Entidades dos bancos e das indústrias criticam aumento do IOF
8 INSS sob suspeita: A fraude bilionária que abala o governo Lula
12 Duas Garotinhas
14 Aterro sanitário em Manaus vai gerar biogás a partir de lixo urbano
16 Duo garageiro Morcegula lança “Caravana dos Desajustados”
18 Apesar das vantagens, Educa+ no Tesouro Direto ainda é pouco usado
19 INSS volta a autorizar empréstimos mediante cadastramento biométrico
20 Uma mulher negra no poder a história da Doutora Jane Klébia
22 Função ingrata
23 Chinelos descartados nas praias viram arte na Bienal do Lixo
24 Quase 85% da população preta afirma ter sofrido discriminação racial
26 Maio amarelou?
28 Unidades de Conservação do Tocantins iniciam temporada de queimas prescritas
29 Eduardo Siqueira (Pode) nomeia subprefeito para região norte de Palmas; confira
30 Tocantins é destaque internacional em série televisiva exibida na Europa
32 Calderano é vice-campeão mundial no tênis de mesa em campanha inédita
33 Governo reprova três marcas de café por serem impróprias para consumo
34 Regime Semiaberto: Lenitivo ou Torquemada?
36 Seca é mais intensa em três regiões, revela Agência Nacional de Águas
37 Escritor e poeta Paulo Henriques Britto é eleito para a ABL
38 Roteiro em Roma com só passeios gratuitos e acessíveis
40 É para cá que os alagoanos vão quando querer curtir uma praia economizando
42 Ministro do STF diz ter recebido mensagem com ameaças e ofensas
43 Moraes ameaça prender ex-deputado durante audiência da ação do golpe
44 Memória Cheia
46 Amado e Maltratado
49 Carta dos municípios proporá emendas à PEC da Sustentabilidade Fiscal
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Maio / 2025
Ano 03 - Edição 28 - Maio 2025
Publicada em 26 de Maio de 2025
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ISSN 2966-0688
A fatura da inércia
A explosão do escândalo de fraudes no INSS escancarou algo que a política brasileira costuma ignorar até que seja tarde demais: a inércia tem custo, e ele é alto — especialmente para quem governa.
Milhões de aposentados foram vítimas de descontos indevidos em seus benefícios, através de convênios firmados entre o INSS e entidades de fachada ou associações sindicais.
A fraude, que pode ter movimentado bilhões de reais, ganhou corpo entre 2019 e 2023, atravessando diferentes gestões — de Temer a Bolsonaro —, mas estourou nas mãos do presidente Lula.
O Palácio do Planalto alega que foi justamente o atual governo que desbaratou o esquema, após investigações da CGU e da PF. Mas o fato de o sistema ter continuado operando livremente até 2024, mesmo com alertas internos e denúncias conhecidas, transforma o mérito da descoberta em cobrança por omissão.
Ao reagir tarde, e com hesitação, o governo petista perdeu o controle da narrativa. Deixou que a oposição bolsonarista ocupasse as redes sociais com vídeos virais, transformando um problema técnico em um ataque direto à imagem do presidente. O silêncio inicial e a proteção prolongada ao ministro da Previdência, Carlos Lupi, ampliaram a percepção de descaso. A demissão veio, mas já não bastava.
Com a reeleição no horizonte, Lula agora carrega a missão de reconstruir a confiança de um eleitorado sensível, fiel, mas que se sente traído. O ressarcimento aos prejudicados, as mudanças nos protocolos do INSS e o discurso de enfrentamento ao esquema são passos corretos. Mas não bastam. A fatura da inércia está em aberto — e será cobrada nas urnas.
Por Rócio Barreto
Entidades dos bancos e das
indústrias criticam aumento do IOF
Por Rócio Barreto
Fonte: Agência Brasil
Aelevação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) recebeu críticas de bancos e das indústrias, mesmo com a revogação parcial das medidas. Em notas, as entidades dos setores informaram que a tributação traz prejuízos para a economia, como a inibição dos investimentos, o desestímulo ao crescimento e a elevação de custos.
Segundo a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o aumento das alíquotas vai na contramão de programas do governo para impulsionar o crescimento da indústria, como o Programa Nova Indústria Brasil e as políticas de transição energética.
“Tais medidas terão como consequência o aumento dos custos das empresas, inclusive as do setor industrial, já penalizadas pela distribuição tributária desigual e pela dificuldade de acesso ao crédito – sobretudo em um ambiente marcado por taxa básica extremamente contracionista e spreads bancários excessivamente elevados. O efeito será muito negativo sobre a atividade econômica e vai inibir investimentos”, destacou a Fiesp.
A Fiesp ressaltou que o aumento de IOF para o crédito a empresas foi mantido após a reversão de parte das medidas. “Nenhuma alteração foi anunciada acerca das medidas que oneram – ainda mais – as operações de crédito por parte das empresas”, destacou. Para a entidade, o equilíbrio das contas públicas não deve ser alcançado por meio da elevação da car-
ga tributária sobre o setor produtivo. Segundo os Ministérios da Fazenda e do Planejamento, as mudanças no IOF reforçarão o caixa do governo em R$ 20,5 bilhões em 2025 e em R$ 41 bilhões em 2026. Durante o anúncio, na quinta-feira (22), o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, explicou que as medidas envolvem principalmente empresas e contribuintes mais ricos, não punindo as pessoas físicas nem os investimentos.
ABBC
O setor financeiro também criticou a decisão do governo. Para a Associação Brasileira dos Bancos (ABBC), o aumento do IOF pode contribuir para aumento da inadimplência e elevar custo de crédito.
Segundo a entidade, as novas alíquotas sobre o crédito aumentarão os custos para as empresas, de todos os tamanhos. Num cenário de incertezas na economia internacional e de juros altos no Brasil, a ABBC advertiu para o risco de que o aumento do imposto seja repassado para os preços.
Mudanças
A alíquota do IOF sobre operações de crédito das empresas foi reajustada nos seguintes casos:
. aumento da alíquota para empresas de 1,88% ao ano para 3,95% ao ano, igualando a alíquota para pessoas físicas
. aumento da alíquota para empresas do Simples Nacional para operações de até R$ 30 mil de 0,88% ao ano para 1,95% ao ano
. microempreendedor individual: elimina insegurança jurídica que o fazia pagar às vezes alíquota de pessoa física, pagando 1,95% ao ano em vez de 3,95% ao ano
. cooperativas tomadoras de crédito: aumento de 0% para 3,95% ao ano para cooperativas com operações de crédito acima de R$ 100 milhões por ano; cooperativas rurais continuam isentas;
. Para pessoas físicas, não houve mudança no IOF sobre o crédito, mas as operações cambiais ficaram mais caras.
As mudanças no IOF Câmbio foram as seguintes:
. para cartão de crédito e débito internacional, cartões pré-pagos e cheques-viagem: aumento da alíquota de 3,38% para 3,5% por operação
. compra de moeda em espécie e remessa para conta de contribuinte brasileiro no exterior: aumento da alíquota de 1,1% para 3,5% por operação, exceto nas remessas de pessoas físicas para investimentos, que continuarão a pagar 1,1%
. empréstimo externo de curto prazo: redução do conceito de curto prazo de 1.080 para 360 dias; alíquota aumenta de 0% para 3,5%;
. Operações não especificadas: alíquota para saída de recursos do país sobe de 0,38% para 3,5% por operação, alíquota para entrada mantida em 0,38%.
As mudanças no IOF Seguros foram as seguintes:
. alíquota de 5% para quem investe mais de R$ 50 mil por mês (R$ 600 mil por ano) em planos de previdência privada do tipo Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL)
. para investimentos menores, alíquota continuará zerada.
INSS sob suspeita: A fraude bilionária que abala o governo Lula
Por Rócio Barreto
Fonte BBC News Brasil
Uma investigação sobre descontos ilegais em aposentadorias expõe falhas estruturais na Previdência, reabre o duelo entre lulistas e bolsonaristas e ameaça a confiança dos brasileiros no sistema de proteção social.
Em meio ao frágil equilíbrio político do terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, uma revelação explosiva caiu como bomba sobre a Esplanada dos Ministérios: um esquema de descontos ilegais em benefícios do INSS pode ter desviado bilhões de reais de aposentados e pensionistas em todo o Brasil. A fraude, desvendada por uma investigação conjunta da Controladoria-Geral da União (CGU) e da Polícia Federal (PF), provocou uma nova e ruidosa guerra de narrativas entre governo e oposição.
Segundo a CGU, entre 2019 e 2024, sindicatos e associações de aposentados movimentaram R$ 6,3 bilhões em descontos aplicados diretamente nos benefícios previdenciários.
A dúvida, agora, é: quanto desse montante foi cobrado sem consentimento?
A investigação revelou que entidades — tanto legítimas quanto de fachada — se valeram de convênios firmados com o INSS, os chamados Acordos de Cooperação Técnica (ACTs), para incluir aposentados como associados sem autorização. A prática possibilitava a cobrança de mensalidades, muitas vezes desconhecidas pelas vítimas, diretamente na folha de pagamento.
Um escândalo com DNA multipartidário
Embora a atual gestão tente se distanciar do escândalo, a cronologia da fraude indica que o esquema começou antes da volta do PT ao Planalto. Relatórios apontam que indícios de irregularidades já existiam em 2018, nos governos de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL). Mas foi nos anos seguintes, especialmente entre 2022 e 2023, que os valores descontados aumentaram significativamente.
No governo Bolsonaro, cinco entidades firmaram ACTs com o INSS. Apenas uma delas, a AAPEN (ex-ABSP), assinou
convênio já sob a administração Lula. Ainda assim, opositores não hesitam em carimbar a fraude como um escândalo “do governo atual”.
Pressionado, o então ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT), entregou o cargo após denúncias de que teria sido alertado previamente sobre os problemas — o que ele nega. “Meu nome não foi citado em nenhum momento nas investigações”, afirmou em carta de demissão divulgada nas redes sociais.
A paralisia do INSS e a reação tardia
A CGU acusa o INSS de omissão. Um relatório de setembro de 2024 aponta que a autarquia não adotou medidas eficazes para coibir os abusos, mesmo após alertas do Ministério Público. Em maio de 2024, os descontos chegaram a ser suspensos temporariamente, mas a decisão foi revertida no mês seguinte, sem que houvesse qualquer novo protocolo de segurança.
Com o avanço das investigações, a Justiça Federal determinou o afastamento do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e de outros quatro dirigentes da autarquia.
No centro da crise está uma questão sensível: o ataque a um dos pilares históricos do eleitorado lulista — os aposentados —, justamente quando o governo busca consolidar sua base e projetar sua continuidade com as eleições de 2026. Especialistas avaliam que a perda de capital político provocada pela inércia do INSS e pela lentidão na resposta institucional pode ser difícil de reverter em um horizonte tão curto.
A ofensiva digital da oposição, somada à pressão por uma CPI no Congresso, impõe um custo alto à imagem do governo, que agora tenta, por meio de medidas de ressarcimento e reforço da fiscalização, estancar o prejuízo político e financeiro causado por um esquema que, embora herdado, explodiu sob sua administração.
Inércia institucional versus ação corretiva: o papel do INSS,
CGU e PF na crise
Um dos pontos mais sensíveis da investigação é a conduta do próprio Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) diante dos indícios de irregularidades. Segundo relatório da Controladoria-Geral da União (CGU), o órgão falhou sistematicamente em adotar medidas eficazes para impedir os descontos ilegais nos benefícios de aposentados e pensionistas. A omissão permitiu que entidades continuassem cobrando mensalidades sem autorização expressa dos segurados, mesmo diante de alertas e evidências anteriores.
O documento resgata, por exemplo, que apurações conduzidas pelo Ministério Público em 2018 e 2019 já haviam apontado ilegalidades similares. Como resultado, naquele período, o próprio INSS determinou a suspensão dos repasses a quatro entidades suspeitas: ABAMSP, CENTRAPE, ASBAPI e ANAPPS. No entanto, a medida não se converteu em uma política estrutural de fiscalização. Ao contrário: o sistema permaneceu vulnerável a novos acordos e convênios com entidades de fachada, que passaram a operar com ainda mais sofisticação nos anos seguintes.
