Liberdade de imprensa nas Américas se deteriora, diz entidade
“Entre a dor e a esperança: como o transplante me devolveu a vida”
Pedro Antônio Moreira: da pia ao comando da cozinha, uma vida dedicada à gastronomia
Quatro milhões de pessoas terão de fazer prova de vida no INSS
Brasília recebe Marcha das Mulheres Negras em 25 de novembro
“Silver Blue”, álbum instrumental do Throe, transita entre o metal experimental e o post-rock
Wlad, me aguarde que estou chegando...
Acessos à ponte de R$ 200 milhões entre
Tocantins e Pará começam a ser construídos
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O sabor da liberdade
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Outubro / 2025
Ano 03 - Edição 33 - Outubro 2025
Publicada em 27 de Outubro de 2025
Não é permitida a reprodução parcial ou total das matérias sem prévia autorização dos editores.
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ISSN 2966-0688
Entre a dor e a esperança
Quando a fé e a ciência se encontram para devolver o sentido da vida
Há histórias que atravessam o sofrimento e se transformam em luz, não apenas para quem as vive, mas para todos que as escutam. A trajetória de Franciane Campos é uma dessas narrativas raras, em que a dor se converte em força, o medo em fé e a fragilidade em propósito. Diagnosticada com uma leucemia agressiva, ela viu sua rotina de mãe, esposa e empresária ser interrompida por uma batalha pela sobrevivência. Mas também descobriu, no meio do caos, o poder da esperança e da solidariedade humana.
O transplante de medula óssea que a curou foi mais do que um procedimento médico, foi um reencontro com a vida. Um milagre da compatibilidade, da ciência e do amor ao próximo. Do outro lado dessa história estava uma mulher desconhecida, disposta a doar parte de si para salvar alguém que jamais havia visto. Um gesto simples, mas capaz de redefinir destinos.
Nesta edição, convidamos o leitor a mergulhar na jornada de Franciane: seus medos, sua fé, sua luta silenciosa e seu renascimento. É um relato que ultrapassa o drama individual e nos convoca a refletir sobre o valor da doação, da empatia e da esperança que se renova todos os dias.
Franciane sobreviveu, mas não parou por aí, transformou sua experiência em missão. Hoje, percorre o país para conscientizar sobre a importância da doação de medula óssea, inspirando outras pessoas a se tornarem doadoras de vida.
Porque, no fim, sua história nos ensina que viver é um ato de gratidão, e doar é o gesto mais puro de amor que alguém pode oferecer.
Por Rócio Barreto
Liberdade de imprensa nas
Américas se deteriora, diz entidade
Por PH Paiva
Fonte Correio Braziliense
Um relatório que da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) aponta que as ameaças e restrições ao pleno exercício do jornalismo crítico e independente se intensificaram nos últimos meses, em quase todo o continente.
Divulgado na última sexta-feira (17), o alerta sobre o que a entidade classifica como um processo de “deterioração da liberdade de imprensa” em países das Américas do Sul, Central e Norte sustenta que “a escalada das pressões” contra jornalistas e veículos de imprensa ocorrem em diferentes países, ameaçando pilares básicos da democracia, como as liberdades de imprensa e de expressão e o direito dos cidadãos receberem informações fidedignas.
“O desafio mais complexo que enfrentamos hoje é o da desinformação”, afirmou o presidente da SIP, o salvadorenho
José Roberto Dutriz, durante a abertura da 81� Assembleia Geral da entidade, realizada em Punta Cana, na República Dominicana.
“Em um ecossistema midiático saturado por redes sociais, algoritmos opacos e pela irrupção vertiginosa da inteligência artificial generativa, a mentira viaja mais rápido que os fatos. E a manipulação [das informações] corrói a confiança social”, acrescentou Dutriz.
Segundo a SIP, a prática diária do jornalismo vem sendo limitada ou impedida em países americanos com diferentes contextos políticos e econômicos, independentemente da corrente ideológica à qual os governantes da vez são filiados.
Casos de assédio, violência, perseguição judicial, pressão econômica, controle digital e censura explícita se intensificaram, em diferentes graus, tanto na Argentina, do liberal presidente Javier Milei, quanto na Colômbia, do socialista Gustavo Petro, bem como no Canadá, Costa Rica, Cuba, El Salvador, Nicarágua, Peru, Venezuela, entre outras nações.
DIREITOS HUMANOS
Estados Unidos
Embora aponte para uma deterioração geral, a SIP manifestou especial preocupação com a situação nos Estados Unidos, cujo presidente, Donald Trump, e seus seguidores, investem reiteradamente contra veículos de imprensa e jornalistas que criticam a atual gestão.
“Temos observado, com alarme, uma crescente deterioração do clima [de trabalho dos profissionais de] imprensa [nos EUA], historicamente considerados um farol para as liberdades democráticas”, comentou Dutriz, referindo-se a episódios recentes.
Na semana passada, dezenas de jornalistas das principais agências e veículos de notícia, incluindo a FOX News, devolveram suas credenciais de acesso ao Pentágono.
A iniciativa foi uma resposta à exigência de que os profissionais submetam suas reportagens à prévia aprovação do Departamento de Defesa – que o governo Trump quer que passe a se chamar Departamento de Guerra, o que depende da aprovação de uma lei.
Autoridades federais também já sinalizaram que o governo estadunidense tem planos para limitar a estadia de jornalistas estrangeiros no país.
Em setembro, o próprio presidente Trump ameaçou revogar as licenças de operação de emissoras de rádio e TV que o criticam.
Casos de assédio, violência, perseguição judicial, pressão econômica, controle digital e censura explícita se intensificaram, em diferentes graus, tanto na Argentina, do liberal presidente Javier Milei, quanto na Colômbia, do socialista Gustavo Petro, bem como no Canadá, Costa Rica, Cuba, El Salvador, Nicarágua, Peru, Venezuela, entre outras nações.
Estados Unidos
Embora aponte para uma deterioração geral, a SIP manifestou especial preocupação com a situação nos Estados Unidos, cujo presidente, Donald Trump, e seus seguidores, investem reiteradamente contra veículos de imprensa e jornalistas que criticam a atual gestão.
“Temos observado, com alarme, uma crescente deterioração do clima [de trabalho dos profissionais de] imprensa [nos EUA], historicamente considerados um farol para as liberdades democráticas”, comentou Dutriz, referindo-se a episódios recentes.
Na semana passada, dezenas de jornalistas das principais agências e veículos de notícia, incluindo a FOX News, devolveram suas credenciais de acesso ao Pentágono.
A iniciativa foi uma resposta à exigência de que os profissionais submetam suas reportagens à prévia aprovação do Departamento de Defesa – que o governo Trump quer que passe a se chamar Departamento de Guerra, o que depende da aprovação de uma lei.
Autoridades federais também já sinalizaram que o governo estadunidense tem planos para limitar a estadia de jornalistas estrangeiros no país.
Em setembro, o próprio presidente Trump ameaçou revogar as licenças de operação de emissoras de rádio e TV que o criticam.
“A investida do governo contra veículos de imprensa e jornalistas, o uso de processos judiciais como ferramenta de assédio e as ameaças às licenças de radiodifusão revelaram uma tendência perigosa. Não se trata apenas de ataques a periódicos ou a emissoras. Trata-se de um enfraquecimento do sistema democrático mais influente do nosso hemisfério. E não nos enganemos: o que ocorre em Washington repercute em toda a América”, acrescentou Dutriz.
“Entre a dor e
a esperança: como o transplante me devolveu a vida”
Franciane Campos, 55 anos, empresária e mãe de dois filhos, fala sobre sua jornada de fé, superação e gratidão após vencer uma leucemia com um transplante de medula óssea
Por Rócio Barreto
Franciane Campos vive em Brasília e carrega consigo uma história de coragem e renascimento. No dia 9 de setembro de 2016, sua vida mudou completamente. O diagnóstico foi devastador: leucemia linfoblástica aguda do tipo T, uma das formas mais agressivas da doença. Hoje, curada, ela compartilha sua história para inspirar outras pessoas e incentivar a doação de medula.
“Naquele momento, parecia que o chão havia desaparecido. Eu sabia que a medicina tinha limites, e que a única chance de cura seria um transplante de medula óssea”, recorda. Vieram então meses de tratamento intenso, de incertezas e de fé inabalável. Enquanto lutava contra o câncer, Franciane e sua família iniciaram a busca por um doador compatível, um desafio enorme, já que a probabilidade de encontrar alguém 100% compatível é de uma em cem mil.
Mas o improvável aconteceu. “Recebi a notícia de que havia quatro possíveis doadores , e um deles era 10/10 compatível , ou seja, 100% compatível comigo. Foi um milagre.”
O transplante foi realizado com sucesso. Seguiram-se longos meses de recuperação e acompanhamento médico. Quase três anos depois, veio um dos momentos mais emocionantes de sua vida: o encontro com a doadora . “Foi uma sensação indescritível. Ela não me conhecia, mas me deu o maior presente que alguém pode dar: a vida. Só Deus poderia preparar um encontro tão perfeito”, diz emocionada.
Hoje, Franciane faz questão de compartilhar sua história para inspirar outras pessoas e conscientizar sobre a importância da doação de medula óssea. �Sou grata por cada novo dia, por meus amigos e familiares que estiveram comigo em todos os momentos, e por essa nova chance que a vida me deu. Ser doador é um ato de amor. Seja um doador de
medula óssea, salve vidas.”
1. O início da história
Como e quando você descobriu que precisaria de um transplante de medula óssea?
Comecei a passar muito mal, sentia muita fraqueza, tontura, sono e cansaço. Fui internada e, após vários exames, recebi o diagnóstico de uma leucemia LLA T aguda. No dia 9 de setembro de 2016, minha vida mudou completamente. Ali começava o maior desafio da minha existência.
Qual foi sua reação ao receber o diagnóstico?
Fiquei em choque, sem chão. Era uma mistura de medo e incredulidade. Eu estava diante de um laudo de morte, 86% de blastos na medula óssea, e não acreditava que aquilo pudesse ser real. Mas entendi que precisava reagir. Era preciso lutar.
Você já sabia o que era um transplante de medula óssea?
Tinha conhecimento, mas não sabia com tanta intensidade. Aprendi muito durante o processo, com os médicos e com a experiência.
2. O processo de busca e espera
Como foi o processo de encontrar um doador compatível?
Logo após o diagnóstico, iniciamos a busca no banco de doadores, o REDOME e o REREME. Foi um período de muita ansiedade, porque sabíamos que a fila era grande e que as chances de encontrar um doador compatível eram pequenas.
Houve momentos em que você achou que o transplante não seria possível?
Sim. Cheguei a pensar que não con-
seguiria. A espera é dolorosa. Mas mantive a fé e a esperança. E, para minha surpresa, descobrimos quatro doadores compatíveis. Um deles era 100%. Foi um milagre. Receber a ligação do REDOME informando que eu tinha um doador foi um dos momentos mais emocionantes da minha vida.
Qual foi o papel da família e dos amigos durante essa fase?
Fundamental. Todos se mobilizaram, me acolheram, me deram forças e oraram comigo. Eu sentia que não estava sozinha, e isso fez toda a diferença.
3. O transplante
Como foi o dia do transplante?
Foi um dia de muita emoção. Ver aquela medula chegando, congelada, pronta para me dar uma nova vida, foi indescritível. Senti que Deus estava agindo através da ciência e das pessoas.
Você teve medo?
Curiosamente, não. Eu estava fraca fisicamente, mas muito forte espiritualmente. Só tinha fé, e ela foi o suficiente para me sustentar.
Como foi o pós-operatório e a recuperação?
O pós foi muito difícil. Passei pelo enxerto, quando as células começam a se comunicar com o organismo. Foram quinze dias de incerteza até saber que a medula “pegou”. A alegria foi imensa. Tive acompanhamento médico rigoroso e, com o tempo, comecei a ajudar outros pacientes, gravar vídeos e compartilhar minha experiência. Isso me deu ainda mais força.
