1 - European High Yld Bd BI EUR

2,40

1,87

-2,29

9,57

Nordea 1 - Emerging Mkt Corp Bd BP EUR

2,53

4,41

1,29

12,73

Invesco Euro Corporate Bond Z EUR Acc

1,62

1,84

-3,25

5,84

Muzinich EmergingMktsShrtDur HUSD Acc S

1,55

2,93

4,12

8,48

Franklin European Ttl Ret A(acc)EUR

0,81

1,76

-4,58

5,17

New Capital Wlthy Ntn Bd USD Inst Inc

1,27

2,66

-2,90

9,47

Schroder ISF EURO Corp Bd C Acc EUR

1,75

1,74

-5,28

6,71

Emerging Markets Fixed Income

MS INVF Emerging Mkts Corp Debt Z

1,19

2,55

1,20

BlueBay Investment Grade Bd R EUR

1,48

1,70

-4,59

6,31

M&G (Lux) Em Mkts Bd C USD Acc

1,64

2,23

1,11

10,58

T. Rowe Price Rspnb Euro Corp Bd Z EUR

1,70

1,62

-3,92

5,88

abrdn EM Corp Bd A Acc USD

1,25

2,19

0,43

11,80

Robeco All Strategy Euro Bonds D €

0,94

1,55

-4,49

3,96

BlueBay EMkt Inv Grd Corp Bd I EUR (AID)

1,10

2,04

-4,50

7,61

BNY Mellon Rspnb Hrzn Euro Corp Bd X€Acc

1,60

1,52

-3,86

5,78

Neuberger Berman Shrt DurEM DbtUSD I Acc

0,98

1,99

3,14

8,22

Schroder ISF EURO Crdt Abs Rt C Acc EUR

1,29

1,48

-3,65

5,78

MFS Meridian Emerging Mkts Dbt A2 USD

0,39

1,58

-0,88

10,05

Invesco Euro Bond Z EUR Acc

1,46

1,39

-5,12

5,59

Pictet-Short Term Em Corp Bds I dy USD

0,59

1,55

2,62

7,87

AXAIMFIIS Europe Short Dur HY A Cap EUR

0,86

1,18

-0,17

7,49

PIMCO GIS Em Mkts Bd ESG Ins USD Acc

1,03

1,53

-1,54

10,57

Vanguard € Govt Bd Idx € Acc

1,11

1,10

-4,11

4,43

Capital Group EM Debt (LUX) Z

0,85

1,50

-1,07

10,29

Vontobel Euro Corporate Bond A EUR

0,92

1,09

-4,71

7,23

BlueBay Emerging Mkt Aggt Bd M EUR

1,49

-6,22

11,05

Neuberger Berman Ultr S/T Er Bd EUR IInc

1,03

-1,08

2,98

JPM Emerg Mkts Inv Grd Bd A (acc) EURH

0,60

1,43

-7,27

7,59

Carmignac Pf Sécurité FW EUR Acc

0,19

1,02

-3,08

3,36

Ninety One GSF EM LclCcyTlRtDt I Acc$

0,81

1,37

-2,17

7,91

DWS Invest Euro Corporate Bds FC

1,13

0,96

-4,87

6,47

Capital Group EM Local Debt (LUX) Z

0,64

1,37

1,29

10,34

MS INVF Euro Corporate Bond A

0,92

0,92

-4,59

6,34

GS EM Corp Bd I Acc EUR Hdg

0,94

0,96

-8,67

10,91

Schroder ISF EURO Bond C Dis AV

1,01

0,92

-5,69

4,98

Amundi Fds Em Mkts Bd E2 EUR C

0,57

0,95

-0,45

13,95

RobecoSAM Euro SDG Credits I EUR

0,93

0,79

-4,18

5,65

Neuberger Berman EM DbtHrdCcy USD I C

0,84

0,76

-2,02

11,40

Robeco Euro Credit Bonds D €

0,77

0,73

-4,15

5,69

JPM Emerg Mkts Lcl Ccy Dbt A (acc) USD

0,08

0,66

2,09

9,52

Nordea 1 - European Covered Bond BP EUR

0,94

0,70

-3,68

2,62

T. Rowe Price Em Lcl Mkts Bd I USD

0,37

0,56

-0,73

9,86

Franklin European Corp Bd I(acc)EUR

0,78

0,69

-4,34

5,35

Nomura Fds Emerging Market LC Debt I USD

0,22

0,48

2,89

9,43

NB Corporate Euro A

0,61

0,69

-3,62

6,20

Vontobel Emerging Mkts Dbt I USD

0,76

0,25

-1,09

14,59

Caixa Obrigações LP FIMAO

0,73

0,67

-4,11

3,87

abrdn SLI EmMkLclC D D Acc USD

-0,05

0,23

0,71

9,84

NN (L) Green Bond I Cap EUR

1,04

0,63

-5,54

6,01

GS Em Mkts Dbt Base Inc USD

-0,62

0,09

-2,05

12,43

Janus Henderson Hrzn Euro Corp Bd A2 EUR

0,89

0,61

-5,05

5,72

Allianz Em Mkts Shrt Dur Bd AM H2 EUR

-0,39

-0,08

-7,90

6,70

EdRF Bond Allocation B EUR Inc

0,86

0,58

-3,46

5,40

Pictet-Emerging Local Ccy Dbt I USD

-0,65

-0,43

-2,92

10,04

Nordea 1 - Low Dur Eurp Cov Bd BC-EUR

0,57

-1,40

1,16

Epsilon Fund Emerg Bd Ttl Ret I EUR Acc

-0,66

-0,80

-5,44

4,25

Evli Short Corporate Bond A

0,47

0,54

-1,70

5,07

BGF Emerging Markets Lcl Ccy Bd A2

-1,88

-1,09

-1,82

10,78

MS INVF Euro Bond I

0,67

0,54

-4,90

4,07

GAM Multibond Local Emerging Bond USD C

-0,61

-1,10

-1,30

9,88

Fidelity Euro Short Term Bond Y-Acc-EUR

0,33

0,52

-1,80

1,78

GlobalAccess EM Lcl Ccy Dbt A Dis EUR H

-4,98

6,67

13,04

abrdn Euro Corporate Bd D Acc EUR

0,66

0,44

-4,88

6,12

Pictet-EUR Short Term High Yield I EUR

0,54

0,40

-0,65

8,16 6,46

Europe Fixed Income

abrdn EuCpBdS&RInv D Acc EUR

BNP Paribas Enhanced Bond 6M I C BNP Paribas Euro Government Bd Privl C MS INVF Euro Corporate Bd - Dur Hgd Z NB Subordinated Debt I EUR Inc BlueBay Financial Cptl Bd I USD

-3,02

7,28

9,20

5,92

13,30

Carmignac Pf Credit FW EUR Acc

8,88

-3,45

11,27

Vanguard €z Infl-Lnkd Bd Idx € Acc

3,42

5,42

6,81

5,87

NB Euro Bond

5,49

4,76

-2,40

9,04

NB Obrigações Europa FIMAO

5,62

4,63

-2,91

9,30

Lazard Credit Fi SRI PVC EUR

3,54

4,51

-0,82

9,38

BNP Paribas Euro High Yld Bd I C

3,10

4,02

-1,46

9,01

Amundi Fds Glb Subrdntd Bd I2 EUR C

3,80

3,78

-1,50

10,70

BGF European High Yield Bond A2 EUR

2,96

3,31

-1,77

9,21

BlueBay High Yield ESG Bond R EUR

2,85

3,26

-1,85

8,64

Nordea 1 - European Fincl Dbt BI EUR

3,84

3,12

-2,60

10,95

Scor Sustainable Euro High Yield C EUR

2,63

3,12

-1,57

8,93

0,61

0,36

-5,06

Franklin Euro Short Dur Bd I(acc)EUR

0,08

0,35

-0,67

1,94

Allianz Credit Opportunities IT13 EUR

0,65

0,34

-0,92

1,88

BGF Euro Bond A2

0,56

0,28

-5,37

4,80

BGF Euro Corporate Bond A1 EUR

0,67

0,26

-4,85

5,57

Invesco Euro Short Term Bond Z EUR Acc

0,10

0,20

-1,52

2,12

AXAWF Euro Credit Short Dur I Cap EUR

-0,01

0,08

-1,10

2,42

DWS Invest ESG Euro Bonds (Short) FC

-0,08

0,04

-1,34

1,59

Bankinter Rendimento PPR/OICVM A FIMA

-0,01

-1,17

3,98

-0,49

MS INVF Short Maturity Euro Bond I

-0,10

-0,06

NN (L) Euro Fixed Income P Cap EUR

0,01

-0,08

-6,17

IMGA Euro Taxa Variável A FIMA

-0,28

-0,20

-1,76

2,62

Pictet-EUR Short Term Corp Bds I

-0,15

-0,29

-2,22

2,82 0,67

JPM Euro Govt Short Dur Bd A (acc) EUR

-0,38

-0,39

-0,72

Allianz Advcd Fxd Inc S/D W EUR

-0,20

-0,40

-2,11

2,01

IMGA Rendimento Semestral A FIMA

-0,32

-0,45

-3,06

3,69

Candriam Bds Euro Short Term C EUR Cap

-0,40

-0,47

-1,10

1,46

BGF Euro Short Duration Bond A2 EUR

-0,65

-0,79

-2,47

2,03

-0,59

-1,17

-4,93

4,72

Candriam Bds Euro High Yld R EUR Cap

2,74

2,67

-2,98

6,62

Janus Henderson Hrzn Euro HY Bd I2 EUR

2,86

2,64

-2,98

9,95

Neuberger Berman Corp Hyb Bd EUR I5 Acc

2,33

2,52

-3,48

7,74

IMGA Rendimento Mais FIMA

1,19

2,52

-5,41

5,95

Fixed Income Miscellaneous

Fidelity European Hi Yld A-Dis-EUR

2,00

2,50

-3,04

10,43

Millesima 2026 CR

0,46

EdR SICAV Financial Bonds I EUR

2,76

2,49

-2,55

9,12

BlueBay Divers Alt Crdt I Pf USD Acc

11,18

17,49

BlueBay Inv Grd Euro Aggt Bd I EUR

2,42

2,48

-5,16

4,98

Franklin Gulf Wealth Bond I(acc) USD

5,78

9,16

12,52

2,11

2,21

-1,69

8,18

MS INVF Global Asset Backed Secs Z USD

2,39

3,62

8,58

Carmignac Pf Flexible Bond A EUR Acc

ODDO BHF Euro High Yield Bond CI-EUR

4,94

10,01

2,22

2,15

-5,39

7,47

GAM Star MBS Total Return Instl USD Acc

1,82

3,17

10,87

12,16

-0,24

2,15

1,91

6,66

Alcentra European Loan II-A EUR Acc

2,71

3,09

3,25

9,80

LSF-Arcano Lw Vol Eurp Inc-ESG Sel CE-A

2,14

0,28

7,68

Arcano European Income ESG Sel BD

2,01

2,60

1,09

7,26

Schroder ISF EURO Crdt Convct C Acc EUR Pictet-CHF Bonds P

26 FUNDSPEOPLE I MARÇO E ABRIL

pol.indb 26

5/4/22 10:50


20 22

DADOS A 28/02/2022

FUNDOS COM RATING FUNDSPEOPLE EM 2022 FUNDO

RETORNO ANUALIZADO 5 ANOS 3 ANOS 1 ANO

VOLAT. 3 ANOS

Arcano Eurp Sr Secu Ln ESG Sel B1 - Acc

2,04

1,69

1,53

8,01

Aegon European ABS B EUR Acc

1,23

0,80

0,44

2,92

Global Fixed Income

RETORNO ANUALIZADO 5 ANOS 3 ANOS 1 ANO

FUNDO

VOLAT. 3 ANOS

Sterling Fixed Income Vontobel TwentyFour Abs RetCrdt G GBP

2,18

2,39

2,54

6,27 10,30

US Fixed Income

BSF Global Absolute Return Bond A2 EUR

Nomura Fds US High Yield Bond I USD

3,69

6,25

10,04

13,40

11,23

6,39

7,90

NN (L) US Credit P Cap USD

2,96

5,95

3,91

8,62

Nomura Fds Global Dynamic Bond I USD

5,07

7,90

5,23

8,49

Allspring (Lux) WW $ IG Crdt I USD Acc

3,17

5,91

4,67

8,03

MS INVF Global Fixed Income Opps Z Legg Mason BW Glb Inc Opt A USD Acc

2,98

6,80

5,10

7,12

AXAWF US High Yield Bonds I Cap USD

3,36

5,37

8,77

7,67

Aegon Strategic Global Bd B Inc EUR Hdg

3,79

6,46

-2,68

7,76

Neuberger Berman Strat Inc I JPY Acc

2,60

4,87

7,32

7,79

BNY Mellon Global Credit USD W Acc

3,39

6,33

5,94

8,19

Vanguard USTrs InfProtSecsIdxSel EURHAcc

2,16

4,73

4,49

3,17

T. Rowe Price Glb HY Bd Z USD

3,65

5,89

9,19

9,67

Fidelity US High Yield A-Dis-USD

2,87

4,60

9,81

9,15

MFS Meridian Global Credit I1 USD

3,04

5,45

2,20

7,68

AXAIMFIIS US Corp Itmt Bds A USD Dis

2,08

4,33

5,47

7,22

BlueBay Global Hi Yld ESG Bd I USD

3,34

5,42

7,12

8,41

Amundi Fds Pio Strat Inc A USD C

1,37

4,03

5,97

8,86

AXAWF Global Infl Bds I Cap EUR

2,56

5,20

6,48

5,88

PIMCO GIS Ttl Ret Bd Inv USD Acc

1,56

3,87

5,22

6,67

AB Short Dur Hi Yld S1 USD Acc

3,04

5,20

8,84

8,22

AXAIMFIIS US Short Dur HY A Cap USD

2,25

3,79

9,70

6,66

AXAWF Global Infl Sh Du Bds I Cap USD

2,03

5,16

14,04

6,02

JPM Income A (acc) USD

2,56

3,78

6,64

8,13

Janus Henderson Hrzn Glb HY Bd I2 USD

3,51

4,96

3,19

10,13

Amundi Fds Pio US Bond A2 EUR C

1,46

3,76

5,61

7,58

Vontobel TwentyFour StratInc G GBP

4,10

4,96

1,25

9,98

Vanguard U.S. Govt Bd Idx $ Acc

1,09

3,41

5,69

7,72

Fidelity Global Infl-Link Bd A-Acc-USD

2,21

4,96

12,11

4,47

Legg Mason WA US Core+ Bd A USD Acc

1,35

3,40

3,18

7,00

Candriam Bds Global Hi Yld R EUR Cap

3,82

4,95

0,11

5,60

JPM US Aggregate Bond A (dist) USD

1,10

3,27

4,82

7,05

RobecoSAM SDG Credit Income I USD

4,92

4,92

8,06

Amundi Fds Pio US Corp Bond G EUR H C

1,56

3,15

-4,47

8,79 8,61

Muzinich Global Tact Crdt HUSD Inc Fndr

2,56

4,92

6,40

7,23

AB American Income C Inc

1,25

3,06

4,42

RobecoSAM Global SDG Credits IH $

4,86

3,70

8,16

MFS Meridian US Corporate Bond IH1 EUR

1,74

3,05

-4,14

7,47

PIMCO GIS Glb Hi Yld Bd Instl USD Acc

4,54

7,21

8,19

UBAM Medium Term US Corporate Bd AC USD

1,02

2,99

3,81

6,93

2,95

M&G (Lux) Glb Fl Rt HY CI USD Acc

2,52

4,43

11,93

11,76

Nomura Fds Select US High Yield Bd IEURH

2,93

-0,86

9,11

BlueBay Glbl Inv Grd Corp Bd I EUR

2,66

4,36

-3,78

7,95

GS US Mortgg Bckd Secs I Acc USD

2,86

5,17

6,46

JPM Global Corp Bd A (acc) USD

1,95

4,27

4,53

8,09

JPM Global High Yield Bond A (acc) EURH

1,90

2,47

0,26

8,17

Invesco Global Inv Grd CorpBd C USD AD

1,97

4,22

3,74

8,79

JPM US Short Duration Bond A (acc) USD

0,33

2,32

5,93

6,29

0,91

GS Glbl Hi Yld Base Inc USD

2,15

4,21

7,03

10,61

CS (Lux) Corporate Short Dur USD Bd A

0,51

2,14

5,39

6,52

T. Rowe Price Dyn Glb Bd I USD

0,76

4,15

7,97

6,20

UBS (Lux) BS Sht TermUSDCorpSst$P-acc

0,33

2,10

5,75

6,45

PIMCO GIS Divers Inc Instl USD Acc

2,68

4,01

3,40

8,10

PIMCO GIS Low Avrg Dur Instl USD Acc

0,21

1,86

5,71

6,14

Vanguard Global Credit Bond Ins EURH Acc

3,87

-3,91

6,18

BGF US Dollar Short Duration Bd A1 USD

0,04

1,65

5,04

6,59

FvS Bond Opportunities EUR I

2,96

3,84

-3,20

6,68

UBAM Dynamic US Dollar Bond AC USD

Muzinich LongShortCreditYld HEUR Acc E

2,15

3,79

0,31

2,93

Franklin US Government A(Mdis)USD

PIMCO GIS Glb Bd Instl USD Acc

2,07

3,72

5,55

6,62

Muzinich ShortDurationHY HEUR Acc A

0,80

MFS Meridian Global Oppc Bd I1 USD

1,99

3,59

4,43

7,19

JPM Income Opp A perf (acc) EURH

-0,76

M&G (Lux) Glb Corp Bd CI H EUR Acc

2,21

3,46

-3,42

5,99 5,39

Asia Equity Allianz Oriental Income P USD

14,48

22,00

-2,87

18,77

JPM Pacific quity A (dist) USD

9,88

11,82

-5,87

13,67

New Capital Asia Future Ldrs USD Sdr Acc

19,42

-8,06

14,98

Polar Capital Asian Stars S Acc

16,18

-5,42

16,48

Fidelity Asia Pacific Opps A-Acc-EUR

13,07

15,24

2,61

16,65

UBS (Lux) ES As Smlr Coms (USD) P-acc

9,03

13,41

1,55

14,02

Schroder ISF Emerging Asia C Acc EUR

11,07

12,43

-5,75

16,14

MS INVF Asia Opportunity Z

14,91

12,07

-26,98

Schroder ISF Asian Ttl Ret C Acc USD

9,60

11,80

-1,99

14,97

8,12

11,50

-5,20

16,26

Schroder ISF Sust Asn Eq C Acc USD

10,65

-1,56

14,76

JPM Asia Pacific quity A (acc) USD

8,88

10,29

-6,50

15,48

T. Rowe Price Rspnb Asn ex-Jpn Eq I $

8,78

10,24

-8,71

14,70

Fidelity Sustainable Asia Eq A-Dis-USD

9,28

9,26

-6,92

14,94

Fidelity Global Bond A-Dis-USD

1,78

3,42

2,25

Muzinich Enhancedyield S-T HUSD Acc A

1,88

3,40

7,46

7,71

BNY Mellon Glb ShrtDtd HY Bd USD W Acc

2,47

3,40

10,68

8,51

Candriam Sst Bd Glbl Hi Yld R € Acc

3,39

-1,87

5,21

BGF Global High Yield Bond C1 USD

1,40

3,36

3,77

8,80

Jupiter Strategic AbsRt Bd I € H Acc

3,21

-1,71

2,60

Jupiter Dynamic Bond I EUR Q Inc

1,86

3,13

-0,29

5,00

UBAM Global High Yield Solution AC USD

2,43

3,11

8,23

8,24

AXAWF Global Infl Bds edex I Acc EUR

3,10

9,57

3,82

PIMCO GIS GlInGd Crdt Instl USD Inc

3,08

3,01

8,63 8,42

1,75

New Capital Glbl Val Crdt GBP Acc

2,10

3,05

-0,83

MS INVF Global Bond I

1,69

3,00

1,89

AXAWF Global Strategic Bds F Cap GBP H

2,14

2,98

0,51

6,61

Invesco Global Ttl Ret EUR Bd Z EUR Acc

2,01

2,78

-0,68

3,94

Amundi Fds Glbl Aggt Bd I USD C

1,51

2,76

4,73

7,83

Capital Group Glob Bond (LUX) Z

1,03

2,64

1,13

4,82

Legg Mason WA Mcr OppBd S USD Acc

2,18

2,45

0,49

10,92

DNCA Invest Alpha Bonds I EUR

2,43

6,65

4,93

JPM Aggregate Bond C (dist) EURH

1,31

2,33

-1,51

3,31

JPM Global Strat Bd A perf (acc) USD

0,57

2,31

5,27

5,82

Robeco High Yield Bonds DH €

1,94

2,16

-1,75

8,55

PIMCO GIS Income Instl EURH Acc

1,81

1,94

-1,96

6,54

JPM Global Short Duration Bd A(acc)USD

0,12

1,66

7,15

6,27

Mercer Short Dur Glbl Bd 1 M-1 NOK Hdg

0,13

1,35

7,67

6,62

-0,53

1,30

4,08

6,59

1,07

0,36

5,49

-0,60

-1,01

2,73

Asia ex-Japan Equity

Mirae Asst Sst Asia Sect Ldr Eq K USDCap

abrdn Asia Pacific q A Acc USD

6,78

8,95

-5,52

14,94

CS (Lux) Asia Pacific In ome Eq A USD

8,02

8,80

-0,91

12,66

Schroder ISF Asian Opports A Dis USD AV

8,99

8,60

-9,26

16,24

Mirae Asset Asia Great Consumer Eq I USD

8,85

7,42

-19,89

16,45

abrdn Asian Smllr Coms A Acc USD

4,57

7,06

5,01

16,98

Vanguard Pac ex-Japan Stk Idx USD Acc

4,53

5,22

5,91

18,35 18,92

Consumer Goods & Services Sector Equity

-0,64

1,20

4,34

12,92

Pictet-Premium Brands I EUR

15,09

19,64

18,52

Amundi Rspnb Invest Imp Green Bds I C

0,72

1,08

-5,16

5,14

GAM Multistock Luxury Brands Eq USD C

13,20

13,43

9,07

17,62

Candriam Bds Crdt Opps I EUR Cap

0,66

0,65

-1,46

2,63

Invesco Glbl Consmr Trnds A USD Acc

10,85

11,59

-19,68

23,69

Candriam Long Short Credit Classique

0,20

0,59

-0,58

1,62

BNP Paribas Smart Food I Cap

6,88

9,66

8,78

15,09

Nordea 1 - Flexible Fixed Income BI EUR

0,82

0,37

-1,18

2,30

Energy Sector Equity

Templeton Global Bond A(Mdis)USD

-2,24

-3,04

5,30

6,72

RobecoSAM Smart Energy Eqs D EUR

18,13

25,90

7,15

21,22

Templeton Global Ttl Ret A(acc)USD

-3,57

-5,07

3,09

7,46

BGF Sustainable Energy A2

13,62

21,00

7,80

18,21

MARÇO E ABRIL I FUNDSPEOPLE 27

pol.indb 27

5/4/22 10:50


20 22

PANORAMA BARÓMETRO

FUNDOS COM RATING FUNDSPEOPLE EM 2022 FUNDO

Pictet-Clean Energy I USD

RETORNO ANUALIZADO 5 ANOS 3 ANOS 1 ANO

12,30

20,51

3,34

BNP Paribas Energy Transition C D

19,21

-30,54

VOLAT. 3 ANOS

21,47

Equity Miscellaneous

DADOS A 28/02/2022 FUNDO

RETORNO ANUALIZADO 5 ANOS 3 ANOS 1 ANO

VOLAT. 3 ANOS

Invesco Pan European Equity A EUR Acc

3,14

4,62

14,75

Fidelity European Lgr Coms A-Dis-EUR

3,90

4,60

12,88

22,04 17,92

JPM Europe Strategic Value A (dist) EUR

2,43

3,64

15,90

25,01

Fidelity Iberia A-Dis-EUR

1,83

0,72

0,33

18,69

RobecoSAM Sustainable Water Eqs F EUR

12,77

16,94

18,84

17,21

UBS (Lux) ES Euro Countrs Inc Sust €Pacc

1,88

-0,25

5,51

16,13

Pictet-Water I EUR

10,72

14,86

20,64

16,57

Europe Equity Mid/Small Cap

Pictet-Nutrition I USD

8,05

10,32

4,98

13,48

BNP Paribas Europe Small Cap I C

6,51

9,65

14,29

23,30

BNP Paribas Aqua C C

Lonvia Avenir Mid-Cap Euro Clean

Europe Emerging Markets Equity Amundi Fds Russian Equity A EUR C Europe Equity Large Cap MS INVF Europe Opportunity Z

11,29

17,21

-6,59

BSF European Unconstrained Eq A2 EUR

16,26

13,55

15,37

BSF European Opps Extension A2 EUR

11,90

15,97

16,40

19,70

UBAM Swiss Equity UC CHF

10,57

15,94

17,06

13,83

BGF Continental Eurp Flex E2 EUR

11,22

15,82

3,13

18,75

7,39

Eleva UCITS Eleva Ldrs SMCap Eurp I€ acc

16,03

7,85

abrdn Eu Sml Comp D Acc EUR

11,91

14,23

6,53

22,27

Janus Henderson Hrzn PanEurpSmrComs A2€

8,73

13,61

2,43

26,55

CM-AM Small & Midcap Euro RC

16,70

10,46

12,67

2,11

17,21

Threadneedle (Lux) Pan Eurp SmCpOpps ZE

9,97

11,46

-4,70

20,53

UBAM Swiss Small And Mid Cap Eq AHC EUR

8,20

10,54

3,83

16,66

Threadneedle (Lux) Eur Smlr Com 9E EUR

9,35

10,17

-2,58

19,50

Threadneedle (Lux) Pan Eurp SmlrComs 3E

8,63

8,92

-5,53

20,32

Sycomore Fund Happy @ Work I

5,54

8,82

3,46

16,45

Echiquier Agenor SRI Mid Cap Europe A

9,08

8,68

-2,86

16,23

MFS Meridian European Smlr Coms A1 EUR

6,78

7,68

7,89

17,44

Oddo BHF Avenir Europe CR-EUR

6,16

6,52

-4,32

17,40

5,11

2,92

21,17

20,97

AXAWF Fram Switzerland F Cap CHF

11,44

15,57

15,79

13,19

Candriam Eqs L Eurp Innovt R EUR Cap

11,99

15,17

12,06

15,52

Allianz Europe Equity Growth W EUR

9,80

14,37

4,32

19,05

GAM Star Continental Eurp Eq Instl £ Acc

7,98

13,75

8,07

17,12

Carmignac Pf Grande Europe A EUR Acc

9,24

13,31

4,02

16,22

10,20

13,15

9,77

16,53

IMGA Ações Portugal A FIAA

9,29

12,31

7,26

15,61

Financials Sector Equity

BGF European Special Situations A2

8,90

12,05

4,89

17,09

Fidelity Global Financial Svcs A-Dis-EUR

7,36

11,57

15,56

20,08

Fidelity FAST Europe A-ACC-EUR

10,13

11,96

6,11

15,20

Robeco New World Financials D €

9,68

11,51

9,54

22,84

JPM Europe Strategic Growth A (dist) EUR

9,08

11,77

12,19

16,61

Candriam Sst Eq Euro R Acc €

Global Emerging Markets Equity

CM-AM Convictions Euro S Threadneedle (Lux) European Select IE

8,80

11,70

14,48

16,62

Janus HndrsnContinen Eurp I2 EUR

7,91

11,67

11,38

16,02

Echiquier Positive Impact Europe A

8,92

11,56

2,33

15,01

Allianz Euroland Equity Growth W EUR

8,05

11,47

0,23

19,52 18,22

JPM Europe Sustainable Equity I (acc)EUR

7,94

11,42

11,73

MGI Eurozone Equity M1 EUR

10,11

11,40

10,53

17,13

Eleva UCITS Eleva Eurp Sel I EUR acc

8,88

11,23

13,90

17,70

Candriam Sst Eq EMU R € Acc

8,16

10,87

11,48

18,66

MFS Meridian European Value A1 EUR

9,15

10,84

14,13

14,82

abrdn Eu ex UK Sus n Re Inv Eq A Acc EUR

9,00

10,43

5,78

15,88

BGF Euro-Markets A2

6,20

10,35

6,30

19,58

abrdn Eu Sus n Res Inv Eq A Acc EUR

7,90

10,15

0,81

14,95

Schroder ISF European Sus Eq C Acc EUR

9,77

6,35

17,11

Jupiter European Growth D EUR Acc

10,15

9,60

5,73

15,30

Fidelity European Dynamic Gr A-Dis-EUR

9,55

9,60

4,28

15,53

T. Rowe Price Eurp Eq I EUR

7,66

9,53

7,95

15,65

Vanguard European Stock Idx USD Acc

6,82

9,31

15,75

16,55

Amundi Fds Euroland Equity E2 EUR C

6,17

8,88

13,60

20,39

Pictet-Europe Index P EUR

6,48

8,84

15,19

16,61

MainFirst Top European Ideas C

7,04

8,78

2,99

24,79

DWS Aktien Strategie Deutschland LC

5,73

8,57

3,35

24,79

MS INVF Emerging Leaders Equity A

62,26

65,40

-10,02

20,24

Polar Capital Em Mkts Stars S USD Acc

14,07

-9,10

17,80

Candriam Sst Eq Em Mkts R € Acc

9,47

13,07

-5,93

16,14

GQG Partners Emerging Mkts Eq I EUR Acc

8,47

11,39

-5,26

14,60 16,85

Wellington Emerg Mkt Devpmt USD D Ac

9,15

10,75

-7,27

Capital Group New World (LUX) Z

8,47

10,64

-1,00

15,55

GS Emerging Markets Eq ESG I Acc USD

10,59

-7,95

16,42

Nordea 1 - Emerging Stars Equity BI EUR

7,76

9,70

-15,35

17,19

JPM Emerging Markets Div A (acc) EUR

7,59

9,69

6,69

16,24

GS Emerging Markets Eq R Inc GBP

16,88

8,34

9,48

-9,72

JPM Em Mkts Small Cap A (acc) perf EUR

7,01

9,04

5,23

17,91

Fidelity Em Mkts A-DIST-USD

7,01

9,02

-11,59

17,36

GS EM CORE Eq I Acc USD Close

6,62

8,71

-0,19

15,62

Capital Group EM Growth (LUX) Z

7,11

7,88

-10,04

16,33 14,43

UBS (Lux) Eq Fd EM Sst Ldrs (USD) P

8,46

7,86

-13,71

JPM Emerging Markets Equity A (dist) USD

7,42

7,60

-14,97

17,22

BGF Emerging Markets A2

7,77

7,30

-13,27

17,54

American Century Em Mkts Eq I USD

6,11

6,40

-12,45

16,32

Schroder ISF Em Mkts A Dis USD AV

5,79

6,26

-9,11

16,55

Vanguard Emerg Mkts Stk Idx Inv EUR Acc

5,35

5,93

-4,38

15,60

GAM Multistock EM Equity USD C

4,99

5,86

-8,34

17,66

Vontobel mtx Sust EmMkts Ldrs I USD

6,67

5,63

-9,46

14,47

AXA IM Euro Sélection A

7,68

8,51

2,90

16,59

BGF European Equity Income A2

5,35

8,50

9,63

16,68

M&G (Lux) Eurp Strat Val CI EUR Acc

5,89

8,46

21,86

20,87

MFS Meridian European Research A1 EUR

6,90

8,28

10,58

14,47

JPM Europe Equity Plus A perf (acc) EUR

5,67

8,03

20,27

18,96

Threadneedle (Lux) Pan Eur Eq Dv 9G GBP

5,67

7,88

6,55

18,43

Schroder ISF EURO Equity C Dis EUR

5,26

7,85

7,39

19,92

Global Equity Large Cap

Robeco Emerging Stars Equities D €

4,52

5,49

-2,81

17,49

Robeco QI Emerging Cnsrv Eqs I €

4,50

4,39

14,75

13,57

Templeton BRIC I(acc)USD

6,47

3,97

-13,96

19,34

NB Mercados Emergentes FIMAA

3,43

2,51

-10,03

14,42 18,10

GS Europe CORE Equity Base Inc EUR

5,85

7,79

14,51

18,02

MS INVF Global Opportunity Z

108,96

54,35

-12,33

Amundi MSCI EMU ESG Ldrs Sel IE-C

6,02

7,64

8,26

19,16

MS INVF Global Brands A USD

82,07

48,88

21,84

Janus Henderson Hrzn Euroland A2 EUR

4,38

7,57

9,75

21,08

MS INVF Global Quality Z

70,40

48,78

18,30

Amundi Fds European Eq Val M2 EUR C

5,12

7,43

14,75

24,70

AMP Capital Global Companies I USD Acc

22,89

16,84

13,99 14,77

JPM Euroland Equity A (dist) EUR

5,59

7,04

9,45

20,89

Ninety One GSF Global Envir I Acc EUR

21,90

5,96

18,82

Robeco QI European Cnsrv Eqs I €

5,67

6,93

15,78

13,59

Schroder ISF Glb Disruption C Acc USD

20,83

4,36

17,02

Fidelity Germany A-Dis-EUR

5,06

5,93

1,60

19,42

GS Global Millennials Eq I Acc USD

15,09

19,81

-5,80

17,37

Robeco Sustainable Eurp Stars Eqs D EUR

4,95

5,70

12,23

15,59

Seilern World Growth CHF H R

15,47

19,51

16,44

18,36

AB Eurozone Eq Ptf IX Acc

5,30

5,46

8,78

21,31

American Century Concntr Glb Gr Eq I USD

16,53

19,44

12,23

14,53

Santander Acções Europa CA FIMAA

3,30

5,20

7,57

19,72

Schroder ISF Glbl Sust Gr C Acc USD

15,52

19,42

13,61

13,43

DWS Deutschland LC

2,36

5,19

-1,44

24,85

Vontobel Clean Technology I EUR

11,86

19,37

9,51

17,46

Montepio Acções Europa A FIMAA

3,78

5,13

10,30

17,39

New Capital Glbl Eq Convict USD Inst Acc

15,08

19,35

6,78

13,91

Invesco Sus Pan Eurp Stu Eq C € Acc

3,94

4,99

12,00

15,55

DPAM INVEST B Eqs NewGems Sust A Dis

15,23

19,18

3,43

17,06

Fidelity European Growth A-Dis-EUR

3,91

4,70

12,84

17,88

Threadneedle (Lux) Global Focus ZU

15,86

19,12

15,57

14,74

28 FUNDSPEOPLE I MARÇO E ABRIL

pol.indb 28

5/4/22 10:50


20 22

FUNDOS COM RATING FUNDSPEOPLE EM 2022 FUNDO

RETORNO ANUALIZADO 5 ANOS 3 ANOS 1 ANO

VOLAT. 3 ANOS

DADOS A 28/02/2022 FUNDO

RETORNO ANUALIZADO 5 ANOS 3 ANOS 1 ANO

VOLAT. 3 ANOS

T. Rowe Price Glb Foc Gr Eq A USD

16,00

18,87

-0,07

16,80

Candriam Eqs L Onclgy Impct I USD Cap

13,87

2,05

Schroder ISF Glb Clmt Chg Eq C Acc USD

14,35

18,84

4,89

17,28

CS (Lux) Digital Health Equity SB USD

13,11

-30,26

24,01

AB SICAV I Stbl Glb Tmtc Ptf A

14,07

18,81

10,61

16,48

Fidelity Global Health Care A-Dis-EUR

10,50

12,59

18,07

13,64

Capital Group New Pers (LUX) ZL

13,80

17,53

10,26

16,42

JPM Global Healthcare C (acc) USD

11,06

12,49

10,17

14,22

Pictet - Global Envir Opps I EUR

12,59

17,50

7,86

16,44

Janus Henderson Glb Life Scn I2 USD

10,44

11,62

5,48

15,29

JPM Global Focus A (dist) EUR

10,37

11,49

13,61

12,94

5,41

6,06

-6,63

18,15

10,60

17,44

19,93

16,61

BGF World Healthscience A2

JPM Global Select Equity A (acc) USD

11,46

16,54

20,34

16,30

Candriam Eqs L Biotech C USD Cap

BPI GIF Opportunities I

12,32

16,47

19,55

15,97

Schroder ISF Global Eq C Acc USD

12,49

16,31

15,55

14,40

India Equity

Schroder ISF Global Eq Alp C Acc EUR

11,85

16,23

17,68

14,59

Allianz Global Sustainability P EUR

11,92

16,04

19,72

15,75

CS (Lux) Security Equity BH CHF

12,72

15,97

14,54

20,43

BMO Responsible Global Equity I Inc EUR

12,54

15,87

11,82

16,04

Allianz Thematica P EUR

14,50

15,86

4,47

14,39

Nordea 1 - Global Portfolio BP EUR

12,28

15,69

11,42

16,20

AB Global Equity Blend S1 Acc

10,69

15,31

15,02

15,69

Candriam Sst Eq World R € Acc

9,67

15,29

19,60

16,39

Infrastructure Sector Equity

14,98

Ashoka India Opps A USD Acc

27,16

32,20

22,24

GS India Equity I Inc USD

11,45

19,15

28,08

23,94

Nomura Fds India Equity Z USD

12,75

18,69

34,37

23,45

Franklin India I(acc)USD

8,27

16,11

26,10

23,12

10,98

14,77

17,18

20,97

8,83

11,32

4,02

20,03

Schroder ISF Indian Opports C Acc USD Industrials Sector Equity RobecoSAM Smart Materials Eqs I EUR