Em 2024, já no governo Lula, a Polícia Federal reconhece que a autarquia tomou uma decisão relevante ao suspender, em maio, todos os descontos associativos até que um novo sistema de verificação fosse criado. No entanto, a iniciativa durou pouco: em junho, antes mesmo de um novo protocolo ser implementado, a própria diretoria do INSS autorizou a retomada dos repasses — um recuo que, segundo a investigação, fragilizou a contenção da fraude. Diante do aprofundamento das denúncias e das conclusões iniciais da CGU e da PF, a Justiça Federal do Distrito Federal determinou o afastamento do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e de outros quatro servidores do alto escalão do instituto. A decisão reforça a percepção de que houve, no mínimo, negligência grave na condução do órgão — e intensifica a crise de credibilidade da Previdência Social.
Ressarcimento sob fogo cruzado
Na tentativa de conter o desgaste político e a indignação pública, o governo anunciou medidas para ressarcir os aposentados prejudicados. A operação, no entanto, se dá sob forte pressão da oposição bolsonarista, que explora o caso nas redes sociais como símbolo de “corrupção petista”.
Um vídeo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), publicado em 6 de maio, alcançou mais de 129 milhões de visualizações em dois dias. Na gravação, ele afirma que o esquema seria “o maior escândalo de corrupção da história do país” — e associa diretamente a fraude ao governo Lula.
O Planalto reagiu. Durante o anúncio das medidas, o advogado-geral da União, Jorge Messias, acusou a gestão anterior de desmontar o INSS e não agir diante dos alertas. “Desbaratar essa fraude não foi fácil. Encontramos um INSS desestruturado”, afirmou.
Segundo o presidente recém-nomeado da autarquia, Gilberto Waller, nove milhões de beneficiários serão notificados para confirmar se autorizaram ou não os descontos. Caso não tenham dado consentimento, as entidades terão 15 dias úteis para apresentar provas — e, se não conseguirem, mais 15 dias para ressarcir os valores. Caso contrário, o governo entrará com ações judiciais.
Apesar do plano, o ressarcimento deve ser lento, e há expectativa de que o Tesouro Nacional seja acionado para garantir o pagamento imediato.
Consignados na mira
Paralelamente, outra frente de investigação pode ampliar ainda mais o escândalo. Auditoria do Tribunal de
Contas da União revelou 35 mil reclamações em 2023 sobre empréstimos consignados concedidos sem autorização. O montante total do setor no ano passado chegou a R$ 89,5 bilhões. A oposição explora esse dado como se todo esse valor estivesse sob suspeita — o que é impreciso.
Como resposta, o novo comando do INSS bloqueou temporariamente novas operações de crédito consignado. A retomada dependerá de verificação por reconhecimento facial.
Efeitos colaterais: o impacto político
O escândalo tem potencial de erodir o capital político do governo Lula, que já enfrenta desafios econômicos e tensões na base aliada. Embora o Planalto tente demonstrar transparência e ação rápida, o caso virou munição valiosa para a oposição e ameaça prolongar a instabilidade.
Ao mirar o coração do sistema previdenciário — um dos pilares mais sensíveis da proteção social no Brasil —, a fraude no INSS expõe não apenas um esquema de corrupção. Expõe também a fragilidade das instituições encarregadas de proteger quem mais precisa do Estado.
Para além da disputa ideológica, a crise escancarou uma realidade preocupante: a fragilidade dos mecanismos de fiscalização e transparência do próprio Estado. Mesmo com a digitalização dos sistemas públicos, milhões de brasileiros tiveram seus benefícios manipulados sem sequer perceber — uma falha que aponta para a urgente necessidade de modernização e governança nas relações entre entes públicos e entidades privadas.
“Com as eleições no horizonte e a polarização ainda latente no país, o caso tende a se tornar um termômetro do humor popular em relação à administração fe-
deral. Se o governo Lula conseguir demonstrar eficiência na reparação dos danos e firmeza no combate aos envolvidos, poderá transformar a crise em ativo político. Caso contrário, o escândalo pode se consolidar como um marco negativo — comparável, em impacto simbólico, às fraudes em grandes estatais vistas em gestões anteriores.” Comenta o Cientista Político Rócio Barreto.
Fraude no consignado do INSS pode comprometer reeleição de Lula, avalia cientista político
A fraude nos empréstimos consignados do INSS provocou um duro golpe no capital político do governo Lula e pode comprometer seriamente suas pretensões de reeleição. O escândalo afeta diretamente a confiança de uma base eleitoral historicamente alinhada ao presidente — aposentados e pensionistas — e expõe falhas graves na fiscalização de políticas públicas voltadas aos mais vulneráveis. Especialistas apontam que a perda de credibilidade gerada por esse episódio é profunda e, a essa altura, pode ser irreversível, sobretudo diante da dificuldade de resposta
rápida e eficaz por parte do governo.
Para o cientista político Rócio Barreto, o escândalo envolvendo fraudes nos empréstimos consignados do INSS representa uma significativa perda de capital político para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pode ter impacto direto sobre sua tentativa de reeleição.
Segundo Barreto, o episódio atinge um dos públicos mais sensíveis e estratégicos do governo: aposentados e pensionistas, que compõem uma fatia importante da base eleitoral lulista. “Trata-se de uma população já vulnerável, que confiou nas promessas de proteção social. Ver esse grupo sendo prejudicado por um esquema de fraudes mina a credibilidade do governo e desgasta sua imagem justamente entre os que mais precisam de amparo do Estado”, afirma.
O cientista político avalia ainda que, além do desgaste político, o governo terá de lidar com o desafio de apresentar respostas rápidas e eficazes para conter a crise. “Reverter esse prejuízo em tão pouco tempo será extremamente difícil. Isso exigirá uma mobilização intensa da máquina pública, medidas concretas de reparação e uma comunicação eficiente para reconquistar a confiança da população”, conclui.
Para Barreto, o escândalo envolvendo fraudes nos empréstimos consignados do INSS representa uma grave erosão no capital político do presidente Lula, com efeitos diretos sobre suas chances de reeleição. O caso atinge em cheio uma das bases eleitorais mais sensíveis do governo: aposentados e pensionistas, muitos dos quais já enfrentam dificuldades financeiras e agora se veem vítimas de um sistema vulnerável e, em certa medida, negligenciado. Barreto destaca que o impacto negativo desse episódio vai além da esfera administrativa — ele mina a confiança em políticas sociais e no compromisso do governo com a proteção dos mais vulneráveis.
CONTOS EM CONTA-GOTAS
Duas Garotinhas
Tempo, senhor tempo! Não seja exigente, e assim não me obrigue a ser precisa.
O fato é que Mary e eu nos conhecemos ainda crianças, no colégio.
Usávamos meias 3/4, saia azul marinho, camisa branca com o brasão do colégio no bolso e sapatos pretos.
O colégio era de freiras e só para meninas. Não somente para meninas de fino trato, como o nome de uma peça teatral, pois as alunas dali eram de todos os tipos de trato.
Nós, não por acaso, nos enquadrávamos no primeiro time.
Naquela época éramos apenas e tão somente colegas, devido a nossa imaturidade e pela inexperiência de viver uma grande amizade.
Nesse tempo de passos trôpegos, onde cada palmo de caminho é novidade, cada fato que pudesse nos fazer mais próximas era motivo de muita alegria, e foi isso que aconteceu quando descobrimos que morávamos na mesma quadra.
Isso é um exemplo do quanto éramos vigiadas e exigidas. Mas posso afirmar que nada do que aconteceu nesses anos dourados tenha me causado qualquer espécie de trauma.
Mary e eu, como as demais colegas, sonhávamos todos os sonhos, tínhamos todas as expectativas diante da vida que sorria para nós no horizonte.
Concluímos o colegial e cada qual seguiu seu caminho.
Muitos anos se passaram, casamos, descansamos, tivemos filhos e netos.
Num certo dia nos reencontramos, se bem que seria mais correto dizer que nos encontramos, pois essas duas hoje em dia, apesar de já se conhecerem, eram outras pessoas.
Ficou mais fácil para nós fazermos os trabalhos em grupo, e isso era de vital importância à época
Oba, como na matemática encontramos mais um ponto de intercessão.
Ficou mais fácil para nós fazermos os trabalhos em grupo, e isso era de vital importância à época.
Era mágico haver colégios separados para meninas e meninos, pois isso nos tornava mais sonhadoras, mais tímidas e mais encantadoras.
As freiras eram rígidas, e não deixavam nada passar em branco. Então usávamos a nossa criatividade.
Eu mesma nunca usei o uniforme “comme il faut”.
Enrolava as meias para que ficassem ao molde das soquetes, enrolava o cós da saia para que ficasse mais curta e outras coisinhas mais.
Um acontecimento me marcou até muito tempo depois e continua vívido em minha memória.
Numa aula de português, irmã Stela, ótima professora e rigorosíssima, do nada interrompe a aula e profere essas palavras: - Peço que a aluna Ângela Beatriz se levante e venha até aqui à frente para apresentar o novo modelo de uniforme do colégio.
Ouso dizer que pessoas bem melhores, pois o tempo se encarrega de burilar a alma e os conceitos que carregamos dentro de nós.
Hoje a vaidade existe em proporções bem menores, na medida que não atrapalha os sentimentos maiores como a generosidade, o amor e a alegria de uma verdadeira amizade.
Uhuuuuuu!
O que o tempo nos detona no corpo, na alma nos dá em excesso diante do menor milagre da vida. Aprendemos a valorizar as ínfimas coisas que realmente têm valor.
Encontrei a amiga carinhosa, altruísta, generosa, enfim, repleta de predicados.
Creio que ela também tenha me encontrado em versão bem melhorada.
Peço licença ao poetinha, o grande Vinícius de Moraes, para dizer que “A vida é a arte do encontro embora haja tanto desencontro pela vida.”
* Ângela Beatriz Sabbag é bacharel em Direito por graduação e escritora por paixão. Bailarina Clássica, Pianista e Decoradora de Interiores angelabeatrizsabbag e-mail angelabeatrizsabbag@gmail.com
Aterro sanitário em Manaus vai gerar biogás a
partir
de lixo urbano
Por PH Paiva
Fonte: Agência Brasil
OCentro de Tratamento e Transformação de Resíduos (CTTR), construído em Manaus, no Amazonas, vai aproveitar as emissões de gases do efeito estufa geradas na decomposição do que é descartado em toda a Região Metropolitana para produzir biogás. Com um terço das obras concluídas, a nova infraestrutura já pode começar a receber resíduos de todos os municípios localizados em um raio de 150 quilômetros da capital.
No Brasil, mais de 41% dos resíduos urbanos tiveram destinação inadequada em 2023, apontou um relatório divulgado pela Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (Abrema), no ano passado.
De acordo com o presidente da entidade, Pedro Maranhão, o modelo do CTTR é uma das soluções possíveis para o problema da destinação dos resíduos no país. A iniciativa é a mais adequada para atender a uma capital como Manaus, com mais de 2 milhões de habitantes.
“Nós estamos trabalhando para que se encerrem os lixões e as prefeituras deem uma destinação ambientalmente
correta para o seu o resíduo”, afirmou Maranhão. Atualmente, a capital do Amazonas ainda envia cerca de 3 mil toneladas ao dia de recursos descartados pela população para um antigo depósito de lixo, construído em 1986, e transformado em aterro sanitário em 2025. Localizado no quilômetro (Km) 19 da Rodovia AM-010, que liga Manaus ao município de Itacoatiara, a infraestrutura atingiu o limite de uso em 2024.
Uma decisão do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), em abril de 2024, permitiu a expansão do antigo espaço para continuidade da atividade até 2028, quando deverá entrar em funcionamento um novo aterro em local distinto.
A solução para o problema foi antecipada e partiu de uma empresa privada, que investiu R$ 200 milhões no projeto do CTTR, com o objetivo de transformar o que antes era considerado lixo e problema, em um negócio rentável e sustentável.
“O nosso CTTR tem todo um processo de contenção que garante que não haverá nenhuma fuga de material, com um sistema de mantas de última geração, com drenagem para lagos de contenção, não só das águas pluviais, mas também da geração de chorume, com monitoramento de superfície e subsolo, ao redor de todo o equipamento, garantindo
sempre a integridade daquele bioma que está ao nosso redor”, explica Hugo Nery diretor-presidente da empresa de serviços e soluções ambientais.
