Atitudes inclusivas em sala de aula: tornando meu material acessível

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ATITUDES INCLUSIVAS EM SALA DE AULA

TORNANDO MEU MATERIAL ACESSÍVEL Cibele Cesario da Silva Spigel


ATITUDES INCLUSIVAS EM SALA DE AULA

TORNANDO MEU MATERIAL ACESSÍVEL Cibele Cesario da Silva Spigel

São Paulo, 2022


Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) S755a

Spigel, Cibele Cesario da Silva. Atitudes inclusivas em sala de aula [livro eletrônico] : tornando meu material acessível / Cibele Cesario da Silva Spigel. – São Paulo : [s.n], 2022. 16 Mb.; il : ePub. Inclui Referência bibliográfica. ISBN 978-65-00-48022-1 1. Acessibilidade. 2. Deficiência - Brasil. 3. Inclusão Acessibilidade. 4. Exclusão - Acessibilidade. 5. Desenho Universal para aprendizagem (DUA). I. Título. CDD 362.4

Bibliotecária Responsável: Jaqueline Bay Inacio Duarte- CRB 8/9509


Nunca houve no mundo duas opiniões iguais, nem dois fios de cabelo ou grãos. A qualidade mais universal é a diversidade.

Michel de Montaigne


COMO USAR ESTE EBOOK COMO USAR ESTE EBOOK SUMÁRIO SUMÁRIO GERAL GERAL

Nesta seção, você tem acesso aos assuntos gerais do ebook, acompanhado do número da página. SUMÁRIO ESPECÍFICO Nesta seção, contida no início de cada capítulo, você tem acesso aos assuntos específicos. Basta clicar em cima do assunto para ter acesso direto à página de interesse. VERIFICAR ACESSIBILIDADE Os capítulos sobre Word, PowerPoint e Excel abrem explicando a ferramenta Verificar acessibilidade, base fundamental para tornar esses arquivos acessíveis. LINK PARA Ao ver este símbolo, é possível TEXTO EXTERNO se aprofundar ainda mais no assunto, com um texto extra. VÍDEO EXPLICATIVO

CHECKLIST Está sem tempo para explicações detalhadas para deixar seus arquivos Word, PowerPoint e Excel acessíveis? Vá direto ao ponto, consultando a seção Checklist, ao final dos capítulos.

A claquete sinaliza que há um vídeo explicando como usar a ferramenta correspondente.



SUMÁRIO Iniciando nossa jornada 10 Breve histórico da deficiência no Brasil e principais dispositivos legais 11

PRA COMEÇO DE CONVERSA...

Conceito de minorias 17 Vamos falar sobre acessibilidade? 19 Conhecendo as pessoas com deficiência e recomendações de acessibilidade 23 Desenho Universal para Aprendizagem (DUA) 32

Fontes acessíveis 40

ORIENTAÇÕES GERAIS

Cores e contraste 42 Elementos visuais 47 Vídeos acessíveis 49

Elementos visuais: descrição 68 Hiperlink e dicas de tela 75 Cor 78

WORD

Contraste 79 Títulos e estilos internos 81 Tabela 85 PDF acessível 88


SUMÁRIO Texto alternativo em elementos visuais 99 Hiperlinks e dicas de tela 106 Cor e modelos de design acessíveis 110 Contraste 113

POWERPOINT

Títulos 115 Tabela 118 Sentido de leitura 121 Fonte 127 PDF acessível 128 Texto alternativo em elementos visuais 139 Hiperlinks e dicas de tela 146 Cor 149

EXCEL

Contraste 155 Título das planilhas 157 Tabela 158 Fonte 161 PDF acessível 162

Definição 169

TEAMS

Contraste e alto contraste 169 Legenda e transcrição 170


Pra começo de conversa...


Pra começo de conversa... Iniciando nossa jornada O tema “inclusão” está em todo lugar. O que antes era restrito à escola, atualmente, mesmo que de forma “tímida”, vem sendo abordado em campanhas de marketing; introduzido nos esportes, com a forte divulgação das paralimpíadas; aparecido nos campos de futebol, com a exposição de crianças com deficiência entrando com os jogadores antes da partida; divulgado em novelas, com a participação de atores com deficiência; etc. Ao visualizarmos a página do LinkedIn, por exemplo, é comum vermos postagens referentes à inclusão. Temos postagens desde funcionários com deficiência inseridos no mundo corporativo, ressaltando a oportunidade de trabalho dada a eles, à alguma conquista inédita, como, por exemplo, uma modelo com síndrome de down tornando-se embaixadora da empresa de cosméticos L’Óreal (GIANNINI, 2021). Por ser tema ainda em construção, surgem muitas dúvidas, em todos os setores da sociedade: Tenho um aluno com baixa visão, como adapto meu material? A partir de agora, tenho um colega de trabalho surdo, como devo me portar? Meu aluno tem transtorno do espectro autista (TEA), como planejo minha aula? Essas e muitas dúvidas são normais, não nascemos prontos e preparados para lidar com o “diferente”. Mas é por meio do diálogo e da interação com as próprias pessoas com deficiência e da busca de informações que conseguimos trilhar um caminho mais efetivo em busca da tão sonhada inclusão. E sabe por quê? Porque cada vez mais eles estarão no mercado de trabalho, nas universidades, nos espaços de lazer etc. Portanto, incluir diz respeito à pessoa com deficiência, incluir diz respeito a você, incluir diz respeito a todos. Conforme levantamento feito pelo IBGE (2019) e Inep (2019), o aumento do número de alunos nas universidades não para de crescer, exigindo mudanças político-institucionais urgentes, para que esses alunos não desistam dos cursos por eles escolhidos. Por isso, este manual visa apoiar o trabalho do professor, para que ele não se sinta tão perdido em sua prática do dia a dia na universidade. Para isso, escolhemos alguns assuntos iniciais para ajudá-lo nessa jornada. Vamos lá? ► Breve histórico da deficiência no Brasil e principais dispositivos legais. ► Conceito de minorias.

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Pra começo de conversa... ► Vamos falar sobre acessibilidade? ► Conhecendo as pessoas com deficiência e recomendações de acessibilidade. ► Desenho Universal para Aprendizagem (DUA).

Breve histórico da deficiência no Brasil e principais dispositivos legais Hoje, ao caminharmos pelas ruas, entrarmos em um shopping ou curtirmos uma praia, não nos espantamos ao encontrar duas pessoas se comunicando em Libras, ou uma pessoa com cadeira de rodas, ou com síndrome de down ou outro tipo de deficiência. Mas nem sempre foi assim. Para chegarmos a esse sentimento de “não espanto”, um longo caminho foi percorrido pelas pessoas com deficiência e/ou pelos seus representantes. A intenção desta seção não é contar toda a história da deficiência. Entretanto, para entendermos o presente, precisamos olhar um pouco para o passado (D’ANTINO, 2007, p. 115). Até o momento, podemos dizer que as pessoas com deficiência passaram pelos seguintes períodos: • Exclusão. Textos de Homero, Platão e Aristóteles mostram que pessoas com deficiência eram consideradas sub-humanas. Na Grécia Antiga, cultuavam-se a perfeição, a beleza, a inteligência e o espírito empreendedor. As diferenças não eram nem um pouco bem-vistas, por isso, em Esparta, por exemplo, aos pais era dado o direito de jogar ao monte ou deixar ao relento filhos com deficiência. O infanticídio era também uma forma de controle de natalidade, recaindo às pessoas com deficiência essa “responsabilidade” (D’ANTINO, 2007, p. 117). • Segregação. O tempo passou, e com ele surgiu o Cristianismo, que passou a considerar que as pessoas com deficiência tinham alma. E, se tinham alma, eram filhas de Deus, então não poderiam mais ser abandonadas à própria sorte ou eliminadas. Elas precisavam ser acolhidas. É aí que surgem as instituições, que passam a cuidar dessas pessoas, oferecendo alimento e abrigo, porém sem contato algum com a sociedade.

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Pra começo de conversa... • É importante lembrar também que, ao ganhar uma alma, muitas pessoas com deficiência foram utilizadas também com “bobos da corte”, pois eram expostas ao ridículo. Outras, serviram de experiências médicas (D’ANTINO, 2007, p. 118). • Integração. O tempo avançou mais um pouco. Aí, aconteceram as Guerras Mundiais (1914-1918 e 1939-1945), que deram, mais uma vez, uma nova “roupagem” ao conceito de deficiência. Se no período antes de Cristo, eram excluídas, e, no período do Cristianismo, eram segregadas, nos períodos pós-Guerras as pessoas com deficiência passaram a ser integradas à sociedade, porém ainda de forma separada, com escolas especiais, salas separadas. Esse período foi muito importante porque proporcionou grande avanço dos tratamentos de fisioterapia, psicologia, fonoaudiologia e terapia ocupacional, impulsionado pelas pessoas que voltaram da guerra com sequelas permanentes, tornando-as pessoas com deficiência. As famílias passaram a expor um pouco mais seus filhos e familiares com deficiência, fazendo com que estas ficassem cada vez mais expostas e ganhassem cada vez mais voz e representatividade (PEREIRA; SARAIVA, 2017, p. 180). • Inclusão. Movimentos sociais pressionam o direito das pessoas com deficiência a ter acesso à escola, ao trabalho e ao lazer. Por isso, alguns marcos foram muito importantes para que isso se efetivasse, como a aprovação da Organização das Nações Unidas do Ano Internacional das Pessoas Deficientes, ocorrida em 1981. Depois desta, outras vieram, como Programa de Ação Mundial para as Pessoas com Deficiência (1982) e a Declaração de Salamanca (1994), só para citar algumas. O Brasil, sendo signatário da maioria desses acordos internacionais, solidificou ao longo dos anos ampla legislação em prol das pessoas com deficiência, no campo do trabalho, da educação e do lazer.

Figura 1. Evolução da visão inclusiva.

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Pra começo de conversa... E o Brasil nessa história? Até meados dos anos 1960, era normal haver escolas para pessoas com deficiência e para pessoas sem deficiência, os considerados “normais”, havendo até escola especial para cada tipo de deficiência. A segregação do ensino passou a ser questionada por movimentos internacionais, quando se passou a verificar que isso não contribuía para a inserção das pessoas com deficiência na sociedade. Um Estado só poderia ser considerado democrático se universalizasse o ensino. Com isso, em alguns países, como a Itália, por exemplo, as escolas especiais foram abolidas em 1969 e as escolas regulares passaram a absorver os alunos com deficiência (JESUS et al., 2019, p. 5). Você sabia que no Brasil, só no âmbito federal, existem mais de 300 leis direcionadas a pessoas com deficiência? É isso mesmo! Na década de 1960, havia apenas duas leis com esse olhar. De lá para cá, muita coisa mudou e evoluiu. No Brasil, antes da Constituição de 1988, a educação especial era oferecida em escolas especializadas. Depois disso, a educação especial percorreu um longo caminho de amadurecimento, com leis, decretos, diretrizes e emendas, resultado de documentos de acordos internacionais, dos quais o Brasil foi signatário (TSUKAMOTO; ROMANOWSKI, 2009, p. 6546). Mas, antes de prosseguirmos, o que é uma pessoa deficiência? Para nos ajudar nesse entendimento, vamos verificar a definição da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, aprovada em Assembleia Geral da ONU e ratificada pelo Brasil, em 2008:

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Pra começo de conversa... No site do MEC, é possível visualizar todas as leis, normas, decretos, resoluções, políticas etc. no que concerne a pessoas com deficiência, desde 1961, com a publicação da Lei de Diretrizes e da Educação Nacional, que trata dos direitos dos “excepcionais” à educação, quando a ideia ainda era segregacionista e não inclusiva, com grande ênfase ao encaminhamento às escolas especiais. Aqui neste manual, elencamos as principais. Em 1971, com a criação do Centro Nacional de Educação Especial (CENESP), inicia-se uma política integracionista, com ações educacionais voltadas às pessoas com deficiência e às pessoas com superdotação, mas ainda configuradas por campanhas assistenciais e iniciativas isoladas do Estado. A partir da Carta Magna, com os artigos 206 e 208, passamos a ter uma política mais inclusiva. Destacamos aqui, na Figura 2, alguns dispositivos normativos, com objetivo inclusivo.

Figura 2. Linha do tempo – Direito de escolarização de pessoas com deficiência em classes de ensino comum: dispositivos normativos. Fonte: elaborado pela autora.

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Pra começo de conversa... 1988 Na Constituição de 1988, Carta Magna que norteia direitos e deveres dos cidadãos brasileiros, no que se refere à educação para pessoas com deficiência, tem-se:

Como é possível verificar pelo texto supracitado, às pessoas com deficiência já era assegurado o direito de estudar em escola regular. De lá para cá, muitas coisas mudaram e, ao longo dos anos, vários dispositivos legais foram sendo criados a fim de propor uma educação inclusiva cada vez mais efetiva, como se vê na figura anterior.

1994 A Declaração de Salamanca, 1994, da qual o Brasil foi signatário e que impulsionou o aperfeiçoamento de normas visando à educação inclusiva, coloca a inoperabilidade da educação especial em detrimento de educação integradora, indicando o amadurecimento do caminho para uma educação inclusiva futura:

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Pra começo de conversa... 1996 Dois anos mais tarde, é promulgada a LDB/1996, que propõe a adequação das escolas brasileiras para atender todas as crianças, independente da limitação. A partir daí, o discurso da “educação inclusiva” ganha força, impulsionado tanto por profissionais quanto por pais de pessoas com deficiência, colocando em xeque também a educação integradora (KASSAR, 2011, p. 11).

2001 Por isso, no decorrer dos anos 2000 o governo federal institui várias ações para a educação inclusiva, voltadas para a educação básica. O Plano Nacional de Educação – PNE, Lei n. 10.172/2001, por exemplo, estabelece objetivos e metas para que a educação inclusiva se efetive, entretanto destaca um grande déficit na oferta de matrículas, formação docente, acessibilidade física e atendimento educacional especializado (BRASIL. MEC/SECAD, s/d, p. 4).

2008/2009 Em 2008 e 2009, acontecem dois marcos bastante importantes, com a publicação dos Decretos ns. 186/2008 e 6.949/2009 (este último incorporado pelo Decreto n. 7.611/2011), que estabelecem que os Estados-partes devem assegurar a educação inclusiva em todos os níveis de ensino, de forma que as pessoas com deficiência não sejam excluídas, em decorrência de sua condição, promovendo a igualdade de condições. Além disso, estabelecem uma política pública de financiamento ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) e o atendimento educacional especializado (BRASIL. MEC/SECAD, s/d, p. 6). Em 2008, temos também a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, que estabelece que, para a educação superior, deve haver organização e planejamento de recursos e serviços que garantam a acessibilidade na parte arquitetônica, na comunicação, nos sistemas de informação e nos materiais pedagógicos (MEC, 2008, p. 17).

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Pra começo de conversa... 2015 Ao prosseguir na linha do tempo da Figura 2, chegamos à Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, também conhecida como Estatuto da Pessoa com Deficiência, de 2015, a LBI, que garante o acesso de pessoas com deficiência em todos os níveis. Essa lei é um dos marcos mais importantes para a educação inclusiva, por seu detalhamento, resolução de dúvidas em relação a outros textos legais, estar mais de acordo com a Convenção Internacional da ONU de 2007 e garantir direitos em todos os âmbitos às pessoas com deficiência (MINETTO, 2021, p. 33-34). Em relação à educação, destacam-se:

Conceito de minorias Como podemos perceber, as pessoas com deficiência são amparadas por um arcabouço de leis. Mas será que estão conseguindo que seus direitos sejam assegurados? Esses direitos são colocados em prática? Bem, essa é outra história. Será que é porque as pessoas com deficiência são minorias sociais? Mas o que são minorias sociais? (BRASIL ESCOLA)

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Pra começo de conversa... Expressão criada pela sociologia, minorias são grupos de pessoas que estão excluídas do processo de socialização, que estão à margem da sociedade, que têm seus direitos “minorados”. Logo, minorias sociais não se referem à quantidade de determinado grupo, e sim à garantia desses direitos. O direito internacional garante o direito de igualdade. Ao contrário do que muita gente pensa, as minorias têm sim direitos. Direito de igualdade, direito de liberdade, direito de solidariedade. Entretanto, muito não se vê isso na prática. O conceito de minorias não é questão de quantidade e sim da forma como são tratadas, se são tratadas de forma igual (BRASIL ESCOLA). A população feminina é maior do que a população masculina, por exemplo, porém muitos de seus direitos não são assegurados. A população negra é maior que a população branca, porém, muitas vezes, não é tratada de forma igual. As pessoas com deficiência são minoria numérica, porém pertencem às minorias por nem sempre terem seus direitos assegurados na prática (BRASIL ESCOLA).

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Pra começo de conversa... Vamos falar sobre acessibilidade? Até aqui, estudamos o panorama da construção de uma sociedade inclusiva. Mas que isso aconteça, precisamos promover a acessibilidade. E o que é acessibilidade? Vamos analisar como a acessibilidade é definida pela ABNT (2015):

Percebam que essa definição contempla todos os espaços, todos os setores, todas as áreas, de forma que as pessoas com deficiência e mobilidade reduzida possam frequentar, entender, perceber, usufruir etc. com autonomia e segurança o que sociedade tem a oferecer, garantindo a equidade. Mas acessibilidade é mais ampla do que isso. Para nos ajudar a entender melhor, Romeu Sassaki (2009) amplia o conceito de acessibilidade, direcionando-nos para sete dimensões:

Vamos estudar detalhadamente cada uma das sete dimensões:

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Pra começo de conversa... Dimensão 1: Arquitetônica Primeira acessibilidade que surgiu, refere-se a fácil acesso a todos os espaços, nas áreas de lazer (aeroportos, parques, rodoviárias etc.), trabalho (desde a entrada até o local de trabalho) e educação (desde a entrada, sala de aula, banheiros etc.) (SASSAKI, 2009, p. 2). Soluções: • • • • • • • • •

Portas largas. Sanitários espaçosos. Torneiras acessíveis. Boa iluminação. Boa ventilação. Mobília ergonomicamente acessível. Rampas. Elevadores. Entre outros.