NSF SICAV Wealth Defender Glbl Eq I USD

12,69

14,92

17,16

15,01

M&G (Lux) Global Listed Infras L USD Acc

11,71

18,44

17,57

Vanguard Glb Stk Idx $ Acc

10,71

14,89

19,58

15,66

DWS Invest Global Infras FC

6,69

9,97

25,57

14,19

Fidelity Glb Dmgrphcs Y-Acc-GBP

13,76

17,34

7,27

9,25

21,34

Wellington Enduring Assets GBP G A1 Di

8,05

9,13

21,37

11,44

14,91

Lazard Global Lstd Infras Eq A Dist GBP

7,80

7,57

25,61

17,03

-7,60

18,48

Japan Equity

10,72

16,84

BNP Paribas Japan Sm Cp Cl C

14,55

17,26

14,27

GS Japan Equity Ptnrs I Acc EUR Hdg

12,29

14,55

0,18

16,60

12,31

14,52

9,55

15,31

GS Japan Equity R Inc GBP Snap

7,54

11,18

4,04

14,28

Candriam Eqs L Glbl Demography C EUR Cap

10,47

14,51

14,80

15,28

Jupiter Japan Select D USD Acc

7,73

10,18

4,25

14,56

UBAM 30 Global Leaders Equity AHC EUR

12,29

14,30

13,00

17,01

JPM Japan Equity A (dist) USD

8,16

9,64

-10,35

17,67

Robeco Global Consumer Trends D €

13,92

14,07

-9,21

16,56

Pictet-Japanese Equity Opps PJPY

5,30

9,19

4,42

14,56

Fundsmith Equity I EUR Acc

13,24

13,62

11,27

13,43

Amundi IS MSCI Japan IE-C EUR

4,82

7,58

2,60

13,30

9,71

13,53

11,71

15,67

Invesco Japanese Eq Adv C JPY Acc

5,96

7,42

-0,64

15,74

M&G (Lux) Positive Impact LI EUR Acc

13,34

5,58

16,14

abrdn Japanese Equity A Acc JPY

2,49

7,14

-2,25

14,56

Ninety One GSF Glb Qual Eq Inc IX Inc $

8,79

13,22

19,36

13,44

Schroder ISF Japanese Eq A Dis AV

3,74

5,50

0,04

13,34

BNY Mellon Long-Term Glbl Eq USD C Acc

11,55

13,01

16,14

14,54

Man GLG Jpn CoreAlpha Eq I JPY

1,72

4,56

18,73

19,88

DWS Invest Latin American Eqs LC

7,32

5,52

15,71

29,04

Schroder ISF Latin American C Acc EUR

3,18

1,72

18,60

29,56

12,36

14,80

9,98

MS INVF Global Sustain Z USD Acc

14,76

17,52

Wellington Glbl Quality Gr USD S Ac

13,53

14,72

10,38

CPR Invest Glbl Dsrpt Opp R EUR Acc

12,41

14,66

Pictet-Security I EUR

12,14

14,60

Caixa Ações Líderes Globais FIMAA

11,63

Nordea 1 - Global Stars Equity BP EUR

Fidelity World A-Dis-EUR

Mercer Passive Global Equity M2 EUR H

9,59

12,41

11,63

16,61

Pictet-Global Megatrend Sel I USD

9,86

12,20

2,17

16,06

GS Global CORE Eq I Inc USD Snap

9,39

12,14

16,79

16,56

M&G (Lux) Glb Dividend CI USD Acc

8,82

12,10

18,57

19,16

NB Momentum Sustentável FIMAA

8,86

11,86

10,91

14,03

AXA Rosenberg Glb Eq Alpha A USD Acc

8,85

11,80

18,54

16,22

MFS Meridian Global Equity A1 USD

8,45

11,43

14,52

15,86

Robeco BP Global Premium Eqs B EUR

6,49

10,99

21,39

18,50

DWS Invest ESG Equity Income LC

10,70

18,53

12,46

Fidelity Global Dividend I-Acc-EUR

7,92

10,47

14,76

12,33

Mirabaud Sust Glbl Hi Div A USD Acc

7,89

10,20

16,49

14,88

Pictet SmartCity I dm GBP

5,95

8,52

-0,11

15,82

DWS Invest Top Dividend FC

4,76

7,35

19,08

12,24

2,11

4,04

7,33

14,80

Templeton Growth (Euro) I(acc)EUR Global Equity Mid/Small Cap

Fisher Invts Instl Glbl Small Cp Eq $ Nordea 1 - Global Climate & Envir BI EUR

13,85

20,16

14,69

BNP Paribas Climate Impact Cl C

10,47

15,17

4,10

17,50

CPR Invest Education E EUR Acc

1,88

-6,56

18,49

-1,83

18,05

Greater China Equity Allianz China A Shares AT USD

19,10

26,60

Schroder ISF Taiwanese Equity C Acc USD

LM ClearBridge Infras ValPRGBPHDisAPH+e

Latin America Equity

Long/Short Equity Janus Henderson Hrzn PanEurpAbsRetI2 EUR GAM Star Alpha Technology EUR Inc

10,47

12,53

4,67

11,28

9,55

11,71

-0,65

12,37

AB Select Abs Alpha S1 USD Acc

8,17

11,66

18,84

8,96

Pictet TR - Mandarin I USD

7,89

6,49

-5,78

7,65

Schroder GAIA Egerton Equity C Acc EUR

6,32

6,22

3,21

11,76

Pictet TR - Atlas I EUR

3,84

6,04

1,58

2,91

Eleva UCITS Eleva Abs Ret Eurp S EUR acc

6,62

5,78

2,79

3,88

BSF Emerging Coms Abs Ret A2 EUR H

3,89

-7,63

11,09

Pictet TR - Corto Europe I EUR

2,35

3,57

3,87

3,55

Janus HndrsnAbsolute Return A2 GBP

1,74

2,53

5,38

6,64

14,33

23,22

28,90

25,59

9,72

16,52

14,15

21,64

Allianz Global Metals and Mining I EUR

10,10

15,59

25,19

27,70

JPM Global Natural Resources A (acc) EUR

8,07

12,95

33,77

24,68

Alger Dynamic Opportunities A US

Natural Resources Sector Equity BGF World Mining A2 Pictet-Timber I USD

Precious Metals Sector Equity

14,61

24,52

17,37

17,27

Schroder ISF All China Equity C Acc USD

16,47

-11,55

17,22

DWS Invest Gold and Prec Mtl Eqs FC

9,68

18,57

16,47

35,15

JPM China A (dist) USD

12,25

12,54

-27,43

19,74

BGF World Gold A2

3,45

14,46

13,71

34,61

BNP Paribas China Eq Cl C

9,62

10,12

-23,16

17,60

Real Estate Sector Equity

Schroder ISF China Opps C Acc USD

7,71

6,87

-19,68

17,73

Janus Henderson Hrzn GlblPtyEqsA2USD

Ninety One GSF All China Eq IX Acc$

9,30

6,78

-12,57

14,80

Janus Henderson Hrzn PanEurpPtyEqs A2EUR

UBS (Lux) EF China Oppo(USD) P USD acc

8,24

2,68

-27,75

15,21

Nordea 1 - Global Real Estate BP EUR

7,49

10,41

25,51

18,41

Schroder ISF Hong Kong Eq A Acc HKD

6,19

2,62

-14,12

15,58

MS INVF Global Property I

11,54

8,26

19,54

20,96

Fidelity China Consumer Y-Acc-USD

5,11

1,74

-29,25

17,63

Technology Sector Equity BPI GIF Technology Revolution M EUR

-15,21

JPM Thematics Genetic Thrps C2 Acc USD

-23,05

Healthcare Sector Equity AB International HC A Acc

12,75

14,17

23,40

Threadneedle (Lux) Global Tech DU 13,44

21,69

30,31

19,62

21,89

BGF Next Generation Technology Z2 USD

28,84

-19,94

26,53

MARÇO E ABRIL I FUNDSPEOPLE 29

pol.indb 29

5/4/22 10:50


20 22

PANORAMA BARÓMETRO

DADOS A 28/02/2022

FUNDOS COM RATING FUNDSPEOPLE EM 2022 FUNDO

Fidelity Global Technology A-Dis-EUR

RETORNO ANUALIZADO 5 ANOS 3 ANOS 1 ANO

VOLAT. 3 ANOS

FUNDO

RETORNO ANUALIZADO 5 ANOS 3 ANOS 1 ANO

VOLAT. 3 ANOS

21,17

26,75

12,22

17,53

Robeco BP US Large Cap Equities I $

8,87

13,23

28,66

BGF World Technology A2

24,57

25,60

-7,83

22,22

Robeco BP US Premium Equities IH €

7,76

11,64

15,40

20,41

JPM US Technology A (dist) USD

25,22

25,24

-4,22

24,36

MFS Meridian US Value A1 USD

6,57

10,80

22,59

16,48

Allianz Global Artfcl Intlgc W EUR

6,28

10,37

29,17

12,03

12,97

5,53

18,05

Threadneedle (Lux) Amer Smlr Com 9U USD

12,74

20,46

12,24

20,36

Legg Mason RY US SmCp Opp A USD Dis(A)

11,22

17,91

12,06

27,96

Fisher Invst Instl US SmCp Cr Eq ESG USD

13,97

16,85

7,22

21,06

T. Rowe Price US Smlr Cm Eq Q USD

13,53

16,83

7,04

17,69

7,42

10,90

4,78

20,18

12,36

5,04

-25,33

22,30

24,88

-8,92

25,33

Fidelity America A-Dis-USD

Franklin Technology A Acc USD

22,30

24,21

4,40

20,75

Janus Henderson Glb Tech&Inno H2 USD

US Equity Mid Cap

22,02

23,49

5,50

17,93

Wellington Asia Technology USD D Ac

23,22

1,50

17,80

BNP Paribas Disrpt Tech Cl D

21,39

23,13

16,11

17,45

Polar Capital Global Tech I Inc

21,50

21,91

-0,26

17,23

Pictet - Robotics I dy EUR

17,67

21,74

4,27

20,92

Echiquier Artificial I telligence K EUR

21,12

-15,38

29,43

20,81

5,75

17,55

BNY Mellon Mobility Innovation USD E Acc

20,45

2,78

22,40

JPM Europe Dynamic Techs Fd A (dist) EUR

16,47

20,40

6,41

20,70

AXAWF Fram Robotech G Cap USD

15,81

20,21

3,85

19,80

BGF Future of Transport Z2 USD

20,19

5,74

23,83

UBAM Tech Global Leaders Equity IHC EUR

19,79

3,43

20,29

AXAWF Framlington Dgtl Ecoy I Cap USD

19,19

1,92

18,07

EdRF Big Data N EUR

Janus Henderson Hrzn GlbTechLdrs A2USD

17,96

BL-American Small & Mid Caps B EUR Hdg

19,09

US Equity Small Cap

JPM US Smaller Companies A (dist) USD Alger Small Cap Focus I US Convertibles

BNP Paribas Europe Sm Cp CnvrtI C Franklin Glbl Convert Secs I(acc)EUR

11,30

13,70

-0,74

12,78

Lazard Convertible Global PC EUR

8,82

10,07

-5,39

10,67

13,96

18,22

17,75

18,57

JPM Global Convert (EUR) A (dist) EUR

4,18

6,69

-13,06

14,35

Robeco FinTech I USD

9,33

-7,41

20,36

OFI Fund RS Glbl Convert Bond I C EUR

4,17

6,39

-6,05

10,36

Pictet-Digital PUSD

8,46

-13,24

15,81

Allianz Convertible Bond AT EUR

1,02

2,25

-2,25

6,74

9,33

Commodities Broad Basket

UK Equity Large Cap 7,19

7,42

9,93

17,39

PIMCO GIS Cmdty Real Ret Instl USD Acc

7,45

17,40

50,10

15,87

BGF United Kingdom E2

5,05

6,07

0,34

17,47

StructGSQrtxMdfdStgyBlmbrgCmdIdxTR I$

7,04

15,24

47,46

12,40

Threadneedle (Lux) UK Eqs IG GBP Acc

2,59

3,84

9,52

21,07

Commodities Specifie 7,42

11,46

-0,63

17,55

Thematics Safety H-R/A GBP

-4,44

Amundi Fds US Pioneer Fund C EUR C

Liontrust GF Spec Sits C3 Instl Acc £

Ofi incl Inv Precious Metals I

US Equity Large Cap Blend

Alternative Miscellaneous

13,40

19,77

23,87

15,04

Schroder GAIA BlueTrend C Acc EUR Hedged

3,37

11,20

9,33

14,02

BNY Mellon Dynamic U.S. Equity USD W Acc

19,70

26,14

16,51

ThomasLloyd Sust Infras Inc R USD Acc

9,64

6,63

10,44

JPM America Equity A (dist) USD

13,96

19,22

24,77

17,28

Man AHL Trend Alternative DNY H EUR Acc

3,34

-7,08

13,96

JPM US Select Equity A (acc) USD

13,18

19,11

22,05

16,67

Global Macro

Amundi IS S&P 500 ESG IE-C

13,70

19,01

29,32

16,43

Vanguard U.S. 500 Stk Idx $ Acc

13,19

18,09

25,15

16,27

Amundi IS MSCI North America IE-C

13,06

18,02

23,07

16,58

Pictet-USA Index P USD

12,84

17,69

24,65

16,26

Schroder ISF US Large Cap A Dis $ AV

12,27

17,60

23,99

15,67

AXA Rosenberg US Enh Idx Eq Alp A $ Acc

12,86

17,50

24,34

16,06

Franklin US Opportunities A(acc)USD

14,65

17,37

6,85

19,39

JPM US Select Equity Plus A (acc) EURH

11,92

16,85

13,08

18,25

IMGA Ações América A FIAA

11,09

16,06

20,08

14,59

T. Rowe Price US Eq I USD

11,64

16,01

21,55

15,70

AXA Rosenberg US Equity Alpha A USD Acc

11,20

15,54

23,47

17,22

BPI América D FIAA

10,96

15,25

18,17

16,90

AB Select US Equity A EUR H Acc

11,41

15,21

16,56

17,10

Neuberger Berman US MltCp Opps USD1 IAcc

11,63

15,16

23,28

18,31

GS US CORE Equity Base Inc USD Snap

11,56

15,14

22,31

16,24

NN (L) US Enh Cr Concntr Eq P Dis USD

10,86

14,16

22,10

17,12

Allianz Best Styles US Equity AT H2 EUR

10,17

12,44

11,46

17,41

1,15

-0,60

-21,67

22,31

160,97

75,72

-20,67

29,54

MS INVF US Advantage I

95,25

46,08

-21,92

24,46

AB Sustainable US Tmtc A USD

16,89

21,36

17,93

16,54

New Capital US Growth GBP Acc

15,83

20,36

9,84

21,93

Janus Henderson US Forty A2 USD

16,79

20,21

12,66

16,60

Amundi Fds Pio US EqFundmGr M2 EUR C

14,98

19,59

19,18

Santander Acções América CA FIMAA US Equity Large Cap Growth MS INVF US Growth I

1,62

Polar Capital Global Abs Rt S EUR H Acc

7,34

0,90

7,81

JPM Global Macro Opps A (acc) EUR

4,93

3,79

-2,47

5,10

JPM Global Macro A (acc) USD

3,33

3,60

6,38

6,39

Schroder GAIA WellingtonPagosa C AccEURH

3,57

4,90

4,00

GS Global Absolute Ret IO Acc USD

0,91

3,44

8,50

6,62

Eurizon Absolute Prudent R Acc

0,12

0,02

-1,71

1,58

Market Neutral Lumyna-MW TOPS (MN) UCITS USD B (acc) BSF Global Event Driven Z2 USD

4,44

6,16

9,93

7,20

Lumyna PSAM Global Event EUR A Acc

5,20

5,54

3,47

8,74

Man GLG Alpha Select Alt DLH EUR

6,29

5,24

8,05

3,84

MW Systematic Alpha UCITS A EUR

3,62

4,51

5,97

4,74

BSF European Absolute Return A2 EUR

3,86

4,30

5,66

5,93

BMO Real Estate Eq Mkt Netrl B Acc EUR

3,14

3,75

4,27

2,53

BPI GIF Alt Fund Iberian Eq L&S I

1,87

2,77

3,66

2,96

Candriam Risk Arbitrage C

0,01

0,20

-0,13

2,02

Multialternative NN (L) Alternative Beta I Cap USD

4,93

8,55

13,73

5,95

Nordea 1 - Alpha 10 MA Fd BP EUR

3,33

4,84

7,41

6,73

1,81

3,38

6,56

6,73

Nordea 1 - Alpha 7 MA Fd BC EUR

3,19

4,97

4,58 9,08

Franklin K2 Alt Strats I(acc)USD

Neuberger Bm Uncrltd Strats USD I5 Acc

2,86

8,65

GS Absolute Ret Trkr I Acc EUR Hdg

1,55

2,13

0,17

7,15

16,50

Pictet TR - Div Alpha J EUR

1,06

1,69

-4,67

3,21

Aggressive Allocation

Allspring (Lux) WW USLrgCpGr IEUR Acc

18,26

19,52

10,22

17,90

AB American Gr Ptf C Acc

16,64

19,42

19,52

16,07

Allianz Dyn MltAst Stgy SRI75 I EUR

8,42

12,81

16,64

12,53

Legg Mason CB US Eq Sust Ldrs A EURH Acc

13,85

17,64

8,47

16,40

GS Global MA Gr I Acc USD

6,42

9,76

13,89

12,30

T. Rowe Price US Lg Cap Gr Eq I USD

17,36

17,26

8,00

18,21

BSF Managed Index Port Growth A2 EUR

6,64

9,13

7,29

13,32

Brown Advisory US Equity Growth $ B

16,93

17,19

9,08

17,77

Barclays GlobalBeta Port 4 A Acc GBP

6,51

8,80

10,05

12,84 10,66

Legg Mason CB US Lg Cp Gr B USD Dis(A)

13,45

15,94

14,57

17,44

CS (Lux) Portfolio Growth CHF B

4,95

8,69

9,48

Vontobel US Equity A USD

11,86

14,87

18,77

15,67

First Eagle Amundi International AU-C

4,15

7,62

15,85

12,27

T. Rowe Price US Blue Chip Eq A USD

14,55

13,91

4,99

18,59

IMGA Alocação Dinâmica A FIMA

3,39

5,93

4,73

13,55

Santander Select Dinâmico A FIMA

4,80

2,72

9,52

8,63

14,03

24,64

17,96

Allocation Miscellaneous

10,93

13,50

28,92

18,16

GS US RlEstt Bal R USD (MDist Cap (MBS))

9,09

15,72

12,58

US Equity Large Cap Value JPM US Value C (dist) USD DWS Invest CROCI US Dividends USD LC

30 FUNDSPEOPLE I MARÇO E ABRIL

pol.indb 30

5/4/22 10:50


20 22

DADOS A 28/02/2022

FUNDOS COM RATING FUNDSPEOPLE EM 2022 FUNDO

RETORNO ANUALIZADO 5 ANOS 3 ANOS 1 ANO

VOLAT. 3 ANOS

Cautious Allocation Caixa Defensivo PPR/OICVM FIA

-2,11

RETORNO ANUALIZADO 5 ANOS 3 ANOS 1 ANO

FUNDO

VOLAT. 3 ANOS

DWS Concept Kaldemorgen EUR FC

3,34

4,95

6,20

6,77

M&G (Lux) Dynamic Allocation CI EUR Acc

2,79

3,77

5,06

11,98

-1,33

Schroder ISF Glbl MA Bal C Acc EUR

3,70

6,69

4,37

8,60

Moderate Allocation

GS Global MA Cnsv I Acc USD

3,43

6,24

7,56

7,82

Caixa Arrojado PPR/OICVM FIA

CS (Lux) Portfolio Yield CHF B

1,87

5,03

5,88

6,73

Caixa Moderado PPR/OICVM FIA

-1,53

U Asset Allocation Enhancement USD Acc

2,37

4,77

5,28

5,72

Ruffer Total Return Intl I GBP Cap

6,20

12,47

14,33

8,79

Amundi Fds Global MA Cnsrv C EUR C

2,17

4,38

0,77

4,95

Janus Henderson Balanced A2 USD

8,61

11,46

16,75

10,61

Invest Alves Ribeiro PPR FIMA

4,02

3,89

1,18

8,91

Capital Group American Bal (LUX) Z

7,98

11,26

17,57

9,74

NB PPR/OICVM FIMA

4,31

3,65

-0,75

9,85

Carmignac Pf Patrimoine Europe A EUR Acc

11,10

2,31

7,02

ODDO BHF Polaris Moderate Cl EUR

2,50

3,59

1,76

5,49

BGF Global Allocation A2

5,48

9,74

6,16

9,89

Bankinter 50 PPR/OICVM A FIMA

1,57

3,38

-0,75

9,51

Allianz Income and Growth I H2 EUR

7,44

9,66

-0,52

13,72

Invesco Pan European Hi Inc A EUR QD

2,32

3,37

0,52

9,25

Acatis Gané Value Event Fonds A

7,64

9,49

5,38

13,00

Pictet-Multi Asset Global Opps I EUR

2,26

3,31

0,59

4,24

Capital Group Glob Alloc (LUX) Z

6,60

9,48

12,32

8,20

Caixa Seleção Global Moderado FIMA

2,22

3,17

-1,59

6,90

T. Rowe Price Glb Alloc I USD

6,99

9,03

7,53

9,93

Allianz Dyn MltAst Stgy SRI15 AT EUR

1,83

3,17

1,19

5,01

Man AHL TargetRisk D H EUR

7,57

8,90

8,57

8,43

Amundi Fds Mlt Asst Sust Fut I EUR C

2,60

3,07

0,66

5,44

MFS Meridian Prudent Wealth I1 USD

7,73

8,84

10,56

5,35

JPM Global Income Cnsrv C (acc) EUR

2,27

2,93

-0,08

5,70

Allianz Dyn MltAst Stgy SRI50 W EUR

5,78

8,81

10,73

8,85

Caixa Wealth Defensivo D FIMA

2,74

-0,78

4,98

BGF ESG Multi-Asset E2 EUR

5,72

8,14

6,72

8,16

Caixa Inv Socialmente Resp FIMA

2,73

1,34

7,95

MFS Meridian Global Total Ret A2 USD

4,47

7,46

11,34

9,38

2,22

FvS - Multi Asset - Defensive I

1,74

2,71

3,09

6,62

Jupiter Merlin Intl Bal D EUR Acc

5,55

7,13

6,40

8,61

Ninety One GSF Glb MA Inc A Acc USD

1,64

2,59

5,52

6,25

Barclays GlobalBeta Port 3 A Acc GBP

5,19

6,97

7,34

11,04

BPI Moderado FIAF

1,46

2,57

1,01

4,16

MFS Meridian Prudent Capital I1 USD

5,52

6,56

9,66

5,06

IMGA Alocação Conservadora A FIMA

0,98

1,86

-1,69

7,13

JPM Global Balanced A (acc) EUR

5,06

6,33

0,97

9,04

Santander Poupança Valorização FPR FIAA

0,92

1,83

0,43

4,79

M&G (Lux) Income Allocation C EUR Acc

4,33

5,80

7,73

10,79

Bankinter 25 PPR/OICVM A FIMA

0,52

1,49

-2,31

7,26

Caixa Seleção Global Arrojado FIMA

3,84

5,45

-1,12

10,47

M&G (Lux) Optimal Income CI EUR Acc

1,42

1,38

-2,44

7,30

Caixa Wealth Moderado D FIMA

5,35

-0,65

8,53

Allianz Strategy 15 CT EUR

1,05

1,13

-2,30

5,05

Bankinter 75 PPR/OICVM A FIMA

2,81

5,27

-0,02

11,67

BPI Reforma Investimento PPR/OICVM FIAPR

0,39

1,06

-1,43

7,22

BGF Global Multi-Asset Inc A2

2,85

5,02

7,57

8,28

Caixa Seleção Global Defensivo FIMA

0,39

0,67

-2,26

3,51

Carmignac Pf Patrimoine F EUR Acc

0,85

4,74

-6,66

7,34

Santander Sustentável FIMA

0,36

-0,74

4,76

BMO Sustainable Mul Ast Inc I Inc EUR

2,99

4,69

2,25

7,00

Santander Poupança Prudente FPR FIAA

-0,57

-4,68

5,12

BPI Dinâmico FIAF

2,82

4,54

2,30

6,61

FvS Multi Asset - Balanced I

3,12

4,10

5,09

8,51

-0,22

Flexible Allocation 7,36

9,89

11,18

9,58

IMGA Alocação Moderada A FIMA

2,09

3,93

2,10

9,42

BL-Global Flexible USD B

7,09

9,02

11,66

8,17

JPM Global Income A (div) EUR

2,46

3,59

2,62

9,67

BL-Global Flexible EUR B

5,86

7,81

11,41

8,62

Nordea 1 - Stable Return BP EUR

1,78

3,43

7,85

5,76

FvS Multiple Opportunities II RT

5,00

6,88

6,76

8,64

Fidelity Glb Mlt Ast Inc A-Acc-USD

2,19

3,19

5,45

8,47

BNY Mellon Glbl Rl Ret (EUR) W Acc

4,02

6,15

2,55

8,12

Santander Select Moderado A FIMA

1,75

-0,70

5,80

PIMCO GIS Dyn Mlt-Asst Instl EUR Acc

4,10

6,05

-4,11

5,64

Santander Rendimento FIMA

1,44

0,33

8,19

P

R

TNE

AR

AR

R

P

Ninety One GSF Glb Mac Allc IX Acc USD

TNE

A OPINIÃO DE MAXIME CARMIGNAC Managing Director, Carmignac

TEMOS DE AGIR AGORA PARA QUE AS MULHERES INVESTIDORAS TENHAM MAIS PODER DE DECISÃO Celebrámos recentemente o Dia Internacional da Mulher e há um elefante na sala a que gostaria de dirigir-me: as mulheres investidoras. Embora a diferença salarial entre ambos os sexos

(que, felizmente, está a diminuir) seja mais falada, há uma desigualdade ainda maior na forma como as mulheres investem o seu dinheiro. Não acredito em estereótipos de género, mas fiquei muito surpreendida ao ver quão signifi ativa é a diferença de género na gestão do dinheiro. As mulheres esperam ser assessoradas com um enfoque nos seus objetivos da vida real. Tendem a compreender porque devem investir, mas estão menos interessadas na forma de o fazer. São geralmente menos tolerantes ao risco e mais interessadas no longo prazo, com uma abordagem sustentável. Tendem a confia menos no seu conhecimento sobre como investir as poupanças e

sobre as diferentes formas de fazer crescer o seu dinheiro. Esta indústria é muito pobre na abordagem às mulheres. No entanto, faz sentido melhorar esta situação, pois o seu poder económico está a crescer rapidamente e elas vivem mais do que os homens. A melhoria da igualdade de género no trabalho é precisa, mas só isso não é suficie te. A indústria finan eira precisa de fazer mais para capacitar as mulheres investidoras, aumentar os esforços para as encorajar, informar e aconselhar. A minha mensagem às mulheres é: não tenham medo de começar com pequenas poupanças e de começar a investir agora para garantir o vosso futuro finan eiro. MARÇO E ABRIL I FUNDSPEOPLE 31

pol.indb 31

5/4/22 10:50


PANORAMA O SETOR EM NÚMEROS por Catarina Vinagre

Barómetro

JANEIRO E FEVEREIRO

ANO NOVO… VIDA NOVA?

Após viver um excelente exercício de 2021, o mercado europeu de fundos começava o ano novo a valer 13,7 biliões de euros, e previa-se que continuasse a ganhar magnitude. Porém, a volatilidade revelou-se uma pedra no sapato.

N

na Europa

uma altura em que a guerra na Europa era apenas um fantasma do passado, e em que a pandemia começava a dar tréguas, o ano de 2022 adivinhava-se positivo para os mercados. Contudo, a volatilidade sentida nas primeiras semanas varreu os mercados e causou estragos. Embora com altos e baixos, 2021 foi um excelente exercício para o mercado europeu de fundos de investimento. Esta indústria começou o ano a valer 13,7 biliões de euros, mas foi

sol de pouca dura. Segundo os dados da Morningstar e da J.P. Morgan AM compilados exclusivamente para a FundsPeople, a indústria caiu para os 13,5 biliões de euros em janeiro e para os 13 biliões em fevereiro. Isto traduzse numa descida de seis pontos percentuais em apenas dois meses. Se colocarmos sob o microscópio a distribuição de captações, podemos perceber que após as entradas líquidas em janeiro se aproximarem dos 43.000 milhões de euros (sem monetários), fevereiro trouxe consigo fluxospositivos de mais de 4.000 milhões de euros. Mas que classe

PATRIMONIO

PATRIMÓNIO PATRIMÓNIO E 15.000.000 15000000 CAPTAÇÕES DE FUNDOS UCITS 14.000.000 14000000 NA EUROPA

(Em milhões de euros, inclui monetários)

13.000.000 13000000 12.000.000 12000000 11.000.000 11000000

PATRIMÓNIO

10.000.000 10000000 9.000.000 9000000

JAN.

CAPTACIONES NETAS

FEV.

MAR.

ABR.

MAI.

JUN.

CAPTAÇÕES LÍQUIDAS 150.000 100.000 50000 50.000 0 0 -50000 -50.000 -100000 -100.000

JUL.

AGO.

SET.

OUT.

NOV.

DEZ.

JAN.

FEV.

MAR.

AGO.

SET

OUT.

NOV.

DEZ.

JAN.

FEV.

MAR.

2020

150000

100000

CAPTAÇÃO LÍQUIDA ÊS COM M ENTRADAS LÍQUIDAS ÊS COM M SAÍDAS LÍQUIDAS

JAN.

Con monetarios

32 FUNDSPEOPLE I MARÇO E ABRIL

pol.indb 32

FEV.

MAR.

ABR.

MAI.

JUN.

JUL. 2020

Sin monetarios

5/4/22 10:50


P

AR

P

R

TNE R

AR

TNE

LA OPINIÓN DE

DISTRIBUIÇÃO DO PATRIMÓNIO NA EUROPA EM FEVEREIRO MERCADO

OBRIGAÇÕES

AÇÕES

Internacional

2.269.582

3.110.658

Reino Unido

267.962

França

146.156 61.671

Alemanha

OUTROS

MISTOS

301.023

767.850

1.000.369

35.270

244.819

65.669

257.340

MONETÁRIOS

TOTAL

973.376

7.422.490

237.689

35.674

1.576.964

116.283

329.793

902.719

153.606

127.904

4.527

605.048 578.385

Suíça

188.078

280.618

30.984

54.435

24.269

Suécia

79.001

356.443

5.629

73.635

0

514.707

Espanha

85.472

51.109

16.905

90.259

8.867

252.613

Itália TOTAL

48.886

30.490

4.465

134.117

3.041

221.000

3.424.873

5.721.680

701.191

1.790.940

1.397.745

13.036.429

DISTRIBUIÇÃO DE CAPTAÇÕES LÍQUIDAS NA EUROPA, EM FEVEREIRO MERCADO

OBRIGAÇÕES

AÇÕES

OUTROS

MISTOS

MONETÁRIOS

TOTAL

Internacional

-14.418

7.946

3.520

4.620

-16.503

Reino Unido

-938

1.730

-184

726

705

2.038

-1.064

-390

-202

-98

-29.024

-30.778

França

-14.836

Alemanha

-379

-1.151

879

1.069

154

571

Suíça

-100

1.444

-64

352

-219

1.413 -1.657

Suécia

-215

-962

-119

-361

0

Espanha

1.910

-366

-513

-145

244

1.131

Itália

-632

-40

-203

506

37

-331

-18.013

11.292

2.747

7.899

-42.290

-38.364

TOTAL

*Os dados de Internacional incluem os fundos domiciliados em Dublin e no Luxemburgo.

FEV.

MAR.

ABR.

MAI.

JUN.

JUL.

AGO.

SET.

OUT.

NOV.

DEX.

JAN.

2021

FEV.

MAR.

ABR.

MAI.

JUN. 2021

FEV. 2022

JUL.

AGO.

SET.

OUT.

NOV.

DEZ.

JAN.