4. A relação com o doador
Você conheceu sua doadora? Como foi esse encontro?
Sim. Um ano e meio depois do transplante, o REDOME me apresentou à minha doadora, Clecy Gomes Bossato. Quando recebi o contato, não hesitei. Foi um encontro de milhões! Uma emoção que não cabe no peito. Hoje, ela é como uma irmã para mim. Criamos um laço de amor e gratidão que a vida inteira não vai apagar.
O que você diria a ela hoje?
Gratidão eterna. Ela me deu uma nova chance de viver. Não há palavras suficientes para agradecer um gesto tão generoso.
Qual é a importância da doação de medula?
É um ato de amor. Cada doador representa esperança para quem está lutando pela vida. São pessoas que, com uma simples atitude, salvam outras vidas. É o milagre da solidariedade.
5. Transformações pessoais
O transplante mudou sua forma de ver a vida?
Completamente. Hoje, vivo cada momento com mais intensidade e amor. Mudei não apenas biologicamente, passei de sangue A positivo para O positivo, mas também espiritualmente. Ganhei uma nova medula e uma nova alma.
Quais valores se transformaram depois da experiência?
Aprendi o valor da simplicidade, do perdão e da fé. A prioridade agora é viver o presente com gratidão. O amor é o maior poder que temos.
Você se considera uma pessoa diferente?
Totalmente. Sou mais humana, mais empática e mais conectada com Deus. Minha missão hoje é ajudar outras pes-
soas a acreditarem que o impossível pode acontecer.
6. Apoio, fé e superação
Que papel tiveram a fé e a espiritualidade na sua recuperação?
Foram tudo. A fé foi o meu equilíbrio. A medicina me tratou, mas Deus me curou. Foi Ele quem me sustentou em cada passo do processo.
O que te manteve firme?
Deus e a fé. Quando tudo parecia perdido, foi n’Ele que encontrei força.
O que você diria para quem está passando por esse mesmo desafio?
Tenha fé. Acredite que o impossível pode acontecer. Não desista, porque enquanto há vida, há esperança. Eu sou prova viva disso.
7. Conscientização e mensagem final
Que mensagem você deixaria para quem ainda tem medo de se cadastrar como doador de medula óssea?
Doe. Doe amor, doe vida. Ser doador é um ato simples, mas de um valor imenso. Alguém pode estar esperando justamente por você.
Como a sociedade pode contribuir para ampliar o número de doadores?
Usando as redes sociais, falando sobre o tema, compartilhando informações e quebrando tabus. Informação e empatia salvam vidas.
O que significa para você ter recebido uma segunda chance?
Significa tudo. É um presente divino. Viver de novo é ser grata todos os dias. É entender que nada é por acaso e que cada história pode inspirar outras.
8. O plano B
E qual é o seu plano B hoje?
Meu plano B é seguir em frente com fé e gratidão. A vida sempre nos oferece uma nova chance, um novo caminho. Eu acredito que Deus tem planos maiores para todos nós. Sempre há uma nova história a ser contada.
Franciane Campos é hoje uma das maiores incentivadoras da doação de medula óssea no Brasil. Sua vida é uma celebração da fé, da ciência e da solidariedade. “Doe vida. Alguém precisa de você.”
“Gratidão em cada célula”: a história de uma doadora de medula óssea
Solidariedade, amor ao próximo e coragem definem a trajetória de uma mulher que transformou um simples gesto em um ato que salvou uma vida.
Nesta entrevista, ela compartilha sua jornada como doadora de medula óssea , desde o momento do cadastro até o encontro emocionante com a receptora que hoje se tornou uma amiga para a vida toda.
1. O início da história
Como você decidiu se cadastrar como doadora de medula óssea?
Eu já era doadora de sangue e, em um dos dias de doação, resolvi também me
cadastrar como doadora de medula óssea. Foi algo por impulso, mas de coração.
O que te motivou a tomar essa decisão?
A ideia de que eu poderia salvar uma vida. Saber que encontrar um doador compatível é algo raro me motivou ainda mais. Fiz isso por amor ao próximo.
Você já conhecia alguém que precisou de um transplante antes de se cadastrar?
Não conhecia, ver o quanto é difícil encontrar compatibilidade me fez perceber a importância de ser doadora.
Lembra-se do momento em que fez o cadastro no REDOME? Foi algo planejado ou espontâneo?
Lembro perfeitamente. Foi na minha cidade, São Miguel do Oeste , durante uma campanha de doação de sangue. Naquele dia, aproveitei a ação e fiz a coleta para o cadastro.
2. O chamado
Como e quando você recebeu a notícia de que era compatível com alguém?
Dez anos depois do cadastro, recebi uma ligação do REDOME informando que eu era compatível com um paciente.
Qual foi a sua primeira reação?
Muita emoção! Era como se tudo fizesse sentido naquele momento.
Você teve medo ou dúvidas antes de confirmar a doação?
Nenhuma. Confirmei de imediato, sem pensar duas vezes.
O que te fez dizer “sim” tão rapidamente?
Saber que eu poderia salvar uma vida . Não tive dúvidas, apenas pesquisei um pouco mais sobre o processo para entender como tudo funcionaria.
3. O processo da doação
Como foi o processo médico, exames, preparação e o dia da doação?
Foi um processo longo, com muitos exames e etapas. Passei um ano fazendo exames de acompanhamento até o dia da coleta.
Escolhi fazer o procedimento por aféreses , e para isso tomei, durante uma semana, o medicamento Granulokine , que estimula a multiplicação das células.
No dia da doação, internei às 7 horas da manhã e fiquei conectada à máquina até 13 horas .
As pessoas ao seu redor te apoiaram?
Sim, tive o total apoio da família e dos amigos. Todos ficaram muito orgulhosos da minha decisão.
Existe algum mito ou medo sobre a doação que você percebe ser comum e gostaria de esclarecer?
Sim, o medo é muito comum, mas ele vem da falta de informação. As pessoas acham que é doloroso ou perigoso, quando na verdade o processo é simples e seguro.
Como você se sentiu ao saber que sua medula seria usada para salvar uma vida?
Foi uma mistura de felicidade, emoção e gratidão. É uma sensação indescritível saber que você é a chance de vida de alguém.
4. A relação com o receptor
Como foi o encontro com a receptora?
Incrível e inesquecível. Um dos momentos mais emocionantes da minha vida.
Você costuma pensar em como ela está hoje?
Sim, com certeza. Penso nela com muito carinho e torço sempre pela sua saúde.
Como é a relação de vocês hoje?
Criamos uma amizade linda, passamos a nos comunicar praticamente todos os dias. É uma conexão que nasceu do amor e da gratidão.
5. Sentido e impacto pessoal
Essa experiência mudou algo na sua forma de ver a vida?
Mudou muito. Passei a valorizar mais a vida e a enxergar o quanto um gesto simples pode transformar o destino de alguém.
Que tipo de sentimentos a doação despertou em você?
Sentimentos de amor, gratidão e utilidade . Saber que pude ajudar alguém me faz sentir plena e realizada.
O que você aprendeu sobre empatia e solidariedade depois dessa vivência?
Sempre fui uma pessoa empática e solidária, mas essa experiência só aumentou ainda mais o desejo de ajudar. A empatia, quando vivida de verdade, muda quem somos.
Você se considera uma doadora diferente, há algo simbólico na medula?
Sim. A doação de medula tem algo muito simbólico, porque você doa parte daquilo que te gera vida. É literalmente compartilhar o que há de mais vital em você.
6. Conscientização e inspiração
Por que você acha que ainda há tão poucos doadores de medula óssea no Brasil?
Por falta de informação e divulgação. Muitas pessoas têm vontade, mas não sabem como o processo funciona.
Que mensagem deixaria para
quem tem medo ou não entende bem o processo?
Não tenha medo. Faça o cadastro o quanto antes. É simples, seguro e pode mudar o destino de alguém.
O que você diria a alguém que está pensando em se cadastrar, mas ainda não teve coragem?
Dê esse passo. Faça o cadastro e torça para ser compatível com alguém. Não dói nada e, em cerca de 15 dias, a medula se recompõe . Você pode ser o milagre de outra pessoa.
Qual a importância de campanhas de conscientização e histórias reais como a sua para mudar essa realidade?
É fundamental. Histórias reais têm poder. Se houvesse mais divulgação, mais pessoas se cadastrariam. A informação é a melhor forma de salvar vidas.
7. Mensagem final
Se pudesse resumir essa experiência em uma palavra, qual seria? Gratidão.
Como você se sente ao saber que literalmente salvou uma vida?
Útil, feliz e profundamente grata por ter podido ajudar alguém a continuar vivendo.
O que essa vivência representa na sua história pessoal?
Representa amor. Amor ao próximo, à vida e a tudo o que realmente importa.
Pedro Antônio Moreira: da pia ao comando da cozinha, uma vida dedicada à gastronomia
Por Rócio Barreto
Com apenas 8 anos, Pedro Antônio Moreira já descobria sua vocação entre panelas e aromas. Para alcançar o fundo da pia do restaurante onde ajudava o irmão, improvisava um apoio com um engradado de Coca-Cola. Cinquenta anos depois, aquele menino de Itu (SP) se transformou em um dos chefs mais respeitados de Brasília, à frente do restaurante Ocean Brasília, um espaço de culinária contemporânea e afetiva que leva sua marca e a de toda a família.
“Cozinhar, para mim, sempre foi mais do que preparar pratos, é sobre criar memórias e celebrar a vida”, resume Pedro, que soma mais de quatro décadas dedicadas à gastronomia.
A trajetória começou cedo. Aos 12 anos, ele foi oficialmente registrado no restaurante Hole 19, e, aos 14, já comandava o fogão como cozinheiro. Após o serviço militar, onde chegou ao posto de terceiro sargento temporário de intendência, mudou-se para Brasília em 2004.
Na capital, Pedro se destacou à frente do restaurante italiano Mamajuly, na 408 Sul (zona nobre de Brasília), e logo chamou atenção no circuito gastronômico. Inspirado pelo trabalho da chef Mara Alcamim, ingressou em sua equipe no Universal Diner, permanecendo ao lado dela por 10 anos e participando de diversos projetos de sucesso. Nesse período, foi chef do Quitinet (208 Sul), restaurante premiado em Brasília e nacionalmente, e teve passagens marcantes pelo ZUU Auzdz (209 Sul) e pelo Le Jardin du Golf, eleito o melhor francês da capital pela Revista Encontro.
Mais tarde, integrou a equipe do restaurante Lago, do chef Marcelo Petrarca, onde permaneceu por dois anos. Em 2019, no início da pandemia, decidiu trilhar seu próprio caminho. Começou com entregas pessoais e eventos intimistas em residências, o embrião do Buffet Pedro Moreira, Alta Gastronomia, dedicado a experiências gastronômicas exclusivas.
Com o sucesso do empreendimento, surgiu a necessidade de um espaço fixo. Assim nasceu o Ocean Brasília, na Vila Náutica, pensado para ser um ambiente acolhedor, com alma familiar. A esposa Patrícia comanda a gestão, o irmão Júlio é sous-chef, o sobrinho Gustavo integra a cozinha, o filho Péthrus, de 14 anos, cuida do caixa, e o pequeno Pierre, de 8, é o fiel escudeiro do pai.
Hoje, Pedro Moreira celebra uma vida inteira de dedicação à cozinha, e à família, com a mesma paixão de quando começou. Uma história de trabalho, sabor e amor que continua sendo escrita, prato a prato.
“Cozinhar é levar vida às pessoas”
Você começou na cozinha muito cedo, ainda criança, lavando panelas em cima de um engradado de Coca-Cola. O que essa lembrança representa para você hoje, depois de tantos anos de carreira?
Essa lembrança representa o início de uma paixão. Foi ali que descobri o prazer de estar na cozinha e o valor do trabalho duro. Tudo começou com aquele menino curioso que mal alcançava a pia, e hoje entendo que foi esse começo simples que moldou minha dedicação e respeito pela gastronomia.