Dimensão 2: Atitudinal Mais importantes e mais antigas como prática, as barreiras atitudinais sempre existiram, porque a sociedade sempre enxergou as pessoas com deficiência de uma forma negativa e míope, a não aceitação sempre foi premente na humanidade como um todo. São os preconceitos, estigmas e discriminação (SASSAKI, 2009, p. 6). Soluções: • Eliminação de preconceitos, estigmas, estereótipos e discriminações. • Realização de atividades de sensibilização e conscientização, promovidas dentro e fora da escola a fim de eliminar preconceitos, estigmas e estereótipos. • Pessoal capacitado em atitudes inclusivas para dar atendimento às pessoas com todo tipo de deficiência.

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Pra começo de conversa... Dimensão 3: Comunicacional A dimensão comunicacional diz respeito à comunicação escrita, falada, textual, gestual, digital etc. (SASSAKI, 2009, p. 3) Soluções: • Ensino de noções básicas da Língua Brasileira de Sinais (Libras) para se comunicar com alunos surdos. • Ensino do braille e do sorobã para facilitar o aprendizado de alunos cegos. • Uso de letras em tamanho ampliado para facilitar a leitura para alunos com baixa visão. • Permissão para o uso de computadores de mesa e/ou notebooks para alunos com restrições motoras nas mãos. • Utilização de desenhos, fotos e figuras para facilitar a comunicação para alunos que tenham estilo visual de aprendizagem. • Uso correto de contraste nos materiais. • Adaptar materiais para que os leitores de tela possam ler corretamente o conteúdo. • Etc.

Dimensão 4: Instrumental Diz respeito a tudo que é instrumento, ferramenta, para que as pessoas com deficiência consigam usufruir em igualdade de condições todas as áreas: caneta, mouse, teclado etc. (SASSAKI, 2009, p. 5). Soluções: • • • • • • • • •

Equipamentos dos locais de lazer adequados. Máquinas adaptadas. Equipamentos adaptados. Lápis adaptados. Caneta adaptada. Computador. Livros adaptados. Mouse adaptado. Etc.

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Pra começo de conversa... Dimensão 5: Metodológica Métodos e técnicas de trabalho, de estudo, de brincar e de lazer, que não atendem pessoas com deficiência. Métodos são baseados em teorias e muitas dessas teorias estão ultrapassadas, são inadequadas para pessoas com e sem deficiência, que não levavam em conta alunos com outros potenciais (SASSAKI, 2009, p. 4). Soluções: • No campo do trabalho: o adequação de métodos e técnicas de trabalho, que atendam pessoas com deficiência; o treinamento de todos os colaboradores, a fim de saberem lidar com a pessoa com deficiência; o ergonomia; o etc. • No campo educacional, o utilização dos 15 estilos de aprendizagem; o aplicação das inteligências múltiplas; o adaptação de materiais didáticos.

Dimensão 6: Natural A natureza também apresenta barreiras para pessoas com deficiência, então, cabe ao homem promover a acessibilidade, de forma que a pessoa com deficiência possa usufruir deste ambiente sem agredir a natureza. Essa dimensão defende que a pessoa com deficiência também pode usar a natureza para meditar, para brincar, para contemplar etc. Sem acessibilidade, as pessoas com deficiência não podiam frequentar lugares com cachoeira, rocha, pedregulho, lama, buraco etc. Solução: Uma pessoa que usa cadeira de rodas que quer frequentar a praia. Para que ela possa aproveitar aquele espaço, utiliza-se uma lona na areia para que ela possa se locomover até o mar.

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Pra começo de conversa... Dimensão 7: Programática A barreira programática refere-se a alguma barreira contida em qualquer tipo de expressão, seja um texto, um filme, uma dança etc., sem que o autor perceba que existe essa barreira esteja embutida, é invisível (SASSAKI, 2009, p. 5). Exemplo: o Decreto 3.258/1999, art. 24, Seção II – Do Acesso à Educação, traz o seguinte texto:

Alunos com deficiência podem estudar em escolas regulares se forem capazes de se integrar na rede regular. Então, alunos que não são “capazes” de se integrar são excluídas, mas quem avalia isso? Alguém vai ter que medir, vai ter que avaliar, que aquele aluno é capaz, o outro é incapaz. É subjetivo. Neste texto, a barreira da acessibilidade está embutida.

Conhecendo as pessoas com deficiência e recomendações de acessibilidade Uma parada para refletir... • Aprendemos até aqui que o Brasil apresenta uma extensa legislação, quando o assunto é pessoa com deficiência, evoluindo de uma mentalidade excludente, e, depois, segregacionista, passando para uma educação integradora, rumo para uma educação inclusiva.

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Pra começo de conversa... • Verificamos a definição de deficiência, recomendada pela Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, aprovada em Assembleia Geral da ONU. • Vimos os principais dispositivos legais, sendo o último deles a Lei Brasileira de Inclusão (LBI) (Lei n. 13.146/2015), que traz uma abordagem muito mais completa e robusta das legislações anteriores. • Depois, aprendemos sobre o conceito de minorias, assunto muito em voga atualmente. • Em seguida, investigamos o que é acessibilidade, em suas sete dimensões, propostas por Romeu Sassaki. Mas quem são as pessoas com deficiência? Como agir? Quais são as barreiras enfrentadas? Para responder a essas perguntas, tomemos como último levantamento feito pelo IBGE; as orientações do manual do Programa Mackenzie de Inclusão (PMI); os estudos contidos no livro do programa Distúrbios do Desenvolvimento, da Universidade Presbiteriana Mackenzie (AMATO; BRUNONI, BOGGIO, 2018), Distúrbios do desenvolvimento: estudos interdisciplinares; a classificação da ABNT 9050 e do DSM-V; e as recomendações de acessibilidade do eMag, do governo federal:

Deficiência física O que é? A deficiência física é a alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física. Já a pessoa com mobilidade reduzida é aquela que, não se enquadrando no conceito de pessoa com deficiência, tem dificuldade de movimentar-se, permanente ou temporariamente, gerando redução efetiva da mobilidade, flexibilidade, coordenação motora e percepção. Para utilizar o computador, as pessoas com deficiência física ou mobilidade reduzida podem fazer uso de mouses ou teclado adaptados. Como agir? • •

Não encoste ou se apoie na cadeira de rodas, pois ela é uma extensão do corpo da pessoa com deficiência física. Se for conversar por mais tempo, sente-se em uma cadeira para que você esteja no mesmo nível do aluno com deficiência ou do seu interlocutor. Esteja atento às limitações do ambiente antes de chamar o aluno com deficiência.

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Pra começo de conversa... A paralisia cerebral é fruto de uma lesão cerebral, que causa desordem no controle sobre os músculos do corpo e impõe necessidades específicas. • • •

• •

Essa condição faz com que a pessoa seja mais lenta para executar as atividades cotidianas, como andar, falar, pegar coisas. Tenha paciência, especialmente para ouvi-lo. Verifique se necessita de alguma tecnologia assistiva e buscar o Proato (Programa de Atenção e Orientação aos Discentes, da Universidade Presbiteriana Mackenzie) para providências. Certifique-se de que o material esteja adaptado para o aluno. Para prova e tarefas, o aluno com paralisia cerebral, por exemplo, pode precisar de mais tempo para a execução, se tiver membros superiores comprometidos.

Barreiras enfrentadas • Atividades com limite de tempo. • Abertura de várias janelas simultaneamente. • Funções que não funcionam pelo teclado.

Cegueira/Deficiência visual O que é? A cegueira representa a ausência total de resposta visual, podendo ser congênita (desde o nascimento) ou adquirida. A forma adquirida pode ser: aguda (perda visual de forma súbita) ou progressiva-crônica (perda visual de forma progressiva, na maioria dos casos lentamente). A cegueira é considerada uma deficiência grave, pois é a perda de um dos sentidos mais úteis na relação do homem com o mundo. Para terem acesso ao meio digital, as pessoas cegas geralmente utilizam softwares leitores de tela e navegam utilizando o teclado. Como agir? • Ao lidar com uma pessoa com deficiência visual, sempre comece se identificando e fazendo com que ela saiba que você está se dirigindo a ela. • Quando for guiá-la, espere que ela segure no seu braço. • Para ajudá-la a sentar, guie-a até a cadeira e coloque a mão dela no braço ou encosto da cadeira e deixe que ela se sente sozinha. • Sempre avise quando for sair do recinto. • Não distraia o cão guia, pois isso pode ser prejudicial. • Na sala de aula, faça sua autodescrição. • Verifique se necessita de alguma tecnologia assistiva e buscar o Proato (Programa de Atenção e Orientação aos Discentes, da Universidade Presbiteriana Mackenzie) para providências. • Certifique-se de que o material esteja adaptado para o aluno. • Para prova e tarefas, o aluno precisa de mais tempo para a execução.

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Pra começo de conversa... Barreiras enfrentadas • Imagens sem descrição. • Vídeos sem alternativa textual ou sonora. • Funções que não funcionam pelo teclado. • Links mal descritos. • Tabelas que não fazem sentido quando lidas linearmente. • Formulários sem sequência lógica. • Campos de formulário sem descrição adequada. • Arquivos pouco acessíveis.

Baixa visão O que é? Baixa visão é o comprometimento do funcionamento visual em ambos os olhos, mesmo após correção com uso de óculos ou lentes de contato, mas a pessoa utiliza ou é potencialmente capaz de utilizar a visão para planejamento e execução de alguma tarefa. Dentre o grupo de pessoas com baixa visão há variações: alguns conseguem ler se o impresso for grande ou se estiver próximo a seus olhos (ou mesmo através de lentes de aumento), outros conseguem apenas detectar grandes formas, cores ou contrastes. Pessoas com baixa visão utilizam o computador com ampliadores de tela. Além disso, dependendo do grau residual de visão, essas pessoas também acabam utilizando os softwares leitores de tela e os recursos de alto contraste. Como agir? • Ao lidar com uma pessoa com deficiência visual, sempre comece se identificando e fazendo com que ela saiba que você está se dirigindo a ela. • Quando for guiá-la, espere que ela segure no seu braço. Para ajudá-la a sentar, guie-a até a cadeira e coloque a mão dela no braço ou encosto da cadeira e deixe que ela se sente sozinha. • Disponibilize com antecedência o material da aula. • Certifique-se de que o material esteja adaptado para o aluno. • Verifique se necessita de alguma tecnologia assistiva e buscar o Proato (Programa de Atenção e Orientação aos Discentes, da Universidade Presbiteriana Mackenzie) para providências. • Para prova e tarefas, o aluno precisa de mais tempo para a execução. Barreiras enfrentadas • Contraste inadequado de cores. • Fonte de letra com serifa ou decorada. • Conteúdos que perdem sua funcionalidade quando ampliados. • Dependendo do grau da baixa visão, o usuário irá utilizar um leitor de tela. Desse modo, as barreiras serão as mesmas enfrentadas por uma pessoa cega.

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Pra começo de conversa... Surdez ● Deficiência auditiva O que é? A deficiência auditiva pode ser de diferentes graus, desde leve até profunda. Assim, existem pessoas com deficiência auditiva que conseguem ouvir alguns sons, mas não distinguem palavras, enquanto outras não ouvem som algum. Dentre as pessoas com surdez, existem: • As que utilizam Libras para se comunicar e não são fluentes na Língua Portuguesa. • As que utilizam Libras para se comunicar e são fluentes na Língua Portuguesa. • As que utilizam tanto Libras quanto a Língua Portuguesa (leitura labial ou dispositivos que ampliam o som) para se comunicar. • As que não conhecem Libras e realizam leitura labial e/ou leitura e escrita. Ou seja, nem todo surdo utiliza Libras, nem todo surdo é oralizado. Há diferentes formas de alterações na fala, que podem variar desde a dificuldade em pronunciar determinados sons, até gagueiras mais graves, a perda total da voz e transtornos causados por problemas neurológicos, que podem inclusive afetar a compreensão. Como agir? • Tenha paciência ao se comunicar e não tente adivinhar o que a pessoa quer dizer. É importante também não deixá-la sem resposta. • Procure olhar no olho da pessoa, falar devagar e com poucas palavras, sem interromper. Preste atenção no conteúdo e não na forma. Se precisar, peça para repetir. • A comunicação pode ser por meio de gestos, escrita, desenhos, símbolos visuais, entre outros. • Verifique se necessita de alguma tecnologia assistiva e buscar o Proato (Programa de Atenção e Orientação aos Discentes, da Universidade Presbiteriana Mackenzie) para providências. • Disponibilize com antecedência o material da aula. • Certifique-se de que o material esteja adaptado para o aluno. • Fale normalmente, de forma clara e de frente para a pessoa. • Caso a pessoa peça, fale devagar, para facilitar a leitura labial, ou fale mais alto. As expressões faciais são muito importantes para que a pessoa entenda quando é brincadeira ou não. • Você pode pedir que ela repita se não entender o que foi dito. • Também pode usar bilhetes, se a comunicação ficar difícil. • Não passe entre duas pessoas que estejam conversando em Libras. Barreiras enfrentadas • Vídeo sem legendas ou Libras. • Áudio sem transcrição em texto. • Conteúdo sem uma linguagem clara e simples. • Somente um tipo de avaliação. • Somente um tipo de tarefa. • Arquivos pouco acessíveis.

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Pra começo de conversa...

Deficiência intelectual O que é? A pessoa com deficiência intelectual apresenta um funcionamento intelectual significativamente inferior à média, com manifestação antes dos dezoito anos. O indivíduo com deficiência intelectual tem as áreas cognitivas afetadas, apresentando dificuldade na atenção, concentração, compreensão, assimilação, memória visual, memória auditiva e raciocínio. A deficiência intelectual é uma característica muito presente ou frequente na Síndrome de Down ou trissomia do cromossomo 21. Na terminologia atual, “deficiência intelectual” substitui o termo “deficiência mental”. Como agir? • Sempre haja naturalmente, prestando atenção e jamais a ignore. • Trate-a com respeito e consideração. • Não a superproteja. Só ajude quando for realmente necessário. • Disponibilize com antecedência o material da aula. • Não subestime a inteligência. Por mais que leve mais tempo para aprender, podem adquirir habilidades sociais e intelectuais para diferentes cargos na instituição. • Certifique-se de que o material esteja adaptado para o aluno. • Para prova e tarefas, o aluno precisa de mais tempo para a execução. • Verifique se necessita de algum apoio e buscar o Proato (Programa de Atenção e Orientação aos Discentes, da Universidade Presbiteriana Mackenzie) para providências Barreiras enfrentadas • Falta de clareza e consistência na organização do material. • Utilização de linguagem complexa sem necessidade. • Parágrafos muito extensos. • Abreviaturas e palavras incomuns sem uma explicação. • Imagens complexas sem explicação textual. • Uso de imagens “piscantes” ou áudio em certa frequência que cause desconforto. • Somente um tipo de avaliação. • Somente um tipo de tarefa. • Fontes com serifa, letras piscantes, contraste ruim.

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Pra começo de conversa... Transtorno do Espectro Autista (TEA) O que é? Caracteriza-se pelo comprometimento da comunicação, comportamento e interação social. Podem apresentar deficiência intelectual e comportamento repetitivo. Dificuldade para entender relacionamentos e brincadeiras. Como agir? • • • • • • • • •

Tenha cuidado com toques e palavras. Aja com delicadeza. Estimule a interação com outras pessoas. Ajude-o a criar novas formas de comunicação. Disponibilize com antecedência o material da aula. Imponha limites. Seja criativo. Certifique-se de que o material esteja adaptado para o aluno. Destacar informações importantes em locais estratégicos (lousa, mural, e-mail, grupo do Whatsapp etc.). • Dar feedbacks constantes e imediatos. • Fazer com o que aluno seja responsável, se sinta responsável por determinada tarefa. • Quando precisar orientar um aluno com TEA, olhe sem seus olhos, e fale com firmeza. • Deixar bem claras as regras do componente curricular, a distribuição do conteúdo, trabalhos e demais formas de avaliação. • Para prova e tarefas, talvez o aluno precise de mais tempo para a execução, caso tenha deficiência intelectual, por exemplo. • Verifique se necessita de algum apoio e buscar o Proato (Programa de Atenção e Orientação aos Discentes, da Universidade Presbiteriana Mackenzie) para providências Barreiras enfrentadas • Comunicação. • Falta de clareza e consistência na organização do material. • Utilização de linguagem complexa sem necessidade. • Parágrafos muito extensos. • Abreviaturas e palavras incomuns sem uma explicação. • Imagens complexas sem explicação textual. • Uso de imagens “piscantes” ou áudio em certa frequência que cause desconforto.

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Pra começo de conversa... Deficiência múltipla O que é? É a associação de duas ou mais deficiências. Como agir? Todas as instruções anteriores. Barreiras enfrentadas Depende das deficiências apresentadas. Verificar todas as instruções anteriores.

Deficiência psicossocial O que é? A pessoa com deficiência psicossocial possui “sequela de transtorno mental”, em que o quadro psiquiátrico já se estabilizou. É diferente de transtorno mental, em que o quadro não se estabilizou. Enquadram-se em deficiência psicossocial que se estabilizou: esquizofrenia, transtorno bipolar, depressão e ansiedade). Como agir? • É importante não tratá-la como problema que precisa de conserto. • Sempre haja naturalmente, prestando atenção e jamais a ignore. • Trate-a com respeito e consideração. • Disponibilize com antecedência o material da aula. • Não a superproteja. Só ajude quando for realmente necessário. • Perguntar se ela realmente entendeu o que está sendo explicado. • Passar uma instrução mais de uma vez. • Converse individualmente com o aluno para verificar suas dificuldades. • Para prova e tarefas, o aluno precisa de mais tempo para a execução. Barreiras enfrentadas • Comunicação. • Entendimento do sentido figurado. • Necessidade de ouvir uma instrução mais de uma vez. Adaptado de: eMag; Manual do PMI; DSM-V; AMATO, BRUNONI, BOGGIO (2018), ABNT 9050.

