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Joshua Holo

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Marcelo Treistman

Marcelo Treistman

o aBraço sufoCante

Nos EUA o judaísmo se encontra num contexto religioso que, embora verdadeiramente livre e aberto, não é aquilo que mais queríamos que fosse: indiferente. É justamente a persistente relevância do judaísmo para com os outros que reflete as profundas tensões culturais e religiosas.

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joshua Holo

Vinte anos atrás, um querido amigo meu surtou numa crise de identidade. Sem avisar, foi ao aeroporto de Los Angeles e pulou para dentro de um voo destinado ao primeiro lugar que aparecia no painel de partidas.

Meu amigo de classe média, talvez um típico judeu americano, se encontrou, no sentido de se localizar, mas também no sentido de se autodescobrir, em Belfast, Irlanda. Especificamente, num bar, num momento decisivo.

Ao se aproximar da entrada, meu amigo topou com o segurança, que, bloqueando a porta com seu corpanzil, o interrogou: “Proddy [protestante] ou católico?” O meu amigo receou em responder a este interrogatório, repleto de associações desagradáveis. Porém, algo o compeliu a responder.

“Judeu,” disse.

O segurança, despreocupado com as batalhas e preconceitos para além do seu próprio horizonte religioso, desinteressadamente permitiu que o meu amigo entrasse. Deste momento em diante, o meu amigo se apaixonou pela chamada “Ilha Esmeralda,” achando-se em casa e gozando da indiferença dos irlandeses.

Nos Estados Unidos nada do gênero existe. O judaísmo se encontra num contexto religioso que, embora verdadeiramente livre e aberto, não é aquilo que mais queríamos que fosse: indiferente. É justamente a persistente relevância do judaísmo para com os outros que reflete as profundas (e mais ou menos ignoradas) tensões culturais e religiosas, as quais são, apesar de ignoradas, intuídas.

Aqui (nos EUA), o diálogo judaico-cristão atual tomou forma durante a campanha presidencial de 1980. Os republicanos exibiam cartazes com o nome de Ronald Reagan escrito em caracteres hebraicos. Desde então, um diálogo

inter-religioso peculiar tem borbulhado, em que os cristãos conservadores, principalmente evangélicos, nos enfrentam com um paradoxo a respeito a dois temas políticos muito próximos ao coração da comunidade judaica. Por um lado, os evangélicos querem minar a separação entre Igreja e Estado, coisa que, ao contrário deles, os judeus querem fortalecer. E, por outro lado, defendem zelosamente o sionismo, coisa que, junto com eles, nós queremos defender. Politicamente, estamos dançando uma dança delicada, com alguns sobretons religiosos.

Ao longo do desenvolvimento da política evangélica americana, um espectro político mais amplo também evoluiu no diálogo inter-religioso. Universidades pelo país afora criaram programas acadêmicos de estudos judaicos, enquanto igrejas e seminários cristãos procuraram interlocutores judeus e rabínicos.

Então, o sucesso da integração judaica na sociedade americana reflete um sentimento bastante positivo (uma sondagem do Pew Research Center chamou os judeus de o grupo religioso mais popular do país). O nosso êxito representa a plenitude da cidadania, que inclui não só participação democrática como também promoção dos nossos interesses sem pedir desculpas – como faz quem pertence assumidamente. E vale reconhecer que este diálogo complexo e bem sucedido surgiu de um contexto também religioso: ao desaparecerem antigos conflitos teológicos e culturais (em grande parte, graças ao Concílio Vaticano II).

Mas a história tem dimensões ambivalentes. O exemplo mais claro e bem conhecido na política judaica cristã é o apoio dos EUA ao Estado de Israel. George W. Bush (como Reagan e outros) se esforçou em prol de Israel. Mas, sob Bush a aliança com Israel assumiu, explicitamente, um tom religioso, enquanto outros presidentes tratavam da questão sob uma motivação democrática e de valores culturais. Michael Cook, professor de Novo Testamento no Hebrew Union College – Jewish Institute of Religion em Cincinnati – observa que, mesmo entre os cristãos conservadores, o apoio americano para Israel representa, antes de mais nada, a defesa de valores americanos. No entanto, ninguém pode negar que a retórica de valores religiosos cris-