FEV. 2022

LUCÍA GUTIÉRREZ-MELLADO Diretora de Estratégia, J.P. Morgan AM

O NOVO SUPERCICLO: EM QUE CONSISTIRÁ A TRANSIÇÃO PARA AS TECNOLOGIAS LIMPAS E COMO AFETARÁ AS MATÉRIAS PRIMAS DE TODO O MUNDO? Estamos a testemunhar uma revolução energética. Enquanto os governos estabeleceram metas de emissões líquidas zero, dúvidas recentes sobre a segurança do fornecimento de energia e os elevados preços pressionam os nossos líderes a acelerar a transição. Os recursos necessários num ecossistema de energia limpa são muito diferentes dos de um mundo baseado em combustíveis fósseis. Ao contrário das centrais energéticas de carvão ou a gás, os painéis solares e os parques eólicos não precisam de combustível para funcionar. No entanto, exigem muito mais materiais: substituir uma central térmica a carvão por geradores eólicos no mar, exige até seis vezes mais minerais (cobre, zinco, níquel e crómio), e se o que queremos substituir é uma central de gás , há que multiplicar esse valor por treze. Vemos um padrão semelhante quando se trata da substituição de veículos a combustão por aqueles que usam baterias elétricas. Em comparação com um veículo convencional, um veículo elétrico exige seis vezes mais minerais: lítio, níquel, cobalto, manganês e grafi e, para a produção de baterias. Acreditamos que a transição em prol das tecnologias limpas está a desencadear um novo super ciclo para matérias primas, que favorecerá predominantemente as empresas de recursos naturais. MARÇO E ABRIL I FUNDSPEOPLE 33

pol.indb 33

5/4/22 10:50


PANORAMA O SETOR EM NÚMEROS

OS FUNDOS INTERNACIONAIS UCITS QUE MAIS CAPTAM NO MÊS EM AÇÕES

EM OBRIGAÇÕES

FUNDO

VOL.

EM JANEIRO

FUNDO

EM MULTIATIVOS E OUTROS VOL.

FUNDO

EM JANEIRO

UBS FS MSCI ACWI SF

VOL.

EM JANEIRO 1.122

Allianz Income and Growth

1.611

1.255

iShares China CNY Bond ETF

1.060

BGF ESG Multi-Asset Fund

764

BNPP E MSCI USA SRI S-Sr PAB 5% Cpd

698

Invesco US Senior Loan Fund

680

Lyxor Cmdts Rfntv/CrCmd CRB TR ETF

Vanguard S&P 500 ETF

660

iShares $ Corp Bond ETF

637

UniRak Nachhaltig Konservativ

295

iShares Core S&P 500 ETF

565

NN (L) Liquid Euribor 3M

544

UBS (Lux) Real Estate Selection Global

285

iShares Edge MSCI USA Value Factor ETF

540

Amundi Ultra Short Term Bond SRI

477

Amundi Fds Global Multi-Asset Cnsrv

254

Fidelity Sustainable Rsh Enh US Eq ETF

505

AeAM Dutch Mortgage Fund 2

452

UBS FS CMCI Composite SF

247

Amundi Fds European Equity Value

501

iShares Core Global Aggregate Bond ETF

449

Xtrackers Physical Gold ETC (EUR)

221

iShares Edge MSCI Wld Val Fctr ETF

454

L&G ESG Emerging Markets Corp Bd USD ETF

415

Ruffer Total Return International

171

DNB Global Indeks

438

Fidelity Global Infl tion-linked Bond Fd

404

Janus Henderson Balanced Fund

165

3.000

iShares Core MSCI World ETF

EM FEVEREIRO

Loomis Sayles Short Term Em Mkts Bd Fd

EM FEVEREIRO

Invesco S&P 500 ETF

376

EM FEVEREIRO

1.360

SPDR® Bloomberg SASB U.S. Corp ESG ETF

1.414

Allianz Income and Growth

940

iShares Core S&P 500 ETF

1.152

Focused High Grade Long Term Bond USD

1.227

BGF ESG Multi-Asset Fund

469

iShares S&P 500 Swap ETF

725

Focused SICAV High Grade Lg Trm Bd EUR

907

iShares Physical Gold ETC

454

iShares Edge MSCI USA Value Factor ETF

706

Focused SICAV US Treasury Bond USD

704

Amundi Fds Multi-Strategy Growth

390

UBS (Lux) FS MSCI EMU SRI

634

iShares $ Treasury Bd 3-7y ETF

670

Lyxor EUR 2-10Y Infl tion Expct ETF

282

Fidelity European Fund

577

Invesco US Treasury Bond 7-10 Year ETF

546

UBS FS CMCI Composite SF

281

Xtrackers ESG MSCI USA UCITS ETF

571

KBC Renta Eurorenta

517

Brummer Multi-Strategy UCITS

248

iShares Edge MSCI Eurp Val Fctr ETF

499

iShares $ Floating Rate Bond ETF

457

Lyxor Euro Stoxx 50 Dly -1x Inverse ETF

219

iShares Edge MSCI Wld Val Fctr ETF

497

Invesco US Senior Loan Fund

379

Amundi Fds Global Multi-Asset Cnsrv

216

Amundi Fds European Equity Value

490

Aegon European ABS Fund

347

Xtrackers Physical Gold ETC (EUR)

185

Fonte: Morningstar e JPMorgan AM. Em milhões de euros. Incluem-se como fundos internacionais os producos classifi ados pela Morningstar como Cross-Border conforme a região de venda.

se destacou pela negativa? As obrigações. Muito embora em janeiro tenham conseguido atingir os 36.000 milhões de euros, no mês seguinte registaram saídas na ordem dos 18.000 milhões de euros.

ETF, ETF E MAIS ETF

Olhando para as classes de ativos, é impossível não sublinhar a preponderância dos ETF. Esta é uma tendência que já vem sendo notada há vários meses, principalmente na parte das ações. Porém, nos meses em análise foi especialmente expressiva nos três segmentos. No que concerne as ações, em janeiro destacou-se um produto de gestão passiva da UBS AM. Em fevereiro foi

a Invesco a conquistar o primeiro lugar do pódio. Nos dois primeiros meses de 2022 foram notórios os bons resultados alcançados pelos produtos que investem em ações globais. No segmento das obrigações, o fundo que mais captou em janeiro é, curiosamente, um fundo da Loomis Sayles (Natixis IM) que investe em obrigações de curto prazo de mercados emergentes. Em fevereiro, por outro lado, destacou-se um ETF de ESG. O SPDR® Bloomberg SASB U.S. Corp ESG ETF, da Bloomberg, promove os aspetos ambientais e sociais e inclui-se no Artigo 8 da SFDR. Em ambos os meses, no segmento de multiativos e outros, o primeiro

lugar não é ocupado por um fundo de gestão passiva, mas por um já habitual líder em captações: o Allianz Income and Growth.

GESTORAS

No que toca às casas gestoras, é de salientar o colossal volume de captações alcançado pela BlackRock em janeiro no segmento que inclui os monetários: 40.284 milhões de euros. Fevereiro foi o mês da UBS AM. A gestora alcançou o primeiro lugar quer no segmento com monetários, quer no que não os inclui. No conjunto conseguiu subscrições líquidas de 7.731 milhões de euros.

Con monetarios COM MONETÁRIOS

GRUPOS QUE MAIS CAPTAM NO MÊS NEGOCIO INTERNACIONAL

EM JANEIRO BlackRock

Sin monetarios SEM MONETÁRIOS EM JANEIRO

40.284

iShares

9.319

9.370

Lantern Structured AM

3.332

Pictet AM

3.573

Pictet AM

3.226

Lantern Structured AM

3.332

Amundi

3.019

Natixis IM

3.264

BlackRock

2.883

iShares

EM FEVEREIRO

EM FEVEREIRO

UBS AM

3.897

UBS AM

3.834

iShares

2.654

iShares

2.626

BNP Paribas

2.627

Invesco

1.977

DWS

2.342

Lyxor

1.946

Lyxor

2.043

Link Group

1.560

UM NOVO PROVEDOR DE DADOS

A partir deste mês, os dados utilizados para a análise dos fluxos de dinheiro em fundos europeus, fornecidos pela J.P. Morgan AM para a FundsPeople, vão contar com a Morningstar como provedor. Esta mudança permitirá oferecer números mais próximos do fecho da publicação. Isto obrigou à reclassificação de alguns produtos e, para evitar a rotura da série histórica, foram atualizados os gráficos de evolução de património e de captações.

34 FUNDSPEOPLE I MARÇO E ABRIL

pol.indb 34

5/4/22 10:50


Investir no combate às alterações climáticas exige inteligência

As alterações climáticas constituem um dos maiores desafios que se deparam à nossa sociedade. Por esse mundo fora, porém, existem empresas dinâmicas que estão a enfrentar o desafio com abordagens inovadoras, criando oportunidades multissetoriais para investidores que queiram fazer parte da solução.

Para mais informações digitalize o nosso código QR

O seu capital poderá estar em risco. LV-JPM53369 | 03/22 | 09ql222903091954

pol.indb 3

5/4/22 10:50


TENDÊNCIAS CAPA por Miguel Rêgo, CFA

AS GESTORAS COM

A GAMA MAIS CONSISTENTE

EM PORTUGAL São 75 as entidades que sobressaem das demais por verem pelo menos um dos seus fundos registados no nosso país a passar no filt o de consistência da FundsPeople.

36 FUNDSPEOPLE I MARÇO E ABRIL

pol.indb 36

5/4/22 10:50


O

desafio da consistência que a FundsPeople impõe todos os anos a todas as estratégias registadas em cada país é, tipicamente, ultrapassado por entre 8 e 10% do universo considerado. São já sete anos, aqueles em que a FundsPeople tem calculado este pilar quantitativo dos vários critérios que permitem a um fundo ser destacado pelo Rating FundsPeople. Critérios de rentabilidade e risco acumulados e em anos individuais são aplicados ao universo de fundos registados em Portugal, com track record superior a três anos, dentro de cada categoria. Destes critérios resultaram, em 2022, 274 estratégias de investimento que obtêm ou consolidam o seu Rating FundsPeople 2022 por esta via. Cada uma das estratégias que sobressai dos seus pares na sua categoria pode (e deve) ser consultada nas nossas plataformas informativas porque aqui, neste artigo, o foco são as casas de investimento que albergam as pessoas, a cultura e os recursos que permitem que os seus fundos naveguem melhor que os demais nas marés inconstantes dos mercados

ENTIDADES GESTORAS COM A MAIOR OFERTA COM HISTÓRICO SUPERIOR A 3 ANOS (>10 FUNDOS REGISTADOS)

ENTIDADE GESTORA

Candriam Goldman Sachs AM Schroders T. Rowe Price Jupiter AM AllianceBernstein JPMorgan AM Nordea AM UBP PIMCO BNY Mellon IM Credit Suisse AM BlackRock abrdn Franklin Templeton Morgan Stanley IM Pictet AM Allianz Global Investors BNP Paribas AM Ninety One Neuberger Berman Amundi M&G Invesco DWS Eurizon Fidelity UBS AM NN IP AXA IM

NÚMERO DE DE FUNDOS OFERTA FUNDOS CONSIS> 3 ANOS TENTES

8 10 21 7 6 6 14 7 5 5 4 4 11 4 9 4 6 5 4 2 2 5 3 4 4 2 4 2 1 1

38 57 121 42 36 44 117 59 45 46 37 38 106 39 102 53 87 81 68 36 37 94 57 85 96 53 110 85 52 79

ATIVOS EM FUNDOS CONSISTENTES

AUM EM FUNDOS >3 ANO

13.158.298.340 35.458.465.934 14.503.881.710 54.955.428.171 38.081.345.320 133.059.267.552 5.574.060.527 26.759.040.727 12.362.885.886 18.636.826.565 18.709.805.735 81.897.542.504 60.449.136.651 396.923.445.361 16.872.772.966 79.944.649.283 4.845.495.056 16.383.421.532 103.394.727.375 181.559.084.635 5.063.423.624 16.982.141.320 1.945.921.242 21.338.274.110 17.118.595.135 207.027.565.877 3.469.787.170 31.721.300.215 17.526.714.749 93.500.822.380 25.159.585.549 98.773.625.697 32.684.499.852 154.481.094.006 7.563.139.778 130.402.680.687 3.829.098.063 60.863.253.328 986.042.594 33.011.155.631 2.431.278.928 28.508.257.691 10.370.627.577 103.232.621.456 3.685.341.133 54.471.489.570 6.425.953.226 64.336.534.774 3.212.319.665 88.726.287.094 4.317.467.171 77.862.514.696 11.262.117.872 147.142.752.798 427.921.679 65.425.471.640 361.030.901 29.279.262.303 787.104.000 55.662.306.568

"% Nº FUNDOS CONSISTENTES / Nº FUNDOS > 3 ANOS"

21% 18% 17% 17% 17% 14% 12% 12% 11% 11% 11% 11% 10% 10% 9% 8% 7% 6% 6% 6% 5% 5% 5% 5% 4% 4% 4% 2% 2% 1%

"% AUM FUNDOS CONSISTENTES / AUM FUNDOS > 3 ANOS"

37% 26% 29% 21% 66% 23% 15% 21% 30% 57% 30% 9% 8% 11% 19% 25% 21% 6% 6% 3% 9% 10% 7% 10% 4% 6% 8% 1% 1% 1%

Fonte: Dados em euros. FundsPeople com dados da Morningstar Direct. São comparados os fundos consistentes com a oferta com um track record superior a três anos em Portugal. São eliminadas as categorias de fundos de capital garantido, rentabilidade ou maturidade objetivo, de mercado monetário e de obrigações de muito curto prazo.

MARÇO E ABRIL I FUNDSPEOPLE 37

pol.indb 37

5/4/22 10:50


TENDÊNCIAS CAPA

financeiros. Analisamos assim, quais as entidades que emergem da maré de entidades que operam em Portugal pelo número de estratégias de investimento e ativos sob gestão nessas estratégias que, pelos nossos critérios, são categorizadas como consistentes. Os resultados são interessantes. Olhando para o universo de entidades gestoras com pelo menos um fundo a cumprir a nossa definição de consistência, vemos que a concentração dos ativos sob gestão nas estratégias com estas qualidades fica evidente. Cerca de 9% da oferta de fundos satisfaz os critérios do nosso modelo, mas este conjunto agrega 17% dos ativos sob gestão, com referência ao final de dezembro de 2021. Uma demonstração estatística de que a consistência atrai ativos e constrói património.

OS DADOS GLOBAIS

Do global das 75 entidades gestoras, são 12 as que apresentam mais de um quarto da oferta a superar o desafio da consistência, sendo que apenas cinco têm mais de 10 fundos no universo analisado. Por outro lado, são 30 as entidades gestoras com mais de um quarto dos ativos da oferta em fun38 FUNDSPEOPLE I MARÇO E ABRIL

pol.indb 38

ENTIDADES GESTORAS COM A MAIOR OFERTA COM HISTÓRICO SUPERIOR A 3 ANOS (>10 E < 35 FUNDOS REGISTADOS )

ENTIDADE GESTORA

Nomura AM BlueBay Polar Capital Capital Group New Capital UCITS Fund Columbia Threadneedle Allspring Vanguard Janus Henderson FundRock Crédit Mutuel Alliance Fédérale Fisher Investments Banque de Luxembourg Investments Mercer Global Investments MFS IM ODDO BHF Man Group Wellington Management BMO AM Caixa Gestão de Ativos Robeco Carmignac Mirabaud Asset Management Montepio Gestão de Ativos GNB Gestão de Ativos BPI Gestão de Ativos (CaixaBank AM) Lazard Barclays AM GAM

NÚMERO DE DE FUNDOS OFERTA FUNDOS CONSIS> 3 ANOS TENTES

ATIVOS EM FUNDOS CONSISTENTES

AUM EM FUNDOS >3 ANO

"% Nº FUNDOS CONSISTENTES / Nº FUNDOS > 3 ANOS"

"% AUM FUNDOS CONSISTENTES / AUM FUNDOS > 3 ANOS"

6 10 4 7 4 5 2 5 6 2

14 26 11 22 14 24 11 28 35 12

5.325.960.443 15.201.043.446 9.331.830.002 5.338.552.289 2.198.183.471 5.876.981.448 737.566.843 18.024.335.215 13.474.348.679 356.923.027

10.625.925.058 24.940.888.363 15.129.648.746 27.797.167.881 5.377.645.972 15.396.237.765 3.135.324.400 116.734.044.071 36.698.355.674 1.274.682.585

43% 38% 36% 32% 29% 21% 18% 18% 17% 17%

50% 61% 62% 19% 41% 38% 24% 15% 37% 28%

2

13

892.956.890

15.799.573.628

15%

6%

2

13

419.562.817

2.420.999.348

15%

17%

3

22

2.684.835.240

11.915.084.775

14%

23%

2

15

4.350.975.248

25.190.112.913

13%

17%

4 2 2 2 1 2 2 1

32 16 17 22 11 23 23 13

10.358.298.080 2.195.671.411 6.852.690.877 859.222.770 95.702.733 3.620.517.916 11.733.425.939 760.472.656

33.541.730.872 12.021.975.193 12.903.809.368 30.388.974.784 3.399.882.930 8.024.846.385 51.059.591.253 22.258.516.599

13% 13% 12% 9% 9% 9% 9% 8%

31% 18% 53% 3% 3% 45% 23% 3%

1

14

79.006.458

4.777.318.041

7%

2%

1

14

43.330.816

492.223.091

7%

9% 11%

1

14

160.735.493

1.424.991.983

7%

2

29

413.270.626

4.617.588.117

7%

9%

1 1 1

17 18 32

1.711.123.414 227.592.847 75.492.040

13.420.147.675 4.743.366.275 15.554.670.217

6% 6% 3%

13% 5% 0%

Fonte: Dados em euros. FundsPeople com dados da Morningstar Direct. São comparados os fundos consistentes com a oferta com um track record superior a três anos em Portugal. São eliminadas as categorias de fundos de capital garantido, rentabilidade ou maturidade objetivo, de mercado monetário e de obrigações de muito curto prazo.

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A CONCENTRAÇÃO DOS ATIVOS SOB GESTÃO NAS ESTRATÉGIAS COM QUALIDADES DE CONSISTÊNCIA FICA EVIDENTE

dos consistentes, sendo que dessas, apenas 18 têm mais de 10 fundos no universo total considerado. Neste artigo e análise, separamos o conjunto total das entidades pela dimensão da sua oferta para que a comparação possa ser feita de forma mais justa, entre empresas com semelhante presença e tamanho.

ENTIDADES GESTORAS COM A MAIOR OFERTA COM HISTÓRICO SUPERIOR A 3 ANOS

GESTORAS MAIORES

(10 FUNDOS REGISTADOS OU MENOS)

ENTIDADE GESTORA

Fiera Capital Arcano SCOR Alcentra Eleva Capital La Française La Financière de l'Echiquier Nevastar Finance Adepa Sycomore Asset Management Lumyna Flossbach von Storch Carne Liontrust AEGON OFI AM

NÚMERO DE DE FUNDOS OFERTA FUNDOS CONSIS> 3 ANOS TENTES

1 2 1 1 3 1

ATIVOS EM FUNDOS CONSISTENTES

AUM EM FUNDOS >3 ANO

"% Nº FUNDOS CONSISTENTES / Nº FUNDOS > 3 ANOS"

"% AUM FUNDOS CONSISTENTES / AUM FUNDOS > 3 ANOS"

100% 100% 100% 100% 90% 46%

1 2 1 1 4 2

804.699.421 947.926.251 600.187.822 87.009.643 9.394.278.347 236.994.141

804.699.421 947.926.251 600.187.822 87.009.643 10.427.067.279 517.852.754

100% 100% 100% 100% 75% 50%

2

7

3.366.643.513

7.151.723.908

29%

47%

1 1

4 4

264.611.294 129.100.259

338.544.175 279.039.503

25% 25%

78% 46%

1

6

699.337.694

2.811.503.628

17%

25%

1 1 1 1 1 1

7 7 8 9 10 10

968.612.897 13.999.736.082 1.273.617.380 318.326.574 223.137.034 101.335.817

1.720.370.622 25.647.926.825 2.209.144.807 1.354.979.297 9.245.859.295 6.238.773.275

14% 14% 13% 11% 10% 10%

56% 55% 58% 23% 2% 2%

Fonte: Dados em euros. FundsPeople com dados da Morningstar Direct. São comparados os fundos consistentes com a oferta com um track record superior a três anos em Portugal. São eliminadas as categorias de fundos de capital garantido, rentabilidade ou maturidade objetivo, de mercado monetário e de obrigações de muito curto prazo.

Entre as entidades gestoras com mais fundos registados no nosso país com track record superior a três anos, destaca-se a Candriam, com 21% dos seus 38 fundos no universo de análise a emergirem do nosso filtro quantitativo. Para além disso a entidade vê 37% dos ativos sob gestão concentrados nessas oito estratégias de investimento. Segue-se a Goldman Sachs AM com 18% dos fundos e 26% dos ativos a cumprir os critérios. No entanto, quando o critério são os ativos sob gestão em percentagem do total, é a Jupiter AM que sobressai, atingindo os 66% de ativos sob gestão em fundos que cumprem os critérios de consistência. Por fim, um destaque adicional para a Schroders, com o maior número de fundos MARÇO E ABRIL I FUNDSPEOPLE 39

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TENDÊNCIAS CAPA

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A OPINIÃO DE MÁRIO PIRES Clientes Institucionais e do Mercado Português, Schroders

O OURO COMO PORTO SEGURO

DO GLOBAL DAS 75 ENTIDADES GESTORAS, SÃO 12 AS QUE APRESENTAM MAIS DE UM QUARTO DA OFERTA A SUPERAR O DESAFIO DA CONSISTÊNCIA (21) e para a PIMCO com o volume mais elevado em fundos consistentes (103 mil milhões de euros).

DIMENSÃO INTERMÉDIA

No que se refere às entidades gestoras com uma oferta considerada na nossa análise entre os 10 e os 35 fundos sobressaem 29 nomes. Destes 29 destacam-se a Nomura AM, com 46% da oferta considerada a cumprir os critérios de consistência e 50% dos ativos nestas estratégias (6 das 14 estratégias). Seguem-se a Bluebay AM e a Polar Capital, com 38% e 36% respetivamente, sendo que estas duas entidades gestoras ultrapassam a Nomura AM no que se refere a ativos sob gestão concentrados nos fundos destacados (61 e 62%, respetivamente). A BlueBay AM é também a entidade no conjunto de empresas de dimensão intermédia com maior número de fundos consistentes, enquanto a Vanguard lidera por património em fundos consistentes. As entidades portuguesas concentram-se neste conjunto. A Caixa Gestão de Ativos com dois fundos consistentes, e a GNB GA, BPI GA e Montepio GA, com um. Um grande destaque para a entidade gestora

do grupo CGD, pelos seus 45% de património em fundos com histórico superior a três anos concentrados nas duas estratégias consistentes.

MENOR OFERTA

As entidades mais pequenas, ou pelo menos com menos fundos registados no nosso país são apresentadas em separado, já que algumas delas, com apenas um ou dois fundos no universo considerado, veem esse ou esses fundos ultrapassar os nossos critérios e atingem os 100% de consistência em ambos os critérios. É o caso da Fiera Capital, Arcano, SCOR e Alcentra, que lideram a tabela. Deste conjunto, destaque para a Eleva, com o maior número de fundos a superar o desafio da consistência pelos critérios da FundsPeople, e para a Flossbach von Storch com o maior volume de ativos em fundos consistentes (13,99 mil milhões de euros). O trabalho de gerir ativos não é fácil. Sabe bem isso quem os gere e quem investe, considerando a dificuldade que é selecionar os fundos e os ativos para compor as carteiras. Pelos nossos critérios, desta análise, fica claro que algumas gestoras sobressaem da concorrência.

Em tempos de grande incerteza, os investidores tendem a procurar refúgio em ativos que consideram mais seguros. Ao longo da história, o ouro tem desempenhado este papel e após a invasão da Ucrânia, a história repete-se. Desde 2020 que o preço do ouro rondava os 1800 dólares a onça. A 24 de fevereiro, com as tropas russas a avançar, a onça chegou aos 1978 dólares. Embora com algumas variações, acreditamos que a tendência, que já se tinha iniciado antes da invasão, poderá manter-se ao longo do ano. Além de ser uma reserva de valor em momentos de maior tensão nos mercados, há mais razões para procurar este porto seguro no presente contexto: uma é a possibilidade de caminharmos para um cenário de estagfla ão que tende a favorecer o ouro; outra relacionase com a falta de alternativas para a diversifi ação e mitigação do risco das carteiras de investimento. Por um lado, a atual situação compromete as anteriores perspetivas de crescimento e pressiona a infla ão, assim como o já elevado endividamento público. Por outro, a incerteza está a pressionar muitos outros ativos que poderiam ser alternativas. Muitas ações, por exemplo, tornaram-se bastante caras, ao mesmo tempo que instrumentos de cobertura, como as obrigações, têm rendimentos tão baixos que deixaram de ser vistas como opção. Embora o confli o geopolítico possa sustentar novos movimentos de alta, o ouro está a caminho de se tornar naquilo que os ingleses batizaram como TINA There Is No Alternative, porque não há outro porto seguro no horizonte.

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TENDÊNCIAS NEGÓCIO por Catarina Vinagre

AS DIFERENTES CORES DO ESG EM PORTUGAL Os responsáveis máximos de cinco entidades nacionais levantam a ponta do véu e contam de que forma estão a abordar a crescente aposta no investimento sustentável.

N

os últimos anos o investimento com critérios ambientais, sociais e de governance (ESG) registou um impulso brutal. Foram vários os catalisadores que estimularam a mudanças na oferta das entidades gestoras para fazer face à procura e às exigências dos reguladores, em permanente evolução. Os avanços do ponto de vista regulatório nesta matéria, a influência dos investidores, em especial dos mais jovens e mais despertos para as questões da sustentabilidade, e até a pandemia, são alguns exemplos. Esta tendência está a ganhar muita velocidade na Europa, e Portugal não

é exceção. Seja através do lançamento de novos fundos já ESG-oriented, através da implementação de mudanças provenientes de regulamentos legais como a SFDR, ou até através da aposta na formação dos seus profissionais, as gestoras nacionais têm feito um esforço para mais ser mais verdes, mais azuis... e outras tantas cores. Porque o ESG não é só verde. Como se materializam na prática esses esforços?A FundsPeople falou com os CEO das cinco maiores gestoras de fundos mobiliários nacionais para perceber como os máximos responsáveis destas entidades olham para a questão do ESG na sua oferta. A nota dominante é, sem dúvida, a de que o tema já não pode ser ignorado.

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Jorge Sousa Teixeira BPI Gestão de Ativos

TRANSVERSALIDADE

Esta é a palavra que o novo CEO da entidade usa para falar do tema da sustentabilidade na organização, onde 70% dos AuM em fundos pertencem a produtos artigo 8º. “A experiência de um investidor nas nossas soluções vai também mudar com as preferências ESG e esse caminho tem que ser preparado”, explica. Assim, o profissional onsidera que toda a estrutura tecnológica e organizativa da empresa teve e tem de continuar a ser ajustada para se adaptar ao ESG. “Estamos a falar de uma grande quantidade de informação e de informação muito díspar. Informação nova. Saber comunicar a informação certa com o cliente é muito importante”, refere.

https://bit.ly/3ww3126

Paula Geada Caixa Gestão de Ativos

VOZ ATIVA

Na Caixa Gestão de Ativos, o facto de estarem inseridos num grupo como a CGD é uma mais valia no tema. Como recorda Paula Geada, o grupo tem sido muito ativo em todas as vertentes do E, do S, e do G. e, portanto, consideram ter um forte aliado na construção do caminho rumo à sustentabilidade. Por outro lado, para a CEO é necessário mostrar que os fundos da casa refl tem as preocupações com este tema e que dentro da sua capacidade, a gestora intervém junto das empresas em que investe para que também elas façam este caminho. “Só em conjunto conseguimos criar um ecossistema bom para todos”, sublinha.

https://bit.ly/36mt5Sy

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TENDÊNCIAS NEGÓCIO

João Pina Pereira GNB Gestão de Ativos

PASSO A PASSO

Na GNB Gestão de Ativos a abordagem à temática é muito consciente das capacidades da própria entidade. Por isso, em termos de produto, a política de sustentabilidade vai gravitar entre o artigo 6º e o artigo 8º da SFDR. “Será muito difícil termos um fundo artigo 9º. Achamos que uma empresa pequena à escala global, como é o caso da nossa, não pode ter quaisquer veleidades de querer fazer o que é feito num fundo com artigo 9º”, explica. João Pina Pereira revela, porém, que “progressivamente vários fundos passarão a ser inseridos no artigo 8º” e já têm na mira a passagem de dois fundos para este artigo 8º.

https://bit.ly/3L24iBK

Emanuel Silva IM Gestão de Ativos

IMPORTÂNCIA VS. DIFICULDADE

Do lado da IMGA, o responsável da entidade acredita que “o tema da sustentabilidade é “extremamente importante” e que, por isso, é imprescindível estarem posicionados nele. Para já, conta, classifi aram os fundos entre o artigo 6º e o 8º, da SFDR, e criaram também um score interno para a parte ESG. Contudo, para o profissional, a grande transformação no ESG virá do lado dos clientes institucionais”, sendo ainda um espaço de pouca procura por parte dos clientes de retalho. Porém, o líder da IMGA considera que a legislação representa um obstáculo por ser muito densa e confusa. “Faltam dados, informação e padronização. É impossível fazer o que quer que seja neste tema sem o material para o fazer”, reitera.

https://bit.ly/3tvGsbU

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A OPINIÃO DE

Nuno Henriques Santander AM

COMPROMISSO

Conforme conta o CEO da Santander AM “existe um grande compromisso de que esta abordagem faça parte do ADN da entidade”. Além de a gestora ter a intenção de ver grande parte da gama de fundos de investimento da entidade classifi ada como artigo 8º da SFDR, ao nível do grupo Santander, é atribuído um rating interno a cada um dos emitentes em que investem sem o recurso a fontes externas de dados. Segundo Nuno Henriques, na entidade acreditam que “na avaliação de investimentos, se forem considerados critérios não finan eiros a par dos critérios tradicionais, não só haverá mais retorno, como também um impacto positivo a médio e longo prazo”.

https://bit.ly/3twx9bw

JOHANN PLÉ Gestor do fundo AXA WF ACT Dynamic Green Bonds, AXA IM

RUMO A CARTEIRAS DE INVESTIMENTO CADA VEZ MAIS VERDES Nos últimos anos, o aumento da consciência meio-ambiental estendeu-se de maneira global, chegando a consumidores, empresas e governos de todo o mundo. Consequentemente, a inquietude generalizada da população sobre a necessidade de reduzir o consumo energético ou preservar o nosso ecossistema, impulsionou um forte crescimento no mercado global de obrigações verdes. A mentalidade do investidor está a mudar e isso traduz-se numa maior presença de investimento responsável nas suas carteiras. Para dar resposta a esta tendência, da AXA IM colocamos à disposição dos investidores o fundo AXA WF ACT Dynamic Green Bonds, cujo objetivo é gerar receitas e crescimento a longo prazo, em linha com os vários ODS. Sob uma gestão ativa, especializada e flexível que permitirá aos investidores enfrentar melhor os ciclos de mercado, este fundo consolida a nossa oferta de obrigações de impacto, centrando-se em quatro pilares: edifícios verdes, ecossistema sustentável, transportes de baixas emissões de carbono e soluções energéticas inteligentes. As green bonds oferecem aos investidores uma fonte de melhor desempenho de longo prazo; de facto esperamos um aumento significativo na proporção de emitentes high yield e de mercados emergentes neste universo. MARÇO E ABRIL I FUNDSPEOPLE 45

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TENDÊNCIAS GESTÃO por María Folqué

OS FUNDOS DESTACADOS

PELOS SELECIONADORES

DO SUL DA EUROPA De um total de 554 fundos votados por mais de 100 selecionadores de Portugal, Espanha e Itália, 34 produtos obtiveram os votos para ser favoritos, e obtêm assim o Rating FundsPeople 2022.