A infraestrutura, que ocupa um terreno de 142, 8 hectares, a cerca de 3 quilômetros da margem da BR-174, inaugurou neste mês a primeira célula, das três previstas, para disposição de resíduos sólidos, quando passou a ter capacidade de receber e armazenar 1.200 toneladas ao dia. Até a conclusão do projeto, a capacidade será triplicada.
Além das células impermeabilizadas, o CTTR tem ainda um sistema de tratamento de chorume, que utiliza a tecnologia de osmose reversa, capaz de purificar o líquido contaminante em água desmineralizada para reúso pela indústria, que também será comercializada. Na última etapa de conclusão da infraestrutura, com previsão de começar a operar dois anos após o início da disposição dos resíduos, será finalizado o sistema de captação do biogás.
Segundo o empresário, a proximidade à rede de distribuição de gás natural, derivado de petróleo, permitirá a inserção do biogás na rede, descarbonizando também o uso desse gás na cidade, como já ocorre em Fortaleza, onde outro aterro com esse modelo de empreendimento, já está em funcionamento, com a diferença que o biogás é ainda transformado em biometano, para geração de energia.
“Com a inclusão direta do biometano na rede, todo e qualquer cliente que se utiliza desse gás verde tem como mostrar um certificado de descarbonização da sua própria operação”, explica Nery.
A expectativa dos investidores é que, quando o CTTR estiver em pleno funcionamento, a planta tenha capacidade de reduzir as emissões por uso de gás natural em até 400 milhões de toneladas de gás carbônico equivalente ao ano. Para o secretário Nacional de
Meio Ambiente Urbano e Qualidade Ambiental, Adalberto Maluf, a iniciativa traz, na sua essência, o conceito de sustentabilidade, alcançando os aspectos econômico, ambiental e social.
“Ter a disponibilidade do biometano a um preço competitivo permite que a indústria se consolide, o parque industrial seja competitivo, trazendo mais empregos, lembrando que o emprego da indústria é o melhor dos empregos, é o emprego que mais distribui renda, que paga os melhores salários, e a indústria representa 20% do PIB [Produto Interno Bruto], 35% do imposto e 65% da inovação”, avalia o secretário.
Duo garageiro Morcegula lança “Caravana dos Desajustados”
Por Paola Zambianchi
OMorcegula, um “duo casal interestadual de rock n´roll trevoso”, lançou através do selo Goma Base, o álbum “Caravana dos Desajustados”. O disco, já disponível nos principais tocadores digitais, conta com uma edição limitada de 150 cópias em vinil colorido. Produzido por David Pacote, “Caravana dos Desajustados” é o segundo álbum da banda, que carrega na bagagem o disco de estreia “Dia das Bruxas” e o EP “No Ritmo da Assombração”.
Formado por Rebeca Li nos vocais e na bateria - que ela toca em pé e sem pratos, e por Henrique Badke na guitarra e voz, o Morcegula é descrito pelo duo como “uma união de grave de surdo e bumbo, com agudos distorcidos da guitarra da cidade do Rio de Janeiro com Uberlândia, da Rita Lee com Ramones, da energia masculina com a feminina”. Conversamos com o casal para saber um pouco mais sobre esse novo lançamento.
Para quem não conhece Rebeca Li e Henrique Badke. Se apresentem, por favor.
BADKE: Rebeca, de Uberlândia, hoje é baterista da banda punk Pulmão Negro, mas começou sua estrada na música com um power trio de mulheres, sua primeira banda autoral em 2017, e depois fez “estágio” nos pubs da cidade cantando músicas que ficaram conhecidas na voz de mulheres do Rock.
REBECA: Badke é guitarrista e vocalista da banda carioca Carbona, compositor prolífico, que faz deste álbum do Mor-
cegula seu vigésimo álbum da carreira, iniciada nos anos 90 a frente da banda de Hardcore Barneys, e nas duas primeiras décadas dos 2000 com o Carbona.
Vocês moram em estados diferentes e dizem fazer da estrada um ponto de encontro e também a “casa” de vocês. Como funciona a dinâmica de banda e relacionamento à distância?
REBECA: Costumo dizer que nós dois temos duas casas, uma em Minas e outra no Rio. Às vezes passamos uma semana juntos lá, e às vezes uma semana juntos cá, mas o Henrique fala que temos ainda uma terceira casa, a estrada. Então conseguimos, ao longo desses três anos, nos encontrar bastante lá, cá e ali, e com certeza o Morcegula nos proporciona muito mais encontros do que poderíamos ter com uma distância tão grande.
Foto: Andre Olive
O que o “Caravana dos Desajustados” traz de diferente dos trabalhos anteriores da banda?
BADKE: O primeiro álbum nos ajudou a materializar a ideia do duo e foi feito como uma experimentação, representou uma busca de sonoridade. No ‘Caravana’ a gente já partiu sabendo o que a banda realmente era, e todas as composições foram já pensadas deste prisma. Uma banda que tem graves no bumbo e surdo, e uma guitarra flying v barulhenta. Exploramos muito mais os dois vocais e mostra exatamente o que é nosso duo.
Rebeca, você além de música é taróloga. Conta para a gente como se deu a escolha do nome “Caravana dos Desajustados”?
REBECA: O Carro, arcano 7 do tarot, é a carta que guiou nossos passos no primeiro ano de atividade. Tem a característica de passar por cima dos desafios, desafios esses que ser um duo à distância nos traz. Os Desajustados são todos aqueles que cantam nossas músicas, vestem nossas camisetas e aparecem nos shows para curtir com a gente. ‘Caravana dos Desajustados’ é a energia de seguir em frente numa eterna celebração com os fãs.
A faixa de trabalho escolhida para divulgar o álbum é “Ratazanagem”, que mistura influências de Rita Lee e The Cramps. Falem um pouquinho dessa música pra gente.
BADKE: ‘Ratazanagem’ é um Rock n Roll frenético e bem-humorado, que fala sobre relações ardilosas, falsas amizades, competição velada, trairagem, sacanagem, crocodilos, ratazanas e cascavéis.
O que mais podemos encontrar em “Caravana dos Desajustados”?
BADKE: Além de Ratazanas, também encontramos Formigas, Bruxas, Gatos Pretos, Estórias da estrada generosa e pouco glamurosa, e muito mais! São estórias musicadas na energia do Punk Rock, turbinado por uma força percussiva de uma batera sem pratos. Nosso caldeirão de influências está ali, e um pedaço de nossas vidas também.
Em apenas dois anos de formação, a banda acumula mais de cem apresentações ao vivo. E esse número tem aumentado com a ‘Turnê dos Desajustados’, que está em andamento. Sabemos que o duo passará por Brasília. Quando e onde será esse show?
BADKE: Será no dia 07 de junho na Infinu junto com os Gatunos de Brasília. Estamos fazendo um fim de semana pela região central do país e estamos animados com nossa primeira ida a Brasília.
Foto: Andre Olive
Arte: Daniel ETE
ECONOMIA
Apesar das vantagens, Educa+ no Tesouro Direto ainda é pouco usado
OTesouro Educa+ é um título público de renda fixa lançado há menos de 2 anos pelo Tesouro Nacional dentro do programa Tesouro Direto, com foco no planejamento financeiro para educação, principalmente o ensino superior. Apesar das vantagens do título, menos de 100 mil brasileiros investem no Tesouro Educa+, o que mostra a dificuldade que os brasileiros possuem em relação a se planejar financeiramente.
Esse investimento foi pensado para ajudar famílias a se organizarem em relação aos custos de mensalidades escolares ou universitárias no futuro, de forma segura, previsível e protegida contra a inflação. O funcionamento do título segue a lógica de acúmulo de capital ao longo do tempo, com pagamentos mensais programados a partir de uma data futura previamente escolhida pelo investidor.
A rentabilidade do Tesouro Educa+ é composta por uma taxa de juros real acrescida da inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). Isso significa que o investidor tem um ganho garantido acima da inflação, o que é fundamental em investimentos de longo prazo, dado que os custos com educação tendem a crescer em ritmo mais acelerado que a média da economia. Por exemplo, se a taxa de rentabilidade for IPCA + 5,5% ao ano, o valor aplicado será corrigido pela inflação e ainda terá um ganho real de 5,5% ao ano.
Para começar, o investidor escolhe o ano em que deseja começar a receber os pagamentos. O valor aplicado neste título será acumulado até essa data e, a partir dela, o Tesouro começará a pagar parcelas mensais por 5 anos (60 meses), que podem ser estendidas por até 8 anos (96 meses), a depender da escolha do investidor. Esses pagamentos mensais funcionam como uma espécie de “salário” para custear os estudos. Durante o período de acúmulo, o investidor pode fazer aportes únicos ou regulares, de acordo com sua capacidade financeira. O ideal é que os aportes sejam feitos com regularidade, aproveitando os juros compostos ao longo do tempo. O simulador oficial do Tesouro Direto permite ao investidor definir quanto quer receber por mês no futuro e, com base nisso, calcular quanto precisa investir por mês ou em valor total até a data de início dos pagamentos.
Um ponto essencial do Tesouro Educa+ é sua segurança. Por se tratar de um título emitido pelo governo federal, o risco de crédito é praticamente nulo. Isso significa que a chance de o governo não honrar os pagamentos é extremamente baixa. Além disso, o título oferece uma proteção automática contra a inflação, o que garante que os valores futuros não perderão poder de compra ao longo dos anos, algo que é comum em investimentos de renda fixa tradicionais que não possuem correção inflacionária.
O ideal é manter o investimento até o vencimento para garantir os pagamentos planejados e evitar perdas, por conta das variações do valor dos títulos pelo mercado. Além disso o Tesouro Educa+ segue a tabela regressiva do Imposto de Renda, aplicada sobre os rendimentos: 22,5% para aplicações com até 180 dias, 20% de 181 a 360 dias, 17,5% de 361 a 720 dias, e 15% para investimentos com mais de 720 dias. Assim, quanto mais tempo o dinheiro permanecer investido, menor será o imposto pago.
Na prática, o Tesouro Educa+ se mostra uma excelente ferramenta de educação financeira e planejamento de vida, especialmente para famílias que desejam garantir o futuro acadêmico de seus filhos com estabilidade e previsibilidade. É possível, por exemplo, começar a investir logo nos primeiros anos de vida da criança, com valores mensais acessíveis, e acumular o suficiente para que ela possa estudar com tranquilidade quando chegar o momento da faculdade.
O Tesouro Educa+ combina segurança, proteção contra a inflação, previsibilidade de renda e um foco social importante: o acesso à educação. Ele é ideal para quem deseja se preparar com antecedência para os altos custos educacionais, evitando a necessidade de recorrer a financiamentos ou dívidas no futuro. Com um bom planejamento e uso consciente do simulador, qualquer pessoa pode transformar esse título em um poderoso aliado para garantir uma educação de qualidade aos seus filhos ou dependentes.
* Humberto Nunes Alencar, formado em jornalismo pela UnB e economia pela Católica. É mestre em economia e doutor em direito pelo IDP.
INSS volta a autorizar empréstimos mediante cadastramento biométrico
Por Rócio Barreto
Fonte: Agência Brasil
Apartir desta sexta-feira (23), os beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que quiserem contratar novos empréstimos consignados terão que cadastrar seus dados biométricos na plataforma Meu INSS, na internet.
A medida de segurança foi anunciada na última segunda-feira (19), por meio de um despacho publicado no Diário Oficial da União.
Assinado pelo presidente do instituto, Gilberto Waller Junior, o documento estabelece que a identificação biométrica de aposentados e pensionistas do Regime Geral da Previdência Social atende à necessidade de avaliação do serviço de desbloqueio de benefícios para empréstimos consignados, com o objetivo de mapear vulnerabilidades operacionais e implementar medidas corretivas e aprimoramentos, garantindo maior segurança e conformidade aos processos envolvidos.
A concessão de novas autorizações para empréstimos consignados para aposentados e pensionistas estava bloqueada desde o último dia 8.