Uma sondagem do tãos assumiu nova proeminência no deba-

Pew Research Center chamou os judeus de te público sobre a ideologia e a política, com implicações diretas na guerra contra o terror e o conflito árabe-israelense. Nao grupo religioso mais than Guttman, do Daily Forward, ilustra popular do país. O êxito este fato no seu artigo de 2012, “Jews Cast representa a plenitude Wary Eye on Evangelicals”. da cidadania, que inclui A maioria dos judeus burgueses, urbanos e do partido democrata se assusta, não só participação pelo menos à primeira vista, com o apoio democrática como cristão – de caráter religioso – ao Estado também promoção dos judeu. Mesmo assim, ao longo dos anos, nossos interesses sem a surpresa vem dando lugar à curiosidapedir desculpas – como de cautelosa, que por sua vez tornou-se uma compreensão mais diferenciada da faz quem pertence posição cristã. assumidamente. Este apoio evangélico a Israel está enraizado na esperança apocalíptica do retorno de todos os judeus à Terra Santa para cumprir o fim dos dias. Este retorno anteciparia a última chance de se converter ao cristianismo antes do fim. Então, no Juízo Final, aqueles que se converteram serão salvos; os que não, irão para o inferno. Ao captarem esta visão cristã, os judeus americanos viram-se divididos em termos de aceitar ou rejeitar o apoio evangélico de Israel. Uns aceitam ajuda de onde vier. Estes ignoram, menosprezam, ou simplesmente descartam um teórico conflito messiânico. O segundo campo bate de frente com o aspecto hostil desta visão cristã e rejeita a assistência evangélica. Estes judeus argumentam que a inimizade implícita supera qualquer benefício para Israel. A jornalista americana Linda Gradstein entrevistou uma vereadora religiosa de Jerusalém que se irrita com a presença evangélica em Israel: “... após o apoio econômico e político — [os evangélicos] explicam sem pudor seu verdadeiro objetivo: o povo judeu precisa se converter.” Enquanto isso, o debate interno judeu continua fervilhando, e Israel goza do apoio, direto e indireto, do lobby evangélico e até do seu turismo. Ambas as reações judaicas seguem uma certa lógica. Por um lado, os judeus americanos defendem o direito básico de Israel existir como um Estado democrático, seguro e judaico. Eles também se identificam com a narrativa do Davi contra Golias, e dão valor ao apoio americano a Is-

rael. Por outro lado, o cristianismo evangélico estridente abraça uma visão apocalíptica e antagônica a nós. Mais problemático, ele coloca essa escatologia no centro de sua fé e visão de mundo e – mais importante ainda – em praça pública, como afirma David Saperstein, o ex-diretor do Religious Action Center, da Union for Reform Judaism.

E é precisamente em praça pública que os judeus, aceitando ou não o apoio político-econômico evangélico, receiam a conversa explicitamente religiosa. Volta-se à contradição interna na relação evangélico-judaica: acordo parcial sobre Israel por um lado e total discordância sobre a separação entre Estado e Igreja por outro. Os judeus americanos sonham com uma visão americana, em que judeus e cristãos se definam pelo belonging (pertencimento) cívico, pela realização, não importa quão imperfeito, do Estado-nação laico.

Ao entrar na conversa explicitamente religiosa, os judeus se manifestam assustadiços. Perante uma maioria cristã, carregam bagagem particular em relação ao universalismo cristão. A história marcou a psique judaica e, machucados, vemos nos EUA a promessa de uma pomada. Portanto, qualquer expressão pública da religiosidade cristã, mesmo quando ao nosso favor, é vista com suspeita.

Os judeus tendem a ter uma reação instintiva, não racional, ao cristianismo público. Entretanto, os cristãos, ao perceberem este efeito, respondem com perplexidade ou até com mágoa. Na verdade, a maioria dos próprios judeus, assim como os cristãos, não consegue explicar porque a sensibilidade judaica é tão rude, tão resistente ao diálogo. Noutras palavras, tanto os judeus quanto os cristãos nunca pararam para meditar sobre a lição do pub irlandês.

Superficialmente se imagina que este receio seja fruto do sofrimento do nosso passado recente e distante. Porém, a causa do mal-estar é mais profunda e quase imperceptível porque, em primeiro lugar, tem origem na história antiga, distante da nossa consciência. Em segundo lugar, o verdadeiro motivo se esconde por trás do mais óbvio e superficial antijudaísmo. Enfim, os judeus sentem esse mal-estar com o cristianismo, mas acham difícil discerni-lo, muito menos explicá-lo.