Além dessas classificações, algumas pessoas apresentam alguns transtornos, que podem prejudicar sua aprendizagem:

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Pra começo de conversa... Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) O que é? Padrão persistente de comportamentos de desatenção, como deixar de prestar atenção a detalhes ou cometer erros por descuido, ou de hiperatividade/impulsividade, como agitação exacerbada ou tomadas de decisão por impulso. Esse comportamento afeta a vida acadêmica, social e ocupacional. Como agir? • Comunicar o tempo para realização de uma tarefa. • Disponibilize com antecedência o material da aula. • Destacar informações importantes em locais estratégicos (lousa, mural, e-mail, grupo do Whatsapp etc.). • Dar feedbacks constantes e imediatos. • Fazer com o que aluno seja responsável, se sinta responsável por determinada tarefa. • Quando precisar orientar um aluno com TDAH, olhe sem seus olhos, e fale com firmeza. • Deixar bem claras as regras do componente curricular, a distribuição do conteúdo, trabalhos e demais formas de avaliação). • Certifique-se de que o material esteja adaptado para o aluno. • Para a prova, verifique se o aluno não precisa fazer isoladamente. • Para prova e tarefas, o aluno precisa de mais tempo para a execução. Barreiras enfrentadas • Dificuldade de manter-se concentrado. • Atividade motora excessiva (exemplo: levantar-se da cadeira constantemente, correr, escalar, conversar em demasia). • Impulsividade em agir, sem medir as consequências (exemplo: interromper os colegas constantemente, não aguardar a vez). • Interação social. • Desempenho escolar insatisfatório.

Transtorno Específico da Aprendizagem (TEAp) O que é? Dificuldades na aprendizagem e uso de habilidades acadêmicas: Dislexia Leitura oral caracteriza-se por distorções, substituições ou omissões; tanto na leitura em voz alta quanto silenciosa caracterizam-se por lentidão e dificuldade de compreensão. Prejuízo na ortografia, na gramática, na pontuação, clareza e organização da expressão escrita. Discalculia Comprometimento na matemática, em que o senso numérico, a memorização de fatos aritméticos e precisão ou fluência de cálculos ficam comprometidos.

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Pra começo de conversa... Como agir • Converse individualmente com o aluno. • Disponibilize com antecedência o material da aula. • Certifique-se de que o material esteja adaptado para o aluno. • Para prova e tarefas, o aluno precisa de mais tempo para a execução. • Oferecer mais uma forma de avaliar o aluno, talvez ele não consiga fazer determinadas tarefas e determinados modelos de prova. • Exemplificar o conteúdo de diferentes formas (áudio, vídeo, imagens etc.). Barreiras enfrentadas • Textos com nenhum ou pouco espaçamento. • Enunciados muito longos dos exercícios. • Somente um tipo de avaliação. • Somente um tipo de tarefa. • Fontes com serifa, letras piscantes, contraste ruim. Adaptado de: DSM-V; AMATO, BRUNONI, BOGGIO (2018), ABNT.

Desenho Universal para Aprendizagem (DUA) E como faço para colocar em prática as recomendações de acessibilidade? Uma forma de se fazer isso é pensar nos espaços, na elaboração do material didático, nas avaliações etc. conforme as diretrizes do Desenho Universal para Aprendizagem. Vamos conhecer um pouco sobre isso? O Desenho Universal para Aprendizagem tem se mostrado bom caminho para que isso se efetive, conforme mostrado em várias produções acadêmicas. Desenvolvido em 1999, por David Rose, Anne Meyer, com contribuição de outros pesquisadores do Center for Applied Special Technology (CAST, 2020), o DUA baseou-se no Desenho Universal proposto pelo arquiteto Ronald Mace, cujo objetivo era criar espaços físicos acessíveis a todos, que pode ser traduzido pela ideia da rampa, em que a passagem é facilitada para todos, desde uma mulher empurrando um carrinho de bebê, um idoso com bengala, uma criança até uma pessoa com cadeiras de rodas ou pessoa com mobilidade reduzida.

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Pra começo de conversa...

Figura 3. Com a ideia da rampa, pensada por Ronald Mace, todos teriam acesso: mulher empurrando uma mala, pessoa com cadeira de rodas, pessoa que usa muletas, idosos, crianças, mulher empurrando um carrinho de bebê etc.

Visando ao acesso de todos, Rose e Meyer (ROSE, 2000, p. 45) transpuseram essa ideia para a educação, em que todos os alunos, independente de limitações físicas e cognitivas ou não, possam aprender sem barreiras (ZERBATO; MENDES, 2018, p. 150). Em vez de utilizar um currículo padrão para todos e adaptar especificamente para determinado aluno, conforme sua limitação, a ideia é utilizar os princípios do DUA com o:

Com isso, o currículo seria ensinado de formas diferenciadas para os alunos. Para Rose e Meyer, a adaptação deve recair sobre o currículo e não sobre o estudante, fazendo com que este currículo possa atender a todos os estudantes. Para que isso se efetive, a ideia é oferecer objetivos, métodos, materiais e avaliações flexíveis, em vez de um currículo “tamanho único para todos” (SEBASTIÁNHEREDERO, 2020, p. 735).

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Pra começo de conversa... É preciso pensar o currículo de forma plural:

Para entendermos melhor o funcionamento de um currículo DUA, apresentamos a seguir um comparativo com uma visão tradicional, contemplando os quatro componentes: objetivos, métodos, materiais e avaliação:

Proposta do currículo DUA, em comparação ao currículo tradicional CURRÍCULO TRADICIONAL

CURRÍCULO DUA

Objetivos

Conhecimentos, conceitos e habilidades que todos os estudantes devem dominar. Foca no conteúdo e no desempenho.

Os objetivos são construídos reconhecendo a diversidade de estudantes, de modo que os meios e as maneiras para alcançá-los ocorram de forma diferenciada. Para isso, os professores oferecem diferentes caminhos, ferramentas, estratégias e bases para alcançá-los. Foca no desenvolvimento avançado do estudante.

Métodos

Decisões, abordagens, procedimentos ou rotinas de ensino que os professores usam para alcançar a aprendizagem dos alunos.

Métodos flexíveis e variados, conforme a diversidade dos alunos, considerando também o contexto do trabalho a ser desenvolvido e clima de classe.

Materiais

Meios utilizados para apresentar conteúdos de aprendizagem e que os estudantes usam para demonstrar seus conhecimentos.

Conteúdo apresentado de múltiplas formas, fornecendo ferramentas e suportes necessários para acessar, analisar organizar, sintetizar e demonstrar a compreensão de várias maneiras.

Avaliação

Coletar informações sobre o desempenho do estudante.

O objetivo da avaliação é melhorar o planejamento estratégico e seus resultados. O foco é nos objetivos e não nos meios.

Fonte: elaborado pela autora baseado em Sebastián (2020, p. 738-739).

O DUA alicerça-se em três princípios (ZERBATO; MENDES, 2018, p. 151-152):

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Pra começo de conversa... 1) Princípio do engajamento (rede afetiva: o porquê da aprendizagem): emoções e afetividade são importantes para a aprendizagem, e a forma como os alunos se sentem provocados e motivados para aprender também difere de aluno para aluno. A proposta aqui é engajar e motivar os alunos, por meio de desafios, fazendo com que fiquem interessados no assunto a ser aprendido, levando em conta interesses pessoais, subjetividade e conhecimentos prévios. Alguns alunos preferem atividades em grupo, por exemplo, outros, atividades individuais. 2) Princípio da representação (rede de reconhecimento: o quê da aprendizagem): conectar conhecimentos prévios às informações novas, de modo que o aluno possa fazer o reconhecimento do que está sendo aprendido, por isso, o uso de exemplos é muito importante nesse processo. Ensinar o conteúdo novo de diferentes maneiras, utilizando recursos visuais, auditivos e sinestésicos. 3) Princípio da ação e expressão (redes estratégicas: como da aprendizagem): os alunos expressam o que sabem de formas diferentes. Um aluno com baixa visão pode expressar melhor seu aprendizado gravando um áudio, por exemplo; um aluno com Transtorno do Espectro Autista (TEA) pode preferir se expressar com um texto escrito, por exemplo. A proposta aqui é avaliar o aluno por meio de feedback constante, de diferentes formas, não somente com uma tradicional prova escrita, mas oportunizar ao aluno diferentes formas para que ele demonstre os conhecimentos aprendidos. Se cada um tem um ritmo e um estilo de aprendizagem, o DUA consegue abarcar a diversidade existente na sala de aula, promovendo a inclusão. Neste sentido, o conceito de DUA e o uso de recursos de tecnologia no processo de ensino aprendizagem é considerado positivo para escolarização de pessoas com deficiência. E como aplicar esses princípios na elaboração de materiais para o ensino presencial? É isso que será mais bem explicado nas próximas seções.

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Pra começo de conversa... Referências ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. Norma 9050, 2015. Disponível em: http://acessibilidade.unb.br/images/PDF/NORMA_NBR-9050.pdf Acesso em: 9 maio 2022. AMATO, C. A. de la H.; BRUNONI, D.; BOGGIO, P. S. (Orgs.). Distúrbios do desenvolvimento: estudos interdisciplinares. São Paulo: Memnon, 2018. BRASIL. eMag. BRASIL. MEC/SECAD. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, 2008. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/politicaeducespecial.pdf> Acesso em: 8 ago. 2021. BRASIL ESCOLA. Minoria sociais. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=l87T3CoToP4&t=16s Acesso em: 9 maio 2022. CAST. Timeline of Innovation. Disponível em: https://www.cast.org/impact/timeline-innovation Acesso em: 20 nov. 2020. D'ANTINO, M. E. F. O diálogo possível entre os diferentes. In: VILLAVERDE, M. A.; FERNÁNDEZ, C. B.; VICENTE, J. R. (Eds.). Condordia y violencia: una reflexión filosófica para el mundo de hoy. Actas de los VIII Encuentros Internacionales de Filosofía en el Camino de Santiago. Santiago de Compostela: Universidade, Servizo de Publicacións e Intercambio Científico, 2007. DSM-5. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. American Psychiatric Association; tradução: Maria Inês Corrêa Nascimento et al.; revisão técnica: Aristides Volpato Cordioli et al. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014. GIANNINI, A. A 1ª brasileira com síndrome de Down embaixadora da L’Oréal Paris. Revista Veja, jun. 2021. Disponível em: https://veja.abril.com.br/cultura/a1a-brasileira-com-sindrome-de-down-embaixadora-da-loreal-paris/ Acesso em: 7 ago. 2021. IBGE. Pesquisa Nacional de Saúde 2019: ciclos de vida. Rio de Janeiro: IBGE, 2021.139 p. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101846.pdf Acesso em: 30 ago. 2021. IBGE – PNAD. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, 2019. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101794_informativo.pdf Acesso em: 9 out. 2021.

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Pra começo de conversa... INEP. Censo da Educação Superior 2019. Brasília: MEC, 2020. Disponível em: https://download.inep.gov.br/educacao_superior/censo_superior/documentos/2 020/Apresentacao_Censo_da_Educacao_Superior_2019.pdf Acesso em: 20 jul. 2021. JESUS, D. M. et al. Educação Especial em Sassari (Itália) e em Vitória (ES, Brasil): uma pesquisa comparada. Educação e Pesquisa, São Paulo, n. 45, 2019. KASSAR, M. C. M. Educação especial na perspectiva da educação inclusiva: desafios da implantação de uma política nacional. Educar em Revista, Curitiba, Brasil, n. 41, p. 61-79, jul./set. 2011. MINETTO, M. de F. Currículo na educação inclusiva: entendendo esse desafio. 2. ed. Curitiba: Intersaberes, 2021. PEREIRA, J. de A.; SARAIVA, J. M. Trajetória histórico social da população deficiente: da exclusão à inclusão social. SER Social, Brasília, v. 19, n. 40, p. 168185, jan.-jun./2017. PINSKY, J.; PINSKY, C. B (Orgs.). Novos combates pela história: desafios. São Paulo: Contexto, 2021. ROSE, D. Universal design for learning. Journal of Special Education Technology, 15(3), 45-49, 2000. SASSAKI, R. Deficiência psicossocial. JusBrasil, Rio de Janeiro, 2011. __________. Inclusão: acessibilidade no lazer, trabalho e educação. Revista Nacional de Reabilitação (Reação), São Paulo, Ano XII, mar./abr. 2009, p. 10-16. __________. As sete dimensões da acessibilidade. Araraquara: Larvatus Prodeo, 2020. SEBASTIÁN-HEREDERO, E. Diretrizes para o desenho universal para aprendizagem (DUA). Rev. Bras. Ed. Esp., Bauru, v.26, n.4, p.733-768, Out.-Dez., 2020. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbee/a/F5g6rWB3wTZwyBN4LpLgv5C/?lang=pt# Acesso em: 25 ago. 2021. TSUKAMOTO, N. M. S.; ROMANOWSKI, J. P. Análise das publicações: a formação de professores para educação inclusiva em ambiente virtual de aprendizagem. IX Congresso Nacional de Educação - Educere, III Encontro SulBrasileiro de Pscicopedagogia, 2009. ZERBATO, A. P.; MENDES, E. G. Desenho universal para a aprendizagem como estratégia de inclusão escolar. Educação Unisinos, 22(2):147-155, abril-junho 2018.

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Pra começo de conversa... Para aprender mais BRASIL. Materiais. CAC UFMG. Acessibilidade e inclusão de pessoas com deficiência no ensino superior. Set. 2021. EGALITÊ INCLUSÃO & DIVERSIDADE. Acessibilidade: a chave para a inclusão social. Abr. 2020. REDONDO, L. Pessoas com deficiência psicossocial/transtornos mentais. SASSAKI, R. Dimensões da acessibilidade. Parte 1/2. SASSAKI, R. Dimensões da acessibilidade. Parte 2/2.

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Orientações gerais


Boas práticas de acessibilidade: orientações gerais Ao adotar boas práticas de acessibilidade, você possibilita que não só pessoas com deficiência, mas também idosos, analfabetos funcionais ou com outros tipos de limitações possam compreender seu conteúdo. Nesta seção, você vai aprender sobre: ► ► ► ►

Fontes acessíveis. Cores e contraste. Elementos visuais. Vídeos acessíveis.

Fontes acessíveis

Na hora de escolher a fonte, busque por aquela que não apresenta serifa. Mas o que é isso? Serifa é uma barra, traço ou prolongamento presente no fim das hastes de uma letra. Confira a Figura 1:

Figura 1. Serifas na letra “A”, da fonte Times New Roman.

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Boas práticas de acessibilidade: orientações gerais E por que isso é importante? Porque fonte com serifa, como o demonstrado acima, da fonte Times New Roman dificulta a leitura para pessoas com baixa visão. E a escolha de fontes sem serifa pode beneficiar também pessoas com deficiência intelectual, transtorno do espectro autista (TEA), idosos e outros. Fontes mais simples e sem serifa, como Tahoma e Verdana, são as mais indicadas, facilitando a compreensão para pessoas que apresentam alguma limitação. Perceba a comparação dos dois textos a seguir: Fonte SEM serifa

Fonte COM serifa Textos com fonte com serifa dificultam a leitura para aqueles que apresentam dificuldade.

Textos mais simples com fonte sem serifa ajudam no entendimento para pessoas com limitações.

Exemplos de fontes que não se encontram com os padrões de acessibilidade: Times New Roman, Baskerville Old Face, Garamond, Perpetua etc.

Exemplos de fontes que se enquadram aos padrões de acessibilidade: Arial, Calibri, Helvetica, Tahoma etc.

Como é possível perceber, há muitas opções de fonte sem serifa. Então, faça a escolha certa para garantir acessibilidade ao seu conteúdo. Além de ficar atento à fonte sem serifa, outros fatores também podem atrapalhar a leitura de pessoas que têm alguma limitação. Por isso, siga também estas dicas (Figura 2).

EVITE USAR TEXTOS LONGOS INTEIROS EM LETRA MAIÚSCULA Evite usar textos longos em itálico, apenas pontualmente Use o negrito com parcimônia, não use em textos longos Nunca use fonte cursiva Nunca use fonte decorada Tenha cuidado com o contraste Fonte: adaptado de Guia Prático de Acessibilidade e Inclusão Digital. Figura 2. Mais dicas de fontes acessíveis.

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Boas práticas de acessibilidade: orientações gerais Cores e contraste

Além da escolha adequada da fonte, pensar nas cores e no contraste que serão utilizados no material que está preparando para os alunos é muito importante. O baixo contraste pode afetar alunos de maneira geral, mas prejudicar mais ainda aqueles com alguma limitação – daltônicos, deficiência intelectual e baixa visão. Muitas vezes, escolhemos as cores por pura estética ou aleatoriamente, mas quando se pensa em material acessível, não podemos negligenciar esta escolha. Pensar em cores não é pensar somente nos daltônicos, que não detectam as cores verde e vermelho, mas pensar em todos os alunos. A leitura precisa acontecer de forma clara, sem esforço. O que seria baixo contraste? Analise esta comparação a seguir e perceba a diferença entre os diferentes tons (Figura 3):

Figura 3. Baixo, médio e alto contraste.

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Boas práticas de acessibilidade: orientações gerais Analise agora estes exemplos:

No exemplo acima, o cinza sobre o cinza dificulta muito a leitura. Utilizando o mesmo exemplo acima e acertando o contraste, temos:

Não fica melhor e mais claro? Ao “bater o olho”, já é possível localizar a informação, ler sem muito esforço. E o que mais? Tons na mesma escala de cores ou mesmo de difícil leitura:

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Boas práticas de acessibilidade: orientações gerais

Prefira sempre alto contraste, de forma que todos possam compreender ser dificuldades:

Acima, foram substituídos o tom verde brilhante e a fonte em vermelho por um fundo azul escuro e fonte em branco. Alto contraste proporciona melhor visibilidade. Analise ainda outras comparações entre bons e maus contrastes para acessibilidade:

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Boas práticas de acessibilidade: orientações gerais

Na dúvida? Opte por combinações clássicas de bons exemplos de cores de plano de fundo e cores de texto: BRANCO SOBRE PRETO

BRANCO SOBRE AZUL

Cores no plano de fundo e primeiro plano devem oferecer bom contraste para pessoas com baixa visão, deficiência intelectual, TEA, idosos e outros.