O

s fundos destacados pelos analistas do Rating FundsPeople são o resultado da eleição dos analistas de fundos de Portugal, Espanha e Itália. Desde há sete anos que consultamos os selecionadores destes três países sobre quais são os seus produtos destacados. A cada um solicita-se uma lista com um máximo de 10 veículos, embora o número de votos emitidos efetivos varie. Em 2022, mais de 100 selecionadores de 89 entidades votaram em 554 fundos diferentes. Com

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DISTRIBUIÇÃO DE VOTOS POR CLASSES DE ATIVOS

FUNDOS DESTACADOS EM 2022, 2021 E 2020 1 Brown Advisory US Equity Growth

11%

2 Capital Group New Perspective Fund 3 DPAM Equities New Gems Sustainable 4 Eleva European Selection

15%

5 Eleva Absolute Return Europe 6 Flossbach von Storch Multiple Opportunities II 7 Fundsmith Equity Fund 8 Jupiter Dynamic Bond 9 MFS Meridian Funds Prudent Wealth Fund

ALTERNATIVOS

10 MFS Meridian Europe Value 11 Robeco Global Consumer Trends 12 Ruffer Total Return International

MULTIATIVOS

13 Seilern World Growth

OBRIGAÇÕES

FUNDOS DESTACADOS EM 2022, 2021, 2020 E 2019 1 Capital Group New Perspective Fund

AÇÕES

2 Eleva European Selection 3 MFS Meridian Funds Prudent Wealth Fund 4 MFS Meridian Europe Value 5 Seilern World Growth

51%

23%

FUNDOS DESTACADOS EM 2022, 2021, 2020, 2019 E 2018 1 Capital Group New Perspective Fund 2 Eleva European Selection 3 MFS Meridian Europe Value Fonte: elaboração própria

Fonte: elaboração própria

as votações de todos elabora-se a lista de fundos mais votados pelos selecionadores do sul da Europa. Para estar neste clube, um fundo deve acumular um mínimo de cinco votos. Até há quatro anos, os fundos teriam que receber votos em pelo menos dois países, mas desde então bastam cinco, mesmo que sejam de um só mer-

cado. Em 2016, a lista estava integrada por 19 fundos, valor que subiu para 23 em 2017, 26 em 2018, 31 em 2019 e que em 2020 alcançou um máximo de 50 nomes, para descer aos 34 em 2021, quantidade que se mantém em 2022. Desses 34 produtos, 16 foram votados nos três países, 14 em dois e quatro em um. Por tipo de ativos, as ações MARÇO E ABRIL I FUNDSPEOPLE 47

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TENDÊNCIAS GESTÃO

OS 34 FUNDOS QUE CUMPREM O CRITÉRIO DE DESTACADO PELOS ANALISTAS DO RATING FUNDSPEOPLE 2022 TOTAL

ESPANHA

ITÁLIA

PORTUGAL

PAÍSES

REPETE

Sim

1 Jupiter Dynamic Bond

26

6

4

16

3

2 Nordea Global Climate and Environment

19

8

5

6

3

ATIVO

FUND ID

Obrigações

FS00009ICU

Ações

FSUSA08QPP

Ações

FSUSA081ME

Ações

FSGBR051Q4

Ações

FS0000BOKI

3 Seilern World Growth

13

11

2

2

4 Morgan Stanley Global Brands

11

6

1

4

3

5 Eleva European Selection

10

5

1

4

3

6 PIMCO GIS Income

10

8

2

2

7 Capital Group New Prespective

9

7

1

1

3

Sim

8 MFS Meridian Prudent Wealth

9

4

3

2

3

Sim

9 Muzinich Enhancedyield Short-Term Fund

9

7

1

1

3

10 Ruffer Total Return International

9

1

1

13 Allianz Europe Equity Growth

8

11 Fundsmith Equity Fund

8

1

12 Pictet TR Atlas

8

3

14 DPAM Equities New Gems Sustainable

7

5

1

1

3

Sim

Ações

FSBEL078QQ

15 Eleva Absolute Return Europe

7

3

3

1

3

Sim

Alternativos

FS0000CBIW

16 Lonvia Avenir Mid Cap Europe

7

6

1

2

Ações

FS0000GFEL

17 MFS European Value

7

2

5

2

Sim

Ações

FSGBR05AJ8

18 Robeco Global Consumer Trends

7

6

1

2

Sim

Ações

FSGBR058MG

19 BlackRock Global Funds ESG Multi Asset Fund

6

1

2

3

3

Multiativos

FSGBR050PA

20 BMO Real Estate Equity Market Neutral

6

6

21 Eurizon Bond Aggregate RMB

6

4

7

3

8

1

1

6

3

1

4

3

1 1

1

3

1

2

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Obrigações

FS00009SWS

Ações

FS0000C519

Multiativos

FSUSA08SD2

Obrigações

FSGBR063EH

Multiativos

FS00008L2D

Ações

FSUSA07KTU

Ações

FS00009JQM

Alternativos

FS0000G74Y

Alternativos

FS00009W61

Obrigações

FS0000DNXR

Obrigações

FSUSA09XO9

Multiativos

FS0000BLWX

22 Flossbach von Storch Bond Opportunities

6

5

23 Man AHL Target Risk

6

5

24 PIMCO Dynamic Multi Asset

6

3

3

2

26 Robeco Global Premium

6

5

1

2

25 Wellington Enduring Assets

6

5

2

Ações

FS0000A3OF

27 BGF Continental European Flexible Fund

5

3

2

2

Ações

FSGBR06DY6 FSUSA0A9XI

28 Brown Advisory US Equity Growth

5

1

29 Flossbach von Storch Multiple Opportunities II

5

1

30 GQG Partners Emerging Markets Equity (GEM)

5

5

1

1

2

Sim

2 Sim

Multiativos

FS0000CDIR

Ações

FSGBR065SG

4

2

Sim

Ações

2

3

Sim

Multiativos

FS0000ADVX

1

Ações

FS0000D1NX FSUSA07NAU

31 Janus Henderson Horizon Pan European Absolute Return Fund

5

4

1

2

Alternativos

32 JPM Global Macro Opportunities Fund

5

3

2

2

Alternativos

FSGBR050MP

33 Morgan Stanley Asia Opportunity

5

5

34 Schroder ISF EURO Corporate Bond

5

1

1

3

1

Sim

Ações

FS0000CFPU

3

Sim

Obrigações

FSGBR050PO

Fonte: elaboração própria.

HÁ TRÊS FUNDOS QUE REVALIDAM A SUA CONDIÇÃO DE FAVORITOS PELO QUINTO ANO CONSECUTIVO

acumulam o maior número de destacados com 17 fundos e cerca de 51% dos votos, seguindo-se as obrigações com seis estratégias e cerca de 23% dos votos. Multiativos e alternativos contam com seis e cinco fundos e cerca de 15% e 11% de votos, respetivamente. Os pesos dos alternativos e dos multiativos apresentaram poucas variações, sendo a mudança mais significativa o aumento das obrigações para 23%, em

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A OPINIÃO DE DIOGO GOMES Senior CRM, UBS AM Iberia

COMO SE POSICIONAR DEFENSIVAMENTE SEM ABDICAR DA EXPOSIÇÃO AO MERCADO ACIONISTA?

detrimento dos fundos de ações, que em 2021 tinham alcançado 60% do total dos votos, o máximo até à data nos sete anos de história da votação.

OS NOMES PRÓPRIOS

Pelo terceiro ano consecutivo, o Jupiter Dynamic Bond encabeça a lista dos fundos mais votados, com 26 votos, um mais do que em 2021. Seguem-lhe o Nordea Global Climate and Environment com 19 votos e o Seilern World Growth com 13. Completam o Top 5 o Morgan Stanley Global Brands com 11, e o Eleva European Selection e o PIMCO GIS Income com 10. Três destes seis fundos já tinham sido escolhidos pelos selecionadores em 2021. Por gestoras, seis entidades contam com dois veículos destacados; trata-se da BlackRock, Eleva Capital, Flossbach von Storch, MFS IM, Morgan Stanley IM e PIMCO. Em 2018, nove dos 10 fundos mais votados receberam votos nos três países, número que desceu até quatro em 2019 e subiu até oito em 2020, ficou em sete em 2021 e situa-se em seis em 2022.

PERSISTÊNCIA E NOVIDADE

18 dos fundos eleitos em 2021 repetem-se em 2022. Há 13 que revalidam de forma recorrente a sua posição nos últimos três anos. O Brown Advisory US Equity Growth, o Capital Group New Perspectives, o DPAM Equities New Gems Sustainable, o Eleva European Selection, o Eleva Absolute Return Europe,o Flossbach von Storch Multiple Opportunities II, o

Fundsmith Equity Fund, o Jupiter Dynamic Bond, o MFS Meridian European Value, o MFS Meridian Funds Prudent Wealth Fund, o Robeco Global Consumer Trends, o Ruffer Total Return International e o Seilern World Growth. Apenas três fundos se mantêm na lista desde há cinco anos: o Capital Group New Perspectives, o Eleva European Selection e o MFS Meridian Europe Value . Quanto a novas entradas, a maioria (oito das 16) são fundos de ações. Destaca a forte entrada do Nordea Global Climate and Environment, um fundo de investimento sustentável sob o artigo 9 da SFDR que se tinha situado como o segundo mais votado. Para além disso, há três novos fundos de obrigações, três alternativos e duas novidades em multiativos: o BlackRock Global Funds ESG Multi Asset Fund e o Man AHL Target Risk. Em suma, continua a manter-se a preferência pelos fundos de ações, sobretudo pelos fundos de ações globais, europeias e americanas. Dos 34 fundos eleitos pelos selecionadores, há 15, em Portugal, que, para além de contarem com o apoio dos analistas, também são consistentes e líderes de vendas na Península Ibérica; o cumprimento dos três critérios em simultâneo fá-los merecedores do Rating FundsPeople+. Um ano mais queremos agradecer aos selecionadores de Portugal, Espanha e Itália que votaram, pela sua colaboração na elaboração desta lista que alimenta o Rating FundsPeople.

A presente conjuntura faz-nos procurar soluções com um certo carácter de proteção, mas sem renunciar à exposição ao mercado acionista. Uma forma de fazê-lo é através das ações de qualidade, com a capacidade de gerar um rendimento recorrente, seja através de dividendos, seja através de uma política de recompra de ações. Pela sua natureza, estas ações tendem a ser menos voláteis. Outra forma é gerar um rendimento extra através de uma venda sistemática de opções de compra. Por um lado abdicamos de uma parte do potencial de subida da ação, mas em troca percebemos o prémio da venda dessa opção. Também é pertinente limitar a exposição máxima por ação evitando assim a sobre-exposição a ações de grande capitalização, o que é particularmente relevante nos EUA e no setor tecnológico. Por último, há cada vez mais provas empíricas de que um investimento que incorpore critérios ESG tende a ser menos volátil e a ter um maior potencial de valorização. E se, em vez de implementarmos individualmente estas estratégias, o fi éssemos através de uma carteira diversifi ada, centrada em ações de qualidade com a capacidade de gerar rendimentos sólidos, complementada por uma estratégia de venda sistemática de opções de compra e um perfil de sustentabilidade acima de média? MARÇO E ABRIL I FUNDSPEOPLE 49

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TENDÊNCIAS ESTRATÉGIAS por Samuel Capucho

CARTEIRAS HIGH YIELD GLOBAIS O TRILHO PERCORRIDO EM DOIS ANOS DE PANDEMIA O que fi eram os gestores dos fundos globais de high yield com Rating FundsPeople nestes últimos dois anos? Se é importante lançar as perspetivas futuras, é igualmente importante fazer um balanço da alocação e perfil das arteiras durante este período excecional.

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EVOLUÇÃO DA ALOCAÇÃO GEOGRÁFICA ÁSIA DESENVOLVIDA AMÉRICA LATINA

ÁSIA EMERGENTE AMÉRICA DO NORTE

EUROPA DESENVOLVIDA REINO UNIDO

EUROPA EMERGENTE

ÁFRICA E MÉDIO ORIENTE

100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10%

2022-01

2021-12

2021-09

2021-06

2021-03

2020-12

2020-09

2020-06

2020-03

2020-01

0%

Fonte: Dados da Morningstar, com referência a janeiro de 2022

H

á dois anos começava uma pandemia que trouxe apoios fiscais e monetários massivos à economia mundial o que, juntamente com novas descidas nas taxas de juro, fez com que o investimento em obrigações não fosse tão atrativo como no passado. Durante este período, o segmento high yield foi olhado com especial atenção, uma vez que as condições de mercado exigentes em termos de procura de rentabilidade noutros segmentos do fixed income assim o exigiu. Se os gestores de fundos de ações têm vivido tempos favoráveis, os gestores de fundos de obrigações viveram tempos mais incertos e com muitos desafios. Alterações fortes nas políticas monetárias dos bancos centrais, subidas das taxas de juro e infl -

ção: três fatores que afetam a paz nos mercados de fixed income. Mas como terão estas estratégias adaptado a carteira a todos os acontecimentos destes últimos dois anos? Naturalmente, olhando para as principais características dos portefólios deste universo, a dívida corporativa é dominante. Mas a liquidez também desempenhou um papel relevante, principalmente durante o ano de 2020. Interessante será também observar o historial do rating de crédito destes fundos. Os dados de ratings de crédito das emissões que compõem as carteiras destes fundos são escassos e não permitem tirar conclusões significativas. Entre os que têm uma continuidade de dados que nos permite observar a evolução nos últimos dois anos, observamos que nenhum fundo subiu no

NENHUM FUNDO DESTE UNIVERSO SUBIU O SEU RATING MÉDIO DE CRÉDITO NOS ÚLTIMOS DOIS ANOS MARÇO E ABRIL I FUNDSPEOPLE 51

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TENDÊNCIAS ESTRATÉGIAS

EVOLUÇÃO DA ALOCAÇÃO SETORIAL MATERIAIS BÁSICOS ENERGIA

SERVIÇOS DE COMUNICAÇÃO

SERVIÇOS FINANCEIROS

CONSUMO CÍCLICO

SAÚDE

INDÚSTRIA

CONSUMO DEFENSIVO

TECNOLOGIA

UTILITIES

100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10%

2022-01

2021-12

2021-09

2021-06

2021-03

2020-12

2020-09

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0%

Fonte: Dados da Morningstar, com referência a janeiro de 2022.

rating médio que a carteira registava em 2020 e que verifica atualmente. Por outro lado, dois produtos verificaram uma descida no rating médio.

REGIÕES E SETORES ELEITOS

Embora estejamos a falar de fundos de obrigações globais, em média, a esmagadora maioria das carteiras esteve e

está investida em títulos norte-americanos. De facto, durante este período, o produto com maior exposição à região foi o T. Rowe Price Global High Yield Bond Fund, sendo que, em média, mais de 80% do seu portefólio contou com exposição à região. Este é um valor que contrasta com os valores registados pelo Janus Henderson Horizon Global High

FUNDOS DE OBRIGAÇÕES GLOBAIS HIGH YIELD COM RATING FUNDSPEOPLE EM PORTUGAL, ESPANHA E ITÁLIA FUNDO

ENTIDADE GESTORA

PATRIMÓNIO

BlackRock Global Funds - Global High Yield Bond Fund

BlackRock

BlueBay Funds - BlueBay Global High Yield ESG Bond Fund

BlueBay

343

PIMCO GIS Global High Yield Bond Fund

PIMCO

4.412 8.407

2.183

Robeco High Yield Bonds

Robeco

T. Rowe Price Funds SICAV - Global High Yield Bond Fund

T. Rowe Price

Candriam Bonds Global High Yield

Candriam

378

Candriam Sustainable Bond Global High Yield

Candriam

1.754

Janus Henderson Horizon Global High Yield Bond Fund

Janus Henderson Investors

1.336

1.051

Fonte: Morningstar Direct e FundsPeople. Dados de património em milhões de euros, com referência a janeiro de 2022. Não foram considerados fundos sem ou com poucos dados na plataforma e com uma média de rating de crédito superior a BBB+.

O SETOR FINANCEIRO TEM VINDO A GANHAR PESO NO AGREGADO DAS CARTEIRAS Yield Bond Fund, verificandomenos de 50% de exposição média à região. Já na Europa desenvolvida, que foi a segunda região a que estas carteiras estiveram mais expostas, verifica-se que é o fundo de cariz sustentável Candriam Sustainable Bond Global High Yield que neste período deteve, em média, maior alocação à região. A nível corporativo e europeu, atualmente, emissões de empresas como a Repsol, da empresa francesa Iliad e da espanhola Lorca Telecom Bondco, são das que mais peso têm na carteira. E, se olharmos para a alocação setorial, o setor tecnológico não é dos mais preponderantes nas carteiras, ao contrário do que vemos em fundos de ações, sendo que chegou mesmo a perder peso desde o início da pandemia. Contrariamente, o setor financeiro, que beneficia de um movimento deste tipo, tem vindo a ganhar peso no agregado das carteiras. Além disso, de notar que o setor energético não registou alterações significativas ao nível da sua ponderação,

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A OPINIÃO DE ANA CARRISSO Senior sales manager, Fidelity International

EXPOSIÇÃO POR PATAMAR DE DURAÇÃO MODIFICADA 2-3 ANOS

3-4 ANOS

4-5 ANOS

5-6 ANOS

6-7 ANOS

AS SOLUÇÕES CLIMÁTICAS PODERÃO REDUZIR AS NOSSAS FATURAS ENERGÉTICAS

7-8 ANOS

30%

25%

20%

15%

10%

5%

2022-01

2021-12

2021-09

2021-06

2021-03

2020-12

2020-09

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2020-03

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Fonte: Dados da Morningstar e estimativas da FundsPeople, com referência a janeiro de 2022.

apesar da montanha-russa que foi o comportamento do preço do petróleo ao longo dos últimos dois anos. Entre as emissões nas carteiras, alguns nomes mais comuns desta indústria são a Occidental Petroleum Corporation, NGL Energy Operating, Repsol e Cheniere Energy. Contudo, atualmente, é o setor industrial o que mais pesa nas carteiras, com uma exposição média de 19%. Historicamente, o fundo que mais exposição registou a este setor foi o BlueBay Global High Yield ESG Bond Fund. Entre as emissões mais preponderantes estão algumas emissões de empresas como a Global Aircraft Leasing e Alliance Data Systems. Logo depois vem o setor do consumo cíclico, cujo peso médio é atualmente de 18,6%. Desta indústria, entre alguns nomes mais relevantes para os gestores destes fundos está a Ardagh Packaging Finance, Victoria’s Secret e Schaeffler Group. Aliás, apesar de ter perdido preponderância desde o início da pandemia, este foi o setor predominante na

maior parte do período em análise, só ultrapassado nos meses mais recentes pelo setor industrial.

DETALHES DA DURAÇÃO

A volatilidade das taxas de juro trouxe agora a atenção dos investidores para a duração. No que toca a este ponto, a exposição da duração modificada das obrigações com maturidade entre cinco e seis anos é agora a mais preponderante no agregado das carteiras. De facto, desde o início de 2020, a alocação entre os seis e sete anos foi a que registou maior evolução. Na verdade, a alocação média concentra-se em boa parte entre os quatro e seis anos, sendo que as durações mais curtas, como os dois e três anos, e os períodos mais longos, como os sete e oito anos, não têm uma preponderância significativa. Este é um detalhe muito característico de fundos high yield. As obrigações inseridas neste segmento tendem a ter prazos de vencimentos mais curtos e são frequentemente resgatadas após os quatro anos.

A invasão da Ucrânia e a ameaça ao fornecimento de gás na Europa são o último capítulo na saga da volatilidade dos preços energéticos que, de forma imediata, pioram a crise do custo de vida, aumentando a pressão económica que sofrem muitos milhões de famílias até limites que não se imaginariam, até há uns meses. Até agora, a maior parte das soluções oferecidas pelas administrações públicas incluem ajudas económicas, um remendo de curto prazo que não contribui para proteger os consumidores contra futuros episódios de subida dos preços da energia. No entanto, há uma série de soluções de longo prazo que os responsáveis políticos podem implementar, que não só mitigariam o impacto dos elevados preços da energia e diminuiriam a nossa dependência de hidrocarbonetos, mas também reduziriam as emissões. Isso signifi a promover o uso do isolamento nos imóveis, as bombas de calor e hidrogénio verde, e endurecer os códigos de construção e atender às necessidades de financiame to. Em última instância, devemos acelerar a transição para as energias limpas se queremos alcançar os objetivos de emissões líquidas zero, e isto, por sua vez, contribuirá para reduzir a nossa exposição à volatilidade dos preços da energia. MARÇO E ABRIL I FUNDSPEOPLE 53

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TENDÊNCIAS PLANIFICAÇÃO por Miguel Rêgo, CFA

RATING FUNDSPEOPLE+ As três vertentes de análise que se complementam e conjugam no Rating FundsPeople+, elevam algumas estratégias de investimento a um patamar superior.

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OS FUNDOS COM RATING FUNDSPEOPLE+ EM 2022 FUNDO

ENTIDADE GESTORA

BlackRock Global Funds - ESG Multi-Asset Fund

PATRIMÓNIO

GATEGORIA GLOBAL

CATEGORIA MORNINGSTAR

BlackRock

5.866.760.783

Allocation

Eleva UCITS Fund - Fonds Eleva Absolute Return Europe

Eleva Capital

3.830.887.877

Equity

Long/Short Equity - Europe

Eleva UCITS Fund - Fonds Eleva European Selection

Eleva Capital

4.615.401.609

Equity

Europe Large-Cap Blend Equity

Eurizon

3.499.966.399

Fixed Income

Flossbach von Storch - Multiple Opportunities II

Flossbach von Storch

13.237.645.446

Allocation

JPMorgan Investment Funds - Global Macro Opportunities Fund

JPMorgan AM

5.878.797.710

Alternative

Jupiter Global Fund - Jupiter Dynamic Bond

Jupiter AM

9.321.576.188

Fixed Income

Man AHL TargetRisk Fund

Man Group

4.971.139.470

Allocation

MFS Meridian Funds - European Value Fund

MFS IM

4.875.041.174

Equity

MFS Meridian Funds - Prudent Wealth Fund

MFS IM

4.318.751.742

Allocation

Morgan Stanley IM

19.943.362.022

Equity

Global Large-Cap Blend Equity

PIMCO GIS Dynamic Multi-Asset Fund

PIMCO

6.983.821.620

Allocation

EUR Flexible Allocation - Global

PIMCO GIS Income Fund

PIMCO

61.120.460.015

Fixed Income

Robeco Global Consumer Trends

Robeco

5.976.901.750

Equity

Schroders

9.597.907.936

Fixed Income

Eurizon Fund - Bond Aggregate RMB

Morgan Stanley Investment Funds - Global Brands Fund

Schroder International Selection Fund EURO Corporate Bond

EUR Moderate Allocation - Global

RMB Bond - Onshore EUR Flexible Allocation - Global Macro Trading EUR Global Flexible Bond - EUR Hedged EUR Moderate Allocation - Global Europe Large-Cap Blend Equity USD Moderate Allocation

Global Flexible Bond - EUR Hedged Global Large-Cap Growth Equity EUR Corporate Bond

Fonte: Morningstar Direct, fevereiro de 2022.

E

m 2022 remodelámos o formato dos nossos ratings, mas não a sua essência. O trabalho que a FundsPeople executa todos os anos para filtrar a oferta de fundos em cada país não se alterou, apenas transformámos a forma como apresentamos os resultados. Mais especificamente, os fundos registados no nosso país podem ser marcados com o nosso indicador de destaque pelas três clássicas razões. 1. É um fundo que acumula cinco ou mais votos dos selecionadores do sul da Europa. 2. É um fundo que acumula um património relevante distribuído entre os investidores ibéricos. 3. É um fundo que ultrapassa os nossos critérios quantitativos de retorno e risco. Qualquer uma destas três qualidades permite a uma estratégia de investi-

mento obter o Rating FundsPeople. Contudo, são várias as combinações possíveis dessas qualidades que validam mais ainda a atratividade da estratégia. Um fundo destacado pelos analistas e com resultados consistentes está duplamente validado pelos nossos critérios. De igual maneira, um fundo com mil milhões de euros distribuídos na Península Ibérica, ao mesmo tempo que acumula uma dezena de votos de analistas, terá certamente muitas qualidades que o tornam apetecível. São detalhes e pormenores que podem ser consultados na ferramenta de pesquisa de fundos de investimento no website da FundsPeople e em artigos que vão sendo publicados ao longo do ano. Porém, o foco deste artigo é num conjunto de fundos específico. Um conjunto que agrega, em simultâneo, todas as qualidades que compõem o MARÇO E ABRIL I FUNDSPEOPLE 55

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TENDÊNCIAS PLANIFICAÇÃO

OS FUNDOS COM RATING FUNDSPEOPLE+ 2022 EM PORTUGAL, ESPANHA E ITÁLIA FUNDO

BlackRock Global Funds - ESG Multi-Asset Fund

ENTIDADE GESTORA

PATRIMÓNIO

GATEGORIA GLOBAL

CATEGORIA MORNINGSTAR

BlackRock

5.866.760.783

Allocation

Eleva UCITS Fund - Fonds Eleva Absolute Return Europe

Eleva Capital

3.830.887.877

Equity

Long/Short Equity - Europe

Eleva UCITS Fund - Fonds Eleva European Selection

Eleva Capital

4.615.401.609

Equity

Europe Large-Cap Blend Equity

Eurizon

3.499.966.399

Fixed Income

Flossbach von Storch

13.237.645.446

Allocation

EUR Flexible Allocation - Global

Man Group

4.971.139.470

Allocation

EUR Moderate Allocation - Global

MFS Meridian Funds - European Value Fund

MFS IM

4.875.041.174

Equity

MFS Meridian Funds - Prudent Wealth Fund

MFS IM

4.318.751.742

Allocation

Morgan Stanley IM

19.943.362.022

Equity

Global Large-Cap Blend Equity

PIMCO GIS Dynamic Multi-Asset Fund

PIMCO

6.983.821.620

Allocation

EUR Flexible Allocation - Global

PIMCO GIS Income Fund

PIMCO

61.120.460.015

Fixed Income

Robeco Global Consumer Trends

Robeco

5.976.901.750

Equity

Schroders

9.597.907.936

Fixed Income

Eurizon Fund - Bond Aggregate RMB Flossbach von Storch - Multiple Opportunities II Man AHL TargetRisk Fund

Morgan Stanley Investment Funds - Global Brands Fund

Schroder International Selection Fund EURO Corporate Bond

EUR Moderate Allocation - Global

RMB Bond - Onshore

Europe Large-Cap Blend Equity USD Moderate Allocation

Global Flexible Bond - EUR Hedged Global Large-Cap Growth Equity EUR Corporate Bond

Fonte: Morningstar Direct, fevereiro de 2022.

processo de definição dos fundos com Rating FundsPeople. Aqueles que estão no top of mind dos selecionadores de fundos de investimento, que atraem muito investimento ibérico e que nos apresentam números de retorno e risco que os posicionam entre os melhores da respetiva categoria. Os fundos com Rating FundsPeople+. São + porque sobressaem face aos seus pares pelas três vertentes distintas.

DESTAQUE EM PORTUGAL

https://bit.ly/3iSADz1

Ferramenta de pesquisa de fundos de investimento no website da FundsPeople

Em 2022, em Portugal, são 15 os fundos que merecem este especial destaque. Cinco fundos de alocação e cinco de ações, quatro fundos de obrigações e um alternativo. Temos representadas sub-categorias de obrigações corporativas e chinesas, ações long-short e

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A OPINIÃO DE ANA CLAVER GAVIÑA Diretora-geral da Robeco Iberia, Latam & US Offshore

O PAR INFORMAÇÃO E IMPACTO

ESTES FUNDOS SÃO + PORQUE SOBRESSAEM FACE AOS SEUS PARES PELAS TRÊS VERTENTES DISTINTAS DO RATING FUNDSPEOPLE

trading macro, entre várias outras, sem um pendor claramente definido. Por entidades gestoras, três sobressaem por posicionarem duas estratégias cada nesta nossa shortlist: Eleva Capital, MFS IM e PIMCO. No ano passado, fundos que obteriam esta classificação destacada seriam 12, enquanto no ano anterior ascenderiam a 18. Nos primeiros anos de existência do Rating FundsPeople, o número de fundos com a classificação equivalente a FundsPeople+ em Portugal não ultrapassava os 10, chegando a um mínimo de sete em 2017 e 2019.

DESTAQUE NOS TRÊS PAÍSES

Considerando os diferentes universos sobre os quais são aplicados o nosso filtro quantitativo e o critério de distribuição local de investimento, o conjunto dos fundos de investimento que acumulam os três critérios do nosso Rating acaba por ser distinto entre Portugal, Espanha e Itália. Contudo, das 15 estratégias destacadas este ano, 13 recebem o máximo destaque nos três países. Mais uma demonstração de consenso no apelo destas estratégias na construção de carteiras de investimento. Sabemos que ratings há muitos, mas a informação que alimenta o Rating FundsPeople é única e muito característica da relação de proximidade que se constrói entre a FundsPeople e a comunidade de gestão de ativos nas geografias em que se opera. São três vertentes de análise que se complementam e que, neste caso específico do Rating FundsPeople+ elevam algumas estratégias de investimento a um patamar superior.

Há vários anos que na Robeco falamos da importância de ser consciente do impacto do que fazemos. Na nova ótica que se está a impor, os investidores reclamam uma maior informação sobre os efeitos do seu capital. Não interessa unicamente entender como é que os riscos estão a afetar o meu negócio, também é importante conhecer como é que a minha atividade afeta o nosso contexto social e ambiental. Contamos com dados relevantes a nível setorial, mas necessitamos de dados a nível de emitentes, e isso representa um desafio para qualquer empresa por causa dos impactos a múltiplos níveis e localizações no mundo. A Robeco emprega uma ferramenta de seguimento de impacto própria para ajudar os investidores a quantifi ar o impacto das suas carteiras nos quatro indicadores ambientais mais signifi ativos: emissões de GEI, consumo energético, consumo e gestão de água, e geração de resíduos. Mediante esta ferramenta de informação analítica que informa quantitativamente por dólar investido, ajustar-se-ão as ponderações empresariais da carteira e maximizar-se-ão os impactos positivos, limitando os negativos. Os dados não são perfeitos, mas são suficie tes para tomar decisões de investimento mais bem fundamentadas. Na Robeco continuamos a ser pioneiros e pretendemos continuar a abrir caminho no mundo da sustentabilidade. MARÇO E ABRIL I FUNDSPEOPLE 57

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TENDÊNCIAS LEGAL

por Bruno Azevedo Rodrigues e Gonçalo Magro da Luz

REGIME DAS EMPRESAS DE INVESTIMENTO IMPACTO NAS SOCIEDADES GESTORAS DE PATRIMÓNIOS O novo regime traz uma concentração feita a nível de poderes de supervisão que beneficia odas as entidades envolvidas, bem como a sua compatibilização com os regimes em vigor. 58 FUNDSPEOPLE I MARÇO E ABRIL

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ano de 2022 tem sido marcado por alterações legislativas extremamente relevantes no âmbito das entidades supervisionadas pela CMVM, salientando-se diplomas como o novo Regime de Gestão de Ativos, em fase de consulta pública, e o Regime das Empresas de Investimento (REI) que entrou em vigor no passado dia 1 de fevereiro. Em ambos os casos, as alterações previstas apontam à simplificação dos regimes em vigor, numa ótica de aumento da competitividade das empresas portuguesas. Assim, foi reduzida a tipologia existente, passando a existir a figura única de empresa de investimento, cuja autorização irá, por si, definir os serviços e atividades de investimento que a mesma se encontrará autorizada a prestar. Apesar dos desideratos globais de imposição de maior celeridade e redução de custos regulatórios para a globalidade das instituições, o novo REI acaba por impor um regime mais exigente a entidades que, por exemplo, pretendam exclusivamente prestar o serviço

de consultoria para o investimento. Igualmente, se é verdade que às empresas de investimento de pequena dimensão fica reservado, em princípio, um regime prudencial menos exigente, verifica-se simultaneamente que o REI salvaguarda a possibilidade de a CMVM, após uma análise casuística, exigir um reforço dos requisitos aplicáveis (por exemplo, a nível de fundos próprios), extensível também às sociedades gestoras de patrimónios. Não obstante, a concentração feita a nível de poderes de supervisão bene cia todas as entidades envolvidas bem como a sua compatibilização com os regimes em vigor. Do mesmo modo, a introduzida oficiosidade do processo de registo, em sinergia com a unificação de todas as tipologias de empresas de investimento, representam passos importantes para a acessibilidade das atividades de investimento e a compreensão dos regimes relevantes por parte de eventuais interessados.

O NOVO REI ACABA POR IMPOR UM REGIME MAIS EXIGENTE A ENTIDADES QUE PRETENDAM EXCLUSIVAMENTE PRESTAR O SERVIÇO DE CONSULTORIA PARA INVESTIMENTO

GESTORAS PATRIMÓNIOS

Salienta-se ainda o artigo 16.º, no qual se definem as disposições transitórias, aplicáveis por inerência MARÇO E ABRIL I FUNDSPEOPLE 59

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TENDÊNCIAS LEGAL

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A OPINIÃO DE MIGUEL LUZARRAGA Responsável de Negócio para a Península Ibérica, AllianceBernstein

FORAM DADOS PASSOS IMPORTANTES PARA A ACESSIBILIDADE DAS ATIVIDADES DE INVESTIMENTO E A COMPREENSÃO DOS REGIMES RELEVANTES também às sociedades gestoras de patrimónios. Assim, a partir de 1 de fevereiro de 2022: 1. As comunicações passaram a ser dirigidas à CMVM; 2. Os procedimentos pendentes no Banco de Portugal atinentes à autorização para a constituição, fusão e cisão de sociedades gestoras de patrimónios, transitaram imediatamente para a CMVM, que decidirá nos seguintes termos: a) Os pedidos de autorização para a constituição convertem-se automaticamente em pedidos de autorização para início de atividade, começando a contar-se novos prazos, devendo ser apreciados em dois meses mas podendo este prazo ser prorrogado até um máximo de seis meses se forem solicitadas informações adicionais; b) os pedidos de autorização para fusão e cisão mantêm-se inalterados, começando a contar novos prazos de decisão, que não deverão exceder sessenta dias contados da receção da totalidade dos elementos. 3. Caso o Banco de Portugal já tenha autorizado a constituição de socie-

dades gestoras de patrimónios, não existindo ainda registo na CMVM: a) os registos pendentes na CMVM convertem-se automaticamente; b) na ausência de pendência de registo, deverá ser apresentado à CMVM um pedido de autorização para início de atividade, sendo os prazos de decisão da CMVM reduzidos para metade. 4. Os procedimentos administrativos que se encontrem pendentes no Banco de Portugal, nomeadamente os relativos a participações qualificadas ou alterações estatutárias, também transitam para a CMVM, começando a contar-se novos prazos. 5. O Banco de Portugal mantém a competência para a tramitação dos processos de contraordenação já abertos no âmbito do exercício de atribuições de supervisão prudencial. Por último, sem prejuízo das demais situações que podem dar origem à revogação da autorização, importa destacar o disposto pela alínea b) do n.º 1 do artigo 14.º, que prevê que a CMVM deverá revogar a respetiva autorização caso a empresa não tenha prestado quaisquer serviços de investimento ou exercido quaisquer atividades de investimento nos 6 meses precedentes.

RÚSSIA-UCRÂNIA: A GUERRA TEM IMPLICAÇÕES DURADOURAS PARA O INVESTIMENTO A tragédia na Ucrânia chocou o mundo. A paz e a segurança que prevalecem na Europa desde o colapso da URSS acabou. Irá a Europa mudar? Há muito que a Europa depende cada vez mais da energia russa. Antes da invasão, o país era responsável por cerca de 1/3 das importações de gás natural da UE. A Europa repensa agora as opções energéticas. Isto pode acelerar o impulso para as energias renováveis. Se a Rússia for excluída dos mercados europeus, poderá redirecionar as exportações para a China e outros países asiáticos. A defesa tornou-se uma prioridade europeia e as ações de alguns grupos europeus de defesa dispararam. Diz-se que a UE pode emitir obrigações conjuntas para financia estas necessidades. Seria uma mudança radical na integração política e económica da Europa, com implicações para os investidores. Esta situação recordou os investidores que podem ocorrer eventos geopolíticos de baixa probabilidade e impacto elevado, tendo de se repensar como aplicamos prémios de risco a grandes eventos geopolíticos. Pode-se concluir que os mercados europeus devem ser evitados, mas isso seria um erro. Embora a guerra tenha causado incerteza e mudanças a longo prazo, também pode levar a uma grande dispersão no desempenho dos setores, indústrias e empresas. Ao identifi ar empresas resilientes e menos expostas a ameaças a longo prazo, acreditamos que uma carteira europeia de ações pode estar bem posicionada para ajudar os investidores nesta altura difícil.

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Olhar para o future investindo em saúde AB International Health Care Portfolio

Robôs realizando cirurgia. Medicamentos sob medida para cada paciente. Médicos que visitam remotamente. A transformação do setor de saúde está criando excelentes oportunidades de investimento Mas como você pode investir com sucesso em ações de saúde? Você não precisa ser um luminar da ciência ou ter a capacidade de prever quais novos medicamentos terão sucesso. Por outro lado, é essencial identificar empresas de alta qualidade com soluções comprovadas para mercados em expansão. AB International Health Care Portfolio fa exatamente isso. Aprofundamos o cenário global para identificar empresas de sistemas de saúde e pacientes em constante mudança no século XXI. Investir em empresas que estão transformando o mundo da medicina pode permitir que você aproveite o grande potencial de retorno de longo prazo do futuro da saúde.

www.alliancebernstein.com/go/healthcareportfolio-pt Exclusivamente para profissionais de investimento. Não se destina a distribuição ou consulta pelo público em geral. O valor de um investimento pode diminuir ou aumentar e os investidores podem não recuperar o valor total investido. O capital está em risco.

