Revista FundsPeople maio e junho 2023

Page 1

ENTREVISTAS

CHERN-YEH KWOK, ABRDN

IAIN STEALEY, J.P. MORGAN AM NEGÓCIO

SOBE A EURIBOR… E A GESTÃO DE ATIVOS NÃO FICA INDIFERENTE

ESTRATÉGIAS

INVESTIMENTO EM CARBONO: UMA CLASSE DE ATIVOS EMERGENTE

OUT OF OFFICE

ENTRE A ARTE E O DESPORTO

VIAGEM AO DOURO

SELECIONADORES

FAVORITOS:

FINTAR AS DIFICULDADES CONTINUA A SER DIFÍCIL… MAS CRUCIAL

O PERÍODO CONTURBADO

QUE OS MERCADOS

ATRAVESSAM ATUALMENTE TEM DIFICULTADO O TRABALHO DOS SELECIONADORES DE FUNDOS NACIONAIS. ESTA CORRIDA DE OBSTÁCULOS ESTÁ LONGE DE TERMINAR, MAS OS PROFISSIONAIS

PORTUGUESES TÊM

CONSEGUIDO MANTER O RITMO.

NÚMERO 50 MAIO E JUNHO 2023 6€

Reforce a estabilidade da sua carteiracom infraestruturas

O DWS oferece acesso aos ativos que moldarão o nosso futuro

O crescimento populacional e a urbanização, o aumento da mobilidade, a transição energética e a segurança de abastecimento são alguns dos fatores que favorecem o investimento em infraestruturas. Além disso, os lucros são geralmente menos dependentes dos ciclos económicos e de mercado, de modo que as flutuações nos preços desse tipo de ativo costumam ser menores do que as de qualquer índice comparável.

Aproveite mais de 30 anos de experiência em estratégias de infraestruturas DWS e reduza o risco geral do seu portefólio.

Investimentos comportam riscos.

Descubra mais

Este documento é uma comunicação de marketing. DWS é a marca sob a qual o DWS Group GmbH & Co. KGaA e suas subsidiárias operam. Os clientes podem acessar o Produtos e/ou serviços DWS por meio de uma ou mais pessoas jurídicas identificadas na documentação aplicável. DWS International GmbH / janeiro de 2023 / CRC: 093820 Comunicação de marketing

EDI TO RIAL U

UM PORTUGUÊS E UM BRASILEIRO ENTRAM NUM BAR…

NACIONALISMOS À PARTE, O PORTUGUÊS

DESTACA-SE DOS

DEMAIS EM MUITOS E DISTINTOS CAMPOS. NESTA EDIÇÃO, OLHAMOS

PARA MUITO DO QUE O MERCADO PORTUGUÊS TEM DE ESPECÍFICO, MAS TAMBÉM DE BOM.

m português e um brasileiro entram num bar. Desculpem desde já o anticlímax, mas não vos vou contar uma anedota. Do início: um português e um brasileiro entram num bar. Não se conhecem e começam pelo quebra-gelo normal. Conversam sobre o tempo. O brasileiro fala em muito frio quando se sentem 15º graus, o português em muito calor quando roça os 30º. Deverá ser sobre este tipo de idiossincrasias que Ricardo Araújo Pereira e Gregório Duduvier se debruçam num espetáculo batizado precisamente de Um português e um brasileiro entram num bar. Por que é que os portugueses abrem as vogais e porque é que os brasileiros as fecham? Porque é que o português do Brasil soa a açúcar derretido, e o português de Portugal a azeitonas agres? Debaterão coisas deste género, seguramente, mas no final do dia tudo se deve assemelhar a discutir o sexo dos anjos: infrutífero, mas muito divertido. Na visita que Lula da Silva fez a Portugal recentemente, António Costa meteu os pés pelas mãos, e referiu que “só é pena os portugueses não falarem com o sotaque dos brasileiros”. Discordo. Acho que discordamos todos. As diferenças acrescentam valor, mesmo que sejam pequenas.

Esta edição da Revista está carregada de artigos que mostram as diferenças que Portugal tem enquanto mercado. Mas sem negativismos ou comparações infrutíferas. Os fundos portugueses com Rating FundsPeople em 2023 mostram precisamente isso. Não são muitos entre todo o universo - 39 do total de 603 - mas representam um nicho que cresceu em percentagem face ao ano transato. Acima de tudo e mais importante: representam um universo de muito valor dentro de portas, que mostra um know how seguramente diferente dos restantes. No segmento institucional do mercado português, também existem as suas especificidades ao nível do (interessante) papel que os fundos de investimento representam nas carteiras. Convidamo-lo a conhecer precisamente essa função, em cada um dos segmentos institucionais, nas páginas que se seguem.

Uma das especificidadesdo mercado nacional que também lhe trazemos é a dos vistos gold, que nos últimos anos colocaram Portugal como centro de interesse para muitos estrangeiros. Um regime que nos diferenciou enquanto país, e com o qual os fundos também lucraram. Como sairão impactados com o vaticínio do fimdeste regime?

Por fim,o que diferencia qualquer setor de trabalho: as pessoas. Selecionar fundos em Portugal será seguramente diferente do mesmo trabalho efetuado em Espanha ou Itália… onde for. No sentido de valorizar mais uma vez o que de bem se faz em Portugal, mostramos-lhe os selecionadores de fundos favoritos portugueses. Este ano temos um Top no feminino, com caras bem conhecidas do mercado.

Afinal, para que precisamos do açúcar na fala, se temos tanta coisa em que somos bons? Um ano ganha o brasileiro Chico Buarque o Prémio Camões, noutro a moçambicana Paulina Chiziane, noutro Saramago ou Mia Couto. Há (muito) valor em todos.

MAIO E JUNHO I FUNDSPEOPLE 3
50 I MAIO E JUNHO
MARGARIDA PINTO Editora Portugal
4 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO PANORAMA 18 FÓRUM APFIPP DORA e a resiliência operacional digital do setor fianceiro TENDÊNCIAS 28 CAPA Selecionadores favoritos 34 NEGÓCIO Sobe a Euribor… e a gestão de ativos não fica indiferente 38 GESTÃO Os fundos nacionais com Rating FundsPeople 2023 42 ESTRATÉGIAS Investimento em carbono: uma classe de ativos emergente 46 PLANIFICAÇÃO FINANCEIRA Fim dos Vistos Gold: fundos perdem o brilho? 50 ADVISORY IA na gestão de ativos: oportunidade para aumentar a eficiência e rentabilidade 54 LEARNING As razões para as diferentes estruturas financeiras na Europa e nos EUA 58 LEGAL ATAD 3: o terceiro degrau na revolução antielisão fical 60 FUNDSERVICES Escolher ferramentas de liquidez ENTREVISTAS 64 GURU Chern-Yeh Kwok 68 GESTOR PORTUGUÊS Luís Alvarenga 70 GURU Iain Stealey 74 DISTRIBUIDOR João Henriques 76 GURU Phil Gronniger 80 5 MINUTOS Rui Alpalhão PRODUTOS 82 COMPARATIVA Dívida corporativa global: em busca da qualidade 88 ALTERNATIVOS Pontos-chave para investir em fundos alternativos líquidos 92 EMERGENTES Tendências de cobertura em divisas emergentes 95 INSTITUCIONAL O fundo de investimento como peça fundamental na construção de carteiras institucionais 98 ISR Como e porquê investir em biodiversidade 101 ETF Os ETF mais comuns nos fundos de gestão portuguesa OUT OF OFFICE 104 ESTILO DE VIDA Entre a arte e o desporto 106 VIAGEM Viagem ao Douro 50 I MAIO E JUNHO 2023
70 74 76 64 80 68
ERRATA: Na edição nº
49
da Revista, não foi considerada, erradamente, a inclusão de Nuno Brito e Cunha, da Measurabl, na página de contribuidores.
IN DI CE
Find out more We combine the power of four separate income drivers for a more resilient outcome. Search capitalgroup.com/msi FOR PROFESSIONAL/QUALIFIED INVESTORS ONLY Marketing communication The value of investments and income from them can go down as well as up and you may lose some or all of your initial investment. The fund(s) is (are) offered only by Prospectus, together with any locally-required offering documentation. In Europe, the UCITS Key Investor Information Document/PRIIPs Key Information Document. This material is issued by Capital International Management Company Sàrl (“CIMC”). © 2023 Capital Group. All rights reserved.

CO LABO RA DO RES

CONTRIBUTOS DO MÊS

50 I MAIO E JUNHO 2023

PEDRO MACHADO

Representante no Cyber Resilience Working Group da EFAMA, APFIPP DORA e a Resiliência Operacional Digital do setor financeiro

88

MICHAEL AZLEN

Fundador e CEO, Carbon Cap Management LLP

Investimento em carbono: uma classe de ativos emergentes

BELÉN RODRÍGUEZ ZULAICA

Responsável de produtos, Node

A IA na gestão de ativos: uma oportunidade para aumentar a e fi ciência e rentabilidade

FERNANDO ROJAS, PABLO VICTORIA E ÁLVARO RUIZ

Manager, associado e analista, Deloitte Financial Advisory

As razões para as diferentes estruturas financeiras na Europa e nos EUA

MASON MARTIN E PEDRO ORTIGÃO CORREIA

Diretores gerais, ICD Europa Escolher ferramentas de gestão de liquidez

STEVE NOVAKOVIC Diretor executivo, CAIA Pontos-chave para investir em fundos alternativos líquidos

92

MATHEUS ZANI E DANIEL PORTO Responsável de Latam e responsável de Banca e Infraestrutura, Deaglo Tendências de cobertura de divisas em mercados emergentes

104

EMANUEL VIEIRA Consultor de investimentos, Partners2u Entre a arte e o desporto

106

MARIANA COENTRO RIBEIRO

Managing associate de Direito Fiscal, CMS Portugal

ATAD3: o terceiro degrau na revolução anti-elisão fiscal

Nota de redação

• Primer Decil Consultores y Editores S.L. informa-o que os seus dados de carácter pessoal, obtidos na sua condição de subscritor da revista FundsPeople fazem parte do ficheiro 397084/2010 inscrito na Agência Espanhola de Proteção de Dados, sendo os mesmos apenas utilizados para os fins de envio desta revista e outras informações sobre produtos e/ ou atividades da entidade e/ou daquelas com as quais sejam celebrados acordos, assim como produtos e/ou atividades

de patrocinadores e/ou colaboradores da revista e/ou da entidade, incluindo-se o envio de comunicações comerciais através de meios de comunicação à distância, efetuando, de igual modo, resumos estatísticos e/ou históricos. O leitor tem reconhecidos os direitos de acesso, retificação, cancelamento e oposição dos seus dados pessoais mediante comunicação individual que deverá enviar para o seguinte endereço de correio electrónico: protecciondatos@fundspeople.com

• FundsPeople é uma revista dirigida exclusivamente a pro fi ssionais do sector fi nanceiro e, em particular, a

RUI CASTRO PACHECO Departamento de Desenvolvimento e Marketing, novobanco Viagem ao Douro

entidades consideradas como contrapartes elegíveis ou investidores profisionais, ao abrigo da legislação aplicável. A informação sobre instituições de investimento coletivo ou outros instrumentos fi nanceiros, constante da FundsPeople é apresentada unicamente com fi ns informativos e ilustrativos e nunca deve ser interpretada como uma oferta de venda ou uma recomendação de investimento. A informaçao não constitui uma descrição completa das instituições de investimento coletivo ou de outros instrumentos fi nanceiros, mercados, ou desenvolvimentos a que se faz referência.

6 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO
18
42
50
54
58
60

Você leva o Investimento Sustentável a sério? A Calvert sim.

Visita www.morganstanley.com/im/calvert

Apenas para clientes profissionais/investidores acreditados

Na UE, os materiais MSIM são emitidos pela MSIM Fund Management (Ireland) Limited (“FMIL”). A FMIL é regulada pelo Banco Central da Irlanda e está constituída na Irlanda como uma empresa privada limitada por ações com o número de registo de empresa 616661 e tem sede social em The Observatory, 7-11 Sir John Rogerson’s Quay, Dublin 2, D02 VC42, Irlanda.

©
CRC 5603368 Cad. 30/04/2024 10408017
2023 Morgan Stanley. Todos os direitos reservados.

DI RE TÓ RIO

ÍNDICE DE

CEO GONZALO FERNÁNDEZ gonzalof@fundspeople.com

EDITORIAL

MARGARIDA PINTO, editor Portugal margarida.pinto@fundspeople.com

NATIONAL

CATARINA VINAGRE, reporter catarina.vinagre@fundspeople.com

ANA GARCEZ , reporter ana.garcez@fundspeople.com

INTERNATIONAL

GRETA BISELLO, reporter greta.bisello@fundspeople.com

FILIPPO LUINI, reporter filippo.luini@fundspeople.com

OSCAR RODRÍGUEZ, reporter orodriguez@fundspeople.com

REGINA RIVERA, reporter regina.webb@fundspeople.com

ANALYSIS

MIGUEL RÊGO, global head of Analysis miguel.rego@fundspeople.com

DIOGO VERDE, fund analyst diogo.verde@fundspeople.com

SOLUTIONS & INNOVATION

CATARINA VINAGRE, manager Data Content Solutions catarina.vinagre@fundspeople.com

MARIA FOLQUE, head of Sustainability mfolque@fundspeople.com

LAURA REY, co-head of Learning Irey@fundspeople.com

DATA

RAQUEL ALONSO, head of Data raquel.alonso@fundspeople.com

SALES

ÍÑIGO IMBERT, head of Sales iimbert@fundspeople.com

BEATRIZ DÍEZ-BARTUREN, senior sales beatrizdiez@fundspeople.com

JORGE ROMERO, senior sales jorge@fundspeople.com

TALENT & ORGANIZATIONAL DEVELOPMENT

JAVIER BLANCO, head of Talent, Organization & Change. javier.blanco@fundspeople.com

ALICIA FRAGIO, Business & Financial Controller alicia.fragio@fundspeople.com

FINANCE, OPERATIONS & STRATEGY

SANTIAGO FRANCO, head of Finance, Operations & Strategy santiago.franco@fundspeople.com

GONZALO RIAÑO, gonzalo.riano@fundspeople.com

CONSULTANT

ANTONIO SALIDO, CEO, NUVIX CONSULTING SL DESIGN

ANTONIO CAPA & RODRIGO PÉREZ, KEMBEKE ESTUDIO PHOTOGRAPHY

VITOR DUARTE

MÁXIMO GARCÍA (HEAD OF PHOTOGRAPHY) OJIPLÁTICO

TRANSLATIONS

ANA GARCEZ

CRISTINA JAOUEN, FULLY INVESTED TRANSLATION, EDITED BY por © Primer Decil Consultores y Editores S.L. Todos los derechos reservados SUBSCRIPTIONS: fundspeople.com/pt/registo/ LEGAL DEPOSIT M-48220-2008

MADRID BRANCH

Paseo de la Castellana, 91, Planta 2. Madrid, 28046 info@fundspeople.com

LISBON BRANCH

Espaço Amoreiras . Rua D. João V, 24, 1.03, E.261250-091 Lisboa. portugal@fundspeople.com

MILAN BRANCH

Piazza Vetra, 17, 20123, Milano. italia@fundspeople.com

ADVERTISING publicidad@fundspeople.com

8 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO
50 I MAIO E JUNHO 2023 ABC ABANCA 28 abrdn 15, 28, 64 Acatis 12, 15 Ageas Pensões 18, 28 Alger 15 AllianceBernstein 15, 24, 28 Allianz Global Investors 12, 15, 24, 28 Alvarium AM 28 AMCHOR Investments 28 Amundi 15, 28, 101 APFIPP 95 APS 95 Atlantic 18 Atrium 28, 34 AXA IM 15, 28 Baluarte Wealth Advisors 28 Banco Carregosa 28 Bank of America Merrill Lynch 82 Bankinter GA- Suc. Portugal 18, 28, 38 Bankinter Portugal 28, 74 Barclays 15 BBVA AM 15 BBVA AM Portugal 28 BBVA Fundos 18 BiG - Banco de Investimento Global 28 BIZ Capital 18 BlackRock 15, 24, 28, 82 Bluebay AM 15, 28 BlueCrow Capital 34, 46 BNP Paribas AM 15, 24 BNY Mellon IM 12, 15 BPI Gestão de Ativos 18, 28, 38, 68 BPI Vida e Pensões 18 Brown Advisory 15 Caixa Gestão de Ativos 18, 28, 38 CaixaBank AM 15 Candriam 15, 28, 98 Capital Group 15, 82 Capital Strategies 28 Carmignac 15, 28 Carregosa 18 Casa de Investimentos 18 CGD Pensões 18 Civilria Gestão de Ativos 18 Columbia Threadneedle Investments 15, 28 Credit Suisse 30 Crédito Agrícola Gest 28 Crédito Agrícola Vida 18 DEF DNB AM 28 DPAM 28 DWM - Millennium BCP 28 DWS 12, 15, 28 ECS - SGFII 18 Edmond de Rothschild - Suc. em Portuga 28 Edmond De Rothschild AM 15 Eleva 15 Eurizon Capital 15, 28 Federated Hermes 98 Fidelidade 18, 28 Fidelity International 15, 28 Floresta Atlântica 18 Flossbach von Storch 12, 15, 28 Franklin Templeton Investments 15, 24, 28 FundBox 18, 80 Fundiestamo 18 Fundsmith 15 Futuro 18 GHI GAM 15, 28 Gef 18 Gesfim 18 GFM Gestão de Ativos 18 GNB Fundos Mobiliários 18 GNB Gestão de Ativos 28, 38 GNB Gestão de Patrimónios 18 GNB Pensões 18 GNB Real Estate 18 Goldman Sachs AM 12, 15, 28 Guiness Global Investors 15 Heed Capital 18, 46 HSBC 24 IM Gestão de Ativos 18, 28, 38 Imofundos 18 Imopolis 18 Imorendimento 18 Insight Investment 24 Institutional Investment 18 Insula Capital 18 Interfundos 18 Invesco 15, 24, 28, 82, 101 Invest Gestão de Activos 18, 28, 38 IQ EQ Fund Man. (Ireland) Limited 18 iShares 24, 101 JKL J.P. Morgan AM 12, 15, 24, 28, 70 Janus Henderson 12, 15, 28, 76, 82 Julius Baer 28 Jupiter AM 15, 28 La Française 15 Lazard AM 15 Legal & General IM 24, 101 Libertas 18 LifentoS 18 Liontrust AM 28 LM Capital Wealth Management 28 Lonvia Capital 28 Lumyna Investments 15 LYNX Asset Managers 18 Lyxor 24, 101 MN M&G Investments 12, 15, 28, 82 Man Group 15, 24 MFS IM 15 Mirae Asset 15 Mirova  15 Montepio Gestão de Activos 18 Morgan Stanley IM 15, 24, 28, 82 Muzinich 15 Natixis IM 15, 28 Neuberger Berman 15 NN IP 15 Nordea AM 15 Norfi 18 novobanco 28 OPQ Oddo BHF Asset Management 15 OFI AM 28 Optimize Investment Partners 18, 28 Pictet AM 15 PIMCO 15, 24 Previsão 18 Profile- SGFIM 18 RST Real Vida Seguros 18 Refundos 18 Robeco 15 Ruffer 15 S.G.F.P. Banco de Portugal 18 Santander AM 18, 38 Santander Pensões 18 Santander Totta 28 Schroders 15, 28, 82, 98 SGF 18 Sierragest - G. Fundos 18 Sierragest IG 18 Silar - SICAFI, SA 18 Silicon Valley Bank 24, 60 Silvip 18 Sixty Degrees 18, 34 Southcap 18 Square Asset Management 18, 46 Storebrand AM 24 T. Rowe Price 15, 28 TF Turismo Fundos 18 Tikehau IM 15 TIKEHAU Investment Management 18 UWXYZ UBP 15 UBS 24 UBS AM 24, 28 Union Investment 24 Valadim Investimentos 18 Vanguard 24 Victoria - Seguros de Vida, SA 18 Vila Gale Gest 18 Violas Ferreira - SICAFI, SA 18 Vontobel AM 15, 82 Wellington Management 15, 28 WisdomTree 24, 101 Xtrackers 24, 101 Zurich 15
EMPRESAS

Período de recolha de dados: de 11/04/2023 a 10/05/2023, em

EMPRESAS

PROFISSIONAIS

AS OBRIGAÇÕES ESTÃO BARATAS OU CARAS?

PRODUTOS

A yield de uma obrigação é composta por dois elementos principais: a yield de uma obrigação governamental sem risco de maturidade semelhante e uma yield adicional, ou spread de crédito, que é pago aos investidores para os compensar pelo risco mais elevado do título. Embora os investidores devam prestar atenção às yields das obrigações soberanas, é igualmente importante ponderar as avaliações do spread setorial em relação aos seus níveis históricos, bem como em relação a outros setores. Ao fazê-lo, podemos determinar que setores e títulos individuais parecem baratos em relação a outros, ou baratos em relação às suas avaliações históricas. Os spreads nos setores securitizados estão atualmente mais elevados do que os spreads nos setores de corporate investment grade (IG) e high yield (HY). Na nossa opinião, os setores securitizados oferecem atualmente um melhor valor em relação às empresas, o que, na nossa opinião, pode justifiar a manutenção de uma alocação a ativos securitizados. Acreditamos que os investidores em obrigações devem considerar as métricas de avaliação ao determinarem o montante a alocar ao rendimento fio e a que setores alocar. Na nossa opinião, considerar a avaliação pode levar a melhores retornos ajustados ao risco em rendimento

PANORAMA O MAIS VISTO EM
fio.
A OPINIÃO DE RAP T REN PAR T NER
SETH MEYER Responsável de estratégias de Rendimento Fixo, Janus Henderson Investors Miguel Resende Elvas CMVM Afonso Barbosa Azimute Real Diogo Costa Seixas Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva & Associados Jorge Silveira Botelho BBVA Asset Management Bernardo Serpa Pimentel Mercer Hussein Sacoor SIG Capital Azimute Real APFIPP Alvarium Tiedemann | AlTi Generali Investments Vanguard Caixa Gestão de Ativos BlackRock Strategic Funds - European Unconstrained Equity Fund A2 EUR Alves Ribeiro PPR/OICVM - FIM Aberto de Poupança Reforma Caixa Ações Líderes Globais - FIM Aberto de Ações Caixa Arrojado PPR / OICVM - FI Aberto de Poupança Reforma Nordea 1 - Global Stable Equity Fund BI EUR FIA Aberto de Poupança Reforma - Santander Poupança Prudente FPR
PT 10 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO
fundspeople. com/pt/

O Rendimento Fixo em Foco

DIVERSIFICANDO O RISCO

Depois de mais de uma década de rendimentos insignificantes, as obrigações estão de volta. Oferecendo rendimento, proporcionando diversificação de risco ou proporcionando objetivos de investimento responsáveis – o universo das obrigações e os seus atrativos são vastos.

O BNY Mellon Investment Management tem experiência especializada nas várias classes de ativos de rendimento fixo, que lhe são oferecidas por duas das nossas empresas especializadas em investimento – Insight Investment e Newton Investment Management. Desde dívida soberana a dívida de mercados emergentes – a nossa gama foi concebida para se adequar às necessidades dos investidores – especialmente em tempos de crescente incerteza.

As nossas capacidades

● Investment grade

● Dívida de mercados emergentes

● Investimento responsável

● High yield de curto prazo

● Obrigação Global Dinâmica

Descubra mais

● Municipais norte americanas

● Beta eficiente

Gerido por

www.bnymellonim.com

Os gestores de Investimento são designados pelo BNY Mellon Investment Management EMEA Limited (BNYMIM EMEA), BNY Mellon Fund Managers Limited (BNYMFM), BNY Mellon Fund Management (Luxembourg) S.A. (BNY MFML) ou empresas afiliadas de operação de fundos para realizar atividades de gestão da carteira relacionadas com contratos para produtos e serviços celebrados pelos clientes com o BNYMIM EMEA, BNY MFML ou com os fundos BNY Mellon.

O valor dos investimentos pode cair. Os investidores podem não reaver a quantia investida. O rendimento do investimento pode variar e não é garantido. Isto é uma promoção financeira e não constituem conselhos de investimento.

Informação Importante

Quaisquer pontos de vista e opiniões são as do autor, salvo indicação em contrário e não constituem conselhos de investimento. O BNY Mellon é a marca corporativa do The Bank of New York Mellon Corporation e das suas subsidiárias.

Emitido no RU pelo BNY Mellon Investment Management EMEA Limited,

160 Queen Victoria Street, Londres EC4V 4LA. Registado em Inglaterra sob o Nº 1118580. Autorizado e regulado pela Financial Conduct Authority. Emitido na Suíça pelo BNY Mellon Investments Switzerland GmbH, Bärengasse 29, CH8001 Zurique, Suíça. Emitido na Europa (ex-Suíça) pelo BNY Mellon Fund Management (Luxemburgo) S.A. (BNY MFML), uma sociedade anónima (société anonyme) constituída e existente ao abrigo da lei luxemburguesa sob o número de registo B28166 e com sede social em 2-4 Rue Eugène Ruppert L-2453 Luxemburgo. O BNY MFML é regulado pela Commission de Surveillance du Secteur Financier (CSSF). ID 1385258 EXP 31/12/2023 T11460 04/23

Apenas para Clientes Profissionais e, na Suíça, para Investidores Regulados Qualificados.
BNY Mellon Centre,

INCERTEZA NÃO IMPEDE MOVIMENTO DE RISK ON

O sentimento que prevalece nos mercados é o de incerteza. A presença de muitos indicadores contrários dificultam o posicionamento acertado dos gestores que, apesar disso, aumentam o risco nos seus portefólios.

FUNDOS QUE COMPÕEM A CARTEIRA DE CONSENSO

BL Global Flexible EUR

Omovimento de risk on a que temos assistido manteve-se. As carteiras que compõem o nosso Smart Consensus continuam a reduzir a liquidez na carteira e a aumentar a exposição ao segmento acionista. Os dados mais recentes apontam para níveis de liquidez que rondam os 6,54% e uma exposição média a ações que agora ultrapassa os 50%.

Apesar da direção que o conjunto das carteiras leva, o sentimento de Craig Moran, gestor de portefólios da M&G Investments, ainda é de cautela. “Atualmente a envolvente macroeconómica está muito complexa e com sinais contraditórios. Tanto assistimos a indicadores que adivinham um rali positivo, como a indicadores que causam preocupação. É muito complicado atualmente fazer previsões”, explica o gestor. Para ele, um dos principais drivers de incerteza é

BNY Mellon Global Real Return Fund (EUR) Flexible Allocation

DWS Concept Kaldemorgen Flexible Allocation

Flossbach von Storch Multiple Opportunities II Flexible Allocation

M&G (Lux) Dynamic Allocation Fund

Acatis Value Event Fonds

Allianz Income and Growth

Janus Henderson Balanced Fund

A carteira Smart Consensus é composta por fundos das categorias Mistos Moderados e Mistos Flexíveis que em 2023 cumpriam pelo menos um dos três critérios para ser classifiado com Rating FundsPeople nos três países analisados (Portugal, Espanha e Itália). O resultado é um carteira composta por 10 fundos multiativos com o mesmo peso, cinco deles moderados e cinco flxíveis. Fonte: FundsPeople e Morningstar Direct.

DA FUNDSPEOPLE EM 2023 (*)
FUNDO CATEGORIA
Flexible Allocation
Flexible Allocation
Moderate Allocation
Moderate Allocation
Moderate Allocation
Goldman Sachs Global Multi-Asset Income Portfolio
Moderate Allocation
Moderate Allocation PANORAMA SMART CONSENSUS 12 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO
JPMorgan IF Global Income Fund

“o lag entre o anúncio das políticas monetárias por parte dos bancos centrais e a altura em que estas realmente se fazem sentir na economia”.

AÇÕES BARATAS

A exposição geográficado segmento acionista que compõe as carteiras manteve-se praticamente inalterada. Os Estados Unidos lideram com 52,34% de exposição enquanto a Europa se ficapelos 33,64%. O gestor da M&G Investments contraria esta tendência: “Preferimos exposição a mercados que nos parecem mais baratos do que o dos Estados Unidos da América, como o mercado europeu ou japonês. Neste segmento, o principal risco que percecionamos continua a ser o abrandamento da economia, no entanto, os resultados das empresas continuam sobre escrutínio e uma queda pode abalar a confiançados investidores”.

Por sua vez, J. Henrik Muhle e Dr. Uwe Rathausky, gestores de portefólio da Acatis, reforçam um dos seus princípios de gestão: “A gestão do capital nas empresas é, agora mais do que nunca, fulcral. Valorizamos empresas que, após pagar impostos e investir o capital necessário, ainda consigam remunerar o investidor através da distribuição de dividendos ou da recompra de ações próprias”.

OPORTUNIDADE

No que concerne o segmento obrigacionista, a exposição continua muito volátil. A média de exposição a dívida soberana ultrapassa agora a exposição a dívida corporativa. A primeira representa cerca de 32,14% do conjunto das carteiras enquanto a segunda ficapelos 31,23%. Os títulos de dívida que funcionam como liquidez ou equivalentes caem agora para mínimos dos últimos dois anos, 21,92%. Por sua vez, os

DISTRIBUIÇÃO POR ATIVOS

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DA COMPONENTE DE AÇÕES

ALOCAÇÃO DA COMPONENTE DE OBRIGAÇÕES

70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N D E F M 2021 2022 2023 A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N D E F M 2021 2022 2023 A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N D E F M 2021 2022 2023 A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N D E F M 2021 2022 2023 OBRIGAÇÕES AÇÕES LIQUIDEZ E OBRIGAÇÕES A CURTO PRAZO OUTROS (DIVISAS, ALTERNATIVOS E IMOBILIÁRIOS) EUROPA (INCLUI REINO UNIDO) AMÉRICA DO NORTE (EUA E CANADÁ) EMERGENTES (INCLUI PAÍSES
CORPORATIVAS SOBERANAS CASH OUTRAS 51,85 33,79 6,54 7,82 33,64 31,23 52,34 32,14 4,75 21,92 9,27 14,71
ASIÁTICOS DESENVOLVIDOS) JAPÃO E AUSTRÁLIA
MAIO E JUNHO I FUNDSPEOPLE 13

A CARTEIRA DE

OS GESTORES REFORÇAM A IMPORTÂNCIA DA LIQUIDEZ E DA CAPACIDADE DE DAR RESPOSTA A EVENTOS QUE CAUSEM MAIOR VOLATILIDADE

obrigações. “Temos que atuar com prudência. O importante é assegurar que as empresas têm capacidade para pagar os cupões atempadamente e reembolsar os investidores na maturidade. Com esta garantia, acreditamos que a liquidez presente no mercado deve oferecer oportunidades e flexbilidade para a carteira”, explicam os cogestores do fundo.

AÇÕES EUROPEIAS

restantes tipos de dívida sobem a sua representatividade para os 14,71%.

Craig Moran encontra-se neutral neste segmento. No entanto, afirm que existem “valorizações atrativas, principalmente na dívida investment grade”. O gestor mantém ainda exposição a dívida do governo americano “como uma cobertura para uma possível queda abrupta nos mercados”. Por sua vez, J. Henrik Muhle y Dr. Uwe Rathausky, preocupam-se principalmente com a capacidade das empresas cumprirem com as suas

Ainda no segmento obrigacionista, o gestor do M&G (Lux) Dynamic Allocation, aponta uma oportunidade de investimento que vê com bons olhos: a dívida de países emergentes, tanto corporativa como governamental. Craig Moran explica: “Apesar dos títulos de dívida emergente em moeda local ofereceram um retorno inferior antes do ciclo de aumento de taxa de juros, acreditamos que este cenário se pode inverter no que resta do ciclo”. O gestor assume que os balanços dos países emergentes são agora muito mais sólidos do que em outros ciclos. Adicionalmente, este segmento pode oferecer “rendimentos não correlacionados com as restantes classes de ativos”.

Em nota de conclusão, os três gestores concordam que existem oportunidades, apesar da incerteza. Reforçam a importância da liquidez nas carteiras e da capacidade de dar resposta a eventos que causem maior volatilidade nos mercados.

Dizem que a necessidade aguça o engenho e, de facto, a Europa agiu com rapidez para reduzir a sua dependência do gás russo. Face a acentuados aumentos dos preços, as famílias baixaram os termostatos para consumir menos energia e as empresas mantêm a produção queimando menos gás. Por outro lado, a sorte tem estado do lado da Europa sob a forma de um inverno suave. Para abordar os desafios de abastecimento, a Alemanha construiu os seus primeiros cinco terminais de gás natural liquefeito (GNL) e, pela primeira vez, o gás da Noruega está a fluir para a Polónia . No contexto de remissão de uma crise imediata, os preços do gás desceram, provocando uma diminuição da inflação e um aumento da confiança empresarial (duas boas notícias para as ações). A inflação europeia foi o resultado de restrições de abastecimento relacionadas com a pandemia e exacerbada pelos efeitos da guerra na Ucrânia. Prevemos uma moderação da inflação dos preços de consumo até 3%-4% no fim do ano, o que irá favorecer a economia europeia.

A OPINIÃO DE RAP T REN PAR T NER
PAUL DOYLE Diretor de Ações Europeias de Grande Capitalização, Columbia Threadneedle
“A
gestão do capital nas empresas é, agora mais do que nunca, fulcral” “ Vemos muito valor em títulos de dívida de países emergentes, tanto em dívida governamental como em dívida corporativa” CRAIG MORAN gestor de portefólios da M&G Investments
PANORAMA SMART CONSENSUS 14 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO
J. HENRIK MUHLE E DR. UWE RATHAUSKY, gestores de portefólio da Acatis

DESCUBRA OS FUNDOS COM RATING

Num mercado como o nosso, com mais de 3.500 fundos registados para comercialização, o grande desafioé filtrartodo este universo para encontrar as peças que encaixam nas carteiras. Para ajudar, a FundsPeople divulga os fundos com Rating FundsPeople 2023. São 604 produtos que se destacam por um ou vários dos seguintes três critérios:

Destacados pelos Analistas. Fundos que acumulam um mínimo de cinco votos no questionário anual realizado em Portugal, Espanha e Itália, dirigido aos analistas e selecionadores de fundos, sobre os produtos que, na sua opinião, sobressaem pelas suas características únicas. Existem 24 fundos que conseguem o Rating por esta via.

Ativos nas mãos de investidores espanhóis. São os fundos mais vendidos no mercado. Incluem-se os produtos com mais de 10 milhões de euros distribuídos no mercado português. Aos produtos locais exigem-se 50 milhões de euros em ativos e também captações

líquidas a três anos superiores ou iguais a um quarto dos AuM no fecho do ano: 350 fundos alcançam esta classificação Consistentes. A equipa de Análise da FundsPeople, desenvolveu um modelo de seleção próprio para destacar os produtos mais consistentes em cada categoria, a partir da base de dados da Morningstar Direct, com referência ao finaldo último ano.

São analisados os fundos registados em qualquer país da zona euro, com uma antiguidade mínima de três anos e um mínimo de 10 milhões de euros de AuM à data de referência da análise. De cada fundo é selecionada uma classe, a mais representativa segundo um conjunto de critérios. Esta classe selecionada será

comparada com os restantes fundos da sua categoria através de dois scorecards. No primeiro, são considerados critérios de rentabilidade e volatilidade acumulada a 3 e 5 anos, e no segundo, dados individuais dos últimos cinco anos civis. Em ambos os casos, a rentabilidade e a volatilidade têm um peso de 65% e 35%, respetivamente. Do modelo resultam os fundos que melhor se situam em ambos os scorecards, sendo que apenas aos fundos registados em Portugal é atribuído Rating FundsPeople. Há 294 fundos que cumprem os critérios.

Apenas quatro fundos conquistam, em simultâneo, os três pilares do Rating FundsPeople 2023. A esses fundos é atribuída menção especial de FundsPeople+.