Lembre-se: Pessoas daltônicas têm dificuldades com a percepção das cores vermelha e verde.

PRETO SOBRE AMARELO

PRETO SOBRE BRANCO

Esta combinação também fica bem visualmente.

Cores no plano de fundo e primeiro plano devem oferecer bom contraste para pessoas com baixa visão, deficiência intelectual, TEA, idosos e outros.

Outra prática muito comum, mas que deve ser evitada, é o uso de cores para passar alguma informação importante. Por exemplo: Lista de produtos (os itens em vermelho não estão disponíveis): Produto 1 Produto 2 Produto 3 Produto 4 Produto 5

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Boas práticas de acessibilidade: orientações gerais Neste exemplo, é preciso que o usuário consiga enxergar e distinguir cores para saber quais produtos estão indisponíveis. Uma solução para esse caso seria, além de utilizar a cor como diferencial, informar ao lado do produto que ele se encontra indisponível, dessa forma: Lista de produtos (os itens em vermelho não estão disponíveis): Produto 1 Produto 2 (indisponível) Produto 3 Produto 4 Produto 5 (indisponível)

Descreva e use ícones no lugar onde a informação precisa estar em destaque (Figura 4).

Parece complexa a regra das cores? Na dúvida, siga três dicas: 1. Não confie em uma cor para passar informação importante. Utilize ícones e texto. 2. Garanta um bom contraste entre cores e elementos. Verifique o contraste entre os textos e a cor de fundo. 3. Evite elementos que piscam ou mudam de cores rapidamente. Fonte: adaptado de BRAGA, 2015. Figura 4. Dicas essenciais de contraste e cor.

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Boas práticas de acessibilidade: orientações gerais Elementos visuais

Ao introduzir elementos visuais, como SmartArt, fotos, formas, esquemas etc. em seu material de aula, não se esqueça de inserir uma descrição, para que alunos que utilizam leitor de tela tenham a possibilidade de saber do que se tratam. Os aplicativos da Microsoft – PowerPoint, Word, Excel etc. – possibilitam que a descrição seja inserida como “Texto alternativo”. Evite inserir imagens de difícil descrição, como neste exercício de lógica de programação, por exemplo, em que o algoritmo encontra-se como imagem, impossibilitando uma pessoa que utiliza leitor de tela fazer o exercício:

As redes sociais, como Instagram e Facebook, também oferecem a opção de Texto alternativo, para inserir uma descrição das imagens.

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Boas práticas de acessibilidade: orientações gerais Portanto, se você utiliza as redes sociais como extensão das suas aulas, para inserir uma descrição nas imagens, siga os seguintes passos: 1. Tire uma foto ou carregue uma imagem da sua galeria. 2. Edite a foto como preferir e toque em “Avançar” (Figura 5).

Figura 5. Caminho para tornar sua imagem no Instagram acessível.

3. Na tela seguinte, para adicionar uma legenda, toque em “Acessibilidade” (Figura 6).

Figura 6. Caminho para tornar sua imagem no Instagram acessível.

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Boas práticas de acessibilidade: orientações gerais 4. Em Acessibilidade, toque em Escrever texto alternativo (Figura 7).

Figura 7. Caminho para tornar sua imagem no Instagram acessível.

5. Descreva a imagem do seu post. 6. Toque em “Concluir” (iOS) ou “Salvar” (Android). 7. Com o leitor de tela ativado, toque na foto publicada no feed de notícias para ouvir a descrição. É possível também escrever um texto alternativo em fotos já publicadas no Instagram, já que a rede social permite editar essa informação.

Vídeos acessíveis

Atualmente, acessamos muito conteúdo em vídeo. E não é à toa! Por quê? Porque encontramos praticamente tudo de que necessitamos, de forma prática, rápida e fácil. Seja para buscar uma receita de bolo, como consertar uma tomada ou mesmo aprender um simples código de programação. As opções são infinitas e o acesso, ilimitado. Utilizar esse recurso com os alunos enriquece as aulas.

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Boas práticas de acessibilidade: orientações gerais Mas o que faz um vídeo ser considerado acessível? Para ser considerado acessível, o vídeo precisa ter: 1. Áudio. 2. Transcrição textual. 3. Audiodescrição. 4. Legenda. 5. Tradução em Libras. E o que é cada elemento? Como faço para inseri-los? Calma, que vamos explicar detalhadamente cada um deles. Vamos lá!

Áudio Pode parecer óbvio, mas alguns vídeos não apresentam áudio, dificultando o entendimento para aqueles que dependem de todo ou em parte do áudio do vídeo para compreender o conteúdo. Se for gravar algum vídeo, sempre descreva o que está sendo realizado e, se for escolher algum vídeo pronto, atente-se para o áudio, de preferência um áudio bem limpo e claro, para ser entendido. Caso o vídeo escolhido ou gravado não tenha áudio, é importante disponibilizar um texto para download com a transcrição textual.

Legenda As legendas são de fundamental importância para garantir a acessibilidade a pessoas com deficiência auditiva, intelectual, TEA e outras deficiências ou limitações. Legendas são textos sincronizados equivalentes ao conteúdo de áudio. Existem três tipos de legenda: • Closed caption (CC): deverá ser ativada para começar a aparecer no vídeo. • Open caption (OC): está sempre visível. • Real time caption (legenda em tempo real): representam as legendas de vídeo ao vivo, ou seja, são criadas simultaneamente à apresentação do vídeo por pessoal especializado, utilizando softwares e equipamentos especiais.

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Boas práticas de acessibilidade: orientações gerais Ao subir um vídeo seu no Youtube, por exemplo, a própria plataforma disponibiliza a opção de legenda. Para isso, caso não tenha uma conta no Youtube, siga os seguintes passos: 1. Entre no site do Youtube e crie uma conta. Caso já tenha uma conta, basta fazer login (Figura 8).

Figura 8. Página de cadastro e login do Youtube.

2. Depois de se cadastrar e fazer login (1), clique em Youtube Studio (2) (Figura 9):

Figura 9. Página do Youtube já logada, com a opção Youtube Studio.

3. Ao clicar em Youtube Studio, você tem duas opções para subir um vídeo seu já gravado. Ou pelo botão Criar (1) ou Enviar vídeos (2) (Figura 10).

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Boas práticas de acessibilidade: orientações gerais

Figura 10. Página do Youtube com as opções para fazer uploud dos vídeos já criados.

4. Ao clicar em um dos botões, escolha um vídeo já gravado e salvo em seu dispositivo (Figura 11).

Figura 11. Página do Youtube com a opção para subir um vídeo já gravado.

5. Ao selecionar um vídeo de seu interesse, aparecerão opções de configuração, tais como título, descrição, playlist, se é adequado para crianças ou não etc. Escolhidas as opções desejadas, clique em Próximo, conforme mostrado na Figura 12:

Figura 12. Página de configuração do vídeo no Youtube.

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Boas práticas de acessibilidade: orientações gerais 6. Ao clicar em Próximo, novas opções de configuração aparecem: legenda, tela final e cards interativos. Para o nosso objetivo, que são as legendas, clique em Adicionar legendas Figura 13:

Figura 13. Página com a opção de legenda.

7. Ao clicar em Adicionar legendas, o Youtube oferece três opções: Enviar arquivo (1), Sincronização automática (2) e Digitar manualmente (3) Figura 14.

Figura 14. Página com as três opções de legenda do Youtube: arquivo, automática e manual.

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Boas práticas de acessibilidade: orientações gerais 8. Ao clicar na segunda opção – Sincronização automática – o Youtube gera uma legenda de forma automática. Depois, só clicar em Pronto. Leva alguns segundos e logo depois é possível fazer o download dessa legenda Figura 15.

Figura 15. Página com a opção Legenda automática (1) e depois gerando a legenda (2).

9. Ao finalizar a geração da legenda, clique em Legendas (1) > Idiomas (2) > (3) > Fazer download (4) > .srt (Figura 16).

Figura 16. Caminho para fazer o download da legenda.

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Boas práticas de acessibilidade: orientações gerais 10. Ao clicar na setinha Fazer download, aparecerão três opções de extensão de arquivo: .vtt, .srt e .sbv. E qual devo escolher? Recomendamos que seja na extensão .srt, para que seja possível utilizar esta legenda para inserir Libras posteriormente. Depois, salve na sua máquina (Figura 17):

Figura 17. Extensão .srt recomendada, para que seja possível inserir Libras posteriormente.

Mas como faço para disponibilizar este arquivo .srt em .doc para os meus alunos? Não se preocupe! Basta utilizar algum site da internet que faça a conversão de .srt para .doc, como Happyscribe, Aspose, Ebby, entre outros. Mas como garanto a privacidade do meu vídeo? Muito simples! Vá em Painel (1) e clique na canetinha (2) (Figura 18).

Figura 18. Tela mostrando como configurar a privacidade dos seus vídeos no Youtube.

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Boas práticas de acessibilidade: orientações gerais Ao clicar na canetinha, na seção Visibilidade (1), aparecerão três opções: Privado (somente você e pessoas que você escolher poderão assistir ao seu vídeo); Não listado (apenas pessoas com o link do seu vídeo poderão assisti-lo); e Público (qualquer pessoa que acessar o Youtube e buscar o assunto com este interesse poderá assistir ao seu vídeo) (Figura 19). Os vídeos gravados e contidos neste ebook, por exemplo, estão configurados como Não listado, ou seja, apenas pessoas que têm acesso aos links poderão assisti-los.

Figura 19. Tela mostrando as três opções de visibilidade.

Caso não queira subir seu vídeo no Youtube mesmo assim, há várias opções gratuitas na internet para inserção de legendas. Entretanto, a fidelidade do conteúdo da legenda não é o mesmo que do Youtube, uma vez que se algoritmo permite uma legenda bem próxima do conteúdo da fala. Para este exemplo, foi utilizada a ferramenta Headliner (Figura 20), que permite transcrever vídeos para Youtube, websites (1), Instagram, Twitter e Facebook (2) e Stories para Instagram, Snapchat e TikTok (3):

Figura 20. Tela mostrando as três opções para transcrição de vídeos.

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Boas práticas de acessibilidade: orientações gerais Para exemplificar, utilizaremos a opção para Youtube. Ao selecionar esta opção, na próxima tela, você seleciona o vídeo e o idioma para o qual deseja fazer a legenda de seu vídeo (Figura 21):

Figura 21. Tela mostrando as opções de idioma e vídeo para transcrição.

Definido o idioma e escolhido o vídeo, clique em Next (Figura 22):

Figura 22. Tela mostrando o vídeo e o idioma selecionados.

Em seguida, clique em Exportar (Figura 23).

Figura 23. Tela mostrando o vídeo selecionado, com o botão Exportar.

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Boas práticas de acessibilidade: orientações gerais Você receberá por email o vídeo com a legenda (Figura 24):

Figura 24. Tela mostrando para onde o vídeo com legenda será entregue.

Transcrição textual A transcrição textual é uma alternativa em texto que contém todo o conteúdo de um vídeo, incluindo tanto as informações contidas na faixa de áudio (se esta existir), quanto informações visuais transmitidas durante o vídeo. Conforme mostramos na seção anterior, é possível baixar arquivos de vídeo no Youtube e em outros sites da internet. Assim, além das informações contidas nas falas, é preciso informar todo o conteúdo visual relevante para a compreensão do vídeo, como expressões corporais, risadas, informações em texto, mudança de ambiente, entre outros. A transcrição é uma alternativa para vídeos muito importante, pois possibilita o acesso a todo o conteúdo de um vídeo tanto para pessoas com deficiência visual, quanto para pessoas com deficiência auditiva, além de pessoas com surdocegueira, que podem acessar o conteúdo da transcrição textual através de um display Braille. Além de essencial para pessoas com deficiência visual e auditiva, a alternativa em texto também é importante para usuários que não possuem equipamento de som, que desejam apenas realizar a leitura do material ou não dispõem de tempo para assistir a um arquivo multimídia, e também para pessoas com deficiência intelectual e TEA.

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Boas práticas de acessibilidade: orientações gerais Para disponibilizar a transcrição de seu vídeo com antecedência para seus alunos, há várias opções gratuitas na internet, que conseguem gerar automaticamente uma legenda para seu vídeo e você consegue baixar sua transcrição, conforme mostramos na seção anterior com o Youtube. Para este exemplo, foi utilizada a ferramenta Headliner. Depois de ter sido definido o idioma e selecionado o vídeo, clique em Download caption (Figura 25) e, em seguida, converta a extensão .srt para Word.

Figura 25. Tela mostrando o botão para baixar a legenda.

Você terá o texto completo da sua legenda para disponibilizar aos alunos.

Audiodescrição A audiodescrição não é a transcrição textual do conteúdo de um vídeo, mas sim uma faixa de áudio que contempla informações que aparecem visualmente, mas não estão presentes nos diálogos ou no áudio do próprio vídeo. Assim, a audiodescrição permite que o usuário tenha acesso a informações visuais que transmitem conteúdo como expressões faciais e corporais, informação sobre o ambiente, efeitos especiais, informações em texto que aparecem no vídeo, entre outros. A audiodescrição aparece no espaço entre as falas, sem sobrepor o conteúdo em áudio original do vídeo.

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Boas práticas de acessibilidade: orientações gerais Tradução em Libras Não podemos esquecer que é sempre desejável que os vídeos com áudio apresentem alternativa na Língua Brasileira de Sinais (Libras). Para isso, temos alternativas gratuitas, como VLibras. Para este exemplo, utilizamos o VLibras. Depois de ter baixado a legenda em .srt, cadastre-se no site do VLibras, clicando em Entrar (Figura 26). Mas, atenção, a legenda precisa estar obrigatoriamente no formato .srt! Lembra-se do que falamos acima, na seção Legendas? Na dúvida, volte a esta seção.

Figura 26. Tela inicial do VLibras.

Ao clicar em Entrar, cadastre-se (Figura 27):

Figura 27. Página de cadastro do VLibras.

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Boas práticas de acessibilidade: orientações gerais

Depois, clique em VLibras Vídeo (Figura 28):

Figura 28. Navegue em direção à parte inferior do site e selecione Vlibras video.

Em seguida, clique em Entrar com gov.br (Figura 29):

Figura 29. Clique em Entrar com gov.br.

Ao selecionar esta opção, aparecerá uma página para selecionar o vídeo e a legenda. Depois, selecione também o tamanho da janela, a posição e o avatar (Figura 30):

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Boas práticas de acessibilidade: orientações gerais Figura 30. Página com as opções de configuração do VLibras no seu vídeo.

Depois de enviado, o prazo para ficar pronto é de 1 dia. O vídeo do exemplo ficou desta forma (Figura 31):

Figura 31. Vídeo com Libras.

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Boas práticas de acessibilidade: orientações gerais Referências BRAGA, C. Acessibilidade: o impacto das cores. UX Collective, jun. 2015. BRASIL. Curso eMAG / conteudistas. CETIC-NIC-BR. Cartilha de acessibilidade na Web: tornando o conteúdo Web acessível. São Paulo: Comitê Gestor da Internet no Brasil, 2020. CORNER, A. Como criar designs acessíveis [Dicas + Modelos personalizáveis]. Vengage, out. 2020. FACULDADES DE TAQUARA. Exercícios e respostas de lógica de programação. JOGO para testar seu reconhecimento de cores. Kolor. LEGAL GROUNDS INSTITUTE. MACHADO MEYER ADVOGADOS. Guia Prático de Acessibilidade e Inclusão Digital.

Para aprender mais JOGO para testar seu reconhecimento de cores. Kolor. VALIDAR contraste pelo WCAG. Contrast Checker. MAGALHÃES, A. L. 4 aplicativos para colocar legendas em vídeos. Canaltech, jul. 2021. SANTOS, F. C. dos; OLIVEIRA, R. F. C. de. Grafia Braille para a Língua Portuguesa. 3. ed. Brasília: Ministério da Educação, 2018. ZIVIERI, M. Aula como adicionar um intérprete de libras virtual nos vídeos: crie acessibilidade para seus vídeos. Jun. 2021.

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Microsoft WORD 365


Microsoft WORD Verificador de acessibilidade Para verificar o que precisa ser alterado para que seu documento em Word esteja acessível, acione a aba Revisão e clique em Verificar acessibilidade (à esquerda do painel superior) ou Acessibilidade: investigar (canto inferior à esquerda) (Figura 1).

Figura 1. Verificar Acessibilidade ou Acessibilidade: investigar.

Ao clicar em um dos dois botões, abrirá uma caixa Acessibilidade, mostrando tudo que precisa ser verificado para que seu documento esteja acessível (Figura 2).

Figura 2. Caixa Acessibilidade.

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Microsoft WORD Perceba que a caixa Acessibilidade é dividida em três categorias (Figura 3): 1) 2) 3)

Erros. Avisos. Dicas.

Figura 3. Regras do verificador de acessibilidade.

É muito importante estar atento a essas regras, pois são elas que possibilitarão um documento mais acessível.

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Microsoft WORD Como tornar seu documento Word acessível Para um documento Word acessível, os seguintes pontos devem ser verificados: ►

1. Elementos visuais: descrição

2. Hiperlink e dicas de tela

3. Cor

4. Contraste

5. Títulos e estilos internos

6. Tabela

7. PDF acessível

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Microsoft WORD 1. Elementos visuais: descrição Em elementos visuais é importante inserir um Texto alternativo. Mas o que é um Texto alternativo? Trata-se de um texto descritivo, uma descrição, que inserimos em imagens, fotos, tabelas, formas, SmartArt etc., ou seja, tudo que usamos para ilustrar algo no texto. E por que inserir um Texto alternativo? Para pessoas que utilizam leitores de tela, como pessoas cegas ou com baixa visão, possam saber do que se trata aquele elemento visual. Por mais avançados que estejam os leitores de tela, muitos elementos visuais não são reconhecidos por esses softwares. E como consigo inserir um texto alternativo? Há duas formas. Verifique os exemplos a seguir. Na Figura 1.1, temos uma figura no documento Word.