O que, então, motiva a rejeição judaica a esse diálogo religioso-político?

Historicamente, o problema começa com a autoafirmação do cristianismo e sua ruptura do judaísmo – ou, mais precisamente, com o caráter imperfeito do divórcio. Daniel Boyarin, professor de judaísmo rabínico na uni-

Dryp / iStockphoto.com Revista da Associação Religiosa Israelita-ARI | devarim | 25

versidade de Berkeley, argumenta que as duas religiões “continuaram ‘a se empurrar... em seu ventre’ pelo menos até bem próximo ao final da antiguidade...” Embora evoluísse como uma religião distinta e própria, o cristianismo entende-se como fruto, filho ou consequência de uma religião-mãe específica: o judaísmo.

Além do mais, o cristianismo não apenas nasceu do judaísmo como também continua a significativamente definir-se em relação à sua mãe. Jon Levenson, professor de estudos judaicos em Harvard, explica que “no pensamento de Paulo, Abraão serve como um modelo não só para gentios ou cristãos, mas para todos que desejam pertencer a Israel.” Cristianismo se apropria do judaísmo, englobando-o, na sua autodefinição.

Sob a liderança de Paulo, os cristãos ofereceram uma visão redentora que abandonou as trabalhosas práticas de circuncisão e shabat. Adotaram, em seu lugar, uma visão mais abstrata das coisas. Assim, por exemplo, Paulo famosamente prometeu à sua plateia romana que “Judeu é quem o é interiormente, e circuncisão é a operada no coração, pelo Espírito, e não pela lei escrita”. O cristianismo desenvolveu uma nova versão da promessa redentora judaica, cancelando a adesão étnica e quebrando a fidelidade aos estatutos da Torá. Para Paulo, a simples fé garante associação ao pacto, mas, ao mesmo tempo, ela exclui dele os judeus.

Tendo em vista estes pontos básicos de divergência, a ruptura fundamental entre cristãos e judeus deixa de ser simplesmente uma diferença de opinião. Pelo contrário, os cristãos e judeus encontraram-se com interpretações opostas – e irreconciliáveis – do mesmo texto. O Novo Testamento prometeu aos seus adeptos uma Nova Lei, simultaneamente nascida da Torá e tornando-a obsoleta. A Nova Lei, ou seja, o cristianismo, só consegue apoderar-se da legitimidade divina da Antiga Lei, ou seja, do judaísmo, na medida em que reconhece aquela legitimidade em primeiro lugar. O Cristianismo se vê na necessidade de simultaneamente creditar e desmerecer a Torá.

À primeira vista, o conflito milenar nasce dai. Por certo, os judeus se ofenderam veementemente com a apro-

Para David Novak, priação de sua história, valores e identios cristãos devem conversar com judeus dade por um grupo cismático. Até hoje, Nicholas de Lange, um eminente estudioso do judaísmo, da Universidade de porque os judeus Cambridge, insiste que “a teologia crislegitimam “promessas tã de substituição deve ser deslocada se feitas por meio de vai haver um verdadeiro encontro entre Jesus”; mas os judeus cristãos e judeus. Caso contrário simplesmente não há suficiente terreno em codevem conversar com mum para uma discussão”. os cristãos porque “a Sim, este conflito persiste, mas esse existência comunal antagonismo não reflete o problema atujudaica funciona melhor al nos EUA. Afinal, nos vemos receosos em um estado liberal- diante duma política favorável, a de apoiar Israel. Há de ter, então, outro fenômeno democrático, alimentado que explique estarmos com pé atrás com por uma cultura relação ao nossos concidadãos. religiosa”. Este fenômeno é a falta de reciprocidade entre as duas religiões. Por sua vez, o judaísmo se vê fundamentalmente alheio ao cristianismo. A partir já da época de Paulo e do divórcio original, o judaísmo percebia no cristianismo uma religião totalmente distinta. Desde que o cristianismo alijou a estrutura jurídica do monoteísmo judaico e quebrou os laços étnicos que definem o povo judeu, rompeu definitivamente qualquer ligação orgânica com o judaísmo. Maimônides, o grande filósofo, legista, médico e líder comunitário do século XII, reconheceu o status judeu de Jesus. Mas dele distingue a religião que nasceu em seu nome: “... Uma religião, atribuída a ele pelos descendentes de Esaú [Roma pagã], ganhou popularidade. Embora isto fosse o objetivo dele [Jesus], não teve nenhum impacto sobre Israel, nem indivíduos nem grupos vacilaram na sua fé [judaica].” Para Maimônides, o cristianismo, a minoria vizinha que ele conhecia na Cairo islâmica, não era nada mais do que o paganismo romano anexado à figura de Jesus. Não tinha nada a dizer ao judaísmo. O cristianismo não refletia, nem era mesmo capaz de refletir, uma conexão religiosa ao judaísmo. O olhar cristão parte de um princípio nitidamente oposto. Ao entender que a legitimidade da sua própria mensagem depende do judaísmo bíblico, que alega ter herdado, o cristianismo não goza do luxo da indiferença ao judaísmo – seja histórico ou atual. Sentimentos cristãos sobre o judaísmo podem vacilar entre admiração e hostili-