Como foi crescer em uma família com 11 irmãos? Esse ambiente influenciou sua relação com a comida e a partilha à mesa?
Crescer em uma família grande foi um dos maiores presentes que a vida me deu. Aprendi, desde cedo, o significado da partilha e do trabalho em equi-
pe. Essa vivência me ensinou a importância de valorizar cada ingrediente e cada pessoa à mesa, algo que levo para minha cozinha até hoje.
O Exército fez parte de sua vida por quase uma década. Que aprendizados dessa fase você levou para a cozinha e para o comando de equipes?
Foi uma escola. Lá aprendi disciplina, liderança e o verdadeiro sentido de equipe, o chamado “espírito de corpo”. Esses valores me acompanham até hoje, principalmente na gestão de brigadas de cozinha, onde o trabalho coletivo é essencial.
Brasília foi um marco importante na sua carreira. O que mais o encantou na capital e como ela moldou seu estilo de cozinhar?
Brasília me transformou. A cidade é um caldeirão cultural, com influências de todas as regiões do país. Essa diversidade ampliou meu olhar e me permitiu explorar novas combinações, resultando em uma gastronomia contemporânea, com raízes brasileiras e toques internacionais.
Você realizou o sonho de trabalhar com a chef Mara Alcamim, referência na gastronomia brasiliense. O que aprendeu com ela e como essa experiência impactou sua trajetória?
A Mara é uma profissional e uma pessoa inspiradora. Trabalhar com ela foi um privilégio. Aprendi muito sobre sensibilidade gastronômica, sobre ousar nos sabores e valorizar a autenticidade. Foi uma fase que consolidou minha paixão pela cozinha.
Durante a pandemia, você transformou um momento de crise em oportunidade, criando o Buffet Pedro Moreira. Como foi esse período e que desafios marcaram o início do empreendimento?
Eu já tinha vontade de seguir carreira solo, mas a pandemia acelerou essa decisão. Foi um início difícil, o mundo parado, a incerteza no ar, mas eu acreditei no
meu trabalho. Comecei cozinhando em casa e entregando pessoalmente. Aos poucos, o buffet cresceu, e deu tão certo que virou a base para o Ocean Brasília.
O Ocean Brasília nasceu como uma empresa familiar. Como é trabalhar lado a lado com esposa, filhos e parentes? Isso fortalece o negócio ou também traz desafios?
O Ocean é, acima de tudo, uma extensão da nossa casa. A proposta sempre foi criar um ambiente acolhedor, onde todos se sintam bem, clientes e equipe. Tenho minha esposa, Patrícia, que é meus dois braços na gestão; meu irmão, Júlio César, um sous-chef de altíssimo profissionalismo; meu sobrinho, Gustavo, que estou formando como cozinheiro; e meus filhos, Péthrus e Pierre, que participam com orgulho. É lindo ver o amor deles pela cozinha. Claro que há desafios, mas o amor e o respeito entre nós tornam tudo mais leve.
Sua cozinha é definida como contemporânea e afetiva. O que significa, na prática, cozinhar de forma “afetiva”?
Cozinhar de forma afetiva é cozinhar com o coração. É colocar emoção em cada prato, cuidar de cada detalhe e entender que a comida tem o poder de abraçar as pessoas. É sobre oferecer amor e memória em forma de sabor.
Ao longo da carreira, você acumulou prêmios e reconhecimentos. Existe algum momento que considera um divisor de águas?
Cada etapa da minha trajetória teve sua importância. As premiações que recebi nas casas por onde passei foram um reconhecimento do esforço de toda a equipe. Mas o divisor de águas foi, sem dúvida, ter criado meu próprio espaço. O Ocean é o resultado de tudo o que vivi e aprendi até aqui.
Olhando para sua trajetória, do menino em Itu ao chef e empreendedor em Brasília, qual é o legado que você gostaria de deixar para seus filhos e para a gastronomia brasileira?
Quero deixar como legado o exemplo de que os sonhos são possíveis — desde que acompanhados de trabalho, fé e dedicação. Desejo inspirar novas gerações de cozinheiros a acreditarem no próprio talento, assim como eu acreditei naquele menino sobre o engradado de Coca-Cola.
A trajetória de Pedro Moreira é um testemunho de paixão, resiliência e amor pela cozinha. De Itu a Brasília, ele construiu uma carreira sólida, sem perder o olhar humano e a simplicidade de quem acredita que cozinhar é, antes de tudo, um ato de afeto.
Quatro milhões de pessoas terão de fazer prova de vida no INSS
Por Por PH Paiva
Fonte Correio Braziliense
Quatro milhões de beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) terão de fazer prova de vida para não ter seu benefício bloqueado. De acordo com o instituto, todos já foram notificados por meio do aplicativo Meu INSS ou por meio do extrato do banco no qual é feito o pagamento.
Segundo o INSS, a mensagem foi entregue somente para os beneficiários cuja comprovação de vida não pôde ser feita de forma automática pelo sistema.
Os beneficiários terão o prazo de 30 dias para fazer a prova de vida, contados a partir da data do aviso para realizar o procedimento.
O instituto divulgou um passo a passo para ajudar os beneficiários a regularizarem a situação:
. Acesse o site ou aplicativo Meu INSS, faça login e siga as instruções para o reconhecimento facial, se for pedido;
. Em alguns bancos, é possível realizar a Prova de Vida online, diretamente pelo aplicativo ou site do banco;
. Se preferir, o beneficiário também pode comparecer presencialmente à agência bancária responsável pelo pagamento e apresentar um documento oficial com foto.
Quem precisa fazer?
Mesmo com o novo sistema automático, em alguns casos o INSS não consegue confirmar a Prova de Vida sozinho. Quando isso acontece, o próprio beneficiário deve realizar o procedimento, que pode ser feito pelo Meu INSS, pelo aplicativo ou site do banco, ou indo à agência bancária pessoalmente, se preferir.
A Prova de Vida é a confirmação de que o beneficiário está vivo e tem direito de continuar recebendo o benefício previdenciário. O procedimento é fundamental para prevenir fraudes e garantir que os pagamentos sejam feitos de forma correta, protegendo o sistema e o dinheiro de quem contribuiu a vida inteira para o país.
Alerta contra golpistas
Aposentados e pensionistas devem ficar atentos para os golpistas que tentam enganar os beneficiários com ligações e mensagens falsas, ameaçando corte do benefício, solicitando dados pessoais ou até marcando falsos agendamentos.
O INSS não realiza contatos diretos pedindo a realização da Prova de Vida nem envia mensagens por WhatsApp, SMS ou aplicativos, ameaçando o bloqueio do benefício. Também não envia servidores às residências dos beneficiários para re-
colher documentos ou para fazer o procedimento de comprovação de vida.
Dúvidas podem ser esclarecidas por meio dos canais oficiais do INSS:
. Site: gov.br/inss
. Aplicativo Meu INSS
. Central 135 (funciona de segunda a sábado, das 7h às 22h)
Brasília recebe Marcha das
Mulheres Negras em 25 de novembro
Por Ana Luíza Silva
Fonte Agência Brasília
Épossível um novo projeto de sociedade que tenha como base uma vida digna, com acesso a direitos e livre de medo e opressão, para meninas e mulheres negras, que estão na base da pirâmide das desigualdades. Essa é a principal mensagem que a Marcha das Mulheres Negras leva para Brasília, daqui a um mês. A mobilização, que acontecerá no dia 25 de novembro, e pretende reunir 1 milhão de mulheres brasileiras e latino-americanas, e é uma reedição da caminhada de 2015.
Dez anos depois da marcha que levou para a capital fe-
deral 100 mil mulheres e representou um marco histórico e político na luta por justiça racial e de gênero, a marcha deste ano volta cobrando políticas de reparação e bem viver. Os conceitos referem-se à busca por uma sociedade focada na coletividade, na qual as mulheres negras estejam no centro das políticas públicas e da agenda do país, de acordo com a organização.
“Quando se fala de bem-viver, falamos de vida com dignidade; falamos de direitos para toda a sociedade, sem exceção”, afirmou Iyálorisà Adriana t’Omolú, integrante do Comitê Impulsor Nacional da Marcha, em nota. Ela explicou que o bem-viver, pressupõe reparação, cuidado e compromisso com todos os seres viventes. Entre eles, garantia da educação,
cultura, lazer, moradia, segurança, saúde, democracia e justiça climática, que impactam a sociedade como um todo.
Como legado do evento de 2015, a organização destaca o esclarecimento contra ações antidemocráticas e o fascismo, o fortalecimento do debate sobre democracia participativa no país, o aumento da presença das mulheres negras brasileiras nos espaços globais de incidência política, além da ampliação do próprio movimento.
Caminhada
para o Congresso Nacional
A um mês do evento, a marcha divulgou em seu site na internet o roteiro da caminhada e instruções para as participantes que vão se dirigir à capital federal. A caminhada sairá do Museu Nacional, em direção ao Congresso Nacional, com
concentração a partir das 8h30.
Às participantes, a organização pede que se preparem bebendo bastante água, fazendo exercícios físicos e alongamentos e participando das atividades das delegações.
Ainda em novembro, antes da caminhada, em Brasília, a marcha pretende realizar uma série de eventos, como uma forma de preparação. Entre os dias 18 e 25, estão previstas atividades culturais, rodas de conversa, oficinas e intervenções urbanas, mais a comemoração do Dia Nacional da Consciência Negra, no 20 de novembro.
Um diálogo com lideranças políticas, ativistas, artistas e intelectuais negras vindas da América Latina, Caribe, África, Europa e América do Norte ocorrerá no Encontro Transnacional, entre os dias 21 e 24. Nesses dias, também será realizado um encontro nacional de Casas BallRooms, inspirado na cultura LGBTQIA+ negra.
“Silver Blue”, álbum instrumental do Throe, transita entre o metal experimental e o post-rock
Por Paola Zambianchi
Abanda paulistana Throe lançou o novo disco, intitulado “Silver Blue”, que transita entre o metal e o post-rock. Já disponível nas principais plataformas digitais, o álbum ganhará uma versão em LP, prevista para o primeiro semestre de 2026, pelas gravadoras Burning London e Deathtime Records, que definem “Silver Blue” como ‘uma dança de nós desfeitos e refeitos por um único e duradouro fio: o das memórias’.
Conversamos com o guitarrista Vina para saber mais sobre a banda e o novo lançamento.
Vina, o Throe começou como um projeto solo, criado por você em 2020, e hoje conta com Vellozo (baixo), Juliana (bateria) e Guix (guitarra). Como se deu essa transição de projeto solo para banda?
VINA: Acho que foi uma busca por uma sonoridade diferente mesmo. Em Silver Blue, ter o Vellozo, a Juliana e o Guix na banda foi uma coisa totalmente diferente. Cada um trouxe a sua forma de ouvir e de tocar, e isso deixou o disco mais rico, com outras perspectivas. Eu e o Vellozo tocamos juntos há quinze anos no Huey. A Juliana e o Guix também são da
mesma banda, o L�tico. Essa conexão ajudou para que essa “encarnação” do Throe funcionasse bem.
Antes de “Silver Blue”, vocês já tinham lançado o álbum “Throematism” (2021) e os EPs “Odium” (2020) e “O Enterro das Marés” (2023). Tem alguma novidade que merece destaque no novo disco?
VINA: Hum... Acho que ele tem um humor diferente, sabe? É menos angustiante e abrasivo em comparação a Throematism, por exemplo. Talvez Silver Blue tenha conseguido encontrar coisas que vinham sendo procuradas nos outros discos e isso, de certa forma, aparece nas músicas novas.
Além dos instrumentos convencionais, a banda se vale dos sintetizadores e recortes sonoros para criar distorções que funcionam como camadas, com texturas emocionais e sombrias. Em alguns momentos, os andamentos repetitivos se dão como mantras. Há intenção de criar uma transcendência rítmica?