Figura 1.1. Imagem no documento Word.

Uma dica importante é evitar usar texto em imagens como único método de transmitir informações importantes. Se você tiver que usar uma imagem que contenha texto, repita esse texto no documento. Na caixa Texto alternativo, descreva de forma breve a imagem e mencione a existência do texto e sua finalidade.

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Microsoft WORD Você tem dois caminhos para inserir o Texto alternativo (Figura 1.2). No primeiro caminho, com o quadro Acessibilidade (1) aberto, clique na setinha à direita (2) e depois em Adicionar uma descrição (3).

Figura 1.2. Inserindo um texto alternativo em uma imagem no Word. Caminho: Revisão > Verificar acessibilidade > Acessibilidade > Adicionar descrição.

O segundo caminho é mais rápido. Basta clicar com o botão direito sobre a imagem e depois em Editar texto alternativo (Figura 1.3).

Figura 1.3. Inserindo um texto alternativo em uma imagem no Word.

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Microsoft WORD Ao clicar em Editar texto alternativo ou Adicionar uma descrição (Figura 1.4), aparecem três opções: 1.

Espaço reservado (1) para que você insira uma descrição da imagem.

2. Gerar uma descrição para mim (2). Nesta opção, a Microsoft gera uma descrição automática. Entretanto, esta opção, geralmente, não gera textos muito precisos e informativos. Por isso, recomenda-se ser de própria autoria essa descrição do texto alternativo. 3. Marcar como decorativa (3). Caso você julgue esta imagem meramente decorativa, que nada acrescenta ao conteúdo, basta clicar nesta opção.

Figura 1.4. Opções para inserção de texto alternativo: texto de autoria própria, texto gerado automaticamente pela Microsoft e imagem decorativa.

É importante inserir um texto não muito longo, que dificulte a compreensão, nem muito curto, com pouca explicação (Figura 1.5):

Figura 1.5. Inserção da descrição da imagem.

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Microsoft WORD Caso julgue a imagem meramente decorativa, que nada acrescente ao entendimento do conteúdo, basta marcar a opção (Figura 1.6):

Figura 1.6. Opção decorativa.

Para editar um Editar texto alternativo em um gráfico (Figura 1.7), clique com o botão direito do mouse ao redor do gráfico e dentro.

Figura 1.7. Como inserir texto alternativo em um gráfico.

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Microsoft WORD Assim como para Imagem, para gráfico é importante inserir um texto descritivo preciso, não muito longo (Figura 1.8).

Figura 1.8. Inserção de um texto alternativo para gráfico.

Caso a imagem não seja relevante, basta marcar como Decorativa (Figura 1.9).

Figura 1.9. Opção decorativa.

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Microsoft WORD Para inserir Texto alternativo em uma forma do SmartArt, você precisa clicar com o botão direito em algum lugar dentro do quadro ao redor de toda a forma ou elemento gráfico SmartArt, não dentro de uma de suas partes (Figura 1.10).

Figura 1.10. Como inserir texto alternativo em uma forma do SmartArt.

É importante inserir um texto preciso e, ao mesmo tempo, não muito longo (Figura 1.11).

Figura 1.11. Inserção de texto descrito na forma SmartArt.

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Microsoft WORD Perceba que, assim como para imagem e gráfico, aparece a opção Marcar como decorativa, para a forma do SmartArt (Figura 1.12). Caso o elemento visual em forma de SmartArt não seja relevante para o entendimento do conteúdo, basta clicar nessa opção, que não aparecerá nos leitores de tela.

Figura 1.12. Opção decorativa para a forma SmartArt.

Perceba que em todos os exemplos anteriores – Imagem, Gráfico e SmartArt – havia informações que complementavam o texto, o que nos leva obrigatoriamente inserir um texto descritivo para usuários de leitores de tela, a fim de proporcionar-lhes melhor entendimento. Mas e se for uma foto, realmente decorativa? O procedimento é o mesmo: basta clicar na opção Marcar como decorativa (Figura 1.13). Caso contrário, descreva-a.

Figura 1.13. Opção decorativa para foto.

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Microsoft WORD 2. Hiperlink e dicas de tela Para determinar se o texto do Hiperlink faz sentido como uma informação isolada e fornece aos leitores informações precisas sobre o destino, examine visualmente o documento. As pessoas que usam leitores de tela às vezes passam por uma lista de links. Os links devem transmitir informações claras e precisas sobre o destino. Por exemplo, em vez de vincular ao texto Clique aqui, inclua o título completo da página de destino. Dica: Você também pode adicionar Dicas de Tela que são exibidas quando você passa o cursor sobre o texto ou as imagens que contêm um hiperlink. 1. Selecione o texto ao qual você deseja adicionar o hiperlink (1) e, em seguida, clique com botão direito. Selecione Link (2). (Figura 2.1)

Figura 2.1. Caminho para inserir um hiperlink, bem como um texto descritivo.

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Microsoft WORD 2. O texto que você selecionou é exibido na caixa Texto para exibição (1). Esse é o texto do hiperlink (2). (Figura 2.2)

Figura 2.2. Caixa para exibição do texto de hiperlink.

3. Se necessário, altere o texto do hiperlink. Se você julgar que o texto de hiperlink não esteja muito claro para pessoas que utilizam leitor de tela, altere para que fique mais claro. 4. Na caixa Endereço, digite o endereço de destino do hiperlink. (Figura 2.3)

Figura 2.3. Caixa para inserção do endereço do hiperlink.

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Microsoft WORD 5. Selecione o botão Dica de Tela (Figura 2.4) e, na caixa Texto de Dica de Tela, digite uma Dica de Tela (Figura 2.5).

Figura 2.4. Botão Dica de tela.

Figura 2.5. Caixa para inserir um texto de dica de tela.

Ao inserir um Texto de dica de tela, você possibilitou que o usuário, ao passar o cursor por cima do hiperlink, saber com antecedência se é de seu interesse verificar o conteúdo de hiperlink naquele momento ou não (Figura 2.6).

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Microsoft WORD

Figura 2.6. Caixa de texto que aparece ao colocar o cursor sobre o texto de hiperlink.

3. Cor A escolha das cores não pode ser aleatória na hora de elaborar seu material. Pessoas com baixa visão ou daltônicas têm dificuldade para interpretar textos e imagens, em que as cores distinguem informações. Dependendo da forma como as cores são aplicadas, dificulta a leitura e entendimento também para pessoas com deficiência intelectual e TEA. Por isso, garanta que a cor não seja a única forma de transmitir informações. Para encontrar cores incompatíveis com a acessibilidade, examine visualmente o seu documento. Em casos de hiperlink, por exemplo, adicione sublinhado ao texto de hiperlink com codificação por cor. Isso pode ajudar pessoas daltônicas e com baixa visão a saber que o texto tem um link, ainda que não possam ver a cor (Figura 3.1).

Figura 3.1. Texto de hiperlink sublinhado, sinalizando que, ao clicar, temos um link vinculado.

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Microsoft WORD Adicione formas se a cor for usada para indicar o status. Por exemplo, adicione um símbolo de marca de seleção se o verde for usado para indicar "aprovado" e um X maiúsculo se o vermelho indicar "reprovado".

✓ 

4. Contraste Além das cores de textos e elementos visuais, fique atento às cores utilizadas para contraste, porque muitos contrastes dificultam a leitura, principalmente para pessoas com baixa visão, daltônicos e com deficiência intelectual. Use contraste suficiente para as cores de tela de fundo e texto. Opte por combinações clássicas de bons exemplos de cores de plano de fundo e cores de texto: BRANCO SOBRE PRETO Cores no plano de fundo e primeiro plano devem oferecer bom contraste para pessoas com baixa visão, deficiência intelectual, TEA, idosos e outros.

BRANCO SOBRE AZUL Lembre-se: Pessoas daltônicas têm dificuldades com a percepção das cores vermelha e verde.

PRETO SOBRE AMARELO Esta combinação também fica bem visualmente.

PRETO SOBRE BRANCO Cores no plano de fundo e primeiro plano devem oferecer bom contraste para pessoas com baixa visão, deficiência intelectual, TEA, idosos e outros.

Está na dúvida para encontrar contraste de cor insuficiente? Use sempre o Verificador de Acessibilidade para analisar o documento e encontrar um contraste de cor insuficiente (Figura 4.1).

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Microsoft WORD

Figura 4.1. Com o verificador de acessibilidade acionado (1), o quadro lateral à direita (2) aponta a tabela com texto difícil de ler, por conta do contraste inacessível.

No exemplo acima, o Verificar Acessibilidade apontou o problema de contraste da tabela. Entretanto, o Microsoft Word não direciona como resolvê-lo. Por isso, é importante seguir as dicas deste manual sobre contrastes. No caso analisado, usamos um alto contraste para resolver o problema de acessibilidade, alterando apenas a cor do texto. Perceba que, ao fazer isso, o Verificar acessibilidade parou de apontar o problema de contraste (Figura 4.2):

Figura 4.2. Ao alterar a cor da fonte, deixando um alto contraste entre a cor de fundo e o texto, o Verificar acessibilidade deixou de sinalizar a falta de acessibilidade quanto ao contraste.

A ferramenta verifica no documento: 1. a cor do texto em relação à cor da página; 2. fundos de célula de tabela;

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Microsoft WORD 3. realce; 4. cor de preenchimento de caixa de texto; 5. sombreamento de parágrafo; 6. preenchimentos de formas e de elementos gráficos SmartArt; 7. cabeçalhos; 8. rodapés; 9. links.

5. Títulos e estilos internos Construa uma estrutura lógica para o seu documento, para isso, verifique visualmente seu conteúdo. Você também pode clicar em cada título e aplicar um estilo de título integrado a ele. Mas o que seria isso? Os títulos e intertítulos precisam seguir uma ordem lógica, para que o leitor de tela possa ler corretamente. Para preservar a ordem de tabulação e facilitar a leitura de documentos pelos leitores de tela, use uma ordem de título lógica e as ferramentas de formatação Word. Por exemplo, organize os títulos na ordem lógica indicada. Use Título 1, Título 2 e Título 3, em vez de Título 3, Título 1 e Título 2. E, organize as informações em seus documentos em partes pequenas. O ideal é que cada título inclua apenas alguns parágrafos.

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Microsoft WORD Aplicando estilos de título internos Selecione o texto que você deseja transformar em um título (1). Na guia Página Inicial (2), no grupo Estilos (3). (Figura 5.1)

Figura 5.1. Tela mostrando como aplicar os estilos de títulos, para que tenham uma hierarquia, de modo que o leitor de tela possa interpretar de forma correta e lógica.

Agora, selecione um estilo de título, por exemplo, Título 1 ou Título 2 (Figura 5.2).

Figura 5.2. Tela mostrando como selecionar os estilos de títulos e intertítulos.

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Microsoft WORD Usando listas com marcadores Utilize listas com Marcadores a fim de melhor organização do conteúdo e possibilizar melhor leitura de tela, para quem usar Leitor de tela (Figura 5.3). Posicione o cursor no local onde deseja inserir uma lista no documento (1). Selecione a guia Página Inicial (2). E, no grupo Parágrafo (3), selecione o botão Marcadores no Word (4).

Figura 5.3. Tela mostrando como inserir marcadores em uma lista. Além de transmitirem organização nas informações, os marcadores ajudam melhor leitura de tela.

Digite cada item com marcador na lista com marcadores (Figura 5.4).

Figura 5.4. Tela mostrando uma lista de marcadores.

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Microsoft WORD Usando listas ordenadas As Listas ordenadas, assim como os Marcadores, ajudam, além de organizar melhor as informações, a leitura dos Leitores de tela. O procedimento é o mesmo para os marcadores (Figura 5.5). Posicione o cursor no local onde deseja inserir uma lista ordenada no documento (1). Selecione a guia Página Inicial (2). E, no grupo Parágrafo (3), selecione o botão Numeração no Word (4).

Figura 5.5. Tela mostrando como inserir uma lista ordenada. Além de transmitir organização nas informações, a lista ordenada ajuda melhor leitura de tela.

Digite cada item com a lista ordenada (Figura 5.6).

Figura 5.6. Tela mostrando uma lista ordenada.

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Microsoft WORD 6. Tabela Para que uma Tabela tenha acessibilidade, é importante seguir alguns passos. Vamos lá? 1. Insira na primeira linha da sua Tabela um Título para cada coluna, que chamamos de Cabeçalho (Figura 6.1), para isso posicione o cursor em qualquer lugar na tabela (1). Na guia Design da Tabela (2), no grupo Opções de Estilo de Tabela (3), marque a caixa de seleção Linha de cabeçalho (4).

Figura 6.1. Tabela com cabeçalho, em que cada coluna possui um título.

2. Não use células divididas (Figura 6.2). Ao deixar células divididas em uma linha, sem correspondência alguma com o cabeçalho, o Leitor de tela não consegue fazer a leitura.

Figura 6.2. Do lado esquerdo (1), temos células divididas; do lado direito (2), células com divisão padrão, com correspondência com o cabeçalho, que não prejudica a leitura pelo Leitor de tela.

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Microsoft WORD 3. Não use células mescladas (Figura 6.3).

Figura 6.3. Do lado esquerdo, temos células mescladas (1); do lado direito, células com divisão padrão (2), que não prejudica a leitura pelo Leitor de tela.

4. Não use tabelas aninhadas (Figura 6.4). O que seria isso? É uma tabela dentro de outra tabela. Esse tipo de composição não dá leitura de tela.

Figura 6.4. As tabelas aninhadas, ou seja, umas dentro das outras, confundem o Leitor de tela, por isso devem ser evitadas. Organize a informação dentro de uma tabela única.

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Microsoft WORD 5. Não deixe células em branco (Figura 6.5). Células em branco em uma tabela também podem confundir alguém que esteja usando um leitor de tela a pensar que não há mais nada na tabela, por isso, evite.

Figura 6.5. As células em branco sugerem ao Leitor de tela que há informações faltando (1), por isso devem ser evitadas (2).

E por que todas essas regras? Porque os leitores de tela acompanham sua localização em uma tabela contando as células da tabela. Se uma tabela estiver aninhada em outra ou se uma célula for mesclada ou dividida, o leitor de tela perderá a conta e não poderá fornecer informações úteis sobre a tabela depois disso. Leitores de tela também usam as informações do cabeçalho para identificar linhas e colunas. Informações mal organizadas e a falta delas confundem o Leitor de tela. Uma tabela acessível deve ficar desta forma (Figura 6.6):

Figura 6.6. Tabela com acessibilidade, com todos os requisitos preenchidos: com cabeçalho, sem células mescladas, divididas ou em branco e sem tabelas aninhadas.

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Microsoft WORD

7. PDF acessível Você finalizou seu documento em Word e agora precisa convertê-lo em .pdf. Mas será que as recomendações de acessibilidade serão mantidas? Para garantir que seu documento em Word continue acessível, siga os seguintes passos (Figura 7.1): 1. Antes de converter o arquivo em .pdf, acione o Verificar de acessibilidade em seu documento para garantir que ele seja acessível a todos. Estando tudo OK, pode dar prosseguimento. Como sei disso? Há dois locais que mostram que está tudo dentro dos padrões de acessibilidade:

Figura 7.1. Tela mostrando que a acessibilidade está 100%, sem necessidade de fazer qualquer alteração.

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Microsoft WORD 2. Concluída esta etapa, com todos os quesitos de acessibilidade em ordem, selecione Arquivo > Salvar como (1). (Figura 7.2)

Figura 7.2. Para começar a converter seu arquivo em .pdf, clique em Arquivo.

3. Depois, clique em Salvar como > Mais opções (2) (3) (Figura 7.3):

Figura 7.3. Siga a sequência Salvar como > Mais opções.

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Microsoft WORD 4. Ao clicar em Mais opções, vá primeiro em Tipo e selecione .pdf (1). Em seguida, clique em Opções (2), em que abrirá um pop-up, com várias opções. Clique em Marcas estruturais do documento para acessibilidade (3) (Figura 7.4).

Figura 7.4. Siga a sequência Tipo > Opções > Marcas estruturais para acessibilidade.

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Microsoft WORD Referências BRASIL. Ferramentas: orientações de acessibilidade. _______. Acessibilidade digital. _______. Padrões Web em Governo Eletrônico e-PWG - Cartilha de Redação Web (Webwriting), ago. 2010. __________. Cartilha de acessibilidade na web. FOURNIER, D. Guideline de Acessibilidade baseada na WCAG 2.0. Medium, ago. 2017. MICROSOFT. Como tornar um documento Word acessível. __________. Criar PDFs acessíveis.

Para saber mais CÂMARA DOS DEPUTADOS. Comissão aprova obrigatoriedade de oferta de documento oficial em formato acessível a cegos. Agência Câmara de Notícias, dez. 2021. CARVALHO, C. 10 recursos escondidos do Word. Canaltech, fev. 2022. INSTITUTO UNIVERSITÁRIO DE LISBOA. Boas práticas na elaboração de conteúdos acessíveis. Lisboa: ISCTE, 2021. MICROSOFT. Suporte a leitor de tela para Word.

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Checklist da acessibilidade Para apresentações em Word Use sempre o Verificar acessibilidade para investigar o que precisa ser ajustado quanto à acessibilidade. Use Texto alternativo em elementos visuais, que é uma descrição sucinta de imagens, formas, SmartArt, gráficos, diagramas e outros. Use alinhamento à esquerda. Fique atento ao tamanho da fonte! Procure utilizar a fonte em tamanho maior que 12 pontos. Evite usar somente maiúsculas. Use maiúsculas e minúsculas. Use fonte sem serifa, como Helvética, Arial e Verdana. Evite textos longos em itálico, apenas para coisas pontuais. Evite textos longos em negrito, apenas para coisas pontuais.