São produtos que contam com o destaque dos analistas, sobressaem pela sua consistência ou se distinguem pelo volume de investimento de investidores portugueses.
APENAS QUATRO FUNDOS OBTÊM A DISTINÇÃO MÁXIMA DO RATING FUNDSPEOPLE+ FUNDO CATEGORIA Amundi Funds - Global Multi-Asset Conservative Cautious Allocation Nordea 1 - European Covered Bond Opportunities Fund Europe Fixed Income Nordea 1 - Global Climate and Environment Fund Global Equity Mid/Small Cap Ru ffer Total Return International Flexible Allocation PANORAMA BARÓMETRO MAIO E JUNHO I FUNDSPEOPLE 15

OS FUNDOS INTERNACIONAIS BLOCKBUSTERS EM PORTUGAL

Para ser considerado um fundo blockbuster, os produtos internacionais devem alcançar os 10 milhões de euros de património distribuído no mercado português. Fonte: gestoras e diferentes entidades distribuidoras.

BGF EUROPEAN VALUE FUND

ROBECOSAM SMART ENERGY EQUITIES

T. ROWE PRICE US SMALLER COMPANIES EQ FD

WELLINGTON

T. ROWE PRICE US BLUE CHIP EQUITY FUND

ALLIANZ EUROPE EQUITY GROWTH

ALLIANZ EUROLAND EQUITY GROWTH

JPM ASIA PACIFIC EQUITY FUND

BGF WORLD HEALTHSCIENCE FUND

JANUS HENDERSON GLOBAL TECH&INNO FD

LEGG MASON RY US SMALL CAP OPP FD

T. ROWE PRICE JAPANESE EQUITY FUND

THREADNEEDLE (LUX) EUROPEAN SMALLER COM

WELLINGTON EMERGING MARKETS RESEARCH EQ

GS EMERGING MARKETS EQUITY PORTFOLIO

BGF SUSTAINABLE ENERGY FUND

JPM US SELECT EQUITY FUND

BGF EUROPEAN SPECIAL SITUATIONS FUND

ROBECO BP GLOBAL PREMIUM EQUITIES

THREADNEEDLE (LUX) AMERICAN SMALLER COM

ALLIANZ CHINA A SHARES

BGF WORLD MINING FUND

01 AÇÕES

LEGG MASON CLEARBRIDGE INFRAS VAL FD

THREADNEEDLE (LUX) UK EQUITIES

FRANKLIN TECHNOLOGY FUND

ALLIANZ GLOBAL ARTIFICIAL INTELLIGENCE

JANUS HENDERSON ABSRET FD

AB SELECT ABSOLUTE ALPHA

CANDRIAM SUSTAINABLE EQ EM MKTS

FRANKLIN US OPPORTUNITIES FUND

GOLDMAN SACHS GLOBAL CORE® EQUITY PTF

T. ROWE PRICE US EQUITY FUND

JPM GLOBAL NATURAL RESOURCES FUND

WELLINGTON GLOBAL QUALITY GROWTH FUND

BSF EUROPEAN OPPORTUNITIES EXTENSION FD

JPM EUROPE EQUITY PLUS FUND

ROBECO BP US PREMIUM EQUITIES

BGF WORLD TECHNOLOGY FUND

DWS INVEST ESG EQUITY INCOME

JPM JAPAN EQUITY FUND

JPM GLOBAL DIVIDEND FUND

BGF ASIAN GROWTH LEADERS FUND

JPM US SELECT EQUITY PLUS FUND

GS US CORE® EQUITY PORTFOLIO

BGF US BASIC VALUE FUND

JPM GLOBAL FOCUS FUND

JPM PACIFIC EQUITY FUND

JPM GLOBAL INCOME FUND

DWS CONCEPT KALDEMORGEN

NN (L) ALTERNATIVE BETA

UBS (LUX) SF YIELD SUST (EUR)

UBS (LUX) SF BALANCED SUST (EUR)

ALLIANZ INCOME AND GROWTH

BSF EUROPEAN ABSOLUTE RETURN FUND

JPM GLOBAL MACRO OPPORTUNITIES FUND

BGF GLOBAL MULTI-ASSET INCOME FUND

JANUS HENDERSON BALANCED FUND

BARCLAYS MULTIMANAGER PORTFOLIO 3

LUMYNA-MW TOPS (MARKET NEUTRAL) UCITS FD

ACATIS VALUE EVENT FONDS

ALLIANZ STRATEGY 15

BGF ESG MULTI-ASSET FUND

BSF AMERICAS DIVERSIFIED EQ ABS RET FD

NN (L) FIRST CLASS MULTI ASSET

BSF MANAGED INDEX PORTFOLIOS MODERATE

50 100

BGF CONTINENTAL EUROPEAN FLEXIBLE FUND

BGF US FLEXIBLE EQUITY FUND

BGF WORLD ENERGY FUND

JPM EMERGING MARKETS EQUITY FUND

DWS INVEST GLOBAL INFRASTRUCTURE

JPM GLOBAL HEALTHCARE FUND

THREADNEEDLE (LUX) EUROPEAN SELECT

BNP PARIBAS CLIMATE IMPACT

DWS INVEST CROCI JAPAN

DWS INVEST TOP DIVIDEND

EDRF BIG DATA

JPM AMERICA EQUITY FUND

JPM US SMALLER COMPANIES FUND

JPM US TECHNOLOGY FUND

TEMPLETON ASIAN GROWTH FUND

UBS (LUX) EQUITY FUND EURP OPP SST (EUR)

BGF US GROWTH FUND

FRANKLIN INDIA FUND

INVESCO GLOBAL CONSUMER TRENDS FUND

JPM US EQUITY ALL CAP FUND

MAN GLG JAPAN COREALPHA EQUITY

DWS INVEST ARTIFICIAL INTELLIGENCE

INVESCO JAPANESE EQUITY ADVANTAGE FUND

INVESCO PAN EUROPEAN EQUITY FUND

JANUS HENDERSON HORIZON GLBL PTY EQS FD

ROBECO NEW WORLD FINANCIAL

UBS (LUX) SF EQUITY SUST (EUR)

GS EUROPE CORE® EQUITY PORTFOLIO

BGF WORLD FINANCIALS FUND

BNP PARIBAS ENERGY TRANSITION

FUNDSMITH EQUITY FUND

LUMYNA-MW TOPS UCITS FUND

ODDO BHF AVENIR EUROPE

ROBECOSAM SUSTAINABLE WATER EQUITIES

ZURICH CARBON NEUTRAL WORLD EQUITY

AB INTERNATIONAL HEALTH CARE

ALGER AMERICAN ASSET GROWTH FUND

ALGER SMALL CAP FOCUS FUND

ABRDN EUROPEAN SUSTAINABLE EQ FD

ABRDN JAPANESE SUSTAINABLE EQ FD

ABRDN EUROPEAN SMALLER COMPANIES

AMUNDI FDS EUROPEAN EQUITY VALUE

BBVA GLOBAL BEST IDEAS

BROWN ADVISORY US EQUITY GROWTH

INVESCO PAN EUROPEAN HIGH INCOME FUND

BGF GLOBAL ALLOCATION FUND

JPM MULTI-MANAGER ALTERNATIVES FUND

UBS (LUX) SF GROWTH SUST (EUR)

FRANKLIN K2 ALTERNATIVE STRATEGIES FUND

ALLIANZ DYNAMIC MULTI ASSET STRAT SRI 15

ALLIANZ DYNAMIC MULTI ASSET STRAT SRI 50

BSF GLOBAL EVENT DRIVEN FUND

MAN AHL TREND ALTERNATIVE

UBS (LUX) SF YIELD SUST(USD)

JPM GLOBAL BALANCED FUND

DWS FIXED MATURITY GLB BDSDYN+ 2024 II

JPM GLOBAL MACRO FUND

ODDO BHF POLARIS MODERATE

BARCLAYS MULTIMANAGER PORTFOLIO 2

BARCLAYS MULTIMANAGER PORTFOLIO 4

ABRDN DIVERSIFIED INCOME FUND

AMUNDI FDS GLOBAL MULTI-ASSET CNSRV

Fundos com mais de 100 milhões de euros nas mãos de clientes portugueses.

CAPITAL GROUP NEW PERSPECTIVE FUND (LUX)

CARMIGNAC PF LONG-SHORT EUROPEAN EQ

ELEVA ELEVA ABS RET EURP

ELEVA ELEVA EUROPEAN SEL

FIDELITY AMERICA FUND

FF-ASIA PACIFIC OPPORTUNITIES FUND

FIDELITY CHINA CONSUMER FUND

FIDELITY EUROPEAN DYNAMIC GROWTH FUND

FF- GLOBAL DIVIDEND FUND

FIDELITY GLOBAL FINANCIAL SERVICES FUND

FIDELITY GLOBAL TECHNOLOGY FUND

FIDELITY JAPAN VALUE FUND

FIDELITY SUSTAINABLE CONSUMER BRANDS

FIDELITY SUSTAINABLE GLOBAL HEALTH CARE

GAM STAR CONTINENTAL EUROPEAN EQUITY

GUINNESS SUSTAINABLE ENERGY

JUPITER EUROPEAN GROWTH

LAZARD SMALL CAPS EURO SRI

MFS MERIDIAN EUROPEAN RESEARCH FUND

MFS MERIDIAN EUROPEAN VALUE FUND

MIRAE ASSET ASIA GREAT CONSUMER EQ FD

MIROVA EURO SUSTAINABLE EQUITY FUND

MS INVF GLOBAL BRANDS FUND

MS INVF GLOBAL OPPORTUNITY FUND

MS INVF GLOBAL PROPERTY FUND

MS INVF US ADVANTAGE FUND

HARRIS ASSOCIATES GLOBAL EQUITY FUND

NORDEA 1 - GLOBAL CLIMATE AND ENVIR FD

NORDEA 1 - GLOBAL STABLE EQUITY FUND

PICTET - GLOBAL ENVIRONMENTAL OPPS

PICTET TR - ATLAS

PICTET TR - MANDARIN

PICTET-CLEAN ENERGY TRANSITION

PICTET-GLOBAL MEGATREND SELECTION

PICTET-NUTRITION

PICTET-PREMIUM BRANDS

PICTET-ROBOTICS

PICTET-SECURITY

PICTET-SMARTCITY

PICTET-WATER

TELLWORTH UK DYNAMIC ABSOLUTE RETURN

SCHRODER ISF EURO EQUITY

SCHRODER ISF GLOBAL EQUITY ALPHA

SCHRODER ISF GREATER CHINA

SCHRODER ISF US LARGE CAP

VONTOBEL MTX SUSTAINABLE EMERG MKTS LDRS

50 100

BBVA DIF MULTI-ASSET DEFENSIVE EUR FUND

BBVA DIF MULTI-ASSET MODERATE EUR FUND

BNY MELLON GLOBAL REAL RETURN FD (EUR)

CAPITAL GROUP GLOBAL ALLOCATION FD (LUX)

CARMIGNAC PF PATRIMOINE EUROPE

FIDELITY GLOBAL MULTI ASSET INCOME FUND

FVS MULTIPLE OPPORTUNITIES II

GAM STAR GLOBAL RATES

JUPITER MERIAN GLOBAL EQUITY ABSOLUTERET

M&G (LUX) DYNAMIC ALLOCATION FUND

M&G (LUX) INCOME ALLOCATION FUND

M&G (LUX) OPTIMAL INCOME FD

MFS MERIDIAN GLOBAL TOTAL RETURN FUND

NORDEA 1 - ALPHA 15 MA FUND

NORDEA 1 - STABLE RETURN FUND

PICTET-MULTI ASSET GLOBAL OPPORTUNITIES

PIMCO GIS DYNAMIC MULTI-ASSET FUND

RUFFER TOTAL RETURN INTERNATIONAL

50 100

16 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO
PANORAMA BARÓMETRO
■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ 02 MULTIATIVOS E ALTERNATIVOS 50 100 50 100 50 100 JPM EUROLAND EQUITY FUND JPM US VALUE FUND
FUND
US RESEARCH EQUITY
JPM EUROPE SELECT EQUITY FUND
■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■

OS FUNDOS INTERNACIONAIS BLOCKBUSTERS EM PORTUGAL

Para ser considerado um blockbuster, os produtos internacionais devem alcançar os 10 milhões de euros de património distribuído no mercado português. Fonte: gestoras e diferentes entidades distribuidoras.

JPM US AGGREGATE BOND FUND

BLUEBAY INVESTMENT GRADE EURO GOVT BD FD

JPM EU GOVERNMENT BOND FUND

MUZINICH ENHANCEDYIELD SHORT-TERM FUND

BLUEBAY INVESTMENT GRADE BOND FUND

NN (L) GREEN BOND

NN (L) EURO CREDIT

BGF EURO CORPORATE BOND FUND

JANUS HENDERSON HORIZON EURO CORP BD FD

BGF EMERGING MARKETS LOCAL CCY BD FD

BNP PARIBAS SUSTAINABLE ENHANCED BD 12M

BNP PARIBAS EURO GOVERNMENT BD

BGF EURO SHORT DURATION BOND FUND

T. ROWE PRICE EMERGING LOCAL MKTS BD FD

FRANKLIN EURO SHORT DURATION BOND FUND

JPM GLOBAL CORPORATE BOND FUND

NN (L) US CREDIT

INVESCO EURO CORPORATE BOND FUND

LEGG MASON BW GLOBAL INCOME OPTIMISER FD

JANUS HENDERSON HORIZON EURO HY BD FD

GS EMERGING MARKETS DEBT PORTFOLIO

BGF EUROPEAN HIGH YIELD BOND FUND

FRANKLIN STRATEGIC INCOME FUND

BLACKROCK SUSTAINABLE FIXED INC STRATS

JPM US SHORT DURATION BOND FUND

CANDRIAM SUSTAINABLE BOND GLBL HI YLD

LEGG MASON WA MACRO OPPORTUNITIES BD FD

MUZINICH EUROPEYIELD FUND

BGF CHINA BOND FUND

BLUEBAY INVESTMENT GRADE EURO AGGT BD FD

WELLINGTON GLOBAL BOND FUND

BGF GLOBAL HIGH YIELD BOND FUND

JPM INCOME FUND

T. ROWE PRICE US AGGT BD

WELLINGTON EMERGING LOCAL DEBT ADV BETA

DWS INVEST SHORT DURATION INCOME

ROBECOSAM EURO SDG CREDITS

BGF EURO BOND FUND

BGF US DOLLAR BOND FUND

JPM GLOBAL GOVERNMENT BOND FUND

ATENTOS À CHINA

A recuperação económica mais lenta do que o esperado pode não ser um problema para as ações chinesas. Pensamos que este mercado, tal como a Índia, continuará a ser a economia com o crescimento mais rápido

JPM US BOND FUND

BGF SUSTAINABLE GLOBAL BOND INCOME FUND

BGF US DOLLAR HIGH YIELD BOND FUND

ROBECO FINANCIAL INSTITUTIONS BONDS

TEMPLETON GLOBAL HIGH YIELD FUND

BLUEBAY FINANCIAL CAPITAL BOND FUND

BGF GLOBAL CORPORATE BOND FUND

EDRF BOND ALLOCATION

TEMPLETON GLOBAL TOTAL RETURN FUND

CAIXABANK GLOBAL EURO SHORT DURATION

CANDRIAM SUSTAINABLE BOND EURO CORP

FRANKLIN GULF WEALTH BOND FUND

LEGG MASON WA STRUCTURED OPPS FD

ROBECO ALL STRATEGY EURO BONDS

TEMPLETON GLOBAL BOND FUND

ABRDN EURO CORP SUST BD FD

ABRDN EURO CORPORATE BOND

ABRDN FRONTIER MARKETS BOND FD

AEGON EUROPEAN ABS FUND

AEGON STRATEGIC GLOBAL BOND FUND

AMUNDI FDS EMERGING MARKETS BOND

AMUNDI FDS PIONEER STRATEGIC INCOME

AMUNDI FDS PIONEER US BOND

AXAIMFIIS US SHORT DURATION HIGH YIELD

AXAWF EURO CREDIT SHORT DURATION

AXAWF EURO INFLATION PLUS

AXAWF GLOBAL INFLATION SHORT DUR BDS

AXAWF US HIGH YIELD BONDS

BNY MELLON EMERGING MARKETS CORP DBT FD

BNY MELLON GLOBAL CREDIT FUND

CARMIGNAC PF GLOBAL BOND

CARMIGNAC PORTFOLIO FLEXIBLE BOND

CARMIGNAC SÉCURITÉ

EURIZON BOND AGGREGATE RMB

EURIZON BOND JPY LTE

FIDELITY EURO CORPORATE BOND FUND

FIDELITY EURO SHORT TERM BOND FUND

FVS BOND OPPORTUNITIES

GAM MULTIBOND LOCAL EMERGING BOND

GAM STAR MBS TOTAL RETURN

(e sobretudo de boa qualidade) este ano, acima dos 5%. O mercado de trabalho continua lento, o que signifia que a pressão salarial permanecerá sob controlo. Isto é positivo para os lucros das empresas. Após dois anos de vendas maciças, as empresas chinesas têm avaliações atrativas e estão a recomprar as suas ações e a aumentar os seus dividendos. Os anúncios recentes mostram que procuram avançar para uma maior transparência e para um modelo mais rentável de geração de cash flws. Tudo isto justifia a nossa visão positiva das ações chinesas. Recentemente, reunimo-nos com a direção das empresas da nossa carteira, o que reforçou as nossas convicções

JUPITER DYNAMIC BOND

JUPITER STRATEGIC ABSOLUTERET BD

LA FRANÇAISE SUB DEBT

LOOMIS SAYLES SHORT TERM EM MKTS BD FD

M&G (LUX) GLB FL RT HY FD

MFS MERIDIAN EMERGING MARKETS DEBT FUND

MS INVF EURO CORPORATE BD - DUR HGD FD

MS INVF EURO CORPORATE BOND FUND

NEUBERGER BERMAN SHORT DUR EM MKT DBT FD

NORDEA 1 - EUROPEAN COVERED BOND FUND

NORDEA 1 - EUROPEAN COVERED BOND OP

NORDEA 1 - EUROPEAN FINANCIAL DEBT FUND

NORDEA 1 - EUROPEAN HIGH YIELD BOND FUND

NORDEA 1 - LOW DURATION EUR COV BND FUND

PICTET-EUR SHORT TERM HIGH YIELD

PICTET-SHORT TERM EMERGING CORPORATE BDS

PICTET-USD GOVERNMENT BONDS

PIMCO EUROPEAN SHORT-TERM OPPORTS

PIMCO GIS EURO INCOME BOND FUND

PIMCO GIS GLOBAL HIGH YIELD BOND FUND

PIMCO GIS GLOBAL INVESTMENT GRD CRDT FD

PIMCO GIS INCOME FUND

PIMCO GIS LOW AVERAGE DURATION FUND

PIMCO GIS TOTAL RETURN BOND FUND

PIMCO GIS US HIGH YIELD BOND FUND

PIMCO GIS US INVESTMENT GRADE CORP BD FD

SCHRODER GAIA CAT BOND

SCHRODER ISF EURO CREDIT CONVICTION

SCHRODER ISF EURO GOVERNMENT BOND

SCHRODER ISF EURO HIGH YIELD

SCHRODER ISF EURO SHORT TERM BOND

SCHRODER ISF GLOBAL CORPORATE BOND

SCHRODER ISF GLOBAL CREDIT INCOME

TIKEHAU SHORT DURATION FUND

UBAM GLOBAL HIGH YIELD SOLUTION

VONTOBEL EMERGING MARKETS DEBT

VONTOBEL EURO CORPORATE BOND

VONTOBEL TWENTYFOUR STRATEGIC INCOME FD

base sobre a China, tanto em termos de perspetivas de crescimento como de qualidade de gestão. Assim, preferimos empresas com uma gestão forte e objetivos claros, que acreditamos poderem crescer ao longo do tempo e apresentar um crescimento constante dos lucros por ação.

As empresas melhor posicionadas para tirar partido da atual conjuntura são as que beneficiamde uma forte dinâmica de oferta e procura no mercado interno e as que têm capacidade para se expandirem internacionalmente. Esperamos que esta tendência se mantenha, com cada vez mais empresas chinesas a globalizarem-se para chegarem ao resto do mundo.

MAIO E JUNHO I FUNDSPEOPLE 17
50
50 100 50 100
100
■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ 02 FIXED INCOME
A OPINIÃO DE RAP T REN PAR T NER
HAIYAN LI-LABBÉ Gestora e especialista de mercados da Grande China, Carmignac

DORA E A RESILIÊNCIA OPERACIONAL DIGITAL DO SETOR FINANCEIRO

O setor financeiro sempre corporizou um alvo apetecível para ataques preconizados por diversos atores, desde agentes isolados que procuram obter vantagem económica, até grupos organizados de hackativismo ou estados opositores.

-300 -250 -200 -150 -100 -50 0 50 100 150 200 250 15000 17500 20000 -60 -50 -40 -30 -20 -10 0 10 20 30 40 50 1500 1625 1750 1875 2000 CAPTAÇÕES LÍQUIDAS CAPTAÇÕES LÍQUIDAS PATRIMÓNIO PATRIMÓNIO MARÇO 2022 MARÇO 2022 MARÇO 2023 MARÇO 2023 TOTAL DE FUNDOS MOBILIÁRIOS FUNDOS DE CURTO PRAZO HARMONIZADOS 18 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO PANORAMA
FÓRUM APFIPP por Pedro Machado

Apandemia foi o momento oportuno que levou a 38% de aumento de operações de ciberataques a instituições financeiras,pelo menos as que foram devidamente registadas. Ora, conjugado com o aumento em 72% da utilização de aplicações financeirasna Europa, resultou claro a importância da elaboração de uma estratégia digital que proteja o setor financeiro

Foi desta forma que surge o Digital Finance Strategy, que visa promover

(1) identidades digitais interoperáveis a nível da União no setor financeiro

(2) a definiçãode regras comunitárias para criptoativos; (3) a partilha de dados entre empresas no setor finaceiro da EU e (4) regular a resiliência operacional digital, promotor de um sistema financeiroseguro e com significativaimunidade a riscos sistémicos no ciberespaço.

A importância deste instrumento não pode ser negada, ao observarmos no Global Risk Report 2023 do World

Economic Forum, que o risco relacionado com cibercrime e com insegurança no ciberespaço, persiste na mesma (8º) posição, entre os 10 principais riscos, num horizonte comparativo de dois e 10 anos.

Estas conclusões são reiteradas por alguns indicadores apresentados no último Relatório Anual de Segurança Interna (RASI), o qual aponta um aumento muito significativodo cibercrime em Portugal, especialmente em operações de morfologia relacionada com fraude (+68), código malicioso (+25), intrusão (+28), recolha ilícita de informação (+39), entre outros (+62).

Como consequência da Estratégia Digital para o setor financeiro na União Europeia, nasce, sob a forma de Regulamento, o Digital Operational Resilience Act (DORA), o qual apresenta algumas novidades, como uma norma objetiva de uniformização da gestão de risco TIC nas instituições financeiras, onde até ao momento apenas existiam orien -

RESULTA CLARA A IMPORTÂNCIA DA ELABORAÇÃO DE UMA ESTRATÉGIA DIGITAL QUE PROTEJA O SETOR FINANCEIRO

-150 -100 -50 0 50 100 150 200 250 2000 2500 3000 -120 -100 -80 -60 -40 -20 0 20 40 5000 5500 6000 6500 7000 7500 8000 -40 -20 0 20 40 60 80 100 120 2000 2500 3000 3500 4000 CAPTAÇÕES LÍQUIDAS CAPTAÇÕES LÍQUIDAS CAPTAÇÕES LÍQUIDAS PATRIMÓNIO PATRIMÓNIO PATRIMÓNIO MARÇO 2022 MARÇO 2022 MARÇO 2022 MARÇO 2023 MARÇO 2023 MARÇO 2023 FUNDOS DE OBRIGAÇÕES FUNDOS MISTOS FUNDOS DE AÇÕES
MAIO E JUNHO I FUNDSPEOPLE 19

tações locais nos Estados Membros, prevendo uma abordagem para a mitigação de incidentes TIC e reforço da resiliência operacional a fim de assegurar uma adequada continuidade de negócio, prevendo avaliação da conformidade com base em inspeções presenciais e remotas, e pedidos de informação específicos.

Todavia, o DORA não é apenas aplicável a entidades da banca, se-

GESTORAS EM MARÇO DE 2023

guros, fundos de investimento, entre outros players do mercado financeiro mas também a prestadores de serviços ao setor financeiro,nomeadamente de tecnologias de informação e comunicação, fiscais,entre outros, com o objetivo realmente profícuo de mitigar riscos sistémicos.

O DORA está estruturado em 5 pilares, designadamente (i) gestão de Risco TIC, que assegure o cum -

primento de controlos para mitigar a perturbação do mercado e consumidores, assegurando uma clara responsabilização pela gestão de riscos TIC; (ii) notificação e reporte de incidentes, proporcionando uma normalização de incidentes e a notificação obrigatória destes em conformidade com essa mesma normalização; (iii) testes de resiliência operacional digital, prevendo a realização de testes

ORGANIMOS DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO MARÇO 2023 QUOTA (%) DEZEMBRO 2022 QUOTA (%) VAR. (%) 2023 Square Asset Management 1.533,57 12,41 1.449,46 11,88 5,80 Interfundos 1.002,60 8,11 1.050,11 8,61 -4,52 LYNX Asset Managers 840,61 6,80 738,90 6,06 13,76 Caixa Gestão de Ativos 768,59 6,22 909,06 7,45 -15,45 GNB Real Estate 657,83 5,32 678,92 5,57 -3,11 BPI Gestão de Ativos 627,75 5,08 630,99 5,17 -0,51 Silvip 602,31 4,87 601,80 4,93 0,09 Insula Capital 580,26 4,70 623,05 5,11 -6,87 GEF - Ges. de Fundos Imobiliários 431,92 3,50 405,52 3,32 6,51 Montepio Gestão de Activos 426,10 3,45 411,57 3,37 3,53 Sierragest - Gestão de Fundos 353,06 2,86 348,21 2,85 1,39 Libertas 353,05 2,86 345,04 2,83 2,32 Fidelidade 310,93 2,52 308,40 2,53 0,82 Fundiestamo 296,19 2,40 293,42 2,41 0,95 Santander Asset Management 279,73 2,26 284,80 2,33 -1,78 Norfi 248,01 2,01 236,14 1,94 5,03 Sierra IG 244,58 1,98 249,76 2,05 -2,07 Imofundos 233,84 1,89 231,48 1,90 1,02 Fund Box 213,11 1,72 212,79 1,74 0,15 Institutional Inv. - Partners GmbH 187,43 1,52 190,22 1,56 -1,47 Violas Ferreira 185,37 1,50 183,38 1,50 1,09 Southcap 180,69 1,46 178,57 1,46 1,19 ECS 175,50 1,42 175,90 1,44 -0,23 Civilria Gestão de Ativos 172,73 1,40 159,99 1,31 7,97 TF Turismo Fundos 167,68 1,36 167,23 1,37 0,27 TIKEHAU Investment Management 166,33 1,35 167,04 1,37 -0,43 Crédito Agrícola Gest 128,50 1,04 16,92 0,14 659,50 IQ EQ Fund Man.(Ireland) Limited 126,67 1,03 119,82 0,98 5,71 Imorendimento 125,64 1,02 97,60 0,80 28,73 Atlantic 119,55 0,97 118,18 0,97 1,17 Imopolis 103,58 0,84 103,50 0,85 0,08 Profil 96,02 0,78 97,15 0,80 -1,16 Carregosa 91,35 0,74 92,08 0,75 -0,80 Vila Gale Gest 70,94 0,57 68,13 0,56 4,14 Gesfimo- Espírito Santo Irmãos 58,32 0,47 57,61 0,47 1,23 Refundos 42,27 0,34 41,89 0,34 0,89 GFM Gestão de Ativos 40,70 0,33 40,14 0,33 1,38 Valadim Invest. SICAFI Especial 28,57 0,23 26,80 0,22 6,63 LifentoS 25,58 0,21 27,68 0,23 -7,59 Invest Gestão de Activos 24,84 0,20 25,17 0,21 -1,31 Floresta Atlântica 16,86 0,14 17,18 0,14 -1,91 Silar 16,02 0,13 15,56 0,13 2,95 Total 12.355,19 12.197,16 1,30
Dados em milhões de euros.
GESTÃO DE PATRIMÓNIOS MARÇO 2023 QUOTA (%) DEZEMBRO 2022 QUOTA (%) VAR. (%) 2023 Santander AM 5.200,41 23,96 5.153,06 21,19 0,92 Caixa Gestão de Ativos 5.147,61 23,72 8.007,90 32,93 -35,72 BPI Gestão de Ativos 3.821,10 17,61 3.800,75 15,63 0,54 GNB - Gestão de Patrimónios 3.798,09 17,50 3.688,85 15,17 2,96 Montepio GA 1.484,28 6,84 1.474,19 6,06 0,68 Crédito Agrícola Gest 1.389,73 6,40 1.348,87 5,55 3,03 Bankinter Gestion de Activos 746,38 3,44 735,62 3,03 1,46 Optimize Inv. Partners 77,11 0,36 73,46 0,30 4,97 Heed Capital 20,21 0,09 19,02 0,08 6,24 LYNX Asset Managers 15,39 0,07 14,82 0,06 3,84 Total 21.700,32 24.316,54 -10,76 Nota: Amostra = 74,1% do total de activos da Gestão de Patrimónios (Em março de 2023) FUNDOS DE PENSÕES MARÇO 2023 QUOTA (%) DEZEMBRO 2022 QUOTA (%) VAR. (%) 2023 Ageas - Sociedade Gestora de Fundos de Pensões 6.124,10 33,91 6.050,53 28,69 1,22 BPI Vida e Pensões - Companhia de Seguros 3.088,36 17,10 3.006,44 14,26 2,72 GNB - SGFP 2.206,56 12,22 2.187,80 10,37 0,86 Futuro 1.820,40 10,08 1.792,06 8,50 1,58 S.G.F.P. Banco de Portugal 1.781,74 9,87 1.746,36 8,28 2,03 Santander Pensões 1.131,33 6,27 1.122,90 5,32 0,75 CGD Pensões 847,41 4,69 4.153,60 19,69 -79,60 BBVA Fundos 513,94 2,85 502,83 2,38 2,21 Crédito Agrícola Vida - Companhia de Seguros 220,96 1,22 219,33 1,04 0,74 Golden - SGF 197,87 1,10 192,72 0,91 2,68 Real Vida Seguros 109,81 0,61 100,89 0,48 8,84 Victoria - Seguros de Vida 14,95 0,08 14,73 0,07 1,51 Total 18.057,44 21.090,17 -14,38 Nota: Amostra = 98,9% do total gerido por Fundos de Pensões (Em março 2023) FUNDOS DE INVESTIMENTO MOBILIÁRIO MARÇO 2023 QUOTA (%) DEZEMBRO 2022 QUOTA (%) VAR. (%) 2023 Caixa Gestão de Ativos 6.409,92 36,01 6.268,13 36,59 2,26 IM Gestão de Ativos 3.820,49 21,46 3.605,29 21,05 5,97 BPI Gestão de Ativos 2.987,93 16,79 2.906,49 16,97 2,80 Santander Asset Management 2.791,64 15,68 2.637,50 15,40 5,84 GNB Fundos Mobiliários 752,45 4,23 737,83 4,31 1,98 Bankinter Gestion de Activos 332,42 1,87 315,68 1,84 5,30 Invest Gestão de Activos 213,01 1,20 199,41 1,16 6,82 Montepio Gestão de Activos 188,66 1,06 180,92 1,06 4,28 Optimize Investment Partners 140,16 0,79 132,89 0,78 5,48 Casa de Investimentos 54,60 0,31 43,41 0,25 25,78 Heed Capital 29,20 0,16 31,55 0,18 -7,45 Crédito Agrícola Gest 18,48 0,10 18,16 0,11 1,76 GFM Gestão de Ativos 17,40 0,10 14,29 0,08 21,72 LYNX Asset Managers 15,59 0,09 14,00 0,08 11,39 Sixty Degrees 14,61 0,08 12,38 0,07 18,06 BIZ Capital 11,89 0,07 12,98 0,08 -8,41 OXY Capital 2,04 0,01 Total 17.800,50 17.130,90 3,91
AS
20 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO PANORAMA FÓRUM APFIPP

FERNANDO FERNÁNDEZ-BRAVO

exaustivos e técnicos, bem como em grande escala, periódicos e liderados por avaliadores independentes; (iv) gestão de Risco de prestadores de serviços TIC, com requisitos ao nível de estratégia, definição de políticas e de registos, e exigindo uma avaliação contratual baseada em orientações claras e; (v) partilha de informação, com diretrizes de partilha de informação relevante em matéria de

prevenção de ameaças e vulnerabilidades cibernéticas entre entidades financeiras.

Apesar da sua entrada em janeiro de 2023, decorre o período de 24 meses para ser realizada a exigente implementação, pressupondo que as entidades elegíveis no âmbito da aplicabilidade do DORA estejam no seu absoluto cumprimento a janeiro de 2025.

O NASDAQ RECUPERA ALGUM DO SEU BRILHO

O Nasdaq-100, o mais importante índice de tecnologia do mundo, viveu um primeiro trimestre brilhante, com um avanço de mais de 15%, recuperando parte das perdas signifiativas registadas em 2022. No entanto, muitos investidores duvidam que se trate de uma recuperação sustentável e consideram que é apenas uma recuperação pontual. É aqui que as avaliações desempenham um papel fundamental.

Se calcularmos as avaliações por receitas, a queda nas cotações nos últimos 12 meses foi muito maior do que a queda nas receitas Então, o rácio Price to Sales fiou mais barato, caindo para cinco vezes das sete vezes de há doze meses. Se olharmos para o crescimento dos lucros, vemos que o rácio PEG (uma medida que divide o rácio PER pelo rácio de crescimento dos lucros) também é atrativo para o Nasdaq 100.

Com um rácio PER de 25,4 vezes e um crescimento esperado dos lucros por ação de 17% ao ano nos próximos três anos (de acordo com a Factset), o rácio PEG situa-se em cerca de 1,5 vezes, um valor que pode ser considerado razoável considerando que o S&P500 negoceia a um rácio PEG de 2,0 vezes.

Responsável de Vendas de gestão ativa para a Península Ibérica, Invesco * - Não inclui os fundos geridos por 1 entidades (amostra = 99,93%)

Isso signifiaria que os investidores estão a pagar menos pelo crescimento dos lucros que esperam que o Nasdaq entregue do que pelo aumento esperado nos lucros do S&P 500. Ambas as avaliações mostram que a recuperação dos níveis do índice pode ser apoiada pelos fundamentais.

