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Saúde

07 A 13 DE JUNHO DE 2020

Vitamina D ganha destaque Especialista explica como perceber deficiência e ressalta a importância para o corpo humano Foto: Divulgação

Letícia Nunes A exposição a luz solar pode ser inadequada em excesso, mas possui inúmeros benefícios. Cada vez mais em evidência no universo da medicina, a vitamina D ganha destaque e chama atenção quando o assunto é dieta e suplementação. Na verdade, trata-se de uma vitamina que o corpo humano é capaz de produzir, a medida que o indivíduo é exposto a níveis adequados de raios solares. Porém, mesmo assim, muitas pessoas podem sentir uma deficiência, que deve ser corrigida através de alimentos adequados ou a partir de um tratamento recomendado por um especialista. A aposentada Maria José Ribeiro Nunes, de 76 anos, há tempos já adota a suplementação da vitamina D aliada a exposição regular a luz solar, depois da recomendação do seu médico de rotina. “Fiz o uso durante bons meses, parei e agora retornei tem mais ou menos quinze dias, tomando um comprimido do suplemento por semana. Tenho notado uma sensação de bem estar, além de já saber que a vitamina D é benéfica para os ossos, promovendo a absorção do cálcio”, conta. A dermatologista Dra. Paula Marsicano lista mais pontos positivos da vitamina D. Segundo ela, de fato, os benefícios da vitamina D são numerosos e a sua deficiência bastante perigosa e indesejável. “A vitamina D é muito importante para o bem estar do sistema imunológico e desenvolvimento dos ossos, além de se mostrar eficaz na prevenção e tratamento de doenças como osteoporose e depressão. Ela também se destaca por se comportar menos como uma vitamina comum e mais como um hormônio, pois pode ser sintetizada a partir da exposição aos raios ultravioleta. Essa substância não apresenta somente benefícios internos, mas também oferece vantagens que se fazem visíveis na aparência, visto os resultados aparentes na pele, afinal,

Benefícios da vitamina D para o organismo

1. Minimiza a ocorrência de acne.

Dermatologista | Dra. Paula Marsicano aborda o uso da vitamina D

beleza e saúde andam de mãos dadas. As vitaminas e minerais são importantes para o bom funcionamento do corpo e têm grandes impactos na nossa aparência”, explica. A especialista ainda esclarece que a falta de vitamina D é muito comum, mas inicialmente não apresenta nenhum sintoma característico. Normalmente, só há suspeita quando esta carência é muito grande, após um tempo prolongado na falta de vitamina D, que é quando podem surgir sinais e sintomas, como: retardo do crescimento nas crianças; arqueamento das pernas na criança; alargamento

das extremidades dos ossos da perna e dos braços; atraso no nascimento dos dentes do bebê e cáries desde muito cedo; osteomalácia ou osteoporose em adultos; fraqueza nos ossos; dor nos músculos; sensação de fadiga, fraqueza e mal-estar; dor nos ossos e espasmos musculares. “As situações que favorecem a carência de vitamina D são a falta de exposição solar de forma saudável e adequada, maior pigmentação da pele, idade superior a 50 anos, pouca ingestão de alimentos ricos em vitamina D e morar em locais frios, onde a pele raramente é exposta ao sol”, comenta.

7. Maior imunidade. Naturalmente, essa potência ampliada do sistema imunológico também é capaz de proteger o corpo de muitas outras doenças.

2. Ajuda a tratar feridas da pele. Os sintomas de doenças como a psoríase (erupção de escamas na pele) também são amenizados quando os níveis de vitamina D no organismo aumentam. 8. Saúde cardiovascular. As artérias de pessoas com bons níveis de vitamina D possuem pare3. Reduz o risco de eczema, doença que cau- des menos rígidas, de forma que a arteriosclesa inflamação da pele quando a mesma não rose é evitada ou mesmo aliviada. Esse efeito produz óleo o suficiente, o que faz com que reduz, por sua vez, a pressão arterial de pessoela tome um aspecto seco e avermelhado, que as hipertensas, além de estabelecer um menor pode apresentar crostas e coceira. Não se pode risco de infarto do miocárdio. afirmar com certeza que a vitamina D seja eficaz na cura do eczema, mas sabe-se que a 9. Saúde hormonal. Estimula a produção doença é um sintoma de deficiência dessa vi- adequada de estrogênio nas mulheres e de testosterona nos homens. Uma vez que a tamina. vitamina D é sintetizada pelo corpo através 4. Ameniza as rugas e linhas de expressão, uma da exposição ao sol, essa poderia ser uma vez que possui propriedades antioxidantes e explicação para o aumento da libido durante combate a ação de radicais livres (moléculas o verão. A saúde de mulheres e homens deque agem no envelhecimento). pende dos seus bons níveis, que influenciam 5. Revitalização da pele. Essa renovação faz até mesmo o humor. com que os contornos da pele pareçam mais Na falta desses hormônios, é sério o risco de definidos e melhora a elasticidade. desenvolvimento de um quadro de depressão. 6. Saúde óssea. Essa propriedade se deve à regulação do cálcio. A vitamina D estimula uma maior densidade óssea, de forma que colabora para um crescimento saudável das crianças e evita a osteoporose nos adultos e idosos.