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Use lista de marcadores ou listas ordenadas, para que fique mais clara a informação do seu documento. Tenha cuidado ao escolher as cores da fonte e plano de fundo! Lembre-se: cores no plano de fundo e primeiro plano devem oferecer bom contraste. Use o verde e o vermelho com parcimônia, pensando nas pessoas daltônicas. Use cores de fundo escuras e cores brilhantes para evitar ofuscamento. Cor branca num plano de fundo azul escuro, por exemplo, é uma boa combinação. Mantenha figuras e gráficos o mais simples possível. Evite animações. Lembre-se: as Tabelas devem ter sua estrutura o mais simples possível. Use títulos no cabeçalho, não mescle células, não deixe células em branco, não divida células e não insira uma tabela dentro da outra.

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Disponibilize com antecedência seus arquivos aos alunos, para que aqueles que apresentam alguma dificuldade possam lê-lo com antecedência. Ao converter o arquivo em .pdf, certifique-se de que a acessibilidade seja mantida.

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Microsoft POWERPOINT 365


Microsoft POWERPOINT Verificador de acessibilidade Para verificar o que precisa ser alterado para que seu documento em PowerPoint esteja acessível, acione a aba Revisão e clique em Verificar acessibilidade (à esquerda do painel superior) ou Acessibilidade: investigar (canto inferior à esquerda) (Figura 1).

Figura 1. Verificar Acessibilidade ou Acessibilidade: investigar.

Ao clicar em um dos dois botões, abrirá a caixa Acessibilidade, mostrando tudo que precisa ser verificado para que seu documento esteja acessível (Figura 2).

Figura 2. Caixa Acessibilidade.

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Microsoft POWERPOINT Perceba que a caixa Acessibilidade é dividida em três categorias (Figura 3): 1) 2) 3)

Erros. Avisos. Dicas.

Figura 3. Regras do verificador de acessibilidade.

É muito importante estar atento a essas regras, pois são elas que possibilitarão um documento mais acessível.

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Microsoft POWERPOINT Como tornar seu documento PowerPoint acessível Para um documento PowerPoint acessível, os seguintes pontos devem ser verificados: ►

1. Texto alternativo em elementos visuais

2. Hiperlinks e dicas de tela

3. Cor e modelos de design acessíveis

4. Contraste

5. Título

6. Tabela

7. Sentido de leitura

8. Fonte

9. PDF acessível

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Microsoft POWERPOINT 1. Texto alternativo em elementos visuais O que é Texto alternativo? Trata-se de um texto descritivo que inserimos em imagens, fotos, tabelas, formas, SmartArt etc., ou seja, tudo que usamos para ilustrar algo no texto. E por que inserir um Texto alternativo? Para pessoas que utilizam leitores de tela, como pessoas cegas ou com baixa visão. Por mais avançados que estejam os leitores de tela, muitos elementos visuais não são reconhecidos por esses softwares. E como consigo inserir um texto alternativo? Há duas formas. Verifique os exemplos a seguir. Na Figura 1.1, temos uma figura no documento PowerPoint.

Figura 1.1. Imagem no documento PowerPoint.

Uma dica importante é evitar usar texto em imagens como único método de transmitir informações importantes. Se você tiver que usar uma imagem que contenha texto, repita esse texto no documento. Na caixa Texto alternativo, descreva de forma breve a imagem e mencione a existência do texto e sua finalidade.

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Microsoft POWERPOINT Você tem dois caminhos para inserir o Texto alternativo (Figura 1.2). No primeiro caminho, clique na aba Revisão e depois em Verificar acessibilidade. Com o quadro Acessibilidade (1) aberto, clique na setinha à direita (2) e depois em Adicionar uma descrição (3).

Figura 1.2. Inserindo um texto alternativo em uma imagem no PowerPoint. Caminho: Revisão > Verificar acessibilidade > Acessibilidade > Adicionar descrição.

O segundo caminho é mais rápido. Basta clicar com o botão direito sobre a imagem e depois em Editar texto alternativo (Figura 1.3).

Figura 1.3. Inserindo um texto alternativo em uma imagem no PowerPoint.

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Microsoft POWERPOINT Ao clicar em Adicionar uma descrição ou Editar texto alternativo (Figura 1.4), aparecem três opções: 1.

Espaço reservado (1) para que você insira uma descrição da imagem.

2. Gerar uma descrição para mim (2). Nesta opção, a Microsoft gera uma descrição automática. Entretanto, esta opção, geralmente, não gera textos muito precisos e informativos. Por isso, recomenda-se ser de própria autoria essa descrição do texto alternativo. 3. Marcar como decorativa (3). Caso você julgue esta imagem meramente decorativa, que nada acrescenta ao conteúdo, basta clicar nesta opção.

Figura 1.4. Opções para inserção de texto alternativo: texto de autoria própria, texto gerado automaticamente pela Microsoft e imagem decorativa.

É importante inserir um texto não muito longo, que dificulte a compreensão, nem muito curto, com pouca explicação (Figura 1.5):

Figura 1.5. Inserção da descrição da imagem.

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Microsoft POWERPOINT Caso julgue a imagem meramente decorativa, que nada acrescente ao entendimento do conteúdo, basta marcar a opção (Figura 1.6):

Figura 1.6. Opção decorativa.

Para editar um Editar texto alternativo em um gráfico (Figura 1.7), clique com o botão direito do mouse ao redor do gráfico e dentro.

Figura 1.7. Como inserir texto alternativo em um gráfico.

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Microsoft POWERPOINT Assim como para Imagem, para gráfico é importante inserir um texto descritivo preciso, não muito longo (Figura 1.8).

Figura 1.8. Inserção de um texto alternativo para gráfico.

Caso a imagem não seja relevante, basta marcar como Decorativa (Figura 1.9).

Figura 1.9. Opção decorativa.

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Microsoft POWERPOINT Para inserir Texto alternativo em uma forma do SmartArt, você precisa clicar com o botão direito em algum lugar dentro do quadro ao redor de toda a forma ou elemento gráfico SmartArt, não dentro de uma de suas partes (Figura 1.10).

Figura 1.10. Como inserir texto alternativo em uma forma do SmartArt.

É importante inserir um texto preciso e, ao mesmo tempo, não muito longo (Figura 1.11).

Figura 1.11. Inserção de texto descrito na forma SmartArt.

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Microsoft POWERPOINT Perceba que, assim como para imagem e gráfico, aparece a opção Marcar como decorativa, para a forma do SmartArt (Figura 1.12). Caso o elemento visual em forma de SmartArt não seja relevante para o entendimento do conteúdo, basta clicar nessa opção, que não aparecerá nos leitores de tela.

Figura 1.12. Opção decorativa para a forma SmartArt.

Perceba que em todos os exemplos anteriores – Imagem, Gráfico e SmartArt – havia informações que complementavam o texto, o que nos leva obrigatoriamente inserir um texto descritivo para usuários de leitores de tela, a fim de proporcionar-lhes melhor entendimento. Mas e se for um elemento visual realmente decorativo? O procedimento é o mesmo: basta clicar na opção Marcar como decorativa (Figuras 1.13 e 1.14).

Figura 1.13. Opção decorativa para imagem.

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Microsoft POWERPOINT

Figura 1.14. Opção decorativa para foto.

2. Hiperlinks e dicas de tela Para determinar se o texto do hiperlink faz sentido como uma informação isolada e fornece aos leitores informações precisas sobre o destino, examine visualmente o documento. As pessoas que usam leitores de tela às vezes passam por uma lista de links. Os links devem transmitir informações claras e precisas sobre o destino. Por exemplo, em vez de vincular ao texto Clique aqui, inclua o título completo da página de destino. Dica: Você também pode adicionar Dicas de tela que são exibidas quando você passa o cursor sobre o texto ou as imagens que contêm um hiperlink. 1. Selecione o texto ao qual você deseja adicionar o hiperlink (1) e, em seguida, clique com botão direito. Selecione Link (2). (Figura 2.1)

Figura 2.1. Caminho para inserir um hiperlink, bem como um texto descritivo.

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Microsoft POWERPOINT 2. O texto que você selecionou é exibido na caixa Texto para exibição (1). Esse é o texto do hiperlink (2). (Figura 2.2)

Figura 2.2. Caixa para exibição do texto de hiperlink.

3. Se necessário, altere o texto do hiperlink. Se você julgar que o texto de hiperlink não esteja muito claro para pessoas que utilizam leitor de tela, altere para que fique mais claro. (Figura 2.3)

Figura 2.3. Depois de selecionar Link (1), clique em Inserir Link (2).

4. O texto que você selecionou é exibido na caixa Texto para exibição. Esse é o texto do hiperlink. Se necessário, altere o texto do hiperlink. (Figura 2.4)

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Microsoft POWERPOINT

Figura 2.4. Texto de exibição do hiperlink.

5. Na caixa Endereço, digite o endereço de destino do hiperlink. (Figura 2.5)

Figura 2.5. Endereço do hiperlink.

6. Selecione o botão Dica de Tela (1) (Figura 2.6) e, na caixa Texto de dica de tela (2), digite uma Dica de tela de até 255 caracteres.

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Microsoft POWERPOINT

Figura 2.6. Botão Dica de tela.

Ao inserir um Texto de dica de tela, você possibilitou que o usuário, ao passar o cursor por cima do hiperlink, saber com antecedência se é de seu interesse verificar o conteúdo de hiperlink naquele momento ou não (Figura 2.7).

Figura 2.7. Caixa de texto que aparece ao colocar o cursor sobre o texto de hiperlink.

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Microsoft POWERPOINT 3. Cor e modelos de design acessíveis A escolha das cores não pode ser aleatória na hora de elaborar seu material. Pessoas com baixa visão ou daltônicas têm dificuldade para interpretar textos e imagens, em que as cores distinguem informações. Dependendo da forma como as cores são aplicadas, dificulta a leitura e o entendimento também para pessoas com deficiência intelectual e TEA. Por isso, garanta que a cor não seja a única forma de transmitir informações. Para encontrar cores incompatíveis com a acessibilidade, examine visualmente o seu documento. Em casos de hiperlink, por exemplo, adicione sublinhado ao texto de hiperlink com codificação por cor. Isso pode ajudar pessoas daltônicas e com baixa visão a saber que o texto tem um link, ainda que não possam ver a cor (Figura 3.1).

Figura 3.1. Texto de hiperlink sublinhado, sinalizando que, ao clicar, temos um link vinculado.

Adicione formas se a cor for usada para indicar o status. Por exemplo, adicione um símbolo de marca de seleção se o verde for usado para indicar "aprovado" e um X maiúsculo se o vermelho indicar "reprovado".

✓ 

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Microsoft POWERPOINT Entretanto, muitas vezes, queremos usar uma apresentação com modelo atrativo e bonito. Mas e a acessibilidade? Para resolver o problema, a Microsoft disponibiliza vários modelos acessíveis para escolher. Para encontrar um modelo acessível, selecione Arquivo (1) > Novo (2)e depois vá ao campo Procurar modelos e temas online (3) (Figura 3.2).

Figura 3.2. Siga o caminho Arquivo > Novo > Procurar modelos e temas online.

No campo texto Pesquisar modelos e temas online, digite modelo acessível e pressione Enter. Nos resultados da pesquisa, selecione um modelo adequado. (Figura 3.3).

Figura 3.3. Digite “modelo acessível” no campo Procurar modelos e temas online.

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Microsoft POWERPOINT Nos resultados da pesquisa, selecione o modelo desejado (Figura 3.4).

Figura 3.4. Tela mostrando várias opções de modelos acessíveis.

Na janela de visualização do modelo, selecione o modelo desejado e clique em cima dele e depois em Criar (Figura 3.5).

Figura 3.5. Tela mostrando como aplicar o modelo acessível escolhido.

Perceba que é bem fácil escolher um modelo acessível de PowerPoint. Na dúvida, escolha um pronto para garantir a acessibilidade do seu arquivo.

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Microsoft POWERPOINT 4. Contraste Além das cores de textos e elementos visuais, fique atento às cores utilizadas para contraste, porque muitos contrastes dificultam a leitura, principalmente para pessoas com baixa visão, daltônicas e com deficiência intelectual. Use contraste suficiente para as cores de tela de fundo e texto. Opte por combinações clássicas de bons exemplos de cores de plano de fundo e cores de texto: BRANCO SOBRE PRETO Cores no plano de fundo e primeiro plano devem oferecer bom contraste para pessoas com baixa visão, deficiência intelectual, TEA, idosos e outros.

BRANCO SOBRE AZUL Lembre-se: Pessoas daltônicas têm dificuldades com a percepção das cores vermelha e verde.

PRETO SOBRE AMARELO Esta combinação também fica bem visualmente.

PRETO SOBRE BRANCO Cores no plano de fundo e primeiro plano devem oferecer bom contraste para pessoas com baixa visão, deficiência intelectual, TEA, idosos e outros.

Está na dúvida para encontrar contraste de cor insuficiente? Use sempre o Verificar de acessibilidade para analisar o documento e encontrar um contraste de cor insuficiente (Figura 4.1). Neste slide, por exemplo, ao acionar o Verificar acessibilidade, encontramos um slide com problema de contraste. Além de a cor de fundo ser muito clara (cinza), o texto está com as cores verde e amarela, dificultando a leitura.

Figura 4.1. Com o verificador de acessibilidade acionado (1), o quadro lateral à direita (2) aponta o esquema com texto difícil de ler, por conta do contraste inacessível.

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Microsoft POWERPOINT No exemplo acima, o Verificar acessibilidade apontou o problema de contraste do esquema. Entretanto, o Microsoft PowerPoint não direciona como resolvê-lo. Por isso, é importante seguir as dicas deste manual sobre contrastes. No caso analisado, usamos um alto contraste para resolver o problema de acessibilidade, alterando apenas a cor do texto. Perceba que, ao fazer isso, o Verificar acessibilidade parou de apontar o problema de contraste (Figura 4.2):

Figura 4.2. Ao alterar a cor da fonte, deixando um alto contraste entre a cor de fundo e o texto, o Verificar acessibilidade deixou de sinalizar a falta de acessibilidade quanto ao contraste.

A ferramenta verifica no documento: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9.

a cor do texto em relação à cor da página; fundos de célula de tabela; realce; cor de preenchimento de caixa de texto; sombreamento de parágrafo; preenchimentos de formas e de elementos gráficos SmartArt; cabeçalhos; rodapés; links.

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Microsoft POWERPOINT 5. Títulos Pessoas cegas, com baixa visão ou outras dificuldades de leitura dependem dos títulos dos slides para navegar. Por exemplo, ao examinar ou utilizar um leitor de tela, elas podem verificar rapidamente uma lista de títulos de slides e ir diretamente para o slide que desejam. Os títulos ajudam também pessoas com deficiência intelectual e com TEA. Passo 1. Faça a verificação da acessibilidade, seguindo o seguinte caminho Revisão (1) > Verificar acessibilidade (2) > Verificar acessibilidade (3). (Figura 5.1)

Figura 5.1. Use o Verificar acessibilidade para localizar os slides sem título e como formatá-los.

Passo 2. Depois de verificar a acessibilidade, acesse a lateral à direita Acessibilidade (1) > Título do slide (2) ausente e insira manualmente um título em cada slide. (Figura 5.2)

Figura 5.2. Tela mostrando uma lista de slides com título ausente, utilizando o Verificar acessibilidade.

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Microsoft POWERPOINT Passo 3. Na seção Título do slide ausente, aparecerá uma lista de slides sem título. Clique na seta ao lado do slide correspondente (1). Abrirão as Ações Recomendadas, com três opções (2) (Figura 5.3): 1. Definir como Título do Slide. 2. Adicionar Título do Slide. 3. Adicionar título do slide oculto.

Figura 5.3. Tela mostrando as opções para inserção de títulos nos slides.

Passo 4. Ao clicar na setinha ao lado do slide, na seção Ações recomendadas, uma área lateral à esquerda se abre, mostrando os títulos dos slides (1) e, também, os slides sem título, com uma numeração (2). (Figura 5.4)

Figura 5.4. Tela mostrando os slides com e sem título.

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Microsoft POWERPOINT Neste slide sem título, caso a opção seja Definir como Título do Slide, o número que aparece na lateral à esquerda, o número 13, será definido como título do slide. Entretanto, esse número não diz nada para quem usa leitor de tela. Neste slide sem título, caso a opção seja Adicionar Título do Slide, aparecerá um espaço reservado para inserir um título para a imagem (Figura 5.5):

Figura 5.5. Ao clicar em Clique aqui para adicionar um título (figura superior), digite o título desejado (figura inferior).

Neste slide sem título, caso a opção seja Adicionar Título do Slide Oculto, aparecerá um espaço reservado para inserir um título para a imagem, porém fora da área do slide. Esta opção é recomendada para slides que não requerem título visível, porém são necessários para quem usa leitor de tela. É possível também fazer isso de forma manual, diminuindo em 50% o zoom e adicionando o espaço reservado (Figura 5.6).

Figura 5.6. Nesta tela, perceba que o espaço Clique aqui para adicionar um título está fora da área do slide.

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Microsoft POWERPOINT 6. Tabela Use uma estrutura de Tabela simples e especifique as informações de cabeçalho de coluna. Os leitores de tela acompanham sua localização em uma tabela contando as células da tabela. Se uma tabela estiver aninhada em outra tabela ou se uma célula for mesclada ou dividida, o leitor de tela perderá a conta e não poderá fornecer informações úteis sobre a tabela depois disso. Leitores de tela também usam as informações do cabeçalho para identificar linhas e colunas. Para que uma tabela tenha acessibilidade, é importante seguir alguns passos. Vamos lá? 1. Insira na primeira linha da sua Tabela um Título para cada coluna, que chamamos de Cabeçalho (Figura 6.1), para isso posicione o cursor em qualquer lugar na tabela (1). Na guia Design da Tabela (2), no grupo Opções de Estilo de Tabela (3), marque a caixa de seleção Linha de cabeçalho (4).

Figura 6.1. Tabela com cabeçalho, em que cada coluna possui um título.