dade, mas esses sentimentos são sintomas do princípio, a priori, de que o cristianismo se preocupa com o judaísmo. O judaísmo é um elemento constituinte do núcleo da própria identidade cristã. Papa Benedito XVI escreveu, como Joseph Ratzinger, que “a fé testemunhada pela Bíblia judaica não é meramente uma outra religião para nós, mas é o fundamento de nossa fé”.

Frente à indiferença existencial judaica para com o cristianismo, o investimento cristão para com o judaísmo indica o esquivo princípio que rege as relações judaico-cristãs: a assimetria. Antissemitismo, disputas teológicas, e estereótipos negativos não esclarecem o paradoxo. Em grande medida porque não são prevalentes atualmente nos EUA. Apenas a assimetria explica o paradoxo da aversão judaica ao diálogo religioso: Judeus gozam da melhoria das relações devida a esse diálogo, mas se sentem pouco à vontade engajando-se nele.

Para os judeus, o cristianismo é basicamente irrelevante para sua autocompreensão como judeus. Além do mais, a persistente apropriação cristã da nossa história nos deixa com o sentimento de sermos objeto de atenção e escrutínio não desejados.

Não é, então, razoável que os cristãos esperem uma atitude acolhedora, ou mesmo neutra, com respeito à sua teologia por nossa parte. O divórcio das duas religiões surgiu precisamente porque os judeus não se identificavam com a orientação da fé cristã. Teologicamente, o cristianismo é posseiro narrativo da nossa história. Essa posse, mesmo com espírito harmonioso, faz violência à necessidade do judaísmo manter sua coerência interna e, nisso, distinguir-se da sua religião filha. A teologia evangélica só agrava a situação ao propor a nossa aniquilação – não por um holocausto sangrento, mas por uma linha doutrinal em que o judaísmo se renderá ao cristianismo por conversão ou pelo destino apocalíptico.

Enfim, não é tão surpreendente que os judeus se ressintam da situação: Lavamos as mãos do cristianismo, para depois encontrar o abraço sufocante dele.

Mas se o nosso ressentimento é compreensível, é também verdade que os judeus não podem esperar que os cristãos renunciem à sua teologia. Mesmo os judeus jamais cedendo a sua cumplicidade na história redentora cristã, não é razoável obrigar os cristãos a abandonar essa história, que é a base da sua fé.

Se os cristãos têm de aprender a aceitar o ressentimento judaico como sendo apropriado e fetichizado, os judeus têm que considerar que o elemento judaico na identidade cristã não representa uma fetichização dos fiéis e sim algo edificante e verdadeiro.

David Novak, uma figura de destaque no diálogo judaico-cristão, coautor da declaração judaica conciliatória “Dabru Emet”, descreve como esta diferença de perspectiva se traduz nas motivações divergentes no diálogo inter-religioso. Os cristãos devem conversar com judeus, ele argumenta, porque os judeus legitimam “promessas feitas por meio de Jesus”; mas os judeus devem conversar com

os cristãos, porque “a existência comunal judaica funciona melhor em um estado liberal-democrático, alimentado por uma cultura religiosa”. Eis, então, a essência da assimetria: Os cristãos buscam nos judeus uma realização espiritual e de autoconhecimento, enquanto os judeus buscam nos cristãos harmonia cívica.