A OPINIÃO DE RAP T REN PAR T NER FUNDOS DE INVESTIMENTO MOBILIÁRIO MARÇO 2023 DESDE INÍCIO DO ANO ÚLTIMOS 12 MESES Caixa Gestão de Ativos 60,294 -118,010 142,150 BPI Gestão de Ativos 34,864 34,895 -46,750 Santander Asset Management 33,380 101,292 -66,126 GNB Fundos Mobiliários 12,376 4,178 -48,629 Bankinter Gestion de Activos 4,739 9,521 10,117 Invest Gestão de Activos 2,054 7,641 33,607 Casa de Investimentos 1,539 3,318 21,626 Sixty Degrees * 0,974 2,060 2,189 Montepio Gestão de Activos 0,762 2,974 20,233 Optimize Investment Partners 0,037 1,458 11,024 GFM Gestão de Ativos 0,000 0,000 1,066 Crédito Agrícola Gest 0,000 0,000 0,000 LYNX Asset Managers -0,132 0,280 -1,443 BIZ Capital -0,727 -1,228 -3,568 Heed Capital -2,359 -2,435 -3,550 IM Gestão de Ativos -11,673 163,461 27,160 OXY Capital n.d. n.d. n.d. Total 136,128 209,404 99,105 FUNDOS DE INVESTIMENTO MOBILIÁRIO MARÇO 2023 DESDE INÍCIO DO ANO ÚLTIMOS 12 MESES Fundos de Obrigações Euro 179,028 238,612 365,315 Fundos de Curto Prazo Euro 14,828 57,501 -119,473 F. Mercado Monetário Euro 14,034 32,481 112,517 Fundos de Acções Europeias 8,712 5,530 -18,134 Fundos de Obrigações Internacional 7,855 30,770 12,603 Fundos de Acções Nacionais 7,154 10,239 33,458 F. Acções da América do Norte 1,936 -34,748 -14,919 Fundos de Acções Ibéricas 0,379 -0,053 -1,202 F. Multi-Activos Agressivos 0,176 -0,564 5,249 FIA de Retorno Absoluto 0,000 0,000 0,000 FIA Multi-Activos 0,000 0,000 0,194 Outros F. Acções Internacionais -0,032 0,982 4,717 FIA de Obrigações -0,108 -0,424 -2,108 FIA Flexíveis -0,129 0,284 0,144 F. Mercado Monetário Internacional -0,282 -0,129 0,601 Fundos de Acções Sectoriais -0,607 0,032 7,588 F. Multi-Activos Equilibrados -4,343 0,903 14,927 Outros FIA -5,870 -6,342 -30,042 F. Multi-Activos Defensivos -6,439 -9,647 -71,173 Fundos de Acções Globais -10,917 12,330 312,107 Fundos PPR -11,005 -1,571 -71,864 F. Obrigações Taxa Indexada Euro -14,971 -50,602 -119,276 Fundos Flexíveis -19,689 -33,091 -141,520 F. Multi-Activos Moderados -23,584 -43,338 -180,854 Total 136,128 209,154 98,855 Dados em milhões de euros ENTRADAS E SAÍDAS DOS FUNDOS MOBILIÁRIOS MARÇO DE 2023 1.500 1.250 1.000 750 500 250 0 -250 -500 -750 -1000 -1.250 -1.500 -1500 -1000 -500 0 500 1000 1500
MAIO E JUNHO I FUNDSPEOPLE 21
* - Não inclui informação para períodos anteriores a dezembro de 2022

É mais fácil enfrentar a inflação quando estamos melhor preparados

Esta é uma comunicação promocional. Este documento foi preparado apenas para fins informativos e não constitui uma oferta num determinado prospecto ou um convite serviços de investimento ou análise financeira. O presente documento destina-se exclusivamente a investidores profissionais, em conformidade com a legislação DMIF. de Serviços (LPS), como Sociedade gestora de organismos de investimento colectivo do Espaço Económico Europeu e com Sucursal em Espanha, autorizada e registada

O Investimento implica riscos, incluindo a perda de capital.

Com mais de 30 anos de experiência, as nossas estratégias anti-inflação, líderes no mercado, podem ajudá-lo a limitar o impacto do aumento de preços.

Invista num futuro melhor.

AXA-IM.COM/INFLATION

convite para concluir um negócio, para comprar ou vender qualquer instrumento financeiro ou para participar em qualquer estratégia comercial, incluindo a prestação de A AXA INVESTMENT MANAGERS PARIS SA tem sede social em Paris, Tour Majunga 6, Place de la Pyramide 92908, e

registada
está registada na CMVM em Regime de Livre Prestação
na
Comissão Nacional do Mercado de Valores Mobiliários (CNMV) com o número 38.

Barómetro na Europa

SUBIDA TÍMIDA NO MERCADO EUROPEU DE FUNDOS

Continua o sobe e desce no mercado europeu de fundos. Embora tenha começado o ano num tom positivo com uma subida, em fevereiro voltou a cair ligeiramente. Em março verificou-se o movimento contrário com uma nova subida.

São muitos os fatores que têm contribuído para um ambiente algo instável nos mercados financeiros.Entre eles estão a inflação,a subida de taxas, a crise na habitação, a fraqueza dos PMI, a guerra e a possibilidade de recessão no horizonte. Para agitar ainda mais as águas, março trouxe consigo uma crise de confiançano setor bancário. Primeiro assistimos ao colapso do Silicon Valley Bank e do Signature Bank nos Estados Unidos. Depois veio a queda do Credit Suisse na Eu-

ropa e a sua consequente compra por parte do seu rival UBS.

No campo dos bancos centrais, em fevereiro, a Fed colocou o pé no travão e abrandou o ritmo de aumento de taxas com uma subida de apenas 25 pontos base. Pelo contrário, o BCE acelerou e assumiu uma postura mais agressiva com uma subida de taxas de 50 pontos base. Ambos os bancos centrais repetiram o movimento nas respetivas reuniões em março.

Mas nem tudo são más notícias. Embora tenha sofrido uma ligeira queda em fevereiro, o mercado europeu

15.000.000 14.000.000 13.000.000 12.000.000 11.000.000 10.000.000 9.000.000 150.000 100.000 50.000 0 -50.000 -100.000 PATRIMÓNIO CAPTAÇÕES LÍQUIDAS PATRIMÓNIO E CAPTAÇÕES DE FUNDOS UCITS NA EUROPA (Em milhões de euros, inclui monetários) MÊS COM ENTRADAS LÍQUIDAS MÊS COM SAÍDAS LÍQUIDAS CAPTAÇÕES LÍQUIDAS PATRIMÓNIO PATRIMONIO 9000000 10000000 11000000 12000000 13000000 14000000 15000000 CAPTACIONES NETAS Con monetarios Sin monetarios -100000 -50000 0 50000 100000 150000 2021 2021 FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ JAN FEV MAR FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ JAN FEV MAR 24 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO FEVEREIRO-MARÇO
PANORAMA O SETOR EM NÚMEROS

DISTRIBUIÇÃO DO PATRIMÓNIO NA EUROPA EM MARÇO

SOBREPONDERAÇÃO EM DURAÇÃO É, NESTE MOMENTO, A NOSSA MAIOR CONVICÇÃO

DISTRIBUIÇÃO DAS CAPTAÇÕES LÍQUIDAS NA EUROPA EM FEVEREIRO E MARÇO

Prudência é a palavra que define as nossas perspetivas. 2023 será, certamente, um ano de crescimento dececionante e de ajustes contínuos e devido às recentes tensões no setor bancário, as probabilidades de recessão aumentaram.

Os maiores riscos parecem estar nos Estados Unidos, onde as tensões dos bancos regionais e a debilidade do setor imobiliário irão provavelmente colocar um travão à formação de crédito. Na Europa, a queda do preço da energia e umas políticas fiscais favoráveis apontam para uma certa resiliência.

*Os dados de internacional incluem os fundos domiciliados no Luxemburgo e na Irlanda. Os monetários dinâmicos incluem-se em outros.

Na China, há sinais de que o excesso de poupança acumulada durante os anos da política de zero COVID podem impulsionar a atividade com a reabertura da economia chinesa. Embora o medo da inflaão persista, os responsáveis dos bancos centrais irão agora também concentrarse no crescimento.

A Fed prepara-se para fazer uma pausa em maio e o BCE reafirmoua sua postura hawkish. Dada a debilidade do crescimento e a incerteza, estar sobreponderados em duração é o nosso posicionamento de maior convicção.

Estamos ligeiramente subponderados em ações, mas dado que este ativo foi desvalorizado durante um ano e também o fraco sentimento, não se justifia uma maior subponderação.

MERCADO OBRIGAÇÕES AÇÕES OUTROS MISTOS MONETÁRIOS TOTAL Internacional (*) 2.015.113 2.942.956 256.843 682.697 1.080.254 6.977.862 Reino Unido 234.716 895.190 27.133 200.409 28.956 1.386.404 Alemanha 131.130 230.134 57.069 105.204 371.621 895.158 França 52.064 253.033 156.830 120.359 5.227 587.513 Suíça 189.350 273.053 30.737 52.651 37.976 583.768 Itália 77.021 342.964 3.767 68.005 0 491.756 Suécia 114.552 50.792 18.700 72.859 12.035 268.939 Espanha 46.275 31.511 2.224 112.183 4.163 196.356 TOTAL 3.108.316 5.381.814 634.479 1.606.439 1.556.589 12.287.638 MERCADO OBRIGAÇÕES AÇÕES OUTROS MISTOS MONETÁRIOS TOTAL Internacional (*) 9.259 9.658 -3.270 -4.635 31.544 42.556 Reino Unido 1.343 -9.397 -364 -532 -3.553 -12.503 Alemanha 549 -8.029 -2.118 -457 2.231 -7.824 França 581 2.447 178 -405 270 3.072 Suíça 1.900 5.068 -636 319 3.588 10.239 Itália 416 8.478 -26 -288 0 8.579 Suécia 6.628 -489 577 -737 1.202 7.180 Espanha 1.663 -20 -194 -2.652 106 -1.097 TOTAL 22.339 7.716 -5.853 -9.388 35.388 50.203
A
DE RAP T REN PAR T NER 2023 2022 2023 2022 ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ JAN FEV MAR MAIO E JUNHO I FUNDSPEOPLE 25
LUCÍA GUTIÉRREZ-MELLADO Diretora de Estratégia para Espanha e Portugal, J.P. Morgan AM
OPINIÃO

de fundos de investimento conseguiu dar a volta por cima em março. Neste mês, a indústria europeia de fundos atingiu os 12,28 biliões de euros, um valor não visto desde julho do ano passado, altura em que o BCE iniciou este ciclo de subidas.

MONETÁRIOS AJUDAM

Se olharmos para os dados recolhidos pela Morningstar e pela J.P. Morgan AM, em exclusivo para a FundsPeople, é possível perceber que os monetários deram um empurrão ao mercado europeu no que diz respeito a captações. Esta classe de ativos representou 84% das captações obtidas no conjunto dos dois meses em análise. Nas geografias,vale referir que o Reino Unido está em terreno negativo em toda a linha, exceto nas obrigações.

SETORES QUE MAIS E MENOS CAPTAM NO

Nas ações, a líder em captações foi a Storebrand AM, em fevereiro, com os fundos Storebrand Emerging Markets Plus e Storebrand Sverige Plus. Em março, esteve na linha da frente a iShares com os seus produtos de gestão passiva iShares Core S&P 500 ETF e iShares Core MSCI World ETF. Ainda no campo das ações houve uma tendência que não passou despercebida: a aposta nos emergentes, com quatro fundos entre os que mais captaram dedicados a este universo.

Nas obrigações há que destacar que, em fevereiro, o PIMCO GIS Income Fund, da PIMCO, um produto com Rating FundsPeople em 2023, alcançou um volume de captações que praticamente atingiu os 1.800 milhões de euros. Em março ficou-sepelo

terceiro lugar do pódio com captações de 554 milhões de euros.

SETORES

Quanto às captações por setores, em fevereiro os investidores dividiram-se entre os produtos de Global Equity Large Cap e Global Emerging Markets Equity. Estes setores alcançaram, respetivamente, captações de 7.913 milhões de euros e 7.131 milhões de euros. Do outro lado da barricada ficouo UK Equity Large Cap que registou saídas superiores a 2.200 milhões de euros. No fecho do trimestre, por um lado, o segmento de Fixed Income Miscellaneous foi o preferido ao alcançar 4.519 milhões de euros em subscrições líquidas. Por outro lado, em março, os investidores fugiram dos produtos de Flexible Allocation.

NEGÓCIO INTERNACIONAL
MÊS
Con monetarios Sin monetarios MAIS CAPTARAM EM FEVEREIRO Global Equity Large Cap 7.913 Gl. Emer. Markets Equity 7.131 Global Fixed Income 7.096 Fixed Inc.Miscellaneous 4.460 Europe Fixed Income 4.045 EM MARÇO Fixed Inc.Miscellaneous 4.519 Gl. Emer. Markets Equity 3.435 Global Fixed Income 2.043 US Fixed Income 1.486 Europe Fixed Income 956 MENOS CAPTARAM EM FEVEREIRO UK Equity Large Cap -2.219 Cautious Allocation -1.671 Healthcare Sector Equity -1.522 Europe Equity Large Cap -1.251 Asia Fixed Income -1.045 EM MARÇO Flexible Allocation -2.510 US Eq.Large Cap Value -1.982 UK Equity Large Cap -1.976 Japan Equity -1.880 Emer. Mkt. Fixed Income -1.740
QUE MAIS CAPTAM
MÊS Fonte: Morningstar e J.P. Morgan AM. Em milhões de euros. EM AÇÕES FUNDO VOL. EM FEVEREIRO Storebrand Emerging Markets Plus 1.149 Storebrand Sverige Plus 853 UniGlobal 774 UBS (Lux) FS MSCI Emerging Markets 721 iShares Core MSCI EM IMI ETF 719 iShares Core MSCI Europe ETF (Acc) 640 Lyxor Core MSCI Japan (DR) ETF 550 Xtrackers MSCI World Swap ETF 482 UBS (Lux) FS MSCI Emerging Markets SRI 481 BlackRock Japan Equity 1 Fund 422 EM MARÇO iShares Core S&P 500 ETF 1.082 iShares Core MSCI World ETF 833 Vanguard Emerging Markets Stock Index Fd 791 UBS ETF (CH) SPI® 498 JPM US Select Equity Fund 483 iShares NASDAQ 100 ETF 413 Lyxor Core MSCI Japan (DR) ETF 359 Invesco EQQQ NASDAQ-100 ETF 348 Invesco Asian Equity 330 Invesco S&P 500 ETF 325 EM OBRIGAÇÕES FUNDO VOL. EM FEVEREIRO PIMCO GIS Income Fund 1.799 AB American Income Portfolio 854 ILF GBP Liquidity Plus Fund 663 MS INVF Global Fixed Income Opps Fd 582 UniInstitutional Euro Reserve Plus 398 Xtrackers II EUR Corporate Bond ETF 336 iShares € Corp Bond 1-5yr ETF 312 Vanguard Global Bd Idx 309 HSBC Global Aggregate Bond Index Fund 303 iShares $ Corp Bond ETF 300 EM MARÇO Xtrackers II Eurozone Govt Bond 1-3 ETF 740 iShares $ Treasury Bond 0-1yr ETF 704 PIMCO GIS Income Fund 554 Focused High Grade Long Term Bond USD 548 Focused SICAV High Grade Lg Trm Bd EUR 459 Vanguard U.S. Treasury 0-1 Year Bond ETF 458 iShares € High Yield CorpBd ETF 456 PIMCO GIS Global Bond Fund 448 MM Access II US Multi Credit Sustainable 439 Vanguard Global S/T Bd Idx 419 EM MULTIATIVOS E OUTROS FUNDO VOL. EM FEVEREIRO WisdomTree Copper 798 Allianz Income and Growth 503 UBS FS Bloomberg Commodity CMCI SF ETF 301 Lyxor US Curve Steepening 2-10 ETF 294 L&G Multi-Strategy Enhanced Cmdts ETF 177 WisdomTree Brent Crude Oil 140 Franklin Income Fund 120 JPM Global Income Fund 117 WisdomTree Precious Metals 105 WisdomTree Broad Commodities UCITS ETF 100 EM MARÇO iShares Physical Gold ETC 1.035 Lyxor US Curve Steepening 2-10 ETF 390 Allianz Income and Growth 340 BNP Paribas Obliselect Euro 2027 213 Invesco Physical Gold ETC 205 BNP Paribas 4Italy 2028 196 Man AHL TargetRisk Fund 167 WisdomTree Brent Crude Oil 159 WisdomTree Physical Gold - EUR Daily Hdg 105 UniImmo: Wohnen ZBI 104
OS FUNDOS INTERNACIONAIS UCITS
NO
26 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO
PANORAMA O SETOR EM NÚMEROS

SELECIONADORES FAVORITOS FINTAR AS DIFICULDADES CONTINUA A SER DIFÍCIL… MAS CRUCIAL

O período conturbado que os mercados atravessam atualmente tem difiultado o trabalho dos selecionadores de fundos nacionais. Esta corrida de obstáculos está longe de terminar, mas os profissionai portugueses têm conseguido manter o ritmo.

28 FUNDSPEOPLE I MAIO
E JUNHO TENDÊNCIAS CAPA por Catarina Vinagre

“CONTEXTOS DE TRANSIÇÃO COMO O ATUAL, EMBORA CONSTITUAM NORMALMENTE BOAS OPORTUNIDADES DE INVESTIMENTO, SÃO TAMBÉM DESAFIANTES AO NÍVEL DA SELEÇÃO DE FUNDOS. A VOLATILIDADE NA ROTAÇÃO SETORIAL, ESTILOS E TIPO DE EMPRESAS EM PERÍODOS MAIS ALARGADOS PODERÃO TORNAR COMPLEXA A AFERIÇÃO DA CONSISTÊNCIA NA GERAÇÃO DE VALOR POR PARTE DOS FUNDOS E POR CONSEGUINTE A SUA SELEÇÃO. CONTUDO, NÃO NOS PODEMOS ESQUECER QUE O PROCESSO DE SELEÇÃO É ALGO DINÂMICO, PELO QUE TAMBÉM ELE SE ADAPTARÁ AOS NOVOS CONTEXTOS”

MARTA MARTINS IMGA

Novo ano, nova votação. Como vem sendo hábito, e por estarmos praticamente a meio do ano, a FundsPeople voltou a convocar os responsáveis de Vendas das gestoras internacionais que atuam em Portugal para nos contarem quem consideram ser os selecionadores de fundos nacionais que mais se destacam graças ao seu exímio trabalho no âmbito da seleção de fundos. Responderam a esta chamada 37 profissionais de 35 entidades diferentes, que ofereceram 44 nomes. Destes 44

“AO FIM DE MUITOS ANOS, O INCOME VOLTOU, TORNANDOSE UMA EXCELENTE OPORTUNIDADE DE INVESTIMENTO. NO ENTANTO, O PROCESSO DE SELEÇÃO DE FUNDOS (NOMEADAMENTE OS DE OBRIGAÇÕES) TEM SIDO MUITO EXIGENTE DADA A ELEVADA VOLATILIDADE RESULTADO DA INCERTEZA EM RELAÇÃO À EVOLUÇÃO DA INFLAÇÃO E ATUAÇÃO DOS BANCOS CENTRAIS” CARLA VEIGA GNB GA

“O ATUAL PERÍODO DE MERCADO TEM EXIGIDO DA PARTE DOS NOSSOS SELECIONADORES DE FUNDOS UMA ANÁLISE MAIS EXIGENTE PARA PODER DISTINGUIR O QUE SÃO OS IMPACTOS DE MERCADO (VOLATILIDADE E ROTAÇÕES SETORIAIS) DA QUALIDADE DA GESTÃO, DE FORMA A AVALIAR A CAPACIDADE DOS GESTORES DE TOMAREM AS DECISÕES CERTAS NO LONGO PRAZO E TIRAREM PARTIDO DAS OPORTUNIDADES QUE VÃO SURGINDO SURGIR” INÊS CASTRO DWM DO MILLENNIUM BCP

profissionais, 20 obtiveram dois ou mais votos.

Mas quem foram os preferidos? Neste caso, as preferidas, já que este ano, pela primeira vez, temos um Top 3 inteiramente no feminino. São elas: Marta Martins, da IM Gestão de Ativos, Carla Veiga, da GNB Gestão de Ativos e Inês Castro, da DWM do Millennium bcp. As três profissionais obtiveram, respetivamente, 21, 20 e 15 votos.

O labor da seleção de fundos é exigente, em particular num contexto como o atual, em que a subida de

21 20 15
VOTOS VOTOS
MAIO E JUNHO I FUNDSPEOPLE 29
VOTOS

LUÍS ANDRADE IMGA

11

6 JOÃO PINA GOMES ABANCA

7 RUI BROEGA BIG

6 GUILHERME PIEDADE CAIXA GA

5 ANDRÉ AMADO PINTO ALVARIUM INVESTMENTS

5 CARLOS PINTO OPTIMIZE IP

3 CARLA PRATES LM CAPITAL

3 LUÍS ALVARENGA BPI GA

3 PEDRO BRAVO CAIXA GA

3 RENATO ROCHA ATRIUM

2 ANA ONOFRE MONTEPIO GA

2 EDUARDO MONTEIRO BPI GA

2 GUILHERME CARDOSO DWM-MILLENNIUM BCP

2 JOÃO PAULO SILVA NOVOBANCO

2 PAULO SÁ BANKINTER

2 RITA GONZÁLEZ BALUARTE

2 TIAGO GASPAR BANCO CARREGOSA

A INFLAÇÃO E A

POSSIBILIDADE DE RECESSÃO TÊM SIDO DOS TÓPICOS

MAIS DEBATIDOS ENTRE SELECIONADORES E VENDAS

VOTOS VOTOS VOTOS VOTOS VOTOS
VOTOS VOTOS VOTOS
VOTOS VOTOS VOTOS
VOTOS VOTOS VOTOS
VOTOS VOTOS VOTOS 30 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO TENDÊNCIAS CAPA
1 ALEXANDRE ANTUNES BIG VOTO 1 DUARTE FRANCISCO SANTANDER 1 DUARTE NUNES ROVISCO EDR VOTO VOTO VOTO 1 GONÇALO MAROUVO BPI GA 1 HUGO FREITAS ABANCA 1 JOÃO EUFRÁSIO AGEAS VOTO VOTO VOTO 1 LUÍS MARINHO FIDELIDADE 1 LUÍS XAVIER JULIUS BAER 1 MARTA PEREIRA GNB GA VOTO VOTO VOTO 1 PAULO MONTEIRO INVEST GA 1 PEDRO COSTA GOMES LM CAPITAL 1 PEDRO FELICIANO LM CAPITAL VOTO VOTO VOTO VOTO 1 FERNANDO CASTRO DE SOLLA BALUARTE 1 FILIPA ALMEIDA DWM - MILLENNIUM BCP* 1 ELISABETE PEREIRA NOVOBANCO VOTO VOTO VOTO 1 JOÃO PISCO ALVARIUM INVESTMENTS 1 JORGE SILVEIRA BOTELHO BBVA AM PORTUGAL 1 JOÃO HENRIQUES BANKINTER VOTO 1 MIGUEL TALEDO DE SOUSA BANKINTER 1 NUNO SALVADOR BANKINTER VOTO VOTO 1 MIGUEL AZEVEDO E SILVA BANCO CARREGOSA VOTO VOTO VOTO 1 RUI CASTRO PACHECO NOVOBANCO 1 SOFIA MARQUES BPI GA 1 RICARDO DUARTE SILVA CA GEST VOTO *na altura da votação a profissional tabalhava na Caixa GA. MAIO E JUNHO I FUNDSPEOPLE 31

taxas, a inflaçãocrescente e a guerra na Europa obrigam a uma atenção redobrada aos detalhes macroeconómicos. Por isso mesmo, perguntámos a estas três profissionaiso que tem sido mais desafianteno seu trabalho em 2023.

ENTIDADES QUE RESPONDERAM

ABRDN

ALLIANCEBERNSTEIN

ALLIANZ GI

AMCHOR INVESTMENTS

AMUNDI

AXA IM

BLACKROCK

BLUEBAY AM

CANDRIAM

CAPITAL STRATEGIES

CARMIGNAC

COLUMBIA THREADNEEDLE

DNB AM

DPAM

DWS

EURIZON CAPITAL

FIDELITY INTERNATIONAL

FLOSSBACH VON STORCH

FRANKLIN TEMPLETON

GAM

GOLDMAN SACHS AM

INVESCO

J.P. MORGAN AM

JANUS HENDERSON INVESTORS

JUPITER AM

LIONTRUST AM

LONVIA CAPITAL

M&G INVESTMENTS

MORGAN STANLEY IM

NATIXIS IM

OFI INVEST AM

SCHRODERS

T. ROWE PRICE

UBS AM

WELLINGTON

Para Marta Martins, Carla Veiga e Inês Castro, o conturbado ambiente atual e a volatilidade têm tornado o processo de seleção de fundos bastante exigente, mas uma análise detalhada e uma boa capacidade de adaptação, podem ser os pontos-chave para contornar estes obstáculos.

PREOCUPAÇÕES

Inflação, recessão e regulamentação. São precisamente estes os três principais fatores que, aos olhos dos responsáveis de Vendas das casas estrangeiras, mais apoquentam os selecionadores de fundos nacionais e que dominam as conversas com os seus clientes. Do lado macroeconómico, a inflação aliada à subida das taxas de juro e as dúvidas quanto ao seu impacto no crescimento económico e nas classes de ativos são as principais dificuldades mencionadas pelos sales das gestoras internacionais. Também a possibilidade de uma recessão em detrimento de uma aterragem suave faz parte dos maiores receios auscultados por parte destes profissionais, relativamente aos selecionadores.

Porém, não foram os únicos detratores mencionados. A regulamentação tem demonstrado ser um obstáculo para quem seleciona fundos, com os vendas das gestoras internacionais a recordarem que esta se está a tornar cada vez mais restritiva e rigorosa. Isto leva à dificuldade em agregar valor através da seleção de fundos, pois a estruturação do processo limita o universo de investimentos. Além disso, a variedade de rótulos e classificações ESG/ISR e a instabilidade, falta de clareza, a ambiguidade ou complexidade dos regulamentos SFDR representam um desafio para a escolha dos fundos ISR certos.

MÁRIO PIRES

Diretor de clientes institucionais e do mercado português, Schroders

EMPRESAS COM KARMA: CONFIANÇA E CONSISTÊNCIA

A melhoria da confiana nas perspetivas económicas tem apoiado a recuperação dos mercados globais de ações e, embora não devamos perder de vista a possibilidade de nos confrontarmos com alguns cisnes negros, mantemos, na Schroders, uma visão prudente, mas cada vez mais construtiva relativamente a ações. Assim, estamos particularmente otimistas relativamente às empresas a que reconhecemos maior alinhamento com os seus stakeholders – as chamadas empresas com karma.

Falamos de empresas que assimilaram na sua gestão de longo prazo os princípios de sustentabilidade e que têm demonstrado esta postura de responsabilidade e justiça perante o seu amplo conjunto de partes interessadas.

Este é um perfilempresarial que nos transmite maior confiana sobre a capacidade de manterem níveis de crescimento e rentabilidade consistentes e apelativos num horizonte de tempo mais vasto e este perfilestá em consonância com a filsofiado fundo Schroder ISF Global Sustainable Growth, que tem a sua carteira estruturada em torno de empresas que sobressaem pela sua postura de sustentabilidade e a que reconhecemos, em simultâneo, poder de fiação de preços e solidez estrutural.

Trata-se, aliás, de um fundo que se integra no Artigo 8.º do Regulamento de Divulgação de Finanças Sustentáveis (SFDR) pois, embora não tenha um objetivo explícito de investimento sustentável, valoriza estas características na sua análise, carteira e gestão.

A OPINIÃO DE RAP T REN PAR T NER
32 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO TENDÊNCIAS CAPA

Crédito asiático, um equilíbrio atrativo

A Ásia é onde está o crescimento. A região continua a superar o resto do mundo, o que a torna mais suscetível de ficarisolada de qualquer potencial abrandamento ou recessão no mundo desenvolvido. Esta força económica relativa é apoiada por balanços robustos na maioria dos países e empresas com uma evolução positiva dos resultados. Os PMI da indústria em toda a região continuam em modo expansionista e a inflaçãomantem-se contida até agora.

A China é uma grande parte da Ásia e os recentes dados confirmamque a recuperação económica na China está no bom caminho e que poderá ser potencialmente mais rápida e mais forte do que era esperado. O crescimento do PIB no primeiro trimestre surpreendeu, subindo 4,5% em termos homólogos, abrindo caminho para uma revisão dos resultados. O consumo interno aumentou de forma significatia, com subidas de dois dígitos nas vendas de vestuário, cosméticos, joias e restauração. A produção industrial também melhorou com a retoma no mercado interno e de exportação. Dados como o congestionamento de tráfego, turismo e receitas de bilheteiras afiançam esta tendência

Continuamos a ver a recuperação económica na China a impulsionar o desempenho do mercado de crédito asiático. Os riscos de recessão na Europa e nos EUA podem trazer mais volatilidade nos spreads de crédito, mas, num cenário de recessão profunda, um rali nos títulos do Tesouro dos EUA poderia ajudar a mitigar parcialmente o aumento dos spreads de crédito, especialmente para crédito com grau de investimento.

Para o mercado de crédito asiático, um crescimento positivo e uma menor pressão inflacionistaproporcionam uma boa salva-

guarda para uma hipotética volatilidade na Europa e dos EUA que historicamente estão correlacionados. Nos EUA, o dilema para a Reserva Federal é que um abrandamento suave pode não ser suficientepara retroceder a inflaçãopara níveis próximos de 2%. Pensamos que os bancos centrais poderão ter de manter as taxas de juro em território restritivo durante mais tempo do que o mercados está a descontar, o que deverá aumentar a volatilidade e os riscos de recessão. Também estamos positivos em relação às obrigações chinesas onshore. Consideramos que expectativa de crescimento anual do PIB de 5% é conservadora, dado o impacto positivo do processo de reabertura, o que reduz a necessidade de implementar políticas de estímulo a larga escala. Espera-se que os estímulos estejam mais centrados em favorecer um crescimento sustentável essencialmente impulsionado pelo consumo interno.

Não esperamos uma diminuição das taxas de juro na dívida denominada em Yuans chineses e que esta deverá permanecer em um nível atraente, principalmente se tivermos em conta os benefícios de uma menor correlação com os mercados desenvolvidos.

Dado o exposto, acreditamos que existem oportunidades atraentes no mercado de crédito asiático. As taxas são mais elevadas em relação ao crédito global e com uma duração mais curta, consequentemente uma menor sensibilidade aos movimentos de taxas.

Apesar da volatilidade do mercado nos últimos anos, os investidores estão a ser compensados pelos riscos de crédito subjacentes. Historicamente, o crédito asiático oferece uma melhor relação risco-rentabilidade em comparação com US High Yield, MSCI Asia e S&P 500.

CRÉDITO ASIÁTICO, UMA RELAÇÃO RISCO/RENTABILIDADE CONSISTENTE

Note 1: Asian credit is represented by JACI HY (High Yield) and JACI IG (investment grade). US high yield is represented by Markit iBoxx High Yield Index. Asian stocks, bu MSCI Asia Index. US stocks, by S&P 500. Note 2: Sharpe ratio is a measure of risk-adjusted return. It describes how much excess return you receive for the volatility of holding a rislier asset.

Source: Bloomberg. As of December 2022-

AVISO LEGAL:

PARA EFEITOS DE MARKETING E INFORMAÇÃO PELA UBS.

Antes de investir num produto, leia atentamente e na íntegra o prospeto mais recente e o documento de informações fundamentais destinadas aos investidores. As informações e opiniões contidas neste documento foram compiladas ou recebidas com base nas informações obtidas de fontes consideradas fiveis e de boa-fé, mas não são garantidas como rigorosas, nem constituem uma declaração ou um resumo completo dos valores mobiliários, mercados ou desenvolvimentos referidos no documento. Os membros do Grupo UBS podem ter uma posição em e podem efetuar uma compra e/ou venda de qualquer um dos títulos ou outros instrumentos financeiro mencionados neste documento. As unidades de fundos da UBS aqui mencionadas podem não ser elegíveis para venda em todas as jurisdições ou em determinadas categorias de investidores e não podem ser oferecidas, vendidas ou entregues nos Estados Unidos. A informação aqui mencionada não se destina a ser interpretada como um pedido ou uma oferta para comprar ou vender quaisquer títulos ou instrumentos financeirosrelacionados. O desempenho passado não é um indicador fivel de resultados futuros. O desempenho apresentado não tem em conta quaisquer comissões e custos cobrados aquando da subscrição e resgate de unidades. As comissões e os custos têm um impacto negativo no desempenho. Se a moeda de um produto financeiroou serviço financeirofor diferente da sua moeda de referência, o retorno pode aumentar ou diminuir em função das flutuaçõescambiais. Esta informação não tem em consideração os objetivos de investimento específicosou futuros, a situação financeia ou fiscalou as necessidades particulares de qualquer destinatário específico.Os detalhes e opiniões contidos neste documento são fornecidos pela UBS sem qualquer garantia e destinam-se apenas à utilização pessoal e para efeitos de informação do destinatário. Este documento não pode ser reproduzido, redistribuído ou republicado para qualquer fimsem a autorização escrita da UBS Asset Management Switzerland AG ou de uma empresa agrupada local. Fonte de todos os dados e gráficos(caso não estejam indicados de outra forma): UBS Asset Management

Este documento contém declarações que constituem “declarações prospetivas”, incluindo, entre outras, declarações relacionadas com o desenvolvimento futuro do nosso negócio. Embora estas declarações prospetivas representem os nossos julgamentos e expectativas futuras relativamente ao desenvolvimento do nosso negócio, uma série de riscos, incertezas e outros fatores importantes podem fazer com que os desenvolvimentos e resultados efetivos sejam materialmente diferentes das nossas expectativas.

Pode encontrar um resumo dos direitos dos investidores em inglês online em: ubs. com/funds.

Pode encontrar mais explicações das condições financeias em ubs.com/glossary © UBS 2021. O símbolo das chaves e UBS estão entre as marcas comerciais registadas e não registadas da UBS. Todos os direitos reservados.

DIOGO GOMES, CRM SÉNIOR, UBS AM IBERIA
2005-2022 JACI HY JACI IG US HY MSCI Asia S&P 500 Annualized Return 5.4% 4.2% 5.0% 6.5% 9.0% Annualized Volatility 6.7% 3.6% 6.1% 20.4% 20.1% Sharpe Ratio 0,64 0.85 0.63 0.26 0.39

SOBE A EURIBOR …E A GESTÃO DE ATIVOS NÃO FICA

INDIFERENTE

As subidas das taxas de juro de referência do BCE propulsionaram os valores apresentados pela Euribor. Na sua generalidade, a medida que indica a taxa de juros média dos empréstimos interbancários sem garantia da zona euro passou de valores negativos, no início do ano, para valores que agora ultrapassam os 3%. A três meses, no primeiro dia útil de maio, este situava-se nos 3,27%, enquanto, na mesma data, mas a 12 meses, este chegava aos 3,82%. Colocando em perspetiva, não víamos valores desta magnitude desde 2008. É consensual que a subida da Euribor tem impacto na gestão de ativos. Mas onde se fazem sentir estes impactos? Em que vertentes? Alguns fundos de investimento de gestão portuguesa têm neste indicador (mais um spread decidido pela entidade) o seu benchmark de referência e o limite a partir do qual podem cobrar uma comissão de performance. Ao mesmo tempo, falamos de uma taxa sem risco que altera o equilíbrio de valor entre diferentes ativos. Com estas vicissitudes em mente, questionámos vários profisionais nacionais sobre o impacto que a mudança de paradigma terá no dia a dia da gestão das carteiras e no próprio negócio de gestão de ativos.

IMPACTO NAS CARTEIRAS

A resposta varia consoante a classe de ativos que falamos. Virgílio Garcia, sócio da Sixty Degrees, destaca o papel que a subida da Euribor tem nos fundos multiativos. “No contexto da gestão de um fundo multiativo, os níveis apresentados por este índice de referência podem ser associados ao objetivo de obtenção de rentabilidade positiva, num ciclo de mercado de três a cinco anos, que simultaneamente compense o investidor pelo risco adicional incorrido”, explica o especialista. No que concerne a alocação dos fundos ou a seleção de títulos, para o sócio da entidade, este efeito não se revela. O índice funciona apenas como um indicador

Já não víamos as taxas Euribor aos níveis atuais há cerca de 15 anos. A sua subida torna atrativas alternativas de investimento que antes eram indiferentes, mas o impacto na gestão de ativos vai mais além do que a maior concorrência dessas soluções.
34 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO
TENDÊNCIAS NEGÓCIO por Diogo Verde

de retorno futuro. Segundo Virgílio Garcia, este movimento “não implica uma pressão adicional no sentido de selecionarmos ativos com maior retorno potencial, e consequente mais risco, apenas para que tentemos ganhar ao índice de referência”.

Também Mário Vigário, responsável de Investimentos da Atrium Portfolio Managers, subscreve esta ideia. Para o profissional,este movimento “não altera o universo de oportunidades de cada estratégia”. Contudo, apresenta duas vertentes da gestão de ativos impactadas por esta alteração macroeconómica: “Por um lado, há alterações na rendibilidade esperada dos vários ativos, especialmente nas obrigações. Por outro lado, a atratividade relativa

entre as várias classes de ativos também varia”. O especialista da Atrium dá o exemplo dos bilhetes de tesouro na zona euro. “Há um ano, estes títulos tinham uma rendibilidade esperada negativa. Agora, estão todos acima de 2.5%. O produto, elegível para carteiras de obrigações ou estratégias mistas, é hoje, claramente, um melhor investimento”, explica Mário Vigário.