2. Não use células divididas (Figura 6.2). Ao deixar células divididas em uma linha, sem correspondência alguma com o cabeçalho, o Leitor de tela não consegue fazer a leitura.

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Figura 6.2. Do lado esquerdo (1), temos células divididas; do lado direito (2), células com divisão padrão, com correspondência com o cabeçalho, que não prejudica a leitura pelo Leitor de tela.

3. Não use células mescladas (Figura 6.3).

Figura 6.3. Do lado esquerdo, temos células mescladas (1); do lado direito, células com divisão padrão (2), que não prejudica a leitura pelo Leitor de tela.

4. Não use tabelas aninhadas (Figura 6.4). O que seria isso? É uma tabela dentro de outra tabela. Esse tipo de composição impede a leitura de tela.

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Figura 6.4. As tabelas aninhadas, ou seja, umas dentro das outras, confundem o Leitor de tela, por isso devem ser evitadas. Organize a informação dentro de uma tabela única.

5. Não deixe células em branco (Figura 6.5). Células em branco em uma tabela também podem confundir alguém que esteja usando um leitor de tela a pensar que não há mais nada na tabela, por isso, evite.

Figura 6.5. As células em branco sugerem ao Leitor de tela que há informações faltando (1), por isso devem ser evitadas (2).

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Microsoft POWERPOINT E por que todas essas regras? Porque os leitores de tela acompanham sua localização em uma tabela contando as células da tabela. Se uma tabela estiver aninhada em outra tabela ou se uma célula for mesclada ou dividida, o leitor de tela perderá a conta e não poderá fornecer informações úteis sobre a tabela depois disso. Leitores de tela também usam as informações do cabeçalho para identificar linhas e colunas. Informações mal organizadas e a falta delas confundem o Leitor de tela. Uma tabela acessível deve ficar desta forma (Figura 6.6):

Figura 6.6. Tabela com acessibilidade, com todos os requisitos preenchidos: com cabeçalho, sem células mescladas, divididas ou em branco e sem tabelas aninhadas.

7. Sentido de leitura O que seria Sentido de leitura? Quando estamos elaborando um conteúdo no PowerPoint, nem sempre o fazemos na ordem em que os elementos devem ser lidos. E, para quem usa o leitor de tela, se não definirmos adequadamente a ordem dos elementos nos slides, a leitura pode acontecer de forma desorganizada, prejudicando o entendimento.

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Microsoft POWERPOINT Para não ficar na dúvida, use o Verificar acessibilidade e o Painel Sentido de Leitura para definir a ordem na qual os leitores de tela leem o conteúdo do slide. Quando o leitor de tela lê esse slide, ele lê os objetos na ordem em que estão listados no Painel Sentido de Leitura. Há dois caminhos para abrir o Painel Sentido de Leitura:

Caminho 1 Passo 1. O primeiro caminho é mais curto e rápido. Em sua apresentação, selecione Revisão (1) > Verificar Acessibilidade (2) > Painel Sentido de Leitura (3). (Figura 7.1)

Figura 7.1. Caminho para acionar o Painel Sentido de Leitura.

Passo 2. Ao clicar em Painel Sentido de Leitura, abre-se na lateral à direita todos os elementos que necessitam de atenção quanto à sua ordem (Figura 7.2).

Figura 7.2. Todos os elementos no slide estão listados no painel Sentido de Leitura.

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Microsoft POWERPOINT Caminho 2 Passo 1. O segundo caminho é mais longo. Em sua apresentação, selecione Revisão (1) > Verificar Acessibilidade (2) > Verificar Acessibilidade (3). (Figura 7.3)

Figura 7.3. Caminho para acionar o Painel Sentido de Leitura.

Passo 2. No painel lateral à direita Acessibilidade, seção Avisos, selecione a categoria Verificar sentido de leitura. (Figura 7.4)

Figura 7.4. Caminho para acionar o Painel Sentido de Leitura: Painel Acessibilidade > Avisos > Verificar sentido de leitura.

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Microsoft POWERPOINT Passo 3. Quaisquer slides em que a ordem de leitura dos elementos de slide não pareça lógica estão listados nesta seção. Perceba também que, ao clicar na setinha abaixo da seção Avisos (1), aparecerão Informações Adicionais (2) sobre acessibilidade, com o passo a passo para correção. Há, ainda, a opção Leia mais sobre como tornar acessíveis os documentos (3), caso queira se aprofundar. (Figura 7.5)

Figura 7.5. Painel Acessibilidade, mostrando os slides em que a ordem de leitura precisa ser configurada e outras opções.

Passo 4. Para obter um slide na seção, selecione a seta de menu suspenso ao lado dele (1) e selecione Verificar sentido do objeto (2) para abrir o painel Ordem de Leitura. (Figura 7.6)

Figura 7.6. Tela mostrando o Painel Acessibilidade. Ao clicar na setinha correspondente ao slide, abre-se a opção Verificar ordem do objeto.

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Microsoft POWERPOINT Passo 5. Ao clicar em Verificar Sentido de Leitura, abrem-se na lateral à direita todos os elementos que necessitam de atenção quanto à sua ordem (Figura 7.7).

Figura 7.7. Todos os elementos no slide estão listados no painel Sentido de Leitura.

______________________________________________________________ A partir daqui, tanto pelo Caminho 1 quanto pelo Caminho 2, a ordem dos objetos deve ser configurada da seguinte forma: Passo 1. Ao abrir o painel Sentido de Leitura, todos os elementos do slide estão marcados. Analise se a ordem está correta e se há elementos meramente decorativos, desmarcando a opção do quadradinho (Figura 7.8).

Figura 7.8. Painel de configuração da ordem dos elementos do slide.

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Microsoft POWERPOINT Passo 2. Ao analisar os elementos, desmarque o que considerar meramente decorativo (2). Para mover os elementos, basta arrastar e posicionar na ordem desejada (1) (Figura 7.9).

Figura 7.9. Elemento que for meramente decorativo, basta desmarcar.

Passo 3. Outra forma de mover um ou mais elementos, é selecionando o elemento que deseja mover (1) e clicar nas setinhas para cima ou para baixo (2). É possível também mover vários elementos de uma só vez, pressionando e segurando a tecla Ctrl. Selecione e clique nos elementos para movê-los juntos (1) (Figura 7.10).

Figura 7.10. Tela mostrando outra forma de alterar a ordem de leitura dos elementos.

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Microsoft POWERPOINT Passo 4. Você também pode agrupar itens para que eles possam ser lidos juntos, em vez de individualmente. Para agrupar elementos, selecione-os no painel Sentido de Leitura (1) e selecione Formato de forma (2) > Agrupar > Agrupar. (3) (Figura 7.11).

Figura 7.11. Tela mostrando como mover vários elementos de uma única vez.

8. Fonte A escolha do tipo, estilo e tamanho da Fonte é tão importante, que deixamos para o final. Lembre-se: sua apresentação precisa estar de fácil entendimento para todos, acessível a todos. E foi pensando nisso que listamos aqui os cuidados que devem ser tomados quanto às escolhas em relação à fonte. Vamos lá? 1. 2. 3. 4.

Procure utilizar fonte em tamanho igual ou maior a 16 pontos. Use maiúsculas e minúsculas. Use fonte sem serifa, como Helvética, Arial e Verdana. Evite textos longos em itálico e negrito, utilize esses estilos com parcimônia, para destaques pontuais. 5. Não use fonte com sombreado e animações. 6. Não use mais do que dois tipos de fonte em uma apresentação. 7. Tenha cuidado ao escolher as cores da fonte e plano de fundo! Lembre-se: cores no plano de fundo e primeiro plano devem oferecer bom contraste. 127


Microsoft POWERPOINT E onde podemos configurar adequadamente a fonte? Em Página Inicial > Fonte (Figura 8.1), seguindo a sequência (1), (2), (3) e (4):

Figura 8.1. Tela mostrando como configurar tipo, estilo e tamanho da fonte.

9. PDF acessível Você finalizou sua apresentação em PowerPoint e agora precisa convertê-la em .pdf. Mas será que as recomendações de acessibilidade serão mantidas? Para garantir que seu trabalho em PowerPoint continue acessível, siga os seguintes passos (Figura 9.1): 1. Antes de converter o arquivo em .pdf, acione o Verificar acessibilidade em seu documento para garantir que ele seja acessível a todos. Estando tudo OK, pode dar prosseguimento. Como sei disso? Há dois locais que mostram que está tudo dentro dos padrões de acessibilidade:

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Microsoft POWERPOINT

Figura 9.1. Tela mostrando que a acessibilidade está 100%, sem necessidade de fazer qualquer alteração.

2. Concluída esta etapa, com todos os quesitos de acessibilidade em ordem, selecione Arquivo (1) > Salvar como (2). (Figura 9.2)

Figura 9.2. Para começar a converter seu arquivo em .pdf, clique em Arquivo > Salvar como.

3. Depois de Salvar como, clique em Mais opções (3). (Figura 9.3)

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Microsoft POWERPOINT

Figura 9.3. Siga a sequência Salvar como > Mais opções.

4. Ao clicar em Mais opções, vá primeiro em Tipo e selecione .pdf (1). Em seguida, clique em Opções (2), em que abrirá um pop-up, com várias opções. Clique em Marcas estruturais do documento para acessibilidade (3) (Figura 9.4).

Figura 9.4. Siga a sequência Tipo > Opções > Marcas estruturais para acessibilidade.

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Microsoft POWERPOINT Referências BRASIL. Manual de apresentação acessível. MICROSOFT. Como tornar uma apresentação em PowerPoint acessível . MICROSOFT. Vídeo: usar cores e estilos mais acessíveis nos slides.

Para aprender mais JOGO para testar seu reconhecimento de cores. Kolor. VALIDAR contraste pelo WCAG. Contrast Checker.

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Checklist da acessibilidade Para apresentações em PowerPoint Fique atento à fonte e à quantidade de texto em cada slide. Insira, no máximo, até seis linhas de texto e até seis palavras por linha. Use alinhamento à esquerda. Procure utilizar a fonte em tamanho maior que 16 pontos. Evite usar somente maiúsculas. Use maiúsculas e minúsculas. Use fonte sem serifa, como Helvética, Arial e Verdana. Evite textos longos em itálico, apenas para coisas pontuais. Evite textos longos em negrito, apenas para coisas pontuais. Procure não usar mais do que um tipo de fonte por slide.

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Tenha cuidado ao escolher as cores da fonte e plano de fundo! Lembre-se: cores no plano de fundo e primeiro plano devem oferecer bom contraste. Use o verde e o vermelho com parcimônia, pensando nas pessoas daltônicas. Use cores de fundo escuras e cores brilhantes para evitar ofuscamento. Cor branca num plano de fundo azul escuro, por exemplo, é uma boa combinação. Mantenha figuras e gráficos o mais simples possível. Evite animações. Insira textos alternativos para figuras, gráficos e formas. Leia em voz alta todo o texto apresentado nos slides. Explicite a região de interesse no slide, não apenas aponte para ela. Descreva cada slide de modo claro, para que a sala de aula entenda a qual área do slide você está se referindo.

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Se precisar usar muito texto em um slide, leia-o devagar e claramente. Disponibilize com antecedência seus slides aos alunos, para que aqueles que apresentam alguma dificuldade possam lê-lo com antecedência.

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Microsoft EXCEL 365


Microsoft EXCEL Verificador de acessibilidade Para verificar o que precisa ser alterado para que seu arquivo em Excel esteja acessível, acione a aba Revisão e clique em Verificar acessibilidade (à esquerda do painel superior) ou Acessibilidade: investigar (canto inferior à esquerda) (Figura 1).

Figura 1. Verificar Acessibilidade ou Acessibilidade: investigar.

Ao clicar em um dos dois botões, abrirá a caixa Acessibilidade, mostrando tudo que precisa ser verificado para que seu documento esteja acessível (Figura 2).

Figura 2. Caixa Acessibilidade.

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Microsoft EXCEL A caixa Acessibilidade é dividida em três categorias (Figura 3): 1) 2) 3)

Erros. Avisos. Dicas.

Figura 3. Regras do verificador de acessibilidade.

É muito importante estar atento a essas regras, pois são elas que possibilitarão um documento mais acessível.

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Microsoft EXCEL Como tornar seu arquivo em Excel acessível Para um documento Excel acessível, os seguintes pontos devem ser verificados: ►

1. Elementos visuais: descrição

2. Hiperlinks e dicas de tela

3. Cor

4. Contraste

5. Título das planilhas

6. Tabela

7. Fonte

8. PDF acessível

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Microsoft EXCEL 1. Texto alternativo em elementos visuais Em elementos visuais é importante inserir um Texto alternativo. Mas o que é um Texto alternativo? Trata-se da descrição de elementos visuais, como imagens, fotos, tabelas, gráficos, formas, SmartArt etc., ou seja, tudo que usamos para ilustrar algo na planilha. E por que inserir um Texto alternativo? Para pessoas que utilizam leitores de tela, como pessoas cegas ou com baixa visão. Por mais avançados que estejam os leitores de tela, muitos elementos visuais não são reconhecidos por esses softwares. E como consigo inserir um texto alternativo? Há duas formas. Verifique os exemplos a seguir. Na Figura 1.1, temos uma figura na planilha Excel.

Figura 1.1. Imagem contida na planilha de Excel.

Uma dica importante é evitar usar texto em imagens como único método de transmitir informações importantes. Se você tiver que usar uma imagem que contenha texto, repita esse texto no documento. Na caixa Texto alternativo, descreva de forma breve a imagem e mencione a existência do texto e sua finalidade.

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Microsoft EXCEL Você tem dois caminhos para inserir o Texto alternativo (Figura 1.2). No primeiro caminho, clique na aba Revisão e depois em Verificar acessibilidade. Com o quadro Acessibilidade (1) aberto na lateral à direita, clique na setinha à direita (2) e depois em Adicionar uma descrição (3).

Figura 1.2. Inserindo um texto alternativo em uma imagem no Excel. Caminho: Revisão > Verificar acessibilidade > Acessibilidade > Adicionar descrição.

O segundo caminho é mais rápido. Basta clicar com o botão direito sobre a imagem e depois em Editar texto alternativo (Figura 1.3).

Figura 1.3. Inserindo um texto alternativo em uma imagem no Excel.

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Microsoft EXCEL Ao clicar em Adicionar uma descrição ou Editar texto alternativo (Figura 1.4), aparecem duas opções: 1.

Espaço reservado (1) para que você insira uma descrição da imagem.

2. Marcar como decorativa (2). Caso você julgue esta imagem meramente decorativa, que nada acrescenta ao conteúdo, basta clicar nesta opção.

Figura 1.4. Opções para inserção de texto alternativo: texto de autoria própria ou imagem decorativa.

É importante inserir um texto não muito longo, que dificulte a compreensão, nem muito curto, com pouca explicação (Figura 1.5):

Figura 1.5. Inserção da descrição da imagem.

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Microsoft EXCEL Caso julgue a imagem meramente decorativa, que nada acrescente ao entendimento do conteúdo, basta marcar a opção (Figura 1.6):

Figura 1.6. Opção decorativa.

Para editar um Editar texto alternativo em um gráfico (Figura 1.7), clique com o botão direito do mouse ao redor do gráfico e dentro.

Figura 1.7. Como inserir texto alternativo em um gráfico.

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Microsoft EXCEL Assim como para Imagem, para gráfico é importante inserir um texto descritivo preciso, não muito longo (Figura 1.8).

Figura 1.8. Inserção de um texto alternativo para gráfico.

Caso a imagem não seja relevante, basta marcar como Decorativa (Figura 1.9).

Figura 1.9. Opção decorativa.

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Microsoft EXCEL Para inserir Texto alternativo em uma forma do SmartArt, você precisa clicar com o botão direito em algum lugar dentro do quadro ao redor de toda a forma ou elemento gráfico SmartArt, não dentro de uma de suas partes (Figura 1.10).

Figura 1.10. Como inserir texto alternativo em uma forma do SmartArt.

É importante inserir um texto preciso e, ao mesmo tempo, não muito longo (Figura 1.11).

Figura 1.11. Inserção de texto descrito na forma SmartArt.

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Microsoft EXCEL Perceba que, assim como para imagem e gráfico, aparece a opção Marcar como decorativa, para a forma do SmartArt (Figura 1.12). Caso o elemento visual em forma de SmartArt não seja relevante para o entendimento do conteúdo, basta clicar nessa opção, que não aparecerá nos leitores de tela.

Figura 1.12. Opção decorativa para a forma SmartArt.

Perceba que em todos os exemplos anteriores – Imagem, Gráfico e SmartArt – havia informações que complementavam o texto, o que nos leva obrigatoriamente inserir um texto descritivo para usuários de leitores de tela, a fim de proporcionar-lhes melhor entendimento. Mas e se for um elemento visual realmente decorativo? O procedimento é o mesmo: basta clicar na opção Marcar como decorativa (Figuras 1.13 e 1.14).

Figura 1.13. Opção decorativa para imagem.

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Microsoft EXCEL

Figura 1.14. Opção decorativa para foto.

2. Hiperlinks e dicas de tela Para determinar se o texto do hiperlink faz sentido como uma informação isolada e fornece aos leitores informações precisas sobre o destino, examine visualmente o documento. As pessoas que usam leitores de tela às vezes passam por uma lista de links. Os links devem transmitir informações claras e precisas sobre o destino. Por exemplo, em vez de vincular ao texto Clique aqui, inclua o título completo da página de destino. Dica: Você também pode adicionar Dicas de tela que são exibidas quando você passa o cursor sobre o texto ou as imagens que contêm um hiperlink. 1. Selecione a célula a qual você deseja adicionar o hiperlink (1) e, em seguida, clique com botão direito. Selecione Link (2). Ou, então, clique em Inserir > Link (Figura 2.1)

Figura 2.1. Caminho para inserir um hiperlink, bem como um texto descritivo.

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Microsoft EXCEL 2. O texto que você selecionou é exibido na caixa Texto para exibição (1). Esse é o texto do hiperlink (2). (Figura 2.2)

Figura 2.2. Caixa para exibição do texto de hiperlink.