Esta informação é publicada pela AllianceBernstein (Luxembourg) S.à r.l. Société à responsabilité limitée, R.C.S. Luxembourg B 34 305, 2-4, rue Eugène Ruppert, L-2453 Luxemburgo. Autorizada en Luxemburgo y regulada por la Commission de Surveillance du Secteur Financier (CSSF). IC20220034

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TENDÊNCIAS ADVISORY

por Paulo Câmara

GESTÃO DE EM ANGOL

UMA CARTO JURÍDICA A gestão de carteiras em Angola é tratada dentro do Código dos Valores Mobiliários como serviço de intermediação finan eira e rodeada de deveres jurídicos inspirados na matriz europeia. 62 FUNDSPEOPLE I MARÇO E ABRIL

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DE ATIVOS OLA

TOGRAFIA O

regime jurídico angolano relativo à gestão de ativos sofreu um salto qualitativo importante em 2015, em virtude da aprovação do Código dos Valores Mobiliários e dos instrumentos normativos que o complementaram. No âmbito da gestão coletiva de patrimónios avultam o Regime Jurídico dos Organismos de Investimento Coletivo e o Regime Jurídico dos Organismos de Investimento Coletivo de Capital de Risco, ao passo que no plano da gestão de carteiras deve reter-se em particular o Regime Jurídico das Sociedades Gestoras da Patrimónios.

Desde 2015, repousando sobre estes pilares normativos, o direito angolano respeitante à gestão de carteiras passou a estar caracterizado por um acompanhamento particular conferido às tendências regulatórias internacionais e às boas práticas transfronteiriças em matéria de supervisão, embora sem descurar as singularidades do contexto angolano. Trata-se de um ponto muito importante, dado que os riscos mais significativos da moderna gestão de ativos apresentam natureza internacional – tais como o risco sistémico, o risco de branqueamento de capitais e financiamento de terrorismo, o risco de conflitos armados e o risco de pandemias, que – como os tempos MARÇO E ABRIL I FUNDSPEOPLE 63

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TENDÊNCIAS ADVISORY

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A OPINIÃO DE LAURA DONZELLA Responsável de Distribuição Institucional e de Retalho para a Península Ibérica, América Latina e Ásia, Nordea AM

O DIREITO ANGOLANO RESPEITANTE À GESTÃO DE CARTEIRAS PASSOU A ESTAR CARACTERIZADO POR UM ACOMPANHAMENTO PARTICULAR CONFERIDO ÀS TENDÊNCIAS REGULATÓRIAS INTERNACIONAIS

recentes o demonstram - atravessam geografias e inevitavelmente também afetam de modo significativo o sistema financeiro De sua banda, as autoridades de supervisão angolanas têm-se mostrado muito empenhadas na cooperação internacional com organizações internacionais relativas ao sistema financeiro e com autoridades congéneres. Destaca-se a circunstância de a Comissão do Mercado de Capitais ser membro da IOSCO (International Organisation of Securities Commissions) desde 2014, tendo em 2020 incrementado o seu envolvimento nesta organização ao ser admitida ao Comité dos Investidores de Retalho da IOSCO.

EQUILIBRADO E SEGURO

Entre os principais traços do regime da gestão coletiva de ativos, anote-se a sujeição da aprovação dos organismos de investimento coletivo à Comissão de Mercado de Capitais, a par da exigência de prospeto. Uma feição particular respeita à responsabilidade das distribuidoras por danos causados pela sua atividade, que se estende em regime de solidariedade às entidades gestoras. Por seu turno, a gestão de carteiras é tratada no Código dos Valores

Mobiliários como serviço de intermediação financeira e rodeada de deveres jurídicos inspirados na matriz europeia (DMIF), nomeadamente o dever de informação, o dever de categorização de investidores, o dever de prevenção de conflito de interesses e o dever de adequação das decisões de investimento ao perfil do investidor. No seu todo, o regime resulta equilibrado e seguro. Neste âmbito, importa deixar claro o elevado potencial de crescimento da indústria de gestão de ativos em Angola, não apenas no que se refere à gestão de instrumentos financeiros (encorajada pela anunciada reforma próxima da BODIVA), mas também à gestão de fundos de investimento imobiliário – seja em fundos imobiliários tradicionais, seja em fundos ligados aos setores agrícola, mineiro ou florestal Apesar de animada pela recente subida do preço do petróleo, a economia angolana não pode cessar os esforços de diversificação. Deste ponto de vista, a indústria de gestão de ativos, bem como o enquadramento normativo correspondente, representam imprescindíveis e promissoras ferramentas de diversificação, de resiliência e de desenvolvimento da economia da República de Angola.

O SANTO GRAAL DOS INVESTIMENTOS: COMO ENCONTRAR O EQUILÍBRIO ADEQUADO? Como tudo na vida, encontrar o equilíbrio certo é uma das coisas mais difíceis de fazer, já que normalmente é um cenário binário (fazer uma escolha implica abdicar de outra). O mesmo se aplica aos investimentos, estamos sempre a tomar decisões (por exemplo aumentar ou reduzir a exposição a ações e/ou duração da carteira) que acabarão com resultados diferentes. Hoje em dia, os investidores enfrentam cada mais este tipo de decisões difíceis quando constroem as suas carteiras ou como as posicionam. Para além disso, os mercados finan eiros são muito imprevisíveis, dinâmicos e complexos para que se possa tomar a decisão correta a todo o momento, e sobretudo de forma consistente no longo prazo. Como resultado desta imprevisibilidade e complexidade, a Nordea apresenta a estratégia Nordea Stable Return, uma solução equilibrada com um histórico comprovado que pode navegar contextos de mercado complexos – encontrando o equilíbrio adequado entre os ativos que participam das subidas de mercado e os que proporcionam proteção nas quedas. Com uma abordagem bottom-up e de equilíbrio de riscos, a Nordea Stable Return combina estratégias agressivas e defensivas com baixa correlação, apresentando uma verdadeira diversifi ação e gerando resultados ajustados ao risco ao longo do tempo.

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FundsPeople.com, uma oferta completa de serviços Apresentamos o novo fundspeople.com, uma plataforma que recolhe toda a oferta de serviços que sob o conceito FundsPeople, evolving together definem a n ssa cultura, baseada em seis áreas estratégicas: News, Community, Events, Analysis, Learning e Data.

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Community

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TENDÊNCIAS I+D

por António Mello Campello e Francisco Louro

O METAVERSO COMO

INVESTIMENTO

O potencial para novas oportunidades na temática é enorme, mas, nesta fase, são tão grandes os riscos como as oportunidades.

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Metaverso já é defin do como um sucessor da internet atual. A atual internet que usamos, onde a versão digital desta revista foi publicada e onde muitos dos leitores da FundsPeople a estão a ler, seja no telefone ou no desktop, evoluiu da internet de linha dura da década de 1990. O Metaverso é a próxima fase dessa evolução. Essa próxima fase será uma experiência imersiva, persistente, sincronizada e com uma economia totalmente funcional e integrada; irá abranger e até fundir o mundo virtual e o mundo real. Será um mundo virtual 3D conectado utilizando tecnologias de realidade virtual (VR) e realidade aumentada (AR). Este universo está apenas a dar os primeiros passos. Ainda assim, levantam-se já inúmeras questões em termos legais, éticos e até filosófico Várias versões daquilo a que hoje chamamos Metaverso foram, ao longo dos anos, idealizados pelos estúdios

de cinema, desde Matrix até à série da Netflix, Black Mirror, mais recentemente. Hollywood tem-nos dado visões mais ou menos distópicas daquilo que será este universo. Mas será esta uma oportunidade de investimento? E como investir neste tema? A ARK Investment Management, da famosa gestora Cathie Wood, estima que já em 2025 o Metaverso irá gerar mais de 400 mil milhões de dólares. O imobiliário virtual é um dos principais meios de investimento. A ideia de gastar milhares ou milhões para a aquisição de terrenos num mundo virtual pode parecer absurda. Contudo, só em 2021 as vendas de imobiliário no Metaverso ultrapassaram os 500 milhões de dólares, estimando-se que este valor duplique este ano. Várias grandes empresas, marcas e investidores já entraram neste mercado, na esperança de virem a ser os primeiros naquela que poderá vir a ser a Manhattan ou o Mónaco do mundo virtual.

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Casa recentemente adquirida no Decentraland por 2,4 milhões de dólares Fonte: Decentraland através da Infomoney.com.br

Existem várias plataformas para a compra a de imobiliário no Metaverso (a Sandbox e a Decentraland são dois exemplos). Para os investidores, a grande questão é como atribuir valor a um ativo sem histórico, cuja escassez é artificial e cujo futuro é uma total incógnita. A outra via de investimento neste mundo será através de empresas que estão empenhadas no seu desenvolvimento. A empresa dona do Facebook, é a mais óbvia, alterou até o seu nome para Meta Platforms, em outubro de 2021, tamanha é a importância que a empresa atribui ao Metaverso para o seu futuro. No entanto, existem outras inúmeras empresas que se posicionam nos vários segmentos da cadeia de va-

PARA OS INVESTIDORES QUE NÃO QUEIRAM PARTICIPAR EM ALGO COMO IMOBILIÁRIO VIRTUAL, FORAM JÁ CRIADOS INÚMEROS ETF EXCLUSIVOS SOBRE O METAVERSO

lor. A Nvidia ou a Clouflare estão já a desenvolver as infraestruturas essenciais para o funcionamento deste universo. A Microsoft e a Roblox desenvolvem plataformas de gaming onde os mundos virtuais são criados. A Tencent e a Snap (dona do Snapchat) estão a expandir a suas plataformas de e-commerce e publicidade para dentro Metaverso.

SETOR FINANCEIRO

Como não podia deixar de ser, o setor financeiro quer participar desta nova oportunidade. Assim, para os investidores que não pretendem ainda arriscar em algo ainda tão desconhecido como o imobiliário virtual ou que não têm simplesmente tempo para procurar emMARÇO E ABRIL I FUNDSPEOPLE 67

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TENDÊNCIAS I+D

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A OPINIÃO DE RALPH ELDER Diretor-geral para a Península Ibérica e América Latina, BNY Mellon IM

A REVOLUÇÃO BLOCKCHAIN ACELERA

METAVERSO: MENÇÕES EM TRANSCRIÇÕES DE CONFERÊNCIAS DE RESULTADOS (1º trimestre de 2020 - 4º trimestre de 2021)

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MENÇÕES

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O eixo horizontal indica o trimestre de lançamento dos registos e não os trimestres fi cais específi os de cada empresa. Atualizado a novembro de 2021. Fonte: GlobalData Filing Analytics Database; Disruptor Intelligence Center.

presas que atuem no Metaverso, foram já criados inúmeros ETF exclusivos do tema. O Roundhill Ball Metaverse ETF, foi um dos primeiros, o Fount Metaverse ETF detém em permanência 50 empresas que estão envolvidas no tema e mais recentemente a gigante ProShares lançou o ProShares VERS ETF… são alguns exemplos. O Mertaverso não será apenas uma ferramenta de entretenimento e ócio, o trabalho remoto que ganhou tanta relevância com o COVID-19, terá ainda mais relevância neste universo. Em vez de entrar no carro para se deslocar ao local de trabalho, os defensores da realidade virtual (VR) oferecem a alternativa de simplesmente se utilizar

o headseat de VR, entrar no escritório virtual do empregador e trabalhar remotamente enquanto ainda se colabora com outras pessoas. O potencial para novas oportunidades é enorme, mas estas são águas ainda muito pouco exploradas. Estamos nos primórdios da exploração deste universo virtual. São tão grandes os riscos, como as oportunidades. Como vimos em tantos outros momentos da história, irão aparecer um sem fim de especialistas, como acontece atualmente com as criptomoedas, através do Youtube ou Facebook, e até à porta das nossas casas, mas quem quer que, neste momento, se afirme um especialista no Metaverso é o seu oposto!

Até agora, a tecnologia de registo distribuído conhecida como blockchain ou cadeia de blocos associou-se principalmente às criptomoedas, mas isto poderá estar a ponto de mudar à medida que as empresas, as agências governamentais e os particulares, se deem conta desta tecnologia para gerar eficiência , reduzir custos e melhorar a segurança. Podemos vir a assistir a um acontecimento de criação de valor tão importante como o aparecimento da internet. A blockchain é uma ferramenta transacional e uma nova forma de tecnologia de consenso que elimina os intermediários e faz com que as transações sejam mais baratas, mais rápidas e mais seguras. Até agora, a função mais conhecida da blockchain foi a área das finan as descentralizadas, mais concretamente na transferência de valor. A forma mais pura são as criptodivisas, mas esta tecnologia pode também ser usada noutros âmbitos como os seguros, as finan as alternativas (como o crowdfunding), as remessas internacionais e o financiame to de consumo. A blockchain, além disso, oferece muitas possibilidades para as empresas que querem proporcionar serviços finan eiros com um menor custo, com maior rapidez e segurança. Outro uso são os ativos tokenizados, que convertem bens físicos ou digitais em tokens não fungíveis (NFT) que podem ser comprados ou vendidos.

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TENDÊNCIAS FUNDS SERVICES por Regina R. Webb

MARKETING

INTERNACIONAL

COM UM OLHAR LOCAL O crescente interesse por personalizar a experiência do cliente está a levar as gestoras internacionais a ampliar as suas equipas de Marketing na Península Ibérica. Analisamos a tendência por detrás das últimas contratações.

C

ristina Cobián na AllianceBernstein. Isabel Rodríguez na Invesco. Julian Dipp na Jupiter AM. Mencía Rosillo-Daóiz na T. Rowe Price. Cristina Castro na Vontobel AM. Marta Martín Bernard na Fidelity. Seis contratações que nos mostram como, cada vez mais, as gestoras internacionais estão a apostar na criação de equipas de Marketing especializadas na região da Península Ibérica. E estas nomeações chegam adaptadas às novas necessidades do mercado. “Procuramos um perfil especializado em digital, com uma ampla experiência no uso de ferramentas digitais que nos ajudam a desenvolver-nos por essa via”, conta Javier Marquina, responsável de Marketing da Invesco para a Península Ibérica, América Latina,

US Offshore e Israel. São perfis com um expertise concreto, mais digital. Algo que vemos também na equipa de Schroders, que conta com Júlia Saéz, digital marketing executive. Pelo contrário, há gestoras que mantêm os seus esforços de maneira centralizada. Seja a partir do seu hub no Luxemburgo, como a Nordea AM, Londres como a MFS Investments, ou EUA e Reino Unido como é o caso da Goldman Sachs. Dito isto, ambas reconhecem a necessidade de reforçar os seus departamentos de Marketing. Como exemplo, na MFS a equipa de Londres duplicou-se nos últimos quatro anos com o objetivo de fortalecer o apoio ao negócio de retalho europeu. “Reconhecemos as necessidades únicas e diferentes em todos os mercados que servimos e asseguramo-nos de adaptar os nossos esforços de marMARÇO E ABRIL I FUNDSPEOPLE 69

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TENDÊNCIAS FUNDS SERVICES

A APOSTA NO MARKETING DAS 20 MAIORES GESTORAS INTERNACIONAIS NA PENÍNSULA IBÉRICA GESTORA

BLACKROCK

EQUIPA DE MARKETING LOCAL

Sim

MEMBROS DO DEPARTAMENTO DE MARKETING NA PENÍNSULA IBÉRICA E OUTROS MERCADOS

Lena Ketterle

AMUNDI

Sim

María Treviño, Laura Uger e Rosa Montequín

J.P. MORGAN AM

Sim

Susana de Miguel García e Cristina Castellanos de Diego

DWS

Sim

Mar Ruano e Paula Martínez

FIDELITY INTERNATIONAL

Sim

Marcos Arteaga, Ignacio Rambaud e Marta Martín Bernard

PICTET AM

Sim

José Daniel e Begoña Calvo Lorca

MORGAN STANLEY IM

N/A

N/A

ROBECO

Sim

N/A

INVESCO

Sim

Javier Marquina, Alejandra Hernández e Isabel Rodríguez

BNP PARIBAS AM

Sim

Teresa García

ALLIANZ GLOBAL INVESTORS

Sim

David Anglés, Marina Espigares e Maga Alfonzo

SCHRODERS

Sim

Pilar Vila e Júlia Sáez

PIMCO

Centralizado

N/A

M&G INVESTMENTS

Sim

Elena Crespo, Carmen García e Ana Fraga

CARMIGNAC

Sim

Alizée Hisquin

AXA IM

Sim

Emma Martínez

NORDEA AM

Centralizado

N/A

SPDR STATE STREET

Misto

Elisa Valbuzzi

MFS INVESTMENTS

Centralizado

N/A

GOLDMAN SACHS AM

Centralizado

N/A

Fonte: elaboração própia com respostas das próprias entidades. Questionário realizado às 10 maiores gestoras internacionais por património no mercado ibérico. Algumas equipas de Marketing cobrem a partir da Península Ibérica mercados adicionais como a América Latina, US Offshore ou Israel.

keting segundo seja necessário”, afi mam da gestora. E em terceiro lugar, há entidades que mantêm um sistema híbrido. É o caso da State Street Global Advisors. As equipas de SPDR para a Península Ibérica e Itália recentemente consolidaram-se num hub ou super-região como o denominam. Assim, a sua responsável de Marketing dedicada à Península Ibérica trabalha a partir de Milão.

MARCAR A DIFERENÇA

No entanto, a tendência geral entre as grandes empresas internacionais na região ibérica é apostar nas equipas nacionais. Vemo-lo refletido num questionário que a FundsPeople lançou a

20 gestoras internacionais com mais património na Península Ibérica. Das 20 entidades, 14 contam com um departamento de Marketing local. E não apenas isso, várias são formadas por pelo menos dois membros sénior. “É fundamental contar com um perfil local que conheça as entradas e saídas do mercado nacional e que possa ajudar a estar muito mais próximo dos nossos clientes e entender melhor as suas necessidades para oferecer soluções que melhor se adaptem”, explicam a partir da BlackRock. É um sentimento que partilham todas as gestoras internacionais. Casas como a Amundi veem este tipo de perfil chave para poder adaptar os seus recursos às necessi-

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A OPINIÃO DE HARRY RICHARDS E ANNA KARIM Gestor de fundos e diretora ESG de Fixed Income, Jupiter AM

OS NOVOS PERFIS DE MARKETING SÃO DIGITAIS dades concretas do cliente de cada país. E a partir da DWS são coincidentes. O conhecimento de uma equipa de Marketing na Península Ibérica permite ganhar eficiência. “Grande parte deste conhecimento que adquirimos do mercado português e espanhol nutre-se da proximidade do marketing local com a equipa de vendas local, que são quem mais conhece os clientes e as suas necessidades”, afirmam. “Esta interação entre as duas equipas pode marcar a diferença na hora de adaptar e desenhar iniciativas à medida”. As gestoras veem-no como um motor para o desenvolvimento e uma porta para sinergias entre players locais e outras áreas de atividade. “Ajuda a acelerar o negócio quando as equipas comerciais e de marketing/comunicação trabalham em uníssono e como um tandem num mesmo país”, assinala Teresa García, diretora de Marketing para Portugal e Espanha da BNP Paribas AM. A comunicação e a publicidade cada vez têm um papel mais relevante no desenvolvimento comercial. E ter uma equipa local significa poder elaborar ações e conteúdo à medida. “Em questão de conteúdos, por exemplo, não se trata apenas de adaptar (ou traduzir), mas sim de realmente avaliar se são de interesse para o mercado e adaptá-los adequadamente”, argumentam da DWS. Filtrar, mas sobretudo, adaptar os distintos conteúdos, atividades e comunicações criados a nível central. Gestoras como a Fidelity veem-no como um pilar fundamental da sua estratégia. “Como se costuma dizer,

pensa global e atua local”, comentam. “O melhor serviço dado ao nosso cliente é aquele que melhor se adapta às suas necessidades”, defende Begoña Calvo, responsável de Marketing para a Península Ibérica e América Latina da Pictet AM. Por isso, a gestora desenvolveu uma estratégia multicanal completa. O objetivo: estar presentes no futuro dos seus clientes. “Não se trata simplesmente de estar atualizados, mas sim de ser os primeiros a estar”. À medida que a Península Ibérica cresce como mercado, a estratégia de negócio também deve evoluir. “O mercado ibérico é muito competitivo e sofisticado”, conta David Anglés, diretor de Marketing para a Península Ibérica da Allianz GI. “Ao mesmo tempo, o crescimento dos segmentos de banca privada e de consultoria faz com que cada vez seja mais relevante contar com conteúdo em espanhol ou português de maneira regular”. A M&G Investments, por exemplo, tomou a decisão de transferir a função de marketing de Londres para Madrid há quatro anos, em linha com a estratégia de combinar as equipas de Marketing central, centros de excelência especializados em distintas áreas, e um enfoque descentralizado para as equipas de Marketing que dão suporte aos escritórios locais na Europa e na Ásia. O objetivo, contam, é estabelecer uma estratégia de marketing mais alinhada com as prioridades e objetivos locais do negócio. “A contribuição e o valor acrescentado é mais consistente e tangível em cada país”, destacaram.

RUMO ÀS EMISSÕES LÍQUIDAS ZERO DE CARBONO: ANÁLISE DA PEGADA DE CARBONO DOS EMITENTES DE OBRIGAÇÕES Estamos comprometidos com a transição para uma economia com emissões líquidas zero de carbono. Os níveis de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera são hoje mais altos do que há milhares de anos. Para o planeta Terra ter um futuro sustentável, a economia global precisa urgentemente de fazer a transição para as emissões líquidas zero. Os gestores ativos podem desempenhar um papel importante nessa transição. Antes de investir em obrigações de uma empresa, realizamos uma análise de crédito extremamente minuciosa, que integra uma análise ambiental, social e de governação (ESG) completa, juntamente com um trabalho de avaliação da empresa, das suas finan as e do seu valor relativo. Uma das nossas convicções essenciais é que devemos assumir o problema do carbono, e não descartá-lo. As políticas de pura exclusão aplicadas a setores com emissões elevadas podem reduzir a pegada de carbono de um portefólio, mas evitam o cerne do problema. Não descartamos a hipótese de investir em empresas com uma fraca pegada de carbono. Se acreditarmos que a empresa consegue mudar, que a sua equipa de liderança está empenhada e que é possível fazer progressos palpáveis, podemos continuar a investir. Em última análise, acreditamos que o envolvimento, mais do que uma exclusão geral, é essencial para combater a emergência climática. MARÇO E ABRIL I FUNDSPEOPLE 71

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ENTREVISTAS GURU por Regina R. Webb

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Não nos podíamos sentar com Vivek Bommi em dia mais incerto. A guerra na Ucrânia chegava ao décimo quinto dia, e apenas uma hora mais tarde estava prevista a reunião do Banco Central Europeu, a primeira comunicação ao mercado desde que estalou o conflito. É um contexto de mercado que requer agilidade; flexibilidade. E sobretudo temperança. Se há algo que Bommi tem claro é que a resolução deste conflito não será fácil nem rápida, pelo que há que ter em mente a ideia de um cenário de menor crescimento global. Mas a volatilidade não é algo que inquiete o gestor. “No final de contas, somos gestores ativos por algo”, sentencia. TNE

DIRETOR DE OBRIGAÇÕES EUROPEIAS E DIRETOR DE CRÉDITO EUROPEU E GLOBAL MARÇO E ABRIL I FUNDSPEOPLE 73

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ENTREVISTAS GURU

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ivemos tempos incertos. É uma frase que parece que perdeu um pouco do valor tendo em conta que em apenas dois anos temos vivido uma pandemia com a sua consequente crise económica. Mas a verdade é que agora nos encontramos imersos noutro acontecimento que marcará os livros de história. Uma guerra. Uma guerra na Europa, para além disso, que é algo que não víamos desde os anos 80. E não é o único eco que nos chega do passado. Os níveis de inflaçãonos países desenvolvidos também nos transportam para os anos 70. Neste contexto de muito mais perguntas do que respostas, sentamo-nos com Vivek Bommi, responsável pelas estratégias de obrigações europeias da AllianceBernstein. Assim, a pergunta sobre o cenário central em que se move é mais complexa do que nunca. “Inclusive se o conflitoterminasse rápido, algo que é pouco provável, mas não descartável, não ficaclaro que as sanções impostas à Rússia seriam levantadas de imediato”, reconhece Bommi. Isso significa que há que trabalhar com um cenário de menor crescimento. Porque o gestor também não vê fatores que voltem a baixar os preços da energia. Ao fim e ao cabo, o crude e outras matérias primas já se encontravam numa senda de subida, inclusive antes do conflito. E se o cenário macroeconómico mudou, também terá que adaptar-se o discurso dos bancos centrais. Sim, outra vez. “Há dois meses esperava-se que o Banco Central Europeu se desligasse das subidas de taxas que estava a encarar a Reserva Federal. Colocou-se no preço um BCE mais agressivo e restritivo. E agora? Agora talvez tenham de pivotear de novo. A reflexão que temos de fazer como gestores é sobre o que implica passar de uma subida de taxas em 2022 para nenhuma”, interpreta Bommi. Mas, se o BCE optar por uma senda de normalização monetária, isso implica que no médio prazo terão que ser

mais agressivos? Na opinião do gestor, não necessariamente. “Há que perguntar: para que é que um banco central sobe as taxas de juro? Para desacelerar uma economia. De certo modo, a própria inflação já é também um travão no crescimento”, diz o gestor. “Uma subida de taxas não trava a inflação. É mais uma consequência secundária. Se sobem as taxas, trava-se a procura, e isso, por sua vez, esfria as subidas dos preços”, acrescenta. A inflação continua a ser a grande incógnita para os mercados. Para além de como se desenvolvem os eventos exógenos, como é o caso da geopolítica. Por exemplo, soam cada vez mais os temores de um cenário de estagflação como os vividos nos anos 70. Ou seja, um ciclo de elevada inflação, mas com um crescimento débil. O gestor não acredita que estejamos nesse ponto. “O aumento dos preços do crude nos anos 70 deveu-se a um choque na oferta. Agora não estamos nessa situação. O petróleo que a Rússia produz não desapareceu do mercado”, argumenta.

AGILIDADE

E como se traduz tudo isto numa carteira de obrigações? Em primeiro lugar, tudo requer muita agilidade. Em questão de semanas as carteiras tiveram que se adaptar a um cisne negro. Mas isso não é algo que inquiete Bommi. “A volatilidade não nos assusta. No finalde contas, somos gestores ativos por algum motivo”, sentencia o gestor. O que se pode fazer é extrair algumas lições destas jornadas de volatilidade. A principal: que um ativo refúgio não se valoriza até que seja verdadeiramente necessário. Falamos, claro, das obrigações governamentais. “Antes de ter estalado a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, o apetite por governamentais estava em mínimos, mas quando chegou o pico de volatilidade os ativos refúgio voltaram a aportar valor”, defende. Por isso, o gestor vê valor em estabelecer um equilíbrio entre obrigações corporativas e sobe-

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“A VOLATILIDADE NÃO NOS ASSUSTA. NO FINAL DE CONTAS, SOMOS GESTORES ATIVOS POR ALGO”

UMA VISÃO 360º DAS OBRIGAÇÕES EUROPEIAS Vivek Bommi é diretor de obrigações europeias e diretor de crédito europeu e global na AllianceBernstein. O gestor lidera as equipas da AB de obrigações europeias/britânicas, obrigações europeias, obrigações euro high yield, crédito finan eiro e crédito global. Conta com mais de 20 anos de experiência em investimentos, com expertise tanto em investigação como na gestão de carteiras.

ranas. Na verdade, a sua alocação a obrigações de governos rondava os 35% a meio de março. Quanto à sua exposição a crédito, estão a enfocar-se na parte de maior qualidade de crédito dentro do high yield. Por sua vez, estão a reduzir a posição em obrigações triplo C. É o posicionamento que Bommi está a aplicar a várias das estratégias que gere. Entre elas, o AB European Income Portfolio. Este fundo de obrigações europeias com orientação para a geração de rendimentos tem o duplo objetivo de maximizar o retorno atual enquanto preserva capital. Para o conseguir mantém uma carteira diversificada de títulos de obrigações com uma classificação de grau de investimento e inferior ao grau de investimento, emitidas por empresas e governos europeus. Também tem flexibilidadepara investir em alguns emitentes não europeus. Assim, a equipa gestora aplica um enfoque multisetorial em busca das melhores oportunidades. O resultado é uma carteira que compensa de forma dinâmica os ativos de obrigações high yield denominados em euros com as obrigações de dívida pública de baixo risco, para obter rentabilidade de diversas fontes. MARÇO E ABRIL I FUNDSPEOPLE 75

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ENTREVISTA ENTREVISTA GESTOR

por Samuel Capucho

TEMPOS LIVRES Marta Peréz gosta de nadar, praticar ioga e fazer longas caminhadas. Adora também a natureza e participa em atividades de conservação da flo esta.

Marta Pérez GESTORA DO SANTANDER SUSTENTÁVEL, SANTANDER ASSET MANAGEMENT

“UM FUNDO QUE SE GERE EM EQUIPA COM UMA ABORDAGEM MUITO CLARA DE SUSTENTABILIDADE” O fundo mais sustentável da oferta da Santander Asset Management, com Rating FundsPeople 2022, é caracterizado por ser um fundo conservador. A gestora explica as diferentes fontes de retorno, como planeiam a carteira, e o processo de investimento ESG.

O

Santander Sustentável é a versão mais ESG dos fundos que compõem a oferta da Santander Asset Management e um dos fundos com Rating FundsPeople 2022. À FundsPeople, Marta Perez, da equipa de gestão, revelou que a disciplina e dinâmica são duas palavras que caracterizam a equipa de 20 pessoas que tem sobre si a responsabilidade de gerir este fundo multiativos. Disciplina pelo fundo ser gerido com um processo muito sistemático. Dinâmica por todo o processo de investimento requerer o envolvimento de três departamentos de Global Multiasset Solutions (GMAS). Marta Pérez também desvendou o processo de investimento que o Santander Sustentável adota. O fundo tanto faz investimento indireto, como investimento direto. Con-

tudo, é na componente obrigacionista - que abarca vários espetros de risco - onde a fatia de investimento se leva a cabo maioritariamente através de fundos terceiros. No entanto, uma coisa é transversal a todas as classes: a escolha de ativos sustentáveis. A ponderação destas várias fontes de retorno só é possível realizar através do envolvimento de três departamentos de Global Multiasset Solutions: a equipa de Tactical Asset Allocation, de Portfolio Construction e Risk Modelling, e de Strategy Selection. Cada uma destas equipas tem a sua respetiva função: desde interpretar o mercado e determinar a seleção de ativos ótima para o fundo em cada momento, decidir como se ponderam cada um dos ativos no fundo, e selecionar as estratégias.

ABORDAGEM SUSTENTÁVEL

É precisamente na componente acionista que o investimento direto predomina. A esse nível, a profissional acrescenta que “há uma estratégia própria do Santander que tem de cumprir critérios ESG, sendo supervisionada num comité de sustentabilidade”. Mesmo no caso de fundos de terceiros, a escolha recai sempre em produtos sustentáveis, reitera a profissional. “O normal é que a etiqueta sustentável venha indicada no próprio nome do produto, mas, normalmente, são produtos que na nomenclatura SFDR são, no mínimo, artigo 8”, aponta. “Destaco que temos uma equipa ESG dedicada exclusivamente a manter esta informação e a analisar os nossos fundos do ponto de vista de sustentabilidade”, afirma Marta Pérez. Neste ponto, revela a importância que o próprio rating da casa – o SAM ESG Score – tem. Assim, qualquer ativo que compõe o fundo terá o seu score atribuído. “Não são investíveis as empresas com pior pontuação face ao seu peer geográfico e setorial, estabelecendo-se um ranking por percentil e eliminando as empresas que estejam do percentil 40 para baixo”, esclarece. A juntar a estes critérios, a profissional afirma também que, à semelhança do que é normal nos produtos mais sustentáveis, “há certas empresas que não podem deter em carteira, tais como as que investem em atividades controversas”. Mas o pilar da sustentabilidade não fica por aqui. Marta Pérez indica ainda que “há processos de engagement com as empresas conscientes do impacto negativo que as suas atividades têm no meio-ambiente e sociedade, e que trabalham para oferecer soluções sustentáveis aos clientes”, conclui.

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ENTREVISTAS GURU por Óscar R. Graña

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Se há uma classe de ativos que hoje em dia representa uma verdadeira dor de cabeça para os investidores essa é, sem dúvida, as obrigações. Por esse motivo, não parece casual que a BNY Mellon IM tenha eleito Paul Brain, um dos gestores de obrigações mais reputados do Reino Unido, como o primeiro gestor que traz à Península Ibérica desde o estalar da pandemia. Porque o cliente necessita de soluções que lhe permitam superar com sucesso o intrincado e complexo panorama que enfrenta o mercado de obrigações. E necessita delas já. TNE

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ENTREVISTAS GURU

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endo em conta o elevado peso das obrigações nas carteiras dos investidores ibéricos, e a difícil situação que atravessa o mercado de obrigações, não parece casual que Paul Brain tenha sido o primeiro gestor que a BNY Mellon IM trouxe à Península Ibérica desde o início da pandemia. É, sem dúvida, uma visita muito oportuna. Primeiro, porque se trata de um profissional muito consagrado na indústria, com uma experiência como responsável de Obrigações na Newton que soma 18 anos. E, segundo, porque os clientes ibéricos necessitam de informação e visibilidade para enfrentar um contexto que se apresenta muito complicado. “No início do ano, tudo fazia crer que nos encontrávamos às portas de um longo bear market, em que os bancos centrais retiravam liquidez e aplicavam subidas de taxas. Agora a situação tornou-se binária. Com uma inflação que poder estar num intervalo médio de 3-4% durante os próximos anos e com custos energéticos persistentemente mais elevados, tudo parece que dependerá de como evolui o crescimento. Se este se mantém, os bancos centrais continuarão com a sua estratégia de retirada de estímulos. No caso de choque económico provavelmente não farão nada”, reflete Dada a mutabilidade do panorama, para o gestor a melhor maneira de superar as dificuldades trazidas pelo intricado cenário atual passa pela flexibilidade. É a filos fia que aplica o BNY Mellon Global Dynamic Bond, um fundo de obrigações globais com um enfoque dinâmico e com um claro foco de preservação de capital com o qual Brain e a sua equipa tentam tirar vantagem das oportunidades que gera a volatilidade à qual estão a ser submetidos os mercados de obrigações. “Um dia assiste-se a um rally na dívida pública e no dia seguinte a fortes vendas. A situação é muito incerta e os investidores movem-se entre o risk on e o risk off. Não há visibilidade”.

Em primeiro lugar, estas fortes oscilações que sofrem os mercados obrigaram a equipa a ser muito rápida na hora de capturar as oportunidades que se apresentam. “A velocidade na tomada de decisões aumentou”, reconhece. Em segundo lugar, há que fazer uma análise retrospetiva de qual foi o comportamento registado pela classe de ativos em bear markets”. Estudamos com detalhe o que ocorreu em 1994, quando a Fed subiu taxas bruscamente, assim como noutras crises similares... a nossa conclusão é que são contextos nos quais se pode gerar rentabilidades positivas a partir de uma perspetiva buy & hold”.