Noutra perspetiva, Francisco Louro, diretor da BlueCrow Capital, que presta consultoria de investimento ao LYNX Discovery Fund, analisa de forma pragmática os impactos que as subidas de taxas de juro têm na seleção de ações individuais, que são o foco da estratégia. “A subida de taxas de juro tem impacto no momento da avaliação de cada um des-

A EVOLUÇÃO DA EURIBOR A 12 MESES

EURIBOR A 12 MESES

ses negócios. Devido à subida da taxa de juro sem risco, a taxa de desconto dos cash flowsfuturos aumenta”, explica. Apesar disto, o profissionaldestaca: “Há sempre períodos, qualquer que seja a razão, em que encontramos mais oportunidades do que outros, devido ao preço que estamos dispostos ou não a pagar pelos negócios com as características que procuramos. Se as oportunidades escassearem, paciência. Novas hão-de surgir”.

O COMISSIONAMENTO

As gestoras abordadas utilizam todas a Euribor no cálculo da comissão de performance de alguns dos seus fundos. O método varia: existem fundos que se comparam com a Euribor a um mês,

6% 5% 4% 3% 2% 1% 0% -1% 2002 2004 2012 2008 2016 2020 2006 2014 Últimos 20 anos Fonte: euribor-rates.eu.
2010 2018 2022
MAIO E JUNHO I FUNDSPEOPLE 35

TENDÊNCIAS NEGÓCIO

“O INTERESSE DOS CLIENTES MANTÉM-SE ALINHADO, POIS AS COMISSÕES DE DESEMPENHO SÓ VÃO OCORRER QUANDO ESSES DESEMPENHOS FOREM MAIS ELEVADOS” MÁRIO VIGÁRIO ATRIUM PORTFOLIO MANAGERS

“A SUBIDA DE TAXAS DE JURO TEM IMPACTO NO MOMENTO DA AVALIAÇÃO DE CADA UM DESSES NEGÓCIOS. A TAXA DE DESCONTO DOS CASH FLOWS FUTUROS AUMENTA” FRANCISCO LOURO BLUECROW CAPITAL

“A SUBIDA DA TAXA DE EURIBOR NÃO IMPLICA UMA PRESSÃO ADICIONAL NO SENTIDO DE SELECIONARMOS ATIVOS COM MAIOR RETORNO POTENCIAL” VIRGÍLIO GARCIA SIXTY DEGREES

fundos que medem o seu desempenho através da Euribor a seis meses e fundos que visam bater a Euribor a 12 meses. A estes indicadores é sempre acrescentado um spread, que varia entre o 1% e os 6%.

Posto isto, é evidente um impacto no que concerne o comissionamento do fundo. Aqui a opinião dos especialistas está alinhada. Uma comissão de performance associada à Euribor alinha o interesse dos gestores com o dos investidores. Mário Vigário explica: “Como as taxas sem risco aumentaram de forma muito substancial, o interesse dos clientes mantém-se completamente alinhado, pois as comissões de performance só vão ocorrer quando os desempenhos forem também substancialmente mais elevados”.

Adicionalmente, para garantir o alinhamento pretendido, as ins -

tituições implementam também o pagamento da comissão de performance sobre uma base de high water mark. Como explica Virgílio Garcia, este limite garante que, mesmo depois de um ano negativo, a “comissão de gestão variável só começa a ser cobrada depois da desvalorização do ano anterior ser integralmente recuperada e do benchmark de referência ser ultrapassado”.

Por fim,Francisco Louro destaca ainda outro fenómeno resultante do alinhamento da comissão de performance com a Euribor. O consultor de investimentos alerta que “este modelo também garante ao gestor um incentivo extra para obter um retorno superior, se quiser manter o nível de comissionamento em termos absolutos, o que teoricamente beneficiao cliente”.

PORQUE 2023 PODE SER O ANO PARA INVESTIR EM ROBÓTICA

A procura por robótica tem crescido exponencialmente na última década, graças aos menores custos de produção e a avanços como o 5G e a IA. Embora o setor tenha sofrido na bolsa em 2022, na AXA Investment Managers encontramos cinco argumentos para agora estarmos otimistas. Primeiro, o aumento dos custos laborais e a escassez crónica de trabalhadores para cobrir certos cargos no setor transformador impulsiona a automatização de um leque cada vez maior de áreas industriais.

Por outro lado, a relocalização impulsionada pelos EUA após a pandemia está a encorajar as empresas a aumentar o seu investimento em tecnologia. Em terceiro lugar, a procura por semicondutores consolida-se, com um crescimento anual esperado de 9%, que sobe para 14%1 em setores como o automóvel. Quarto, a tecnologia médica, que tende a ser resistente em mercados voláteis, é essencial na indústria robótica. Por último, a valorização geral do setor tem estado a níveis de entrada atrativos.

No nosso fundo de ações AXA WF Framlington Robotech detetamos também que os lucros empresariais e as tendências fundamentais subjacentes exibem uma grande solidez. Acreditamos que esta é a abordagem adequada para investir nas oportunidades de crescimento a longo prazo presentes na robótica e automatização.

TOM RILEY
A OPINIÃO DE RAP T REN PAR T NER
Responsável de estratégias de Ações Temáticas, AXA IM 1 ASML Investor Day 2022 – Supplying the semiconductor industry, 11/11/2022.
36 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO

CPR Invest - Hydrogen, uma oportunidade para criar valor investindo em todo o ecossistema do hidrogénio: um mercado inovador com grande potencial;

Estima-se que irá cobrir cerca de 17% de todas as necessidades energéticas até 2050**;

Poderá ajudar a reduzir as emissões globais de gases com efeito de estufa. amundi.pt

*Fonte: IPE “Top 500 Asset Managers” publicado em Junho 2022 com dados de Dezembro de 2021.

**ETC (Energy Transition Commission), “Making the Hydrogen Economy Possible”, Abril 2021.

INFORMAÇÃO IMPORTANTE

Comunicação publicitária aos investidores profi ssionais. Documento promocional não dirigido aos cidadãos ou residentes dos Estados Unidos da América ou a qualquer «pessoa dos EUA», tal como definido na “US Securities Act de 1933”. A compra de participações deve basear-se nos últimos Prospectos, KIID, estatutos, relatórios anuais e semestrais arquivados junto da CMVM. Consulte gratuitamente a documentação legal em Amundi Iberia SGIIC, SAU, ou em www.amundi.com. Antes de subscrever, certifique-se de que é permitido pelos regulamentos em vigor e verifique as suas implicações financeiras. Deve considerar se os riscos associados são apropriados para potenciais investidores, que devem compreender o conteúdo do documento. O investimento envolve riscos; os acionistas podem perder a totalidade ou parte do capital inicialmente investido. Nem o capital nem os retornos são garantidos; e o desempenho passado não é uma garantia nem indicativo de resultados futuros. Consulte o seu conselheiro financeiro. Este é um documento simplificado, não contratual, promocional. Não constitui uma recomendação, solicitação, oferta ou conselho de investimento. CPR Invest – Hydrogen é um subfundo da CPR Invest SICAV, gerido pela CPR Asset Management, uma empresa do Grupo Amundi. A CPR Asset Management é autorizada em França e regulamentada pela entidade reguladora francesa Autorité des Marchés Financiers (AMF). Subfundo autorizado no Luxemburgo e supervisionado pela Commission de Surveillance du Secteur Financier (CSSF). Em Portugal , a CPR Invest UCI estrangeira está registada na CMVM. Março de 2023. |

Lider Europeu em Gestão de Activos*
Hidrógenio Um grande passo para os seus investimentos e para a transição energética.

OS FUNDOS NACIONAIS COM

RATING FUNDSPEOPLE

Para além das alterações que pusemos em prática no Rating FundsPeople, o ano de 2022 revelouse extremamente particular para a gestão de ativos. Mesmo assim, alguns - signifiativosfundos nacionais ganharam destaque no universo de fundos com Rating FundsPeople 2023 em Portugal.

FUNDOS

FUNDOS NACIONAIS QUE CUMPREM O CRITÉRIO DE CONSISTÊNCIA DO RATING

FUNDSPEOPLE 2023

NACIONAIS
NOME ENTIDADE GESTORA CATEGORIA MOTIVO DO RATING Caixa Ações Líderes Globais Caixa Gestão de Ativos Ações Blockbuster & Consistência NB Corporate Euro GNB GA (GNB International Management) Obrigações Blockbuster & Consistência Fonte: FundsPeople
COM DOIS PILARES DO RATING FUNDSPEOPLE 2023
NOME ENTIDADE GESTORA CATEGORIA BPI Ações Mundiais BPI Gestão de Ativos Ações BPI Global Investment Fund Iberia BPI GA (CaixaBank AM) Ações Caixa Ações Líderes Globais Caixa Gestão de Ativos Ações NB Corporate Euro GNB Gestão de Ativos Obrigações NB Dinâmico GNB Gestão de Ativos Alocação NB FCP Euro Bond GNB GA (GNB Inter. Management) Obrigações NB Obrigações Europa GNB Gestão de Ativos Obrigações NB PPR/OICVM GNB Gestão de Ativos Alocação Fonte: FundsPeople 2023 38 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO
TENDÊNCIAS GESTÃO por Diogo Verde

Foram muitas as alterações promovidas no oitavo ano em que a FundsPeople atribuiu o Rating FundsPeople. Apesar das mesmas, que explicamos exaustivamente na nossa página Insights Rating, os fundos com ADN português continuam em destaque. Dos 603 fundos destacados, 39 são fundos de gestão nacional. Este valor, cerca de 15,5% do universo, é superior ao do ano transato, que se cifrava nos 14,5%. Nenhum dos fundos portugueses obteve a distinção máxima do Rating FundsPeople +. Contudo, dois produtos conseguiram acumular dois dos três pilares do rating que atribuímos. As entidades gestoras,

igualmente representadas, são a Caixa Gestão de Ativos e a GNB Gestão de Ativos. Estas destacam-se pelo volume de distribuição dos seus fundos e pela consistência da equipa de gestão de cada fundo, testada num intervalo de cinco anos.

OS CONSISTENTES

No pilar que promove a consistência das equipas de gestão, alargamos o universo da análise a todos os países que fazem parte da zona euro. Apesar do universo comparativo ser superior, agora, a 18 mil fundos, os fundos nacionais ganharam destaque. Este fenómeno evidencia a qualidade da gestão de ativos nacional, quando compa-

A China veio para ficar, mas…

tiago forte vaz, cfa

Head of Intermediaries

Brazil, Portugal, Uruguay & Argentina

Na realidade a China encetou uma transformação económica extraordinária desde a sua adesão à Organização Mundial de Comércio em 2001, os números são realmente impressionantes. Desde então, a China conseguiu duplicar o PIB per capita a cada 8 anos, triplicar os investimentos em pesquisa e desenvolvimento e tornar-se líder em diversas áreas nomeadamente em tecnologia 5G, inteligência artificial entre outras. É ainda bastante provável que a

ComuniCação de marketing

China possa vir a tornar-se na maior economia mundial ainda antes do fim desta década.

Tudo isto foi possível pela adoção de políticas reformistas e mais orientadas para os mercados. No entanto, a recente a intervenção nalguns sectores e algumas políticas mais restritivas levantaram dúvidas quando à centralização e transparência da política económica e do seu impacto no mercado. Estes receios levam muitos investidores a equacionar se a China é um mercado investível.

Acreditamos que a China é um mercado grande demais e com demasiada relevância para nos podermos dar ao luxo de estar

Este material é destinado apenas a investidores profissionais. Não se destina à distribuição a qualquer pessoa ou entidade que seja cidadão ou residente de qualquer localidade, estado, país ou outra jurisdição onde tal distribuição, publicação ou utilização seja contrária à lei ou regulamento. Todos os investimentos envolvem riscos, incluindo o risco de perda do capital inicial investido. As informações e dados apresentados neste documento não devem ser considerados como uma oferta ou solicitação de compra, venda ou subscrição de títulos ou instrumentos financeiros ou serviços.

fora. Mas também é verdade, que temos que incluir no nosso processo de decisão as idiossincrasias do país e suas particularidades. Por isso, acreditamos que uma estratégia long/short que tenha a capacidade de proporcionar uma exposição ao mercado, mas com uma preocupação em minimizar os seus riscos, pode bem ser a melhor opção. China sim, mas não de olhos fechados.

Nota do autor: O artigo contou com a colaboração da Lan Wang Simond, gestora do Pictet TR Mandarin

TENDÊNCIAS GESTÃO

FUNDOS NACIONAIS QUE CUMPREM O CRITÉRIO DE BLOCKBUSTER

DO RATING FUNDSPEOPLE 2023

Caixa Ações Líderes Globais Caixa Gestão de Ativos Ações

NB Corporate Euro GNB Gestão de Ativos Obrigações

Alves Ribeiro PPR/OICVM Invest Gestão de Activos Alocação

Bankinter 25 PPR/OICVM Bankinter Gestión de Activos Alocação

Bankinter 50 PPR/OICVM Bankinter Gestión de Activos Alocação

Bankinter 75 PPR/OICVM Bankinter Gestión de Activos Alocação

BPI Dinâmico BPI Gestão de Ativos Alocação

BPI Moderado BPI Gestão de Ativos Alocação

BPI Reforma Investimento PPR/OICVM BPI Gestão de Ativos Alocação

BPI Reforma Valorização PPR/OICVM BPI Gestão de Ativos Alocação

Caixa Arrojado PPR/OICVM Caixa Gestão de Ativos Alocação

Caixa Defensivo PPR/OICVM Caixa Gestão de Ativos Alocação

Caixa Moderado PPR/OICVM Caixa Gestão de Ativos Alocação

Caixa Obrigações Longo Prazo Caixa Gestão de Ativos Obrigações

Caixa Seleção Global Arrojado Caixa Gestão de Ativos Alocação

Caixa Seleção Global Defensivo Caixa Gestão de Ativos Alocação

Caixa Seleção Global Moderado Caixa Gestão de Ativos Alocação

Santander Poupança Prudente FPR

Santander Poupança Valorização FPR

Santander Acções América

Santander Select Dinâmico

Santander Select Moderado

Santander Asset Management Alocação

Santander Asset Management Alocação

Santander Asset Management Ações

Santander Asset Management Alocação

Santander Asset Management Alocação

IMGA Ações Portugal IMGA Ações

IMGA Alocação Conservadora IMGA Alocação

IMGA Alocação Dinâmica IMGA Alocação

IMGA Alocação Moderada IMGA Alocação

IMGA Rendimento Mais IMGA Obrigações

IMGA Rendimento Semestral IMGA Obrigações

NB - Subordinated Debt Fund GNB GA (GNB Inter.Manag.) Obrigações

NB Momentum Sustentável GNB Gestão de Ativos Ações

NB Rendimento Plus GNB Gestão de Ativos Obrigações

Santander Rendimento

Santander Asset Management Alocação

Santander Sustentável Santander Asset Management Alocação

Fonte: FundsPeople

“DESTACO A AGILIDADE DOS PROCESSOS QUE PERMITEM AJUSTAR RAPIDAMENTE AS CARTEIRAS ÀS CONDIÇÕES DE MERCADO"

JOÃO ZORRO

GNB GA

rada com os restantes competidores europeus. Ao todo, são agora oito os fundos que acumulam esta distinção, mais dois que no ano passado Dos oito fundos destacados, cinco deles são geridos pela GNB Gestão de Ativos. João Zorro, responsável pelos departamentos de Ações e Obrigações da GNB Gestão de Ativos, resumiu à FundsPeople o que considera estar por trás da consistência dos fundos. “Somos uma equipa em que praticamente todos os elementos têm mais de 20 anos de experiência nos mercados e que trabalhou junta estes anos; isto torna o processo mais robusto e previsível”, aponta o responsável. À experiência que destacou, a equipa alia a facilidade de comunicação e a flexbilidade dos processos. Desta forma, releva que “a comunicação entre os elementos da equipa que acompanham mercados específicosdão um grau de cobertura muito abrangente e que influenciacomo, no caso dos multia-

NOME ENTIDADE GESTORA CATEGORIA
40 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO

EXPOSIÇÃO CAMBIAL JPY

IM Gestão de Ativos 6 Fundos

Montepio Gestão de Ativos 1 Fundos

Bankinter GA - suc. em Portugal 3 Fundos

Invest Gestão de Activos 1 Fundos

GNB Inter. Manag. (GNB GA) 3 Fundos

GNB Gestão de Ativos 8 Fundos

BPI Gestão de Ativos 6 Fundos

CaixaBank AM (BPI GA) 3 Fundos

Caixa Gestão de Ativos 8 Fundos

Santander Asset Management 7

tivos, conseguem introduzir as várias ideias geradas”. O responsável destaca ainda “a agilidade dos processos que permitem ajustar rapidamente as carteiras às condições de mercado, apesar de por vezes implicar uma significativa rotação de ativos".

OS BLOCKBUSTERS

Para alcançar o pilar blockbuster os fundos nacionais têm que passar dois filtros:volume mínimo de ativos de mais de 50 milhões de euros distribuídos no mercado português e captações líquidas, a três anos, superiores ou iguais a um quarto dos ativos sob gestão no fecho do ano.

São 33 os distinguidos. Relembramos que os fundos internacionais apenas necessitam de ultrapassar a barreira dos 10 milhões de euros distribuídos em Portugal para obter o Rating FundsPeople por esta via.

Numa análise por categoria, facilmente identificamosque os fundos

mistos são aqueles que em maior número aparecem. Dos 33 fundos, 22 deles operam nesta categoria. As outras duas categorias representadas são a classe obrigacionista, com seis fundos, e a classe acionista, com quatro fundos.

Apesar do ano de correlações negativas e de queda generalizada dos ativos sob gestão, os fundos nacionais que cumprem os critérios mostram a resiliência das suas redes de distribuição e do interesse dos investidores locais.

O primeiro trimestre de 2023 revelou-se mais positivo do que o último trimestre de 2022. Os gestores nacionais procuram rentabilizar toda e qualquer oportunidade para gerar retorno para os seus investidores. As equipas responsáveis pela distribuição dos fundos continuam o seu trabalho para aumentar os ativos sobre gestão das suas entidades. E nós - FundsPeoplecontinuaremos por cá, para no próximo ano reconhecer quem melhor alcançou os seus objetivos.

Numa publicação recente, o CIO da UBS Wealth Management explica como o JPY obteve recentemente o status de moeda preferida no posicionamento estratégico cambial, apesar do discurso dovish do Banco do Japão (BoJ). De facto, na sua última reunião, o BoJ manteve, como era esperado, a sua orientação de política monetária expansiva e de controlo da curva de yields (YCC), confirmand que a revisão da sua política monetária implicaria uma perspetiva de largo prazo, um período mais longo do que o esperado, de 12 a 18 meses. O BoJ fez ajustes no seu forward guidance, removendo referências sobre a necessidade de se proteger contra os riscos da pandemia de COVID-19 e abandonando a mensagem de que "as taxas de juro de curto e longo prazo permaneçam nos seus níveis atuais ou mais baixos". Além disso, atualizou as previsões de inflaão para o exercício de 2023 e o exercício de 2024 para 1,8% e 2%, respetivamente, mas espera que a inflaão desça abaixo de 2% para o exercício de 2025. Desde o dia anterior à reunião do BoJ, o iene japonês desvalorizou-se em relação ao dólar americano, e a yield de 10 anos do JGB caiu.

No entanto, a visão do CIO do UBS é que o BoJ vai permitir um aumento nas yields a 10 anos do JGB no segundo semestre deste ano. Nesse ambiente o UBS ETF (LU) Bloomberg Japan Treasury 1-3 Year UCITS ETF pode ser uma ferramenta especialmente útil para os clientes interessados em obter exposição ao JPY. Adicionalmente, uma vez que o ETF visa apenas obrigações com maturidades de 1-3 anos, tem um perfilde baixa duração, o que ajuda a mitigar o risco de uma aumento das taxas de juro.

A OPINIÃO DE RAP T REN PAR T NER
NINA PETRINI Responsável de ETF e fundos indexados para a Península Ibérica e América Latina, UBS AM
Fundos
MAIO E JUNHO I FUNDSPEOPLE 41

INVESTIMENTO EM CARBONO UMA CLASSE DE ATIVOS EMERGENTE

Para atingir os objetivos climáticos do Acordo de Paris é preciso atribuir um preço às emissões de carbono. Uma forma de o fazer é através do uso dos sistemas de negociação de licenças de emissão (ETS, na sua sigla em inglês). Estes ocupam cada vez mais espaço nas carteiras dos institucionais: o carbono tem apresentado signifiativos retornos históricos e uma baixa correlação com outras classes de ativos, o que o torna potencialmente atrativo num portefólio diversifiado.

Atribuir um preço às emissões de carbono (CO) é uma ferramenta muito importante para combater as alterações climáticas. Este preço garante que as empresas interiorizem a externalidade negativa das alterações climáticas, criando um incentivo para que as empresas e as economias deixem de queimar combustíveis fósseis. A concretização dos objetivos climáticos do Acordo de Paris exigirá o uso generalizado de tarifação do carbono para conduzir o mundo para uma via sustentável e baixa em carbono.

Na atualidade, a tarifação do carbono segue dois principais métodos: os impostos sobre o carbono e os sistemas de negociação de licenças de

por Michael Azlen
42 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO TENDÊNCIAS ESTRATÉGIAS

A EVOLUÇÃO DO PREÇO DO CARBONO

emissão com fixaçãoprévia de limites máximos (ou sistemas de negociação de licenças de emissão, ETS). A vantagem de um ETS relativamente a um imposto é que a quantidade de CO₂ emitida pelos participantes no sistema está confinadaa um limite pré-determinado, que está sujeito a reduções anuais. Além disso, o uso de licenças de emissão negociáveis significaque a redução de CO₂ é facilitada ao menor custo total para a sociedade.

As licenças de emissão de carbono tornaram-se uma classe de ativos líquida na qual se pode investir, que negociaram aproximadamente 800.000 milhões de dólares em 2021 em carbono físico, futuros e opções; isto representou mais do dobro do volume registado 12 meses antes. Os investidores

institucionais procuram cada vez mais incluir o carbono nas suas carteiras, dadas as propriedades de investimento desta classe de ativos e o seu papel na transição energética. O carbono tem mostrado significativosretornos históricos e uma baixa correlação com outras classes de ativos, o que o torna potencialmente atrativo numa carteira diversificada.

SUBIDA DOS PREÇOS

Existe um reconhecimento generalizado de que o preço do carbono deve continuar a ser valorizado para oferecer incentivos suficientespara cumprir os objetivos do Acordo de Paris. Os preços do carbono aumentaram significtivamente desde 2012, mas continuam abaixo dos objetivos acordados.

A Carbon Cap publicou recentemente um artigo de investigação no The Journal of Alternative Investments que defende a existência de um prémio de risco de carbono para a classe de ativos. Utilizando os preços atuais, os objetivos conhecidos da política de alterações climáticas, as trajetórias da oferta e os custos de redução previstos, a Carbon Cap calculou um prémio de risco de carbono prospetivo e anualizado. Como ilustrado nos gráficos um preço de 120 dólares em 2030 gera um prémio de risco anual de 6,5%; no entanto, é preciso assinalar que este prémio é reduzido se forem comprados futuros em vez de licenças físicas de emissão devido ao contango que existe nos mercados de carbono de conformidade.

70 60 50 40 30 20 10 0 PREÇO POR TONELADA EM DÓLARES JAN-19 JUL-19 JAN-20 JUL-20 JAN-21 JUL-21 JAN-22 JUL-22 JAN-23 Fonte: Carbon Cap.
MAIO E JUNHO I FUNDSPEOPLE 43

TENDÊNCIAS ESTRATÉGIAS

O PRÉMIO DE RISCO DO CARBONO

OS MERCADOS DE CARBONO PODEM APRESENTAR ELEVADOS NÍVEIS DE VOLATILIDADE, OFERECENDO OPORTUNIDADES PARA GERAR ALFA

Os mercados de carbono podem mostrar elevados níveis de volatilidade, o que oferece importantes oportunidades para a potencial geração de alfa quando uma carteira opera num quadro de risco claramente definidocom o fimde maximizar os retornos ajustados ao risco. Em termos gerais, existe uma baixa correlação entre os diferentes mercados de carbono e esta aparente anomalia pode ser utilizada como fonte de alfa e para reduzir os riscos gerais da carteira.

Existem fundos que utilizam capital de investimento nos mercados de carbono que obtiveram a certificaçãodo artigo 9º do Regulamento de Divulgação de Informação Financeira Sustentável (SFDR) da UE e do Regulamento da Taxonomia da UE (Taxonomia da UE). As atividades de investimento nesta classe de ativos podem contribuir diretamente para a redução dos objetivos mundiais de emissões de CO2.

CHINA: UM DIVERSIFICADOR A LONGO PRAZO

A China dispõe de todos os ingredientes para a sua recuperação desde que as autoridades puseram termo às restrições de COVID há seis meses. Mas este protagonismo não é de agora, já o tem vindo a ganhar há duas décadas: tornouse num mercado imprescindível para os investidores que procuram diversifiar as suas carteiras e ignorá-la pode sair muito caro. A lógica de investir na China baseiase em três pontos-chave. O primeiro é a sua dimensão: a China é a segunda maior bolsa de valores do mundo por capitalização e liquidez. A sua economia é demasiado grande para ser ignorada, tornando-a num mercado atrativo para os investidores que procuram oportunidades de crescimento. O segundo ponto é a correlação: enquanto muitas classes de ativos dos mercados desenvolvidos se movem em conjunto e em paralelo, a China diverge do Ocidente em termos de ciclo empresarial e política monetária. Isto dá a oportunidade de aceder a exposições descorrelacionadas num mundo bidimensional. Por último, a valorização: apesar da recuperação no início do ano, que deixou para trás os mínimos de 2022, a China continua barata em termos fundamentais, o que poderá ser extremamente atrativo para os fluos internacionais. Em conclusão, os argumentos a favor da China como fator diversifiador a longo prazo são cada vez mais numerosos.

A OPINIÃO DE RAP T REN PAR T NER
ANA CARRISSO Diretora associada de Vendas para Espanha e Portugal, Fidelity International
PREÇO DO CARBONO POR TONELADA EM 2030 (USD) 80 90 100 110 120 130 140 150 160 Fonte: Carbon Cap. 11% 10% 9% 8% 7% 6% 5% 4% 3% 2% 1% 0% 44 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO

Olhar para o future investindo em saúde

Robôs realizando cirurgia. Medicamentos sob medida para cada paciente. Médicos que visitam remotamente. A transformação do setor de saúde está criando excelentes oportunidades de investimento

Mas como você pode investir com sucesso em ações de saúde? Você não precisa ser um luminar da ciência ou ter a capacidade de prever quais novos medicamentos terão sucesso. Por outro lado, é essencial identificar empresas de alta qualidade com soluções comprovadas para mercados em expansão.

AB International Health Care Portfolio fa exatamente isso. Aprofundamos o cenário global para identificar empresas de sistemas de saúde e pacientes em constante mudança no século XXI. Investir em empresas que estão transformando o mundo da medicina pode permitir que você aproveite o grande potencial de retorno de longo prazo do futuro da saúde.

www.alliancebernstein.com/go/healthcareportfolio-pt

Exclusivamente para profissionais de investimento. Não se destina a distribuição ou consulta pelo público em geral. O valor de um investimento pode diminuir ou aumentar e os investidores podem não recuperar o valor total investido. O capital está em risco.

Esta informação é publicada pela AllianceBernstein (Luxembourg) S.à r.l. Société à responsabilité limitée, R.C.S. Luxembourg B 34 305, 2-4, rue Eugène Ruppert, L-2453 Luxemburgo. Autorizada en Luxemburgo y regulada por la Commission de Surveillance du Secteur Financier (CSSF). IC20220034

AB International Health Care Portfolio

FIM DOS VISTOS GOLD

PERDERÃO ALGUNS FUNDOS DE INVESTIMENTO O BRILHO?

O governo preparase para colocar um ponto final no egime de Autorização de Residência para Investimento. Os chamados vistos gold deram dinamismo ao imobiliário nacional, mas também os fundos de investimento passaram a ser uma porta de acesso ao país. Sairão prejudicados?

ORegime de Autorização de Residência para Investimento (ARI) - vistos gold, na gíria - entrou em vigor em 2012 em Portugal. Segundo o SEF (Serviço de Estrangeiros e Fronteiras), de outubro de 2012 a abril de 2023 são mais de 7 mil milhões de euros o montante investido no nosso país, por este meio. Os fundos de investimento, contudo, só entraram como via de obtenção de residência para estrangeiros cinco anos depois do início. Uma alteração na lei, em agosto de 2017, ditava que a transferência de capitais “destinados à aquisição de unidades de participação em fundos de investimento ou fundos de capitais de risco vocacionados para a capitalização de empresas, que sejam constituídos ao abrigo da legislação portuguesa”, era uma via de solicitação de residência. Segundo o SEF, desde o início deste regime até abril de 2023, foram concedidas quase 500 autorizações de residência nesta modalidade, correspondendo a 180 milhões de euros de investimento em fundos. Contudo, estas estatísticas apenas refletem os processos aprovados e finalizados.

Como nos refere o advogado André Miranda, da Pinto Ribeiro Advogados, “não existem, infelizmente, dados oficiaissobre o número de processos pendentes de aprovação, sendo certo que haverá certamente alguns milhares de processos a aguardar tramitação e aprovação, muitos deles referentes a clientes que concluíram os seus investimentos em 2020 ou 2021, ou seja, há mais de dois anos”.

2023 marcou um volte-face. O Pacote Habitação Mais, apresentado pelo governo em fevereiro, marcou o anúncio do fimde novos pedidos de vistos gold com efeito imediato… aparentemente. Tempos mais tarde, percebeu-se que a efetividade apenas se colocaria quando a nova lei entrasse em vigor. Mas uma coisa é certa: o regime deverá mesmo ter um ponto final

IMPACTO

Em Portugal, várias entidades que gerem fundos de investimento alinharam-se durante os últimos anos para capitalizar nos pedidos de residência feitos através de fundos. Como veem os players de mercado esta medida? No caso de António Mello Campello,

46 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO TENDÊNCIAS PLANIFICAÇÃO FINANCEIRA
por Margarida Pinto

MONTANTE REFERENTE A PEDIDOS DE AUTORIZAÇÃO DE RESIDÊNCIA PARA INVESTIMENTO, ATRAVÉS DE FUNDOS DE INVESTIMENTO, APROVADOS E FINALIZADOS

“O FIM DOS VISTOS GOLD CONFIRMA A TOTAL FALTA DE VISÃO QUE O GOVERNO TEM PARA O PAÍS” ANTÓNIO MELLO CAMPELLO BLUECROW

sócio da BlueCrow, o regime tinha claros benefícios para o país, e todo este processo de término “levou a uma rápida e desnecessária desconfiançade possíveis novos investidores”. Considera que o fimdos vistos gold “confima a total falta de visão que o governo tem para o país”, pois para perceber o impacto real do regime nos últimos 10 anos, “basta olhar para a quantidade de projetos financiadospor estes investidores, desde os projetos hoteleiros no interior do país, aos projetos empresariais nas várias cidades de norte a sul, que receberam financiamentovia os vários fundos que foram constituídos como recetáculo do tão necessário investimento externo”.

Joaquim Luiz Gomes, por seu turno, analisa a questão através de três prismas: o social, o da formulação de políticas públicas e o económico. Sendo este último o mais relevante para a aná-

lise, o sócio da Heed Capital considera que “o programa dos golden visa foi praticamente irrelevante para o mercado residencial ao longo de uma década de existência”, pois, mesmo “assumindo conservadoramente que todo o investimento imobiliário do programa foi dirigido a transações de residências, ele representou apenas, e em média, menos de 2% do total das transações realizadas no país”. Contudo, concorda que a abolição do programa “reduz a atratividade que o país ganhou nos últimos anos junto de empreendedores internacionais” e “retira dinamismo ao setor de private equity”.

O fimdo regime não é visto com estupefação por parte de Pedro Coelho, CEO da Square Asset Management. O profissionaldo setor imobiliário acredita que o surgimento dos vistos gold há 12 anos foi, sobretudo, um “elemento importante na aquisição de

“A ABOLIÇÃO DO PROGRAMA RETIRA DINAMISMO AO SETOR DE PRIVATE EQUITY” JOAQUIM LUIZ GOMES HEED CAPITAL

“A DOELIMINAÇÃO BENEFÍCIO DOS VISTOS GOLD TERÁ UM IMPACTO RELATIVAMENTE DIMINUTO NA INDÚSTRIA DOS FUNDOS DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO”

PEDRO COELHO SQUARE AM

MAIO E JUNHO I FUNDSPEOPLE 47
Fonte: Dados do Serviço de Estrangeiros, e Fronteiras. Em euros.
2019 2020 2021 2022 TOTAL ATÉ ABRIL DE 2023 180.216.057 € 86.310.051 € 3.130.970 € 28.553.654 € 17.305.491 €

TENDÊNCIAS PLANIFICAÇÃO FINANCEIRA

DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE ARI APROVADAS

UMA TRANSIÇÃO SEM RETORNO

habitação devoluta que existia predominantemente na carteira dos bancos comerciais”. Desse modo, acredita que não estando essa questão ultrapassada e não sendo o peso das transações “significativo”,diz não ser “de admirar o fimdo regime”.

FUNDOS SOFREM?

O advogado André Miranda afirma que o número de pedidos por via fundos de investimento “tem crescido muito significativamente”.Aponta um crescimento de 4% em 2020, 10% em 2021 e 18% em 2022, sendo que, em 2023, “os processos relativos a fundos de investimento já somam praticamente 25% do total de autorizações de residência para investimento concedidas”.

Os fundos de capital de risco foram um dos grandes motores de pedidos de residência via fundos quando esta possibilidade entrou em vigor. António Mello Campello recorda que o dinamismo já existia - com a criação dagura da SIFIDE - mas se adensou ainda mais com esta elegibilidade. “Este tipo de fundos terá gerado um investimento na economia de um valor adicional de 600 milhões de euros, entre 2018 e 2022”, recorda. Lembra que 2023 ficarámarcado por outra alteração re-

gulatória - a do regime das SIFIDE - e que ambas “permitiram captar perto de 3.000 milhões para investimento na economia nacional entre 2017 e 2022”.

Para Joaquim Luiz Gomes, o facto da obrigatoriedade dos fundos aplicarem pelo menos 60% dos seus ativos em Portugal só ter entrado em vigor mais tarde (em 2020), fez com que só a partir desse ano “os fundos começassem a ter alguma expressão como meio de acesso ao programa”. O investimento em fundos para concessão de golden visa, aponta o profissional foi de 17 milhões de euros em 2020, 28 milhões em 2021 e 86 milhões em 2022. “Após um nível de investimento relativamente baixo e após apenas quatro anos, não nos parece possível fazer uma avaliação séria do programa do ponto de vista dos objetivos perseguidos”, aponta. Especificament sobre área que domina, os fundos de investimento imobiliário, Pedro Coelho também é conciso: “A eliminação do benefício dos vistos gold terá um impacto relativamente diminuto na indústria dos fundos de investimento imobiliário”, aponta. Em suma, a única coisa que parece relativamente consensual é que a atratividade do país sairá abalada com este retrocesso.

Segundo o Inquérito Global do Clima 2023 da Robeco, a proporção de investidores que se comprometeram, ou estão em processo de se comprometerem com o Net Zero, aumentou de 45% em 2022 para 48% em 2023. No entanto, enquanto 55% dos investidores entendem o grande impacto material dos seus investimentos em emissões de carbono, poucos deram o passo de trabalhar para reduzir ou retirar o seu capital de certos investimentos muito intensivos em carbono.

Ninguém prometeu que o caminho para a transição energética não envolveria esforços económicos e sociais, ainda mais no momento difícil em que vivemos. Acreditamos que a crise económica global pós-pandemia, desencadeada por problemas na cadeia de abastecimento e, posteriormente, pela invasão da Ucrânia, foi apenas um obstáculo no caminho para a transição energética. A situação fez com que o forte crescimento dos preços da energia signifiasse a revisão oportunista de alguns investidores da sua abordagem ESG. Isto não signifia que os investidores vão mudar os seus planos de longo prazo, já que para mais da metade dos investidores no último inquérito realizado pela Robeco, a crise energética reforçou a importância da transição para uma economia de baixo carbono baseada em energias renováveis.