Face a esta disparidade de propósito, “Dabru Emet” tenta destacar as semelhanças das duas religiões. O professor Jon Levenson responde que são “precisamente as características em comum que tornam a disputa sobre as diferenças mais inevitável”. Porém, ao criticar a premissa de “Dabru Emet,” Levenson lhe dá crédito demais. A falha mais básica de “Dabru Emet” é a de tentar, em vão, adotar uma voz judaica no diálogo inter-religioso. Cristãos podem querer falar com os judeus para validar as “promessas feitas por meio de Jesus”, mas os judeus não estão interessados em retribuir.

Embora inconscientes desta assimetria, judeus desconfiam que cristãos motivados por religião, mesmo quando politicamente aliados aos judeus, inevitavelmente perceberão judeus e judaísmo em sua própria imagem cristã. Dois motivos encorajam esta suspeita.

Em primeiro lugar, a perspectiva cristã do judaísmo se apodera da identidade judaica para seus próprios fins – fins que são, por definição, contrários aos princípios judaicos. Em março de 2008, a Aliança Evangélica Mundial fez um anúncio de página inteira no New York Times: “Rejeitamos a noção que é enganoso aos seguidores de Jesus Cristo que nasceram judeus continuem a se identificar como judeus”. Substituindo a dupla negativa (rejeitamos-enganoso) por afirmativas, a frase se lê assim: “Afirmamos a noção que é legítimo seguidores de Jesus Cristo nascidos judeus [isto é: judeus convertidos ao cristianismo] continuarem a se identificar como judeus”. Desconheço a comunidade judaica que entreteria, muito menos aceitaria, esta proposição.

Em segundo lugar, os judeus desconfiam que a benevolência cristã se esgotará quando os judeus se recusarem a assumir os valores atribuídos a eles pelos cristãos. A política evangélica pró-Israel só esconde e protela (até o Apocalipse) esta quebra básica, que vai desmascarada com os críticos do sionismo. Em 1989, um historiador eminen-

Michael Cook, professor te (esquerdista) da UC Davis, David Biade Novo Testamento, observa que, mesmo le, criticou A Ira de Jonas, uma denúncia esquerdista ao sionismo por dois teólogos católicos, Rosemary e Herman Rueentre os cristãos ther. Biale conclui que a política dos Rueconservadores, o apoio thers é “uma versão liberal do velho triunamericano para Israel falismo cristão, esse colonialismo espirirepresenta, antes de tual que presume contar aos judeus quem eles realmente são”. mais nada, a defesa de Por tudo isso, o diálogo religioso presvalores americanos. supõe uma relação que os judeus acham invasiva, só que a atitude judaica continua mais ou menos imponderável, porque ninguém captou que os judeus simplesmente não têm nada a dizer ao cristianismo. Cristãos querem encontrar judaísmo (e judeus) para que forneçamos insight ao cristianismo, coisa que não temos para dar. Nossas identidade e teologia procedem sem referências ao cristianismo; e quando forçado a ponderá-la, o judaísmo simplesmente a nega. A busca cristã procura coisas que o judaísmo não pode providenciar. Portanto, apesar de uma breve e passageira controvérsia em torno de sua publicação, em 2000, “Dabru Emet” foi basicamente ignorada pela comunidade judaica. Como de praxe, os cristãos estão mais interessados no documento do que os judeus. Bem ou mal, currículos nos seminários rabínicos mal tocam em temas cristãos, segundo um artigo de 2006 pela correspondente de religião da AP, Rachel Zoll. E iniciativas inter-religiosas rotineiramente encontram a indiferença judaica. A confusão – bem como a oportunidade – decorre do fato de que, embora os judeus geralmente não participem de bom grado na busca religiosa dos cristãos, eles estão sinceramente dispostos a se comunicar com a população cristã. Judeus ativamente procuram caminhos para coalizões sociais e cívicas, alianças para a promoção de justiça social e oportunidades para minimizar o antissemitismo e o preconceito em geral. Como o judeu americano no pub em Belfast, os judeus encontram alívio profundo na ausência da discussão religiosa, mas querem mesmo assim partilhar uma bebida com os fregueses. O Dr. Joshua Holo é Reitor e Professor Associado de História Judaica no Hebrew Union College – Jewish Institute of Religion, Jack H. Skirball Campus, Los Angeles.

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