ELAS 12/UBC : CAPA
TÊM
ÀS VÉSPERAS DE MAIS UM DIA INTERNACIONAL DA MULHER, A LUTA DAS NOSSAS COMPOSITORAS É AUMENTAR SUA PARTICIPAÇÃO NUM MERCADO QUE, QUASE DOIS SÉCULOS DEPOIS DA PIONEIRA CHIQUINHA GONZAGA, CONTINUA DOMINADO PELOS HOMENS
Por Christina Fuscaldo, do Rio Há quase um século (99 anos, mais precisamente), elas sacudiram as fábricas russas durante vários dias e, literalmente, deram a vida por melhores condições de trabalho, visibilidade e direitos similares aos dos homens. Neste próximo 8 de março, a luta não é cruenta, mas nem por isso deixa de ser importante. Donas de algumas das vozes mais destacadas da música, as mulheres ainda não têm o mesmo espaço como compositoras e se esforçam para ocupar seu merecido lugar na nossa arte. Para se ter uma ideia do tamanho desse desafio, apenas 8% dos compositores filiados à UBC são mulheres. Nada que desanime a cantora e compositora Fernanda Takai, líder da banda mineira Pato Fu. Para ela, dona de 44 composições, o desejo de se expressar através de letras musicais cresce à medida que as mulheres conquistam mais posições na sociedade: “A história do nosso país é muito recente. A das mulheres (no poder) é mais ainda. Lembro que meu pai gostava muito de Dolores Duran e, quando ela morreu, ficou um vazio. Mas acho ótimo que esse espaço esteja se alargando, sendo conquistado... E que haja mais mulheres escrevendo música. É genuíno que, em um país com tão grandes intérpretes, vozes femininas também escrevam para falar diretamente através de uma canção.”
CHIQUINHA GONZAGA
SUELI COSTA