Anunciado em meio às investigações de irregularidades na cobrança de mensalidades associativas e empréstimos consignados, o bloqueio atendeu a uma determinação do Tribunal de Contas da União (TCU), de junho do
ano passado. Ao apurar denúncias de descontos não autorizados por aposentados e pensionistas e encontrar indícios de irregularidades, o TCU determinou que o INSS só permitisse as cobranças em folha em favor de sindicatos e entidades sociais mediante a obtenção e conferência da assinatura eletrônica avançada e dados biométricos do beneficiário. A determinação valia tanto para as mensalidades de filiação às entidades, quanto para empréstimos consignados.
O instituto recorreu das determinações, alegando, entre outras coisas, que as autorizações para empréstimos consignados já passavam por mecanismos de controle mais eficazes que aqueles a que são submetidas autorizações para descontos de mensalidades associativas em folha. No entanto, um dia antes do INSS anunciar o bloqueio dos consignados, o TCU negou o recurso, mantendo as determinações.
O INSS alerta que não realiza atendimento por meio de redes sociais ou aplicativos como o WhatsApp, nem pede aos beneficiários enviem documentos pessoais, fotos, senhas ou dados bancários por estes canais de comunicação. Todos os serviços e informações sobre benefícios devem ser acessados apenas pelos canais oficiais, como o site, o Aplicativo Meu INSS ou o telefone 135.
Uma mulher negra no poder a história da Doutora Jane Klébia
Por Assessoria de Imprensa Deputada
Jane Klebia
Antes do título de deputada distrital, antes da farda da Polícia Civil e do distintivo de delegada, antes da beca da faculdade de Direito, havia apenas uma menina. Negra. Filha da Dona Evenita. Criada com coragem, fé e determinação, em um cenário onde quase tudo faltava, menos dignidade.
Doutora Jane Klébia não chegou até a Câmara Legislativa do DF por acaso. Ela chegou porque não parou. Porque transformou cada obstáculo em impulso. Cada exclusão em força. Cada “não” em um caminho novo. E hoje é mais do que parlamentar. É símbolo. É presença. É voz de quem, por muito tempo, foi silenciado.
Sua história começa onde muitos desistem: na periferia, na pobreza, na invisibilidade. Só não sucumbiu porque Dona Evenita, mulher de fibra que criou sozinha os filhos após ser abandonada, plantou cedo o que a filha carregaria por toda a vida: o valor da educação, da fé e da luta honesta. Foi auxiliar de enfermagem. Formou-se em Geografia. Virou professora da rede pública. Passou em concurso para a Polícia Civil. Aos 35 anos, já mãe de dois adolescentes, voltou à faculdade e, desta vez, para cursar Direito. Aprovada para o cargo de delegada, serviu com firmeza e respeito até conquistar, nas urnas de 2022, o mandato de deputada distrital.
Uma trajetória tão improvável quanto inspiradora? Sem dúvida. Mas, como ela mesma diz, “quem vem de onde eu vim, aprende a correr atrás e não parar mais”.
Presença que Transforma
Na Câmara Legislativa, Doutora Jane tem uma atuação marcada pelo compromisso com quem mais precisa: as mulheres, os jovens das periferias, a população negra e as comunidades mais esquecidas pelo poder público. Seu mandato escuta, propõe, transforma.
Entre os seus principais marcos estão a lei que criou a Comissão Permanente da Mulher e a Lei n� 7266/2023, que instituiu os Comitês de Proteção à Mulher em cada região administrativa do DF. A lei, sancionada pelo governador Ibaneis Rocha, já se materializou em seis unidades de acolhimento: Itapoã, Ceilândia, Lago Norte, Estrutural, Sobradinho e Águas Claras, com a meta de, logo, chegar às demais.
“Cada comitê é um espaço de proteção, de escuta e de resposta. A mulher precisa saber que não está sozinha”, afirma a deputada.
Política com Alma
Apesar da intensa agenda, Doutora Jane preserva a simplicidade. Gosta de caminhar, de ler, de estar com a família e, principalmente, de escutar. Nos corredores, nas ruas, nas salas de espera, ouve histórias como quem colhe sementes para semear políticas públicas de verdade.
“Política que não escuta, não serve. Política que não transforma, não basta”, costuma dizer. Sabe que sua presença na Câmara é coletiva. Que carrega consigo um legado de lutas. E que seu papel é o de ponte: entre o sonho e a realização, entre quem espera e quem decide, entre a periferia e o poder.
O Tempo da Mudança é Agora
A deputada sonha grande, mas com os pés no chão. Quer ampliar a presença de mulheres nos espaços de decisão. Quer fortalecer projetos de formação e emancipação. Quer que a política alcance, de fato, quem mais precisa.
Por meio de suas emendas parlamentares, Doutora Jane tem priorizado ações voltadas à capacitação, ao empreendedorismo, à geração de renda e à autonomia, em especial para mulheres e jovens em situação de vulnerabilidade.
“Para mim, inspirar é isso: abrir caminhos, sim. Mas também garantir que eles permaneçam abertos para quem vem depois”, afirma.
Mais do que um nome, uma presença
Doutora Jane Klébia não é só mais uma voz na política. É uma força que rompe muros simbólicos e constrói pontes reais.
Ela mostra que o poder pode, sim, ter cor, rosto, gênero e origem. E que, quando tem, transforma. Porque sua história não é só dela. É de muitas. É de todos que seguem acreditando que é possível sonhar e realizar.
Função ingrata
Oholofote público não perdoa. Estar em uma posição de destaque na política, no entretenimento, no esporte ou em qualquer área de interesse público é ter todo e qualquer deslize que se venha a cometer ampliado por uma lente de aumento. E quem é humano vai cometê-los, por melhor assessorado ou preparado que se esteja para aquela missão. Quem vai ocupar algum espaço no foco dos holofotes da opinião pública no Brasil precisa estar preparado. Para errar e para ser massacrado.
Eu mesma já julguei a primeira-dama do Brasil. Por mais de uma vez, Janja se colocou em situações constrangedoras publicamente. Como quando estava discursando numa palestra contra a desinformação em um evento do G20 e soltou um “fuck you, Elon Musk”. Ela não havia se programado para falar aquilo, ela não arquitetou o ataque. Perto de onde estava acontecendo o evento, uma buzina de barco interrompeu a fala dela. Ela quis fazer uma brincadeira, foi inoportuna e criou um estremecimento diplomático entre Brasil e Estados Unidos. O assunto repercutiu na imprensa internacional e ela foi massacrada pela opinião pública.
Ela estava errada, é o preço que se paga por proferir um xingamento em um evento público desta magnitude. Mas poderia ter acontecido com qualquer pessoa. A diferença é a posição que ela ocupa. Quem nunca se arrependeu amargamente de algo que falou? Quem nunca cometeu uma gafe? Em alguns casos, Janja podia ter vindo a público pedir desculpas? Talvez. Desde que Lula tomou posse em seu terceiro mandato como presidente, ela já passou o recado de que não seria uma primeira-dama decorativa. Vestiu calças na cerimônia de posse e revolucionou dando a ideia de subirem a rampa acompanhados por representantes do povo que elegeu o presidente.
Quando ela fez uso da palavra durante o encontro de Lula com o presidente chinês Xi Jinping para falar dos efeitos nocivos da rede social TikTok, ela estava certa, ela tinha um ponto. Mas ela já havia sido escolhida para ser saco de pancadas da opinião pública. Foi criticada por ousar abrir a boca em um encontro entre dois chefes de Estado.
O que os críticos à postura dela não consideraram é que ela estava certa, os danos que essa e outras redes sociais estão trazendo para a sociedade são irreversíveis. Eu acompanho isso diariamente como repórter. Recentemente, cobri um caso de uma criança de 8 anos que morreu ao inalar desodorante depois de ver um vídeo em uma rede social, que prometia recompensas a quem conseguisse inalar o produto por mais tempo.
O fato é que a função de primeira-dama é ingrata. Se a mulher daquele que ocupa o cargo mais alto de uma república é discreta e escolhe não fazer discursos publicamente como dona Marisa, ela é criticada. Se ela escolhe fazer um discurso em libras e sugerir que o marido use um intérprete em todos os discursos públicos para trazer mais visibilidade à comunidade surda como fez Michelle Bolsonaro, ela será criticada. Se a primeira-dama de um país defende publicamente os direitos reprodutivos das mulheres como fez Ruth Cardoso, adivinha? Chuva de críticas.
A verdade é que só o fato de ser mulher já é motivo suficiente para se tornar alvo de julgamento. O patriarcado ainda resiste a mulheres que ocupam espaços. Ainda é difícil para a sociedade aceitar que mulheres não são cidadãs de segunda classe. Como assim as mulheres têm voz? Como assim você anda por aí carregando um par de peitos e ainda quer exercer o jornalismo? Que história é essa que você quer ser médica com 1,80 e esses olhos verdes? Vai procurar uma agência de modelo. Como assim você tem esse corpo violão e ainda quer ser deputada? É muita audácia ser mulher e não querer ser um bibelô. É muita audácia ser mulher e querer ser mais do que a mulher de alguém.
Nós somos todas Janja, e ela merece respeito.
*Mila Ferreira, repórter do Correio Braziliense. Formada em Jornalismo pelo IESB e pós-graduada em Direitos Humanos, Responsabilidade Social e Cidadania Global pela PUC-RS
Chinelos descartados nas praias viram arte na Bienal do Lixo
Por Ana Luiza Silva Fonte: Agência Brasil
ABienal do Lixo 2025 começa nesta quarta-feira (21) e vai até domingo (25), no Parque Villa Lobos, em São Paulo. O evento propõe reflexões sobre consumo consciente e soluções sustentáveis a partir de oficinas, mostras de cinema, desfile de moda sustentável e painéis de diálogo.
A programação é gratuita, com inscrições pelo Sympla e inclui acessibilidade em Libras e audiodescrição.
Na bienal serão expostas duas esculturas de grande porte, uma girafa e um elefante, ao lado de obras de nove artistas brasileiros que trabalham transformando materiais descartáveis em arte.
O evento conta com a participação da ONG Ocean Sole, do Quênia, África, que transforma chinelos descartados nas praias e oceanos em obras de arte, como forma de conscientizar a população da capital Nairóbi sobre a poluição dos oceanos e a ameaça de extinção das tartarugas marinhas.
“Estamos honrados em trazer nossa história para o Brasil. Por meio da arte, destacamos a poluição por resíduos plásticos, protegemos a vida marinha e criamos meios de subsistência sustentáveis”, disse Erin Smith, CEO da Ocean Sole.
A bienal vai das 9h às 18h, e o Parque Villa Lobos fica na Avenida Professor Fonseca Rodrigues, 2001, Alto dos Pinheiros, em São Paulo.
O evento é um projeto apresentado pelo Ministério da Cultura e Rabobank, viabilizado pela Lei Rouanet de Incentivo à Cultura.
Quase 85% da população preta afirma
ter sofrido discriminação racial
Por PH Paiva
Fonte: Agência
Brasil
De cada 100 pessoas pretas, 84 relatam já ter sofrido discriminação racial. A revelação faz parte de uma pesquisa apoiada pelo Ministério da Igualdade Racial (MIR), divulgada nesta terça-feira (20), que traz experiências de brasileiros com diversas formas de preconceito em atividades cotidianas.
Para chegar aos dados, os pesquisadores aplicaram questionários de escala de discriminação cotidiana. Os entrevistados responderam perguntas como:
. Sou tratado com menos gentileza que outras pessoas
. Sou tratado com menos respeito que outras pessoas
. Recebo um atendimento pior que outras pessoas em restaurantes e lojas
. Agem como se tivessem medo de mim
. Sou ameaçado ou assediado
. Sou seguido em lojas
. Para essas situações, as pessoas tinham que dizer se aconteceram frequentemente, sempre, raramente ou nunca.
Resultado
A análise das respostas mostra que pouco mais da metade da população preta (51,2%) relata ser tratada com menos gentileza. Entre os pardos, esse patamar é de 44,9%. Já na população branca, 13,9%. O padrão se repete em outros critérios:
O levantamento conduzido pelas organizações da sociedade civil Vital Strategies Brasil e Umane coletou informações, pela internet, de 2.458 pessoas entre agosto e setembro de 2024. O universo de entrevistados sofreu ponderações, de forma que representasse o perfil da população brasileira. Quando anunciou a parceria, em agosto do ano passado,
o Ministério da Igualdade Racial explicou que a pesquisa teria o objetivo de analisar dados públicos sobre saúde da população negra, com foco na promoção de políticas públicas direcionadas para combate ao racismo no sistema público de saúde.