COMPRAR E MANTER

É uma estratégia que aplica atualmente com as obrigações do Tesouro americano a curto prazo, que neste momento representam uma parte core da sua carteira. “São um bom ativo refúgio. Se se investir e se ficar sentado à espera, oferecem um cupão positivo e, para além disso, servem de estabilizador para o conjunto do fundo”. Na sua opinião, esta é uma estratégia muito menos arriscada do que estar curto. “Se tivermos um cenário em que os bancos centrais sobem taxas porque o crescimento económico melhora, o normal seria construir posições curtas em treasuries ou bunds. No entanto, nas atuais circunstâncias, representa assumir um risco muito elevado. Se os mercados se movem para um flightto quality podem fazer muitos estragos. Essa é a razão pela qual tirámos estes instrumentos das carteiras, deixando a exposição a treasuries sem esta proteção de derivados”, revela. O ponto chave, na sua opinião, está em ter flexibilidadesuficientepara, olhando globalmente para o mercado, poder mover-se até onde está a oportunidade, colocando mão nos 35% que têm em liquidez e emissões inferiores a um ano.

“A POSSIBILIDADE DE ERRO DA POLÍTICA MONETÁRIA É ELEVADA, SOBRETUDO SE OS BANCOS CENTRAIS TENTAREM LUTAR CONTRA A INFLAÇÃO SEM PRESTAR ATENÇÃO AO CHOQUE ECONÓMICO” 80 FUNDSPEOPLE I MARÇO E ABRIL

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O TIPO DE CONVERSAS COM O CLIENTE MUDOU Paul Brain verifi ou uma mudança substancial no tipo de conversas que mantém com os investidores. “Há 18 meses, tudo girava em torno do problema de como fazer dinheiro em obrigações num bear market e num cenário em que não havia yield. Para o cliente, não era fácil vê-lo. Agora, com um mercado em que as yields to maturity são superiores, é mais simples que os investidores se apercebam do potencial da classe de ativos para gerar retornos positivos a médio-longo prazo”.

O repertório de ativos que têm em carteira é muito amplo, selecionado sempre a partir de um cuidadoso bond picking. “Investimos em obrigações ligadas à inflação. Antes pareciam-nos caras, mas dado o novo regime inflacionista, já não”. Também mantém posições em obrigações indexadas e dívida pública chinesa em renminbis. Esta última reduziram ultimamente depois do rally experimentado pelo ativo. A parte de mais risco da carteira não a concentram em dívida emergente onde, embora veja algumas oportunidades (sobretudo na Indonésia, Coreia e países que beneficiam do incremento das matérias primas) apenas têm alguma exposição. “É um ativo com uma elevada correlação com as taxas americanas”, avisa. Em lugar disso, prefere concentrar-se no segmento de obrigações high yield, principalmente emissões a curto prazo com um rating médio BB. “Gostamos especialmente dos fallen angels de empresas de elevada qualidade com durações entre os zero e os três anos. O high yield e as obrigações convertíveis são os ativos que mais contribuem para a duração da nossa carteira, que atualmente está próxima dos 3,5 anos. É um nível que está abaixo do que mostram a maior parte dos fundos de obrigações globais”. Embora reconheça que o risco de default aumentou devido a maiores custos energéticos e às ramificaçõe do conflito em Ucrânia, não acredita que o aumento de incumprimentos vá representar um grande problema. “Partimos de níveis muito baixos. É gerível. No mercado sempre acontece da mesma forma: primeiro aparece o choque, depois falam-se de potenciais defaults e fina mente é quando aparecem as oportunidades”, opina. Por esse motivo há que estar atento e ser rápido. Porque as melhores ideias surgem de episódios de tensão e incerteza como aqueles que estamos a viver. É nessa altura que os gestores têm que demonstrar a sua capacidade de saber eleger e gerar alfa. É o seu objetivo. Desse modo, neste cenário de elevada volatilidade e custos de entrada a subir, em combinação com um consumo provavelmente cada vez menor e mais discricional, o fundo baixou a exposição a high yield de níveis próximos dos máximos históricos que tinha em janeiro. A equipa está a vigiar a situação muito de perto caso seja necessário ajustar mais. Há que controlar o risco.

Paul Brain tem estado de visita à Península Ibérica para falar do BNY Mellon Global Dynamic Bond e sua versão ESG, o BNY Mellon Sustainable Global Dynamic, fundo também global de obrigações com enfoque dinâmico, mas que investe exclusivamente em dívida de emitentes que cumpram os critérios de sustentabilidade da Newton. MARÇO E ABRIL I FUNDSPEOPLE 81

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ENTREVISTA DISTRIBUIDOR por Margarida Pinto

Rui Castro Pacheco e Ana Gomes, CFA RESPONSÁVEL DE INVESTIMENTOS E RESPONSÁVEL PELO SERVIÇO DE CONSULTORIA PARA INVESTIMENTO, BANCO BEST

CONSULTORIA PARA INVESTIMENTO COM UM TWIST ESG O novo serviço disponibilizado pelo Banco Best é útil para clientes com alguma propensão ao risco e um horizonte de investimento de longo prazo. Contudo, a entidade quer ter um papel importante na oferta quando o assunto é o ESG.

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ode dizer-se que o serviço de consultoria para investimento do Banco Best nasceu impulsionado pelos próprios clientes. Como explica agora Rui Castro Pacheco, os clientes foram procurando “aconselhamento na altura de investir” e a entidade respondeu ao repto. À equipa juntou-se Ana Gomes, há um ano, precisamente com a tarefa de liderar o novo serviço. “Foi um passo importante dispormos de alguém dedicado a olhar para este segmento a tempo inteiro”, comenta o responsável de Investimentos da entidade. Adicionalmente, o profissional aponta o caminho de uma maior interligação entre as equipas do grupo, de forma a capitalizar sinergias, nomeadamente entre o Best e o novobanco. A premissa do serviço assenta no conhecimento do cliente. “No processo, o importante é garantirmos que propomos uma carteira de investimentos que é de facto adequada ao cliente, ao que ele precisa, mas também adequada ao seu perfil”, aponta a responsável pelo serviço. A oferta, por sua vez, pode apelidar-se de mista. Apresentam

carteiras standard - que podem ser ajustadas - compostas por fundos de investimento, ETF ou mesmo com a junção de ambas as soluções, com recurso ao vastíssimo universo de produtos disponíveis na instituição financeira. A ideia-chave é a de diferenciação. “Não há duas propostas iguais”, frisa Rui Castro Pacheco. Formalmente, o negócio de consultoria prestado pela entidade é feito numa base não independente e com o aconselhamento a assentar sobre os fundos de investimento que o banco tem registados para venda; situação semelhante também acontece com os ETF que disponibiliza. Apesar da abordagem não independente do modelo de negócio, os responsáveis do Best sublinham a independência dentro de portas: “Não estamos dependentes de propor um produto da entidade A ou B”, realçam. Na verdade, fazem questão de ter critérios bem definidos para escolher um produto em detrimento de outro. Além da rentabilidade e do risco, ponderam na decisão critérios como “o tempo que o gestor gere o fundo”, o “tamanho do fundo”, ou ainda o seu turnover. No caso dos ETF, importa-lhes verificar a componente de liquidez ou o seu TER.

EXCLUIR FUNDOS ARTIGO 6º

Uma das preocupações que a entidade sente por parte dos clientes prende-se com a sustentabilidade. “No inquérito de perfilagem é feita uma questão aberta sobre as preferências do cliente, por exemplo, sobre se querem ou não determinado tipo de ativos em carteira. Espontaneamente já fazem essa referência”, conta Ana Gomes. O que é facto é que a própria entidade tem vindo a dar passos neste sentido. Rui Castro Pacheco explica que, para além de já aplicarem uma “ponderação ESG” aos fundos que selecionam, esperam no segundo trimestre do ano ir mais longe na oferta. “A nossa ideia é excluir fundos artigo 6º da SFDR das nossas listas de recomendações”, afiança Embora não tenham um cliente tipo a quem dirijam o serviço, a consultoria da entidade destina-se a montantes superiores a 75 mil euros. “Como as nossas carteiras são de fundos e ETF, o nosso cliente ideal tem de ter alguma propensão para assumir risco e um horizonte de longo prazo”, diz a responsável. Dividem assim a clientela num segmento mais affluent, onde se inserem clientes que “têm já alguma capacidade financeirae não querem tomar decisões ao nível dos mercados, mas que ainda assim querem ter uma palavra final sobre o assunto”. Seguem-se os clientes de maior património. Como explica Rui Castro Pacheco, estes acabam por ser servidos com “um conjunto de soluções mais satélite face às soluções core apresentadas”.

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DEFINIÇÃO O serviço de consultoria da entidade dirige-se a montantes superiores a 75 mil euros.

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ENTREVISTAS GURU por Catarina Vinagre

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Allianz Income and Growth é um nome que praticamente dispensa apresentações, já que se trata de um fundo de multiativos best-seller na Europa e um dos maiores e com um track record mais longo das estratégias na sua categoria. Como por detrás de um grande fundo está sempre uma grande equipa de gestão… não surpreende que o trio que guia este produto da Allianz Global Investors tenha uma vasta experiência e uma trajetória que já passou por vários ambientes de mercado, dos mais prósperos aos mais voláteis. Michael Yee e David Oberto em conjunto com Justin Kass, CFA, que dá a cara pelo fundo, formam a dream team que gere o Allianz Income and Growth. TNE

CO-GESTOR DO ALLIANZ INCOME AND GROWTH 84 FUNDSPEOPLE I MARÇO E ABRIL

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ENTREVISTAS GURU

UM FUTURO MAIS VERDE Atualmente, é quase impossível falar de um fundo sem questionar se este segue critérios de sustentabilidade. Embora ainda não estejam totalmente integrados no Allianz Income and Growth, a equipa de gestão reconhece a importância deste tema. Até agora, têm-se guiado pelos critérios de exclusão implementados pela Allianz GI e pelos padrões definid s pela indústria. O gestor, porém, levanta a ponta do véu e revela que a equipa de gestão tem feito progressos rumo a um fundo mais verde, prometendo, num futuro próximo, ter novidades quanto a este tema.

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orria o ano de 2011 quando foi lançado o Allianz Income and Growth. Desde o primeiro dia na equipa de gestão, Justin Kass, CFA conhece a estratégia melhor do que ninguém e, segundo conta, a motivação por detrás da criação do fundo foi a intenção de ser diferente. “Quando olhávamos para fundos multiativos ou fundos de geração de rendimentos, víamos que muitos produtos se focavam nas mesmas empresas, ou seja, investiam em utilities, financeiras ou ações que pagavam elevados dividendos. Com este fundo quisemos adotar uma abordagem oposta”, comenta. Mas o que defineo Allianz Income and Growth? Quais são os seus objetivos? O gestor é categórico ao afirma que pagar uma elevada distribuição mensal ou anual, dependendo da share class, é uma das metas primordiais do fundo. A este objetivo junta-se o de conseguir a apreciação do capital a longo prazo através do investimento em ativos norte-americanos. “Como investidores, não só gostamos de ter uma elevada distribuição de dividendos, como também gostamos de participar no crescimento do mercado de capitais”, explica. Além disso, contrariamente ao que fazem outras estratégias de multiativos, onde se define que porção se deve alocar a high yield, a investment grade, a ações, etc., o gestor refere que a sua equipa identifica primeiro as melhores empresas e só depois determina em que classes de ativos faz mais sentido investir. “A isto chamamos assimetria de risco e retorno, o que significa que participamos no upside do mercado de ações, mas quando entramos em períodos de volatilidade, estamos protegidos no downside”.

VISÃO DE LONGO PRAZO

Conforme explica Justin Kass, CFA, há três classes de ativos com representação no fundo cuja alocação se mantém estática, com uma representação de um terço cada uma: ações, obrigações high yield e obrigações convertíveis. Mas porquê manter esta alocação estática? “Porque é muito difícil fazer previsões sobre as classes de ativos. Po-

demos ter anos como 2020 em que a classe das obrigações convertíveis subiu 46%, ou anos como 2021 em que o desempenho foi abaixo do esperado”, explica. E, segundo considera, “se nos focarmos no curto prazo, veremos as melhores classes a cair, mas se soubermos esperar e olharmos para o desempenho a longo prazo, vemos que estas classes de ativos oferecem retornos semelhantes aos das ações, não sendo ativos que comportam tanto risco”. “Nunca nos avaliamos trimestralmente ou nem mesmo anualmente. Gostamos de relembrar o cliente que se investe neste fundo a longo prazo, e que esta deve ser uma participação principal na sua carteira. Se nos quiser julgar, que o faça num horizonte de cinco, 10, 15 ou mesmo 20 anos. É extremamente importante que este não seja um fundo concentrado em ações growth, onde, se o crescimento for desfavorável, teremos um desempenho drasticamente inferior. Este é uma carteira bem diversificada que tenta capturar exposições no mercado mais amplo”, conta Justin Kass.

RENDIMENTO EXTRA

Segundo Justin Kass, neste ambiente atual em que a turbulência é maior e os mercados de ações são mais voláteis, o uso da estratégia de covered calls também aumenta significativamente para capturar a volatilidade do momento. Esta estratégia pode agregar valor, especialmente em momentos como o atual, com elevada volatilidade e adicionar até 50 pontos base de rendimento adicional à carteira, segundo o gestor. Nos mercados mais prósperos, que crescem consistentemente, mas sem uma tendência marcada, segundo explica, posicionam-se no que chama de extremidade inferior de uma estratégia tradicional de covered calls. “Normalmente falamos de intervalos de zero a 25%, 25 a 50% ou de 50 a 75%”, explica. Sobre a rotatividade da carteira, Justin Kass é perentório: “O turnover está fora do nosso controlo”, por via das maturidades e das oportunidades nos segmentos de rendimento fixo. Porém, refere, “a rotatividade de nomes é

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muito menor na carteira do que a rotatividade estatística. Depende da dinâmica do mercado em que estamos”.

GROWTH VERSUS VALUE

Para Justin Kass, a gestão ativa é extremamente importante e destaca as dinâmicas do segmento de equity (ações) da carteira. “Mudámos o portefólio ao longo do tempo, passando de alguns dos setores de maior crescimento para outros que estão a ter um crescimento significativo dos lucros. Gostamos de lembrar o cliente que não se trata de uma competição value versus growth. É mais uma disputa para ver que setor tem o maior potencial de crescimento de lucros”. O gestor relembra que o problema que se tem visto do lado do growth - especialmente em casos concretos que não encaixam no seu processo de seleção -, emerge nas empresas com falta de lucros, um problema que não é de agora. “Temos visto alguns grandes nomes sofrerem uma dramática correção no preço das suas ações. Mas esta questão começou no início de 2021 quando estas empresas demonstraram um desempenho inferior. É algo a que devemos estar atentos, mas não é algo novo”, conta.

CONTEXTO GEOPOLÍTICO

“ESTA É UMA CARTEIRA BEM DIVERSIFICADA QUE TENTA CAPTURAR EXPOSIÇÕES NO MERCADO MAIS AMPLO”

Quanto ao atual contexto geopolítico causado pelo conflito entre a Rússia e a Ucrânia e as repercussões que este pode ter, diz o gestor, ainda “é desconhecido”. Os mercados já estavam a lidar com a expiração dos apoios estatais, infl ção geracionalmente alta, confinamentos sucessivos devido à Covid e o início de um ciclo de aumentos dos juros. Agora, o conflito na Ucrânia está a levar a custos das matérias-primas ainda mais acima e a uma possível deterioração do crescimento. Os mercados de crédito experimentaram o alargamento dos spreads e os títulos do Tesouro não têm oferecido proteção contra as quedas devido às preocupações com a inflaçãoe os juros”. O início de 2022 acabou por ser mais desafiantedo que o esperado pela equipa de gestão e o segundo trimestre deverá ser igualmente turbulento. MARÇO E ABRIL I FUNDSPEOPLE 87

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ENTREVISTA 5 MINUTOS

por Margarida Pinto

EXPERIÊNCIA Adérito Oliveira já tinha trabalhado os temas de sustentabilidade na BPI GA, altura em que se começou a ponderar seriamente a adesão aos PRI.

Adérito Oliveira RESPONSÁVEL DE NEGÓCIO E DE INVESTIMENTO SUSTENTÁVEL E RESPONSÁVEL (ISR), BPI GESTÃO DE ATIVOS

“NÃO PODEMOS ESCOLHER AS EMPRESAS APENAS PELOS SEUS SCORES. TEMOS DE MANTER UMA ESTRATÉGIA ATIVA” A nova cara à frente da área de sustentabilidade da BPI GA já conhece bem o desenvolvimento do tema na gestora. Um dos principais objetivos na sua liderança é o de desenvolver o chamado stewardship.

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caminho da BPI Gestão de Ativos na área da sustentabilidade não é novo. Depois dos muitos avanços que têm feito sobre o tema, a liderança e desenvolvimento desta área passou para as mãos de Adérito Oliveira. Na verdade, este não é um tema novo para o agora responsável pelo ISR: em 2016 já tinha estado envolvido na análise do mercado ESG na entidade. Durante estes sete anos o que é facto é que muita coisa mudou. “Neste momento, os produtos artigo 8º representam mais de 70% dos ativos sob gestão em fundos mobiliários da BPI GA, e temos alguns produtos artigo 6º sobre os quais queremos desenvolver alguns esforços para classificar como

artigo 8º”, começou por contar o responsável. Mas a ambição da casa é ainda maior. Querem explorar também o campo dos fundos com um objetivo de investimento sustentável explícito, ou seja, os fundos inseridos no artigo 9º. “Queremos ter alguma aposta a breve trecho”, desvendou Adérito Oliveira. Mas nesta febre sobre a SFDR e sobre a classificação dos fundos, o profissional acaba por ser consciente da realidade. “Não existe um objetivo de se ter só produtos artigo 8º ou 9º. Continua a haver espaço para fundos artigo 6º, nomeadamente quando falamos de estratégias mais alternativas, ou então produtos que invistam em mercados menos desenvolvidos, ou temas específicos”, considera. É neste sentido que afasta também a ideia de ficarem reféns do best in class, defendendo sim uma abordagem mais holística. Para o profissional não faz sentido “investir apenas naqueles ativos que se classificam melhor em termos de rating ou no score ambiental”, e depois excluir os restantes. No seu entender, é necessário “dar oportunidade às empresas que não estão com um rating tão elevado de poderem melhorar”.

ESTRATÉGIA ATIVA

Esta é, aliás, uma das estratégias de ISR da casa atualmente. Na avaliação que fazem às empresas olham para a sua situação atual - “se estão melhor ou pior vs. a sua indústria” - mas têm o futuro da empresa sempre em mente. Relativamente às que não se saem bem na avaliação, tentam perceber “quais são os seus compromissos futuros, qual a sua progressão recente em vários indicadores de sustentabilidade, etc.”. Adérito Oliveira é perentório: “Não faz sentido excluir do universo de investimento as empresas que estão mal; faz sentido sim ter uma ação diferente com essas, percebendo que caminho estão a fazer. Não podemos escolher as empresas apenas pelos seus scores; temos de manter uma estratégia ativa relativamente a essas empresas”, aponta. Um dos objetivos que o profissional traça para 2022 é precisamente o de evoluir ainda mais a questão do stewardship na BPI Gestão de Ativos. Refere que querem ir para lá “da compra e venda de ativos”, encaminhando esforços para “cuidar dos ativos ao longo do tempo”. Isso implica, entre outras coisas, para além de ter uma “política de envolvimento, exercê-la conscientemente ao longo do tempo e de forma alinhada com investimento sustentável e responsável” da casa. Adérito Oliveira acredita que em todos estes processos encontrarão empresas com pontos de melhoria e que, por esse motivo,“poderão não estar representadas nos portefólios” da entidade. Sublinha a oportunidade de se fazer “engagement com essas empresas”, para que possa dar resposta às preocupações das equipas de gestão. “Temos de tentar reforçar o diálogo com as empresas”, concluiu.

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ENTREVISTAS GURU

por Regina R. Webb

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Combinar gestão ativa com engagement. Rentabilidade com impacto. É a filosofia de investimento do RobecoSAM Global SDG Engagement Equities Fund, que procura impulsionar a contribuição das empresas que investem nos ODS. “Uma gestora verdadeiramente ativa é a que faz engagement para acelerar a transição. Se apenas nos centrarmos nos nomes mais verdes, pode acontecer que o perfil de sustentabilidade a curto prazo seja superior, mas na vida real não se gerou nenhuma mudança para melhor”, defende Carola Van Lamoen. TNE

RESPONSÁVEL DE INVESTIMENTO SUSTENTÁVEL MARÇO E ABRIL I FUNDSPEOPLE 91

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O NOVO ATIVISMO INVESTIDOR Carola Van Lamoen é uma veterana de investimento sustentável. Está na Robeco há 15 anos e iniciou-se na equipa de Active Ownership da gestora holandesa. Assim, experienciou em primeira mão a transformação da indústria finan eira. “No princípio as empresas não entendiam muito bem o que queríamos delas; agora trabalhamos lado a lado para fazer progressos”, conta.

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bjetivo, acelerar a transição climática. Agora que o ESG se converteu numa questão de mínimos, a Robeco trabalha para alcançar a fronteira seguinte. A gestora holandesa foi uma das primeiras entidades a tornar firme o seu compromisso de alcançar emissões líquidas zero em 2050. Para acompanhar o processo, no ano passado lançaram o seu guia de ação com um foco em descarbonizar a sua atividade. Isto implica não só reduzir a pegada de carbono dos seus fundos, mas também melhorar as suas próprias emissões operacionais. A meta, comenta Carola Van Lamoen, responsável de Investimento Sustentável, é acelerar a transição climática. Gerar um verdadeiro impacto através do investimento. E para isso a gestora opta por ter uma postura ativa. “Preferimos o engagment antes da exclusão direta”, conta a especialista. É certo que há setores nos quais é inevitável traçar uma linha vermelha. Por exemplo, a indústria de tabaco. Mas noutros casos, Van Lamoen vê mais benéfico gerar mudança através do diálogo. “Uma gestora verdadeiramente ativa é a que faz engagement para acelerar a transição. Se apenas nos centrarmos nos nomes mais verdes, o perfil de sustentabilidade a curto prazo pode ser superior, mas na vida real não se gerou nenhuma mudança para melhor ou nem sequer um impacto autêntico”, argumenta. É o ponto sobre o qual incide a especialista: a indústria de investimentos não pode esperar que atuem os políticos, as ONG ou a população. “Os investidores e as empresas também têm um papel a desempenhar no caminho em direção a uma economia mais sustentável”, afirma. Um bom exemplo dessa filosofi de engagement é o trabalho que estão a fazer com as emissões de carbono. A Robeco identificou os principais emitentes e está a fazer um engagement ativo com os 30 maiores. “As mudanças não acontecem da noite para o dia”, reconhece a especialista. Costumam trabalhar com prazos de cerca de três anos para implementar melhorias. Mas se não veem avanços no período de transição das empresas depois de um ano de intenso engagement, a Robeco não hesitará em usar o

seu poder de votação em assembleias de acionistas de tais retardarários climáticos. E a Robeco está a dar um passo mais em frente. Agora os governos também estão a focar-se nos seus esforços de engagement. Entre outros projetos no contexto do seu grupo de trabalho Call for Climate Action, estão a fazer engagement com o governo do Brasil para a reflorestação do Amazónia. Ou com o governo da Indonésia para fomentar a proteção da biodiversidade. Porque a biodiversidade é uma preocupação crescente na sociedade. “Não há economia sem natureza. E a perda de capital natural é um risco sistémico para a indústria nanceira”, alerta Van Lamoen. A biodiversidade é outra das prioridades da Robeco precisamente pela sua estreita relação com a economia. “Os negócios dependem do ecossistema, mas ao mesmo tempo geram um impacto nele. É uma dupla materialidade”, explica.

A IMPORTÂNCIA DOS DADOS

Do E ao S no ESG. A terceira prioridade da gestora holandesa são os direitos humanos. A entidade está a centrar-se em empresas ativas nas zonas de conflito e áreas de elevado risco como, por exemplo, Myanmar. “Vemos uma preocupação crescente entre os clientes pelos direitos humanos”, conta a especialista. Por isso, um dos pontos de diálogo com as empresas é definir a sua exposição a este tipo de problemas e assegurar-se de que o processo de due diligence para os direitos humanos é suficiente. “Ter os dados corretos para tomar uma decisão de investimento é crucial”, conta Van Lamoen. Os dados são o novo ouro da era digital. E mais ainda se uma gestora necessita de mostrar ao cliente como é que está a gerar impacto. Deve ser medível. Por isso, o perfil de profissionais que se unem a uma gestora sustentável como a Robeco estão a transformar-se. A especialista conta-nos como nos últimos anos a equipa de Sustentabilidade cresceu muito, mas com cargos como cientistas de dados de clima. Se falamos de biodiversidade, por exemplo, faz falta incorporar dados geoespaciais e monitorizar satélites.

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“A PERDA DO CAPITAL NATURAL É UM RISCO SISTÉMICO PARA A INDÚSTRIA”

Dados cada vez mais complexos que necessitam de um tipo de profissional com distintas capacidades. O trabalho a tempo inteiro de um especialista em dados do clima é encontrar os dados que sejam mais precisos para fazer uma medição de temas como as emissões, assim como projeções para o futuro. “É o que se espera de um gestor de carteiras 2.0, que seja capaz de integrar na sua análise fatores como a pegada de carbono”, afirma Van Lamoen. Mas a especialista enfatiza: “Se pensam esperar pela altura em que os dados vão ser perfeitos, chegarão demasiado tarde”. Priorizar o engagement inspira a filosofi de vários dos recentes lançamentos da Robeco. Um exemplo é o RobecoSAM Global SDG Engagement Equities Fund, uma combinação de gestão ativa e engagement. O fundo procura combinar retornos positivos com um impacto positivo. Para ser mais concreto, a finalidade é melhorar a contribuição das empresas que investem nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. Para cada uma das 25-35 empresas da carteira desenvolve-se um pla-

no de compromisso com os ODS com milestones anuais para guiar os seus investimentos. Este veículo procura diversificar a alocação nos 17 ODS. Para isso, analisa os fundamentais bottom-up de cada posição. Em geral, a sua pegada de carbono é mais baixa do que o índice de referência. Outro ponto diferencial é que mantém uma posição estruturalmente sobreponderada nos mercados emergentes face ao MSCI ACWI. “Os emergentes vivenciam maiores lacunas no cumprimento dos ODS, têm as maiores necessidades financeiras, e ao mesmo tempo oferecem boas oportunidades para promover a sustentabilidade”, explica. Um terceiro ponto a destacar. Dado que investem em ações com um elevado ROIC (Retorno sobre Capital Investido) e geração de fluxos de caixa, tendem para uma baixa exposição a negócios muito intensivos em capital e cíclicos. Assim, as maiores exposições setoriais do fundo são a tecnologia de informação, saúde e financeiras. Há uma exposição limitada a materiais e energia e nenhuma a utilities neste momento. MARÇO E ABRIL I FUNDSPEOPLE 93

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PRODUTOS COMPARAÇÃO por Óscar R. Graña

UM MERCADO

BINÁRIO A eclosão da maior guerra no Velho Continente desde a Segunda Guerra Mundial torna a visibilidade do mercado acionista europeu tão escassa que avaliar empresas se tornou uma tarefa impossível.

AMUNDI FUNDS EUROPEAN EQUITY VALUE

GESTORA: ALLIANZ GLOBAL INV. LANÇAMENTO: 4/10/06 DIVISA: EURO PATRIMÓNIO: 7.136 ISIN: LU0256881128

GESTORA: AMUNDI LANÇAMENTO: 6/5/08 DIVISA: EURO PATRIMÓNIO: 4.035 ISIN: LU1883315993

GESTORA: ELEVA CAPITAL LANÇAMENTO: 26/1/15 DIVISA: EURO PATRIMÓNIO: 4.615 ISIN: LU1111643042

RENTABILIDADE 1 ANO: 4,0 RENTABILIDADE 3 ANOS: 14,0 RENTABILIDADE 5 ANOS: 9,5

RENTABILIDADE 1 ANO: 14,8 RENTABILIDADE 3 ANOS: 7,4 RENTABILIDADE 5 ANOS: 5,1

RENTABILIDADE 1 ANO: 13,9 RENTABILIDADE 3 ANOS: 11,2 RENTABILIDADE 5 ANOS: 8,9 20 22

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ELEVA UCITS FUND FONDS ELEVA EUROPEAN SELECTION

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2019

Fonte: Morningstar Direct. Dados em euros a 28 de fevereiro de 2022. Dados de património em milhões de euros.

ALLIANZ GLOBAL INVEST. FUND - ALLIANZ EUROPE EQUITY GROWTH

33 3 2020

2021

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N

ormalmente, as expectativas sobre um mercado são baseadas na visão macroeconómica da região e nas perspetivas de crescimento dos lucros das empresas cotadas. Mas, às vezes, a visibilidade é tão má que é praticamente impossível fazer qualquer tipo de previsão no curto-médio prazo. É o que está a acontecer atualmente quando falamos de ações europeias. Como saber o que esperar quando o Velho Continente vive o seu maior conflito bélico desde a Segunda Guerra Mundial? “Acho que os mercados não podem avaliar bem o que pode aconte-

FIDELITY FUNDS EUROPEAN DYNAMIC GROWTH FUND

cer neste tipo de evento. O resultado é binário num nível muito simplista, mas mesmo isso levanta a questão de como poderão os mercados responder”, diz Chris Iggo, diretor de Investimentos Core da AXA IM. Basta dar o exemplo da Inditex para mostrar como é imprevisível realizar uma análise de avaliação de empresas no ambiente atual. À semelhança de muitas outras multinacionais, o grupo têxtil anunciou a suspensão temporária da sua atividade nas 500 lojas que tem na Rússia, bem como no canal online do país. Esta decisão afeta totalmente a sua conta de resultados, uma vez que representa cerca

MFS MERIDIAN FUNDS EUROPEAN RESEARCH FUND

de 8,5% do EBIT global da empresa. E isto aconteceu da noite para o dia. “Claramente, estamos num ambiente em que os investidores têm fé limitada na sua capacidade de definir valores justos para ações europeias”, reconhece Paul O’Connor, responsável da equipa de Multiativos da Janus Henderson Investors. Segundo o especialista, isto continuará assim até que o ruído das bombas pare. “Enquanto o fim do jogo político permanecer tão incerto, as estimativas do impacto económico e financeiro da invasão permanecerão altamente voláteis”, adverte. Consequentemente, antes de tomar uma decisão sobre entrar ou

MFS MERIDIAN FUNDS EUROPEAN VALUE FUND

GESTORA: FIDELITY LANÇAMENTO: 15/1/01 DIVISA: EURO PATRIMÓNIO: 4.033 ISIN: LU0119124781

GESTORA: MFS LANÇAMENTO: 12/3/99 DIVISA: EURO PATRIMÓNIO: 2.714 ISIN: LU0094557526

GESTORA: MFS LANÇAMENTO: 1/10/02 DIVISA: EURO PATRIMÓNIO: 4.875 ISIN: LU0125951151

RENTABILIDADE 1 ANO: 4,3 RENTABILIDADE 3 ANOS: 9,6 RENTABILIDADE 5 ANOS: 9,6

RENTABILIDADE 1 ANO: 10,6 RENTABILIDADE 3 ANOS: 8,3 RENTABILIDADE 5 ANOS: 6,9

RENTABILIDADE 1 ANO: 14,1 RENTABILIDADE 3 ANOS: 10,8 RENTABILIDADE 5 ANOS: 9,2 20 22

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3,8 -5,5

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-6,7

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2018

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-8,4

5 5 5 6 6 6 -9,4

4 4 4 2018

-11,9

-5,0

-0,5

3,3

17,0

17,6

22,8

27,8

39,7

29,5

20 22

2019

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PRODUTOS COMPARAÇÃO

20 22

ALLIANZ GLOBAL INVEST. FUND - ALLIANZ EUROPE EQUITY GROWTH

GESTOR THORSTEN WINKELMANN

20 22

20 22

AMUNDI FUNDS EUROPEAN EQUITY VALUE

GESTOR ANDREAS WOSOL

ELEVA UCITS FUND FONDS ELEVA EUROPEAN SELECTION

GESTOR ERIC BENDAHAN

QUALIDADE A LONGO PRAZO

A FUSÃO DE VALOR E QUALIDADE

MERGULHANDO EM QUATRO ÁREAS

O que o gestor procura para a carteira do fundo são empresas de qualidade nas quais encontre visibilidade suficie te para poder prever um crescimento sustentado dos lucros no longo prazo, compreendendo períodos de longo prazo como entre cinco e 10 anos. A rotatividade da carteira é muito baixa, em torno de 15%. Alguns dos valores que têm no portefólio estão lá há mais de uma década. Para cada posição da carteira, está implícito um preço-alvo, mas essa não é uma regra que goste de seguir à risca. As razões pelas quais vende uma empresa podem ser diversas. Pode ser porque a crença no valor não é mais a mesma porque a avaliação mudou. A nível setorial, 30% do portefólio está investido em empresas de tecnologia. Em peso, seguem-se as empresas industriais (25%) e de saúde (14%).

Esta é uma estratégia com uma abordagem conservadora e um horizonte de longo prazo. O fundo concentra-se em investir em empresas de valor, mas sempre com um viés de qualidade. Especifi amente, o que o gestor procura são empresas com balanços sólidos, flu os de caixa sustentáveis e modelos de negócios sólidos. Definem qualidade como a capacidade de uma empresa gerar retornos acima do custo de capital de forma sustentável. E só investem quando estão a negociar com um desconto signifi ativo, dando-lhes essa margem de segurança. O resultado é um portefólio de convicção, equilibrado e de baixa rotação. A maior parte da carteira está exposta a empresas europeias de grande capitalização. A nível setorial, quase 25% são investidos em empresas finan eiras, pouco mais de 16% em empresas industriais e perto de 15% em empresas ligadas ao consumo discricionário.

É uma estratégia core ativa e fl xível, sem viés de estilo, cujo objetivo é vencer o Stoxx 600 NR no médio e longo prazo. Para isso, concentra-se em quatro áreas: empresas familiares, modelos de negócios diferenciados em setores maduros, empresas sujeitas a mudanças corporativas e divergências signifi ativas entre os mercados de ações e de crédito. A abordagem é bottom-up e é apoiada por uma visão macro, como uma camada adicional no posicionamento do portefólio. Essa visão é construída através de um índice próprio, o Eleva Capital Index, composto por indicadores avançados da economia que permitem ao gestor direcionar a carteira para negócios mais ou menos cíclicos dependendo do andamento da economia. O resultado é uma carteira concentrada em 40-50 ações. A nível setorial, é altamente diversificada, com a saúde (16%), os serviços financeiros e o consumo cíclico (com 13,6%, respetivamente) a ter o maior peso.