VINA: Eu gosto dessa coisa da repetição e acho que isso meio que se tornou uma assinatura do Throe. A repetição acaba te envolvendo de diferentes formas e acho que ela
Fotos: Regis Bezerra
abre espaços para que um mesmo andamento cause diferentes emoções. Essa transcendência que você menciona é muito mais uma consequência de como as músicas são construídas do que um princípio para que elas aconteçam.
As cinco faixas que compõem o disco foram produzidas em parceria com David Menezes, que já trabalhou com Ratos de Porão e Bufo Borealis. Como foi essa parceria?
VINA: Conheço o David já tem bastante tempo e foi um processo natural convidar ele pra trabalhar nesse álbum. Ele curte música pesada e sabe como trabalhar com os elementos da música eletrônica. Isso ampliou o leque de possibilidades do disco.
A banda revela que “Silver Blue” tem as memórias como tema comum. Como elas foram ou seguem sendo resgatadas no disco?
VINA: Eu só fui percebendo isso no decorrer do processo. Quando terminei a música que fecha o disco, “Giz”, eu meio que percebi que tudo ali tava girando em torno desse tema. Veio também de um texto curto que escrevi enquanto compunha essa música, que é sobre a coisa do tempo ir moldando nossas lembranças, trocando as cores... Isso me deu um estalo de que tudo ali tinha a memória como um fio condutor. Mas nem tanto essa memória consciente, sabe? É mais sobre as memórias que a gente apaga, modifica, reconta, descobre, visita, cria, mas de forma inconsciente mesmo.
O Throe carrega um mix de influências vasto, que comporta
My Bloody Valentine, Jesu, Sonic Youth, Deftones Slowdive e Godspeed You! Black Emperor. O
que o ouvinte de primeira viagem pode esperar da banda?
VINA: Eu sempre escutei coisas diferentes, embora a grande maioria seja do universo da música pesada. Então essa mistura de sonoridades sempre foi meio normal. Meus pais tinham discos do Paulinho da Viola e Clara Nunes. É natural pra mim ouvir The Cure, Rush, Sepultura, Fugazi, Ministry ou Chaos UK e isso acaba ressoando nas composições como uma coisa que foi processada e aí reaparece. Acho que é isso que uma pessoa pode esperar do som do Throe. É um som que vem do batuque, do ruído, das distorções e das paisagens.
E para fechar, quais os próximos planos do Throe? Tem turnê vindo por aí?
VINA: Alguns shows para o ano que vem, talvez... E o lançamento do disco em formato físico. Existem alguns outros planos, mas eles precisam de tempo...
Ouça “Silver Blue” na íntegra no seu tocador favorito: https://onerpm.link/295159411340
Fotos: Regis Bezerra
Foto: Rafael Nascimento I Escaphandro
CONTOS EM CONTA-GOTAS
Wlad, me aguarde que estou chegando...
Desse seu país eu tinha medo assim como as criancinhas temem o bicho-papão. Me animei com a Perestroika, que pode ser traduzida literalmente tanto por “reconstrução” quanto por “reestruturação”.
A Perestroika em conjunto com a Glasnost foi uma das políticas introduzidas na União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, por Mikhail Gorbachev em 1986.
Essa política me fez perder o medo absurdo que eu sentia do seu país, e comecei a encará-lo com simpatia e esperança.
Confesso a você, Wlad, que passei a enxergar Gorbachev como um super-herói que surgiu para salvar a Rússia dos tentáculos comunistas.
Sobre o comunismo também acho que sou muito equivocada, por achar que que é um regime totalitário no qual qualquer um do povo não tem direito algum, ao homem comum só cabem obrigações e deveres.
Sempre amei literatura, e por conseguinte os escritores russos estão no meu mais alto patamar de admiração.
Outra arte na qual me iniciei, chegando até às sapatilhas de ponta, tem sua excelência aí : o Ballet Bolshoi.
Já tive uma parede em casa repleta de ícones, além de imensos e lindos samovares de prata.
Wlad, temos em comum nos nossos países de origem a igreja Ortodoxa, e pesquisando um pouquinho mais sobre a culinária russa, descobri que há entre os nossos países pratos típicos similares, se não forem iguaizinhos.
“Wlad, temos em comum nos nossos países de origem a igreja Ortodoxa, e pesquisando um pouquinho mais sobre a culinária russa, descobri que há entre os nossos países pratos típicos similares, se não forem iguaizinhos.
O seu goluptsi e o nosso charutinho, são ambos feitos de arroz e carne enrolados em folhas de couve ou como recheio de pimentões. Quero ver o Brasil ganhar a Copa, ser o primeiro hexacampeão mundial de futebol, passear muito pelos arredores do Rio Volga, e bebericar muita vodka. “
A Rússia sempre fascinou o meu perfil esteta, e assim nunca pude ficar indiferente à beleza dos ícones, samovares, ovos Fabergé e das lindinhas Matrioskas.
O seu goluptsi e o nosso charutinho, são ambos feitos de arroz e carne enrolados em folhas de couve ou como recheio de pimentões.
Quero ver o Brasil ganhar a Copa, ser o primeiro hexacampeão mundial de futebol, passear muito pelos arredores do Rio Volga, e bebericar muita vodka.
Tenho preferência pela “Absolut” até para a preparação de um “Moskow Mule”.
Já pode encomendar os “blinis”.
O caviar prefiro que seja o “keta”, por ter o sabor mais delicado que os demais.
Então me espera porque quero também ir até São Petersburgo e Sóchi.
Espero que você já tenha com você todos os ingressos para os jogos do Brasil.
* Ângela Beatriz Sabbag é bacharel em Direito por graduação e escritora por paixão. Bailarina Clássica, Pianista e Decoradora de Interiores angelabeatrizsabbag e-mail angelabeatrizsabbag@gmail.com
Acessos à ponte de R$ 200 milhões
entre Tocantins e Pará começam a ser construídos
Por PH Paiva Fonte G1
ODepartamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) iniciou a construção dos acessos à ponte sobre o Rio Araguaia, que conecta os municípios de Xambioá (TO) e São Geraldo do Araguaia (PA). A estrutura principal da ponte, avaliada em mais de R$ 200 milhões, estava concluída desde o início de 2025, mas ainda não pôde ser usada por falta dos acessos.
Segundo o DNIT, a construção dos aterros de encabeçamento e a ligação da ponte à estrada dependiam da desapropriação de imóveis na região. A previsão é que o tráfego na ponte seja liberado até dezembro de 2025.
Além dos acessos, estão previstas obras complementares, como ruas marginais nos dois municípios e um contorno viário em Xambioá, com o objetivo de melhorar o fluxo urbano e aumentar a segurança.
Nesta fase, o DNIT executa os aterros de encabeçamento e realiza obras como terraplenagem, colchão drenante e gabião. Até o momento, foram concluídos 52,10% da terra-
plenagem, 65,70% do colchão drenante e 25,54% do gabião. Também foi finalizado o bueiro celular de 2,50 x 2,50 metros.
Os acessos à ponte terão 2.010 metros de extensão, sendo 310 metros no lado paraense e 1.700 metros no lado tocantinense. O investimento federal nesta etapa, por meio do Novo PAC, é de R$ 28 milhões.
Araguaína volta a ter voos diretos para Palmas após modernização do aeroporto
Por PH Paiva Fonte G1
Os novos voos diretos entre Palmas e Araguaína começaram a operar na madrugada desta quinta-feira (23). A nova rota será operada pela empresa Gol Linhas Aéreas e terá frequência semanal.
Segundo a Prefeitura de Araguaína, além do voo direto, também serão incluídas paradas entre Palmas e Brasília (DF). A ampliação ocorre após as obras de modernização do aeroporto regional do município, que passou a ter estrutura para receber aeronaves de grande porte.
Os voos devem sair de Palmas todas as quartas, sextas e domingos, por volta das 23h55, chegando a Araguaína às 0h50. Já as viagens de Araguaína para a capital partem do aeroporto às 2h45, aos sábados, segundas e quintas, com chegada a Palmas por volta das 3h45.
Conforme o gerente do aeroporto da capital, Silvio Nogueira, a novidade ampliará as opções de rotas com o objetivo de promover a economia e o turismo na região norte do estado.
“A operação direta entre os dois aeroportos amplia as possibilidades de deslocamento, impulsiona o turismo e for-
talece os negócios locais. Os passageiros de Araguaína e região passam a ter acesso facilitado aos grandes centros urbanos do país, por meio das conexões disponíveis em Palmas.”
Voos de longa distância
A novidade foi anunciada em agosto deste ano pela Prefeitura de Araguaína.
Voos de longa distância não eram operados a partir do aeroporto de Araguaína desde abril de 2024. Por isso, segundo a prefeitura, os passageiros precisavam ir para Palmas, Imperatriz (MA) ou Marabá (PA).
A prefeitura também destacou que após as obras de modernização, o aeroporto da cidade passou a ter um novo sistema de drenagem de pista, limpeza da área de segurança com a remoção e poda de árvores, nivelamento das cabeceiras da pista e proteção vegetal lateral com o plantio de grama.
Além disso, foram investidos recursos em setores técnicos, como a instalação do Indicador de Percurso de Aproximação de Precisão (PAPI) e da Estação Prestadora de Serviço de Telecomunicações e de Tráfego Aéreo (EPTA), todos já validados pelo Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA) e pelo Grupo Especial de Inspeção em Voo (GEIV), informou a gestão.
Governo do Tocantins orienta produtores para início da estação de monta e reforça ações do programa Mais Genética Tocantins
Por PH Paiva Fonte Agência Tocantins
Com o início do período das chuvas, os rebanhos de cria do Tocantins entram em uma das fases mais importantes do ciclo produtivo: a estação de monta. De outubro a fevereiro, esse período é decisivo para o desempenho reprodutivo das matrizes e a eficiência da pecuária tocantinense.
O Governo do Tocantins, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária (Seagro), tem reforçado a orientação aos produtores sobre boas práticas de manejo, sanidade e nutrição, além de ampliar o acesso às tecnologias reprodutivas por meio do programa
Mais Genética Tocantins.
A gerente de Pecuária, da Seagro, Janaína Centrone, explica que o sucesso da reprodução começa com planejamento e acompanhamento técnico. “Antes da estação de monta, é fundamental realizar o diagnóstico reprodutivo do rebanho e avaliar as condições nutricionais e sanitárias das vacas. Essa etapa é decisiva para garantir boas taxas de prenhez e, consequentemente, mais produtividade na fazenda”, destaca.
De acordo com a gerente, a Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) tem se mostrado uma das principais ferramentas para o avanço genético no estado. “Com o uso da IATF, o produtor consegue padronizar a produção, concentrar os nascimentos e obter bezerros mais pesados e valorizados. É um ganho que se reflete diretamente na rentabilidade e na sustentabilidade do
sistema produtivo”, reforça.
O programa Mais Genética Tocantins, executado pela Seagro, disponibiliza kits de inseminação com sêmen de touros melhoradores para pecuaristas de corte e leite. A iniciativa visa democratizar o acesso à biotecnologia e ampliar a produtividade dos rebanhos. “O programa é um aliado estratégico do produtor, pois leva tecnologia, capacitação e suporte técnico para dentro das propriedades, fortalecendo o rebanho tocantinense com genética de alto valor”, pontua Janaína.
Além da genética, a gerente ressalta a importância da nutrição e da prevenção sanitária. “Durante a estação de monta, o equilíbrio nutricional é essencial. A suplementação com minerais e o controle de doenças reprodutivas, como brucelose e leptospirose, garantem que as fêmeas expressem seu máximo potencial reprodutivo”, completa.
A Seagro orienta que os produtores mantenham o acompanhamento técnico ao longo de toda a estação, registrando as coberturas, as inseminações e as prenhezes, para assegurar um controle zootécnico eficiente.
Quando bem conduzida, a estação de monta permite concentrar os partos, reduzir custos, aumentar o número de bezerros desmamados e melhorar a eficiência produtiva, consolidando o Tocantins como referência em pecuária de qualidade.