A pesquisa contou com apoio técnico da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e do Instituto Devive. Tanto o Devive quanto as condutoras da pesquisa atuam na área da saúde pública.
De acordo com o diretor da Vital Strategies Brasil, Pedro de Paula, os resultados reforçam a percepção da “brutal desigualdade racial que existe no Brasil”. “A gente vê o abismo que existe na discriminação rotineira na vida das pessoas no Brasil. Tem um grupo que vive prioritariamente e rotineiramente com discriminação”, afirma ele, se referindo ao fato de 84% da população preta entrevistada ter afirmado que sofreu episódios de discriminação.
Segundo ele, a experiência de preconceitos tem repercussões sérias em vários aspectos da vida. “Isso impacta em saúde mental, em acesso a serviços, acesso ao emprego, em bem-estar, em autoestima, entre outras coisas”, enumera.
De acordo com a gerente de Investimento e Impacto Social da Umane, Evelyn Santos, “esse estudo foi a primeira aplicação da escala de discriminação cotidiana com abrangência nacional, feita no Brasil”.
Além de medir a existência de discriminação, os pesquisadores procuraram saber quais tipos de preconceitos os entrevistados vivenciaram.
Enquanto entre a população preta 84% afirmam que era relacionado à cor da pele, entre os brancos esse percentual foi de 8,3%. Para os pardos, a parcela ficou em 10,8%.
Outras formas de discriminação citadas foram orientação sexual, renda, religião, obesidade, entre outras.
O levantamento apurou ainda extratos que sofreram mais de um caso de discriminação. A pior situação é das mulheres pretas: 72% delas sofreram mais de um tipo de preconceito.
“Foi uma informação que chamou bastante a nossa atenção”, diz Evelyn Santos.
Em seguida figuram os homens pretos, com 62,1%. Na população branca, as proporções são de 30,5% para as mulheres e 52,9% para os homens.
Desigualdade social
Os dados que posicionam a população preta como a mais vulnerável em termos de sofrer discriminação se juntam a outras informações que retratam a desigualdade racial no país.
O Atlas da Violência, divulgado na semana passada, revela que ser uma pessoa negra no Brasil faz ter um risco 2,7 vezes maior de ser vítima de homicídio do que uma pessoa não negra.
O Censo 2022, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), identificou que pretos e pardos são 72,9% dos moradores de favelas.
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, também do IBGE, assinalou que pretos (8,4%) e pardos (8%) têm taxa de desemprego superior à de brancos (5,6%).
Caminhos
De acordo com os responsáveis pelo estudo, os dados mostram onde devem ser concentrados esforços de combate à discriminação. Além disso, afirmam, a pesquisa mostra a necessidade de que políticas públicas para áreas como a saúde atentem-se também ao combate de discriminações.
“A gente sabe que tem muito mais violência obstétrica com mulheres negras do que com mulheres brancas. A gente sabe que tem muito menos acesso, a gente sabe que tem muito menos dispensação de analgesia e outros tipos de medicação para a população preta”, afirma Pedro de Paula.
Maio amarelou?
Uma das primeiras iniciativas adotadas globalmente quando as Nações Unidas definiram a Década de Ação para a Segurança no Trânsito (2011-2020) foi a deflagração do movimento Maio Amarelo com o principal objetivo de conscientizar a sociedade para a redução de sinistros de trânsito. A premissa parece absolutamente correta: a meta da Década era reduzir pela metade as mortes decorrentes da violência no trânsito e isso não se faz sem mobilizar nações, muito mais do que meramente as agências estatais de cada país.
Finda a Década sem que a meta tivesse sido alcançada, não cabia dobrá-la, como propôs certa feita, em outra frente, a presidenta golpeada Dilma Rousseff. Então a ONU acertadamente dobrou a Década e o desafio agora é atingir a meta em 2030. Não sei muito bem como andam os números em outros países, mas aqui no Brasil estamos caminhando firmemente para repetir o fracasso, como assinalei neste espaço um mês atrás. O que é preciso fazer, então? Não tenho a resposta, mas creio sempre que o caminho de a descobrir começa por avaliar o que se fez até aqui. Aproveitando a efeméride, que tal avaliar o Maio Amarelo?
marmos parte em eventos que reúnem as mesmas pessoas para ouvir as mesmas coisas — apenas atualizando dados — e chegar às mesmas constatações. Como diz um desses abnegados aqui em Brasília, fazemos pregações aos convertidos. Infelizmente a tragédia do trânsito brasileiro parece estar se naturalizando, virando conversa de elevador, e o Maio Amarelo, apesar de todo esforço e toda boa vontade de seus promotores, está ficando com cara de evento cívico, com destaque para desfiles e exposições do arsenal de fiscalização e para justas cerimônias para lembrar nossas vítimas.
Para avançarmos, creio ser necessário propor um desafio que realmente mobilize imprensa, academia e a sociedade de modo geral, o que inevitavelmente requer o protagonismo do Poder Público. E para desempenhar esse papel, o próprio Poder Público precisa ser convencido da importância de tirar o Brasil da disputa pelos primeiros lugares no ranking da violência no trânsito.
“Respeito muito e admiro profundamente as e os colegas que abnegadamente se esforçam para realizar ações, quer dentro dos órgãos e entidades em que militam, quer em comunidades específicas de profissionais, em bairros, em escolas, nos locais de trabalho etc”
Não tenho ciência de balanços porventura já realizados, mas ouso arriscar um palpite para começar a conversa, com base na sensação que tenho de que falta uma orientação geral para resgatar o espírito original do movimento. Respeito muito e admiro profundamente as e os colegas que abnegadamente se esforçam para realizar ações, quer dentro dos órgãos e entidades em que militam, quer em comunidades específicas de profissionais, em bairros, em escolas, nos locais de trabalho etc. Tudo isso é evidentemente importante, mas será que circunscrever o Maio Amarelo a tal tipo de atividades tem sido efetivo?
Sem querer desanimar ninguém, receio estarmos diante de uma espécie de sisifismo do século 21. Não é raro to-
Não é uma tarefa fácil depois da onda de destruição que varreu o Estado em anos recentes, ainda mais em um campo que o governo passado elegeu para esgrimir com particular furor seus argumentos pró barbárie. Mas, a esta altura, ou conseguimos convencer nossos dirigentes da urgência em agir para reverter o quadro ou a meia década que nos resta vai ser uma marcha de desolação rumo a novo fracasso.
* Paulo César Marques da Silva é professor da área de Transportes da Faculdade de Tecnologia da Universidade de Brasília. Possui graduação em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal da Bahia (1983), mestrado em Engenharia de Transportes pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1992) e doutorado em Transport Studies pela University of London (University College London) (2001).
Unidades de Conservação do Tocantins iniciam temporada de queimas prescritas
Por PH Paiva Fonte Governo do Tocantins
As Unidades de Conservação (UCs) administradas pelo Governo do Estado, por meio do Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins), iniciaram a temporada 2025 de queimas prescritas, uma prática essencial de prevenção e controle de incêndios florestais. A ação faz parte da estratégia do Manejo Integrado do Fogo (MIF), metodologia que alia ciência, tradição e gestão comunitária do fogo. Nesta semana, as equipes do Parque Estadual do Lajeado (PEL), do Parque Estadual do Cantão (PEC) e do Parque Estadual do Jalapão (PEJ) deram início aos trabalhos, dadas as condições climáticas seguras para executar a queima controlada.
A meta é realizar queimas prescritas em todas as Unidades de Conservação do Tocantins ao longo da temporada. “Tradicionalmente, o Naturatins inicia esse diálogo com as comunidades já em abril, mês em que também começamos as queimas preventivas. O Jalapão, por exemplo, apresenta condições ideais mais cedo e, depois, as ações se expandem
para outras UCs conforme o clima permitir. A janela ideal para a realização dessas queimas vai de abril até o fim de junho”, explica a diretora de Biodiversidade e Áreas Protegidas (DBAP), Perla Ribeiro.
Além do trabalho em solo, o uso de helicóptero será ampliado nesta temporada para facilitar o acesso a áreas mais remotas e de difícil alcance.
As queimas prescritas são conduzidas com rigor técnico e ocorrem apenas sob condições climáticas específicas — como temperatura, umidade relativa do ar e velocidade dos ventos — para garantir segurança e eficácia. A ação não deve ser confundida com incêndios criminosos ou acidentais, pois trata-se de um procedimento planejado, com autorização legal e objetivos de conservação ambiental.
O planejamento é feito em conjunto com as comunidades locais, respeitando os saberes tradicionais ligados ao uso do fogo para agricultura, pecuária e extrativismo. As reuniões participativas, que iniciaram em abril, fazem parte do Manejo Integrado do Fogo de Base Comunitária (MIFBC), que valoriza o envolvimento e o conhecimento das populações que vivem dentro ou no entorno das UCs.
Eduardo Siqueira (Pode) nomeia subprefeito para região norte de Palmas; confira
Nome foi publicado no Diário Oficial do Município. Prefeito criou quatro subprefeituras para as regiões de Palmas.
Por PH Paiva
Fonte g1 Tocantins
Oprefeito Eduardo Siqueira Campos (Podemos) nomeou Erenal Barbosa da Silva como subprefeito para a região norte de Palmas. Ao todo, são quatro subprefeituras criadas em diferentes regiões da capital.
A nomeação do último subprefeito foi publicada no Diário Oficial do Município desta segunda-feira (19).
Erenal Barbosa da Silva é natural do Maranhão e considerado um dos pioneiros da capital. Segundo o município, ele
é presidente da associação de moradores da Arno 72 (605 Norte) e atua há anos em movimentos comunitários, além de integrar o Conselho Municipal de Saúde (CMS).
As quatro subprefeituras fazem parte da Secretaria Municipal de Zeladoria Urbana do município. Os subprefeitos devem ser responsáveis por fortalecer a atuação da prefeitura junto às comunidades.
Cada subprefeitura tem um subprefeito, uma diretoria de zeladoria e manutenção, uma gerência de parques e jardins e uma gerência de serviços públicos. Ainda não há informações sobre os locais onde as subprefeituras serão instaladas.
Tocantins é destaque internacional em série televisiva exibida na Europa
Por PH Paiva
Fonte Governo do Tocantins
As belezas naturais e a rica diversidade cultural do Tocantins ganharam os holofotes internacionais. O estado é protagonista de uma série especial exibida pelo programa Giro, da Record Europa, com transmissão em Portugal e mais de 150 países. A produção apresentou, até o momento, quatro episódios de aproximadamente 20 minutos, desde a capital Palmas, a mais jovem do Brasil, até o fascinante Jalapão, um dos destinos de ecoturismo mais desejados do mundo.
“O Tocantins tem se consolidado como um destaque no cenário internacional do turismo e isso é resultado direto de um trabalho sério, técnico e comprometido com as demandas dos viajantes do mundo moderno. Atualmente, o turista busca destinos sustentáveis, seguros, autênticos e conectados à natureza e é exatamente isso que o nosso estado tem
a oferecer. E tudo isso só é possível graças à determinação do governador Wanderlei Barbosa, que tem trabalhado incansavelmente para promover o Tocantins como um destino receptivo, estruturado e gerador de emprego e renda. Por meio da Setur, seguimos investindo na qualificação dos nossos destinos, no fortalecimento da nossa imagem e na valorização de quem vive e faz o turismo acontecer em cada região do nosso estado”, destaca o secretário de Estado do Turismo, Hercy Filho.
O programa Giro destacou, em episódios que já foram ao ar, de 20 de abril até 17 de maio, não apenas as paisagens de tirar o fôlego, mas também a força da cultura local, a culinária típica, os saberes tradicionais e o espírito acolhedor do povo tocantinense. A série traz uma imersão no bioma único do estado, valorizando sua fauna, sua flora e os patrimônios naturais e culturais que tornam o Tocantins um destino singular no mapa do turismo mundial.