A OPINIÃO DE RAP T REN PAR T NER
ANA CLAVER, CFA Diretora-geral para a Península Ibérica, América Latina e US O ff shore, Robeco
2023 2022 2021 2020 0% 20% 40% 605 80% 100%
IMÓVEIS
48 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO
Fonte: Dados do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras.
FUNDOS OUTROS
Good things happen when experts come together FOR PROFESSIONAL INVESTORS ONLY. Provided by Natixis Investment Managers International or its branch office Natixis Investment Managers International S.A., Sucursal en España, Serrano n°90, 6th Floor, 28006 Madrid, Spain. Natixis Investment Managers International is a portfolio management company authorized by the Autorité des Marchés Financiers (French Financial Markets Authority - AMF) under no. GP 90-009, and a public limited company (société anonyme) registered in the Paris Trade and Companies Register under no. 329 450 738. Registered office: 43 avenue Pierre Mendès-France, 75013 Paris. Natixis Investment Managers International S.A., Sucursal en España is authorised and supervised by the Comisión Nacional del Mercado de Valores (CNMV) in relation to its activities in Spain, and by the Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) in relation to its activities in Portugal. Registered office of Natixis Investment Managers International S.A., Sucursal en España: Serrano n°90, 6th Floor, 28006 Madrid, España. Together, we’re experts in equities, bonds, ESG, thematics and alternatives. Experience The Expert Collective > IM.NATIXIS.COM MARKETING COMMUNICATION

IA

NA GESTÃO DE ATIVOS: UMA OPORTUNIDADE PARA AUMENTAR A EFICIÊNCIA E RENTABILIDADE

Depois de ser nomeada a palavra do ano em 2022 e do lançamento revolucionário do ChatGPT, a Inteligência Artificia conseguia, finalmente,situar-se na boca de todos, com profissionaisde distintos backgrounds e indústrias a interessar-se sobre como é que esta tecnologia poderá facilitar o seu dia a dia. No mundo de investimento, a IA pode dar resposta aos distintos desafiosque emanam do setor. A falta de

geração de alfa nos últimos anos, exacerbada pelo contexto de mercado tão convulso e pelo crescimento cada vez maior da quantidade de dados disponíveis estão a erodir a vantagem competitiva dos gestores, levando o cliente a procurar uma maior transparência e soluções de investimento mais eficietes em custos.

A IA não substitui os analistas financeiros, mas complementa sim as suas habilidades e capacidades. A Inteligência Aumentada combina

a habilidade humana com o potencial da IA, criando uma sinergia que aumenta a capacidade de análise e a tomada de decisões. Os gestores podem utilizar a informação proporcionada pela IA para tomar decisões informadas baseadas em dados precisos e atualizados em tempo real. Na hora da análise, pode utilizar-se para analisar grandes conjuntos de dados, afastando-se dos vieses, identificando padrões não tão evidentes e reduzindo consideravelmente o tem -

O setor de investimentos deve adaptar-se às mudanças tecnológicas disruptivas e, claramente, a Inteligência
50 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO
Artificial é uma dessas mudanças que veio para ficar.
TENDÊNCIAS ADVISORY

EXEMPLO DE APLICAÇÃO PRÁTICA: ANÁLISE COM IA DE FATORES DE IMPACTO

po de análise atual. Na hora da gestão de risco, permite identificar como o impacto de mudanças de mercado, como as subidas de taxas de juro, por exemplo, poderão afetar as ações de empresas em particular, e ajudar, assim, o posicionamento para o futuro e a proteção de capital. Quanto à gestão de carteiras, a IA pode contribuir para o posicionamento da carteira, e para a melhoria das técnicas de construção de carteira tradicionais, criando carteiras com uma melhor performance

out-of-sample que o proporcionado por um enfoque tradicional.

Aproximar as instituições do uso da Inteligência Artificial,contribui para que o setor de investimento continue o caminho da inovação e se acompanhe das últimas tecnologias porque, numa economia cada vez mais digitalizada, apenas aqueles que têm acesso aos melhores dados serão os que podem navegar com êxito o mercado. Complementando as habilidades dos analistas, a IA dota-os de tecnologia, oferecen-

do, entre outros, modelos individualizados de análise por ativo treinados com variáveis macroeconómicas e de mercado. Além disso, a interpretabilidade dos fatores que guiam a profecia de retorno proporciona transparência na tomada de decisões, permitindo aos analistas ajustar a sua estratégia de investimento em consonância.

Tomando como exemplo a indústria bancária que tem sofrido tanto estes últimos tempos, os nossos modelos cortavam as suas expetativas de

NO RETORNO MENSAL DA AMAZON
TOP
CH MONTHLY MONEY SUPPLY M2 % DIFF 60 DAYS BACK GOOGLE CLOSE % DIFFERENCE 120D BACK USD EUR MA% DIFFERENCE T1 40 - T0 60 BOND 2 YEAR DIFFERENCE 10 DAYS BACK EBAY VOLUME SMA EM SHANGAI SHIPPING INDEX MA% DIFFERENCE T1 20 - T0 40 GLOBAL ECONOMIC SURPRISE MA% DIFF T1 60 - T0 90 GOOGLE VOLUME MA% DIFF T1 40 - T0 60 EBAY VOLUME MA% DIFF T1 90 - T0 120 US ECONOMIC SURPRISE MA% DIFF T1 3 - T0 40 Fonte: Node. NEGATIVO POSITIVO MAIO E JUNHO I FUNDSPEOPLE 51
-
10

EXEMPLO DE PREVISÃO COM IA DE RETORNOS MENSAIS NO SETOR BANCÁRIO NORTE-AMERICANO

É POSSÍVEL ENCONTRAR ESTABILIDADE NAS AÇÕES

A IA TEM O POTENCIAL DE PROPORCIONAR

UMA GRANDE QUANTIDADE DE BENEFÍCIOS

À ANÁLISE, AJUDANDO OS ANALISTAS A TOMAR DECISÕES MAIS PRECISAS E INFORMADAS

crescimento mesmo já em meados de fevereiro, dada a evolução das yields a 10 anos e particularmente a 2 anos na curva americana, o forte incremento do volume negociado deste setor o ano passado, a estabilização do spread entre dados macro e o consenso de analistas, juntamente com a desvalorização do dólar face a outras divisas como o euro ou o yuan depois de tocar máximos do ano passado. O setor de investimentos deve adaptar-se às mudanças tecnológicas disruptivas e, claramente, a Inteligência Artificialé uma dessas mudanças que veio para

ficar.A IA tem o potencial de proporcionar uma grande quantidade de benefícios à análise, desde a capacidade de processar grandes quantidades de dados em pouco tempo, identifica padrões e tendências, até à automatização das tarefas e a interpretação de fatores, ajudando os analistas a tomar decisões mais precisas e informadas. Aqueles gestores que se apropriem da mesma e saibam fazer uso dela, verão refletidoo seu valor acrescentado no seu processo investidor, nas suas margens e na satisfação e retenção do cliente a longo prazo.

Nos anos 90, o aclamado estudo de Fama & French demonstrou a existência de uma anomalia nos mercados de ações globais: “Foi possível encontrar empresas com baixo risco/beta e retorno atrativo”. Atualmente, quando olhamos para os dados, podemos observar que esta anomalia persiste. Com base nestas conclusões, durante quase duas décadas, a equipa de investimentos da Nordea tem seguido um processo de investimento que visa identifiar este segmento específio do mercado de ações, através da combinação de diferentes fatores (baixo risco, elevada qualidade e value). A estratégia Nordea Global Stable Equity investe em ações globais estáveis que têm, por natureza, fundamentais menos voláteis, oferecendo por isso um elemento de proteção contra a inflaão com menor sensibilidade às taxas de juro, bem como menor vulnerabilidade aos riscos de recessão/menor crescimento económico. Estas características de resiliência traduzem-se numa menor volatilidade, beta e drawdowns. De facto, quando comparamos a performance histórica com outras estratégias de ações globais, existe um padrão claro de um maior nível de estabilidade e consistência (retornos ajustados ao risco) Tal como no antigo e famoso conto A Tartaruga e a Lebre, a consistência no longo prazo também é importante no âmbito dos investimentos finaneiros.

DE RAP T REN PAR T NER
A OPINIÃO
LAURA DONZELLA Responsável de Vendas para Península Ibérica, América Latina e Ásia, Nordea AM
20% 15% 10% 5% 0% -5% -10% -15% -20% -25% -30% Fonte: Node. 2021 2022 2023 SET OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ JAN FEV MAR 52 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO TENDÊNCIAS ADVISORY

ALLIANZ CYBER SECURITY A CIBERSEGURANÇA É UMA

NOVA PRIORIDADE

7,8 biliões de pessoas no mundo cada vez mais conectadas. Nos últimos anos, a digitalização cresceu a uma velocidade inesperada, tornando-se uma megatendência.

Do trabalho ao tempo livre: estamos “sempre ligados”. A transformação digital facilita nossa vida, mas nos torna mais vulneráveis a possíveis ataques cibernéticos.

A forte expansão do cibercrime aumenta a demanda por proteção de organizações, empresas e indivíduos.

O Allianz Cyber Security investe em empresas ativas na defesa contra crimes cibernéticos: recuperação de desastres, treinamento de usuários finais, segurança cibernética são apenas alguns exemplos. Da ameaça à oportunidade: uma importante temática de investimento em crescimento.

Possibilidade de transferência da equipa de investimento para a Voya IM nas próximas semanas, sem alterar a composição da equipa, a filosofia de investimento ou o processo de investimento. A Allianz Global Investors e a Voya IM anunciaram a sua intenção de firmar uma parceria estratégica de longo prazo.

*Allianz Cyber Security foi classificado como um Artigo 8 sob SFDR: EU Sustainable Finance Disclosure Regulation. Informação exacta no momento da publicação. Os investidores devem ter em conta todas as características e/ou objectivos do fundo tal como descritos no seu prospecto e no KIID (regulatory.allianzgi.com). O investimento no Fundo envolve riscos. Os investimentos no Fundo e o rendimento obtido poderão oscilar para cima e para baixo, dependendo dos valores ou previsões existentes no momento do investimento e, portanto, poderá não recuperar o seu investimento na íntegra. O Allianz Cyber Security é um subfundo da Allianz Global Investors Fund SICAV, uma sociedade de investimento aberta de capital variável constituída de acordo com a legislação luxemburguesa. O valor das unidades de participação/ações, que pertencem às Categorias de Unidades de Participação/Ações do Subfundo denominadas na divisa base, poderá estar sujeito a volatilidade bastante elevada. É possível que a volatilidade de outras Categorias de Unidades de Participação/Ações seja diferente. O desempenho anterior não garante resultados futuros. Os investimentos em uma moeda diferente da do país onde reside o investidor, podem estar sujeitos a flutuações cambiais, ascendentes ou descendentes. O presente documento tem efeitos meramente informativos e não constitui uma proposta ou um convite a realizar uma oferta, a celebrar um contrato, a comprar ou vender quaisquer valores mobiliários. Os produtos ou valores mobiliários aqui descritos poderão não estar disponíveis para venda em todas as jurisdições ou para certas categorias de investidores. Esta informação tem apenas como fim a sua divulgação, de acordo com a legislação aplicável, e não está disponível para residentes e/ou cidadãos dos Estados Unidos. As oportunidades de investimento aqui descritas não têm em conta objetivos de investimento específicos, a situação financeira, o conhecimento, a experiência ou necessidades específicas de qualquer indivíduo em particular e não oferecem garantias. A sociedade gestora pode decidir pôr termo às formas previstas para a comercialização dos seus organismos de investimento coletivo, nos termos do os regulamentos de desnotificação aplicáveis. Os pontos de vista e opiniões expressas neste documento refletem o entendimento da sociedade gestora na data da publicação e estão sujeitos a alterações a qualquer momento e sem aviso prévio. Os dados facultados neste documento provêm de várias fontes e são considerados corretos e fiáveis na data da publicação. Prevalecerão os termos de qualquer oferta ou contrato subjacente que tenha sido ou venha a ser celebrado. Para obter uma cópia gratuita do prospecto, documentos de constituição, cotações diárias, informações fundamentais destinadas aos investidores e últimos relatórios financeiros anuais e semestrais, entre em contacto com a entidade gestora Allianz Global Investors GmbH no país onde o fundo está sediado (Luxemburgo), ou com a entidade emitente no endereço abaixo indicado ou em regulatory.allianzgi.com. Por favor leia atentamente estes documentos antes de investir, os quais são obrigatórios. Este material promocional foi elaborado pela Allianz Global Investors GmbH, www.allianzgi.com, uma sociedade de investimento de responsabilidade limitada, constituída na Alemanha, com sede em Bockenheimer Landstrasse 42-44, 60323 Frankfurt/M, com número de registo no tribunal local de Frankfurt/M, HRB 9340, autorizada pelo Bundesanstalt für Finanzdienstleistungsaufsicht (www.bafin.de). O resumo dos direitos dos investidores está disponível em inglês, francês, alemão, italiano e espanhol em https://regulatory.allianzgi.com/en/investors-rights. Não é permitida a duplicação, publicação ou transmissão do conteúdo deste documento, independentemente da forma de transmissão considerada. Março 2022. Admaster 2098485.

“Esta é uma comunicação promocional. Consulte o prospeto do OICVM e o documento de informações fundamentais destinadas aos investidores antes de tomar quaisquer decisões de investimento finais.”

Value.Shared
Fundo classificado como um Artigo 8 sob SFDR *

AS RAZÕES PARA AS DIFERENTES ESTRUTURAS FINANCEIRAS NA EUROPA E NOS EUA

Enquanto o velho continente é muito bancarizado, do outro lado do Atlântico o mercado tem mais peso. Existem várias razões para esta diferença. Entre elas, a composição, maturidade e grau de inovação do tecido empresarial ou assimetrias de informação.

Quando se faz menção ao conceito de sistema financeiro,faz-se referência ao conjunto de produtos, instituições e mercados que permitem canalizar fundos de agentes com capacidade de financiamento(por exemplo, famílias aforradoras) para aqueles com necessidade de financiamento(por exemplo, uma empresa que queira investir). A

existência de uma relação positiva entre um sistema financeiroavançado e o desenvolvimento económico de uma região é clara. Um sistema financeiro desenvolvido favorece a alocação eciente de recursos, impulsionando o crescimento económico e impactando diretamente a economia real.

Esta canalização de fundos dos aforradores para os investidores pode ser realizada, principalmente, através do

sistema bancário ou através dos mercados financeiros,dependendo de vários fatores.

Olhando para a estrutura financeira dos EUA e da Europa, encontramos dois sistemas desenvolvidos e maduros, mas com diferenças significativas na sua composição. O americano é tradicionalmente chamado de market oriented devido ao maior peso dos mercados em detrimento do financiamento

54 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO TENDÊNCIAS LEARNING

EVOLUÇÃO DO PESO DOS ATIVOS NO SETOR FINANCEIRO POR ENTIDADES FINANCEIRAS E GEOGRAFIAS

bancário (tradicional), enquanto o sistema financeiroeuropeu é mais bancarizado ou banked oriented.

UMA QUESTÃO DE TAMANHO

As razões para esta composição diferente são de natureza diversa. O maior peso das PME no tecido empresarial europeu, a par dos custos de informação e do cumprimento da regulamentação envolvida na emissão de títulos de dívida, fizeramcom que os bancos ficassemmais bem posicionados no financiamentodo tecido empresarial.

Em contrapartida, os EUA têm um maior número de grandes empresas com a possibilidade de se financiarem através do mercado mediante emissões de dívida ou entradas na bolsa em montantes que reduzem significativamente os custos fixos

A maturidade e o grau de inovação do tecido empresarial desempenham também um papel fundamental na estrutura do sistema financeiro.A transferência de recursos para as indústrias em desenvolvimento, nas quais não há consenso sobre o melhor curso de ação, será realizada principalmente através dos mercados financeiros,favorecendo a tomada de decisões de forma descentralizada. Historicamente, devido a vários fatores como cultura financeira,aversão ao risco, ecossistema, etc. os EUA têm apresentado e continuam a apresentar um maior peso deste tipo de empresas no seu tecido empresarial, alimentando o maior peso dos mercados.

Outra razão seria a existência de assimetrias de informação: os bancos parecem mais bem posicionados devido ao seu know-how, economias de escala e maiores meios de acompanhamento

do investimento. No que diz respeito à homogeneização do quadro regulatório e contabilístico e à integração eletrónica, o mercado europeu é mais heterogéneo porque engloba diferentes países, favorecendo o setor bancário.

Uma das formas convencionais de refletira distribuição do setor financero é relacionar o peso dos ativos de cada um dos segmentos das empresas que o compõem. O gráficoacima mostra o peso por entidades do setor financeiro (bancos, fundos de investimento, planos de pensões e seguradoras). No final de 2022, o setor bancário representava cerca de 31% e 52% nos EUA e na Europa, respetivamente. As restantes entidades tinham um peso, portanto, de 69% e 48% nos EUA e na Europa, respetivamente. De acordo com o Conselho de Estabilidade Financeira, o maior órgão que analisa o setor financeiro

2014 2014 2022 2022 Fonte: Inverco, BCE, FDIC e EIOPA. SEGURADORAS FUNDOS DE INVESTIMENTO + PLANOS DE PENSÕES BANCOS 55% 52% 31% 31% 30% 35% 58% 59% 15% 13% 11% 10% EUROPA EUA
MAIO E JUNHO I FUNDSPEOPLE 55

TER UM SETOR BANCÁRIO ROBUSTO E MERCADOS FINANCEIROS DESENVOLVIDOS É INDISPENSÁVEL PARA

O CRESCIMENTO DA ECONOMIA

em todo o mundo, estas entidades, chamadas de Outras Instituições Financeiras (OFI), são compostas principalmente por seguradoras, fundos de pensões e fundos de investimento.

Estes dados mostram que, de facto, os EUA estão mais orientados para o mercado, com um peso maior de fundos de investimento e de pensões do que na Europa. Na Península Ibérica, por exemplo, o sistema bancário tem mais peso do que o resto das empresas financeiras em relação à média europeia. Esta análise está em linha com a estrutura empresarial da região, uma vez que 99,9% das empresas são PME com menor acesso aos mercados financeiros.

INICIATIVAS PÚBLICAS

Por outro lado, analisando uma evolução temporal do peso de cada uma das empresas financeirase do sistema bancário, o peso do sistema bancário evoluiu de 31% e 55% nos EUA e na Europa em 2014, respetivamente, para 31% e 52% em 2022.

Quanto à evolução esperada da composição do sistema financeiroem cada geografia,há que ter presente que o desenvolvimento dos mercados financeirosdepende especialmente de iniciativas públicas. É o caso da proposta de criação da União dos Mercados de Capitais na Europa, que Christine Lagarde mencionou recentemente nos seus últimos discursos,

mas que abrandou desde 2016 em resultado do Brexit.

Os aspetos tradicionais e os aspetos relacionados com os costumes e os padrões de coexistência também têm impacto nesta questão. Embora não esteja provado que a estrutura financeira,ou seja, a distribuição dos encargos do sistema bancário e dos mercadosnanceiros, determine a relação positiva entre um sistema financeiroavançado e um maior desenvolvimento económico, espera-se uma tendência para uma maior contribuição dos mercados financeirosna Europa.

Uma vez que a literacia financeira desempenha um papel mais importante na educação do público em geral, a inovação tecnológica reduz os custos de transação e a assimetria da informação e harmoniza os quadros regulamentares em benefício de uma maior transparência, devendo os mercados financeirosregistar um maior crescimento em termos relativos.

Em qualquer caso, ter um setor bancário robusto e sólido e mercados financeirosdesenvolvidos é uma vantagem indispensável para o crescimento da economia. Esta situação favorece a concorrência entre os dois, promovendo maior eficiênciana alocação de recursos e a sua tradução para a economia real, ajudando a que, em tempos de crise num ou noutro ramo do setor financeiro,o outro pudesse proporcionar liquidez e agilidade ao sistema.

AÇÕES GLOBAIS PODEM SER IMPULSIONADAS PELAS TELECOMUNICAÇÕES?

As empresas de telecomunicações da Europa e do Reino Unido não demonstraram ser um bom segmento para investir na última década, mas as perspetivas estão a começar a melhorar. Durante os últimos dez anos, os consumidores desfrutaram de uma situação ótima, já que puderam usar cada vez mais dados enquanto as suas faturas se iam reduzindo gradualmente, pelo menos em termos reais. No entanto, nos últimos tempos mudaram duas coisas: os preços, por fim,voltam a subir, algo fantástico quando estas subidas vão diretas para as margens. Além disso, o setor está a reduzir o seu gasto de capital. Ainda que a descolagem do 5G ainda não se tenha completado, já foram investidas grandes quantidades e é provável que a tendência do gasto seja decrescente a partir de agora. Por isso, pela primeira vez em dez anos, o setor mostra uma maior disciplina de gasto. Na Europa e no Reino Unido, o setor das telecomunicações pode repetir a história que viveu o setor energético há três anos. Um setor que mostre uma maior disciplina de gasto, que use os maiores cash flws para reduzir dívida e que melhore a retribuição dos acionistas com dividendos mais altos, torna-se muito atrativo, para quem investir em infraestruturas com o objetivo de gerar rentabilidades.

A OPINIÃO DE RAP T REN PAR T NER 56 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO TENDÊNCIAS
JIM LYDOTES Vice-diretor de Investimentos, BNY Mellon IM
LEARNING

Fundspeople.com, uma nova web, uma oferta completa de serviços

Apresentamos o novo fundspeople.com, uma plataforma que recolherá toda a oferta de serviços que sob o conceito FundsPeople, evolving together definem a nssa cultura, baseada em seis áreas estratégicas: News, Community, Events, Analysis, Learning e Data.

News

Toda a informação diária do setor da gestão de ativos e patrimónios, em formato escrito e audiovisual.

Community

Opiniões, as últimas contratações, hobbies e o lado solidário para lá do escritório, juntamente com o diretório mais completo de profissionais e empresas.

Events

O calendário com todos os eventos que marcam a vida do setor.

Analysis

Aceda à base de fundos com Selo FundsPeople e à nossa biblioteca de revistas, especiais e livros.

Learning

O glossário de termos e a plataforma onde mais de 1.000 profissionais espanhóis somam horas de formação contínua.

O TERCEIRO DEGRAU NA REVOLUÇÃO ANTI-ELISÃO FISCAL

Esta proposta de diretiva do Conselho da União Europeia (UE) que estabelece novas regras para prevenir a utilização abusiva para fins fiscais de entidades sem substância, exclui algumas entidades do seu escopo.

Apresentada na senda de sucessivas revoluções no panorama fiscalinternacional, iniciadas com as discussões no âmbito da iniciativa BEPS – Base Erosion and ProfitShifting ao nível da OCDE, e seguidas na UE pelas Diretivas ATAD – Anti-Tax Avoidance Directive 1 and 2, a ATAD 3 é uma Proposta de Diretiva do Conselho da União Europeia (UE) que estabelece novas regras para prevenir a utilização abusiva para finsfiscaisde entidades sem substância. Apresentada em 2021

e já aprovada no Parlamento Europeu em 2023, a sua aplicação nos Estados Membros (EM) está prevista a partir de 1 de janeiro de 2024.

O objetivo de todas estas iniciativas é o de travar o benefício das assimetrias e dos vazios fiscaisno mundo globalizado (aptos a favorecer a transferência de lucros entre jurisdições) e reduzir a perda fiscalatual dos EM da UE em matéria de receita tributária. Estima-se que o volume de receitas fiscaisperdidas na UE devido a evasão e elisão fiscaisascende a um valor entre 50 a 70 mil milhões de euros por

ano. A ATAD 3 é, portanto, o terceiro degrau que a UE se propõe subir na reforma dos regimes fiscaisdos Estados-Membros(EM), com o objetivo de desincentivar (ou mesmo bloquear) a utilização de entidades sem substância nas diversas jurisdições, por se entender que podem favorecer a evasão e elisão fiscais

Esta vincula todas as entidades residentes fiscaisnum EM ao cumprimento de determinadas obrigações acessórias de reporte, abrangendo também pequenas e médias empresas (sobre as quais a Proposta entende existir um

58 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO
TENDÊNCIAS LEGAL por Mariana Coentro Ribeiro

“amplo consenso quanto ao facto de apresentarem riscos relevantes”). O propósito é o de vedar a utilização dos benefícios previstos nos acordos e convenções internacionais por parte destas entidades sem substância, que deixam de ter acesso a um certificadode residência fiscale aos benefícios das Diretivas Mães-Filhas e Juros e Royalties e dos Acordos de Dupla Tributação, e passam a estar expostas a transparência fiscale imputação de rendimentos aos seus sócios.

Está também previsto um novo reforço da troca de informações entre os EM sobre o cumprimento e conteúdo das obrigações de reporte. Acresce que o incumprimento das obrigações de reporte é punível com uma coima de, pelo menos, 5% do volume de negócios da entidade no exercício fiscalem causa.

Nos termos da ATAD 3, as entidades que cumulativamente cumpram três condições (Gateways) nos últimos dois anos podem ser consideradas entidades sem substância pelo EM de residência: entidades que têm rendimentos passivos (considerados geograficamentemóveis), e.g., dividendos, juros, royalties; atividade transfronteiriça e a sua administração externalizada.

Nesse caso, a entidade ficasujeita a uma obrigação de reporte dos seus indicadores de substância mínima junto do EM de residência, ou seja, se tem instalações próprias ou de uso exclusivo; conta bancária própria e ativa na EU; e administradores e/ou trabalhadores residentes fiscaisno EM de constituição e devidamente qualificados.Se falhar os passos do teste de substância mínima, presume-se (sem prejuízo da possibilidade de ilidir esta presunção)

que a entidade não tem substância económica, ficandosujeita às consequências da Diretiva.

ENTIDADES EXCLUÍDAS

Ficam expressamente excluídas do âmbito de incidência da ATAD 3 as entidades que são consideradas como “entidades de baixo risco”, como por exemplo entidades financeirasreguladas e entidades com valores mobiliários admitidos à negociação ou cotados em bolsa, tendo em conta o facto de se encontrarem já por natureza “sujeitas a requisitos de transparência reforçados e a supervisão” em cada um dos EM. É o caso das instituições de crédito e financeiras,sujeitas a supervisão do Banco de Portugal, as empresas de seguros e resseguros, sujeitas a supervisão da Autoridade de Supervisão de Seguros, e os organismos de investimento coletivo e outras entidades sujeitas a supervisão da CMVM (fundos de investimento, sociedades de investimento, entidades de titularização de créditos, etc).

Também podem considerar-se excluídas as entidades que empreguem, pelo menos, cinco trabalhadores a tempo inteiro, por se entender que a existência de relações de trabalho é, por si só, reveladora de substância. Por fim, as holding de sociedades operacionais localizadas no mesmo EM quando os beneficiários efetivos são também residentes para efeitos fiscais nesse EM e holdings localizadas no mesmo EM dos seus acionistas ficam também salvaguardadas da aplicação da Diretiva, por se entender que situações exclusivamente nacionais não apresentam um risco de elisão ou evasão fiscal.

REDEFINIÇÃO DA OFENSIVA E DEFESA EM AÇÕES: A EVOLUÇÃO DA TECNOLOGIA E DOS CUIDADOS DE SAÚDE

A par das utilities e do consumo discricionário, os cuidados de saúde há muito que são considerados um dos setores defensivos mais fiveis, fornecendo um importante amortecedor quando os mercados se tornam agitados. Isto porque a procura de cuidados médicos é relativamente inelástica. Hospitais, empresas farmacêuticas, fabricantes de dispositivos médicos podem gerar receitas sólidas, independentemente das fluuações económicas. Mas a sabedoria convencional em torno dos ativos defensivos e agressivos está a mudar. Os cuidados de saúde estão a crescer além do seu papel de elemento defensivo. No entanto, ainda é bom a conter os danos quando os mercados caem. Num ano brutal para os investidores em ações, o setor da saúde proporcionou em 2022 a estabilidade que se espera de um setor defensivo. As ações globais de saúde terminaram o ano com uma queda de 5,4% em dólares, ultrapassando o MSCI World em mais de 12%. Isto dá continuidade a uma tendência verifiada nas últimas duas décadas, em que os cuidados de saúde têm tido um desempenho consistentemente superior. O que pode ser uma surpresa é que as ações de saúde também ultrapassaram o índice global, até quando as ações recuperaram no 4º trimestre de 2022. Desta forma, proporcionaram um nível de agressividade que normalmente não é esperado de um setor defensivo. De facto, nos últimos 10 anos, os cuidados de saúde capturaram cerca de 90% do lado positivo dos amplos mercados globais.

A OPINIÃO DE RAP T REN PAR T NER
MIGUEL LUZARRAGA Responsável de Negócio para Portugal e Espanha, AllianceBernstein
MAIO E JUNHO I FUNDSPEOPLE 59

ESCOLHER FERRAMENTAS DE GESTÃO DE LIQUIDEZ

A queda do Sillicon Valley Bank colocou os responsáveis de tesouraria das empresas a pensar sobre o risco de concentração. Que papel jogam os fundos monetários neste contexto?

Qualquer projeto requer um certo tipo específico de ferramentas, volume e qualidade das mesmas. Quer se trate de um projeto de reabilitação de imóvel ou de um projeto financeiroa quem se pede ao gestor de tesouraria que rentabilize os investimentos da sua organização, cabe sempre ao decisor avaliar quais as ferramentas necessárias para o melhor resultado.

Os gestores de tesouraria estão atualmente a fazer uma reavaliação significativadas suas opções de investimento, devido à recente turbulência no setor bancário. Desde o início de março deste ano, quando o Silicon Valley Bank, um banco americano focado

no setor da tecnologia, foi inesperadamente encerrado pelos reguladores americanos, devido a uma corrida aos seus depósitos, os responsáveis pela tesouraria das empresas têm vindo a reavaliar o risco de concentração, valorizando cada vez mais a diversificação dos tipos de investimento.

Todas as operações de tesouraria requerem uma relação bancária forte e de confiançacomo base fundamental da sua política de investimento. Por conseguinte, os tesoureiros precisam de sentir confiançanos bancos e de que estes têm a capacidade de assegurar a segurança e acessibilidade dos seus depósitos, dentro dos parâmetros dos seus acordos de depósito ou investimento. Contudo, embora a relação bancária seja a base

60 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO
TENDÊNCIAS FUNDS SERVICES por Mason Martin e Pedro Ortigão Correia

ATIVOS GLOBAIS DETIDOS POR INSTITUCIONAIS EM FUNDOS DE MERCADO MONETÁRIO

de uma política de investimento sólida, a preservação do capital, a liquidez e o rendimento constituem a sua essência. Os produtos de investimento utilizados para construir uma carteira de liquidez são aqueles que melhor se adequam a estes objetivos.

ABDICAR DO RETORNO

Muitos gestores de tesouraria abdicaram do retorno, pela facilidade de manter depósitos nos principais bancos com os quais mantêm o seu relacionamento de longa data. Em certos mercados, estes gestores têm sido complacentes com este relacionamento ou mesmo receosos de perturbar as relações de crédito. Este facto tem impedido a plena utilização dos

instrumentos de investimento que têm à sua disposição.

A rentabilidade sempre foi considerada como um elemento terciário, no âmbito dos três principais objetivos da política de gestão de tesouraria, e o mesmo ainda se verificaatualmente. É de salientar que, com a subida das taxas de juro no último ano, os bancos têm pago taxas muito inferiores às taxas de referência dos seus reguladores centrais. Do ponto de vista do desempenho do investimento, começa a surgir uma oportunidade para reconsiderar o retorno; no entanto, na sequência do fracasso do Silicon Valley Bank (SVB), a análise relativa à preservação do capital e da liquidez mudou. Isto significaque a gestão de ativos, em

3.400.000 3.300.000 3.200.000 3.100.000 3.000.000 2.900.000 2.800.000 12-22 01-23 02-23 03-23 04-23 Fonte: Investment Company Institute. Em milhões de dólares. MAIO E JUNHO I FUNDSPEOPLE 61

TAXA DE JURO DOS DEPÓSITOS DAS EMPRESAS A 1 ANO, NA EUROPA

A POLÍTICA MONETÁRIA RESTRITIVA COMEÇA A TER EFEITO

Após mais de uma década de dinheiro barato, o sistema financeiro está a tentar ajustar-se a um regime de condições monetárias muito mais restritivas, cujo impacto só agora se está a fazer sentir. O drama em torno dos mandatos LDI no Reino Unido foi só o primeiro acidente, com as fragilidades dos bancos regionais dos EUA e a queda do Credit Suisse a provarem a existência de pressões no sistema.

NA SEMANA QUE O SVB ENTROU EM ADMINISTRAÇÃO JUDICIAL, OS FUNDOS

especial os fundos do mercado monetário (FMM), e os agentes de distribuição que oferecem FMM, estão a ser objeto de uma nova análise, por vezes mais aprofundada, o que conduziu a um aumento significativodos fluxosde ativos para os FMM.

Durante a semana em que o SVB entrou em administração judicial, o Investment Company Institute informou que os fundos institucionais do mercado monetário aumentaram 101 mil milhões de dólares, com o total de ativos do mercado monetário a ultrapassar os 5 biliões de dólares, pela primeira vez. Nas semanas que se seguiram, os ativos totais do mercado monetário institucional acrescentaram mais 200 mil milhões de dólares. Os novos investidores que transacionam produtos de curto prazo, através do portal de investimentos da ICD, aumentaram 283% no primeiro tri -

mestre de 2023, em comparação com o período homólogo, e o saldo médio diário dos investimentos desses clientes aumentou 27 vezes. Mesmo antes do surgimento da incerteza no setor bancário, a preservação do capital era claramente importante. O Inquérito aos Clientes 2023 da ICD revelou que 80% das equipas de tesouraria das empresas afirmaramestar preocupadas com o risco de concentração bancária e de outras contrapartes. O inquérito terminou em fevereiro, tendo tido repostas de 116 organizações do continente americano, do Reino Unido e da Europa. É indiscutível o reconhecimento dos FMM pelas equipas de tesouraria como veículos de investimento diversificadose que permitem uma gestão prudente do risco. É neste contexto que as opções destas equipas deverão ser reconsideradas e objeto de uma análise aprofundada.

O negócio da banca baseia-se na gestão das maturidades e da liquidez, pelo que um ambiente marcado por curvas de yield persistentemente invertidas e um aumento acentuado das yields das obrigações soberanas claramente não ajuda. Os acontecimentos recentes relembram-nos também que os efeitos das alterações de política monetária podem levar algum tempo a manifestar-se. Parece-nos que a principal consequência dos acontecimentos recentes é um maior endurecimento das condições de concessão de empréstimo. Estas têm vindo a piorar já nos últimos meses na Europa e particularmente nos EUA, onde se assistiu a uma fuga expressiva de depósitos nos bancos regionais. Assim, acreditamos que os EUA estão mais próximos de um hard landing devido à menor transmissão de crédito. Relativamente à inflaão, continuamos a ver fatores estruturais que apontam para uma menor inflaão no futuro. Tudo isto signifia que a Fed tem menos motivos para manter uma política monetária mais restritiva e somos da opinião que brevemente poderá ser o momento certo para a Fed interromper o ciclo de subidas das taxas de juro.