Se necessário, altere o texto do hiperlink. Se você julgar que o texto de hiperlink não esteja muito claro para pessoas que utilizam leitor de tela, altere para que fique mais claro. O texto que você selecionou é exibido na caixa Texto para exibição. Esse é o texto do hiperlink. Se necessário, altere o texto do hiperlink. 3. Na caixa Endereço, digite o endereço de destino do hiperlink. (Figura 2.3)

Figura 2.3. Endereço do hiperlink.

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Microsoft EXCEL 4. Selecione o botão Dica de Tela (1) (Figura 2.4) e, na caixa Texto de dica de tela (2), digite uma Dica de tela de até 255 caracteres.

Figura 2.4. Botão Dica de tela.

Ao inserir um Texto de dica de tela, você possibilitou que o usuário, ao passar o cursor por cima do hiperlink, saber com antecedência se é de seu interesse verificar o conteúdo de hiperlink naquele momento ou não e apareça na listagem do leitor de tela (Figura 2.5).

Figura 2.5. Caixa de texto que aparece ao colocar o cursor sobre o texto de hiperlink.

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Microsoft EXCEL 3. Cor A escolha das cores não pode ser aleatória na hora de elaborar seu material. Pessoas com baixa visão ou daltônicas têm dificuldade para interpretar textos e imagens, em que as cores distinguem informações. Dependendo da forma como as cores são aplicadas, dificulta a leitura e entendimento também para pessoas com deficiência intelectual e TEA. Por isso, garanta que a cor não seja a única forma de transmitir informações. Neste gráfico, por exemplo, as cores distinguem os diferentes índices para renda fixa, renda variável e contas (Figura 3.1):

Figura 3.1. Gráfico sem as recomendações de acessibilidade: informações que dependem das cores para serem entendidas.

Como pessoas com dificuldade para distinguir cores poderão identificar? Há duas soluções possíveis. Na primeira, você pode manter o colorido para distinguir a proporcionalidade da pizza, entretanto inserindo a correspondência em cada uma. Não se esqueça de deixar a fonte maior e observar o contraste! Aqui, a fonte foi aumentada e a cor da fonte foi alterada, a fim de melhorar o contraste. Perceba como fica muito mais visual e clara a informação (Figura 3.2):

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Figura 3.2. Gráfico com as recomendações de acessibilidade: mesmo colorido, as informações não dependem das cores para serem entendidas, uma vez que a legenda está incorporada ao gráfico.

Para fazer alterações, clique em cima do gráfico, em que aparecerá na lateral à direita um pincel (1). Clique em Estilo e selecione uma opção mais acessível. Outra forma de mudar o gráfico é clicando em Design gráfico > Estilos (2) (Figura 3.3):

Figura 3.3. Tela mostrando as duas formas de alterar cores e estilo do gráfico.

Outra solução para o gráfico ficar acessível é manter as cores e as informações separadas, porém as cores não serão as únicas formas de distinção: usamos diferentes texturas. Observe (Figura 3.4):

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Microsoft EXCEL

Figura 3.4. Gráfico com as recomendações de acessibilidade: mesmo colorido, as informações não dependem unicamente das cores para serem entendidas, com a aplicação de diferentes texturas.

O gráfico acima apresenta as mesmas informações dos anteriores, porém de forma mais clara, com a legenda com maior contraste e fonte maior, além da aplicação de texturas. Para modificar a textura de um gráfico, selecione a parte a ser alterada do gráfico (1), depois clique em Formatar (2) > Preenchimento da forma (3) > Textura (4) (Figura 3.5):

Figura 3.5. Tela mostrando como alterar a textura do gráfico: depois de selecionar a parte do gráfico a ser alterada, siga o caminho Formatar > Preenchimento da forma > Textura.

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Microsoft EXCEL Na opção Textura, clique em Mais Texturas (1), em que abrirá uma janela na lateral à direita Formatar Ponto de Dados (2). Clique em Preenchimento com Padrão (3) e escolha a textura desejada (4) (Figura 3.6):

Figura 3.6. Tela mostrando como alterar a textura do gráfico: escolha a textura e as cores que desejar.

Para encontrar cores incompatíveis com a acessibilidade, examine visualmente o seu documento. Em casos de hiperlink, por exemplo, adicione sublinhado ao texto de hiperlink com codificação por cor. Isso pode ajudar pessoas daltônicas e com baixa visão a saber que o texto tem um link, ainda que não possam ver a cor (Figura 3.7).

Figura 3.7. Texto de hiperlink sublinhado, sinalizando que, ao clicar, temos um link vinculado.

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Microsoft EXCEL Geralmente, utilizamos o verde para sinalizar “aprovado” e “vermelho” para sinalizar “reprovado”, por exemplo. Uma forma de não depender da cor como distinção de informações é adicionar formas se a cor for usada para indicar o status. Por exemplo, adicione um símbolo de marca de seleção se o verde for usado para indicar "aprovado" e um X maiúsculo se o vermelho indicar "reprovado".

Entretanto, muitas vezes, queremos elaborar planilhas atrativas e bonitas. Mas e a acessibilidade? Para resolver o problema, a Microsoft disponibiliza vários modelos acessíveis para escolher. Para encontrar um modelo acessível, selecione Arquivo (1) > Novo (2)e depois vá ao campo Procurar modelos online (3) (Figura 3.8).

Figura 3.8. Siga o caminho Arquivo > Novo > Procurar modelos online.

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Microsoft EXCEL No campo texto Pesquisar modelos online, digite modelo acessível e pressione Enter. Nos resultados da pesquisa, selecione um modelo adequado. (Figura 3.9).

Figura 3.9. Digite “modelo acessível” no campo Procurar modelos online.

Nos resultados da pesquisa, selecione um modelo desejado (Figura 3.10).

Figura 3.10. Tela mostrando várias opções de modelos acessíveis.

Na janela de visualização do modelo, selecione o modelo desejado e clique em cima dele e depois em Criar (Figura 3.11).

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Microsoft EXCEL

Figura 3.11. Tela mostrando como aplicar o modelo acessível escolhido.

Perceba que é bem fácil escolher um modelo acessível de Excel. Na dúvida, escolha um pronto para garantir a acessibilidade do seu arquivo.

4. Contraste Além das cores de textos e elementos visuais, fique atento às cores utilizadas para contraste, porque muitos contrastes dificultam a leitura, principalmente para pessoas com baixa visão, daltônicos e com deficiência intelectual. Use contraste suficiente para as cores de tela de fundo e texto. Opte por combinações clássicas de bons exemplos de cores de plano de fundo e cores de texto:

BRANCO SOBRE PRETO Cores no plano de fundo e primeiro plano devem oferecer bom contraste para pessoas com baixa visão, deficiência intelectual, TEA, idosos e outros.

BRANCO SOBRE AZUL Lembre-se: Pessoas daltônicas têm dificuldades com a percepção das cores vermelha e verde.

PRETO SOBRE AMARELO Esta combinação também fica bem visualmente.

PRETO SOBRE BRANCO Cores no plano de fundo e primeiro plano devem oferecer bom contraste para pessoas com baixa visão, deficiência intelectual, TEA, idosos e outros.

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Microsoft EXCEL Está na dúvida para encontrar contraste de cor insuficiente? Use sempre o Verificar de acessibilidade para analisar o documento e encontrar um contraste de cor insuficiente. Nesta planilha, por exemplo, ao acionar o Verificar acessibilidade (1), encontramos uma célula com problema de contraste. A cor de fundo é quase do mesmo tom da cor da fonte, dificultando a leitura (2) (Figura 4.1).

Figura 4.1. Com o verificador de acessibilidade acionado, o quadro lateral à direita (1) aponta vários problemas de contraste, que dificultam a leitura. À esquerda, exemplo de célula com contraste ruim (2).

No exemplo acima, o Verificar acessibilidade apontou o problema de contraste da célula. Entretanto, o Microsoft Excel não direciona como resolvê-lo. Por isso, é importante seguir as dicas deste manual sobre contrastes. No caso analisado, usamos um alto contraste para resolver o problema de acessibilidade, alterando apenas a cor do texto (Figura 4.2):

Depois

Antes

Figura 4.2. É importante escolher cores de fundo que contrastem bastante com a cor do texto.

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Microsoft EXCEL A ferramenta verifica no documento: 1. cor da página; 2. fundos das células; 3. destaques; 4. preenchimento da caixa de texto; 5. sombreado de parágrafo; 6. preenchimentos de SmartArt; 7. cabeçalhos, rodapés e links.

5. Título das planilhas Perceba que, ao abrir um arquivo em Excel, na parte inferior, temos várias planilhas, que são nomeadas automaticamente como Planilha 1, Planilha 2 e assim sucessivamente. É importante dar um título a cada uma dessas planilhas, de acordo com o conteúdo. E por quê? Os leitores de tela leem os nomes dessas planilhas, fornecendo informações sobre o que se encontra naquela guia e facilitando a compreensão dos conteúdos num livro e na sua navegação (Figura 5.1). Mas nomear essas guias também ajuda pessoas com deficiência intelectual e TEA, porque o conteúdo fica mais organizado. Você pode fazer isso de três formas: 1. Clique duas vezes na guia da planilha e digite o novo nome. 2. Clique com o botão direito do mouse na aba da planilha, clique em Renomear e digite um novo nome. 3. Use o atalho de teclado Alt+H > O > R e digite o novo nome.

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Microsoft EXCEL

Figura 5.1. Tela mostrando uma das possibilidades para renomear a guia da planilha. Observe que as demais já estão renomeadas

6. Tabela Utilize uma estrutura de tabela simples apenas para dados e especifique as informações do cabeçalho da coluna. Os leitores de tela acompanham sua localização em uma tabela contando as células da tabela. Se uma tabela estiver aninhada em outra tabela ou se uma célula for mesclada ou dividida, o leitor de tela perderá a conta e não poderá fornecer informações úteis sobre a tabela depois disso. Leitores de tela também usam as informações do cabeçalho para identificar linhas e colunas. Especifique uma linha de cabeçalho num bloco de células novo, em que pretende inserir uma tabela. Para que uma tabela tenha acessibilidade, é importante seguir alguns passos. Vamos lá? Selecione as células que pretende incluir na tabela (Figura 6.1). 158


Microsoft EXCEL 1. Na aba Inserir (1), selecione Tabela (2). 2. Na caixa de diálogo Criar Tabela (3), selecione a caixa de verificação Minha tabela tem cabeçalhos (4). 3. Selecione OK. 4. O Excel cria uma linha de cabeçalho com os nomes predefinidos Coluna1, Coluna2 e assim sucessivamente. 5. Escreva um nome novo e descritivo para cada coluna na tabela.

Figura 6.1. Tela mostrando como inserir uma tabela com cabeçalho.

E por que todas essas regras? Porque os leitores de tela acompanham sua localização em uma tabela contando as células da tabela. Se uma tabela estiver aninhada em outra tabela ou se uma célula for mesclada ou dividida, o leitor de tela perderá a conta e não poderá fornecer informações úteis sobre a tabela depois disso.

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Microsoft EXCEL Leitores de tela também usam as informações do cabeçalho para identificar linhas e colunas. Informações mal organizadas e a falta delas confundem o Leitor de tela. Uma tabela acessível deve ficar desta forma (Figura 6.2):

Figura 6.2. Tabela com acessibilidade, com todos os requisitos preenchidos: com cabeçalho, sem células mescladas, divididas ou em branco e sem tabelas aninhadas.

E se eu já tiver criado a tabela? É possível inserir linha de cabeçalho depois? A resposta é sim! Basta seguir estes passos (Figura 6.3): 1. Coloque o cursor em qualquer lugar da tabela. 2. Na aba Estrutura das Ferramentas de Tabela, no grupo Opções de Estilo da Tabela, selecione a caixa de verificação Linha de Cabeçalho. 3. Escreva os cabeçalhos de coluna.

Figura 6.3. Para criar uma tabela com cabeçalho, basta selecionar a tabela e clicar na aba Inserir > Tabela > Criar tabela.

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Microsoft EXCEL 7. Fonte A escolha do tipo, estilo e tamanho da Fonte é tão importante, que deixamos para o final. Lembre-se: sua planilha precisa ser de fácil entendimento para todos, acessível a todos. E foi pensando nisso que listamos aqui os cuidados que devem ser tomados quanto às escolhas em relação à fonte. Vamos lá? 1. 2. 3. 4.

Procure utilizar fonte em tamanho igual ou maior a 14 pontos. Use maiúsculas e minúsculas. Use fonte se serifa, como Helvética, Arial e Verdana. Evite textos longos em itálico e negrito, utilize esses estilos com parcimônia, para destaques pontuais. 5. Não use fonte com sombreado e animações. 6. Não use mais do que dois tipos de fonte em uma apresentação. 7. Tenha cuidado ao escolher as cores da fonte e plano de fundo! Lembre-se: cores no plano de fundo e primeiro plano devem oferecer bom contraste. E onde podemos configurar adequadamente a fonte? Em Página Inicial > Fonte (Figura 7.1), seguindo a sequência (1), (2), (3) e (4):

Figura 7.1. Tela mostrando como configurar tipo, estilo e tamanho da fonte.

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Microsoft EXCEL

8. PDF acessível Você finalizou seu trabalho em Excel e agora precisa convertê-lo em .pdf. Mas será que as recomendações de acessibilidade serão mantidas? Para garantir que seu trabalho em Excel continue acessível, siga os seguintes passos (Figura 8.1): 1. Antes de converter o arquivo em .pdf, acione o Verificar de acessibilidade em seu documento para garantir que ele seja acessível a todos. Estando tudo OK, pode dar prosseguimento. Como sei disso? Há dois locais que mostram que está tudo dentro dos padrões de acessibilidade:

Figura 8.1. Tela mostrando que a acessibilidade está 100%, sem necessidade de fazer qualquer alteração.

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Microsoft EXCEL 2. Concluída esta etapa, com todos os quesitos de acessibilidade em ordem, selecione Arquivo (1) > Salvar como (2). (Figura 8.2)

Figura 8.2. Para começar a converter seu arquivo em .pdf, clique em Arquivo (1) > Salvar como (2).

3. Depois de Salvar como, clique em Mais opções (3). (Figura 8.3)

Figura 8.3. Siga a sequência Salvar como (2) > Mais opções (3).

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Microsoft EXCEL 4. Ao clicar em Mais opções, vá primeiro em Tipo e selecione .pdf (1). Em seguida, clique em Opções (2), em que abrirá um pop-up, com várias opções. Clique em Marcas estruturais do documento para acessibilidade (3) (Figura 8.4).

Figura 8.4. Siga a sequência Tipo (1) > Opções (2) > Marcas estruturais para acessibilidade (1).

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Microsoft EXCEL Referências HASHTAG. 23 modelos de planilhas prontas para download gratuito: planilha de investimentos, dez. 2021. MICROSOFT. Como tornar um documento de Excel acessível.

Para aprender mais COSTA, H. Acessibilidade digital: cores, componentes e ferramentas. Medium, jan. 2019. FREITAS, T. F. Acessibilidade no Excel. LinkedIn, jul. 2020. VALIDAR contraste pelo WCAG. Contrast Checker.

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Checklist da acessibilidade Para planilhas em Excel Procure utilizar a fonte em tamanho maior que 14 pontos. Evite usar somente maiúsculas. Use maiúsculas e minúsculas. Use fonte sem serifa, como Helvética, Arial e Verdana. Evite textos longos em itálico, apenas para coisas pontuais. Evite textos longos em negrito, apenas para coisas pontuais. Procure não usar mais do que um tipo de fonte nas planilhas. Tenha cuidado ao escolher as cores da fonte e plano de fundo! Lembre-se: cores no plano de fundo e primeiro plano devem oferecer bom contraste. Use o verde e o vermelho com parcimônia, pensando nas pessoas daltônicas. Use cores de fundo escuras e cores brilhantes para evitar ofuscamento. Cor branca num plano de 166


fundo azul escuro, por exemplo, é uma boa combinação. Mantenha figuras e gráficos o mais simples possível. Evite animações. Insira textos alternativos para figuras, gráficos e formas. Leia em voz alta quando estiver explicando gráficos e tabelas. Explicite a região de interesse na planilha, não apenas aponte para ela. Descreva cada planilha de modo claro, para que a sala de aula entenda a qual área da planilha você está se referindo. Disponibilize com antecedência suas planilhas aos alunos, para que aqueles que apresentam alguma dificuldade possam lê-las com antecedência. Nomeie as planilhas, para que o leitor de tela possa fazer a leitura e para que fique mais organizado para os demais alunos.

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Microsoft TEAMS 365


Microsoft TEAMS Definição O Microsoft Teams é um aplicativo de mensagens, que pode ser utilizado tanto no computador quanto em mobile, que permite fazer reunião, webinar e evento ao vivo (Figura 1).

Figura 1. Possibilidades do Teams.

Contraste e alto contraste E, assim como os demais aplicativos da Microsoft, possui recursos de acessibilidade. A pessoa com baixa visão, deficiência intelectual e TEA, por exemplo, conseguem alterar o contraste, clicando em Configurações (Figura 2).

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Microsoft TEAMS

Figura 2. Caixa de opções.

Ao clicar, aparecem duas opções de contraste: Escuro e Alto contraste (Figura 3):

Figura 3. Regras do verificador de acessibilidade.

Legenda e transcrição Outra possibilidade são as legendas e transcrições durante uma reunião. Para isso, com a reunião já agendada, clique em Ingressar e depois em Mais (1). Escolha se quer a Legenda (2) ou a Transcrição (3) (Figura 4). 170


Microsoft TEAMS

Figura 4. Tela com as opções de legenda e transcrição.

Referências MICROSOFT. Visão geral da acessibilidade do Microsoft Teams.

Para aprender mais MICROSOFT. Dicas de acessibilidade para reuniões Microsoft Teams e eventos ao vivo.

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Cibele Cesario da Silva Spigel cibele.cesario@gmail.com br.linkedin.com/in/cibelecesariospigel


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