O humor também se beneficia das funções vitamina D através do cortisol, um hormônio relacionado aos efeitos nocivos do estresse, que é controlado e tem seus níveis diminuídos pela vitamina D.

Linhas de crédito não chegam a hospitais Setor atingido diretamente pela crise imposta pelo coronavírus não recebe ajuda do governo

Da Redação Muito tem-se falado nas dificuldades de diversos setores da economia brasileira diante da mais grave crise econômica, sanitária e social em um século, provocada pela pandemia do coronavírus, com expectativas de desemprego em massa e retrocessos alarmantes nos resultados operacionais das empresas. O Governo Federal, desde março, anuncia medidas no sentido de atender financeiramente de forma emergencial o setor produtivo nacional, mas entre o discurso e a prática existe, na verdade, um mar de burocracia que acaba impossibilitando as micro, médias e pequenas empresas de terem acesso aos recursos prometidos. Apesar de números oficiais registrarem que são exatamente esse conjunto de empresas que mais geram empregos e renda no país, no fim da linha apenas as grandes corporações conseguem as tais linhas de créditos ofertadas pelos bancos oficiais. Para piorar a situação, no meio

Crise econômica | A pandemia do novo coronavírus alterou a rotina dos hospitais para dar suporte acrescente demanda de pacientes com Covid

desse turbilhão pandêmico que afeta diretamente a saúde de toda população, o setor hospitalar, que deveria receber tratamento direcionado e urgente por parte do governo, tem sido um dos que mais sofre. As medidas divulgadas para o segmento não chegam às empresas que mais precisam, sendo

direcionadas aos grandes grupos de Saúde do país. Na última segunda-feira (8/6) o Governo Federal anunciou mais uma política de auxílio aos hospitais privados do país, no entanto, pelas regras divulgadas, mais uma vez as empresas de pequeno porte do setor ficaram de fora da ajuda, agora

de R$ 2 bilhões. A nova linha de crédito, cujo valor mínimo do empréstimo ficou estipulado em R$ 10 milhões e o máximo em R$ 200 milhões ao custo da TJLP (ou Selic) mais 1,5% ao ano, será direcionada apenas a hospitais e laboratórios com faturamento acima de R$ 300 milhões/ano, ou seja, uma peque-

na parte de todo setor que está em crise. No total, são cerca de quatro mil hospitais no país, sendo sua ampla maioria de pequeno ou médio porte. Existem poucos grandes grupos no Brasil com faturamento que atenda às exigências do governo, e tais grupos já possuem amplo acesso a capital externo

barato advindo de fundos de investimentos estrangeiros. Os hospitais, num aspecto geral, estão com sérios problemas de caixa devido às diversas medidas restritivas em seus funcionamentos por parte dos governos municipais, estaduais e federais. O que se vê são hospitais esvaziados por ordens governamentais para dar lugar aos tratamentos da Covi-19, adiando ou deixando sem atendimento adequado pacientes de outras especialidades. Por outro lado, para piorar ainda mais a situação do setor, os custos operacionais com remédios e equipamentos deram um salto vertiginoso, impossibilitando de se fechar essa conta, uma vez que o faturamento médio do segmento caiu entre 30% e 70%. A expectativa é a pior, com previsão de fechamento de hospitais e demissão em massa de trabalhadores qualificados. Segundo o superintendente da Federação Brasileira de Hospitais (FBH), Luiz Fernando Silva, em entrevista ao jornal O Globo, a situação é desesperadora.


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