A OPINIÃO DE RAP T REN PAR T NER
ARIEL BEZALEL E HARRY RICHARDS Gestores de Investimentos de Rendimento Fixo, Jupiter Asset Management
2,5 2,0 1,5 1,0 0,5 0 -0,5 Em % 31/5/22 30/6/22 31/7/22 31/8/22 30/9/22 31/10/22 30/11/22 31/12/22 31/1/23 28/2/23 Fonte: BCE
62 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO TENDÊNCIAS FUNDS SERVICES
INSTITUCIONAIS DE MERCADO MONETÁRIO AUMENTARAM 101 MIL MILHÕES DE DÓLARES
Simplify the complex with Market Insights Visit www.jpmorganassetmanagement.pt Europe Corporate and sovereign EMD spreads Emerging market bonds%, spread over 10-year US Treasury EM sovereigns local EM sovereigns USD Europe High yield bonds-US high yield spread and defaults Euro high yield spread and defaults %, default rate (LHS); %, option-adjusted spread (RHS) %, default rate (LHS); %, option-adjusted spread (RHS) Spread Spread Emissions targets and consumer concerns16 net zero targets Current policy Euro government inflation-linked bonds US large cap Japan 2023 Long-Term Capital Market Assumptions expected returns in coming 10-15 years Asset return expectations-Euro government inflation US large cap Japan Europe GTM 5,4 1,8 1,813,6 15,3Global equity incomeS&P 500 returns: Capital appreciation and dividends MSCI World earnings and dividend drawdownsEquities 49 Capital appreciation Europe GTM Global equity sector weightsMSCI World Growth and Value sector weights % of total market capEquities 48 Energy Cons. Staples Europe GTM Global inflation expectations-Global economy 3,0 4,0 GTM Jan Jan Sep Aug Aug Oct Global inflation Bank of Mexico, DGBAS, ECB, IBGE, India Ministry Statistics ProgrammeImplementation, Japan Ministry of Internal Affairs Communication,Global economy

A grande dor de cabeça para quem investe no Japão é o pobre governance das empresas. Na verdade, são duas as dores de cabeça: o governance e a falta de disclosure das companhias. Para Chern-Yeh Kwok, o único e verdadeiro analgésico para ambos os males é só um: visitar as empresas e aconselhá-las o melhor possível. O abrdn Japanese Sustainable Equity Fund, fundo com Rating FundsPeople 2023, vive precisamente desse processo de cura e capitaliza no engagement que pode ser feito junto das empresas.

RAP T REN PAR
NER
VICE-RESPONSÁVEL DE AÇÕES ÁSIA-PACÍFICO, ABRDN
T
64 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO ENTREVISTAS GURU
MAIO E JUNHO I FUNDSPEOPLE 65

JAPÃO ESTÁ BARATO?

Segundo nos explica o profissional, o Japão comparativamente com peers como, por exemplo, os EUA, está barato em termos de valuations. No entanto, alerta, é importante perceber que quando se investe no Japão não se investe apenas na economia japonesa. “Por isso temos de estar cientes também das políticas monetárias do resto do mundo. A China é importante para o Japão, tal como a América, e mesmo a Europa”, diz.

Oatual vice-responsável de ações Ásia Pacíficoda abrdn prima pela concisão nas ideias que passa. Talvez essa tenha sido uma das caraterísticas herdadas e mantidas após deixar o jornalismo, profissãoque exercia antes de se dedicar ao setor financeiro.Ou então talvez não seja nada disso, e o fundo abrdn Japanese Sustainable Equity seja, efetivamente, fácil de explicar. “Mantemos o processo de investimento muito simples: compramos boas empresas!”, começou por dizer numa conversa sobre este produto da abrdn, que conta Rating FundsPeople 2023. Mas a pergunta que se impõe é: o que são boas empresa no tecido empresarial nipónico? Se houve palavra que Chern-Yeh Kwok repetiu durante esta conversa foi a palavra governance, explicando que há várias características do mercado que ainda põem em causa o governo das empresas. E nas equipas das empresas vê-se essa fragilidade. “A proporção de CEO que são promovidos dentro da própria empresa é muito grande. O Japão, nesse sentido, é muito diferente de outros países. Quando se contrata alguém de fora da empresa, sabe-se qual o seu track record, o que fez antes de aceitar aquele trabalho, o motivo pelo qual foi contratado, etc. Quando essa promoção é interna, é mais difícil para os investidores acederem ao que está a acontecer, porque o track record dessa pessoa não é totalmente transparente”, começou por explicar, lembrando o exemplo da Sony.

O conglomerado japonês, lembra o especialista, foi durante muitos anos “uma empresa confusa”, na qual não havia um ponto que ligasse os diferentes grupos num só. “Não havia uma quebra com o passado, ou uma estratégia clara, e, internamente, sucediam-se os problemas”, diz Chern-Yeh Kwok. As peças do puzzle, como diz agora o responsável, começaram a ser juntas há seis ou sete anos, com a criação de uma estratégia mais coerente. “Foi a mudança interna e de equipas de gestão que conduziu a uma

mudança de filosofide como o negócio deveria ser conduzido”, revela Chern-Yeh Kwok.

Com este exemplo, ficaclara a importância das equipas de administração das empresas que colocam no portefólio, mas também a forma como privilegiam perceber o governance das mesmas. “Se uma empresa faz dinheiro, mas não o devolve aos acionistas, então qual é a razão da sua existência?”, pergunta retoricamente

ENGAGEMENT

A abordagem de investimento é bottom-up, “claro”, como o próprio profissional salienta. Na sua perspetiva o cenário top-down do Japão é o mais fácil de aceder e de perceber. Por isso, o que na sua ótica importa perceber é “como é que cada negócio é, qual é o cenário competitivo onde está integrado, se tem uma vantagem competitiva, se são líderes ou não…esse tipo de coisas”, diz o especialista, lembrando que, contudo, essa é a “grande dor de cabeça” deste mercado.

Desse modo, os encontros com as empresas são o grande fator diferenciador do fundo, mas também a ponte para a menção sobre sustentabilidade que este enverga no nome. “Para nós é muito importante fazer engagement com as empresas. Especialmente tendo em conta que o governance das empresas no Japão não é assim tão bom”, começou por explicar. Nas quase 300 visitas que fazem a empresas anualmente percebem qual o seu negócio e a sua estratégia, mas encorajam-nas a fazer melhor. “Queremos que as empresas acelerem a sua reestruturação. Queremos que se tornem não apenas boas empresas, mas melhores empresas ao longo do tempo”, salienta o responsável.

Embora as companhias nipónicas não tenham a melhor relação com o G da sigla ESG - como já descrito -, a verdade é que “lidam bem” com o E e o S, diz-nos o Chern-Yeh Kwok. “Muitas vezes o que fazemos quando falamos com as empresas é encorajá-las a contarem aos investidores o

66 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO ENTREVISTAS GURU

que é que estão a fazer, porque por vezes podem estar a fazer coisas fantásticas, mas não estão a fazer essa divulgação. O disclosure é um problema no Japão”, refere. E exemplificacom um caso em concreto. “Há uma empresa em que investimos que faz os faróis para os nossos carros. Estão muito bem classificadospelo respetivo instituto de segurança americana. São bem classificadasem termos de segurança, brilho… esse tipo de parâmetro. Mas a empresa não publicita isso. Apenas ficámosa saber esse facto porque fomos falar com eles”, admite o profissional.

Um típico exemplo, para o profissional,em que os dados de fornecedores externos ESG, provavelmente, não iriam refletir oquão boa a empresa é ao nível ambiental e social. Por isso, indica, o processo ESG do fundo é “totalmente relacionado com o engagement”. “Sentamo-nos com as empresas e dizemos-lhes: revelem essas informações que vos vão favorecer publicamente. Além disso, podemos fazer propostas de melhoria dos conselhos de administração, da política de distribuição de dividendos… ou seja, medidas em que o ROE (Return on Equity) pode melhorar, mas também o seu governance”, afiança.Internamente, a equipa construiu mesmo um score ESG através do qual classificamcada empresa. “Através desse score temos uma

perfeita ideia onde é que as empresas se estão a sair melhor: se no E, no S ou no G”, diz.

TRÊS TEMAS IMPORTANTES

Em termos de valuations, o especialista acredita que o Japão “está um pouco mais barato do que o resto do mundo”. No entanto, olhando para o Japão isoladamente, e “tendo em conta os níveis de onde vinha no passado”, atribui um “ok” para descrever o seu preço do mercado e, por isso, dizem estar neutrais no país.

Em termos setoriais, por seu lado, existem três temas que neste momento conduzem a escolha de empresas: a inovação, a digitalização, e o made in Japan. O setor da saúde, que atualmente é o mais sobreponderado dentro do fundo, é precisamente um dos que bebe da inovação e da digitalização. “Tanto em termos de equipamento médico, como ao nível de empresas farmacêuticas, sabemos que existem empresas muito boas e inovadoras”, conta. Por outro lado, e no espetro contrário, subponderam negócios mais maduros, como podem ser as empresas industriais, que no Japão não são “necessariamente tão interessantes”. No finalde contas, e voltando à ideia com que começou esta conversa, o importante para Chern-Yeh Kwok é “comprar boas empresas”.

MAIO E JUNHO I FUNDSPEOPLE 67
“SE UMA EMPRESA FAZ DINHEIRO, MAS NÃO O DEVOLVE AOS ACIONISTAS, ENTÃO QUAL É A RAZÃO DA SUA EXISTÊNCIA?”

TEMPOS LIVRES

O gestor gosta de jogar ténis, sobretudo em família. Tem uma paixão por motas e por descobrir o mundo.

68 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO
ENTREVISTA GESTOR por Diogo Verde

Luís Alvarenga

GESTOR DE PORTEFÓLIOS, BPI GESTÃO DE ATIVOS

UM ANO DOS PRIMEIROS FUNDOS NACIONAIS ARTIGO 9º DA SFDR

Criar uma gama de fundos de impacto não foi uma tarefa fácil… mas muito menos é a tarefa de a gerir. Luís Alvarenga, um dos gestores da gama BPI Impacto Clima, explica como funciona a estratégia de investimento com foco nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas.

Faz por esta altura um ano que foi lançada a gama BPI Impacto Clima. Perante essa efeméride, a FundsPeople sentou-se com o Luís Alvarenga, gestor de portefólios da BPI Gestão de Ativos, para dissecar o que está por trás desta gama de fundos artigo 9º. Na verdade, os fundos fazem um ano, mas a caminhada começou há mais tempo. Segundo conta Luís Alvarenga, a entidade gestora decidiu apostar na sustentabilidade porque percebeu que em “Portugal havia interesse, especialmente no que diz respeito à temática do clima”.

Os fundos, ou a ideia deles, foram trabalhados durante mais de um ano, período em que a equipa se manteve sempre em constante diálogo e cooperação com o BPI, o CaixaBank e o regulador. Neste processo, Luís Alvarenga deixa elogios a este último: “A interação com o regulador foi particularmente importante, num contexto de alguma incerteza”.

O fundo visa investir em empresas que contribuem para três Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS): o ODS 7, 12 e 13. O gestor explica: “O alinhamento com o ODS 7 permite-nos investir nas empresas alinhadas com o objetivo de geração de energia limpa e acessível. No caso do ODS 13, pretende-se investir em empresas alinhadas com o combate às alterações climáticas e mitigação dos seus im-

pactos. Por fim,através do alinhamento com o ODS 12, investimos em empresas alinhadas com objetivos de consumo e produção responsáveis”.

CONSTRUÇÃO DE PORTEFÓLIO

A gama BPI Impacto Clima é composta por cinco estratégias. Nos dois extremos, um fundo de ações e um de obrigações. No meio, três estratégias perfiladasque resultam de diferentes combinações das anteriores, ajustadas ao nível de risco pretendido. Apesar do foco estar no tema do clima, o gestor refere a importância de construir “carteiras com diversificaçãoe qualidade, e não apenas um fundo nicho sujeito à volatilidade tradicional inerente ao tema”. Nas ações, o processo de investimento procura identifica as empresas alinhadas com os objetivos de investimento sustentável do fundo, através dos ODS. “Recorremos a indicadores de monitorização, a critérios que permitem avaliar os princípios de Do No SignificantHarm (DNSH) da SFDR, e a exclusões e restrições para complementar a avaliação de sustentabilidade”, explica o gestor. Depois do universo denido, entram os filtrosfinanceirosmais tradicionais. O gestor revela que “prefere empresas de qualidade, que remunerem bem os investidores, investindo sempre numa perspetiva de longo prazo”. Por fim,a lista selecionada conta com métricas de controlo como o governance das empresas, o nível de concentração por setor ou outras métricas quantitativas de risco climático. O resultado? Uma carteira com cerca de 65 títulos, diversificadapelos vários setores, com um tracking error controlado e com uma perspetiva de longo prazo.

Já a componente de obrigações é alimentada por duas vias. Podem escolher títulos de dívida de entidades que passaram os critérios anteriormente explicados ou, simplesmente, investir em obrigações verdes. O gestor admite que a equipa prefere a segunda via: “No segmento obrigacionista preferimos utilizar instrumentos que não levantem dúvidas. Gostamos de obrigações que todos consigam ver que cumprem critérios de impacto”. Com esta preferência, surge a questão da liquidez. “A oferta destas obrigações é escassa face à procura; por vezes é complicado encontrar os emitentes e as obrigações que se pretende a preços atrativos”, explica o especialista. É por isso que a carteira de obrigações é flexívelna duração ou rating médio, parâmetros geridos para equilibrar as oportunidades, com a oferta de ativos no mercado e com o nível de risco pretendido. Neste caminho, o maior desafiotem sido a comunicação do objetivo do fundo, as ideias que lhe garantem a vertente de impacto e que resultam na classificaçãode artigo 9º da SFDR. Em jeito de conclusão, Luís Alvarenga deixa a mensagem: “Os nossos clientes podem ter a convicção que investem em empresas de qualidade, num portefólio diversificado,focado e que o investimento contribui positivamente para o combate das alterações climáticas e para a mitigação dos seus impactos. A poupança dos investidores impacta positivamente este tema, e procura criar valor a longo prazo”.

MAIO E JUNHO I FUNDSPEOPLE 69

O JPMorgan Funds Global Bond

Opportunities Fund comemora o seu aniversário em 2023. O fundo, um dos produtos estrela da casa em obrigações, cumpre 10 anos de track record. Uma década a reunir as melhores ideias dos 300 profisionais que compõem a equipa de obrigações da J.P. Morgan AM. Depois de um 2022 em que a flexibilidade do seu mandato lhes permitiu reduzir as quedas, Iain Stealey conta como se estão a preparar para um novo ano com uma visão otimista, tanto no panorama macroeconómico como de oportunidades que apresentam mercados de crédito com yields historicamente mais atrativas.

GESTOR
AM RAP T REN PAR T NER
DO JPMORGAN FUNDS GLOBAL BOND OPPORTUNITIES, J.P. MORGAN
70 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO ENTREVISTAS
GURU
MAIO E JUNHO I FUNDSPEOPLE 71

Emprego, emprego, emprego. Na opinião de Iain Stealey, a narrativa que condicionará os mercados nos próximos meses será determinada pela fortaleza do mercado laboral norte-americano. Para o responsável internacional de Investimentos de Obrigações da J.P. Morgan AM, deixando para trás já o grosso das subidas de taxas de juro nos EUA, em 2023 cada passo da Fed estará marcado, de forma direta ou indireta, por dados de emprego.

Os últimos dados da economia norte-americana mostram um nível de emprego robusto. O que explica esta força? Pensemos no ocorrido nos últimos anos no mercado laboral. “Depois do êxodo em 2020, os trabalhos do setor de serviços e retalho são os que estão a voltar agora com a retoma do consumo, mas fazem-no em condições muito distintas às de 2019”, explica Stealey. Agora há escassez de mão de obra neste setor. O pêndulo da globalização move-se em direção contrária; o movimento de trabalhadores desacelerou. Daí essa abundância.

“Normalmente o emprego é o primeiro que sofre numa recessão, mas com o que tem custado às empresas cobrir as suas vagas, talvez desta vez seja distinto”, diz o especialista.

Na sua opinião, os dados de inflaçãodos próximos meses vão permitir que a Fed faça uma pausa e depois considere se corta as taxas. “Se excluirmos os alimentos e a habitação da equação, os EUA estão em deflaçãohá meses. Mas mesmo estes dois indicadores estão em desaceleração e deverão cair em força nos próximos meses”, deteta.

Por isso, o cenário base que gere atualmente Stealey não é excessivamente negativo. Na sua opinião, o impacto de uma política monetária mais restritiva refletir-se-á sim, no crescimento económico. “Afinal,estamos a falar de 450 pontos base de subidas de taxas ao ritmo mais rápido desde os anos 80. Claro que se vai notar na economia norte-americana”, reconhece.

A RECEITA DE UMA DÉCADA DE CONSISTÊNCIA

No JP Morgan Funds Global Bond Opportunities Fund, que este 2023 celebra o seu décimo aniversário, a flexibilidade e a agilidade na construção da carteira é uma das suas máximas. O fundo não tem índice de referência. “Não estamos obrigados a investir em nada”, insiste Stealey. Essa liberdade no seu mandato não é só um motor nos mercados em subida. Em anos de quedas, como o foi 2022, permite-lhes evitar zonas nas quais a equipa gestora deteta riscos.

Contudo, será mais uma desaceleração suave, não uma contração dura como a vivida em 2008 ou 2020.

Embora vá ser difícil para a Reserva Federal coordenar uma aterragem suave, Stealey espera que qualquer desaceleração ou recessão seja modesta. O que o faz dar esse voto de confiançaà Fed? De novo, a resposta está no mercado de trabalho. “A história de curto prazo diz-nos que é muito complicado orquestrar uma aterragem suave: a pandemia, a crise financeira,a crise dot.com... Mas pensemos o que têm em comum todas elas: foram desencadeadas por problemas nas empresas”, argumenta. Se houver uma desaceleração, chegará pela mão da Fed, não por causa de graves problemas no setor. “Os bancos centrais estão a tentar acalmar as subidas de preços. Mas fazem-no com a saúde do consumidor em muito bom estado ainda, sem essa alavancagem excessiva que caraterizou outras crises anteriores”, explica.

OTIMISTA COM PRUDÊNCIA

É com este pano de fundo prudentemente otimista que se está a construir a carteira do JPMorgan Funds Global Bond Opportunities Fund, do qual Stealey é co-gestor sob a liderança do veterano Bob Michele. Esta estratégia, que neste 2023 celebra o seu décimo aniversário, é a seleção bottom-up das melhores ideias da equipa de obrigações de J.P. Morgan AM. Um titã de 300 profissionai dedicados exclusivamente a analisar de cima a baixo toda a classe de ativos em todas as geografiase setores. “O fundo não é apenas Bob Michele e eu. Dedicam-se muita informação e recursos a compor a carteira”, insiste Stealey.

Atualmente, essas ideias destacam-se principalmente nas obrigações de elevada qualidade e, mais concretamente, em crédito com grau de investimento. O investidor não só está perante valorizações atrativas, também recuperou um importante bloco de construção da sua carteira: a proteção. Como bem aponta Stealey, o tesouro

72 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO ENTREVISTAS GURU

norte-americano volta a ter uma yield positiva. Ou seja, um colchão. Parecia que não ia voltar o momento de reincorporar dívida de governos nas carteiras, mas, na opinião do gestor, podemos estar perfeitamente nesse ponto já. “Recordemos a última vez que a obrigação do tesouro a 10 anos norte-americana subiu acima dos 2%: em 2019. O seguinte movimento do título norte-americano foi voltar aos 0,5% quando estalou a pandemia. Agora toca nos 4%”.

É uma boia salva vidas se os tail risks se materializarem. Se finalmentese cumpre o pior cenário, o de uma grave recessão, e o desemprego disparar, os bancos centrais cortarão taxas. Isso levará à queda das yields das obrigações. “Então, esses 3,6% de yield baixariam para os 2,6%. Com um movimento de 100 pontos base e uma duração de 10 anos mais o carry, estamos a falar de um retorno de duplo dígito”, recorda Stealey.

GLOBAL BOND

OPPORTUNITIES FUND

NÃO É SÓ BOB MICHELE

E EU. DEDICAM-SE MUITA INFORMAÇÃO E RECURSOS

A COMPOR A CARTEIRA”

“O JPMORGAN FUNDS
MAIO E JUNHO I FUNDSPEOPLE 73
74 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO
ENTREVISTA DISTRIBUIDOR
por Margarida Pinto

PLATAFORMA PROPRIETÁRIA

Em 2019, o Bankinter Portugal criou uma plataforma in house – Plataforma de Investimentos – que suporta a consultoria para investimento e permite ao cliente fazer a sua jornada de adequação dentro das disposições regulamentares, e investir tanto em carteiras modelo, como noutras soluções de investimento.

João Henriques

PROXIMIDADE E OFERTA VERSÁTIL: O SEGREDO DO CRESCIMENTO EM SOLUÇÕES DE INVESTIMENTO

A oferta de fundos de investimento no Bankinter toca atualmente nos 1.000 produtos. As carteiras modelo são um dos grandes bastiões da casa, com a plataforma proprietária que serve a consultoria para investimento a dar um grande empurrão a estes números.

Numa estrutura como a do Bankinter em Portugal, a agilidade e a proximidade é um dos grandes pontos fortes da estruturação de equipas.

Estando mais dedicado à distribuição de fundos de investimento e à gestão de carteiras, e tendo acompanhado a transição Barclays-Bankinter, João Henriques, gestor da equipa de produto, recursos e seguros do Bankinter, tem mais do que propriedade para detetar e falar da evolução nesta área da gestão de ativos. Tem sido fator chave para a evolução a forma como a equipa de research do Bankinter entrou dentro do processo de seleção de fundos. “O nosso research é feito para cliente finale de retalho, e sempre apresentou também soluções concretas para im-

plementar as estratégias. É esse o seu ADN”, explica-nos. Desse modo, é esta a equipa responsável por selecionar os fundos que entram nas carteiras modelo, “depois de feita uma due diligence prévia”. Reveem essas carteiras mensalmente, e fazem ajustes ao que consideram necessário.

CARTEIRAS MODELO

As carteiras modelo da casa são compostas por seis a nove fundos, “dependendo do momento de mercado”. A sua revisão, como já referido, é feita mensalmente e estes são os portefólios que mais se destacam junto dos clientes, porque, como refere o profissional,“acabam por ser os que têm um maior dinamismo”. “Refletemexatamente qual o nosso posicionamento e visão de mercado a cada mês”, remata João Henriques. Atualmente são mais de 1.000 os fundos que o Bankinter Portugal comercializa, pertencentes a mais de 40 gestoras. Adicionalmente, o gestor acrescenta que “o facto de o Bankinter Portugal trabalhar de forma integrada com o Bankinter em Espanha, permite ao banco aumentar a capacidade de serviço e disponibilizar aos clientes uma oferta mais vasta e diversificadade fundos”.

O serviço de consultoria para investimento, como acontece com a larga maioria dos bancos em Portugal, é prestado num modelo não independente. A gestão ativa é a base desse serviço e, por esse motivo, acabam por não se focar na gestão passiva, adotando sim uma “postura mais reativa” sobre esse tipo de produtos. Para servir melhor o cliente neste segmento, o Bankinter Portugal desenvolveu mesmo há quatro anos uma plataforma proprietária, onde tanto estão integradas as carteiras modelo, como é possível fazer uma “proposta integrada ao cliente”, usando vários produtos. “Permite sempre dar a garantia de que é feita a adequação completa com uma visão holística da carteira do cliente: esta é a grande vantagem. Faz a seleção de soluções em função do perfil.É um modelo proprietário que lançámos em 2019 e tem sido um grande contribuidor para o nosso sucesso na forma como temos vindo a colocar fundos”, conclui o gestor.

EQUIPA DE PRODUTO, RECURSOS E SEGUROS, BANKINTER PORTUGAL
MAIO E JUNHO I FUNDSPEOPLE 75

O gestor está confiante que os portefólios 60/40 estão vivos, e recomendamse. A nova conjuntura presente nos mercados será a chave para o seu sucesso. Alegoricamente, Phillip Gronniger lembra que tal como uma fénix renasce das cinzas, este estilo de portefólio revigorou-se com a subida das taxas de juro. Há, novamente, potencial de retorno em deter uma obrigação e o perfil de risco e retorno é atrativo.

RAP T REN PAR T NER
GESTOR DE PORTEFÓLIOS, JANUS HENDERSON INVESTORS
76 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO ENTREVISTAS GURU
por Diogo Verde
MAIO E JUNHO I FUNDSPEOPLE 77

OJanus Henderson Balanced Fund é um fundo de alocação dinâmica com mais de 20 anos de histórico. O fundo conta com mais de 6,4 mil milhões de euros sob gestão e visa bater o mercado americano, com um benchmark que resulta num misto entre o S&P 500 e o Bloomberg US Aggregate Bond. Sentámo-nos com Phillip Gronniger, gestor de portefólios da Janus Henderson Investors, que nos falou do processo de investimento por detrás deste gigante da alocação dinâmica.

O gestor dá o mote: “Tanto o processo de seleção de títulos como a decisão de alocação por classe de ativos baseiam-se numa análise fundamental”. A seleção de títulos é bottom up e a alocação por classe muito dinâmica. Os limites impostos balizam a exposição a ações entre os 35% e os 65%. “O mínimo foi de 39%, em 2008”, revela Phillip Gronniger.

Na componente acionista existe um tilt assumido para empresas de grande capitalização com elevado crescimento e, por norma, o número de posições varia entre as 60 e as 80 empresas. O gestor destaca, contudo, um ponto muito relevante: “Embora o universo seja muito centrado em empresas americanas, devido à globalização e à dimensão das mesmas, cerca de 40% dos retornos das empresas que fazem parte da componente acionista do Janus Henderson Balanced Fund provêm de fora dos EUA”. No espaço da dívida, o fundo tenta manter-se diversificadoentre dívida governamental, dívida corporativa e dívida securitizada. A alocação dentro desta classe é feita por quatro gestores especializados.

Em suma, o gestor do portefólio afirmaque esta se trata de “uma estratégia simples, que consiste em linhas diretas de ações, obrigações e gestão de liquidez”. Na gestão de risco, o gestor destaca as três ferramentas que a equipa mais utiliza: “A alocação atribuída às duas principais classes de ativos está intrinsecamente ligada à gestão de risco; utilizamos o dinamismo da estratégia para reduzir exposição a fatores não desejados. O segundo método prende-se com o beta apresentado pela carteira, ou seja, a aproximação ao benchmark da estratégia. Por fim,a terceira engrenagem revela-se no espaço alocado à dívida. Em tempos de maior volatilidade podemos utilizar, por exemplo, o aumento da duração desta componente para trazer estabilidade ao fundo, algo que não correu pelo melhor no cenário atípico do ano transato”.

O PERÍODO PÓS-PANDEMIA

Muitas foram as adaptações que os gestores necessitaram de fazer. “Entrámos em 2020 praticamente colados ao teto de exposição a ações. Com o disseminar da infor -

PROCESSO DE INVESTIMENTO

O gestor explica que “tanto o processo de seleção de títulos como a decisão de alocação por classe de ativos baseiam-se numa análise fundamental”. A seleção de títulos é bottom-up e a alocação por classe é um processo muito dinâmico.

mação sobre o COVID, começámos a reduzir esta exposição - chegando aos 47% em março - e a aumentar a duração da componente obrigacionista. O instrumento predileto foi a dívida americana de 10 a 30 anos. Queríamos mitigar a volatilidade que se veio a confirmar”, explica Phillip Gronniger.

Com o tempo, a equipa recuperou a confiançanos ativos de risco e inverteu a tendência descrita. O gestor revela que primeiro a equipa “começou por aumentar o risco na parte de dívida, acrescentando títulos de dívida corporativa de qualidade, com spreads de 300 a 400 pontos base”. Ainda neste movimento, sentiram confiançapara baixar o rating dos emitentes presentes em carteira e investir em alguns títulos de dívida high yield. “Aqui, focamos em empresas cujo cenário provável era a melhoria do seu balanço. Estas empresas chegaram a representar 18% da nossa exposição à classe de dívida”. Ao mesmo tempo, voltaram a aumentar a exposição ao mercado acionista para valores perto do máximo de 65%. Foi assim que o fundo navegou a segunda metade de 2020 e a maioria de 2021.

Na parte finalde 2021 a equipa assistiu a um estreitamento dos spreads de crédito, e, consequentemente, virou-se para outro tipo de instrumento - a dívida colateralizada. O gestor explicou, então, como enfrentou 2022: “Reduzimos o risco inerente à exposição ao mercado acionista e visamos diversificaro tipo de crédito presente na carteira. Apostámos em dívida colateralizada e jogámos em oportunidades mais táticas, maioritariamente relacionadas com obrigações indexadas à inflação.Felizmente este posicionamento permitiu que, no ano transato, a nossa componente acionista batesse o S&P 500 e que a nossa componente de obrigações batesse o índice de dívida americana que lhe serve de referência.

AINDA NÃO ESTAMOS LÁ

A equipa de gestão, não está ainda positiva relativamente aos spreads apresentados no mercado da dívida corporativa. O gestor avança: “No segmento da dívida estamos agora no mínimo de alocação a dívida corporativa. Esta subcategoria representa apenas 20% do total da dívida. O high yield está só nos 2%. Isto acontece porque acreditamos que os spreads ainda não nos remuneram o risco adicional incorrido, particularmente quando entramos num período de recessão”. Apesar das yields atrativas resultarem em muitos fluxosde investimento para a dívida corporativa, para Phillip Gronniger, o risco adicional que se incorre não é bem remunerado. O gestor aponta ainda que “os spreads

78 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO ENTREVISTAS GURU

das obrigações corporativas e das obrigações high yield estão abaixo da sua média histórica, e muito abaixo da média em períodos de recessão”.

Contudo, o sentimento positivo mantém-se no mercado da dívida securitizada, “dívida de qualidade que está mais barata do que alguma vez esteve nos últimos dez anos”. O especialista espera que, em algum ponto de 2023, a estratégia passe por trocar este tipo de dívida por dívida corporativa, depois de um alargamento dos referidos spreads.

No que concerne a exposição a ações, o fundo conta com ligeiras sobreponderações em alguns setores, quando comparado com o S&P 500. “Acreditamos muito em empresas que atuam no setor do consumo discricionário e consumo industrial. As empresas em que investimentos tendem a ser muito resilientes, mesmo em períodos de recessão, o que nos traduz confiança”,explica o profissional

Numa visão de mais longo prazo, Phillip Gronniger explica ainda a importância que acredita que o setor tecnológico terá. Com uma nota positiva, afirma:“Apesar de termos reduzido a exposição ao setor tecnológico, mantemo-nos confiantesque este setor vai gerar muito retorno no longo prazo. É um tema secular. Todas as empresas procuram a digitalização. Todas as empresas precisam de inovação e tecnologia

“MANTEMO-NOS CONFIANTES QUE O SETOR TECNOLÓGICO VAI GERAR

MUITO RETORNO NO LONGO PRAZO”

para se tornarem mais eficientese aumentar a produção. É um setor que está em todo o lado”.

Em jeito de conclusão, o gestor de portefólios destaca a disciplina e escalabilidade presentes no processo. Apesar dos tempos difíceis que se viveram nos últimos anos, um portefólio 60/40 mantém-se uma opção válida. O retorno de taxas de juro positivas e de um perfilde risco atrativo presente no mercado obrigacionista são o sainete da conjuntura macroeconómica atual. “Durante o último ano escreveu-se muito sobre a morte dos portefólios 60/40. Pode-se dizer que sim, que não tiveram o seu melhor momento. No entanto, estes portefólios renasceram, como uma fénix que se levanta das cinzas”, compara Phillip Gronniger.

MAIO E JUNHO I FUNDSPEOPLE 79
80 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO
ENTREVISTA
5 MINUTOS por Miguel Rêgo

NECESSIDADES DOS CLIENTES

Rui Alpalhão é perentório ao afirmar: “Não estamos aqui para fazer o que os clientes querem, estamos para fazer o que os clientes precisam. E o que os clientes precisam, sabemos nós.”

Rui Alpalhão

SÓCIO FUNDADOR, FUNDBOX

A NOVA FASE

VERDADEIRAMENTE ALTERNATIVA DA FUNDBOX

Passados quase 20 anos marcados por uma diversidade de campos de atuação, verdadeiras estratégias de investimento alternativo marcam o caminho que a entidade gestora procura seguir.

AFundBox é uma entidade gestora portuguesa nascida, oficialmente,em 2004, pelo que se encontra muito próxima das duas décadas de história, uma história longa e densa em atividade. Rui Alpalhão, sócio fundador, contou à FundsPeople como foi este percurso “atípico”, como o próprio apelida, em várias fases, ao longo destes quase 20 anos de existência. “Quando começámos a trabalhar, fizemo-locom uma licença de fundos imobiliários e uma clientela de caráter grossista. Oferecíamos soluções estruturadas para organizar o investimento em Portugal, nomeadamente com eficiênciafiscal”

Numa segunda fase da história da entidade, com a compra da Banif Capital, passou a incluir a atividade de gestão de fundos de capital de risco na sua atividade. “Alargámos aqui um bocado a atividade e, sem grande surpresa, constituímos alguns fundos de autorização de residência”, conta Rui Alpalhão. Para o profissional,foi um momento muito positivo para o negócio, tendo duplicado o número de investidores, e dado o impulso para otimizar a forma de trabalhar da própria sociedade. “Melhorámos muito a relação digital com o cliente, o processo de onboarding e outros. Foi um período curto, mas muito bom para a nossa casa e para o mercado. Foi algo que nos fez evoluir”. Viu também, neste regime, um grande motivador do interesse internacional pela gestão portuguesa. “Antes das estruturas de autorização de residência, uma estrutura de investimento portuguesa tinha que ser muito bem defendida e

explicada. Com a autorização de residência foi a primeira vez que vimos existir um interesse numa estrutura portuguesa prévio à conversa com o estruturador. Isso mexeu um bom bocado com o mercado”, conta.

Perante a procura significativapor veículos de autorização de residência diferentes do que havia no mercado, a entidade montou um fundo com quatro subfundos que permitia aos investidores, “dentro das limitações de escolha inerentes a esta tipologia de fundos, decidir de forma mais granular a alocação”. Com o tempo e com o sucesso desta, outras três vieram complementar a oferta.

A ERA DOS VERDADEIROS ALTERNATIVOS

Com o recente fim deste regime, a FundBox entra numa nova fase. Dos fundos alternativos que vinham gerindo - imobiliário e capital de risco - entra agora no campo dos “alternativos, verdadeiramente alternativos”, como descreve o profissional. Ainda antes de obtida a licença em 2022, a entidade gestora já dava passos significativos na estruturação deste tipo veículos. “Chegámos a ter um veículo de investimento em diamantes polidos. Contudo, nunca teve a comercialização autorizada em Portugal”, conta Rui Alpalhão. Agora, o checkpoint mais próximo no caminho dos alternativos será um fundo de arte, que entrou em atividade no dia 3 de maio, seguido de projetos no âmbito dos vinhos, automóveis e de contratos de atletas profissionais. “Na arte temos esse trabalho feito. Correu mais rapidamente do que nas outras classes de ativos. Estamos a trabalhar nas outras e o nosso interesse é ter uma gama de produtos diversificados neste campo”, descreve Rui Alpalhão.

Fazem-no, no entanto, com um conjunto limitado de investidores, historicamente ligados à casa, com a ambição de expandir essa base de clientes assim que as estruturas de investimento mostrarem, na prática, o seu potencial. “Vamos desenvolver estes projetos como fundo incubadora. Começarão com pequenos montantes como prova de conceito e, progressivamente, sondaremos o interesse do mercado”, conta Rui Alpalhão.

São, portanto, quase 20 anos marcados por uma diversidade de campos de atuação. E nestes 20 anos, Rui Alpalhão mostra-se assertivo na descrição da filosoficom que abordam o serviço de gestão de ativos que prestam: “Não estamos aqui para fazer o que os clientes querem, estamos para fazer o que os clientes precisam. E o que os clientes precisam, sabemos nós!”