Cresce número de idosos que voltam ao mercado de trabalho no DF
Por Rócio Barreto
Fonte Correio Braziliense
Entre a necessidade e o merecido descanso, o número de idosos que seguem trabalhando no Distrito Federal voltou a crescer nos últimos dois anos. Segundo a Pesquisa de Emprego e Desemprego do Distrito Federal (PED-DF), realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), em parceria com o Instituto de Pesquisa e Estatística do DF (IPEDF), 6,2% das pessoas com 60 anos ou mais permanecem economicamente ativas — na pesquisa anterior, eram 5,8%. Ainda assim, 80% das pessoas dessa faixa etária estão fora do mercado, principalmente por estarem aposentadas — grupo que representa 69,9% dos inativos.
Esses números refletem como as transformações demográficas e econômicas influenciam diretamente o mercado de trabalho. “Mais de 70% das pessoas idosas que estão no mercado de trabalho são responsáveis pelos domicílios, o que indica a importância do rendimento desse grupo na formação da renda das famílias. Com a transição demográfica e o envelhecimento da população, é necessário acompanhar de que forma a permanência no mercado de trabalho influenciará a dinâmica de oferta e procura por mão de obra no Distrito Federal”, destaca Francisca Lucena, diretora de Estatística e Pesquisas Socioeconômicas do IPEDF.
A professora de Empreendedorismo e Inovação do Ibmec, Hannah Salmen, explica que o aumento da participação de pessoas idosas no mercado
de trabalho se dá principalmente pela necessidade financeira. “O valor insuficiente das aposentadorias obriga muitos a buscarem complementação de renda. Contudo, o desejo de se manter ativo e produtivo também é um fator relevante, por contribuir para um envelhecimento saudável e maior satisfação com a vida”, afirma.
Já Liane Ferreira, 76, faz parte dos 80% da população idosa que não está mais ativa no mercado de trabalho. Servidora pública aposentada, ela também integra os 69,9% que encaram a aposentadoria com tranquilidade. “Sempre fui muito ativa e gostava do que fazia, mas chegou um momento em que o trabalho não fazia mais sentido pra mim. Eu já tinha passado do tempo de aposentar e só então resolvi sair”, relembra.
Hoje, Liane se dedica às atividades que sempre amou — fazer crochê, tricô e estar com a família. “Nunca precisei voltar a trabalhar, graças a Deus. Tenho minha aposentadoria e posso me cuidar com calma”, conta. Ela está enfrentando um tratamento contra o câncer, mas garante que não sente falta da rotina profissional e valoriza a liberdade conquistada. “Apesar de não poder viajar por enquanto, que é algo que eu adoro, é muito bom poder ficar em casa e só ver os outros trabalhando”, brinca. “Enquanto não posso retomar minha vida totalmente normal, aproveito o tempo livre — que é todo — pra assistir a jogos de vôlei, que eu sempre gostei muito, curtir minha família e me cuidar de verdade”, conclui.
O aquecimento e nós
Quando eu estiver por aqui de novo no mês que vem já teremos passado pela COP 30, e possivelmente estaremos analisando seus resultados e avaliando em que medida eles terão sido comprometidos pelas dificuldades enfrentadas (ou causadas) pelos organizadores do evento. Agora, enquanto ainda estamos no mundo das expectativas, uso este espaço para dialogar com as pessoas de boa-fé que levantam sinceras dúvidas acerca das raízes antrópicas das mudanças climáticas por que passa nosso planeta. Sim, há quem genuinamente entenda que o atual aquecimento é apenas mais uma das fases cíclicas que a Terra sempre teria experimentado, alternando entre eras quentes e idades do gelo. Acho uma posição difícil de sustentar, dadas as evidências produzidas por cientistas sérios em todas as partes do mundo, mas respeito quem o faz. Ouço um tanto disso entre as pessoas que discutem nossos hábitos de mobilidade e a indissociável dependência da queima de combustíveis fósseis, e presumo que haja debates similares também em outros campos da atividade humana, senão em todos.
em condições bem melhores sem nosso incansável trabalho de sabotagem.
O capítulo mais recente da novela em torno da prospecção de petróleo na Bacia da Foz do Amazonas, na extremidade oeste da chamada Margem Equatorial brasileira, é ilustrativo do que considero ser o debate desfocado de nossos dias. Os alinhamentos que a imprensa corporativa ajuda a produzir colocam, de um lado, os setores interessados nos benefícios econômicos – e quiçá sociais – da exploração de uma reserva promissora e, de outro, aqueles preocupados em proteger ecossistemas dos efeitos potencialmente catastróficos de algum eventual acidente.
“Enganam-se os que creem que a Terra esteja na iminência
de desaparecer. O risco não é esse. Quem pode estar na iminência de sumir é a espécie humana – e o mais irônico é que o resto do planeta talvez passe a viver em condições bem melhores sem nosso incansável trabalho de sabotagem.”
Mas uma coisa é não atribuir à ação humana a responsabilidade pelas alterações por que vem passando nosso clima desde a Revolução Industrial, outra bem diferente é abster-se de reduzir drasticamente a emissão dos gases que comprovadamente contribuem com o efeito estufa. Aliás, é oportuno lembrar o que de fato está em jogo –a sobrevivência da humanidade. Há quem se apavore com a perspectiva de destruição do planeta e busque sensibilizar seus interlocutores para o risco de tamanha catástrofe. O insucesso de tal estratégia pode estar ancorado exatamente em sua natureza falaciosa. Enganam-se os que creem que a Terra esteja na iminência de desaparecer. O risco não é esse. Quem pode estar na iminência de sumir é a espécie humana – e o mais irônico é que o resto do planeta talvez passe a viver
O que não aparece nesse enquadramento é o recorte que interpreta a Natureza meramente como uma fonte de recursos a serem explorados em benefício da espécie humana. Ou melhor, esse recorte está de tal maneira naturalizado que parece não haver a possibilidade de simplesmente deixar o petróleo onde a Natureza o guardou, não pelos riscos locais de sua manipulação, mas pelos efeitos globais de sua queima.
Por mais legítima que seja a dúvida acerca das causas fundamentais das mudanças climáticas, já passou muito da hora de revermos nosso modelo de desenvolvimento e, em nome da nunca excessiva prudência e do sempre necessário instinto de sobrevivência, abrirmos mão de nossa contribuição para as mudanças climáticas.
* Paulo Cesar Marques da Silva é professor da área de Transportes da Faculdade de Tecnologia da Universidade de Brasília e pesquisador do Observatório das Metrópoles. Possui graduação em Engenharia pela Universidade Federal da Bahia, mestrado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e doutorado pela University College London.
Projeto no Planetário leva o universo da inteligência artificial a estudantes do DF
Por Rócio Barreto
Fonte Agência Brasília
Ofuturo chegou às salas de aula do Distrito Federal. O projeto IA nas Escolas, iniciativa do Instituto Integra Mais Um que tem apoio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti-DF), abriu as portas de um espaço totalmente dedicado ao aprendizado e à experimentação com inteligência artificial (IA). Até 19 de novembro, o galpão anexo ao Planetário de Brasília será transformado em um ambiente interativo que convida estudantes e o público em geral a explorar o potencial da tecnologia de forma prática, acessível e divertida.
O projeto teve início na segunda-feira (20) e, durante o tempo em que estiver em cartaz, vai receber cerca de 1,6 mil alunos da rede pública, com transporte e lanche gratuitos garantidos. Aos fins de semana, o Planetário estará aberto à comunidade, oferecendo uma experiência imersiva sobre o tema que vem moldando o mundo contemporâneo. O local
funciona de terça a domingo, das 7h30 às 19h, com sessões na cúpula às 18h de terça a sexta-feira e às 11h, 14h30, 16h, 17h e 18h nos fins de semana e feriados.
“Não basta apenas falar sobre inteligência artificial; precisamos garantir que os estudantes da nossa rede pública tenham contato direto e prático com essas ferramentas”, ressalta o titular da Secti-DF, Rafael Vitorino.
“Queremos despertar a curiosidade, aproximar a inteligência artificial do cotidiano e inspirar novas gerações a enxergarem a inovação como caminho de aprendizado, carreira e impacto social”, resume o curador do projeto, Clark Paiva.
A programação inclui o Museu da História da IA, exposição de NFTs, quiz interativo, área gamer, realidade virtual e palestras com o especialista Clark Paiva, que abordará os impactos e as possibilidades da inteligência artificial na sociedade atual. As escolas interessadas em participar podem agendar a visita pelo e-mail integramaisum@gmail.com ou pelo telefone (61) 98594-9556.
Renata Dourado*
Falso Controle
Há poucos dias, vi, nas redes sociais, parte de uma entrevista em que uma influenciadora falava sobre o controle total que tinha na vida do companheiro.
Com um sorriso nos lábios e o olhar de quem sabia que estava correta, afirmou que ela quem contratava todos os funcionários dele. E que a atual secretária era gay. Se não fosse gay, teria que ser um homem, segundo ela, para conviver com tamanha proximidade com o marido, sem correr nenhum risco de uma possível infidelidade.
Dizia também que tinha o total controle da agenda do empresário. Sabia exatamente quem entrava e que horas saía do escritório dele.
A sensação que passou era como se ela estivesse o tempo todo ao lado do marido.
Tive pena daquela mulher. Por alguns motivos.
Primeiro, pela falsa sensação de controle que ela e,em geral, nós achamos poder ter sobre a vida de outra pessoa.
É público e notório que quem quer trair, consegue uma forma de fazê-lo.
Quantos homens mantém, inclusive, não só outras companheiras, mas, outras famílias, sem que nenhuma saiba.
Quando queremos, arranjamos tempo e a desculpa certa.
falaria o que ela falou.
Na atual sociedade, com redes sociais, câmeras e outras formas de divulgações, o que era para ser ‘ escondido/ privado’ está cada vez mais público, ainda que não se queira.
É como se todas as máscaras tendessem a cair e a restar o que realmente somos.
Além disso, em consequência do machismo que reina em nossa sociedade, alguns homens acham natural ter outros relacionamentos, mesmo estando ‘comprometido’.
“Na atual sociedade, com redes sociais, câmeras e outras formas de divulgações, o que era para ser ‘ escondido/ privado’ está cada vez mais público, ainda que não se queira.
É como se todas as máscaras tendessem a cair e a restar o que realmente somos.
Além disso, em consequência do machismo que reina em nossa sociedade, alguns homens acham natural ter outros relacionamentos, mesmo estando ‘comprometido’.”
Não é o sensação de se sentir vigiado que faz com que as pessoas traiam ou não.
São fatores outros como: desejo, ética, senso de justiça, respeito, acordos firmados, entre outros.
E nesse caso, como dizia minha avó: ‘o combinado não sai caro.’
Outro ponto que me chamou a atenção, na entrevista, foi a maneira como ela se expôs, ao fazer aquelas declarações.
Nitidamente, apenas uma mulher muito insegura faria e
O problema é que ‘falta falar com os russos’, ou seja, eles abrem o relacionamento sem sequer ouvir a companheira. Bem da verdade, na maioria das vezes, ela sequer sabe, que vive uma relação aberta.
Tudo isso, tende a gerar uma grande sensação de insegurança.
E a paz não vem com a falsa sensação de controle do outro . Pelo contrário.
A paz vem com a liberdade e a certeza que todos temos o livre- arbítrio e com ele nossas possibilidades de escolha.
Algemas não mudam a mente do transgressor.
Consciência e respeito, sim. E se você não é respeitada em uma relação ou acha que precisa controlar os passos para que o outro não ‘ saia da linha’, devo dizer: você não merece ser prisioneira de uma relação assim.
* Renata Dourado é psicanalista e jornalista. Trabalha na TV Bandeirantes há mais de 15 anos. Apresenta o Band Cidade Segunda Edição, jornal local, que vai ao ar, ao vivo, de Segunda a Sexta, às 18h50. Também apresenta o Band Entrevista, que vai ao ar, aos sábados.