No episódio que aborda a capital Palmas, o telespectador pôde conhecer os principais atrativos da cidade, como a
Praça dos Girassóis, o marco geodésico do Brasil, as praias fluviais às margens do Rio Tocantins, as opções de lazer, os pontos turísticos urbanos e a rica gastronomia local. O distrito de Taquaruçu também teve destaque, com suas cachoeiras exuberantes, trilhas e o artesanato que carrega a identidade do povo tocantinense.
Outros episódios foram dedicados inteiramente ao Jalapão, considerado um dos principais destinos de turismo de aventura e natureza do país. As reportagens exploraram cenários emblemáticos como as dunas douradas, os fervedouros de águas cristalinas, cânions, serras e trilhas que cruzam paisagens únicas.
As edições do programa também mergulharam na riqueza cultural das comunidades quilombolas, com destaque para o artesanato em capim-dourado, reconhecido internacionalmente, e as expressões culturais transmitidas de geração em geração, como a viola de buriti e a culinária ancestral. Personagens locais, como a Doutora e liderança quilombola Noemi Ribeiro, contribuíram com relatos sobre a preservação dos saberes tradicionais por meio dos remédios caseiros feitos com as ervas medicinais do Cerrado tocantinense. Entre os temas curiosos, o programa também abordou o chamado mistério de Pablo Escobar no Jalapão, uma história que alimenta o misticismo da região e aguça ainda mais a curiosidade dos visitantes estrangeiros.
Além disso, a culinária tocantinense foi explorada por meio dos pratos típicos da região, com destaque para o buriti, uma das riquezas abundantes do fruto do Cerrado que agrada os mais variados paladares, além da comida caseira dos quilombos jalapoeiros, que acolhem os turistas em meio a passagem pelos atrativos locais.
Magazine de lazer e lifestyle, o programa Giro é produzido integralmente
em Portugal, leva, todas as semanas, o telespectador em viagens de sonho, com dicas, informações e muita adrenalina todos os sábados.
Quem deseja acompanhar o programa pela internet, pode acessar o site GiroRECORD EUROPA.
Turismo
em evidência no cenário internacional
O Tocantins tem ampliado significativamente sua presença em eventos estratégicos de turismo, tanto no Brasil quanto no exterior. O estado participou de feiras internacionais como a Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL) e a Internationale Tourismus-Börse (ITB) de Berlim, além de eventos nacionais como a Abav Expo e o Salão Nacional do Turismo. Ações promocionais como famtours, press trips e parcerias com influenciadores e veículos especializados, incluindo Fish TV e Viajando pelo Brasil, fortaleceram a visibilidade do destino. Em âmbito regional, marcou presença na Feira Agrotecnológica da região sudeste do Tocantins (Agrosudeste), em Almas; e na Feira de Tecnologia Agropecuária do Tocantins (Agrotins 25 anos), em Palmas. Já na WTM Latin America 2025, importante feira B2B da América Latina, o Tocantins consolidou sua inserção em redes de negócios internacionais. No cenário europeu, a participação do Tocantins no Meeting Brasil 2025, iniciativa da Embratur que conecta destinos brasileiros a investidores internacionais, reforça o compromisso do estado em se posicionar globalmente. O evento ocorreu em cidades como Madrid e Porto, em Portugal, ampliando as oportunidades de promoção turística. Além disso, o Tocantins integra as Rotas Amazônicas Integradas (RAI), iniciativa que une estados da Amazônia Legal na promoção do turismo sustentável, o que potencializa ainda mais sua visibilidade e atratividade no mercado europeu. Essas ações consolidam o estado como um dos principais destinos emergentes do Brasil no cenário internacional.
Calderano é vice-campeão mundial no tênis de mesa em campanha inédita
Por Rócio Barreto
Fonte: Agência Brasil
Após uma campanha histórica para mesatenistas das Américas, o brasileiro Hugo Calderano ficou com o vice-campeonato mundial neste domingo (25), em Doha (Catar).
Número 3 do mundo, o carioca de 28 anos, foi superado na decisão do título pelo chinês Wang Chuquin, vice-líder do ranking, por 4 sets a 1, com parciais de 12-10, 11-3, 4-11, 11-2 e 11-7.
O brasileiro chegou pela primeira vez a uma final de Mundial, até então dominadas por mesatenistas asiáticos e europeus.
O revés para Chuqin ocorre um mês após o asiático ter sido derrotado de virada por Calderano na semifinal da Copa do Mundo, em Macau, por 4 sets a 3. Agora, no histórico de partidas entre os dois, o chinês lidera com cinco vitórias em sete confrontos.
É o primeiro título mundial de Wang – ele chegou à final
em 2023, mas acabou em segundo lugar. A China é a maior potência no tênis de mesa: subiu ao topo do pódio nas últimas 11 edições do Mundial.
A prata inédita para o Brasil também foi motivo de comemoração para o carioca.
“Foi um torneio incrível, antes do torneio se me falassem que eu sairia com uma medalha, eu ficaria muito feliz. No final eu consegui fazer o melhor que dava pra fazer. Tem um significado enorme, pois sempre foi um dos meus grandes objetivos. Alguns anos atrás era muito difícil um brasileiro sonhar com medalha no Mundial, e nós conseguimos”, analisou.
“Claro que fica o gostinho de quero mais, queria sair daqui como campeão mundial, mas com certeza vou ter outras oportunidades. Vou seguir elevando meu nível e me preparando para chegar ainda melhor nas próximas”, concluiu.
Há nove temporadas jogando no Liebherr Ochsenhausen (Alemanha), Calderano agora vai se concentrar para a final da liga alemã de tênis de mesa, contra o Borussia Düsseldorf, em 15 de junho.
Governo reprova três marcas de café por serem impróprias para consumo
Por Rócio Barreto
Fonte: Agência Brasil
OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa) desclassificou três marcas de café torrado para consumo humano. A medida foi tomada após análises em laboratório apontarem impurezas e presença de micotoxinas e matérias estranhas nos produtos em níveis superiores aos permitidos pela legislação. As marcas reprovadas são: Melissa, Pingo Preto e Oficial.
“Tais elementos indicam que os produtos não atendem aos requisitos de identidade e qualidade previstos para o café torrado, motivo pelo qual foram desclassificados”, diz nota da pasta.
São consideradas matérias estranhas no café: grãos ou sementes de outras espécies vegetais, areia, pedras ou tor-
rões. Já as impurezas são elementos da lavoura, como cascas e paus.
De acordo com o Mapa, as empresas foram notificadas das irregularidades detectadas e foi determinado o recolhimento dos produtos impróprios. Os lotes reprovados foram Melissa (0125A), Pingo Preto (12025) e Oficial (263).
O Ministério orienta que consumidores que tenham adquirido os produtos listados deixem de consumi-los imediatamente. O consumidor pode solicitar a substituição do produto.
Se os produtos ainda estiveram a venda, o Mapa pede que seja comunicada a ocorrência pelo canal oficial Fala.BR, com o nome e endereço do estabelecimento onde foi o produto é comercializado.
Regime Semiaberto: Lenitivo ou Torquemada?
Asentença determina o tempo de prisão daquele que comete um crime.
É dada a resposta ao delito cometido, e enfim faz-se a justiça.
Cada um vive uma história pessoal e intransferível no sistema prisional.
Há casos tristíssimos.
O preso faz o Enceja, o Enem, lê todos os livros que pode e cursa todos os cursos que a família pode pagar.
Vão sonhando enquanto vão remindo suas penas.
Ali na frente, no horizonte já lhe acena o regime semiaberto, aquele no qual ele pode sair para trabalhar de manhã e só voltar para o presídio depois do expediente. Também pode fazer faculdade, e a liberdade fica finalmente muito próxima.
Nessa fase eles têm direito às “Saidinhas” e aos “Saidões”.
As primeiras, benesse do próprio sistema, consistem na visita do preso a sua família de quinze em quinze dias.
É terminantemente proibida a saída de casa.
Os segundos, um direito conferido aos presos pela VEP, Vara de Execução Penal.
Duram três, quatro e até cinco dias.
O “confere” passa nas residências à partir das dezoito horas, já que o interno pode sair das sete até às dezoito horas.
Até aí é tenso, mas é o combinado.
As pessoas mais simples são as que mais sofrem, pois ouço relatos de pessoas que se submetem ao “Confere” antes do horário estipulado, de pessoas que dormem nas salas de suas casas para não correrem o risco de não ouvir o ruído discreto das sirenes acompanhado da sinalização luminosa do giroflex.
Há relatos de viaturas que só passam, dão uma freada e vão embora.
O interno não pode ter passado o limite do portão, senão é castigo e voltar para o CIR, que também é semiaberto, mas sem direito aos benefícios.
A mim me parece mais castigo do que prêmio, uma etapa que em tese é para ressocializar o preso, é a personificação de Torquemada para ele e suas famílias.
Eis aí mais uma violação à Constituição Federal, ART. 5 o, inciso XLV que garante que “nenhuma pena passará da pessoa
do condenado”.
Para coroar o horror dos horrores, ouvi o relato de um “Confere” que passou ás 3 horas na residência de um detento e ficou bastante tempo com o giroflex colorindo a madrugada enquanto o agente chamava o preso em alto som, acordando assim toda a rua.
Os estudantes, ah, os estudantes...
São constrangidos a ponto de alguns colegas ameaçarem abandonar a faculdade.
Fibra por fibra dos nossos corações vai se desplugando, mas como diz nossa imensa atriz Fernanda Torres, “a vida presta!”.
Seria muito bom se a juíza Leila Cury ficasse sensibilizada com os fatos relatados.
Que se sensibilize tomando conhecimento de famílias adoecidas diante do pavor de castigos impostos injustamente.
Que fique claro que não estou defendendo o que é indefensável, mas clamando pelos que sofrem por abuso de autoridade.
Seca é mais intensa em três regiões, revela Agência Nacional de Águas
Por Ana Luiza Silva Fonte: Agência Brasil
As regiões Sul, Sudeste e Nordeste registraram uma intensificação da seca no mês de abril de 2025, na comparação com o mês anterior (março), aponta a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). No período,12 estados foram afetados pelo fenômeno.
As informações são da última atualização do Monitor de Seca, que também apontou que a região Nordeste foi a que teve a situação mais severa, com o registro de seca grave em 29% de seu território. Os estados onde houve o agravamento da condição são Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Sergipe.
Tanto em estados onde houve agravamento da seca, quanto em estados estáveis houve casos em que todo o território foi atingido. Alagoas, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul registraram essa condição. Nas outras unidades da federação, os percentuais de área afetada variam entre 27% a 96%.
O Amazonas lidera com a maior área atingida pela seca, seguido pelos estados da Bahia, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Goiás. A área total do país atingida pela seca em abril foi de 4,67 milhões de km2 , que equivale a mais da metade do território brasileiro.
De acordo com os dados do Monitor de Seca, sete estados passaram por um abrandamento da falta de água em abril. Amazonas, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, São Paulo e Tocantins registraram mais chuvas, na comparação com março deste ano. Já o Acre, Distrito Federal, Espírito Santo e Santa Catarina se mantiveram estáveis na comparação com março. No período, as regiões Centro-Oeste e Norte tiveram um abrandamento da condição, com redução de área atingida. No Sudeste, a extensão de onde o fenômeno foi observado também diminuiu, apesar de a seca ter se intensificado nas áreas onde a continuou ocorrendo. No Nordeste a área com seca aumentou, enquanto na região Sul se manteve estável, ainda presente em 90% do território.
O estado do Pará foi o único que se manteve estável e sem registrar seca entre esses dois meses, já Rondônia e Roraima com o registro de chuvas se livraram do fenômeno em abril.
Escritor e poeta Paulo Henriques
Britto é eleito para a ABL
Por Ana Luiza Silva
Fonte: Agência Brasil
Oescritor e poeta Paulo Henriques Britto foi eleito nesta quinta-feira (22) para a cadeira 30 da Academia Brasileira de Letras (ABL), que ficou vaga com a morte da escritora Heloisa Teixeira, em março deste ano.
Ele foi escolhido por 22 votos. O poeta e jornalista Salgado Maranhão recebeu 10 votos.
