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Reduz o risco de eczema, doença que cau

MOMENTO CRÍTICO
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Nome de famoso fi lme encaixa feito luva à situação atual do Brasil
Bom seria que o título reportasse apenas a fi cção cinematográfi ca, cujo roteiro discorre sobre terroristas que sequestram um Boeing 747, e soldados do Exército americano, liderados pelo agente David Grant (Kurt Russel), com a ajuda da comissária de bordo Jean (Halle Berry), tentam impedi-los.
Mas não. A matéria ‘roubou’ o título do fi lme para expressar a realidade singular ora vivida pelo Brasil, que nas próximas semanas terá que lidar com limites – questões de alta quatro meses, alimentando uma crise genecomplexidade – defi nidores ralizada, descomunal, sem de um segundo semestre dramático e de consequênOu o Brasil acha a mola precedentes e que agora vai se aproximando de algum cias imprevisíveis ou – como todos esperamos –, menos caótico e de resultados controlados.
que o levará ao alto ou encara a âncora que o prenderá ao fundo desfecho – seja este qual for.
Entre ações atrasadas, erros grotescos e absoluta desarmonia, tratou a pan
Por certo, o Brasil passou demia da Covid-19 como se o primeiro semestre, em especial os últimos não fosse uma pandemia. Criou, não há dúvida, cenário cuja narrativa atropela a mais rudimentar noção de bom senso, gerando perplexidade tanto dentro do País como no resto do mundo.
Agora, contudo, não há mais tempo. É chegado o momento crítico: o 2º semestre que se avizinha não será parecido com a primeira metade do ano: ou o Brasil acha a mola que o levará ao alto ou encara a âncora que o prenderá ao fundo.

Tinha uma pandemia no caminho
Não se cuida aqui de questão ideolóbilidade política, surgiu a Covid-19. gica, ou de política propriamente dita Simples assim: diante uma pandemia ou, ainda, dos acertos ou erros atrique deveria ser tratada como prioridabuídos ao presidente Jair Bolsonaro, de e em função da qual todas as diferenrespectivamente por seus apoiadores ças ideológicas, políticas e partidárias e opositores – extensivos aos governaprecisavam ser jogadas para a lateral dores dos estados. – prevalecendo a união dos contrários
Trata-se de entender que o Brasil vive na luta contra um inimigo comum, poo momento mais frágil, tenso, inseguro tencialmente capaz de produzir uma e perigoso dos últimos 25 anos, tendo catástrofe humana para a população em vista que num quadro onde já se brasileira – fez-se o contrário, ampliandesenhava fortes pinceladas de instado-se o cenário perturbador.

Brasil amarga pior momento em 15 anos
É curioso observar que ante também, de quando e como as nam, mas não tratam a questão transformações tão profundas, coisas voltarão à rotina e se no com a devida efetividade, seem que o ‘novo normal’ ainfuturo as máscaras poderão ser riedade e celeridade. Enquanto da não se mostrou por inteiro, dobradas e postas num fundo isso, projeções admitem que o mas as paisagens são outras, de gaveta... enfi m, um estado de País poderá se tornar o de maior os costumes e hábitos tiveram coisas inimaginável até três menúmero de óbitos pelo novo coque mudar, o trabalho mudou, ses, o ‘Brasil-Estado’... digamos ronavírus em todo mundo até o estudos foram interrompidos, assim, o Brasil administrativo e fi nal de julho, caso não ocorram casamentos adiados, as pessoas governamental, parece inerte e mudanças signifi cativas. quase não se visitam, ninguém anestesiado. São, de fato, tempos sombrios: viaja e as praias estão fechadas e As autoridades competentes a pandemia de braços dados desertas – e sem a menor ideia, debatem, discutem e questiocom a irracionalidade.


Lula
O risco de catástrofe social
Não fosse o conjunto de fatores que lança a nau do Brasil em assustadora tormenta e este box teria o título de ‘catástrofe sanitária’ – o que já seria muita coisa.
Entretanto, a vulnerabilidade política, econômica e social do País, turbinada por uma discussão ideológica de total inutilidade, deixa o Brasil a poucos passos do abismo. Trata-se de situação da mais alta gravidade.
Ninguém escolhe ‘sua’ pandemia, mas a do novo coronavírus veio na pior hora para o Brasil. Com a economia estagnada (o PIB em 2019, apelidado de ‘pibinho’, cresceu frustrantes 1,1% – abaixo dos 1,3% de 2017 do governo Temer) e o governo Bolsonaro fortemente pressionado graças a atitudes, posições, comportamento e falas que agradam seu núcleo de apoiadores mais radicais, porém intranquilizam o restante da população, – o que se via era uma nau à deriva sem a tormenta, quanto mais quando a tempestade chegou; no caso, a pandemia.
Jair Bolsonaro foi legitimamente eleito presidente da República. A vontade da maioria é soberana e tem que ser respeitada.
Contudo, pulando tudo o que disse em 2019 e nos primeiros meses deste ano (e algumas de suas de
Dilma

Temer
clarações foram preocupantes) para focar apenas no período do coronavírus, é razoável – pergunta-se – que o presidente tenha fomentado o viés da discórdia que lhe é próprio e elevado o tom da insegurança justamente durante a pandemia? Com ou sem razão, não seria melhor uma trégua?
Gabinete do ódio; “quem manda sou eu”; “eu sou a Constituição”; armar a população; manifestações antidemocráticas; sistema próprio de inteligência; desafi ar o Supremo ao dizer que “ordens absurdas não se cumprem”; o Planalto retardando as informações sobre o número de mortes pela Covid e, acima de tudo, demitir o ministro que seguia a orientação da ciência enquanto ele próprio promove aglomerações em frontal desrespeito ao distanciamento social.
Não se trata das posições político-ideológicas ou do jeito de ser do presidente, sejam elas adequadas ou não. Do ‘conjunto da obra’ cuidará a eleição de 2022. Trata-se de vidas.
De 25 anos para cá, possivelmente FHC enfrentaria uma pandemia com outro tipo de atitude. Lula, mesmo com Mensalão, Petrolão e todo o esquema de corrupção de que foi acusado, condenado e preso, certamente saberia liderar o Brasil contra a doença. Dilma, responsável por um dos piores governos da história recente – arrogante e politicamente despreparada – até pelo perfi l, deixaria a questão na mão de quem entende. Temer – desmascarado pelo áudio nos porões do Jaburu e escândalos de corrupção de toda ordem – mas, de certo, um presidente equilibrado, que buscaria a união contra o inimigo comum.
Por fi m, neste momento crítico, o Brasil torce para que a sensatez prevaleça e todo o resto fi que para depois.