96 FUNDSPEOPLE I MARÇO E ABRIL

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20 22

FIDELITY FUNDS EUROPEAN DYNAMIC GROWTH FUND

GESTOR FABIO RICCELLI

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MFS MERIDIAN FUNDS EUROPEAN RESEARCH FUND

COORDENADORA GABRIELLE GOURGEY

MFS MERIDIAN FUNDS EUROPEAN VALUE FUND

GESTORA FLORENCE TAJ

CRESCIMENTO A PREÇO BAIXO

UM FUNDO TODO-OTERRENO

PROTEGER NAS QUEDAS

Este é um produto que procura empresas com um viés de crescimento e sempre com uma abordagem baseada na análise fundamental. Investe em empresas europeias que negoceiam abaixo do seu valor intrínseco, focando-se naquelas cujo potencial de crescimento a longo prazo é subvalorizado pelo mercado. O gestor dá especial ênfase aos drivers estruturais internos que permitem o crescimento da empresa, longe de ruídos externos que possam condicionar a sua evolução. Um dos traços mais característicos da estratégia é sua ampla diversifi ação, tanto geografi amente quanto por setor. A categoria de empresa que mais pesa atualmente no portefólio é a indústria (22,5%), seguida de tecnologia (23,2%) e saúde (21,1%). Em termos de tamanho, a maioria das cerca de 60 ações que atualmente possui no seu portefólio são de grandes capitalizações.

Não é um fundo gestor. É coordenado por Gabrielle Gourgey, embora seja um produto gerido por 12 analistas e que tem no seu portefólio as melhores ideias destes profissionai . Portanto, o fundo tem exposição a todos os setores e possui um tracking error controlado. O alfa vem do stock picking. A três, cinco e sete anos, tem-se saído melhor que o mercado, sem manter apostas setoriais muito fortes. O seu viés é blend. As recomendações dos analistas são baseadas na análise fundamental bottom-up realizada por cada um deles. As ideias de investimento, que põem em votação, surgem quando os analistas obtêm e estudam informação sobre empresas e setores, principalmente através dos seus contactos com as equipas de administração das empresas, fornecedores, concorrentes, consultores e associações setoriais e, em segundo lugar, com a comunidade de análise de vendas.

O gestor concentra-se em empresas que oferecem avaliações atrativas e negócios sustentáveis ou em melhoria, independentemente de quaisquer desenvolvimentos macroeconómicos ou políticos. Aplica os princípios da análise fundamental com foco especial nas avaliações. Tem um foco particular em empresas de alta qualidade com retornos sustentáveis acima da média. Especifi amente, o seu objetivo é identifi ar empresas cuja qualidade e valor intrínseco acredita não terem sido totalmente refl tidos na sua avaliação. No processo de seleção, evita especular sobre o flu o de informações e notícias que podem ocorrer no curto prazo, mantendose fiel à sua estratégia de investimento. Nos últimos três anos, o sucesso do produto é ter conseguido participar em 94% das subidas do mercado e apenas 79% das quedas. Conseguiu-o por estar 100% investido através de uma carteira composta por 60 a 80 posições e com uma baixa rotação.

MARÇO E ABRIL I FUNDSPEOPLE 97

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PRODUTOS COMPARAÇÃO

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11 1 1

2 2 22

ALLIANZ GLOBAL INVEST. FUND - ALLIANZ EUROPE EQUITY GROWTH

33 33

AMUNDI FUNDS EUROPEAN EQUITY VALUE

9.007

ELEVA UCITS FUND FONDS ELEVA EUROPEAN SELECTION 5.128

4.035

3.993

3.170 6.589 7.136 5.828

15

15

3.963

2.047

6.170

2018

5 10

1.776

2.900

1.830

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4.615

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Fonte: Morningstar Direct. Dados de património em milhões de euros.

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1

9

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9

6

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MAPA

12

risco/ rentabilidade

3

6 4 9

5

6 4 10 2

2

6

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15 10 4

6

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10

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20

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20 8

7

20

15

25

1

Allianz Global Investors Fund - Allianz Europe Equity Growth

2

Amundi Funds - European Equity Value

3

Eleva UCITS Fund - Fonds Eleva European Selection

4

Fidelity Funds - European Dynamic Growth Fund

5

MFS Meridian Funds - European Research Fund

6

MFS Meridian Funds - European Value Fund

Em euros

25

Rentabilidade anualizada 3 anos (%)

ALLIANZ GLOBAL INVESTORS FUND - ALLIANZ EUROPE EQUITY GROWTH

AMUNDI FUNDS EUROPEAN EQUITY VALUE

ELEVA UCITS FUND - FONDS ELEVA EUROPEAN SELECTION

FIDELITY FUNDS - EUROPEAN DYNAMIC GROWTH FUND

MFS MERIDIAN FUNDS - EUROPEAN RESEARCH FUND

MFS MERIDIAN FUNDS - EUROPEAN VALUE FUND

RENT. ANUAL A 3 ANOS

14,03

7,43

11,23

9,60

8,28

10,84

VOLATILIDADE A 3 ANOS

19,04

24,70

17,70

15,53

14,47

14,82

MÁXIMO DRAWDOWN 3 ANOS

-19,26

-32,82

-24,06

-16,05

-19,06

-18,83

RÁCIO SHARPE 3 ANOS

0,82

0,44

0,72

0,71

0,66

0,81

ALFA 3 ANOS

-1,17

2,22

1,84

-2,80

0,54

3,02

BETA 3 ANOS

1,24

1,17

1,04

1,02

0,86

0,85

Fonte: Morningstar Direct. Dados em euros a 28 de fevereiro de 2022.

12

Volatilidade 3 anos (%)

2 8

98 FUNDSPEOPLE I MARÇO E ABRIL

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44 4

55 5

FIDELITY FUNDS EUROPEAN DYNAMIC GROWTH FUND

MFS MERIDIAN FUNDS EUROPEAN RESEARCH FUND

66 6

MFS MERIDIAN FUNDS EUROPEAN VALUE FUND

2.923

5.599

4.883

2.919

2.653

5.276

2.714 4.937

3.874

4.033 4.875

4.666

4.579

1.693 1.572 2018

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2022

não na bolsa europeia, aumentar posições ou reduzi-las, a única coisa que pode ser feita é equilibrar os dados que conhecemos com certeza para que, no meio destas circunstâncias excecionais, se tome uma decisão tão informada quanto possível. Por um lado, é verdade que alguns indicadores-chave do mercado mostram que os ativos europeus já refl tem no preço altos níveis de incerteza. Os preços das opções de ações e moedas indicam níveis extremos de pessimismo dos investidores em relação aos ativos da zona do euro. As ações da região estão a negociar com um desconto de 25% em relação aos targets de preço das ações a 12 meses dos analistas, um nível de desconfia ça anteriormente visto apenas na crise do subprime, na crise do euro e nos primeiros dias da pandemia. Em todos os casos, trata-se de eventos que tiveram um impacto duradouro na economia mundial. Mas, por outro lado, há o que a história nos diz: os eventos geopolíticos, incluindo os que envolvem grandes produtores de energia, não tiveram um impacto duradouro nos mercados. “As vendas de ações relacionadas com eventos geopolíticos tendem a

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ser curtas e acentuadas, não durando muito mais de um mês, à medida que os mercados reagem ao evento repentino. No entanto, na maioria dos casos, tenderam a recuperar para o nível anterior em menos de 30 dias, após os investidores avaliarem que o ambiente macroeconómico não havia mudado substancialmente”, sublinham da J.P. Morgan AM. E neste último ponto pode estar a chave.

A CHAVE ESTÁ NO PIB

Como reconhecem da firma americana, se o contexto de crescimento varia substancialmente, como ocorreu com a crise do petróleo de 1973, isto pode levar a uma onda maior de vendas e a um prazo mais longo para recuperar as perdas. Consequentemente, para saber se é hora de apostar na Europa ou não, o que deve ser feito é acertar muito bem na hora de calibrar o impacto do conflito armado nas macroperspectivas europeias. Para já, o consenso acredita que o aumento do preço das matérias-primas irá consolidar a subida dos preços na zona euro. “A aceleração da inflação ainda não acabou”, diz Philippe Waechter, responsável de Research Económico da Ostrum AM, uma subsidiária da Nati-

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xis IM. E também que o BCE irá adiar os aumentos das taxas. “Não as subirá este ano e manterá o QE”, prevê Keith Wade, economista-chefe da Schroders. São as previsões mais repetidas. Agora, em que é que os investidores vão estar de olho a partir de agora? Se o foco voltar a ser a inflação, o crescimento e a política do banco central, algumas gestoras, como a BlackRock, consideram que as expectativas dos mercados de subidas de juro se tornaram excessivas e criaram oportunidades nas ações. Outros, por outro lado, são muito cautelosos. “Comprar ações quando os canhões disparam? Não!”, argumenta com veemência Stefan Hofrichter, diretor de Economia e Estratégia da Allianz Global Investors. Há também uma divisão de opiniões aqui. Estamos diante de um mercado binário.

A informação sobre Organismos de Investimento Coletivo ou outros instrumentos financeiros incluída na FundsPeople é apresentada apenas com fim informativo e ilustrativo e não deve ser interpretada como uma oferta de venda ou recomendação de investimento. A informação não representa uma descrição completa dos OIC ou outros instrumentos financeiros e mercados a que faz referência.

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PRODUTOS CARTEIRAS por Mehdi Douali

OS INVESTIMENTOS ALTERNATIVOS SÃO UM BOM INSTRUMENTO PARA REDUZIR A EXPOSIÇÃO AO MERCADO E A VOLATILIDADE DE UMA CARTEIRA. COM ISTO EM MENTE, OS INVESTIDORES INCREMENTARAM AS SUAS ALOCAÇÕES A ESTRATÉGIAS MARKET NEUTRAL NO PRIMEIRO TRIMESTRE DO ANO. A CATEGORIA SUPEROU COM ÊXITO A PROVA. 100 FUNDSPEOPLE I MARÇO E ABRIL

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20 22

FUNDOS MARKET NEUTRAL COM RATING FUNDSPEOPLE 2022 RENTABILIDADE TOTAL EM % FUNDO 1 ANO

3 ANOS

5 ANOS

DESVIO PADRÃO 3 ANOS

DATA DE INÍCIO DO MÁXIMO DRAWDOWN

MÁXIMO DRAWDOWN (%)

PATRIMÓNIO

BMO Real Estate Equity Market Neutral Fund

4,27

3,75

3,14

2,53

12/12/21

-1,79

545.188.117

BPI GIF Alternative Iberian Equities Long/Short

3,66

2,77

1,87

2,96

23/1/22

-0,65

381.808.887

BlackRock Strategic Funds European Absolute Return Fund

6,06

4,75

4,27

5,89

2/1/22

-6,06

1.597.051.427

Candriam Absolute Return Equity Market Neutral

11,10

8,47

6,36

6,82

13/2/22

-0,62

885.535.742

Man Funds VI plc-Man GLG Alpha Select Alternative

8,72

5,87

6,93

3,81

12/12/21

-2,41

1.792.521.868

Schroder GAIA Helix

3,92

7,23

6,18

5/12/21

-4,59

697.882.059

Fonte: FundsPeople e Morningstar Direct. Dados em euros a 28 de fevereiro de 2022. Dados de património mais recentes disponíveis a 15 de março de 2022.

A

categoria Market Neutral comportou-se bem ultimamente e superou os convulsos eventos de mercado de forma defensiva. Os investimentos alternativos são um bom instrumento para reduzir a exposição ao mercado e a volatilidade numa carteira. Os investidores incrementaram as suas alocações a estratégias neutrais ao mercado no primeiro trimestre do ano para diminuir a sua exposição ao mesmo, depois de boas rentabilidades registadas no exercício anterior com estratégias mais direcionais. Desde o início do ano, os fundos da categoria geraram rentabilidades que oscilam entre 1% e 10%. O Lumyna MW Tops (Market Neutral) UCITS Fund é um dos fundos que melhor se têm comportado dentro da categoria, com um retorno acumulado de 9,9% desde o início do ano. O veículo propõe-se a gerar uma rentabilidade absoluta mediante o investimento numa carteira de ações muito diversificada. As ideias de investimento procedem de um grupo de intermediários financeiros (brokers) e otimizam-se para aportar alfa em cada uma das

sub-carteiras (longa e curta), com uma volatilidade limitada. A Marshall Wace desenvolveu o processo MW Tops para aproveitar a considerável e valiosa informação de mercado que geram os bancos de investimento e os intermediários regionais através dos seus departamentos comerciais e de análise, assim como as entidades de análise especializadas. A gestora seleciona determinadas pessoas com a experiência adequada de certas empresas para aportar ideias em tempo real através de uma ferramenta de gestão de carteiras. O fundo investe na Europa, Japão, EUA e Austrália. Ultimamente acrescentaram intermediários da China, dado o grande desenvolvimento que este mercado está a viver. A Marshall Wace questiona mais de 250 organizações do sell-side para obter as ideias de investimento que por fim se otimizam na carteira. O BPI Global Investment Fund Alternative Fund Iberian Equity Long Short também teve uma boa evolução. Gerou uma rentabilidade de 5,6% desde o início do ano com um nível de risco baixo e geração de alfa nas posições longas e curtas. Centrado exclusivamente no mercado ibérico (Portugal e Espanha), o

OS INVESTIDORES INCREMENTARAM AS SUAS ALOCAÇÕES A ESTRATÉGIAS NEUTRAIS AO MERCADO NO PRIMEIRO TRIMESTRE DO ANO

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PRODUTOS CARTEIRAS

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A OPINIÃO DE CRISTINA CARVALHO Diretora de Vendas Institucional e Corporativas, Amundi

A CATEGORIA MARKET NEUTRAL COMPORTOU-SE BEM ULTIMAMENTE E SUPEROU OS CONVULSOS EVENTOS DE MERCADO DE FORMA DEFENSIVA

fundo é gerido com um enfoque fundamental de seleção de títulos puro e propõe-se a gerar rentabilidades positivas não correlacionadas, com escassa volatilidade e poucas perdas. Fá-lo mediante posições longas e curtas em empresas de um reduzido universo (70-80) que apresentam anomalias de preço. A equipa de analistas gera ideias de investimento long-short e o gestor principal da carteira avalia-as em relação a outras ações ou grupos de ações, embora nem todas possam considerar-se pair trades em sentido estrito. A alocação a estas ideias, que podem pertencer a qualquer dos segmentos de capitalização de mercado, depende do nível de convicção, a sua contribuição para o risco, a cotação e o contexto de mercado. A carteira costuma investir em 4050 ações e mantém um número de posições similar na carteira longa e curta. Historicamente, a exposição bruta do portefólio tem oscilado entre 80% e 110%, enquanto que a exposição líquida se tem mantido em torno dos 5%.

ARBITRAGEM DE ÍNDICES

Por último, o Candriam Index Arbitrage, um fundo alternativo e puramente neutral ao mercado, gerou uma rentabilidade de 1,44% desde o início do ano. A carteira investe de forma ativa em estratégias de arbitragem de índices de ações e reversão para a média. A alocação a ambas depende das oportunidades de mercado, embora a maior parte do portefólio ativo invista em estratégias de arbitragem de índices.

Este produto de nicho centra-se em aproveitar as oportunidades de investimento que se geram pelos ajustes dos índices de ações, como a inclusão de títulos ou as mudanças de ponderação. O processo de investimento procura explorar as variações de preços que experimentam as ações por causa das mudanças de fluxos quando se ajusta um índice. Quando uma ação se incorpora a um índice ou quando aumenta a sua ponderação, esta costuma ganhar valor inicialmente, mas o preço tende a reduzir-se posteriormente num típico movimento de reversão para a média (e, pelo contrário, quando uma ação sai de um índice). Os fundos referenciados a um índice devem realizar compras (ou vendas) substanciais para refletir a maior (ou menor) representatividade de um valor no índice. O segundo motor de rentabilidade é uma estratégia de pair trades tradicional em ações. Esta carteira propõe-se a explorar a perda de correlação entre duas ações comparáveis, com a expetativa de que revertam para a média. Estas ideias abarcam desde uma reversão no curto prazo, puramente oportunística, até pair trades baseados em valor. A equipa também pode usar indicadores de qualidade para criar pair trades de títulos vs. índice. O portefólio, que investe num amplo universo de índices de ações muito líquidas e nas ações subjacentes, está diversificado tanto em termos setoriais como de capitalização de mercado.

A HORA H: HIDROGÉNIO, CHAVE PARA UMA ECONOMIA NET ZERO O hidrogénio, o elemento químico mais abundante do universo, produz três vezes mais energia do que o petróleo para a mesma massa, pode atuar como vetor energético e como solução de armazenamento de energias renováveis intermitentes como a solar ou a eólica. Tem numerosos usos; utiliza-se num veículo de pilha combustível, não gera emissões de CO2, apenas vapor de água; permite viajar até 700 quilómetros com um apenas depósito e poderá ajudar a descarbonizar setores intensivos, como o de transportes ou o industrial. Embora a produção de hidrogénio verde – a partir da eletrólise de água alimentada por energia solar ou eólica – seja ainda cara, prevê-se que o custo se reduza pelo menos cerca de 60% em 2030, podendo representar 17% da procura de energia em 2050 e reduzir as emissões de gases de efeito de estufa em um terço. Assim, cada vez mais governos estão a unir-se à causa, com importantes investimentos em infraestruturas em todo o mundo. O CPR AM, o nosso centro especialista em gestão temática, lançou uma estratégia enfocada em toda a cadeia de valor de hidrogénio. Convido-vos a conhecê-la.

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PRODUTOS EMERGENTES por Araceli de Frutos

GOLPE DA CHINA

NO ANO DO TIGRE? A China prepara o cenário para crescer em 2022 e sair dessa letargia provisória em que imergiu nos últimos meses de 2021. Espera-se que a economia do gigante asiático avance a um ritmo entre 5% e 5,5%.

A

1 de fevereiro começou o ano chinês – o ano do Tigre – e entre 31 de janeiro e 6 de fevereiro tiveram lugar os festejos. Mas antes de quererem começar com o Tigre, quiseram fechar o ano do Boi celebrando o facto de a economia ter crescido cerca de 8,1% em 2021 (face aos 4% do último trimestre do ano), su-

perando as previsões dos economistas. As exportações voltaram a apoiar este avanço. Por sua vez, deixa-se um alívio para a economia com um corte das taxas de juro oficiais por parte do Banco da China de 2,95% para 2,85%. Tudo isto imerso num contexto de instabilidade, desaceleração e incerteza económica nos últimos trimestres. Quererá a China dar o golpe no ano do Tigre? MARÇO E ABRIL I FUNDSPEOPLE 103

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PRODUTOS EMERGENTES

A ATIVAÇÃO DAS POLÍTICAS ECONÓMICAS (FISCAIS E MONETÁRIAS) VAI APOIAR O MERCADO DE AÇÕES

2021 foi um ano complicado para a economia chinesa e para o mercado financeiro. O COVID, a variante ómicron, e a estratégia de tolerância para controlar a pandemia, que representa o confinamento estrito, afetaram a evolução da economia. A isto juntam-se situações especiais em determinados setores. Reformas regulatórias, como no setor da educação ou a regulação das cotações das empresas chinesas fora do mercado chinês, fizeram mossa nas cotações destas empresas. Desde julho que a sombra regulatória tem estado mais presente no setor tecnológico com medidas anti-monopólio, armazenamento de dados ou o controlo dos vídeo-jogos. A volatilidade do mercado imobiliário com o caso Evergrande, que chegou a merecer a classificação de novo Lehman marcou os últimos meses, semeando a desconfiança num setor que representa um terço do PIB chinês. A crise energética, com cortes de fornecimento, também golpeou a economia. 2022 pode ser o ano de renascimento do gigante asiático. Concorrem diversos acontecimentos na China que levarão as autoridades a preparar o terreno para a sua celebração. Em primeiro lugar, os jogos olímpicos em Pequim que já tiveram lugar em fevereiro. Depois, na segunda metade do ano, celebra-se o Congresso Nacional

do Partido Comunista da China, o seu XX aniversário.

AGENDA ECONÓMICA

Como antecâmara destes acontecimentos, em dezembro de 2021 teve lugar a Conferência Central de Trabalho Económico da China, onde se estabelece a agenda nacional para a economia e na qual se declarou como prioridade a estabilização do crescimento. Neste encontro reconheceram-se pressões de queda sobre o ciclo económico devido à contração da procura e aos choques da oferta. Tudo parece indicar que a China prepara o cenário para crescer em 2022 e sair desta letargia provisória em que se afundou nos últimos meses de 2021. Espera-se que o avanço da economia este ano se situe num intervalo entre 5%-5,5%. Poderá, com isso, ter-se chegado a um mínimo na valorização dos ativos? Poderá ser esta uma das regiões em que há que estar investido em 2022? A ativação das políticas económicas, tanto fiscais como monetárias, vai apoiar o mercado. No âmbito fiscal planeia-se o fomento do investimento em infraestruturas e a potenciação do setor imobiliário. Depois da falta de confianç nos promotores imobiliários, que provocou uma queda das ações no setor da construção, o Governo decidiu apoiar o mercado de habitação. O relaxamento de impostos também está na agenda. O

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A OPINIÃO DE ÁLVARO ANTÓN LUNA Responsável de Negócio para Portugal e Espanha, abrdn

O CLIMA A MUDAR: HORA DE INVESTIR NA ADAPTAÇÃO

impulso do consumo interno, sobretudo na atual situação de restrições devido à política de COVID zero, é uma prioridade. O objetivo é potenciá-lo e que se converta num elemento chave, juntamente com as exportações, do crescimento em 2022.

POLÍTICA MONETÁRIA

Quanto à política monetária, parece estar num ciclo distinto do resto das economias. Enquanto as autoridades monetárias como a britânica, a norueguesa e a norte-americana começam a sua política restritiva, o Banco Central Chinês anuncia um corte de taxas. Contrariamente às outras zonas geográfica teriam margem para isso, já que as pressões inflacionistas não são tais na região. Tudo isto apoiaria o impulso credíticio, muito difamado nos últimos meses , sendo a estabilidade financeira um dos objetivos da política monetária chinesa. As ações ver-se-ão favorecida por esta redução de taxas. A transição energética é outra fonte de atratividade para as ações chinesas. A citada Conferência Central de Trabalho Económico de dezembro pôs em ênfase o apoio à descarbonização com medidas para acelerar a instalação de energias renováveis. Assim, as empresas chinesas estão muito focalizadas em segmentos como o solar ou os veículos elétricos.

Pelo lado da política estrutural espera-se um relaxamento da regulação dos setores antes mencionados (educação e tecnologia), embora ainda não se tenha declarado oficialmente nenhuma intenção a esse respeito. No entanto, parece que a tormenta regulatória amainou, de tal forma que a correção que se tem vindo a produzir em alguns setores poderá dar-lhes um certo empurrão em 2022. Para além destas medidas que apoiam o mercado, espera-se uma melhoria geral da cadeia de fornecimentos para 2022. No lado geopolítico, as relações com os Estados Unidos continuarão a imprimir uma certa volatilidade. Portanto, parece que as estrelas se estão a alinhar para que os problemas da economia chinesa surgidos em 2021 se minimizem. Ainda paira no ambiente a incerteza em torno do mercado imobiliário, principal preocupação, com a permissão do COVID. Ao mesmo tempo que acontece a potenciação do crédito para ativar a economia e a estabilização financeira O apoio à transição energética e à descarbonização da economia é a parte mais positiva juntamente com o apoio às infraestruturas. Como diz um provérbio chinês: “Se não se entra no esconderijo de um tigre, como se pode capturar um tigre?”

Se a humanidade quer fazer face às dramáticas e aceleradas mudanças provocadas pelo aquecimento do planeta, não há mais alternativa do que investir no clima. Em todo o mundo há oportunidades para que os investidores se impliquem a ajudar os países e as empresas a aumentar a sua resistência contra os extremos climáticos. Uma análise da Munich Re demonstrou que vincular a adaptação e os seguros, por exemplo restaurando os recifes de coral que reduzem os danos das tempestades, ou planifi ando para aliviar as inundações, poderá representar uma redução dos prémios e um retorno do investimento seis vezes maior. Estas oportunidades aumentarão. No Reino Unido, que recentemente sofreu milhares de mortes relacionadas com o calor e já perdeu milhares de milhões de libras em danos por inundações, um relatório da Comissão de Mudança Climática descobriu que os riscos físicos estavam subfinanciad s e ignorados. Há que celebrar o aumento da atenção dos investidores relativamente às causas da mudança climática e os planos de redução de emissões, mas agora há uma necessidade urgente de investir na resiliência climática. Ambas as coisas são complementares e devem estar em paralelo. Chegou o momento dos investidores despertarem para a realidade da mudança climática e investirem não só na mitigação das suas causas, mas também na adaptação às suas consequências. MARÇO E ABRIL I FUNDSPEOPLE 105

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PRODUTOS ISR por Margarida Pinto

A PEGADA ECOLÓGICA

DAS CARTEIRAS DE INVESTIMENTO DAS SEGURADORAS As seguradoras são um dos investidores institucionais com maior peso no mercado nacional, e o tema da sustentabilidade não lhes passa ao lado. Olhamos para a fotografia em ermos de ratings ESG das suas carteiras, estudadas pela ASF.

A

s carteiras dos fundos de investimento, das fundações, dos fundos de pensões, das seguradoras… todos, basicamente. Todos os veículos ou entidades que efetuam investimentos começam a ser chamados a responder ao tribunal verde, que é como quem diz, às exigências que se afiguram em termos de investimento responsável e sustentável. Essas exigências já chegaram às seguradoras, e a ASF (Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões) quis explorar o que já se faz - ou falta fazer - neste âmbito. Mapeou para isso 95% do portefólio do setor segurador nacional, considerando “no mapeamento as carteiras de investimentos afetas a seguros ligados e não li-

gados, e excluindo os títulos afetos aos fundos dos acionistas”. As conclusões são apresentadas no seu mais recente Relatório de Estabilidade Financeira. À primeira vista, os players do setor segurador parecem deter, em termos globais, carteiras de investimentos com ratings ESG de nível médio. Numa escala entre 0 e 501 ,os scores ESG rondaram valores entre os 23 e os 27. Contudo, alertam que não é possível através desta metodologia destrinçar diferenças expressivas de risco ESG entre os vários portefólios dos diversos tipos de entidades - Vida (V), Não Vida (NV) e Mistas (M). Por outro lado, numa análise à carteira de investimentos agregada, o regulador conseguiu concluir que 88% da mesma está alocada a ativos fina -

ceiros de risco ESG intermédio. Mas as metodologias de avaliação, como bem assinala a entidade no documento, não são estanques. A verdade é que, num futuro próximo, a evolução dessas metodologias poderá “permitir refinar e criar maior diferenciação entre os grupos económicos posicionados nesta gama intermédia”.

VULNERABILIDADES

Precisamente num contexto de transição, o potencial de stress adicional apresentado pelos riscos ESG é maior nos títulos ou emitentes “cuja permanência em território de investment grade é menos robusta”. Os dados deixam mesmo evidente vulnerabilidades que a ASF faz questão de apontar. Veem que algumas empresas de seguros

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RATINGS ESG DA CARTEIRA DE INVESTIMENTOS 28 27

RATING ESG

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Fonte: Sustainalytics, QRT, cálculos da ASF. Cada código identifi a uma empresa do segmento Vida (V), Não Vida (NV) ou Mista (M), do mercado nacional.

RATING ESG E CREDIT QUALITY STEP PONDERADO DAS CARTEIRAS DE DÍVIDA RATING DO PORTEFÓLIO

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RATING ESG

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CQS E DURAÇÃO (ANOS)

DURAÇÃO PONDERADA

Fonte: Sustainalytics, Reporte individual trimestral, cálculos da ASF. Cada código identifi a uma empresa do segmento Vida (V), Não Vida (NV) ou mista (M), do mercado nacional.

RATINGS ESG DOS SETORES A QUE AS EMPRESAS DE SEGUROS SE ENCONTRAM EXPOSTAS: POSIÇÕES DE INVESTIMENTO, CREDIT QUALITY STEP (CQS), DURAÇÕES PONDERADAS E PROPORÇÃO DA EXPOSIÇÃO A ESSES SETORES NA CARTEIRA DE DÍVIDA CQS PONDERADO

RATING ESG 50

6 4

30

3

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2

RATING ESG

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5

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1 0

PATAMARES DE RATING ESG :

0-9 MUITO BAIXO

10-19 BAIXO

20-29 MÉDIO

30-39 ALTO

Textiles & Apparel

Media

Retailing

Real Estate

Commercial Services

Software & Services

Auto Components

Transportation

Paper & Forestry

Food Retailers

Traders & Distributors

Insurance

Consumer Services

Telecommunication Services

Diversified inancials

Banks

Healthcare

Electrical Equipment

Household Products

Machinery

Construction Materials

Pharmaceuticals

Utilities

Refine s & Pipelines

Chemicals

Food Products

Diversified

etals

0 Construction & Engineering

CQS E DURAÇÃO (ANOS)

DURAÇÃO PONDERADA 7

40-50 MUITO ALTO

Fonte: Sustainalytics, Reporte individual trimestral, cálculos da ASF.

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PRODUTOS ISR

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A OPINIÃO DE STEFAN HOFRICHTER, CFA Economista-Chefe, Allianz Global Investors (AllianzGI)

Poluentes ou verdes? ASF olhou para os ativos das seguradoras nacionais https://bit.ly/3tDfGhT

têm os níveis agregados na sua carteira de dívida que são correspondentes a CQS3 (Credit Quality Step 3), o limite inferior de investment grade, equivalente a BBB na escala da S&P ou Fitch. Contas feitas, esta classificação cifra cerca de 39% da carteira de dívida total. Este fator, combinado com ratings ESG de nível intermédio, pode gerar uma tempestade perfeita, ou seja, podem gerar-se “vulnerabilidades adicionais a cenários de downgrades destes títulos em matéria creditícia, penalizando também a onerosidade dos respetivos requisitos de capital das exposições privadas”.

PERCEÇÃO DAS ENTIDADES

Se à equação se juntar ainda a análise da duração ponderada dos instrumentos de dívida privada e pública pertencentes a estes setores, as conclusões adensam-se. Isto porque, como sublinha a ASF, “os ratings ESG que sinalizam maior risco nesta matéria causam maior preocupação quando associados a qualidade creditícia média menos robusta”. Ainda assim, o regulador deixa uma nota, tendo em conta a experiência de observação que têm na matéria. “As durações tendencialmente curtas das exposições criam uma necessidade orgânica de realocação de montantes vincendos, suscetível de ser efetuada sob um clima de incorporação de considerações ESG, que tendencialmente não ocorria aquando do estabelecimento das alocações de capital ora descritas”, avisam. Mas como é que as próprias empresas de seguros, e também as gestoras de fundos de pensões, percecionam a

relação entre as suas carteiras de investimento e as finanças sustentáveis e as alterações climáticas? No mesmo relatório a ASF mostra as conclusões de um questionário efetuado às entidades, referente ao primeiro semestre de 2021. A verdade é que salta à vista o que apelidam de um estágio “embrionário” e “preliminar” no processo de avaliação da sensibilidade das carteiras a riscos de transição e riscos físicos. Apontam para 77% das entidades questionadas nessa situação. Por outro lado, destacam 23% das empresas num espetro de maior proatividade face à temática. Veem esse conjunto de entidades a preocuparem-se com “aspetos legais e regulamentares” dos títulos verdes e poluentes, com “desenvolvimentos sistémicos decorrentes dos ajustes operados às carteiras pelos investidores” e, por fim, com “a prevenção de exposições a práticas de greenwashing”. Quanto à transição das carteiras em função da sua dimensão sustentável, duas em cada três entidades acredita que fará uma transição “ordeira” das mesmas. Mas há nuances. Equitativamente, existem as que quase se pode dizer que preferem esperar para ver, ou seja, que têm “uma postura menos imediata” sobre o tema; por outro lado, encontramos as “que revelam a intenção de adotar uma atitude ativa, de alinhamento rápido”. Uma coisa é certa: mais rápido ou mais devagar, seguramente que este tema terá um enorme impacto no futuro do investimento preconizado por estas entidades.

A ASF usou a metodologia da Sustainalytics

1

LIÇÕES DE INVESTIMENTO DE 13 CRISES GEOPOLÍTICAS Com o intuito de ajudar os investidores a entender o confli o Ucrânia-Rússia, analisámos mais de uma dúzia de eventos semelhantes ocorridos desde 1953 – da invasão da Hungria e da Crise dos mísseis em Cuba até aos choques petrolíferos, guerras no Iraque, crise da Crimeia ou a invasão da Geórgia. A que conclusão podemos chegar? Os fatores económicos subjacentes tendem a exercer maior influência nos mercados do que os acontecimentos geopolíticos, pelo que recomendamos particular atenção ao preço do petróleo, à infla ão e às intervenções dos bancos centrais. Conclusões essenciais: (i) “comprar ao som dos canhões” é uma antiga máxima de investimento não confirmada pela nossa análise a 13 crises geopolíticas; (ii) é verdade que, após o início de crises globais, assistimos, por vezes (nem sempre), a um ligeiro aumento do desempenho das ações e, por vezes, a um sell-off de ativos “seguros”, mas a principal influência no desempenho tem sido exercida por fatores não relacionados com as crises; (iii) para os investidores atuais, a infla ão deve continuar a ser uma preocupação fundamental: o aumento dos preços do petróleo é inflacioni ta, e os bancos centrais querem manter a infla ão sob controlo; e (iv) por enquanto, mantemo-nos cautelosos em relação às ações: os mercados desfrutaram de vários anos de forte desempenho, e a crise na Ucrânia poderá desencadear sell-offs adicionais nas próximas semanas.

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PRODUCTOS ETF por Raúl Póvoa

ETF EM CARTEIRAS DE

GESTÃO ATIVA

A questão já não é tanto sobre optar por ETF ou fundos de gestão ativa, mas sim como combinar ambos. Contudo, para lá das vantagens, há cuidados a ter na seleção dos ETF.