Britto já publicou 14 livros: sendo oito de poesia, três de ensaio e um infantojuvenil. É conhecido pela tradução de cerca de 120 livros de autores de língua inglesa, como Jonathan Swift, Charles Dickens, Henry James, Virginia Woolf, V. S. Naipaul, Thomas Pynchon e James Baldwin. Na área da poesia, traduziu Byron, Wallace Stevens, Elizabeth Bishop e Frank O’Hara, entre outros.
O presidente da ABL, Merval Pereira, disse que Paulo Henriques Britto vai permitir explorar mais profundamente a
relação da poesia, da dramaturgia e da cultura nacional.
“Ele é o maior tradutor de língua inglesa que nós temos, crítico literário e poeta. Tem múltiplas funções e será muito útil para a Academia. Buscamos a representação da cultura em vários setores. Estes momentos são importantes porque são a renovação do inevitável. Por isso chamam de imortal. Quem foi da Academia é sempre lembrado.”
Para a acadêmica Lilia Schwarcz, Paulo Henriques Britto é excelente poeta, de sensibilidade ímpar e grande tradutor. “O trabalho dele como tradutor é muito memorável. Conhece as pessoas e vai colaborar muito. E os poetas são sempre bem-vindos.”
O acadêmico Antonio Torres disse que Britto “é um belo poeta e grande tradutor”. “Tradutor como poucos no Brasil. Além do mais, é uma pessoa de muito bom convívio. É um professor, um mestre das letras. Ou seja, ele vem para o lugar certo. Ele vem para a Academia Brasileira de Letras. É o lugar dele.”
Roteiro em Roma com só passeios gratuitos e acessíveis
Por Ana Luiza Silva
Fonte Catraca Livre
Visitar Roma pode ser muito mais econômico do que parece. Este roteiro gratuito traz os principais pontos da cidade que podem ser visitados sem gastar nada. As sugestões foram baseadas em informações reunidas pela Catraca Livre, focando em quem quer curtir a capital italiana com um orçamento enxuto.
Mesmo com pouco dinheiro, é possível conhecer monumentos famosos e locais históricos sem pagar ingresso. Roma é uma cidade onde o acesso ao ar livre, a praças e mirantes, garante experiências completas.
Dia 1: Coliseu por fora, Foros Imperiais e Fontana di Trevi
Comece o dia pela parte externa do Coliseu, onde é possível admirar a arquitetura de um dos monumentos mais emblemáticos da Itália.
A visita do lado de fora é gratuita e rende fotos incríveis, especialmente no início da manhã. Depois, caminhe pelos Foros Imperiais, acessíveis pela via dei Fori Imperiali.
Dia 2: Vaticano, Praça São
Pedro e Ponte
Sant’Angelo
Vá cedo para o Vaticano. A entrada na Praça São Pedro é livre, e você pode circular pelo espaço com tranquilidade.
Em determinados dias e horários, a entrada na Basílica de São Pedro também é gratuita. Consulte o calendário com antecedência se quiser entrar.
Na sequência, caminhe até a Ponte Sant’Angelo, uma das mais bonitas da cidade, com vista para o Rio Tibre.
O entorno do Castelo Sant’Angelo também pode ser conhecido sem pagar nada.
Dia 3: Piazza Navona, Panteão e mirantes
A Piazza Navona é uma das praças mais populares de Roma, cheia de artistas de rua e vida ao ar livre.
Seu acesso é livre e o ambiente é ideal para quem gosta de passeios sem pressa. Caminhe até o Panteão, que tem entrada gratuita em alguns horários e dias da semana.
Finalize o roteiro subindo o Gianicolo, um dos mirantes mais altos de Roma.
De lá, é possível ver grande parte da cidade sem gastar nada.
Dicas extras para economizar em Roma
Evite comer nas regiões muito turísticas e busque os supermercados
locais para lanches rápidos. É possível encontrar comida boa e barata fora do eixo principal.
Use garrafinhas de água reutilizáveis. Roma tem várias fontes públicas com água potável espalhadas pelas ruas.
Transporte público funciona bem, mas é possível fazer a maior parte do roteiro a pé. Leve um calçado confortável e caminhe bastante.
É para cá que os alagoanos vão quando querer curtir uma praia economizando
Por Ana Luiza Silva
Fonte Catraca Livre
Japaratinga, em Alagoas, é um destino cheio de paisagens incríveis, mar calmo e clima tranquilo. Apesar da beleza, muita gente acha que é preciso gastar muito para aproveitar, mas não é bem assim. Com as dicas certas, dá para curtir cada cantinho da cidade com pouco no bolso, como mostra a Catraca Livre.
Se você está planejando uma viagem leve, econômica e com experiências marcantes, este roteiro foi feito pra você. Selecionamos atividades que cabem no seu bolso, mas que entregam momentos únicos. Prepare-se para anotar tudo e fazer sua mala com tranquilidade!
Para quem sai de Maceió ou Recife, o ônibus ou carro compartilhado são as opções mais econômicas. Ônibus partem com frequência de ambas as capitais e custam bem menos que transfers turísticos.
Dividir carro de aplicativo com outros viajantes também ajuda a cortar custos. Além disso, ir fora de temporada pode reduzir ainda mais o preço da viagem. Evite feriados prolongados para garantir tarifas mais em conta.
Japaratinga tem pousadas pequenas e campings com preços baixos. É possível encontrar diárias a partir de R$ 70 em locais bem localizados e com café da manhã.
Praias como Bitingui, Barreiras do
Boqueirão e Pontal do Boqueirão são abertas ao público e têm estrutura simples. Você pode curtir o dia inteiro sem gastar nada além do transporte.
Levar lanchinhos e sua garrafinha de água garante economia extra. A paisagem compensa cada minuto de caminhada para chegar até esses locais.
Trilhas e mirantes com vistas inesquecíveis
O Mirante do Cruzeiro é acessível por uma trilha leve e vale muito a pena. Lá de cima, dá pra ver toda a extensão das praias e o encontro do rio com o mar.
Feiras e comidinhas de rua para matar a fome
A feira local acontece semanalmente e tem frutas frescas, bolos, tapiocas e caldo de cana. É um ótimo jeito de comer bem por preços baixos.
Além disso, carrinhos de lanche à beira-mar vendem espetinhos, milho cozido e pastel frito. Com R$ 15, você resolve.
Comece com um café simples na pousada. Caminhe até a Praia de Bitingui, leve um lanche e aproveite a manhã. No almoço, procure um PF caseiro (média de R$ 20) nos comércios da vila.
À tarde, siga para o Mirante do Cruzeiro e finalize o dia com um lanche da feira noturna. Com menos de R$ 50, dá pra fazer tudo isso num único dia.
Rolês noturnos baratos e divertidos
Em algumas noites, bares locais tocam forró e MPB sem cobrar entrada. Você só paga o que consumir, e os preços costumam ser justos.
Outra opção são rodas de conversa e música à beira-mar organizadas por moradores. É uma forma de se divertir e ainda conhecer a galera local.
Dica bônus: como gastar menos em tudo
Evite usar cartão de crédito em toda compra – muitos lugares dão desconto no dinheiro. Negociar também é uma prática comum e bem aceita por lá.
Viajar com amigos para dividir custos de comida e hospedagem também faz toda a diferença. Quanto mais gente, mais o valor final diminui.
Ministro do STF diz ter recebido mensagem com ameaças e ofensas
Por Rócio Barreto
Fonte: Agência Brasil
Oministro Flávio Dino (foto), do Supremo Tribunal Federal (STF), relatou nesta quinta-feira (22), em Brasília, ter recebido uma mensagem com ofensas e ameaças que foram enviadas por meio da ouvidoria da Corte.
O relato aconteceu durante a sessão realizada na tarde de hoje no STF. Os ministros julgaram a validade de cargos técnicos comissionados nos tribunais de contas de São Paulo e de Goiás. Parte das vagas é ocupada por agentes de segurança.
Ao citar a ameaça de bomba ocorrida hoje, em Brasília, no Ministério do Desenvolvimento Social, e defender a necessidade de segurança institucional, Dino disse que foi chamado de “canalha e rocambole do inferno”.
Violência
“Um cara como você tem que apanhar de murro por cima da cara, arrancar dente por dente da tua boca. É na porrada.
Bastam cem homens aí em Brasília, invadem o STF e expulsam”, diz o texto.
O ministro afirmou que “o espírito do tempo” é de cultivo de ódio em escala criminosa. “As caixas de comentários das redes sociais ganham densidade quando penetram na mente humana e se transformam em força material. O regime de segurança não é o mesmo de dez anos atrás. Não sei se esse senhor ou outro resolve invadir aqui, como já aconteceu”, acrescentou.
Atentado em 2024
No dia 13 de novembro de 2024, Francisco Wanderley, conhecido como Tiu França, tentou entrar com explosivos no edifício-sede do STF. Ao ser barrado por seguranças, ele acionou a bomba e se matou.
Apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro, ele foi candidato a vereador pelo PL em Rio do Sul, em Santa Catarina, nas eleições de 2020.
Moraes ameaça prender exdeputado durante audiência da ação do golpe
Por Rócio Barreto
Fonte: Agência Brasil
Oministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ameaçou prender nesta sexta-feira (23) o ex-deputado federal Aldo Rebelo durante a audiência na qual a Corte ouve testemunhas de defesa dos réus do núcleo 1 da trama golpista.
Rebelo foi indicado como testemunha do ex-comandante da Marinha Almir Garnier. Durante a oitiva, Moraes, que preside a audiência, afirmou que o deputado deveria responder objetivamente aos questionamentos.
Em determinado momento da audiência, que foi realizada por videoconferência, Aldo Rebelo disse que não admitia censura e foi repreendido pelo ministro.
O episódio ocorreu após Aldo tentar interpretar a suposta fala de Garnier em uma reunião golpista realizada por Bolsonaro, em 2022, para apresentar estudos para a decretação de medidas de exceção aos comandantes das Forças Armadas.
Conforme a investigação, Garnier teria colocado a Força à disposição de Bolsonaro no caso da decretação de um estado de sítio ou de uma operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no final de 2022.
Aldo disse que a língua portuguesa é repleta de “força de expressão”, mas a fala irritou o ministro.
“O senhor estava na reunião? Então, não tem condições avaliar a língua portuguesa”, afirmou Moraes.
Depoimentos
Entre os dias 19 de maio e 2 de junho, serão ouvidas testemunhas indicadas pela acusação e as defesas dos acusados.
Após os depoimentos das testemunhas, Bolsonaro e os demais réus serão convocados para o interrogatório. A data ainda não foi definida.
Núcleo 1
Os oito réus compõem o chamado núcleo crucial do golpe, o núcleo 1, e tiveram a denúncia aceita por unanimidade pela Primeira Turma do STF em 26 de março. São eles:
. Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
. Walter Braga Netto, general de Exército, ex-ministro e candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro nas eleições de 2022;
. General Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;
. Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
. Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do Distrito Federal;
. Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
. Paulo Sérgio Nogueira, general do Exército e ex-ministro da Defesa;
. Mauro Cid, delator e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
Renata Dourado*
Memória Cheia
Não sou adepta a celulares caros.
Nada contra, mas, prefiro investir meu dinheiro em outras coisas mais valiosas para mim.
Uma das minhas poucas exigências, é que o aparelho tenha uma memória razoável, já que a minha é péssima. Por isso, mesmo, faço registros. Muitos registros.
Amo fotos e detesto ter que apagá-las, para ceder espaço.
Nos últimos dias, meu celular praticamente perdeu a funcionalidade. Motivo: memória cheia.
Comprei um pacote de armazenamento maior. Não resolveu nada.
Decidi olhar a situação de uma forma mais ampla.
E percebi que o buraco é mais profundo.
Tenho um e-mail que nem abro mais. A quantidade de mensagens que chegam por dia é desumana.
Impossível acompanhar.
Fiz outro e-mail, para tentar não perder informações importantes. Está caminhando para o mesmo fim.
Quando abro, perco muito tempo apagando mensagens inúteis que vieram não sei de onde.
Tornei-me na pessoa que mais odiava: a que nem sempre responde às mensagens.
Não por descaso ou coisa do tipo. Por pura falta de tempo e porque se não priorizarmos o que nos resta dele- o tempo- não vamos dar conta de fazer o mínimo que precisamos.