Bar paulistano é eleito um dos 100 melhores do mundo
Por PH Paiva
Fonte Catraca Livre1
OExímia, localizado no bairro do Itaim Bibi, na zona oeste de São Paulo, foi incluído na prestigiada lista dos 100 melhores bares do mundo, segundo o ranking The World’s 50 Best Bars. A edição de 2025, divulgada no último dia 24 de setembro, apresenta os estabelecimentos classificados entre a 51o e a 100o posição, e o bar pauistano aparece em 61o lugar.
O Exímia é o único representante brasileiro na seleção deste ano, que reúne bares de 35 cidades, incluindo Nova York, Londres, Roma e Barcelona.
“Mais do que uma conquista, é um privilégio representar o Brasil nesse cenário global, levando nossa identidade e agregando, cada vez mais, valor à cultura de bares brasileiros. É uma imensa honra ver nosso trabalho, nossa energia e nosso brasileirismo reconhecidos em um dos rankings mais presti-
giados da indústria mundial de bares”, escreveu a equipe do bar em sua página no Instagram.
O reconhecimento do Exímia não se limita ao ranking dos 100 melhores bares do mundo. Este ano, o estabelecimento também foi incluído entre os dez melhores novos bares de coquetéis do mundo pelo prêmio Spirited Awards, uma das principais premiações da indústria de bares nos Estados Unidos.
Inaugurado em 2024, o Exímia rapidamente se destacou no cenário da coquetelaria por sua abordagem autoral e pelo uso de ingredientes brasileiros. Os drinques da casa são assinados pelo bartender Márcio Silva, referência na coquetelaria nacional. O cardápio de comidas foi desenvolvido em parceria com a chef Manu Buffara, premiada como melhor chef mulher da América Latina em 2022.
A proposta do bar é apresentar uma nova faceta da coquetelaria brasileira, com drinques que exploram a biodiversidade do país. Ingredientes como amburana, jatobá e cambuci
são usados em criações que buscam traduzir sabores locais com técnicas contemporâneas. O reconhecimento no ranking reforça o papel do Exímia como vitrine da coquetelaria nacional no cenário global.
Drinques autorais e ingredientes brasileiros em destaque
O conceito do Exímia gira em torno da brasilidade como elemento central da experiência. Os drinques são elaborados com base em destilados naturais e fermentados, que ajudam a suavizar os sabores e destacar os aromas dos ingredientes.
A técnica utilizada na preparação das bebidas envolve a combinação de vinhos e fermentados com açúcares naturais macerados, criando uma base aromática equilibrada. Essa abordagem permite que os sabores brasileiros sejam apresentados de forma sofisticada, sem perder a identidade original dos ingredientes.
Além dos drinques, o cardápio de comidas complementa a experiência com pratos que dialogam com os coquetéis. A parceria com Manu Buffara reforça o compromisso do bar com a gastronomia de qualidade e com a valorização de produtos locais. A chef é conhecida por seu trabalho com ingredientes sazonais e por sua atuação em projetos sociais ligados à alimentação.
Brasil ganha visibilidade no cenário global de bares
A presença do Exímia no ranking internacional reforça a crescente visibilidade da coquetelaria brasileira. A lista do The World’s 50 Best Bars reúne estabelecimentos de 35 cidades ao redor do mundo. Estar entre os 100 melhores é um indicativo de que o Brasil está consolidando sua posição nesse mercado competitivo.
O anúncio dos 50 primeiros colocados será feito em outubro, em cerimô-
nia realizada em Hong Kong. Embora o Exímia não esteja entre os 50 principais, sua inclusão na lista estendida já representa um marco para o setor. A expectativa é que outros bares brasileiros sigam o mesmo caminho nos próximos anos, impulsionados por iniciativas que valorizam ingredientes locais e técnicas inovadoras.
O Exímia funciona de terça a quinta-feira, das 18h à 1h, e às sextas e sábados, das 18h às 2h. Localizado na rua Dr. Mário Ferraz, no Itaim Bibi, o bar se tornou ponto de referência para quem busca experiências autênticas e bem executadas na capital paulista.
3 destinos misteriosos na República Tcheca para quem ama lendas e coragem
Por Ana Luiza Silva
Fonte Catraca Livre
ARepública Tcheca é conhecida por seus castelos de conto de fadas, vilarejos charmosos e paisagens naturais de tirar o fôlego. Mas quem acha que o país se resume à beleza clássica vai se surpreender.
Para os viajantes que gostam de explorar o lado oculto dos destinos —aquele que mistura mistério, coragem e imaginação— há experiências que vão muito além do turismo tradicional.
Entre enigmas, histórias antigas e cenários que parecem saídos de filmes, três regiões tchecas se destacam por oferecer vivências autênticas e arrepiantes: Hradec Kralové,
Boêmia Central e Morávia do Sul. Prepare-se para descobrir um lado pouco conhecido da República Tcheca —onde cada trilha, construção ou vila guarda um segredo esperando para ser desvendado.
1 – A igreja dos fantasmas em Lukova (Hradec Králové)
Em uma pequena vila de apenas algumas centenas de habitantes, esconde-se uma das experiências mais inquietantes da República Tcheca. Trata-se da igreja de São Jorge, em Lukova, uma construção gótica do século 14 que parecia destinada ao abandono até que um artista local decidiu intervir� com fantasmas.
O artista Jakub Hadrava instalou figuras de gesso cobertas com lençóis que simulam ser fantasmas fiéis sentados nos bancos. Essa instalação transformou completamente o ambiente do templo: ao entrar, o silêncio se mistura com a sensação de estar sendo observado. A luz natural cria sombras que acentuam o efeito inquietante, enquanto o rangido da madeira sob os passos acompanha o percurso.
Além de ser uma obra de arte com fins beneficentes (as doações ajudam a conservar a igreja), essa experiência conecta-se com uma parte mais íntima da história do local, quando a igreja foi abandonada após o desabamento parcial do telhado durante um funeral. Visitar Lukova é uma mistura de turismo, arte e arrepios no coração da República Tcheca.
Complete sua visita com um passeio pela vila vizinha de Manetin, conhecida por seu palácio barroco e sua atmosfera tranquila. É o complemento perfeito para contrastar o inquietante com a beleza rural da região.
2 – Castelo Houska: a porta para o inferno (Boêmia Central)
A pouco mais de uma hora ao norte de Praga, ergue-se o castelo Houska, cercado por densas florestas e envolto em uma das lendas mais perturbadoras do país. Construído no século 13, Houska não foi erguido para defesa ou residência real, mas para selar� uma fenda para o inferno.
Segundo a lenda, havia um buraco sem fundo do qual emergiam criaturas demoníacas. Para fechá-lo, o castelo foi construído logo acima, sem muralhas externas nem acesso fácil. As primeiras estruturas se concentraram em cobrir a fenda e impedir que “algo” saísse. Ainda hoje, algumas janelas do castelo estão tapadas desde sua construção, e a capela principal está localizada exatamente sobre o ponto onde se acredita que estava o buraco.
O ambiente é desconcertante. Os visitantes relatam sensações de presenças invisíveis, mudanças bruscas de temperatura e até sons inexplicáveis. Houska tem sido objeto de documentários, investigações paranormais e curiosidade internacional. Visitá-lo é entrar em um capítulo vivo das lendas medievais da República Tcheca.
Aproveite sua visita para explorar a região de Kokorin, com seu castelo homônimo e trilhas para caminhadas entre formações rochosas. A combinação entre natureza e arquitetura medieval cria uma atmosfera única.
3 – O ossuário de Brno: uma cidade sob a cidade (Morávia do Sul)
Sob a Igreja de São Tiago, no centro de Brno, encontra-se o segundo maior ossuário da Europa. Este local não apenas guarda os restos mortais de mais de 50.000 pessoas, mas
também possui uma atmosfera única, uma mistura de respeito, história e mistério.
Este ossuário foi redescoberto em 2001 e aberto ao público em 2012. Em seu interior, as paredes estão cobertas por crânios e ossos dispostos de forma inquietante. Não há luzes artificiais estridentes nem efeitos especiais: apenas corredores silenciosos, fracamente iluminados, que convidam à reflexão sobre a fragilidade da vida e a memória dos mortos.
Entre os restos mortais encontram-se vítimas de epidemias, guerras e enterros do passado medieval de Brno. É uma experiência profundamente emocional e única, que contrasta com a vitalidade moderna da cidade na superfície. Entrar no ossuário é descobrir uma cidade secreta que só se revela àqueles que se atrevem a olhar para baixo da terra.
Após o ossuário, visite a Villa Tugendhat, Patrimônio Mundial da Unesco e exemplo icônico do modernismo arquitetônico. A combinação de história sombria e beleza arquitetônica resume a diversidade de Brno.
A ilusão da expertise em um mundo hiperconectado
Em dezembro de 1999, os psicólogos norte-americanos
Justin Kruger e David Dunning publicaram um artigo que deu origem à teoria do Efeito Dunnig-Kruger (EDK), efeito este que descreve um fenômeno ligado a processos mentais envolvidos na aquisição, processamento e uso das informações, que permitem o entendimento e interação do indivíduo com o mundo.
Eles trouxeram à luz dois efeitos opostos. Um deles diz respeito às pessoas que, apesar de seu vasto conhecimento, acreditam que não dominam aquele assunto. Efeito esse facilmente contornado, já que essas pessoas tendem a estudar mais, libertando-se de um possível complexo de inferioridade ou humildade em excesso, que acaba por interferir no reconhecimento de seus próprios feitos.
“Já
Falamos aqui da Inteligência Artificial (IA). Não daquela que vem auxiliando pesquisadores na evolução da ciência e de benfeitorias à humanidade, mas sim, de sua utilização por indivíduos com baixa metacognição. Ou seja, pessoas incapazes de observar e corrigir seus pensamentos e ações.
Pessoas incapazes de aceitar o que se sabe, o que não se sabe, e de como usar o conhecimento de forma eficaz, trabalhando em estratégias para melhorar o seu desempenho.
tratada centenas de vezes e em diversos meios de comunicação, a pressão por ser especialista nesse mundo hiperconectado e de aumento avassalador da quantidade de informações diárias em que vivemos, ganha uma aliada importante e catalizadora deste último efeito, amplificando seus danos, seja na vida física ou digital.”
Já o outro efeito tende a ser mais danoso, pois fala de indivíduos que possuem baixo conhecimento em um assunto, e realizam as atividades afetas ao tema de uma forma pior que outros indivíduos, mas, pela falta de autoconsciência, tendem a superestimar suas habilidades, trazendo um sentimento de injustiça pela falta de reconhecimento, já que acreditam possuir aptidões e qualidades inquestionáveis.
Já tratada centenas de vezes e em diversos meios de comunicação, a pressão por ser especialista nesse mundo hiperconectado e de aumento avassalador da quantidade de informações diárias em que vivemos, ganha uma aliada importante e catalizadora deste último efeito, amplificando seus danos, seja na vida física ou digital.
São pessoas que, ao utilizarem a IA e adquirirem um pequeno conhecimento sobre um assunto distante do seu metiê, turbinam o efeito Dunning-Kruger e acabam por se sentirem especialistas no assunto, mesmo que virtualmente, porque com uma pergunta simples, conseguem obter respostas que as permitirão conversar sobre qualquer assunto com qualquer um, alimentando o seu desejo de poder, status e da necessidade de parecerem mais inteligentes das que as rodeiam. Esclareço aqui que não estamos abominando a Inteligência Artificial. Já vivemos um período altamente maléfico de descrença na ciência. Falamos do homem que insiste em não reconhecer sua própria ignorância, primeiro passo para transformá-la em desejo de saber.
Falamos do homem que insiste em construir sobre essa diferença entre os indivíduos, uma hierarquia que corrija uma falsa injustiça que macula o seu ego.
* Wilson Coelho é especialista em Políticas públicas de Saúde pela UNB, e Informática em Saúde pelo IEP-HSL.
Mila Ferreira*
O sabor da liberdade
Aprofissão repórter me leva, diariamente, a conhecer mais a fundo diversas nuances da vida humana e presenciar momentos marcantes que ficam guardados para sempre na minha retina. A nossa obrigação ética de sempre ouvir o outro lado nos ajuda a evitar julgamentos e enxergar com olhos mais sensíveis diferentes histórias de vida.