MAIO E JUNHO I FUNDSPEOPLE 81

DÍVIDA CORPORATIVA GLOBAL

EM BUSCA DA QUALIDADE O

A escassa visibilidade no plano macroeconómico faz com que a maioria dos gestores aposte numa estratégia de obrigações de empresas, orientada principalmente para o investment grade.

contexto é complicado. O cenário macroeconómico continua a apresentar baixa visibilidade e o risco de recessão paira sobre as economias mundiais. Neste contexto, os investidores em obrigações procuram segurança. Pelo menos para não assumirem demasiados riscos. O inquérito a gestores do Bank of America-Merril Lynch do passado mês de abril deixou isso muito claro: dentro do segmento de dívida preferem as emissões de maior

GESTORA: LANÇAMENTO: DIVISA: PATRIMÓNIO: ISIN:

RENTABILIDADE 1 ANO:

RENTABILIDADE 3 ANOS:

RENTABILIDADE 5 ANOS:

GESTORA: LANÇAMENTO: DIVISA: PATRIMÓNIO: ISIN:

RENTABILIDADE 1 ANO:

RENTABILIDADE 3 ANOS:

RENTABILIDADE 5 ANOS:

GESTORA: LANÇAMENTO: DIVISA: PATRIMÓNIO: ISIN:

RENTABILIDADE 1 ANO:

RENTABILIDADE 3 ANOS:

RENTABILIDADE 5 ANOS:

Fonte: Morningstar Direct. Dados em euros a 30 de abril de 2023. Dados de património em milhões de euros. BLACKROCK M&G INVESCO 31/7/06 12/4/11 21/8/13 EURO EURO EURO 2.758,84 3.789,70 2.990,03 LU0162658883 LU0617482376 LU0955863922 -4,84 -4,53 -4,00 -3,04 -2,02 -1,73 -1,47 0,00 -0,27 1,70 8,89 3,44 -0,15 -12,02 2,61 6,74 2,53 -1,85 -14,72 2,75 7,45 6,18 -0,71 -13,76
BLACKROCK EURO CORPORATE BOND FUND M&G EUROPEAN CREDIT INVESTMENT FUND INVESCO EURO CORPORATE BOND FUND
PRODUTOS COMPARAÇÃO 82 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO 123456 123456123456 2019 2020 2021 2022 2023 2019 2020 2021 2022 2023 2019 2020 2021 2022 2023

qualidade, com a maioria à espera que as obrigações com investment grade tenham uma rentabilidade superior à das high yield nos próximos 12 meses. É o que dita o consenso.

A alocação dos gestores a obrigações é a maior desde março de 2009. “É pouco provável que as obrigações investment grade sofram em 2023 as perdas registadas no ano passado”, afirma Tim Winstone, gestor de carteiras de dívida corporativa na Janus Henderson Investors. Em linhas gerais, a mensagem que as empresas estão a

passar aos gestores é que a visibilidade dos lucros empresariais a curto prazo é escassa. Há incerteza tanto do lado dos custos como da procura. “Mas nenhuma afirmaque sente que o seu negócio está em perigo”, afirmaRichard Ford.

Uma das explicações que o responsável de Obrigações Europeias da Morgan Stanley IM encontra é que as empresas se têm mostrado cautelosas desde o início da pandemia. Têm sido muito conservadores na hora de investir o seu capex e refinanciaram a sua dívida aproveitando os últimos

financiamentos a taxas de juro mínimas. Por esse motivo, mantêm uma postura construtiva em crédito. Num contexto de incerteza, a procura por obrigações investment grade tem sido positiva e Richard Ford espera que assim continue graças a umas valorizações atrativas e a uma yield mais elevada que funciona como incentivo. Mas há riscos.

INFLAÇÃO E PIB

Até agora, a nível macro, o foco tem estado na inflação. No entanto,

GESTORA:

RENTABILIDADE 1 ANO:

RENTABILIDADE 3 ANOS:

RENTABILIDADE 5 ANOS:

RENTABILIDADE 1 ANO:

RENTABILIDADE 3 ANOS:

RENTABILIDADE 5 ANOS:

RENTABILIDADE 1 ANO:

RENTABILIDADE 3 ANOS:

RENTABILIDADE 5 ANOS:

JANUS HENDERSON MORGAN STANLEY SCHRODERS 18/12/09 4/9/01 30/1/02 EURO EURO EURO 1.779,74 2.555,99 8.531,79 LU0451950587 LU0132602656 LU0134346039 -6,10 -4,32 -4,15 -3,04 -2,12 -1,98 -1,20 -0,94 -0,24 -15,75 6,82 4,27 -1,04 2,86 9,87 5,62 -0,19 -15,58 2,36 8,52 3,31 -0,42 -14,22 2,13
MORGAN STANLEY EURO CORPORATE BOND FUND SCHRODER ISF EURO CORPORATE BOND JANUS HENDERSON HORIZON EURO CORPORATE BOND FUND
LANÇAMENTO: DIVISA: PATRIMÓNIO: ISIN:
DIVISA: PATRIMÓNIO: ISIN:
LANÇAMENTO: DIVISA: PATRIMÓNIO: ISIN:
GESTORA: LANÇAMENTO:
GESTORA:
MAIO E JUNHO I FUNDSPEOPLE 83
2019 2020 2021 2022 2023 2019 2020 2021 2022 2023 2019 2020 2021 2022 2023
123456123456 123456

GESTORES

GERIR O VALOR RELATIVO

Este fundo de investimento foca-se no investimento em obrigações corporativas europeias, mantendo uma exposição mínima de 90% a emissões com investment grade que podem combinar com até 20% em obrigações governamentais. Os gestores implementam uma estratégia de valor relativo para a geração de alfa e retornos constantes através de um processo de seleção bottom-up baseado em temas escolhidos a partir de uma análise top-down. Tem um intervalo de duração de entre três e sete anos. A equipa gestora identifica as fontes de riscos e retorno da carteira e mantém uma volatilidade controlada. O intervalo habitual de tracking error está em cerca de 0,7%-2%, sem exceder um máximo de 3%. Em termos de qualidade de crédito dos ativos, optam por se manter entre os diferentes segmentos, para além das emissões corporativas com o rating mais baixo (CCC). Em relação às indústrias, preferem os setores não cíclicos.

UM FUNDO QUE PROCURA JOIAS

A filsofiadeste produto parte de uma abordagem bottomup baseada na análise de valorizações para a seleção de títulos, com capacidade para investir em todo o universo de obrigações corporativas europeias de investment grade. Atualmente, Gaurav Chautleu está focado em identifiar oportunidades atrativas onde os fundamentais e os preços estão desalinhados, ao mesmo tempo que reduz exposição às emissões que têm funcionado bem e que estão próximas do seu fair value. Procura, especifiamente, capturar o que o gestor denomina de autênticas joias quando o pânico domina os mercados. No secundário, aumentaram a exposição a empresas do setor imobiliário. Também incluíram obrigações sustentáveis do setor da energia. Por outro lado, desfieram-se de algumas obrigações híbridas industriais e de diferentes obrigações finaneiras T2, em muitos casos trocando-as por equivalentes mais sénior. Quanto à duração, não toma posições ativas de duração/curva de taxas (máximo +/- de 1 ano em relação ao índice).

APOSTA NO INVESTMENT GRADE

Este fundo investe fundamentalmente em obrigações corporativas europeias de investment grade, embora possa manter até 30% da carteira em emissões high yield ou de dívida pública. A gestão é muito ativa, tanto na distribuição por ativos como na duração. Atualmente, tem exposição a dívida sénior e subordinada do setor finaneiro (bancos e seguradoras), bem como a obrigações híbridas de utilities e telecomunicações para tentar aproveitar as yields que ambos os ativos apresentam atualmente, de entre 6% e 11%. Além disso, tem cerca de 7% em crédito corporativa high yield e 11% em posições de quaseliquidez para aproveitar potenciais oportunidades: dinheiro, obrigações com vencimento inferior a um ano e uma pequena percentagem de dívida governamental. A duração situa-se nos 4,8 anos, ligeiramente acima da do índice de referência. A yield to maturity ultrapassa os 4,2% e o seu rating médio é BBB+.

PRODUTOS COMPARAÇÃO 84 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO
MICHAEL KRAUTZBERGER E TOM MONDELAERS GESTOR GAURAV CHATLEY
BLACKROCK EURO CORPORATE BOND M&G EUROPEAN CREDIT INVESTMENT INVESCO EURO CORPORATE BOND

GESTOR TIM WINSTONE GESTOR RICHARD FORD

POSICIONAMENTO DEFENSIVO

O objetivo deste fundo é oferecer um retorno total superior ao gerado pelo iBoxx Euro Corporate Index ao longo de um ciclo de mercado, investindo principalmente em obrigações corporativas com classifiação de investment grade. Atualmente, estão posicionados de forma defensiva, refltindo a sua preocupação com a deterioração das perspetivas de crescimento mundial e com o cenário macroeconómico incerto. A exposição do veículo está enviesada para setores não cíclicos de maior qualidade, como os serviços de consumo e os serviços públicos, e para empresas com forte liquidez e balanços fundamentalmente sólidos. Por outro lado, posicionam-se com maior cautela em setores cíclicos como o do automóvel, mais propensos a apresentar fraquezas em períodos recessivos. Também, em consonância com a sua posição conservadora, a carteira tem atualmente uma pequena exposição a high yield fora do índice de referência, que se situa no extremo inferior dos intervalos históricos. Está classifiado como artigo 8º ao abrigo do SFDR.

CARTEIRA COM TENDÊNCIA PARA O VALUE

Trata-se de um fundo de gestão ativa de crédito investment grade denominado em euros. O seu índice de referência é o Bloomberg Euro Aggregate Corporate. A duração pode oscilar entre +/- 1 ano no que diz respeito ao benchmark. A estratégia combina uma análise macroeconómico top-down com uma análise fundamental de viés value, que complementa com modelos quantitativos. Atualmente, o gestor sobrepondera em carteira a dívida subordinada, tanto de entidades bancárias como de seguradoras, na parte inferior do Tier 2 da estrutura de capital em instituições de importância sistémica. Também estão sobreponderados em obrigações híbridas corporativas, predominantemente de grandes empresas de serviços públicos (setor que sobrepondera) que emitem este tipo de instrumentos para superar um pico de capex e de empresas sem acesso aos mercados de ações (por exemplo, propriedade do governo ou familiar). Por classifiação de crédito, gostam especialmente das emissões BBB não finaneiras, subponderando, por outro lado, emissões com rating A de empresas não finaneiras.

À PROCURA DE EMPRESAS RESILIENTES

O objetivo deste fundo artigo 8º é bater o ICE Bank of America Merrill Lynch Euro Corporate durante um período de três a cinco anos, investindo em obrigações denominadas em euros emitidas por empresas de todo o mundo. Atualmente, a carteira está sobreponderada em serviços finaneiros, imobiliário, transporte e meios de comunicação. Está subponderada em bens de consumo, saúde, telecomunicações e setor automóvel. Gostam de modelos de negócio que beneficie de taxas de juro mais elevadas ou que mostrem resistência à inflaão. Também gostam dos ativos de infraestruturas relevantes para o sistema e de empresas que apoiam a transição para um mundo com menos emissões de carbono. Nos últimos meses, reduziram a sua exposição a dívida sénior e subordinada do setor finaneiro e imobiliário. Reduziram também a subponderação ao setor automóvel e aumentaram a liquidez através da compra de bunds. Reduziram a duração dos spreads e aumentaram ligeiramente a duração das taxas de juro em relação ao índice.

MAIO E JUNHO I FUNDSPEOPLE 85
GESTOR DANIEL LOESCHE
MORGAN STANLEY EURO CORPORATE BOND SCHRODER ISF EURO CORPORATE BOND JANUS HENDERSON EURO CORPORATE BOND

há cada vez mais gestores que acreditam que o IPC deixará brevemente de ser um problema. “Durante a crise da COVID-19, os EUA lançaram pacotes fiscais de quatro biliões de dólares e a M2 disparou. Existia muito dinheiro no sistema e os preços subiam porque os consumidores estavam dispostos a gastar. A partir de outubro de 2022, a M2 colapsou, mas a inflação manteve-se. Como é possível se o gás está a níveis pré-invasão?

Porque está com um atraso temporal de 15 a 18 meses. Em fevereiro de 2023 estará em cerca de 2,5%”.

É o que prevê Mondher Bettaieb-Loriot, responsável de Obrigações Corporativas na Vontobel AM, que considera que, a partir de agora, o

verdadeiro problema vai girar em torno do crescimento económico, cuja gravidade dependerá da magnitude da queda. Tendo em conta o atraso com a política monetária em relação à economia real, o especialista considera muito provável uma rápida contração da atividade, uma vez que as taxas bancárias, às quais as famílias e empresas contraem empréstimos, estão em cerca de 8% nos EUA. “Com um crescimento económico de 1,5%, isto não é sustentável”, avisa.

Segundo as suas estimativas, na Europa os dados mostram que, no final do ano passado, a procura de hipotecas diminuiu 70%, enquanto a dos empréstimos ao consumo diminuiu 25%. “Se não há empréstimos, cai o consumo.

Essa queda do consumo será particularmente visível a partir de meados deste ano. É nessa altura que começaremos a ver a inflaçãoa baixar a um ritmo acelerado”. Neste cenário, embora o abrandamento do crescimento possa ser um problema para muitas classes de ativos, há quem acredite que para as obrigações de maior qualidade pode ser o nirvana.

ELEVADO SPREAD

“O abrandamento do crescimento, a redução da inflação, o aumento das yields e o próximo fim do ciclo de subidas de taxas de juro por parte da Reserva Federal oferecem uma oportunidade fantástica para os fundos de dívida core gerarem um retorno total

123456 6 7 8 -3,5 -3,0 -2,5 -2,0 -1,5 123456 7 8 123456 6 7 8 -3,5 -3,0 -2,5 -2,0 -1,5 PRODUTOS COMPARAÇÃO 86 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO 2019 2020 2021 2022 2023 2019 2020 2021 2022 2023 2019 2020 2021 2022 2023
30
3.194,99 3.495,78 2.990,08 2.789,00 909,05 2.055,13 3.268,88 3.480,95 3.789,70 2.758,84 1.915,35 2.177,03 1.859,90 2.459,82 2.990,03
Fonte: Morningstar Direct. Dados em euros a
de abril de 2023. Dados de património em milhões de euros.
BLACKROCK EURO CORPORATE BOND M&G EUROPEAN CREDIT INVESTMENT INVESCO EURO CORPORATE BOND
BLACKROCK GLOBAL
EURO
BOND FUND M&G
INVESCO
JANUS HENDERSON
CORPORATE BOND FUND MORGAN STANLEY EURO CORPORATE BOND FUND SCHRODER ISF EURO CORPORATE BOND RENT. ANUAL. A 3 ANOS -3,04 -2,02 -1,73 -3,04 -2,12 -1,98 VOLATILIDADE A 3 ANOS 7,06 6,87 6,53 6,39 7,05 7,85 QUEDA MÁXIMA 3 ANOS -17,99 -16,14 -14,77 -17,43 -17,31 -18,99 RÁCIO DE SHARPE 3 ANOS -0,97 -0,85 -0,85 -1,07 -0,84 -0,74 ALFA 3 ANOS -0,35 1,05 1,06 -0,46 0,85 1,26 BETA 3 ANOS 1,06 1,02 1,01 0,99 1,06 1,10
Fonte: Morningstar Direct. Dados em euros a abril de 2023. O alfa e o beta calcularam-se com base no Índice Morningstar alocado à categoria. O rácio de sharpe calcula-se com base nas métricas de rentabilidade e desvio de padrão da Morningstar e considera-se como ativo sem risco a Euribor a 12 meses do primeiro dia do mês seguinte da data dos restantes dados.
FUNDS
CORPORATE
EUROPEAN CREDIT INV. FUND
EURO CORPORATE BOND FUND
HORIZON EURO

em torno dos 5% e voltarem a oferecer equilíbrio às carteiras de investimento”, sublinha Pramod Atluri, gestor de rendimento fixo na Capital Group. Mas o mercado é demasiado grande para ser tratado como um todo, mais ainda tendo em conta que não se move em bloco, e muito menos no atual contexto.

De facto, o que chama mais a atenção de Gaurav Chatley é o elevado spread que existe no mercado de crédito. “Se compararmos o quartil

PAR T NER

RAP T REN

A OPINIÃO DE

CRISTINA CARVALHO

Diretora para o mercado Institucional Ibérico e responsável pelo Mercado Português, Amundi

CURTO PRAZO

superior e o inferior dos spreads de crédito, vemos uma diferença semelhante à de março de 2020”. Na opinião do gestor de dívida da M&G Investments, para ter sucesso neste cenário, é essencial ser capaz de responder com rapidez às alterações que vão ocorrendo nos mercados para capturar as empresas atrativas em termos de valorização e que, de um ponto de vista fundamental, são sólidas. “A seleção será, como sempre, essencial”, conclui.

O aumento da volatilidade desencadeou uma fuga para a qualidade, com os investidores a voltarem a sua atenção para os fundos do mercado monetário, que registaram fluxos significativos.

Num ambiente de aumento das taxas de juro, volatilidade nos mercados e incertezas geopolíticas e económicas, acreditamos que os fundos monetários e de obrigações de curto prazo ganham protagonismo por três razões principais: Em primeiro lugar, devido ao seu interessante perfilde risco-retorno no que diz respeito aos depósitos bancários. Além disso, com uma multiplicidade

A informação sobre Organismos de Investimento Coletivo ou outros instrumentos financeiros incluída na FundsPeople é apresentada apenas com fim informativo e ilustrativo e não deve ser interpretada como uma oferta de venda ou recomendação de investimento. A informação não representa uma descrição completa dos OIC ou outros instrumentos financeiros e mercados a que faz referência.

de instrumentos e emitentes nos mercados monetário e de rendimento fio, podem proporcionar diversifiação, complementaridade e potencial para amortecer a volatilidade de outras classes de ativos. Em terceiro lugar, a sua liquidez e a existência de um enquadramento regulado e de controlo de riscos. Com mais de 30 anos de experiência na gestão de soluções de liquidez e uma equipa de mais de 40 analistas de crédito, a Amundi oferece uma gama completa para atender às necessidades dos investidores em toda a cadeia de valor com fundos que integram critérios ESG nas suas políticas de investimento.

123456 123456123456 MAIO E JUNHO I FUNDSPEOPLE 87 2019 2020 2021 2022 2023 2019 2020 2021 2022 2023 2019 2020 2021 2022 2023 1.722,49 2.072,14 2.068,16 9.613,20 11.151,41 10.573,54 8.111,89 4.224,71 3.104,75 8.531,79 1.914,69 3.565,42 2.448,66 1.779,74 2.555,99
MORGAN STANLEY EURO CORPORATE BOND SCHRODER EURO CORPORATE BOND JANUS HENDERSON EURO CORPORATE BOND
TRÊS SOBRECONSIDERAÇÕES MONETÁRIASSOLUÇÕES E DE OBRIGAÇÕES DE ULTRA

PONTOSCHAVE PARA INVESTIR EM FUNDOS ALTERNATIVOS LÍQUIDOS D

Os investidores devem estar cientes dos desafios envolvidos no investimento nestes produtos. Fatores como a regulação, liquidez, transparência, alavancagem ou despesas são críticos. Um processo robusto de due diligence é essencial, não só para reduzir riscos, mas também para identificar os melhores gestores.

urante décadas, os investimentos alternativos centraram-se quase exclusivamente nos grandes investidores institucionais e high net worth individuals (HNWI). O surgimento e crescimento dos alternativos líquidos abriu o universo desses ativos a um número crescente de investidores particulares. Estes fundos são veículos cotados que aplicam estratégias de investimento projetadas para emular as exposições e

o perfilde estratégias de investimento alternativas, como hedge funds ou os investimentos em mercados privados (normalmente orientados para imóveis e commodities).

Atualmente, o mercado de alternativos líquidos ultrapassa o bilião de dólares. Grande parte do capital está centrado em hedge funds, seguidos de perto pelos produtos que investem em imóveis e commodities.

Os investidores interessados em estar alocados a alternativos líquidos

PRODUTOS ALTERNATIVOS 88 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO

RENTABILIDADES ANUALIZADAS A 10 ANOS DOS FUNDOS ALTERNATIVOS LÍQUIDOS

devem considerar vários aspetos antes de investir. Os alternativos líquidos estão sujeitos a uma regulamentação rigoroso que restringe o tipo de investimentos que podem fazer, o tamanho e a liquidez das posições, entre outras coisas.

Embora os ativos subjacentes tendam a ser muito líquidos, o fundo pode não ser tão líquido, uma vez que a gestora tem o direito de limitar os resgates a 10% do valor do veículo. Em termos de transparência, embora

a gestora tenha de informar os reguladores das posições do veículo, não é obrigada a partilhar esta informação com os participantes.

Outra questão-chave é a alavancagem. Embora os alternativos líquidos a utilizem muito menos do que os fundos de investimento alternativos tradicionais, os investidores devem saber o grau de alavancagem da estratégia. Não obstante, uma alavancagem mais elevada aumentar o risco, uma alavancagem insuficientepode impedir

9% 8% 7% 6% 5% 4% 3% 2% 1% 0% EQUITY EVENT DRIVEN VALOR RELATIVO MACRO
Fonte: CAIA. Dados a 31 de dezembro de 2022.
HEDGE
ALTERNATIVE
MAIO E JUNHO I FUNDSPEOPLE 89
FUNDS UCITS (UE)
MUTUAL FUNDS (EUA)

ESTATÍSTICAS DE CARTEIRAS, COM E SEM ALTERNATIVOS LÍQUIDOS (2008-2020)

EMBORA OS

ALTERNATIVOS

LÍQUIDOS

APRESENTEM

RENTABILIDADES

CONSISTENTEMENTE

MAIS BAIXAS, O PERFIL DE RISCO DESTES

INSTRUMENTOS

VARIA CONSOANTE A ESTRATÉGIA

que o produto seja capaz de replicar as rentabilidades da estratégia objetivo.

Em relação aos custos, além das comissões de gestão clássicas, os fundos alternativos líquidos geralmente costumam cobrar por rentabilidade, normalmente entre 10% e 20% do retorno adicional. Além disso, dada a complexidade da estrutura e da estratégia, estes produtos têm despesas operacionais mais elevadas do que os produtos tradicionais, que normalmente são repercutidos nos participantes, o que influencia negativamente a rentabilidade.

RENTABILIDADE

Em termos de desempenho (ver gráfico acima à direita e na página anterior), a longo prazo os fundos OICVM (UE) e os fundos alternativos dos EUA não geram rentabilidades semelhantes às dos hedge funds com os quais são comparados. De facto, nos últimos 10 anos os retornos foram entre 50% e quase 90% inferiores aos da estratégia de re-

ferência. Embora os fundos alternativos líquidos apresentem rentabilidades consistentemente mais baixas, o perfilde risco destes instrumentos varia consideravelmente consoante a estratégia. Em dois dos quatro anos detalhados no gráfico,a volatilidade dos alternativos líquidos excede a dos hedge funds correspondentes.

Apesar de os alternativos líquidos existirem desde 1990, grande parte do crescimento dos ativos concentrou-se na última década. O facto de os investidores terem novas opções e fundos é positivo, mas também faz com que estes novos veículos tenham um histórico mais baixo para avaliar os seus resultados. O desempenho passado não garante rentabilidades futuras, mas pode ajudar a entender o perfilde risco-retorno de uma determinada estratégia ou fundo, algo mais difícil, ou mesmo inútil, quando o histórico é muito curto.

Apesar de tudo, existem razões de peso para incorporar alternativos líquidos numa carteira de investimentos, a

Fonte: CAIA. Rentabilidades médias.
GLOBAL 60/40 50% AÇÕES GLOBAL, 30% OBRIGAÇÕES GLOBAL E 20% EM ALTERNATIVOS UCITS LIQUID ALTS RELATIVE VALUE EVENT DRIVEN MACRO EQUITY HEDGE Rentabilidade 7,6% 7,4% 7,4% 7,3% 7,4% 8,1% Desvio-padrão 11,2% 9,8% 9,7% 9,7% 9,5% 11,0% Drawdown -35,9% -31,7% -31,4% -31,0% -31,0% -34,7%
PRODUTOS ALTERNATIVOS 90 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO

VOLATILIDADE ANUALIZADA A CINCO ANOS DOS FUNDOS ALTERNATIVOS LÍQUIDOS

os gestores mais qualificados. A due diligence para fundos alternativos líquidos mostra muitas semelhanças com o processo que se aplica aos tradicionais, mas cobre várias questões adicionais a considerar, dadas as particularidades dos fundos alternativos líquidos.

Além de analisar os riscos que já foram discutidos, vale a pena fazer as seguintes perguntas durante o processo de due diligence: o gestor do fundo já geriu uma estratégia semelhante antes? Durante quanto tempo? Em que medida o gestor do fundo satisfez as necessidades dos participantes? Como variaram os retornos e o risco do fundo em diferentes cenários e em comparação com a estratégia alvo? Quais são as principais diferenças entre a estratégia alternativa líquida e a estratégia de referência? Qual é o impacto esperado destas diferenças na rentabilidade relativa?

começar pelos benefícios que traz em termos de diversificação.Como mostra a tabela, uma alocação de 20% aos fundos OICVM reduz o risco da carteira (medido como a volatilidade) e as perdas, com um impacto mínimo na rentabilidade total.

Tal como acontece com quaisquer dados sobre a rentabilidade de um investimento, as percentagens incluídas no

quadro referem-se aos retornos médios. Os investidores podem aplicar os seus conhecimentos para identificarfundos que possam exceder os números médios do mercado e aumentar os retornos.

DUE DILLIGENCE

Um processo robusto de due diligence é essencial, não só para reduzir riscos, mas para tentar identificar

Dado o crescente interesse dos investidores de retalho em ativos alternativos, os alternativos líquidos vão desempenhar um papel importante na cobertura dessa alocação. Os investidores devem estar cientes dos riscos e desafiose entender as diferenças entre o comportamento do fundo alternativo líquido e a estratégia alvo. Apesar das divergências históricas em termos de retorno, os alternativos líquidos contribuem para reduzir o risco, pelo que continuam a acrescentar valor a uma carteira tradicional 60-40.

EQUITY EVENT DRIVEN VALOR RELATIVO MACRO Fonte: CAIA.
a 31 de dezembro
HEDGE FUNDS UCITS (UE) ALTERNATIVE MUTUAL FUNDS (EUA.) 12% 10% 8% 6% 4% 2% 0%
Dados
de 2022.
MAIO E JUNHO I FUNDSPEOPLE 91

TENDÊNCIAS DE COBERTURA DE DIVISAS EM MERCADOS EMERGENTES

Os gestores estão a utilizar cada vez mais ferramentas de tecnologia e de análise de dados, como algoritmos de machine learning, técnicas de otimização restringida e o método de simulação de Monte Carlo para tomar decisões de gestão de riscos mais informadas e identifiar riscos adversos.

Para os investidores que procuram elevados retornos, os mercados emergentes (ME) são, desde há muito tempo, um destino atrativo. No entanto, investir neles também pode ter os seus próprios desafios,incluindo a instabilidade política, a incerteza fiscal,a volatilidade económica e as flutuaçõesda moeda. Esta última, em particular, é um entrave persistente para os retornos dos investidores em dólares que investem a longo prazo nestes mercados.

Somos testemunhas de como os gestores têm conseguido um bom desempenho nos seus mercados locais, proporcionando retornos constantes e confiáveisna sua especialidade de nicho. No entanto, quando estes retornos são convertidos em dólares, observamos como estes se podem desgastar, marcando uma diferença significativa entre o retorno na moeda local e em dólares devido ao impacto das flutuações da moeda estrangeira.

Nos mercados desenvolvidos é comum ver os gestores de fundos cobrirem

92 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO
PRODUTOS
EMERGENTES
por Matheus Zani e Daniel Porto

eficazmenteo risco de câmbio, no entanto, quando se trata dos ME, a cobertura de divisas pode ser desafiantedevido à falta de contratos a prazo sem entrega (NDF), ao enquadramento regulamentar e aos spreads nas taxas de juro.

A gestão do risco de câmbio nos ME é um campo dinâmico ao qual os gestores de ativos se adaptam continuamente para mitigar riscos e otimizar retornos. Dado o potencial impacto do risco cambial nos rentornos, os investidores sofisticadosrequerem frequentemente que os gestores de fundos tomem medidas proativas para proteger os seus compromissos do risco cambial.

Desta forma, os gestores estão a utilizar cada vez mais ferramentas de tecnologia e de análise de dados, como algoritmos de machine learning, técnicas de otimização restringida e o método de simulação de Monte Carlo para tomar decisões de gestão de riscos mais informadas e identificarriscos adversos.

Estas ferramentas ajudam os gestores a comparar o desempenho estatístico de várias estratégias de cobertura; a avaliar o retorno do investimento durante cenários ex post (análise de backtesting); a encontrar um bom cabaz de divisas para cobrir moedas ilíquidas (proxy hedging); e a encontrar uma fronteira de eficiênciade carteira (hedge ratio ótima). Em geral, existem muitas aplicações de ferramentas de tecnologia e de análise de dados no campo da gestão de risco cambial.

TÉCNICAS ATUAIS

Uma técnica específicaque está a ganhar adeptos e que tem várias aplicações práticas é o método de simulação de Monte Carlo (MC), na qual é gerado uma grande quantidade de cenários aleatórios para simular o potencial resultado de um dado evento, como alterações nas taxas de câmbio.

Desta forma, o método de simulação de MC ajuda os gestores a desen-

SIMULAÇÃO DE MONTE CARLO COM MAIS DE 10.000 INTERAÇÕES

volver adequadas estratégias de gestão de riscos. Uma aplicação notável dessa técnica permite avaliar o rendimento de vários instrumentos financeiros como forwards, non-deliverable forwards, opções de vanilla e produtos estruturados de opções.

Outras aplicações da simulação de Monte Carlo permitem a um gestor de fundos responder às seguintes perguntas: como o retorno da minha classe coberta se compara com a de uma classe não coberta? Qual é a probabilidade de uma margin call usando

forwards ou opções? Qual é a dimensão da minha linha operacional para evitar risco de liquidez?

Outra atual tendência é envolver várias contrapartes: no meio da atual crise bancária e do cenário incerto, os gestores de fundos tentam afastar-se da dependência de uma só relação e adotar uma abordagem diversificadadas contrapartes que envolvem.

Além disso, ter diferentes fornecedores irá permitir ao gestor ter uma visão mais clara da oferta do mercado e do interesse por risco, ao mesmo tempo

Fonte: Deaglo.
Sob diferentes níveis de volatilidade e assimetría das moedas 0 50 100 150 200 250 7 6 5 4 6 5,5 5 4,5 4 3,5 3 0 20 40 60 80 100 120 Taxa de câmbio spot Período em dias Período em dias Taxa de câmbio spot MAIO E JUNHO I FUNDSPEOPLE 93

EMBORA POSSA SER MAIS DISPENDIOSO, O USO DE OPÇÕES PARA EVITAR

JURO ESTÁ A PROLIFERAR

que pode comparar melhor diferentes ofertas, garantias e preços.

Em terceiro lugar, a cobertura ao nível do fundo está a substituir a cobertura ao nível da transação. Os gestores que têm estado a cobrir exposições únicas ao nível do veículo para finsespeciais (SPV) notaram que esta prática é difícil de escalar ou de executar de maneira eficiente.Para responder a esta questão, a cobertura ao nível de fundo permite executar qualquer programa de cobertura independentemente da localização do investimento estrangeiro.

Além disso, os contratos entre fornecedores e fundos são diretamente assinados pelos limited partners (LP, entidade investidora), proporcionando uma melhoria significativaem termos de solvência e permitindo ao gestor aceder a linhas de crédito intensivas que otimizam adequadamente o uso dos compromissos dos investidores, em vez de depositar margens desnecessárias.

RISCO CAMBIAL

Outra tendência é criar e estabelecer um hedgeCo ou SPV de FX para executar todas as transações de cobertura de divisas em nome da estrutura. Um grande desafioque os gestores de fundos enfrentam quando investem nos mercados da América Latina é a falta de soluções sólidas de cobertura de divisas em cada jurisdição local. O mercado de divisas pode ser pequeno e muitos bancos locais não estão familiarizados com estruturas de fundos complexas. No

entanto, os fornecedores internacionais que podem oferecer e alargar produtos intensivos de cobertura de divisas em crédito têm dificuldadesem lidar com entidades estabelecidas em jurisdições locais, criando uma barreira de entrada na gestão do risco cambial.

Os gestores de fundos notaram que ajustando a estrutura e incluindo um SPV numa jurisdição fiscaleficientecom o mandato de executar as coberturas de divisas em nome dos LP ou da estrutura geral pode-lhes dar acesso a soluções de cobertura de divisas com uma abordagem global e agnóstica do mercado.

Por último, também proliferou o uso de opções para evitar diferenças adversas nas taxas de juro. Em mercados com elevadas taxas de juro, os contratos forward podem ser dispendiosos ou proibidos, dificultandoa cobertura do risco cambial. Para superar isto, os gestores podem usar opções como instrumento de cobertura em vez de depender unicamente de contratos forward. Embora as opções possam ser mais caras, podem potencialmente obter uma cobertura mais rentável num contexto de elevada diferença de taxas de juro.

Em geral, os gestores estão a utilizar uma abordagem integral e dinâmica que aproveita ferramentas estatísticas avançadas, estratégias de cobertura flxíveis e uma eficazgestão de garantias. Ao incorporar estes elementos, procuram obter ótimos retornos ajustados ao risco, ao mesmo tempo que minimizam os riscos de queda.

RALLY DA DÍVIDA EUROPEIA DE GRAU DE INVESTIMENTO: PODE CONTINUAR?

2022 foi um ano terrível para os investidores em obrigações investment grade em euros, tal como para a maioria dos ativos de risco mundiais. Os principais fatores negativos que contribuíram para este comportamento, como a inflação elevada, os preços do gás ou o encerramento da economia chinesa na sequência de uma política COVID zero, mostram uma alteração de tendência clara. Ao mesmo tempo, o panorama das valorizações também melhorou significativamente e estamos em níveis que podem ser considerados atrativos. Neste momento, encontramonos com as maiores yields das obrigações europeias investment grade dos últimos 10 anos.

Todos estes fatores são um bom presságio para que a recente recuperação do crédito de grau de investimento em euros se mantenha ao longo do tempo. Também esperamos que continue a tendência duradoura na qual se combinam anos de rentabilidade total negativa com outros de rentabilidade positiva.

Em resumo, apesar da recuperação dos mínimos do ano passado, mantemo-nos positivos nas perspetivas para 2023 relativamente ao crédito europeu investment grade.

TAXAS DE
DIFERENÇAS ADVERSAS NAS
ÁLVARO ANTÓN Responsável de Negócio e de Distribuição na Península Ibérica, abrdn RAP T REN
A PAR T NER 94 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO OPINIÃO DE PRODUTOS EMERGENTES

O FUNDO DE INVESTIMENTO COMO PEÇA FUNDAMENTAL NA CONSTRUÇÃO DE CARTEIRAS INSTITUCIONAIS

Os fundos de investimento, sejam eles ativos, passivos ou ETF, têm emergido no nosso país como uma ferramenta poderosa na construção de carteiras.

Aconcorrer com o investimento direto, a oferta de fundos cada vez maior no nosso país tem encontrado o seu caminho para o interior dos portefólios institucionais, geridos por profissionais Vantagens ao nível da flexibilidade diversificaçãoe, principalmente, especialização, fazem com que estes representem peças cada vez mais importantes na construção das carteiras, como ficaevidente nos dados que analisamos neste artigo.

O facto de uma grande parte destas peças serem providenciadas por

entidades gestoras estrangeiras não é um segredo, e isso tem-se refletid no peso dos ativos em fundos estrangeiros distribuídos no nosso país. “A maior dimensão de grande parte dos principais gestores de fundos estrangeiros permite que atinjam maiores economias de escala e, desse modo, reduzir os custos, sobretudo nas classes institucionais, que são as que são maioritariamente adquiridas para as carteiras”, ilustra João Pratas, presidente da Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios (APFIPP). Considera também que o “fator dimensão re-

Mercado de fundos estrangeiros Uma consequência relevante desta evolução é o papel crescente dos fundos de entidades gestoras estrangeiras nas carteiras institucionais. A estimativa mais recente da FundsPeople aponta para um montante de 40,27 mil milhões de euros em veículos internacionais.