“Pessoas, muitas das quais nem conheço, me mandam áudios, imagens e textos que eu passaria metade do meu dia para selecionar entre o joio e o trigo.
O fato é que não é só a memória do meu celular que está cheia. A minha está abarrotada.
Não tem mente que consiga se manter saudável diante desse bombardeio de informação. É insano.”
Meu WhatsApp está indo pelo mesmo rumo.
Pessoas, muitas das quais nem conheço, me mandam áudios, imagens e textos que eu passaria metade do meu dia para selecionar entre o joio e o trigo.
O fato é que não é só a memória do meu celular que está cheia. A minha está abarrotada.
Não tem mente que consiga se manter saudável diante desse bombardeio de informação. É insano.
E sei que não sou só eu que me sinto assim.
Estamos vivemos a tal “ sociedade do cansaço “, que além de físico é mental.
O grande humanista, Pepe Mujica, ex-presidente do Uruguai, que nos deixou há pouco, tem uma frase que diz: “Você é livre quando gasta o tempo da sua vida com coisas que te motivam.” Quão profunda é essa definição de liberdade. E ele continua a provocação: “ Em que você gasta o tempo da sua vida? Em que você gasta o milagre de ter nascido?”
Perdemos tanto tempo com coisas inúteis e fúteis, inclusive encaminhando para outras pessoas, que no final das contas estamos, em, geral, cansados, consumidos, consumados.
A memória cheia do meu celular me fez repensar muitas coisas na minha existência.
* Renata Dourado é psicanalista e jornalista. Trabalha na TV Bandeirantes há mais de 15 anos. Apresenta o Band Cidade Segunda Edição, jornal local, que vai ao ar, ao vivo, de Segunda a Sexta, às 18h50. Também apresenta o Band Entrevista, que vai ao ar, aos sábados.
Amado e Maltratado
Por José Gurgel
OCaixa Preta estava meio desanimado com a morte de Chicão, o Papa, o meu amigo parecia que estava sem inspiração pra falar de um assunto que ele adora, o Guará e as estrepolias aprontadas por aqui.
Apesar de quase na terceira idade, o Guará apresenta um ar sofrido e desgastado, está envelhecendo muito mal, afinal são anos de maus - tratos, descasos, abandono onde quem devia proteger e cuidar apenas aproveita desse envelhecido povoado, onde a infraestrutura fica a desejar.
Já não é um garotão para ficar largado como se encontra hoje, o fato de ser quase um sexagenário, aumentam os cuidados com a nossa qualidade de vida.
Mesmo sem o viço da mocidade, o velho lobo bem cuidado poderá dar a volta por cima pra esperar quem sabe o centenário.
A grande verdade é que o Guará, enfrenta um monte de problemas de ordem urbanística, de infraestrutura, descaso e incompetência de alguns que por aqui passaram apenas com intuito de construir carreira política.
O pior de tudo é ver algumas figuraças, as famosas vaquinhas de presépio aceitando pintura e troca de meios-fios, limpeza de praças (algumas), podas de árvores, tapar buracos no asfalto, como se fossem benfeitorias sendo implantadas, muitos agradecendo como se fossem presentes do céu.
Para mim isso tudo é manutenção obrigatória e não um brinde ou pacote de bondades como querem fazer crer.
Tem gaiato que, beirando os seten-
ta, jura ter nascido por aqui, mas como nenhum é descendente de índios, fica difícil acreditar em tal mentira que os caras de pau teimam em afirmar.
As declarações de amor são intensas, algumas parecem até verdadeiras, outras são claramente eivadas de cunho político, com olhos para futuras eleições ou candidaturas que nunca dão em nada.
Ainda dá pra melhorar!
Conclave - um cearense no vaticano
Junto com o Caixa Preta tomando uma cerva bem gelada, sentados lá no fundão do Porcão preparei-me para ouvir o que o velho Caixa tinha para contar entre um gole e outro, já estou acostumado a ouvir cada coisa, mas essa foi de lascar.
Segundo ele, o mundo está prestes a sofrer uma dominação jamais vista em toda a história da humanidade, estou até assustado com a quantidade de cearenses espalhados pelo mundo, eles estão em toda parte. Não se enganem, aquele baixinho orelhudo guardador de carros em São Paulo, o chefe de um dos maiores restaurantes lá em NY, o borracheiro lá no interior da China, na Europa, Rússia, Palestina até na África eles estão presentes, parecem fazer parte de uma nova ordem mundial para ocuparem postos-chave na administração mundial. Portanto muita TIJOLADAS
atenção, adote logo ou fique amigo de um cearense antes que aconteça,é melhor se preparar, pois a qualquer hora poderá acontecer, pois para isso já criaram até senha : Queima Rapariga ! , que servirá de mote para a grande tomada de poder, que será gritada a plenos pulmões lá no Central Park, logo em seguida será feita uma conexão imediata com Pernambuco onde em postos chaves, emitirão ordens extinguindo imediatamente os times do Náutico, Santa Cruz e Sport Recife.
Um papa cearense será eleito, Raimundo I, que canonizará Padre Cícero determinando que todas as hóstias da igreja católica sejam feitas com macaxeira, farinha, rapadura. O vinho da missa passará a ser uma branquinha pura misturada com Tang ou Q - Suco de uva.
O velho Caixa estava inspirado, quando lembro, dou uma gargalhada. Talvez o único problema seja, achar uma mitra que caiba na cabecinha chata do papa, imediatamente será comprada uma fronha de travesseiro até se encontrar outra solução. Rachei de tanto rir, pois o Caixa é cearense mas não perdoa os conterrâneos.
Estranhos pressentimentos
Lá no Porcão, eu e o velho Caixa, sentados naquela mesa que todos já conhecem, sempre perto da porta de saída atentos para uma corrida no caso de confusão, que volta e meia costuma acontecer.
O Caixa Preta foi logo dizendo que estava com um estranho pressentimento, o cabra falou que existe algo pegajoso e nojento no ar, além da baba natural da boiada, não sei se os leitores concordarão.
Cheguei a comentar que essa turma tem um estranho patriotismo exacerbado e predatório, tipo da insatisfação difícil de controlar mesmo em tempos normais, se for o contrário, sai de baixo.
Em que país você vive? Tente descobrir, pois me parece que essa turma que vive reclamando em redes sociais, nunca esteve na rua para protestar, minto, esteve sim, quando houve uma ameaça de não realizarem a maldita Copa do Mundo por aqui, o que começou a colocar o país nessa merda que hoje se encontra.
TIJOLADAS DO CAIXA
Espero que não tenham esquecido pois contou com a participação de todos, mais dura e cruel verdade, ninguém está preocupado com nada, apenas com o próprio bem- estar.
Há anos somos explorados por essas quadrilhas que infestam o poder público em todos os níveis, ninguém se indigna, quando muitos fazem piadas com a própria miséria.
Nossa liberdade cada dia é mais e mais cerceada, matam brancos, negros, índios, mulheres, gays sem que ninguém levante a voz ou se manifeste nas ruas contra tais absurdos, calados estão e calados ficam.
Você já parou pra ver que milhares morrem em filas de hospitais todos os dias, milhões de desempregados, empresas fechando acabando com postos de trabalho, muita gente morrendo violentamente nas cidades por falta de segurança?
Durante anos essa corrupção incontrolável vem minando a nossa resistência, mas continuamos pacificamente esperando algum milagre acontecer (brasileiro adora um milagre) sempre esperando cair do céu as benesses da vida, sem que se lute para conquistar.
Uma verdadeira República de Bananas!
O Rei Nu
Com esse calor que está fazendo o deserto do Saara parecer apenas um lugar quente, o Guará parece que pra não ficar em segundo plano, recebeu uma frente fria do Piauí que está fazendo a alegria dos donos de quiosques e botecos da região.
Foi nesse cenário que eu topei com o Caixa Preta, já no espírito da coisa, tomar todas e mais algumas, parecia que o cabra estava tomado pelo clima reinante.
Rumamos para o nosso reduto, o velho e amado “Porcão”,onde o Galak nos aguardava com os amáveis coices de sempre, uma gentileza de fazer inveja ao ditador coreano.
O velho Caixa tinha muito pra contar, pois segundo ele, aqui no reino de Tão,Tão Distante tudo parece fazer parte de um tremendo conto de fadas,onde o Príncipe cercado pelo Conselheiro Real,a Bruxa,Moleque Saci e os bobos da corte em geral todos dando pitacos,que talvez o nobre príncipe no seu deslumbramento,sempre sorridente a tirar fotos para enfeitar o álbum do reino,sem que nada de proveitoso seja feito ou pensado,pois muitas dessas figuraças há muito já gravitam como urubus em volta do palácio.
Com isso o reino está cada vez mais esburacado, sujo e abandonado, com obras marotas pra atender os chegados, calçadas pra todo lado, menos onde realmente precisa, pois algumas a muito não existem mais.
Aqui no pequeno povoado, onde os aldeões perplexos não sabem o que fazer, só resta esperar que alguém um dia desperte dessa passividade e diga que o príncipe está nu. Pois a roupa nova do rei é apenas uma parábola para mostrar que por trás dessa fantasia, o que existe na verdade é apenas o fruto da nossa mente acomodada, sempre com ar de conformação para não ferir o “status quo”,mas a realidade é dolorosa, ou seja, o buraco é mais embaixo.
A coisa tá feia!
Carta dos municípios proporá emendas à PEC da Sustentabilidade Fiscal
Por Rócio Barreto
Fonte: Agência Brasil
Os prefeitos participantes da 26o Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios apresentarão nesta quinta-feira (22) uma carta contendo as principais reivindicações aprovadas durante o encontro que está sendo realizado na capital federal.
Ontem (20), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou da abertura do evento (foto).
Segundo a Confederação Nacional dos Municípios (CNM), a principal reivindicação diz respeito a três sugestões de alteração à proposta de emenda à Constituição (PEC) que trata do parcelamento das dívidas dos municípios com a Previdência Social.
Além das emendas na PEC no 66/ 2023, os prefeitos pedirão celeridade para a continuidade do processo eleitoral que definirá os representantes municipais no Conselho Superior do Comitê Gestor do Imposto Sobre Bens e Serviços (CGIBS).
Para os prefeitos, outro ponto preocupante entre os que serão apresentados na carta da marcha é a criação de um gatilho de compensação de perdas dos municípios em decorrência da ampliação, para R$ 5 mil, da faixa de isenção de Imposto de Renda Pessoa Física. PEC
66/23
Com relação à PEC 66/23, as três emendas a serem defendidas na carta organizada pela CNM abrangem aplicação automática das novas regras previdenciárias da União para os municípios,
caso estes não consigam adotá-las no prazo de 18 meses após promulgação.
De acordo com a entidade, a ideia é viabilizar “regras de elegibilidade, de cálculo e de reajustamento de benefícios que promovam resultado financeiro e atuarial assemelhado ao das regras aplicadas ao Regime Próprio da Previdência Social (RPPS) da União.
Os prefeitos pedem também maior gradação do limite de comprometimento da receita corrente líquida (RCL) com pagamento de precatórios, mantendo o limite máximo de 10 anos para quitar o estoque com o objetivo de contemplar os municípios mais afetados atualmente. Eles sugerem que, para correção dos precatórios, deve-se aplicar taxa de juros reais de 4% ao ano como limite máximo.
A terceira emenda a ser proposta prevê uma alteração do indexador para correção da taxa de juros das dívidas previdenciárias dos municípios.
CGIBS e gatilho
A carta defenderá também a continuidade do processo eletivo do CGIBS, que ficará responsável por implementar, gerenciar e coordenar a implementação do IBS – um dos pilares da reforma tributária, que será adotado para substituir o Imposto Sobre Serviços (ISS) e o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS).
A CNM pede que seja dada celeridade ao processo que definirá quem serão os representantes dos municípios nesse comitê. No entanto ainda há dúvidas sobre como será feita a escolha dos representantes municipais no comitê.
Outro ponto que a CNM considera prioritário na carta é a proposta de criação de um gatilho de compensação das perdas de arrecadação, em função da isenção do IRPF prevista para contribuintes que recebem salários de até R$ 5 mil mensais.