A última que me marcou foi a impactante história do Francisco Mairlon, morador do Novo Gama, que passou 15 anos preso no Complexo Penitenciário da Papuda por um crime do qual foi inocentado neste mês pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Ele havia sido condenado por ter participado do assassinato de três pessoas no que ficou conhecido como o crime da 113 Sul.
Estive presente na primeira entrevista coletiva concedida por ele, poucas horas depois de ser solto. Foi uma cobertura histórica e muito especial para mim.
Foi a primeira vez que tive a oportunidade de ficar frente a frente e conversar com alguém que passou 15 anos trancado, sem acesso à internet, longe da família, longe de tudo. Ele tinha perdido a intimidade com a liberdade, com o mundo, com o céu, com a vida em sua plenitude.
Francisco tremia ao ver aquele tanto de câmera apontada para ele, aquele tanto de gente querendo ouvir o que ele tinha a dizer. Se enrolou um pouco com as palavras, mas ele queria falar, queria ser ouvido, queria gritar para o mundo que estava livre e, mais do que tudo, estava com sede de vida, querendo saborear cada momento.
“Nos últimos 15 anos eu me formei na faculdade, fiz pós-graduação, mudei de cabelo algumas vezes, amei, fui amada, conheci lugares, pessoas, chorei, sorri, me decepcionei, me curei, aprendi, estudei, ensinei, trabalhei, fui filha, neta, amiga, namorada, tia, sobrinha, professora, jornalista, atriz, me juntei a movimentos sociais, me tornei fluente em inglês, morei em cidades diferentes, engordei, emagreci, reclamei do frio, do calor, assisti centenas de filmes, li centenas de livros. Eu vivi.”
Francisco tem a minha idade. Foi impossível não me colocar no lugar dele e não pensar como teria sido a minha vida se tivesse ficado 15 anos injustamente afastada do convívio social, impedida de desfrutar de tudo que a minha vida pode me oferecer. Nos últimos 15 anos eu me formei na faculdade, fiz pós-graduação, mudei de cabelo algumas vezes, amei, fui amada, conheci lugares, pessoas, chorei, sorri, me decepcionei, me curei, aprendi, estudei, ensinei, trabalhei, fui filha, neta, amiga, namorada, tia, sobrinha, professora, jornalista, atriz, me juntei a movimentos sociais, me tornei fluente em inglês, morei em cidades diferentes, engordei, emagreci, reclamei do frio, do calor, assisti centenas de filmes, li centenas de livros. Eu vivi. E hoje valorizo isso mais do que nunca.
É um tempo que não volta mais, que não dá pra ser devolvido, compensado ou ressarcido.
Francisco agora saboreia cada momento, como ele mesmo disse. Está sendo interessante e satisfatório acompanhar as redes sociais dele, onde a família posta cada momento dele em liberdade, cada abraço, cada reencontro, cada novidade vivenciada. Os 15 anos não voltam mais, mas o resto da vida está diante dele e ele está disposto a aproveitar cada segundo. E eu é que não vou esperar eu me deparar com qualquer situação que me impeça de viver minha vida com plenitude para aproveitar cada segundo dela.
A liberdade é apenas uma das milhares de bençãos que o ser humano só valoriza quando perde.
Poder ir e vir de onde e para onde se quer, sentir o sol tocando a pele sem hora marcada, caminhar pela vida sem medo. Tudo isso é dádiva, é presente divino.
*Mila Ferreira, repórter do Correio Braziliense. Formada em Jornalismo pelo IESB e pós-graduada em Direitos Humanos, Responsabilidade Social e Cidadania Global pela PUC-RS
Belém vira galeria a céu aberto com estátuas de onças coloridas
Por PH Paiva
Fonte Agência Brasília
Apartir deste sábado (25), Belém se transforma em uma grande galeria a céu aberto com a chegada da Jaguar Parade 2025, exposição internacional que une arte, cultura e consciência ambiental. A mostra, que coincide com o período em que a cidade sedia a 30� Conferência das Nações Unidas Sobre Mudanças Climáticas (COP30), apresenta cerca de 50 esculturas de onças-pintadas espalhadas por pontos turísticos e espaços de grande circulação.
As esculturas coloridas e estilizadas, criadas por artistas brasileiros e internacionais, destacam a importância da preservação da onça-pintada e de seu habitat, especialmente na Amazônia, onde vive a maior população do felino.
Das 50 obras expostas, 38 foram customizadas por artistas paraenses, duas vieram do Maranhão e dez são reapresentações de edições anteriores em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Florianópolis, Nova York, Cali e Paris – onde o projeto integrou a programação dos Jogos Olímpicos de 2024.
A edição de Belém também valoriza o protagonismo feminino amazônico. As artistas e madrinhas Gaby Amarantos,
Fafá de Belém e Isabelle Nogueira se unem à iniciativa para reforçar a mensagem de defesa da floresta e da biodiversidade.
As esculturas ficarão expostas até 30 de novembro. No dia 29, quando se celebra o Dia Nacional da Onça-Pintada, será realizado o leilão beneficente das obras. Toda a arrecadação será destinada para instituições que atuam na conservação da espécie, como Onçafari, Panthera, Ampara Silvestre, SOS Pantanal, Instituto Libio, Instituto Peabiru e BRC.
Criada em 2019, a Jaguar Parade chega pela primeira vez à Região Norte, com o propósito de aliar arte e impacto socioambiental. As onças poderão ser vistas em locais emblemáticos como o Portal da Amazônia, Estação das Docas, Ver-o-Rio, Praça da República, Praça Santuário de Nazaré e Parque da Residência, entre outros.
Serviço
Jaguar Parade Belém 2025
Exposição em Belém: 25 de outubro a 30 de novembro
Leilão da Jaguar Parade: 29 de novembro
Informações: www.jaguarparade.com/belem2025
Redes sociais: @jaguar.parade
Projetos do DF ganham destaque em etapa nacional do Fórum de Segurança Pública
Por Ana Luíza Silva Fonte Agência Brasília
Três projetos da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) foram selecionados para apresentação na etapa virtual do 19� Encontro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), que ocorrerá nos próximos dias 29 e 30, em formato online. Serão três sessões diárias — das 9h30 às 11h30, das 14h às 16h e das 16h30 às 18h30.
A seleção coloca o Distrito Federal, mais uma vez, em debates nacionais sobre inovação, humanização e governança em segurança pública, consolidando o papel da SSP-DF como referência na integração de políticas públicas e no fortalecimento da cidadania. Para o titular da pasta, Sandro Torres Avelar, a aprovação representa um marco importante para
o fortalecimento das políticas públicas de segurança no DF. “É motivo de orgulho ver iniciativas tão importantes serem reconhecidas e compartilhadas com todo o país. São ações que traduzem a nossa visão de segurança pública: técnica, integrada, humanizada e baseada em evidências. O Distrito Federal tem se destacado nacionalmente em práticas de gestão e prevenção”, destaca Avelar.
O projeto Atenção Humanizada ao Desaparecimento de Pessoas, desenvolvido pela Subsecretaria de Integração de Políticas em Segurança Pública (Subisp) da SSP-DF, foi um dos selecionados. A iniciativa integra segurança pública, assistência social, saúde e comunicação, priorizando o acolhimento às famílias e a prevenção de desaparecimentos. Reconhecido nacional e internacionalmente, o projeto representa um avanço importante no enfrentamento desse fenômeno com uma abordagem sensível e intersetorial.
“Essa seleção representa o reconhecimento do trabalho técnico e dedicado das equipes da Secretaria. Cada um desses projetos traduz o esforço coletivo de construir uma segurança pública mais integrada. Ver nossas práticas sendo apresentadas em um fórum nacional é motivo de orgulho e reforça a importância de políticas que unem conhecimento e experiência de campo”, destaca o subsecretário de Integração de Políticas em Segurança Pública, Jasiel Tavares Fernandes.
Outro trabalho aprovado foi o livro da 1� Conferência Distrital de Segurança Pública (Confedisp), intitulado Integralidade e Participação Social. A publicação reforça o compromisso da SSP-DF com a transparência, a participação social e a construção colaborativa de políticas públicas — pilares que orientam o programa Segurança Integral.
“Participar do Fórum Brasileiro de Segurança Pública é sempre uma oportunidade de trocar experiências e reafirmar o compromisso que temos, no Distrito Federal, com uma segurança pública humanizada, integrada e baseada em evidências. Ter esses projetos entre os trabalhos aprovados é o reconhecimento de um esforço coletivo da SSP-DF e de toda a rede de parceiros que acreditam na construção de políticas públicas com participação social e sensibilidade humana”, afirma a assessora de Segurança Cidadã, Daniele de Sousa Alcântara.
Também foi selecionado o trabalho “Governança baseada em evidências no DF: como a CTMHF transforma dados de feminicídios tentados e consumados em decisões operacionais e políticas públicas”, elaborado pela equipe da Câmara Técnica de Monitoramento de Homicídios e Feminicídios (CTMHF). O estudo apresenta o modelo de governança de dados que permite acompanhar o ciclo completo dos casos — da ocorrência ao desfecho processual —,
promovendo análises qualificadas e diagnósticos que subsidiam decisões estratégicas.
Entre os resultados obtidos estão a revisão de terminologias utilizadas em registros, com a exclusão do termo “passional”, o monitoramento ativo de autores foragidos por meio do sistema de recompensas (Decreto n� 40.177/2019) e a produção de notas técnicas e painéis analíticos que orientam políticas públicas e campanhas de prevenção.
“Este trabalho apresenta, de forma organizada, os resultados das ações contínuas da CTMHF em governança baseada em evidências. Com dados integrados, padronização e rastreabilidade do caso do início ao fim, corrigimos linguagem, priorizamos capturas com o sistema de recompensas e entregamos diagnósticos que balizam operações e campanhas. É a evidência mostrando onde priorizar — e a prioridade virando resultado na proteção das mulheres”, conclui o coordenador da CTMHF, Marcelo Zago.
Etapa virtual
Criada em 2020, a Etapa Virtual dos Encontros Anuais do FBSP surgiu para atender ao anseio de policiais e gestores de todo o país por espaços de divulgação de pesquisas, projetos e boas práticas desenvolvidas por profissionais da segurança pública.
O formato digital tem como objetivo ampliar o alcance e a visibilidade desses trabalhos e democratizar o acesso às apresentações, permitindo que profissionais das três esferas — federal, estadual e municipal — compartilhem experiências e resultados de suas ações.
Nesta edição, além dos profissionais da segurança, o Fórum também abriu espaço para gestores e pesquisadores que atuam em áreas correlatas, como auditores de tribunais de contas e servidores públicos que desenvolvem práticas reconhecidas por suas instituições.
Mercosul ganha Rota Turística de Futebol
Por PH Paiva
Fonte Agência Brasília
AAmérica do Sul passou a contar, a partir dessa quarta-feira (22), com uma nova rota de turismo dedicada ao mundo do esporte: a Rota Turística de Futebol do Mercosul, lançada pelo Brasil, país que preside atualmente o bloco econômico. Farão parte da primeira fase da implementação da rota estádios e museus do Brasil, da Argentina, do Paraguai, Uruguai, Chile e da Bolívia.
“Estamos usando a paixão que une nosso continente para criar um produto turístico integrado, poderoso e sustentável”, destacou o ministro do Turismo, Celso Sabino. “A Rota vai fortalecer a marca ‘Visit South America’ e, consequentemente, atrair mais visitantes estrangeiros para o Brasil, gerando desenvolvimento e fortalecendo nossos laços culturais”, acrescentou.
Do Brasil, farão parte da rota o Allianz Parque, a Arena BRB Mané Garrincha, a Arena Castelão, a Arena do Grêmio, o Beira-Rio, o Estádio Mangueirão, o Maracanã, o Museu do Botafogo, o Museu do Flamengo, o Museu do Futebol, o Museu Pelé, a Neo Química Arena e a Vila Belmiro.