MAIO E JUNHO I FUNDSPEOPLE 95
PRODUTOS INSTITUCIONAL por Miguel Rêgo

“O AUMENTO DO PESO DAS APLICAÇÕES

NOUTROS FUNDOS DE INVESTIMENTO NÃO

PODE SER DISSOCIADO DA TENDÊNCIA QUE TEMOS OBSERVADO, NOS ÚLTIMOS ANOS, DE UMA

MAIOR PROCURA POR

FUNDOS QUE INVESTEM EM DIFERENTES CLASSES DE ATIVOS”

JOÃO PRATAS APFIPP

“O AMBIENTE MACROECONÓMICO A QUE ASSISTIMOS NA ÚLTIMA DÉCADA [...] IMPLICOU UMA PERDA DE COMPETITIVIDADE NA OFERTA DE PRODUTOS DE CAPITAL GARANTIDO POR PARTE DO SETOR

ATIVOS ALOCADOS A UNIDADES DE PARTICIPAÇÃO DE FUNDOS DE INVESTIMENTO NAS CARTEIRAS INSTITUCIONAIS ( EM MIL MILHÕES DE EUROS)

e APFIPP; os valores indicados são brutos, não consideram as duplicações. Inclui fundos domésticos e fundos imobiliários.

flete-se,igualmente, numa maior capacidade de investirem em mercados e segmentos mais específicos,o que, associado ao menor custo, tornam os seus fundos muito competitivos quando comparados com o investimento direto”. Para o representante da associação de gestão de ativos nacional, entre outras vantagens, “os custos de transação reduzidos ou mesmo inexistentes, sobretudo no caso de fundos de gestão ativa, permitem aos gestores uma maior flexibilidadeno ajuste das carteiras decorrentes de alterações na estratégia de alocação ou para reagir a alterações nos mercados em que investem”.

OS NÚMEROS

Os dados compilados pela FundsPeople com base nas informações divulgadas pela Comissão do Mercado de

Valores Mobiliários (CMVM) e pela Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF), entidades supervisoras dos diferentes segmentos institucionais, mostram que o montante total alocado a investimento indireto nas carteiras das seguradoras, fundos de pensões, gestão de património e fundos mobiliários domésticos cresceu dos 26,27 mil milhões de euros para os 36,77 mil milhões entre 2018 e 2022, um crescimento de 40% ou 10,5 mil milhões de euros.

Entre os diversos segmentos analisados, a carteira das seguradoras é a mais relevante em Portugal em termos de dimensão, ultrapassando, em 2022, os 50 mil milhões de euros. Muito embora uma grande percentagem destes ativos esteja alocada a investimento direto, os 20% que não estão representam mais de 10 mil milhões de euros.

Este é um valor que cresceu mais de 70% em termos absolutos no período analisado e que está associado ao crescimento de um segmento em especíco, os produtos unit linked.

José Galamba de Oliveira, presidente da Associação Portuguesa de Seguradores (APS), explica como, historicamente, a captação de poupança no setor segurador esteve associada à emergência dos Planos Poupança Reforma (PPR) e, em geral, aos produtos com garantias de capital, taxas ou uma componente de participação nos resultados. Contudo, “o ambiente macroeconómico a que assistimos na última década, de inflaçõesmuito baixas e de baixas taxas de juro de referência, associado a regras de solvência mais exigentes, implicou uma perda de competitividade na oferta de produtos de capital garantido por

SEGURADOR”
OLIVEIRA
JOSÉ GALAMBA DE
APS
2022 2021 2020 2019 2018 CRESCIMENTO 2018-2022 Seguradoras 10.11 11.20 7.92 6,85 5,89 71,7% % total das carteiras das Seguradoras 20% 22% 15% 13% 12% 8.4 p.p. Gestão de patrimónios ou discricionária 12.79 14.15 12.47 12.60 11.57 10.5% % total das carteiras da GP 39% 38% 26% 20% 18% 20.9 p.p. Fundos de pensões 7.88 8.68 7.60 7.03 5.75 37.0% % total das carteiras dos FP 37% 36% 33% 32% 30% 7.4 p.p. Fundos mobiliarios nacionais 5.99 7.22 4.93 4.12 3.06 95.3% % total das carteiras dos FIM 35% 36% 34% 32% 27% 7.6 p.p. Fonte: ASF, CMVM
96 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO PRODUTOS INSTITUCIONAL

PESO DOS FUNDOS DE INVESTIMENTO AFETOS A PRODUTOS UNIT LINKED NO TOTAL DE FUNDOS DO SETOR SEGURADOR

OBRIGAÇÕES HIGH YIELD PODEM PROPORCIONAR RENDIMENTOS ATRATIVOS

Com as atuais yields, as obrigações high yield podem proporcionar rendimentos atrativos para o portefólio de um investidor. Yields na ordem dos 8% podem proteger contra a volatilidade do mercado obrigacionista, pelo que a probabilidade de obter um retorno positivo é maior.

A história mostra que quando as obrigações high-yield rendem entre 7% e 8%, a rentabilidade média anualizada a dois anos é de 9,2% e a anualizada a três anos de 7,9%. As yields das obrigações municipais high yield, cujo estatuto de isenção fical aumenta a sua atratividade, também aumentaram.

parte do setor segurador”, aponta. A consequência? A emergência de soluções que equilibram o risco assumido entre o tomador e as seguradoras. A resposta do setor para esta nova realidade passou, como aponta o presidente da APS, “pela disponibilização de produtos de seguros ligados a fundos de investimento, sem garantia ou com garantias parciais de capital na maturidade e com rentabilidades ligadas à evolução dos mercados”. Do total de ativos alocados a investimento indireto no setor, pouco mais de 83% resultam da atividade relacionada com este tipo de soluções, um peso que cresceu dos 62,74% de 2018.

Já no que diz respeito aos fundos mobiliários domiciliados em Portugal, o crescimento foi ainda mais intenso do que no setor segurador. Algo que, segundo João Pratas, não pode ser dissociado da tendência que temos observado, nos últimos anos, de uma maior procura por fundos que investem em diferentes classes de ativos, como sejam os fundos multiativos, os fundos flexíveise os fundos PPR.

“É precisamente nestas tipologias que o investimento indireto, através de fundos de investimento, tem maior significado”,sendo que, segundo o presidente da APFIPP, as razões que sustentam o crescimento das estratégias baseadas em fundos de investimento acabam por ser comuns” aos fundos de pensões.

Por último, e apesar de ser o segmento que mostra a menor variação neste conjunto, analisamos a a gestão de patrimónios (GP). Aqui, importante relevar que apesar do crescimento de apenas 10,5% no valor absoluto alocado à ferramenta fundo, esta viu o seu peso crescer dos apenas 18% em 2018, para 39% em 2022. As dinâmicas do setor, com os movimentos muito relevantes de internalização da gestão por parte de gestoras de fundos de pensões e seguradoras historicamente ligadas à gestão de patrimónios - os ativos geridos recuaram para metade no período - fizeram com que o património se concentrasse em carteiras que se suportam mais em fundos de investimento.

Acompanhamos a economia e tomamos decisões de investimento baseadas em estudos fundamentais. Os investidores premium pagam para ter obrigações high yield em vez de Treasuries comparáveis, sugerindo que as obrigações são bastante valorizadas e podem ganhar à medida que o crescimento abranda e os consumidores recuam nas despesas discricionárias.

Mantemos mais liquidez do que o habitual para poder tirar partido da potencial volatilidade do mercado e posicionamos o portefólio com certa cautela, caso os EUA entrem em recessão. Apesar de estarmos conscientes da possibilidade de contração, não esperamos o mesmo nível de volatilidade que se seguiu à crise finaneira ou ao início da pandemia no mercado de high yield. O mercado de obrigações high yield norte-americanas é agora de melhor qualidade, com apenas 11% das obrigações com rating CCC ou inferior (a 31 de dezembro de 2022), contra 20% em dezembro de 2007.

A OPINIÃO DE RAP T REN PAR T NER
SHANNON WARD Gestora de portefólios de fi xed income, Capital Group
100% 75% 50% 25% 0% 2018 2019 2020 2021 2022 Fonte: ASF OUTROS SEGMENTOS
SETOR SEGURADOR SEGMENTO UNIT LINKED MAIO E JUNHO I FUNDSPEOPLE 97
DO

COMO E PORQUÊ INVESTIR EM BIO DIVER SIDADE

Estreitamente relacionada com as alterações climáticas, a diversidade a todas as escalas está a ganhar a atenção dos investidores, mas a falta de dados fiveis é um grande obstáculo na hora de agir.

98 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO PRODUTOS ISR

PERDA DE BIODIVERSIDADE POR REGIÕES

Abiodiversidade importa cada vez mais no universo do investimento sustentável, especialmente após a COP26 em Glasgow. Trata-se de um conceito complexo, descrito num recente relatório da Candriam (Biodiversidade: a nova fronteira do investimento, março de 2023), como “as variações dentro e entre a gama de espécies e comunidades biológicas que povoam a Terra”.

Segundo a gestora, é importante destacar que a definição“refletea diversidade a todas as escalas: genética, de indivíduos, de povoações, de espécies, de comunidades, de ecossistemas e de biomas”. Além disso, “o conceito também abarca as interações entre espécies e como estas variam nos biomas, bem como a totalidade dos processos dos ecossistemas”. Estas interações são fundamentais, uma vez que biodiversidade não se limita a medir a fauna e

floraou a proteger espécies ameaçadas. A biodiversidade importa no mundo de investimento devido à sua estreita relação com a estabilidade e o funcionamento dos ecossistemas. Os ecossistemas saudáveis e ricos em biodiversidade são capazes de proporcionar uma ampla gama de serviços ecossistémicos, como a regulação do clima, a purificação da água, a polinização de cultivos e a proteção contra desastres naturais.

EFEITOS NEGATIVOS

Por outro lado, a perda de biodiversidade e a degradação do meio ambiente podem ter efeitos significativosna economia e nas empresas, como o aumento dos custos de produção, a diminuição da disponibilidade de recursos naturais e a perda de oportunidades de negócio. Para quantificar,uma estimativa do Fórum Económico Mundial mostra que a geração de valor económico de

A POPULAÇÃO DA FAUNA SILVESTRE DIMINUIU 69% ENTRE 1970 E 2018 Fonte:
55% 18% 66% 94% 20% MAIO E JUNHO I FUNDSPEOPLE 99
Candriam e WWF (World Wildlife Foundation).

CONSEQUÊNCIAS

NEGATIVAS PARA AS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS E A UTILIZAÇÃO DA ÁGUA

INGRID KUKULJAN

FEDERATED HERMES LIMITED

44 biliões de dólares, mais de metade do PIB mundial, depende de forma moderada ou elevada da natureza e dos seus serviços e, por isso, está exposta à perda da natureza.

A Plataforma Intergovernamental sobre a Biodiversidade e os Serviços Ecossistémicos (IPBES) identificou cinco principais fatores da perda de biodiversidade: alterações na utilização do solo, exploração extrema, alterações climáticas, poluição e espécies invasoras. Essa perda está a acelerar.

Destas causas, para Ingrid Kukuljan, responsável de Impacto e Investimento Sustentável da Federated Hermes Limited, “a principal é a agricultura insustentável, que tem enormes consequências negativas para as alterações climáticas e a utilização da água”.

Em relação com o uso e exploração da terra, a Schroders considera que, “dado que cerca de 80% da biodiversidade terrestre se encontra nas florestas,a tomada de medidas credíveis relacionadas com a natureza deve começar por pôr fimà desflorestação”.A gestora britânica acaba de dar a conhecer a sua iniciativa Plano para a Natureza, em que defineos seus objetivos relacionados com a biodiversidade e reclama o poder do investimento para acelerar a chegada de um futuro mais positivo para o nosso ambiente. Neste caminho, o principal obstáculo é que “não existem atualmente dados e ferramentas suficientementesólidos ou abrangentes para medir o nosso impacto sobre a natureza com a precisão que gostaríamos”, afirmam

Peter Harrison, CEO do grupo, afirma no plano apresentado que “a incapacidade de não quantificar os benefícios da natureza leva-nos a correr o risco de os ignorar. Enquanto não conseguirmos medir o nosso impacto na natureza, não podemos responder perante os nossos clientes, as empresas não poderão informar sobre esse impacto e as autoridades reguladoras de todo o mundo não estarão satisfeitas. Um conhecido ditado da gestão diz que o que é medido é gerido, e é extremamente verdadeiro no caso da natureza”.

ROMUALDO TRANCHO Diretor de Desenvolvimento de Negócio para Portugal, Allianz Global Investors (AllianzGI)

A INTELIG Ê NCIA ARTIFICIAL SAI DO ECR Ã

A inteligência artificialgenerativa (IA), com ferramentas como o ChatGPT, está nas bocas do mundo. O impensável tornou-se o quotidiano. Os avanços são evidentes em muitas áreas: a aprendizagem das máquinas e a sua capacidade para resolver problemas e interagir de forma efiaz com os seres humanos está a progredir a grande velocidade. As empresas têm de investir recursos humanos e finaneiros para tentar aproveitar todo o potencial que a IA oferece a longo prazo. A escassez de mão-deobra e as deslocalizações, dois fenómenos crescentes, traduzemse em custos laborais e de capital mais elevados para as empresas. E é aqui que a IA pode aportar valor. A IA vai ajudar a lidar com custos crescentes através de melhorias da produtividade e automação. As empresas estarão sujeitas a um darwinismo digital em que haverá vencedores e vencidos. Os que se adaptarem rapidamente e aproveitarem o ponto de inflxão que estamos a alcançar em termos de acessibilidade a novas tecnologias disruptivas serão os grandes vencedores. Para os investidores em ações, isto signifia uma abordagem focada na seleção de ações. As empresas têm de melhorar a produtividade e fazer mais com menos numa economia mais lenta. Muitas das nossas participações nos setores automóvel, de consumo, saúde e finaneiro já estão a assistir aos primeiros benefícios da IA. Esperamos que mais indústrias coloquem em marcha iniciativas de IA para acelerar a sua evolução digital.

“A PRINCIPAL CAUSA DA PERDA DE BIODIVERSIDADE É A AGRICULTURA INSUSTENTÁVEL, QUE TEM ENORMES
A OPINIÃO DE RAP T REN PAR T NER
100 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO PRODUTOS ISR

OS ETF MAIS COMUNS NOS FUNDOS DE GESTÃO PORTUGUESA

2022 foi um ano recorde para os ETF a nível global e o quinto melhor ano a nível europeu. Os ativos sob gestão dos fundos portugueses alocados a estes produtos, no final de maço de 2023, ultrapassava os 2,1 mil milhões de euros.

Omundo dos ETF tem ganho cada vez mais destaque. Utilizados muitas vezes pelos investidores como forma de ganharem exposição ao beta de um mercado ou setor particular, estes produtos registaram mais um ano de fluxosrecorde a nível global, com o geral dos Exchange Trade Products (ETP) a receberem 867.000 milhões de dólares em entradas líquidas, segundo a BlackRock. Na Europa, 2022 foi o quinto melhor ano para os ETF. A Amundi estima que os ativos sob gestão destes produtos no velho continente ascendem atualmente a 1,24 biliões de euros.

Embora os fundos sejam apenas um dos vários compradores institucionais deste tipo de produtos no nosso

país, se olharmos somente para estas carteiras geridas por portugueses, em Portugal existem 17 provedores e 499 ETF que ocupam parte das carteiras dos fundos de investimento. Segundo os dados agregados pela FundsPeople com base na Morningstar, a abril de 2023, os ativos sob gestão em ETF dos fundos em Portugal ultrapassavam os 2,1 mil milhões de euros.

ETF NOS FUNDOS

Do valor total que se encontra em ETF nos fundos de fundos portugueses, 51% está em produtos de fixed income (1.114 milhões de euros), 46% em equity (993 milhões de euros) e 3% em commodities (66 milhões de euros). Em cada uma destas categorias foram agrupados os 10

MAIO E JUNHO I FUNDSPEOPLE 101
PRODUTOS ETF por Ana Garcez e Miguel Rêgo

TOP 10 DE ETF EM CADA PRINCIPAL CATEGORIA GLOBAL POR AUM €

“NOS ETF DE OBRIGAÇÕES OS INVESTIDORES CONHECEM

ANTECIPADAMENTE A YIELD, A DURAÇÃO, OAS, ETC., OFERECENDO EXPOSIÇÃO IMEDIATA E UMA ÓTIMA GESTÃO DOS RISCOS”

ANTONIO ROYO-VILLANOVA

XTRACKERS

"O INVESCO S&P 500 UCITS ETF OFERECE AOS INVESTIDORES UMA FORMA ECONÓMICA DE OBTER UMA EXPOSIÇÃO EFICIENTE AO

S&P 500”

LAURE PEYRANNE

ETF com maior valor de ativos sob gestão. Na categoria de fixed income, o primeiro lugar é ocupado pelo Xtrackers II US Treasuries UCITS ETF, da DWS, que investe em obrigações governamentais com foco nos EUA. Este produto conseguiu ultrapassar os 400 milhões de euros em ativos sob gestão nas carteiras dos fundos nacionais, sendo o ETF com maior montante no conjunto de todas as categorias.

Segundo Antonio Royo-Villanova, vendas sénior para a Península Ibérica da Xtrackers, “nos ETF de obrigações os investidores conhecem antecipadamente a yield, a duração, OAS, etc., oferecendo exposição imediata e uma ótima gestão dos riscos”. “O nosso Xtrackers II US Treasuries UCITS ETF investe em toda a curva

“SE OS MERCADOS ACIONISTAS A NÍVEL GLOBAL ENTRAM EM QUEDA OU AS ECONOMIAS ENTRAM EM RECESSÃO, ESPERAMOS QUE O OURO TENHA UM COMPORTAMENTO NO SENTIDO OPOSTO” ANDRÉ THEMUDO

INVESCO
ISHARES
AÇÕES ATIVOS Invesco S&P 500 UCITS ETF 85.704.917 iShares Core MSCI EM IMI UCITS ETF 65.192.246 Lyxor S&P 500 UCITS ETF 48.394.588 Xtrackers S&P 500 Swap UCITS ETF 43.844.154 UBS (Lux) Fund Solutions – MSCI EMU Value UCITS ETF 43.816.280 Amundi Index Solutions - Amundi S&P 500 UCITS ETF 42.950.311 iShares Core FTSE 100 UCITS ETF 41.791.862 iShares VII PLC - iShares Core S&P 500 UCITS ETF 39.952.978 iShares Core MSCI World UCITS ETF 32.552.756 iShares VII PLC - iShares Core FTSE 100 UCITS ETF 30.395.093 FIXED INCOME ATIVOS Xtrackers II US Treasuries UCITS ETF 428.268.716 iShares Core € Govt Bond UCITS ETF 183.082.413 iShares € Corp Bond 0-3yr ESG UCITS ETF 95.445.152 iShares € Aggregate Bond ESG UCITS ETF EUR 85.006.755 SPDR® Bloomberg 0-3 Year Euro Corporate Bond UCITS ETF 62.537.287 iShares Core € Corp Bond UCITS ETF 58.181.503 iShares € Govt Bond 3-5yr UCITS ETF 51.281.577 iShares € Govt Bond 1-3yr UCITS ETF 42.046.486 Xtrackers II EUR Corporate Bond UCITS ETF 17.547.828 Amundi Index Solutions - Amundi Prime Euro Corporates 16.134.373 COMMODITIES ATIVOS iShares Physical Gold ETC 48.652.053 Invesco Physical Gold ETC 6.882.877 WisdomTree Natural Gas 4.023.405 L&G Multi-Strategy Enhanced Commodities UCITS ETF 3.213.212 WisdomTree Copper 1.168.077 WisdomTree Brent Crude Oil 847.500 WisdomTree Heating Oil 633.787 iShares DiversifiedCommodity Swap UCITS ETF 268.894 Xtrackers Bloomberg Commodity ex-Agriculture & Livestock Swap UCITS ETF 265.434 WisdomTree Enhanced Commodity UCITS ETF 159.229 Fonte: FundsPeople e Morningstar Direct. Carteiras mais recentes disponíveis a 10 de abril de 2023. 102 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO PRODUTOS ETF

DOS 2,1 MIL MILHÕES DE EUROS EM ETF

FUNDOS DE FUNDOS PORTUGUESES, 51% ESTÁ EM PRODUTOS DE FIXED INCOME,

MERCADOS PRIVADOS: NOVAS SOLUÇÕES PARA UM NOVO MUNDO

de governos norte-americanos, pelo que o investidor obtém, com apenas um clique, exposição a 280 obrigações, com uma duração de 6,53 e uma yield to maturity de 3,82%, com um TER de apenas 0,07% (dados a finalde março de 2023) e podendo investir também na classe coberta em euros, reduzindo o risco de divisa”, realça. É também nesta categoria que podemos encontrar os dois únicos ETF ESG nos Top 10 por categoria, ambos da iShares: o iShares Corp Bond 0-3yr ESG UCITS ETF, e o iShares Aggregate Bond ESG UCITS ETF EUR.

HEGEMONIA AMERICANA

Nas ações, o destaque vai para um ETF de réplica sintética, o Invesco S&P 500 UCITS ETF, que, nos dados recolhidos, mostrava agregar 85 milhões de euros nas carteiras dos fundos portugueses. Como tínhamos visto na última edição desta revista, uma das maiores categorias deste tipo de réplica são as ações norte-americanas e o ETF da Invesco não foge a essa tendência.

“O S&P 500 é, provavelmente, o índice de referência do mercado de ações mais conhecido no mundo. O Invesco S&P 500 UCITS ETF oferece aos investidores uma forma económica de obter uma exposição eficientea este índice. Uma das principais vantagens desta abordagem de investimento para esta exposição é o facto do fundo ser capaz de acompanhar a performance do índice de retorno bruto, o que o torna

um líder neste mercado”, afirmaLaure Peyranne, responsável de ETF para a Península Ibérica, América Latina e US Offshore na Invesco.

Mas esta não é a única entidade que tem o seu ETF sobre o índice norte-americano como um dos 10 ETF mais comuns nos fundos de fundos portugueses, com a Amundi, a Xtrackers e a iShares a conseguirem também este feito. A Amundi consegue inclusive colocar dois ETF sobre o S&P 500, um da gama Lyxor, o Lyxor S&P 500 UCITS ETF, e o Amundi S&P 500 UCITS ETF.

Por último, na categoria de commodities, as estratégias recaem sobre o ouro e outros metais preciosos, o gás ou o petróleo, e é precisamente um produto sobre o ouro que lidera. Em períodos de maior correção de mercado, o ouro comportou-se especialmente bem historicamente, protegendo contra a inflaçãoe amortecendocontra subidas de taxas.

O iShares Physical Gold ETC possui um montante de ativos sob gestão de cerca de 48 milhões de euros. “Há uma série de razões que fundamentam o porquê de ter exposição ao ouro nas carteiras, sendo a mais relevante a capacidade de diversificação vs. outros fatores do mercado”, afirma André Themudo. “Se os mercados acionistas a nível global entram em queda ou as economias entram em recessão, esperamos que o ouro tenha um comportamento no sentido oposto”, acrescenta o responsável de negócio em Portugal da iShares.

O atual cenário inflacionáriofaz com que os mercados privados ofereçam soluções atrativas a longo prazo, mesmo que isso signifiquereduzir a liquidez. Esse posicionamento oferece estabilidade nas avaliações; protege contra a inflaão, um dos pilares desta classe de ativos; e oportunidades de investimento no quadro da transição para a sustentabilidade, com um vasto catálogo de oportunidades nesta área.

Acreditamos que o valor estará concentrado especialmente em megatendências como digitalização ou descarbonização. Também dividimos as oportunidades em três categorias: capital de risco: a redução do fluo de operações e o aumento dos custos de financiameto têm causado distorções no mercado. Isso oferece um ponto de entrada atrativo para muitos investimentos.

Ativos reais: bem posicionados para oferecer proteção contra inflaão e subida de juros. No entanto, deve-se ser muito seletivo com os seus investimentos para garantir que essa proteção seja efiaz.

Crédito: os mercados de dívida privada estão a enfrentar forças opostas: taxas nominais mais altas e spreads cada vez maiores, por um lado, e menos apetite dos bancos para emprestar diante da piora nas previsões económicas.

NOS
46% EM
EM COMMODITIES
EQUITY E 3%
A OPINIÃO DE RAP T REN PAR T NER
JAVIER GARCÍA DÍAZ Responsável de Vendas para Portugal, Espanha e Andorra, BlackRock
MAIO E JUNHO I FUNDSPEOPLE 103

ENTRE A ARTE E O DESPORTO

O encanto da arte marcial karaté reside, entre outras coisas, no facto de poder ser praticada até mais tarde. No BTT, por seu turno, a adrenalina conduz a sorrisos, mas também a novos desafis constantes.

Os mercados de capitais são um meio utilizado pela maioria para investir e procurar aumentar os seus rendimentos futuros, mas alguns participantes procuram os mercados financeirospela adrenalina. Raramente estes objetivos são conciliáveis, ainda que, muitas vezes, quem opta pela segunda via não tenha consciência disso.

Há quem invista por buckets, dividindo investimentos a longo prazo de investimentos especulativos. Esta estratégia poderá não ser a mais eficiente numa lógica de longo prazo, mas, para determinados investidores, pode ser uma forma de estancar efeitos nocivos do portefólio/conta especulativa no património financeiro total. Já Voltaire dizia que o ótimo é inimigo do bom.

O meu percurso profissionalnos mercados de capitais iniciou-se associado ao curto prazo, mas já há cerca de uma década que estou completamente focado no longo prazo. Recuando a esse período inicial, poderia trazer para esta rubrica o futsal como o principal hobby. Mas, a intensidade desse desporto como um hobby era/é, em grande parte, penalizadora da minha continuidade como desportista a longo prazo.

104 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO
OUT OF OFFICE DESPORTO
por Emanuel Vieira

A mudança de rumo a nível profissinal, mais orientado para o longo prazo, teve algum acompanhamento na vertente dos hobbies, abrindo-me a mente para uma atividade que antes pensava só fazer sentido se iniciada em tenra idade: o karaté.

MAIS QUE UM DESPORTO

Em 2013, o improvável karateca Fernando Oliveira desafiou-mea ir experimentar um treino de karaté, e logo com o ilustre Shihan Mário Águas. Tal como esperava, pareceu-me que não tinha aptidão para esta arte marcial, mas o ambiente e a perceção de que estava perante algo mais do que um desporto cativaram-me. Continuando a ir aos treinos percebi que este seria um desporto (não é um desporto, mas sim uma

arte marcial) que poderia praticar até bem tarde e que o mesmo me proporcionaria melhorias de condições físicas em componentes que sempre descurei. No karaté, podemos treinar a concentração, coordenação, precisão e flexiblidade, além da força. Não menos importante é o cultivo de uma cultura de melhoria contínua e de respeito pelos outros, que não é uma característica tão vincada nos desportos ocidentais.

O privilégio de treinar com o Shihan Mário Águas facilitou o encanto por esta arte marcial que, na fase inicial, pode ser menos apetecível para quem esteja habituado ou à procura de algo mais intenso. Os estágios internacionais com os mestres japoneses do Shotokan Karate-Do International Federation, como o kancho (chefe) Nobuaki

Kanazawa ou o instrutor chefe Manabu Murakami, elevam a aura da prática do karaté. Atualmente sinto que o karaté é um pilar essencial do meu equilíbrio e só tenho pena de não conseguir dedicar mais tempo a esta arte.

Ao contrário da mudança a 100% para uma perspetiva de longo prazo na atividade profissional, nos hobbies desportivos mantive uma linha mais ligada à adrenalina. Ao sábado é novamente dia de acordar cedo, desta feita para saltar para a bicicleta e rumar ao monte. O BTT foi uma atividade iniciada pouco depois do karaté. Após as primeiras experiências, muito a medo e com equipamento não totalmente adaptado a esta variante do ciclismo, lá chegou o dia em que soltei as amarras psicológicas e deixei os níveis de adrenalina subirem ao patamar de um grande sorriso. O fim de semana inicia-se habitualmente com uma volta matinal, com mais ou menos lama, que permite um refrescar da mente. Na maior parte das vezes repetem-se as Serras do Porto com mais enduro, mas desde setembro de 2021 que recorro a diferentes organizadores de eventos para ir conhecer outras paragens com mais crosscountry. Algumas provas são um enorme exercício de persistência e gestão de esforço, mais à semelhança de investimentos de longo prazo do que de eventos de adrenalina, em especial o Extreme Peneda-Xures em que me aventurei, em junho de 2022, com 130 kms de distância e 4.000 metros de acumulado positivo. Não foi fácil, mas mais de 14 horas depois da partida lá cheguei ao fim.

Com a atividade profissionale familiar a exigirem a maior parte do meu tempo, sinto-me grato por poder aplicar algumas horas da minha vida entre a arte e o desporto mencionados... Ambos rendem a curto prazo, mas pelo menos um deles espero continuar a capitalizar até tardia faixa etária.

ADRENALINA As primeiras experiências no BTT foram a medo, mas depois das amarras psicológicas se soltarem, só resta aproveitar a adrenalina.
MAIO E JUNHO I FUNDSPEOPLE 105

VIAGEM AO DOURO

O vinho é algo que requer muito cuidado

afino. No

Começo por admitir que em 2020 o meu perfi de conhecimentos e experiência, ao nível dos vinhos, poderia ser considerado básico ou iniciado. Em 2021, com a minha companheira de viagem destes últimos 30 anos, decidimos fazer uma viagem ao Douro… e foi aí que tudo começou a alterar-se.

O Douro é de facto uma região muito especial. Quaisquer palavras que consiga utilizar ficarãosempre aquém da realidade, para descrever o rio a serpentear os montes, a natureza e, em particular, as vinhas e os famosos socalcos. A incrível paisagem não deixa de nos surpreender quando olhamos para ela de um novo local, de uma altitude diferente ou mesmo a uma diferente hora do dia… já para não falar dos tons castanhos da vinha despida no inverno, do verde na primavera/ verão e do dourado do outono. A vinha tem que ser cuidada com muito trabalho e, como se costuma dizer, com “sangue, suor e lágrimas”. O terreno é de tal forma ingreme que praticamente não há máquina que possa ajudar o trabalho do Homem. A vindima, totalmente manual, tem que ser feita pela fresca, pois a meio do dia facilmente se atingem 30 a 40 graus… que se mantêm, com a ajuda do xisto, até noite dentro. Tudo isto nos

faz ter respeito por cada garrafa de vinho que nos é dada a experimentar.

Peso da Régua, Pinhão, São João da Pesqueira, Foz Côa e tantas quintas para conhecer. Desde as grandes casas com as suas variadas gamas até pequenos produtores que conseguem fazer pequenas maravilhas nos seus nichos ou mesmo rivalizar com os grandes. Apercebemo-nos que aqui se fazem vinhos tranquilos (de mesa) de excelência, o Vinho Douro DOC. As vinhas velhas e o estágio em barrica ou balseiro dão uma importante singularidade a produzirem vinhos que podem ombrear com qualquer outro no mundo. Ficámos igualmente a perceber melhor o mundo dos vinhos fortificados,onde se inclui o Vinho Porto DOC. Branco, Lágrima, Ruby, Late Bottled Vintage, Vintage, Tawny ou Old Tawny, qual o melhor? O que pensar de um Very Old Tawny ou um Vintage com várias décadas ou mesmo mais de um século? Parece irreal pensar que várias gerações passadas cuidaram daquele vinho que nos é dado hoje… assim como hoje, várias pessoas estão a tomar decisões sobre o que fazer a vinhos que vão ser servidos daqui a várias gerações futuras.

Mesmo para quem não seja grande apreciador de vinho, tranquilo e/ou fortificado,penso que o Douro mere-

ce uma visita e, já agora, porque não ir também a Gaia ver as caves onde, após várias fases de trabalho e dedicação, o Porto estagia e envelhece por alguns (ou muitos) anos, esperando calmamente pela sua hora.

Podemos, ainda em Gaia, apreciar a fantástica renovação que o WOW trouxe aquela zona, com os seus espaços museológicos e de lazer dedicados ao Porto, ao vinho e não só. De volta ao Douro, a oferta de Enoturismo tem crescido bastante e temos que fazer escolhas pois, havendo tanto para ver, algumas têm que ficarpara uma pró-

e
Douro consegue perceber-se melhor o mundo de cada vinho e, ao mesmo tempo, saborear o que há de mais português: o bem receber.
106 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO
OUT OF OFFICE VIAGEM
por Rui Castro Pacheco

xima visita, porque ficasempre uma vontade de voltar.

TIPOS DE VISITAS

Podemos optar por visitas simples até visitas mais personalizadas em que se podem provar vinhos Douro e Porto, mas há que ter cuidado pois a estrada de acesso a algumas quintas é sinuosa e o condutor tem que se sacrificare conter na prova. Neste ano, iniciámos a nossa viagem ao Douro na zona do Pinhão (Cima Corgo) e fomos, na direção do litoral, até ao Peso da Régua (Baixo Corgo). Na nossa primeira experiência,

na Quinta do Seixo, fomos recebidos por um senhor de capa e chapéu que nos fez uma bela visita e, depois da prova, terminámos com um piquenique do outro mundo, com uma paisagem incrível, comida do melhor e vinhos a que tivemos literalmente que dizer chega. Terminámos na Quinta da Pacheca em que a visita foi igualmente muito interessante e detalhada e que terminou quase num convívio com o nosso guia.

Podia enumerar tantas outras… fomos tão bem recebidos e gostámos tanto de tudo o que visitámos, que voltámos em 2022, desta vez partindo do Pinhão,

para o interior, até Foz Côa (Douro Superior). Apenas para dar mais um exemplo, visitámos por estes lados a Quinta da Ervamoira. Depois de vários quilómetros de estradas desconhecidas, onde é preciso confiarno GPS e enfrentar o pó de uma última parte em terra batida, entramos num vale indescritível em que, correndo o risco de me repetir e como em tantas outras ocasiões, fomos extremamente bem recebidos.

Como costuma dizer a mulher da minha vida… “quando preciso acalmar, fecho os olhos e imagino que estou no Pinhão a olhar a paisagem”.

A oferta de Enoturismo tem crescido muito e há que fazer escolhas. Fica sempre uma vontade de voltar. Mas mesmo para quem não seja grande apreciador de vinho, o Douro merece uma visita.
MAIO E JUNHO I FUNDSPEOPLE 107

n The fund invests in high-quality global companies with a focus on stock selection

n Freedom to invest without constrains allows us access to both developed and emerging markets

n High-quality research drives high-conviction portfolio of our best ideas

Risks to be aware of

This fund is subject to a range of risks from the securities it invests in and techniques it uses to achieve its objective. Investors should read the Prospectus for a full description of all risks.

Investment risks

The fund is subject to risks associated with investment in equities, portfolio concentration and currencies.

Typical investor profile

This fund is suitable for investors who can tolerate high levels of risk and volatility and have a long-term investment horizon.

Important information: TThreadneedle (Lux) is a Luxembourg domiciled investment company with variable capital (“SICAV”), managed by Threadneedle Management Luxembourg S.A.. This material should not be considered as an offer, solicitation, advice or an investment recommendation. This communication is valid at the date of publication and may be subject to change without notice. Information from external sources is considered reliable but there is no guarantee as to its accuracy or completeness. The SICAV´s current Prospectus, the Key Information Document and the summary of investor rights are available in English and/ or in Portuguese (where applicable) from the Management Company Threadneedle Management Luxembourg S.A., International Financial Data Services (Luxembourg) S.A., your financial advisor and/or on our website www.columbiathreadneedle.com. Threadneedle Management Luxembourg S.A. may decide to terminate the arrangements made for the marketing of the SICAV. Issued by Threadneedle Management Luxembourg S.A. registered with the Registre de Commerce et des Sociétés (Luxembourg), Registered No. B 110242, 44 rue de la Vallée, L-2661 Luxembourg, Grand Duchy of Luxembourg. Columbia Threadneedle Investments is the global brand name of the Columbia and Threadneedle group of companies. 02.23 | 293346_PT | 5406324 www.columbiathreadneedle.pt A global equity portfolio that invests in quality companies with durable competitive
and
to
and
advantages
the ability
generate strong
sustainable returns.
Focused on competitive advantage
consistent growth This is a marketing communication. Please refer to the prospectus of the UCITS and to the KID before making any final investment decisions.
Threadneedle (Lux) Global Focus
for
293309_Global Focus Print Ad_Portugal_Feb 2023_170x240.indd 1 20/01/2023 16:28:10
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.