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os últimos anos, uma das questões que tem dominado a indústria da gestão de ativos tem sido o forte aumento dos ativos sob gestão dos Exchange Traded Funds (ETF) – para mais de 8 biliões de USD, a nível global –, e até que ponto os mesmos poderão substituir os tradicionais fundos de investimento de gestão ativa? Trata-se, de facto, de um debate interessante, tendo em conta a elevada percentagem de produtos de

gestão ativa que não conseguem, de forma consistente, bater os respetivos benchmarks, não justificando as comissões cobradas, significativamente superiores às comissões dos ETF. Na minha opinião, haverá sempre lugar para ambas as abordagens. A questão não deverá ser entre optar por uma ou outra, mas como combiná-las em carteiras de investimento diversi cadas. Na gestão de um fundo de gestão muito ativa, por exemplo, faz todo o sentido incluir ETF na carteira. MARÇO E ABRIL I FUNDSPEOPLE 109

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PRODUTOS ETF

DIVERSIFICAÇÃO

FLEXIBILIDADE

REDUÇÃO DE CUSTOS

CONTROLAR A EXPOSIÇÃO SETORIAL

ETF TRADING INTRA-DAY 110 FUNDSPEOPLE I MARÇO E ABRIL

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A OPINIÃO DE

NA SELEÇÃO DOS ETF DEVEM TER-SE ALGUNS CUIDADOS, COMO A ANÁLISE DA SOCIEDADE GESTORA OU A LIQUIDEZ DO ETF Tal opção deve-se às vantagens identificadas neste tipo de fundos-índice, nomeadamente: - Diversificação, na medida em que com uma única linha se obtém exposição a um conjunto alargado de ações. Na nossa opinião, em carteiras de gestão ativa, por seu lado, faz sentido ter ETF na componente de ações, como forma de reduzir o risco específico da carteira. Isto tendo em conta que, na componente de obrigações, tipicamente, preferimos exposição direta a créditos de empresas, cuja correlação com as ações pode ser significativa sobretudo, quando os mercados corrigem, os ETF permitem reduzir o risco específico da carteira total; - Redução de custos, dadas as baixas comissões de gestão deste tipo de produtos. Com uma única transação é possível comprar/vender um cabaz de várias ações (menores custos de transacção). Diversificação a baixo custo; - Flexibilidade, no sentido que permitem aumentar (ou reduzir) de forma muito rápida (e barata) a alocação a um determinado mercado ou setor. Trata-se de uma vantagem relevante quando falamos de fundos de investimento abertos, com subscrições e resgates diários, onde a gestão da liquidez se reveste de grande importância. -Trading Intra-day. Ao contrário dos fundos de investimento tradicionais, os ETFs, sendo transaccionáveis em bolsa, permitem a realização de compras e vendas na mesma sessão. - Controlar a exposição setorial. Através dos ETF setoriais, os investidores podem mais facilmente gerir a alocação setorial pretendida nas respetivas carteiras.

De qualquer forma, alguns cuidados devem ser igualmente considerados. Em primeiro lugar, deve ser analisada a sociedade gestora do ETF, devendo ser privilegiadas as gestoras de renome e com track-record. Em segundo, é importante verificar factores como a liquidez do ETF, ou seja, o volume de transações, a diferença para o Net Asset Value (NAV) e o spread bid-ask. Por último, importa ter presente que os ETF market weighted, isto é, que distribuem os constituintes em função da sua capitalização bolsista, tendem a sobreponderar os títulos que mais subiram. Isto pode ser importante porque, no caso de grandes subidas do mercado, através dos ETF tende a comprar-se as ações que subiram mais e não as necessariamente mais baratas.

RISCO DE CRÉDITO

Outro aspecto a ter em atenção é que alguns tipos de ETP (Exchange-Traded Products), têm risco de crédito do emitente como é o caso do ETC (Exchange-traded-Commodities) e ETN (Exchange-traded Notes). Relativamente aos ETF, os ativos da carteira estão segregados em contas independentes, isoladas do risco de falência do emitente do produto e confiadas a depositários independentes com responsabilidades de supervisão (sem risco de crédito). Concluindo, os ETF são um instrumento poderoso na gestão de carteiras de investimento. Mais do que o market-timing e o stock-picking, o principal driver da rendibilidade (e risco) de uma carteira de investimento é a alocação de ativos. E, neste sentido, os ETF podem ser de grande utilidade.

ISABEL VENTO Responsável de Negócio para a Península Ibérica, BlackRock

SEGUIR EM FRENTE JUNTOS PARA DESCARBONIZAR A ECONOMIA Os nossos clientes estão cada vez mais preocupados sobre como as suas estratégias estão a responder à transição para uma economia de emissões zero. Cada vez mais questões nos chegam sobre como proteger um portefólio dos riscos físicos ou sobre como podem medir o seu compromisso sobre os targets de emissões líquidas zero, entre outros tópicos. É por isso que, à medida que a transição se torna crescentemente um elemento central dos portefólios, na BlackRock estamos comprometidos em ajudar a responder a todas essas questões e a providenciar as ferramentas necessárias para que a transição esteja integrada em cada portefólio. Os investidores estão a defini estratégias e caminhos para um modelo líquido zero. Contudo, nós queremos colocar à sua disposição um leque de capacidades para que esta transição, independentemente da velocidade que lhe seja atribuída pelos titulares das carteiras, tenha lugar de forma sustentável, mas sem perder o foco na criação de valor no longo prazo. Não podemos esquecer que a transição para um modelo de zero emissões irá demorar décadas e que, por isso, temos de direcionar os nossos esforços para envolver mais e mais setores, e não deixá-los fora do processo. É por isso que na BlackRock estendemos a mão aos investidores, para que seguir em frente juntos seja a melhor maneira de alcançar um objetivo comum, que é a descarbonização da economia. MARÇO E ABRIL I FUNDSPEOPLE 111

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PRODUTOS INSTITUCIONAL por Óscar R. Graña

A CRISE EXISTENCIAL DAS

AFP CHILENAS Os contínuos resgates de dinheiro aprovados pelo governo para atenuar os efeitos económicos da crise de COVID-19 fi eram minguar o património dos fundos de pensões privados e deixou de fora do sistema milhões de chilenos.

H

istoricamente, o Chile tem sido visto pelas gestoras internacionais como o mercado por excelência na América Latina. Trata-se de um negócio dominado fundamentalmente por grandes investidores institucionais. Na região, os principais clientes das entidades estrangeiras são as AFP, um reduzido grupo de fundos de pensões privados, que gerem volumes muito elevados. De acordo com os dados da Comissão Classificadora de Riscos do Chile, as AFP gerem 172.000 milhões de dó-

lares, dos quais 95.000 estão investidos em fundos de entidades estrangeiras. Esses montantes forneceram-lhes um grande poder de negociação. Quando se sentam à mesa, exigem por contrato às entidades com quem trabalham ter acesso à classe de fundo mais barata de que dispõem, seja qual for o canto do planeta em que a comercializam. Quando investem, os tickers costumam ser elevados, embora seja um tipo de investidor com o qual a gestora corre alguns riscos. O seu posicionamento nem sempre é a longo prazo; podem ser muito táticos,

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AS GESTORAS INTERNACIONAIS COM MAIS ATIVOS NAS AFP CHILENAS Os dados contemplam unicamente volumes em fundos de gestão ativa

RANKING

provocando violentas oscilações nos fluxosde um fundo em períodos muito curtos de tempo.

MODELO EM QUESTÃO

Hoje, este bastião de que ainda dispõem as gestoras internacionais na América do Sul está em perigo. A crise de COVID-19 levou a um questionamento do modelo das AFP. Não as põem em causa apenas as autoridades políticas chilenas, mas também a própria sociedade, onde existe um debate muito acesso. Para compreender o que está a acontecer, importa explicar este modelo e a forma como o Chile tentou travar os efeitos económicos provocados pela pandemia. No que diz respeito à sua estrutura, o sistema de pensões passou do antigo modelo de distribuição clássica, no qual os pensionistas recebiam as contribuições dos trabalhadores ativos, para um sistema de capitalização individual.

OS TRÊS RESGATES

“Inevitavelmente, todo o trabalhador deve aportar um mínimo de 10% do seu salário, realizando este pagamento

GESTORA

PATRIMÓNIO (MILHÕES DE DÓLARES)

QUOTA DE MERCADO

10,40%

1

Schroders

7.651

2

J.P. Morgan AM

5.736

7,80%

3

Baillie Gifford

5.147

7,00%

4

PIMCO

4.163

5,60%

5

DWS

3.719

5,00%

6

Allianz Dresdner Asset

3.619

4,90%

7

Robeco

3.355

4,60%

8

NinetyOne

2.526

3,40%

9

Moneda AM

2.315

3,10%

10

HSBC Global AM

2.257

3,10%

11

Veritas

2.138

2,90% 2,50%

12

Goldman Sachs AM

1.837

13

Dimensional

1.632

2,20%

14

Pictet AM

1.590

2,20%

15

UBS AM

1.571

2,10%

16

abrdn

1.549

2,10%

17

BNP Paribas AM

1.546

2,10%

18

PineBridge

1.485

2,00% 1,90%

19

Invesco

1.437

20

Lord Abbett

1.431

1,90%

21

AXA IM

1.324

1,80%

22

Lazard

1.242

1,70%

23

Man GLG

1.231

1,70%

24

Barings

1.163

1,60%

25

BlueBay

1.118

1,50%

26

Amundi

1.028

1,40%

27

GAM

969

1,30%

28

Berenberg

964

1,30%

29

Nomura

892

1,20%

30

Vontobel AM

801

1,10%

31

Larrain Vial

657

0,90%

32

Fidelity Investments

631

0,90%

33

Janus Henderson Investors

567

0,80%

34

BlackRock

499

0,70%

35

Credit Suisse AM

417

0,60%

36

AQR

400

0,50%

37

Eastspring

298

0,40%

38

Morgan Stanley IM

279

0,40%

39

Vanguard

262

0,40%

40

Doubleline

249

TOTAL

73.726

0,30% 97,3%

Fonte: Comissão Classifi adora de Riscos do Chile a 31 de outubro de 2021. Taxa de câmbio euro-dólar: 0,856 a 18 de janeiro de 2022.

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PRODUTOS INSTITUCIONAL

INVESTIMENTO OFFSHORE DAS AFP CHILENAS

Mais de metade das carteiras das AFP está investida offshore FUNDO DE PENSÕES

PATRIMÓNIO (MILHÕES DE DÓLARES)

AFP Capital

34.175

AFP Cuprum AFP Habitat

QUOTA DE MERCADO (%)

INVESTIMENTOS OFFSHORE

INVESTIMENTOS OFFSHORE / PATRIMÓNIO TOTAL

19,80%

18.219

33.990

19,70%

19.609

57,70%

50.145

29,10%

28.737

57,30%

AFP Modelo

8.649

5,00%

5.059

58,50%

AFP Planvital

6.046

3,50%

3.236

53,50%

AFP Provida

38.588

22,40%

19.776

51,20%

893

0,50%

481

53,90%

172.486

100%

95.116

55,10%

AFP Uno TOTAL

53,30%

Fonte: Comissão Classifi adora de Riscos de Chile a outubro de 2021. Taxa de câmbio euro-dólar: 0,856 euros a 18 de janeiro de 2022.

unicamente pelas AFP autorizadas pelo Estado”, explica Andrea Carreras-Candi, diretora da EFPA España. “Em 2008, o governo chileno realizou uma grande reforma, introduzindo o Pilar Solidário, financiado pelo Estado e dirigido a 60% da população com menos recursos, que nunca tinham contribuído ou que recebiam pensões muito baixas, ao terem contado com um salário muito reduzido durante a sua vida laboral”. Estalou a pandemia e chegou a crise. Para fazer face aos estragos económicos, o governo autorizou os participantes a resgatar 10% do seu plano de pensões. Aplicou-se em julho de 2020, com um limite de quatro milhões de pesos chilenos, o equivalente a 5.000 dólares. Foi a primeira das três janelas de liquidez que se abriram para que os investidores pudessem retirar o seu dinheiro, já que em dezembro desse mesmo ano e em março de 2021 se autorizariam o segundo e o terceiro resgates sob as mesmas condições.

De acordo com os dados reportados pela Superintendência de Pensões, os resgates nestes três processos somariam no total 50.000 milhões de dólares. Desse dinheiro, quase afetou fundos internacionais, centrando-se as saídas em produtos de ações americanas, japonesas e europeias; os ativos mais líquidos. Representou uma entrada brutal de dinheiro na economia chilena, de mais de 20% do seu PIB, já que a maior parte se destinou a consumo. “A consequência é uma inflação próxima de 6%, uma subida das taxas de juro e das hipotecas e uma queda do volume de empréstimos hipotecários, tendo-se reduzido o acesso ao crédito”, aponta Gonzalo Rengifo, diretor geral para a Península Ibérica e América Latina da Pictet AM, uma das muitas gestoras internacionais que, por causa de laços históricos e culturais, cobrem a região a partir do seu escritório ibérico.

MENOS PARTICIPANTES

No entanto, estas não foram as únicas consequências. A Associação AFP

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A OPINIÃO DE ÁLVARO FERNÁNDEZ E MARIO GONZÁLEZ Co-responsáveis de Desenvolvimento de Negócio, Capital Group na Península Ibérica

A ASSOCIAÇÃO AFP DO CHILE ESTIMA QUE, DEPOIS DOS TRÊS RESGATES, 20% DOS AFILIADOS JÁ NÃO DISPONHAM DE DINHEIRO EM CONTAS INDIVIDUAIS. UM NOVO RESGATE FARIA COM QUE 4,5 MILHÕES FICASSEM SEM POUPANÇAS PARA A REFORMA VIA AFP

do Chile, estima que, depois dos três resgates, 20% dos afiliados já não dispõe de poupanças nas contas individuais. Um novo resgate de outros 10% faria com que outros 2,4 milhões ficassem fora do sistema das AFP. Consequentemente, 4,5 milhões de cidadãos ficariam sem poupanças para a reforma por esta via. A proposta de permitir uma quarta retirada antecipada de outros 10% esteve muito próxima de ver a luz do dia. A câmara de deputados aprovou, mas requeria o apoio de 25 senadores. Recebeu 24 votos a favor. A iniciativa do projeto passou para uma comissão mista formada por representantes de ambas as câmaras, que finalmente a declinou. Mas o debate ficou lançado. Existe uma confluência de fatores que fazem com que o futuro das AFP seja muito incerto. Por um lado, está a vitória nas eleições do passado mês de dezembro de Gabriel Boric, da ala esquerda, partidário de abrir novas janelas de liquidez para que os chilenos possam resgatar o seu dinheiro.

Por outro lado, sucedem-se as iniciativas parlamentares de partidos políticos de centro-direita que, temerosos sobre as possíveis políticas confiscatóriasque pode colocar em marcha o novo inquilino do Palácio da Moeda, instam não só a permitir novos resgates de 10%, mas até um definitivo de 100%. Na América Latina há precedentes. No Perú, Ollanta Humala disse que ia expropriar as pensões. No final de contas, fez marcha atrás e permitiu uma retirada de 30%. Aprovando-se a proposta de facilitar o reembolso total seria o fim das AFP, o final dos fundos criados há 40 anos para complementar os rendimentos dos chilenos na sua reforma. Seria o fim do que para muitos foi um modelo de êxito na América Latina e também de um negócio para aquelas gestoras internacionais que conseguiram entrar nas carteiras destes grandes investidores institucionais. Entrar num avião para empreender o longo caminho para Santiago perderia muito sentido.

COMO FAZER FACE ÀS QUEDAS DE MERCADO Não seríamos humanos se não tivéssemos medo das perdas; o instinto natural é fugir dos mercados quando caem a pique. Estes sete princípios podem ajudá-lo a combater o impulso de tomar decisões emocionais em tempos de incertezas. 1. A s ações historicamente tendem a oferecer retornos positivos no longo prazo, mas as quedas de mercado são inevitáveis; a boa notícia é que não duram eternamente. 2. A evolução do mercado a curto prazo é imprevisível, e os investidores que se mantêm à margem arriscamse a registar perdas nos períodos de fortes subidas após das quedas. 3. É normal que os investidores fiquem nervosos quando o mercado cai, mas a sua atuação nesses momentos marca a diferença entre o êxito e as perdas. 4. U m plano de investimento também pode ajudar os investidores a evitar decisões de investimento equivocadas. 5. A diversifi ação pode contribuir para reduzir a volatilidade e evitar a tensão dos bear markets. 6. A s ações são um elemento fundamental numa carteira diversifi ada, mas as obrigações podem oferecer um certo equilíbrio. MARÇO E ABRIL I FUNDSPEOPLE 115

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PRODUTOS ALTERNATIVOS por Paula Mateus

INVESTIM E IMOBILIÁ R

SUSTENTABI L C Intensifi am-se as preocupações em termos de sustentabilidade no mercado imobiliário e a gestão da duração dos contratos de arrendamento será uma variável cada vez mais premente nas carteiras de investimento.

omo todos sabemos nada é certo e permanente, e frequentemente somos forçados a adaptarmo-nos nas mais distintas e diversas situações de uma forma inesperada. Prova disto são as vivências que todos passámos durante o período pandémico, as tensões geopolíticas que atualmente vivemos, a incerteza que se instalou no mundo e o impacto que terão na gestão do planeta nas mais variadas vertentes, incluindo a económica. Do mesmo modo que o nosso cérebro é moldável e se organiza com as rotinas que efetuamos diariamente, tornando-as completamente mecanizadas em 20, 30 ou 60 dias, dependendo da persistência e do interesse de cada um, com um mundo em constante mudança e com novas exigências é imperativo reaprender a priorizar e a analisar todos os itens que temos em

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M ENTO Á RIO E

I LIDADE consideração numa decisão de investimento. A sustentabilidade tem sido um exemplo paradigmático do que passou a ser priorizado e considerado nas decisões de investimento, não descurando uma das componentes mais prioritárias de todo o processo: os nossos clientes, a defesa dos seus interesses, da proteção e rendibilização das suas poupanças. No mercado imobiliário, as preocupações, em termos de sustentabilidade são cada vez mais elevadas quer na procura de novas oportunidades de investimento que surjam em mercado, quer nas melhorias e reabilitações dos imóveis por parte dos proprietários. Tornam-se cada vez mais prementes as diligências técnicas prévias a eventuais investimentos, com a introdução padronizada de requisitos ESG (Environmental, Social and Governance). Na perspetiva de desinvestimento, a

aplicação dos aludidos requisitos serão a pedra de toque para captar o interesse dos investidores imobiliários, cada vez mais despertos para esta realidade. Conhece, também, cada vez mais relevância a atração pela análise dos princípios ESG observados por senhorios e arrendatários, a par de outros termos e condições essenciais que encimam os negócios, seja de compra e venda, seja de arrendamento.

MATURIDADES CURTAS

Ao incluir estas preocupações em termos de gestão e de decisões de negócio, estamos convictos da existência de um eventual caminho de confl tualidade entre arrendatários e proprietários. A gestão da duração dos contratos de arrendamento será uma variável cada vez mais premente nas carteiras de investimento, na medida em que as condições negociais deMARÇO E ABRIL I FUNDSPEOPLE 117

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PRODUTOS ALTERNATIVOS

COP26

IMOBILIÁRIO

PRINCIPAIS ASPETOS E CONCLUSÕES EMISSÕES DE CARBONO DOS EDIFÍCIOS O setor imobiliário tem de se aproximar da eficiência ene gética, através de melhor design, materiais e da implementação de tecnologias de edifícios inteligentes. A ERA DO NET ZERO Certifi ações sustentáveis podem contribuir em aproximadamente 50% na variabilidade dos alugueres contratados e riscos de incumprimento de hipotecas em comparação com o imobiliário não certifi ado. FINANCIAMENTO DE IMOBILIÁRIO SUSTENTÁVEL Crescentes empréstimos verdes ou ligados à sustentabilidade destinados a adquirir imobiliário, re-financiame tos, financiame to de desenvolvimento e para financia eficiência ene gética com melhorias resilientes às alterações climáticas. CONTROLO DE DESENVOLVIMENTO E MUDANÇAS CLIMÁTICAS Podem ser requisitados projetos de forma a conduzir uma avaliação de impacto ambiental/climático. RENOVAÇÃO DE EDIFÍCIOS EXISTENTES Estima-se que 80% dos edifícios que existirão em 2050 estão já construídos. É ncessário criar regulamentação que priorize a modernização sobre a nova construção. SENHORIOS E INQUILINOS Arrendamentos verdes que incluam áreas nas quais os senhorias e os inquilinos colaborem de forma a melhorar a performance ESG.

Fonte: Global Real Estate Sustainability Benchmark

verão, no futuro, ter em conta que os ocupantes se encontram alinhados em termos de critérios de sustentabilidade. Nos casos em que esta sintonia seja incompatível, uma das soluções poderá passar por promover a celebração de contratos com maturidades curtas, e simultaneamente procurar a substituição dos mesmos por ocupantes de elevada qualidade creditícia e com critérios ESG elegíveis. Nas situações de contratos mais longos, os gestores tendencialmente deverão adequar as melhorias nos imóveis em articulação com os interesses dos arrendatários, tendo sempre em consideração a valorização do património adequado à atividade dos mesmos, procurando sempre que esta valorização ocorra de forma criteriosamente sustentável. Existem cada vez mais arrendatários, e nesta fase clientes internacio-

nais, que valorizam a ocupação de imóveis sustentáveis e estando dispostos a despender um prémio adicional por essa opção. Cremos ser incontestável que esta tendência está a solidifica -se no intelecto de todos os players de mercado, também por via da desmistificação de os custos de construção de um imóvel sustentável serem pouco superiores quando comparados com os de um imóvel que não obedece a este tipo de preocupações. O nosso país continua a atrair investidores imobiliários internacionais, em distintos setores, como por exemplo os setores de escritórios, hotelaria e saúde. A resposta de Portugal à crise pandémica contribuiu para que estas expetativas se mantenham. Em setores específicos como o da saúde, nomeadamente unidades de cuidados continuados e residências seniores, é expetável

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A OPINIÃO DE ISABEL DE LINIERS Vendas sénior, DWS Iberia

REAFIRMANDO O INVESTIMENTO EM ATIVOS REAIS LÍQUIDOS

A GESTÃO DA DURAÇÃO DOS CONTRATOS DE ARRENDAMENTO SERÁ CADA VEZ MAIS PREMENTE NAS CARTEIRAS DE INVESTIMENTO

que esta procura evolua positivamente. Importa referir que a muitos dos projetos ou licenciamentos em curso encontram-se já subjacentes certific ções mundialmente reconhecidas que avaliam o cumprimento de requisitos de sustentabilidade, sendo expectável que, neste âmbito, e como resultado da imperatividade normativa esperada, outras certificações venham a surgir.

RETORNOS SUPERIORES

O posicionamento dos imóveis nos critérios ESG originará tendencialmente retornos superiores para os proprietários, mesmo com as crescentes exigências normativas, quando conjugados três fatores: o acréscimo dos rendimentos, o investimento nos imóveis e a poupança no que concerne a gastos gerais. A intensificação da legislação, o incremento das preocupa-

ções ambientais e, bem assim, a consolidação da procura em imóveis com requisitos sustentáveis, serão pilares chave na evolução do mercado imobiliário. Há a necessidade premente de continuar a adaptarmo-nos a todos os acontecimentos inesperados, saber contrariá-los com algum estoicismo e elevada resiliência, porquanto é inexorável que o caminho da sustentabilidade veio para ficar A experiência demonstra-nos que o que não é mensurável, não é gerível. O desafio que se desenha no horizonte muito próximo é a meticulosa tarefa de atribuição de métricas que nos permitam medir o grau de adequação dos imóveis que compõem as carteiras dos fundos e dos clientes aos critérios de ESG. Pensamos ser um dos principais desafios a atingir. O caminho faz-se caminhando.

Desde que o COVID estourou nas nossas vidas e introduziu incertezas desconhecidas para a economia moderna, na DWS temos insistido na utilidade de investir em ativos reais. O que vimos este ano, longe de nos fornecer clareza, infelizmente lançou-nos novas questões, inimagináveis há alguns meses. É por isso que nos mantemos firmes nesta ideia, pois acreditamos que a diversifi ação numa carteira de ativos reais líquidos, graças à estabilidade que proporcionam e à cobertura contra a infla ão, posiciona favoravelmente os investidores num cenário de infla ão crescente e de tensão de guerra. Para construir tal carteira, seria necessário partir de uma base sólida, como infraestruturas líquidas ou ativos imobiliários (ações de empresas destes setores), com potencial de retorno signifi ativo no longo prazo e rendimento historicamente atrativo e estável. A isso somaríamos a exposição a matérias-primas e ações na área de recursos naturais, com beta elevado à infla ão (especialmente quando ela sobe). Por fim, o investimento em TIPS (títulos vinculados à infla ão). É certo que certas combinações de setores e geografias podem ser atualmente objecto de dúvidas (transportes na Europa, energia) mas somos de opinião que com a referida diversifi ação maximizam-se os benefícios. MARÇO E ABRIL I FUNDSPEOPLE 119

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ESTILO DE VIDA DESPORTO

por Franscisco Falcão

GOLFE E SKI

O VALOR ACUMULADO DO DESPORTO Uma boa metáfora para os investimentos, é sem dúvida a filosofia do golfe. Mas o que é facto é que, no desporto em geral, há sempre algo a transpor para o nosso dia a dia.

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A

volatilidade do mercado de capitais e a instabilidade relacionada com os ciclos económicos são fatores muito relevantes para a forma de estar e para o comportamento de todos os que trabalham na área financeira. Embora a experiência nos ensine a relativizar uma série de questões e a encarar os momentos difíceis de mercado de uma forma mais pragmática, sempre considerei extremamente importante a prática de desportos que para além de desafiantes me ajudassem a relaxar do stress diário. Desde muito novo, por influência do meu avô materno, comecei a praticar golfe, tendo competido em representação do Estela Golf Club durante vários anos da minha juventude. O facto de praticar golfe ao nível de alta competição, tendo integrado as seleções regionais e nacionais de jovens, permitiu-me desenvolver várias faculdades essenciais para o meu desenvolvimento profissional, entre as quais estratégia, concentração, espírito de sacrifício e disciplina.

O golfe é um desporto que pode ser praticado por qualquer faixa etária, tem benefícios comprovados para a saúde. Além disso, a sua prática implica um grande controlo emocional, algo que é também bastante importante para a maioria dos investidores. Por tal, a prática de desporto não é apenas importante pelo simples facto de fazer bem à saúde em termos físicos, mas também por motivos de equilíbrio psicológico. Outros ensinamentos podem ser retirados do desporto. Veja-se o célebre dizer de um dos grandes jogadores da modalidade, Ben Hogan, sobre o golfe: “This is a game of misses. The guy who misses the best is going to win”. A mensagem subjacente pretende referir que o importante para o resultado final é o controlo de risco dado ao longo do percurso onde são certamente cometidos vários erros.

VALOR ACUMULADO

No golfe, tal como nos investimentos, não vivemos do resultado de um dia ou de uma posição específica ganhadora, mas sim do valor acumulado

ao longo de um período alargado de tempo, pelo que será importante evitar perdas que coloquem em causa a capacidade de recuperação ou sobrevivência do investidor. No entanto, o golfe não é o único desporto dado que o meu percurso profissional implicou que tivesse vivido mais de uma década em Genebra (Suíça). Nessa altura foi também na prática de ski que encontrei uma forma agradável de recarregar baterias, dado que nos meses de inverno não era possível jogar golfe. Aliás, em várias estâncias, muitas das pistas em baixa altitude eram campos de golfe no verão. Na época que vivi na Suíça, os meus fins-de-semana de inverno eram passados na montanha a fazer ski ou simplesmente a caminhar e a admirar as paisagens magníficas A hora de almoço também era sagrada onde não dispensava uma boa tartiflette. Megève, Crans-Montana ou St. Moritz são locais que me marcaram e aos quais volto assim que tenho oportunidade. Em suma, é entre o golfe e o ski que encontro forma de relaxar e reorganizar as ideias por forma a melhor enfrentar as adversidades e oportunidades que emergem do mercado de capitais. MARÇO E ABRIL I FUNDSPEOPLE 121

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ESTILO DE VIDA VIAGEM por João Caiano, CFA

DUBAI LOCAL DE MÚLTIPLAS ATRAÇÕES Arranha-céus, avenidas largas, parques de diversões e muito mais. Quem chega de visita ao Dubai a única dificuldade que terá é a de escolher como se entreter durante os dias de lazer.

L

ocalizado ao longo da costa sul do Golfo Pérsico, no continente asiático, o Dubai foi o destino escolhido em 2019 para passar uns dias de férias na Páscoa com a família. Um destino que entusiasmou todos não só pela multiplicidade de atrações (radicais ou mais calmas) que oferece, quer para adultos, quer para adolescentes num ambiente calmo e acima de tudo bastante seguro. O Dubai é um dos sete emirados que constituem os Emirados Árabes Unidos, sobejamente conhecido pelos seus arranha-céus, avenidas largas e parques de diversões. Entre novembro e abril (os meses mais frescos), as temperaturas são moderadas (entre 24º C e 30º C) disfrutando-se assim de dias quentes e noites muito agradáveis. Escolhemos um hotel simpático, situado na Palmeira Jumeirah (um grupo de ilhas artificiais)com acesso à praia, o que nos permitiu desfrutar de manhãs ao sol, banhos num mar quente e a prática de desportos náuticos.

Aconselho vivamente um passeio de lancha à volta da Palmeira vendo alguns dos pontos mais famosos da cidade a partir do oceano, tais como os palácios reais, o famoso Burj Al Arab (hotel situado numa ilha artificialcuja arquitetura imita a vela de um navio), a Marina do Dubai (a não perder o Zip Line da Marina para os mais radicais), entre outros. Ainda para os mais radicais, um passeio de Jeep no deserto é uma boa opção. Há vários programas disponíveis dependendo da adrenalina pretendida e do valor que estamos dispostos a gastar. Escolhemos um passeio de meio-dia, que incluía também passeio de moto quatro pelas dunas, passeio de camelo e jantar num acampamento árabe (buffet de churrasco com pratos árabes). Um dia verdadeiramente intenso, mas muito divertido. Voltando às atrações, ir ao Dubai passa obviamente pelo Burj Khalifa. Com cerca de 12 anos, 828 m de altura e uns 160 andares, o Burj Khalifa é sem dúvida um dos pontos turísticos a não perder. Localizado ao lado das duas principais avenidas da cidade (a

Sheik Zayed Road e a Financial Centre Road), faz parte de uma zona comercial e residencial denominada Downtown Burj Dubai. É o prédio mais alto do mundo, podendo alguns dos seus andares serem visitados por turistas. Subimos de elevador (que demorou pouco mais de um minuto!) até ao 124 e 125 andares (observatórios At The Top) onde disfrutamos de uma vista incrível sobre o Dubai, Irã e Omã e assistimos a um fantástico pôr do sol (é necessário reservar com antecedência os horários do pôr do sol). De lá de cima vemos também as famosas Fontes do Dubai cujo espetáculo noturno é imperdível. Ao lado do Burj Khalifa a passagem pelo famoso Dubai Mall, considerado um paraíso de lojas para quem gosta de fazer compras (tanto de grandes estilistas, como de redes internacionais tipo Zara) é algo também a não perder. É também aí que se localiza um dos maiores aquários do mundo, o Dubai Aquarium and Discovery Centre. Escolhemos um restaurante no terraço do Dubai Mall para assistir ao espetáculo de água, luzes e música sin-

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cronizada das Fontes do Dubai (situadas num lago artificial).

ABU-DHABI

Ir ao Dubai e não passar um dia em Abu-Dhabi é como ir a Barcelona e não visitar a Sagrada família. Alugar um carro e fazer duas horas de viagem

até Abu-Dhabi vale sem dúvida a pena principalmente para visitar o Museu do Louvre (impressionante) e a famosa Mesquita do Sheikh Zayed. Ficamos sem dúvida verdadeiramente impressionados com a imponência de tal monumento. Aqui há obviamente que ter em atenção a roupa escolhida pelas se-

ESTANDO NO DUBAI, PASSAR UM DIA EM ABU-DHABI É OBRIGATÓRIO. A MESQUITA DO SHEIKH ZAYED É IMPERDÍVEL

nhoras já que mangas compridas, pernas cobertas e cabeça tapada com um véu são obrigatórios. Mas ir a Abu-Dhabi também passa por ir ao famoso Ferrari World e experimentar a montanha russa mais rápida do planeta ou guiar um Ferrari em plenas ruas de Abu-Dhabi (mais barato fica o simulador e acreditem que adrenalina não falta). Para quem ainda tenha tempo, passar um dia na praia de Saadiyat Beach vale bem a pena pela transparência das suas águas. Assim foram uns dias imperdíveis que recomendo vivamente. MARÇO E ABRIL I FUNDSPEOPLE 123

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Amundi, líder Europeia em gestão de activos(1)

Fundos de Impacto da Amundi: Faça investimentos com impacto real!

Junte-se a nós e faça mudanças reais com os Fundos de Impacto da Amundi: Enfrentar as principais questões que estão a redefinir o nosso mundo. Desafios como as alterações climáticas, a educação e as desigualdades sociais. Atingir resultados concretos e mensuráveis que fazem a diferença.

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1) Fonte: IPE “Top 500 Asset Managers” publicado em Junho 2021 com dados de Dezembro de 2020. Fundos sem garantia de capital ou rentabilidade. Este material destina-se apenas a investidores e distribuidores institucionais, profissionais, qualifi cados ou sofisticados. Documento promocional não se destina a cidadãos ou residentes dos Estados Unidos da América ou a qualquer “pessoa americana“, tal como defi nido nos regulamentos ao abrigo da “US Securities Act of 1933”. A compra de unidades deve basear-se nos últimos Prospectos, KIID, Artigos de Associação, e relatórios anuais e semestrais registados na CMVM. Para mais informações, consulte a documentação legal actual, disponível a pedido e gratuitamente na Amundi Iberia SGIIC, SAU, a principal entidade de marketing em Espanha e registada na CNMV sob o nº 31 (Pº de la Castellana 1, Madrid 28046), ou em www.amundi.com. Antes de efectuar qualquer assinatura, os interessados devem certifi car-se de que esta é permitida pelos regulamentos em vigor, verifi car as suas implicações fiscais e consultar os documentos regulamentares em vigor. Deve ser considerado se os riscos associados são apropriados para potenciais investidores, que devem assegurarse de que compreendem o conteúdo do documento. O investimento envolve riscos, os accionistas podem perder a totalidade ou parte do capital inicialmente investido. Rentabilidades passadas não garantem resultados futuros. Documento com carácter publicitário, simplifi cado, e sem valor contratual. Em caso algum constitui uma recomendação, pedido, oferta ou aconselhamento sobre investimentos. Informação fornecida pela Amundi Asset Management, SAS (“Société par actions simplifi ée“) com um capital social de 1.143.615.555 euros e aprovada pelo regulador francês (Autorité des Marchés Financiers - AMF) sob o número GP 04000036 como sociedade gestora de carteiras, Bd Pasteur 91-93 - 75015 Paris-França - 437 574 452 RCS Paris. |

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Articles inside

Investimento imobiliário e sustentabilidade

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Golfe e Ski: o valor acumulado do desporto

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A crise existencial das AFP chilenas

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Golpe da China no ano do tigre?

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ETF em carteiras de gestão ativa

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Paul Brain

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Adérito Oliveira

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Rui Castro Pacheco e Ana Gomes

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Fundos market neutral

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Carola Van Lamoen

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Vivek Bommi

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Gestão de ativos em Angola

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Regime das Empresas de Investimento

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Ano novo...vida nova?

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As gestoras com a gama mais consistente em Portugal

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Aquisições estratégicas

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