Da Argentina, o Gigante de Arroyito, La Bombonera, Más Monumental, Presidente Perón, e Uno de La Plata. Do Uruguai, o Estádio Centenario de Montevidéu; do Paraguai, o Museu Conmebol; do Chile, o Parque Estádio Nacional; e da Bolívia, o Estádio Félix Caprile, o Estádio Hernando Siles e o Estádio Ramón Tahuichi Aguilera.
“A Rota dos Estádios de Futebol do Mercosul é uma forma de valorizar essa identidade, que compartilhamos com os nossos irmãos sul-americanos e mostrar ao mundo a força que o futebol tem na nossa cultura”, disse o ministro do Esporte, André Fufuca.
Segundo o Ministério do Turismo, a Rota pretende integrar os principais estádios do bloco que tenham valor simbólico, atratividade turística e capacidade receptiva. Os critérios de seleção incluem relevância histórica, oferta de visitas guiadas, museus ou centros de memória, além de acessibilidade e infraestrutura adequadas.
“O futebol no Brasil é muito mais que um esporte, é a expressão da nossa cultura, da nossa brasilidade, do nosso jeito único de ser e isso tem tudo a ver com o turismo. Só neste ano, as cidades brasileiras que fazem parte da Rota re-
ceberam mais de 3 milhões de turistas de Argentina, do Paraguai, Uruguai, Chile e da Bolívia”, ressaltou o presidente da Embratur, Marcelo Freixo.
Quatro dos estádios brasileiros incluídos na Rota serão palco de jogos da Copa do Mundo de Futebol Feminino da Fifa em 2027: Arena BRB Mané Garrincha, Beira-Rio, Maracanã e Neo Química Arena. O evento ocorrerá pela primeira vez na América Latina e terá jogos em oito capitais brasileiras. Os jogos serão realizados entre os dias 24 de junho e 25 de julho de 2027.
A Crise
Por José Gurgel
Passei o ano martelando o teclado, tentando escrever os textos que mando pro jornal para que cheguem e agradem a todos os leitores. Uma verdadeira loucura, ter que ouvir do meu amigo Caixa Preta, os casos mais cretinos, observações curiosas sobre o dia a dia em nossa cidade.
Mas tudo faz parte do nosso cotidiano, confesso que já me acostumei, o pessoal vive dizendo que sempre reclamo de tudo, claro que procuro me defender como posso.
Agora mesmo estou mais liso que mussum ensebado, meu equilíbrio orçamentário está muito abalado, mas se o Banco do Brasil não tem equilíbrio orçamentário, como é que um lascado como eu vai ter?
Estou lutando, já tenho uma ligeira impressão que sou um dos mais ricos do país, pois estou conseguindo chegar ao final do mês sem dever muito.
Pedi uma cerveja que estava meio morna, mas a sede era tanta e como eu queria era molhar a goela, a coisa desceu
rasgando, aguentei o tranco não reclamei para não criar um clima e parecer mal - educado, afinal eu era novato na área.
Estava em terreno hostil, justamente no concorrente maior do Porcão, o não menos sujo Mil e Uma Moscas, desconfiei que me serviram metanol. Pra disfarçar pedi um tira gosto pra rebater, enquanto espantavas as moscas que teimavam em pousar no meu prato, faziam a festa.
Fiquei pensando no Natal e o clima que envolve as pessoas nessa época do ano. Particularmente eu não sou muito fã dos festejos natalinos ,pra mim aquele clima de cretinice no ar, tira qualquer cristão do sério.
Muita gente escondida no manto da bondade achando que as sacanagens do ano todo vão ser esquecidas e perdoadas, sendo zeradas para que as novas cretinices comecem novamente, como se não vivessem nesse mundo, haja falsidade. Todo mundo atrás de presentes, os políticos lá na encolha só caprichando nos novos valores dos impostos que vamos ter que pagar. Como isso pode ser bom ? Nem masoquista aceita!
Economês
Mais uma vez estou sentado tentando escrever o artigo, o Caixa Preta ainda não começou a me perturbar, pois sei bem que o cabra com esse calor infernal vai querer dar uma chegada lá no Porcão.
Quando chega nessa época do ano é melhor se preparar, o Natal se aproxima, olho pro quase extinto Lobo Guará que está na minha carteira, pobre lobo, já está rareando no bolso do assalariado também, como diz o velho Caixa , mais raro do que deputado em Brasília trabalhando.
Já vou preparar alguns cartões com as desculpas esfarrapadas de sempre pra driblar a ganância dos comerciantes com o orçamento ingrato.
As vezes chego a pensar que o velho Caixa é masoquista, pois enfrentar aquela sujeira e os doces coices do Galak, só mesmo sendo masoquista.
Estou com vontade de dar uma volta pela cidade pra tentar captar algum assunto discutido nas mesas de dominó, onde encontramos de tudo, milionários, filósofos, economistas que vivem às custas dos programas de governo mas tem verdadeiro pavor de pobre, com toda certeza as prestações do carro novo estão atrasadas, o celular não para de tocar com cobranças.
Fico observando a irritação da galera, que reclamam desses bancos e financeiras sem coração que ficam toda hora cobrando, afinal o que são seis meses de atraso ?
Basta ver essas operadoras de cartão de crédito, não conseguem entender que gasto é investimento, ficam toda hora lembrando que não é mais possível financiar a fatura pela décima quinta vez consecutiva.
Não consigo entender a frieza desses empresários que está impactando o lado social da turma, tornando a vida dos pseudos ricos um verdadeiro inferno.
Talvez o Caixa Preta tenha colocado o carinhoso apelido de Dubai baseado nessas conversas e discussões sem pé nem cabeça dessa galera que vivem em outro mundo, sempre delirando sobre riquezas.
Acho que viver respeitando o teto do meu salário está prejudicando muito o meu lado social, vou seguir a ideia do velho Caixa e editar uma PEC aqui em casa.
Ela vai me permitir gastar 30% a mais do que ganho, o mercado mesquinho é cruel, está me castigando sem piedade, meu score de crédito caiu muito depois que resolvi adotar essa nova filosofia econômica.
O jeito talvez seja me juntar a galera e danar o pau a mentir.
Marcas de infância
O calor castigava, sentado lá no Porcão tomando uma gelada esperava a chegada do Caixa Preta, quem sabe talvez ele tenha alguma novidade pra contar. De camiseta, onde os locais onde seriam os músculos apenas a barriga se destacava, o cabra era uma figura interessante, estava com cara de poucos amigos.
Sem querer me peguei rezando, pedindo aos céus que não pintasse algum clima entre ele eu Galak, as discussões deles são parte do folclore do nosso amado Porcão.
Parecia meio triste, na verdade estava nostálgico, algo sobre a infância ainda o abalava, perguntei sobre o assunto da semana, meio sem jeito resolveu contar sobre o que o incomodava.
Com um longo suspiro, o cabra começou a contar um fato acontecido na infância, mas que não foi esquecido entre tantos.
A mãe do velho Caixa estava muito atarefada, tinha acabado de limpar a casa estava no fogão preparando o jantar, pediu então para ele avisar ao pai que a janta estava pronta.
Depois de algum tempo resolveu perguntar se ele tinha conseguido falar com o pai, o Caixa falou que já tinha tentado mas quem sempre atendia era uma mulher.
Era a gota d’água que faltava, a véia foi à loucura com tamanha irresponsabilidade, ela se matando cuidando da casa e dos filhos, enquanto o cabra caia na gandaia.
Ainda meio cambaleante o pai do Caixa apareceu na porta de casa, levou uma chinelada na cara, diversas vassouradas no lombo acompanhada por gritos e xingamentos.
Claro que chamou a atenção de toda a vizinhança, que logo se aglomerou na frente da casa para ver o que se passava, o povão adora ver uma desgraça.
O pai do Caixa, apesar de ter tomado umas lá no Porcão, ficou sem entender nada, pensou que alguma vizinha fofoqueira tinha inventado alguma coisa.
A mãe do Caixa babando pelos cantos da boca, gritou: -Filho, fala pra todo mundo o que aquela vagabunda falou pra você no telefone.
-Ah mãe, ela disse: Seu saldo é insuficiente para realizar essa ligação.
O pobre Caixa ainda tem marcas da surra que levou.
Bem Feito!
POBRE GUARÁ
Fui dar uma volta lá no Mil e Uma Moscas, um concorrente do Porcão, o nosso amado templo da sujeira , pense num lugar lotado.
Lotado de moscas que faziam a festa quando chegava algum freguês, nesse caso era eu, sangue novo no pedaço.
Estava pensando no que o Caixa Preta tinha me contado sobre o Guará, sempre na vanguarda do atraso, parece que a onda agora vai ser estacionamento, achando que isso vai ser o grande sucesso do momento, só quem tem uma mente doentia apoia essa ideia de jerico.
Mas essa ideia idiota conta com o apoio das vaquinhas de presépio de plantão, que estão sempre a postos para aplaudir desde que lançadas pelos deuses da mobilidade.
Parece que a grande meta agora é encher o Guará de estacionamentos,nada de calçadas,nada de asfalto no interior das quadras,mas o seu estacionamento está garantido tudo feito a toque de caixa para agradar a alguns privilegiados, ou puxas sacos de plantão, coisa não rara por essas bandas
Perguntam, e o resto ? Bem o resto é o resto, fica para algum dia não muito próximo, talvez dia de São Nunca a tarde.
Esse clientelismo desbragado ainda vai custar muito caro ao Guará ,que está vendo a sua qualidade de vida sendo destruída apenas para atender aos chegados, sem o mínimo de planejamento ou real necessidade de tais equipamentos públicos.
Talvez seja a hora de pensar no que disse um aprendiz de feiticeiro, para esconder a incompetência, do alto de sua ignorância numa reunião com a comunidade, soltou essa pérola : A qualidade de vida do Guará está caindo e vai cair muito mais , quem quiser qualidade de vida que compre um terreninho bem longe daqui, lá na roça e se mude pra lá.
Para ilustrar bem o que escrevo, dê uma volta no mercado persa hoje instalado na QI-07, uma zona pra ninguém botar defeito.
Deus tenha piedade do Guará !
Brasília tem o terceiro maior número de línguas indígenas faladas no Brasil
Por Ana Luíza Silva
Fonte Correio Braziliense
No Distrito Federal, há 60 línguas indígenas faladas ou utilizadas por pessoas com dois anos ou mais. O dado foi divulgado nesta sexta-feira (24/10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entre as capitais brasileiras, Brasília se destacou com o terceiro maior número de línguas indígenas faladas em domicílios, sendo superada por Manaus (97) e São Paulo (77).
As duas línguas indígenas com maior número de falantes na capital federal são warao e guajajara, com 178 e 146 pessoas indígenas de dois anos ou mais, respectivamente. No Censo anterior, em 2010, o maior número de falantes era da língua kamayurá.
De acordo com os resultados do Censo Demográfico 2022, a população indígena residente no Distrito Federal é de 5.811 pessoas. Foram registradas 167 etnias, povos ou grupos
indígenas residentes no Distrito Federal, uma ampliação em relação a 2010, quando foram divulgadas 126 etnias ou povos.
Entre as capitais brasileiras, Brasília se destacou com o quarto maior número de etnias (167) declaradas no Censo 2022, sendo superada por São Paulo (194), Manaus (186) e Rio de Janeiro (176).
Entre os dois últimos Censos houve alterações nas etnias mais populosas no Distrito Federal. Em 2010, a presença mais numerosa era dos guarani, já em 2022, os tenetehára se tornaram majoritários numericamente, com 269 pessoas indígenas; seguido pelos guajajara, com 267 pessoas indígenas.
Ainda segundo o IBGE, em 2022, foram registradas um total de 295 línguas indígenas faladas ou utilizadas no domicílio por pessoas indígenas com dois anos ou mais. Entre 2010 e 2022 houve um aumento de falantes de línguas indígenas entre as pessoas com cinco anos ou mais de idade, passando de 293.853 para 433.980 falantes.